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Matrícula: 218084157
juliamals@id.uff.br
Para se compreender a base do poder dos Estados Unidos da América sobre seus
pares do continente americano, é necessário se falar da doutrina Monroe. Em 1823, James
Monroe, então presidente dos Estados unidos, realizou um pronunciamento no Congresso
norte-americano, onde dizia que o povo do continente americano não deveria aceitar
nenhum tipo de influência europeia sobre quaisquer aspectos. Essa ideologia é resumida
na sentença “América para americanos”. No entanto, no governo de Theodore Roosevelt
(1901 – 1909), sobre as bases da doutrina Monroe, a política externa se endureceu e tomou
ares de política imperial para com as américas, até certo ponto em que seu método de
governo ficou conhecido como Big Stick. O que deixou claro desde já, a intenção
estadunidense de se tornar potência hegemônica do continente. Após a 2ª Guerra Mundial,
a América do Norte mantinha sua supremacia, mas em 1959 jovens militares liderados
pelo argentino Ernesto Guevara, e pelo cubano Fidel Castro, lideraram a Revolução
Cubana. Todo esse contexto causou temeridade e chamou ainda mais a atenção do
governo dos Estados Unidos para esse levante, que vinha de encontro a toda a ideologia
norte-americana, e que poderia vir a frustrar seus planos.
Após a Revolução em Cuba, no Brasil foi eleito à presidência Janio Quadros e foi
reeleito o vice-presidente trabalhista João Goulart. Em seu governo, Jânio Quadros
buscou estabelecer alianças e fortalecer a política externa, buscando novos mercados para
exportação, estabelecendo relações com a China e fazendo a condecoração de Ernesto
Guevara.
1
Diretor do Instituto de Pesquisas em História Econômica e Social da Universidade de Buenos Aires.
2
Pesquisador do Instituto de Pesquisas em História Econômica e Social da Universidade de Buenos Aires.
conspiraram abertamente contra ele e se mobilizaram em procura de respaldo
civil desde o momento mesmo de sua ascensão. A CIA estava muito bem
informada disto. (laufer, 2000)
Lincoln Gordon via o presidente João Goulart como uma ameaça aos interesses
norte-americanos. Desconfiança que se acentuou quando, em 1963, Jango articulou uma
bem-sucedida campanha plebiscitária pelo presidencialismo. Neste mesmo ano, Kennedy
cogitou uma invasão militar clássica e uma aplicação prática da política do big stick, haja
visto que o embaixador Gordon afirmava que o Brasil estaria flertando com o comunismo,
atrapalhando a hegemonia estadunidense dentro das américas. No entanto, o presidente
Kennedy foi assassinado durante uma passeaste em Dalas, Texas. Após sua morte,
Lyndon B. Johnson assumiu a presidência. O presidente Lyndon Johnson e os assessores
capitaneados por Lincoln Gordon, com a anuência do então secretário de estado Dean
Rusk e o chefe de defesa Robert McNamara se articularam para apresentar uma
alternativa de poder do contexto brasileiro. Jango se aproximava dos sindicatos, e tinha
planos para uma reforma agrária, entre outras ideias antagônicas à ideologia da América
do Norte, o que causava inquietude dentro dos quartéis brasileiros e na chefia do Estado
norte-americano.
Bibliografia
laufer, M. R. (2000). Os Estados Unidos diante do Brasil e da Argentina: Os golpes militares da
década de 1960. Rev. Bras. Polít. Int., 69-98.