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Depois de servir na Segunda Guerra Mundial, fez o seu doutoramento pela Universidade Harvard em
1954, tornando-se imediatamente instrutor na mesma instituição; depois de alguns anos, obteve o título de
professor.
Kissinger foi conselheiro de relações exteriores de todos os presidentes dos EUA, de Eisenhower a Gerald
Ford, sendo Secretário de Estado dos Estados Unidos (cargo equivalente ao de Ministro das Relações
Exteriores, no Brasil,[11] e de Ministro dos Negócios Estrangeiros, em Portugal), conselheiro político e
confidente de Richard Nixon.[12]
Em 1973, ganhou, com Le Duc Tho, o Prêmio Nobel da Paz, pelo seu papel na obtenção do acordo de
cessar-fogo na Guerra do Vietnam. Le Duc Tho recusou o prêmio.[13]
Henry Kissinger esteve envolvido em uma intensa atividade diplomática com a República Popular da
China, o Vietnã, a União Soviética e a África. É considerado uma figura polêmica e controversa, tendo
alguns de seus críticos acusado-o de ter cometido crimes de guerra durante sua longa estadia no governo,
como dar luz verde à invasão indonésia de Timor (1975) e aos golpes de estado no Chile, no Camboja[14] e
no Uruguai (1973), sendo que, por diversas vezes, Kissinger usava uma política tortuosa, em que parecia
jogar com um "pau de dois bicos". Entre tais críticos, incluem-se o jornalista Christopher Hitchens (no livro
The Trial of Henry Kissinger) e o analista Daniel Ellsberg (no livro Secrets). Apesar de essas alegações não
terem sido provadas perante uma corte de justiça, considera-se um ato perigoso, para Kissinger, entrar em
alguns países da Europa e da América do Sul.[15]
Henry Kissinger foi um dos mentores – ou mesmo o mentor – da chamada Operação Condor, para a
América do Sul, além de ter dado apoio ao regime da ditadura militar argentina,[16] tendo o mesmo dito,
certa vez ao ministro das relações exteriores argentino da época, que: “Se há coisas que precisam ser feitas,
vocês devem fazê-las rapidamente”, referindo-se à eliminação e à repressão a quem era contra a ditadura,
incluindo-se aí, obviamente, métodos como torturas e mortes.[17]
Política externa
Em Outubro de 1971, quando Kissinger fazia a sua segunda viagem à República Popular, a questão de qual
governo chinês merecia ser representado nas Nações Unidas. surgiu novamente Preocupados em não serem
vistos abandonando um aliado, os Estados Unidos tentaram promover um compromisso sob o qual ambos
os regimes chineses seriam membros da ONU, embora Kissinger tenha chamado isso de "uma ação de
retaguarda essencialmente condenada".[19] Enquanto o embaixador americano na ONU, George H. W.
Bush, fazia lobby pela fórmula das "duas Chinas", Kissinger retirava referências favoráveis a Taiwan de
um discurso que o então secretário de Estado William P. Rogers preparava, pois esperava que o país fosse
expulso do país. a ONU. Durante a sua segunda visita a Pequim, Kissinger disse a Zhou que, de acordo
com uma sondagem de opinião pública, 62% dos americanos queriam que Taiwan continuasse a ser
membro da ONU e pediu-lhe que considerasse o compromisso das "duas Chinas" para evitar ofender a
opinião pública americana. Zhou respondeu afirmando que a República Popular era o governo legítimo de
toda a China e que nenhum acordo era possível com a questão de Taiwan. Kissinger disse que os Estados
Unidos não poderiam romper totalmente os laços com Chiang, que foi aliado na Segunda Guerra
Mundial.[19]
As viagens de Kissinger abriram caminho para a cúpula histórica de 1972 entre Nixon, Zhou e do Partido
Comunista Chinês, o presidente Mao Zedong, bem como para a formalização das relações entre os dois
países, encerrando 23 anos de isolamento diplomático e hostilidade mútua. O resultado foi a formação de
uma aliança estratégica anti-soviética tácita entre a RPC e os Estados Unidos.[20] A diplomacia de
Kissinger levou a intercâmbios económicos e culturais entre os dois lados e ao estabelecimento de
"gabinetes de ligação" na RPC e nas capitais americanas, embora a plena normalização das relações com a
RPC não ocorresse até 1979.[21]
A denominação refere-se ao caráter informal de confronto entre os militares - desligados da autoridade civil
-, contra os civis e muitas organizações guerrilheiras, que em qualquer momento foi considerado uma
explícita guerra civil. O uso sistemático da violência e sua extensão contra alvos civis no âmbito da tomada
de poder político e burocrático por parte das forças armadas, determinou a imediata suspensão dos direitos
constitucionais e conduziu à aplicação de táticas de guerra irregular e procedimentos a toda população.
No entanto, a sua designação como uma "guerra" é contestada por algumas organizações políticas e dos
direitos humanos, argumentando que se trata de um argumento original pelo regime militar para justificar a
repressão indiscriminada. Uma das considerações tidas em conta é a disparidade de vítimas de ambos os
lados, o que torna inadequada a definição de "guerra", ao invés, a jurisprudência moderna da Argentina,
definiu-a como "genocídio".
O terrorismo de Estado foi realizado principalmente pela ditadura militar de Jorge Rafael Videla, como
parte da Operação Condor, um plano patrocinado pelo governo dos Estados Unidos na época (assim como
o FBI e a CIA) para realizar vários golpes de Estado na América do Sul. No entanto, os atos de repressão,
tortura e os assassinatos continuaram depois até o retorno ao regime civil em 1983.
A cronologia exata da repressão ainda está em discussão, no entanto, como os sindicalistas foram alvo de
assassinato em 1973, e casos isolados de violência patrocinada pelo Estado contra o peronismo e à
esquerda pode ser rastreado pelo menos ao bombardeio da Plaza de Mayo na década de 1950. O Massacre
de Trelew de 1972, as ações da Aliança Anticomunista Argentina desde 1973 e os "decretos de
aniquilação" de Isabel Martínez de Perón contra os guerrilheiros de esquerda durante o Operativo
Independencia em 1975, tem sido sugerido como datas para o início da guerra suja.
A ditadura militar brasileira foi o regime instaurado no Brasil em 1 de abril de 1964 e que durou até 15 de
março de 1985, sob comando de sucessivos governos militares. De caráter autoritário e nacionalista, a
ditadura teve início com o golpe militar[33][34] que derrubou o governo de João Goulart, o então presidente
democraticamente eleito.[35] O regime acabou quando José Sarney assumiu a presidência, o que deu início
ao período conhecido como Nova República (ou Sexta República).
Apesar das promessas iniciais de uma intervenção breve, a ditadura militar durou 21 anos. Além disso, a
ditadura foi se intensificando por meio da publicação de diversos Atos Institucionais, culminando com o
Ato Institucional Número Cinco (AI-5) de 1968, que vigorou por dez anos. A Constituição de 1946 foi
substituída pela Constituição de 1967 e, ao mesmo tempo, o Congresso Nacional foi dissolvido, liberdades
civis foram suprimidas e foi criado um código de processo penal militar que permitia que o Exército
brasileiro e a Polícia Militar pudessem prender e encarcerar pessoas consideradas suspeitas, além de
impossibilitar qualquer revisão judicial.[36]
O regime adotou uma diretriz nacionalista, desenvolvimentista e anticomunista. A ditadura atingiu o auge
de sua popularidade na década de 1970, com o "milagre econômico", no mesmo momento em que o
regime censurava todos os meios de comunicação do país e torturava e exilava dissidentes. Na década de
1980, assim como outros regimes militares latino-americanos, a ditadura brasileira entrou em decadência
quando o governo não conseguiu mais estimular a economia, controlar a hiperinflação crônica e os níveis
crescentes de concentração de renda e pobreza provenientes de seu projeto econômico,[37] o que deu
impulso ao movimento pró-democracia. O governo aprovou uma Lei de Anistia para os crimes políticos
cometidos pelo e contra o regime, as restrições às liberdades civis foram relaxadas e, então, eleições
presidenciais indiretas foram realizadas em 1984, com candidatos civis e militares. O regime militar
brasileiro inspirou o modelo de outras ditaduras por toda a América Latina, através da sistematização da
"Doutrina de Segurança Nacional", a qual justificava ações militares como forma de proteger o "interesse
da segurança nacional" em tempos de crise.[38] Desde a aprovação da Constituição de 1988, o Brasil
voltou à normalidade institucional. Segundo a Carta, as Forças Armadas voltam ao seu papel institucional: a
defesa do Estado, a garantia dos poderes constitucionais e (por iniciativa desses poderes) da lei e da
ordem.[39]
Apesar do combate aos opositores do regime ter sido marcado por torturas e assassinatos, as Forças
Armadas sempre mantiveram um discurso negacionista.[40] Só admitiram oficialmente a possibilidade de
tortura e assassinatos em setembro de 2014,[41] em resposta à Comissão Nacional da Verdade. No entanto,
apesar das várias provas, os ofícios internos da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea
Brasileira, foram uníssonos em afirmar que em suas investigações não encontraram evidências que
"corroborassem ou negassem" a tese de que houve "desvio formal de finalidade no uso de instalações
militares". Em maio de 2018, o Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou um memorando de
11 de abril de 1974 que afirma que a cúpula da ditadura não apenas sabia, como também autorizava as
torturas e assassinatos que foram cometidos contra opositores.[42] Estima-se que houve 434 mortos e
desaparecidos políticos durante o regime,[43][44] além de um genocídio de povos nativos que matou mais
de 8,3 mil indígenas brasileiros por negligência e por ações específicas visando ao massacre
indígena.[45][46]
Operação Condor
Devido à sua natureza clandestina, o número exato de mortes diretamente atribuíveis à Operação Condor é
altamente contestado. Algumas estimativas indicam que pelo menos 50 000 mortes, 30 000 desaparecidos e
400 000 prisioneiros podem ser atribuídos ao Condor, cerca de 30 000 das mortes na Argentina.[51][52][53]
os Arquivo do Terror documenta o sequestro, tortura, estupro, assassinato e desaparecimento de pelo menos
763 pessoas.[48][54] O cientista político americano J. Patrice McSherry dá um número de pelo menos 402
mortos em operações Condor que atravessaram as fronteiras nacionais numa fonte de 2002,[47] e menciona
numa fonte de 2009 que daqueles que "foram para o exílio" e foram "raptados, torturados e mortos em
países aliados ou ilegalmente transferidos para os seus países de origem para serem executados... centenas,
ou milhares, de tais pessoas — o número ainda não foi finalmente determinado — foram raptadas,
torturadas e assassinadas em operações Condor". As vítimas incluíam dissidentes e pessoas de esquerda,
líderes sindicais e camponeses, padres e freiras, estudantes e professores, intelectuais e suspeitos de serem
guerrilheiros.[47]
Embora tenha sido descrito pela Central Intelligence Agency (CIA) como "um esforço cooperativo dos
serviços de inteligência/segurança de vários países sul-americanos para combater o terrorismo e a
subversão",[55] os guerrilheiros foram usados como desculpa, pois nunca foram suficientemente
substanciais para controlar o território, obter apoio material de qualquer potência estrangeira, ou ameaçar de
qualquer outra forma a segurança nacional.[56][57][58]
O governo dos Estados Unidos forneceu planeamento, coordenação, formação sobre tortura[59] e apoio
técnico, e forneceu ajuda militar às Juntas durante as administrações Johnson, Nixon, Ford, Carter e
Reagan. Tal apoio era frequentemente encaminhado através da CIA.
Kissinger era a favor do programa de armas nucleares na década de 1970 do Brasil. Kissinger justificou sua
posição argumentando que o Brasil era um aliado dos EUA e alegando que isso beneficiaria atores privados
da indústria nuclear nos EUA. A posição de Kissinger sobre o Brasil estava fora de sincronia com vozes
influentes no Congresso dos EUA, no Departamento de Estado e a Agência de Controle de Armas e
Desarmamento.[60]
Timor-Leste
Morte
Kissinger morreu aos 100 anos em 29 de novembro de 2023, na
sua residência no estado de Connecticut, nos Estados Unidos.[2]
Sua morte motivou notas por políticos do mundo inteiro. Joe Biden
falou sobre o intelecto de Kissinger, com o qual discordava
frequentemente, e que continuou dando sua opinião muito depois
de se aposentar.[64] George W. Bush relembrou seu status de
refugiado, que fugiu dos nazistas. Vladimir Putin falou sobre a
política pragmática de relações exteriores, que permitiu formar
acordos entre os Estados Unidos e a União Soviética.[65] O
embaixador do Chile, Juan Gabriel Valdes, escreveu sobre sua
"profunda miséria moral".[66]
Memórias
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many people did (Khmer Rouge Foreign Minister Ieng Sary) kill? Tens of thousands … you
should tell the Cambodians that we will be friends with them. They are murderous thugs, but
we won’t let that stand in the way. We are prepared to improve relations with them. Tell them
the latter part, but don’t tell them what I said before.”"
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fatos limites, ou seja, acontecimentos que estão comprovados empiricamente, como por
exemplo, a tortura, o golpe e a própria ditadura. No entanto, o que ambos os grupos
buscavam era negar a memória dos seus oponentes, para legitimar suas próprias
memórias, construídas segundo interesses políticos e ideológicos, provocando novo embate
pelo passado. Se escoravam em máximas simplistas e generalistas, como a de que as
rememorações dos judeus ou dos torturados pela ditadura civil-militar não estavam imunes
às emoções dos ressentimentos ocasionados pelos traumas ocorridos, o que é mais do que
evidente pois, a memória forma-se de tais “feridas abertas, interrogações atuais e
palpitantes sobre certos períodos que ‘não passam’”…"
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Bibliografia
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Robert D. Schulzinger: Henry Kissinger. Doctor of diplomacy. Columbia Univ. Pr., New York
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Ligações externas
«Perfil no sítio oficial do Nobel da Paz 1973» (http://nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laur
eates/1973/) (em inglês)
Resenha do livro "O julgamento de Kissinger". Boitempo Editorial (http://boitempoeditorial.c
om.br/livro_completo.php?isbn=85-85934-98-0)
«Perfil de Henry Kissinger» (http://www.olympic.org/en/content/The-IOC/Members/Mr-Henry-
KISSINGER/) (em inglês). no site do Comitê Olímpico Internacional
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