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Tema: combate à violência contra a mulher no Brasil

De acordo com Rui Mauro Marini, o Brasil se encontra numa condição de dependência
dentro sistema interestatal capitalista. Tal fato corrobora a manifestação acentuada de
contrariedades atinentes ao combate à violência de gênero na sociedade. Nesse sentido, é
possível perceber que a realidade em tela se expressa como resultado de um amplo conjunto
de determinantes, embora dois mereçam o devido destaque.

O primeiro diz respeito ao desdobrado avanço da estrutura patriarcal, visto que a sua
natureza material contraditória se reverbera como manifestação derivada das constantes
transformações do mundo contemporâneo. Com efeito, a grande repercussão do modelo
econômico capitalista colaborou para o enraizamento do patriarcalismo nas bases da
sociedade brasileira. Por consequência, essa hegemonia dominante se reflete nos múltiplos
setores da vida urbana, em especial, nos segmentos laborais de produção. Nesse
enquadramento, a mulher é profundamente desvalorizada no mercado de trabalho,
intensificando a violência de gênero. Assim, segundo a Organização Mundial de Saúde, OMS,
cerca de 7 a cada 10 mulheres, já sofreram algum tipo de violência, seja sexual, ou financeira.

Além disso, o segundo determinante, se refere à falta de políticas públicas para o


enfrentamento contra a violência doméstica, fato que tem se apresentado como elemento
indissociável dessa problemática. Trata-se de uma lógica, a qual contribui, sobretudo, para a
manutenção desse cenário anômico, em relação ao bem estar da mulher na sociedade. Sob
esse viés, o imobilismo do estado perante essa situação de violência dentro das residências,
aprofunda, cada vez mais, a sensação de impunidade diante desses crimes, disseminando a
violência silenciosa contra a mulher. Nesse contexto, para que as divergências sejam
amenizadas, assim como sugere professor Gilberto Hochman, em suas análises sobre o
federalismo, a relação interfederativa deve ser fortalecida, garantindo assim, o cumprimento
do artigo 211 da CF/1988.

Como se vê, a despeito das necessárias mediações, o pensamento de Marini e Hochman


encontra uma clara aproximação com a realidade em torno do combate a agressões contra a
mulher e, portanto, medidas concretas devem ser efetivadas, com vistas à superação dos
desafios postos. Para tanto, cabe os governos, em sua relação interfederativa, a construção e
efetivação de politicas públicas voltadas para a superposição dos obstáculos relacionados a
pauta, com o objetivo de reduzir a influência patriarcal e, aumentar a participação do Estado
no enfrentamento dessa problemática. Desse modo em consonância com a Polícia Militar, de
cada federação, oferecendo suporte técnico e administrativo, é possível erradicar esse modelo
de agressões no brasil.

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