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Militar
José Paulo Netto
1956-1961
Jânio Quadros
A indiscutível vitória eleitoral parecia oferecer ao
novo presidente uma larga base de apoio — mesmo
que o vice-presidente eleito também em 3 de outubro
de 1960 (à época, as regras eleitorais não vinculavam
o voto para presidente e vice-presidente), João
Goulart, conhecido por Jango, não se alinhasse com as
suas ideias.
Candidatou-se à presidência da República apoiado por
grande leque de partidos, da quais o principal era a
União Democrática Nacional (UDN)
Janeiro à Agosto de 1961
Vereador de São Paulo Governador de Presidente da
São Paulo República
tomadas por
Jânio
Jânio procurou romper com dependência
dos Estados Unidos. Aproximou-se dos
movimentos nacionalistas e de
esquerda. Buscou reaproximar
diplomaticamente o Brasil da União
Soviética (país socialista). Condecorou,
Política Externa com a ordem do Cruzeiro do Sul, Che
Guevara (uma das principais figuras
Independente revolucionárias comunistas do período).
Esta política externa desagradou muito
os setores conservadores da sociedade
brasileira, os políticos de direita e
também as Forças Armadas do Brasil.
Jânio buscou afastar-se das
tradicionais forças políticas do país.
Acredita que assim teria mais
Política Interna liberdade para governar, pois não
teria compromissos com partidos
políticos. Desta forma, as
negociações com o Congresso
Nacional ficaram difíceis e, muitas
vezes conflituosas.
Contra o respeito à ordem democrática, posicionaram-se as forças
conservadoras e reacionárias, em especial a cúpula militar de que se cercara
Jânio Quadros (seus ministros da Guerra, marechal Odílio Denis, da
Aeronáutica, brigadeiro Grün Moss, da Marinha, almirante Sílvio Heck e seu
chefe da Casa Militar, general Orlando Geisel — todos conspiradores que
participarão do golpe do 1º de abril de 1964). Este grupo aceitou o fato
consumado da renúncia de Jânio Quadros mas, violando as normas
constitucionais, vetou a posse de Jango — e reconheceu como chefe do
executivo federal o deputado Ranieri Mazzili, conservador que então presidia
a Câmara dos Deputados.
O movimento popular que se opôs a este
veto foi enorme e derivou numa formidável
resistência ao golpe que ele representava.
Diante da reação popular e de dissensões nas Forças Armadas, o
núcleo golpista recuou parcialmente e aceitou negociações com
representantes políticos. Destas negociações (cujo líder civil foi o
deputado Tancredo Neves, do PSD mineiro) surgiu um acordo:
Jango tomaria posse se o regime presidencialista fosse substituído
pelo parlamentarismo. Esta solução, por meio de uma emenda à
Constituição (prevendo, para 1965, um plebiscito sobre a
continuidade do parlamentarismo), equivalia, de fato, a um
“golpe branco”: Jango assumiria o governo com poderes
claramente reduzidos — o que significava, na verdade, uma
ruptura com a legalidade democrática —, refém de um Congresso
Nacional conservador.
O “golpe branco” de 1961
● Urbana
João Goulart (Jango)
Sua figura no poder também não agradava os EUA e
isso foi ficando evidente na medida em que a crise no
Brasil se desenrolava. As associações de Goulart com
o movimento sindical e a sua guinada à esquerda nos
fins de 1963 – como reação a radicalização crescente
das posições de seus adversários em relação às
Reformas de Base – colaboraram para as
interpretações de Gordon de que Goulart tentaria um
golpe para se perpetuar no poder.
1961 -
1964
Fundamental na campanha de
desestabilização do governo Goulart para
a consolidação do golpe civil-militar
ocorrido na madrugada da passagem de 31
de março para primeiro de abril de 1964.
Consideravam o governo de Goulart
Participação associado a setores de esquerda e
contrário aos seus interesses na região.
dos EUA no Essa percepção haveria motivado o
governo estadunidense a agir contra o
Golpe presidente brasileiro por meio de apoio
direto às forças golpistas.
De fato o papel dos EUA não se restringiu
a um apoio meramente velado, ou um
acompanhamento próximo dos
Participação dos acontecimentos, como alegou Gordon e
Vernon Walters após o golpe civil-militar
de 1964. Tanto um quanto outro atuaram
EUA no Golpe como peças fundamentais para a
deposição do presidente e a supressão
do regime democrático no Brasil.
NETTO, José Paulo. Pequena História da Ditadura Brasileira -
1964-1985. São Paulo: Cortez, 2014.
Referência