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Reposição Climatologia: Slide 1

Noções Básicas de climatologia:

Tempo: Estado momentâneo da atmosfera em um dado instante e local. Como caracterizar? -


Variáveis / elementos meteorológicos: - Radiação solar / insolação, Temperatura, Umidade do
ar (relativa / específica) / razão de mistura, Pressão atmosférica / velocidade do vento.

Clima: Conjunto de fenômenos meteorológicos que caracterizam a condição média da


atmosfera sobre um local (Hanm, XIX). Síntese do tempo num determinado lugar durante um
período - 30 anos (Ayoade, 1980.

Variabilidade climática– A maneira que o clima flutua anualmente acima ou abaixo de um


valor médio durante um período (usualmente 30 anos).

Mudança climática – Mudança continua a longo prazo (aumento ou diminuição) das condições
média de tempo.

Normal climatológica – Média de 30 anos de uma variável meteorológica.

Sistema Climático da Terra:

Sistema complexo e não-linear composto de processos físicos e químicos que interagem entre
si e definem o clima. Seus Componentes são a Atmosfera, Hidrosfera, Criosfera e a Superfície
Terrestre.

1.Atmosfera Camada de gases presa à Terra pela força da gravidade. Protege a vida na Terra
absorvendo a radiação ultravioleta solar, aquecendo a superfície por meio da retenção de calor
(efeito estufa), e reduzindo os extremos de temperatura entre o dia e a noite. O estudo do
clima do passado passa na realidade pelo estudo do clima num dado local (arquivo) para um
dado período de tempo (cronologia) e em relação a um dado parâmetro climático
(ferramenta), pode ser estudado pelos anéis de arvore e as testemunhas de gelo por exemplo.
Temperatura é a mais “importante” variável climática junto com a precipitação.

2. Hidrosfera Compreende todos os rios, lagos, lagoas, mares e todas as águas subterrâneas,
bem como as águas marinhas e salobras, águas glaciais e lençóis de gelo, vapor de água, as
quais correspondem a 71% de toda a superfície terrestre. Atmosfera contém 1/100.000 da
água do sistema climático, Oceanos (96% da água) possuem grande capacidade de
armazenamento e liberação de energia em escala de tempo sazonal à secular.

3. Criosfera Superfície terrestre cobertas permanentemente por gelo e neve e aquela parte do
solo que contem gelo. Cobrem 10% da superfície terrestre e têm enorme importância na
regulação dos processos atmosféricos. 02% de água da Terra está congelada (80% na Antártica
/ 8,6% Groelândia), Importância para clima → Massa total de gelo x Cobertura de gelo (albedo
-> feedback).

4. Superfície Terrestre Inclui a superfície (chão) de continentes e oceanos. Papel “menor” no


clima (comparado com atmosfera, hidrosfera e criosfera)→ Importante para a humanidade
(agricultura, pecuária, etc...), Continentes 30% do total de cobertura → continentalidade,
Continentalidade 70% H.N.

Razão δ18O: Existem três isótopos estáveis do oxigênio: 16O (99,759%) 17O (0,037%) 18O
(0,204%). A mesma proporção existe na água do oceano H2 16O tem menor calor latente que
H2 18º. Em períodos mais quentes, maior proporção de H2O evapora, precipita e fica
armazenada em camadas de gelo. O mesmo ocorre na água de composição de árvores e fósseis
A mesma técnica pode ser usada com deutério ( 2H ou D). Neste caso recebe o nome de δD.
Quanto mais baixa for a temperatura num dado período de tempo, maior a quantidade do
isótopo de 18O contém a neve que se acumula.

Escalas dos movimentos atmosféricos: Problema/Característica: Existe uma íntima relação


entre as escalas espaciais e temporal além da relação entre as diversas escalas dos fenômenos
atmosféricos.

Dimensões horizontais e tempo de duração de fenômenos atmosféricos (ex. ciclones e


anticiclones extratropicais, cavados e cristas, zonas frontais e jatos).

Diversas classificações de escalas conforme época/ função / abordagem: Microescala


Mesoescala, Escala Sinótica e a Escala global.

Elementos e Fatores Climáticos: ELEMENTOS→ Grandezas meteorológicas que comunicam ao


meio atmosférico suas propriedades e características variando no tempo e espaço. Exemplos:
Temperatura do ar, Pressão atmosférica, Umidade do ar, Nuvens, Precipitação, Visibilidade,
Vento

FATORES → Fatores capazes de modificar o clima influenciando nos elementos climáticos.


Exemplos: Radiação Solar, Latitude, Altitude, Maritimidade / continentalidade, Vegetação,
Atividades humanas.

Latitude: Fator astronômico → Define o ângulo que os raios do Sol irão atingir a superfície da
Terra → energia para os fenômenos atmosféricos, definem as zonas climáticas. Relevo: Afeta
devido as variações de altitude, forma e orientação. Vegetação: papel regulador de umidade e
temperatura, papel regulador de umidade e temperatura. Continentalidade: Controla a
distribuição de energia, 70% dos continentes (massa) estão no H.N. → amplitudes térmicas.

Os elementos climáticos interagem entre si formando os diferentes climas na Terra.

Os elementos variam espacialmente e temporalmente devido à influencia dos fatores


climáticos.

Reposição Climatologia: Slide 2.

Sistema Solar: É a principal fonte de energia dos planetas terrestre, tendo também grande
influência nos demais planetas do sistema solar – gravidade, Distância Média Terra-Sol = 149,6
x 106 km = 1 UA (Unidade Astronômica), Afélio ~ 152 x 10^6 km, Periélio ~ 147 x 10^6 km.

Movimentos da Terra: A terra tem dois movimentos principais: Rotação e Translação.

Rotação: movimento em torno do seu eixo responsável pelo ciclo dia e noite.

Translação: movimento elíptico da Terra em torno do Sol responsável pelo ciclo anual.

Translação e excentricidade:
Periélio: momento em que a Terra se encontra mais próxima do Sol - Janeiro (147milhões de
km).

Afélio: momento em que a Terra se encontra mais distante do Sol – Junho (152milhões de km).

Diferença em km entre afélio-periélio em torno de 3%, Diferença de energia entre afélio-


periélio em torno de 6%.

Variação da Declinação Solar:

21-22 Dez: O Sol incide na Terra com um ângulo de (23°27’S) quando o HS esta mais próximo
do Sol, e este é o Solstício de verão para o HS.

21-22 Jun: O Sol incide na Terra com um ângulo de (23°27’N) quando o HS esta mais afastado
do Sol, e este é o Solstício de inverno para o HS.

Entre os Solstícios ocorrem os Equinócios, quando o Sol atinge a Terra com um ângulo de 0°.
(Dias e noites com durações iguais). No HS o equinócio de primavera ocorre em 22-23 de
Setembro e o de outono em 21-22 de Março.

Corpo Negro: O corpo Negro é uma superfície que absorve completamente a radiação
incidente em todos os λ, É um absorvente perfeito idealizado para estudos (não se encontra na
natureza). Então quanto maior o Albedo melhor refletor o corpo será, Para o canal visível
podemos tomar como exemplo a neve fresca com albedo entre (85 – 95%) e o solo com
Albedo.
Lei de Kirchoff: Materiais que são fortes absorvedores num comprimento de onda são fortes
emissores nesse mesmo comprimento (o inverso é verdadeiro), Muito aplicado aos gases na
atmosfera.

Lei de Wein: Estima-se a temperatura de uma fonte de radiação sabendo-se o espectro de


emissão, Radiação solar → concentrada nas regiões visível (0,4- 0,7µm) e infravermelho
próximo (0,7-4µm) do espectro 6000K = 0,48 µm - Radiação de Ondas Curtas, Radiação emitida
pelos planetas e suas atmosferas → confinada ao infravermelho (>4µm) 288K = 10,06 µm -
Radiação de Ondas Longas.

O estado geral do sistema climático é definido pela emissão de radiação solar, a taxa de rotação
da Terra e suas características orbitais, a composição da atmosfera e a interação entre a
atmosfera e os outros componentes do sistema terrestre.

Espectro Eletromagnético: As várias formas de radiação, caracterizadas pelo seu comprimento


de onda, compõem o espectro eletromagnético.

Radiação solar incidente (ROC) = Radiação infravermelha emitida (ROL):

Existe um balanço quase perfeito entre a quantidade de radiação solar incidente e a


quantidade de radiação terrestre (sistema Terraatmosfera) retornada para o espaço; caso
contrário, o sistema Terra-atmosfera estaria progressivamente se aquecendo ou resfriando.

• Do total da radiação incidente aproximadamente 30% é refletido para o espaço.

• Os 70% restante são absorvidos 19% pela atmosfera e 51% pela superfície.
• Dos 51% absorvidos pela superfície 7% é transportado por convecção e 23% por evaporação
para a atmosfera e 21% é perda liquida para a atmosfera sendo que 6% destes 21% são
transparentes a atmosfera.

• A atmosfera soma 64% de radiação de onda longa recebida e reemitida para o espaço.

• O balanço geral é obtido pois a quantidade de radiação incidente é igual a emitida.

Radiação Terrestre: Aproximadamente 51% da radiação que chega ao topo da atmosfera atinge
a superfície terrestre, A maior parte desta energia é reemitida para a atmosfera, Conclui-se que
a superfície é um bom absorvedor de radiação solar, O vapor d’água e o dióxido de carbono são
os principais absorventes de radiação de onda longa. O vapor d’água absorve 5x mais que
todos outros combinados, Como a atmosfera é bastante transparente à radiação solar mas
absorvedora de radiação terrestre, a Terra é a maior fonte de calor para a atmosfera, Este jogo
de emissão entre a atmosfera e a superfície torna a temperatura cerca de 30-35°C mais alta do
que seria -> Efeito estufa.

Em geral, podemos classificar as causas das “mudanças climáticas” em: 1. Causas terrestres
(mudança na atmosfera e/ou superfície) ex.: mudanças GEE, erupções vulcânicas, albedo, tipo
de spf, 2. Causas astronômicas ex.: ciclos de milankovitch, 3. Causas extraterrestres ex.:
flutuações solares.

ERAS GLACIAIS: Era glacial corresponde a um longo período de tempo geológico em que
grande parte do planeta, ao adquirir temperaturas muito baixas, fica coberta de gelo e neve; As
eras glaciais são diferentes dos chamados períodos glaciais, que possuem duração mais curta -
de alguns mil anos - e que ocorreram muito mais vezes na história do planeta; Nos últimos um
bilhão de anos, a Terra passou por seis grandes eras glaciais, sendo que a mais longa durou 100
milhões de anos, no período geológico chamado de Permo-Carbonífero, Existem três tipos
principais de evidências de eras glaciais: geológicas, químicas e paleontológicas.

Ciclos de MIlankovitch:

Idades glaciais: Causadas por ciclos de Milankovitch na órbita terrestre; Mudanças na escala de
dezenas de milhares de anos’; Último período glacial terminou 12.000 anos atrás.

Ciclos de Milankovitch: Em 1920, Milutin Milankovitch estudou as pequenas e ciclicas


mudanças na órbita da Terra ao redor do Sol através de cálculos matemáticos sendo eles :
Precessão: período 23.000 anos; Inclinação: período 41.000 anos; Elipsidade: período 100.000
anos; Calculado na década de 1920 mas até então nenhuma evidência;

Excentricidade da órbita terrestre: No periélio (04/01) a recepção de energia é 6% > afélio


(04/07), Daqui a 24 mil anos valor mínimo (0,001).

Alteração na quantidade de radiação: Quanto menor a excentricidade da órbita eclíptica,


menores serão as diferenças nas estações, sendo contrário também verdadeiro.

A inclinação do eixo da terra muda consideravelmente as suas características como : Sem


inclinação não ocorre as estações do ano, enquanto quando ocorre a inclinação atual que varia
de 23,45° e varia entre 22° e 24,5° a cada 41 mil anos.

Obliqüidade do plano da eclíptica: Periodicidade de aproximada de 41.000 anos.


Diminuição na obliqüidade da eclíptica diminuiria as diferenças entre as estações. aumentaria a
distinção entre as zonas climáticas.

Um aumento no ângulo causaria marcantes diferenças sazonais, porém as zonas geográficas


seriam menos distintas.

Para o Hemisferio Norte : Nos tempos atuais, o periélio ocorre próximo ao solstício de inverno,
daqui a 11.500 anos o periélio ocorrera próximo ao solstício de verão, como resultado da
precessão do eixo de rotação da Terra.

A precessão dos equinócios fez com que há 11 mil anos, no solstício de Junho a Terra estivesse
na posição de periélio (afélio atualmente) enquanto que no solstício de Dezembro coincidisse
com o afélio (periélio hoje em dia). HN - Verões eram mais quentes e os Invernos mais frios, HS
- Verões eram menos quentes (distância da Terra ao Sol maior) e os Invernos menos frios
(distância menor).

EFEITOS DOS CICLOS DE MILANKOVITCH: A teoria de Milankovitch (Berger, 1980) indica que as
glaciações ocorrem quando: a) o verão (HN) começa no afélio, ou seja, quando a distância
entre a Terra e o Sol é maior; b) a excentricidade é máxima, ou seja, a distância entre a Terra e
o Sol no afélio é a maior possível. Isso afeta não só a intensidade relativa e a duração das
estações nos diferentes hemisférios, mas também a diferença entre a insolação máxima e
mínima recebida durante um ano; c) a obliqüidade é baixa, significando que a diferença entre
verão e inverno é fraca e o contraste latitudinal é maior. Em resumo: as glaciações são iniciadas
quando os verões são frios (HN) pois a diminuição na insolação inibe o derretimento das
geleiras, que, dessa forma, se expandem, gerando grandes mantos de gelo continentais.

Ciclo de Milankovitch em relação as eras glaciais:

Aumenta: Geleiras, Salinidade, Sequestro de Co2, Nutrientes, Produtividade Marinha.

Diminui: Radiação disponível, Evaporação, Precipitação, Nível dos Mares.

Consequências: Frente polar avança mais em direção ao equador, resfriamento devido à


cobertura de gelo.

Ciclo de Milankovitch em relação as Interglaciais:

Aumenta: Radiação disponível, Evaporação, Precipitação, Nível dos Mares.

Diminui: Geleiras, Salinidade, Sequestro de Co2, Nutrientes, Produtividade Marinha.


Consequências: Frente polar regride em direção ao pólo, aquecimento devido à redução de
cobertura de gelo.

CAUSAS EXTRATERRESTRES: Poeira estelar, Mudanças na emissão solar: Output solar (mancha
solar, erupção solar, ejeção de massa, proeminências..); Flutuações cíclicas (11, 22, 44 anos...);
Manchas solar (ciclos de 11 anos).

Mancha Solar: Localizadas na fotosfera solar e formadas por zonas irregulares de plasma
contido por fortes linhas de campo magnético, Apresenta temperatura menor que o gás do
restante da fotosfera e consequentemente, menos brilhante provoca erupções solares. As
manchas têm a aparência de sombras devido possuir temperatura menor (4500 ºC) do que a
temperatura média da fotosfera (6000 ºC). A observação das manchas tem sido sistemática
desde o século XVII e mostra que o número de manchas solares por ano varia entre um mínimo
(sunspot minimum) e um valor máximo (sunspot maximum).

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