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Estudo feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz sobre adolescentes recrutados
pelo tráfico de drogas nas favelas cariocas expõe as bases sociais dessas quadrilhas,
contribuindo para explicar as dificuldades que o Estado enfrenta no combate ao crime
organizado.
A única maneira de reduzir a atração exercida pelo tráfico é a repressão, que aumenta os
riscos para os que escolhem esse caminho. Os rendimentos pagos aos adolescentes
provam isso: eles são elevados precisamente porque a possibilidade de ser preso não é
desprezível. É preciso que o Executivo federal e os estaduais desmontem as organizações
paralelas erguidas pelas quadrilhas, para que a certeza de punição elimine o fascínio dos
salários do crime.
Não é menos verdade que a intolerância já existente se acentuou com a virada do século e
com o advento do World “Wild” Web. Tanto é que as brigas online, originadas por essa
característica humana, receberam o nome de “treta” por seus adeptos. É como se isso
tivesse virado um estilo de vida. Mais dia, menos dia, será patrimônio da humanidade. A
finalidade? Embate de ideias pouco saudável, carregado de falta de tolerância e regado de
excesso de egocentrismo.
É claro que nem sempre esses debates são realmente sérios, como os que envolvem
questões sociais, a exemplo do caso recente que originou a #somostodosMaju, resposta ao
racismo sofrido pela jornalista brasileira Maria Julia. O que é de se espantar é que haja
embate numa situação de racismo explícito – ou mesmo velado.
Na grande maioria das vezes, e nós, usuários das redes sociais, sabemos bem disso,
grandes guerras de Tróia são travadas por banalidades, pela necessidade de saber quem
está certo. Esquecemo-nos, quase sempre, de que certo e errado são conceitos volúveis,
que dependem do ponto de vista e que existem muitos pontos, incalculáveis. Não levá-los
em conta é, no mínimo, perder a oportunidade de conhecer diferentes prismas. Precisamos
nos despolarizar. #despolarizese