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Demonstrativo do Resultado da

Avaliação Atuarial - DRAA


Ficha técnica

Coordenador Técnico - Secretaria de Previdência


Claudio Henrique Soares da Cruz

Conteudistas - Secretaria de Previdência


Felipe Inácio Xavier de Azevedo
Claudio Henrique Soares da Cruz
José Wilson Silva Neto
Luciano Lemes

Coordenação de Produção
Equipe de produção DIEAD/ESAF
Sumário

Apresentação........................................................................................................... 4

Introdução................................................................................................................ 4

4.1 Regime e Métodos de Financiamento....................................................................... 6

4.2 Hipóteses Atuariais...................................................................................................16

4.3 Justificativa da Adoção de Hipóteses..................................................................... 30

Encerramento do módulo........................................................................................ 36
Apresentação
Chegamos ao quarto módulo do curso. Veremos agora os Elementos da Base Técnica
do DRAA.

Vamos lá?

Introdução
Neste módulo, além de conhecer os elementos que compõem a Base Técnica
utilizada na Avaliação Atuarial, você aprenderá como estes deverão ser preenchi-
dos no Demonstrativo do Resultado da Avaliação Atuarial (DRAA). As informações
relativas à Base Técnica serão apresentadas nas seguintes abas do DRAA: “Regime
e Métodos de Financiamento”, “Hipóteses Atuariais” e “Justificativa de Adoção de
Hipóteses”.

4
Regime e Métodos de Financiamento

Na aba “Regime e Métodos de Financiamento” deverá ser informado


o Regime Financeiro utilizado para o pagamento de cada um dos
benefícios garantidos pelo Regime Próprio de Previdência Social
(RPPS). Três são os regimes reconhecidos como financeiros: Regime
Financeiro de Capitalização1, Regime Financeiro de Repartição de
Capitais de Cobertura2 e Regime Financeiro de Repartição Simples3.

Dos Métodos de Financiamento Atuarial para apuração do custo nor-


mal dos benefícios calculados em Regime Financeiro de Capitalização,
temos os seguintes: PUC (Crédito Unitário Projetado)4, IEN (Idade Nor-
mal de Entrada), Agregado, PNI (Prêmio Nivelado Individual) e Ortodoxo
(Plano Vigente em Lei).

12 3 4

1
Conforme o art. 2º da Portaria nº 403, de 10 de dezembro de 2008, inciso XI, Regime Financeiro de Capitalização
é o regime em que as contribuições estabelecidas no Plano de Custeio, a serem pagas pelo ente federativo,
pelos servidores ativos e inativos e pelos pensionistas, acrescidas ao patrimônio existente, às receitas por
ele geradas e a outras espécies de aportes, sejam suficientes para a formação dos recursos garantidores à
cobertura dos compromissos futuros do Plano de Benefícios e da taxa de administração.
2
Conforme o art. 2º da Portaria nº 403, de 10 de dezembro de 2008, inciso XII, Regime de Repartição de Capitais
de Cobertura é o regime em que as contribuições estabelecidas no Plano de Custeio, a serem pagas pelo
ente federativo, pelos servidores ativos e inativos e pelos pensionistas, em um determinado exercício, sejam
suficientes para a constituição das reservas matemáticas dos benefícios iniciados por eventos que ocorram
nesse mesmo exercício, admitindo-se a constituição de fundo previdencial para oscilação do risco.
3
Conforme o art. 2º da Portaria nº 403, de 10 de dezembro de 2008, inciso XIII, Regime de Repartição Simples é
o regime em que as contribuições estabelecidas no Plano de Custeio, a serem pagas pelo ente federativo, pelos
servidores ativos e inativos e pelos pensionistas, em um determinado exercício, sejam suficientes o pagamento
dos benefícios nesse exercício, sem o propósito de acumulação de recursos, admitindo-se a constituição de
fundo previdencial para oscilação do risco.
4
Conforme o art. 4º da Portaria nº 403, de 10 de dezembro de 2008, parágrafo 4º, PUC é o método de
financiamento atuarial mínimo para apuração do custo normal dos benefícios avaliados em Regime Financeiro
de Capitalização será o Crédito Unitário Projetado, devendo constar a perspectiva de crescimento das alíquotas
na NTA e no Relatório da Avaliação Atuarial.

5
Hipóteses Atuariais

Na aba “Hipóteses Atuariais” constam as hipóteses demográficas,


econômicas e financeiras adequadas às características da massa de
segurados do RPPS. As hipóteses adotadas na Avaliação Atuarial são
de responsabilidade do ente federativo, da Unidade Gestora do RPPS e
do atuário responsável pela elaboração da avaliação, conforme dispõe
o art. 5º da Portaria n° 403, de 10 de dezembro de 2008.

Justificativa de Adoção de Hipóteses

A adoção de cada uma das hipóteses adotadas na Avaliação Atuarial


deve ser devidamente fundamentada em campo específico do DRAA,
na aba “Justificativa de Adoção de Hipóteses”, na qual devem constar
também os valores observados em anos anteriores, resultantes da
utilização destas hipóteses, bem como justificativa técnica para
eventuais discrepâncias em relação à hipótese adotada.

Mas não se preocupe caso você seja apenas o usuário responsável pelo preenchi-
mento do demonstrativo, tanto as hipóteses adotadas na avaliação atuarial como
as justificativas que deverão ser preenchidas no DRAA, deverão ser repassadas pelo
atuário do plano, cabendo a você simplesmente o preenchimento do demonstrativo.

Bons estudos!

4.1 Regime e Métodos de Financiamento


Neste tópico, vamos discorrer sobre o preenchimento da aba “Base Técnica/Regimes
Métodos de Financiamento” do DRAA, apresentar conceitos e ilustrar a metodologia
do preenchimento. Esta parte do DRAA é de suma importância para o detalhamento
da metodologia de cálculo utilizada na Avaliação Atuarial.

6
Em toda Avaliação Atuarial deve ser definido o Regime de Financiamento do Plano de
Benefícios do RPPS. Cada benefício pode ter um Método de Financiamento. No RPPS
somente são utilizados três sistemas de financiamentos, a saber:

Regime Financeiro Regime Financeiro de Regime Financeiro de


de Capitalização Capitais de Cobertura Repartição Simples

Saiba Mais

O Método de Financiamento nada mais é que o sistema utilizado para


pagamento de uma dívida. Entretanto, na Previdência a dívida é futura,
pois primeiro se constituem as reservas para depois se efetuar o
pagamento do benefício. Outra particularidade é que esse pagamento
não ocorre em uma única prestação, mas são realizados pagamentos
parciais, em forma de renda mensal. Da mesma forma que a dívida é
paga parceladamente, o montante a ser constituído pode ser finan-
ciado no decorrer da vida laborativa do segurado, podendo ser atuali-
zado por uma taxa de juros (capitalizado) ou utilizado para pagamen-
to de benefício de outro participante do mesmo Plano de Previdência
que já encontra-se em gozo do benefício.

7
Para cada benefício do plano, definido nas abas da “Base Normativa”, deve ser
informado o Regime de Financiamento no campo correspondente do DRAA.

Esta aba está disponível para preenchimento em “Base Técnica/Regimes Métodos de


Financiamento” para os planos:

§§ Civil – Previdenciário;
§§ Civil – Financeiro;
§§ Civil – Mantido pelo Tesouro;
§§ Militar – Previdenciário;
§§ Militar – Financeiro;
§§ Militar – Mantido pelo Tesouro.
É obrigatório o preenchimento do Regime Financeiro e Método de Financiamento para
cada benefício cadastrado na aba “Base Normativa/Plano de Benefícios”, sendo que
a informação do Regime de Financiamento definirá a composição das tabelas para
inserção das informações relativas aos custos de cada benefício na aba “Resultados/
Custo Normal”. Cada tipo de plano constante no DRAA (Previdenciário, Financeiro
e Mantido pelo Tesouro) tem seus Regimes Financeiros específicos e Métodos de
Financiamento definidos.

Os diferentes planos do DRAA (Plano Previdenciário, Financeiro e Mantido pelo


Tesouro) e suas respectivas massas (Militar ou Civil) têm padrões de preenchimento
diferentes.

No Plano Previdenciário, podem ser utilizados todos os Métodos de Financiamento


constantes na Portaria nº 403/2008. Entretanto, deve ser observado, para cada
benefício, o regime que pode ser utilizado.

8
Regime
Financeiro de
Capitalização

Plano
Previdenciário

Regime Regime
Financeiro de Financeiro de
Repartição Capitais de
Simples Cobertura

Nos Planos Financeiro e Mantido pelo Tesouro não são utilizados vários Regimes de
Financiamento, mas somente o Regime de Repartição simples para pagamento dos
benefícios.

Mantido
pelo
Tesouro
Plano
Financeiro

Regime
financeiro
de Repartição
Simples

9
A imagem abaixo apresenta a aba relativa aos “Regimes Métodos de Financiamento”.
No quadro apresentado nesta tela o usuário deverá associar, para cada um dos
benefícios do plano, o regime e o método de financiamento adotado, descrevendo-o
na coluna ao lado, conforme o caso.

Seção II – Dos Regimes Financeiros nas Avaliações e Reavaliações Atuariais

Art. 4º Os RPPS poderão adotar os seguintes Regimes de Financiamento de


seu Plano de Benefícios para observância do Equilíbrio Financeiro e Atuarial:

I – Regime Financeiro de Capitalização;

II – Regime Financeiro de Repartição de Capitais de Cobertura;

III – Regime Financeiro de Repartição Simples.

§ 1º O Regime Financeiro de Capitalização será utilizado como o mínimo


aplicável para o financiamento das aposentadorias programadas e pensões
por morte de aposentado.

§ 2º O Regime Financeiro de Repartição de Capitais de Cobertura será utiliza-


do como o mínimo aplicável para o financiamento dos benefícios não progra-
10e pensão por morte de segurados em
máveis de aposentadoria por invalidez
Art. 4º Os RPPS poderão adotar os seguintes Regimes de Financiamento de
seu Plano de Benefícios para observância do Equilíbrio Financeiro e Atuarial:

I – Regime Financeiro de Capitalização;

II – Regime Financeiro de Repartição de Capitais de Cobertura;

III – Regime Financeiro de Repartição Simples.

§ 1º O Regime Financeiro de Capitalização será utilizado como o mínimo


aplicável para o financiamento das aposentadorias programadas e pensões
por morte de aposentado.

§ 2º O Regime Financeiro de Repartição de Capitais de Cobertura será utiliza-


do como o mínimo aplicável para o financiamento dos benefícios não progra-
máveis de aposentadoria por invalidez e pensão por morte de segurados em
atividade.

§ 3º O Regime Financeiro de Repartição Simples será utilizado como mínimo


aplicável para o financiamento dos benefícios de auxílio-doença, salário-ma-
ternidade, auxílio-reclusão e salário-família.

§ 4º O Método de Financiamento Atuarial mínimo para apuração do custo


normal dos benefícios avaliados no Regime Financeiro de Capitalização será
o Crédito Unitário Projetado, devendo constar a perspectiva de crescimento
das alíquotas na Nota Técnica Atuarial e no Relatório da Avaliação Atuarial.

O diagrama abaixo apresenta as configurações possíveis para cada um dos benefí-


cios possíveis de serem ofertados pelo RPPS.

Aposentadoria Pensão por Morte de Aposentadoria por Pensão por Morte de Auxílio-Doença,
Programada Aposentado Futuro Invalidez Aposentado Futuro Salário-Maternidade,
por Invalidez Auxílio-Reclusão e
Salário-Família
Regime Financeiro de Regime Financeiro de Regime Financeiro de
Regime Financeiro de Regime Financeiro de
Capitalização – Crédito Capitalização – Crédito Capitalização – Crédito
Capitalização – Crédito Capitalização – Crédito
Unitário Projetado Unitário Projetado Unitário Projetado
Unitário Projetado Unitário Projetado
Regime Financeiro de Regime Financeiro de Regime Financeiro de
Regime Financeiro de Regime Financeiro de Capitalização – Prêmio Capitalização – Prêmio Capitalização – Prêmio
Capitalização – Prêmio Capitalização – Prêmio Nivelado Individual Nivelado Individual Nivelado Individual
Nivelado Individual Nivelado Individual Regime Financeiro de
Regime Financeiro de Regime Financeiro de
Capitalização – Idade
Capitalização – Idade Capitalização – Idade
Regime Financeiro de Regime Financeiro de Normal de Entrada
Normal de Entrada Normal de Entrada
Capitalização – Idade Capitalização – Idade Regime Financeiro de
Normal de Entrada Normal de Entrada Regime Financeiro de Regime Financeiro de Capitalização – Agregado
Capitalização – Agregado Capitalização – Agregado
Regime Financeiro de
Regime Financeiro de Regime Financeiro de Capitalização – Outros
Capitalização – Agregado Capitalização – Agregado Regime Financeiro de Regime Financeiro de
Regime Financeiro de
Capitalização – Outros Capitalização – Outros
Repartição de Capitais de
Cobertura
Regime Financeiro de Regime Financeiro de Regime Financeiro de Regime Financeiro de
Repartição de Capitais de Repartição de Capitais de Regime Financeiro de
Capitalização – Outros Capitalização – Outros
Cobertura Cobertura Repartição Simples

11
Para cada um dos tipos de planos possíveis (Previdenciário, Financeiro e Mantidos
pelo Tesouro), estão disponíveis para seleção apenas alguns Regimes de Financia-
mento. A tabela abaixo mostra qual a disponibilidade de seleção de cada Regime de
Financiamento no referido tipo de plano e tipo de massa.

Mantidos pelo
Previdenciário Financeiro
Descrição Tesouro

Civil Militar Civil Militar Civil Militar

Regime Financeiro de
Capitalização – PUC

Regime Financeiro de
Capitalização – PNI

Regime Financeiro de
Capitalização – IEN

Regime Financeiro de
Capitalização – Agregado

Regime Financeiro de
Capitalização – Outros

Regime Financeiro de
Capitais de Cobertura

Regime Financeiro de
Repartição Simples

Deve-se observar que, apesar de o Plano Financeiro ser calculado nos mesmos
moldes do Plano Previdenciário, mas com a taxa de juros de 0% , no Plano Financeiro
é utilizado o Regime de Repartição Simples.

12
Conforme o art. 21 da Portaria nº 403, de 10 de dezembro de 2008, parágrafo
3º, inciso I, para o Plano Financeiro: o resultado atuarial e as projeções
atuariais de receitas e despesas avaliados a uma taxa real de juros referencial
de 0%.

Modelo Modelo Massa Civil do Plano Previdenciário

13
Modelo Modelo Massa Civil do Plano Financeiro

Modelo Massa Civil Plano Mantido pelo Tesouro

14
Modelo Massa Militar do Plano Previdenciário

Modelo Massa Militar do Plano Financeiro

15
Modelo Massa Militar do Plano Mantido pelo Tesouro

4.2 Hipóteses Atuariais


Neste tópico, vamos discorrer sobre o preenchimento da aba “Base Técnica/Hipóteses
Atuariais” do DRAA, apresentar conceitos e ilustrar a metodologia do preenchimento.
Esta parte do DRAA é de suma importância para o detalhamento das premissas
adotadas para realização do cálculo da Avaliação Atuarial.

16
Esta aba está subdividida em dois campos específicos: “Hipóteses Demográficas,
Econômicas e Financeiras” e “Hipóteses Biométricas”.

Conforme o art. 5º da Portaria nº, 403 de 10 de dezembro de 2008, o ente


federativo, a Unidade Gestora do RPPS e o atuário responsável pela elabora-
ção da Avaliação Atuarial deverão eleger conjuntamente as Hipóteses Bio-
métricas, Demográficas, Econômicas e Financeiras adequadas às caracte-
rísticas da massa de segurados e de seus dependentes para o correto
dimensionamento dos compromissos futuros do RPPS, obedecidos os parâ-
metros mínimos de prudência estabelecidos nesta portaria, tendo como refe-
rência as hipóteses e premissas consubstanciadas na NTA do respectivo
RPPS.

17
As Hipóteses Atuariais adotadas pelo RPPS são de grande importância para o cálculo
das Avaliações e Reavaliações Atuariais. Todas as premissas adotadas devem ser
aderentes à massa de segurados do ente federativo; caso contrário, o cálculo poderá
não expressar a totalidade os compromissos previdenciários que a Unidade Gestora
terá com seus aposentados, servidores e pensionistas, resultando em uma situação
de desequilíbrio atuarial.

Cada mudança de hipótese deve ser acompanhada de perto pelos gestores do RPPS,
uma vez que tal mudança pode influir de maneira considerável no resultado atuarial,
e até mesmo financeiro, do RPPS. Cada eventual mudança deve ser devidamente
justificada em campos específicos no DRAA e explanada completamente no Relatório
da Avaliação Atuarial do RPPS.

As Hipóteses Biométricas correspondem as Tábuas Biométricas utilizadas na


Avaliação Atuarial, separadas por sexo (“Tábua da População Masculina” e “Tábua da
População Feminina”). Prevê-se, contudo, a possibilidade de indicar o mínimo previsto
nas Normas de Atuária aplicáveis aos RPPS, as tabelas de ambos os sexos, neste caso,
esta deve ser selecionada tanto para a população masculina quanto para a feminina.

As Tábuas Biométricas são instrumentos estatísticos utilizados na Avaliação Atuarial


que expressam as probabilidades de ocorrência de eventos relacionados com
sobrevivência, invalidez ou morte de determinado grupo de pessoas vinculadas ao
plano.

18
Conforme o art. 6º da Portaria n° 403, de 10 de dezembro de 2008, para as
avaliações e as reavaliações atuariais deverão ser utilizadas as Tábuas Bio-
métricas Referenciais, para projeção dos aspectos biométricos dos segura-
dos e de seus dependentes, mais adequadas à respectiva massa, desde que
não indiquem obrigações inferiores às alcançadas pelas seguintes tábuas:
Sobrevivência de Válidos e Inválidos, a Tábua Atual de Mortalidade elaborada
para ambos os sexos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
(IBGE), divulgada no endereço eletrônico da Secretaria de Previdência
(SPREV), como limite mínimo de taxa de sobrevivência; e a Tábua de Entrada
em Invalidez sendo a Álvaro Vindas, como limite mínimo de taxa de entrada
em invalidez.

19
As Hipóteses Financeiras e Econômicas são classificadas da seguinte forma:

Projeção da Taxa de Juros Real para o Exercício

Expressa o valor para taxa de retorno esperada, acima da inflação,


nas aplicações dos recursos dos RPPS. Nesse caso, informar, em
percentual, a taxa real de juros utilizada na Avaliação Atuarial, tendo
como referência a meta estabelecida para as aplicações dos recursos
do RPPS na Política de Investimentos – Demonstrativo da Política de
Investimentos (DPIN) –, referente ao mesmo exercício do DRAA. Caso,
em conformidade com a perspectiva de longo prazo, tenham sido
utilizadas taxas de juros variáveis, informar a taxa para o exercício do
DRAA e especificar esta situação na aba “Base Técnica/Justificativa
da Adoção de Hipóteses”, na linha correspondente à “Projeção da Taxa
de Juros Real para o Exercício”, coluna “Justificativa Técnica para
Eventuais Discrepâncias”;

Conforme o art. 9º da Portaria nº 403, de 10 de dezembro de 2008. A taxa real


de juros utilizada na Avaliação Atuarial deverá ter como referência a meta
estabelecida para as aplicações dos recursos do RPPS na Política de Investi-
mentos do RPPS, limitada ao máximo de 6% ao ano. É de suma importância
pontuar que é vedada a utilização de eventual perspectiva de ganho real
superior ao limite de 6% ao ano como fundamento para cobertura de deficit
atuarial.

20
Projeção de Crescimento Real do Salário

Refere-se à estimativa dos futuros aumentos das remunerações dos


servidores. Nesse caso, deve ser informada em percentual;

Conforme o art. 8º da Portaria nº 403, de 10 de dezembro de 2008, a taxa real


mínima de crescimento da remuneração ao longo da carreira deverá ser de
1% ao ano.

Projeção de Crescimento Real dos Benefícios do Plano

Expressa em percentagem, refere-se à estimativa para os aumentos futuros


dos proventos de aposentadoria envolvendo ganhos reais, ou seja, acima da
inflação;

Critério para Projeção do Valor dos Proventos Calculados pela Média

Campo texto, descrever, se for o caso, a premissa adotada quanto ao cálculo


dos proventos fixados com base na média aritmética das remunerações;

Saiba Mais

O cálculo do salário-benefício esta disciplinado pela Lei nº 8.213, de


24 de julho de 1991.

21
Projeção da Taxa de Inflação de Longo Prazo

Informar, em percentual, se for o caso, a hipótese utilizada;

Fator de Determinação do Valor Real ao Longo do Tempo dos Benefícios

Informar, em percentual, o fator utilizado para estimar as perdas inflacionárias


decorrentes dos efeitos da inflação futura ao longo do tempo sobre os valores
dos benefícios;

Fator de Determinação do Valor Real ao Longo do Tempo dos Salários

Informar, em percentual, o fator utilizado para estimar as perdas inflacionárias


decorrentes dos efeitos da inflação futura ao longo do tempo sobre as
remunerações dos servidores em atividade.

As Hipóteses Demográficas são classificadas da seguinte forma:

Projeção da Taxa de Rotatividade

Informar, em campo texto, se foi utilizada a Hipótese de Desligamentos


e os parâmetros adotados;

Conforme o art. 7º da Portaria nº 403, de 10 de dezembro de 2008, parágrafo


1º, a rotatividade máxima admitida será de 1% ao ano.

Critérios da Projeção de Novos Entrantes

Informar, em campo texto, se foi utilizada a Hipótese de Reposição dos


Servidores, grupo aberto, e um resumo do parâmetro adotado:

22
a. Projeção de Novos Entrantes para o Exercício – Quantidade de Saídas
por Morte: informar, em quantidade, a projeção de servidores que sairão
da massa de ativos em decorrência de seu falecimento no exercício a
que se refere o DRAA;

b. Projeção de Novos Entrantes para o Exercício – Quantidade de Saídas


por Aposentadoria: informar, em quantidade, a projeção de servidores
que sairão da massa de ativos em decorrência de aposentadoria no
exercício a que se refere o DRAA;

c. Projeção de Novos Entrantes para o Exercício – Quantidade de Saídas


por Desligamento: informar, em quantidade, a projeção de servidores
que sairão da massa de ativos em decorrência de demissão ou
desligamento voluntário no exercício a que se refere o DRAA;

d. Projeção de Novos Entrantes – Quantidade de Entradas: informar


a quantidade projetada na Avaliação Atuarial de novos entrantes
para o plano referente ao exercício em estudo. Não necessariamente
corresponderá ao somatório da quantidade de saídas por morte,
aposentadoria e desligamento, uma vez que pode ser adotada premissa
inferior.

Importante ressaltar que a utilização de número de entradas


superior ao somatório das saídas observadas no exercício
poderá tornar o ente irregular no critério relativo ao Equilíbrio
Financeiro e Atuarial (EFA).

23
Conforme o art. 7º da Portaria nº 403, de 10 de dezembro de 2008, parágrafo
2º, a expectativa de reposição de servidores não poderá resultar em aumento
da massa de segurados ativos, e os critérios deverão ser demonstrados e
justificados na NTA.

Composição Familiar – Servidores em Atividade

Informar, em campo texto, qual a hipótese adotada para a composição


familiar do servidor, se foi adotada uma família-padrão associada à
idade do servidor, entre outras:

a. Probabilidade de Casados, caso tenha sido adotada essa premissa


para composição da família do servidor, informar o valor estimado de
probabilidade de casados;

b. Diferença da Idade entre Titular Masculino e Cônjuge Feminino, caso


tenha sido adotada essa premissa para composição da família do
servidor, informar o valor da diferença de idade que foi adotada entre o
servidor do sexo masculino e o seu cônjuge;

c. Diferença da Idade entre Titular Feminino e Cônjuge Masculino, caso


tenha sido adotada essa premissa para composição da família do
servidor, informar o valor da diferença de idade que foi adotada entre a
servidora do sexo feminino e o seu cônjuge.

24
Conforme o art. 13 da Portaria nº 403, de 10 de dezembro de 2008, parágrafo
3º, na falta ou inconsistência de dados cadastrais dos dependentes, deverá
ser estimada a composição do grupo familiar para fins de cálculo do com-
promisso gerado pela morte do servidor ativo ou inativo, esclarecendo-se, no
Parecer Atuarial, os critérios utilizados, sempre em uma perspectiva conser-
vadora quanto aos impactos na diminuição das obrigações do RPPS.

Composição Familiar – Aposentados

Informar, em campo texto, qual a hipótese adotada para a composição familiar


do aposentado:

a. Probabilidade de Casados, caso tenha sido adotada essa premissa


para composição da família do servidor, informar o valor estimado de
probabilidade de casados;

b. Diferença da Idade entre Titular Masculino e Cônjuge Feminino, caso


tenha sido adotada essa premissa para composição da família do
servidor, informar o valor da diferença de idade que foi adotada entre o
aposentado do sexo masculino e o seu cônjuge;

c. Diferença da Idade entre Titular Feminino e Cônjuge Masculino, caso


tenha sido adotada essa premissa para composição da família do
servidor, informar o valor da diferença de idade que foi adotada entre o
servidor do sexo masculino e o seu cônjuge.

25
Hipótese Adotada para Entrada em Aposentadoria

Informar, em formato texto, qual a premissa adotada no tocante à entrada


em aposentadoria. Se, por exemplo, é considerado o cumprimento da pri-
meira elegibilidade ou se é adotada hipótese, verificada no comportamento
da massa, quanto à solicitação de aposentadoria voluntária;

Outras Hipóteses Adotadas

Campo texto, livre, para informar demais hipóteses utilizadas na Avaliação


Atuarial.

Saiba Mais

Conforme o art. 13 da Portaria nº 403, de 10 de dezembro de 2008,


parágrafo 2º, inexistindo na Base Cadastral informações sobre o
tempo de contribuição efetivo para fins de aposentadoria, será consi-
derada a diferença apurada entre a idade atual do segurado e a idade
estimada de ingresso no mercado de trabalho, desde que tecnica-
mente justificada no Parecer Atuarial, respeitado o limite mínimo de
18 anos.

Também se pode observar que, conforme o art. 11 da Portaria nº 403,


de 10 de dezembro de 2008, parágrafo 5º, caso a Base Cadastral
esteja incompleta ou inconsistente, inclusive no que se refere ao
tempo de contribuição para o regime de origem, o valor da compensa-
ção previdenciária a receber poderá ser estimado, ficando sujeito ao
limite global de 10% do valor atual dos benefícios futuros do Plano de
Benefícios.

26
O número de hipóteses apresentadas na aba “Hipóteses Atuariais” pode variar
dependendo do tipo de massa e do Plano de Benefícios em questão.

É importante ressaltar que as hipóteses grafadas em porcentagem devem ser escri-


tas sem caractere especial (%), ou seja, caso a hipótese informada corresponda a 5%,
deve ser informado no carpo correspondente 5,00.

Abaixo apresentamos uma tabela com as hipóteses associadas a cada um desses


tipos de massa e plano.

Hipóteses
Demográficas, Civil Civil Civil Mant. Militar Militar Militar Mant.
Econômicas e Previdenciário Financeiro Tesouro Previdenciário Financeiro Tesouro
Financeiras

Projeção da Taxa de
Juros Real para o
Exercício

Projeção de
Crescimento Real do
Salário

27
Projeção de
Crescimento Real dos
Benefícios do Plano

Critério para Projeção


do Valor dos
Proventos Calculados
pela Média

Projeção da Taxa de
Inflação de Longo
Prazo

Fator de Determinação
do Valor Real ao
Longo do Tempo dos
Benefícios

Fator de Determinação
do Valor Real ao
Longo do Tempo dos
Salários

Projeção da Taxa de
Rotatividade

Critérios da Projeção
de Novos Entrantes

Projeção de Novos
Entrantes para
o Exercício –
Quantidade de Saídas
por Morte

Projeção de Novos
Entrantes para
o Exercício –
Quantidade de Saídas
por Aposentadoria

28
Projeção de Novos
Entrantes para
o Exercício –
Quantidade de Saídas
por Desligamento

Projeção de
Novos Entrantes
– Quantidade de
Entradas

Hipóteses
Demográficas, Civil Civil Civil Mant. Militar Militar Militar Mant.
Econômicas e Previdenciário Financeiro Tesouro Previdenciário Financeiro Tesouro
Financeiras

Composição Familiar
– Servidores em
Atividade

Probabilidade de
Casados, se adotada
premissa

Diferença da
Idade entre Titular
Masculino e Cônjuge
Feminino, se adotada
premissa

Diferença da Idade
entre Titular Feminino
e Cônjuge Masculino,
se adotada premissa

Composição Familiar
– Aposentados

29
Probabilidade de
Casados, se adotada
premissa

Diferença da
Idade entre Titular
Masculino e Cônjuge
Feminino, se adotada
premissa

Diferença da Idade
entre Titular Feminino
e Cônjuge Masculino,
se adotada premissa

Hipótese Adotada
para Entrada em
Aposentadoria

Outras Hipóteses
Adotadas

4.3 Justificativa da Adoção de Hipóteses


Neste tópico vamos discorrer sobre o preenchimento da aba “Base Técnica/
Justificativa de Adoção das Hipóteses Atuariais” do DRAA, apresentar conceitos e
ilustrar a metodologia do preenchimento.

Para cada uma das hipóteses apresentadas nesta aba, deve ser informado o valor
previsto e ocorrido nos últimos três exercícios anteriores ao exercício do DRAA, a
perspectiva de longo prazo e a justificativa técnica no caso de eventuais discrepân-
cias. Trata-se de análise que visa, objetivamente, identificar a consistência das hipó-
teses adotadas no cálculo atuarial tendo em vista a sua performance anterior, ditada
pela aderência entre o que havia sido informado no DRAA de exercícios anteriores e
o seu comportamento verificado, considerando, contudo, uma visão de longo prazo e
possíveis alterações em seu comportamento.

30
A seguir passaremos a descrever cada um dos campos da aba “Justificativa da
Adoção de Hipóteses” e a sua forma de preenchimento. No preenchimento do quadro
“Hipóteses Demográficas, Econômicas e Financeiras” deve ser observada a unidade
especificada na segunda coluna da tabela.

Valor Previsto no DRAA de 20X0

Preencher com o valor da hipótese utilizada na Avaliação Atuarial do


ano indicado no título da coluna;

Valor Ocorrido em 20X0

Informar o valor ocorrido/verificado efetivamente na execução do pla-


no do ano indicado no título da coluna;

Valor Previsto no DRAA 20X1

Preencher com o valor da hipótese utilizada na Avaliação Atuarial do


ano indicado no título da coluna;

Valor Ocorrido em 20X1

Informar o valor ocorrido/verificado efetivamente na execução do pla-


no do ano indicado no título da coluna;

Valor Previsto no DRAA de 20X2

Preencher com o valor da hipótese utilizada na Avaliação Atuarial do


ano indicado no título da coluna;

Valor Ocorrido em 20X2

Informar o valor ocorrido/verificado efetivamente na execução do plano


do ano indicado no título da coluna;

31
Perspectiva de Longo Prazo

Neste campo deve ser registrado o valor esperado do comportamento


da respectiva hipótese no futuro;

Justificativa Técnica para Eventuais Discrepâncias em Relação à


Hipótese Adotada

Descrever o motivo para adoção da respectiva hipótese, aparentemen-


te em desacordo com o seu comportamento histórico observado, ou
os eventos ocorridos que possam ter ocasionado o descompasso en-
tre os cenários previstos e o resultado obtido.

Para cada Hipótese Biométrica, considerando o sexo masculino ou feminino, deverão


ser preenchidas, no quadro, as informações necessárias (todos os campos deste
quadro são numéricos).

32
Número de Eventos Previstos pela Tábua Utilizada no DRAA de 20X0

Preencher com a quantidade de eventos que foram projetados na


Avaliação Atuarial do ano indicado no título da coluna, decorrentes da
aplicação da Tábua Biométrica adotada;

Número de Eventos Ocorridos em 20X0

Informar a quantidade de eventos ocorridos efetivamente na popula-


ção exposta ao risco mensurado pela respectiva Tábua Biométrica no
ano indicado no título da coluna;

Número de Eventos Previstos pela Tábua Utilizada no DRAA de 20X1

Preencher com a quantidade de eventos que foram projetados na


Avaliação Atuarial do ano indicado no título da coluna, decorrentes da
aplicação da Tábua Biométrica adotada;

Número de Eventos Ocorridos em 20X1

Informar a quantidade de eventos ocorridos efetivamente na popula-


ção exposta ao risco mensurado pela respectiva Tábua Biométrica no
ano indicado no título da coluna;

Número de Eventos Previstos pela Tábua Utilizada no DRAA de 20X2

Preencher com a quantidade de eventos que foram projetados na


Avaliação Atuarial do ano indicado no título da coluna, decorrentes da
aplicação da Tábua Biométrica adotada;

Número de Eventos Ocorridos em 20X2

Informar a quantidade de eventos ocorridos efetivamente na popula-


ção exposta ao risco mensurado pela respectiva Tábua Biométrica no
ano indicado no título da coluna;

33
Justificativa Técnica para Eventuais Discrepâncias em Relação à
Hipótese Adotada

Descrever o motivo para adoção da respectiva hipótese, aparentemente


em desacordo com o seu comportamento histórico observado, ou os
eventos ocorridos que possam ter ocasionado o descompasso entre
os cenários previstos e o resultado obtido.

O número de hipóteses apresentadas na aba “Justificativa da Adoção de Hipóteses”


pode variar dependendo do tipo de massa e do Plano de Benefícios em questão.
Abaixo apresentamos uma tabela com as hipóteses associadas a cada um desses
tipos de massa e plano.

Militar
Hipóteses Demográficas, Civil Civil Civil Mant. Militar Militar
Mant.
Econômicas e Financeiras Previdenciário Financeiro Tesouro Previdenciário Financeiro
Tesouro

Projeção da Taxa de
Juros Real para o
Exercício

Projeção de Crescimento
Real do Salário

Projeção de Crescimento
Real dos Benefícios do
Plano

34
Critério para Projeção
do Valor dos Proventos
Calculados pela Média

Fator de Determinação do
Valor Real ao Longo do
Tempo dos Benefícios

Fator de Determinação do
Valor Real ao Longo do
Tempo dos Salários

Projeção da Taxa de
Rotatividade

Critérios da Projeção de
Novos Entrantes

Projeção de Novos
Entrantes para o Exercício

Quantidade de Saídas por


Morte

Projeção de Novos
Entrantes para o Exercício

Quantidade de Saídas por


Aposentadoria

Projeção de Novos
Entrantes para o Exercício

Quantidade de Saídas por


Desligamento

Projeção de Novos
Entrantes –

Quantidade de Entradas

35
Encerramento do módulo
Chegamos ao final de mais um módulo. Para fixação dos conteúdos, é importante o
uso do programa CADPREV-INTRA para simulações.

No próximo módulo trataremos das informações relativas aos Resultados da Avaliação


Atuarial.

Até breve!

36

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