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Analfabetismo Digital no Brasil

No livro Cibercultura de Pierre Lévy é mostrada a hiperconectividade da


sociedade, na qual é impossível separar e distinguir o real do virtual. No entanto,
apesar dos indivíduos estarem intrinsecamente ligados às partes digitais, no Brasil
ainda persiste o analfabetismo digital, que dificulta o acesso a esses meios. A partir
disso, percebe-se que quem é vítima desse problema não só se torna excluído da
sociedade, mas também vive numa hipocrisia da desinformação.
A princípio, o modo com qual a internet está entrelaçada com a vida dos
cidadãos, emerge uma relação de dependência a ela. Nesse sentido, foi elaborada a
Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 8/2020, tendo o objetivo de tornar o
acesso às redes um direito fundamental, alterando o Artigo 5º da Carta Magna.
Entretanto, o Estado passa a ser negligente ao não viabilizar métodos para garantir
a alfabetização digital a todos, construindo uma marginalização de um grupo de
pessoas que, injustamente, não conseguem usufruir da plena cidadania.
Ademais, o analfabetismo digital está associado a mais moderna forma de
ampliação das desigualdades, porque, além de criar-se uma certa “hierarquia”, surge
vantagens de quem sabe manipular os meios digitais para com quem não.
Paralelamente, de acordo com o jornal inglês “The Economist”, em um ranking entre
países sobre o nível de confiança nas informações compartilhadas nas redes, o
Brasil ocupa o 4ª lugar. Isto é, os brasileiros são muito suscetíveis a acreditarem em
informações falsas, sendo os analfabetos digitais como principais alvos delas.
Portanto, para a redução do analfabetismo tecnológico, faz-se mister medidas
que busquem incluir os marginalizados digitalmente ao panorama social. Para isso,
deverá ser feita a expansão de programas como o MOVA Digital, em São Paulo,
responsável pela alfabetização digital, para todo o território nacional, por meio de
reivindicações ao MEC (Ministério da Educação), a fim de garantir o processo
educacional de como saber manipular os recursos tecnológicos. Assim, será
possível o desfruto mútuo das vantagens da hiperconectividade apresentada por
Pierre Lévy.

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