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E SEUS DESDOBRAMENTOS
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Contexto Histórico
Seu sucessor, Jânio Quadros, que assumiu a presidência em 1961, renunciou em agosto do
mesmo ano após ter concedido uma condecoração a um dos líderes da Revolução
Cubana, Ernesto "Che" Guevara. Embora Jânio Quadros não nutrisse simpatia pelo
socialismo, essa ação foi interpretada pelas elites e militares como uma "aproximação ao
comunismo" em um contexto de Guerra Fria. Muitos militares que haviam recebido a
mesma condecoração no passado protestaram devolvendo suas medalhas ao governo
como um ato de repúdio.
Após a renúncia, o vice-presidente João Goulart retornou de uma viagem oficial à China.
Ao chegar ao Brasil, foi barrado pelos militares de assumir a presidência. O impasse foi
resolvido pela aprovação de uma emenda constitucional que instituiu o sistema
parlamentarista. Assim, em 1961, João Goulart assumiu a presidência com poderes
substancialmente reduzidos. No entanto, o parlamentarismo foi rejeitado pela população
em um plebiscito realizado em 1963, e o presidente voltou a exercer plenos poderes.
Devido à sua estreita relação com o movimento sindical brasileiro, Jango era visto com
grande desconfiança pelos setores conservadores da sociedade, que frequentemente o
acusavam de ter tendências comunistas. A crise política durante o governo de Jango
também se acentuou devido às Reformas de Base defendidas pelo governo.
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Assim, a partir de 1962, os EUA passaram a financiar grupos e políticos conservadores no
Brasil. O "complexo Ipes-Ibad" recebeu financiamento americano e visava criar uma
frente parlamentar contra o governo de João Goulart. O Ibad, especificamente, recebeu
críticas por receber fundos do governo americano para financiar a campanha de mais de
800 políticos durante as eleições de 1962, apoiando políticos conservadores. Esse
financiamento era ilegal de acordo com a legislação brasileira da época.
Radicalização Política
A conspiração em andamento contra o governo de João Goulart foi instigada pelo receio
de setores conservadores em relação à ascensão de movimentos sociais, incluindo
camponeses, operários e estudantes. A sociedade brasileira encontrava-se
profundamente dividida ideologicamente entre direita e esquerda, sendo que um ponto
central de debate girava em torno das Reformas de Base.
A reforma agrária tornou-se o ponto focal das discussões políticas nacionais entre março
e agosto de 1963, dividindo opiniões entre esquerda e direita. Grupos de trabalhadores
rurais começaram a ocupar propriedades rurais e a pressionar o governo para
implementar a reforma, mesmo que à força. Em contrapartida, os proprietários das terras
se posicionavam de maneira contrária à reforma agrária.
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A proposta defendida pela ala esquerdista estabelecia que terras com mais de 500
hectares e sem produtividade seriam alvo da reforma, com a desapropriação dessas terras
ocorrendo mediante indenização com títulos da dívida pública, a serem resgatados em
longo prazo. Já os setores de direita, embora estivessem dispostos a negociar, defendiam
que a reforma agrária deveria ocorrer seguindo os mecanismos constitucionais, ou seja,
por meio de indenização em dinheiro, à vista, de acordo com o valor de mercado.
O governo de Jango encontrava-se cada vez mais enredado pelas dificuldades, sobretudo
devido à inflexibilidade de grupos de esquerda que buscavam implementar as Reformas
de Base a qualquer custo. Nessa ala, Leonel Brizola ganhava destaque — cunhado de João
Goulart, Brizola havia sido governador do Rio Grande do Sul e, a partir de 1963, assumiu
o cargo de Deputado Federal pela Guanabara. A postura radicalizada da esquerda em
defesa das Reformas de Base foi explorada pelos grupos que conspiravam para o golpe.
Desestabilização de Jango
No término de 1963, o cenário brasileiro era marcado por um estado caótico. Tanto
camponeses quanto operários urbanos estavam em rebelião, enquanto as forças de
esquerda demandavam a expansão das reformas e instigavam o governo a adotar uma
postura mais assertiva. Simultaneamente, as facções de direita coordenavam-se com as
Forças Armadas com vistas à tomada do poder. Nesse contexto, João Goulart começou a
mostrar sinais de fragilidade.
Em 12 de setembro de 1963, eclodiu em Brasília a Revolta dos Sargentos. Essa revolta foi
instigada pela insatisfação dos sargentos, que haviam sido impedidos pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) de ocupar cargos no Poder Legislativo. Os sargentos revoltosos
assumiram o controle de edifícios governamentais na capital, porém, foram rapidamente
reprimidos, e a situação foi recolocada sob controle. Como Jango não tomou nenhuma
medida punitiva, o governo aparentou uma sensação de impunidade para uma parte das
Forças Armadas em caso de futuras rebeliões.
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de 30 dias. Diversas interpretações surgiram na historiografia a respeito dessa medida
tomada por Jango.
A proposta foi rechaçada pelos parlamentares de todos os principais partidos (UDN, PSD
e PTB). Três dias após a apresentação, Jango retirou a proposta do Congresso. A
combinação desses dois episódios abalou profundamente a reputação de Jango.
O Golpe de 1964
Esse comício reuniu entre 150 mil e 200 mil pessoas. Durante o evento, João Goulart
reiterou seu compromisso com a implementação das Reformas de Base. O discurso de
Goulart insinuou que o presidente estava abandonando a política de conciliação e
adotaria uma postura mais incisiva em relação às Reformas de Base, em sintonia com os
movimentos sociais.
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O golpe contra João Goulart estava originalmente planejado para ocorrer por volta de 10
de abril, através de uma ação conjunta envolvendo militares, membros do Ipes e os
Estados Unidos (que estavam mobilizados pela Operação Brother Sam). Entretanto, os
acontecimentos não seguiram o roteiro previsto. Em 31 de março, uma rebelião liderada
por Olympio de Mourão deu início ao golpe civil-militar.
Amaury Kruel, um grande aliado de Jango no exército, retirou seu apoio ao presidente,
deixando-o isolado e minando as chances de uma resistência interna dentro das Forças
Armadas. Enquanto os militares marchavam contra o governo, os legisladores brasileiros
decidiram agir. Em 2 de abril de 1964, Auro de Moura, Senador da República, declarou a
presidência vaga, abrindo caminho para que a Junta Militar assumisse o poder no Brasil.
Em 9 de abril, o Ato Institucional nº 1 foi promulgado, marcando o início da Ditadura
Militar no país.
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Atos Institucionais
Ato Institucional nº 1 (AI-1): Emitido em 9 de abril de 1964, este ato deu início à
ditadura militar no Brasil, destituindo o presidente João Goulart. Ele suspendeu garantias
constitucionais, cassou mandatos políticos e deu amplos poderes ao presidente militar
para tomar medidas repressivas.
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Esses são apenas alguns exemplos dos Atos Institucionais emitidos durante o período da
ditadura militar no Brasil. Eles foram instrumentos fundamentais para a repressão
política, a censura, a perseguição a opositores e a concentração de poder nas mãos dos
militares, caracterizando um período sombrio na história do país. A luta pela democracia
e pelos direitos humanos foi fundamental para a transição para um regime democrático,
que ocorreu gradualmente a partir dos anos 1980.
Governos Militares
Durante o período da ditadura militar no Brasil, que durou de 1964 a 1985, houve uma
série de governos militares que se sucederam. Vou listar cada um desses governos,
juntamente com suas principais características:
Características: Costa e Silva foi responsável por centralizar ainda mais o poder nas mãos
dos militares. Durante seu governo, ocorreu a radicalização do regime, com a
promulgação do AI-5, que suspendeu as liberdades civis e políticas.
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Governo do Presidente Emílio Garrastazu Médici (1969-1974):
Características: Médici liderou o período mais repressivo da ditadura militar. Sob seu
governo, houve um aumento significativo na perseguição a opositores, torturas e
desaparecimentos de ativistas políticos.
Principais Ações: Início da abertura política, anistia para presos políticos, redução da
censura.
Principais Ações: Promulgação da Lei da Anistia, eleições diretas para governadores, fim
do bipartidarismo, criação de partidos políticos, pressões pela redemocratização.
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