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O que é Tecnologia da Informação?

Para iniciar nossa conversa, começo com uma pergunta: você já


ouviu alguém falar que somos a Sociedade da Informação?
Provavelmente, certo? Mas, você já parou para entender o que de
fato significa a expressão?

De acordo com o dicionário Michelis On-line, sociedade é


basicamente um grupo de pessoas que possuem relação de
convivência. Já informação, segundo os pensantes da área de
Gestão de Conhecimento, Prusak e Davenport, “são dados que
fazem a diferença” (DAVENPORT e PRUSAK, 1998, p. 4).

Seguindo essa linha de raciocínio podemos entender que somos um


grupo de pessoas que é caracterizado por sua relação de
convivência por meio de dados que diferem uns dos outros. Como
tudo o que há no mundo, essa definição teve seus desdobramentos.
A primeira vez em que foi usada foi em pleno século XX, durante um
período de grandes avanços tecnológicos.

Desde então, muitos pontos avançaram no mundo todo quando o


assunto é informação. Inclusive o conjunto de técnicas para a
realização da Ciência, dentre eles um dos mais importantes foi a
Tecnologia da Informação (TI).

A TI está muito ligada a tipos de conhecimentos que temos, que


podem, de forma geral, se dividir em: senso comum, artístico,
religioso, filosófico, científico. Cada campo impacta de forma
diferente. Abaixo segue uma tabela (Appolinário, 2006, p. 13)
apresentando, resumidamente, suas características e diferenciais:
Imagem 1 - Comparação entre as diversas formas de conhecimento.

2. Impactos da TI no mundo

Por se tratar de uma nova era de muita informação, de grande


volume de dados, também chamada de “Era do Big Data”, muitas
destas informações não eram e ainda não são tratadas
adequadamente. Nesse cenário, a tecnologia veio para definir os
termos usados nas organizações, estabelecer informações
estratégicas, identificar e manter o fluxo das informações
coorporativas, automatizar os processos manuais e organizar o
conjunto de dados para dar apoio à alta direção.

Como consequência dessa evolução combinada a fatores sociais,


ambientais, políticos e econômicos, os modelos de comunicação e
interação se transformaram profundamente. Claro que não foi
“apenas” isso. Com essas mudanças no ambiente, tivemos
repercussões que mudaram significativamente o modo de viver das
pessoas. As tecnologias, definitivamente, fazem parte do nosso dia-
a-dia.
Uma destas mudanças, por exemplo, foi a busca de soluções
efetivas para que pessoas de diversos segmentos tivessem acesso
à internet. Também a promoção de uma real interação entre
cidadãos e governo, o modo de se transportar/locomover
(mobilidade), a maneira de estudar, a maneira de plantar, dentre
outros.

Agora pensando em um cenário mais atual, mais especificamente a


pandemia da COVID-19, também é interessante analisar o impacto
mediante as mudanças na sociedade obrigadas pelo isolamento. Na
área da Saúde, por exemplo, tivemos melhorias na telemedicina e
nos processos de atendimento. Já na área bancária, tivemos uma
tentativa da desburocratização dos serviços através da estimulação
dos usos dos aplicativos dos bancos digitais. Até mesmo no dia a
dia, pudemos perceber reinvenções na busca por entretenimento,
alimentação, atividades físicas, cuidados com o lar. Habilidades
foram adquiridas e muitas permanecerão pós-COVID.

Transformações estas mediadas por tecnologias e dispositivos


tecnológicos, que facilitaram e continuam facilitando nossas
relações e formas de consumo. As tecnologias são desenvolvidas
para pessoas e as pessoas também se adequam às tecnologias,
seja por necessidade pessoal ou profissional.

3. Governança de Dados

Apesar das novas conquistas, o progresso trouxe novas


preocupações: como organizar melhor esse maior número de
informações e dados? E extrair o melhor da informação? Simples:
através de uma Governança de dados. Sendo um modelo que define
qual informação, em que momento, qual método e em que
circunstâncias os dados serão utilizados, visando apoiar o processo
de tomada de decisões das organizações. Obtendo assim, maior
segurança no processo decisório.

Não implementar a Governança de Dados pode representar um risco


a qualquer organização, independente de seu tamanho e
experiência de mercado. Uma comparação que pode ajudar no
entendimento do risco é comparar o planejamento da Governança
ao planejamento de saúde em longo prazo.

Sendo assim, colocar a Governança em prática diminui os riscos


atrelados à falta de segurança e gestão de dados. O desafio dos
dados atuais podem ser agrupados em quatro grandes áreas: a
própria Governança de Dados, na forma de um Programa a ser
implementado pelas organizações; Privacidade de Dados; Proteção
de Dados; Relatórios e Análise de Dados. Todos com foco na
adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), legislação já
em vigor no Brasil.

A Governança possui 10 funções: arquitetura de dados, modelagem


de dados e projetos, armazenamento de dados, segurança dos
dados, integração dos dados, documentos e conteúdo, dados
mestres e de referência, data warehousing e BI, metadados,
qualidade de dados. Isso significa que essas funções influenciarão
nas regras de criação, reuso e consumo dos dados.

Além disso, em geral, as organizações que se preocupam com


Governança de Dados estão um passo à frente na construção de
reputação, bem como de crescimento com base sustentável. Em
outras palavras, na prática, isso pode significar também maior valor
de mercado.

4. Futuro e Tendências

Diante de todas essas variáveis que entram na história da


Informação ao longo dos anos, espera-se que quando especulamos
sobre o futuro incerto do mundo, propiciem evoluções em diversas
áreas.

Na Saúde poderá contribuir no diagnóstico e prevenção de doenças


e, consequentemente, levar a maior qualidade de vida e diminuição
de óbitos; nas empresas, prevê-se maior agilidade em execução de
trabalhos, por meio da automatização de processos e rotinas
administrativas; nos transportes públicos, maior precisão quanto a
rotas, valores cobrados e conforto; dentre muitos outros fatores.

Uma tendência interessante que pode ir contra todo esse movimento


de automatização e robotização, será uma melhor preocupação com
os seres humanos nos serviços. Uma vez que as empresas tendo
todas as tecnologias a sua disposição, precisam de tratamento
diferencial para atrair e conquistar seu público.

Já na área de empregos, por exemplo, uma tendência relacionada a


pessoas pode ser vista pelos benefícios da aplicação de People
Analytics desde Recrutamento e Seleção (R&S) à Treinamento e
Desenvolvimento (T&D), bem como Gestão de Carreiras, Análises
de Desempenho em diferentes níveis, indicação de benefícios
corporativos, alinhamento organizacional e individual de
colaboradores. As empresas poderão usar dos dados e suas
análises para conquistar e reter os melhores profissionais do
mercado, ganhando competitividade no mercado.

Várias tecnologias estão sendo desenvolvidas para o bem-estar e o


bem comum, tanto individual quanto social. São as “Tecnologias do
Bem” como as que mapeiam casos de abusos e violência contra
mulheres; que detectam gastos públicos públicos e exigem
explicação, ou seja, atuam para controle social de gastos públicos;
as auxiliam autistas a acompanharem suas evoluções em
Linguagem, Cognição, Interação Social e Habilidades Motoras,
áreas-chaves de neurodesenvolvimento.

Há inclusive um termo chamado “Humanistas de Tecnologias” para


se referir àqueles que atuam pelas “Tecnologias do Bem”, como
Kate O’Neill, pesquisadora que escreveu o “Humanista Tech”
[tradução Livre], na intenção de fomentar esse tipo de pesquisa e
promover debates rumo aos impactos na qualidade de vida das
pessoas. Também para que a sociedade civil se apodere de todo o
ciclo de vida de dados e ciência de dados, para que, assim, possam
promover mudanças em suas comunidades e nas comunidades
globais.

Atividade Extra

• Futurismo - Palestra TED “O Futuro é Agora”, pela futurista


Rosa Alegria: https://www.rosaalegria.com.br/video/ted-vila-
mada-o-futuro-e-agora/
• Livros:

Referência Bibliográfica

ANGELONI, Maria Terezinha; FIATES, G. G. S. Gestão do


conhecimento em TI. 2. ed. Palhoça: Unisulvirtual, 2008.

APPOLINÁRIO, Fábio. Metodologia da Ciência: filosofia e prática.


São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

FLORES, Angelita Marçal; MULBERT, Ana Luisa. Prática


Profissional em TI. 1. ed. Palhoça: Unisulvirtual, 2007.

FOINA, Paulo Rogério. Tecnologia de Informação: Planejamento


e Gestão. 2. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2006.

GASPAR, Marcelo; GOMEZ, Thierry; MIRANDA, Zailton. T.I.: Mudar


e Inovar: Resolvendo Conflitos com ITIL V3 - aplicado a um estudo
de caso. 2. ed. Distrito Federal: Senac, 2011.

MICHAELIS ON-LINE. Sociedade. Disponível em:


<https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-
brasileiro/sociedade/> . Acesso em: 6 mai. 2021.

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