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Como combater

o racismo?
Confira dez lições do
Pequeno manual antirracista,
de Djamila Ribeiro
1. Informe-se
 sobre o racismo:
• Compreenda as particularidades
do racismo brasileiro — velado —,
além do racismo explícito;
• Desconstrua, diariamente, os mitos
do país, como o da democracia racial;
• As palavras “branco”, “negro” e
“racismo” não devem ser tabu.
2. E
 nxergue a negritude:
• Reflita sobre o racismo para impedir
sua naturalização e perpetuação;
• Reconheça pessoas negras a partir
de suas complexidades e
contradições, e não estereótipos;
• Não seja condescendente;
• Valorize a produção do saber e a
estética negra.
3. Reconheça os privilégios
da branquitude:
• Questione a ausência de pessoas negras
em espaços, cargos, livros, referências, etc.
Além disso, perceba como pessoas negras
estão inseridas nestas esferas;
• Reconheça seus privilégios, compreendendo
que o debate é estrutural e não individual;
• Sinta-se responsável por sua branquitude.
A partir disso, ajude na criação de espaços
para pessoas negras.
4. Perceba o racismo
internalizado em você:
• Ser antirracista pode ser uma postura
incômoda. É necessário, apesar disso,
levarmos as discussões adiante e
estarmos atentos às nossas atitudes;
• Enxergue os valores sociais intrínsecos
à linguagem e a utilize de forma crítica.
5. Apoie políticas educacionais
afirmativas:
• O racismo estrutural dificulta o acesso de
pessoas negras à educação de qualidade;
• O debate sobre educação deve ser sobre
oportunidade, não capacidade;
• É importante não romantizar nas mídias
as dificuldades estruturais enfrentadas
por pessoas negras para, por exemplo,
passar no vestibular;
• Informe-se sobre políticas públicas,
apoie institutos de pesquisas e apoie
candidatos aliados à causa.
6. Transforme seu ambiente de trabalho
• Questione a proporção de brancos e negros no
quadro de funcionários, perceba quais cargos as
pessoas negras estão desempenhando e reflita
sobre salários.
• Pergunte-se quais critérios de contratação
a sua empresa usa e como, numa sociedade
estruturalmente racista, eles excluem pessoas
negras.
• Entenda que a ausência de pessoas negras deixa
o ambiente mais suscetível a práticas racistas.
• Pesquise sobre consultorias especializadas.
7. Leia autores negros
• Os saberes e produções de populações
oprimidas são sistematicamente apagados.
Se posicione contra isso.
• Tenha em mente que tal apagamento contribui
para o empobrecimento do debate público;
• É preciso ler e contar histórias que não partem
do ponto de vista do poder.
• Pesquise sobre núcleos de estudos afro-brasileiros,
valorize produções intelectuais negras e expanda
suas leituras para além do ponto de vista
eurocêntrico/colonizador/opressor.
8. Questione a cultura que você consome
• Para respeitar uma cultura é preciso conhecê-la.
Assim, pesquise e estude.
• Concilie seu interesse por elementos culturais à
humanização de povos oprimidos.
• Atente-se ao esvaziamento de sentido de
elementos culturais e à perpetuação do racismo
pelo capitalismo.
• Questione a representação de negros na mídia
e refute o racismo recreativo. Perceba onde e de
que forma pessoas negras são representadas.
• Contrate profissionais da cultura negros.
9. Conheça seus desejos e afetos
• Refute a visão colonial que vê corpos negros
como violáveis e não hiperssexualize a mulher
negra.
• Estar em um relacionamento com uma pessoa
negra não significa ser antirracista. Não use a
pessoa amada como escudo. Escute-a e reveja
as próprias ações.
• Questione os padrões estéticos e afetivos
sociais que desumanizam e excluem as
mulheres negras.
10. Combata a violência racial
• Mantenha-se sempre alerta sobre casos de
violência policial, denuncie tais abusos e
alimente o debate público sobre o tema.
• Leia sobre o racismo que alicerça as estruturas
do sistema judiciário brasileiro.
• Apoie movimentos e organizações engajadas
em combater abusos, como a Iniciativa Negra,
a Rede de Proteção e Resistência Contra o
Genocídio, o projeto Movimentos, o Instituto
de Defesa do Direito de Defesa, entre outros.
Não pare por aqui.
Aprofunde-se no tema.
A luta antirracista é
uma responsabilidade
diária e constante.

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