Segundo a Constituição Federal de 1988, a família, a sociedade e o Estado têm o
dever de amparar as pessoas idosas. Todavia, observa-se que existem falhas na
aplicação desse regulamento, dado que os desafios para a inclusão digital de idosos no Brasil são diversos e a exclusão desses indivíduos em diferentes âmbitos é cada vez mais frequente na sociedade brasileira. Logo, faz-se necessário medidas para solucionar esse impasse que é motivado pelo descaso governamental e a omissão familiar. Diante desse cenário, a negligência estatal destaca-se como uma das principais causas dessa adversidade. Nesse contexto, o Estatuto do Idoso garante a tutela integral e protetiva das pessoas idosas com a manutenção de sua qualidade de vida. Entretanto, a teoria é deturpada na prática, uma vez que a sociedade hodierna é altamente conectada nos meios digitais, porém, esses cidadãos mais antigos não tiveram esse mesmo apego e aprendizagem tecnológica e acabam sendo isolados e excluídos da população, provocando inúmeros problemas como o aumento de doenças cardíacas, depressão e acidentes vasculares, acarretando os desafios para a solução desse empecilho. Dessa forma, em decorrência dos descasos governamentais, a problemática persiste no Brasil. Ademais, o abandono familiar é mais um dos motivos que estimulam os desafios para a inclusão digital de idosos no Brasil. Nesse sentido, de acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, 72% da população da terceira idade nunca utilizou um aplicativo e 62% nunca utilizou redes sociais. Dessa maneira, fica evidente a escassez do apoio familiar com os mais velhos, uma vez que os parentes precisam estar dispostos a ajudar esses indivíduos e fazer com que sintam- se inclusos nos âmbitos digitais. Além disso, a ausência de estímulo ao uso tecnológico também prejudica a comunicação das pessoas idosas, já que se precisarem de ajuda não saberão como entrar em contato com alguém. Destarte, a família tem interferência na continuidade desse problema. Portanto, torna-se fundamental ações que combatam as dificuldades para a introdução tecnológica de idosos no Brasil. Para essa finalidade, é essencial que o Poder Executivo, responsável por executar, fiscalizar e gerir as leis de um país, proporcione uma fiscalização mais rígida e eficaz na nas leis relacionadas a essa temática, além de viabilizar uma aplicação mais concreta da lei, com a finalidade de fornecer uma melhor qualidade de vida e inserção dos idosos nos meios digitais e sociais. Ademais, cabe a família, primeira instituição social, fazer-se mais presente na vida desses indivíduos e ensiná-los o básico mecanismos tecnológicos, para que estejam preparados e sintam-se inclusos nessa área, seguindo de forma correta a Constituição Federal de 1988.