Você está na página 1de 6

1

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Implementação de


uma plataforma de inteligência estratégica baseada em inteligência artificial
MSc. Alessandra Bezerra de Melo

RESUMO

No período digital atual, a gestão pública enfrenta desafios complexos, impulsionando a


demanda por práticas operacionais e táticas modernizadas. Este artigo sugere a criação de uma
“plataforma de inteligência estratégica com base em inteligência artificial (IA)”, como uma
solução inovadora. O propósito fundamental desta plataforma é transformar os processos de
planejamento e gestão no setor público, aumentando a efetividade operacional, melhorando os
padrões de responsabilidade e aperfeiçoando o atendimento às demandas dos cidadãos. O
estudo se concentra na integração da inteligência artificial às estratégias governamentais, com
foco na transformação digital e no desenvolvimento de habilidades dinâmicas no gerenciamento
público. Essa pesquisa avalia como a inteligência artificial pode reformular a prática estratégica
no setor público, promovendo assim uma governança mais flexível e eficiente. Além de analisar
o impacto da IA no desenvolvimento de políticas, na formulação de decisões estratégicas e na
prestação de serviços públicos, são identificados incentivos e obstáculos à adoção da IA por
órgãos governamentais, com enfoque em questões éticas e regulamentações. A pesquisa ressalta
ainda a necessidade iminente de integração da gestão pública com os novos paradigmas
tecnológicos e destaca a importância da análise e interpretação dos dados. A plataforma
sugerida vai além do conceito de ferramentas tecnológicas e indica uma grande mudança na
utilização de dados no planejamento estratégico e nos processos de tomada de decisão.

Palavras-chave: Transformação Digital; Inteligência Artificial; Estratégia; Administração


Pública; Capacidades Dinâmicas.

1. INTRODUÇÃO
A era digital transformou a forma como as organizações operam e competem, trazendo
mudanças significativas nos processos de tomada de decisão estratégica. A IA oferece insights
valiosos, permitindo decisões mais assertivas e estratégias eficazes. (Hilb, 2020). Desta forma,
a transformação digital na administração pública emerge como um vetor crítico para a
modernização dos serviços governamentais e a melhoria da governança. A rápida evolução
tecnológica desafia as estruturas convencionais, exigindo uma adaptação ágil e inovadora nas
práticas operacionais e estratégicas do governo. Em um mundo cada vez mais impulsionado
por tecnologias disruptivas, a adoção de soluções baseadas em IA representa um avanço
significativo para a administração pública.
A inteligência artificial (IA) tem origem no trabalho do matemático britânico Alan
Turing, que desenvolveu uma máquina durante a Segunda Guerra Mundial capaz de decodificar
mensagens. No entanto, foi só na primeira década deste século que a IA conheceu um impulso
definitivo no seu desenvolvimento, graças a uma série de avanços tecnológicos. Entre esses
avanços estavam a evolução da internet e dos microprocessadores, as reduções no custo do
armazenamento em nuvem e o surgimento de novos algoritmos e outras inovações (Hariyanti
et al., 2023).
No Brasil, o uso dessas tecnologias ditas disruptivas ainda é baixo se comparado a outros
países, principalmente no setor público, mas alguns sistemas já estão implementados em
2

algumas instituições, como o Tribunal de Contas e até mesmo o Supremo Tribunal Federal.
(Desordi & Bona, 2020).
Enquanto a IA se torna mais complexa e menos previsível, a maioria dos governos
enfrenta um entendimento limitado das implicações trazidas pelo uso da IA no governo para a
governança pública. Este conhecimento limitado representa uma barreira crítica para o
desenvolvimento, pois muitos governos lutam com os desafios sociais, econômicos, políticos e
éticos associados (Zuiderwijk et al., 2021).
A integração de IA no contexto governamental promete não apenas aprimorar a eficácia
e eficiência dos serviços prestados aos cidadãos, mas também permite uma gestão de dados
mais robusta e insights estratégicos para a formulação de políticas públicas (Hariyanti et al.,
2023). Esta transição para plataformas digitais inteligentes enfrenta, contudo, desafios
consideráveis, que vão desde questões técnicas e de infraestrutura, até preocupações éticas e de
privacidade (Charles et al., 2022).
Embora a maioria dos avanços na tecnologia de IA tenham sido impulsionados por
invenções no setor privado, um progresso modesto foi feito na área de sistemas de gestão do
setor público apoiados pela IA (Wirtz & Müller, 2019). A modernização dos sistemas de
administração pública é, portanto, importante para melhorar a eficiência, a transparência e a
capacidade de resposta. Conforme proposto neste artigo, a adoção de novas tecnologias,
particularmente a inteligência artificial (IA), é uma solução promissora para superar estes
desafios.
Destaca-se também, que a implementação de plataformas de IA na administração
pública não é apenas uma questão tecnológica, mas também um desafio de liderança e gestão
de mudanças. (Frick et al., 2021) investigam como a capacidade de liderança pode reduzir a
resistência e contribuir para a implementação da IA em empresas, um insight relevante para as
instituições públicas ao abraçarem tecnologias disruptivas como a IA.
A literatura acadêmica atual demonstra um crescimento significativo no interesse na
investigação de aplicações de inteligência artificial (IA) no setor público. Embora os governos
tenham tomado várias iniciativas para explorar as capacidades potenciais da inteligência
artificial, ainda existem lacunas significativas na investigação empírica nesta área. Além disso,
a literatura também sugere que é necessária mais investigação empírica sobre o impacto da IA
na tomada de decisões governamentais, enfatizando a necessidade de investigação em países
em desenvolvimento onde os quadros de governança podem exigir um trabalho significativo
(Charles et al., 2022). A investigação atual sobre o impacto da utilização da IA na governança
pública baseia-se principalmente em estudos de práticas e implementação do setor privado
aplicadas em contextos do setor público, muitas vezes com supervisão limitada. Isso oferece
oportunidades para pesquisas orientadas para a prática no campo da governança pública
(Zuiderwijk et al., 2021).
Neste cenário, a administração pública se depara com a necessidade urgente de adaptar
suas estratégias e operações para incorporar as potencialidades oferecidas pela IA (Keding,
2021). A implementação de uma plataforma de inteligência estratégica baseada em IA pode ser
vista como uma resposta a essa necessidade, proporcionando um mecanismo para melhorar a
tomada de decisões, personalizar serviços e otimizar recursos. Contudo, este processo não é
isento de complexidades, envolvendo a reestruturação de sistemas legados, a capacitação de
recursos humanos e a criação de um ecossistema digital seguro e confiável.
Além disso, a implementação efetiva de tal plataforma requer uma compreensão
profunda dos contextos operacionais e regulatórios específicos do setor público, bem como uma
abordagem colaborativa e participativa que envolva diferentes stakeholders, incluindo
cidadãos, para garantir transparência e confiança no uso da IA em ambientes governamentais.
Assim, a justificativa para este projeto se baseia na busca por uma administração pública mais
3

responsiva, transparente e eficiente, que possa reagir de maneira adaptativa aos desafios
contemporâneos.
Em face aos desafios burocráticos e da busca por gestão mais dinâmica, inerentes do
setor público, esta proposta se concentra na aplicação de automação avançada e análise
preditiva viabilizadas pela IA. Isso possibilita a remodelagem dos processos burocráticos e a
conversão de grandes quantidades de dados em percepções práticas, otimizando recursos e
fomentando uma governança mais eficiente (Newman et al., 2022).
Adicionalmente, este estudo orienta que a implementação bem-sucedida desta
plataforma requer o desenvolvimento de capacidades dinâmicas dentro da administração
pública para se adaptar rapidamente às mudanças tecnológicas e aos desafios emergentes. Para
atingir este objetivo, os governos precisam de utilizar as capacidades e competências em
matéria de dados como componentes estratégicos dos seus esforços para modernizar os serviços
no setor público (Mittal, 2020).
Os processos de decisão orientados pela IA permitem que organizações respondam de
forma mais dinâmica a ambientes em mudança, fornecendo análises de dados em tempo real e
insights que informam ajustes estratégicos. Isso pode ajudar as organizações a serem mais ágeis
e adaptáveis, melhorando sua capacidade de navegar em condições de mercado complexas e
em evolução (Hariyanti et al., 2023). Assim, através das capacidades dinâmicas, pode-se
impulsionar o alinhamento digital, levando-se em conta a tecnologia em combinação com as
habilidades organizacionais e funcionais da instituição, permitindo a análise de mudanças no
comportamento e na alocação de recursos (Canhoto et al., 2021). Portanto, este artigo não só
propõe uma solução tecnológica inovadora, mas também enfoca a necessidade de uma mudança
de paradigma na forma como o planejamento estratégico e a tomada de decisões da
administração pública são conduzidos na era digital.
(Hariyanti et al., 2023) enfatiza que os desafios na incorporação de IA na tomada de
decisões estratégicas incluem preocupações éticas, segurança de dados e questões de
implementação. Havendo, portanto, uma necessidade de mais pesquisas empíricas sobre o
impacto real da tomada de decisões orientada pela IA no desempenho organizacional e nos
resultados estratégicos
Em nossa análise, é essencial considerar os desafios e oportunidades trazidos pela IA no
setor público. Isso inclui questões de privacidade, confidencialidade, transparência, inclusão,
segurança e integridade, bem como o uso eficaz de dados e tecnologia. Além disso, é vital
abordar a necessidade de talento humano e a importância da confiança e legitimidade no uso da
IA. A governança dessas tecnologias requer a definição clara de objetivos, regulamentação de
seu funcionamento e verificação dos resultados.
Num mundo cada vez mais orientado por dados, a capacidade de analisar e interpretar
informações rapidamente se torna crucial. A administração pública deve se adaptar a esses
novos paradigmas tecnológicos, abraçando as capacidades dinâmicas e a ambidestria
organizacional oferecidas pela IA. No contexto desta transformação, propomos o
desenvolvimento de uma "Plataforma de Inteligência Estratégica baseada em IA", concebida
para atender às necessidades únicas da administração pública. Esta inovadora plataforma tem o
potencial de transformar o cenário burocrático governamental, convertendo grandes volumes
de dados em insights práticos e acionáveis.
A plataforma proporcionará aos gestores uma visão abrangente e estratégica das
operações organizacionais, permitindo a identificar as oportunidades de aprimoramento e a
redução de desperdícios em diversas áreas. Essa eficiência é alcançada por meio da
incorporação de inteligência artificial, modelagem matemática e advanced analytics 1, que
permitem uma análise detalhada considerando variáveis múltiplas, restrições, regras de negócio

1
Exame autônomo ou semiautônomo de dados ou conteúdo usando técnicas e ferramentas sofisticadas, normalmente além daquelas da
inteligência de negócios (BI) tradicional, para descobrir insights mais profundos, fazer previsões ou gerar recomendações.
4

e objetivos específicos de cada instituição. Este sistema aprimora significativamente a tomada


de decisões dos gestores, levando a resultados superiores e a um planejamento mais integrado
e alinhado com os princípios orçamentários. Adicionalmente, com o avanço do machine
learning 2, a plataforma realizará previsões de demanda com alta precisão, levando em conta
uma gama de variáveis, incluindo dados de mercado, sazonalidade e aspectos humanos. Essas
capacidades ampliam os benefícios para as organizações, como uma gestão eficiente de
recursos, otimização dos níveis de serviço, minimização de erros e interrupções no atendimento,
e melhor satisfação do cidadão.
Para desenvolver tal plataforma de IA para a administração pública, a pesquisa foi
conduzida da seguinte forma: Primeiramente, conceitos, cenários e procedimentos relacionados
à implementação de IA foram identificados na literatura, classificados de acordo com seu
escopo e profundidade, e agrupados de acordo com perspectivas. Posteriormente, são estudados
os motores mais importantes para a aplicação da inteligência artificial, nomeadamente os
benefícios e os riscos decorrentes da utilização da inteligência artificial nas práticas da
Administração Pública. Estas regras básicas para o funcionamento da IA são os pilares do
desenvolvimento da plataforma de inteligência estratégica. Posteriormente, são resumidos os
principais insights resultantes de nossa pesquisa e realizada a análise nosso modelo.

2. ARQUITETURA PROPOSTA
A arquitetura da plataforma proposta é dividida em camadas, que acompanham o ciclo
de vida do serviço, desde a solicitação até a entrega. É projetada para atender aos requisitos
específicos da administração pública, incluindo transparência, responsabilidade e conformidade
regulatória. Além disso, aborda-se a ética e eficácia na implementação da IA, com ênfase na
proteção da privacidade e integridade dos dados.
A implementação desta plataforma de IA é vista como um marco na transformação
digital do setor público, não apenas aprimorando a eficiência operacional e os serviços
prestados, mas também incentivando uma cultura de inovação e adaptação contínua. Detalhes
sobre os aspectos técnicos, éticos e práticos da criação e implementação da plataforma foram
explorados, delineando um caminho para o futuro da governança digital.

A plataforma é composta por quatro camadas, a saber:


a. Camada de aprendizagem: camada responsável pela personalização baseada em
aprendizado de máquina.
b. Camada de ontologia: Esta camada é responsável por integrar e alinhar os dados para
fornecer uma visão unificada e coerente de forma que as máquinas possam processar
automaticamente.
c. Camada de composição: A camada de composição é o componente central da arquitetura
proposta que fornece as funcionalidades necessárias, como descoberta, composição e
execução de serviços. É composto por um conjunto de agentes inteligentes capazes de
interagir e cooperar de forma a construir automaticamente um plano de composição.
d. Camada de comunicação: é a interface do usuário que gerencia a interação entre o
usuário e o sistema.

A plataforma proposta desempenha um papel crucial ao guiar o cidadão por todas as


etapas do planejamento estratégico de uma instituição. Ela simplifica a complexidade, a
regulamentação e as características específicas desse processo. Essencialmente baseada em uma

2
Subconjunto da inteligência artificial (IA) que se concentra na construção de sistemas que aprendem, ou melhoram o desempenho, com base
nos dados que consomem.
5

arquitetura de agentes e ontologias inteligentes, a plataforma inclui um middleware 3 composto


por ontologias e camadas de composição. Esse arranjo proporciona mecanismos eficientes para
oferecer serviços personalizados a cada instituição.
Diante de solicitações que podem ser informais, incompletas ou ambíguas, os agentes
inteligentes da plataforma mergulham nos dispositivos internos de planejamento, no repositório
do governo eletrônico e em outras informações fornecidas pelo cidadão ou acessadas através
do Portal da Transparência. O resultado é a sugestão de um framework adaptável, que orienta a
implementação e o acompanhamento do planejamento estratégico. Essa abordagem é moldada
para atender às necessidades e percepções específicas de cada instituição, resultando em um
aumento da eficiência em termos de custos e produtividade. Além disso, facilita o
monitoramento das ações de planejamento e promove uma transparência ativa.

3. CONCLUSÃO
A transformação digital na administração pública é um fenômeno complexo
caracterizado pela incorporação de tecnologias de ponta que têm um impacto profundo nas
estruturas e operações organizacionais. A implementação de um algoritmo de IA na prestação
de serviços públicos, requer o envolvimento com o ambiente institucional e cultural,
provocando transformações que não são fáceis de prever e controlar (Bracci, 2023).
Esta evolução traz consigo uma série de desafios e oportunidades que exigem adaptação
e inovação constantes. Entretanto, a administração pública brasileira ainda conduz suas
atividades de forma burocrática e não consegue acompanhar o ritmo das mudanças sociais
contemporâneas.
Diante desta situação, é responsabilidade dos gestores públicos buscar mecanismos
alternativos para prestar serviços públicos de forma eficaz, transparente e, acima de tudo,
eficiente para restaurar a credibilidade do setor público entre os cidadãos.
Neste panorama, a incorporação de uma Plataforma de Inteligência Estratégica, apoiada
pela Inteligência Artificial (IA), no âmbito da gestão pública, representa um marco importante
para a modernização e eficácia governamental. Este estudo atende à demanda crescente por
avanços digitais no segmento público, empregando métodos inovadores e estratégias funcionais
na gestão de dados e tecnologias de ponta. Abrange, em sua composição, os desafios específicos
encontrados pela gestão pública, incluindo a necessidade de clareza, responsabilização e
aderência às normas regulamentares.
A inserção da IA tem propiciado uma tomada de decisão mais ágil e fundamentada,
elevando a qualidade dos serviços públicos e fortalecendo o vínculo entre o governo e a
sociedade. Os achados sugerem que uma integração efetiva da IA nas estratégias
governamentais demanda o desenvolvimento de Capacidades Dinâmicas, que facilitam a
adaptação às rápidas mudanças tecnológicas e aos desafios emergentes. No entanto, é
imprescindível reconhecer que o processo de transformação digital é um percurso contínuo, que
exige um compromisso permanente com a inovação, aprendizado e adaptação. Este trabalho
contribui para a literatura sobre transformação digital no governo, oferecendo diretrizes práticas
valiosas para administradores públicos na era da Inteligência Artificial.

3
Tipo de software que atua como uma camada intermediária entre diferentes sistemas ou componentes de software, facilitando a comunicação
e o gerenciamento de dados entre eles, permitindo que diferentes aplicações, muitas vezes executadas em diferentes plataformas ou redes, se
comuniquem e interajam de forma eficiente.
6

REFERÊNCIAS

Bracci, E. (2023). The loopholes of algorithmic public services: an “intelligent” accountability


research agenda. Accounting, Auditing and Accountability Journal, 36(2), 739–763.
https://doi.org/10.1108/AAAJ-06-2022-5856
Canhoto, A. I., Quinton, S., Pera, R., Molinillo, S., & Simkin, L. (2021). Digital strategy
aligning in SMEs: A dynamic capabilities perspective. Journal of Strategic Information
Systems, 30(3). https://doi.org/10.1016/j.jsis.2021.101682
Charles, V., Rana, N. P., & Carter, L. (2022). Artificial Intelligence for data-driven decision-
making and governance in public affairs. Em Government Information Quarterly (Vol. 39,
Número 4). Elsevier Ltd. https://doi.org/10.1016/j.giq.2022.101742
Desordi, D., & Bona, C. Della. (2020). A inteligência artificial e a eficiência na administração
pública. Revista de Direito, 12(02), 01–22. https://doi.org/10.32361/202012029112
Frick, N. R. J., Mirbabaie, M., Stieglitz, S., & Salomon, J. (2021). Maneuvering through the
stormy seas of digital transformation: the impact of empowering leadership on the AI
readiness of enterprises. Journal of Decision Systems, 30(2–3), 235–258.
https://doi.org/10.1080/12460125.2020.1870065
Hariyanti, E., Janeswari, M. B., Moningka, M. M., Aziz, F. M., Putri, A. R., Hapsari, O. S.,
Sutha, N. A. A. D., Sinaga, Y. A. A., & Bendesa, M. P. (2023). Implementations of
Artificial Intelligence in Various Domains of IT Governance: A Systematic Literature
Review. Journal of Information Systems Engineering and Business Intelligence, 9(2), 305–
319. https://doi.org/10.20473/jisebi.9.2.305-319
Hilb, M. (2020). Toward artificial governance? The role of artificial intelligence in shaping the
future of corporate governance. Journal of Management and Governance, 24(4), 851–870.
https://doi.org/10.1007/s10997-020-09519-9
Keding, C. (2021). Understanding the interplay of artificial intelligence and strategic
management: four decades of research in review. Management Review Quarterly, 71(1),
91–134. https://doi.org/10.1007/s11301-020-00181-x
Mittal, P. (2020, outubro 26). Impact of Digital Capabilities and Technology Skills on
Effectiveness of Government in Public Services. 2020 International Conference on Data
Analytics for Business and Industry: Way Towards a Sustainable Economy, ICDABI 2020.
https://doi.org/10.1109/ICDABI51230.2020.9325647
Newman, J., Mintrom, M., & O’Neill, D. (2022). Digital technologies, artificial intelligence,
and bureaucratic transformation. Futures, 136.
https://doi.org/10.1016/j.futures.2021.102886
Wirtz, B. W., & Müller, W. M. (2019). An integrated artificial intelligence framework for public
management. Public Management Review, 21(7), 1076–1100.
https://doi.org/10.1080/14719037.2018.1549268
Zuiderwijk, A., Chen, Y. C., & Salem, F. (2021). Implications of the use of artificial intelligence in
public governance: A systematic literature review and a research agenda. Government
Information Quarterly, 38(3). https://doi.org/10.1016/j.giq.2021.101577

Você também pode gostar