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Tipos de Previdência

Privada
A previdência privada é considerada um investimento de acumulação
financeira de longo prazo.

Na hora de contratar o serviço, você escolhe entre o Plano Gerador


de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre
(VGBL).

O fundos de previdência privada foram criados inicialmente para


complementar a renda do trabalhador no momento da aposentadoria,
que é uma fase onde a geração de receita costuma diminuir e, as
despesas aumentam.

Com o passar dos anos esses fundos foram sendo utilizados não
apenas para a reserva de aposentadoria, mas como uma estratégia
de benefício fiscal e planejamento sucessório.

Antes de explicarmos as diferenças entre os planos PGBL (Plano


Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício
Livre), vamos entender um pouco mais das características da
previdência privada.

Os fundos de previdência possuem um modelo de tributação


exclusiva de longo prazo, a regressiva e a progressiva. O Imposto de
Renda na previdência só incide no resgate, não tendo assim o
impacto da antecipação do IR semestral como os demais fundos de
investimento. Esse impacto que pode parecer pequeno, no longo
prazo é enorme e, reduz a força dos juros compostos.

Portabilidade

A livre portabilidade, transferência entre planos e instituições, traz


uma boa oportunidade de diversificação e segurança para esses
fundos. Permite ao investidor mudar a estratégia de acordo com o
cenário econômico, migrando entre os fundos de previdência sem
incidência de IR e sem perder o tempo de contribuição. A
portabilidade entre instituições permite ao investidor transferir seus
recursos de uma instituição para a outra também sem incidência de
IR e, sem perder o tempo de contribuição.

Benefício fiscal

Os planos do tipo PGBL permitem ao investidor deduzir até 12% da


sua renda anual bruta, por meio de um investimento. Como isso
funciona? Se você ganha por exemplo R$ 100 mil por ano, você
pode aplicar até R$ 12 mil em um PGBL que você terá o benefício
fiscal de 3.300 reais (27,5%, que é a alíquota de IR aplicada para
esse valor de renda) a menos para pagar de imposto. Esse benefício
só pode ser usufruído se o investidor fizer declaração de IR pelo
modelo completo, que inclui as despesas dedutíveis.

Não entram em inventário


A sucessão patrimonial é um dos benefícios mais utilizado pelos
investidores. Essa característica é um facilitador para que
investidores, especialmente os em idade mais avançada, planejem a
transferência de patrimônio financeiro para seus beneficiários de
forma mais rápida, menos custosa e menos burocrática no
falecimento.

Diferente do INSS, na previdência privada você escolhe com quanto


quer contribuir e com qual periodicidade vai fazer as aplicações. Você
pode contribuir com R$ 300 uma vez ao ano, por exemplo, ou aplicar
R$ 1 mil todos os meses. Você também pode fazer depósitos extras
quando quiser.

Custos envolvidos

Assim como os demais fundos de investimentos, os fundos de


previdência possuem a taxa de administração que incide sobre o
patrimônio do fundo. E possuem também uma taxa chamada taxa de
carregamento que, dependendo da instituição, pode incidir no
momento da aplicação ou na saída do plano e, em alguns casos, até
na entrada e na saída. Importante estudar as condições praticadas
pela instituição antes de contratar o plano.

Planos corporativos

Muitas empresas oferecem planos de previdência para seus


funcionários, seja administrado por uma instituição financeira, seja
administrado pela própria empresa, que são os famosos fundos de
pensão (por exemplo, o Petros para funcionários da Petrobras e o
Postalis para funcionários dos Correios). Esses planos costumam ser
no formato de fundos PGBL, pois assim permitem aos funcionários e
à empresa dedução fiscal. Verifique se a sua empresa possui esse
tipo de benefício e aproveite a contrapartida que costumam oferecer
de depositar muitas vezes até o valor que você contribui, dobrando
assim seus aportes e acelerando a constituição da sua reserva.

Regime de tributação

No passado, os fundos de previdência só possuíam regime de


tributação progressiva. Com o objetivo de beneficiar o investidor de
longo prazo, o governo criou em 2005 o regime de tributação
regressiva, que após 10 anos permite ao investidor sair na menor
alíquota de IR, de 10%. Relembrando que a incidência de imposto só
ocorre no resgate.

Tributação progressiva

15% de IR recolhido na fonte

Até 12,5% no ajuste de IR no ano seguinte ao resgate

Tributação regressiva

35%: 0 a 2 anos

30%: 2 a 4 anos

25%: 4 a 6 anos
20%: 6 a 8 anos

15%: 8 a 10 anos

10%: após 10 anos

VGBL x PGBL

A diferença entre esses dois tipos planos é bem simples, por isso
optamos por apresentar os planos após todas as características.
Ambos são para longo prazo, podem ser resgatados ou
transformados em aposentadoria, não possuem come-cotas, não
entram em inventário, possuem opção de tributação progressiva ou
regressiva. A única diferença entre eles se dá em função do benefício
fiscal:

VGBL

Não permite abater do IR os aportes ao plano.

Indicado para quem usa a declaração simplificada ou é isento.

Também é indicado para quem já investe em um PGBL, mas quer


investir mais de 12% de sua renda bruta em previdência privada.

O IR incidirá apenas sobre os rendimentos do plano e não sobre o


total acumulado.

PGBL
Permite abater da base de cálculo do IR os aportes realizados
anualmente ao plano até um limite máximo de 12% da renda anual
bruta tributável do investidor. Indicado para as pessoas que optam
pela declaração completa do Imposto de Renda. Essa dedução não
significa que os aportes feitos na previdência privada são isentos de
IR. Haverá incidência do IR sobre o valor total do resgate ou da renda
recebida quando eles ocorrerem. Para ter a dedução do IR o titular do
plano tem que estar contribuindo para o INSS ou outra previdência
oficial. Para ficar mais claro, veja abaixo uma simulação do benefício
fiscal proporcionado pelo PGBL. Considere uma pessoa que tem
salário de R$ 4 mil, contrato de trabalho CLT e que invista 12% do
salário (R$ 480).

Exemplo com qualquer aplicação financeira

Salário

R$ 4.000,00

(-) INSS na alíquota de 11%

R$ 440,00

(=) Base de cálculo para IR

R$ 3.560,00

(-) IR 15% com a dedução de R$ 354,80


R$ 179,20

Nesse caso, o IR devido será de R$ 179,20 (a alíquota de 15% sobre


os R$ 3.560,00, menos a dedução de R$ 354,80 estipulada pela
Receita Federal).

Entenda a seguir como se dá o benefício do PGBL a partir da


redução na base de cálculo do Imposto de Renda.

Exemplo com aplicação em PGBL

Salário

R$ 4.000

(-) INSS na alíquota de 11%

R$ 440

(-) Aplicação em PGBL

R$ 480

(=) Base de cálculo para IR

R$ 3.080

A aplicação em PGBL pode ser deduzida na base de cálculo do IR, o


que significa que o imposto será menor. No caso acima, o IR devido
fica em R$ 107,20 (15% sobre a base de R$ 3.080 menos a dedução
de R$ 354,80).

Assim, é possível economizar R$ 72,00 em IR, valor que pode ser


reinvestido para aumentar seus ganhos com o passar do tempo.

Tabelas progressiva e regressiva de IR

Outra vantagem fiscal dos fundos de previdência é a tributação no


resgate. Na hora que inicia o plano de previdência, o investidor pode
optar por duas formas de tributação para quando for receber o valor.

Uma delas é a tabela progressiva de alíquotas, que é a mesma


usada nos salários e no carnê Leão, e que tem uma faixa isenta até
determinado valor e alíquotas que vão de 7,5% a 27,5%, de acordo
com a retirada mensal. A tributação progressiva pode ser boa para
valores menores ou se o contribuinte tiver despesas para abater do
Imposto de Renda na aposentadoria, como planos de saúde.

A outra, mais usada e mais simples, é a tabela regressiva, que


começa com 35% nos primeiros dois anos e vai caindo 5 pontos
percentuais a cada dois anos até chegar a 10% após 10 anos,
independentemente do valor sacado. Veja na tabela abaixo.

Tabela regressiva de Imposto de Renda

Prazo

Alíquota de IR
Até 2 anos - 35%

De 2 a 4 anos - 30%

De 4 a 6 anos - 25%

De 6 a 8 anos - 20%

De 8 a 10 anos - 15%

Acima de 10 anos - 10%

No caso do PGBL, mesmo pagando o imposto no resgate sobre o


valor aplicado, há a vantagem de trocar a tributação hoje, de até
27,5% sobre a renda, pela do fundo no futuro, que cai para 10%
daqui 10 anos, dependendo do tipo de tributação escolhida. Se
escolher a tabela progressiva e tiver muitos abatimentos, o investidor
pode ficar isento de imposto.

Para quem não é assalariado ou não faz a declaração de renda


completa, e quer usar os benefícios fiscais da tabela regressiva, a
opção são os VGBL, que tem as mesmas características do PBGL,
só não permite deduzir as contribuições do imposto de renda. Em
compensação, no resgate, a tributação é cobrada só sobre o
rendimento obtido. Ele é muito usado como opção aos fundos de
investimentos pela tributação menor ou para planejamento
sucessório para famílias de alta renda.

Cuidados nos planos de previdência privada


– Planeje-se para o longo prazo. Apesar de todas as vantagens, há
algumas armadilhas para o investidor de previdência privada. Seja no
PGBL, seja no VGBL, se a aplicação for resgatada antes de 10 anos,
irá cair nas alíquotas mais altas da tabela regressiva. É preciso,
portanto, separar bem o dinheiro que não vai ser necessário no curto
e no médio prazo.

– Atenção aos custos. Outra armadilha que pode anular as


vantagens fiscais dos fundos de previdência é seu custo. Por serem
aplicações de longo prazo, estes fundos sofrem um impacto maior da
taxa de administração cobrada pela seguradora. Para quem está
conhecendo agora o que é previdência privada, atenção redobrada.

Uma taxa acima de 2% ao ano por 10 anos consome quase 22% dos
recursos poupados pelo investidor. E, nos bancos de varejo, são
comuns taxas de até 3% ao ano para valores menores.

Outro custo que reduz a atratividade da previdência privada no Brasil


é taxa de carregamento. Alguns bancos, porém, reduzem ou isentam
essa taxa para valores maiores. Outros, em geral seguradoras não
ligadas a grandes bancos, não cobram nada na aplicação, mas têm a
chamada taxa de saída.

A alternativa é pesquisar as condições de cada seguradora e


escolher a que oferecer a menor taxa de administração e de
carregamento ou a que tiver apenas taxa de saída.
Atividade extra

Nome da atividade: texto complementar

Link para atividade: https://www.jornalcontabil.com.br/conheca-todos-


os-tipos-de-previdencia-privada-e-descubra-seus-beneficios/

Referência Bibliográfica

-ARAÚJO, Luis César G. de. Gestão de Pessoas: estratégias e


integração organizacional. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.

-CHIAVENATO, Idalberto. Remuneração, Benefícios e Relações de


Trabalho: como reter talentos na organização. 6ª ed. rev. e atual. São
Paulo: Manole, 2009.

- MARTINHO, Ana Luisa; LOUSÃ, Eva Petiz; SOARES. Rui;


MINEIRINHOS. Viviana.(ORG). Gestão de Desenvolvimento de
Recursos Humanos: Práticas emergentes. Vida Econômica, 2017.

- MARRAS, Jean Pierre. Administração de remuneração. 2 ed. – São


Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.

- https://verios.com.br/blog/o-que-e-previdencia-privada-e-como-
funciona/

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