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Tomada de decisão e fatores determinantes na tributação


progressiva e regressiva dos planos PGBL e VGBL.

Fábio Garrido Leal Martins


Universidade Federal do Rio de Janeiro / Instituto COPPEAD de Administração, Rio de Janeiro / RJ – Brasil
Aluno de Doutorado e Mestre em Administração com ênfase em Finanças pelo Instituto de Pós-Graduação e
Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead-UFRJ); Mestre em Atuária
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

E-mail: fabio.garrido@coppead.ufrj.br, ORCID: 0000-0001-8845-2404.

RESUMO
Em um extremo de prazos curtos de permanência, a tributação progressiva é notoriamente
melhor que a tributação regressiva nos planos PGBL e VGBL. Este estudo detalha os fatores
que influenciam o tempo mínimo de acumulação que torna vantajosa a escolha não trivial pelo
regime regressivo. Utilizamos uma abordagem inovadora com a análise da função objetivo de
minimização do indicador alíquota média efetiva de Imposto de Renda, calculado pelo método
do valor presente líquido a partir da projeção do fluxo de caixa atuarial de longo prazo.
Dependendo das condições, o regime progressivo pode ser mais vantajoso mesmo para prazos
longos (mais de 30 anos de acumulação) ou o regressivo para rendas baixas (salários inferiores
a R$ 2,8 mil). Características como ser segurada (sexo feminino) principalmente de VGBL,
com rendas mais baixas e despesas mais altas, mas optantes por modalidades de benefício mais
duradouras, como as com prazo mínimo garantido ou as que envolvam duas ou mais vidas,
possuem maior propensão ao regime progressivo, ressaltando este possuir maior risco legal que
o regressivo. Quando comparado ao PGBL, o incentivo fiscal do VGBL é menor, e ainda a
inflação o enfraquece em maior grau, além dos segurados que vivem mais estarem sujeitos a
maior alíquota efetiva média de Imposto de Renda.

Palavras-chave: previdência privada, PGBL, VGBL, regime tributário, imposto de renda.


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1 Introdução

O regime de tributação favorecido de Imposto de Renda (IR) é o principal fator de


incentivo à contratação de planos de previdência com adesão voluntária quando comparados
aos investimentos tradicionais, para os países estudados pelo Banco Mundial, em sua maioria
europeus, de acordo com Holzmann et al. (2005). Para o caso brasileiro, tal situação não é
diferente principalmente na previdência aberta, que apresenta relevância e papel crescente na
economia, com ativos acumulados em R$ 842,2 bilhões no encerramento de 2018. Também
segundo a FENAPREVI (2019), existem 13,3 milhões de segurados (14,7% da população
ocupada), e os planos mais populares são da família Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL)
e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), que representam, respectivamente, 18,5% e 76,2%
do valor total das provisões constituídas.
Estes dois planos são produtos tecnicamente distintos e, por isso, adotam diferentes
tratamentos tributários, mas oferecem exatamente as mesmas modalidades de rendas por
anuidades (formas de aposentadorias e reversões em pensões). O PGBL foi criado no ano de
1998 e se destaca pelas isenções de até 12% da renda tributável no momento das contribuições
efetuadas ao plano pelo participante, o que, na prática, implica um diferimento do imposto, que
será pago no resgate ou recebimento do benefício sobre o montante total sem deduções ou
incentivos neste momento. Já o VGBL, criado posteriormente em 2002, não isenta as
contribuições, mas mantém a incidência do imposto apenas sobre os rendimentos do segurado,
e igualmente diferido para o momento do resgate ou do benefício. Outra regra importante é
sobre a modalidade completa ou simplificada de declaração de IR, visto que somente se pode
usufruir do benefício fiscal do PGBL se for feita a declaração anual de ajuste na modalidade
completa.
O governo brasileiro modificou a legislação tributária a partir de 2005 para que fosse
estimulada a poupança previdenciária de longo prazo. Adotou-se uma nova opção, alternativa,
por uma tributação exclusiva e regressiva com o passar do tempo para tais planos, com alíquotas
de IR decrescentes (de 35% a 10%, conforme o prazo de acumulação), mas que deve ser
escolhida já no ato de contratação do plano mediante Termo de Opção formal, como
substituição absolutamente irretratável ao tradicional regime progressivo com alíquotas
crescentes de 7,5% até 27,5%, por faixas de valor da renda. Autores como Saad e Ribeiro (2011)
e, recentemente, Martins e Campani (2019) identificaram e ressaltaram uma lacuna de estudos
para que se investigasse essa escolha entre os regimes progressivo e regressivo do imposto.
Além disso, como a frequência e valor das contribuições do participante (PGBL) ou prêmios
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do segurado (VGBL) mantêm-se totalmente flexíveis, de forma natural, emerge uma


interessante linha de pesquisa a partir da oportunidade de se minimizar a tributação,
maximizando a riqueza líquida e imputando ganhos nos valores recebidos de benefícios de
aposentadoria complementar.
A decisão pelo tipo de plano e regime de tributação é um problema complexo e
dinâmico, que envolve projeções de fluxo de caixa de longo prazo, influenciado não só pela
taxa de administração, de carregamento, tábua biométrica e demais parâmetros do plano, mas
também pelo valor de renda tributável e gastos dedutíveis do indivíduo, seu grau de poupança
e desempenho dos investimentos, e até mesmo os critérios de correção pelo governo da tabela
progressiva de IR, além de cenários macroeconômicos para inflação e juros básicos da
economia. Cabe notar que muitos dos fatores são inter-relacionados, o que aumenta o grau de
complexidade da projeção. Oliveira, Freitas, Testa e Luciano (2002) analisaram as ferramentas
dos sites de apoio à tomada de decisão dos clientes de instituições financeiras do país e
descreveram que elas não consideram todas as variáveis envolvidas, em especial a inflação.
Conforme identificamos, o panorama não mudou, mesmo após anos. A premissa de moeda
constante distorce as análises de decisão de longo prazo (Álvares, 2001; Souza & Kliemann
Neto, 2012) principalmente para planos previdenciários, pois eles tratam como rendimentos
tributáveis não só os juros reais, mas a correção monetária. Isso demanda estudos de fluxos de
caixa nominais e análises criteriosas de sensibilidade.
Alguns autores se aproximam deste tema, mas comparam a rentabilidade de planos de
previdência antes da cobrança do imposto, que ocorre no momento do resgate ou recebimento
da renda (Motta & Santoro, 2003; Coelho & Camargos, 2012). Os artigos recentes que se
aprofundaram na área de incentivo do IR são dois. Varga (2018) demonstrou e mensurou de
forma analítica e teórica que em um ambiente de juros altos, o PGBL ou VGBL representam
uma melhor alternativa sobre os investimentos tradicionais em fundos não previdenciários.
Campani e Costa (2018), em pesquisa de campo com as maiores seguradoras no mercado
brasileiro, realizaram análise de sensibilidade dos juros reais e da taxa de administração,
concluindo pela ampla vantagem do PGBL, mas também do VGBL em menor grau, em
comparação com fundos tradicionais de renda fixa para os casos em que a taxa de administração
do fundo não seja superior em mais de 0,5% com relação aos investimentos tradicionais,
diferença esta que, atualmente, gira em torno de 0,25%, de acordo com Varga (2018). Os
autores de ambos os estudos concluem também pela preferência pela autoprevidência com
resgates programados e consequente não exercício da opção pela conversão da provisão
individual em anuidade. Saad e Ribeiro (2011), por sua vez, modelaram teoricamente o valor
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dessa opção embutida na anuidade atuarial, mas anteriormente E. F. L. Melo e M. A. B. Melo


(2009) demonstraram, por microssimulação em análise de sensibilidade, que a opção pela
contratação da anuidade de aposentadoria vitalícia pode ter valor presente líquido positivo se
adiada para idades acima de 70 anos (pela nossa interpretação dos resultados frente às condições
atuais do mercado segurador brasileiro), desde que o plano ofereça parâmetros favoráveis, como
ao menos juros reais de 3% na fase de benefícios ou 50% de reversão de excedentes financeiros.
Estas condições, a bem da verdade, são incomuns no Brasil.
Utilizamos, neste estudo, uma abordagem inovadora com a análise da função objetivo
de minimização do indicador alíquota média efetiva de IR (Fullerton, 1984), calculado pelo
método do valor presente líquido atuarial. Temos como finalidade investigar a questão do
incentivo tributário, respondendo, do ponto de vista do participante/segurado, às seguintes
questões: quais variáveis influenciam a tributação da previdência complementar aberta no caso
brasileiro? Qual a melhor escolha, que minimize o IR, entre as opções PGBL e VGBL cruzadas
com os regimes progressivo e regressivo? Como contribuir para os diferentes planos de forma
a maximizar a riqueza líquida? Buscamos, dessa forma, contribuir para o benefício dos
poupadores brasileiros, orientando-os quanto à melhor tomada de decisão aplicada na escolha
do regime tributário por parte do participante, o que leva ao aumento na renda líquida
previdenciária no setor de previdência complementar aberta.

2 Revisão de Literatura

As decisões individuais de não formar poupança ou formá-la insuficientemente podem


sobrecarregar as responsabilidades assistenciais do governo no longo prazo. Para amenizar essa
externalidade negativa, é comum que se desenvolvam políticas de incentivos tributários, como
no caso da previdência facultativa (Harvey & Gayer, 2013). O governo do Reino Unido já no
ano de 1853 (Cockerell & Green, 1976, p. 39) procurava, com pioneirismo, reduzir seus gastos
com a seguridade social e, desde então, um tratamento fiscal diferenciado com incentivos
tributários aos planos ou fundos privados de natureza previdenciária é quase invariavelmente
oferecido pelos países europeus.
De acordo com a taxonomia de Disney e Whitehouse (1999), a tributação dos planos de
previdência pode incidir, simultaneamente ou não, sobre três diferentes bases: as contribuições
(fluxos de entrada da renda poupada), os rendimentos dos fundos previdenciários (juros dos
fluxos de entrada) e os resgates/benefícios (fluxos de saída de renda recebida). Nesse sentido,
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o PGBL é um produto brasileiro que isenta as contribuições de IR mas cobra quando ocorrem
resgates e benefícios. A isenção nas contribuições tem, portanto, efeito prático de diferimento
de imposto, o que é classificado pelos autores como um sistema EET (exempt contributions -
exempt fund income - taxed benefits). Já o VGBL, também brasileiro, isenta apenas os
rendimentos na fase de benefícios, enquadrando-o no sistema TEE (taxed contributions -
exempt fund income - exempt benefits). Vale salientar que o VGBL possui uma peculiaridade
quando classificado como sistema TEE, pois isenta os resgates e benefícios apenas sobre os
valores contribuídos, cobrando IR sobre a parte dos rendimentos.
Sutcliffe (2016) constata que o sistema TEE, quando comparado ao EET, gera mais
receita tributária de pessoas que estão trabalhando do que quando aposentadas. Como a maioria
delas tem rendimentos mais elevados quando trabalha, o TEE, em tese, geraria mais receita para
o governo que o EET. Por outro lado, se o imposto é pago apenas quando a renda da
aposentadoria é recebida, as reservas acumuladas no EET serão, tudo o mais constante, maiores
que as da TEE. Além disso, o TEE não influi no grau de risco dos ativos em que o fundo é
investido, ao passo que, no EET, o governo compartilha os riscos de investimento com o
participante/segurado, pois a tributação ocorre depois, e não antes, do investimento dos ativos.
Essa partilha de riscos pode levar o EET a investimentos em ativos com maior risco e retorno,
e isso tenderá a aumentar, no longo prazo, o valor das aposentadorias e, consequentemente, das
receitas fiscais.
O efeito comportamental desta diferença no tamanho das reservas acumuladas não é
claro. Armstrong, Davis e Ebell (2015) construíram um modelo simulado de gerações
sobrepostas de equilíbrio geral para comparar os sistemas fiscais EET e TEE usando dados da
Inglaterra e mostraram que como o sistema TEE transfere a carga tributária para os que estão
em idade laboral, haveria uma redução em sua renda líquida. Isso levaria a uma redução em seu
consumo e poupança, o que diminuiria o investimento, o Produto Interno Bruto, a produtividade
e os salários reais, levando, por fim, a um aumento nas taxas de juros reais da economia.
Diante dessas considerações, podemos afirmar que a discussão sobre qual sistema gera
melhor impacto econômico e social ainda é inconclusiva, o que justifica a escolha por parte dos
governos ao redor do mundo entre inúmeros sistemas e formatos, frisando-se que os sistemas
EET e TEE são os mais utilizados entre os países estudados (Holzmann & Guven, 2009).
Segundo Sutcliffe (2016), na Suécia e na Itália, a isenção da renda poupada é concedida
no momento das contribuições ou aportes. Já na Alemanha, Espanha, Estônia, França, Holanda
e Inglaterra, a isenção é oferecida no futuro, sobre os resgates ou benefícios. No caso da
Inglaterra, 25% do valor resgatado ou 25% das rendas de aposentadoria são isentos, tributando-
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se os 75% restantes. As faixas de isenção também podem variar muito, como nos Estados
Unidos (15%) e na Áustria (75%), sendo que, além da isenção, existem diferentes alíquotas
aplicáveis a bases de incidência distintas. Com isso, a tributação pode adotar muitos formatos,
caracterizando, via de regra, um imposto progressivo com características do tipo lump sum, que,
segundo Harvey e Gayer (2013), independem do comportamento do indivíduo. Porém, isso não
ocorre no Brasil, onde o comportamento do participante ou segurado (que chamaremos
puramente de participante, a partir daqui, quando referido indistintamente ao tipo de plano)
direciona a escolha de regras de tributação de IR.
No caso brasileiro, a modalidade tributária não é definida totalmente e de forma única
ou compulsória pelo governo, como em muitos países, pois desde o ano de 2002 é oferecido
aos poupadores a escolha entre o novo sistema TEE (do VGBL), além do preexistente EET (do
PGBL). Já desde o ano de 2005, é possível também escolher pela tabela regressiva de IR, em
vez da tradicional tabela progressiva. Com isso, no Brasil desde 2005 convivem quatro
diferentes formatos de tributação, o que gera uma situação ainda mais complexa e instigante.
De acordo com Sutcliffe (2016), cada indivíduo tem três principais decisões a serem
tomadas quanto ao seu plano: como alocar os recursos entre diferentes classes de ativos (ex.
renda fixa, renda variável, etc.); qual tipo de anuidade contratar (ex. vitalícia com ou sem prazo
mínimo garantido, temporária, reversível ao beneficiário ou ao cônjuge com continuidade aos
menores, e por prazo certo); quando iniciar esta anuidade (converter a poupança em renda) ou
nos casos em que a conversão não é obrigatória, optar também pela autoprevidência com
resgates programados. Porém, pode haver ainda, como no Brasil, uma importante decisão a ser
tomada anteriormente a essas três, sobre qual tipo de plano contratar e qual regime tributário
escolher. Devemos, portanto, analisar as diversas variáveis que influenciam essa tomada de
decisão e que devem ser ponderadas, sejam elas de natureza administrativa/biométrica (ex. taxa
de administração, taxa de carregamento, tábuas biométricas e tipo de benefício), demográfica
(ex. idade, sexo e data de entrada em benefício) ou econômica (ex. rendimentos tributáveis,
despesas dedutíveis, crescimento das rendas/despesas, poupança previdenciária, taxa de juros e
inflação).

3 O Incentivo Brasileiro e as Escolhas Tributárias

O regime de tributação diferenciado tem sido o principal fator de incentivo aos planos
de previdência aberta no Brasil. O IR incide diretamente na fonte ou indiretamente na
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declaração anual de ajuste e, no longo prazo, pode gerar diferenças relevantes no valor da renda
de aposentadoria. Durante o período de acumulação, tanto no PGBL quanto no VGBL, a
rentabilidade do fundo previdenciário não sofre tributação, ao contrário do que ocorre com o
regime de come-cotas semestral aplicável em fundos de investimentos tradicionais de renda
fixa.
Além disso, no PGBL, pode-se deduzir até 12% da sua renda bruta anual da base de
cálculo do IR da declaração na modalidade completa, desde que já haja contribuição para um
regime de previdência básico, seja o do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), seja o de
algum Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). No VGBL, apesar de não ser permitida
a dedução, apenas os valores referentes aos juros do plano estarão sujeitos à tributação, no
resgate ou no recebimento da renda, e não todo o valor do montante (principal mais juros),
como ocorre no PGBL. O PGBL torna-se vantajoso para cidadãos com renda tributável que
declaram no modo completo. É importante ressaltar que a declaração no modo simplificado
gera uma redução automática de 20% da renda tributável (a título de despesas dedutíveis que
não precisam ser comprovadas, mas limitadas a um teto de R$ 16.754,34 ao ano, em 2018).
Desta maneira, a opção pela declaração em modo completo devido ao benefício da restituição
de um PGBL não é trivial e só se justificaria para salários mais altos ou para indivíduos com
outras deduções legais. O VGBL é ideal para os que são isentos, que não contribuem para o
INSS (e nenhum RPPS), ou que não possuem renda tributável como pessoa física. Além disso,
o VGBL deve ser a escolha para cidadãos que declaram em modo simplificado e para aqueles
que contribuem para planos PGBL, mas desejam poupar acima do limite dedutível de 12% da
renda total tributável.
Com a Lei 11.053/2004, o governo brasileiro criou a partir de 10/01/2005 um novo
regime tributário opcional para os planos de previdência complementar aberta (ex. PGBL) e
seguros de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência (ex. VGBL), prevendo alíquotas
que diminuem com o prazo médio de acumulação dos recursos. O novo regime tributário,
conhecido como regressivo, trouxe mais uma questão relevante para o participante. A
contratação de planos PGBL ou VGBL combinada aos dois regimes de tributação determina,
portanto, uma escolha dentre quatro possíveis, que não são mutuamente exclusivas e podem ser
combinadas entre si com o objetivo de se realizarem aportes ótimos, sejam eles regulares ou
eventuais. A escolha, no entanto, envolve uma decisão dinâmica complexa, que deve ser feita
logo no início da contratação e não pode ser mudada posteriormente em qualquer hipótese.
Além da escolha aparentemente mais fácil entre PGBL ou VGBL, o poupador se depara
já no momento da contratação do plano com a obrigação de definir o regime de tributação:
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progressivo (compensável) ou regressivo (definitivo). Caso essa escolha não seja feita até o
último dia do mês seguinte ao da abertura do plano, o regime progressivo será utilizado e isto
não poderá ser modificado em qualquer situação. Por este regime, as alíquotas progressivas de
7,5%, 15%, 22,5% e 27,5% são aplicadas, e o imposto é compensável na declaração anual
podendo gerar imposto a restituir na fase de acumulação (caso PGBL) ou a pagar na fase de
benefícios (caso PGBL ou VGBL). No regime regressivo, as alíquotas diminuem com o prazo
médio ponderado (PMP) de acumulação dos recursos no caso de conversão da poupança em
renda atuarial, ou conforme o prazo aplicável do sistema PEPS (primeiro a entrar, primeiro a
sair – no caso, as quotas do fundo) para resgates e rendas não atuariais. No regime regressivo,
os valores de resgate e de benefícios são computados na declaração anual de ajuste do IR como
já tributados em caráter definitivo, não sendo possível, portanto, alterar a base de cálculo do
imposto na declaração anual de ajuste.
Se em um primeiro momento a tributação regressiva pode parecer sempre mais
vantajosa por tender, no longo prazo, à alíquota de 10%, devemos considerar que as alíquotas
do regime progressivo, como o próprio nome diz, incidem progressivamente e apenas sobre
cada faixa de renda recebida, da menor para a maior, na ordem de 0% (faixa isenta), 7,5%, 15%,
22,5% e, por último, 27,5%. Desta forma, a alíquota efetiva, que é obtida pela divisão do IR
pago pela renda bruta pode ser inferior a 10%, mesmo estando a renda marginal na faixa dos
27,5%, por exemplo, pois a base de cálculo pode sofrer ainda diversos abatimentos de acordo
com a legislação sobre despesas dedutíveis (ex. saúde, previdência, educação, dependentes,
doações, etc.). Desta forma, diferentemente do que parece ao senso comum, o regime
progressivo pode ser mais favorável em situações bastante frequentes de altos valores de
despesas dedutíveis combinadas com rendas relativamente mais baixas, principalmente para
prazos menores de acumulação. Este trade-off entre tempo de acumulação versus despesas
dedutíveis à renda tributável será analisado detalhadamente.

4 Metodologia

Para mensurarmos a decisão ótima do participante, construímos um modelo de fluxo de


caixa individual e calculamos o valor presente líquido do total de IR comparado com o total de
renda bruta recebida, apurados no momento da entrada em aposentadoria. Visamos orientar,
portanto, as escolhas que levem à menor tributação e, consequentemente, à maximização da
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riqueza individual com o maior valor líquido de imposto recebido na totalidade da fase de
aposentadoria.
A comercialização recente (desde 2002) dos planos do tipo VGBL e a opção também
recente (2005) pelo regime tributário regressivo de IR impossibilitam a utilização de banco de
dados que contemplem participantes nas mais variadas fases dos planos. Em consequência, para
atingir os objetivos deste estudo, utilizamos o modelo de microssimulações não
comportamentais baseadas em indivíduos representativos (Leimer, 1995). As simulações
demográficas podem ser analíticas, macro ou microssimulações (Vos e Palloni, 1989), e um
modelo de microssimulação adota uma programação computacional que aplica as regras à
realidade de cada perfil de participante aliadas a cenários econômicos projetados. É usado para
experimentar situações sobre as quais se têm informação de pouco domínio, analisando
alternativas antes de sua implementação, gerando, assim, auxílio na tomada de decisões.
Como a riqueza do participante é reduzida pela tributação, utilizamos como função
objetivo a minimização do indicador alíquota efetiva média de IR, conceituado detalhadamente
por Fullerton (1984), e cuja discussão foi introduzida pelo artigo seminal de Hall e Jorgensen
(1967). Note-se que o valor do dinheiro no tempo e a mortalidade do participante devem ambos
ser considerado nos cálculos. Com isso, o indicador é obtido pela divisão entre o valor presente
líquido atuarial do fluxo de caixa do imposto total pago no período de benefícios - numerador
da expressão (1) - e o valor presente da renda bruta vitalícia de aposentadoria, ambos recebidos
até a expectativa de sobrevida do participante. A renda atuarial vitalícia é calculada pela divisão
entre o último valor da provisão matemática de benefícios a conceder (PMBaC), ou seja, o valor
acumulado no fundo previdenciário imediatamente antes de sua conversão em renda, e a
anuidade atuarial (postecipada) vitalícia.

IR T
Minimizar , sob escolhas PGBL/VGBL no regime progressivo/regressivo (1)
 PMBaCT 
 
 ax 

No cálculo do fluxo de caixa que compõe a reserva acumulada (PMBaC) até o tempo T,
partimos da renda (salário) individual inicial w0 sujeita ao crescimento nominal composto pelo
crescimento salarial real s além da inflação i, calculados para os períodos mensais t
discretizados. Assumindo uma poupança convertida para a contribuição previdenciária como
parte p da renda, sob incidência da taxa de carregamento de entrada ce, os fluxos de
contribuições são dados cada um por 𝑝𝑤0 (1 − 𝑐𝑒 )[(1 + 𝑠)(1 + 𝑖)]𝑡 .
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As contribuições, mensais, sofrem remuneração por juros reais j e correção monetária


pela inflação i. No entanto, existe o desconto da taxa de administração a (sendo esta expressa
em base anual, e não mensal) sobre o valor do montante (principal mais juros). Com isso, o
valor futuro, no tempo T, de cada contribuição realizada em t é dado pela expressão (2).
𝑇−𝑡
𝑝𝑤0 (1 − 𝑐𝑒 ) [(1 + 𝑠)𝑡 (1 + 𝑖 )𝑇 (1 + 𝑗 )𝑇−𝑡 (1 − 𝑎) 12 ] (2)

Além do carregamento de entrada, pode haver a dedução do carregamento de saída


(postecipado) cs, o que nos faz chegar à expressão (3) geral.
𝑇−𝑡
𝑝𝑤0 (1 − 𝑐𝑒 ) [(1 + 𝑠)𝑡 (1 + 𝑖 )𝑇 (1 + 𝑗 )𝑇−𝑡 (1 − 𝑎) 12 ] − 𝑝𝑤0 𝑐𝑠 [(1 + 𝑠)𝑡 (1 + 𝑖 )𝑡 ] (3)

O carregamento de saída favorece o participante quando comparado com o de entrada,


pois incide apenas sobre o aporte, e não sobre o montante total, ou seja, capitalizado. Somando
a expressão (3) para cada contribuição efetuada, obtemos o valor que compõe a provisão
acumulada ao final do período de contribuições, acumulação ou diferimento, denominada
PMBaC – Provisão Matemática de Benefícios a Conceder.
Para o cálculo da anuidade postecipada vitalícia, utilizamos a matemática atuarial
tradicional determinística - desenvolvida em Bowers et al. (1997) e Gerber (2013) -, aplicada à
padronização brasileira estabelecida nas Notas Técnicas Atuariais produzidas pela SUSEP para
os planos PGBL e VGBL, que definem os fatores para cálculo da aposentadoria, tal como a
renda atuarial por anuidade vitalícia. Utilizamos a técnica da interpolação exponencial da tábua
biométrica, em virtude desta apresentar probabilidades anuais de óbito e da necessidade da
construção de fluxo de caixa mensal ao invés de anual.
Quanto à modelagem da tributação do IR entre PGBL ou VGBL, explicada em linhas
gerais na seção anterior e discutida detalhadamente nesta seção, sugerimos consulta a
Armstrong et al. (2015), considerando o PGBL o sistema EET e o VGBL um caso particular do
sistema TEE. Abordagem semelhante que considera as especificidades brasileiras pode ser
obtida pelo estudo de Varga (2018), que ainda compara a tributação dos planos PGBL e VGBL
com a dos investimentos não previdenciários de renda fixa.
Na construção do fluxo de caixa do IR, partimos dos percentuais de alíquotas, base de
cálculo e momento de cobrança, considerando o tempo de permanência, valores aportados,
prazo médio ponderado de acumulação e o regime atuarial de recebimento do benefício.
Seguimos exatamente a metodologia de apuração do imposto e seu cálculo preciso, sem
aproximações, a partir da redação da Lei 11.053/2004 e, principalmente, dos detalhamentos
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contidos na Instrução Normativa SRF 588/2005, Instrução Normativa Conjunta SRF, SPCO e
SUSEP 524/2005 e Circulares SUSEP 563 e 564/2017.
Para a execução dos cálculos e da metodologia deste estudo, construímos um simulador
com o uso da linguagem R, completamente adaptado à legislação e realidade brasileira,
considerando o tempo discreto com periodicidade mensal de fluxo de caixa, e alimentado pelas
variáveis de entrada que geraram as variáveis de saída.

4.1 Variáveis de entrada

As simulações realizadas para o PGBL e VGBL nos regimes progressivo e regressivo


foram realizadas para indivíduos representativos de participantes que contribuem mensalmente
durante todo o período de acumulação desde a adesão ao plano, sem interrupções. Descrevemos
na Tabela 1 todas as premissas demográficas (perfis representativos do participante), bem como
as premissas administrativas (características do plano) e econômicas utilizadas.

Tabela 1
Perfil dos indivíduos representativos e premissas adotadas nas simulações
Sexo: masculino/feminino
Início da aposentadoria complementar: 65 anos (obs.: faixa de isenção de IR dobrada a partir desta idade)
Adesão ao plano (início de acumulação): De 16 a 63 anos (variação anual)
Renda bruta inicial tributável (PGBL): Salário de R$ 2 mil a R$ 100 mil mensais (variação em centenas)
Renda poupada (PGBL): 8,5% do salário
Reinvestimento da Restituição anual de IR no PGBL? Sim
Prêmio inicial (VGBL): De R$ 1 mil a R$ 15 mil mensais (variação em centenas)
Despesas dedutíveis (exceto previdência básica e complementar): de R$ 0 a R$ 100 mil (variação em centenas)
Crescimento da renda, despesas e contribuição/prêmio: 2,0% a.a. + inflação anual
Taxa de juros (real) no período de acumulação: 4,0% a.a.
Taxa de juros (real) no período de recebimento: 2,5% a.a.
Alíquota de contribuição do RGPS: 8%, 9% ou 11% (Portaria do Ministério da Fazenda)
Idade de aposentadoria no RGPS: 65 anos
Teto da aposentadoria básica do RGPS: R$ 5.839,45 corrigidos pela inflação anual
Fator de reposição da aposentadoria programada do RGPS: variável de 60% a 110% do salário de benefício
(regras PEC 06/2019)
Salário de benefício: média de todas as contribuições, atualizadas pela inflação (regras PEC 06/2019)
Crescimento da aposentadoria básica e complementar: 0% + inflação anual
Inflação: 3,5% a.a.
Tábua biométrica: BR-EMS sobrevivência 2015 masculina ou feminina (Circular SUSEP 515/2015)
Taxa de carregamento sobre as contribuições (PGBL) e prêmios (VGBL): 0%
Taxa de administração do Fundo de Investimento Especialmente Constituído: 1,0% a.a.
Fator de correção anual de inflação da tabela progressiva do IR: 100%
Tipo de anuidade: renda vitalícia mensal postecipada (12 rendas anuais)
Fonte: Elaborada pelo autor.

A base teórica de incentivo tributário para este estudo que surge com Holzmann e Guven
(2009) fixa o nível de juros reais (na acumulação) em 3,5% ao ano para países europeus e uma
taxa de crescimento salarial (real) de 2%, mas não há consenso na literatura.
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Os autores brasileiros têm fixado a taxa de juros em 3% ao ano, mas utilizamos taxas
diferentes para o período de acumulação e o de benefício. Fixamos a taxa de juros de
acumulação em 4,0% devido à rentabilidade oferecida pelos títulos mais longos do tipo NTN-
B (IPCA+). Estes têm sido negociados em mercado secundário com uma taxa implícita superior
a 4% desde 2013 (apenas em 2012 ficou abaixo desse valor, mas sempre superior a 3%), ou até
mesmo superior a 5% em alguns momentos. Já durante a fase de recebimento de benefícios,
estipulamos a taxa de juros em 2,5%, por ser a menor taxa que pode ser garantida, de acordo
com as Circulares SUSEP 563 e 564/2017, sem que haja a oferta obrigatória de reversão de
resultados (excedentes) financeiros, que de acordo com a pesquisa de campo de Campani e
Costa (2018) variava até 50% dos excedentes. Optamos por essa premissa por entendê-la como
mais parcimoniosa porque incluir a reversão de excedentes - com consequente redução dessa
taxa garantida - adicionaria uma variável a mais ao modelo, levando provavelmente, também,
a um valor final próximo de 2,5% ao ano.
A tábua biométrica BR-EMS sobrevivência 2015 foi escolhida por ser a mais atual, com
vigência de 2015 a 2020, e foi utilizada para o cálculo da anuidade de renda vitalícia de
aposentadoria. Não utilizamos como premissa do estudo a projeção do improvement
(geralmente diminuição) na evolução da mortalidade e consequente projeção de tábuas
geracionais posteriores ao ano de 2020. Também por fugir ao escopo deste trabalho,
desconsideramos os cenários de morte ou invalidez do participante durante o período de
acumulação, o que levaria ao resgate por parte do mesmo, seus dependentes ou herdeiros legais.
Definimos o crescimento salarial como 2% ao ano, em linha com os principais estudos
correlatos nacionais mais recentes sobre previdência pública e privada (Giambiagi e Afonso,
2009; Afonso & Lima, 2011; Penafieri & Afonso, 2013; Caldart, Motta, Caetano & Bonatto,
2014; Freire & Afonso, 2015; Rodrigues & Afonso, 2015; Afonso, 2016; Gouveia, Souza &
Rêgo, 2018; Martins & Campani, 2019). Ressalta-se que não há unanimidade quanto às
projeções de crescimento salarial para estudos internacionais, a exemplo dos elaborados pela
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que fixam para as
projeções mais recentes a taxa de 1,25%, enquanto que para os anteriores a 2015, o crescimento
utilizado era de 2%.
Fixamos a taxa de carregamento em 0% e a taxa de administração em 1,0%, pois
percebemos que estas se aproximam da moda recentemente observada para o mercado de
fundos previdenciários conservadores, apurado por Varga (2018). Devido à alta variabilidade
entre as entidades e tipos de planos, bem como sua constante evolução (diminuição) com o
13

passar do tempo, não utilizamos os valores exatos da média do mercado e optamos por utilizar
estes valores.
Para o patamar de inflação de longo prazo, utilizamos o nível anual de 3,5%, tendo em
vista as metas de inflação recentemente fixadas na política monetária do governo como 4,25%
para o ano de 2019, 4,0% para 2020 e 3,75% para 2021, de acordo com as Resoluções CMN
4.582/2017 e 4.671/2018. Sobre esta questão, uma particularidade da tributação brasileira deve
ser observada. Com a extinção da UFIR (Unidade Fiscal de Referência) no ano de 2000, que
foi criada no ano de 1991 com a lei 8.383/91, a tabela progressiva do IR deixou de ser corrigida
automaticamente pela inflação anual. A partir de então, ela foi corrigida nos anos de 2005 a
2015, estando congelada nos anos de 2016 a 2018. Se considerarmos o período desde o ano de
2009, quando foi criado o formato atual de faixas e alíquotas progressivas de 7,5%, 15%, 22,5%
e 27,5%, a correção da tabela foi de apenas 32,7%, enquanto que a inflação acumulada no
período 2009-2018 pelo índice IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foi de 76,9%, o que equivale a um reajuste de
aproximadamente 50% da inflação anual nesses últimos 9 anos. Apesar disso, foi considerado
o cenário de 100% de reajuste pela inflação futura para a tabela progressiva de IR.
Outros aspectos quanto à determinação do fluxo de caixa do IR também não podem ser
desconsiderados quando são realizadas projeções de longo prazo. A restituição do IR recebida
em função do incentivo do PGBL foi considerada no primeiro lote para o caso de idosos a partir
de 60 anos de idade, de acordo com o inciso IX do parágrafo 1º do artigo 3º da Lei 10.741/2003),
ou segundo lote para os demais casos (todos os participantes até 59 anos, neste estudo). Ela foi
acrescida dos juros moratórios contados a partir do início do mês de maio (utilizamos os
mesmos juros da fase de acumulação e a inflação) mais 1% nominal relativo ao mês de
pagamento considerado em junho (primeiro lote) ou julho (segundo lote), e sem incidência de
IR sobre os juros moratórios ou qualquer outro encargo. Apesar da alta taxa de remuneração,
esta desconsidera o primeiro quadrimestre se iniciando em maio, pois o artigo 16 da Lei
9.250/95 fixa a contagem dos acréscimos somente a partir da data final de entrega da declaração
de ajuste do imposto, ou seja, em 30 de abril de cada ano. Por outro lado, quando há imposto a
pagar em decorrência da declaração anual, o valor à vista é devido no início do mês de maio,
mas sem juros moratórios.
Cabe ressaltar também o benefício fiscal no qual ao se completar 65 anos de idade a
faixa de isenção do IR é dobrada para a determinação da base de cálculo das rendas de
aposentadoria e pensões. Porém, isso beneficia somente as aposentadorias tributadas pelo
regime progressivo e constantes no ano declarado sob a modalidade completa, pois no regime
14

regressivo os rendimentos são classificados separadamente estando sujeitos à tributação


exclusiva com desconto na fonte. Ainda de acordo com os parágrafos 1º e 2º do artigo 6º da
Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil 1.500/2014, a isenção aos 65 anos é aplicada
apenas uma vez, mesmo quando houver mais de uma aposentadoria (pública básica e privada
complementar, na maioria dos casos), e somente a partir do mês em que o aposentado completa
essa idade, não considerando, portanto, o ano inteiro.

4.2 Variáveis de saída

O simulador construído calculou quatro fluxos de caixa em paralelo para cada indivíduo
representativo, relativos ao PGBL/VGBL nos regimes progressivo/regressivo até a idade final
da tábua biométrica, atualmente fixada em 118 anos, conforme resumido na Tabela 2 desta
seção. Para os quatro casos, além dos valores mensais da provisão matemática de benefícios
concedidos (PMBC), elaboramos o fluxo de caixa da renda bruta de aposentadoria, o IR retido
na fonte, a aposentadoria líquida, a restituição de IR (regime progressivo) e o prazo médio
ponderado (regime regressivo), tendo em vista que o PMP é recalculado mês a mês, pois
continua sendo contado mesmo após o início da aposentadoria, com eventual reenquadramento
e redução de alíquota aplicável em razão do decurso do prazo de pagamento de benefícios, de
acordo com o parágrafo terceiro do artigo quarto da Instrução Normativa Conjunta SRF, SPCO
e SUSEP 524/2005.

Tabela 2
Informações de saída (fluxo mensal) para cada simulação
- Período de Acumulação: - Período de Benefício:

Idade (meses) Idade (meses)


Salário bruto Fatores atuariais da renda de aposentadoria
Despesas dedutíveis (exceto previdência) Provisão Matemática de Benefícios Concedidos
Contribuição/prêmio bruto Saldo total dos prêmios líquidos de carregamento (apenas
Contribuição/prêmio líquido de carregamento para VGBL)
Valor teórico da quota do fundo Renda bruta de aposentadoria
Contribuição/prêmio líquido de carregamento Renda bruta de aposentadoria – parte provisionada de
(em quotas) prêmios líquidos (apenas para VGBL)
Salário líquido de IR (com PGBL ou VGBL) Renda bruta de aposentadoria – parte provisionada de
IR Retido na Fonte rendimentos (apenas para VGBL)
Restituição de IR Prazo Médio Ponderado (apenas para regime regressivo)
Provisão Matemática de Benefícios a Conceder IR Retido na Fonte
Prazo Médio Ponderado (apenas para regime Renda de aposentadoria líquida de IR retido na fonte
regressivo) Despesas dedutíveis
Restituição de IR
Fonte: Elaborada pelo autor.
15

Adicionalmente para o caso de VGBL, foi calculado o fluxo do saldo da soma dos
prêmios líquidos (de carregamento) e, consequentemente decomposta a renda bruta (antes de
IR) de aposentadoria em duas partes: renda bruta parte provisionada de prêmios líquidos (isenta
de IR) e renda bruta parte dos rendimentos (base de incidência de IR). Isto se faz necessário em
decorrência do artigo 42 da Circular SUSEP 564/2017, pois a parte da base de incidência de IR
(apenas sobre os rendimentos) é recalculada mês a mês, mesmo após o início da aposentadoria.
Ao contrário do recálculo para o PMP no regime regressivo, esta sistemática é prejudicial ao
beneficiário, pois leva a aumento da alíquota efetiva do imposto com o passar do tempo, que
tenderá à cobrança sobre a base de 100% do valor da renda à medida que no VGBL sobreviva-
se a idades mais avançadas superiores à expectativa de vida média obtida pela tábua biométrica.
Para a próxima seção, analisamos os resultados na tomada de decisão pela melhor escolha, por
parte do participante, entre o regime progressivo e o regressivo.

5 Resultados e Discussões

Calculamos o indicador alíquota média efetiva de IR para as duas opções de regime


tributário entre diferentes perfis de indivíduos representativos do sexo masculino e feminino,
ao variarmos a idade de entrada de 16 a 63 anos, até a aposentadoria fixada aos 65 anos. A
opção pelo regime regressivo é incentivada com o aumento no tempo de acumulação, mas é
preterida para casos específicos de participantes com baixos valores de rendas tributáveis ou
altos valores de despesas dedutíveis. Como o simulador gera o cálculo exato do fluxo de caixa
mensal do imposto a ser pago e renda bruta recebida para cada perfil de participante,
mensuramos o ganho a partir do indicador alíquota efetiva média de IR do regime regressivo
em relação ao progressivo, e ilustramos na Figura 1 esses valores em pontos percentuais para
alguns casos de idade de entrada, rendas e despesas, onde cada gráfico gera uma fronteira de
indiferença (que toca o plano igual a 0%) entre os regimes tributários.
16

Figura 1
Plano representativo da redução em pontos percentuais na alíquota efetiva média de IR
para uma participante (sexo feminino) de um PGBL, com diferentes idades de entrada
(títulos dos gráficos), na troca do regime progressivo pelo regressivo.

Fonte: Elaborada pelo autor.

A partir dessa ilustração inicial, para melhor análise, selecionamos alguns casos
representativos e expomos os resultados dos cálculos nas Tabelas 3 (PGBL) e 4 (VGBL), nas
quais se revelam as despesas máximas que fazem com que ainda seja vantajosa a opção pelo
regime regressivo, sempre em função da renda tributável ou prêmio aportado (linhas das
tabelas) e da idade de entrada no plano (colunas).
17

Tabela 3
PGBL: Breakeven dos percentuais de despesa obtidos para a linha de indiferença entre o
regime progressivo e o regressivo, com aposentadoria iniciando-se aos 65 anos de idade.
Salário /
16 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Idade
Idade de
anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos limite
entrada
R$ 2 mil - - - - - - - - - - -
R$ 3 mil 22-25 - - - - - - - - - 17 anos
R$ 4 mil 29-33 28-30 20-22 - - - - - - - 25 anos
R$ 5 mil 28-32 27-30 24-27 16-18 - - - - - - 31 anos
R$ 6 mil 28-32 27-30 23-26 17-18 - - - - - - 33 anos
R$ 7 mil 28-31 26-29 23-26 17-19 - - - - - - 34 anos
R$ 8 mil 28-31 26-29 23-25 17-19 - - - - - - 35 anos
R$ 9 mil 28-31 26-29 22-25 17-19 10-12 - - - - - 35 anos
R$ 10 mil 27-31 25-28 22-25 17-19 11-12 - - - - - 35 anos
R$ 15 mil 27-31 24-27 21-24 17-19 11-13 6-8 - - - - 41 anos
R$ 20 mil 26-30 24-27 21-24 17-19 12-14 8-9 - - - - 44 anos
R$ 30 mil 26-30 24-27 21-24 17-19 12-15 9-11 5-6 - - - 48 anos
R$ 40 mil 26-30 24-27 20-23 17-19 13-15 10-11 6-7 3-4 - - 51 anos
R$ 50 mil 26-30 23-27 20-23 17-19 14-16 10-12 7-8 4-5 - - 53 anos
R$ 100 mil 26-29 23-27 20-23 17-19 14-16 11-13 8-9 5-6 3-3 - 58 anos
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
Salário
2,8 3,0 3,8 4,9 8,3 14,2 23,5 36,4 68,3 187
limite
mil mil mil mil mil mil mil mil mil mil

Nota: Percentuais obtidos para o sexo feminino (à esquerda) e masculino (à direita).


Fonte: Elaborada pelo autor.

Tomemos como exemplo (hachurado na Tabela 3) uma participante do sexo feminino


com salário inicial de R$ 10 mil por mês que poupa 8,5% do seu salário para um PGBL a partir
dos 35 anos, fazendo jus a uma renda vitalícia bruta de R$ 3,1 mil aos 65 anos. Como ela
também se aposenta pelo INSS (com R$ 4,6 mil de renda), caso não possua despesas dedutíveis,
o PGBL regressivo gera a alíquota de 10%, enquanto que o progressivo, 10,9% de alíquota
efetiva média. Contudo, a tributação pelo regime progressivo poderia cair para abaixo de 10%
com despesas dedutíveis mensais superiores a apenas R$ 1,1 mil. Nesse caso, estaríamos diante
de um período longo de acumulação (30 anos), onde a opção pelo regime progressivo se torna
mais interessante, indo contra o senso comum.
Concluímos também que a renda mínima (salário menor) para haver vantagem no
regime regressivo aumenta à medida que a idade de entrada no plano é postergada. Por exemplo,
para participantes que tenham renda abaixo de R$ 2,8 mil, o regime progressivo sempre é mais
vantajoso. Entretanto, este regime também sempre será mais vantajoso para salários abaixo de
18

R$ 3,0 mil (entrada aos 20 anos), R$ 3,8 mil (entrada aos 25 anos), R$ 4,9 mil (entrada aos 30
anos), R$ 8,3 mil (entrada aos 35 anos), R$ 14,2 mil (entrada aos 40 anos), R$ 23,5 mil (entrada
aos 45 anos), R$ 36,4 mil (entrada aos 50 anos), R$ 68,3 mil (entrada aos 55 anos) e R$ 187
mil mensais (entrada aos 60 anos).
Para se permanecer no regime progressivo, com um salário de R$ 3 mil, a idade mínima
de entrada deve ser de 17 anos, ou de 25 anos (renda de R$ 4 mil), 31 anos (R$ 5 mil), 33 anos
(R$ 6 mil), 34 anos (R$ 7 mil), 35 anos (R$ 8 mil a R$ 10 mil), 41 anos (R$ 15 mil), 44 anos
(R$ 20 mil), 48 anos (R$ 30 mil), 51 anos (R$ 40 mil), 53 anos (R$ 50 mil) ou 58 anos (R$ 100
mil).

Tabela 4
VGBL: Breakeven dos percentuais de despesa obtidos para a linha de indiferença entre o
regime progressivo e o regressivo, com aposentadoria iniciando-se aos 65 anos de idade.
Prêmio /
16 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Idade
Idade de
anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos limite
entrada
R$ 1 mil - - - - - - - - - - -
R$ 2 mil 4,6-5,7 3,2-4,1 1,7-2,4 - - - - - - - 29 anos
R$ 3 mil 9,7-11 7,7-9,2 5,3-6,5 3,3-4,2 1,5-2,1 - - - - - 37 anos
R$ 4 mil 15-17 12-14 9,0-11 6,2-7,4 3,9-4,7 1,8-2,4 - - - - 43 anos
R$ 5 mil 20-23 17-19 13-15 9,2-11 6,2-7,3 3,7-4,4 2,0-2,5 - - - 47 anos
R$ 6 mil 24-28 21-23 16-18 12-14 8,5-9,7 5,4-6,3 2,8-3,4 0,0-1,5 - - 51 anos
R$ 7 mil 28-32 24-27 19-21 14-16 10-12 6,5-7,6 3,6-4,3 1,6-2,0 - - 52 anos
R$ 8 mil 32-37 27-31 21-24 16-19 12-13 7,7-8,9 4,4-5,2 2,1-2,6 - - 53 anos
R$ 9 mil 36-42 30-35 24-27 18-21 13-15 8,8-10 5,2-6,1 2,6-3,1 - - 54 anos
R$ 10 mil 40-46 34-39 27-31 20-23 15-17 10-12 6,0-7,0 3,1-3,7 - - 55 anos
R$ 11 mil 44-51 37-43 29-34 22-26 16-19 11-13 6,8-7,9 3,6-4,3 - - 55 anos
R$ 12 mil 48-55 41-46 32-37 25-28 18-21 12-14 7,6-8,8 4,1-4,9 0,0-1,7 - 56 anos
R$ 13 mil 52-60 44-50 35-40 27-30 20-22 13-15 8,4-9,8 4,7-5,5 1,6-2,0 - 57 anos
R$ 14 mil 56-65 47-54 37-43 29-33 21-24 15-17 9,2-10 5,1-6,0 1,9-2,3 - 57 anos
R$ 15 mil 60-69 51-58 40-46 31-35 23-26 16-18 10-12 5,7-6,6 2,2-2,6 - 57 anos
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
Prêmio
1,3 1,5 1,8 2,2 2,8 3,6 4,7 6,0 11,2 28,3
limite
mil mil mil mil mil mil mil mil mil mil

Nota: Despesas obtidas para o sexo feminino (à esquerda) e masculino (à direita).


Fonte: Elaborada pelo autor.

Suponhamos agora um caso (hachuras na Tabela 4) em que um(a) empresário(a) de 45


anos resolva efetuar aportes mensais de R$ 5 mil para um VGBL, e se aposente então com uma
renda vitalícia projetada de R$ 7,4 mil (mulher) ou R$ 8,8 mil (homem) mensais aos 65 anos.
O regime regressivo irá consumir, em média, 7,2% (mulher) ou 7,1% (homem) dessa renda,
porém com R$ 2,0 mil (mulher) ou R$ 2,5 mil (homem) mensais de despesas dedutíveis (saúde,
educação, dependentes etc), o ponto de equilíbrio é atingido, e para despesas superiores o
19

regime progressivo revela-se mais vantajoso com alíquotas menores. Além disso caso este(a)
empresário(a) resolva poupar os R$ 5 mil mensais somente a partir dos 47 anos, o regime
progressivo sempre será a melhor opção, ainda que sua renda vitalícia seja menor.
Para casos semelhantes, o regime progressivo será mais vantajoso para prêmios mensais
menores que R$ 1,3 mil, sendo também mais vantajoso para prêmios inferiores a R$ 1,5 mil
(entrada aos 20 anos), R$ 1,8 mil (entrada aos 25 anos), R$ 2,2 mil (entrada aos 30 anos), R$
2,8 mil (entrada aos 35 anos), R$ 3,6 mil (entrada aos 40 anos), R$ 4,7 mil (entrada aos 45
anos), R$ 6,0 mil (entrada aos 50 anos), R$ 11,2 mil (entrada aos 55 anos) e R$ 28,3 mil (entrada
aos 60 anos).
Para se permanecer no regime progressivo, com um prêmio de R$ 2 mil mensais, a idade
mínima de entrada deve ser de 29 anos, ou de 37 anos (prêmio de R$ 3 mil), 43 anos (R$ 4 mil),
47 anos (R$ 5 mil), 51 anos (R$ 6 mil), 52 anos (R$ 7 mil), 53 anos (R$ 8 mil), 54 anos (R$ 9
mil), 55 anos (R$ 10 mil a R$ 11 mil), 56 anos (R$ 12 mil) e 57 anos (R$ 13 mil a 15 mil).

6 Conclusão
Investigamos a questão do incentivo fiscal com a tributação regressiva ou progressiva
em planos da família PGBL e VGBL, identificando as variáveis administrativas/biométricas,
demográficas e econômicas determinantes na tomada de decisão pelo participante. A opção
correta pelo regime tributário (progressivo ou regressivo) não é trivial e pode gerar menos
imposto a pagar e, consequentemente, mais renda para o aposentado. Os resultados encontrados
são originais e constituem uma eficaz e inédita ferramenta para escolha do melhor regime no
momento da contratação de um plano de previdência, em função da expectativa de tempo de
permanência no plano efetuando contribuições mensais regulares. A opção pelo regime
progressivo poderá ser a melhor dependendo das bases de cálculo futuras do IR, mesmo que o
prazo de acumulação supere os 20 anos, o que no caso levaria à alíquota efetiva média
(Fullerton, 1984) mínima de 10% pelo regime regressivo no caso do PGBL, ou ainda menor no
caso do VGBL, que isenta a parte das contribuições.
As conclusões são de que o tempo de acumulação mínimo para haver vantagem de troca
para o regime regressivo no PGBL varia significativamente conforme a renda tributável e
despesa dedutível, e pode ultrapassar 30 anos para casos de salários superiores a R$ 5 mil
mensais, considerando também a aposentadoria recebida pelo INSS. Apurou-se também que
para salários inferiores a R$ 2,8 mil ou prazos menores que 5 anos, o regime progressivo será
mais vantajoso. Já no VGBL, caso não haja outra fonte de renda, o regime progressivo é mais
20

vantajoso em uma gama maior de casos. Somente para prêmios mensais superiores a R$ 1,3 mil
o regime regressivo começa a se tornar mais vantajoso. Com 30 anos de acumulação, esse
patamar se desloca para prêmios superiores a R$ 2,8 mil mensais.
Inferimos também que participantes do sexo masculino (com menor expectativa de vida
e, consequentemente, maior renda de aposentadoria), com alto crescimento de renda ou altas
taxas de poupança são atraídos pelo regime regressivo e em maior grau para o caso do PGBL,
pelo fato do aumento da base de cálculo da renda tributável do IR, em decorrência do aumento
da parte provocada pela renda atuarial adquirida. Nesse sentido, rendas mais altas recebidas por
menores prazos, como as rendas temporárias, também direcionam a escolha pelo regime
regressivo.
Quanto à rentabilidade real, corroboramos Varga (2018) e Campani e Costa (2018), no
sentido de que o incentivo tributário aumenta conforme cresce a rentabilidade líquida
(rentabilidade menos encargos de taxa de administração e carregamento). A partir deste estudo,
acrescentamos que uma inflação alta enfraquece este incentivo tributário, principalmente para
o VGBL, haja vista seu incentivo derivar justamente do fato da isenção ser aplicada sobre os
rendimentos acumulados (juros reais e inflação). Indubitavelmente, a correção da tabela
progressiva abaixo da inflação favorece a opção pela tributação regressiva, e assim como no IR
sobre o ganho de capital, existe um fenômeno típico de imposto inflacionário, que faria com
que o VGBL assumisse incentivo tributário incipiente na fase de benefícios em caso de inflação
alta acumulada durante o período de diferimento. Fato importante é que para o VGBL a parte
da renda atuarial tributável (das contribuições, isentando-se os juros) é crescente com o passar
do tempo e, por isso, leva à maior tributação para os que sobrevivem acima da expectativa
(média) de sobrevida. A partir dessa lógica, rendas atuariais recebidas por prazos menores,
como a renda temporária, sofrem menor tributação relativa que as rendas mais duradouras,
como a com prazo mínimo garantido ou as que envolvem duas ou mais vidas.
Uma ponderação relevante a ser feita é que o regime progressivo oferece maior risco
legal, tendo em vista que já há algumas propostas tramitando no Congresso Nacional para se
alterar a tabela progressiva do IR, o que não ocorre para a tabela regressiva, pelo menos até os
dias atuais. Além disso, persiste a questão de não haver um dispositivo legal de correção
monetária anual automática da tabela progressiva, o que implica um risco adicional para o
regime progressivo. Por outro lado, sob o ponto de vista do participante, para casos de resgates
emergenciais em curto prazo ou de haver despesas dedutíveis acima do previsto, ou ainda,
crescimento salarial e/ou poupança abaixos do previsto, o regime progressivo se revela a melhor
opção.
21

Para futuras pesquisas, sugerimos a elaboração de exercícios contrafactuais sobre


mudanças no formato de tributação das tabelas regressiva e progressiva, principalmente, ou
ainda a flexibilização nas premissas restritíveis inerentes à função objetivo do modelo, com
cenários de choques de alta na inflação e defasagem na correção da tabela progressiva, de juros
reais diferenciados, fixos ou a termo, ou de sobrevivência muito além ou aquém da expectativa
de sobrevida. Incentivamos igualmente a extensão do estudo para outros tipos de renda
atuariais, como a renda vitalícia com prazo mínimo garantido ou a renda vitalícia com
continuidade ao cônjuge e/ou beneficiários.
22

Referências

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