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Conceitos essenciais:
Energia Solar: Através da luz ou do calor do Sol, pode ser transformada através de dois
métodos dis ntos: solar fotovoltaico e solar térmico.
Regiões com elevados valores de insolação média anual e de radiação solar global,
como o interior sul de Portugal con nental.
Insolação: a quan dade da radiação solar recebida à super cie terrestre varia ao longo do dia,
do ano e de lugar para lugar.
Quanto maior a insolação, menor será a quan dade de radiação solar perdida na
atmosfera, sendo então maior a quan dade de energia recebida à super cie terrestre;
Quanto menor a insolação, por exemplo, quando o céu está nublado (maiores as
perdas, de radiação solar, na atmosfera por absorção, reflexão e difusão), menor a radiação
solar recebida no lugar.
Radiação solar: energia que é emi da pelo Sol, em ondas eletromagné cas de onda curta.
Espetro eletromagné co: conjunto de todas as radiações emi das pelo Sol, em vários
comprimentos de onda, desde as ondas de rádio (longo comprimento de onda), até aos raios
gama (pequeno comprimento de onda).
Comprimento de onda: distância entre duas cristas ou dois vales consecu vos de uma onda
eletromagné ca. (…) Quanto menor for o comprimento de onda, maior será a frequência e a
capacidade energé ca da radiação solar.
Constante Solar: Quan dade média de energia solar recebida no limite exterior da atmosfera,
por unidade de super cie, na perpendicular com os raios solares. (…)
Radiação Solar Global: Quan dade de radiação solar que, depois da ação dos processos
atmosféricos, a nge a super cie terrestre. É cons tuída por duas componentes: a Radiação
Solar Direta, que a nge diretamente o planeta, e a Radiação Solar Difusa, que chega à
super cie terrestre depois de um processo de dispersão em várias direções.
Absorção: Processo de retenção da radiação solar pelos gases, nuvens e par culas sólidas em
suspensão na atmosfera através do qual a radiação é conver da em calor, fazendo elevar a
temperatura, especialmente no solo.
Reflexão: Processo de reenvio de parte da radiação solar incidente para o Espaço, por ação das
nuvens e da super cie terrestre, que varia de acordo com o albedo das várias super cies.
Albedo: Porção de energia radiante refle da por uma determinada super cie em
relação ao total que sobre ele incide, permi ndo determinar o poder de reflexão dessa
super cie bem como a intensidade a que esta aquece quando exposta à radiação solar.
Difusão: Processo de dispersão da radiação solar em várias direções, por ação de par culas
difusoras, nomeadamente, os aerossóis e as moléculas dos gases atmosféricos.
Radiação Terrestre: Energia calorifica emi da pela Terra para a atmosfera sob a forma de
radiação de longo comprimento de onda (radiação infravermelha).
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Gases de Efeito de Estufa (GEE): Gases presentes na atmosfera que apresentam uma elevada
capacidade de absorção e reflexão da radiação de longo comprimento de onda emi da pela
Terra (radiação infravermelha). Os principais GEE são o vapor de água, dióxido de carbono,
metano, óxido nitroso, ozono, clorofluorcarbonetos e hidroclorofluorcarbonetos.
Efeito de estufa: Processo atmosférico natural que consiste na retenção da energia calorifica
emi da pela Terra por determinados gases (GEE) e aerossóis presentes na atmosfera,
provocando o seu aquecimento.
Calor Convec vo: Processo de transferência de calor a par r do movimento de fluídos líquidos
ou gasosos. No sistema Terra-atmosfera, o calor da baixa Troposfera, transmi do pela radiação
terrestre por condução, é por sua vez, transferido ver calmente por convecção para a
atmosfera.
Calor Latente: Quan dade de energia térmica que um corpo absorve ou cede enquanto muda
de estado sica, a uma temperatura constante. No sistema Terra-atmosfera, o calor consumido
na evaporação da água e na evapotranspiração é transportado pelo vapor de água para a
atmosfera e, posteriormente, libertado com a condensação do vapor de água, através das
go culas que formam as nuvens.
Ângulo de incidência: Valor do ângulo formado pelos raios solares quando incidem sobre o
plano tangente à super cie terrestre. Este ângulo varia ao longo do dia, do ano e do lugar para
lugar, de acordo com a altura do Sol acima da linha do horizonte.
Movimento Anual Aparente do Sol: Trajetória que o Sol parece descrever ao longo do ano
entre o trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio, em consequência do movimento de
translação da Terra e da inclinação do eixo terrestre.
Sols cio: Instante em que o sol, no seu movimento aparente passa no plano dos trópicos
(Câncer e Capricórnio), onde incide perpendicularmente. Ocorre duas vezes por ano, em julho
e em dezembro.
Equinócio: Instante em que o sol, no seu movimento anual aparente, passa no plano do
equador, onde incide com ver calidade máxima. Ocorre duas vezes por ano, em março e em
setembro.
Zénite: Ponto intercetado por um eixo ver cal, traçado a par r da cabeça do observador, que
se prolonga até à atmosfera terrestre.
Dia Natural: Período em que o Sol se encontra acima da linha do horizonte, ou seja, entre o
nascer e o pôr do sol.
Insolação: Número de horas, num determinado intervalo de tempo, em que a radiação solar
chega à super cie da Terra sem interferência das nuvens, ou seja, em que o Sol se encontra
descoberto.
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Nebulosidade: Porção de céu coberta por nuvens num determinado momento e numa
localização específica. A avaliação da nebulosidade é feita dividindo o céu em setores para
aferir quantos deles se encontram encobertos.
Vertentes Soalheiras: Encostas com maior exposição aos raios solares. No Hemisfério Norte,
para os lugares com la tude superior a 23⁰ 27’, as vertentes soalheiras encontram-se viradas a
Sul. O inverso acontece no hemisfério sul.
Vertentes Umbrias: Vertentes menos expostas aos raios solares. aos raios solares. No
Hemisfério Norte, para os lugares com la tude superior a 23⁰ 27’, as vertentes umbrias
encontram-se viradas a Norte. O inverso acontece no hemisfério sul.
Temperatura Média: Valor médio das temperaturas registadas durante o dia, o mês ou o ano.
Gradiente Térmico: Processo que descreve a taxa de variação da temperatura numa determina
área.
Isotérmicas: Linhas que, num mapa, unem pontos com igual valor de temperatura.
A principal fonte de energia da Terra é o Sol. Sem a energia enviada pelo Sol, o nosso
planeta seria gelado e não teria vida.
No espetro eletromagné co solar podem dis nguir-se, entre outros, três pos de
radiação com diferentes comprimentos de onda:
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A atmosfera, camada
gasosa que envolve e protege a
Terra, é cons tuída por uma
mistura complexa de gases. Até
cerca de 80 km de al tude, os
gases que compõem esta
camada têm uma concentração
mais ou menos constante:
• 78% de azoto;
• 21% de oxigénio;
A concentração dos gases raros é muito variável. Por exemplo, em áreas densamente
urbanizadas, a concentração de dióxido de carbono aumenta. Da mesma forma, próximo de
espelhos de água, ou em áreas muito arborizadas, a concentração de vapor de água também
tende a aumentar.
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A modificação da radiação solar, ao atravessar a atmosfera, deve-se a três processos:
Figura 3 –
Radiação solar
incidente e a
radiação solar
global.
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A Terra não acumula a energia solar que recebe e, por isso, a sua temperatura
mantém-se constante. De facto, a Terra perde uma quan dade de energia equivalente a qua
recebe, mantendo-se, assim, em equilíbrio térmico.
A energia solar que chega à super cie terrestre, sob a forma de radiações de pequeno
comprimento de onda e de radiações de luz visível, é conver da em energia calorifica
(radiações de grande comprimento de onda, infravermelhos), sendo libertada para a atmosfera
- radiação terrestre - onde é absorvida por alguns gases, nomeadamente vapor de água e
dióxido de carbono, contribuindo, dessa forma para o aquecimento da troposfera (fig. 3A).
Figura 3A
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O vapor de água e o dióxido de carbono desempenham um papel fundamental no
aquecimento da troposfera, devolvendo a Terra uma parte da energia que esta refle u e
mantendo-a a uma temperatura mais ou menos constante. Esta função da atmosfera que se
designa por efeito de estufa, evita a perda de calor para as camadas altas da atmosfera e o
intenso arrefecimento noturno (fig. 4A).
A intensidade da radiação solar, na super cie terrestre, é variável para o mesmo lugar e
de lugar para lugar, ao longo do dia e ao longo do ano. Esta variação depende de varies fatores:
• inclinação dos raios solares (ângulo formado pelos raios solares com a ver cal do
lugar - quanto maior for a inclinação dos raios solares, maior é a super cie que recebe a
radiação, do que resulta uma menor quan dade de energia recebida por unidade de
super cie. Também, quanto maior for a inclinação dos raios solares, maior é a espessura da
camada atmosférica atravessada, o que vai refle r numa maior perda energé ca pelos
processos de absorção, reflexão e difusão (fig. 5).
Relação entre o ângulo de incidência dos raios solares e a extensão da área recetora.
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Relação entre o ângulo de incidência dos raios solares e a espessura de massa atmosférica.
Devido à esfericidade da Terra, os raios solares a ngem a super cie com diferente
inclinação, aumentando do Equador para os polos, isto é, com o aumento dos valores de
la tude (fig. 6).
0 aumento da inclinação dos raios solares com o aumento da la tude traduz-se numa
maior super cie de receção dos mesmos e numa maior espessura da atmosfera atravessada,
de que resulta a diminuição da energia recebida à super cie.
Distribuição da radiação solar global média na Europa (média anual do período 1994-2016
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• 0 relevo também interfere na radiação solar recebida, quer como consequência da
al tude quer como consequência da orientação do relevo (fig. 7).
Quanto maior for a al tude dos lugares, maior é a quan dade de radiação solar
recebida, uma vez que a massa atmosférica atravessada é menor e, portanto, as perdas de
energia são menores. Este fenómeno é ainda reforçado pelo facto de, com a al tude, o ar se
tornar progressivamente mais rarefeito, registando-se, portanto, menor concentração de
par culas e de gases, nomeadamente os que são especialmente responsáveis pela absorção da
radiação.
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A orientação das vertentes montanhosas também condiciona a receção de radiação
solar. As vertentes voltadas a sul (situação a ser considerada nos lugares do Hemisfério Norte,
com la tudes superiores a 23° 27' N) encontram-se expostas ao Sol — vertentes soalheiras
recebendo radiação solar durante mais tempo. O contrário acontece nas vertentes umbrias,
expostas a norte, as quais ou não recebem radiação solar ou recebem-na por períodos de
tempo mais curtos do que na situação anterior.
A intensidade da radiação solar que a nge a super cie terrestre varia ao longo do dia
natural, uma vez que a inclinação dos raios solares também varia (fig. 8).
Ao nascer do Sol, a ngindo os raios solares a super cie terrestre, regista-se a maior
inclinação dos mesmos, a qual vai diminuindo até ao momento em que o Sol a nge a sua
altura máxima, para, a par r dai, se observar a situação inversa. Assim, os períodos em que se
verifica a maior inclinação correspondem as menores quan dades de energia recebida por
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unidade de super cie, como consequência da maior espessura de massa atmosférica
atravessada e da maior super cie de receção de energia. No momento, em que o Sol a nge a
sua altura máxima, a super cie recetora de energia é menor, assim como a camada da
atmosfera atravessada também é menor, pelo que aumenta a quan dade de energia recebida.
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Movimento anual aparente do sol.
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