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Publicado em nosso site em 06/03/2009

IRPJ/CSLL - Prejuízo Fiscal e Base Negativa da CSLL - Compensação - Roteiro de


Procedimentos
Roteiro - Federal - 2009/4128

SUMÁRIO

Introdução
I - Regras gerais sobre a compensação de prejuízos fiscais e de bases negativas da CSLL
I.1 - Limitação percentual ("Trava de 30%)
I.1.1 - A não-limitação na compensação de prejuízos fiscais oriundos da atividade rural
I.1.2 - A questão da limitação percentual na compensação de bases negativas da CSLL na atividade rural
I.1.3 - A não-limitação na compensação de prejuízos fiscais para empresas titulares de Programas BEFIEX
I.2 - A questão do prazo para Compensação de prejuízos anteriores a 31.12.94
I.3 - As bases negativas da CSLL anteriores a 1º de janeiro de 1992
I.4 - Compensação nos eventos de fusão, cisão e incorporação
I.4.1 - A questão da limitação de 30% na compensação de prejuízo fiscal e base negativa da CSLL no resultado apurados
nos eventos de extinção, incorporação, fusão ou cisão total
I.5 - Prejuízos fiscais apurados por Sociedade em Conta de Participação (SCP)
II - Prejuízos Não Operacionais
II.1 - Perdas em operações "day trade"
III - Prejuízos em operações no exterior
IV - Litígios judiciais e administrativos acerca da limitação na compensação de prejuízos fiscais
V - Efeitos fiscais da inobservância da "trava de 30%" - Postergação

Introdução

Após apurado o Lucro Real, base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), e a base de cálculo da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), admite-se que as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real
compensem prejuízos fiscais e base de cálculo negativa da contribuição social, acumulados em períodos anteriores, desde
que a redução do lucro real e da base positiva da CSLL não supere o limite de 30% (trinta por cento).
Neste Roteiro abordaremos todos os aspectos envolvidos na compensação de prejuízos fiscais e de bases negativas da
contribuição social sobre o lucro.

I - Regras gerais sobre a compensação de prejuízos fiscais e de bases negativas da CSLL

Só é permitida a compensação de prejuízos fiscais e bases negativas da contribuição social no período de apuração em que a
pessoa jurídica apure o imposto e a contribuição social com base no lucro real (IRPJ) e no Lucro Líquido Ajustado (CSLL),
desde que mantenha livro Diário, livro Razão e Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) referentes ao período de apuração
dos prejuízos.

A pessoa jurídica, optante pelo lucro presumido, que retornar, em ano-calendário posterior, à tributação pelo lucro real,

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readquire o direito à compensação de prejuízos fiscais acumulados em períodos anteriores à adoção do lucro presumido, a
partir de 1º de janeiro de 1992, obedecida nas compensações posteriores a "trava de 30%.
A pessoa jurídica não poderá compensar seus próprios prejuízos fiscais se entre a data da apuração e da compensação
houver ocorrido, cumulativamente, modificação de seu controle societário e do ramo de atividade (Decreto-Lei nº 2.341/87,
art. 32 - RIR/99, art. 513).
A Receita Federal, com base na Declaração do IRPJ, mantém sistema de controle dos prejuízos fiscais, tanto do período de
sua apuração quanto das compensações posteriores. Esse sistema eletrônico é conhecido como SAPLI (Sistema de
Acompanhamento dos Prejuízos Fiscais e do Lucro Inflacionário Acumulados).

I.1 - Limitação percentual ("Trava de 30%)

Desde 1º de janeiro de 1995, por força dos arts. 42 (IRPJ) e 58 (CSLL) da Lei nº 8.981/95, e, a partir de 1º de janeiro de
1996, pelos arts. 15 e 16 da Lei nº 9.065/95, dispositivos consolidados no art. 510 do Regulamento do Imposto de Renda,
aprovado pelo Decreto nº 3.000/99 - RIR/99, a compensação de prejuízo fiscal e de base negativa da contribuição social está
limitada a 30% (trinta por cento) do lucro líquido ajustado. É a chamada "trava de 30%".
Significa que, mesmo que tenha expressivos prejuízos anteriores, o imposto de renda e a contribuição social deverão ser
pagos sobre, pelo menos, 70% (setenta por cento) do resultado positivo de cada período de apuração (trimestral ou anual).
Exemplo:
1) Lucro Real em 31.12.2008, antes da compensação de prejuízos fiscais = R$ 100.000,00

2) Saldo de prejuízos fiscais de períodos anteriores, controlados no Lalur = R$ 120.000,00


3) Limite para compensação (30% do Lucro Real) = 30.000,00
4) Lucro Real após a compensação de prejuízos fiscais = R$ 70.000,00
5) Saldo de prejuízos fiscais a compensar em períodos posteriores = R$ 90.000,00
I.1.1 - A não-limitação na compensação de prejuízos fiscais oriundos da atividade rural

A Lei nº 8.981/95, que introduziu a limitação em 30% do lucro líquido ajustado para compensação de prejuízos fiscais, não
revogou o art. 14 da Lei nº 8.023/90 que trata da tributação dos resultados da atividade rural. Referida artigo está assim
redigido:
Art. 14. O prejuízo apurado pela pessoa física e pela pessoa jurídica poderá ser compensado com o resultado positivo
obtido nos anos-base posteriores.

(...)

Como se vê, não há limitação nem percentual nem temporal para compensação de prejuízos fiscais da atividade rural
A não-limitação foi confirmada pela Instrução Normativa SRF nº 11/96 que em seu art. 35 esclareceu:
Art. 35. Para fins de determinação do lucro real, o lucro líquido, depois de ajustado pelas adições e exclusões previstas ou
autorizadas pela legislação do imposto de renda, poderá ser reduzido pela compensação de prejuízos fiscais em até, no
máximo, trinta por cento.

(...)

§ 4º O limite de redução de que trata este artigo não se aplica aos prejuízos fiscais decorrentes da exploração de atividades
rurais [...]

Os prejuízos fiscais e as bases negativas da contribuição social decorrentes do exercício de atividade rural, dentro do mesmo
período de apuração, podem reduzir, sem a limitação de 30%, lucro real e bases positivas da CSLL decorrentes de
atividades em geral.
Entretanto, os prejuízos fiscais e as bases negativas da contribuição social decorrentes do exercício de atividade rural,
apurados em um período, quando compensados em períodos de apuração posteriores devem obedecer a trava de 30%.
(Instrução Normativa SRF nº 257/2002, art. 17)

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I.1.2 - A questão da limitação percentual na compensação de bases negativas da CSLL na atividade rural

Apesar do disposto no art. 14 da Lei nº 8.023/90, editada quando ainda não se permitia a compensação de bases negativas da
Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL), a Instrução Normativa SRF nº 11/96, dispõe:
Art. 52. Aplicam-se à contribuição social sobre o lucro as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para
o imposto de renda das pessoas jurídicas, observadas as alterações previstas na Lei nº 9.249, de 1995.
Parágrafo Único. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, quando negativa, cumulativamente com a base de
cálculo negativa apurada nos anos-calendário de 1992 a 1994, poderá ser compensada com o resultado do período de
apuração ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação da referida contribuição social, determinado em
anos-calendário subseqüentes, observado o limite máximo de redução de 30% (trinta por cento) .

Ou seja, o fisco entendeu que a não-limitação na compensação de prejuízos da atividade rural era restrita ao imposto de
renda, não se estendendo à CSLL.
Entretanto, a Medida Provisória nº 1.991-15/2000, publicada no D.O.U. de 13.03.2000, atual Medida Provisória nº
2.158-35/2001, estabeleceu:
Art. 41. O limite máximo de redução do lucro líquido ajustado, previsto no art. 16 da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995,
não se aplica ao resultado decorrente da exploração de atividade rural, relativamente à compensação de base de cálculo
negativa da CSLL.

Portanto, também para a compensação de bases negativas da atividade rural não há limitação percentual, pelo menos a partir
de 13.03.2000. Em alguns julgamentos o Conselho de Contribuintes, órgão julgador de segunda instância administrativa de
litígios fiscais, tem dado guarida à tese de que a não-limitação já era possível antes dessa data, veja:
CSLL - ATIVIDADE RURAL - COMPENSAÇÃO DE BASES NEGATIVAS DE PERÍODOS ANTERIORES - LIMITES
- É possível a compensação das bases de cálculo negativa da contribuição social sobre o lucro decorrentes da atividade rural,
sem a aplicação do limite de 30%, mesmo antes da permissão expressa no art. 41 da Medida Provisória nº 2.113/2001.
Recurso provido. (1º Conselho de Contribuintes / 3a. Câmara / ACÓRDÃO 103-22.304 em 23.02.2006 - Publicado no DOU
em: 24.11.2006)
I.1.3 - A não-limitação na compensação de prejuízos fiscais para empresas titulares de Programas BEFIEX

As empresas industriais titulares de Programas Especiais de Exportação aprovados até 3 de junho de 1993, pela Comissão
para Concessão de Benefícios Fiscais a Programas Especiais de Exportação - BEFIEX, poderão compensar o prejuízo fiscal
verificado em um período-base com o lucro real determinado nos seis anos-calendário subseqüentes, independentemente da
distribuição de lucros ou dividendos a seus sócios ou acionistas. (Lei nº 8.981/95, art. 95, com redação dada pela Lei nº
9.065/95 e Instrução Normativa SRF nº 11/96, art. 35)

I.2 - A questão do prazo para Compensação de prejuízos anteriores a 31.12.94

Desde o ano-calendário de 1995, em função da entrada em vigor da limitação percentual na compensação, não há mais
prazo para compensação de prejuízos fiscais e bases negativas da CSLL. Portanto, os saldos existentes em 31.12.2004
somados aos prejuízos fiscais e bases negativas da CSLL apurados a partir de 1º de janeiro de 1995, em tese, podem ser
compensados em períodos posteriores, sem limite de tempo.
Ocorre que, em 31.12.91, vigorava a legislação anterior à Lei nº 8.383/91, § 7º do art. 38 (que retirou o prazo de
compensação) que limitava no tempo a compensação de prejuízos fiscais. Assim, os prejuízos fiscais e bases negativas da
CSLL não compensadas nos 4 (quatro) anos-calendário subsequentes deveriam ser baixados no Lalur (Decreto-lei nº
1.598/78, art. 64).
Entretanto, em 31.12.95, primeira apuração de imposto de renda e de contribuição social com aplicação da "trava de 30%",
foi também o último ano em que se podia compensar prejuízos fiscais apurados no ano-calendário de 1991.
Assim, a norma restritiva trouxe em seu parágrafo único uma regra de transição. Com efeito, dispunha o parágrafo único do
art. 42 da Lei nº 8.981/95 que a parcela dos prejuízos fiscais apurados até 31 de dezembro de 1994, não compensada em
razão da trava de 30% (trinta por cento, poderia ser utilizada nos anos-calendário subseqüentes.
Resta claro que essa regra transitória visava os prejuízos fiscais apurados no ano-base de 1991, cuja compensação, pela

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regra antiga, poderia ser efetuada até 31 de dezembro de 1995. Vale dizer, a nova regra salvou da decadência, que se
verificaria em 31.12.95, a parcela dos prejuízos fiscais apurados no ano-base de 1991 que, não fosse a "trava de 30%",
seriam integralmente compensados no ano-calendário de 1995. (Instrução Normativa SRF nº 51/95, art. 27 e Instrução
Normativa SRF nº 11/96, art. 35)
A contrário senso, a parcela de prejuízos fiscais referente ao ano-base de 1991, não compensada até 31.12.95, em virtude da
inexistência de lucro real suficiente para absorvê-la, sem considerar a trava, deveria ter sido baixada na parte B do LALUR
em 31.12.95.
Exemplo:
1) Lucro Real em 31.12.95, antes da compensação de prejuízos fiscais = R$ 100.000,00

2) Saldo de prejuízo fiscal apurado em 31.12.91, controlados no Lalur = R$ 150.000,00

3) Limite para compensação (30% do Lucro Real) = 30.000,00


4) Lucro Real após a compensação de prejuízos fiscais = R$ 70.000,00
5) Saldo de prejuízo fiscal de 1991 a compensar em períodos posteriores = R$ 70.000,00

6) Prejuízo fiscal de 1991a ser baixado no Lalur por perda do direito = R$ 50.000,00

Não obstante a clareza dos atos normativos, mormente a Instrução Normativa SRF nº 11/96, art. 35, há quem entenda que a
regra transitória se aplicaria aos prejuízos fiscais apurados no ano-base de 1990 pois, para os prejuízos do ano-base de 1991,
ela seria inócua uma vez que a nova regra colheu tais prejuízos ainda dentro do prazo hábil para compensação. Outros
defendem que a limitação na compensação de prejuízos teria "ressuscitado" todos os saldos de prejuízos ainda não
compensados, escudando-se no disposto no art. 12 da Lei nº 9.065/95, que limitou a incidência da regra prevista no art. 42
da Lei nº 8.981/95 a 31 de dezembro de 1995, substituindo-a pela regra do seu art. 15, assim redigido:
"Art. 15. O prejuízo fiscal apurado a partir do encerramento do ano-calendário de 1995 poderá ser compensado,
cumulativamente com os prejuízos fiscais apurados até 31 de dezembro de 1994, com o lucro líquido ajustado pelas adições
e exclusões previstas na legislação do imposto de renda, observado o limite máximo, para a compensação, de trinta por
cento do referido lucro líquido ajustado.
Parágrafo único. O disposto neste artigo somente se aplica às pessoas jurídicas que mantiverem os livros e documentos,
exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do montante do prejuízo fiscal utilizado para a compensação."

I.3 - As bases negativas da CSLL anteriores a 1º de janeiro de 1992

A previsão legal para compensação em períodos posteriores de base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o
Lucro (CSLL) foi introduzida pelo parágrafo único do art. 44 da Lei nº 8.383/91. Portanto, a rigor, só podem ser
compensadas bases negativas da CSLL apuradas a partir de 1º de janeiro de 1992 (art. 97 da Lei nº 8.383/91).
Nesse sentido a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) já se manifestou:
CSLL - COMPENSAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO NEGATIVA - PERÍODOS NÃO ALCANÇADOS PELA DECADÊNCIA: A
compensação da base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido só foi autorizada a partir de 1º de
janeiro de 1992, com a vigência do Parágrafo Único, do artigo 44, da Lei nº 8.383/91, tendo em vista que a Lei nº 7.689/88,
quando criou a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido não admitia tal compensação, não é possível o aproveitamento do
saldo de base de cálculo negativa gerada nos períodos anteriores a 1º de janeiro de 1992. (ACÓRDÃO CSRF/01-04.962 -
14/06/2004)

I.4 - Compensação nos eventos de fusão, cisão e incorporação

A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar, no lucro real de períodos de apuração
posteriores ao evento, prejuízos fiscais da sucedida. No caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar os
seus próprios prejuízos, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio líquido (Decreto-Lei nº 2.341, de 1987,

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art. 33 - RIR/99, art. 514).
Essa regra somente se aplica às bases negativas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) a partir de 1º de
outubro de 1999, data em que teve eficácia a regra trazida pela Medida Provisória nº 1.858-6/99, art. 20, atual Medida
Provisória nº 2.158-35/2001, art. 22).
Nesse sentido Decisão do Conselho de Contribuintes:
COMPENSAÇÃO DE BASES DE CÁLCULO NEGATIVAS DAS SUCEDIDAS - INCORPORAÇÃO - Até o advento da MP nº
1.858-6/99, inexistia qualquer impedimento legal para que a sociedade sucessora por incorporação, fusão ou cisão pudesse
compensar a base de cálculo negativa da contribuição social apurada pela sucedida a partir de janeiro de 1992. Assim,
tendo as incorporações ocorridas em anos-calendário pretéritos ao diploma legal que impedia a compensação, não há o que
se falar em bases negativas das sucedidas, mas sim de bases negativas da própria incorporadora. Embargos Acolhidos. (1º
Conselho de Contribuintes / 1a. Câmara / ACÓRDÃO 101-96.838 em 27.06.2008. Publicado no DOU em: 15.09.2008)

I.4.1 - A questão da limitação de 30% na compensação de prejuízo fiscal e base negativa da CSLL no resultado apurados
nos eventos de extinção, incorporação, fusão ou cisão total

A rigor, com a aplicação literal dos arts. 42 e 58 da Lei nº 8.981/95 e dos arts. 15 e 16 da Lei nº 9.065/95, a limitação em
30% na compensação de prejuízos fiscais aplica-se em qualquer hipótese em que se pretenda reduzir as bases de cálculo do
imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro.
Assim, mesmo na apuração do resultado no encerramento da pessoa jurídica seja pela sua extinção clássica, seja pelo seu
desaparecimento nos eventos de fusão, incorporação ou cisão total, aplica-se a chamada "trava de 30%".
É o entendimento do fisco manifestado, por exemplo, na seguinte Decisão em Processo de Consulta:
INCORPORAÇÃO COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS NO EVENTO - A pessoa jurídica sucessora por incorporação não
poderá compensar prejuízos fiscais da sucedida relativos a períodos de apuração anteriores, nem o apurado na
demonstração do resultado ajustado correspondente ao evento. Dispositivos Legais: RIR/1999, art. 510 e art. 514; Lei nº
6.404/1976, art. 227. Dispositivos Legais: MP nº 2.158-35/2001, art. 22; Lei nº 8.981/1995, art. 57. Processo de Consulta nº
62/07. Órgão: SRRF / 8a. Região Fiscal. Publicação no D.O.U.: 10.04.2007.

Também há Decisões do Conselho de Contribuintes no sentido da interpretação do fisco:


INCORPORAÇÃO - DECLARAÇÃO FINAL - Inexiste amparo para, a luz da legislação que rege a matéria, se proceder, em
virtude do desaparecimento da empresa em decorrência de reorganização societária, a compensação dos prejuízos fiscais
sem observância do limite de 30% a que se reporta o artigo 15 da Lei nº 9.065, de 1995. No contexto do ordenamento
jurídico-tributário, em homenagem ao princípio da legalidade, o silêncio da lei não pode ser preenchido pelo seu intérprete,
mormente na situação em que tal interpretação objetiva assegurar direito não contemplado, nem mesmo pela via de
exceção, nos diplomas legais que regem a matéria. Recurso negado. 1º Conselho de Contribuintes / 5a. Câmara /
ACÓRDÃO 105-15.908 em 16.08.2006. Publicado no DOU em: 24.05.2007.

Mas há também Decisões favoráveis, das quais a seguinte é o "lead case":


"INCORPORAÇÃO - DECLARAÇÃO FINAL DA INCORPORADA - LIMITAÇÃO DE 30% NA COMPENSAÇÃO DE
PREJUÍZOS - INAPLICABILIDADE - No caso de compensação de prejuízos fiscais na última declaração de rendimentos da
incorporada, não se aplica a norma de limitação a 30% do lucro líquido ajustado. Recurso provido." (1º CC. - Acórdão
108-06682 - Sessão de 20 de setembro de 2001)

Segundo o Relator deste Acórdão, a razão básica para a não aplicação da limitação à compensação no resultado tributável
apurado no encerramento da pessoa jurídica detentora dos prejuízos acumulados, resulta de interpretação sistemática da
legislação, pois o objetivo da norma restritiva é o de diluir no tempo, postergar, e não anular o direito à compensação de
prejuízos.

I.5 - Prejuízos fiscais apurados por Sociedade em Conta de Participação (SCP)

Os prejuízos fiscais apurados pela Sociedade em Conta de Participação (SCP) serão controlados separadamente para
compensação com os lucros da mesma SCP, observada a "trava de 30%", e não deverão ser incluídos na declaração de

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rendimentos do sócio ostensivo. Em outras palavras, o prejuízo fiscal apurado pela SCP não poderá ser compensado com o
lucro real do sócio ostensivo ou de outras SCP ou vice-versa
Para tanto, a pessoa jurídica sócia ostensiva da sociedade em conta de participação deverá informar em sua declaração de
rendimentos os valores a pagar do IR e da CSLL da SCP, realizando, preliminarmente, as devidas compensações, inclusive
em relação ao saldo negativo apurado em períodos anteriores que deve ser controlado na escrituração comercial, sem
constar da declaração. (art. 515 do RIR/99 e Instrução Normativa SRF nº 179/87).

II - Prejuízos Não Operacionais

Os prejuízos não operacionais, apurados pelas pessoas jurídicas, a partir de 1º de janeiro de 1996, somente poderão ser
compensados com lucros de mesma natureza, observado o limite de 30%, previsto no art. 15 da Lei nº 9.065/95.
A despeito de não estar expresso no comando do artigo 31 da Lei nº 9.249/95, a remissão apenas ao artigo 15 da Lei nº
9.065/95, leva a concluir que estas regras de compensação atingem unicamente o Lucro Real. Por conseqüência, este ajuste
não atinge a Contribuição Social. Para alcançá-la, a lei teria que regular tal ajuste na forma de compensação de base
negativa, como faz, por exemplo, o artigo 16 da Lei nº 9.065/95 quando determinou a aplicação da "trava de 30%" também
à base de cálculo da CSLL.
Consideram-se não operacionais os resultados decorrentes da alienação de bens ou direitos do ativo permanente, exceto as
perdas decorrentes de baixa de bens ou direitos do ativo permanente, em virtude de terem se tornado imprestáveis, obsoletos
ou caído em desuso, ainda que posteriormente venham a ser alienados como sucata.
Os resultados não operacionais, apurados englobadamente entre si, de todas as alienações ocorridas durante o período-base,
integram o lucro real desse período.
A separação em prejuízos não operacionais e em prejuízos das demais atividades será controlada na parte B do LALUR, em
folhas específicas, individualizadas por espécie. Tal separação somente será exigida se, no período, forem verificados,
cumulativamente, resultados não operacionais negativos e lucro real negativo (prejuízo fiscal). Nessa hipótese, a pessoa
jurídica deverá comparar o prejuízo não operacional com o prejuízo fiscal apurado na demonstração do lucro real,
observando:

a) se o prejuízo fiscal for maior, todo o resultado não operacional negativo será considerado prejuízo não operacional e a
parcela excedente será considerada prejuízo fiscal das demais atividades;
b) se todo o resultado não operacional negativo for maior ou igual ao prejuízo fiscal, todo o prejuízo fiscal será considerado
não operacional.
O valor do prejuízo fiscal não operacional a ser compensado em cada período-base subseqüente não poderá exceder o total
dos resultados não operacionais positivos apurados no período de compensação.
A soma dos prejuízos fiscais não operacionais com os prejuízos decorrentes de outras atividades da pessoa jurídica, a ser
compensada, não poderá exceder o limite de 30% (trinta por cento) do lucro líquido ajustado do período-base da
compensação.
No período-base em que for apurado resultado não operacional positivo, todo o seu valor poderá ser utilizado para
compensar os prejuízos fiscais não operacionais de períodos anteriores, ainda que a parcela do lucro real admitida para
compensação não seja suficiente ou tenha sido apurado prejuízo fiscal. Nessa hipótese, a parcela dos prejuízos fiscais não
operacionais compensados com os lucros não operacionais que não puder ser compensada com o lucro real, seja em virtude
do limite de 30%, ou de ter ocorrido prejuízo fiscal no período, passará a ser considerada prejuízo das demais atividades,
devendo ser promovidos os devidos ajustes na parte B do LALUR.
Fundamentação Legal: Lei nº 9.249/95, art. 31 - IN SRF nº 11/96, art. 36.
Exemplo:
1) A empresa Comercial Ltda., apresentou em de 31.12.2004, prejuízo fiscal no valor de R$ 300.000,00. Destaca-se a
seguinte operação no ano-calendário de 2004:
a) Venda de um caminhão = R$ 20.000,00
b) (-) Valor contábil do bem = R$22.000,00
c) (=) Prejuízo não operacional = R$ 2.000,00
Separação do Prejuízo Fiscal, tendo em vista que, no período verifica-se a ocorrência de resultado operacional negativo e
prejuízo fiscal:

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a) Prejuízo Fiscal das demais atividades* = R$ 298.000,00
b) Prejuízo Fiscal não Operacional* = R$ 2.000,00

Nota:
*Ambos os prejuízos serão controlados em folhas distintas na parte B do LALUR para compensação com lucros da mesma natureza

apurados em períodos-base posteriores.

2) Em 31.03.2005, tendo optado pela apuração trimestral do imposto, a empresa apresenta a seguinte situação fiscal no 3º
trimestre/05:
a) Prejuízo Fiscal apurado na parte A do LALUR = R$ 200.000,00
b) Resultado não operacional apurado na venda de um terreno = R$ 1.200,00
c) (-) Compensação de parte do saldo de prejuízos fiscais não operacionais = R$ 1.200,00
d) Parcela dos prejuízos fiscais não operacionais compensados com os lucros não operacionais que não poderá ser
compensada com o lucro real do período, em virtude de apuração de prejuízo fiscal = R$ 1.200,00
LALUR PARTE B: situação em 1º.04.2005:

CONTA: PREJUÍZOS FISCAIS OPERACIONAIS A COMPENSAR


DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO SALDO
31.12.04 Prejuízo Fiscal apurado em 31.12.04 300.000,00 300.000,00
31.12.04 Prejuízo Fiscal não operacional 2.000,00 298.000,00
31.03.05 Prejuízo Fiscal apurado em 31.03.05 200.000,00 498.000,00
31.03.05 Prejuízo não operacional transformado em prejuízo fiscal a compensar 1.200,00 499.200,00

CONTA: PREJUÍZOS FISCAIS NÃO OPERACIONAIS A COMPENSAR


DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO SALDO
31.12.04 Prejuízo não operacional apurado em 31.12.04 2.000,00 2.000,00
31.03.02 Compensação com resultado não operacional positivo 1.200,00 800,00

II.1 - Perdas em operações "day trade"

As perdas incorridas em operações iniciadas e encerradas no mesmo dia ("day trade"), realizadas no mercado de renda fixa
ou nos mercados de renda variável (bolsas), exceto as apuradas por instituição financeira, sociedade de seguro, de
previdência e de capitalização, sociedade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedade distribuidora de
títulos e valores mobiliários ou sociedade de arrendamento mercantil . (Lei nº 8.981, de 1995, art. 76, § 3º).

Nota:
Para efeito de apuração e pagamento do imposto mensal sobre ganhos líquidos, as perdas em operações day-trade poderão ser

compensadas com os ganhos auferidos em operações da mesma espécie

III - Prejuízos em operações no exterior

Como regra, os prejuízos e perdas decorrentes de operações realizadas no exterior, não serão compensados com lucros
auferidos no Brasil. Não são compensáveis no Brasil os prejuízos verificados em operações financeiras no exterior, que não
se caracterizem como de cobertura (hedge = operações em bolsas, mercados de liquidação futura e outros mercados, cujas
operações sejam admitidas pelo Banco Central). (Lei nº 8.383, de 1991, art. 63).

IV - Litígios judiciais e administrativos acerca da limitação na compensação de prejuízos fiscais

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A limitação percentual na compensação de prejuízos fiscais (trava de 30%) provocou fortes reações à época de sua
instituição e ainda é motivo de diversas lides judiciais e administrativas.
Entretanto, o fisco tem levado a melhor. Na esfera administrativa o tema já foi objeto de Súmula Editada pelo Conselho de
Contribuintes, nos seguintes termos:
Súmula 1ºCC nº 3: Para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição
Social sobre o Lucro, a partir do ano-calendário de 1995, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido em, no máximo, trinta
por cento, tanto em razão da compensação de prejuízo, como em razão da compensação da base de cálculo negativa.

No judiciário a situação em desfavor dos contribuintes tem-se cristalizado, como se pode ver dos seguintes julgados:
No Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do RE - MG 201.465- 6 destacam-se as palavras do Ministro Nelson
Jobim, ao divergir do relator Ministro Marco Aurélio:
O "BALANÇO FISCAL" e o "BALANÇO TRIBUTÁVEL" são diferentes porque o chamado LUCRO REAL, base de cálculo do
IR, não é a mesma coisa que LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO.
Vê-se, desde logo, que o conceito de LUCRO REAL TRIBUTÁVEL é puramente legal e decorrente exclusivamente da lei,
que adota a técnica da enumeração taxativa.
(...)
(...) o conceito de LUCRO REAL TRIBUTÁVEL é um conceito decorrente da lei.
Não é um conceito ontológico, como se existisse, nos fatos, uma entidade concreta denominada de "LUCRO REAL".
Não tem nada de material ou essencialista. É um conceito legal.
Não há um LUCRO REAL que seja ínsito ao conceito de RENDA, como quer o MINISTRO RELATOR (...)
O conceito de RENDA, para efeitos tributários, é o legal.

Também no STF, temos o julgamento do RE-250521/SP, publicado no D.J. de 30/06/2000:


"Imposto de Renda e Contribuição Social. Medida Provisória nº 812, de 31.12.94, convertida na Lei nº 8.981/85. Artigos 42
e 58. Princípios da anterioridade e da irretroatividade. Medida provisória que foi publicada em 31.12.94, apesar de esse dia
ser um sábado e o Diário Oficial ter sido posto à venda à noite. Não-ocorrência, portanto, de ofensa, quanto à alteração
relativa ao imposto de renda, aos princípios da anterioridade e da irretroatividade. O mesmo, porém, não sucede com a
alteração relativa à contribuição social, por estar ela sujeita, no caso, ao princípio da anterioridade mitigada ou nonagesimal
do artigo 195, § 6º, do C.P.C., o qual não foi observado. Recurso extraordinário conhecido em parte e nela provido."

Destacou o Ministro Moreira Alves:


"Esta Primeira Turma, ao julgar o RE 232.084, de que foi relator o eminente Ministro Ilmar Galvão, decidiu que a Medida
Provisória nº 812, de 31.12.94, foi publicada nesse mesmo dia, sendo irrelevante se o último dia do ano de 1994 tenha
recaído num sábado, se não se acha comprovada a não-circulação do Diário Oficial da União naquele dia. Ademais, o
próprio acórdão recorrido cita precedente do seu Tribunal onde está salientado que a Medida Provisória em causa foi
publicada às 19:45 horas do dia 31.12.94 (note-se que até o impetrante reconhece que o Diário Oficial foi posto à venda
após as 20 horas desse dia), e esta Primeira Turma, ao julgar o AGRAG 244.414, de que fui relator, entendeu que a data de
publicação da lei para sua entrada em vigor é o dia em que ela é posta à disposição do público ainda que isso ocorra à
noite.

Conseqüentemente, no caso, não foi ofendido, no que diz respeito ao imposto de renda, os princípios constitucionais da
anterioridade e da irretroatividade.

O mesmo, porém - como ficou assentado no referido precedente desta Turma (RE 232.084) - não sucede com a
contribuição social, cuja alteração para agravar a situação do contribuinte estava sujeita ao principio da anterioridade
mitigada ou nonagesimal (art. 195, § 6º, da Carta Magna), que só poderia ser aplicada para alcançar o balanço de 31.12.94,
se tivesse sido editada pelo menos noventa dias antes dessa data, o que não ocorreu no caso. 2. Em face do exposto,
conheço em parte do presente recurso e nela lhe dou provimento para indeferir a segurança na parte que diz respeito à
pretensão de não-aplicação, a partir de 01.01.95, do disposto no artigo 42, sobre o imposto de renda, da Medida Provisória
no 812/94, que foi convertida na Lei 8.981/95."

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No Superior Tribunal de Justiça (STJ) também os contribuintes não tem obtido êxito, como por exemplo no REsp
154.175-CE, Relatado pela Ministra Eliana Calmon, julgado em 25/4/2000:

IMPOSTO DE RENDA - DEDUÇÃO DO PREJUÍZO - A Lei nº 8.981/95 (MP nº 812/94) não violou os arts.43 e 110 do CTN
ao limitar em 30%, a partir de janeiro de 1995, a dedução no Imposto de Renda do prejuízo das empresas - prejuízos fiscais
e bases de cálculo negativas apuradas e registradas no LALUR. A dedução continua integral porque nada impediria que os
70% restantes fossem abatidos nos anos seguintes, conforme o art. 52 da citada lei. O diferimento da dedução, assim como
as adições, exclusões ou compensações prescritas e autorizadas pela legislação tributária, é concedido ao sabor da política
fiscal para cada ano. Inexiste direito adquirido à dedução de uma só vez. Precedentes citados: REsp 181.146-PR, DJ
23/11/1998, e REsp 168.379-PR, DJ 10/8/1998.

E mais recentemente:
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUIDO - CSLL. IMPOSTO DE RENDA. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZO
FISCAL. LIMITES. PRECEDENTES. [...] 2. "Esta Corte, em diversas oportunidades, manifestou-se no sentido da legalidade
da limitação de trinta por cento (30%) na compensação de prejuízos fiscais, sob o fundamento de que a Lei 8.981/95, que
estabeleceu essa limitação, não alterou os conceitos de renda e de lucro, nem tampouco ofendeu os arts. 43 e 110 do CTN,
porquanto o art. 52 da mencionada lei diferiu a dedução para exercícios futuros, de forma escalonada." (AgRg no REsp
516.849/CE, Rel. Min. Denise Arruda, 1ª Turma, DJ 03/04/2006). 3. "Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no
sentido da legalidade dessa limitação em relação à compensação de prejuízos fiscais verificados até o dia 31.12.1994, de
modo que não há por que falar em contrariedade ao princípio da anterioridade." (REsp 576.286/PE, Rel. Min. João Otávio de
Noronha, 2ª Turma, DJ 07/12/2006). 4. Agravo Regimental não provido. (Data de decisão: 11/09/2007. (STJ - SEGUNDA
TURMA - AgRg no Ag 878259 / SP - 2007/0046073-9 - Relator Ministro HERMAN BENJAMIN - Data de publicação:
24/10/2007 - DJ 24.10.2007 p. 206).

V - Efeitos fiscais da inobservância da "trava de 30%" - Postergação

Não observar o limite de redução das bases de cálculos do IRPJ e da CSLL na compensação de prejuízos fiscais e bases
negativas anteriores tem o mesmo efeito fiscal de uma antecipação de despesas/custos, pois o contribuinte tem o direito de
compensar prejuízos, mas a compensação pode ficar diluída no tempo, vale dizer, postergada em função do lucro real e da
base de cálculo da CSLL.
Por isso, quando a fiscalização da Receita Federal se deparar com inobservância do limite na compensação de prejuízos
fiscais e bases negativas da CSLL, deve verificar os efeitos nos períodos de apuração posteriores, pois é possível que a
compensação ilimitada anterior tenha esgotado ou reduzido o saldo a compensar, a ponto de, nos períodos seguintes, seu
valor ser insuficiente para cobrir os 30% a que o contribuinte teria direito. Nessa hipótese a postergação no pagamento do
imposto e da contribuição social se revelaria patente.
Este Acórdão do Conselho de Contribuintes bem demonstrou essa situação fática, inclusive com exemplo revelador dos
efeitos da postergação, veja:
IRPJ - COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS - LIMITE LEGAL - APURAÇÃO DO EXCESSO - Quando a fiscalização
constata que a empresa não observou o limite de 30% (trinta por cento) na redução do lucro real pela compensação de
prejuízos fiscais de períodos anteriores, a apuração de eventual imposto devido deve abranger todos os períodos de
apuração já encerrados até a data do término da ação fiscal e não limitar-se à glosa dos excessos compensados nos
primeiros períodos. 1º Conselho de Contribuintes / 7a. Câmara / ACÓRDÃO 107-07305 em 14.08.2003 - Publicado em
07/11/2003)

Exemplo do Acórdão:
Apuração do contribuinte:
1) Período X1
a) Saldo de prejuízos fiscais de períodos anteriores R$ 600,00
Lucro Real R$ 500,00
(-) Compensação de prejuízos (100%) R$ 500,00

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b) Saldo de prejuízos fiscais a compensar posteriormente R$ 100,00
2) Período X2
a) Saldo de prejuízos fiscais de períodos anteriores R$ 100,00
Lucro Real R$ 800,00
(-) Compensação de prejuízos fiscais (100%) R$ 100,00
b) Lucro Real R$ 700,00
c) IRPJ pago R$ 56,00
Apuração do Fisco:
1) Período X1
a) Saldo de prejuízos fiscais de períodos anteriores R$ 600,00
Lucro Real R$ 500,00
(-) Compensação de prejuízos fiscais (30%) R$ 150,00
b) Lucro Real R$ 350,00
c) IRPJ Devido R$ 28,00
d) Saldo de prejuízos fiscais a compensar posteriormente R$ 450,00
2) Período X2
a) Saldo de prejuízos fiscais R$ 450,00
Lucro Real R$ 800,00
(-) Compensação de prejuízos fiscais (30%) R$ 240,00
b) Lucro Real R$ 560,00
c) IRPJ devido R$ 44,80
d) Saldo de prejuízos fiscais a compensar posteriormente R$ 210,00
Conclusão: Parte do IRPJ apurado pelo fisco no período X1 no valor e R$ 28,00 foi pago em X2, pois:
a) IRPJ devido em X2 apurado pelo fisco R$ 44,80
b) IRPJ pago pelo contribuinte (-) R$ 56,00
c) Pagamento a maior R$ 11,20
Significa dizer que, no período X1 o fisco deve exigir IRPJ no valor de R$ 16,80 e cobrar os acréscimos legais do valor de
R$ 11,20, espontaneamente pago em X2.

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