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A Criminalização Terciária
4º Ano
Turma: 1M
Período: Manhã
Luanda – 2022
Grupo nº 5
Integrantes:
Bernarda Chapua
Carla Mateta
Duyane Canhanga
Fátima Francisco
Emanuel Cazequene
Introdução.................................................................................................................................5
1.Conceito de criminalização...................................................................................................6
2.Processo de Criminalização..................................................................................................6
CONCLUSÃO.........................................................................................................................14
BIBLIOGRAFIA.....................................................................................................................15
Introdução
Após à criminalização secundária, ocorre a chamada criminalização terciária, não
muito falada por alguns autores. Esta é etapa do processo de criminalização que passou a
ganhar notoriedade nas rotulações sociais. A criminalização terciária ocorre quando o
indivíduo já está condenado por meio de um processo judicial e dá início ao cumprimento de
sua pena privativa de liberdade no sistema prisional. Neste estágio, verifica-se a atribuição da
etiqueta de criminoso ao egresso do sistema carcerário, cujo reflexo recai diretamente sobre o
indivíduo. Na criminalização terciária o foco de estudo são as consequências negativas do
contato do sujeito com as agências criminalizantes, uma vez que se enfatizam as mudanças
que a experiência pode provocar nele, em sua autopercepção e em sua forma de encarar a
sociedade.
O objectivo geral
Os objectivos específicos
Este trabalho está constituído por 6 capítulos, pelos quais iremos apresentar os conceitos
de criminalização e processo de criminalização; definir o que é o sistema penitenciário e
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explicar as suas funções, e apresentar teorias que esclarecem o nosso tema de acordo com
alguns autores. Além disso, temos as conclusões e as referências bibliográficas.
1. Conceito De Criminalização
Também é desencorajado que juízes apliquem penas retroactivas. Em casos de leis que
não são rigorosamente aplicadas, actos ilegais podem sofrer uma criminalização de facto, com
uma aplicação mais efectiva e comprometida (Wikipédia, a enciclopédia livre).
2. O Processo De Criminalização
Desde a criação das normas a actual das instâncias oficiais (Parlamento, Ministério
Público, Tribunais e Polícia) é possível verificar a actual selectiva do sistema penal. Nas
palavras de Baratta (2011, p. 60) “o poder de criminalização e o seu exercício estão
estreitamente ligados à estratificação e a estrutura antagônica da sociedade”. O processo de
criminalização se divide em três momentos: a criminalização primária, a criminalização
secundária e a terciária.
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vulnerabilidade, visto que o poder punitivo é exercido sobre pessoas previamente escolhidas,
em face de suas fraquezas, a exemplo das pessoas em situação de rua, pessoas negras,
usuários de drogas, etc. Por sua vez, se dá pela actuação das instituições de controlo social na
coerção e punição do agir criminoso. Em suma, cuida do ``ius puniendi estatal´´, responsável
por perseguir, julgar e punir o desviante (ARAÚJO, 2010).
A criminologia ao longo dos séculos tenta estudar a criminalidade não como um dado
ontológico pré-constituído, mas como realidade social construída pelo sistema de
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justiça criminal através de definições e da reação social, o criminoso então não seria
um indivíduo ontologicamente diferente, mas um status social atribuído a certos
sujeitos selecionados pelo Sistema Penal e pela sociedade que classifica a conduta de
tal individuo como se devesse ser assistida por esse sistema. Os conceitos desse
paradigma marcam a linguagem da criminologia contemporânea: o comportamento
criminoso como comportamento rotulado como criminoso. (Baratta, 2002, p. 11)
A forma como a sociedade afirma a marginalização faz com que o cidadão que cometeu
um crime, mesmo tendo cumprido a penalidade que lhe fora imposta, seja consolidado como
criminoso, mesmo após voltar a gozar da sua liberdade, por estar fora do cárcere. Tal situação
direciona o indivíduo de volta às práticas criminosas, já que não possui abertura para voltar a
ocupar uma posição digna na sociedade, frente à estigmatização que lhe é imposta.
4. O Sistema Penitenciário
Ou seja, as prisões lidam com a condenação e punição dos infractores, conforme julgado
no tribunal. Depois que os infractores forem condenados nos tribunais, o sistema prisional os
separará do resto da sociedade. Os infractores podem ser encarcerados na prisão ou colocados
em liberdade condicional/condicional, onde serão monitorados de perto por oficiais dedicados
(Goodwin, 2014).
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sociedade e a sociedade se reconhece nelas. Ressocializar é emancipar o sujeito, orientá-lo
dentro da prisão para que ele possa ser reintegrado à sociedade de maneira efetiva, evitando
com isso a reincidência (ASSIS, 2007).
O autor ao longo de sua obra conta com um capítulo destinado exclusivamente a abordar o
que chama de crise da pena privativa de liberdade, que poderia ser objeto de contestação, haja
vista a centralidade e o reforço sempre actual da pena de prisão; aduzindo, nesse ínterim, que
um dos maiores argumentos a tanto seria o seu factor criminógeno, ou seja, o facto de que a
prisão não consegue frear a delinquência, pelo contrário, é produtora de toda a sorte de
desumanidade, produzindo, assim, mais violência e consequente criminalidade.
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Bitencourt, então, afirma que a maioria dos factores que dominam a vida carcerária
imprime a esta um caráter criminógeno, podendo esses factores serem classificados em
materiais (deficiências em termos de estrutura, higiene, alimentação, entre outros, que causam
prejuízos e são nocivos à saúde das pessoas); psicológicos (disciplina que estimula a
aprendizagem do crime e a delinquência) e sociais.
No entanto, para o referido autor o efeito mais importante que o subsistema social
carcerário produz no recluso é a prisionalização, que é a forma como a cultura carcerária é
absorvida pelos internos, e que se traduz em assimilação, a qual implica um processo de
aculturação, ou seja, as pessoas que são assimiladas vêm a compartilhar sentimentos,
recordações e tradições do grupo estabelecido, o que se assemelharia ao que chamamos de
processo de socialização. A prisionalização, assim, produz efeitos negativos à pretensão dita
‘ressocializadora’ e todo o indivíduo que ingressa em uma prisão sofrerá com uma maior ou
menor prisionalização (Bitencourt, 2001).
Bitencourt cita Donald Clemmer e salienta algumas condições que podem, inclusive,
estimular uma maior prisionalização: condenações longas; poucas relações com as pessoas
que se encontram fora da prisão e que podem exercer influência positiva no recluso; aceitação
incondicional dos dogmas da sociedade carcerária, entre outros.
Então achamos que se devem estabelecer recomendações para a melhoria das condições
de internamento das pessoas privadas de liberdade a cargo do Estado e respeitando dois dos
seus direitos fundamentais, pelo o mesmo deve ter em conta as suas características
sociodemográficas, a sua situação jurídica, oferta institucional, entre outros. Aspectos para
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compreender o grau de satisfação dos direitos da população carcerária. Da mesma forma,
estabelecer recomendações sobre a política pós-prisional do país.
Tal rotulação do sujeito delinquente, como bem explica Penteado Filho (2012), foi
bastante trabalhada na teoria do labelling approach (etiquetamento), instituída nos Estados
Unidos nos anos 1960. Essa teoria, entende que a diferença entre o homem comum e o
criminoso consiste na rotulação e estigmatização sofrida por este último. Sendo assim, a
estigmatização pode tanto estereotipar o sujeito como delinquente quanto influenciá-lo a
praticar novos crimes. A Sociologia do desvio e do controlo social foi fortemente influenciada
pelo interacionismo e pela etnometodologia, sendo estas a base conceitual que alçou o a
também conhecida como a teoria interacionista, teoria da reação social ou teoria da rotulação.
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Nesta senda, a estigmatização sofrida pelo sujeito pode suscitar consequências
devastadoras. Após passar pelo cárcere, a reinserção na sociedade é bem delicada. Torna-se
difícil encontrar um emprego, fazer novas amizades e interagir com o meio. A referida
situação vem, por conseguinte, a refletir na ordem financeira, visto que com a falta de
oportunidade de trabalho não é possível obter uma renda e, vendo-se sem opção, o indivíduo
volta a praticar crimes. É um ciclo vicioso que tira todas as perspectivas de melhora do país
(Penteado Filho, 2012).
Mediante este, verificou-se que tais grupos sociais afectados pela selectividade na
persecução penal dificilmente conseguem reinserção na sociedade, pois carregam consigo o
estigma de terem sido condenados e presos. Nestes casos, o desvio primário dá lugar ao
desvio secundário, fruto do processo de estigmatização. Quando esse processo recai sobre
uma mulher o efeito é infinitamente mais devastador. O etiquetamento criminológico tende a
reforçar um estigma de inferioridade já actuante na sociedade por conta do patriarcalismo, de
acordo com Simone de Beauvoir (2016, p.16. v.1).
Araújo (2010, p. 115-116) afirma que este processo se concretiza por meio do controlo
social (formal e informal) estabelecendo-o, juntamente com o sistema penal, como “pilastras
da criminalização”. O controlo social formal é o exercido pelas agências de controlo ligadas
ao poder do Estado de punir, as quais, em razão disso, operam a criminalização ou convergem
na sua produção. Trata-se, pois, do sistema penal. Com relação ao controlo social informal
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corresponde “à fiscalização realizada pela sociedade civil” e, nos dizeres de Andrade (2003),
este controlo também chamado de difuso é realizado ainda por instâncias como as famílias, as
escolas, a mídia e etc.
Perceba-se, assim, não apenas a seletividade praticada pela própria instância de controlo,
mas que tal tratamento diferenciado, de início, já seleciona quem será e quem não será alvo de
tentativas de ressocialização pelos órgãos competentes, ampliando a estigmatização. Alguns
agentes penitenciários envolvidos numa pesquisa que trabalha diretamente com ações de
ressocialização, põem a vista um dos principais problemas deste ofício no Brasil:
Neste sentido, a observação dos altos índices de reincidência e os grupos dos quais eles
emergem, permitem verificar, no mínimo, que a reinserção social é mais difícil entre aqueles
que, ao adentrar no sistema penitenciário, já possuíam uma outra etiqueta como, por exemplo,
as de “pobres, pretos e prostitutas” no Brasil. Daí também ser verdadeira a proposição de
Castro (1983) para quem, conforme visto, uma etiqueta sempre leva consigo uma série de
outras etiquetas, ampliando a estigmatização de diversos grupos que já são vítimas de outras
formas de etiquetamento.
Posto isto, analisa-se que os meio formais e informais de controlo social disseminam uma
cultura do pânico na sociedade, propagando que para que haja mais segurança é preciso
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marginalizar parte da população, estigmatizando essa parcela como delinquentes. A partir do
momento em que o sujeito é inserido no cárcere tem-se início a chamada criminalização
terciária que corresponde “às consequências negativas do contacto do sujeito com as agências
criminalizantes, uma vez que se enfatizam as mudanças que a experiência pode provocar nele,
em sua auto percepção, e em sua forma de encarar a sociedade”. (Araújo, 2010, p. 127)
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CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA
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ASSIS, Rafael Damaceno de. A realidade atual do Sistema Penitenciário Brasileiro.
Disponível em: http://www.direitonet.com.br. Acesso em: Acesso em: 27 Dez. 2022
UNIVERSIDADE GOODWIN. The Three Components of the Criminal Justice System &
Where You Fit In. Artigo digital publicado em: 4 DE MAIO DE 2021. Disponível em:
https://www.goodwin.edu/enews/components-criminal-justice/ . Acesso em: Acesso em: 27
Dez. 2022
BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da Pena de Prisão. Causas e alternativas. 2ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2001. Fonte: Canal Ciências Criminais -
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/531538410/voce-sabe-o-que-e-
prisionalizacao. Acesso em: Acesso em: 27 Dez. 2022
CASTRO, Lola Aniyar de. Criminologia da Reação Social. Tradução de Ester Kovoski. Rio
de Janeiro: Forense, 1983. Disponível em:
https://revistaesa.oab-ro.org.br/gerenciador/data/uploads/2020/10/Fernando-Massarute-
Ferreira-Francieli-Borchartt-da-Cruz-Gislene-de-Laparte-Neves.pdf Acesso em: 27 Dez.
2022
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