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Tema
Exercícios físicos específicos para crianças e adolescentes com manifestações de asma
bronquial nas aulas de educação física nas EPCs-Ulónguè, distrito de Angónia.
Nome
Tema
Exercícios físicos específicos para crianças e adolescentes com manifestações de asma
bronquial nas aulas de educação física nas EPCs-Ulónguè, distrito de Angónia.
Nome
Orientado por:
Alberto Francisco Malaqueta
AGRADECIMENTOS..........................................................................................................................6
DEDICATÓRIA....................................................................................................................................7
RESUMO..............................................................................................................................................9
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO...........................................................................................................10
1.1. Problematização.......................................................................................................................11
1.2.1. Motivação............................................................................................................................12
1.2.2. Contributos..........................................................................................................................12
1.3. Objetivos.................................................................................................................................12
1.3.1. Geral....................................................................................................................................12
1.3.2. Específicos...........................................................................................................................12
1.4. Hipóteses.................................................................................................................................13
2.1. Conceitualização......................................................................................................................15
2.3. Asma........................................................................................................................................15
4.2. Questionário............................................................................................................................25
CONCLUSÕES...................................................................................................................................30
SUGESTÕES......................................................................................................................................31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................32
Apêndices e Anexos............................................................................................................................34
DECLARAÇÃO
Declaro que esta monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do
meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas são actuais e estão
devidamente mencionadas no texto, e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma instituição do ensino para
obtenção de qualquer grau académico.
____________________________________________________
Aos meus familiares e amigos que estiveram comigo em todos os momentos durante
esta longa caminhada
A aqueles que não foi possível mencionar, mas seguramente estão presentes no fundo
do meu coração.
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, minha mãe Maria Dulce Lindela que sem os ensinamentos da vida, os valores
morais e o amor incondicional que me transmitiram, eu não seria a pessoa que me tornei hoje
e prometo que continuarei a pautar por estes bons princípios.
A toda minha família que sem o apoio de todos, esta trajetória seria quase impossível.
Ao meu esposo, meus filhos por me fazerem acreditar nos meus sonhos e me apoiarem para
jamais desistir.
LISTA (ABREVIATURA, GRÁFICOS, MAPAS, TABELAS, ILUSTRAÇÕES)
EPC- Escola Primaria Completa
A asma é uma doença reconhecida empiricamente desde os tempos antigos, sendo que seu
registo histórico ocorreu pela primeira vez na civilização egípcia, cujos seus conhecimentos
foram repassados por meio da linguagem para as gerações subsequentes. Posteriormente, na
Grécia Antiga, Hipócrates formulou uma das primeiras definições de asma, considerando-a
uma dificuldade de respirar.
Actualmente, esta doença é vista como um problema mundial de saúde pública, devido à sua
gravidade e o crescimento no número de ocorrências de crises asmáticas. Estas crises são
caracterizadas por alguns sintomas como tosse, chiado, aperto no peito e falta de ar. O
exercício físico quando praticado em circunstâncias peculiares acima do recomendado pode
desencadear em crise asmática. Este evento é conhecido como Broncospasmo Induzido pelo
Exercício (BIE). Teixeira (2008).
Por causa deste factor negativo, as crianças e adolescentes em alguns casos sentem receios
em relação à prática de exercícios físicos e desportos nas aulas de educação física (EF). Isso
induz a esses alunos a não participarem nas aulas de Educação Física, principalmente por
conta das atitudes de pais súper protetores, que acreditam que o exercício deve ser afastado
do seu filho por conta da doença (Pinho; Nascimento; Silva, 2016).
Em virtude dessa situação, é importante destacar que, o desporto como conteúdo nas aulas de
EF é um instrumento de convívio social, em que os alunos interagem com seus colegas. Além
disso, a sua prática pode prevenir o aparecimento de outras doenças e contribuir com a
melhora da mecânica respiratória e do condicionamento físico geral (Tubino, 2010; Arruda,
2015).
Esta situação acima relatada, para além de ser um dilema geral se manifesta igualmente em
Angónia distrito da província de Tete, concretamente nas escolas primárias completas (EPC)
com maior incidência nas EPCs a nível da sede distrital Ulónguè. Os professores de educação
física (PEF) só se dão conta que tem alunos asmáticos quando estes se limitam no
desenvolvimento de certas actividades motrizes ou apresentam ataques de asmas porque os
seus encarregados de educação não apresentam nenhum certificado médico nem comunicam
o estado dos alunos no acto da sua inscrição o que de certa maneira o PEF chega a confundir
os sintomas ou manifestações com fadiga.
Portanto, os PEF precisam conhecer a fundo os seus alunos, a asma e a sua relação com as
actividades físico-desportivas dentro das aulas de EF para assim, incluir os alunos que
padeçam ou manifestam sinais desta enfermidade de maneira adequada e segura. Desse
modo, alguns dos conhecimentos indispensáveis para tais professores, que forem a trabalhar
com alunos asmáticos, são: características da doença, exercícios recomendados, BIE,
orientações, cuidados, procedimentos em caso de crises de asma, entre outros (Fiks, 2008;
Teixeira, 2008).
1.1. Problematização
O exercício físico pode desencadear a asma, assim como o contacto com a poeira, mofo,
cheiros fortes e outros. A diferença é que, enquanto os médicos tentam afastar os asmáticos
dos gatilhos mais comuns da asma, a actividade física é um factor desencadeante que não
deve ser afastada do asmático. Ninguém deve ser proibido de realizar exercícios físicos e
desportos por ser asmático! (Fiks, 2008, p. 33).
Com o aumento de numero de asmáticos a nível mundial e particularmente a nível local, isto
é, nas EPCs-Ulónguè, notou se claramente a ausência e fraca participação deste grupo alvo de
alunos as aulas de educação física aliado a inexistência de infraestruturas desportivas e meios
para a pratica de exercícios físicos.
Entretanto, na maioria das vezes a total ausência deste grupo alvo as aulas de Educação Física
é consequência do medo, por partes dos alunos, pais e/ou encarregados de educação da
ocorrência do BIE durante a prática dos exercícios físicos e desportos, o que de certa maneira
cria hábitos não saudáveis da prática de exercício físico e consequentemente o sedentarismo.
Assim, crianças e adolescentes se afastam de qualquer actividade que exige desempenho
físico, pois preferem actividades intelectuais (Fiks, 2008; Arruda, 2015).
1.2.1. Motivação
A educação física no sistema nacional de educação (SNE) é inclusiva e desta resulta do
convívio social de todos os alunos, independentemente do seu talento, deficiência, origem
socioeconómica, etnia ou cultural, cujo objetivo é trabalhar o corpo e o movimento.
De entre vários, um dos motivos para se adoptar a educação física inclusiva radica na
prevenção de doenças do coração e respiratórias. Dai que, a autora da pesquisa sentiu a
necessidade de desenvolver este estudo por forma a incluir alunos com certas deficiências
inclusive os de asma nas actividades físicas e desportivas que se vê excluídas em ditas
actividades nas aulas de educação física a causa da sua condição.
1.2.2. Contributos
O presente estudo poderá ajudar em primeira instância identificar se os professores de
educação física sabem como incluir de maneira adequada os alunos com asma nas aulas de
educação física, ademais sendo umas das primeiras pesquisas de género a nível local, servirá
como referência bibliográfica para consultas e enriquecimento de conhecimentos sobre a
matéria por parte dos profissionais além de servir de base para estudos posteriores.
1.3. Objetivos
1.3.1. Geral
Seleccionar exercícios físicos específicos para crianças e adolescentes com manifestações de
asma bronquial nas aulas de educação física nas EPCs-Ulónguè, distrito de Angónia.
1.3.2. Específicos
Caracterizar os aspectos teóricos e metodológicos que sustentam a manifestação da
asma bronquial em crianças e adolescentes.
Fundamentar a relação entre exercícios físicos, desportos e a asma bronquial nas aulas
de educação física.
Descrever exercícios físicos específicos para crianças e adolescentes com
manifestações de asma bronquial para as aulas de educação física.
1.4. Hipóteses
A segurança e confiança dos alunos e pais para com os profissionais de educação
física no exercício e desempenho das suas actividades.
Enfim, todos os dados coletados foram manipulados com a maior descrição possível de forma
a não haver situações de discriminação por parte dos alunos nas actividades físicas ou
desportivas.
2.1. Conceitualização
Quando se fala em educação física escolar predomina-se as actividades lúdicas e os jogos que
trabalham as diversas capacidades motoras, enfatizando resistência muscular, explosão,
resistência cardiorrespiratória, força física, etc., as quais devem estar associadas ao tipo de
exercício realizado e ao tempo de envolvimento dos escolares, para assim apresentar
adaptações físicas e fisiológicas saudáveis. Gallardo (2010).
Os exercícios do grupo do aeróbio são aqueles que estão relacionados com um esforço
moderado e fazem uso do oxigénio a fim de fornecer a energia exigida as contracções
musculares, ou seja, todos exercícios com intensidade ligeira ou moderada.
2.3. Asma
O termo asma (do grego “asthma”) foi utilizado pela primeira vez na civilização grega, onde
foi atribuído o significado de “respiração difícil”. Porém, tem-se relatos desta patologia desde
a civilização egípcia, por volta de 1.400 a. C., e a descrição dos conhecimentos sobre esta
doença foram sendo repassados entre as gerações por meio da linguagem.
A asma é uma doença crónica que afeta as vias aéreas inferiores, sendo caracterizada por
provocar uma obstrução reversível dessas regiões, desencadeando falta de ar e os famosos
sibilos, que são ruídos que lembram um assobio.
O filósofo grego Hipócrates (460-370 a.C.) foi o primeiro a considerar a asma como um mau
que comprometia a respiração (Teixeira, 2008; Silva; López, 2013). Posteriormente, o
cientista Willis (1621-1674 d. C.) através de seus estudos afirmou que esta doença ocorria
nos brônquios, que se contraiam com advento das crises. (Filho, 2017).
A ABRA (2017) afirma ainda que, a asma é uma doença inflamatória crónica que afecta as
vias aéreas inferiores e é resultado da interação entre factores ambientais e genéticos. O
processo inflamatório envolve uma serie de células e mediadores e, como resultado da
inflamação, observa-se a hipersensibilidade das vias aéreas, que faz com que estas se
contraiam mais facilmente diante de uma serie de estímulos. Esta contração leva a uma
obstrução do fluxo aéreo, a qual, geralmente, é reversível.
Tosse
Chiado
Aperto no peito
Falta de ar
Cansaço
Opressão torácica
Para Freithg & Miller (1983), a asma é um termo de significado variado, caracterizado por
uma hipersensibilidade da traqueia e dos brônquios de médio e pequeno calibre, ao contacto
repetido de alguma forma de algógeno, se manifesta por uma estenose das vias aéreas
superiores acompanhada de hipersecreção contratura muscular e edema da mucosa.
No entender de Pineiro-Perez Leyva (1996), asma é uma enfermidade respiratória
caracterizada pela aparição de ataques de disnea respiratória de duração variável devido a
contracção espasmódica dos brônquios.
Então, segundo Serra Grima (1996) é processo inflamatório das vias aéreas, cujas células
primordialmente implicadas são os mastócitos e os eosinófilos. Sua acção produz uma
obstrução na passagem do ar que é do tipo reversível quer seja de forma espontânea ou pela
acção de certos fármacos broncodilatadores.
A asma é uma enfermidade que se caracteriza pela diminuição do diâmetro dos brônquios
durante curtos período de tempo que se manifesta por ataques repetitivos de tosse ou disnea.
Merk’s (1982).
Para Merk’s, as crises de asma podem ser desencadeadas por diferentes factores, tais como:
Poeira
Pelos de animais
Fezes de barata
Mofo
Infecções virais
Poluição
Mudanças de tempo
Problemas emocionais
Cheiros fortes
Segundo o coletivo de autores (1982) a asma pode se classificar dependendo das
características clinicas dos seus sintomas, valores da função pulmonar e a medicação
requerida para o seu controlo como:
Leve
Moderada
Severa
Para Merk’s (1982) a asma classifica se como:
Extrínseca
Intrínseca.
A primeira é produzida por algógenos bem caracterizados ou são externas como: químicos,
pó, humidade enquanto a segunda é aquela na qual não se pode demostrar as possíveis
causas.
O processo pelo qual permite avaliar a medição das variações em relação a obstrução
bronquial denomina-se espirometria. Com a espirometria se podem obter volumes como a
capacidade vital que é o volume pico de ar que pode ser inalado ou exalado (expulso) pelo
pulmão e seus valores podem afectar, entre outras causas por enfermidades das vias aéreas
tanto restritivas como obstrutivas.
Na educação do paciente,
Controle ambiental e
Terapia farmacológica.
Faz-se necessário que o asmático realize cada uma dessas etapas, para que mantenha a
doença controlada e possa ter uma melhor qualidade de vida. Na primeira etapa, o paciente e
a família devem ser orientados sobre os principais conhecimentos relacionados à doença.
Depois disso, deve ser afastado dos factores desencadeantes, através do controle ambiental,
principalmente no lugar onde reside, fazendo sempre a limpeza adequada. Por fim, fazer uso
das medicações receitadas de forma correta (Smith & Macknight, 2002; SBPT, 2012).
O tratamento pode ser iniciado na sala de urgências caso se assegura uma observação
suficiente do paciente. A resposta estará indicada pelo alívio da disnea, a diminuição da
frequência respiratória e a retracção do esternocleidomastóideo.
Segundo Tubino (2010), esta prática pode assumir diferentes finalidades, dependendo do
espaço em que ocorre, sendo dividido em três manifestações diferentes: desporto-educação,
desporto-lazer e desporto-performance. Na escola, o desporto-educação deve ser priorizado,
pois sua prática tem o intuito de agregar valores educacionais aos alunos, como lealdade,
espirito de cooperação, responsabilidade, entre outros.
De acordo com Teixeira (2008) e ABRA (2017), com relação aos portadores de asma, a
prática de actividades físicas ou desportivas devem ser sempre incentivadas como factor de
auxílio no seu tratamento. No entanto, para que essas práticas ocorram, primeiramente a
doença deve estar controlada. Dessa forma, o asmático estará livre para participar da
modalidade desportiva que preferir.
De acordo com Couto (2013) e Arruda (2015), os exercícios moderados são capazes de
melhorar a função imunológica, já os exercícios de alta intensidade podem prejudicar esta
função temporariamente.
Segundo Lucas (2015), a natação é considerada o desporto mais indicado para os asmáticos,
pelo motivo de ser praticado em ambiente aquático. No entanto, a maioria das escolas não
possui condições para desenvolver a natação nas aulas de Educação Física. Nesse sentido, os
desportos que seriam mais indicados no âmbito escolar são o voleibol e a ginástica rítmica,
pois a ventilação pulmonar por minuto é menor e permitem intervalos regulares durante o seu
decorrer, possibilitando o descanso e fazendo com que o asmático tenha maior tolerância a
sua prática, diminuindo o risco de obstrução dos brônquios (Júnior et al 2009; Filho, 2017).
2.8. O papel do professor de educação física
Nesta perspectiva, haja em vista que o exercício físico e o desporto quando praticado de
maneira inadequada pode ocasionar o BIE, sua prática deve ser orientada por professores de
Educação Física (PEF) no ambiente escolar, pois os mesmos são, pelo menos em tese, aptos a
orientar e incentivar os alunos portadores de asma (Teixeira, 2008). Porém, em algumas
situações, os alunos são privados da prática desportiva nas aulas de Educação Física, por
causa da falta de conhecimento dos PEF e pais sobre a doença.
Para Soler (2009), os PEF devem possuir um olhar atencioso durante suas aulas, para, assim,
ter consciência acerca das necessidades e capacidades de cada aluno. Somente após esta
observação a planificação deve ser realizada em busca de incluir todas as diferenças. Essa
premissa é válida para todos os tipos de deficiências ou doenças, por isso, o professor deve
conhecê-las, tendo o compromisso ético-profissional, para possibilitar a participação de
todos.
Os PEF também devem conhecer o BIE, ou seja, sua incidência, mecanismo de ação e as
estratégias farmacológicas e não farmacológicas para sua prevenção. Isso sem dúvidas
possibilitará maior segurança tanto para o professor como para o aluno. Além disso, tal
conhecimento auxiliará o mesmo no momento da prescrição dos exercícios físicos e
desportivos, assim como nas possíveis adaptações que poderão ser necessárias para inclusão
dos alunos asmáticos.
Desse modo, os professores devem saber orientações quanto aos espaços adequados para a
prática desportiva, sem índices elevados de poeira, ácaros, fumaça, temperaturas muito
quentes ou frias, etc. De acordo com Pimentel, Costa e Brito (2013), se o aluno entrar em
uma crise de asma o PEF deve possuir conhecimentos sobre os procedimentos adequados
para agir neste caso.
2.9. Descrição de exercícios físicos e desportos aconselhados e não
aconselhados para asmáticos nas ulas de educação física.
Neste item, vamos nos centrar na proposta e aspectos relacionados com a prática de
exercícios, actividades físicas e desportivas aconselhadas e não aconselhadas por forma a
potenciar e melhorar o estado dos alunos que a padecem.
Como ponto de partida, é necessário que se realize de antemão uma anamnese para
determinar o grau de intensidade da asma assim como o estado físico dos alunos, o grau de
motivação a práctica desportiva entre outros aspectos segundo Serra (1996), de maneira que
se possa prescrever os exercícios mais aconselhados tendo em conta a realidade das nossas
infraestruturas desportivas.
Como se referiu anteriormente a natação é o desporto mas aconselhado para a sua práctica
por suas características e ambiente em que desenvolve algo que não é possível a sua prática
nas nossas escolas devido a inexistência de infraestruturas desportivas.
Os documentos diziam ainda que, são vários os desafios que o ministério enfrenta porque
nota-se um défice enorme com relação ao rácio professor (de educação física) e número de
alunos, isto porque estes (professores de educação física) trabalham acima da capacidade de
lotação daí a dificuldade que enfrentam no controlo e dinâmica da aula preferindo no entanto
por trabalhar apenas com os habilidosos e aparentemente totalmente sanos.
4.2. Questionário
O questionário foi aplicado aos professores de educação física das EPCs da vila sede de
Ulónguè como fizemos menção anteriormente. Foram num total de 7 questões que tem como
objetivo conhecer a opinião dos intervenientes da pesquisa acerca do conhecimento,
intervenção e procedimentos da asma bronquial nas actividades físicas e desportivas. Logo no
cabeçalho os inquiridos apresentam o seu perfil deforma detalhada. Dos 7 participantes, 2 são
mulheres o que representa a 28,6% com idades que variam entre os 21 a 38 anos e uma
variação do tempo de serviço entre 2 a 23 anos de experiência como professor e sem histórico
na área desportiva. Destes professores, alguns cursaram o ensino básico nos IFP’s onde
apresentam alguma noção em teoria e metodologia em educação física e desporto e outros se
estão superando na Universidade Católica de Moçambique (UCM) em licenciatura no curso
de educação física e outros cursos.
Tabela 1: Representação da população e amostra
Sim Não
Perguntas
N° % N° %
Sabe quais são os factores desencadeantes da asma? 2 28,6 5 74,4
Conhece os sintomas da asma? 4 57,1 3 42,9
Em caso de um ataque de asma de um aluno, sabe
1 14,3 6 85,3
como agir perante a situação?
Durante a sua formação académica teve algum
conhecimento que contribua a inclusão deste grupo de 7 100
alunos?
Como se pode observar na tabela número 2, os valores percentuais tendem mais para as
respostas negativas apesar dos professores de educação física serem formados e que não
cumprirem com o descrito e aprendido, 100% dos participantes reconhecem que tiveram
conhecimentos da inclusão de todos nas aulas de educação física sem distinção.
Segundo os dados apresentados na tabela 3, 74,6% dos professores de educação física nunca
se deram conta da existência de alunos asmáticos nas suas aulas de educação física isto
porque, no acto de inscrição dos alunos os encarregados de educação não apresentam
certificado médico destes, indicado esta condição ou outra de modo a que o professor tenha
conhecimento e que planifique e trabalhe com cautela.
Apenas 28,6% é que tem experiência com este tipo de situação por isso optaram por
responder que deve se trabalhar a uma intensidade leve por forma a não excitar o BIE.
CAPÍTULO V: DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
De forma a poder ser válido o presente estudo, descreve-se analisar à luz do enquadramento
teórico, os resultados obtidos na metodologia. Assim, de seguida elencam-se os resultados
sumários atingidos e a respectiva análise bibliográfica, confrontando as opiniões emitidas
pelos participantes em estudo com a bibliografia consultada. Finalmente, parece que os
objectivos inicialmente propostos neste estudo foram atingidos, se não vejamos:
Na óptica de Soler (2009), os PEF devem possuir um olhar atencioso durante suas aulas para
assim, ter consciência acerca das necessidades e capacidades de cada aluno. Somente após
esta observação a planificação deve ser realizada em busca de incluir todas as diferenças.
Essa premissa é válida para todos os tipos de deficiências ou doenças. Contrariamente a esta
posição, a desatenção destes faz com que 76,4% não saibam dizer se já tiveram experiência
com alunos asmáticos nas suas aulas.
De acordo com Couto (2013) e Arruda (2015), os exercícios moderados são capazes de
melhorar a função imunológica, já os exercícios de alta intensidade podem prejudicar esta
função temporariamente.
No entanto, dos participantes 57,1% corroboram com Júnior et al (2009) & Filho (2017)
considerando que o voleibol pode se adaptar para este grupo de alunos, pois a ventilação
pulmonar por minuto é menor e permitem intervalos regulares e apenas 14,3% sustenta-se na
afirmação de Lucas (2015) que diz que a natação é considerada o desporto mais indicado para
os asmáticos, pelo motivo de ser praticado em ambiente aquático.
Ora, Pimentel, Costa e Brito (2013) afirmam que, os PEF devem conhecer os sintomas da
asma (tosse, dispnéia, aperto no peito e chiado) mencionados anteriormente, para identificar
quando os alunos desencadearem o BIE. Entretanto, apesar de 57,1% dos participantes
assegurarem que conhecem os sintomas descritos, não conhecem os procedimentos de acção
e que o sintoma que mais reconhecem é a falta de ar que nalgum momento se podem
confundir com falta de condicionamento físico.
Ainda de acordo com Pimentel, Costa e Brito (2013), se o aluno entrar em uma crise de asma
o PEF deve possuir conhecimentos sobre os procedimentos adequados para agir neste caso.
Os professores devem saber orientações quanto aos espaços adequados para a prática
desportiva, sem índices elevados de poeira, ácaros, fumaça, temperaturas muito quentes ou
frias, etc.
Todavia, atendendo o pronunciamento do parágrafo anterior verifica-se que 85,3% diz não ter
conhecimento de como agir em caso de um ataque de asma durante a sua aula de educação
física colocando deste modo em risco a vida do aluno.
Logo, podemos claramente afirmar que ainda se verificam exclusões nas aulas principalmente
nas de educação física a causa da falta de conhecimento e experiência por parte do professor,
inexistência de infraestruturas e quiçá falta de motivação.
CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES E SUGESTÕES
CONCLUSÕES
Portanto, chegamos a concluir que a asma como uma doença que afecta as vias respiratórias
necessita de acompanhamento porque se não é levada a sério pode levar a morte caso a
intervenção e tratamento correcto não sejam realizados de imediato. Os sintomas comuns são
caracterizados pela falta de ar, cansaço, opressão torácica e em casos graves pode ser
acompanhada por uma parada respiratória.
No entanto, através dos instrumentos utilizados na investigação ficou claro que os professores
de educação física não cumprem com o estabelecido critério de educação inclusiva porque
não estão devidamente capacitados para lidar com asmáticos assim como realizar manobras
em caso de algum ataque durante a aula. Ademais, as nossas escolas não oferecem condições
específicas para que este grupo participe nas aulas já que não podem estar expostos a poeira e
a temperaturas extremadamente baixas tal como se fazem sentir na sede distrital de Angónia.
É evidente ainda que, a cada ano que passa a situação tende a agudizar-se não só a exclusão
dos asmáticos mas também a outros com outras condições de saúde até as raparigas grávidas.
Contudo, verifica-se igualmente a falta de preocupação por parte do sector de educação em
termos de condicionamento de infraestruturas, alocação de meios e profissionais daí a fraca
participação de alunos a educação física e como consequência a falta da massificação
desportiva.
SUGESTÕES
1. Que se sigam as recomendações prescritas nos programas de ensino e planos
analíticos sobre a inclusão de todos nas aulas de educação física independentemente
da sua condição.
Fiks, I. N. (2008). Asma no esporte: Não deixe a asma atrapalhar sua vida. São Paulo:
Claridade.
Júnior, A. S. O. et al. (2009). Asma. Blog: Asma e exercício físico. Disponível em: <http://
asmaeexerciciosfisicos.blogspot.com.br/2009/11/o-que-e-asma-asma-e-uma-doenca.html.>.
Acesso em: 01 jun. 2017.
Lucas, M.S.R. (2015). Os benefícios da natação para crianças com asma. TCC (Graduação)
- Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho.
Martins; I. C. S. & Gonçalves, A. (2016). Asma e exercício: ambiente seco versus aquático -
uma breve revisão. Revista Brasileira em Pesquisas de Ciências da Saúde (RPBeCS). v.3,
n.2, p.10-14,.
Mattos, M. G.; Júnior, A. J. R. & Blecher, S. (2008). Metodologia da pesquisa em educação
física: construindo sua monografia, artigos e projetos. (3ª ed). rev. e ampl. São Paulo: Phorte.
Pimentel, A. F.; Costa, E.A. de S. & Brito, L. F. de (2013). Asma e a educação física escolar.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Faculdade de Educação e Arte, Jacareí/SP.
Silva, A. G.; López, J. G. H. (2013). História del asma. Alergia, Asma e Inmunologia
Pediátricas. v.22, n.2, p.77-86.
Soler, R. (2009). Educação física inclusiva: em busca de uma escola plural. (2ª ed). Rio de
Janeiro: Sprint.
Teixeira, L. (2008). Atividade física adaptada e saúde: da teoria à prática. São Paulo: Phorte.