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Módulo 3
GOVERNANÇA DE TIC – DIREITOS DECISÓRIOS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO
Informações Gerais:
Este texto é parte integrante do conteúdo elaborado pelos professores da Escola de
Negócios e Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS) para o Curso de Governança de TIC para o Governo Digital.
A capacitação presencial é ministrada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (PUCRS), constituindo-se em produto do Projeto de Fortalecimento
Institucional da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) e integra o
Programa de Apoio à Retomada do Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (PROREDES-
BIRD), com financiamento do Banco Mundial.
A capacitação faz parte da Escola de Planejamento e tem como objetivo aperfeiçoar
os gestores de TIC que compõem a Rede de TIC do Estado do Rio Grande do Sul e fortalecer
a implementação da Política de TIC-RS, estabelecida pelo Decreto 52.616, de 19 de outubro
de 2015.
2 ADOÇÃO DE GOVERNANÇA DE TI
Essas decisões citadas são tomadas por quem tem o chamado direito decisório ou de
contribuição. Para descrever a relação dos decisores ou contribuintes em relação aos
arquétipos da Governança de TI, Weill e Ross (2006) utilizam arquétipos os políticos de
Monarquia de Negócio, Monarquia de TI, Feudalismo, Federalismo, Duopólio de TI e
Anarquia.
A forma de como as decisões são tomadas, garantindo o alinhamento entre a GTI e
seus princípios, é definida pelos mecanismos de TI que são divididos, de acordo com Van
Grembergen (2002), em de relacionamentos, de estruturas e de processos. A forma como
esses mecanismos estão divididos é apresentada no Quadro 2.
Quadro 2: Mecanismos de Governança de TI
Mecanismos de Estrutura Instância
E01 - Comitê de análise de viabilidade de projetos de TI Arranjo
E02 - Comitê de priorização de investimentos em TI Arranjo
E03 - Comitê de auditoria de TI em nível de diretoria Arranjo
E04 - Definição formal dos papéis e responsabilidades Arranjo
E05 - CIO em nível executivo e no Conselho de Administração Arranjo
Mecanismos de Processo Instância
P01 - Planejamento Estratégico de TI/SI Prática
P02 - Conjunto de práticas formais de Priorização de Investimentos de TI Prática
P03 - Conjunto de práticas formais de Gestão de Processos Prática
P04 - Métodos de avaliação de níveis de alinhamentos estratégico da TI Prática
Mecanismos de Relacionamento Instância
R01 - Compreensão compartilhada dos objetivos de TI e de negócios Prática
R02 - Escritório de Governança de TI Arranjo
Fonte: Wiedenhöft, Luciano e Magnagnagno (2017)
3 IT GOVERNANCE CANVAS
3.1.1 Fundamentos
Esse bloco diz respeito à base das organizações, dessa forma, serve de suporte e guia
para o MGTI, sendo ele o único baseado totalmente na perspectiva de negócios. As
informações desse bloco são identificadas nos modelos de Governança Corporativa ou
Governança Organizacional, para, respectivamente, organizações privadas e públicas/sem
fins lucrativos (LUCIANO et. al., 2017). Para os autores, é necessária a identificação de
quatro tópicos:
a) Necessidades do negócio: compreendem a operação, as estratégias, as metas e
os planos da organização, definidas a partir dos Pilares de Gestão (JUIZ &
TOOMEY, 2015 apud LUCIANO et. al., 2017);
b) Pilares de gestão: diz respeito ao foco e esforços valorizados pela Gestão
Organizacional (WEILL & ROSS, 2006);
c) Princípios de Governança Corporativa: compreende o levantamento dos
princípios da organização que estão baseados nas decisões e ações da
organização (JUIZ et. al., 2014 apud LUCIANO et. al., 2017);
d) Regulatórios: compreendem a verificação das leis, normas, modelos de boas
práticas e padrões necessários para a atuação da organização (WILKIN &
CHENHALL, 2010 apud LUCIANO et. al., 2017).
Os autores do Guia constatam a importância deste bloco ao salientar que é o único
baseado sob a visão unicamente de negócios, logo, tem fundamental importância para a
aplicação do MGTI.
3.1.2 Drivers
O bloco Drivers corresponde ao que motiva o processo de discussão do MGTI, sua
implementação e avaliação de efetividade, alinhados aos resultados que a organização quer
alcançar. As etapas restantes do processo sofrem grande influência das informações obtidas
nesse bloco, que possui quatro componentes (LUCIANO et. al., 2017):
a)Problemas comuns relacionados à TI: são os problemas que possuem relação
com o planejamento, aquisição e uso de TI (ALI & GREEN, 2012 apud LUCIANO
et. al., 2017);
b)Necessidades de negócio relacionadas à TI: são as necessidades da organização
que se relacionam à TI nas questões de operação, estratégias e planos futuros
(JUIZ & TOOMEY, 2015 apud LUCIANO et. al., 2017);
Módulo 3 - Governança de TIC – Direitos Decisórios em Tecnologia da Informação e Comunicação
Curso de Governança de TIC para o Governo Digital
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Escola de Planejamento, Governança e Gestão
Curso de Governança de TIC para o Governo Digital
3.1.3 Operacionalização
Esse bloco trata sobre a operacionalização dos princípios e os objetivos da GTI que
foram identificados nos blocos anteriores. Para isso são abordados os componentes a seguir
(LUCIANO et. al., 2017).
a) Decisões-chave: lista de decisões que são de suma importância para o
cumprimento dos objetivos de TI e para que a TI esteja alinhada ao negócio
(WEILL & ROSS, 2006);
b) Mecanismos: consideram as questões comuns relacionadas ao planejamento,
aquisição e uso de TI, bem como são definidos a partir dos Objetivos de GTI.
Contudo, devem cumprir os Objetivos de GTI respeitando os Princípios de GTI
(WIEDENHÖFT, LUCIANO & TESTA, 2013);
c) Estrutura organizacional: trata-se da relação de cargos, funções e
responsabilidades de processo que precisam ser consideradas quando se
discute um modelo de GTI (SAMBAMURTHY & ZMUD, 1999);
d) Direitos decisórios: identifica quais os papeis que podem tomar as decisões-
chave. A partir dos Objetivos de TI e da Estrutura Organizacional, esses direitos
decisórios são definidos (XIAO, XIE & HU, 2013 apud LUCIANO et. al., 2017).
Conforme expõe Luciano et. al. (2017), assim que essa etapa e as anteriores estiverem
concluídas, o próximo passo é a organização discutir e rever o modelo detalhadamente
para, a parti daí seguir a implementação dos mecanismos ou estrutura de tomada de
decisão.
Segundo Luciano et. al. (2017), é por meio do uso de indicadores, que a efetividade de
cada mecanismo e prática adotada deve ser monitorada. A seguir, dois aspectos que devem
ser monitorados:
Fatores críticos de sucesso: são os fatores indispensáveis para que a GTI seja efetiva
(NFUKA & RUSU, 2011 apud LUCIANO et. al., 2017);
Indicadores de efetividade: são indicadores que permitem o monitoramento da
efetividade dos mecanismos e estruturas de decisão do MGTI (WIEDENHÖFT, LUCIANO &
TESTA, 2013).
É destacado por Luciano et. al. (2017) a importância de que ao implementar o MGTI
leve-se em consideração a singularidade de cada organização, tais como a atividade de
mercado, o porte e os aspectos políticos ou culturais. Como resultado da aplicação do MGTI
desenvolvido com o guia proposto, deve-se alcançar os Objetivos de GTI alinhados ao que é
orientado nos Princípios da Governança Corporativa.
4 SOBRE O AUTOR
5 REFERÊNCIAS
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Módulo 3 - Governança de TIC – Direitos Decisórios em Tecnologia da Informação e Comunicação
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