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Antecedentes à Ditadura

Militar
José Paulo Netto

Docente: Edistia Maria Abath Pereira de Oliveira


Disciplina: Serviço Social III
De João Goulart ao golpe de 1º de abril de 1964
A 3 de outubro de 1960, os brasileiros foram às urnas para eleger o
presidente e o vice-presidente da República, os governadores de alguns
Estados (e suas assembleias legislativas) e renovar parcialmente o Congresso
Nacional. O regime democrático, vigente desde 1945, permitia apenas uma
restrita participação eleitoral (não votavam analfabetos, que somavam 40%
da população, soldados e marinheiros) — por isso, o número de eleitores de
pouco ultrapassou os 12,5 milhões, numa população total de 70.119.071
homens e mulheres.
● População rural (53,7%);
● Apenas São Paulo e Rio de Janeiro
tinham mais de 1 milhão de
habitantes;
● À época, transportes e
comunicações valiam-se muito da
O Brasil de rede ferroviária, mas a malha
rodoviária já se expandia
1960 rapidamente;
● Força de trabalho se ocupava,
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, principalmente, em atividades
a industrialização (industrialização agropecuárias (53,97%).
substitutiva de importações) avançava
com celeridade.
Nos anos 1950/1960, o país experimentará um ciclo de crescimento
econômico a uma taxa média anual de 7,38%. Com o “Plano de
Metas”, implementado pelo governo de Juscelino Kubitschek (1956-
1961) com grandes favores ao ingresso de capitais estrangeiros
(especialmente norte-americanos), o processo industrializante
começou a espraiar-se para a indústria pesada, fenômeno cujas
raízes mais próximas estavam no último governo de Vargas criador
da Petrobras (1953); naquele decênio, a participação industrial no
PIB passou de 20% a 29%. A migração do campo para as cidades (o
“êxodo rural”) se acentuou e a urbanização se processou em ritmo
veloz.
Se operou com efeitos muito
desiguais, concentrou-se
especialmente no sudeste (no eixo
São Paulo/Rio de Janeiro).
Crescimento Também era flagrante a
desigualdade na distribuição da
Econômico renda nacional: os 40% dos
brasileiros mais pobres só se
apropriaram, em 1960, de 15,8%
dela (e esta participação
decresceu ainda mais nos anos
seguintes.
Eleições
Foi neste Brasil que os 12,5 milhões de eleitores compareceram às urnas
em 3 de outubro de 1960 — após a primeira campanha eleitoral em que
houve o emprego da televisão como veículo de propaganda
— e elegeram para a Presidência da República Jânio Quadros (nele
votaram 5.636.623 brasileiros, 48% dos votos totais), que bateu o
marechal Teixeira Lott. A renovação parcial do Congresso Nacional não
alterou a sua composição majoritariamente conservadora.
O “golpe branco”
A instituição republicana
de 1961 brasileira, que vem de 1889 (a
mais tardia das Américas), foi
marcada historicamente pela
instabilidade.
Rodrigues Alves
Deodoro da Fonseca faleceu antes de Getúlio Vargas se
renunciou assumir suicidou

1891 1909 1918 1930 1954

Afonso Pena morreu Washington Luís


no exercício da foi derrubado
presidência
Kubitschek
Logo após a sua eleição em outubro de 1955,
teve a sua posse ameaçada por grupos
conservadores com apoio no Exército, noutro
movimento golpista (que a ação do então
general Lott abortou, em novembro de 1955)
articulado pelos mesmos setores que levaram
Vargas ao suicídio, um ano antes. No exercício
do seu mandato, enfrentou mais duas tentativas
de golpe militar (em fevereiro de 1956, a
“revolta de Jacareacanga”, e em dezembro de
1959, a “revolta de Aragarças”).
1956-1961
• A Revolta de Jacareacanga aconteceu no primeiro mês de
Juscelino Kubitscheck e representou um pequeno ensaio de um golpe
militar.

• O governo de Juscelino Kubitscheck foi marcado por vários problemas


logo no começo do mandato. Quando eleito, mas antes mesmo de tomar
posse do cargo, militares insatisfeitos com a vitória eleitoral de Juscelino
tentaram impedir a posse do candidato. Os revoltosos requeriam uma nova
eleição para o cargo de Presidente do Brasil alegando que a eleição de
Juscelino não seria adequada para o Brasil. Entretanto foi outro militar, o
general Henrique Lott, que, como Ministro da Guerra, empenhou seus
esforços para sufocar a revolta e garantir a legalidade do governo de
Juscelino, conferindo sua legítima posse.
• A revolta reuniu oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) e do
Exército, além de alguns civis, chefiados pelo major aviador Haroldo
Coimbra Veloso e pelo tenente-coronel João Paulo Moreira Burnier,
contra o então presidente da República, Juscelino Kubitschek. O
estopim, que culminou com o primeiro sequestro de avião do país, foi o
fato de Jânio Quadros recusar-se a concorrer ao cargo de presidente,
como candidato apoiado pelos partidos de oposição. Os rebeldes
acusavam também o então governador gaúcho Leonel Brizola de liderar
uma conspiração comunista no Sul e ameaçavam levar para o "paredão
os que tripudiavam sobre a miséria do povo". A intenção era
bombardear os palácios das Laranjeiras e do Catete, no Rio, e ocupar
as bases de Santarém e Jacareacanga, no Pará.
• Os rebeldes sequestraram quatro aviões e os desviaram para
Aragarças. O local fora escolhido porque era um centro de oficiais
geograficamente importante e caminho de rotas aéreas. Na visão dos
organizadores do protesto, aquele seria um ponto de difusão da luta
porque serviria de encontro e ligação de aeronaves vindas do Rio de
Janeiro e de outras capitais.

• Dois C-47 e um Beechcraft, que decolaram sem permissão da


Base Aérea do Galeão, foram desviados para Aragarças (GO). O
primeiro tinha Haroldo Coimbra Veloso como passageiro, que em voo
assumiu a direção da aeronave, e o segundo era comandado por João
Paulo Moreira Burnier. O Beechcraft fora sequestrado em Belo
Horizonte pelo major Washington Mascarenhas e era de propriedade
particular.
Kubitschek
Mas governou sem violar a Constituição de 1946,
procurou evitar repressões ao movimento operário
e sindical, não perseguiu opositores e não impediu
que os comunistas, a partir de 1958, se
mobilizassem para reconquistar a vida legal.
Reformista conservador, típico homem do Partido
Social Democrata (PSD), hábil no compromisso e na
conciliação, não conseguiu eleger o seu sucessor,
mas reconheceu sem problemas a vitória do
oponente e a ele transferiu a faixa presidencial.

1956-1961
Jânio Quadros
A indiscutível vitória eleitoral parecia oferecer ao
novo presidente uma larga base de apoio — mesmo
que o vice-presidente eleito também em 3 de outubro
de 1960 (à época, as regras eleitorais não vinculavam
o voto para presidente e vice-presidente), João
Goulart, conhecido por Jango, não se alinhasse com as
suas ideias.
Candidatou-se à presidência da República apoiado por
grande leque de partidos, da quais o principal era a
União Democrática Nacional (UDN)
Janeiro à Agosto de 1961
Vereador de São Paulo Governador de Presidente da
São Paulo República

1947 1950 1955 1960 1961

Deputado Estadual e, Deputado Federal


em seguida, Prefeito pelo Paraná
de São Paulo
Jânio Quadros
Conduziu uma campanha política à sua própria
feição, claramente demagógica: uma linguagem
arrevesada, uma gestualidade teatralizada, uma
imagem intencionalmente popularesca e uma
retórica moralista (pôs-se como tarefa o “combate
à corrupção”, a ser “varrida” — donde o símbolo da
sua candidatura, uma vassoura). Com o apoio dos
conservadores e da chamada “grande imprensa”,
logo empolgou boa parte do eleitorado,
contrastando a sua figura com a do seu maior
Janeiro à Agosto de 1961 oponente - Kubistchek.
Sem um projeto eficiente para
resolver os principais problemas
Economia econômicos do país, Jânio viu sua
popularidade cair em função do
aumento da crise econômica,
caracterizada pelo crescimento da
dívida externa e da inflação (heranças
do governo JK).
● Publicização de “bilhetinhos”
dirigidos a subordinados a fim
de “varrer a corrupção”;
● Proibição das brigas de galo;
Principais ● Impedimentodo uso
medidas de biquínis em
concursos de beleza;
polêmicas ● Proibição do lança-perfume.

tomadas por
Jânio
Jânio procurou romper com dependência
dos Estados Unidos. Aproximou-se dos
movimentos nacionalistas e de
esquerda. Buscou reaproximar
diplomaticamente o Brasil da União
Soviética (país socialista). Condecorou,
Política Externa com a ordem do Cruzeiro do Sul, Che
Guevara (uma das principais figuras
Independente revolucionárias comunistas do período).
Esta política externa desagradou muito
os setores conservadores da sociedade
brasileira, os políticos de direita e
também as Forças Armadas do Brasil.
Jânio buscou afastar-se das
tradicionais forças políticas do país.
Acredita que assim teria mais
Política Interna liberdade para governar, pois não
teria compromissos com partidos
políticos. Desta forma, as
negociações com o Congresso
Nacional ficaram difíceis e, muitas
vezes conflituosas.
Contra o respeito à ordem democrática, posicionaram-se as forças
conservadoras e reacionárias, em especial a cúpula militar de que se cercara
Jânio Quadros (seus ministros da Guerra, marechal Odílio Denis, da
Aeronáutica, brigadeiro Grün Moss, da Marinha, almirante Sílvio Heck e seu
chefe da Casa Militar, general Orlando Geisel — todos conspiradores que
participarão do golpe do 1º de abril de 1964). Este grupo aceitou o fato
consumado da renúncia de Jânio Quadros mas, violando as normas
constitucionais, vetou a posse de Jango — e reconheceu como chefe do
executivo federal o deputado Ranieri Mazzili, conservador que então presidia
a Câmara dos Deputados.
O movimento popular que se opôs a este
veto foi enorme e derivou numa formidável
resistência ao golpe que ele representava.
Diante da reação popular e de dissensões nas Forças Armadas, o
núcleo golpista recuou parcialmente e aceitou negociações com
representantes políticos. Destas negociações (cujo líder civil foi o
deputado Tancredo Neves, do PSD mineiro) surgiu um acordo:
Jango tomaria posse se o regime presidencialista fosse substituído
pelo parlamentarismo. Esta solução, por meio de uma emenda à
Constituição (prevendo, para 1965, um plebiscito sobre a
continuidade do parlamentarismo), equivalia, de fato, a um
“golpe branco”: Jango assumiria o governo com poderes
claramente reduzidos — o que significava, na verdade, uma
ruptura com a legalidade democrática —, refém de um Congresso
Nacional conservador.
O “golpe branco” de 1961

O “golpe branco”, sendo um frustrado “ensaio geral” do que


ocorreria em 1964, já indicava que a conspiração
antidemocrática que vinha desde a década anterior avançada
nas sombras.

Instituiu-se às pressas o regime parlamentar e Jango, regressando ao país, tomou


posse a 7 de setembro de 1961. O parlamentarismo, porém, imposto por este
“golpe branco”, não durou mais que dezesseis meses — um plebiscito, a 6 de
janeiro de 1963, restauraria o regime presidencialista, marcando um claro apoio
popular a Jango. Mas ele iniciava o seu período presidencial, o último do ciclo
constitucional aberto com o fim do Estado Novo, em condições visivelmente
traumáticas. E logo seu governo haveria de ser caracterizado como “populista”.
Populismo
No Brasil, o termo foi principalmente utilizado por intelectuais acadêmicos para dar
conta do estilo político que notabilizou Vargas. Analisando a sua relação com os
segmentos populares, especialmente a classe operária, aos quais aparecia
encarnando a figura do “pai dos pobres”, a estrutura sindical que ele implantou
instauração e dos direitos sociais (configurados na “legislação social” varguista), boa
parte dos teóricos do populismo contribuiu para acentuar, naqueles direitos, um
caráter de concessão e de controle, obscurecendo a sua dimensão de conquistas
resultantes das lutas sociais.
Este tipo de análise, ainda que conduzido em nome de um esforço pela
ampliação da democracia, com frequência resultou no favorecimento de críticas
elitistas à ordem política brasileira. Assim foi que os conservadores e a direita
colaram em Vargas o rótulo de populista visando desqualificá-lo. repetiu-se o
procedimento com Jango e seu partido (o PTB; foram sumariamente
classificados como tais e igualmente desqualificados )
João Goulart (Jango)
Mesmo sem compartilhar de qualquer projeto
socialista, era um reformista dedicado a avanços
sociais, tinha fortes compromissos com os
trabalhadores e com a democracia, compromissos
que nunca traiu.
Para explicar politicamente o seu governo, é
preciso levar em conta que chegou à presidência
numa situação complicadíssima e no quadro de
uma crise estrutural da economia brasileira,
além de contar com uma situação internacional
muito desfavorável.
1961 -
1964
A guerra fria e os EUA diante do governo Jango
A derrota militar do nazifascismo em 1945 Nesse discurso, Churchill utilizou pela
abriu a conjuntura política que parecia primeira vez a expressão “cortina de
garantir a continuidade do entendimento ferro” para designar a divisória que os
entre as potências vitoriosas “países comunistas” teriam erguido
(especialmente, Estados Unidos e União entre eles e os países “democráticos” e
Soviética), durante a Segunda Guerra “ocidentais” (capitalistas). No ano
Mundial, articularam a resistência ao horror seguinte, o presidente dos EUA, Truman
e genocídio. Mas o clima internacional de identificou os países da “cortina de ferro”
entendimento e unidade democrática não como os inimigos da “democracia
durou muito: Winston Churchill, que dirigira ocidental”. O presidente anunciou uma
a Inglaterra durante a guerra, apontou a série de medidas (econômicas e políticas)
União Soviética e os países da Europa no plano internacional para apoiar e
Central que se orientavam para o socialismo sustentar governos que se dispusessem
como um perigo para a democracia e o dóceis à liderança dos Estados Unidos.
Ocidente. Nascia a “doutrina Truman” e, com ela, a
chamada guerra fria.
Expressou, durante todo o período da
guerra fria, a orientação anticomunista. À
chantagem imperialista sucedeu o
equilíbrio mediante o terror atômico, que
não conduziu a uma guerra de extensão
mundial. Não foi apenas um dispositivo
político para isolar e ameaçar a União
Doutrina Soviética e neutralizar a intervenção dos
comunistas fora de suas fronteiras.
Truman Constituiu também um mecanismo de
subordinação econômica dos aliados à
expansão das grandes empresas
monopolistas norte-americanas - vale dizer:
foi um mecanismo a serviço da expansão
imperialista
João Goulart (Jango)
Assume a presidência, no desfecho de um “golpe
branco”, intentado por conspiradores militares
que expressavam os temores das classes
dominantes (burgueses e latifundiários) e, pelo
seu passado, não gozava de nenhuma confianças
dos representantes do interesse das empresas
imperialistas que operavam no país. A ampliação
dos espaços democráticos e a crescente
participação popular que assegurou desde que
chegou à chefia do Executivo, em setembro de
1961, tornaram-no ainda mais suspeito aos olhos
1961 - de Washington.
1964
Já a partir de 1961, o Departamento de A CIA investiu também na corrupção do
Estado norte-americano e a CIA , movimento sindical e do movimento
desenvolveram atividades específicas para a camponês. Por outra parte, de 1962 a
desestabilização do governo de Jango, visto 1964, a própria embaixada norte-
por Washington como “não confiável” e americana e vários de seus consulados
“infiltrado” por comunistas. Para tanto, foi (alguns dos quais dirigidos por agentes
multiplicado o ingresso de seus agentes no da CIA), sob a capa de “ajuda”
país. oferecida pela Aliança para o
Desde finais dos anos 1950, a CIA monitorava Progresso, financiaram políticos
programas com os quais o governo norte- (prefeitos, deputados e governadores
americano procurava influir na formação de de estado) “democratas” - isto é: de
policiais civis brasileiros. Essa colaboração da oposição a Jango - com fundos bastante
CIA com a polícia brasileira foi largamente significativos para a época.
aprofundada no imediato pré-golpe e mais
ainda após 1964.
A crise econômica e sua
implicação política
Os indicadores econômicos da entrada dos anos 1960 atestam
inequivocamente um quadro de crise.
Verificou-se uma inflexão para baixo do crescimento do PIB.
Dramatizando ainda mais a conjuntura, o decréscimo do investimento
estrangeiro foi assustador, os recursos externos obtidos pelo governo
brasileiro para financiar a sua dívida foram contraídos através de
empréstimos de curto prazo - e estas duas circunstâncias deviam-se às
pressões conjugadas dos Estados Unidos e do FMI.
E tudo isso com a inflação crescendo em seta.
Uma abordagem que se mostra
convincente é aquela conforme a
qual, na entrada dos anos 1960,
esgotou-se a fase expansiva da
industrialização brasileira que se
iniciaria no imediato segundo pós-
Causas da guerra (inicialmente prolongando a
substituição de importações) e chegou
ao auge entre 1956 e 1961 (quando o
crise processo se alargou para os setores da
indústria pesada).
● Ampliação do mercado interno;
● Políticas governamentais de
estímulo à indústria nacional;
● Fortes investimentos
Condições estatais na infraestrutura
(energia e transportes) e na
para esta produção de insumos básico
● (siderurgia); do
Ingresso capital
expansão (especialmente
estrangeirodurante o governo
Kubitschek) na produção de bens
destinados ao mercado interno;
O papel do Estado como articulador da
● Crescimento da agricultura;
acumulação, que vinha dos anos 1930, foi
● Política fiscal e cambial favorável
absolutamente central nesse processo.
Configurou-se numa espécie de tripé: o ao investimento privado na
Estado, o capital estrangeiro e o capital indústria.
privado nacional - o segundo mais débil
tripé.
Dada a magnitude e o tempo de maturação dos investimentos realizados
na segunda metade dos anos 1950, era esperável uma redução do ritmo do
crescimento econômico - a capacidade produtiva criada nos setores de
bens de produção e de consumo, até ser inteiramente explorada, teria por
efeito uma retração substancial da inversão privada. A crise, pois, deriva
da dinâmica interna, endógena, da economia brasileira, mas não era uma
simples crise cíclica própria do sistema capitalista: era uma crise
estrutural do capitalismo brasileiro que exigia uma reestruturação
geral dos mecanismos e instituições necessários a um novo padrão de
acumulação.
As soluções para a crise econômica, chamaram-se reformas de base.
● Agrária
As Reformas de
● Tributária e Fiscal
Base seriam:
● Bancária

● Urbana
João Goulart (Jango)
Sua figura no poder também não agradava os EUA e
isso foi ficando evidente na medida em que a crise no
Brasil se desenrolava. As associações de Goulart com
o movimento sindical e a sua guinada à esquerda nos
fins de 1963 – como reação a radicalização crescente
das posições de seus adversários em relação às
Reformas de Base – colaboraram para as
interpretações de Gordon de que Goulart tentaria um
golpe para se perpetuar no poder.

1961 -
1964
Fundamental na campanha de
desestabilização do governo Goulart para
a consolidação do golpe civil-militar
ocorrido na madrugada da passagem de 31
de março para primeiro de abril de 1964.
Consideravam o governo de Goulart
Participação associado a setores de esquerda e
contrário aos seus interesses na região.
dos EUA no Essa percepção haveria motivado o
governo estadunidense a agir contra o
Golpe presidente brasileiro por meio de apoio
direto às forças golpistas.
De fato o papel dos EUA não se restringiu
a um apoio meramente velado, ou um
acompanhamento próximo dos
Participação dos acontecimentos, como alegou Gordon e
Vernon Walters após o golpe civil-militar
de 1964. Tanto um quanto outro atuaram
EUA no Golpe como peças fundamentais para a
deposição do presidente e a supressão
do regime democrático no Brasil.
NETTO, José Paulo. Pequena História da Ditadura Brasileira -
1964-1985. São Paulo: Cortez, 2014.

Referência

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