1) O artigo discute os avanços nos direitos das crianças e adolescentes contra as dificuldades na aplicação das leis de proteção.
2) Apesar de considerados sujeitos de direito, as normas não protegem efetivamente os jovens ou corrigem suas ações.
3) As medidas socioeducativas na prática são punitivas como na justiça penal, em vez de priorizarem a ressocialização.
1) O artigo discute os avanços nos direitos das crianças e adolescentes contra as dificuldades na aplicação das leis de proteção.
2) Apesar de considerados sujeitos de direito, as normas não protegem efetivamente os jovens ou corrigem suas ações.
3) As medidas socioeducativas na prática são punitivas como na justiça penal, em vez de priorizarem a ressocialização.
1) O artigo discute os avanços nos direitos das crianças e adolescentes contra as dificuldades na aplicação das leis de proteção.
2) Apesar de considerados sujeitos de direito, as normas não protegem efetivamente os jovens ou corrigem suas ações.
3) As medidas socioeducativas na prática são punitivas como na justiça penal, em vez de priorizarem a ressocialização.
Fichamento sobre o Artigo “Infância, Adolescências e Famílias” (Capítulo 16, A
Produção das Infâncias e Adolescências pelo Direito), de Edinete Maria Rosa e
Eda Terezinha de Oliveira Tassara. O artigo em questão, busca trazer à luz uma discussão entre os principais avanços sociais e jurídicos conquistados ao longo dos anos e as dificuldades ainda existentes na aplicação das normas que discorrem sobre os direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes. Em um primeiro momento, julga-se importante destacar o histórico do tratamento aplicado aos jovens quanto aos atos caracterizados criminosos ou infracionais por eles cometidos. Para isso, serão discutidos dois termos amplamente utilizados e disseminados em meio à sociedade, sendo estes menor e delinquente. Delinquente é aquele que comete crime ou infração em pequena escala, contrariando a lei ou a moral, muitas vezes associado o seu ato ao aspecto social ao qual está o indivíduo inserido desde a sua infância. Menor, por sua vez, refere-se a todo jovem com idade inferior a 18 anos que, após o vigor do Estatuto da Criança e do Adolescente, passou a ser considerado indevido uma vez que atribui um caráter pejorativo. Eis aí a relação entre estas duas palavras. Atribuídos os atos infracionais ao aspecto social, havia uma relação entre a condição do menor pobre ao crime e, consequentemente, à delinquência. Com isto, acreditava-se que o infrator mais formava-se pela sua carência de recursos do que pela realidade social à qual os seus direitos vinham sendo violados, sem amparo algum fosse ele jurídico ou tão somente social. Este foi e continua sendo, sem dúvidas, o maior desafio enfrentado por aqueles que tecnicamente são responsáveis pela aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Considerados, então, sujeitos de direito, traz o Estatuto os direitos fundamentais os quais toda criança e adolescente são possuidores, devendo o próprio Estado, a sociedade, a família e as instituições responsáveis, garantir indiscriminadamente. Por outro lado, apesar do ganho quanto à forma de enxergar esses jovens em formação no seio social, as normas em questão não foram ainda capazes de aplicar de maneira efetiva medidas para proteger ou para corrigir as ações destes sujeitos. Neste sentido, um ponto há de chamar atenção: as medidas socioeducativas, na prática, limitam-se à punição coercitiva, similar às práticas penais aplicadas à adultos. Ora, o número de adolescentes que sofrem penas restritivas de liberdade é desproporcional à quantidade de jovens que recebem outras medidas de correção para os atos infracionais ou criminosos cometidos. O que se observa são jovens com crimes e realidade sociais bastante diferentes, cumprindo penas desproporcionais em relação à gravidade do ato, que terão consequências muito mais graves na sua vida diante da medida associada e que deveriam estar inseridos em práticas de ressocialização um tanto quanto diferentes. Outro fato preocupante é o de haver um senso comum que defende a garantia de impunidade supostamente ligada às medidas socioeducativas. Há de se questionar aqui, qual a real intenção de ainda ser alimentada esta visão errônea, se pela dificuldade de transformar-se a cultura da população ou se pelo interesse do capitalismo em manter a dominância desta parcela, em larga escala, vítima da violação dos seus direitos à educação, saúde e desenvolvimento. Numa avaliação jurídica, foram observadas falhas, como por exemplo, na tipificação de crimes contra a criança. Termos como violência e tortura praticamente não são citados pelos juízes em se tratar da família e da autoridade dos pais. Ora, sabe-se da existência desses abusos e o quanto são graves à formação destes cidadãos. A violência e os abusos realizados parecem perder importância, uma vez que a justiça considera prioridade a manutenção da “família”, de forma à prática da proteção destes ditos sujeitos de direito, se perder nestes processos. Como considerar protegido o jovem que cresce ao lado de pais alcoólatras, que o espancam e que o obrigam à força de trabalho, longe dos estudos e, até mesmo, violados sexualmente por estes ou por terceiros? Em síntese, pode-se dizer que os ganhos trazidos pelas normas do ECA são negligenciadas em face da absurda necessidade de aplicar-se a prática jurídica penal, deixando-se de lado a realidade social e culpabilizando tão somente o jovem. Não há aqui intenção alguma de proteger ou cuidar da criança e do adolescente, mas de julgar o acontecimento dito infração como que em defesa da sociedade.
Adolescentes em conflito com a lei: um estudo com os adolescentes da Casa Marista de Semiliberdade nas práticas discursivas acerca dos direitos fundamentais do Estatuto da Criança e do Adolescente