“No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do
caminho”. Diante desse trecho do poeta Carlos Drummond de Andrade, pode-
se associar que no Brasil, essa “pedra” é a falta de redes de proteção às crianças e aos adolescentes. Outrossim, torna-se fulcral a discussão acerca dos desafios no combate ao abuso sexual infantil, uma vez que essa questão é recorrente no país. Sob esse viés, dois efeitos nefastos colaboram para esse problema devem ser mencionados: a falta política pública, assim como, o medo de acusar o agressor. Em primeiro plano, é importante destacar que a falta de denúncias, em casos de pedofilia, é um entreve na criação de medidas governamentais, haja vista que essa dificuldade prejudica na defesa da criança e gera transtornos psicológicos na vida desses vulneráveis. Assim, de acordo com o G1, no ano de 2020, houve uma queda de 40% no número de denúncias, em comparação a 2019, o que configura um cenário de subnotificação. Logo, medidas de proteção infanto-juvenil são necessárias para melhorar o atual cenário brasileiro. Ademais, vale ressaltar que o medo de acusar o agressor é um desafio para reforçar a rede de combate, como as escolas e o Conselho Tutelar, pois, muito dos casos de abuso sexual, vem de membros da família, tornando mais difícil a acusação, deixando a criança injustiçada perante a lei. À vista disso, em 18 de maio de 1978, Araceli, com apenas 8 anos, teve os seus direitos humanos violados – foi estuprada e morta – e o crime, de sua natureza hedionda, até hoje está impune. Assim, são necessárias ações de fiscais para resolver esse impasse. Portanto, é imprescindível medidas cabíveis para combater o abuso sexual infantil. Logo, o Poder Público deve criar políticas públicas que garantam uma rede de fiscalização e proteção das crianças e adolescentes, como delegacias centralizadas no problema, a fim de garantir a segurança e o amparo desses vulneráveis. Além disso, as redes de enfrentamento devem evoluir, criando medidas socioeducativa, como a inclusão obrigatória de psicólogos no corpo escolar e palestras educacionais, para uma rápida e competente intervenção desse problema.