Contexto mundial: Guerra Fria, portanto o Brasil se encontrava dentro
dessa polarização, ou adotava políticas alinhadas aos interesses dos EUA ou seria considerado alinhado à esquerda e a URSS. Dentro do período de 1946 a 1964 houveram 3 principais correntes políticas: o Liberalismo que consiste na ideia de que o governo não deve interferir na economia nacional e que investimentos externos, principalmente dos EUA, seriam bem-vindos. O Desenvolvimentismo nacionalista seria um meio termo, essa corrente defende a entrada de capital e investimentos estrangeiros, mas o Estado e o governo deveriam controlar de onde viria esse investimento e como ele seria aplicado, de maneira que fosse benéfico para o país. E o nacionalismo radical que defendia que a aliança com os EUA seria prejudicial para o desenvolvimento nacional pois atrasaria ainda mais o processo de industrialização nacional e tornaria o Brasil dependente da importação de produtos norte-americanos. Eurico Gaspar Dutra (1946 – 1951) em seu governo o Brasil teve uma nova Constituição (1946), governo marcado pelo anticomunismo e pelo alinhamento aos EUA. Também é marcado pelo aumento da dívida externa e por prejudicar o desenvolvimento da indústria nacional. Criou o Plano Salte (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia) para tentar resolver a crise econômica, mas não obteve resultados positivos. Getúlio Vargas (1951 – 1954) governo marcado pela política desenvolvimentista nacionalista, investiu na infraestrutura (energia, indústria de base e transportes) através de empréstimos com os EUA e dos impostos. Fundou a Petrobrás (1953), o BNDE (1952) e a Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso I (1954). Seu governo também foi marcado pela forte oposição de grupos liberais como o partido UDN, e após o atentado ao seu principal opositor, Carlos Lacerda, Getúlio perde apoio e se suicida. Café Filho (Vice de Vargas 1954-1955), tem uma postura mais liberal, onde se alinhou aos EUA e tentou controlar a inflação através da contenção dos salários, o que gerou forte descontentamento na população. Juscelino Kubitschek (1956 – 1960) governo de postura desenvolvimentista nacionalista, abriu as portas para empresas estrangeiras (automobilísticas), o slogan de sua campanha era “50 anos em 5” prometendo promover o progresso do Brasil através do Plano de Metas. Em seu governo houve a construção de uma nova capital para o Brasil: Brasília. Para tanto, foram necessários empréstimos estrangeiros (FMI) que só aumentaram a dívida externa, deixou uma grande crise econômica. Jânio Quadros (1961 e renunciou sete meses depois) tinha apoio dos liberais da UDN no princípio, mas adotou medidas polêmicas como a proibição de biquínis e as rinhas de galos, além de procurar ter uma política externa independente querendo ter relações diplomáticas com países do bloco socialista, o que fez perder o apoio da UDN. Jânio renunciou acreditando que seria aclamado de volta, o que não aconteceu. João Goulart (1961 – 1964), Jango deveria assumir pois era vice de Jânio Quadros, mas a alta cúpula do exército e setores liberais da sociedade e política temiam sua posse, o que gerou uma crise que o Congresso tentou resolver transformando o governo em parlamentarista e com isso diminuindo os poderes do presidente. Em 1963, a realização de um plebiscito garantiu a volta do presidencialismo. Com poderes ampliados, João Goulart lançou o Plano Trienal para resolver a crise econômica e previa a implantação das Reformas de Base que pretendiam mexer em velhas estruturas da sociedade e economia brasileiras, como a reforma agrária, por exemplo. Setores conservadores da sociedade, como militares, classe média e a igreja incentivaram e apoiaram um golpe militar em 1964, João Goulart se exilou no Uruguai.