Você está na página 1de 16

9

1 INTRODUÇÃO

A contemporaneidade empresarial é caracterizada por uma dinâmica acelerada e por


uma profunda dependência de recursos informacionais para a consecução de metas e o
estabelecimento de diferenciais competitivos. A informação, antes vista apenas como um
insumo, evoluiu para um patamar em que é reconhecida como um ativo estratégico permeando
todos os aspectos operacionais e decisórios das organizações. A habilidade de adquirir,
processar e utilizar eficientemente a informação tornou-se um critério fundamental para o
sucesso nos mercados globais e a construção de vantagens competitivas sustentáveis.
Nesse cenário, a Tecnologia da Informação (TI) emerge como um catalisador
essencial, capacitando as empresas a gerenciar, otimizar e potencializar o uso da informação
em suas operações diárias. Por meio dos Sistemas de Informação (SIs), a TI se torna uma
ferramenta poderosa, promovendo a integração e a fluidez no fluxo de informações entre os
diversos setores organizacionais. A capacidade de uma empresa em explorar eficazmente a
interseção entre informação, TI e processos de negócios se torna um diferencial estratégico
determinante.
O presente estudo se propõe a uma análise aprofundada dessa interseção estratégica,
buscando compreender como a TI, através dos SIs, pode não apenas potencializar a eficiência
interna, mas também conferir uma vantagem competitiva tangível no mercado. A exploração
dos benefícios da TI nas empresas, como suporte à tomada de decisão, controle de produção,
gestão da qualidade e administração eficaz da informação, visa evidenciar como esses
elementos convergem para criar um ambiente propício ao diferencial competitivo.
Ademais, este estudo se propõe a analisar empiricamente as mudanças no ambiente
interno de uma organização que adotou um sistema integrado de TI, destacando os impactos
positivos decorrentes desse investimento estratégico. Ao examinar como a adoção dessas
tecnologias transforma processos internos, promove eficiência operacional e contribui para a
obtenção de resultados organizacionais mais eficazes, pretende-se fornecer insights valiosos
para gestores, profissionais de TI e pesquisadores interessados na compreensão das dinâmicas
atuais de TI e vantagem competitiva.
Dessa forma, ao longo deste trabalho, serão apresentados argumentos, análises e
evidências que ressaltam a relevância estratégica da TI na gestão da informação e como esse
binômio pode ser um propulsor fundamental para a competitividade e o sucesso organizacional
em um cenário empresarial em constante evolução.
10

2 DESENVOLVIMENTO

A convergência entre Tecnologia da Informação (TI) e Automação Industrial


representa um marco significativo na atual Revolução Industrial, impulsionando avanços
notáveis com a incorporação da Inteligência Artificial (IA). Esse casamento entre TI e
automação redefine a maneira como as indústrias operam, otimizando processos, aumentando
a eficiência e promovendo inovações substanciais.
A Tecnologia da Informação desempenha um papel crucial ao fornecer as ferramentas
necessárias para coletar, processar e analisar grandes volumes de dados gerados em ambientes
industriais. Sistemas de sensores, redes de comunicação avançadas e dispositivos conectados
formam uma infraestrutura robusta que alimenta a base da automação industrial. Essa
interconectividade cria uma rede de informações em tempo real, possibilitando uma visão
abrangente e instantânea do ambiente produtivo.
Nesse contexto, a Inteligência Artificial emerge como um elemento transformador.
Algoritmos avançados de aprendizado de máquina e técnicas de processamento de linguagem
natural capacitam sistemas a compreender, aprender e tomar decisões de forma autônoma. Na
automação industrial, a IA é aplicada em diversas frentes, desde o monitoramento e controle de
processos até a otimização de cadeias de suprimentos e manutenção preditiva.
Um dos benefícios mais notáveis da Inteligência Artificial na automação industrial é a
capacidade de prever falhas em equipamentos antes mesmo que ocorram. Sistemas de IA podem
analisar padrões de dados históricos para identificar tendências e indicativos de possíveis
problemas, permitindo intervenções proativas. Isso não apenas reduz os custos associados a
paradas não programadas, mas também aumenta a vida útil dos equipamentos.
Além disso, a TI habilita a integração de sistemas ciberfísicos, nos quais a combinação
de elementos físicos (máquinas, sensores) e virtuais (softwares, algoritmos) cria ambientes
altamente adaptativos e responsivos. A comunicação entre máquinas, conhecida como Internet
das Coisas Industrial (IIoT), é uma faceta vital desse cenário, proporcionando uma interação
eficiente e colaborativa entre os diversos componentes de uma planta industrial.
Contudo, a ascensão da Inteligência Artificial na automação industrial também levanta
considerações éticas e desafios. Questões relacionadas à segurança cibernética, privacidade dos
dados e o impacto nas dinâmicas de emprego exigem uma abordagem cuidadosa e
regulamentações adequadas.
Em síntese, a fusão entre Tecnologia da Informação e automação industrial,
impulsionada pela Inteligência Artificial, está moldando profundamente a paisagem da
11

produção moderna. À medida que avançamos nesta Revolução Industrial, a capacidade de


integrar dados em tempo real, aprender com algoritmos inteligentes e adotar práticas autônomas
está se tornando não apenas uma vantagem competitiva, mas uma necessidade para as indústrias
que buscam se manter na vanguarda da inovação e eficiência.

2.1 Introdução a automação industrial

A Inteligência Artificial (IA) emerge como uma força transformadora no cenário


tecnológico global, permeando diversas esferas da sociedade e redefinindo paradigmas em
setores que vão desde assistentes virtuais em dispositivos móveis até cirurgias complexas
conduzidas por robôs especializados. Sua influência não se limita à otimização de processos,
mas estende-se ao tecido socioeconômico, impactando as relações humanas e estruturas sociais.
Este estudo busca explorar a interseção entre a IA e as dinâmicas geopolíticas nos países
membros dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), analisando como essas
nações posicionam-se na competição global pela inovação em IA e como tal competição molda
o panorama internacional na era da quarta revolução industrial.
O presente trabalho inicia delineando os fundamentos da IA, destacando sua natureza
como uma tecnologia catalisadora que impulsiona o progresso em diversos setores. A definição
de IA é exposta a partir de uma missão parlamentar na França, onde especialistas delinearam a
ciência por trás da construção de programas de computadores capazes de realizar tarefas que
demandariam inteligência humana. No entanto, ressalta-se a distância existente entre as
capacidades atuais da IA e a possibilidade de igualar ou superar plenamente as habilidades
humanas, conforme indicado pelo relatório da Villani Mission (VILLANI, 2018).
Além disso, examina-se o impacto da IA na sociedade, especialmente no contexto do
colonialismo de dados, uma hipótese abordada por Cassino (2021) e Silveira (2021). Esta
perspectiva sugere que a IA, ao quantificar abstratamente métodos computacionais, pode
perpetuar práticas predatórias semelhantes ao colonialismo histórico, incorporando a vida
humana à infraestrutura de conexões informacionais.
A dependência de países em desenvolvimento em relação aos centros tecnológicos
também é discutida, explorando como o uso de tecnologias de IA pode implicar na submissão
a interesses econômicos, comerciais e geopolíticos de potências globais. Este trabalho ainda
analisa a posição sistêmica dessas nações, à luz de teorias de ciclos de longa duração, como as
propostas por Arrighi (1998), Modelski (1986) e Wallerstein (1984), que destacam a
12

importância do Estado na condução estratégica para o desenvolvimento tecnológico e na


redução da dependência estrutural.
A seção subsequente aborda especificamente a situação da IA nos BRICS, utilizando
indicadores como o registro de patentes como uma medida do desenvolvimento tecnológico.
Ao explorar o panorama dessas nações no contexto da IA, este estudo visa oferecer uma
compreensão mais aprofundada das dinâmicas geopolíticas que moldam a competição pela
inovação e as implicações para o sistema internacional na era da quarta revolução industrial.
A automação industrial representa o emprego de sistemas de controle, como
computadores ou robôs, e tecnologias de informação para gerenciar diversos processos e
maquinários na indústria, visando a substituição do trabalho humano. Esta prática representa
um avanço além da mecanização no contexto da industrialização (SABBAG, 2009).
Automação refere-se à tecnologia pela qual um processo ou procedimento é realizado
sem intervenção humana, utilizando sistemas de controle para operar equipamentos, processos
industriais, redes telefônicas, veículos e outras aplicações com intervenção mínima ou reduzida
de seres humanos (CASSILLO, 2013). Desde simples controles on-off até algoritmos
avançados multivariáveis, a automação abrange uma ampla gama de aplicações, variando em
complexidade (KARDEC, 2013).
Em um sistema de controle automático básico, um controlador compara a medição
de um processo com um valor desejado, processa o erro resultante e ajusta alguma entrada no
processo para mantê-lo no valor desejado, caracterizando um controle de malha fechada com
feedback negativo (SANCHEZ, 2009). A base matemática da teoria do controle, iniciada no
século XVIII e avançada no século XX, contribuiu para o desenvolvimento desses sistemas.
A automação tem sido alcançada por meio de dispositivos mecânicos, hidráulicos,
pneumáticos, elétricos, eletrônicos e computadores, muitas vezes em combinação. As
vantagens incluem economia de mão de obra, custos de eletricidade e materiais reduzidos, além
de melhorias na qualidade, precisão e exatidão (SABBAG, 2009).

2.2 Iniciação de um sistema de retrofit

A implementação de um sistema de retrofit compreende a execução de atividades


específicas que estabelecem a base para todo o ciclo do processo (SABBAG, 2009). O início
desse ciclo demanda a definição clara de um termo de abertura, contendo informações cruciais
para a estruturação e gerenciamento ao longo do projeto (CASILLO, 2018). Elementos como
13

orçamento previsto, cronograma de execução, participantes envolvidos e resultados esperados


são essenciais nesse documento.
A comunicação eficaz e a autorização da execução do processo são facilitadas pelo
termo de abertura, desempenhando um papel crucial no início do ciclo (YAMAGUCHI, 2013).
A formação de uma equipe multidisciplinar é destacada como crucial, especialmente para
sistemas complexos como o retrofit (OLIVEIRA, 2004).
A definição dos requisitos do sistema envolve identificar cuidadosamente as
necessidades do processo produtivo (SABBAG, 2009). A racionalização financeira é essencial,
escolhendo aspectos fundamentais para viabilizar o processo (CASILLO, 2018). O objetivo a
ser alcançado deve ser claramente definido, considerando aspectos técnicos, normas,
legislações e análise de viabilidade econômica (YAMAGUCHI, 2013).
Após a definição dos requisitos, é crucial desenvolver um plano de trabalho formal
(YAMAGUCHI, 2013). Esse plano, dividido em requisitos do sistema, aspectos financeiros,
atendimento às normas e solução técnica, deve conter todas as informações relevantes
(CASILLO, 2018). Detalhar cada item é vital para evitar alterações no escopo que possam
impactar o orçamento e o cronograma do projeto (OLIVEIRA, 2004).
A formalização do escopo de trabalho envolve identificar atividades principais e
registrar as decisões que fundamentam suas escolhas (SABBAG, 2009). A matriz GUT é
empregada para determinar as atividades que comporão o escopo do processo, considerando a
gravidade, urgência e tendência dos problemas (CASILLO, 2018).
Ao explorar a automação industrial, a fase inicial de um processo de retrofit é essencial
(SABBAG, 2009). O desenvolvimento do termo de abertura, conforme enfatizado por
Yamaguchi (2013), emerge como um ponto crítico para a comunicação eficaz e a autorização
do processo. A formação de uma equipe multidisciplinar, como destacado por Oliveira (2004),
é crucial, especialmente para sistemas complexos, como o retrofit.
Definir os requisitos do sistema, segundo Casillo (2018), envolve a identificação
cuidadosa das necessidades do processo produtivo. A racionalização financeira, ressaltada por
Casillo, destaca a importância de escolher aspectos fundamentais para viabilizar o processo. O
plano de trabalho, conforme Yamaguchi (2013), precisa ser minucioso, evitando alterações no
escopo que possam afetar o orçamento e o cronograma.
A matriz GUT, discutida por Casillo (2018), revela a importância de considerar a
gravidade, urgência e tendência dos problemas analisados. Em equipamentos estratégicos,
mesmo com menor pontuação, a parada pode ter consequências catastróficas, como alertado
14

por Barrientos (2004). Após definir um escopo claro, o atendimento às normas e segurança é
analisado, conforme indicado por Casillo (2018).
A automação industrial, ao aumentar a produtividade, conforme apontado por Kardec
(2005), é estratégica. O cálculo do custo-benefício, segundo Barrientos (2004), é essencial ao
considerar a automação para determinado equipamento. A automação, ao melhorar operações,
elimina erros humanos, garantindo precisão, destaca Barrientos (2004). Além dos benefícios
operacionais, a automação melhora a segurança, conforme Casillo (2018), com estruturas de
segurança evitando acidentes.
Vantagens competitivas, como a adoção de tecnologias avançadas, conferem posição
privilegiada, conforme Sanchez (1989). O monitoramento remoto, com controle remoto, é uma
característica distintiva da automação no século XXI. Ao concluir, a análise abrangente da
automação industrial revela sua contribuição para a qualidade do sistema. A fusão de técnicas,
como o Retrofit, destaca a versatilidade da automação na atualização de equipamentos, sendo
crucial para a modernização e melhoria contínua dos sistemas industriais.

2.3 Técnica de retrofit


No contexto da melhoria contínua de equipamentos e processos, o Retrofit destaca-se
como uma técnica comumente aplicada em motores elétricos, visando aprimorar equipamentos
industriais por meio de sua atualização. Muitas vezes, essa abordagem revela-se
economicamente mais viável do que a aquisição de novos equipamentos (CASILLO, 2018).
A aplicação das técnicas de retrofit, como mencionado por Sabbag (2009), pode
resultar em diversas melhorias para os sistemas industriais. Gaddis, citado por Sabbag, define
um sistema de melhoria por retrofit como uma unidade organizacional dedicada a alcançar
metas específicas, como o desenvolvimento bem-sucedido de um produto no prazo, dentro do
orçamento e de acordo com as especificações de desempenho predefinidas.
Considerando a escassez crescente de recursos nas organizações, a definição assertiva
do escopo do sistema de retrofit torna-se crucial para a estratégia empresarial. A análise de
ferramentas que auxiliam na priorização de atividades é fundamental para o sucesso da
execução (OLIVEIRA, 2004).
Além da revisão de literatura, a análise de materiais de especialistas em projetos
industriais contribui para compreender aspectos práticos da reforma e atualização de máquinas.
Essas informações são essenciais para esclarecer critérios de escolha, que podem ser objetivos
ou subjetivos, influenciando a priorização das ações (CASILLO, 2018).
15

O gerenciamento do escopo do sistema de melhoria, segundo Yamaguchi (2013),


abrange os processos necessários para garantir que inclua todo o trabalho necessário para o
sucesso. A definição precisa do escopo começa com uma equipe multidisciplinar preparada
para desenvolver as ações de melhoria, sendo responsável por todas as fases do processo
(BARRIENTOS, 2004).
A elaboração de um plano escrito é crucial para guiar as decisões ao longo do
desenvolvimento do projeto. Durante esse processo, são determinadas as premissas do projeto
que justificam as ações realizadas (OLIVEIRA, 2004).
A definição do escopo, de acordo com Yamaguchi (2013), envolve subdividir o
sistema em atividades menores para facilitar o gerenciamento. É importante basear todos os
estudos nos resultados esperados, considerando a necessidade de ajustar o escopo para evitar
excessos ou ausências de atividades.
A verificação do escopo previamente definido reúne a equipe multidisciplinar e os
stakeholders para avaliar se as considerações e premissas estão alinhadas com as expectativas.
Mudanças justificáveis são realizadas para garantir o bom andamento do projeto (CASILLO,
2018).
Apesar dos cuidados, imprevistos podem exigir mudanças no escopo original,
tornando essencial o controle de mudanças, conforme descrito por Yamaguchi (2013). Esse
controle é fundamental para evitar atrasos e aumentos significativos nos custos do projeto.
O plano de investimentos anual, revisado pela empresa, visa atender ao triênio e
considera as demandas de diversos departamentos. As solicitações de projetos podem originar-
se em diversos setores da empresa, buscando garantir a qualidade de novos produtos ou
melhorar a eficiência dos processos (CASILLO, 2018).
As fases subsequentes determinam a formação abrangente do escopo do sistema de
retrofit, aplicável a sistemas dessa natureza.
A execução de atividades específicas, como o desenvolvimento do termo de abertura
do sistema de melhoria, marca o início do ciclo do retrofit. Esse termo contém informações
cruciais do projeto, como orçamento, cronograma, pessoas envolvidas e resultados esperados,
comunicando oficialmente a existência e autorizando a execução do projeto (CASILLO, 2018).
A formação da equipe multidisciplinar, com atribuições específicas, é crucial nessa
fase. Essa equipe será responsável por todas as fases do processo até a entrega final
(BARRIENTOS, 2004).
O processo de melhoria é tratado como um produto a ser entregue, seja físico ou um
serviço. A definição do escopo começa pela elaboração de um elenco com todas as necessidades
16

do processo produtivo. A escolha criteriosa dos aspectos fundamentais é essencial para a


viabilização do processo (CASILLO, 2018).
Segundo Yamaguchi (2013), é necessário definir claramente o objetivo a ser
alcançado. O estudo detalhado dos requisitos técnicos, conformidade com normas e legislações,
e análise de viabilidade econômica são fundamentais nessa etapa.
Uma vez definidos os requisitos, elabora-se o plano de trabalho, um documento formal
que descreve aspectos importantes do processo. A atenção detalhada a requisitos do sistema,
aspectos financeiros, atendimento a normas e solução técnica é crucial para evitar alterações no
escopo durante o desenvolvimento (OLIVEIRA, 2004).
A formalização do escopo de trabalho envolve atividades como levantar as principais
atividades, registrar decisões importantes e utilizar ferramentas como a matriz GUT para
priorização. Essa matriz, baseada em critérios de Gravidade, Urgência e Tendência, quantifica
e estabelece prioridades para as subfases do projeto (CASILLO, 2018).
Em síntese, a técnica de retrofit, com sua abordagem estruturada e métodos de
priorização, emerge como uma valiosa estratégia para a melhoria contínua em sistemas
industriais. No entanto, a implementação bem-sucedida requer uma compreensão profunda do
escopo do projeto, uma equipe capacitada e uma gestão eficiente das mudanças ao longo do
ciclo de vida do processo. A análise crítica dessas etapas e a adaptação contínua às demandas
do ambiente empresarial são cruciais para o êxito na aplicação do retrofit.

2.4 Sistema internacional e tecnologia

Quando se examina o Sistema Internacional, destacam-se quatro categorias principais


de reflexão: a Teoria da Transição de Poder, a Teoria da Estabilidade Hegemônica, a Teoria
dos Ciclos de Longa Duração e a Teoria da Crise Estrutural (SILVA et al., 2020). A presente
pesquisa opta pela abordagem da Teoria dos Ciclos de Longa Duração, com o objetivo de
investigar o papel da tecnologia e inovação, em particular a Inteligência Artificial, no cenário
internacional durante a Quarta Revolução Industrial. As obras de George Modelski (1986,
2000), Immanuel Wallerstein (1984, 2004) e Giovanni Arrighi (1998, 2007) fundamentam essa
análise.
Os proponentes dessa metodologia, conforme ressaltado por SILVA et al. (2020),
buscam elucidar fenômenos internacionais a partir da estrutura hierárquica e desigual do
sistema mundial. Concordam que essa hierarquia passa por alterações cíclicas, embora possam
existir divergências quanto às variáveis impulsionadoras dessas mudanças ao longo do tempo.
17

A abordagem dos ciclos longos, adotada como método analítico, tem suas raízes no
esquema de Nikolai Kondratiev (1892-1938) para compreender o desenvolvimento do
capitalismo global. Os momentos desses ciclos longos são representados como ondas, refletindo
períodos de prosperidade, recessão e recuperação. Essa perspectiva oferece insights sobre as
mudanças estruturais no sistema internacional, incluindo a evolução desigual da distribuição de
tecnologia e inovação.
Teóricos dos ciclos de longa duração, como Arrighi, Modelski e Wallerstein,
fundamentam-se no trabalho de Fernand Braudel (1902-1985), que concebe o tempo histórico
como ondular e não uniforme, com duração alternada. Assim, uma "onda de longa duração"
representa o tempo estrutural, referente às relações compreendidas ao longo de um período
secular.
Em "World System Evolution," Modelski (2000) apresenta o Sistema-Mundo (SM)
como uma forma de organização social assumida pela humanidade. Ele o aborda como um
processo evolutivo, periodizado por fases, destacando a relação dialética entre os sujeitos do
SM e seus componentes estruturais. Modelski argumenta que as mudanças no SM resultam da
política dos poderes mundiais, que lideram os ciclos longos e influenciam a ordem global.
A crítica de Modelski (1986) às teorias da dependência destaca três conceitos distintos:
dependencia, dependence e dependency. A dependency, sendo a abordagem do autor, é vista
como uma característica do Sistema-Mundo moderno, compreendida dentro das instituições,
coletivos e organizações humanas. Esse processo macro-político, e secundariamente
econômico, busca compreender como o ciclo longo é afetado, sem considerar a dependency
como uma condição permanente, mas sim uma parte intrínseca do processo de mudança social.
Essas abordagens teóricas oferecem uma estrutura analítica robusta para compreender
as mudanças históricas, as dinâmicas de poder e a distribuição de inovação no contexto
internacional, especialmente durante a Quarta Revolução Industrial.
Quando aplicadas ao Sistema Mundo, Modelski (1986) investiga as causas da
dependency, considerando os ciclos longos como um processo intrínseco ao Sistema-Mundo
capaz de gerar mudanças, como a sucessão dos poderes mundiais, a ascensão da sofisticação
política e, derivadamente, as transformações econômicas e sociais. Ele destaca que os ciclos
longos criam concentrações de poder militar e inovação, sendo os poderes mundiais os
principais agentes dessas mudanças. No entanto, essas decisões sistêmicas geram um custo
social, a dependency, que se manifesta de maneira recorrente nos ciclos longos, resultando na
concentração militar pelo poder mundial e na desigual distribuição da inovação.
18

Arrighi (1998, 2007), ao abordar o sistema e o desenvolvimento internacional a partir


da economia como sustentáculo do poder militar, enfatiza as ondas longas como reflexo
temporal da competição capitalista. Ele distingue duas fases nos ciclos, A (prosperidade) e B
(depressão), ambas marcadas por competição sistêmica. Arrighi utiliza as ondas longas para
contextualizar eventos e inovações no espaço-tempo, utilizando o materialismo-histórico como
ferramenta para entender a intensidade e estrutura das inovações econômicas. O autor destaca
a especialização das instituições no capitalismo pleno, onde Estados, domicílios e empresas têm
funções específicas na proteção, trabalho e subsistência, respectivamente.
Wallerstein (1984, 2004) aborda as relações núcleo-orgânico-periferia no sistema
internacional, caracterizando os Estados semi-periféricos como satélites anexados ao poder
central. Ele destaca as relações de tensão na economia-mundo, compreendida como uma rede
de processos produtivos interligados. Wallerstein argumenta que os Estados coloniais nunca
tiveram autonomia econômica devido à sua integração na divisão do trabalho da economia-
mundo, resultando em deformação estrutural híbrida. Ele ressalta que esses Estados semi-
periféricos são suficientemente fortes para facilitar os fluxos econômicos globais, mas não o
bastante para interferir significativamente nesses fluxos.
No que diz respeito ao Sistema Interempresas, proposto por Arrighi, Wallerstein
contribui para o debate, destacando a relação entre empresas e Estados na formulação do poder
internacional. Ele argumenta que um Estado é mais forte na medida em que pode maximizar as
condições lucrativas para suas próprias empresas na economia-mundo. Wallerstein enfatiza que
as cadeias de commodities ultrapassam as fronteiras estatais, permitindo a participação de
empresas nacionais no processo decisório dos Estados. Ele relaciona a hegemonia de um poder
à garantia de lucro para suas empresas nacionais, indicando que a capacidade de inovação é
crucial para a manutenção do ciclo de acumulação sistêmico.
Essas considerações teóricas oferecem uma compreensão abrangente das din âmicas
do Sistema-Mundo internacional, especialmente na perspectiva dos ciclos de longa duração.
Entretanto, é imperativo destacar que, apesar das contribuições significativas desses teóricos,
as teorias não estão isentas de críticas.
Críticos apontam que as teorias dos ciclos de longa duração podem ser interpretadas
como deterministas, uma vez que sugerem padrões inevitáveis de desenvolvimento histórico.
Além disso, há desafios ao aplicar essas teorias a eventos específicos, dada a complexidade e
multifacetamento das dinâmicas internacionais. A globalização, por exemplo, introduziu
mudanças rápidas e imprevisíveis, desafiando as previsões baseadas em ciclos de longa
duração.
19

Outra crítica comum é a simplificação das relações internacionais em termos de poder


hegemônico. Em um mundo cada vez mais multipolar e interconectado, as dinâmicas de poder
são mais fluidas e envolvem uma gama mais ampla de atores, incluindo organizações
internacionais, empresas transnacionais e movimentos sociais.
Ao aplicar essas teorias à Quarta Revolução Industrial, é essencial considerar como as
mudanças tecnológicas aceleradas e a ascensão da inteligência artificial podem alterar as
dinâmicas tradicionais de poder. A rapidez das transformações tecnológicas pode desafiar as
previsões baseadas em ciclos mais longos, exigindo uma análise mais dinâmica e adaptativa.
Em síntese, as teorias dos ciclos de longa duração oferecem uma perspectiva valiosa
para entender as mudanças históricas no sistema internacional. No entanto, é crucial abordar
essas teorias com uma mente crítica, reconhecendo as limitações e adaptando-as aos desafios
contemporâneos. A Quarta Revolução Industrial, com seu impacto tecnológico profundo,
destaca a necessidade de uma abordagem flexível e abrangente ao analisar as dinâmicas globais.

2.5 Informação e Conhecimento

Na economia da informação, a competição entre organizações está intrinsecamente


vinculada à eficaz capacidade de adquirir, processar, interpretar e utilizar informações. McGee
e Prusak (1994) salientam que a vantagem competitiva significativa das empresas está na gestão
eficiente da informação interna. A informação, nesse contexto, é considerada um ativo crítico
para a continuidade operacional da empresa, representando a inteligência competitiva dos
negócios (SÊMOLA, 2003). É um processo no qual a empresa se mantém informada sobre si
mesma e seu ambiente, comunicando-se estrategicamente com seu entorno (MAÑAS, 1999).
A vantagem competitiva de uma empresa não é apenas resultado do ambiente em que
opera, mas também da postura estratégica da alta administração (OLIVEIRA, 1998). A
habilidade de criar valor para o consumidor, ultrapassando os custos de produção, é central para
a vantagem competitiva, podendo derivar de uma operação eficiente com baixos custos ou por
meio da diferenciação de produtos e serviços (TACHIZAWA e REZENDE, 2002).
A tecnologia da informação não é apenas uma força isolada, mas também impulsiona
a competição global (GALBRAITH e LAWLER, 1995). Albertin (2002) define TI como o
conjunto de recursos que permite adquirir, armazenar, processar, comunicar e disponibilizar
informações, destacando a importância da infraestrutura tecnológica interna e externa aplicada
aos processos de negócios.
20

Conforme Coco (2008), a TI pode aprimorar o desempenho dos negócios e aumentar


o diferencial competitivo de três maneiras: taticamente, removendo obstáculos técnicos e
operacionais; estrategicamente, incorporando informações aos produtos, serviços e operações;
e transformando as operações da empresa por meio do uso estratégico da informação.
Em um ambiente competitivo e dinâmico, as empresas buscam cada vez mais
diferenciais de mercado (PEREIRA, 2008). A presença de alta tecnologia, permitindo redução
de custos, simplicidade no processo produtivo e preços competitivos, pode conferir vantagem
competitiva a uma empresa (OLIVEIRA, 1998).
Um Sistema de Informação (SI) é um conjunto interligado de componentes que gera,
coleta, processa e distribui informações em uma organização com propósitos práticos.
Preferencialmente, utiliza recursos tecnológicos para apoiar a tomada de decisão e facilitar a
análise de problemas (DA SILVA, 2007).
Os Sistemas de Informação Gerenciais (SIG) facilitam o gerenciamento, produzindo
informações sumarizadas e estruturadas de forma regular. Caracterizam-se pela estruturação,
processamento de grande volume de dados, impacto no controle operacional e foco em passado
e presente (DA SILVA, 2007).
O sistema ERP é projetado para abranger as necessidades de informação de uma
empresa. Composto por módulos independentes, compartilhando uma base de dados, visa
oferecer informações para a tomada de decisão (ALVAREZ, 2001). Os Sistemas de Apoio à
Decisão fornecem informações direcionadas ao processo decisório gerencial, armazenando,
processando e apresentando dados relevantes para contribuir com as decisões a serem tomadas
(SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON, 2002). Essenciais para o processo produtivo, os
Sistemas de Administração da Produção são fundamentais para o planejamento e controle em
diferentes níveis (GIANESI e CORRÊA, 1993).
A informação é reconhecida como um ativo valioso nas empresas, tão crucial que
requer um gerenciamento adequado. Nesse contexto, a Tecnologia da Informação (TI), por
meio dos Sistemas de Informação (SIs), emerge como uma ferramenta poderosa para efetuar
esse gerenciamento. Os SIs têm a capacidade de integrar os diversos setores da empresa,
facilitando um fluxo mais amplo, rápido e seguro de informações.
Os benefícios da TI nas empresas estão intrinsecamente relacionados à vantagem
competitiva, como destacado anteriormente na Figura 1. Esses benefícios abrangem áreas como
suporte à tomada de decisão, controle de produção, gestão da qualidade e administração da
informação, proporcionando maior facilidade na administração e no gerenciamento interno.
21

Dessa forma, ao alcançar um melhor gerenciamento da informação interna da empresa,


esse fluxo harmonioso de informações também se reflete no ambiente externo, conferindo um
diferencial competitivo no atual mercado de trabalho. O estudo revelou mudanças significativas
no ambiente interno da empresa analisada, destacando os benefícios trazidos pela
implementação de um sistema integrado. Isso ressalta a importância do investimento em TI em
qualquer organização.

5 METODOLOGIA

A metodologia adotada neste estudo abrange uma abordagem multicamadas,


envolvendo análise documental, revisão bibliográfica e aplicação de indicadores específicos. A
fim de alcançar os objetivos propostos, as etapas metodológicas são delineadas de forma coesa
e sequencial. Inicialmente, foi realizada uma revisão bibliográfica extensiva sobre os temas
centrais deste estudo: Tecnologia da Informação, Automação Industrial e Inteligência Artificial.
Essa revisão buscou estabelecer uma base teórica sólida, compreendendo as interseções desses
campos e identificando lacunas de conhecimento. As fontes consultadas incluíram artigos
científicos, livros e documentos oficiais que abordam a integração da TI e IA na automação
industrial.
Em seguida, foi conduzida uma análise documental, focalizando em relatórios técnicos,
estatísticas e documentos normativos relacionados à implementação de sistemas de automação
industrial com ênfase em inteligência artificial. Essa análise permitiu a obtenção de insights
sobre o estado atual, desafios enfrentados e diretrizes regulatórias relevantes.
Adicionalmente, foram examinados casos de estudo e experiências práticas de
implementação de sistemas de automação industrial com Inteligência Artificial em diferentes
contextos industriais. A análise desses casos proporcionou insights qualitativos sobre os
desafios enfrentados, as soluções adotadas e os resultados obtidos.
A abordagem metodológica adotada visa fornecer uma compreensão abrangente da
interação entre Tecnologia da Informação, Automação Industrial e Inteligência Artificial. A
combinação de revisão bibliográfica, análise documental e indicadores quantitativos permite
uma análise robusta e multidimensional, explorando tanto as nuances teóricas quanto as
aplicações práticas dessas tecnologias na indústria.
22

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A convergência da Tecnologia da Informação (TI) e da Inteligência Artificial (IA)


na Automação Industrial marca uma mudança paradigmática nos processos industriais durante
a atual Revolução Industrial. Este estudo explora essa convergência, destacando sua
importância e impacto no cenário industrial contemporâneo.
A revisão bibliográfica ressalta o papel crucial desempenhado pela combinação de
TI e IA na evolução da automação industrial, proporcionando eficiência operacional e
adaptabilidade a contextos dinâmicos e complexos. A literatura revisada enfatiza que a IA, com
suas capacidades de aprendizado de máquina e processamento avançado de dados, abre novas
perspectivas para decisões autônomas e melhoria contínua dos processos produtivos.
A análise documental evidencia a presença crescente de sistemas de automação
industrial baseados em IA em diversos setores industriais. Relatórios técnicos e normativos
apontam a urgência de adaptação de políticas e regulamentações para lidar com desafios éticos,
de segurança e de integração dessas tecnologias emergentes.
Os casos de estudo explorados destacam a diversidade de abordagens e soluções
implementadas na integração de IA na automação industrial. Os aprendizados dessas
experiências práticas ressaltam a importância da colaboração entre especialistas em TI,
engenheiros industriais e profissionais de IA para alcançar resultados eficazes.
Em última análise, o estudo evidencia que a convergência da TI e IA na automação
industrial não é apenas inevitável, mas uma oportunidade estratégica para impulsionar a
inovação, competitividade e sustentabilidade na indústria. No entanto, é imperativo abordar
questões éticas, regulatórias e sociais para garantir uma transição suave e benéfica para todos
os stakeholders. A Quarta Revolução Industrial, moldada pela inteligência artificial na
automação industrial, promete redefinir os padrões de excelência na produção e catalisar
transformações significativas em escala global.
23

REFERENCIAS

ALBERTIN, A. L. Administração de informática: funções e fatores críticos de sucesso. 4 ed.


São Paulo: Atlas, 2002. 178p.

BARRIENTOS, M. I. G. G. Retrofit de edificações: estudo de reabilitação e adaptação das


edificações antigas às necessidades atuais. 2004. 189 f. Dissertação (Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.

CASILLO, D. Automação e controle - IHM. 2018. Disponível em: . Acesso em: set. 2022.

COCO, I. A. Desempenho do negócio é o valor de TI. Information Week Brasil, São Paulo,
ano 10, n. 205, p. 49, jul. 2008.

DA SILVA, N. P. Análise e estruturas de sistemas de informação. São Paulo: Érica, 2007.


172p. GALBRAITH, J. R.; LAWLER III, E. F. Organização para competir no futuro:
estratégia para gerenciar o futuro das organizações. São Paulo: Makron Books, 1995. 285p.

GIANESI, I. G. N.; CORRÊA, L. H. Just in Time, MRPII e OPT: um enfoque estratégico. 2


ed. São Paulo: Atlas, 1993. 186p. MAÑAS, A. V. Administração de sistemas de informação.
3 ed. São Paulo: Érica, 1999. 282p.

KARDEC, Alan& NARSCIF, Júlio. Manutenção função estratégica: equipamentos


industriais. Rio de Janeiro, Qualitymark, 2013.

MCGEE, J.; PRUSAK, L. Gerenciamento estratégico da informação: aumente a


competitividade e a eficiência de sua empresa utilizando a informação como uma ferramenta
estratégica. Rio de Janeiro: Campus, 1994. 244p.

OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 12 ed. São


Paulo: Atlas, 1998. 294p.

OLIVEIRA, J. C. P. Controlador programável e automação de motores. 1ª ed. São Paulo:


Makron-Books do Brasil editora, 2004.
PEREIRA, A. Mudanças no ambiente corporativo e a carreira em TI. Information Week
Brasil, São Paulo, ano 10, n. 206, p. 32, ago. 2008. PESO, R.C.; SILVA, P.R.S. Qualidade
Total. In: BALLESTERO-ALVAREZ, M. E. (coord). Administração da qualidade e da
produtividade: abordagem do processo administrativo. São Paulo: Atlas, 2001. p. 165-231.
SABBAG, P. Y. Automação Industrial: máquinas e equipamentos. 2. ed. São Paulo: Saraiva,
2009.

SANCHEZ, I. C., MATSUSHITA, K., & PONS, F. C. Moagem & Moinhos. São Paulo:
Editora Votorantim, 2009.

SÊMOLA, M. Gestão da segurança da informação: uma visão executiva. Rio de Janeiro:


Campus, 2003. 160p.

SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 2 ed. São Paulo:
Atlas, 2002. 747p.
24

TACHIZAWA, T.; REZENDE, W. Estratégia empresarial: tendências e desafios – um


enfoque na realidade brasileira. São Paulo: Makron Books, 2002. 193p.

YAMAGUCHI, M. Y. Controladores programáveis e retrofit. Apostila MBA – Automação


Industrial, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

Você também pode gostar