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CAPITULO I – INTRODUÇÃO
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APOSTILA DE GESTÃO FINANCEIRA – 2022/2023
influenciar o nível dos pró prios resultados líquidos futuros; assim, dever-se-á reter
como objectivo da empresa – perspectiva contabilística – a maximizaçã o dos
resultados líquidos nã o distribuídos aos accionistas, ou nela retidos.
Como primeira aproximada ao conceito de cash flow total podemos afirmar que se
trata da diferença entre os recebimentos e os pagamentos durante um certo
período de tempo (p.e., um ano); trata-se, portanto, de um conceito financeiro, e
nã o contabilístico.
Na vida prá tica os gestores de empresa podem perseguir diversos objectivos, ou,
melhor, finalidades (procura do maior lucro a longo prazo, maximizaçã o dos cash
flows futuros, conquista ou simples manutençã o da sua independência,
desenvolvimento do prestígio dos titulares do capital social, estabilizaçã o ou
elevaçã o do nível de emprego, melhoria da remuneraçã o e das condiçõ es sociais
dos empregados, etc.), eventualmente hierarquizadas entre si, e cabendo à
maximizaçã o do lucro a longo prazo ou dos cash flows futuros, como sustentá culos
reais das restantes finalidades, um papel geralmente bastante significativo;
observamos, ainda, que a hierarquia existente entre as diversas finalidades
perseguidas pela empresa nã o é está tica, mas, antes pelo contrá rio, fortemente
dinâ mica e, portanto, sujeita a alteraçõ es mais ou menos significativas, por força de
factores estruturais ou mesmo conjunturais.
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A empresa insere-se num quadro político, econó mico e social mais ou menos vasto,
que transcende muitas vezes o país em que se localiza; assim e num determinado
contexto, a empresa desempenha as suas funçõ es econó micas (a realizaçã o de
investimentos em capital fixo de diversos tipos, a produçã o e a comercializaçã o de
bens e serviços, a criaçã o de riqueza, etc.) e sociais (a manutençã o ou a elevaçã o do
nível do emprego, a concessã o de benefícios sociais obrigató rios ou facultativos
aos seus trabalhadores, o pagamento de impostos ao Estado, etc.) e mantém
intensas e constantes relaçõ es de diversa natureza com o meio circundante,
destacando-se a transacçõ es com os outros agentes econó micos, situados a
montante e a jusante.
IMEDIATOS
DIRECTOS
INDUZIDOS DIFERIDOS
FLUXOS FINANCEIROS
INDIRECTOS
AUTÓNOMOS
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presentes, considera-se as operaçõ es financeiras de repartiçã o integradas no
conceito mais amplo do ciclo das operaçõ es financeiras.
As operaçõ es de capital visam obter os fundos está veis para o financiamento dos
activos está veis e gerir de forma optimizada esses fundos. As operaçõ es de
tesouraria visam gerir as disponibilidades e quase-disponibilidades, bem como
assegurar a cobertura financeira a curto prazo no caso de insuficiência dessas
disponibilidades.
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1.1.6 Ciclo das operações de exploração1
CICLO DAS OPERAÇÕES DE EXPLORAÇÃO
CICLOS FASES ACTIVIDADES
1 Aquisição dos materiais (matérias-primas, subsidiárias, etc.);
Ciclo Económico de Exploração
Ciclo Financeiro de Exploração
1
Cf. Menezes, Caldeira, Princípios de Gestão Financeira, pp. 26
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apresentando apenas o somató rio de cada grupo, que nã o diverge com a forma
analítica”.
Para fins fiscais sugere-se apresentar (obrigaçõ es acessó rias) o Balanço Analítico a
fim de evitar eventuais problemas tais como omissã o de informaçõ es.
Agora, para terceiros interessados nas peças contá beis, tais como bancos,
fornecedores, clientes e outros, opta-se pelo balanço sintético sempre que possível,
pois o “analítico, muita das vezes, conta informaçõ es consideradas importantes
para a gestã o”.
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método sintético visa unificar todas essas contas demonstrando apenas os seus
valores totais, ou seja, o montante de cada grupo.
IMOBILIZADO
ZONA INICIAL
ZONA INICIAL
TOTAL
CAPITAIS
(LÍQUIDO DE PERMANENTES
AMORTIZAÇÕ ES E
PROVISÕ ES)
CAPITAL DÍVIDAS A
ZONA FINAL
ZONA FINAL
CIRCULANTE TERCEIROS
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imobilizado total (líquido) e, segundo alguns autores, o activo total bruto de
exploraçã o designa-se por capital econó mico da empresa.
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CAPITAL CIRCULANTE PERMANENTE REAL DE EXPLORAÇÃO VS CAPITAL CIRCULANTE
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A dívida a curto prazo corresponde à s dívidas efectivas ou potenciais da empresa a
terceiros, resultantes do ciclo de exploraçã o (passivo circulante ou passivo de
funcionamento) e de operaçõ es extra-exploraçã o (passivo circulante extra-
exploraçã o e outros elementos passivos), vincendas (exigíveis) no ano seguinte
à quele a que o balanço se reporta.
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O balanço sintético agrega as aplicaçõ es e origens de fundos, com base na
homogeneidade temporal do grau de liquidez e do prazo de exigibilidade dos seus
elementos componentes.
Através das suas decisõ es, a gestã o financeira deve garantir a obtençã o de meios
de financiamento no devido tempo, ao menor custo possível, assim como deve
maximizar a rendibilidade da empresa, sem colocar em perigo a sua continuidade.
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As decisõ es associadas à gestã o financeira podem classificar-se tendo por
base o horizonte temporal, podendo ser representadas do seguinte modo:
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Podemos fazer uma primeira aproximaçã o aos aspectos econó micos e financeiros
da vida da empresa e a aná lise da sua interdependência leva-se em conta a pró pria
conta de exploraçã o e resultados (demonstraçã o funcional dos resultados).
2 CMVMC
3 Resultados Industriais (MB) (1-2)
4 Custos de distribuiçã o
5 Custos Administrativos
6 Custos Financeiros de Funcionamento
7 Resultados de Exploração (RE) (3-4-5-6)
8 Outros resultados líquidos
ZONA FINANCEIRA E GLOBAL
9 RAJI (7+8)
10 Custos Financeiros de Financiamento
11 RAI (9-10)
12 ISRE (RAI*t)
13 RL (RAI - ISRE)
O volume dos custos financeiros será , em princípio, tanto mais elevado quanto
menor for a rendibilidade de exploraçã o da empresa, determinada pelo nível dos
resultados antes de custos financeiros e impostos (RAJI), ora, os resultados de
exploraçã o sã o influenciados pelos gestores comeciais (níveis das vendas e dos
custos de distribuiçã o, políticas de preços de venda e de descontos, etc), pelos
gestores técnicos e da produçã o (níveis dos custos de produçã o dos rendimentos e
da eficiência da produçã o, da produtividade dos diversos factores produtivos, etc)
e dos gestores do aprovisionamento (níveis dos preços de compra e da qualidade
dos materiais, etc).
O outro dos conceitos de Gestã o financeira é aquele que intergra, além das
matérias “clá ssicas”, algumas das decisõ es estratégicas essenciais (plano de
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desenvolvimento a longo prazo, decisã o econó mica de investimento,
decisã o de financiamento dos investimentos, etc.) e o controlo da
rendibilidade das aplicaçõ es de fundos o que necessariamente envolve a
supervisã o das decisõ es de gestã o corrente, assumidas pelos responsá veis
das á reas funcionais da empresa: o conselho de administraçã o.
EQUILIBIO FINANCEIRO
O estudo do equilíbrio financeiro de curto prazo pode ser visto como tendo por
base duas ó pticas distintas de aná lise:
Esta perspectiva tradicional advoga que deve existir um equilíbrio temporal entre
as origens e as aplicaçõ es de fundos, de modo a verificar-se a regra do equilíbrio
financeiro mínimo, ou “regra de ouro” do equilíbrio financeiro:
Os capitais utilizados pela empresa no financiamento dos seus activos devem ter
uma maturidade (período que estã o ao seu dispor) igual ou superior à vida destes
(período de permanência na empresa).
Em limite, esta regra aponta para uma situaçã o em que os activos nã o correntes
sã o financiados com capitais permanentes (capital pró prio e passivo nã o corrente)
e os activos correntes sã o financiados pelo passivo corrente.
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Contudo, esta regra mostra-se insuficiente, nomeadamente pelas seguintes razõ es:
Há activos de curto prazo com cará cter de permanência, como seja o caso
das existências de segurança;
Deste modo, torna-se necessá rio a existência de uma margem de segurança capaz
de fazer face a estas situaçõ es, o que implica que os permanentes devam financiar
nã o apenas os activos nã o correntes, mas também parte dos activos correntes,
assegurando a liquidez necessá ria para fazer face aos diversos compromissos de
curto prazo.
Activo Capitais
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nã o corrente Permanentes
FM
Activo Passivo
Corrente Corrente
Torna-se necessá rio, para uma mais cuidada interpretaçã o deste indicador, um
confronto entre:
SITUAÇÃO 1: FM > 0 – indica que partes dos fundos está veis financiam o ciclo de
exploraçã o (FUNDO DE MANEIO SUPERAVITÁRIO).
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PRA = PED ↔ Equilíbrio financeiro de curto prazo favorá vel
PRA > PED ↔ Equilíbrio financeiro de curto prazo incerto. A existência de uma
margem de segurança pode nã o ser suficiente para assegurar a menor realizaçã o
do activo.
PRA < PED ↔ Equilíbrio financeiro de curto prazo francamente favorá vel
Situaçã o 2: FM = 0 – indica que os fundos está veis igualam os activos nã o
correntes, pelo que nã o financiam o ciclo de exploraçã o (FUNDO DE MANEIO
NULO)
PRA = PED ↔ Equilíbrio financeiro de curto prazo instá vel. Existe o risco eminente
de, em algum momento, o equilíbrio entre o PRA e PED deixar de existir.
PRA > PED ↔ Equilíbrio financeiro de curto prazo desfavorá vel. Dificuldades
financeiras de curto prazo em virtude da nã o existência de uma mergem de
segurança para compensar a menor capacidade de realizaçã o do activo.
PRA < PED ↔ equilíbrio financeiro de curto prazo instá vel. Embora a maior
realizaçã o dos activos seja passível de compensar a falta de reserva de liquidez,
existe risco financeiro.
Situaçã o 3: FM < 0 – significa que parte dos fundos nã o está veis financiam activos
fixos tangíveis – factor de risco (FUNDO DE MANEIO DEFICITÁRIO)
PRA = PED ↔ Equilíbrio financeiro de curto prazo desfavorá vel. Dificuldades
financeiras de curto prazo decorrentes da existência de uma reserva financeira
negativa.
PRA > PED ↔ Equilíbrio financeiro de curto prazo muito desfavorá vel. Elevadas
dificuldades financeiras de curto prazo que resultam da conjugaçã o de uma
capacidade de realizaçã o do activo com uma reserva de liquidez negativa.
PRA < PED ↔ Equilíbrio financeiro de curto prazo instá vel. Uma reserva financeira
negativa pode nã o ocasionar dificuldades financeiras, dependendo do
desfasamento entre o PRA e o PED.
ABORDAGEM FUNCIONAL
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A existência destas abordagens decorre da evoluçã o dos conceitos e da verificaçã o
de algumas insuficiências da perspectiva mais clá ssica.
Desta forma, além da relaçã o adequada entre as diferentes naturezas das origens e
aplicaçõ es de fundos, assume também particular importâ ncia o timing de
transformaçã o dos activos em meios líquidos e a capacidade de direccionar esses
fluxos financeiros para a satisfaçã o dos compromissos assumidos no momento do
seu financiamento. Por conseguinte, recupera-se a necessidade de distinguir a
forma como sã o gerados e aplicados os fluxos financeiros.
Como refere Neves (2007), a aná lise financeira tradicional assenta sobretudo na
ó ptica da Aná lise Patrimonial (ou tradicional); e a aná lise financeira moderna
preocupa-se mais com o equilíbrio funcional das origens e aplicaçõ es por isso é
denominada Aná lise Funcional. O balanço funcional procura “fotografar”, em
determinada data, as aplicaçõ es e recursos relacionados com os ciclos financeiros
da empresa, idenpendentemente da sua situaçã o jurídica.
Tesouraria Líquida.
TL = FMF – NFM
ou
Para uma aná lise mais profundo do equilíbrio financeiro de curto prazo,
estes indicadores devem ser vistos conjuntamente, já que a sua relaçã o provoca
situaçõ es financeiras distintas.
Nesta situaçã o, o FMF é positivo mas insuficiente para financiar as NFM, pelo que a
empresa suporta parte das suas necessidades cíclicas de exploraçã o com
operaçõ es de tesouraria, sendo caracterizada pelos seguintes aspectos:
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Risco de incapacidade de solver compromissos a prazo.
Esta situaçã o apresenta uma posiçã o financeira favorá vel; nã o existe problema de
cumprimento de compromissos a prazo porque o FMF é positivo; o ciclo de
exploraçã o nã o apresenta necessidades de financiamento.
Atente-se a:
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que o desequilíbrio financeiro não é um facto só porque o FMF é negativo, ou
a TL deficitária.
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que reflecte a posiçã o financeiro da empresa no final de cada exercício econó mico,
os valores de algumas rubricas podem estar afectados por acontecimentos casuais
ocorridos no final do exercício. Assim, a consideraçã o de valores médios atenua os
inconvenientes associados a este facto.
Este rá cio indica o tempo médio de cada rotaçã o, representado-se em dias, mas
também é possível em semanas ou em meses, bastando, substituir o multiplicador
365 pelo nú mero de semanas ou meses do ano.
● Actividade comercial:
● Actividade industrial:
● Actividade agrícola:
O PMP indica o tempo médio que a empresa demora a liquidar as suas dívidas. Um
baixo valor para este rá cio indica um menor grau de financiamento dos
fornecedores à exploraçã o, o que pode levar à occorência de problemas de
tesouraria (dependendo da DMI e do desfasamento entre o PMP e o PMR),
podendo significar que a empresa tem um fraco poder negocial. Contudo, um PMP
elevado pode indiciar dificuldades da empresa em satisfazer as suas obrigaçõ es,
principalmente se o PMPverificado > PMPnegociado. Embora nã o seja possível indicar
valores de referência universal, uma vez que o PMP depende, muitas vezes, do
volume de compras realizado pela empresa e da sua capacidade de negociaçã o, um
PMPempresa < PMPsector pode indicar que as condiçõ es de pagamento devem ser
renegociadas com os fornecedores.
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melhor. Se, por exemplo, a RAempresa > RAsector entã o verifica-se uma maior
recuperaçã o dos capitais investidos por via das actividades de exploraçã o na
empresa do que na média do seu sector de actividade.
Este rá cio mede o nível de vendas gerado pelo investimento realizado pela
empresa em capacidade produtiva. Representa o nú mero de unidades monetá rias
vendidas por cada unidade monetá ria investida em aplicaçõ es fixas de exploraçã o.
Ainda que nã o exista referência a valores ideias, quanto mais elevado for este rá cio
melhor. Uma situaçã o em que a RAFLEempresa > RAFLEsector reflete uma maior
recuperaçã o dos capitais investidos em capacidade produtiva por via das
actividades de exploraçã o comparativamente ao sector.
Este rá cio mede o nível de vendas gerado pelo investimento realizado pela
empresa em activos correntes. Representa o nú mero de unidades monetá rias
vendidas por cada unidade monetá ria investida pela empresa naquele tipo de
activos.
O rá cio de rotaçã o do capital pró prio mede o nível de vendas gerado pelo
investimento realizado na empresa pelos seus só cios ou accionista.
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A especificidade de cada empresa impossibilita a definiçã o de valores de referência
universal. Se a RCPempresa > RCPsector, entã o verifica-se uma maior recuperaçã o dos
capitais por via das actividades de exploraçã o na empresa face à média sectorial.
Por se tratar de rá cios de funcionamento, o seu valor varia muito de empresa para
empresa consoante o sector em que se inserem, a sua dimensã o, a especificidade
dos processos internos e outros factores directamente relacionados com a
exploraçã o, pelo que a sua interpretaçã o só fica verdadeiramente completa se
existir a capacidade e a informaçã o para fazer comparaçõ es e posicionar a empresa
em termos relativos.
Este rá cio aprecia o equilíbrio das massas patrimoniais constituintes dos recursos
está veis, avaliando se o elemento predominante é o capital pró prio ou o passivo
nã o corrente.
Na aná lise do valor deste rá cio, é possível encontrar as seguintes situaçõ es:
Também no caso deste rá cio nã o é possível definir de referência universal, uma vez
que cada empresa tem características pró prias. No entanto, o recurso aos padrõ es
de comparaçã o, nomeadamente sectoriais, representa uma possível soluçã o para
colmatar esta lacuna. Por exemplo, uma situaçã o em que o RDE empresa > RDEsector
indica a existência de uma estrutura de capitais menos conservadora que o sector.
Este rá cio avalia em que medida é que os recursos está veis financiam o
investimento, ou seja, afere a estabilidade e constâ ncia do financiamento. Um
valor unitário para este rácio indica uma situação em que o investimento é
totalmente financiado por recursos estáveis, o que representa um factor de
estabilidade financeira.
Na aná lise do valor deste rá cio, é possível encontrar as seguintes situaçõ es:
REP > 1, indica a predominâ ncia do passivo a curto prazo, situaçã o que
pode exercer pressã o sobre a tesouraria na medida em que a empresa terá
de cumprir a maioria das suas obrigaçõ es em prazos inferiores a um ano;
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REP<1, mostra que há predominâ ncia do passivo de MLP, o que é
financeiramente favorá vel pois, neste caso, a empresa tem um horizonte
temporal superior a um ano para cumprir a maioria das suas obrigaçõ es.
Se, com base nos indicadores sectoriais, se constatar a seguinte situaçã o REPempresa
> REPsector entã o significa que a empresa, face à média do sector, apresenta um
financiamento por capitais alheios mais alicerçado no curto prazo.
RE/AFL > 1 → FMF > 0, Neste caso, os recursos está veis financiam a
totalidade do valor das AFL, o que financeiramente é desejá vel. Portanto,
existe um montante de recursos está veis em excesso sobre as AFL que vai
permitir financiar parte das necessidades do ciclo de exploraçã o.
RE/AFL < 1 → FMF < 0, neste caso, os recursos está veis nã o permitem
financiar a totalidade do valor das AFL, o que em termos de solvabilidade
nã o é desejá vel, pois deve existir um equilíbrio temporal entre as origens e
as aplicaçõ es de fundos.
Este rá cio complementa o anterior e mede a taxa de cobertura das AFL pelo capital
pró prio. Quanto maior o seu valor, maior a solvabilidade. No entanto, valores
superiores à unidade podem ser exagerados, na medida em que a empresa pode
nã o estar a beneficiar, em termos de rendibilidade do capital pró prio e do efeito
financeiro de alavanca.
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O valor deste rá cio varia entre zero e um (ou 100%), dado que o montante de
capital pró prio nã o pode ser superior ao valor do activo. Quanto maior a proporçã o
do capital pró prio no financiamento do activo da empresa, maior a sua autonomia
face a terceiros. No entanto, um elevado nível de autonomia pode limitar o
potencial do efeito financeiro de alavanca como factor de incremento de
rendibilidade do capital pró prio.
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Atendendo aos indicadores sectoriais, caso seja possível, se REE»REE, entã o pode-
se afirmar que o endividamento a curto prazo tem maior peso na estrutura do
capital alheio da empresa, face à média do sector.
Este rá cio determina o grau de cobertura do passivo por capital pró prio, avaliando
a capacidade da empresa para fazer face aos seus compromissos de MLP, o que
acaba por reflectir o risco que os credores correm.
A utulidade dos dados sectorias é mais uma vez relembrada a propó sito da
interpretaçã o do valor do rá cio de solvabilidade. Assim, se RSempresa > RSsector, entã o a
empresa apresenta uma estrutura de capitais menos arriscada que o sector. No
entanto, a leitura deste rá cio deve ser complementada com a aná lise dos rá cios de
autonomia financeira, endividamento e estrutura do endividamento.
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Este avalia o grau de cobertura do passivo pelo activo, ou seja, permite verificar se
o valor do activo é suficiente para liquidar todas as dívidas. Quanto maior for o seu
valor, em princípio, mais assegurado estará o direito ao recebimento dos créditos
por parte dos credores.
Este rá cio mede a extensã o na qual existem resultados disponíveis para suportar
os encargos de financiamento. Quanto mais elevado for o seu valor, maior será a
capacidade da empresa para pagar os encargos derivados do endividamento.
Embora seja difícil indicar valores de referência universais, é desejá vel que este
rá cio apresente valores inferiores a 4%, pois dependendo das margens de lucro da
empresa, valores demasiado elevados podem levar a situaçõ es de resultados
negativos, penalizando a rendibilidade e a remuneraçã o dos só cios ou accionistas.
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ROV =
Ao comparar o valor deste este indicador com o valor da mediana do sector, pode-
se concluir que, caso a ROVempresa > ROVsector, a empresa apresenta uma melhor
capacidade de geraçã o de resultados operacionais que o sector em que se insere.
RLV=
Este rá cio deve ser confrontado com o anterior, sendo que a diferença entre ambos
reflectem os seguintes efeitos:
Aumento das vendas a taxas mais elevadas que o crescimento dos gastos
associados, nomeadamente, através de:
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o Aumento do preço de venda;
o Ambos.
RAT =
A RAT avalia o desempenho dos capitais totais investidos pela empresa, ou seja,
das suas aplicaçõ es, independentemente das decisõ es de financiamento, daí que ao
resultado líquido do período seja acrescido o valor dos gastos de financiamento,
uma vez que estes resultam de decisõ es de financiamento, corrigido do factor
fiscal. Este factor fiscal, dado pelo valor (1 - t), em que t é a taxa de imposto
considerada para o cá lculo do imposto sobre o rendimento do exercício.
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ROA =
Este rá cio avalia o retorno obtido, em termos operacioanais, por cada unidade
monetá ria investida pela empresa sendo que, quanto maior o valor do indicador,
maior a propensã o para o investimento gerar resultados. Assim, deseja-se que este
rá cio se apresente com um valor o mais elevado possível. A ROA pode ser
interpretada como o ganho obtido em termos operacionais, por cada unidade
monetá ria vendida.
Uma situaçã o caracterizada por ROAempresa > ROAsector reflicta uma melhor
capacidade geradora de rendibilidade operacional das aplicaçõ es por parte da
empresa face à s restantes empresas do sector.
RC´P =
Este rá cio mede o grau de remuneraçã o dos só cios ou accionistas das empresas,
avaliando assim o retorno do investimento proporcionado aos detentores do
capital pró prio. Esta é uma medida de eficiência privilegiada para accionistas e
investidores, permitindo perceber se a rendibilidade tem um nível aceitá vel
quando comparada com as taxas de rendibilidade do mercado de capitais, para
idênticos níveis de risco.
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No cá lculo do capital pró prio médio nã o deve ser descurado o facto do capital
pró prio incluir o resultado líquido do período, e que este nã o contribui para a sua
pró pria geraçã o, pelo que o capital pró prio do ano corrente deve ser corrigido pelo
valor de resultado líquido do período.
Uma situaçã o caracterizada por RC´Pempresa > RC´Psector reflecte uma melhor
capacidade de remuneraçã o dos capitais pró prios por parte da empresa face à s
outras empresas do sector tornando-a, do ponto de vista do investidor, mais
atractiva. No entanto, esta comparaçã o deve ser afectuada com cautela, uma vez
que frequentemente o conjunto de empresas que integram o sector é heterogéneo,
nomeadamente quanto aos níveis de risco. Uma adequada comparaçã o de
rendibilidades deve atender ao perfil de risco das empresas comparadas.
Para o efeito, apresentam-se de seguida algumas das prá ticas mais comuns de
desegregaçã o dos rá cios de rendibilidade, chamando-se a atençã o para a utilidade
destas aná lises integradas.
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O nú mero de unidades monetá rias vendidas por cada unidade monetá ria
investida.
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Esta desagregaçã o simples do rá cio da rendibilidade do capital pró prio mostra
que:
Para uma relaçã o activo/capital pró prio, a rendibilidade do capital pró prio
tende aumentar se a rendibilidade do activo aumentar;
Para uma dada rendibilidade do activo, a rendibilidade do capital pró prio
aumenta se diminuir o peso do capital pró prio no financiamento do activo.
Contudo, e por se tratar de uma medida relevante em termos de aná lise da situaçã o
econó mica de uma empresa, é possível decompor um pouco mais a RC´P, no
sentido de encontrar factores determinantes do seu comportamento.
A metodologia mais utilizada para este efeito é a aná lise DuPont que decompõ e a
rendibilidade do capital pró prio num conjunto de outros indicadores. Esta
decomposiçã o procura distinguir o impacto das condiçõ es econó micas daquele
impacto que decorre das condiçõ es financeiras sobre a rendibilidade dos capitais
pró prios.
Tomando RLP por resultado líquido do período, C´P por capital pró prio, VN por
volume de negó cios e AT por activo total, a relaçã o analítica que resulta da aná lise
DuPont é dada por:
Decorrente desta aná lise verifica-se que, para além de factores econó micos,
também a estrutura de capitais da empresa pode influenciar a rendibilidade dos
capitais pró prios. Por outro lado, esta relaçã o põ e em evidência que esta
rendibilidade será tanto mais elevada quanto:
A maior for a rendibilidade líquida das vendas (RLV);
Maior for a rotatividade do activo (RA);
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Menor for o peso dos capitais pró prios no total do activo (autonomia
financeira).
A aná lise DuPont é também a origem de uma desagregaçã o ainda mais
pormenorizada do rá cio da RC´P. O seu objectivo é o de reconhecer, para além dos
determinantes econó micos e financeiros, o efeito fiscal como factor de influência
daquela rendibilidade. Este efeito pode ser detectado através de modelos como:
Modelo multiplicativo da rendibilidade do capital pró prio;
Modelo aditivo da rendibilidade do capital pró prio.
A aná lise da rendibilidade dos capitais pró prios faz-se recorrendo a dois modelos
conhecidos: o modelo multiplicativo e o aditivo.
MODELO MULTIPLICATIVO
; ;
Síntese:
2. Sendo evidente que o multiplicador dos Capitais Pró prios (ATL/C´P) nunca
pode ser inferior a 1, a RC´P está directamente dependente da eficiência
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conjunta da política financeira, dos factores extraordiná rios e da fiscalidade
que afectam a exploraçã o.
Modelo Aditivo
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A situaçã o em que o PER da empresa for superior que o dos concorrentes, reflecte
uma maior capacidade de recuperaçã o do investimento, caso o investidor opte por
realizar o investimento na empresa em detrimento das suas concorrentes.
ou ;
; ; ou ;
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crescimento. ;
ou
Um valor baixo pode significar que a empresa se financia mais com capitais
gerados internamente, já que, ao nã o distribuir uma percentagem significativa de
resultados, estes ficam retidos na empresa. Por outro lado, um valor elevado pode
significar formas de financiamento pouco alicerçadas no auto financiamento já que,
ao nã o reter os resultados, as empresas terã o de financiar oportunidades de
investimento com outras fontes de financiamento, nomeadamente com
empréstimos (Fernandes et al., 2012).
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Guerreiro, L. (2016) – Gestão e Análise Financeira, PLURAL EDITORES.
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APOSTILA DE GESTÃO FINANCEIRA – 2022/2023
Numa acçã o é possível, por norma, analisar duas componentes de rendibilidade: i)
a que deriva das mais ou menos valias (diferença de preços) e ii) a que está
associada ao recebimento de dividendos. O DY reflecte o rendimento da acçã o
através de dividendos.
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Espera-se que este indicador apresente valores superiores à unidade, sinal
de que o preço de mercado da acção supera o seu valor contabilístico.
Entretanto, as acçõ es sã o subvalorizadas no mercado, caso o rácio apresente
valores reduzidos, ou sobrevalozidas no mercado, caso o indicador
apresente valores significativamente elevados.
Este rá cio compara o valor de mercado dos activos de uma empresa com o custo
actual da reposiçã o desses activos. As empresas com um valor baixo consideram-se
estar num sector muito competitivo ou numa situaçã o de declínio. Se o valor é
superior à unidade, a empresa é incentivada a investir e os activos valem
mais que o seu custo de reposição, originando boas perspectivas de
crescimento.
A teoria do CVR é muitas vezes confundida com a teoria do ponto morto econó mico
quando esta constitui apenas uma importante aplicaçã o daquela teoria.
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CONTA DE EXPLORAÇÃO E RESULTADOS
RUBRICAS VALORES %
1 – Vendas líquidas (VL = Pv*Q) X 100
2 – Custos variá veis (CV = Cvu*Q) X x
3 – Margem bruta (MB = VL-CV) X x
4 – Custos fixos totais X x
5 – Resultados de exploraçã o (RE=MB-CF) X x
6 – Custos financeiros de financiamento (CFF) X x
7 – Resultados antes de impostos (RAI=RE-CFF) X x
8 – Imposto sobre rendimento (ISRE = RAI*t) X x
9 – Resultados líquidos (RL=RAI-ISRE) X x
A teoria do CVR baseia-se na classificaçã o dos custos em fixos e variá veis e a sua
concepçã o analítica é relativamente fá cil.
Sejam: (CT) os custos totais; (CF) os custos fixos totais; (CV) os custos variá veis
totais; (MT) a margem total das vendas líquidas (excesso das vendas em relaçã o a
(CV); (Q) nível de actividade; ( ) o custo variá vel unitá rio ; (VL) o valor
das vendas líquidas totais anuais (receitas anuais); (P) o preço de vendas unitá rio;
RE os resultados de exploraçã o anuais.
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Se designarmos por α o coeficiente de não absorção do preço de venda unitá rio
pelo custo variá vel unitá rio, i.e., se: α = 1,00 - , resultará a expressã o: MT = α .
VL
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O custo variá vel unitá rio nã o é uma funçã o linear do nível de actividade, mas sim
uma funçã o «curvilínea», devido à lei dos rendimentos crescentes e decrescentes,
que justamente afecta o andamento do custo variá vel unitá rio, correspondendo-lhe
a famosa «curva em U»; desta forma e como se encontra subjacente à teoria do
CVR, será pouco rigoroso considerarmos o custo variá vel unitá rio
permanentemente constante, nã o existindo, por outro lado, uma relaçã o rígida
entre a natureza de um custo e seu grau de variabilidade.
A permanente actualizaçã o dos valores dos parâ metros econó micos essenciais da
teoria do CVR é fundamental para qualquer aplicaçã o a médio prazo e a curto
prazo. Importa nã o esquecer que as despesas de investimento em capital fixo
afectam imediatamente os custos totais apó s o arranque das novas imobilizaçõ es
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(elevaçã o das amortizaçõ es), sem que os efeitos eventualmente positivos sobre os
resultados de exploraçã o da empresa se tenham ainda começado a manifestar.
Se: EEA = i – está -se numa situaçã o de indiferença, dado que o custo do
capital alheio e a rendibilidade operacional do activo se igualam. Quando se
dá esta igualdade, o efeito de alavanca é nulo.
O efeito econó mico de alavanca revela-se sempre que existam custos fixos na
empresa e a sua actuaçã o pode ocorrer nos sentidos positivo ou negativo.
e:
RL = . (1-t)……………………….…….2)
e:
e ainda:
A rendibilidade dos capitais pró prios (RC’P) será , por definiçã o, igual a:
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RC’P = …………………….….5)
GEA=MB/RO
A expressã o do GAO pode ser desenvolvida obtendo-se uma soluçã o mais prá tica e
directa para o seu cá lculo. Assim vem:
3
“todo o mais constante
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GEA= MB/RO
Contudo, atendendo a que neste rá cio, tanto a margem bruta (numerador) como os
resultados operacionais (denimunador) sã o passíveis de se apresentarem com
valores negativos, pode dar-se o caso da conjugaçã o de sinais redundar num GEA
negativo. Apesar da diferença de sinal, um GEA com um valor de (- 3) representa a
mesma sensibilidade dos resultados operacionais à variaçã o de 1% das vendas que
ocorre para um GEA igual a 3, pelo que a interpretaçã o do indicador deverá ser
feita em mó dulo, isto é, independentemente da natureza do sinal obtido (Moreira,
2001).
De referir ainda que a leitura do GEA deve ser cuidada, nã o só porque assume o
impacto nos resultados operacionais de variaçõ es nas vendas mantendo tudo o
resto inalterado, nomeadamente a estrutura de gastos da empresa, mas também
porque a interpretaçã o em mó dulo nã o deve fazer esquecer eventuais diferenças
nas condiçõ es subjacentes ao seu cá lculo.
Interpretaçã o do GEA:
Quando o GEA é zero o risco econó mico é nulo, na medida em que para
qualquer variaçã o das vendas o resultado operacional nã o se altera;
Quanto maior o valor obsoluto do GEA, maior o risco econó mico, pois maior
a sensibilidade dos resultados operacionais face a variaçõ es no nível de
vendas;
O valor do GEA será negativo se a margem bruta for inferior aos gastos
fixos;
Se a margem bruta for negativa, entã o o valor do GEA variará entre zero e
um.
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Note-se ainda que quanto mais pró ximo o Ponto crítico das Vendas estiver o
volume de vendas da empresa, isto é, quanto menor for a Margem de Segurança,
maior tenderá a ser o valor do GEA.
O ponto morto econó mico (ponto crítico das vendas, ponto de equilíbrio
econó mico, break even point, etc.) identifica-se, dentro de todos os pressupostos
econó micos da teoria do CVR, com o nível de actividade da empresa a que
correspondem os resultados de exploraçã o (RE) nulos.
A determinaçã o do ponto morto econó mico numa ó ptica contabilística pode ser
efectuada em termos quantitativos (Q0) ou em termos való ricos (V0).
V0 = …………………………….2)
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Repare-se que o denominador da expressã o 2) (P - CV u)/P – se identifica com o
coeficiente de não absorção do preço de venda unitário, anteriormente
representado por α (agora apresentado em termos unitá rios).
O numerador representa o somató rio dos custos fixos e das amortizaçõ es depois
de impostos e o denominador identifica a margem de contribuição, i.e., a margem
com que cada unidade adicional contribui para o lucro contabilístico depois de
impostos.
A validade daquele conceito alargado do ponto morto (ponto morto total) tem
muito a ver com a necessidade de os custos financeiros de financiamentos nã o
variarem ao longo do período de tempo contemplado pela nossa aná lise e de
acordo com um dos pressupostos da pró pria teoria do CVR.; ora, e como teremos a
oportunidade de verificar, os capitais investidos na empresa, e logo os custos
financeiros de financiamento, sã o influenciados por diversos factores, de entre os
quais ressalta a sazonalidade da actividade.
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Quando o nível de actividade da empresa se situar no seu ponto morto econó mico,
a margem bruta será justamente suficiente para cobrir os custos fixos totais e os
resultados de exploraçã o serã o nulos; contudo e em termos financeiros, continuará
a verificar-se a criaçã o dos excedentes correspondentes ao somató rio das
amortizaçõ es e provisõ es (líquidas) para a cobertura dos risco de exploraçã o, pois
estas, embora traduzindo custos do respectivo exercício econó mico, nã o envolvem
quaisquer fluxos financeiros (pagamentos).
O conceito de ponto morto econó mico chama-nos atençã o para a influência que o
comportamento de alguns parâ metros econó micos essenciais (preço de venda
unitá rio, custo variá vel unitá rio e custos fixos totais) tem sobre a rendibilidade da
empresa, e mostra-nos como é possível proceder à determinaçã o do ponto central
de uma zona de variaçã o do nível de actividade, onde o risco econó mico e o efeito
econó mico de alavanca se fazem sentir com especial acuidade.
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Os conceitos de risco econó mico e risco financeiro assumem uma crescente
importâ ncia na Gestã o Financeira.
1) Quando maior for o grau econó mico de alavanca, mais elevado será o risco
econó mico.
2) Quanto mais elevado for o ponto morto econó mico, maior será o risco
econó mico.
A gestã o comercial (quota de mercado, preços de venda líquidos, nível variá vel
unitá rios, produtividade dos factores produtivos, etc.) e a política de investimentos
(nível dos custos fixos e rendibilidade dos novos investimentos) assumem uma
importâ ncia capital na vida das empresas e reflectem-se profundamente no seu
risco econó mico.
As reduçõ es do preço de venda unitá rio ou os aumentos do custo variá vel unitá rio
traduzirã o uma diminuiçã o da margem total das vendas sobre os custos variá veis
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totais e, portanto, dos resultados de exploraçã o; por outro lado, aos aumentos dos
custos fixos totais encontra-se associado um maior grau econó mico de alavanca e
um mais elevado ponto morto econó mico, ou seja, um mais pronunciado risco
econó mico.
O desvio-padrã o da margem total das vendas sobre os custos variá veis totais
(σMT) será assim determinado, onde σQ se identifica com o desvio-padrã o das
vendas físicas ocorrido em determinado período de tempo:
Finalmente, se admitirmos que o nível de actividade (Q) é uma variá vel aleató ria
que segue a lei de distribuiçã o normal e procedermos à troca das variá veis,
teremos:
RE = T.σMT + E (RE)………………………………………………….…C)
GFA= RO/RAI
O Z-Score, que na sua versão original é desenvolvido para empresas cotadas, é uma
média ponderada de um conjunto de rácios financeiros apresentado a seguinte
formulação:
onde
X5 = Vendas / Activo total (mede a eficiência na utilização dos activos para a obtenção
de receitas).
Posteriormente, Altman adaptou o seu modelo para a realidade das empresas não
cotadas, recorrendo, neste caso, à seguinte fórmula:
onde
A classificação das empresas não cotadas pela aplicação do Z-Score é dada pelos
seguintes intervalos de valores:
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Por fim, dereccionou o modelo para as empresas não industriais e oriundas de
mercados emergentes. Neste caso, o modelo para o indicador do risco de falência é
dado por:
onde
onde
X5 = Solvabilidade (C´P/PASSIVO)
Outro aspecto a ter em conta releva do facto dos níveis de score dos modelos à época
(anos 70) poderem estar desajustados da realidade actual, indiciando a necessidade de
uma leitura cuidada dos resultados obtidos.
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Finalmente, face a factores como diferentes ciclos de vida dos vários sectores de
actividade, diferentes graus de sensibilidade dos sectores ao contexto económico em que
se inserem, diferentes níveis de regulamentação dos vários sectores, entre outros, será
de admitir a possibilidade de se identificarem modelos sectoriais em substituição de um
modelo único para todas as empresas de uma dada economia.
ANÁLISE ECONÓMICA
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Para o cá lculo dos referidos indicadores recorre-se à Demonstraçã o de
Resultados.
RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO
RESULTADOS OPERACIONAIS
Resultados financeiros;
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Mede o excedente de riqueza criada pela empresa e corresponde à
contribuiçã o da mesma para a criaçã o de valor, considerando a hipó tese de que os
preços reflectem efectivamente o valor dos bens.
ÓPTICA DA PRODUÇÃO
ÓPTICA DA REPARTIÇÃO
O nível do VAB permite avaliar a eficá cia econó mica da empresa, isto é,
compara a riqueza criada pela empresa com os recursos que foram utilizados.
Com base no VAB podemos calcular alguns rácios que reflictam melhor
a eficiência da empresa:
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O PIB é o somató rio dos valores acrescentados de todos os agentes
econó micos que produzem bens e serviços, no país e durante um determinado
período de tempo, normalmente, um ano civil.
EBE = proveitos operacionais – CMV – O.C. variá veis – custos fixos desembolsá veis
4
Representa o conjunto de meios líquidos gerados pela empresa e nesta anualmente retidos e que não revelam qualquer vínculo
imediato de exigibilidade (MLL Totais retidos) – cf. Manezes, H. Caldeira, Princípios de Gestão Financeira pp. 86
5
EBE -
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O autofinanciamento bruto representa o excedente bruto da empresa,
portanto:
Encargos financeiros/EBE
Autofinanciamento/EBE
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Mede o peso das provisõ es, amortizaçõ es e lucro no EBE e mostra as
potencialidades da empresa para o investimento.
EBE/VAB
PRODUTIVIDADE
As actividades;
Os meios;
Os resultados.
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A produtividade traduz a eficiência dos meios e a eficá cia das actividades
e aumenta, quando se consegue:
; ; ou ; ou ;
ou ; ou
ou
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Com:
Indica as unidades monetá rias criadas por cem unidades monetá rias de
volume de negó cios. É um indicador que evidencia a capacidade que a actividade
da empresa tem para gerar riqueza.
Produtividade relativa
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Eficiência – determina a taxa de utilizaçã o dos meios.
tc= em que: t=
e t1=
Sendo:
N – nú mero de trabalhadores;
ESTRATÉGIAS DE COMPETITIVIDADE
A empresa deve:
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o Reduzir o nú mero de pontos de trabalho;
Estratégia da inovaçã o
Estratégia da japonizaçã o
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Qualquer uma das estratégias a seguir visa a melhoria da competitividade
econó mica, com o objectivo final de alcançar vantagens competitivas no mercado e
que se reflictam no valor de rendibilidade e na situaçã o financeira da empresa.
O FINANCIAMENTO E O CRESCIMENTO
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O crescimento da empresa depende da forma como consegue aumentar a
sua capacidade financeira, recorrendo à s seguintes fontes de financiamento:
aumento do capital social; autofinaciamento (resultado retido) e recurso a capital
alheio.
5. RLR = RL – Div.;
7. ∆(CA + CP´) = TC x AT
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e o activo (A) designa-se por taxa de crescimento interno (ti), portanto: ti =
Logo, a expressã o:
ti= fica: ti =
ti =
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financeira: ti = , isto é,
ts =
ts =
Portanto, ts = *
ou
ou ainda: ts = * *
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