Você está na página 1de 3

IR na previdência complementar 

Participante conta com duas opções de regime de tributação

Até janeiro de 2005, havia um único regime de tributação dos benefícios ou de eventuais
resgastes da previdência complementar. A retenção do Imposto de Renda era efetuada na
fonte, sobre o valor do benefício ou do resgate, com base na tabela progressiva vigente, a
mesma da alíquota do IR sobre salários. 

Com a Lei nº 11.053, de dezembro de 2004, que passou a vigorar a partir de 1º de janeiro de
2005, foi instituído um novo regime tributário opcional para os participantes de planos de
previdência complementar, com base em tabela regressiva de Imposto de Renda.  

Coexistem, portanto, duas formas de tributação de IR na previdência complementar: pela


tabela progressiva ou pela regressiva. 

Ao ingressar em um plano ofertado por entidade de previdência complementar, o participante


deve manifestar opção pelo regime tributário de seu interesse, obrigatoriamente, até o último
dia útil do mês subsequente ao mês em que se assinou o Requerimento de Inscrição no Plano.
Caso a opção não seja feita nesse prazo, ficará valendo o regime mais antigo, de tributação
progressiva. 
Uma vez definido o regime de tributação, seja por exercício de opção ou por ausência de
manifestação, não será mais permitida alteração. Em outras palavras, a explicitação, ou não,
do regime tributário é irretratável. 

Tributação progressiva 

A tributação progressiva é feita pela mesma tabela de alíquotas para o Imposto de Renda
sobre os salários. No caso de plano de previdência complementar, o que determina a alíquota
é o valor a ser transformado em renda ou a ser resgatado.  

No caso de recebimento do benefício de aposentadoria, os valores são tributados no ato, de


acordo com a Tabela Progressiva Mensal do Imposto de Renda da Pessoa Física em vigor.  

Tabela de IR vigente, reajustada pela Medida Provisória 670/2015:  

Validade Base de Cálculo (R$) Alíquota Parcela a Deduzir


(%) do IR (R$)
VIGÊNCIA Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
A PARTIR DE De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13
01.04.2015 Acima de 4.664,68 27,5 869,36
Dedução por dependente: R$ 189,59 (cento e oitenta e nove reais e cinquenta e nove
centavos).

 - Dedução por dependente: R$ 189,59 (cento e oitenta e nove reais e cinquenta e nove
centavos). 

O recolhimento sobre o resgate é de 15%, na fonte, independentemente do valor. Eventual


compensação acontece na Declaração de Ajuste Anual do IR.
Exemplificando a tributação do resgate: caso o valor resgatado seja tributável pela alíquota de
27,5%, a diferença entre os 15% retidos no ato do e os 27,5% devidos será paga no momento
da entrega da Declaração de Ajuste Anual do ano fiscal de referência do pagamento.  

Tributação regressiva 

Na tributação regressiva, o recolhimento segue tabela que começa com 35% e vai regredindo
até 10%, conforme o prazo de acumulação, uma média ponderada do tempo de cada uma das
contribuições. Trata-se, portanto, de algo diferente do tempo de ingresso do participante no
plano. 
Nesse caso, o imposto retido na fonte é cobrado de forma definitiva, ou seja, não fica sujeito a
compensações pela Declaração Anual de Ajustes. 

Para fins de definição da alíquota de tributação aplicável sobre cada parcela do benefício de
aposentadoria, o prazo de acumulação é contado da data de cada contribuição até a data do
pagamento do benefício. Assim, cada pagamento mensal é feito baseado na média de tempo
das contribuições, conforme a tabela abaixo. 

TABELA REGRESSIVA DE IR
Período de acumulação Alíquota de IR
Inferior ou igual a 2 anos 35%
Superior a 2 anos e inferior ou igual a 4 anos 30%
Superior a 4 anos e inferior ou igual a 6 anos 25%
Superior a 6 anos e inferior ou igual a 8 anos 20%
Superior a 8 anos e inferior ou igual a 10 anos 15%
Superior a 10 anos 10%

Decisão pessoal e exclusiva 

A avaliação sobre qual é o melhor regime tributário é sempre pessoal e exclusiva do


participante. 

As principais variantes a serem consideradas são: prazo de acumulação dos recursos; tempo
de permanência no plano; valor estimado para o benefício; forma e prazo para recebimento do
benefício ou do resgate; valores aportados; valor total de todas as rendas recebidas pelo
participante; e possíveis abatimentos da renda tributável.  

Genericamente, pode-se dizer que o regime de tributação regressiva é mais adequado para
quem planeja poupar em plano de previdência por mais tempo. Afinal, quanto maior o período
em que o dinheiro ficar aplicado no plano, menor a alíquota do Imposto de Renda.  

Mas, por esse regime, fica descartada não só a isenção tributária como também a taxação de
7,5% prevista na tabela do IR, uma vez que, nele, a alíquota mínima é de 10%.  

Já a opção pela tributação progressiva é indicada àqueles que estão perto de usufruir do
benefício de aposentadoria, ou ainda para os que se aposentarão com um benefício inferior à
faixa isenta da tabela do Imposto de Renda - pessoas com salários mais altos atingem mais
facilmente benefício superior a essa faixa, enquanto os salários mais baixos levarão mais
tempo para superá-la. 

Também generalizando, pode-se dizer que o regime progressivo é indicado para quem efetua
contribuições com visão de curto prazo. 
Alterações em debate 

Em reunião no início de junho de 2014, a Comissão Temática 2 do Conselho Nacional de


Previdência Complementar (CNPC) – que tem o objetivo de propor ações de fomento ao
sistema de fundos de pensão – aprovou duas propostas de alterações na tributação dos planos
de benefícios. 
A primeira trata da possibilidade de as entidades começarem a trabalhar com planos no modelo
VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), tornando-os mais atrativos aos olhos dos potenciais
participantes, principalmente aqueles que atualmente declaram seu Imposto de Renda pelo
modo simplificado. A segunda refere-se à proposta de aumento do prazo para que o
participante escolha o regime de tributação entre regressivo ou progressivo, estendendo a
decisão até a entrada em gozo de benefício. 

Hoje o participante faz a opção entre os regimes progressivo ou regressivo de tributação para
fins de Imposto de Renda no momento em que se inscreve no plano. Pela proposta, além do
prazo de decisão pelo regime de tributação ser postergado para quando o participante entrar
em gozo de benefício, a tributação padrão passaria a ser a do regime regressivo. O participante
que tivesse preferência pelo regime progressivo precisaria se manifestar.  

As medidas passarão por análise do CNPC e podem demandar envolvimento da


Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e do Ministério da Fazenda.

(AssPreviSite)

Você também pode gostar