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Allan Piacente
Leonardo Tsuga
Vinícius Gardin
Campinas-SP
2021
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RESUMO
Sumário
1 Introdução: a prescrição intercorrente ...................................................................... 4
3 Doutrinário ................................................................................................................ 6
4 Lei ............................................................................................................................ 7
5 Jurisprudência .......................................................................................................... 7
6 Conclusão ................................................................................................................ 8
2 Desenvolvimento: posicionamentos
A prescrição pode ocorrer até a publicação da sentença, se esta transitar em
julgado para a acusação, ou, ainda, se seu recurso vier a ser improvido, pendente ou
não recurso da defesa. O prazo é contado a partir da denúncia ou da queixa-crime,
até a data do decreto condenatório, ou mesmo da data de consumação do fato
delituoso, até o início da ação penal. A inexistência de recurso por parte da acusação
faz com que nenhuma decisão possa dilatar o quantum da pena, sendo injustificável
continuar a prescrição a regular-se pela pena em abstrato. É a prescrição retroativa,
sobre a qual o STF já se pronunciou no RE- Rel. Carlos Madeira RT 117/259 e 321:
"Nos termos do art. 110 do CP a prescrição depois da sentença com trânsito
em julgado para a acusação, regula-se pela pena aplicado, alcançando a pretensão
punitiva do Estado, em face da impossibilidade de ser alterada aquela em prejuízo da
defesa".
"A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para
a acusação, regula·se pela pena aplicada e alcança a pretensão punitiva ou a ação,
e não apenas a pretensão executória"(STF 1" Turma Rel. Oscar Correa- DJU 19.6.87,
págs. 12.453).
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3 Doutrinário
Conforme Ricardo Antônio Andreucci, a prescrição intercorrente, embora
ocorra após o trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação, regula-
se pela pena em concreto aplicada, pois o art. 100, §1º constitui exceção à regra do
art. 109 do Código Penal.
Na prescrição intercorrente, aplicada a pena na sentença e não havendo
recurso da acusação, a partir da data da publicação da sentença começa a correr o
prazo prescricional, calculado sobre a pena concretizada. Assim, embora ainda não
se possa considerar prescrição da pretensão executória, por não haver a sentença
transitado em julgado para ambas as partes, a prescrição intercorrente não mais se
regula pela pena em abstrato, mas, antes, pela pena em concreto aplicada.
Isto porque, em tendo apenas o réu apelado, havendo trânsito em julgado para
a acusação, a quantidade da pena aplicada não pode mais ser alterada, em função
do princípio que proíbe, nesse caso, a reformatio in pejus indireta.
Outrossim, a publicação do acórdão confirmatório da sentença condenatória
recorrível interrompe o prazo prescricional superveniente à decisão de primeiro grau,
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segundo a redação dada ao inciso IV do art. 117 do CP, pela Lei 11.596/2007. Nesse
caso, embora possa haver outros recursos por parte da defesa, o prazo prescricional
com base na pena em concreto começará a ser contado novamente.
4 Lei
Conforme o Código Penal, no § 1º do artigo 110, tem-se a seguinte descrição
para a prescrição intercorrente:
A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a
acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada...
Ademais, vale dizer que segundo o Código de Processo Penal, no artigo 366,
se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, suspender-
se-á o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a
produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar
prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
5 Jurisprudência
HABEAS CORPUS. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. PRESCRIÇÃO.
ALEGAÇÃO DE SER O AGENTE MAIOR DE 70 (SETENTA) ANOS NA
DATA DA SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA. INTERPRETAÇÃO DO
ART. 115 DO CÓDIGO PENAL. ORDEM DENEGADA.
1. A prescrição da pretensão punitiva, na modalidade intercorrente ou
superveniente, é aquela que "ocorre depois do trânsito em julgado para a
acusação ou do improvimento do seu recurso, tomando-se por base a
pena fixada na sentença penal condenatória" (GRECO, Rogério. Curso de
Direito Penal. Parte geral. Volume 1. 11. ed. Ímpetus: Niterói, RJ, 2009, p.
738). Essa lição espelha o que diz o § 1º do art. 110 do Código Penal:
"A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado
para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela
pena aplicada".
2. No caso, na data da publicação da sentença penal condenatória, o
paciente contava 69 (sessenta e nove) anos de idade. Pelo que não há
como aplicar a causa de redução do prazo prescricional da senilidade a
que se refere o art. 115 do Código Penal. Até porque a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal é no sentido de que tal redução não opera
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6 Conclusão
7 Referências Bibliográficas