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A criminalização do bullying e ciberbullying


Escrito por Jéssica Araújo | José Vagner de Farias , 06:00 - 04 de Fevereiro de 2024

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Legenda: Jéssica Araújo é advogada José Vagner de Farias é defensor público

Nestes dias foi promulgada a Lei n. 14.811 de 2024, que institui


medidas de proteção à criança e ao adolescente contra a violência
nos espaços educacionais ou similares, alterando dispositivos

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legais que abordam o assunto, fato veiculado na mídia devido a sua
complexidade que traz a reflexão da sociedade sobre a efetiva
proteção integral de crianças e adolescentes. A pesquisa feita em
2021, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no seu 17°
Anuário, das 78 mil escolas brasileiras entrevistadas, cerca de 38%
destas registraram casos de bullying como ameaças ou ofensas
verbais em seus espaços, sendo parte dos autores de violência os
adolescentes, os quais a partir da nova lei praticarão atos
infracionais análogos aos crimes de Bullying e Cyberbullying,
devendo ser responsabilizados pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA).

Desta forma, o primeiro ponto a ser questionado é a possível


responsabilização destes por condutas consideradas, inclusive,
como crimes hediondos, sendo que estão no mesmo local da
vítima e devem ser acompanhados. Assim, a efetivação desta Lei
não terá êxito se não houver normas, recursos e programas com
acompanhamento humano de um efetivo trabalho de políticas
públicas da relação escola/família.

Outra questão é o atendimento humanizado e integral às vítimas


infanto juvenis, as quais devem possuir apoio psicológico e de
outras áreas para tratar seus traumas. Sendo necessárias políticas
especializadas de Proteção às Vítimas, bem como profissionais
capacitados no atendimento restaurativo e o fortalecimento do
Sistema de Garantias de Direitos, uma vez que o ECA tem como
princípio primordial a proteção integral, cabendo a Família, ao
Estado e a Sociedade protegê-los por meio de suas normativas,
políticas e ações, não sendo a escola a única a intervir no combate

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ao bullying, mas a Rede de Proteção, sendo cada indivíduo
responsável por este cuidado. Por fim, as condutas penais (atos
infracionais) da nova lei, no lugar de fortalecer a já deficitária
proteção integral poderá se tornar mais uma ilusão da visão
menorista punitiva de que a repressão traz soluções na formação
humana de jovens quando não se faz o trabalho preventivo correto.

Jéssica Araújo é advogada

José Vagner de Farias é defensor público

COLABORADORES

Por que o varejo médio está sumindo?

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