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Tema: Os desafios na garantia do Estatuto da Criança e do Adolescente

De acordo com Rui Mauro Marini, o Brasil se encontra numa condição de dependência
dentro do sistema interestatal capitalista. Tal fato corrobora a manifestação acentuada de
contrariedades atinentes aos caminhos para inserção do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Nesse sentido, é possível perceber que a realidade em tela se expressa como resultado de um
amplo conjunto de determinantes, embora dois mereçam o devido destaque.

O primeiro diz respeito ao desdobrado avanço do trabalho infantil, visto que a sua natureza
material contraditória se reverbera como manifestação derivada das constantes e cada vez
mais velozes transformações do mundo contemporâneo. Com efeito, o regime de produção
dentro do sistema econômico vigente colabora para a manutenção das vulnerabilidades socias,
uma vez que intensifica as desinqualdades de classes. Por virtude, a má distribuição de renda
oferece a vulneráveis financeiramente relações de trabalho precárias, salientando a mão de
obra infantil. Assim, segundo a revista “Forbes Brasil” cerca de 2 a cada 5 crianças trabalham
para completar a renda familiar.

Além disso, o segundo determinante, se refere a ineficiência de políticas de proteção à


infância, que tem se apresentado como elemento indissociável dessa problemática. Trata-se de
uma lógica, materialmente construída, a qual contribui, sobretudo, para a amplificação dos
mecanismos de violência contra menores de idade. Sob esse viés, as transformações nos meios
de telecomunicações abriram lacunas para o contorno das leis de proteção referentes a esse
grupo, enquadrando nessa conjectura, os crimes de aliciação sexual pela internet, aonde o alvo
principal são crianças. Nesse contexto, para que as divergências descritas sejam amenizadas,
assim como sugere o professor Gilberto Hochman, em suas análises sobre o federalismo, a
relação interfederativa no país deve ser reforçada, garantindo assim, o cumprimento do artigo
211.

Como se vê, a despeito das necessárias mediações, o pensamento de Marini e Hochman


encontra uma clara aproximação com a realidade em torno das barreiras para o
estabelecimento do Estatuto dos menores de idade e, portanto, medidas concretas devem ser
efetivadas, com vistas à superação dos desafios postos. Para tanto, cabe os governos, em sua
relação interfederativa, a construção e efetivação de políticas públicas relacionadas a
integridade infantil, com o objetivo de erradicar o trabalho infantil e os crimes sexuais contras
as crianças. Desse modo, em trabalho conjunto com o Conselho Tutelar de cada município é
possível atualizar as leis de proteção e assegurar a inviolável garantia do direito a infância.

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