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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS

DELEGAÇÃO QUELIMANE

FICHA DE APOIO

Cadeira: e – GOVERNMENT (Governação Electrónica)

Docente: Carla Guilundo

Quelimane, Fevereiro de 2020


1. ABORDAGEM SOBRE O e-GOVERNMENT

Nos últimos anos, a pesquisa sobre Governo Electrónico tem crescido rapidamente,
tanto a nível quantitativo como qualitativo.

A cadeira de governo electrónico pretende contribuir para flexibilização na difusão de


informação prestada pelo Governo aos seus “clientes” – Cidadão e reduzir o tempo
deste na tramitação do seu expediente, reduzindo o tempo de espera na aquisição do
despacho sobre um determinado processo.

2. SURGIMENTO

Segundo Chahin (2004), o governo electrónico como movimento mundial começou


após o lançamento do primeiro browser que permitia uma navegação fácil pela internet,
em Agosto de1993.

Portanto, o movimento se formalizou em 15 Janeiro de 1999, quando foi lançada por Al


Gore, então vice-presidente dos Estados Unidos com a abertura do 1o Fórum Global
sobre Reinvenção do Governo em Washington, com a presença de vários países.

Desde então, governos de todo o mundo têm investido em novas ferramentas de


comunicação a partir das novas tecnologias electrónicas.

2.1. ANTECEDENTES E EVOLUÇÃO DO GOVERNO ELECTRÓNICO EM


MOÇAMBIQUE

Como anteriormente se fez referência, Moçambique pós-independência apresentou uma

Administração deficiente, primeiro devido ao desmantelamento da antiga administração


colonial, seguido pela guerra civil até 1992.

O sector público moçambicano apresentava, segundo a equipa da CIP (2008),


problemas de funcionamento causados por uma excessiva burocratização, um quadro
legal obsoleto e pessoal com baixa qualificação aliado a uma gestão de recursos
humanos, financeira e material deficiente, o que de alguma forma pode propiciar actos
de corrupção.

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Para tornar a administração pública mais efectiva, ou seja, funcionar melhor e custar
menos, o Estado Moçambicano introduziu reformas no Sector Público em 2001, com o
horizonte temporal em 2011, e para a sua execução desenhou a Estratégia Global da
Reforma do Sector Público.

É no contexto dessas reformas que o Governo aprovou a 11 de Julho de 2006, a


Estratégia do Governo Electrónico, como consequência, de acordo com o Informe sobre
o Grau de Implementação da Estratégia de Governo Electrónico (2011), de um longo
trabalho e colaboração exemplar entre a Comissão para a Política (CPInfo) e a
Comissão Internacional da Reforma do Sector público (CIRESP), através das suas
unidades técnicas (i) a Unidade Técnica de Implementação da política de Informática
(UTICT), mais tarde transformada em Instituto Nacional de Tecnologias de Informação
e Comunicação (INTIC), e (ii) a Unidade Técnica da reforma do Sector Público
(UTRESP) – num exercício apoiado por uma equipa de consultores nacionais e
internacionais e financiado pelo Departamento dos Assuntos Económicos e Social das
Nações Unidas (UNDESA).

Este Instrumento resulta da implementação da Política e Estratégia de Informática, que


definiu entre outras áreas prioritárias, o Governo Electrónico, com o objectivo de elevar
a eficácia e eficiência, reduzir custos operacionais e a corrupção, bem como elevar a
responsabilidade de funcionários públicos. O lema da Estratégia do Governo
Electrónico visa “colocar os serviços públicos junto do cidadão” Estratégia do
Governo Electrónico de Moçambique (2005, p. 1), com uma visão geral de que, ao
implementar a “Estratégia do Governo Electrónico daria a qualquer moçambicano em
qualquer área de governação, em qualquer sector da Economia e a qualquer nível de
sociedade, o direito de ceder, processar e aplicar toda a informação necessária para cada
um alcançar o máximo do seu potencial como indivíduo dotado de conhecimento, um
cidadão responsável e um competidor global” (Estratégia do Governo Electrónico de
Moçambique, (2005, p. 11). Para tal, requer-se uma modernização e informatização dos
procedimentos administrativos para uma maior rapidez no atendimento ao público e
uma redução significativa da influência do factor humano na tramitação dos pedidos e
autorizações nas cobranças de taxas e emolumentos e em outras situações de contacto
directo do cidadão com a administração pública. Tendo em conta todos os factores que
nortearam a concepção, a implementação da Estratégia do Governo Electrónico tinha
como objectivo fundamental melhorar a prestação de serviços públicos, usando as

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Tecnologias de Informação e Comunicação, em alinhamento com a Estratégia Global de
Reforma do Sector Público. Neste contexto, o ponto a seguir faz uma análise das
principais realizações no âmbito da implementação da Estratégia do Governo
Electrónico.

3. DEBATE CONCEPTUAL

3.1. CONCEITO

O governo electrónico (e-Gov) é um conceito relativamente recente, razão pela qual


ainda não se encontra definido um modelo de sucesso.

De modo geral, aceita-se a noção de governo electrónico como ligada à prestação de


serviços públicos por meio electrónico, ou seja, utilizando-se recursos de tecnologia da
informação, em carácter remoto e disponível no sistema 24/7 ou seja, vinte e quatro
horas por dia, sete dias por semana.

Governo electrónico, ou e-gov, (do inglês electronic government), consiste no uso das
tecnologias da informação — além do conhecimento nos processos internos de governo
— e na entrega dos produtos e serviços com vista a aproximar aos seus cidadãos.

Todavia, o governo electrónico é o termo usado para designar mudanças na forma de


prestação de serviços públicos na Administração Pública.

Os Governos no mundo estão a abraçar o Governo Electrónico para lidar, de forma


eficaz, com as mudanças próprias da Era da Informação: os efeitos e consequências da
globalização, da Revolução Digital e da Internet.

A Política de Informática de Moçambique, aprovada pelo Governo no ano 2000,


reconhece as oportunidades sem paralelo que o uso efectivo das tecnologias de
informação e comunicação tem oferecido para a melhoria das operações dos governos
no mundo, a nível central e local, oferecendo aos cidadãos serviços melhores e mais
rápidos, colocando a informação pública ao dispor dos cidadãos, facilitando a
comunicação entre estes e os seus governantes, e contribuindo positivamente nas áreas
da educação, saúde, combate à corrupção, promoção da imagem de países, atracção de
investimentos, melhoria do ambiente de negócios e do nível competitivo, em suma,
promovendo a boa governação.

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Nos últimos tempos, estudiosos, pesquisadores e praticantes envolvidos ou interessados
no Governo Electrónico têm definido este como sendo “o uso das tecnologias de
informação e comunicação para promover maior eficiência e eficácia governamentais,
facilitando o acesso aos serviços públicos, permitindo ao cidadão e ao empresário o
acesso à informação, e tornando o Governo mais responsável perante o cidadão”
(Gartner Group 2000).

A definição acima coloca a prestação de serviços como a prioridade principal do


Governo Electrónico numa agenda que realça maior participação da comunidade na
governação em todos os aspectos (não simplesmente "governo‘'). Importa, aqui, de
destacar as novas tecnologias e os seus diferentes canais de comunicação como
instrumentos decisivos na efectivação da transformação.

O Programa da Reforma do Sector público fase II (2006-2011) define o Governo


Electrónico, como sendo a contínua optimização da prestação de serviços públicos, da
participação dos cidadãos na governação através da transformação das relações internas
e externas com recurso à tecnologia, Internet e novos média.

Ainda, na senda deste pacote, o Governo Electrónico é visto como um processo


estratégico para melhorar a relação dos cidadãos e das empresas com a Administração
Pública, contribuindo decisivamente, a par disso, para a sua modernização.

De maneira geral, pode-se definir governo electrónico como o conjunto de plataformas


tecnológicas de comunicação, informação e aplicações em uso pelo sector público
(Prado & Lourenço, 2005).

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