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ANA LÍDIA DE SOUZA

LEONARDO OLIVEIRA
MARCELA FERREIRA
MARIZA LISBOA

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER QUANTO UMA DAS FACES DA QUESTÃO


SOCIAL: UM DEBATE PARA O SERVIÇO SOCIAL.

BELÉM/PÁ
2022
ANA LÍDIA DE SOUZA
LEONARDO OLIVEIRA
MARCELA FERREIRA
MARIZA LISBOA

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER QUANTO UMA DAS FACES DA QUESTÃO


SOCIAL: UM DEBATE PARA O SERVIÇO SOCIAL.

Projeto de Pesquisa Apresentado ao Curso de


Serviço Social do Centro Universitário Fibra como
requisito avaliativo da disciplina TCC l ministrada
pela professora Mestra Angélica Gonçalves.

BELÉM/ PARÁ
2022
1. INTRODUÇÃO

A violência contra a mulher é segundo as Organizações das Nações Unidas (ONU) 


uma violação dos Direitos Humanos e sobretudo um problema de Saúde Pública, ou seja,
como uma das principais causas de doenças das mulheres (hipertensão, angústia, depressão,
sofrimento psíquico, e outras). Uma vez que, a violência cometida contra as mulheres advém
dos pilares da vida social, política e, principalmente, econômica.
A situação de vulnerabilidade da mulher está relacionada à sua situação de pobreza,
exploração e abuso, aspectos psicossociais e culturais. Segundo Koga (2003, p. 19), a
pobreza não se configura apenas pela ausência de renda, mas também por discriminações e
sofrimentos que se superpõem, causando, consequentemente repercussões nas condições de
vida.
E até hoje  a mulher é vítima de uma sociedade que ainda a impede de ocupar cargos
que seriam comum a homens, como lugares políticos, trabalho, espaços de liderança. Esses
atos são violentos, mas, de tão comuns e antigos, que acabam sendo considerados naturais.
Apesar da necessidade de incluir as mulheres nos modos de produção fabris em virtude das
exigências da Revolução Industrial do século XVIII e no século XIX com a consolidação do
sistema capitalista, o espaço destinado a elas nunca foi igualitário. 
 Segundo Lima(2013, p. 46) a dominação dos homens, independentemente da cor e
raça, é realizada sobre as mulheres de forma contínua para que essas tenham ciência e
anuência da divisão do trabalho que executam, de sua função na sociedade, havendo
percepção de como deve ser o seu comportamento, o que acabam aceitando, de forma
inconsciente, sendo tais atitudes fomentadas de forma habitual pela família e após por toda a
sociedade.
E segundo Azevedo ( 1985, p. 19) uma das formas de dominação do homem sobre a
mulher é por meio da violência, não só física, mas psicológica também, coagindo a liberdade
de pensamento, reflexão, de decisão e buscando o constrangimento, a diminuição, a
renegação, fazendo com que a mulher abdique de si, demonstrando a supremacia do ser
superior, no caso o homem, não importando sua raça, cor ou padrão social.
Bourdieu (2003) esclarece que a dominação masculina ergueu-se neste fundamento
de transformação de diferenças físicas entre os sexos em diferenças sociais. Dessa forma,
diferenças biológicas e anatômicas foram transformadas em diferenças entre os gêneros e
geraram, como consequência, divisões do campo do trabalho, diferença do papel com os
filhos e a família, dentre outros, de maneira sempre hierarquizada.
Este estudo objetiva buscar a compreensão da violência contra a mulher quanto uma
das manifestações da “questão social” e de como é fruto das estruturas socioecômicas do país
e da relação capital/trabalho.

2. JUSTIFICATIVA

A violência contra as mulheres pode ser compreendida como um fenômeno referente


ao gênero, consequência de uma construção social histórica, onde a mulher e o homem
tiveram seus papéis dentro da sociedade separados: elas ficam com a responsabilidade
principal de cuidar das crianças e do trabalho doméstico, enquanto os homens nascem com a
responsabilidade de sustentar a família ( KOSS, 2000).
Além disso, a violência contra a mulher também é fruto das estruturas
socioeconômicas de uma política capitalista vinculada ao conflito capital trabalho, sendo
imprescindível a implementação de políticas públicas voltadas a intervenção dessa
problemática com objetivo de coibir e conter esse problema social instalado em nossa
sociedade.
Diante do exposto e compreendendo-se que a violência contra as mulheres também é
uma das refrações da “questão social”, o presente trabalho se justifica por observações
pessoais, no convívio de muitos anos com casos de violência doméstica, onde as principais
causas identificadas para aquela prática além do machismo exposto, também a questão
econômica e social daquelas mulheres, eram fatores preponderantes para que o cenário
permanecesse.
A violência contra as mulheres é um fenômeno crescente no Brasil, constituindo-se
como uma violação dos direitos humanos e direito a vida, atingindo sua integridade física e
psicólogica e causando danos irreparáveis. É um problema que atinge muitas mulheres,
independente de cor, raça, classe social, religião, entre outros e afeta as mesmas somente por
sua condição de ser mulher.
Pretende-se com essa pesquisa criar um debate teórico sobre como a ausência dos
mínimos sociais na vida dos indivíduos, podem contribuir para que essa problemática se
perpetue e de como a efetivação de políticas públicas podem ser fundamentais no seu
enfrentamento.

3. PROBLEMÁTICA: A ausência de garantia de mínimos sociais agrava a situação


de violência contra a mulher?

4. OBJETIVO GERAL

*Analisar a vulnerabilidade socioeconômica como fator preponderante da violência


contra a mulher.

4.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

4.1.1. Compreender a relação entre a vulnerabilidade socioeconômica e a violência


contra a mulher;
4.1.2. Analisar o perfil socioeconômico de mulheres em situação de violência;
4.1.3. Identificar de que maneira a implementação de políticas públicas contribuem
para o enfrentamento à violência contra a mulher.

5. REFERECIAL TEÓRICO:

5.1. A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER QUANTO UMA DAS FACES DA


QUESTÃO SOCIAL.

Violência é definida pela Organização Mundial da Saúde como "o uso intencional de


força física ou poder, ameaçados ou reais, contra si mesmo, contra outra pessoa ou contra um
grupo ou comunidade, que resultem ou tenham grande probabilidade de resultar em
ferimento, morte, dano psicológico, mau desenvolvimento ou privação". Minayo e Souza
(1997, p. 513), definem a violência como qualquer ação intencional, perpetrada por
indivíduo, grupo, instituição, classes ou nações dirigida a outrem, que cause prejuízos, danos
físicos, sociais, psicológicos e (ou) espirituais.
Já, Santos (1996, p. 281) diz que a violência:

configura-se como um dispositivo de controle aberto e contínuo, ou seja, a relação


social caracterizada pelo uso real ou virtual da coerção, que impede o
reconhecimento do outro, pessoa, classe, gênero ou raça, mediante o uso da força ou
da coerção, provocando algum tipo de dano, configurando o oposto das
possibilidades da sociedade democrática contemporânea.

Diante desses conceitos podemos observar que a violência possui diversas


designações, em variados pensamentos, mas todos na mesma linha onde se usa a força e a
coersão para se impor uma vontade ou ideia, causando sempre danos a quem recebe esse
embate. Observa-se também que o Brasil, nesse contexto, é um país violento, fruto de uma
sociedade com histórico violento, não só pelo uso da força propriamente dita, mas também
que vive um sistema político opressor, o capitalismo, tornando essa violência a se refletir
como uma das faces da “questão social”.
Por “questão social”, entende-se que não é senão as expressões do processo de
formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da
sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado.
É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a
burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e
repressão. (CARVALHO e IAMAMOTO, 1983,p.77).
Para José Netto (2005) o desenvolvimento capitalista produz, compulsoriamente, a
“questão social” (...). Esta não é uma sequela adjetiva ou transitória do regime do capital: sua
existência e suas manifestações são indissociáveis da dinâmica especifica do capital tornado
potência social dominante (...) a “questão social” está elementarmente determinada pelo
traço próprio e peculiar da relação capital/trabalho -a exploração.
Por sua vez, Santos (2012) diz que o surgimento da “questão social” tem o seu núcleo
fundante na “Lei de Acumulação Capitalista”, e na generalização do trabalhador livre, no
trânsito da sociedade feudal para o capitalismo.
Ou seja, é quase que unânime as concepções da “questão social’ entre os estudiosos,
que entendem esse fenômeno como fruto do processo capital/trabalho, onde o trabalhador
produz a riqueza, porém não usufrui da divisão da mesma, fazendo com que o lucro se
concentre nas mãos dos capitalistas, gerando com isso uma grande desigualdade social.
A partir disto, considera-se que esse problema social afeta diretamente aos sujeitos
que não usufruem dessa distribuição de riqueza, deixando essa população a mercê, sem
atendimento em suas necessidades mais básicas. Essas consequências se apresentam como
manifestações da questão social e dentre elas estão: a fome, a miséria, o analfabetismo, o
desemprego, a violência, entre outros, produzindo assim, segundo Machado (2006, pg. 3)

“profissões” que são frutos da miséria produzida pelo capital: catadores de papel;
limpadores de vidro em semáforos; “avião” – vendedores de drogas; minhoqueiros –
vendedores de minhocas para pescadores; jovens faroleiros – entregam propagandas
nos semáforos; crianças provedoras da casa – cuidando de carros ou pedindo
esmolas, as crianças mantém uma irrisória renda familiar; pessoas que “alugam”
bebês para pedir esmolas; sacoleiros – vivem da venda de mercadorias
contrabandeadas; vendedores ambulantes de frutas; etc. Além de criar uma imensa
massa populacional que frequenta igrejas, as mais diversas, na tentativa de sair da
miserabilidade em que se encontram.

Diante do exposto, entende-se que a violência contra a mulher também é decorrência


dessa apropriação desigual do capital, resultante do modo de produção capitalista, das
estruturas econômicas, sociais e culturais do país e das relações de poder.
A violência contra a mulher não é um tema novo e ocorre há vários séculos, desde o
período colonial, antecedendo o capitalismo, quando os papéis dos homens e mulheres foram
se construindo socialmente. Koss (2000) ressalta que essas mulheres ficam com a
responsabilidade principal de cuidar das crianças e do trabalho doméstico, enquanto os
homens nascem com a responsabilidade de sustentar a família.
Esse cenário é típico de um regime patriarcal e de exploração da figura masculina sob
a feminina. É importante salientar que as expressões do patriarcado não se limitam ao espaço
doméstico, mas estendem-se a todas as relações de poder. No Brasil, o patriarcado foi
“sinônimo e expressão de praticamente todos os aspectos das relações de poder da colônia,
patriarcado que, associado ao regime escravista, deixou profundas marcas na formação
brasileira” (CISNE; SANTOS, 2018, p.105).
Diante deste cenário, homens e mulheres foram construindo seus papéis na sociedade
sempre com desigualdade nos gêneros, ora no período colonial, com os senhores
escravizando fisicamente, sexualmente e psicologicamente as escravas de seus engenhos, ora
no período de insdustrialização, com a divisão sexual do trabalho, onde “a sociedade
delimita, com bastante precisão, os campos em que pode operar a mulher, da mesma forma
como escolhe os terrenos em que pode atuar o homem”. (SAFFIOTI, 1987, p. 8). Desta
forma, pode-se afirmar que a divisão sexual do trabalho causa materialmente, a exploração
dos homens sobre as mulheres. (CISNE & SANTOS, 2018).
É diante desses contextos, que a relação de homens e mulheres foi perpassando
durante todos os anos, as diversas formas de políticas e conjunturas, sempre com a
desigualdade de gêneros. São diante dessas relações de poder, onde um é superior ao outro,
que a sociedade foi se engendrando, desvalorizando a mulher em todos os campos e
aspectos, reproduzindo essas opressões e naturalizando todo e qualquer tipo de violência que
as mesmas possam sofrer.
Contudo, as mulheres foram buscando espaço diante desse modelo patriarcal, se
unindo em grupos fazendo revoluções na busca por acesso a direitos para todas as mulheres,
grupos esses que ficaram conhecidos como Movimentos Feministas e teve seu auge no
movimento sufragista.
No Brasil “sufragetes”, como eram conhecidas foram lideradas por Bertha Lutz,
bióloga, cientista de importância, que estudou no exterior e voltou para o Brasil na década de
1910, iniciando a luta pelo voto”. (PINTO, 2010, p.16)
De acordo com Pinto (2010), “uma das mais significativas vitórias do feminismo
brasileiro foi a criação do Conselho Nacional da Condição da Mulher (CNDM) em 1984”.
Rodrigues (2003) mostra que é imprescindível destacar a influência do movimento
feminista em relação à consolidação e efetivação dos direitos da mulher.
Em meios a ditadura militar, redemocratização e lutas sociais, as mulheres foram
ocupando o espaço na sociedade, cobrando direitos e emancipação humana e buscando em
meio a isso o direito a defesa da vida digna, livre da opreesão e violência vivida.
O tema violência doméstica contra a mulher deixa de ser um problema privado,
restrito ao ambiente doméstico, e passa a ser um assunto público, envolvendo o Estado, a
sociedade e consequentemente sendo reconhecido como um problema social e público, tal
reconhecimento possibilitou ao movimento feminista a formulação e proposta de políticas
públicas direcionadas ao enfrentamento da violência doméstica contra a mulher (FERRO,
2020, p.37).
De acordo com Bastos (2011), foi a partir da década de 80 que as políticas públicas
do ponto de vista do gênero começaram a ser implementadas no Brasil.
O Brasil firmou compromissos internacionais assumindo compromissos de criar
políticas que coibissem a prática da violência contra as mulheres. Foi em 1948 com a criação
da Declaração dos Direitos Humanos que passou-se estabelecer regras universais para todos
os seres humanos, independente de seu sexo, origem, raça, religião ou cultura. . Para Bastos
(2011), esse documento internacional “transcendeu a noção genérica de soberania estatal e
reconheceu a pessoa humana como sujeito de direitos universais”.
Esse documento foi um marco no que tange os direitos das mulheres. Em seu 1º
Artigo diz que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de
fraternidade”. (BRASIL, 1948, pg.13)
Em 1979, segundo Moreira (2011), foi realizada a Convenção das Nações Unidas
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, na qual
definiu a discriminação contra a mulher como toda exclusão baseada no sexo que resulte em
prejuízo ou anulação do exercício dos direitos humanos e liberdades fundamentais, no
campo político, econômico, social, cultural, civil, dentre outros. Porém, foi somente em
1993, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos, realizada em
Viena, que ficou reconhecida formalmente a violência contra as mulheres como uma
violação aos direitos humanos (MOREIRA, 2011).
As lutas não paravam e continuavam na busca por sistemas de proteção e
principalmente por direito a vida.

A implantação de políticas direcionadas ao enfrentamento das violências contra as


mulheres foram impulsionadas pelas Conferências Internacionais do México (1975),
Copenhague (1980), Nairóbi (1985), e a Conferência de Pequim (1995). Em 09 de
junho de 1994, a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Violência Contra a Mulher, denominada como “Convenção de Belém do Pará”
definiu em seu Art. 1°, que constitui “violência contra a mulher qualquer ação ou
conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou
psicológico à mulher, tanto no âmbito público quanto no privado” (BORTOLI,
2020, p.35 apud BRASIL, 1994).

Outro documento internacional importante na defesa dos direitos da mulher e


no combate à violência foi a IV Conferência Mundial sobre as Mulheres realizada em
1995 na China onde foi identificada a violência contra a mulher como obstáculo ao
alcance da igualdade e também como violação aos direitos humanos e às liberdades das
mulheres (BASTOS, 2011).
Diante de toda essa historicidade, mesmo com tantas conquistas e políticas voltadas
ao enfrentamento da violência contra a mulher, as mulheres ainda não tinham a seu favor
uma lei que a amparasse e que coibisse, julgasse e condenasse seu agressor. Foi que em 2002
o Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, por omissão e
negligência na violação dos direitos das mulheres, criando assim em 07 de Agosto de 2006 a
Lei 11.340/2006 ou Lei Maria da Penha que passou a vigorar no mesmo ano.
A Lei 11.340/06 ou Maria da Penha foi um marco e uma grande consquista para as
mulheres brasileiras e foi criada para coibir os diferentes casos de violência contra a mulher
mas, principalmente, a doméstica e familiar. Recebeu esse nome para homenagear Maria da
Penha Maia Fernandes que sofreu anos de violência e abusos por parte de seu marido e lutou
para que visse seu agressor ser condenado.
Para Pedro (2010), A criação da Lei Maria da Penha (11.340/06), possibilitou o
esclarecimento perante a definição do que seria violência. Até então, entendia-se por
violência, apenas agressões que deixassem marcas visíveis como hematomas ou feridas.
Nesta Lei discorre sobre as diversas formas da violência: caráter físico, psicológico, sexual,
moral ou patrimonial. É, portanto, uma lei na qual a compreensão da violência refere-se a
tudo aquilo que fere a integridade da pessoa.
A Lei Maria da Penha é considerada a terceira melhor Lei do mundo na questão de
violência doméstica e familiar contra as mulheres. Essa Lei salva vidas e atua na
desigualdade entre homens e mulheres, evidenciadas pela violência, nas relações
afetivas, domésticas e familiares, e está situada dentro do campo dos direitos
humanos. (BRASIL, 2017).

Sardenberg (2010), aponta que no Brasil, a passagem da Lei 11.340/06, conhecida


como Lei Maria da Penha, representou um relevante avanço no combate à violência de
gênero. A população brasileira conhece e apoia essa legislação.
Porém, mesmo com tantos documentos, Conferências, leis e políticas de
enfrentamento que apoiem e tentem coibir essa problemática, muitas mulheres ainda
vivenciam situações de violência todos os dias no Brasil.
Muitos obstáculos foram rompidos, principalmente após a criação da Lei Maria da
Penha, assim sendo, lutar contra as desigualdades, obter mudanças nos hábitos e
comportamentos misóginos ainda está na pauta dos movimentos feministas.

6. METODOLOGIA

Esta pesquisa tem por objetivo compreender o fenômeno da violência contra a mulher
quanto uma das manifestações da “questão social” e de como ele é fruto das estruturas
socioecômicas do país e da relação capital/trabalho.
A construção deste projeto se dará para além da pesquisa de campo, ou seja, se farão
presentes tanto a pesquisa descritiva quanto a exploratória, pois segundo Minayo (1999),
esses diferentes tipos de dados não se opõem, mas se complementam.
A pesquisa será quanti-qualitativa, fazendo-se uso de entrevistas em campo e com
questionários abertos. Também a análise de documentos bibliográficos complementarão a
referente pesquisa, fornecendo com isso os dados quanti-qualitativos. “Os documentos
aportam informação diretamente: os dados estão lá, resta fazer sua triagem, criticá-los, isto é,
julgar sua qualidade em função das necessidades da pesquisa, codificá-los ou categorizá-
los”... (LAVILLE e DIONNE, 1999, pg. 167)
Além do que contará com estudo de caso de três mulheres em específico que
vivenciaram a realidade de viver anos sobre situação de violência. Com isso o método
indutivo será utilizado, para se fazer entender com a realidade dessas mulheres, como que o
contexto social e econômico implicou para que as mesmas permanecessem tantos anos sob
essa situação.

7. CRONOGRAMA.

ATIVIDADES FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO


OBJETIVOS
GERAIS E X
ESPECÍFICOS
JUSTIFICATIVA X
METODOLOGIA X
INTRODUÇÃO X
REFERENCIAL
X X
TEÓRICO
CRONOGRAMA X
REFERÊNCIAS X
8. FERÊNCIAS

AZEVEDO, Maria Amélia. Mulheres espancadas: a violência denunciada. São Paulo:


Cortez. 1985. 2011. disponível em:
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BASTOS, T. B. Violência doméstica e familiar contra a mulher: análise da Lei Maria da


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