Ebook de Propostas

Ebook de Propostas 1
SUMÁRIO
PROPOSTA 1....................................................4 O analfabetismo funcional e seus impactos na
As dificuldades enfrentadas pelas diferentes formação do cidadão brasileiro
formações de família da contemporaneidade
PROPOSTA 13................................................32
PROPOSTA 2....................................................6 A importância da ciência na formação cidadã
A violação à fauna brasileira por meio do tráfico do brasileiro
de animais
PROPOSTA 14................................................34
PROPOSTA 3 ...................................................9 A problemática falta de cidadania no trânsito
A vulnerabilidade das trabalhadoras domésti- brasileiro
cas no Brasil
PROPOSTA 15................................................36
PROPOSTA 4..................................................12 A importância da família no processo de socia-
A persistência do abuso sexual infantil na so- lização do indivíduo
ciedade brasileira
PROPOSTA 16................................................38
PROPOSTA 5 ..................................................14 Combate à desvalorização dos povos indígenas
A problemática relação entre consumismo e no Brasil
meio ambiente na sociedade contemporânea
PROPOSTA 17................................................40
PROPOSTA 6 ..................................................16 A importância das artes no processo de apren-
O trabalho escravo contemporâneo em conso- dizagem dos jovens brasileiros
nância ao desenvolvimento econômico brasileiro
PROPOSTA 18................................................42
PROPOSTA 7...................................................19 O uso descomedido de agrotóxicos e seus
Os reflexos dos influenciadores digitais, como impactos na saúde humana e no meio ambiente
ferramentas de manipulação, na sociedade
PROPOSTA 19................................................44
brasileira
A importância da preservação do patrimônio
PROPOSTA 8..................................................21 histórico no Brasil
Caminhos para combater a invisibilidade de
PROPOSTA 20...............................................46
pessoas em situação de rua
Os reflexos do analfabetismo financeiro na for-
PROPOSTA 9.................................................23 mação do cidadão brasileiro
Os impactos da má gestão de resíduos sólidos PROPOSTA 21................................................48

no Brasil A prática da automedicação no Brasil
PROPOSTA 10................................................25 PROPOSTA 22...............................................50

A persistência do racismo estrutural no Brasil A mobilidade urbana e a falta de acessibilidade
para deficientes físicos
PROPOSTA 11................................................28
As adversidades do sistema de adoção no Brasil PROPOSTA 23...............................................52
O descaso com o desaparecimento de crianças
PROPOSTA 12...............................................30 e adolescentes no Brasil
PROPOSTA 24.................................................54 PROPOSTA 37..................................................82
O desenvolvimento da era digital e sua relação Pandemia COVID-19 e seus reflexos nas novas
com a Infodemia relações de trabalho

Os impactos da violência no desenvolvimento Desafios para combater a insegurança alimentar
social brasileiro no Brasil

A desigualdade social em paralelo às dificulda- A necessidade de equidade de gênero no espor-
des de acesso ao ensino superior no Brasil te brasileiro
PROPOSTA 27..................................................62 PROPOSTA 40..................................................88

Os desafios enfrentados pelos brasileiros para Os impactos sociais da ciência no Brasil
lidar com o sedentarismo
PROPOSTA 41..................................................90
PROPOSTA 28..................................................64 O insólito hábito da leitura na era digital
A constante transgressão das leis pelos cida-
dãos brasileiros PROPOSTA 42..................................................92
Aumento do déficit habitacional no Brasil
PROPOSTA 29..................................................66
O fenômeno da uberização atrelado à precariza- PROPOSTA 43..................................................94
ção das relações de trabalho contemporâneas Os impactos do aumento da seca no território
brasileiro
PROPOSTA 30..................................................68
O significado da validação da cultura do cance- PROPOSTA 44..................................................96
lamento pela sociedade brasileira Formas de combate ao tráfico de pessoas no Brasil
PROPOSTA 31...................................................70 PROPOSTA 45..................................................98

Vulnerabilidade e 3ª idade: o crescimento da O crescimento da AIDS entre jovens no Brasil
violência contra os idosos no Brasil
PROPOSTA 46..................................................99
PROPOSTA 32..................................................72 Caminhos para conter a pobreza menstrual no
A obsolescência programada e seus impactos ao Brasil contemporâneo
meio ambiente
PROPOSTA 47.................................................100
PROPOSTA 33..................................................74 Os limites da liberdade de expressão no mundo
Fatores geradores da obesidade infantil no Brasil contemporâneo
contemporâneo
PROPOSTA 48.................................................101
PROPOSTA 34..................................................76 O desafio das relações entre o ser humano e o
Ética e consumo: a pirataria em voga no Brasil meio ambiente
PROPOSTA 35..................................................78 PROPOSTA 49................................................103

A resistência à doação de órgãos pelos brasileiros A influência das fake news no cenário político
brasileiro
PROPOSTA 36..................................................80
Os reflexos da ausência de senso crítico em rela- PROPOSTA 50................................................105
ção aos problemas socioambientais na socieda- A importância do voto na adolescência como
de brasileira fator de manutenção do exercício da cidadania
PROPOSTA 1
AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELAS DIFERENTES FORMAÇÕES DE
FAMÍLIA DA CONTEMPORANEIDADE
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
AMARAL, Tarsila do. A Família. 1925. Óleo sobre tela, 79 cm X 101,5 cm.Coleção Torquato Sabóia Pessoa, SP
TEXTO II
O desenvolvimento de instituições modernas do Estado e do mercado abarca, em parte, as antigas

funções da família, restringindo a esfera de atuação desta às dimensões da afetividade e da reprodu-
ção da vida, em seus aspectos biológico e culturais. Por essa razão, é importante refletir sobre como
o Estado, por meio de seu papel regulador e de promotor de políticas públicas, deve assumir respon-
sabilidades perante os indivíduos, as famílias e o bem-estar coletivo.
ITABORAÍ, N. R. A proteção social da família brasileira contemporânea: reflexões sobre a dimensão simbólica das políticas
públicas. Disponível em: htpp://www.abep.nepo.unicamp.br. Acesso em: 14 ago. 2009
TEXTO III
O que é família? A primeira resposta à pergunta relativamente simples é a imagem clássica de pai,
mãe e filhos. Mas esse próprio conceito já sofreu transformações importantes ao longo da história.
Especialistas identificam três tipos de família na cultura ocidental: a tradicional, nas quais o casamen-
to arranjado embutia a ideia de negócio; a moderna, que, a partir do fim do século 18, pauta a escolha
do parceiro através do amor e desejo; e as contemporâneas, que se modelaram por uma série de
transformações a partir dos anos 1960, tais como o divórcio, o feminismo, os direitos homossexuais,
os métodos contraceptivos e a fertilização in vitro.
As novas maneiras de se relacionar e a queda de tabus em relação a, por exemplo, orientação sexual
levaram a uma verdadeira revolução na composição familiar. Seus ecos são tanto produto da trans-
formação social em curso quanto desafios para setores como as escolas, que ainda tateiam como
absorvê-los.
Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/educacao/novas-familias-velhos-problemas-2/.
Acesso em: 21 set. 2021 (adaptado)
TEXTO IV
Lidar com as famílias, hoje, é lidar com a diversidade; famílias intactas, famílias em processo de
separação, famílias monoparentais, famílias reconstruídas, famílias constituídas de casais homosse-
xuais, famílias constituídas de filhos adotivos, famílias constituídas por meio das novas técnicas de
reprodução.
A família intacta, tal qual nos acostumamos a pensar como sendo o modelo de família, é, hoje em
dia, uma das várias formas de se viver a família.
A multiplicidade “ser família”, hoje, cria um hiato na geração que aprendeu o “ser família” de acordo
com determinadas características e sua concretização na prática. Talvez só a geração dos filhos
saiba desenvolver a maneira de denominar tal realidade.
Moreira, B. F. O que há de novo nas novas famílias? Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br. Acesso em: 15 ago. 2009.
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija texto DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO em modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema: As dificuldades enfrentadas pelas diferentes formações de família da
contemporaneidade, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Sele-
cione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto
de vista.
PROPOSTA 2
A VIOLAÇÃO À FAUNA BRASILEIRA POR MEIO DO TRÁFICO DE ANIMAIS
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
para o futuro evolutivo da espécie, a perda de
Leis brandas tornam o tráfico de fauna silvestre diversidade genética, a redução populacional, a
um crime atrativo, já que é um crime lucrativo possibilidade de extinções locais, a própria ex-
e as respostas do poder público têm se mos- tinção de espécies, a perda de funções exer-
trado insuficientes. Se, por um lado, a coleta cidas nas redes de interações ecológicas, que
dos animais na natureza está profundamente podem ter impactos profundos no equilíbrio e
relacionada a questões sociais e de ausência na capacidade de regeneração de ecossiste-
dos serviços básicos do Estado, como acesso mas, a perda de serviços ecossistêmicos, assim
a saúde, educação, saneamento, capacitação e como impactos na economia, segurança, saúde
fontes estáveis de renda, por outro a legislação e governança dos países.
ineficaz acaba levando a uma sensação disse- Disponível em: https://www.oeco.org.br/colunas/trafico-
minada de impunidade e a altas taxas de rein- -de-animais-silvestres-o-lucro-e-dos-criminosos-a-per-
da-e-da-nacao/. Acesso em: 14/09/2021 (adaptado)
cidência entre os traficantes de fauna silvestre.
A lei brasileira que busca tipificar o conjunto de TEXTO II

condutas que compõem o tráfico de fauna sil-
A comercialização ilegal de animais silvestres é a
vestre é a Lei Federal de Crimes Ambientais –
terceira maior atividade ilícita no Brasil, ficando
Lei 9605/1998. O texto da Lei, no entanto, não
atrás apenas do tráfico de drogas e armas, isso
tem uma boa definição do crime de tráfico de
se dá devido ao alto valor rentável nessa prá-
animais. Por exemplo, pouco diferencia aquele
tica criminosa, chegando a movimentar cerca
que mantém animais em cativeiro ilegal dos tra-
de 3 bilhões de dólares por ano segundo dados
ficantes profissionais e recorrentes. Também,
do IBAMA. A consequência na natureza gerada
na ausência de agravantes, considera o tráfico
pelo tráfico é enorme, chegando a proporcionar
de animais silvestres como crime de menor po-
a retirada anual de 38 milhões de animais de
tencial ofensivo, com a pena máxima de deten-
várias espécies nacionais, segundo dados do
ção de um ano, além de multa.
IBAMA. A retirada desses animais do seu habi-
O tráfico de animais silvestres causa uma am- tat natural é a segunda maior causa de extin-
pla gama de impactos negativos: profundas vio- ção, promovendo instabilidade ecológica, pois,
lações do bem-estar animal intrínsecas a essa ao retirar uma espécie do seu hábitat pode-se
atividade, o risco de contaminação por zoono- gerar um desequilíbrio ambiental, uma vez que
ses, o risco de introdução de espécies exóticas cada espécie possui uma função ecológica.
invasoras, a seleção artificial nas populações
Disponível em: https://waita.org/blog-waita/2021/02/04/
naturais, a retirada de combinações genéticas impacto-do-trafico-de-animais-silvestres.
Acesso em: 14/09/2021 (adaptado)
das populações que poderiam ser importantes
TEXTO III
TEXTO IV
Disponível em>https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2019/06/24/onde-esta-a-fauna-brasileira-
-panorama-do-trafico-de-animais-revela-futuro-preocupante.ghtml < Acesso em 14/09/2021
TEXTO IV
A compra de mascotes exóticas infla os números dos delitos contra a fauna, enquanto o mercado
doméstico brasileiro absorve a grande maioria dos animais nativos traficados. Sete em cada dez
apreensões vinculadas ao Brasil tiveram origem no próprio país. As demais cargas rumavam à União
Europeia e ao resto do continente americano.“Faz sentido sermos uma grande fonte de tráfico.
Somos um país megadiverso com fronteiras enormes sob baixa vigilância”, destaca Juliana Ferreira,
diretora-executiva da Freeland Brasil, organização de combate ao comércio ilegal de animais sil-
vestres. “Também há problemas graves quanto à rastreabilidade entre espécies ilegais e criadas em
cativeiro, o que permite a ‘lavagem’ de animais traficados rumo aos mercados nacional e estrangei-
ro”, completou.
O tráfico ameaça a sobrevivência de inúmeras espécies globalmente. Só a América Latina e o Cari-

be abrigam quatro em cada dez espécies conhecidas no planeta, mas suas populações de animais
nativos caíram em média 94% desde os anos 1970, aponta o relatório Planeta Vivo 2020, da WWF.
Desmatamento, caça e outras pressões pesam nessa conta.
Crimes ambientais ameaçam igualmente a saúde pública. Em tempos de pandemia, preocupa o ba-
lanço publicado no relatório da USAID de que 40% dos confiscos aeroportuários regionais foram de
espécimes vivos que podiam transmitir doenças às pessoas. Investigações internacionais não des-
cartam que a covid-19 tenha origem em animais selvagens.
Justamente tentando reduzir o tráfico e as chances de novas pandemias, um relatório da Proteção
Mundial Animal lançado em maio listou inúmeras brechas legais e de fiscalização nos países do G20
(maiores economias globais) que pintam um amplo “quadro de permissividade à exploração da vida
silvestre”.
Embora o foco mundial permaneça na implantação da vacinação, a prevenção de vírus não pode ser
ignorada, pois estima-se que mais de 320 mil vírus de mamíferos estão na iminência de serem des-
cobertos. Não podemos mais ignorar os perigos do comércio de vida silvestre.
Moreira, B. F. O que há de novo nas novas famílias? Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br. Acesso em: 15 ago. 2009.
portuguesa sobre o tema: A violação à fauna brasileira por meio do tráfico de animais, apresentando
proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA 3
A VULNERABILIDADE DAS TRABALHADORAS DOMÉSTICAS NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
A história do emprego doméstico, no Brasil, está fortemente associada à tradição escravo-

crata. Alugar ou vender escravos para trabalhos domésticos era prática comum, e o pró-
prio termo “alugado” passou a designar o empregado doméstico. E mesmo após a abolição da
escravatura, em 1888, os trabalhadores que realizavam serviços domésticos, ainda eram com-
parados aos escravos. A discriminação relativa ao trabalho doméstico nasce, pois, de sua re-
presentação ligada à condição escrava e, consequentemente, à sua desvalorização social.
O que distingue a empregada doméstica do escravo, atualmente, é apenas o assalariamento, prin-

cipalmente no caso daquelas que moram no próprio local de trabalho. Estas se queixam da falta
de tempo para realizar suas atividades pessoais, inclusive estudar. Em nossa pesquisa, algumas
relataram ter retornado aos estudos apenas depois que os filhos da patroa cresceram, quando pas-
saram a dispor de mais tempo livre à noite. Assim, morar no local de trabalho revela uma situação
de maior sujeição e de violação dos direitos legais por parte dos empregadores, entre outros a
não-observância da carga horária de oito horas diárias de trabalho, com intervalos de descanso.
Segundo Borges e Peixoto (2011) o preconceito supõe a existência de um grupo excluído ou tra-
tado como minoria, o que implica em discriminação social. Não é a quantidade que define a con-
dição de minoria de um grupo, mas sua posição social, caracterizada por traços depreciados pe-
los grupos dominantes. Neste sentido, as empregadas domésticas constituem uma minoria social,
pois realizam trabalhos socialmente desvalorizados, cuja origem remete à época da escravidão.
A condição de subalternidade das empregadas domésticas está associada, além da condição étni-
ca, à posição de gênero, pois é uma atividade exercida majoritariamente pelas mulheres no espaço
privado. Além disso, o trabalho doméstico não é considerado uma atividade produtiva para a qual se
necessite uma formação técnica específica. A rotina do trabalho doméstico é marcada por um ciclo
interminável de fazer, desfazer e refazer, no interior das casas, e tomada como natural e própria das
mulheres, e tudo isso contribui para a invisibilidade tanto deste trabalho, quanto de suas trabalhadoras.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682017000100028. Acesso em

28/09/2021 (adaptado).
TEXTO II
O Brasil é um dos países que mais empregam trabalhadores domésticos. De acordo com o Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2018, 6,2 milhões de pessoas desempenhavam tarefas
domésticas sob remuneração. Esse ofício abrange atividades como as de diaristas, babás, jardinei-
ros, cuidadores e caseiros. Desse universo, 5,7 milhões, ou seja, 92%, são mulheres, das quais 3,9
milhões, negras.
O professor Cristiano Rodrigues, do Departamento de Ciência Política da Fafich, analisa as relações

entre as empregadas domésticas e os patrões. Ele problematiza o uso da aproximação afetiva para
se referir a elas. “Quando dizem que a empregada é ‘quase da família’, há um apagamento dessa dis-
tinção entre a atividade profissional e a afetivi- cuida de quem sempre esteve no lugar de cui-
dade social entre aquelas pessoas. Isso muitas dar? Hoje, existem diversas trabalhadoras em
vezes coopera para maior exploração desses casa e sem sua fonte de renda”
indivíduos, porque eles são tirados do lugar
*O relato acima é da rapper e historiadora Preta Rara,
de trabalhadores”, explica Rodrigues, que tam- que durante sete anos trabalhou também como empre-
bém critica a utilização de eufemismos para gada doméstica em casas de famílias de classe alta e
média-alta de Santos (SP), sua cidade natal.
referir-se à profissão: “Ao falar da empregada
doméstica como ‘secretária do lar’, ou ‘a moça
TEXTO IV
que trabalha lá em casa’, há um apagamento de
sua atividade profissional e até de seu próprio
nome, o que contribui ainda mais para a ex-
ploração de seus serviços”. As questões que
envolvem o estabelecimento e consolidação
do trabalho doméstico no Brasil estão relacio-
nadas a uma profunda desigualdade social. “É
uma atividade marcada pela continuidade de
uma exploração hierárquica que ocorre des-
de o período da escravidão. Só vamos ter uma
sociedade realmente igualitária quando essas
ocupações, que existem somente para garantir
o conforto da classe média, deixarem de exis-
tir, e esses trabalhadores forem integrados ao
mercado de trabalho de forma mais respeitosa
e justa”, defende o professor.
Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/

trabalho-domestico-no-brasil-e-heranca-do-perio-
do-escravocrata-diz-professor-da-ufmg. Acesso em
28/09/2021 (adaptado).
TEXTO III
“Somos 7 milhões de domésticas, e 78,8% são

mulheres pretas, sendo uma profissão quase
hereditária. Ainda existem patrões que acredi-
tam que essas profissionais são de proprieda-
de privada de suas famílias, não honrando seus
compromissos trabalhistas. Cerca de 60% das
domésticas não trabalham com carteira assina-
da, as relações de trabalho ainda não são hu-
manizadas e existem diversas domésticas vi-
vendo em situações análogas à escravidão. Em
época de pandemia do novo coronavírus, essas
trabalhadoras estão sendo dispensadas sem
Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/in-
salário. Pessoas que se dedicam exclusivamen- fomaterias/2020/05/equiparacao-de-direitos-faz-cinco-
te pra cuidar de uma família, abrindo mão de -anos-mas-covid-19-agrava-desrespeito-a-domesticas.
Acesso em 28/09/2021 .
estar com a sua própria. E eu pergunto: quem
TEXTO V
Há oito anos, os trabalhadores domésticos brasileiros conquistaram direitos trabalhistas, como Fun-
do de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com recolhimento de 8% do salário; jornada de trabalho
fixada em oito horas diárias e 44 horas semanais; pagamento de horas extras (acima de 50% do valor
do horário normal); recebimento de multa por demissão sem justa causa; e intervalo durante o expe-
diente. Os benefícios foram conquistados por meio da Emenda Constitucional n; 72/2013 ; que ficou
conhecida como PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Domésticas ; e regulamentados por
meio da Lei Complementar n;150/2015. Outras garantias, como salário mínimo, férias e 13º salário,
já eram obrigatórias e previstas no conjunto de leis trabalhistas, mesmo assim, foram incluídas nas
novas normas. A conclusão de especialistas é de que as alterações legislativas pouco modificaram a
realidade de quem presta serviços do tipo. Até porque a grande maioria das trabalhadoras do ramo
atua na informalidade e, portanto, não vê o efeito prático das mudanças. Para piorar, pesquisas reve-
lam que o número de empregadas com carteira assinada tem diminuído; enquanto o das que atuam
sem vínculo ou como diaristas tem aumentado. Muitas estavam na informalidade antes da PEC e, de-
pois, se não foram demitidas, continuaram sem carteira assinada. Algumas por falta de conhecimen-
to de seus direitos, outras, por medo de ficarem desempregadas, aceitam trabalhar na irregularidade
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/trabalho-e-formacao/2019/04/28/interna-

-trabalhoeformacao-2019,752049/apos-seis-anos-da-pec-das-domesticas-informalidade-so-cresce.shtml. Acesso em
28/09/2021 (adaptado)
portuguesa sobre o tema: A vulnerabilidade das trabalhadoras domésticas no Brasil, apresentando
PROPOSTA 4
A PERSISTÊNCIA DO ABUSO SEXUAL INFANTIL NA SOCIEDADE BRASILEIRA
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I No total, em cinco meses incompletos de 2021,

já foram registradas 6.091 denúncias, entre 1º
Uma em cada três crianças no Brasil é abusa-
de janeiro e 12 de maio. Esses números repre-
da sexualmente até os 18 anos de idade, sendo
sentam 17,5% de aproximadamente 35 mil casos
que a maioria dos abusadores são parentes pró-
que somam todos os tipos de violência contra
ximos, que convivem diariamente com o menino
crianças e adolescentes neste mesmo período.
ou a menina. O abuso sexual infantil é uma preo-
cupação um tanto quanto crescente, e que tem Os 35 mil casos representam 132,4 mil viola-
chamado a atenção de autoridades no Brasil e ções: maus-tratos, agressões físicas e também
no mundo. Por vezes, ele vem acompanhado de psicológicas, como ameaças, assédio moral e
mais problemas, como violência física, porno- alienação parental. São 25,7 mil denúncias de
grafia, pedofilia, bullying e tantas outras coisas agressões físicas e 25,6 mil psicológicas. Em
sombrias que não gostamos sequer de pensar. cerca de 20,8 mil os agressores suspeitos são
pais e mães. A maioria das vítimas são meninas
Infelizmente, a agressão contra crianças não
(66,4%), delas 5,3 mil têm entre 12 e 14 anos. As
conhece fronteiras. Na maioria dos casos, elas
vítimas de 2 a 4 anos são 5,1 mil e dessas 52%
são vítimas de violência nas mãos de pessoas
são meninas.
em quem confiam. Isso justifica o aumento de
ocorrências de abuso infantil durante o isola- As violências contra crianças e adolescentes
mento social imposto pela pandemia do covid representam 30% do total de denúncias recebi-
19, já que, nessas circunstâncias, os agressores das pelo Disque 100. “Mais do que nunca, pre-
permanecem dentro de casa em tempo integral cisamos levar esse debate para as escolas”, de-
com a criança. Dados do Ministério da Saúde fende a conselheira tutelar Tassiana Wilborn, de
mostram que, em 37% dos casos de abuso in- Novo Hamburgo, região metropolitana de Porto
fantil, o criminoso é da família – em 81,6% das Alegre. “Precisamos pensar de forma coletiva,
situações, são homens. com políticas públicas permanentes, que tratem
da saúde e educação para garantir de fato que
Disponível em: https://saude.abril.com.br/blog/pediatria-
-descomplicada/a-verdade-que-nao-te-contam-sobre- os direitos das crianças e adolescentes sejam
-o-abuso-sexual-infantil/. Acesso em: 05/10/2021 (adap- preservados”
tado)
A conselheira tutelar frisa que “a nossa rede é
TEXTO II
falha”. “Precisamos que os servidores dos ór-
Mais de 6 mil denúncias de abuso sexual gãos que compõem a rede de proteção sejam
contra crianças foram registradas de janeiro a capacitados. Com a covid-19, as questões so-
maio de 2021 ciais aumentaram muito e os recursos do gover-
O abuso sexual representa 17,5% de aproxima- no federal estão cada vez menores nesta área”.
damente 35 mil casos que somam todos os tipos Com o agravante que os estudantes não estão
de violência contra crianças e adolescentes nos nas escolas, que são os locais de onde se revela
primeiros meses deste ano no Brasil grande parte dos casos de violência doméstica.
A cada uma hora, o Brasil tem 2,2 casos de vio- Disponível em: https://www.extraclasse.org.br/ge-
ral/2021/05/mais-de-6-mil-denuncias-de-abuso-sexual-
lência sexual contra crianças e adolescentes. -contra-criancas-foram-registradas-de-janeiro-a-maio-
TEXTO III
Disponível em: https://brasil61.com/n/brasil-teve-14-mil-denuncias-de-abuso-sexual-infantil-em-2020-bras214905.

Acesso em 05/10/2021 .
TEXTO IV
O abuso sexual infantil é uma atividade na qual a criança é manipulada pelo agressor e, conse-
quentemente, se envolve em atividades sexuais, não havendo discernimento de sua parte sobre
o que está acontecendo, já que a criança não está preparada psicologicamente, nem fisicamente,
tornando-se incapaz de dizer não. As consequências do abuso sexual podem ser muito diversas:
desempenho do comportamento sexual, conhecimento atípico do sexo, sentimentos de exclusão,
isolamento, hostilidade, desconfiança, medo, baixa autoestima, sentimento de culpa, fracasso ou
dificuldades de aprendizagem, puberdade precoce, transtorno de estresse pós-traumático, dificul-
dades interpessoais com os pais e posteriormente com seus próprios filhos, ansiedade, estresse,
transtornos alimentares etc. A criança ou adolescente que sofre abuso sexual, pode vir a ter sua
personalidade transformada e seu psicológico totalmente destruído, vindo a chorar copiosamente,
ter desespero descontrolado, medo do escuro ou pesadelos constantes e ainda podendo vir a se
autodestruir consumindo drogas e cometendo crimes.[..]
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/lei/abuso-sexual-infantil. Acesso em 05/10/2021 (adaptado).
portuguesa sobre o tema: A persistência do abuso sexual infantil na sociedade brasileira, apresen-
tando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA 5
A PROBLEMÁTICA RELAÇÃO ENTRE CONSUMISMO E MEIO AMBIENTE NA
SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
Em nossa sociedade são admitidas três correntes que versam sobre as relações de consumo. A pri-
meira apresenta a perspectiva do consumo inserida na sociedade capitalista, tendo a predominância
da mercadoria e do lucro, figurando o consumidor como uma vítima do sistema; pela segunda corrente
a sociedade e o indivíduo escolhem racionalmente aquilo que querem consumir ou utilizar; a terceira
corrente apresenta um olhar múltiplo da sociedade de consumo, em que se acredita que as aquisições
de bens possuem a perspectiva de estabelecer e fortalecer as relações sociais dos indivíduos perante
a um grupo social, em que a identidade do consumidor está diretamente relacionada ao seu poder
aquisitivo e identidade coletiva. Então, pode-se afirmar que o consumo nada mais é que uma forma
de atender as necessidades humanas primárias e secundárias, internas e externas, ao adquirir e/ou
utilizar produtos e serviços, sejam naturais ou artificiais, levado em consideração pelos fornecedores
e consumidores (sujeitos das relações de consumo) à vontade, fazendo do consumo sinônimo de feli-
cidade, bem-estar, prestígio e até mesmo status; enquanto que o consumismo é a forma desenfreada
de consumir mesmo sem necessidade, causando impactos sobre o ambiente natural, consumindo os
recursos naturais disponíveis, colocando em risco a sustentabilidade das gerações futuras.
Disponível em: http://coral.ufsm.br/gpds/anais/wp-content/uploads/2014/12/15.-RELA%C3%87%C3%95ES-DE-CONSUMO-
-X-MEIO-AMBIENTE.pdf. Acesso em: 19/10/2021 (Adaptado)
TEXTO II
Em um mundo globalizado, dominado pelo capitalismo, o consumo está diretamente interligado ao

desenvolvimento da sociedade. Quanto mais se consome, maior o desenvolvimento e a estabilida-
de econômica de cada estado e região. O problema é que há uma relação estreita e forte entre o
consumismo e o meio ambiente. Isso porque para atender a demanda da produção e do consumo é
necessário retirar matérias primas da natureza, fabricar e transportar materiais, fazer grande uso de
energia elétrica e de água, entre outros. Tudo isso gera emissão de gases poluentes, degradação e
devastação ambiental, poluição geral e, consequentemente, a destruição de ecossistemas.
Essa relação entre consumo e sustentabilidade, no entanto, vai além da etapa de produção. Com a
grande quantidade de opções e a alta tecnologia, cada vez mais os produtos têm menor tempo de
vida útil e maior dificuldade de conserto, trata-se da obsolescência programada, o que gera um enor-
me número de resíduos eletrônicos. Atualmente, o desenvolvimento sustentável é a principal solução
contra a crise ambiental que o planeta enfrenta, já que é considerado o equilíbrio entre, sociedade,
natureza e economia.
Disponível em: https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/como-o-consumo-desenfreado-prejudica-o-meio-

-ambiente/. Acesso em: 19/10/2021.
TEXTO III
A sociedade de consumo é notavelmente calcada no crescimento do consumismo na sociedade para

manter a circulação de capitais e garantir a geração de lucro. Entende-se por sociedade do consumo
a era contemporânea do capitalismo em que o crescimento econômico e a geração de lucro e riqueza
encontram-se predominantemente pautados no crescimento da atividade comercial e, consequente-
mente, do consumo. Para manter esse desenvolvimento, incentiva-se o consumo de várias maneiras,
principalmente a fetichização das mercadorias e o crescimento dos meios publicitários.
De acordo com Livia Barbosa, em sua obra “Sociedade de consumo”, “todo e qualquer ato de consumo
é essencialmente cultural” e é por meio do consumo individual e local de cada homem que ocorrem
alterações nas “forças globais de produção, circulação, inovação tecnológica e relações políticas”. No
entanto, no mundo moderno o consumo se tornou o foco central da vida social.
Disponível em: https://periodicos.unipe.br/index.php/direitoedesenvolvimento/article/view/815/590. Acesso em: 19/10/2021

(adaptado)
TEXTO IV
Quando aumentamos o consumo também aumentamos a necessidade de extração de recursos natu-

rais e de beneficiamento desses produtos, e com isso geramos diversos impactos ambientais. Segun-
do reportagem da revista Galileu, são gastos aproximadamente 5 mil litros de água para confecção
de uma calça jeans, levando em consideração todo processo produtivo desde o plantio do algodão
que compõem o tecido, o beneficiamento na indústria e o deslocamento entre os setores produtivos.
Consumir de forma consciente além de reduzir a pressão na utilização dos recursos naturais, reduz
a produção do lixo, contribuindo para que nosso planeta seja mais saudável. De acordo com a WWF-
Brasil, no dia 22 de agosto de 2020, nós já havíamos extraído todos os recursos naturais que a Terra é
capaz de repor durante 1 ano, o que eles chamam de O Dia da Sobrecarga da Terra (Earth Overshoot
Day). Em oito meses utilizamos todos os recursos naturais disponíveis em nosso planeta.
A lógica consumista que estamos inseridos esgotam os recursos naturais, o que nos faz pensar na
necessidade de mudar o processo produtivo, a circulação e o consumo.
Uma possível solução é a proposta para dos 3Rs da sustentabilidade, ainda que eles não contemplem
as questões sociais, são pautados na premissa de Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Reduzir o consumo,
reutilizar os produtos ao invés de descartar e caso seja preciso jogar no lixo que seja encaminhado
para reciclagem, o último R precisa estar associado a uma política de governo.
Disponível em: https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/ensino_fundamental/geografia-os-impactos-do-consumo/.

Acesso em 19/10/2021 (Adaptado)
portuguesa sobre o tema: A problemática relação entre consumismo e meio ambiente na sociedade
contemporânea, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.
PROPOSTA 6
O TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO EM CONSONÂNCIA AO
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
Trabalho escravo perdura no mundo contemporâneo

Limitação ao direito de ir e vir, jornadas extenuantes, condições de trabalho degradantes e servidão por dívida
configuram a escravidão atual, destaca procurador do trabalho
As formas históricas de escravidão, com cerceamento à liberdade por meio de grilhões e feitores,
quase desapareceram no mundo contemporâneo. Mas, com outras ambientações, não menos vio-
lentas, condições análogas às do trabalho escravo subsistem e constituem um elo importante nas
cadeias produtivas da economia capitalista do século 21.
Quando falamos de trabalho escravo contemporâneo estamos nos referindo a situações que vilipen-
diam a dignidade e são o extremo oposto do trabalho digno ou decente. Seja em ambientes urbanos,
ligados ao setor têxtil, por exemplo, ou em ambientes rurais, ligados à agropecuária, as jornadas exte-
nuantes muitas vezes se associam a condições de trabalho absolutamente degradantes, em instala-
ções precárias, com altos riscos de incêndio ou desabamento, sem água potável, sem banheiros, sem
fornecimento de alimentação, sem proteção contra intempéries e assim por diante.
O modo de produção e o modelo de sociedade baseados na economia capitalista passaram por im-
portantes reestruturações após grandes crises, como a de 1929, a dos anos 1970 e a de 2008. Assim,
foram adotados, sucessivamente, o modelo fordista, com a produção em massa baseada na linha de
montagem; o modelo toyotista, com a produção sob demanda e a diversificação dos produtos ofe-
recidos pela empresa, baseadas na maior qualificação dos trabalhadores e na automação de várias
etapas do processo produtivo; e, agora, a chamada uberização do trabalho, com a prestação de ser-
viços sob demanda por trabalhadores autônomos, intermediada por grandes empresas detentoras
de aplicativos digitais. A escravidão sobreviveu e se reinventou a cada reestruturação do capitalismo.
As condições análogas às do trabalho escravo sempre estiveram presentes. Foram denunciadas e
combatidas, mas não eliminadas. Porque nenhuma dessas reestruturações do capitalismo trouxe uma
redução das desigualdades sociais. E a escravidão encontra terreno fértil exatamente nas desigual-
dades e em sua intensificação. Por isso, os trabalhadores migrantes, do próprio país ou estrangeiros,
são os mais vulneráveis às formas contemporâneas de escravidão.
Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/index.php/ju/noticias/2019/05/17/trabalho-escravo-perdura-no-mundo-

-contemporaneo. Acesso em 31/10/2021 (adaptado)
TEXTO II
De 1995 até 2020, mais de 55 mil trabalhadores foram libertados de situações análogas a de escra-
vidão em atividades nas zonas rural e urbana. No Brasil, 95% das pessoas submetidas ao trabalho
escravo são homens. Geralmente, as atividades para as quais esse tipo de mão de obra é utilizado
exigem força física, por isso os aliciadores buscam principalmente homens e jovens. Por outro lado,
mulheres também são recorrentemente expostas a essa prática criminosa. Apesar de representarem
somente 5% dos resgatados na média nacional, há contextos em que as mulheres compreendem
parcela significativa do total, como no setor têxtil em São Paulo, além de estarem sujeitas a subnoti-
ficação em atividades como o trabalho doméstico e sexual. Os dados oficiais do Programa Seguro-
-Desemprego registrados de 2003 a 2018 indicam que, entre os trabalhadores libertados, 70% são
analfabetos ou não concluíram nem o 5º ano do Ensino Fundamental. Os trabalhadores rurais liber-
tados são, em sua maioria, migrantes internos, que deixaram suas casas com destino à região de
expansão agrícola e se empregaram em atividades como a pecuária, a produção de carvão, o des-
matamento e o cultivo de cana-de-açúcar, soja, algodão e outras lavouras. Já no meio urbano, desde
de 2010 têm crescido o número de trabalhadores escravizados em setores como a confecção têxtil,
os quais são, em sua maioria, migrantes internacionais oriundos de países da América Latina, como
Bolívia, Paraguai e Peru. No geral, os trabalhadores submetidos ao trabalho escravo são migrantes,
brasileiros ou de outros países, que deixam seus locais de origem atraídos por falsas promessas de
trabalho e/ou migram forçadamente em razão de condições socioeconômicas precárias.
Disponível em: https://escravonempensar.org.br/o-trabalho-escravo-no-brasil/. Acesso em 31/10/2021 (adaptado)
TEXTO III
Disponível em: https://www.ufrgs.br/humanista/2021/05/13/lei-aurea-133-depois-brasil-ainda-convive-com-trabalho-ana-

logo-a-escravidao/. Acesso em 31/10/2021 (adaptado)
TEXTO IV
O Brasil retirou da escravidão contemporânea 1.015 trabalhadores desde o início deste ano em 102
estabelecimentos. Ao todo, foram 234 operações para verificar a existência desse tipo de crime. Com
isso, os números já ultrapassam o encontrado em todo o ano de 2020, com 936 libertados e 276
ações de fiscalização. Minas Gerais foi o Estado com o maior número de fiscalizações (54) até agora,
totalizando 420 trabalhadores resgatados. É seguido por São Paulo (135) e Goiás (102). Os dados são
da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
A Lei Áurea aboliu a escravidão formal, o que significou que o Estado brasileiro não mais reconhece
que alguém seja dono de outra pessoa. Persistiram, contudo, situações que transformam pessoas em
instrumentos descartáveis de trabalho, negando a elas sua liberdade e dignidade. Desde a década de
1940, o Código Penal Brasileiro prevê a punição a esse crime. A essas formas dá-se o nome de traba-
lho escravo contemporâneo, escravidão contemporânea, condições análogas às de escravo.
De acordo com o artigo 149 do Código Penal, quatro elementos podem definir escravidão contempo-
rânea por aqui: trabalho forçado (que envolve cerceamento do direito de ir e vir), servidão por dívida
(um cativeiro atrelado a dívidas, muitas vezes fraudulentas), condições degradantes (trabalho que
nega a dignidade humana, colocando em risco a saúde e a vida) ou jornada exaustiva (levar ao traba-
lhador ao completo esgotamento dado à intensidade da exploração, também colocando em risco sua
saúde e vida).
Trabalhadores têm sido encontrados em fazendas de gado, soja, algodão, café, frutas, erva-mate,
batatas, sisal, na derrubada de mata nativa, na produção de carvão para a siderurgia, na extração de
caulim e de minérios, na construção civil, em oficinas de costura, em bordeis. A pecuária bovina é a
principal atividade econômica flagrada com trabalho escravo desde 1995.
É consenso entre os pesquisadores e organizações que atuam nessa área que houve impacto da pan-
demia no aumento da vulnerabilidade da população em risco e, por conseguinte, no crescimento do
trabalho escravo. Entidades da sociedade civil que atuam no combate ao trabalho escravo contem-
porâneo reclamam do valor pago na nova etapa do auxílio emergencial (R$ 150, R$ 250 ou R$ 375 por
domicílio), o que não garante tranquilidade para grupos vulneráveis. O severo efeito socioeconômico
da pandemia de covid-19 provavelmente irá aumentar o flagelo da escravidão moderna, que já afetava
mais de 40 milhões de pessoas.
Disponível em>https://www.brasildefato.com.br/2021/10/07/leonardo-sakamoto-resgates-de-escravizados-ja-batem-os-
-de-2020-e-ganham-a-cara-da-pandemia < Acesso em 31/10/2021 (Adaptado)
portuguesa sobre o tema: O trabalho escravo contemporâneo em consonância ao desenvolvimen-
to econômico brasileiro, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
PROPOSTA 7
OS REFLEXOS DOS INFLUENCIADORES DIGITAIS, COMO FERRAMENTAS DE
MANIPULAÇÃO, NA SOCIEDADE BRASILEIRA
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
Pesquisa revela o poder dos influenciadores digitais para as marcas
O marketing tradicional, utilizado há décadas pelos produtos e serviços, precisou se readequar à

modernidade e rapidez com que as informações trafegam pela internet. Ferramenta esta que possibi-
litou o surgimento de diferentes estratégias e que deixará um legado para as gerações futuras.Entre
aplicativos de conexão social e de conversa, surgiram os influenciadores digitais. Pessoas que opinam
sobre um bem ou produto, falando diretamente com o consumidor em que fazem feedback ou review
prontamente aclamado e aceito pelos internautas.
O caimento de uma roupa, a textura de um creme, a qualidade de um eletrônico, tudo pode ser avalia-
do e a crítica ou elogio podem ser determinantes para as marcas.O marketing de influência se conso-
lidou como uma das estratégias mais eficientes para impactar os millennials e a geração Z.
Com números reveladores, mundialmente, os influencers foram os responsáveis por movimentar US$
4 bilhões no ano passado. No Brasil, eles já representam a segunda fonte mais relevante para a toma-
da de decisão de compra, segundo a pesquisa da Qualibest.
Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/dino/pesquisa-revela-o-poder-dos-influenciadores-digitais-para-as-mar-

cas,7942c98ea07663840f88d3bac1b559b3aavryfuu.html. Acesso em: 21907/2021 (adaptado).
TEXTO II
A PUBLICIDADE, O DESEJO E O CONSUMO
A propaganda tem como finalidade seduzir o consumidor, ela não vende só o produto, ela atua no imaginário
do comprador.
A publicidade exerce um papel tão importante como formadora de opinião que autores dizem que
a mesma atua em esferas antes específicas dos meios educacionais, jurídicos, religiosos, mudando
conceitos, regras, interferindo nos costumes e comportamentos outrora tidos como tradicionais. É
eficaz na sua tarefa, além de ser detentora de muita credibilidade face ao poderio conquistado pelo
império midiático.
O discurso publicitário se atém aos imaginários culturais, ao sistema de valores sociais, aos estereó-
tipos consagrados, àqueles já aludidos por Aristóteles que se constituem em um conjunto de crenças
socialmente aceitas que aflora com os anúncios persuadindo o sujeito interpretante a se tornar um
consumidor seduzido pelas estratégias argumentativas. A propaganda atua na esfera do imaginário.
É um elemento fundamental de persuasão e sedução. Como está lidando com o imaginário, ela vende
não só o produto, mas aquilo que ele significa ou representa levando em conta o momento social, his-
tórico e as vivências do sujeito. A propaganda se serve de valores que reforçam a ascensão social, o
desejo, o prazer, o poder, a sexualidade.
Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/atualidades/publicidade-desejo-consumo%20.htm.

Acesso em: 20/07/2020 (adaptado).
TEXTO III TEXTO IV
Responsabilidade digital: o papel dos influen-

ciadores na pandemia
A responsabilidade e poder dos influenciado-

res digitais é mais um item que figura na lista
de temas urgentes escancarados no ano da
pandemia. Em 2020, eles estiveram no centro
de diversas polêmicas. Enquanto muitos pro-
moviam festas enormes e sem nenhuma medida
de segurança contra a Covid-19, outros enga-
javam-se no debate político e faziam até lives
de conscientização durante o período eleitoral.
Essa influência não é novidade. O que já era la-
tente antes, toma cada vez mais forma em uma
sociedade mergulhada na crise sanitária, políti-
ca, econômica e sobretudo humanitária.
Disponível em>https://www.cnnbrasil.com.br/entreteni-
mento/2021/01/06/responsabilidade-digital-o-papel-dos-
-influenciadores-na-pandemia< Acesso em 19/07/2021
Disponível em: https://acontecendoaqui.com.br/marke-

ting/voce-ja-foi-influenciado-para-comprar-algo. Acesso
em: 19/07/2021
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO em modalidade escrita formal da língua por-
tuguesa sobre o tema: Os reflexos dos influenciadores digitais, como ferramentas de manipulação,
na sociedade brasileira, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
ponto de vista.
PROPOSTA 8
CAMINHOS PARA COMBATER A INVISIBILIDADE DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I oficiais, as principais medidas de assistência

Constituição Federal adotadas pelas prefeituras, nas capitais do Nor-
Dos Direitos e Garantias Fundamentais - deste e Sudeste. Entre as 13 capitais dessas
Capítulo II - Dos Direitos Sociais regiões, as ações mais reportadas são: abriga-
mento (12), higiene (9) e alimentação (8). Ape-
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saú-
sar das ações emergenciais que as prefeituras
de, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer,
vêm realizando, o estudo alerta para o aumento
a segurança, a previdência social, a proteção à
do contingente em situação de rua durante a
maternidade e à infância, a assistência aos de-
pandemia por conta da desocupação crescen-
samparados, na forma desta Constituição.
te e mais intensa devido ao desaquecimento da
Disponível em: http://www.senado.leg.br/atividade/const/ economia no curto e médio prazo. Com o avan-
con1988/con1988_04.02.2010/art_6_.asp. Acesso em ço da pandemia, essas pessoas enfrentam mais
10/08/2021. dificuldades de acesso à higiene, além de água
TEXTO II e alimentação. E, mesmo que quisessem deixar
as ruas, não existiria abrigo para todos.
A população em situação de rua cresceu 140%
Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/index.
desde 2012, chegando a quase 222 mil brasilei-
php?option=com_content&view=article&id=35811. Acesso
ros em março de 2020, e tende a aumentar com em 10/08/2021 (adaptado).
a crise econômica acentuada pela pandemia da
Covid-19. Entre as pessoas sem moradia es- TEXTO III
tão desempregados e trabalhadores informais, A sociedade contemporânea convive com di-
como guardadores de carros e vendedores am- ferentes questões sociais aprofundadas pelo
bulantes. Além de atualizar dados sobre esse processo de globalização e precarização das
grupo social, duas pesquisas recém-concluídas relações de trabalho. A situação de rua é uma
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada questão que vem sendo discutida por diferentes
(Ipea) alertam: a propagação do novo corona- políticas públicas, tendo em vista a complexi-
vírus aumenta a vulnerabilidade de quem vive dade e a necessidade de intervenção dos di-
na rua e exige atuação mais intensa do poder versos campos, como saúde, assistência social,
público. habitação, educação, dentre outros. As pessoas
O estudo “Estimativa da População em Situação em situação de rua convivem constantemente
de Rua no Brasil” utilizou dados de 2019 do cen- com a não garantia e acesso aos direitos sociais
so anual do Sistema Único de Assistência Social conquistados pela constituição federal de 1988,
(Censo Suas).A análise constatou que a maioria constituindo-se assim como sujeitos à margem
dos moradores de rua (81,5%) está em municí- de uma sociedade que exclui e estigmatiza. De
pios com mais de 100 mil habitantes, principal- acordo com a Política Nacional de Inclusão so-
mente das regiões Sudeste (56,2%), Nordeste cial da população em situação de rua é possível
(17,2%) e Sul (15,1%). No estudo “População em considerar que este grupo, mesmo na sua he-
Situação de Rua em Tempos de Pandemia: Um terogeneidade, apresenta algumas característi-
Levantamento de Medidas Municipais Emer- cas em comum, sendo definido como um grupo
genciais”, o Ipea mapeou, por meio dos sites populacional heterogêneo que apresenta em
comum a pobreza, o rompimento de vínculos familiares, vivência de um processo de desfiliação social
pela ausência de trabalho assalariado e das proteções advindas deste vínculo, sem moradia conven-
cional regular e tendo a rua como o espaço social, de moradia e sustento. Este processo de exclusão
social se intensifica a partir das experiências de fragilização, precarização e diversas rupturas da vida
social. Leva os indivíduos muitas vezes à condições de alguém “sem lugar no mundo”, desvinculado ou
ainda com vínculos muito frágeis que não lhe permitem se ver ou mesmo, ser visto como uma unidade
social de pertencimento.
Disponível em: https://seminarioservicosocial2017.ufsc.br/files/2017/05/Eixo_3_188.pdf. Acesso em: 10/08/2021 (adaptado).
TEXTO IV
Disponível em>https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/especial-cidadania-populacao-em-si-
tuacao-de-rua< Acesso em 10/08/2021.
portuguesa sobre o tema: Caminhos para combater a invisibilidade de pessoas em situação de rua,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e rela-
cione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA 9
OS IMPACTOS DA MÁ GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
Lixão é a forma inadequada de disposição final dos resíduos sólidos urbanos. Esse depósito a céu
aberto se caracteriza pela simples descarga do lixo sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio
ambiente ou à saúde pública. É a disposição dos resíduos de um município a céu aberto.Nesse tipo
de disposição não existe nenhum controle sobre os tipos de resíduos depositados e sobre o local
onde estão sendo depositados os resíduos, podendo ser dispostos: resíduos domiciliares, comerciais,
industriais e hospitalares, que são altamente poluidores e deveriam ser dispostos de forma ambien-
talmente correta.
Outros problemas associados a esse tipo de disposição são: presença de animais (urubus, carcarás,
porcos, cachorros), presença de catadores e crianças em situações de riscos de contaminação. Como
não há a impermeabilização da matéria orgânica, o chorume, líquido gerado pela decomposição da
matéria orgânica, não é coletado, podendo penetrar na terra e contaminar o solo e lençol freático.
Além disso, há riscos de incêndios causados pelos gases gerados pela decomposição dos resíduos e
de escorregamentos das pilhas de resíduos mal dispostas, sem critérios técnicos.
Cerca de 800 mil catadores trabalham em lixões, deste total 45 mil são crianças. Segundo o Ministé-
rio da Agricultura, os resíduos orgânicos representam 69% do total do lixo descartado em todo país.
São 14 milhões de toneladas de sobras de alimentos. Ainda o SUS gasta anualmente cerca de 1 bilhão
de reais no tratamento de doenças causadas pelo descarte inadequado dos resíduos sólidos. Este
dinheiro poderia estar sendo utilizado em melhorias na saúde ou até mesmo na melhoria dessa con-
dição dos resíduos sólidos urbanos.
O descarte inadequado de lixo é proibido no Brasil desde 1954, pela Lei 2.312 de 3 de setembro, pelo
Código Nacional da Saúde. Essa proibição foi reforçada em 1981 pela Política Nacional de Meio Am-
biente, e recentemente, 2010, pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos.
Disponível em: https://www.vgresiduos.com.br/blog/o-que-a-legislacao-diz-sobre-a-gestao-dos-residuos-solidos-urba-

nos/. Acesso em: 17/08/2021 (adaptado).
TEXTO II
Segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos 2018/2019, da Associação Brasileira de Empresas
de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), cada brasileiro gera 380 quilos de lixo por ano.
Desse volume, quase 30 milhões de toneladas não têm gestão adequada, indo parar nos lixões, sem
nenhum tipo de aproveitamento do material coletado. A coleta seletiva está distante de ser univer-
salizada, e os índices de reciclagem são incipientes. A região mais populosa do Brasil é a que produz
mais resíduos e a que mais coleta: 98,1% dos resíduos urbanos produzidos foram coletados. Do vo-
lume coletado no estado de SP, 72,7% vai para aterro sanitário, 17,2% para aterro controlado e 10,0%
para lixão. A Região Sudeste tem o melhor desempenho do país. Mesmo assim, dos 1.668 municípios
do estado, 172 ainda não têm iniciativas de coleta seletiva.
Disponível em: https://www.puc-campinas.edu.br/gestao-de-residuos-e-um-dos-grandes-desafios-das-metropoles/.

Acesso em 17/08/2021 (adaptado)
TEXTO III
Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos – nº 12.365 de 02/08/2010
A lei 12.605 foi sancionada em 02 de agosto de 2010 e estabelece instrumentos e diretrizes para os
setores públicos e as empresas lidarem com os resíduos gerados.
Dentre os objetivos da PNRS destacam-se:

1. a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
2. estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;
3. adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar im-
pactos ambientais;
4. incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insu-
mos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
5. regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços públi-
cos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;
6. estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.

nos/. Acesso em 17/08/2021 (adaptado).
TEXTO IV
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2020/12/fogo-e-desmatamento-marcas-

-do-cenario-ambiental-brasileiro-em-2020.html. Acesso em: 23 jul. 2021.
portuguesa sobre o tema: Os impactos da má gestão de resíduos sólidos no Brasil, apresentando
PROPOSTA 10
A PERSISTÊNCIA DO RACISMO ESTRUTURAL NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I mas constantemente minorizados socialmente.
Na sociedade brasileira as diferenças sociais O primeiro ponto que indica um problema estru-
entre brancos e negros são nítidas no cotidiano. tural é a maior presença de negros nas classes
Além do aspecto econômico, no qual pessoas sociais mais baixas
pretas e pardas (a combinação desses grupos
forma a classificação negra, segundo o IBGE)
são maioria entre as que possuem rendimen-
tos mais baixos, a persistência de situações de
maior vulnerabilidade, indicada por evidências
nos campos da educação, saúde, moradia, en-
tre outros, mostram evidente desequilíbrio na
garantia de direitos em prejuízo para a popula-
ção negra. É possível também observar a sub-
-representação entre líderes de equipes nas
empresas, juízes e políticos. Tal indicador faz com que a população negra uti-
lize mais os serviços públicos de saúde e edu-
Última nação do ocidente a abolir a escravatura,
cação, tendo maior dificuldade de inserção no
o Brasil, entre o fim do século XIX e início do
mercado de trabalho, especialmente nos cargos
XX, não criou nenhuma condição para a inser-
de liderança. Quando inseridos, o preconceito
ção digna da população negra na sociedade. Ao
continua, uma vez que 52% dos trabalhadores
contrário, diversas obras, políticas e instituições
negros já sofreram alguma discriminação. Além
disseminaram a ideia de um país mestiço, no
disso, 54% acreditam que brasileiros não reagi-
qual o convívio é harmonioso entre as diferen-
riam bem diante de um chefe negro.
tes raças. Dessa maneira, o racismo estrutural
foi sendo construído como processo histórico, Por esses e outros motivos, o Brasil é reconhe-
que, segundo Pires e Silva, hoje funciona como: cido pela população como um país racista, mas
“uma espécie de sistema de convergência de poucos assumem suas atitudes de preconceito
interesses, fazendo com que o racismo impli- racial -- e outros ainda demonstram não com-
que, de um lado, a subalternização e destitui- preender de fato a dimensão do problema. Por
ção material e simbólica dos bens sociais que meio da pesquisa se confirma ainda que o pre-
geram respeito e estima social aos negros - ci- conceito racial é frequente no varejo e demais
clo de desvantagens – e, de outro, coloque os ambientes públicos, uma vez que 61% dos brasi-
brancos imersos em um sistema de privilégios leiros presenciaram uma pessoa negra (preta ou
assumido como natural, como norma.” parda) sendo humilhada ou discriminada devido
Disponível em: https://observatoriodeeducacaoinstitutou-
à sua raça/cor em lojas, shoppings, restauran-
nibanco.org.br/em-debate/desigualdade-racial-na-edu- tes ou supermercados. O percentual aumenta
cacao/. Acesso em 31/08/2021 (adaptado). para 71% quando pretas. Além disso, 69% pes-
soas negras já foram seguidas por seguranças
TEXTO II
em lojas. Entre as pessoas pretas, o percentual
No Brasil, 84% percebe racismo, mas apenas atinge 76%. Além isso, 89% dos brasileiros re-
4% se considera preconceituoso conhecem que as pessoas negras sofrem mais
violência física do que as brancas.
Uma pesquisa do Instituto Locomotiva reforça a
Disponível em: https://exame.com/negocios/no-brasil-
dificuldade de superar o racismo estrutural uma -84-percebe-racsmo-mas-apenas-4-se-considera-pre-
vez que pretos e pardos são 56% da população, conceituoso/. Acesso em: 31/08/2021 (adaptado).
TEXTO III econômica e política pertinentes à História do
Brasil.
De acordo com o antropólogo, professor da Uni-
versidade de São Paulo (USP), Kabengele Mu- Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/2003/l10.639.htm. Acesso em 31/08/2021
nanga, é na educação principalmente que se
constroem as imagens estereotipadas e discri-
minatórias do sujeito e da população negra, de TEXTO V
modo que apenas a prática educativa tem o po-
der de desconstruí-las: “Só a própria educação
é capaz de desconstruir os monstros que criou
e construir novos indivíduos que valorizem e
convivam com as diferenças.” Conforme apon-
tou o antropólogo, parte da mudança está na
desconstrução do mito da superioridade branca
e da inferioridade negra e ameríndia que atra-
vessa todos os campos da educação, informa-
ção e imagem, reproduzidas cotidianamente e
interiorizadas por toda a sociedade. A educação
antirracista é um conjunto de ações que não se
limitam a resolver os conflitos cotidianos motiva-
dos por questões raciais. Assim, construir essa
educação implica necessariamente a revisão do
currículo, garantindo sua pluriversalidade, bem
como a composição de um corpo docente et-
nicamente diverso e formado em competências
curriculares que abranjam a cultura e a história
de povos africanos e ameríndios.
Disponível em: https://observatoriodeeducacao.institu-

tounibanco.org.br/em-debate/desigualdade-racial-na-e-
ducacao/. Acesso em: 31/08/2021 (adaptado).
TEXTO IV
LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.
“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino

fundamental e médio, oficiais e particulares,
torna-se obrigatório o ensino sobre História e
Cultura Afro-Brasileira.
§ 1º O conteúdo programático a que se refere

o caput deste artigo incluirá o estudo da Histó-
ria da África e dos Africanos, a luta dos negros
no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na
formação da sociedade nacional, resgatando
a contribuição do povo negro nas áreas social,
portuguesa sobre o tema: A persistência do racismo estrutural no Brasil, apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA 11
AS ADVERSIDADES DO SISTEMA DE ADOÇÃO NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
A queda expressiva no número de adoções concluídas ao longo do último ano retrata os desafios
enfrentados neste cenário durante a pandemia. De acordo com dados do Conselho Nacional de Jus-
tiça – CNJ, no primeiro trimestre de 2019 foram realizadas 673 adoções no país. No mesmo período
de 2020, o número foi de 683. Já em 2021, caiu para 289. Ainda que o número de pessoas que pre-
tendem adotar permaneça estável, as restrições impostas pela pandemia aumentaram o tempo que o
processo leva para se concretizar.
A presidente da Comissão de Adoção do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, Silvana do

Monte Moreira, destaca que a queda nas adoções tem correlação estreita com a redução do acolhi-
mento, tendo em vista que os acolhimentos diminuíram cerca de 50% em comparação a 2020/2019,
conforme se verifica no censo realizado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro – MPRJ.A
presidente da Comissão de Adoção do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, Silvana do
Monte Moreira, destaca que a queda nas adoções tem correlação estreita com a redução do acolhi-
mento, tendo em vista que os acolhimentos diminuíram cerca de 50% em comparação a 2020/2019,
conforme se verifica no censo realizado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro – MPRJ.
Disponível em>https://ibdfam.org.br/noticias/8474/M%C3%AAs+da+ado%C3%A7%C3%A3o%3A+Especialista+aponta+de-
safios+e+avan%C3%A7os+no+%C3%BAltimo+ano< m Acesso em 07/09/2021 (adaptado).
TEXTO II
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, não faltam candidatos interessados em adotar
uma criança no Brasil. Segundo informações do CNA – Cadastro Nacional de Adotantes, o número de
pessoas cadastradas para adotar uma criança é bem maior do que o número de crianças e adoles-
centes a serem adotados.
O maior empecilho à efetivação da adoção no Brasil é o perfil exigido pelos interessados em adotar.
A verdade é que a maioria dos pretendentes/adotantes buscam por crianças com características bem
semelhantes. A maior procura é por crianças: recém-nascidas ou com até 04 anos de idade, de cor
branca, sexo feminino, sem irmãos e sem nenhuma patologia ou deficiência. Observa-se assim, que
o perfil mais desejado entre as famílias pretendentes não é compatível com aquele disponível nas
instituições de acolhimento. Nas casas de acolhimento infantil os adolescentes, de cor negra, sexo
masculino, com irmãos, patologias e deficiência, representam a maior parte dos adotandos.
Convém ainda mencionar que existe um número significativo de crianças em abrigos que ainda não
estão disponíveis para adoção, pois a preferência é dada para a família biológica. Apenas no caso de
impossibilidade de reinserção da criança em seu núcleo familiar biológico, é que se busca seu direcio-
namento para uma família extensa. A disponibilidade de uma criança para a adoção é o último recurso.
Disponível em: https://serenoadvogados.adv.br/as-dificuldades-para-adocao-no-brasil/.

Acesso em 07/09/2021 (adaptado).
TEXTO III

nos/. Acesso em 17/08/2021 (adaptado).
TEXTO IV
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa hu-
mana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convi-
vência familiar e comunitária.
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de
políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em
condições dignas de existência.

portuguesa sobre o tema: As adversidades do sistema de adoção no Brasil, apresentando proposta
de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente
e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA 12
O ANALFABETISMO FUNCIONAL E SEUS IMPACTOS NA FORMAÇÃO DO
CIDADÃO BRASILEIRO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I analfabetismo, 3,3% entre os que têm 15 anos

ou mais. Na Região Centro-Oeste a taxa é 4,9%
A taxa de analfabetismo no Brasil passou de
e na Região Norte, 7,6%. O Nordeste tem o maior
6,8%, em 2018, para 6,6%, em 2019, uma queda
percentual de analfabetos, 13,9%.
de 200 mil pessoas, segundo Pesquisa Nacio-
nal por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Disponível em>https://republicanos10.org.br/nacional/
combate-ao-analfabetismo-republicanos-propoe-medi-
Educação. Apesar da redução, o combate ao das/.Acesso em 21/09/2021 (adaptado).
analfabetismo deve ser fortalecido, pois o Brasil
TEXTO II
ainda tem 11 milhões de analfabetos, aponta a
Pnad. São pessoas de 15 anos ou mais que, pe- São chamados de analfabetos funcionais os
los critérios do Instituto Brasileiro de Geografia indivíduos que, embora saibam reconhecer
e Estatística (IBGE), não são capazes de ler e letras e números, são incapazes de com-
escrever nem ao menos um bilhete simples.Os preender textos simples, bem como reali-
dados mostram, ainda, que 18% daqueles com zar operações matemáticas mais elaboradas.
60 anos ou mais são analfabetos. No Brasil, conforme pesquisa feita pelo Instituto
Pró-Livro, 50% dos entrevistados declararam
“É necessário ter políticas públicas em relação
não ler livros por não conseguirem compreen-
ao analfabetismo, porque se não tivermos aten-
der seu conteúdo, embora sejam tecnicamente
ção para as necessidades do estudante e sua
alfabetizados.
família e ainda, nas escolas um olhar focado em
relação ao professor alfabetizador, a formação Outra pesquisa, realizada pelo Instituto Pau-
continuada, condições de trabalho, a conscien- lo Montenegro e pela Ação Educativa, revelou
tização das famílias para que esse aluno possa dados da oitava edição do Indicador de Analfa-
aprender, os prejuízos serão imensuráveis nos betismo Funcional, o Inaf, cujos resultados são
anos seguintes na educação fundamental, no alarmantes. De acordo com o Inaf, a alfabeti-
ensino médio e até mesmo na educação supe- zação pode ser classificada em quatro níveis:
rior, em que vamos formar o que chamamos de analfabetos, alfabetizados em nível rudimentar
analfabetos funcionais”, disse Maria Rosas, de- (ambos considerados analfabetos funcionais),
putada federal, professora e titular da Comissão alfabetizados em nível básico e alfabetizados
de Educação da Câmara. em nível pleno (esses dois últimos considerados
indivíduos alfabetizados funcionalmente). Con-
Além das diferenças entre as idades, o levan-
forme a pesquisa, que aplica um teste avaliando
tamento mostra que existem desigualdades ra-
as habilidades de leitura, escrita e Matemática,
ciais e regionais na alfabetização no Brasil. Em
o domínio pleno da leitura vem sofrendo queda
relação aos brancos, a taxa de analfabetismo
entre todos os entrevistados, tendo eles con-
é 3,6% entre aqueles com 15 anos ou mais. No
cluído o Ensino Fundamental ou o Ensino Supe-
que se refere à população preta e parda, segun-
rior.
do os critérios do IBGE, essa taxa é 8,9%. A di-
ferença aumenta entre aqueles com 60 anos ou Os dados mostram que o problema do anal-
mais. Enquanto 9,5% dos brancos não sabem ler fabetismo funcional deve ser levado a sério,
ou escrever, entre os pretos e pardos, esse per- pois a dificuldade de compreensão dos gêne-
centual é cerca de três vezes maior: 27,1%. As ros textuais, mesmos os mais simples e mais
regiões Sul e Sudeste têm as menores taxa de acessados no cotidiano, prejudica o desen-
volvimento intelectual, pessoal e profissional do A falta de repertório dos analfabetos funcionais,
indivíduo. contudo, faz com que o acesso a essas platafor-
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/
mas seja mais limitado. “Essas pessoas não vão
analfabetismo-funcional.htm. Acesso em 21/09/2021. tirar proveito das redes sociais para conseguir
informações, garantir direitos, porque não con-
TEXTO III seguem discernir conteúdos. Teriam a mesma
Como o analfabetismo funcional influencia a limitação com um jornal escrito, por exemplo; a
relação com as redes sociais no Brasil diferença é que este elas não vão acessar”, afir-
ma a pesquisadora Ana Lima, responsável pela
Três entre cada dez brasileiros têm limitação elaboração do indicador.
para ler, interpretar textos, identificar ironia e
fazer operações matemáticas em situações da “Quem tem mais domínio do alfabetismo usa
vida cotidiana - e, por isso, são considerados mais o Facebook, mas o que chama a atenção é
analfabetos funcionais. a diferença pequena (de utilização entre analfa-
betos e não), principalmente se você pensar na
Eles hoje representam praticamente 30% da po- limitação de um analfabeto funcional. O Face-
pulação entre 15 e 64 anos, mas o grupo já foi book está cheio de textos, imagens, exige es-
bem maior: em 2001, chegou a 39%, de acordo crita, por isso revela uma potência desses su-
o Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf). O portes digitais como estimulador do avanço do
grupo de analfabetos funcionais reúne os anal- alfabetismo”, ela afirma. Já no WhatsApp quase
fabetos absolutos, que assinam o nome com não há diferença de uso entre os grupos dividi-
dificuldade, mas conseguem eventualmente ver dos por nível de alfabetização. Enquanto 92%
preços de produtos, conferir troco, ligar para um dos analfabetos funcionais enviam mensagens
número de telefone e identificar um ônibus pelo escritas, o índice é de 99% entre os alfabetiza-
nome; e os rudimentares, que só leem o sufi- dos; 84% dos analfabetos funcionais compar-
ciente para localizar informações explícitas em tilham textos que outros usuários enviaram, já
um texto curto, sabem somar dezenas, mas não 82% dos alfabetizados fazem isso.
conseguem identificar qual operação matemáti-
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/bra-
ca é necessária para resolver um problema, por
sil-46177957. Acesso em 21/09/2021
exemplo.
TEXTO IV
De acordo com a pesquisa, entretanto, mesmo
com suas dificuldades, os analfabetos funcio-
nais são usuários frequentes das redes sociais.
Entre eles, 86% usam WhatsApp, 72% são adep-
tos do Facebook e 31% têm conta no Instagram.
Assim, quando se comparar o índice de uso en-
tre os dois grupos - alfabetizados e não-alfa-
betizados - a diferença não é tão grande. Entre
os considerados proficientes, por exemplo, 89%
usam o Facebook.
portuguesa sobre o tema: O analfabetismo funcional e seus impactos na formação do cidadão bra-
sileiro, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA 13
A IMPORTÂNCIA DA CIÊNCIA NA FORMAÇÃO CIDADÃ DO BRASILEIRO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
A cidadania pode caracterizar-se como um conjun-
Na década de 70, a crise econômica mundial e os to de direitos civis, políticos e sociais garantidos
problemas relacionados com o desenvolvimento em lei e efetivados ou não na prática. Uma forma-
tecnológico fizeram surgir no ensino de Ciências ção cidadã seria aquela que leva em consideração
um movimento pedagógico que ficou conhecido as diversas dimensões que envolvem o próprio
como “ciência, tecnologia e sociedade” (CTS). Essa conceito de cidadania, ou seja, o indivíduo neces-
tendência no ensino é importante até os dias de sita entender o que são direitos civis, políticos e
hoje, pois leva em conta a estreita relação da ciên- sociais e ter todos eles contemplados.
cia com a tecnologia e a sociedade, aspectos que
Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/
não podem ser excluídos de um ensino que visa pdf2015/17969_9007.pdf. Acesso em: 12/10/2021
formar cidadãos. Nos anos 80 a atenção passou
a ser dada ao processo de construção do conhe- TEXTO III
cimento científico pelo aluno. Inúmeras pesqui-
Dados da National Science Foundation (NSF), dos
sas foram realizadas nesse campo e o modelo de
Estados Unidos, mostram o avanço da ciência no
aprendizagem por mudanças conceituais, núcleo
Brasil. Em uma década, o Brasil teve um salto de
de diferentes correntes construtivistas, é hoje bem
69,4% no número de artigos científicos publicados.
aceito pela maioria dos pesquisadores.
Em 2008, eram 35.490 publicações. Os dados mais
As propostas mais adequadas para um ensino de recentes, de 2018, apontam 60.148 artigos publi-
Ciências coerente com tal direcionamento devem cados. De acordo com a NSF, o Brasil é o 11º no
favorecer uma aprendizagem comprometida com ranking de publicações científicas, à frente do Ca-
as dimensões sociais, políticas e econômicas que nadá, Espanha, Austrália e Irã. No entanto, em 2020
permeiam as relações entre ciência, tecnologia e os recursos da Coordenação de Aperfeiçoamento
sociedade. Trata-se, assim, de orientar o ensino de de Pessoal de Nível Superior (Capes) sofreram re-
Ciências para uma reflexão mais crítica acerca dos dução de 30% e a taxa de fomento a pesquisas do
processos de produção do conhecimento cientí- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
fico-tecnológico e de suas implicações na socie- e Tecnológico (CNPq) – usada para compra de in-
dade e na qualidade de vida de cada cidadão. É sumos e equipamentos – teve corte de 80%, afirma
preciso preparar os cidadãos para que sejam capa- Fernanda Sobral, vice-presidente da SBPC.
zes de participar, de alguma maneira, das decisões
Um levantamento da entidade aponta que, até ou-
que se tomam nesse campo, já que, em geral, são
tubro de 2019, o Brasil perdeu 17.892 bolsas de
disposições que, mais cedo ou mais tarde, termi-
estudos devido ao contingenciamento de recursos
nam por afetar a vida de todos. Essa participação
na área. Em comparação com outros países, o Bra-
deverá ter como base o conhecimento científico
sil investe cerca de 1% em pesquisa e desenvolvi-
adquirido na escola e a análise pertinente das in-
mento, metade do percentual médio dos países da
formações recebidas sobre os avanços da ciência
Organização para Cooperação e Desenvolvimento
e da tecnologia.
Econômico (OCDE).
Disponível em: http://www.hottopos.com/mirand17/prsan-
Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/
tos.htm. Acesso em 12/10/2021 (adaptado). direito-penal/exploracao-sexual-e-o-trafico-internacio-
nal-de-criancas-e-mulheres-para-fins-lucrativos/.
TEXTO II Acesso em: 30 Jul 2021.
TEXTO IV
A alfabetização científica representa um conjunto de conhecimentos científicos e tecnológicos que fa-

cilitariam aos homens e mulheres fazer uma leitura do mundo onde vivem, para assim compreendê-lo
e transformá-lo. Nesse aspecto, alfabetizar o cidadão em ciências e tecnologias é uma necessidade do
mundo contemporâneo, sendo assim, ensino de ciências, por meio das dimensões ciência, tecnologia e
sociedade, pode contribuir para o desenvolvimento da cidadania.
Os avanços científicos e tecnológicos, a reestruturação produtiva, as mudanças no processo de trabalho

e a intensificação dos meios de comunicação são alguns exemplos de transformações que vêm ocorrendo
na sociedade. Essas transformações ocorrem de maneira inédita, a uma velocidade sem precedentes na
história, e em direção a um futuro de contornos inimagináveis. A ciência e a tecnologia estão presentes
em nosso cotidiano, em nossa cultura, em nosso consciente e em nosso inconsciente, assim, contribuem
para uma grande transformação na maneira como vivemos, trabalhamos e pensamos. Nesta perspectiva
de ideias, devemos reconhecer o papel estratégico e crucial de um conhecimento de base em ciências e
tecnologias na formação do cidadão da sociedade emergente.
Disponível em>http://www.univates.br/revistas/index.php/signos/article/viewFile/1375/1234 < Acesso em 12/10/2021

(adaptado).
portuguesa sobre o tema: A importância da ciência na formação cidadã do brasileiro, apresentando
PROPOSTA 14
A PROBLEMÁTICA FALTA DE CIDADANIA NO TRÂNSITO BRASILEIRO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I ção das Nações Unidas (ONU) de reduzir em 50% o

número de mortes no trânsito.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) considera o
trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos Enquanto isso não acontece, a insegurança viária
e animais, para fins de circulação, parada, estacio- continua esvaziando os cofres públicos. Dados do
namento e operação de carga ou descarga. Com- Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que, em
preendemos, no entanto, que além da definição 2020, quando o país estava mobilizado financeira-
jurídica o trânsito se constitui como um ambiente mente para combater a pandemia e evitar mortes,
social, em constante movimento onde milhares de gastamos R$ 311.936.574 no atendimento a vítimas
relações ocorrem a cada minuto, onde se nego- de acidentes.
ciam e disputam espaços cada vez menores para
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF),
a circulação, principalmente, nas grandes cidades.
entre 2009 e 2019, foram relatados 1.507.645 de
A cada dia, milhares de novos carros entram em
acidentes e 79.085 mortes nas estradas federais.
circulação no Brasil.
O pior é que a maior parte poderia ser evitada se
Este ambiente social é regulado não só pela legis- os motoristas dirigissem com mais atenção, res-
lação de trânsito, mas também por lutas implícitas peitando os limites de velocidade das vias e não
entre aqueles que consideram existir uma hierar- combinando álcool e direção. Um estudo feito por
quia social que deveria ser respeitada no trânsito entidade médica com base em dados da PRF mos-
e aqueles que consideram este um espaço demo- tra que a falta de atenção provocou 38,5% dos aci-
crático. É regulado, também, pelo uso do jeitinho dentes em rodovias federais. A velocidade incom-
brasileiro como forma de quebrar as regras esta- patível com as das vias foi a causa de 9,4% dos
belecidas e pela utilização do espaço público como registros. Causas externas, como defeito na pista,
se fosse privado. Neste ambiente conflituoso, as panes mecânicas e presença de animais nas rodo-
disputas não ocorrem de maneira pacífica, tendo vias, somam 8,3% dos casos. O restante se divide
como resultado o aumento anual no número de em distância não segura de outros veículos (9,0%),
mortes no trânsito. consumo de álcool (4,8%), dormir ao volante (2,8%)
e ultrapassagens indevidas (2,2%).
Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/
riufc/6304/1/2012-TESE-MBRUSSO.pdf. Acesso em Disponível em: https://www.otempo.com.br/opiniao/arti-
26/10/2021 (adaptado). gos/brasil-longe-de-atingir-meta-da-onu-para-transito-
-seguro-1.2492987. Acesso em:
TEXTO II
A pandemia do novo coronavírus provocou uma re- TEXTO III

dução de aproximadamente 15% na circulação de A Câmara dos Deputados aprovou as mudanças do
veículos em todo o Brasil, e era de se esperar que Código de Trânsito Brasileiro. Entre as medidas do
o número de mortes e acidentes caísse na mes- Projeto de Lei 3267/19, estão o aumento da vali-
ma proporção, mas pesquisas recentes mostraram dade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e
que a violência no trânsito teve um recuo de ape- o maior número de pontos necessários para que o
nas 3%. Com isso, o Brasil não só mantém a amar- motorista perca temporariamente o direito de diri-
ga quarta colocação entre os países com o trânsito gir. A proposta também amplia a validade da CNH
mais violento, atrás de China, Índia e Nigéria, mas de cinco para dez anos para condutores com até
também fica longe de cumprir a meta da Organiza- 50 anos de idade. Já a renovação de cinco anos
continua para aqueles com idade igual ou superior a 50 anos. Entretanto, a renovação a cada três anos,
exigida até então para aqueles com 65 anos ou mais, passa a valer para os motoristas com mais de 70
anos.
As mudanças de validade levaram em conta as condições gerais de saúde da população. Para a doutora
em transporte da Universidade de Brasília Adriana Modesto, a tolerância pode gerar insegurança no trân-
sito. “Em tese, a partir da quarta década, nós começamos a sofrer uma série de alterações de saúde que
podem impactar na condução veicular e que podem reverberar na segurança viária”, explicou.
Atualmente, a carteira é suspensa com 20 pontos, independentemente do tipo de violação. Com a nova
regra, o condutor será suspenso com 20 pontos se tiver cometido duas ou mais infrações gravíssimas, 30
pontos para uma violação gravíssima e 40 pontos para quem cometeu infração leve ou média e não seja
reincidente em 12 meses.
Disponível em: http://bonfimnoticias.com/site/2020/09/30/cnh-passara-a-ter-validade-de-10-anos-conforme-altera-

coes-no-codigo-de-transito-brasileiro/. Acesso em: 26/10/2021 (adaptado).
TEXTO IV
A cidadania no trânsito consiste em conhecer as leis e normas que regem o trânsito brasileiro, além de
respeitar o direito dos demais cidadãos em relação ao trânsito, é dever de qualquer cidadão brasileiro
transitar sem constituir perigo ou obstáculo para os demais elementos do trânsito. Por outro lado, são
seus direitos: utilizar vias seguras e sinalizadas. Ser um cidadão é cumprir as leis, ter respeito mútuo, co-
laborar com o meio ambiente, ter consciência dos seus atos e agir com participação.
Disponível em>https://www.sabermais.am.gov.br/planos-de-aula/motoristas-e-pedestres-uma-relacao-etica-47260 <

Acesso em 26/10/2021 (Adaptado).
portuguesa sobre o tema: A problemática falta de cidadania no trânsito brasileiro, apresentando
PROPOSTA 15
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DO INDIVÍDUO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I TEXTO III
A família caracteriza-se como a primeira ins-

tituição social que irá promover o desenvol-
vimento individual das pessoas; é a primeira
formação. Ela é considerada a base de tudo,
extremamente necessária para a evolução do
ser humano, sendo nesse meio em que a crian-
ça terá seus primeiros contatos com os sujeitos
que contribuirão para sua formação pessoal. A
família se torna uma instituição social quando
suas regras são cotidianamente colocadas em
prática por muitas pessoas; independente das
suas mudanças sociais existentes na contem-
poraneidade, ela não perde sua importância
no meio social. É na relação entre os membros
familiares que devem ser ensinados os valores TEXTO IV
fundamentais que servirão de base para o pro- Família pode ser entendida como uma organi-
cesso de desenvolvimento e socialização da zação composta de indivíduos diferentes entre
criança. si, os quais se relacionam de maneira peculiar.
Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/ Cada organização familiar possui suas regras
artigos/20/20/familia-e-escola-como-instituicoes-so-
de socialização, tanto dentro dela, quanto fora
ciais-fundamentais-no-processo-de-socializacao-e-
-preparacao-para-a-vivencia-em-sociedade. Acesso em dela. Sabe-se que o indivíduo é influenciado
09/11/2021 (adaptado). pela instituição familiar, a qual é responsável
TEXTO II pelo desenvolvimento de cada pessoa. Os va-
lores morais e sociais são transmitidos para
De acordo com Berger e Luckmann (2009), o cada componente da família servindo como um
ser humano já nasce predisposto a se socializar, alicerce no processo de socialização. O resul-
ou seja, ele não nasce membro da sociedade, tado desse processo é quem vai dizer como a
ele se torna membro dela. Em primeiro lugar, o pessoa deve se comportar. Ou seja, a família
indivíduo necessita de interiorizar e interpretar possui papel fundamental no desenvolvimento
os fatos, acontecimentos ao seu redor. Nesse do indivíduo.
momento ele vai conseguir processar subjeti-
vamente o significado ou sentido daquilo que o Socialização é um termo que nos remete ao so-
rodeia. Todo esse processo de adquirir sentido cial, isto é, é o ato de integrar-se na sociedade
ou significado para os fatos acontecidos su- cultivando da mesma cultura e costumes, com-
cede dentro do âmbito familiar, o qual define a prometendo-se em melhorar e modificar a so-
personalidade do ser humano. ciedade em que se vive. Essa socialização faz
com que o indivíduo crie sentimentos solidários
Disponível em>https://editorarealize.com.br/editora/
anais/conedu/2019/TRABALHO_EV127_MD1_SA17_ e cooperativos, dando à pessoa plena capaci-
ID10197_04092019104207.pdf < Acesso em 09/11/2021 dade de se adaptar ao meio. Nesse sentido, o
âmbito familiar é o primeiro meio de socializa-
ção das pessoas, os quais os capacitam para viver em sociedade. A socialização também é fruto do
conhecimento humano, pois quanto mais se aprende, mais se torna possível se socializar. Quanto
mais conhecimento a família passar para a criança em termo de afetividade, respeito, normas e valo-
res, mais fácil se torna a inserção do indivíduo na sociedade.
Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2019/TRABALHO_EV127_MD1_SA17_

ID10197_04092019104207.pdf. Acesso em 09/11/2021 (Adaptado).
portuguesa sobre o tema: A importância da família no processo de socialização do indivíduo, apre-
sentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA 16
COMBATE À DESVALORIZAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I testemunhos de sua história e aos domínios da

vida social que dão significado aos complexos
A Constituição Federal igualou os índios aos de-
processos de construção de identidades”, ex-
mais brasileiros, considerando-os cidadãos e
plica Ana Gita de Oliveira, Gerente de Identifi-
garantindo-lhes instrumentos para a efetivação
cação e Registro do Departamento de Patrimô-
de sua dignidade. Dessa forma, para que estes
nio Imaterial-DPI/Iphan.
povos étnicos pudessem sobreviver, mantendo
seus próprios usos, costumes e tradições tri- Disponível em>https://www.ipea.gov.br/desafios/index.
bais como um grupo social específico, restou php?option=com_content&view=article&id=2268:cati-
d=28&Itemid=23 < Acesso em 09/11/2021 (Adaptado)
ser fundamental que o Estado lhes consagras-
se o direito permanente à terra tradicional na
TEXTO III
Magna Carta. Da análise do artigo 231,§1º des-
ta Constituição é possível perceber que esta Há muito tempo, a floresta amazônica deixou
terra tradicional indígena abrange todo espa- de ser o lar de milhares de indígenas. A escas-
ço territorial imprescindível à preservação dos sez de alimentos, o desmatamento e o avanço
recursos ambientais necessários ao seu bem- das cidades sobre as matas são alguns fatores
-estar. O objetivo da Constituição Federal é que que motivaram povos tradicionais a migrar para
ali permaneçam os traços culturais dos antigos áreas urbanas. Em Manaus, no Amazonas, eles
habitantes, não só para sobrevivência dessa podem ser encontrados em todas as regiões da
tribo, como para estudo dos etnólogos e para cidade. A Fundação Estadual do Índio estima
outros efeitos de natureza cultural e intelectual. que de 15 a 20 mil indígenas de diversas etnias
Disponível em> https://ambitojuridico.com.br/cadernos/ vivam em áreas urbanas amazonenses. Apesar
direito-ambiental/principais-desafios-enfrentados-na- de buscar melhores condições de vida na cida-
-protecao-a-exploracao-indigena-de-recursos-naturais-
-no-contexto-brasileiro/amp/> Acesso em 09/11/2021 de, a maioria dos indígenas vive em situação de
(adaptado). pobreza, tem dificuldade de conseguir empre-
go e a principal renda vem do artesanato.Morar
TEXTO II
em centros urbanos, sem ocultar a ancestrali-
Preservar a cultura indígena é reconhecer a dade e as próprias referências, é ainda uma luta
contribuição do índio na formação dos diversos para mais de 315 mil indígenas, segundo dados
aspectos da vida nacional. No vocabulário: cado último censo do Instituto Brasileiro de Geo-
tapora, peteca, siri, ipanema, paraíba, flor, dia grafia e Estatística (IBGE). O número representa
e pipoca são alguns exemplos. Na culinária, o 49% do total da população indígena do país.
Brasil também deve muito aos índios: feijão, mi-
“Há ainda forte preconceito e discriminação. E
lho, mandioca, frutas. “Preservar as referências
os indígenas que moram nas cidades são real-
culturais dos povos indígenas significa que, ao
mente os que enfrentam a situação assim no
reconhecê- los como parte fundadora da nossa
dia a dia, constantemente”, conta o presidente
condição nacional, estamos reafirmando nos-
da Organização dos Índios da Cidade, de Boa
sas raízes e incluindo-os no campo de nossas
Vista, Eliandro Pedro de Sousa, do povo Wapi-
políticas públicas. A ação patrimonial tem o pa-
xana.
pel de ajudar na construção da cidadania, ga-
rantindo a esses povos o exercício de plenos Disponível em>https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-
-humanos/noticia/2017-04/indigenas-na-cidade-pobre-
direitos. A salvaguarda dos patrimônios indíge-
za-e-preconceito-marcam-condicao-de-vida. Acesso
nas garantirá, às gerações futuras, acesso aos
em 09/11/2021 (Adaptado)
TEXTO II
Há, no Brasil, cerca de 1 milhão de indígenas de mais de 250 etnias distintas vivendo em 13,8% do
território nacional. Em meio às ameaças de violência, riscos de perda de direitos em decorrência da
pressão dos latifundiários, mineradoras e usinas, alguns povos indígenas lutam por mais autonomia,
tentando conquistar, com a comercialização de seus produtos e com o turismo, alternativas para di-
minuir a dependência dos recursos cada vez mais escassos da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Para serem bem-sucedidos, nessa empreitada visando a venda de suas produções e a exploração
dos recursos naturais das terras indígenas (TIs), os povos indígenas têm como desafio buscar maior
representatividade no Congresso Nacional, uma vez que cabe ao Legislativo Federal criar políticas
específicas que deem segurança jurídica para que eles consigam o desenvolvimento financeiro do
qual sempre foram excluídos.
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-04/um-milhao-de-indigenas-brasileiros-buscam-alter-

nativas-para-sobreviver. Acesso em: 09/11/2021
portuguesa sobre o tema: Combate à desvalorização dos povos indígenas no Brasil, apresentando
PROPOSTA 17
A IMPORTÂNCIA DAS ARTES NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DOS
JOVENS BRASILEIROS
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
A importância do ensino das artes na escola
No dia 3 de maio, o teatro, as artes visuais e a dança foram incorporados ao currículo do ensino básico
brasileiro. Até então, apenas a música era componente “obrigatório, mas não exclusivo” do ensino de
arte na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Escolas públicas e privadas têm cinco anos
para se adequar aos novos padrões.“A arte não é babado cultural, não é enfeite para botar em pare-
de”, disse a professora Ana Mae Barbosa, uma das principais referências no estudo de arte-educação
no Brasil.
Apesar de enxergar a mudança com otimismo, Ana Mae faz uma ressalva: “A batalha ainda não está
ganha. A gente continua a discutir as Bases Nacionais Curriculares Comuns, que querem fazer das
artes meros subcomponentes do currículo”. É absolutamente importante o contato com a arte por
crianças e adolescentes. Primeiro, porque no processo de conhecimento da arte são envolvidos, além
da inteligência e do raciocínio, o afetivo e o emocional, que estão sempre fora do currículo escolar.
Segundo, porque a arte estimula o desenvolvimento da inteligência racional, medida pelo teste de
QI. Além disso, grande parte da produção artística é feita no coletivo. Isso desenvolve o trabalho em
grupo e a criatividade.
As artes alargam a possibilidade de interculturalidade, ou seja, de trabalhar diferentes códigos cul-

turais. A escola deve trabalhar com diversos códigos, não só com o europeu e o norte-americano
branco, mas com o indígena, o africano e o asiático. Ao tomar contato com essas diferenças, o aluno
flexibiliza suas percepções visuais e quebra preconceitos.
Disponível em: https://epoca.globo.com/ideias/noticia/2016/05/importancia-do-ensino-das-artes-na-escola.html. Acesso

em: 09/11/2020.
TEXTO II
Parece impossível conceber um olhar sobre a história da arte sem que este caminho aponte também
para a história do corpo. Em sua mais vasta fluidez ou mesmo na rigidez material que o limita, o corpo
parece o espaço mais palpável onde a arte acontece, onde os sentidos são estimulados e percebidos,
e a imensidão de um outro alguém, objeto ou espaço encontra possibilidade real de interação. Embora
não haja uma única definição do que é ou de que maneira a arte irrompe, muito menos de quando sua
existência toca ou coexiste com o que se convencionou chamar de corpo, o modo como os processos
educacionais apresentam essa relação ainda é objeto de diversos questionamentos, tidos por espe-
cialistas como fundamentais para se compreender e se projetar caminhos possíveis para a educação.
Essa projeção parece ter relação direta com o modo como a educação foi concebida nos últimos
séculos, com a racionalização do conhecimento, do indivíduo e com uma proposta cartesiana de
aprendizado, conforme afirma a professora Alessandra Ancona, do Departamento de Educação, Co-
nhecimento, Linguagem e Arte (DELART) da Unicamp, ao considerar que a educação, de maneira
geral, não pensa o corpo como parte do ser. A pesquisadora ressalta que uma das motivações para
esse silenciamento corporal reside no fato de “boa parte das propostas educacionais valorizar o saber
cognitivo, o pensamento, o uso isolado da men- res reconheça a necessidade e importância de
te, da reflexão, ignorando o corpo completa- disciplinas específicas que não tornem a educa-
mente”. ção em artes um projeto superficial, a relevân-
cia de outras disciplinas abordarem conteúdos
Para a pesquisadora, esta racionalização do
artísticos ou mesmo se utilizarem das mais di-
conhecimento persiste também no ensino fun-
versas artes para estimular troca e produção de
damental, no qual boa parte das escolas não
conhecimento, parece de grande impacto quan-
compreende o aprendizado como algo que o
do se trata de construir um ensino humanamen-
tempo todo perpassa o corpo, tornando-o res-
te mais aberto e democrático.
trito às poucas aulas de artes oferecidas aos
estudantes. “Do ensino médio à universidade, a Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/index.
estrutura que se tem é aquela em que as pes- php/ju/noticias/2018/10/17/arte-educacao-e-o-corpo-
soas ficam o tempo todo sentadas em cadeiras. -em-movimento. Acesso em 09/11/2021 (adaptado).
Nunca é solicitado um movimento corporal. Não

existe um entendimento de que o corpo pode TEXTO IV
participar e propor. Essa ausência vai fazendo
com que as pessoas se desconheçam. Elas in-
ternalizam a ideia de domesticar seus próprios
movimentos”, observa
A limitação da própria grade curricular do en-

sino básico como um todo para a inserção de
artes visuais, dança e teatro, como também a
problemática que há em um professor assu-
mir conteúdos múltiplos para os quais não está
especializado, se relacionam diretamente com
uma outra questão, apontada pela professora
de artes Lucila Andreozzi. “Os espaços escola-
res estão todos ocupados por mesas e cadei-
ras, e os locais livres como pátio e quadra não
são ideais para um trabalho de corpo e arte, por
serem locais de passagem, com muitas informa-
ções”, diagnostica Lucila, graduada em Comu-
nicação das Artes com habilitação em Teatro e
Performance pela PUC-SP e hoje professora do
Centro de Educação Nossa Senhora das Gra-
Disponível em>https://escolasexponenciais.com.br/ten-
ças, da cidade paulista de Jacareí. dencias-e-metricas/arte-na-educacao-infantil-como-tra-
balhar/. Acesso em 09/11/2021 (adaptado)
Embora boa parte dos profissionais e professo-
portuguesa sobre o tema: A importância das artes no processo de aprendizagem dos jovens brasi-
leiros, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA 18
O USO DESCOMEDIDO DE AGROTÓXICOS E SEUS IMPACTOS NA
SAÚDE HUMANA E NO MEIO AMBIENTE
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
Também chamados de defensivos agrícolas ou agroquímicos, os agrotóxicos são um conjunto de

substâncias produzidas para exterminar ou inibir a proliferação de insetos, ácaros, ervas daninhas,
fungos e outros tipos de vida animal ou vegetal que possam prejudicar a produção agrícola. Os pri-
meiros registros oficiais sobre os agrotóxicos datam da Primeira Guerra Mundial, mas foi durante a
Segunda Guerra que ele foi usado como arma química.
Com o final da Guerra, a indústria química foi o foco de investimentos de grandes empresários da
época. Naquele período, o cenário europeu era de fome em muitas regiões da Europa e era necessário
aumentar a capacidade de produção nas plantações para atender a essa demanda.
Esse momento histórico foi chamado de Revolução Verde e marcou grandes transformações no cam-
po. A partir daí, todo o processo se modernizou, a produção agrícola passou a contar com pesquisas
sobre a qualidade do solo, meios para fertitilizá-lo, investimentos em maquinário e mão de obra es-
pecializada para assegurar que plantações e colheitas fossem feitas em grande escala e em menos
tempo. E para garantir a segurança contra pragas, que poderiam destruir plantações inteiras em pou-
co tempo, o uso de pesticidas passou a ser adotado.
Disponível em: https://ambscience.com/consequencias-do-uso-de-agrotoxicos-para-a-saude-e-o-meio-ambiente/#:~:-

text=A%20contamina%C3%A7%C3%A3o%20da%20%C3%A1gua%20tamb%C3%A9m,rurais%20a%20popula%C3%A7%-
C3%A3o%20consome%20%C3%A1guas. Acesso em: 30/04/2022.
TEXTO II
A Lei nº 7.802 de 11 de julho de 1989, regulamentada pelo Decreto nº 4.074 de 04 de janeiro de 2002,
trata os agrotóxicos como compostos físicos, químicos ou biológicos que têm por finalidade alterar a
composição da flora ou da fauna para preservá-las das ações danosas de determinados seres vivos,
como as pragas. Estes pesticidas são utilizados na agricultura, destinados aos setores de produção,
armazenamento e beneficiamento de produtos. Possuem um grande potencial para atingir o solo e as
águas e, independentemente de seu percurso, o principal receptor será o homem.
Herbicidas, inseticidas e fungicidas movimentam 95% do consumo mundial de agrotóxicos, destacan-

do-se no mercado brasileiro o herbicida glifosato. Os cultivos que mais consumiram agrotóxicos em
2015 foram a soja, o milho e a cana-de-açúcar, correspondendo a 82% de todo o consumo do país
naquele ano. Há poucos estudos a respeito da contaminação por agrotóxicos nos alimentos produ-
zidos no Brasil, pois o processo de análise dos seus resíduos é oneroso e torna-se complexo devido
às variáveis presentes nos produtos, como lipídeos, proteínas, carboidratos, pigmentos e umidade.
A grande maioria dos pesticidas tem a capacidade de acumular-se em diversos organismos, por se
transformarem quimicamente e só desaparecerem depois de muitos anos, tornando-os tóxicos à saú-
de humana.
Segundo o dossiê da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), 70% dos alimentos in na-
tura consumidos no país estão contaminados por agrotóxicos (Carneiro et al., 2015). As culturas que
apresentam uma maior quantidade de resíduos de substâncias proibidas e fertilizantes são pimen-
tão (92%), morango (63%) e pepino (57%) (Anvisa, 2016). A exposição prolongada aos resíduos de
agrotóxicos nos alimentos pode desencadear efeitos agudos e levar a doenças como malformações
congênitas, distúrbios neurológicos, câncer, distúrbios endócrinos, alterações no desenvolvimento
psicomotor, diabetes e obesidade .
Disponível em: https://rsdjournal.org. Acesso em: 30/04/2022.
TEXTO III
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/agrotoxicos/. Acesso em 30/4/2022.
TEXTO IV
O uso deliberado de agrotóxicos tornou-se um problema de saúde pública e tende a piorar nas pró-
ximas décadas. O Brasil é um dos países que mais consomem agrotóxicos. Só entre 2020 e 2021, foi
liberado pelo Governo Federal o uso de mais 118 novos produtos, incluindo substâncias polêmicas
banidas em outros países. É o caso do fipronil, um pesticida relacionado à morte de 500 milhões de
abelhas, em 2019, e que foi proibido em parte da União Europeia.
As substâncias presentes em agrotóxicos, além de eliminarem as pragas, prejudicam espécies im-

portantes para o equilíbrio da biodiversidade como abelhas, vegetações, minhocas e pássaros, entre
outros. O uso excessivo pode ainda afetar espécies que estão no topo das cadeias alimentares, oca-
sionando um desequilíbrio de todo o ecossistema.
A contaminação da água também é um problema, já que alguns agrotóxicos são hidrossolúveis e po-
dem chegar a rios, córregos e lagos, afetando a biodiversidade aquática, além de chegarem a aquí-
feros, podendo inviabilizar o consumo dessa água, o que é crítico se notarmos que em muitas áreas
rurais a população consome águas de poços cacimbas. De acordo com o relatório da Organização
das Nações Unidas datado de 2018, a agricultura é um dos maiores responsáveis pelo desperdício de
água em termos de volume.
Disponível em>https://ambscience.com/consequencias-do-uso-de-agrotoxicos-para-a-saude-e-o-meio-ambiente/#:~:-
text=A%20contamina%C3%A7%C3%A3o%20da%20%C3%A1gua%20tamb%C3%A9m,rurais%20a%20popula%C3%A7%-
C3%A3o%20consome%20%C3%A1guas. Acesso em: 30/04/2022
portuguesa sobre o tema: O uso descomedido de agrotóxicos e seus impactos na saúde humana
e no meio ambiente, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Sele-
cione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto
de vista.
PROPOSTA 19
A IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
Quando um elemento cultural é considerado patrimônio histórico cultural por algum órgão ou entida-
de especializada no assunto, dizemos que ele foi “tombado” como patrimônio. O que determina se
um bem cultural é ou não patrimônio histórico cultural são a sua relevância histórica para a formação
identitária da cultura de um povo e a importância da preservação desse bem para a consequente
manutenção cultural daquele povo. Por estarmos diariamente em contato com aqueles bens culturais,
nós desenvolvemos certo apreço pela sua preservação, devido ao fato de que esse convívio é fator
decisivo para a formação das nossas identidades.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/patrimonio-historico-cultural.htm#:~:text=A%20valoriza%-

C3%A7%C3%A3o%20do%20patrim%C3%B4nio%20hist%C3%B3rico,manter%20a%20identidade%20desse%20povo.
Acesso em: 27/01/2022.
TEXTO II
Constituição Federal
Art. 216.
Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados indivi-
dualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes
grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações ar-
tístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontoló-
gico, ecológico e científico.
Disponível em: https://www.puc-campinas.edu.br/gestao-de-residuos-e-um-dos-grandes-desafios-das-metropoles/.

Acesso em 17/08/2021 (adaptado)
TEXTO III
A preservação do Patrimônio Histórico é uma questão urbana. A cidade contemporânea se pauta

pela perda de vínculos e destruição da memória com grande rapidez. Saber preservar e identificar a
história das cidades é um esforço coletivo que depende da participação dos cidadãos, mas deve ser
coordenada pelo poder público.
Uma das principais características da sociedade contemporânea é a velocidade de suas transforma-

ções. Esse novo cenário traz um desafio para as cidades: a necessidade de conciliar os novos hábitos
de sua população, em constante mutação, à ocupação territorial, ou seja, às soluções de habitação,
de localização de equipamentos públicos e de mobilidade.
Nesse contexto novo, o patrimônio histórico precisa ser integrado ao planejamento da cidade, sob
pena de ficar à deriva em um mar de interesses puramente econômicos. Para Manuel Castells, um
dos mais importantes teóricos da contemporaneidade, no momento histórico em que vivemos, carac-
terizado pela desestruturação das organizações, das instituições, dos movimentos sociais e das ex-
pressões culturais, “a identidade está se tornando a principal, e às vezes única, fonte de significado”.
Mas, ao mesmo tempo em que as pessoas anseiam por se sentir parte de algo maior, as dinâmicas
sociais contemporâneas, com suas relações virtuais em comunidades eletrônicas, como no Face-
book, tornam as identidades cada vez mais fragmentadas e difíceis de compartilhar. Se isso ocorre, a
valorização do patrimônio histórico, e dos significados nele incorporados, passa a ter um papel ainda
mais relevante na busca de uma identidade comum.
Disponível em: https://www.causp.gov.br/wp-content/uploads/2015/11/Manual-Patrimonio_completo_baixa.pdf. Acesso em

27/01/2022 (adaptado).
TEXTO IV
O Brasil é um dos países mais urbanizados do mundo. Em 1964, 50% do território já tinha sido tomado.
Hoje, a nação está à frente dos Estados Unidos. Isso faz com que o país sofra com alguns problemas,
já que abriga muitas pessoas em pequenas áreas. Um deles é o tráfego intenso. O outro, a moradia”,
diz Edward Glaeser, professor de economia na Universidade Harvard. Com a demanda crescente por
espaço urbano, os patrimônios históricos entram em cheque: até que ponto é relevante mantê-los
intocáveis? Ao preservar uma área, o metro quadrado se torna caro e expulsa pessoas da região.
Na contramão, ao optar pelo tombamento, o local é desvalorizado. “Em São Paulo , os bairros Barra
Funda, Centro, Campos Elíseos e Luz estão tombados e esfarelando”, comenta Raul Juste Lores, re-
pórter especial da Folha de S.Paulo. Para Lores, os órgãos deveriam se preocupar mais com a preser-
vação no longo prazo. “Após tombar um patrimônio, é necessário pensar em qual será seu propósito.
O Brasil é um país que costuma restaurar o mesmo bem cerca de três vezes sem nunca ter ideia de
como irá usá-lo”, afirma.
De acordo com Juliana Prata, arquiteta e urbanista do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Na-
cional (IPHAN), o ideal seria que existisse no Brasil uma política de tombamento mais criteriosa e uma
regulação para a preservação. E ambas deveriam ter a participação da sociedade.
Disponível em: https://www.insper.edu.br/conhecimento/politicas-publicas/patrimonio-historico-brasileiro/. Acesso em

27/01/2022 (adaptado).
portuguesa sobre o tema: A importância da preservação do patrimônio histórico no Brasil, apresen-
PROPOSTA 20
OS REFLEXOS DO ANALFABETISMO FINANCEIRO NA FORMAÇÃO DO
CIDADÃO BRASILEIRO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
Quando se fala em educação financeira, muitos pensam apenas na ideia de economizar. Porém, o
conceito envolve a maneira como uma pessoa se relaciona com o dinheiro e compreende as infor-
mações relacionadas a ele. Ter educação financeira também significa ser capaz de tomar decisões
informadas e estratégicas sobre o uso do dinheiro. Para tanto, é preciso saber avaliar os impactos que
os recursos podem causar no presente e no futuro.
O principal objetivo de uma educação financeira consistente é tornar o indivíduo consciente para to-
das as decisões que envolvam dinheiro. Logo, ela consegue fazer com que a pessoa esteja totalmente
ciente das oportunidades e dos riscos envolvidos nas escolhas que pode fazer.
Em um contexto de classe média, no Brasil, a educação financeira ainda é tratada como um tabu.
Normalmente, questões financeiras só são abordadas quando o contexto é de dificuldade, o que cria
uma ideia equivocada sobre o assunto. Na prática, esse tema precisa ser visto com mais frequência,
desde a infância, ajudando a criar hábitos mais saudáveis. Afinal, tratar de dinheiro, de finanças e de
investimentos não envolve apenas ambição e lucros, mas também proteção e segurança. Dessa ma-
neira, saber lidar com a vida financeira diminui as chances de passar por dificuldades no futuro. Nesse
sentido, a educação financeira infantil, tanto nas escolas quanto em casa, deve ser considerada como
uma mudança a ser aplicada para as próximas gerações.
Disponível em: https://www.btgpactualdigital.com/como-investir/artigos/destaque/educacao-financeira-o-que-e-impor-

tancia-livros-e-dicas. Acesso em: 04/02/2022 (adaptado).
TEXTO II
De acordo com dados do Serasa, a quantidade de brasileiros com o nome sujo ou com dívidas atrasa-
das era de 61,4 milhões ao fim de 2020. Já a taxa de desemprego chegou a 14,7% no primeiro trimes-
tre de 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Para piorar, a inflação não para de subir no país. Desde o início do ano, as projeções para o IPCA (Ín-
dice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) já aumentaram quatorze vezes.
As avaliações mostram que o Brasil tem muito a avançar. No último relatório do Programa Internacional
de Avaliação de Estudantes (Pisa), o país ficou em 17° lugar em um ranking que mede a competência
financeira de 20 países. Mas a dificuldade não é privilégio do país. De acordo com o relatório, existe
uma disparidade profunda em todos os países analisados: estudantes com condições socioeconômi-
cas melhores apresentaram ter mais conhecimento sobre finanças pessoais. O levantamento mostra,
ainda, que a escola não é considerada a principal fonte de informação sobre educação financeira. À
semelhança de outros países, 90% dos adolescentes brasileiros aprendem sobre dinheiro em casa.
Na lista que avalia a exposição dos alunos ao assunto nas escolas o Brasil está em 13°.
Em 2020, o Ministério da Educação (MEC) tornou obrigatório o ensino de educação financeira nas
escolas. Desde então, as instituições de ensino devem atender às novas diretrizes da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC). A decisão do MEC, no entanto, não transforma o letramento financeiro em
um componente curricular a ser estudado, mas sim em um dos temas a serem desenvolvidos dentro
da disciplina de Matemática.
Mas levar instrução financeira para as escolas Disponível em: https://blog.yubb.com.br/importancia-da-
-educacao-financeira/. Acesso em: 04/02/2022 (adapta-
envolve uma série de desafios. Eles vão des-
do).
de a formação de professores, passando pela
oferta de material didático adequado e também TEXTO IV
incluem a garantia de tempo para que os pro-
fessores se dediquem ao preparo das aulas.
Cassia D’Aquino, educadora financeira com es-

pecialização em crianças, disse ao jornal Valor
Econômico que a falta de acesso à educação fi-
nanceira nas escolas é um reflexo dos diversos
problemas educacionais que existem no ensino
básico brasileiro. “Não é uma questão apenas
de ter o assunto na escola, mas de ter uma boa
escola”, comentou.
Disponível em: https://www.fundacred.org.br/

site/2021/07/27/educacao-financeira-nas-escolas-o-de-
safio-de-ensinar-sobre-dinheiro-no-brasil/. Acesso em:
04/02/2022 (adaptado).
TEXTO III
portuguesa sobre o tema: Os reflexos do analfabetismo financeiro na formação do cidadão brasi-
leiro, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA 21
A PRÁTICA DA AUTOMEDICAÇÃO NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
A medicação é essencial para o tratamento de doenças quando utilizada de maneira correta e de

acordo com critérios médicos. Já a automedicação, ou seja, o uso de medicamentos por conta própria
ou por indicação de pessoas não habilitadas, sem a avaliação prévia de um profissional capacitado,
pode trazer inúmeros problemas. Entre os riscos da automedicação, a intoxicação é a mais perigosa.
De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, cerca de 30 mil casos de
internação são registrados por ano no Brasil por decorrência de intoxicação. Os analgésicos, antitér-
micos e anti-inflamatórios estão entre os que mais intoxicam.
Outro risco da automedicação é o fato de que, se um medicamento é ministrado na quantidade

inapropriada, ou ainda, se combinado a outro, ele pode mascarar sintomas de uma doença mais gra-
ve. Muitos remédios, quando usados sem prescrição médica, podem ocultar doenças. É o caso dos
anti-inflamatórios, que, além disso, também podem provocar o comprometimento de outros órgãos,
como os rins.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) calcula que 18% das mortes por envenenamento
no Brasil podem ser atribuídas à automedicação, e 23% dos casos de intoxicação infantil estão ligados
à ingestão acidental de medicamentos armazenados em casa de forma incorreta.
Disponível em: https://copass-saude.com.br/posts/os-riscos-da-automedicacao-aumentaram-com-a-pandemia#:~:tex-

t=A%20automedica%C3%A7%C3%A3o%20j%C3%A1%20%C3%A9%20um,ainda%20mais%20vulner%C3%A1vel%20aos%20
riscos. Acesso em: 11/02/2022 (adaptado).
TEXTO II
A OMS estima que, em todo o mundo, mais da metade de todos os medicamentos são prescritos,
dispensados ou vendidos inadequadamente, e que metade dos pacientes não os utiliza corretamente.
As razões pelas quais a população busca tratamento primário em drogarias e farmácias são devido à
insatisfação pelo atendimento nos serviços públicos de saúde e à qualidade dos serviços oferecidos.
A automedicação é, muitas vezes, vista como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas,
mas pode trazer graves consequências como: reações alérgicas, dependência, intoxicação, resistên-
cia de fungos ou bactérias ao medicamento e até a morte
A facilidade de comercialização de medicamentos como solução mais rápida para o alívio de sinto-
mas; a grande variedade de informações médicas disponíveis, sobretudo em sites, blogs e redes so-
ciais, também está entre os fatores que contribuem para a automedicação. A promoção comercial de
medicamentos, ou somente propaganda, refere-se a todas as atividades informativas e de persuasão
que realizam os produtores de medicamentos, a fim de induzir a prescrição, a provisão, a aquisição ou
a utilização de medicamentos. Normalmente, como as pessoas apontam que o medicamento é eficaz
na propaganda, há uma grande influência sobre a população que passa a consumir e usar a droga
à vontade, sem orientação profissional. Coloca a saúde pública em risco pelo lucro, não pela saúde.
Disponível em: Brazilian Journal of Health Review “A propaganda de medicamentos no Brasil e a prática de automedicação”.
Acesso em: 11/02/2022 (adaptado)
TEXTO III
No Brasil, 79% das pessoas com mais de 16 anos admitem tomar medicamentos sem prescrição mé-
dica ou farmacêutica. O percentual é o maior desde que a pesquisa começou a ser feita pelo Instituto
de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). Os principais prescritores leigos e informais no Brasil são:
Disponível em: https://ictq.com.br/pesquisa-do-ictq/871-pesquisa-automedicacao-no-brasil-2018. Acesso em 11/02/2022

(adaptado).
TEXTO III
Disponível em: https://ictq.com.br/pesquisa-do-ictq/871-pesquisa-automedicacao-no-brasil-2018. Acesso em: 11/02/2022
portuguesa sobre o tema: A prática da automedicação no Brasil, apresentando proposta de inter-
venção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA 22
A MOBILIDADE URBANA E A FALTA DE ACESSIBILIDADE PARA
DEFICIENTES FÍSICOS
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
O Brasil sempre apresentou graves problemas de infraestrutura para melhorar a segurança e aten-
der às necessidades das pessoas, principalmente as que possuem algum tipo de deficiência física,
seja em espaços públicos abertos ou clínicas, escolas e prédios residenciais. A falta de visibilidade
às PCD’s é preocupante e é um desafio para a sociedade. De acordo com o IBGE, 24% da população
brasileira é composta por pessoas com deficiência física, ou seja, 45 milhões de brasileiros precisam
lutar diariamente para ter o mínimo de mobilidade que deveria lhes ser de direito. A maior parte des-
sas pessoas precisa da cadeira de rodas para se locomover.
Mobilidade não se trata apenas de transporte, mas também de todo um planejamento que propicia o
deslocamento para todas as pessoas. E são justamente esses os vilões para as PCD’s ou PNE’s (Pes-
soas com Deficiência ou Pessoas com Necessidades Especiais) no país. Ruas esburacadas, rampas
destruídas ou inacabadas, calçadas sem espaço algum para cadeirantes em vias de grande movi-
mento, banheiros sem adaptações, estabelecimentos sem elevadores, pontos de ônibus e estações
de metrô sem estrutura alguma… Isso faz com que essa parcela da população necessite da ajuda de
funcionários ou de outras pessoas para realizar atividades comuns, levando ainda um tempo maior do
que o habitual se as coisas fossem adaptadas para elas.
Não obstante o descaso das autoridades, há também o descaso de parte da própria população, quan-
do há um local destinado para pessoas com deficiência, por exemplo, que é ocupado por alguém sem
necessidade especial alguma.
Disponível em: https://www.paxbahia.com.br/blog/55-acessibilidade-para-deficientes-fisicos.html. Acesso em: 17/02/2022

(adaptado).
TEXTO II
LEI Nº 13.146 - Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência

(Estatuto da Pessoa com Deficiência)
CAPÍTULO I
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia,

de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação,
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público,
de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com de-
ficiência ou com mobilidade reduzida;
CAPÍTULO II
DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO:
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pes-
soas e não sofrerá nenhuma espécie de discri- As pessoas com deficiência ou mobilida-
minação. de reduzida, ao depararem-se com barreiras
físico-espaciais e atitudinais, têm sua partici-
§ 1º Considera-se discriminação em razão da
pação na sociedade prejudicada em relação às
deficiência toda forma de distinção, restrição
pessoas sem restrições .
ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o
propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou Barreiras físico-espaciais propiciam situações
anular o reconhecimento ou o exercício dos di- que não apenas enfraquecem o conceito de es-
reitos e das liberdades fundamentais de pessoa paço público, como também contribuem para
com deficiência, incluindo a recusa de adapta- uma sociedade segregada, hostil e intolerante.
ções razoáveis e de fornecimento de tecnolo- Ambientes inacessíveis estendem as limita-
gias assistivas. ções daquelas pessoas que possuem condi-
ções mais restritivas, sejam físicas ou mentais,
Disponível em:”http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em:
ao passo que ambientes acessíveis contribuem
17/02/2022 para a usabilidade, a participação e a inclusão
social.
TEXTO III
Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/
As circunstâncias em que se inserem pessoas index.php/parc/article/view/8660648/27032. Acesso em
com deficiência e mobilidade reduzida, além da 17/02/2022
perspectiva médica e individual, incluem uma
TEXTO IV
perspectiva estrutural e social, em que o am-
biente tem um enorme impacto sobre a expe-
riência e a extensão das suas dificuldades de
mobilidade. Dentre as restrições enfrentadas,
está o seu lazer, visto que é frequente, nas ci-
dades brasileiras, encontrar espaços livres pú-
blicos de lazer que possuem falta de acessibi-
lidade.
Ambientes públicos, em geral, são projetados

e construídos buscando atender pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida. No en-
tanto, observa-se que muitos espaços públi-
cos ainda apresentam barreiras que dificultam a
sua livre locomoção. Esse grupo enfrenta uma
situação de exclusão, não usufruindo seu direito Disponível em: https://g1.globo.com/minas-gerais/trian-
gulo-mineiro/blog/mao-na-roda/post/realidade-da-mobi-
básico de igualdade de condições garantido lidade-urbana-mobilidade-e-acessivel.html. Acesso em
pela Constituição Federal (BRASIL, 1988). 17/02/2022.
portuguesa sobre o tema: A mobilidade urbana e a falta de acessibilidade para deficientes físicos,
PROPOSTA 23
O DESCASO COM O DESAPARECIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
LEI Nº 13.812, DE 16 DE MARÇO DE 2019
Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas
Art. 2º Para efeitos desta Lei, considera-se:
I - pessoa desaparecida: todo ser humano cujo paradeiro é desconhecido, não importando a causa
de seu desaparecimento, até que sua recuperação e identificação tenham sido confirmadas por vias
físicas ou científicas;
II - criança ou adolescente desaparecido: toda pessoa desaparecida menor de 18 (dezoito) anos;
Art. 3º A busca e a localização de pessoas desaparecidas são consideradas prioridade com caráter
de urgência pelo poder público e devem ser realizadas preferencialmente por órgãos investigativos
especializados, sendo obrigatória a cooperação operacional por meio de cadastro nacional, incluídos
órgãos de segurança pública e outras entidades que venham a intervir nesses casos.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13812.htm. Acesso em: 24/02/2022.
TEXTO II
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2021, divulgado no mês de julho, o nú-
mero de pessoas desaparecidas no Brasil no ano passado foi de 62.587. Em São Paulo, Estado com
maior registro de casos, a taxa foi reduzida em 15% em comparação ao ano anterior, mas o número de
18.342 desaparecidos ainda é preocupante.Para além do dado, os familiares sofrem com esta condi-
ção e demandam necessidades específicas durante o processo de busca pelo ente, conforme revela
o relatório Ainda? Essa é a Palavra que Mais Dói, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV)
De acordo com o documento, é caracterizado desaparecimento quando os familiares da vítima não

têm mais notícias sobre seu paradeiro, em razões de conflito armado, violência interna, desastre na-
tural ou crises humanitárias. Há consequências constantemente enfrentadas pelos familiares de pes-
soas desaparecidas. Entre elas, estão as experiências negativas ocorridas durante ações de busca, a
piora da condição econômica e a percepção de que não há reconhecimento social do desaparecimen-
to como um problema coletivo e que vai além de experiências ou dramas individuais. “Como todas as
questões que envolvem crise, violência, dor e sofrimento, o problema do desaparecimento atinge a
sociedade como um todo e nenhum núcleo familiar é invulnerável a este problema”, comenta comenta
Maria Júlia Kovács, professora sênior do Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desen-
volvimento e da Personalidade do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, ao Jornal da
USP. “É importante entender que esse é um problema coletivo e de toda a sociedade.”
O documento traz à tona um detalhamento feito pelo Ministério Público de São Paulo através do Pro-
grama de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), em parceria com o Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, dos Boletins de Ocorrências de desaparecimentos em São Paulo no ano de 2017.
O órgão constatou que dos quase 24 mil casos registrados, pouco mais de cinco mil são registros de
desaparecimento de adolescentes entre 14 e 19 anos e quase quatro mil, entre crianças de zero a 14
anos.
Segundo o relatório do CICV, todas as famílias entrevistadas revelaram que o desaparecimento do

ente impactou a saúde mental de alguma forma, desde condições psicológicas até consequências
psiquiátricas, em seus diferentes graus de duração e intensidade. Dentre os relatos presentes no do-
cumento, ansiedade e depressão são condições comuns entre quase todos os entrevistados. E esse
desgaste emocional e físico, gerado pelo desaparecimento de um ente, está ligado às necessidades
que cada um encontra no processo de busca pela pessoa.
Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/cerca-de-63-mil-pessoas-desapareceram-no-ultimo-ano-no-brasil-como-

-reagem-as-familias/. Acesso em: 24/02/2022 (adaptado).
TEXTO III
Disponível em: https://umbrasil.org.br/2014/05/29-paises-se-unirao-para-criar-conscientizacao-acerca-dos-mais-de-

-8-milhoes-de-criancas-e-adolescentes-que-desaparecem-todos-os-anos/. Acesso em: 24/02/2022 (adaptado).
TEXTO IV
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), existem milhões de crianças e adolescentes de-
saparecidas e 46 milhões de trabalhadores escravos no mundo (40% crianças e adolescentes). O
índice de desaparecimento de crianças e adolescentes no mundo vem se elevando a uma taxa de
10% anualmente. No Brasil, são 250 mil pessoas desaparecidas. A cada 15 minutos uma criança ou
adolescente desaparece, segundo dados da CPI da Câmara dos Deputados de 2010.
Disponível em: http://www.tjrj.jus.br/web/portal-da-infancia-e-juventude/desaparecimento-de-crian%C3%A7as-e-adoles-

centes. Acesso em 24/02/2022.
TEXTO V
Entre as circunstâncias mais comuns de desaparecimentos, voluntários ou involuntários, estão: as-

salto, homicídio, sequestro, adoção ilegal, migração, trabalho escravo doméstico, abuso e exploração
sexual, tráfico de pessoas e tráfico de órgãos, além de conflitos familiares, consumo de drogas e
problemas de saúde mental. O desaparecimento de bebês ou crianças pequenas geralmente é oca-
sionado pelo crime de subtração de incapaz, ou seja, quando ele é levado por pessoa desconhecida
ou conhecida, sem autorização ou ciência dos familiares. Na adolescência, as fugas de casa são o
principal tipo de desaparecimento e os conflitos familiares acabam permeando a maioria dos casos.
Disponível em https://lunetas.com.br/criancas-desaparecidas-e-familias-a-espera-do-reencontro/. Acesso em 24/02/2022
portuguesa sobre o tema: O descaso com o desaparecimento de crianças e adolescentes no Brasil,
PROPOSTA 24
O DESENVOLVIMENTO DA ERA DIGITAL E SUA RELAÇÃO COM A INFODEMIA
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
INFODEMIA: Segundo a OMS, a palavra se refere a “um excesso de informações, algumas precisas e
outras não, que tornam difícil encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis quando se precisa”.
Nessa situação, surgem desinformações, notícias falsas (fake news) e rumores que podem ser peri-
gosos para a saúde.
A infodemia não é um fato recente, porém, com o avanço tecnológico, o crescimento da Web e o sur-
gimento das redes sociais, esse fenômeno se alargou rapidamente, tornando-se ainda mais comum.
Especialistas explicam que, em momentos de surtos, como a pandemia da Covid-19, há um grande
volume de informações, acompanhado de boatos, fake news, etc.
Um relatório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) apresentou dados de um estudo do

Centro de Informática em Saúde da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, relativo à quantidade
de tuítes do termo coronavírus e de palavras associadas. Segundo o estudo, em março de 2020, fo-
ram cerca de 550 milhões de tuítes dos termos coronavírus, corona vírus, covid19, covid-19, covid_19
ou pandemia.
Disponível em: https://blogfca.pucminas.br/colab/infodemia-informacao/. Acesso em: 04/03/2022 (adaptado).
TEXTO II
O excesso de informação é um fenômeno que nasceu nos anos 2000 e vem crescendo com a popula-
rização do acesso à internet. Afinal, todos dias nós recebemos uma enxurrada de informações em di-
versos meios de comunicação, principalmente nas mídias sociais. Pense na infinidade de mensagens,
vídeos, áudios, podcasts, vlogs, blogs, redes sociais, stories e memes que somos expostos ao longo
do nosso dia. Muitas vezes, essas informações que consumimos e compartilhamos podem estar in-
completas ou terem sido produzidas por fontes duvidosas.
Segundo Ana Paula Bernardo Mendonça (pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz), “a internet for-
nece uma quantidade incomensurável de informações em todas as áreas do conhecimento sem que
haja qualquer tipo de avaliação”. Portanto, esse excesso de informação em rede pode prejudicar a
compreensão do cidadão no momento da busca e afetar a sua tomada de decisão sobre um assunto.
Um estudo da Kaspersky, realizado em 2021, aponta que 78% dos brasileiros sentem-se saturados
de informações. Como revelam as conclusões do estudo, durante a pandemia da Covid-19, mais de
50% dos brasileiros consumiram “mais ou muito mais” notícias em comparação a um ano normal. Além
disso, três quartos sentiram-se saturados por causa da grande quantidade de informações sobre um
mesmo tema.
Disponível em: https://www.politize.com.br/infodemia/. Acesso em 04/03/2022 (adaptado).
TEXTO III
Fake News, Desinformação e Infodemia. Qual a diferença?
Disponível em>https://www.blogs.unicamp.br/mindflow/fake-news-desinformacao-e-infodemia-qual-a-diferenca/.
Acesso em: 04/03/2022.
TEXTO IV problemas relacionados à sobrecarga de infor-

mação. Abaixo, apresentamos quatro deles.
Quem nunca recebeu um grande volume de in-
formações nas mídias sociais em um dia em que 1. Decisões incorretas – Deixar de levar em con-
ocorreu um desastre ambiental, por exemplo? sideração todos os fatores apropriados ao to-
Ou quem nunca se assustou ao ligar a televisão mar uma decisão.
ou o rádio e começou a ser bombardeado por
2. Fadiga de decisão – Incapaz ou não quer to-
uma série de notícias sobre um fato importan-
mar outras decisões devido à exaustão mental.
te do momento? Provavelmente, todos nós já
passamos por isso, alguns em mais ou menos 3. Estresse – Estresse individual, geralmente
quantidade. demonstrado por perda de produtividade, pro-
blemas de saúde, dias excessivos por doença,
Nos últimos anos houve um crescimento na di-
depressão, hostilidade e infelicidade geral do
fusão de informações por causa também das
trabalhador e do indivíduo.
redes sociais que amplificaram esse fenômeno.
Aparentemente inofensivo, o excesso de notí- 4. Perda de produtividade – A combinação de
cias, muitas vezes falsas, pode provocar graves estresse, fadiga de decisão e distrações / inter-
consequências para a saúde. rupções resulta em menor produtividade do tra-
balhador e redução da produção organizacional.
A infodemia não é um fato recente, porém, com
o avanço tecnológico, o crescimento da Web e A OMS afirma que as pessoas podem também
o surgimento das redes sociais, esse fenôme- se sentir ansiosas, deprimidas, emocionalmente
no se alargou rapidamente, tornando-se ainda exaustas e incapazes de atender a demandas
mais comum. importantes.
O excesso de informações pode gerar muitos Disponível em: https://blogfca.pucminas.br/colab/infode-

efeitos negativos sobre as pessoas. O IORG(In- mia-informacao/. Acesso em: 04/03/2022 (adaptado).
formation Overload Research Group) lista sete
TEXTO V
A Sobrecarga de Informações ocorre quando as informações disponíveis excedem as habilidades de

processamento do indivíduo no tempo disponível. Ela tem suas raízes na teoria da informação e na
teoria da comunicação e é resultado da enorme quantidade de informações disponíveis para consumo
rápido que podem ser facilmente acessadas por meio de vários canais de comunicação.
O termo “Sobrecarga” implica que há muito de algo e, no caso de Sobrecarga de Informação, geral-
mente é o resultado de uma combinação de três fatores principais:
• Excesso de informações – Tantas informações foram coletadas que não é possível organizá-las,
classificá-las, filtrá-las e analisá-las adequadamente.
• Não há tempo suficiente – Não há tempo suficiente disponível para processar a grande quantida-
de de informações que você coletou devido a várias prioridades e prazos concorrentes.
• Baixa Qualidade da Informação – Incapaz de determinar a partir das informações disponíveis

quais fontes podem ser confiáveis como fontes de informação informadas, consistentes e confiá-
veis para a tomada de decisões válidas.
Disponível em: https://iorgforum.org/io-basics/. Acesso em: 04/03/2022 (adaptado).
portuguesa sobre o tema: O desenvolvimento da era digital e sua relação com a Infodemia, apresen-
PROPOSTA 25
OS IMPACTOS DA VIOLÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL BRASILEIRO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
A violência, enquanto prática disseminada na sociedade, pode ser identificada quando, numa situa-
ção de interação, um ou vários atores agem de maneira direta ou indiretamente, maciça ou esparsa,
causando danos a uma ou mais pessoas em graus variáveis, seja em sua integridade física, seja em
sua integridade moral, em suas posses, ou em suas participações simbólicas e culturais. O processo
histórico brasileiro sempre foi marcado por situações de violência: escravidão, genocídios de popula-
ções inteiras de povos indígenas e, mais atualmente, a violência manifesta-se de forma mais aguda no
mundo das grandes cidades, associada à pobreza, ao crime organizado e ao autoritarismo.
A criminalidade e a violência afetam negativamente o desenvolvimento econômico e social, diminuem

o capital social, aumentam o grau de exclusão social e de pobreza, colocam em risco a cidadania e a
segurança, além de reduzirem a capacidade de o Estado governar efetivamente.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/inter/a/xxrsvF6w7C5qM9hk5VtxydM/?lang=pt&format=pdf. Acesso em 10/03/2022
TEXTO II
O peso da violência para o País
Gastos gerados pelo fenômeno superam 5% do PIB do País e especialistas alertam que, se nada for feito, ten-
dência é de alta crescente
Em diversas regiões do País, a violência impacta diretamente o avanço econômico que se tenta al-
cançar. “Enquanto a segurança não for vista como um fator central para a economia, o Brasil não vai
estar entre as nações mais desenvolvidas do mundo”, afirma o diretor-presidente do Fórum Brasileiro
de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima.
A perda de capital humano é uma das faces mais trágicas desse fenômeno. Pesquisadores reconhe-
cem as consequências na saúde, nas dinâmicas social e demográfica e na produtividade. “Somos um
país doente, com quase 60 mil homicídios em um ano, o que nos coloca em uma situação muito grave”,
diz o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Daniel Cerqueira. Segundo o
Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o custo da violência é de R$ 258 bilhões, aproximadamente
5,4% do Produto Interno Bruto (PIB). E a maior parte desse valor, R$ 114 bilhões, é resultado justa-
mente da perda de capital humano. Os jovens acabam sendo a ponta mais vulnerável do sistema, uma
vez que acabam mortos ou condenados pelas faltas de educação, de estruturas social e familiar e de
acesso a serviços básicos.
De acordo com a Constituição Federal, a segurança é uma obrigação do Estado. Contudo, como o
governo não consegue provê-la nas proporções que a sociedade deseja, há um custo diário para a
sobrevivência. “Pagamos para ter uma polícia, mas como não funciona, pagamos pela segurança pri-
vada”, explica o professor de Finanças do Ibmec-RJ, Gilberto Braga. “Há o custo inerente ao tributo e
o custo extra pela ineficiência do Estado”, afirma. Um evento violento, explica ele, afasta investidores
interessados em negociar e desestimula a circulação de dinheiro em determinadas regiões. “Há um
freio na economia e na produtividade.”
Disponível em: https://www.fecomercio.com.br/noticia/o-peso-da-violencia-para-o-pais. Acesso em: 10/03/2022.
TEXTO III
Segundo o estudo elaborado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os dez muni-
cípios com mais de 100 mil habitantes e com menores taxas de homicídios têm 0,6% de pessoas ex-
tremamente pobres, enquanto os dez mais violentos têm 5,5%, em média. No total, o Brasil tinha 309
municípios com mais de 100 mil pessoas em 2016.
A porcentagem de pessoas sem saneamento básico é de 0,5% nas cidades menos violentas e de 5,9%
nas mais violentas. A taxa de desocupação de jovens também é maior nas cidades com mais assas-
sinatos (veja tabela abaixo).
Segundo a diretora executiva do Fórum Brasileiro da Segurança Pública, Samira Bueno: “basicamente
mostramos que municípios com melhores níveis de desenvolvimento – e aqui falamos de habitação,
educação, inserção no mercado de trabalho, dentre outros – também concentram menores índices de
homicídio. Ou seja, estamos falando de pobreza, mas principalmente, estamos falando de vulnerabi-
lidade econômica e de desigualdade”, afirma.
Para Samira, os indicadores mostram o “equívoco de políticas de enfrentamento da violência focadas

apenas no policiamento e em estratégias repressivas”.
“O estado não é capaz de oferecer condições básicas de vida e cidadania para parcelas significativas
da população, e justamente essas pessoas, que vivem em condições de inserção precária no mercado
de trabalho, evadem da escola muito cedo, habitam em territórios sem infraestrutura são os que mais
ficam vulneráveis à violência”
Disponível em: https://pedromaganem.jusbrasil.com.br/artigos/598461117/violencia-e-pobreza-duas-faces-da-mesma-

-moeda. Acesso em: 10/03/2022.
TEXTO IV
O impacto da violência no cotidiano dos brasileiros não é só uma questão de segurança pública.
Homicídios, acidentes e suicídios acarretam danos diretos ou indiretos à saúde física e mental de
indivíduos e populações. Pelas múltiplas configurações que pode assumir (contra crianças, adoles-
centes, idosos, de gênero, raça, contra grupos étnicos, população de rua e LGBTQI+ etc.), violência é
substantivo que se escreve no plural e demanda políticas e práticas de prevenção, enfrentamento e
participação multiprofissional.
Lesões, traumas e mortes causados por violências e acidentes resultam em altos custos emocionais,
sociais e com aparatos de segurança pública, além de prejuízos econômicos decorrentes da falta
ao trabalho e perda de produtividade. Além disso, os impactos sobre a saúde mental que tais danos
provocam nas vítimas e em suas famílias chegam ao SUS e se revertem em gastos com emergência,
assistência e reabilitação, muito mais onerosos do que os procedimentos médicos convencionais.
A violência é devastadora. Se não mata, incapacita, acarreta doenças crônicas e traumas insuperá-
veis. Ao ser reconhecida como problema de saúde pública, a violência em suas mais diversas e per-
versas configurações é também questão de educação, segurança pública, ação social, trânsito, entre
outras, e responsabilidade de toda a sociedade.
Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/a-violencia-como-questao-de-saude-publica/. Acesso em 10/03/2022 .
portuguesa sobre o tema: Os impactos da violência no desenvolvimento social brasileiro, apresen-
PROPOSTA 26
A DESIGUALDADE SOCIAL EM PARALELO ÀS DIFICULDADES DE ACESSO
AO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I do Departamento de Metodologia do Ensino e

Educação Comparada da Faculdade de Educa-
Constituição Federal de 1988
ção (FE) da USP.
Art. 205.
“O debate hoje de avaliação da educação supe-
A educação, direito de todos e dever do Estado rior no Brasil dentro do Inep e dentro do Conse-
e da família, será promovida e incentivada com lho Nacional de Educação é praticamente ine-
a colaboração da sociedade, visando ao pleno xistente”, afirma Fernando Coelho, professor de
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para Gestão de Políticas Públicas na Escola de Artes,
o exercício da cidadania e sua qualificação para Ciências e Humanidades (EACH) da USP. Ape-
o trabalho. sar de existir o emprego de recursos públicos
em programas como o Programa Universidade
Art. 206.
para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamen-
O ensino será ministrado com base nos seguin- to Estudantil (Fies), não existem levantamentos
tes princípios: em torno da qualidade de ensino das institui-
I – igualdade de condições para o acesso e per- ções que se aproveitam dos programas nem em
manência na escola; [...] quais cursos eles são empregados.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/ Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/forma-

pdf/constituicao.pdf. Acesso em: 17/03/2022. cao-na-educacao-superior-nao-pode-prescindir-de-
-politica-de-ciencia-tecnologia-e-inovacao/. Acesso em
TEXTO II 17/03/2022 (adaptado).
Apesar da expansão das políticas de inclusão, o TEXTO III

acesso ao ensino superior brasileiro ainda está
De acordo com dados divulgados pelo Instituto
restrito a uma parcela pequena da população.
Semesp, na 11ª edição do Mapa do Ensino Su-
Dados levantados pelo Instituto Nacional de Es-
perior no Brasil, apenas 18,1% dos jovens de 18
tudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixei-
a 24 anos estão matriculados no ensino supe-
ra (Inep), em 2019, demonstram que somente
rior e somente 17,4% das pessoas de 25 anos ou
cerca de 20% da população entre 25 e 34 anos
mais concluíram um curso.
possui um diploma de nível superior no País. De
acordo com o mesmo levantamento, 40% dos Os alunos que recorrem à rede privada acabam
ingressantes em universidades, em 2019, per- abandonando o curso, principalmente, por pro-
tenciam aos 20% da população com maior po- blemas de falta de pagamento. É importante
der econômico. No mesmo ano, só 5% perten- ressaltar que, segundo o estudo do Semesp,
ciam aos 20% mais pobres da população. 78,5% das matrículas no Brasil estão concen-
tradas no ensino superior privado, ou seja, alu-
O acesso à educação superior no Brasil é his-
nos que não têm renda familiar alta precisam
toricamente limitado a membros pertencentes
pagar mensalidades que, na maioria dos casos,
das classes A e B. “Tem um fenômeno muito
não “cabem no bolso”.
antigo no acesso à universidade brasileira, que
é o predomínio de uma classe média, classe Segundo Rodrigo Capelato, diretor-executivo
média alta, branca, frequentadora das institui- do Instituto Semesp, o principal problema en-
ções particulares de educação básica e isso volve uma junção de financeiro e vocacional.
está sendo desmontado”, contou em entrevista Na hora de escolher o curso, o candidato esco-
Maria Isabel de Almeida, professora associada lhe o que ‘cabe no bolso’, sem a vocação. Pela
diferença de valores, ele escolhe Pedagogia no proporção de alunos mais pobres caiu para 5 a
lugar, por exemplo, de Direito. Quando o curso cada 100 em 2019. Outro grupo que há mais de
começa, ele desanima, tem dificuldades para duas décadas representa uma pequena porcen-
pagar a mensalidade e desiste. tagem nas universidades é dos indígenas. Fo-
ram as políticas de cotas raciais que ajudaram a
Segundo o Mapa do Ensino Superior do Brasil,
ampliar a presença de pretos, pardos e indíge-
a remuneração de quem tem ensino superior
nas (PPI) no ensino superior público.
completo é quase três vezes maior se compa-
rada a quem tem apenas o ensino médio. Em 21 anos, a proporção de alunos PPI nas uni-
versidades federais, estaduais e municipais
triplicou. Em 1999, 15% dos estudantes univer-
sitários eram pretos, pardos ou indígenas; em
2019, já eram 46%. Ainda assim, a proporção de
adultos de 25 a 34 anos com diploma do ensino
superior no Brasil ainda é muito baixa, não ultra-
passando os 21%.
Em contrapartida, outros países da América do

Sul e Latina registram porcentagens mais al-
tas, como México (24%), Colômbia (30%), Chile
(34%) e Argentina (40%). Os Estados Unidos têm
A maioria dos alunos com situação financeira uma média de 49%. Neste cenário, programas
mais vulnerável, que não teve oportunidade de que possibilitaram a entrada de diversos gru-
uma educação de alta qualidade, não consegue pos vulneráveis no ensino superior vêm sofren-
concorrer nas principais instituições públicas e, do com cortes, o que afasta novos atendidos,
ao mesmo tempo, não consegue ter renda para como é o caso do Fies, conhecido programa de
pagar as mensalidades das privadas. Quando financiamento em universidades privadas.
consegue, acaba optando por fazer um curso O Fies teve seu auge em 2014, quando chegou
de valor mais baixo, mesmo sem a vocação. a bancar 733 mil vagas. Atualmente, o número
Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/ está bem abaixo disso: apenas 93 mil financia-
apenas-18-1-dos-jovens-de-18-a-24-anos-estao-matri- mentos foram concedidos em 2021: para cada
culados-no-ensino-superior/. Acesso em: 17/03/2022.
oito vagas em 2014, há apenas uma hoje.
TEXTO IV Os dados são dos Cadernos de Estudos e Pes-
Em 2015, pretos, pobres e estudantes oriundos quisas em Políticas Educacionais do Inep e do
da escola pública representavam 6 a cada 100 Ministério da Educação.
alunos do ensino superior. Mas essa tendência . Disponível em>https://observatorio3setor.org.br/noti-
não só parou, como houve um retrocesso, e a cias/no-brasil-apenas-21-dos-adultos-com-ate-34-a-
portuguesa sobre o tema: A desigualdade social em paralelo às dificuldades de acesso ao ensino
superior no Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecio-
ne, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.
PROPOSTA 27
OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS BRASILEIROS PARA LIDAR COM
O SEDENTARISMO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
A industrialização, aliada ao desenvolvimento tecnológico, facilitou a execução de diversas tarefas

que antes exigiam maior esforço físico. A esses fatores somam-se ainda o ritmo de vida acelerado da
sociedade contemporânea, a locomoção através de transportes motorizados, trabalhos que exigem
pouco esforço físico e atividades de lazer com menor grau de movimentação. Como consequência,
houve uma queda na qualidade de vida, acarretando em um estilo de vida mais sedentário e no au-
mento do número de pessoas com problemas de saúde, como diabetes, doenças cardiovasculares ou
câncer.
O sedentarismo é caracterizado pela falta de atividade física, não somente no caráter da prática des-
portiva, mas em toda sua amplitude, fazendo com que a saúde da pessoa entre em declínio e esteja
mais suscetível ao surgimento de patologias. Devido ao grande comprometimento que a mesma pode
ocasionar, considera-se atualmente como um problema de saúde pública e por muitos profissionais
da saúde, também é considerada como o mal do século.
Disponível em: http://cidadao.saude.al.gov.br/saude-para-voce/estilo-de-vida-saudavel/atividade-fisica-e-sedentarismo/.
Acesso em: 24/03/2022
TEXTO II
Estudos apontam que o sedentarismo pode trazer consequências negativas ao corpo comparáveis
às do tabagismo. Sabemos que estar inativo aumenta o risco de desenvolvimento de muitas doenças
crônicas, como as cardiovasculares, e acidentes vasculares cerebrais (AVC), diabetes tipo 2 e alguns
tipos de câncer”, disse à BBC a professora da Universidade de Harvard I-Min Lee, que coordenou em
2012 um estudo sobre sedentarismo publicado no periódico científico The Lancet.
“Dado que é um fator de risco comum em muitas das doenças crônicas que nos acometem, de forma
geral o risco de mortalidade prematura de quem é sedentário é provavelmente comparável ao de fu-
mar”, ressaltou.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o “estilo de vida sedentário” aumenta as chances
de morte em algo entre 20% e 30%. A instituição estima que 5 milhões de mortes poderiam ser evita-
das por ano se a população fosse fisicamente mais ativa. A cifra não está tão distante dos 7 milhões
de óbitos por ano atribuídos ao cigarro. A dimensão dos riscos do sedentarismo, entretanto, não está
clara para muitas pessoas.
Uma das coisas que mais preocupam no sedentarismo é o fato de que ele afeta especialmente os
mais jovens. Segundo as estatísticas da OMS, 81% deles não fazem atividade física suficiente, uma
cifra três vezes mais alta que a dos adultos. A instituição considera o sedentarismo “um problema
global de saúde pública” — e especialistas avaliam que ele já chegou a níveis pandêmicos.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-56713232. Acesso em: 24/03/2022.
TEXTO III
Disponível em: https://observatoriodoesporte.mg.gov.br/estudo-inedito-revela-que-sedentarismo-ja-atinge-459-dos-

-brasileiros/. Acesso em 24/03/2022.
TEXTO IV
O modo de vida adotado pela sociedade contemporânea é o principal responsável pelo surgimen-
to das chamadas doenças do século XXI. Isso porque, com as facilidades obtidas na rotina, o ser
humano passou a se esforçar cada vez menos, chegando até o sedentarismo, que, aliado a uma
alimentação desregrada, à base de fast-food, é responsável pelo surgimento de diversos problemas
de saúde, como a obesidade e patologias cardiovasculares. Além do sedentarismo, o estresse cau-
sado pelo excesso de expectativas sociais, aliado ao trabalho desgastante e ao excesso de preocu-
pação com o futuro, também é o responsável por uma série de doenças, físicas e mentais.
Devido à rapidez exigida pela vida moderna, todas as pessoas querem que tudo aconteça muito
rápido e, por isso, sempre preferem andar de carro a caminhar, comprar comida pronta em vez de
cozinhar ou qualquer coisa que minimize o esforço feito para conseguir algo.
Com a falta de atividade física e uma alimentação desequilibrada, o risco de obesidade aumenta —
e o pior é que ela pode ser tão nociva para a saúde quanto o cigarro, por exemplo.
Disponível em: https://www.conexasaude.com.br/blog/doencas-do-seculo/. Acesso em 24/03/2022 (adaptado).
portuguesa sobre o tema: Os desafios enfrentados pelos brasileiros para lidar com o sedentarismo,
PROPOSTA 28
A CONSTANTE TRANSGRESSÃO DAS LEIS PELOS CIDADÃOS BRASILEIROS
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I O que é curioso, no entanto, é que ainda que

a confiança interpessoal seja baixa, a opinião
alheia importa no processo de tomada de deci-
sões. Foi o que constatou Luciana Ramos, pro-
fessora do curso de Direito da FGV-SP e uma
das autoras do IPCL Brasil, em suas pesquisas.
Segundo ela, em geral, as pessoas cumprem
mais a lei quando identificam que serão repro-
vadas socialmente no caso do descumprimento
da regra.
No índice desenvolvido pela FGV-SP, por exem-
Disponível em: https://www.dicio.com.br/transgressao. plo, o furto de objetos de pequeno valor de uma
Acesso em: 31/03/2022 loja aparece como conduta passível de maior
reprovação social do que dirigir após o consu-
TEXTO II
mo de bebida alcóolica, situação com potencial
Os perigos do jeitinho brasileiro e da falta de maior para causar danos, por assim dizer. “Mais
confiança no cumprimento das leis. do que a instrumentalidade, ligada à noção de
função da lei, [o cumprimento da norma] é mui-
Se todos seguissem livremente as normas criadas to mais um caso de controle social. Os brasilei-
em conjunto para a sociedade, o país funcionaria ros se preocupam muito com o que o outro vai
melhor e seria mais seguro. pensar. As regras formais, as leis, têm um papel
A edição de 2015 do Índice de Percepção do menos importante do que a opinião do outro”,
Cumprimento da Lei (IPCLBrasil), produzido diz Luciana.
pela Escola de Direito da FGV-SP, apontou que É claro que o medo, o impacto da punição tam-
80% dos brasileiros acreditam ser fácil desobe- bém pesa para que se cumpra a lei. O que acaba
decer à lei no país. Quando se analisa a percep- ocorrendo, afirma a professora, é que o indiví-
ção da confiança em relação ao outro de modo duo analisa o “custo-benefício” de cumprir, ou
geral, não apenas limitada ao cumprimento da não, determinada regra. Assim, seriam questio-
lei, os números fazem sentido. Quando se fala nados pontos como quais são as reais chances
em confiança interpessoal, 84,2% dos entre- de ser punido e, caso isso ocorra, qual seria a
vistados para o IDL (Índice de Democracia Lo- punição.
cal) afirmaram que a maioria das pessoas não
é confiável, sendo apenas amigos e familiares Em relação ao jeitinho, a sensação que o bra-
confiáveis. Henrique Raskin, gestor de pesquisa sileiro tem, diz Henrique Raskin, é de que todo
do Instituto Atuação e mestre em ciência políti- mundo, potencialmente, vai achar um jeito de
ca pela Universidade Columbia, afirma que es- burlar a lei e de “passar a perna” no outro. Na
ses indicadores de relacionamento demonstram dúvida, é melhor se proteger, já que o jeitinho
que existe um problema de coesão social. seria uma espécie de ética geral. E isso acaba
refletido na confiança que se tem das institui-
“As pessoas não confiam umas nas outras, não ções. “As instituições, querendo ou não, são
confiam nas instituições, não confiam que os formadas por esses mesmos cidadãos, que
outros sigam a lei. Isso cria uma insegurança, cresceram numa família, que aprenderam com a
mas não só no sentido físico. É um medo que sociedade. Então como é que podemos esperar
se dá num passo anterior. É uma espécie de que no âmbito do Estado vai ser diferente? O
insegurança moral de que ‘eu não sei se essa Estado é a cereja do bolo, e se há problema na
pessoa totalmente estranha a mim, com o mes- base,vai haver no topo”, afirma Raskin.
mo cargo de cidadania, compartilha os mesmos
Disponível em >https://www.gazetadopovo.com.br/justi-
valores que eu’”, explica. ca/os-perigos-do-jeitinho-brasileiro-e-da-falta-de-con-
TEXTO III
1ª coluna -
Porcentagem de entrevistados
que já realizaram a conduta ao
menos uma vez no último ano
2ª coluna -
que acham provável haver
punição para a conduta
3ª coluna -
que acham a conduta errada
Disponível em: http://www.robertomoraes.com.

br/2013/04/percepcao-do-brasileiro-em-rela-
cao-lei.html. Acesso em 31/03/2022.
TEXTO IV
O Índice de Confiança na Justiça Brasileira (ICJBrasil), divulgado como parte da 8ª edição do Anuá-
rio Brasileiro de Segurança Pública, mostrou que 81% dos entrevistados acreditam ser fácil deso-
bedecer às leis brasileiras e ‘dar um jeitinho’ para escapar das punições. Segundo a pesquisa, “a
grande maioria dos brasileiros entende que a lei pode ser facilmente ignorada e que esse comporta-
mento é generalizado”.”Esses dados reforçam o senso comum de que no Brasil ‘as leis ficam apenas
no papel’, contribuindo para a disseminação de uma ‘cultura de desrespeito à lei’”, diz o estudo.
O levantamento foi feito pela Fundação Getúlio Vargas com 7.176 pessoas em oito Estados. A per-
cepção de que é possível driblar leis com “jeitinho” é mais comum entre os mais escolarizados e
com renda mais elevada, segundo o levantamento. Entre os entrevistados com baixa escolaridade,
76% acreditam ser fácil desobedecer às leis. O percentual é de 84% entre os mais escolarizados.
A percepção de que sempre é possível “dar um jeitinho” cresce de acordo com a renda do entre-
vistado, abrangendo 69% dos entrevistados com rendimento de até um salário mínimo; 79% com
rendimento de um a quatro salários mínimos; 82% dos com rendimentos entre quatro e oito salários
mínimos; e 86% dos com rendimento superior a oito salários mínimos.
“Quanto mais recursos e informações uma pessoa possui, e quanto menor a vulnerabilidade econô-
mica e social a que ela está sujeita, mais ela parece concordar com a facilidade de desrespeitar as
leis no país”, diz o documento.
O estudo compara o que chama de ‘cultura de desrespeito à lei’ ao conceito usado por Mauricio
Garcia-Villegas, ao interpretar a herança da colonização portuguesa e espanhola na América Latina,
segundo o qual “burlar a norma não é visto ou sentido como algo moral ou socialmente reprovável”.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141111_anuario_jeitinho_ss. Acesso em: 31/3/2022.
tuguesa sobre o tema: A constante transgressão das leis pelos cidadãos brasileiros, apresentando
PROPOSTA 29
O FENÔMENO DA UBERIZAÇÃO ATRELADO À PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES
DE TRABALHO CONTEMPORÂNEAS
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I pendentes dos algoritmos, das comissões e da

severa cobrança diante das metas de produti-
O fenômeno denominado “uberização” do tra-
vidade.
balho, consiste na utilização da mão de obra
por empresas de aplicativos e plataformas di- São pessoas que fazem parte do just-in-time,
gitais, sem incidência de encargos trabalhistas isto é, o trabalhador autogerente que organiza
com os prestadores de serviços cadastrados, ele mesmo a sua rotina de trabalho, mas pres-
usualmente contratados como “parceiros”. As- sionado pelas empresas que entram como me-
sim, nessa dinâmica, ocorre uma informalização diadoras, mas na verdade operam como uma
das relações trabalhistas, haja vista a tendên- espécie de mecanismo para novas formas de
cia de se afastar os direitos dos trabalhadores subordinação e controle das relações de tra-
por meio da utilização de meios telemáticos e balho. Numa pesquisa realizada em 2019 pelo
de autonomia ao prestador de serviço. Tal ex- PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domi-
pressão se originou da discussão do vínculo de cílios), os dados demonstraram que 3,8 milhões
emprego com a plataforma do Uber, e hoje se de brasileiros tinham no aplicativo Uber a sua
expande por diversos segmentos que se utili- maior fonte de renda. Outra pesquisa do PNAD,
zam de modelos similares. publicada no mesmo ano, alegou que 29 anos
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2021-out-29/
é a média de idade dos integrantes da uberiza-
opiniao-fenomeno-uberizacao-relacoes-emprego. Acesso ção, em sua maioria, homens, 73% apenas com
em: 07/04/2022 (adaptado) Ensino Médio completo e 11% tendo concluído o
TEXTO II Ensino Superior.
Se chover, não rola trabalho. Quando ocorre, as Disponível em: https://bahiapravoce.com.br/uberizacao-

-do-trabalho/. Acesso em: 07/04/2022.
demandas ficam mais arriscadas. Caso haja um
sinistro de trânsito que envolva morte ou feri- TEXTO III
mentos graves, dificilmente a família receberá
algum seguro ou indenização. Cansados e mo-
vidos pela adrenalina de uma carga horária que
não é regida pela legislação trabalhista, os inte-
grantes da chamada uberização do trabalho são
pessoas que passam pelo processo de informa-
lização das garantias e proteções necessárias
para qualquer trabalhador no devido exercício
de sua cidadania. Nessa demanda, ele entra
com os meios de produção, assume os cus-
tos de sua atividade e supostamente trabalha
quando quer, dentro de seu agendamento, num
esquema que é muito diferente das maravilhas
pregadas pelo ideal de liberdade da uberização,
pois, cada vez mais, esses indivíduos ficam de-
Disponível em: https://castrodigital.com.br/2020/07/o-que-e-uberizacao-do-trabalho.html e https://bahiapravoce.com.br/
uberizacao-do-trabalho/. Acessos em: 07/04/2022.
TEXTO IV
O modelo de trabalho conhecido como “fenômeno da uberização” é vendido como atraente e ideal,
pois propaga a possibilidade de se tornar um empreendedor, autônomo, com flexibilidade de horário
e retorno financeiro imediato. Esta ilusão fez o mercado crescer rapidamente, em detrimento das
relações formais de emprego que estávamos acostumados, principalmente, no que se refere à iden-
tificação profissional.
Entretanto, a realidade é cruel e distinta, já que no Brasil, são repassados à plataforma entre 20%
e 30% dos valores cobrados aos clientes, de modo que ao motorista não sobra muito, consideran-
do os baixos valores praticados. Associado ao fato de que este tem que arcar com as despesas de
celular, internet, combustível, reparos, desgastes do veículo, tributos, seguros, além de assumir a
responsabilidade por danos causados a terceiros.
As metas impostas e a busca incessante pelo dinheiro, em meio a uma crise econômica mundial,
asseguram uma mão de obra que trabalha por mais de doze horas diárias, sem qualquer tipo de fis-
calização do Estado, ou instituição para defender e regulamentar seus direitos, assim como a redu-
zir os riscos da atividade. Este modelo permite que o mercado sugue as forças do trabalhador, sem
qualquer tipo de estigma ou embaraço.
Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/justica/a-uberizacao-das-relacoes-de-trabalho/. Acesso em 07/04/2022.
portuguesa sobre o tema: O fenômeno da uberização atrelado à precarização das relações de tra-
balho contemporâneas, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
ponto de vista.
PROPOSTA 30
O SIGNIFICADO DA VALIDAÇÃO DA CULTURA DO CANCELAMENTO PELA
SOCIEDADE BRASILEIRA
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I TEXTO II
Com os avanços no campo social, observa-se na A cultura do cancelamento surgiu com a ideia
contemporaneidade um processo de descons- de dar voz e atenção desde as minorias até a
trução de práticas e costumes antigos, os quais preservação ambiental, fazendo com que de al-
anteriormente eram normalizados na socieda- guma forma, por meio da internet, fosse possí-
de. Isso significa que alguns comportamentos vel praticar justiça. Entretanto, como é possível
não são mais tolerados por parte do corpo so- perceber, esse conceito foi alterado com o de-
cial, como comentários racistas, homofóbicos e correr dos anos. Isso porque as redes sociais
machistas. Como resultado, uma parcela cada e, obviamente, os internautas ficaram mais into-
vez maior de pessoas se manifesta contra tais lerantes. Atualmente, qualquer comportamento
atitudes que são passíveis de punição. que supostamente vá contra os ideais aceitos
pelos “justiceiros sociais” são repugnados e
É comum observarmos esse debate nas re-
dignos do “cancelamento”.
des sociais, sobretudo, em virtude da internet
ter se tornado um lugar propício para o debate No cancelamento social, o que prevalece é a
de causas importantes e um espaço para ma- opinião de cada pessoa que está avaliando, di-
nifestações. No entanto, frequentemente, no retamente ou não, o comportamento de outra.
ambiente cibernético, as manifestações contra Contudo, o julgamento embasado em opiniões
comportamentos considerados errados conver- deixa de lado dois aspectos importantes: a ver-
tem-se em um linchamento virtual contra a pes- dade e o debate. Isso ocorre a partir do momen-
soa responsável pelos atos, como uma forma de to em que não é possível haver um diálogo de
punição e uma maneira de realizar a justiça so- ambas as partes envolvidas, ou seja, quem está
cial. Como todos os indivíduos são suscetíveis a sendo cancelado e os que o estão cancelando.
cometerem erros, inúmeras pessoas estão sen-
do “canceladas” no meio digital. Abordando esse assunto claramente, o profes-
sor Ari Eduardo comenta: “As pessoas querem
Esse fato acontece, principalmente, em razão ter razão, não levando em consideração a mul-
da ideia de que apenas as pessoas que foram tiplicidade de ideias que correspondem a uma
“canceladas” seriam capazes de cometerem os sociedade”. A partir disso, ele deixa explícita a
respectivos erros. Ou seja, uma parcela de in- relevância do ensino básico estimular o debate
divíduos acredita que se estivesse no lugar do no dia a dia. Afinal, é por meio do ensino que se
“cancelado”, não agiria da mesma forma. Como aprende a tolerância, mesmo quando se tem os
efeito, essa circunstância influi diretamente no ideais contrariados, enxergando as diferenças e
surgimento de um novo comportamento de re- pluralidades que compõem a democracia.
preensão: a cultura do cancelamento.
A liberdade de expressão é fundamental para
É válido ressaltar também que a maioria dos que a sociedade continue existindo democrati-
cancelamentos ocorre por conflitos de opiniões camente. Entretanto, com a liberdade vêm de-
e pensamentos, devido à crença de que exis- veres que devem ser cumpridos. “Discordo do
te um “certo” ou um “errado” convencionado na que diz, mas defenderei até a morte o seu direi-
sociedade. Dessa forma, as pessoas vítimas do to de dizê-lo”, já diria Voltaire, muito antes das
cancelamento acabam sendo excluídas da so- redes sociais. Adaptada aos tempos modernos,
ciedade por um determinado grupo de indiví- a famosa frase ainda ecoa como “você pode
duos, além de sofrerem linchamentos virtuais e discordar totalmente do que outro pensa, mas
sofrerem punições pelas ações praticadas. não tem o direito de humilhá-la por isso!”.
Disponível em: https://www.politize.com.br/cultura-do-
-cancelamento/. Acesso em: 14/04/2022 (adaptado). Disppnível em><https://laboratoriodejornalismo2020.
TEXTO III
Disponíveis em: https://laboratoriodejornalismo2020.medium.com/cultura-do-cancelamento-e-o-boicote-virtual-a-in-jus-

ti%C3%A7a-das-massas-55264da7317b e https://arteemanhasdalingua.blogspot.com/2021/02/atividade-sobre-o-texto-
-o-que-e-cultura.html. Acessos em: 14/04/2022
TEXTO IV
Na cultura do cancelamento pode-se enfrentar críticas severas, xingamentos, perseguições, amea-

ças, assédios, preconceitos de gênero e raça, na maioria das vezes essa situação pode ir para além
do virtual, fazendo a pessoa perder o emprego, o respeito pessoal e sua segurança.
Os linchamentos, xingamentos e punições sempre existiram, na idade média, por exemplo, a lei de
Talião concedia a reciprocidade do crime, ou seja, a pessoa que feriu deveria ser punida de forma
semelhante ao crime cometido. A ideia era a de restituição da justiça e da igualdade. O próprio ter-
mo Talião vem do latim, talio, que significa “igual”, buscando reforçar, teoricamente, a ideia de igual-
dade e justiça. É indiscutível que da idade média para cá muitas coisas mudaram, no entanto, outros
problemas surgiram.
A internet possibilita o uso de uma ferramenta muito perigosa, um escudo ou aliado para aque-
les que praticam o cancelamento: o anonimato. As pessoas podem esconder-se por trás de perfis
fakes, o que encoraja e facilita os discursos de ódio, afinal, não se sabe quem de fato está por trás
do comentário maldoso, da ameaça, do xingamento e do assédio. Assim como na lei de Talião, o
cancelamento visto atualmente nas redes sociais vislumbra a justiça, condenar àqueles que agiram
de forma errada. Embora muitos anos tenham se passado, há muito em comum em relação ao con-
ceito de justiça que se tinha antigamente para o que temos hoje, o que é justo e injusto passou a ser
sinônimo de bem ou mal, sendo assim, se alguém agiu de forma injusta, torna-se automaticamente
uma pessoa má o que dá aos justiceiros o passe para punir e condenar, visando realizar um bem
aparentemente maior.
Disponível em: https://downloads.editoracientifica.org/articles/210605174.pdf. Acesso em: 14/04/2022.
portuguesa sobre o tema: O significado da validação da cultura do cancelamento pela sociedade
brasileira, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, orga-
nize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA 31
VULNERABILIDADE E 3ª IDADE: O CRESCIMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA
OS IDOSOS NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento
moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso,

com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura,
ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em: 21/04/2022.
TEXTO II
O Estatuto do Idoso, promulgado pela lei no 10.741, de 1º de outubro de 2003, descreve a violência
contra o idoso como qualquer ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que lhe cause
morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. A professora do curso de Gerontologia da EACH, Bi-
biana Graeff, afirma que há negligência em relação aos cuidados com os idosos em nossa sociedade
“O abandono é o primeiro caso, é o primeiro tipo de violência mais frequente”. Segundo a professora,
esse tipo de caso é mais comum devido à codependência que a pessoa idosa pode vir a desenvolver
com o tempo, precisando de determinados apoios para realização de funções básicas, como ir ao
mercado, ou um acompanhante para poder deslocar-se, por exemplo.
De acordo com os números do relatório divulgado em 2019, a negligência é o tipo de violência contra
o idoso mais comum, representando 41% do total das denúncias. Após ela, as principais violações so-
fridas por idosos são: a violência psicológica, com 24% das denúncias; o abuso financeiro, com 20%;
a violência física, com 12% e a violência institucional, com 2%.
De acordo com o relatório anual divulgado em 2019 pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos
(ONDH), existe uma relação de convívio familiar entre o suspeito de violência e a vítima. Em torno de
65% dos suspeitos são filhos da vítima. De acordo com Bibiana, esse envolvimento afetivo entre o
agressor e a vítima é um fator que leva a casos de violência passarem despercebidos pela vítima que,
por conta do laço, não reconhece a agressão ou passa por um processo de internalização da agressão
por não querer gerar implicações negativas contra o agressor.
Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/aumento-de-casos-de-violencia-contra-idosos-demonstra-a-falta-de-po-
liticas-publicas/. Acesso em 21/04/2022 (adaptado).
TEXTO III
Vulnerabilidade é uma condição vivida por indivíduos expostos a fatores sociais, econômicos e
estruturais. Em suma, é um fator multifacetado que associa a condição do indivíduo com as experiên-
cias que precisa enfrentar para sobreviver numa conjuntura de violação de direitos. De maneira geral,
a vulnerabilidade social é a lesão na integridade dos direitos, identidade cidadã e especialmente na
relação com a sociedade, através de preconcei- disponibilizado pelo governo federal, o que so-
tos e desrespeitos. Diante da realidade e con- mava em torno de 48,5 mil registros. Em 2018,
dição típica do idoso, verifica-se que ele, nesta o serviço recebeu 37,4 mil denúncias de crimes
fase, fica exposto aos diversos tipos de vulne- contra idosos.
rabilidade, não só por apresentar debilidades de
No fim do ano passado, com o isolamento
ordem fisiológica, biológica e psicológica, mas
social imposto pela pandemia de covid-19, o
também pelo conjunto de fragilidades que apre-
número observado em 2019 aumentou 53%,
senta por conta da idade.
passando para 77,18 mil denúncias. No primei-
O envelhecimento é uma fase que pode ser en- ro semestre de 2021, o Disque 100 já registra
carada pelo sofrimento das perdas: morte de mais de 33,6 mil casos de violações de direitos
entes queridos, gerando o aumento do iso- humanos contra o idoso no Brasil. Muitos ido-
lamento; dificuldades econômicas propiciadas sos, porém, não denunciam a violência sofrida
pela diminuição do poder aquisitivo da por medo ou por vergonha, uma vez que, na
aposentadoria; deterioração da saúde e perda maioria das vezes, as agressões ocorrem já há
de papéis sociais, com a interrupção profissio- bastante tempo e dentro do próprio domicí-
nal, o crescimento dos filhos e a perda do cônju- lio. Por isso, o número de denúncias feitas por
ge. Esse estado de acontecimentos leva à dimi- meio do Disque 100 não corresponde inteira-
nuição da auto-estima e auto-imagem. Assim, mente à verdade - é subnotificado.
vulnerabilidade social não se resume ape-
Disponível em: https://www.bemmaisbrasilia.com/gover-
nas à condição do sujeito ser idoso, sendo no-brasileiro-enfrenta-superaquecimento-por-conta-
necessário considerar um conjunto de fatores -de-plano-que-nao-pode-registrar-incendios-florestais/.
e contextos que os expõem a condições pecu- Acesso em: 23 jul. 2021.
liares em suas necessidades, sobretudo consi- TEXTO V

derando as dificuldades de relacionamento da
família e da comunidade para se compreender
esta fase da vida, na qual a pessoa responsá-
vel, sustento da casa, passa a receber na ve-
lhice impaciência, nervosismo, incompreensão,
violência, dentre outras atitudes por parte dos
familiares e sociedade.
Disponível em: https://revista.faculdadeitop.edu.br/index.

php/revista/article/view/385/297. Acesso em: 21/04/2022.
TEXTO IV
As denúncias de violência contra pessoas

idosas representavam, em 2019, 30% do total Disponível em: https://tamarana.pr.gov.br/noticia/ju-
de denúncias de violações de direitos humanos nho---combate-a-violencia-contra-pessoa-idosa-878/.
recebidas pelo canal telefônico Disque 100, Acesso em: 21/04/2022.
portuguesa sobre o tema: Vulnerabilidade e 3ª idade: o crescimento da violência contra os idosos
no Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, orga-
nize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA 32
A OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA E SEUS IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I Disponível em: https://vivagreen.com.br/darkgreen/a-

-obsolescencia-programada-e-suas-consequencias-no-
A cada quanto tempo você troca de celular? E -meio-ambiente/. Acesso em: 21/04/2022 (adaptado).
de computador? E de TV? Com certeza, este
tempo foi diminuindo nos últimos anos devido, TEXTO II
sobretudo, à obsolescência programada. Um
O lixo eletrônico é um dos resíduos que mais
fenômeno que não se refere somente ao fato de
cresce no mundo: estima-se que até 2025, se-
que um objeto tecnológico deixe de funcionar,
rão gerados 53,9 milhões de toneladas por ano.
mas também ao surgimento de um mais avan-
É equivalente ao peso de 145 edifícios Empire
çado ou, diretamente, que tenha saído de moda.
State. Esses dados são do International Recy-
A consequência é que o lixo tecnológico não
cling Bureau. O Greenpeace acrescenta que
deixa de aumentar e ameaça o meio ambiente.
muitas das centenas de materiais de que são
Assumimos, durante as últimas décadas, que a feitos aparelhos elétricos e eletrônicos são tóxi-
vida dos produtos é relativamente curta, pois cos: quando descartados, podem poluir o meio
com o passar do tempo estes se deterioram ou ambiente e afetar a saúde das pessoas.
ficam obsoletos. Muitas vezes, no caso de uma
Apesar de sua crescente difusão, apenas 15%
avaria, o fabricante nos diz diretamente que não
do lixo eletrônico é reciclado globalmente. Es-
é rentável repará-lo e nos convida a comprar
pecificamente, na América Latina e no Caribe,
um novo. Porém, na realidade, o fato de que
o setor de reciclagem não é totalmente desen-
esses produtos deixem de funcionar é algo que
volvido pelos governos. Estima-se que a região
faz parte de seu design e, em muitos casos, foi
gere 7 quilos de lixo eletrônico per capita por
cuidadosamente planejado pelos fabricantes
ano, em contraste com uma média global de 6
para nos forçar a comprar novos produtos.
quilos, segundo relatório do Banco Interameri-
O lado escuro dessa espiral que nos empurra cano de Desenvolvimento (BID), GSMA (orga-
a renovar continuamente certos produtos é a nização de operadoras de telefonia móvel em
produção de uma imensa quantidade de resí- todo o mundo) e no Pólo Sul.
duos, mais concretamente de lixo tecnológico.
“Dispositivos eletrônicos são uma mistura com-
Especificamente, a União Europeia considera
plexa de centenas de materiais (um telefone ce-
que são mais de 2,5 bilhões de toneladas/ano.
lular tem entre 500 e 1.000 componentes dife-
O modelo da obsolescência programada se rentes), contêm metais pesados como chumbo,
aplica desde há décadas em vários produtos de mercúrio e cádmio, produtos químicos perigo-
consumo. Os são um exemplo claro, mas tam- sos e PVC (cloreto de polivinila), um tipo alta-
bém os ramos da eletrônica (computadores, te- mente tóxico de plástico”, afirma o Greenpeace.
levisores, celulares, etc.), dos eletrodomésticos
Se esses resíduos vão para aterros ou lixões,
(lavadoras, máquinas de lavar louça, microon-
eles começam a se decompor, gerando líqui-
das, etc.) ou do software. A moda, sendo a in-
dos e gases que poluem o meio ambiente e a
dústria têxtil uma das mais poluentes, também
saúde humana, afirma a entidade. E se esses
entra nesta dinâmica, da mesma forma que os
líquidos acabarem nos cursos d’água, eles vão
brinquedos ou, inclusive, o mobiliário.
se espalhar por todo o meio ambiente. A reci-
A consequência mais imediata da renovação clagem pode ser uma das maneiras de reduzir
constante de produtos que funcionam perfeita- o lixo eletrônico, mas não resolve o problema
mente (mas passaram de moda) ou se estraga- subjacente. A obsolescência planejada já está
ram antes do tempo é o aumento do lixo tec- acontecendo e continuará acontecendo; o que
nológico. A acumulação desses resíduos, que podemos exigir é que as coisas sejam fabrica-
possuem uma taxa de reciclagem ainda insufi- das com materiais recicláveis.
ciente, traduz-se em uma deterioração do meio
Disponível em: https://www.agenciajovem.org/wp/
ambiente que, por sua vez, impacta sobre as
obsolescencia-programada-a-vida-cada-vez-mais-
mudanças climáticas. -curta-de-nossos-dispositivos/. Acesso em: 21/04/20
TEXTO III Variadíssimas circunstâncias motivam esta ati-
tude coletiva, mas uma dessas razões talvez
seja de natureza inconsciente e esteja circuns-
crita a um desejo de consumo indomável, com
todas as consequências ambientais decor-
rentes dessa atitude. segundo Attenborough
(2020), metade das florestas do mundo já desa-
pareceu (Attenborough, 2020, p. 83); 90% das
aves marinhas têm fragmentos de plástico no
estômago; há cerca de 1,8 biliões de fragmen-
tos de plástico, só no Pacífico Norte; e o número
de insetos no mundo baixou ¼, apenas em 30
anos. O que parece podermos ainda acrescen-
tar é que o declínio se auto alimenta, na medida
Disponível em: http://webquestfacil.com.br/webquest.
php?wq=25254. Acesso em: 21/04/2022 em que quanto mais degradação ocorre, mais
degradação causa.
TEXTO IV
São importantes o entendimento e o envolvi-
A Revolução Industrial foi um marco indelével mento de toda a sociedade, com base numa
e sem precedentes no desenvolvimento so- educação cidadã, que ressignifique as pers-
cial, econômico, científico e cultural. O grande petivas de ser e estar num mundo de recursos
crescimento comercial e técnico fez expandir finitos, procurando um desenvolvimento eco-
a produção em massa em todos os setores da nômico e social sustentável, que se estabeleça
indústria, consolidando e estimulando o consu- como o novo paradigma. Torna-se necessário
mo numa escala excessiva. A inesgotabilidade dar continuidade e acompanhamento constante
aparente das matérias-primas e a obsolescên- a tudo que se relacione com a regeneração dos
cia programada dos produtos desenvolveram a nossos sistemas econômicos, sociais e ambien-
mentalidade do desperdício e, por conseguinte, tais.
da degradação ambiental do planeta.
Disponível em: https://journals.openedition.org/cp/12725.
Acesso em: 21/04/2022.
portuguesa sobre o tema: A obsolescência programada e seus impactos ao meio ambiente, apre-
PROPOSTA 33
FATORES GERADORES DA OBESIDADE INFANTIL NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
A obesidade é uma doença crônica, decorrente do excesso de tecido adiposo no organismo, e asso-
cia-se a morbidades (hipertensão arterial, dislipidemia, intolerância à glicose, esteatose hepática) em
curto e longo prazo. Os fatores de risco precoces para o desenvolvimento de obesidade na faixa etá-
ria pediátrica podem estar presentes desde o início da vida e envolvem a saúde e condição nutricional
materna – índice de massa corporal pré-gestacional e ganho de peso durante a gestação -, baixo ou
elevado peso ao nascer, ganho de peso exagerado nos primeiros anos de vida, não realização do alei-
tamento materno e introdução precoce de alimentos complementares.
O consumo de alimentos processados e ultraprocessados, bebidas açucaradas, tamanho exagerado

das porções, propaganda abusiva de alimentos e o sedentarismo são todos itens relacionados ao
ambiente obesogênico que as crianças e adolescentes estão expostos atualmente.
Disponível em: https://sp.unifesp.br/epm/noticias/obesidade-infantil-2021. Acesso em: 21/04/2022 (adaptado).
TEXTO II
Hábitos saudáveis têm mais chances de acompanhar a população durante a vida se começarem logo
na infância. A estimativa é que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso no Brasil e 3,1 milhões
já evoluíram para obesidade. A doença afeta 13,2% das crianças entre 5 e 9 anos acompanhadas no
Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde, e pode trazer consequências preocupantes
ao longo da vida. Nessa faixa-etária, 28% das crianças apresentam excesso de peso, um sinal de aler-
ta para o risco de obesidade ainda na infância ou no futuro. Entre os menores de 5 anos, o índice de
sobrepeso é de 14,8%, sendo que 7% já apresentam obesidade. Os dados são de 2019, baseados no
Índice de Massa Corporal (IMC) de crianças que são atendidas na Atenção Primária à Saúde (SAPS).
“Esses números reforçam a importância de ter ambientes saudáveis e promover a educação alimentar
desde cedo pode evitar doenças que podem acompanhar durante o desenvolvimento e ao longo de
toda a vida, afetando o desempenho escolar e aumentando o risco de vários agravos, como hiperten-
são e diabetes.”, ressalta o Secretário de atenção Primária, Raphael Parente.
A pandemia da Covid-19 também agravou a situação e teve impacto importante na alimentação das
crianças e adolescentes, além do aumento do sedentarismo. A interrupção significativa na rotina das
crianças pode gerar impacto negativo na saúde mental e bem-estar, o que pode provocar um índice
ainda maior de jovens com excesso de peso. Os cuidados com a saúde de forma multidisciplinar de-
vem ser intensificados, como a prática de atividade física e escolhas mais saudáveis na alimentação.
Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/obesidade-infantil-afeta-3-1-milhoes-de-criancas-me-

nores-de-10-anos-no-brasil. Acesso em: 21/04/2022.
TEXTO III
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convi-
vência familiar e comunitária.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em 21/04/2022.
TEXTO IV
A obesidade infantil é resultado de uma série complexa de fatores genéticos e comportamentais, que
atuam em vários contextos como a família e a escola. Segundo os especialistas ouvidos, porém, os
maiores responsáveis pelo aumento de peso entre as crianças brasileiras são os alimentos ultrapro-
cessados. Sucos de caixinha, refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos e macarrão instantâneo
são alguns dos produtos mais consumidos pelos pequenos atualmente.
Segundo Cintia Cercato, endocrinologista da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Abe-
so (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), o Brasil passa há
alguns anos por um processo de mudança no ambiente alimentar. E se antes muitas famílias tinham
dificuldade de acesso a alimentos prontos ou industrializados, hoje eles se tornaram mais baratos e
disponíveis.
Além de muitas vezes terem um custo mais baixo do que os alimentos in natura, os industrializados
também são propagandeados na televisão e na internet com um marketing muito específico para
os pequenos. “As embalagens são coloridas e com personagens, e nos supermercados os produtos
ultraprocessados costumam ficar nas prateleiras mais baixas, na linha de visão das crianças. Dessa
forma é difícil que os pequenos não sintam vontade de experimentar”, diz Cercato.
Em outubro de 2022, entrará em vigor o novo padrão

de rotulagem de alimentos e bebidas industrializa-
das aprovado pela Anvisa em 2020. As embalagens
deverão apresentar um selo frontal com símbolo de
lupa para informar sobre altos teores de açúcar, gor-
dura e sódio. Ainda assim, a endocrinologista defen-
de uma regulamentação mais restrita, com leis que
impeçam o uso de personagens e celebridades nas
embalagens e anúncios, assim como a distribuição
de brindes com os alimentos. “As crianças ainda não
têm discernimento suficiente para não serem atraí-
das por esse tipo de marketing pesado”, diz.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/bra-
sil-60796823. Acesso em 21/04/2022.
TEXTO V
Disponível em: https://www.institutocades.org.br/single-
-post/2017/02/03/obesidade-infantil-assunto-pra-gente-gran-
de. Acesso em: 21/04/2022
portuguesa sobre o tema: Fatores geradores da obesidade infantil no Brasil contemporâneo, apre-
PROPOSTA 34
ÉTICA E CONSUMO: A PIRATARIA EM VOGA NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
As últimas décadas do século XX foram marcadas por transformações profundas em todo o mundo,
estimuladas, em grande medida, pelo fenômeno da globalização, pela abertura de fronteiras comer-
ciais e por um desenvolvimento tecnológico sem precedentes. Com o aumento dos fluxos do comér-
cio internacional, a discussão sobre a ética e o comportamento do consumidor frente ao consumo e
a conscientização do uso de produtos pirateados é um tema bastante complexo, pois envolve ques-
tões, além de éticas, culturais e financeiras.
Neste patamar, a relação das questões éticas e o marketing se encontram e ganham importância: a
partir do momento que empresas sérias trabalham intensamente para oferecer produtos cada vez
mais de qualidade, lidam com a competitividade e buscam atingir a satisfação de seus clientes, tem o
outro lado, das empresas que falsificam, e que oferecem produtos de fácil acesso, de baixa qualida-
de, porém de valor bem inferior ao original. Porém esses produtos “similares” proporcionam o mesmo
efeito e satisfazem as necessidades, todavia contam com o comportamento ético do consumidor no
momento da decisão de compra. E, neste ponto, o poder do consumidor representa o fator decisivo
para a continuidade ou não da oferta destes produtos.
Pirataria e ética estão diretamente ligadas, visto que a ética é um estudo filosófico que analisa o com-
portamento humano, e este estando em constante mutação, fica difícil definir o certo e errado, o ético
e antiético, o bom e o mau. É neste momento que entra o bom senso do indivíduo envolvido em uma
situação de escolha. São os princípios e padrões morais que guiam o comportamento de indivíduos e
grupos quando estes obtêm, usam e descartam bens e serviços. A ética do consumidor visa a orientar
a formação e postura correta das decisões dos indivíduos, suas responsabilidades sociais, culturais e
suas contribuições para o exercício de bons relacionamentos com empresas e bons costumes para a
construção de uma sociedade justa e consciente.
Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/2503/1/CAP29092017.pdf. Acesso em: 29/04/2022.
TEXTO II
O Brasil ocupou o 5° lugar no ranking global de acessos a produtos digitais piratas realizado pela em-
presa de cibersegurança Akamai. De acordo com o relatório do levantamento, feito em parceria com
a companhia antipirataria MUSO, o Brasil atingiu o marco de 4,5 bilhões de streams e downloads não
licenciados no período de janeiro a setembro de 2021.Segundo os organizadores do estudo, os dados
são medidos por visitas a páginas da web que oferecem acesso a filmes e programas de televisão,
através de um navegador ou um aplicativo móvel, além de downloads por torrent.
Os Estados Unidos lideram o ranking, seguidos por Rússia, Índia, China e Brasil. A pesquisa registrou
um aumento de 16% no consumo de conteúdos não legítimos no ano passado. Os produtos digitais
mais pirateados foram:
Televisão (64 bilhões de visitas totais); Disponível em: https://www.

tudocelular.com/mercado/
Editoração (30 bilhões); noticias/n185912/consu-
Cinema (14,5 bilhões); mo-de-pirataria-no-brasil-
Música (10,8 bilhões); -e-um-dos-mais-altos-no-
-mundo-aponta-relatorio.
Software, incluindo jogos e softwares para PC (8,9 bilhões) html. Acesso em: 29/04/20.
TEXTO III início da retomada da economia, a quantidade
Artigo 180 - Código penal de produtos piratas no mercado voltou a cres-
cer com força. Apenas no primeiro trimestre
do ano, foram 2 milhões de mercadorias falsas
apreendidas. Mais do que o ano inteiro de 2020.
“Há uma aceitação da sociedade. As pessoas

querem comprar produtos com o preço mais
baixo e elas não se questionam sobre o valor
ético dessa compra. Por trás de um produto
muito barato, tem fraude, tem contrabando, tem
pirataria, tem algo errado”, diz Edson Vismona,
presidente do FNCP.
A prática também acaba prejudicando o amadu-

recimento de produtores nacionais. “Temos al-
gumas marcas nacionais já desenvolvidas, mas
teríamos muito mais, caso o consumidor cola-
borasse no sentido de procurar comprar produ-
tos originais somente”, diz Alan Towersey – au-
ditor-fiscal da Receita Federal.
Disponível em: https://pt-br.facebook.com/SenadoFede-
ral/photos/pirataria-%C3%A9-crime/1606805266001989/. Segundo autoridades, o crime segue crescen-
Acesso em: 29/04/2022. do, porque existe demanda: consumidores que
TEXTO IV buscam algo mais em conta. O que essas pes-
soas não levam em consideração é que neste
O Brasil perdeu, em 2020, cerca de R$ 287 bi- caso, o barato sai caro. Isso atrapalha muito o
lhões para o mercado ilegal, segundo um levan- crescimento econômico e a geração de empre-
tamento do Fórum Nacional Contra a Pirataria go no país.
e Ilegalidade (FNCP).Entre esses produtos, es-
tão roupas, perfumes, remédios, plataformas de “Sem pirataria teríamos mais indústrias, mais
streaming, TV a cabo, e até carros de luxo fal- empregos, mais inovação, mais geração de tec-
sificados. O estudo mostra que, durante o ano nologias atuais. Você fortaleceria os elos da
passado, mais de 2,6 bilhões de produtos falsos economia, você teria produtos certificados pela
foram apreendidos em todo o país. Desses, 1,8 Anatel e pelo Inmetro garantindo a segurança
milhão vieram de São Paulo, mas esse número das pessoas. Você teria um mercado saudável,
foi atípico, por conta da pandemia do corona- onde você reverteria esses recursos vindos das
vírus, que reduziu a circulação de pessoas nas compras desses produtos para o próprio mer-
ruas. cado, para o Brasil, gerando então o desenvol-
vimento”, diz Vismona, do FNCP.
Antes da crise, em 2019, a Polícia Civil do es-
Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/business/
tado havia apreendido mais de 7,6 milhões de pirataria-prejuizo-do-brasil-com-comercio-ilegal-ultra-
produtos falsificados. Agora, em 2021, com o passa-r-280-bilhoes/< Acesso em 29/04/2022. Acesso
portuguesa sobre o tema: Ética e consumo: a pirataria em voga no Brasil, apresentando proposta de
PROPOSTA 35
A RESISTÊNCIA À DOAÇÃO DE ÓRGÃOS PELOS BRASILEIROS
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
A doação de órgãos é um ato nobre e pode salvar vidas. Em vida, é possível, com as compatibilidades
necessárias, doar rim, parcialmente o pâncreas, parte do fígado e do pulmão, em situações excepcio-
nais. Já de doadores não vivos podem ser obtidos rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino.
Além desses, tecidos como córneas, válvulas cardíacas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e ar-
térias. Assim, um único doador pode beneficiar várias pessoas que aguardam na fila do transplante.
No País, a doação ainda é tratada como tabu, por vezes, por falta de informação e pouca discussão
sobre o assunto. Em 2020, devido à pandemia, a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos
(ABTO), divulgou que o número de doações caiu e a taxa de mortalidade de quem está na fila de es-
pera aumentou de 10% a 30%. Como as doações depois da morte dependem da família, o Ministério
incentiva que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto. Atualmente já
existem carteiras de doação, em que o possível doador formaliza a sua decisão com a finalidade de
facilitar que a família tome a decisão
Um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apontou três motivos prin-
cipais para a alta taxa de recusa familiar. Primeiramente, há uma incompreensão da família sobre a
morte encefálica. A morte encefálica ocorre quando o encéfalo para de funcionar, mas os aparelhos
mantêm a respiração e os batimentos cardíacos. Além disso, há falta de preparo da equipe médica
para fazer a comunicação sobre a morte e doação e, por fim, a religião também impacta a decisão.
Disponível em: https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no-brasil/por-que-a-doacao-de-orgaos-ainda-e-um-tabu-

-no-brasil/#:~:text=No%20Pa%C3%ADs%2C%20a%20doa%C3%A7%C3%A3o%20ainda,de%2010%25%20a%2030%25.
Acesso em: 29/04/2022 (adaptado).
TEXTO II
Disponível em: http://www.unifap.br/ministerio-da-saude-lanca-nova-campanha-de-estimulo-a-doacao-de-orgaos/. Aces-

so em: 29/04/2022.
TEXTO III
A negativa familiar é um dos principais motivos para que um órgão não seja doado no Brasil. No ano
passado, 43% das famílias, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), recu-
saram a doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica comprovada.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, no ano passado, das 6.476 entrevistas familiares para
autorização de doação, houve 2.716 negativas, somando 42%, número que vem se mantendo prati-
camente constante ao longo dos anos. “O transplante só pode ocorrer se houver doação de órgãos”,
ressalta Valter Duro Garcia, médico responsável pelos transplantes renais na Santa Casa de Porto
Alegre e editor do Registro Brasileiro de Transplantes.
A dificuldade para que a taxa de doações cresça não ocorre só no Brasil, mas é manifestada aqui
pela grande desigualdade entre os estados, disse Valter Garcia. Em Santa Catarina e no Paraná, por
exemplo, a taxa é maior que nos Estados Unidos. Por outro lado, no Amapá não havia qualquer doador.
O ideal, disse Valter Garcia, seria que o número de transplantes no país fosse o mesmo do que a quan-
tidade de pessoas nas filas. Mas a condição ideal não existe em qualquer país do mundo. “A Espanha
está próxima disso, mas não alcançou ainda. Estamos fazendo [no Brasil] 60% dos transplantes de rim
que precisamos, 38% dos transplantes de fígado, menos de 20% dos transplantes de coração e 10%
dos transplantes de pulmão que precisamos. Segundo ele, essa condição aumentaria de duas ma-
neiras. A primeira, ampliando o número de doadores. A segunda, melhorando a utilização dos órgãos
doados. “E isso é um pouco mais difícil, porque se uma pessoa doa os órgãos em Santarém, que está
a mil quilômetros de distância de Belém ou de Manaus, e nenhum desses lugares faz transplante de
pulmão ou de coração, teria que ir para alguém de Brasília. Daria para ir buscar o fígado, mas não daria
para buscar o pulmão ou o coração, cujo prazo é de quatro horas para eles serem retirados e implan-
tados. Teria que ter um centro de pulmão e de coração na Região Norte e não temos, por exemplo”.
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2019-09/principal-motivo-para-nao-doacao-de-um-orgao-
-e-negativa-familiar. Acesso em: 29/04/20
TEXTO IV
Diversos fatores contribuem para a recusa familiar para doação de órgãos e tecidos no Brasil: a falta
de informação da população; a insatisfação na assistência hospitalar; a dificuldade de compreensão
referente à morte encefálica; a entrevista familiar para doação inadequada; o desconhecimento do
desejo do falecido em vida; a desconfiança sobre a seriedade do processo de doação/transplantes; o
desejo de manter a integridade e\ou imagem do corpo; as crenças culturais e religiosas e a recusa em
vida por parte do falecido. Tais fatores podem ter um índice de prevalência muito diferente de acordo
com a região do país. Desse modo, as pesquisas podem revelar uma causa na região Sul ou Sudeste
completamente diferente da região Norte ou Nordeste onde existe uma carência de campanhas pu-
blicitárias sobre o tema.
Disponível em>https://www.isaude.com.br/noticias/detalhe/noticia/principais-barreiras-para-a-doacao-de-orgaos/ < Aces-
tuguesa sobre o tema: A resistência à doação de órgãos pelos brasileiros, apresentando proposta
PROPOSTA 36
OS REFLEXOS DA AUSÊNCIA DE SENSO CRÍTICO EM RELAÇÃO AOS
PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS NA SOCIEDADE BRASILEIRA
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
A Educação Ambiental deveria ser trabalhada com enfoque global e com base interdisciplinar, em
todos os ambientes, classes e faixas etárias de forma permanente, ela deve considerar não somente
a fauna e a flora, mas incluir também os aspectos sociais, econômicos, científicos, tecnológicos, cul-
turais, ecológicos e éticos. Deveríamos ter escolas para além do modelo tradicional de educar, como
processo de formação (não formatação) dos indivíduos acríticos, ou seja, não prevalecer o modelo
tecnicista, em que a educação ambiental tende a ser vista como disciplina ou parte de uma disciplina,
ou ainda como prática educacional, valorizando conceitos científicos da ecologia em que natureza é
vista como “recursos naturais” renováveis e não-renováveis. Deveríamos ter várias modalidades de
Educação Ambiental, capazes de levar as pessoas e seus grupos sociais a entender os mundos onde
vivemos, enquanto emancipações humanas.
Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2021/07/02/atitudes-e-acoes-importantes-diante-da-saude-ambiental-

-contribuicoes-da-educacao-ambiental/. Acesso em: 23 jul. 2021.
TEXTO II
Artigo 4º e 8º da Politica Nacional de Educação Ambiental – Lei 9.795/1999
Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental: I – o enfoque humanista, holístico, democrático
e participativo; II – a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependên-
cia entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; [...] IV – a
vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; V – a garantia de continuidade
e permanência do processo educativo;
Art. 8º As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem ser desenvolvidas
na educação em geral e na educação escolar, por meio das capacitação de recursos humanos e de-
senvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações;
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 23 jul.2021 (adaptado).
TEXTO III
Um cidadão informado e integrado da lógica organicista com consciência crítica pode pelo coletivo di-
recionar ações de atuação e transformação deste modelo contemporâneo segregador para a constru-
ção de uma nova sociedade baseada na ética, igualdade de direitos e deveres com benéfica relação
entre o homem e a natureza. Desse modo, convém discutir sobre “essa democracia ecológico-social,
em que a “ecologia social relaciona a injustiça social com a injustiça ecológica”[..]
A mobilização social em defesa da consciência democrática sobre as questões ambientais abrangen-

do todas as classes sociais e a totalidade global deve percorrer o seguinte pensamento: “a consciên-
cia, para ser ecológica, precisa ser crítica” (LOUREIRO, 2002, p. 32).
Disponível em: https://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1080. Acesso em 23 jul. 2021 (adaptado).
TEXTO IV
20/07/2021 - Bemmaisbrasilia.com 25/07/2021 - Projetocolabora.com.br
Disponível em: https://www.bemmaisbrasilia.com/gover- Disponível em: https://projetocolabora.com.br/ods6/crise-

no-brasileiro-enfrenta-superaquecimento-por-conta- -hidrica-desafia-a-sociedade/. Acesso em: 23 jul. 2021.
-de-plano-que-nao-pode-registrar-incendios-florestais/.
Acesso em: 23 jul. 2021.
21/12/2020 - Revista Galileu

portuguesa sobre o tema: Os reflexos da ausência de senso crítico em relação aos problemas so-
cioambientais na sociedade brasileira, apresentando proposta de intervenção que respeite os direi-
tos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA 37
PANDEMIA COVID-19 E SEUS REFLEXOS NAS NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
Quando as relações de trabalho alteram-se no fluxo de nossa história, as nossas estruturas sociais
também são alteradas, principalmente a forma como se estruturavam nossas relações, posições na
hierarquia social, formas de segregação e, em grande parte, aspectos culturais erguidos em torno das
relações de trabalho.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-trabalho-futuro.htm. Acesso em: 26 Jul 2021.
TEXTO II
Relações líquidas: Bauman e as novas relações de trabalho
Segundo Bauman (2001), o momento atual possui um traço único, diferente de todos os períodos
anteriores: nunca as mudanças foram tantas e, principalmente, tão rápidas, em um curto espaço de
tempo. A novidade de hoje se torna obsoleta em poucos dias. O que era uma certeza, desmorona,
dessa forma, em questão de tempo. Tal “liquidez” da sociedade contemporânea reflete em seus mais
diversos aspectos, sendo a volatilidade, paradoxalmente, uma constante. Mesmo as instituições mais
sólidas acabam por se render, minimamente que seja, à velocidade da modernidade, amparada nos
espantosos avanços sociais, econômicos e tecnológicos que surgem a cada dia.
Devido à pandemia do novo coronavírus, o teletrabalho, seguido de um discurso que o alia à moder-
nidade, adquiriu uma dimensão até então inédita, trazendo com ele uma série de questionamentos
acerca dos seus efeitos jurídicos, notadamente no que se refere aos benefícios e prejuízos para as
partes que protagonizam a relação de trabalho.
Disponível em: https://blog.sajadv.com.br/relacoes-de-trabalho-covid-19/. Acesso em: 26 Jul 2021.
TEXTO III
Disponível em: https://pt.slideshare.net/edsonfgodoy/globalizao-e-as-novas-relaes-de-trabalho-3-i.

Acesso em: 26 Jul 2021
TEXTO IV
Mais tecnologia, mais desigualdade: como a pandemia mudará o mercado de trabalho
A crise acelerou o uso de novas tecnologias de automação na indústria de inteligência artificial e o

processo de digitalização nos negócios. Se, de um lado, essas transformações trazem novas opor-
tunidades no campo profissional e facilidades para os usuários, de outro, podem eliminar funções.“-
Diante da dificuldade de abrir lojas físicas, os negócios investiram mais nas vendas a distância, o que,
muitas vezes, exige menos trabalhadores”, diz Fernando Veloso, pesquisador do Instituto Brasileiro de
Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Um dos efeitos mais marcantes da pandemia no mercado de trabalho e que ainda deve perdurar, ao
menos no Brasil, é o agravamento da desigualdade. A crise impactou de formas desproporcionais os
trabalhadores informais --que dependem mais da circulação de pessoas--, e as mulheres, por conta
do choque no terceiro setor, onde elas estão concentradas em maior número, e pelo aumento do tem-
po das tarefas domésticas, que recai nas costas delas de forma desigual. No caso da informalidade,
que já era um problema sério no país antes da pandemia, abrangendo mais de 40% da população
ocupada, os trabalhadores acabam sofrendo mais, já que não são cobertos pela legislação trabalhista
e, em geral, não têm proteção social. Com o aumento do trabalho remoto, muitos escritórios podem
fechar ou receber menos pessoas daqui para frente. Isso afeta o restaurante, a condução, serviços
de limpeza, segurança. Todos esses trabalhadores que faziam esses serviços de complementação do
trabalho no escritório vão ser afetados negativamente”, diz Veloso.
Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/business/2021/05/01/mais-tecnologia-mais-desigualdade-como-a-pande-

mia-mudara-o-mercado-de-trabalho. Acesso em 26 Jul 2021.
tuguesa sobre o tema: Pandemia COVID-19 e seus reflexos nas novas relações de trabalho, apre-
PROPOSTA 38
DESAFIOS PARA COMBATER A INSEGURANÇA ALIMENTAR NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I impacto socioeconômico da pandemia de co-

vid-19”.
O que é o Direito Humano à Alimentação? É um
direito humano básico, reconhecido pelo Pacto Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/ge-
Internacional de Direitos Humanos, Econômi- ral-57055627. Acesso em: 26 Jul 2021 (adaptado).
cos, Sociais e Culturais, ratificado por 153 paí-
ses, inclusive o Brasil. Esse novo direito pressu- TEXTO III
põe uma alimentação adequada, tanto do ponto
Segundo o IBGE, a fome é quando há inseguran-
de vista de quantidade como de qualidade, ga-
ça alimentar grave. “O conceito de insegurança
rantindo a Segurança Alimentar e Nutricional
alimentar mostra que alguns alimentos podem
(SAN) e o direito à vida, entendido aqui como o
acabar ou [que a pessoa pode ter que] pular re-
acesso à riqueza material, cultural, científica e
feições antes de existir a fome de fato”, expli-
espiritual produzida pela espécie humana.
ca Renata Motta, professora de sociologia da
Disponível em: https://www.cfn.org.br/wp-content/ Freie Universität - Berlin. E completa: “Seguran-
uploads/repositorirob/arquivos/direito_humano_banner. ça alimentar é quando o domicílio tem acesso
pdf. Acesso em: 23 Jul 2021 (adaptado). regular e permanente a alimentos de qualidade
e em quantidade suficiente, sem comprometer
TEXTO II as outras necessidades essenciais”
A falta de alimentos em quantidade e qualidade De acordo com o levantamento realizado entre

nutricional suficientes pode acarretar em crian- novembro e dezembro de 2020, cerca de 59%
ças danos neurológicos, problemas de saúde dos domicílios estão vivenciando algum tipo de
mental, queda no rendimento escolar, diabetes, insegurança alimentar durante a pandemia de
obesidade, hipertensão e maior vulnerabilida- covid-19 e parte significativa reduziu o consu-
de a doenças infecciosas como a covid-19. A mo de alimentos importantes para dieta, como
fome, que crescia no Brasil na última década, a carne (queda de 44%) e as frutas (queda de
acabou se agravando na pandemia. Em 2020, 41%). No Brasil, não é raro encontrar domicílios
19 milhões de pessoas viviam em situação de em que a pobreza é grande e as pessoas estão
fome no país, segundo o Inquérito Nacional com fome, não conseguem se alimentar, dentro
sobre Insegurança Alimentar no Contexto da dessas famílias há pessoas obesas, mas isso
Pandemia da covid-19 no Brasil. Em 2018, eram não significa que elas estão se alimentando o
10,3 milhões. Ou seja, em dois anos houve um suficiente”.
aumento de 27,6% (ou quase 9 milhões de pes-
Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-no-
soas a mais).
ticias/2021/05/21/o-que-e-fome-entenda-por-que-o-
A Unicef (braço da ONU voltado para crianças -problema-ainda-existe-no-mundo.htm. Acesso em: 26
e adolescentes) afirmou que, no mundo, “6,7 Jul 2021.
milhões de crianças menores de cinco anos
podem sofrer definhamento (baixo peso para a
altura) — e, portanto, tornar-se perigosamen-
te subnutridas — em 2020 como resultado do
TEXTO IV
Disponível em: https://dssbr.ensp.fiocruz.br/inseguranca-alimentar-e-covid-19-no-brasil/, Acesso em 26 Jul 2021.
portuguesa sobre o tema: Desafios para combater a insegurança alimentar no Brasil, apresentando
PROPOSTA 39
A NECESSIDADE DE EQUIDADE DE GÊNERO NO ESPORTE BRASILEIRO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I TEXTO II
Entendendo os esportes e as atividades físicas

como dimensões culturais essenciais para a
promoção de inclusão social, qualidade de vida
e cidadania, alguns aspectos pontuam a ques-
tão de gênero como um elemento relevante e
essencial. No Brasil, durante muito tempo, o es-
porte foi considerado uma prática estritamente
masculina. Na primeira metade do século XX
não existia um número significativo de mulhe-
A palavra equidade é definida como uma dispo- res praticantes de atividades físicas e esportes.
sição para reconhecer imparcialmente o direito Até hoje, em nossa sociedade, existem desi-
de cada um. Isto é, o significado de equidade gualdades de acesso e permanência entre ho-
revela um senso de justiça em que o tratamento mens e mulheres, meninos e meninas nos cená-
ou modo de agir em relação à determinada pes-
soa deve se dar com base no reconhecimento rios esportivos: premiações, uniformes, gestão,
das características individuais e necessidades ocupação de espaços e equipamentos, visibili-
específicas dessa pessoa. Já a igualdade é ba- dade na mídia, entre outros.
seada no princípio da universalidade, ou seja,
de que todos devem ser regidos pelas mesmas Disponível em: https://www.sescsp.org.br/online/arti-
regras e devem ter os mesmos direitos e deve- go/11733_ESPORTE+E+EQUIDADE+DE+GENERO. Acesso
res. A igualdade é um dos pilares da cidadania, em: 27 Jul 2021 (adptado).
que pode ser entendida como “o direito a ter
direitos”. A cidadania gera um espaço de igual-
dade entre os indivíduos que se tornam cida- TEXTO III
dãos, pois eles passam a desfrutar dos mes-
mos direitos civis e políticos estabelecidos na
sociedade, como o direito à liberdade, o direito
ao voto, o direito à propriedade, entre outros.
Uma sociedade com equidade busca corrigir os
desequilíbrios que existem, a partir da aplica-
ção correta de direitos fundamentais como os
Direitos Humanos. Isso porque, muitas vezes, o
tratamento igual entre diferentes pessoas pode
favorecer a desigualdade. Dessa forma, os di-
reitos e as suas aplicações, por mais fundamen-
tais que sejam, devem levar em conta as espe-
cificidades de diferentes pessoas e devem ser
pensados da maneira mais democrática possí-
vel, para que ninguém seja excluído ou desfa-
vorecido. É por isso que os Direitos Humanos
têm a equidade como princípio essencial para
sua efetivação.
Disponível em: https://www.politize.com.br/equidade/
blogpost/o-que-e-equidade/. Acesso em: 27 Jul 2021.
TEXTO IV TEXTO V
TÓQUIO 2021 APOSTA EM EQUIDADE, MAS

SEXISMO AINDA É ENTRAVE PARA QUE MU-
LHERES E HOMENS TENHAM OPORTUNIDA-
DES IGUAIS.
“O que faz a diferença no movimento olímpico é

o próprio movimento da sociedade. É meio sé-
culo de história que separa aquela edição desta,
e a sociedade como um todo se transformou.
Então, é claro que nessa transformação, o es-
porte segue junto. Mas esse aumento de mu-
lheres não é uma concessão, é fruto de luta. E
não é igualdade, é reconhecimento. A igualdade
nunca acontecerá porque existe diferença entre
ser homem e ser mulher, então, o que se busca
é equidade”, explica Katia Rubio, professora da
faculdade de educação da USP.
Pesquisadora especializada no impacto da tec-
nologia no esporte, Maureen Flores lembra que
o sexismo está no DNA do século 19 e preci-
sa ser combatido na sociedade para reverberar
também na seara esportiva. “O esporte não cos-
tuma ser pioneiro nesse processo de mudança,
vai a reboque. Ele tem uma reação muito mais
reativa do que pró-ativa em relação às grandes
mudanças culturais”, explica.
Outro desafio é fazer com que a conquista das
mulheres nos Jogos se traduza em mudanças
duradouras. Em algumas modalidades, mulhe-
res já têm patrocínios e premiações equivalen-
Disponível em: https://www.politize.com.br/copa-do-mun-
tes aos dos homens, mas na maioria dos casos,
do-feminina-e-desigualdade-de-genero/. Acesso em: 27 ainda é preciso lutar muito para que isso acon-
Jul 2021 teça. E não tem nada a ver com capacidade. A
jogadora de futebol Marta, eleita seis vezes a
melhor do mundo, é prova disso. Ela vai disputar
sua quinta Olimpíada sem contrato com nenhum
patrocinador esportivo. Segundo ela, embora
tenha recebido propostas, os valores são injus-
tos e, por pensar justamente na valorização do
futebol feminino, recusou todas.
Disponível em: https://www.generonumero.media/olimpia-

da-toquio/. Acesso em: 27 Jul 2021 (adaptado).
tuguesa sobre o tema: A necessidade de equidade de gênero no esporte brasileiro, apresentando
PROPOSTA 40
OS IMPACTOS SOCIAIS DA CIÊNCIA NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I TEXTO II
O PAPEL DA CIÊNCIA NA SOCIEDADE O contributo da ciência para a sociedade é

inquestionável, na medida em que possibilita
Uma das principais características da civiliza-
avanços nos campos da saúde, da alimenta-
ção moderna é o extraordinário desenvolvi-
ção, do ambiente, da tecnologia, da energia e
mento da pesquisa científica, seja ela básica ou
muitos outros, melhorando a qualidade de vida
aplicada. Ciência e Tecnologia constituem as
das populações e enriquecendo as sociedades
fontes principais de criatividade e dinamização
intelectual e culturalmente. Ao responder a
da sociedade moderna, afetando de maneira
grandes perguntas e enfrentar desafios im-
substancial o padrão e a qualidade da vida em
portantes do nosso cotidiano, a ciência cria
todo o globo. Entretanto, é importante que se
conhecimento e melhora a educação e a quali-
tenha presente que somente numa sociedade
dade de vida das pessoas, reduzindo desigual-
onde exista um clima cultural, em que o impul-
dades e construindo pontes.
so à curiosidade e o amor à descoberta sejam
compreendidos e cultivados, pode a ciência Disponível em: https://unescoportugal.mne.gov.pt/pt/
florescer. Somente quando a ciência se torna temas/ciencia-para-um-futuro-sustentavel/ciencia-para-
-a-sociedade. Acesso em: 28 Jul 2021 (adptado).
profundamente enraizada como um elemento
cultural da sociedade é que pode ser mantida
e desenvolvida uma tecnologia progressista e TEXTO III
inovadora, tornando-se, então, possível uma Após três anos seguidos de cortes e contin-
associação íntima e vital entre ciência e tecno- genciamentos, o orçamento total do Ministério
logia. da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comu-
Apesar de reconhecermos a enorme importân- nicações (MCTIC) passou de 15,6 bilhões
cia e impacto das descobertas científicas e de de reais, no ano passado, para 12,7 bilhões
suas aplicações através da tecnologia como em 2018, uma redução de 18,6%. Quando se
meio de desenvolvimento e de promoção do analisam apenas os recursos disponíveis para
bem-estar do homem, é também necessário investimento e custeio da área científica, o ce-
que se reconheça que este sucesso é hoje en- nário é ainda mais desalentador, observa Ildeu
carado com apreensão e que importantes dú- de Castro Moreira, presidente da Sociedade
vidas são levantadas com relação ao papel da Brasileira para o Progresso da Ciência. Dos 4,6
ciência na sociedade. Em alguns meios, a ciên- bilhões de reais previstos, cerca de 10% foram
cia é severamente atacada e criticada, crian- contingenciados pela equipe econômica do
do-se um clima de reação emocional contra a governo no início do ano. “Os recursos dispo-
ciência e a tecnologia; em outros, ela é consi- níveis são 25% menores do que o orçamento
derada como a panacéia para a cura de todos reservado para 2017 e correspondem a menos
os males. da metade do que chegou a ser aplicado cinco
anos atrás”, diz.
Disponível em: https://www.revistas.usp.br.
Acesso em: 28 Jul 2021 (adaptado).
Disponível em: http://www.abc.org.br/2018/05/29/a-asfixia-financeira-imposta-a-ciencia-sabota-o-desenvolvimento-do-
-pais/. Acesso em: 28 Jul 2021
TEXTO IV
“Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade humana, descompromissada de

resultados concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação. A produção científica movida
simplesmente por essa curiosidade tem sido capaz de abrir novas fronteiras do conhecimento, de nos
tornar mais sábios e de, no longo prazo, gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.Além
da curiosidade humana, outro motor importantíssimo do avanço científico é a solução de problemas
que afligem a humanidade. Viver mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo
disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de outros seres humanos – seja por
meio de mais canais de comunicação ou de melhores meios de transporte – são alguns dos desafios
e aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência e a tecnologia têm contribuído.
Disponível em: https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/116-a-ciencia-e-a-tecnologia-como-

-estrategia-de-desenvolvimento/. Acesso em: 27 Jul 2021 (adaptado).
portuguesa sobre o tema: Os impactos sociais da ciência no Brasil, apresentando proposta de inter-
PROPOSTA 41
O INSÓLITO HÁBITO DA LEITURA NA ERA DIGITAL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
A era digital trouxe um infinito de facilidades, a internet nos aproximou do resto do mundo, colocou
à nossa disposição uma quantidade de conhecimentos e informações tão imensa que, por termos
as respostas para quase tudo à mão, não conseguimos as respostas para muita coisa. A distração é
um dos grandes problemas do mundo moderno.Se por um lado o mundo informacional evoluiu nossa
capacidade de multitarefa e atenção a distintas atividades simultaneamente, essa atenção se tornou
mais superficial. Quem passa tempo demais submetido a isso, tem maiores dificuldades de absorver
textos e ideias mais complexas. A busca deve ser pelo equilíbrio e a leitura é a ferramenta perfeita
para balancear nossa concentração.O hábito é extremamente saudável e além do indiscutível co-
nhecimento adquirido, traz benefícios como a melhoria da escrita e enriquecimento do vocabulário.
Disponível em: https://www.oconhecimento.com.br/a-importancia-do-habito-da-leitura-na-era-digital. Acesso em: 28

Jul 2021 (adaptado).
TEXTO II
Para o escritor, professor e coordenador do curso de Jornalismo do Centro Universitário Fametro,

Gustavo Soranz, ler continua sendo fundamental na formação da subjetividade enquanto indivíduos
e da sociedade. “É por meio da leitura que a gente adquire não só conhecimento, mas também va-
lores e princípios, e isso é muito importante levando em conta que hoje a informação está disponível
com facilidade nos dispositivos móveis e circula com velocidade avassaladora”, destaca.
Na avaliação de Soranz, isso não significa que as pessoas estejam mais informadas ou lendo mais,
mas sim que estão sendo assediadas por informação o tempo todo e, com isso, o nível de atenção e
leitura é cada vez mais superficial. As pessoas se acostumam a ler somente títulos e pequenas fra-
ses. “E, devido a isso, a população não tem tempo e nem consegue elaborar argumentações muito
extensas, afinal, no ambiente das redes digitais isso não prolifera, tudo é muito rápido e curto. E a lei-
tura combate isso porque ajuda a desenvolver a nossa atenção, paciência e reflexão, que são essen-
ciais para enfrentar esse desafio que é viver nessa avalanche de informações”, critica o professor.
Disponível em: https://www.crb8.org.br/conheca-a-importancia-da-leitura-na-era-da-informacao/.

TEXTO III
Disponível em: https://www.cenpec.org.br/tematicas/retratos-da-leitura-no-brasil-por-que-estamos-perdendo-leitores.
Acesso em: 28 Jul 2021
TEXTO IV
“Uma pesquisa realizada, em 2015, pelo Instituto Pró Livro apontou um baixo índice de leitura em
todas faixas etárias de crianças e adolescentes. O levantamento indicou também que o brasileiro lê,
em média, menos de três livros por ano, um número muito baixo quando comparado a países desen-
volvidos ou até mesmo a países vizinhos semelhantes ao Brasil, como a Argentina e o Chile. Segundo
a pesquisa, a maioria dos brasileiros prefere usar o tempo livre para navegar nas redes sociais com
um smartphone do que para ler algum livro. No Brasil há uma questão histórica e social que deixa a
população ainda mais desinteressada e com dificuldade de compreensão e interpretação de texto.
De acordo com uma pesquisa feita pela Fundação AbrinqM, em 2016, a pouca leitura dos brasileiros
está atrelada, entre outras razões, à alfabetização tardia, à educação básica e ao analfabetismo fun-
cional. Além disso, existe pouco incentivo à leitura, tanto dentro de casa, quanto na escola. A falta de
incentivo à leitura durante a infância influencia no baixo interesse pela prática já na idade adulta. O
excesso de informações rápidas, disponíveis nas redes sociais e o estigma de que livros são chatos,
complexos e que devem ser lidos por obrigação contribui ainda mais para que jovens leiam pouco e
não tenham interesse ou paciência para os diversos tipos de leitura. Diante dessa situação, é cada
vez mais comum encontrar jovens que não gostam de ler ou que, mesmo gostando, têm preferido as
redes sociais e as notícias rápidas da internet.
Disponível em: https://faesadigital.com/2019/12/09/leitura-na-era-da-informacao/. Acesso em: 28 Jul 2021.
portuguesa sobre o tema: O insólito hábito da leitura na era digital, apresentando proposta de inter-
PROPOSTA 42
AUMENTO DO DÉFICIT HABITACIONAL NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I TEXTO II
A questão habitacional compõe um dos ele- O ônus excessivo com aluguel urbano é o prin-
mentos mais importantes no passivo da exclu- cipal componente do déficit habitacional no Bra-
são social brasileira. O processo de industriali- sil, passando de 2,814 milhões de domicílios,
zação e urbanização provocou o descompasso em 2016, para 3,035 milhões de domicílios, em
entre o crescimento da população urbana e a 2019. Entre 2016 e 2019, o déficit habitacional
capacidade de instalação de infraestrutura ne- absoluto no Brasil – conforme a soma de seus
cessária por parte do Estado para atender às componentes e subcomponentes: domicílios im-
necessidades da população. O intenso proces- provisados, rústicos, os identificados como cô-
so de urbanização não foi acompanhado pelas modos, os identificados com ônus excessivo do
oportunidades de empregos, nem pela oferta de aluguel urbano e as unidades domésticas convi-
moradias, infraestrutura e serviços urbanos, im- ventes – apresenta tendência de aumento, ainda
plicando a ocupação desordenada do solo e a que individualmente seus componentes não te-
expansão contínua das periferias. Diante desse nham seguido sempre a mesma tendência.
cenário, a população pobre não tem tido mui-
Outro destaque é a crescente participação de
tas opções quanto ao regime de ocupação da
mulheres como responsáveis por domicílios ca-
moradia, dados os baixos níveis de renda das
racterísticos do déficit habitacional. As mulheres
famílias brasileiras e os altos preços das habi-
são protagonistas do déficit, ou seja, a maioria
tações. Por essas razões, são praticamente obri-
dos domicílios, nesse recorte da pesquisa, têm
gadas a ocupar o mercado de habitação informal
como pessoa de referência uma mulher. Por si
e, muitas vezes, em áreas de risco, sujeitas às
só, esse aspecto remete à necessidade de de-
intempéries, como deslizamentos e inundações
senvolvimento de políticas habitacionais espe-
tão comuns atualmente. As favelas e os assenta-
cíficas para esse tipo de domicílio. Ainda sobre
mentos informais localizados nas áreas centrais
o destaque feminino no déficit, o coordenador
e nas periferias das principais regiões metropo-
do estudo, pesquisador e professor da FJP, Fre-
litanas constituem a expressão mais visível dos
derico Poley Martins Ferreira, completa que no
problemas habitacionais. Estes incluem a exclu-
componente ônus excessivo com aluguel urbano
são social e a segregação espacial da população
as mulheres eram 1,588 milhão (56%) em 2016
pobre nas favelas e assentamentos informais, a
e, em 2019, 1,887 milhão (62%). “E, também no
carência de moradias, a escassez de serviços
componente coabitação houve um aumento da
de infraestrutura, de acesso a oportunidades de
participação dos domicílios cujas pessoas de re-
emprego e a ocupação de áreas de risco legal-
ferência são mulheres: de 50% (2016) para 56%
mente protegidas.
(2019)”, relata o pesquisador.
Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/752/ Disponível em: http://novosite.fjp.mg.gov.br/deficit-ha-
75243198004.pdf. Acesso em: 29 Jul 2021 (adaptado). bitacional-no-brasil-apresenta-tendencia-de-aumento.
Acesso em: 29 Jul 2021.
TEXTO III
Constituição Federal - Capítulo II
Dos Direitos Sociais
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desampa-
rados, na forma desta Constituição.
Disponível em: http://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/
con1988_04.02.2010/art_6_.asp. Acesso em: 29 Jul 2021.
TEXTO IV
Disponível em: http://abc.habitacao.org.br/deficit-de-moradias-no-pais-ja-chega-a-77-milhoes/. Acesso em: 29 Jul 2021.
portuguesa sobre o tema: Aumento do déficit habitacional no Brasil, apresentando proposta de in-
tervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
PROPOSTA 43
OS IMPACTOS DO AUMENTO DA SECA NO TERRITÓRIO BRASILEIRO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I TEXTO II
Como seca histórica no Brasil traz risco de in- Os impactos da seca são extensivos e conecta-
flação e racionamento de energia dos a várias grandes áreas, agindo em casca-
ta sobre sistemas socioecológicos e tecnoló-
Por BBC 31/05/2021 gicos em escalas diversas. A seca sempre foi
uma ameaça, mas projeções do clima sugerem
O Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emi- que muitas áreas irão passar por secas cada
tiu um alerta de emergência hídrica entre junho vez mais frequentes e mais severas. Isto torna
e setembro para cinco Estados — Minas Gerais, ainda mais necessárias questões como a forma
Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Para- que sociedade lida com a seca, a governança de
ná.O comunicado se soma a uma sequência de riscos, ferramentas de mitigação e abordagens
notícias que expõem uma das piores secas que para a redução do problema.Embora os riscos
o país já enfrentou, concentrada na região Cen- sejam complexos e haja um amplo impacto para
tro-Sul. Dados divulgados em abril pelo Comi- a economia e ambiente, abordagens tradicionais
tê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) não dão conta do problema, há necessidade de
apontaram que, entre setembro de 2020 e mar- novos meios e de cuidar das sociedades, econo-
ço deste ano, as hidrelétricas do país receberam mias e o ambiente.
o menor volume de chuvas em 91 anos.A área
mais afetada no período estava localizada entre A evolução rápida da mudança do clima, induzi-
São Paulo, Mato Grosso do Sul, sul de Goiás e do pelos homens, deverá agravar o risco da seca
oeste de Minas Gerais. Nessa região, 248 mu- em muitas regiões do mundo. Os riscos da seca
nicípios estavam em condições consideradas e as atividades humanas, como o manejo da ter-
de seca extrema, uma categoria anterior ao pior ra e da água, são fortemente entrelaçadas e as-
da escala de cinco níveis, a seca excepcional. sim tais atividades podem exacerbar os perigos
O impacto mais direto desse quadro é no preço e o risco de severos impactos socioeconômicos.
da energia elétrica, o Sudeste, onde a situação
dos reservatórios é pior, responde por cerca de Disponível em: https://projetocolabora.com.br/ods13/
70% da produção de energia hidrelétrica do país. seca-uma-pandemia-causada-pela-mudanca-climatica.
Acesso em: 30 Jul 2021.
Com a menor oferta de energia a partir das hi-
drelétricas, o país precisa acionar usinas térmi- TEXTO III
cas, cuja produção é muito mais cara — e mais
poluente.
Os impactos econômicos da seca, contudo, vão
muito além da energia elétrica. De forma geral, a
falta de chuvas tem provocado quebras de safra
em importantes regiões produtoras de alimen-
tos. Com menor disponibilidade dos produtos,
os preços sobem. A lista é longa: milho, açúcar,
café, trigo, laranja, carne, ovo, leite e até com-
bustíveis. Na atual conjuntura, o efeito-seca é
agravado por dois outros fatores. Com o aumen-
to das cotações internacionais das commodities
e o dólar caro, os produtores têm um incentivo
maior para exportar. Vender para fora se torna
financeiramente mais vantajoso.Essa dinâmica
reduz ainda mais a oferta dentro do país — e
deixa mais cara a tarefa de colocar comida na
mesa.
Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noti-
cia/2021/05/31/como-seca-historica-no-brasil-traz-risco- Disponível em: http://www2.cemaden.gov.br/monitora-
-de-inflacao-e-racionamento-de-energia.ghtml. Acesso mento-de-secas-e-impactos-no-brasil-abril2021/.
em: 30 Jul 2021 (adaptado). Acesso em: 30 Jul 2021.
TEXTO IV
O Brasil tem registrado chuvas abaixo da média desde pelo menos outubro de 2019. Segundo espe-
cialistas, essa escassez de chuvas está em grande parte relacionada ao fenômeno La Niña, resfria-
mento periódico nas águas do Oceano Pacífico que tende a reduzir as chuvas no centro-sul do país.
Mas eles lembram que esses grandes fenômenos “são só parte da resposta”. Eles argumentam que o
desmatamento do Cerrado agrava a escassez nos reservatórios do Paraná, responsáveis pela maior
capacidade de geração de energia hidrelétrica do país. “É uma resposta preguiçosa atribuir a variação
nos reservatórios apenas ao El Niño ou à La Niña”, disse o geógrafo Yuri Salmona, doutorando em
Ciências Florestais pela Universidade de Brasília (UnB). Nos últimos anos, vários especialistas têm as-
sociado o desmatamento na Amazônia à diminuição das chuvas em outras partes do Brasil. Segundo
eles, a derrubada das árvores faz com que a floresta deixe de bombear para a atmosfera uma imensa
quantidade de água que posteriormente se transformaria em chuva, os chamados “rios voadores”.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-57581390. Acesso em: 30 Jul 2021.
portuguesa sobre o tema: Os impactos do aumento da seca no território brasileiro, apresentando
PROPOSTA 44
FORMAS DE COMBATE AO TRÁFICO DE PESSOAS NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I Considerada a terceira maior atividade ilícita do

mundo, perdendo apenas para tráfico de drogas e
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a o de armas, o tráfico de pessoas é quando a ví-
liberdade é um dos direitos humanos mais impor- tima é agenciada, aliciada, recrutada, transpor-
tantes e está resguardada pela Lei. Sua privação tada, transferida, comprada, alojada ou acolhida
somente pode ocorrer por meio de um processo mediante grave ameaça, violência, coação, fraude
legal, para cumprimento de determinada sanção ou abuso. O criminoso utiliza esses artifícios para
penal previamente regulamentada. Fora esta hipó- remoção de órgãos, tecidos ou partes do corpo da
tese, todo ser humano deve ter o direito a se lo- vítima, trabalho em condições análogas a de es-
comover e ter domínio sobre sua vontade de ir e cravo, submeter a qualquer tipo de servidão, ado-
vir respeitada. Na mesma linha de raciocínio, esta ção ilegal ou exploração sexual.
liberdade também se estende ao corpo humano,
que não pode ser escravizado, prática inadmissí- Disponível em: https://www.uol.com.br/universa/noticias/
redacao/2021/07/29/trafico-de-pessoas.htm.
vel nos dias atuais. Entretanto, mesmo diante des- Acesso em: 30 Jul 2021.
sa expressa proibição legal, existem situações em
que seres humanos são privados de sua liberdade TEXTO III
e tem seu corpo utilizado como meio de exploração
O tráfico de pessoas é uma conduta ilícita que
e de aferição de lucros para terceiros. O tráfico na- está tipificada no Código Penal (Decreto-Lei n
cional e internacional de pessoas é um crime tipi- 2.848/1940) nos seguintes termos:
ficado no ordenamento jurídico brasileiro no artigo
149-A do Código Penal. Dentre as motivações de “Tráfico de Pessoas
sua prática está a exploração de crianças e de mu- Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar,
lheres enviadas para outros países para serem ob- transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, me-
jetificadas e sexualmente exploradas por dinheiro. diante grave ameaça, violência, coação, fraude ou
abuso, com a finalidade de:
direito-penal/exploracao-sexual-e-o-trafico-internacio- I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do cor-
nal-de-criancas-e-mulheres-para-fins-lucrativos/. po;
II – submetê-la a trabalho em condições análogas
TEXTO II à de escravo;
III – submetê-la a qualquer tipo de servidão;
Cerca de 86 denúncias de tráfico de pessoas en-
volvendo meninas até 18 anos foram feitas entre IV – adoção ilegal; ou
2017 e 2020 no Brasil. A pesquisa se refere a de- V – exploração sexual”
núncias feitas ao Disque 100, de Direitos Humanos.
O dado chama atenção por ser acima da média direito-penal/exploracao-sexual-e-o-trafico-internacio-
global apresentada pelo relatório do UNODC (Es- nal-de-criancas-e-mulheres-para-fins-lucrativos/.
critório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime Acesso em: 30 Jul 2021.
da ONU). Enquanto a média nacional foi de 40%, TEXTO IV
os dados mundiais registram 34% de vítimas no
mesmo período.Segundo a ONU, quase um terço
das vítimas desse tipo de crime são crianças, e 71%
das pessoas traficadas são meninas e mulheres.
Ao todo, o Disque 100 recebeu 176 denúncias de
tráfico interno — dentro do país —, e 79 de tráfi-
co internacional, sendo 86 meninas (até 18 anos)
e 64 mulheres (58,8% do total de denúncias), e 17
meninos e 10 homens (50,19% do total). Desses nú-
meros, há prevalência na modalidade exploração
sexual (83), adoção ilegal (43), e trabalho em con-
dições análogas a de escravo. Disponível em: https://cffb.org.br/irmas-catequistas-fran-
ciscanas-falam-sobre-o-dia-mundial-contra-o-trafico-
-de-pessoas. Acesso em: 30 Jul 2021.
tuguesa sobre o tema: Formas de combate ao tráfico de pessoas no Brasil, apresentando proposta
PROPOSTA 45
O CRESCIMENTO DA AIDS ENTRE JOVENS NO BRASIL
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I análise da Unaids Brasil. Os dados revelam tam-

bém que, por causa da covid-19, países de baixa
A maior vulnerabilidade dos adolescentes ao HIV e média renda têm tido dificuldades para fornecer
é uma tendência global. Atualmente, existem mais medicamentos antirretrovirais usados no trata-
de 2 milhões de adolescentes e jovens adultos (15- mento do HIV, o que pode colocar em risco a vida
24 anos) infectados. Esse é o único grupo em que dessa população. De acordo com Boletim Epide-
a taxa de infecção continua a aumentar, com um miológico de 2020, 920 mil pessoas vivem com o
risco relativo 50% maior em relação às outras fai- HIV no Brasil. O Ministério da Saúde revela que a
xas etárias. É inaceitável que toda a semana 6 mil maior concentração de casos está entre jovens de
adolescentes, meninas e jovens mulheres sejam 25 a 39 anos, de ambos os sexos (52,4% são ho-
infectados por HIV em todo o mundo porque seus mens e 48,4% são do sexo feminino).
direitos reprodutivos e sexuais continuam sendo
negados”, disse Vera Paiva, que coordena uma Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/atua-
lidades/jovens-sao-a-maioria-entre-os-novos-casos-de-
pesquisa sobre adolescência e Aids no Brasil. De -aids-no-brasil/. Acesso em: 25 Jan 2022 (adaptado).
acordo com a pesquisadora, no Brasil é ainda mais
preocupante o crescimento da vulnerabilidade à TEXTO III
Aids entre os adolescentes por causa da queda nos
investimentos em políticas de promoção da saúde.
Paiva destacou que essas medidas são ampara-
das pela Constituição Federal, que prevê o direito
à educação, à saúde e estabelece a laicida- de do
Estado.
Disponível em: https://exame.com/ciencia/aids-cresce-en-
tre-jovens-com-cortes-na-saude-alerta-pesquisadora/.
Acesso em: 25 Jan 2022 (adaptado).
TEXTO II
O 1º de dezembro marca o Dia Mundial de Luta
Contra a Aids. A síndrome da imunodeficiência
adquirida (AIDS) é uma doença infectocontagio-
Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/atua-
sa sem cura, causada pelo vírus HIV, que ataca o lidades/jovens-sao-a-maioria-entre-os-novos-casos-de-
sistema imunológico, responsável por defender o -aids-no-brasil/. Acesso em: 25 Jan 2022.
organismo contra doenças. Sem essa proteção, as
pessoas ficam mais predispostas a contrair infec-
ções oportunistas, como tuberculose e meningite.
Embora o tratamento de HIV tenha avançado mui-

to, todo ano, cerca de 690 mil pessoas morrem por
complicações geradas pelo vírus e 1,7 milhão de
novas contaminações são registradas, segundo
portuguesa sobre o tema: O crescimento da AIDS entre jovens no Brasil, apresentando proposta de
PROPOSTA 46
CAMINHOS PARA CONTER A POBREZA MENSTRUAL NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I reconheceu que o direito das mulheres à higiene

menstrual é uma questão de saúde pública e de
1 em cada 10 meninas no mundo deixam de ir à es-
direitos humanos. E o que deveria ser um direito é,
cola quando estão menstruadas. No Brasil, estima-
muitas vezes, um luxo.
-se que sejam 1 em cada 4. Falta de condição fi-
Disponível em: https://ponte.org/pobreza-menstrual-um-
nanceira para comprar absorventes e de estruturas -problema-que-afeta-desde-presidiarias-a-estudantes/
sanitárias estão entre as causas do problema ba- Acesso em 25.jan.2022.
tizado de pobreza menstrual, e reconhecido pelo
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). TEXTO III
A pobreza menstrual, como o nome já diz, tem a
ver com pobreza no sentido literal. É caracterizada
pela falta de acesso a recursos, infraestrutura e até
conhecimento por parte de mulheres para cuida-
dos que envolvam a própria menstruação. Trata-se
de um fenômeno afetado pela desigualdade social,
racial e de renda. (...)
Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/sau-
de/2021/06/19/pobreza-menstrual-conheca-o-problema-
-que-leva-brasileiras-a-deixarem-de-estudar Acesso em
25.jan.2022
TEXTO II
Pedaço de pano, papel higiênico, papelão, jornal e

até mesmo miolo de pão. Esses são alguns exem-
plos de materiais inadequados e inseguros usados
durante o ciclo menstrual de adolescentes, jovens
e mulheres em situação de vulnerabilidade social.
De meninas que faltam à aula até presidiárias que,
em 30 dias recebem 8 absorventes — ou tampões
menstruais — , a “pobreza ou precariedade mens-
trual”, termo usado para definir a falta de acesso Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/sau-
de/2021/06/19/pobreza-menstrual-conheca-o-problema-
a produtos de higiene específicos, é um proble- -que-leva-brasileiras-a-deixarem-de-estudar Acesso em
ma que afeta mulheres de todos os países. (...) Em 25.jan.2022
2014, a Organização das Nações Unidas (ONU)
portuguesa sobre o tema: Caminhos para conter a pobreza menstrual no Brasil contemporâneo,
PROPOSTA 47
OS LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I rio. Mas pode recorrer da sentença em liberdade.

O motivo da condenação foi mensagens de 2016
O youtuber Monark protagonizou na noite des- chamando-a de “falsa”, “cínica” e “nojenta”.
ta segunda-feira (7) mais uma cena de completa
distorção do conceito de liberdade de expressão. Siegfried Ellwanger Castan, escritor e editor de
Em debate com os deputados federais Kim Kata- livros Rio Grande do Sul, antigo sócio, foi conde-
guiri (DEM-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP), Monark nado pelo Tribunal de Justiça daquele Estado por
defendeu que o nazismo seja compreendido como ter editado e vendido livros com ideias preconcei-
“liberdade de expressão”. tuosas e discriminatórias contra os judeus. Ele de-
fende que é sua arte, porém foi enquadrado como
“Nazista tinha que ter um partido nazista reconhe- preconceito e automaticamente atrelado aos limi-
cido pela lei”, afirmou o youtuber. tes estabelecidos pela liberdade de expressão e
Kataguiri também defendeu que o nazismo não qualificado como racismo. A constituição de 1988
seja criminalizado. Segundo ele, a melhor ideia de define a prática de racismo como crime inafiançá-
repreender o discurso de ódio é liberando-o para vel e imprescritível, segundo o que dispõe o artigo
que possa - supostamente - ser “rechaçado” pela 5º, XLII.
opinião pública. “Kim, você acha que é errado a Disponível em: https://ponte.org/pobreza-menstrual-um-
Alemanha ter criminalizado o nazismo?”, ques- -problema-que-afeta-desde-presidiarias-a-estudantes/
tionou Tabata, ao que o parlamentar respondeu: Acesso em 25.jan.2022.
“acho”. TEXTO III
Disponível em: https://www.brasil247.com/brasil/monark-
-defende-liberdade-de-expressao-para-nazistas-e-kim-
-kataguiri-concorda-video Acesso em 8.fev.2022
TEXTO II
“A nossa Constituição Federal acertadamente
proíbe a censura, mas a ausência de censura não
implica em ausência de limites legais ou liberda-
de absoluta para tudo. Não se pode sob o manto
da obra de arte, colocar-se acima da lei. Explico. A
liberdade de expressão em seu processo criativo
não pode ter qualquer tipo de limite, enquanto na
esfera privada, mas a exibição pública do resultado
dessa liberdade de expressão tem que respeitar os
limites da lei”., disse Alexandre de Morais, do Curso
de Direito Constitucional.
Danilo Gentili foi condenado a seis meses e 28 dias

de detenção, em regime inicial semiaberto, por Disponível em: https://questionetudo.medium.com/cr%-
crime de injúria contra deputada Maria do Rosá- C3%ADtica-ao-paradoxo-da-toler%C3%A2ncia-de-po-
portuguesa sobre o tema: Os limites da liberdade de expressão no mundo contemporâneo, apre-

PROPOSTA 48
O DESAFIO DAS RELAÇÕES ENTRE O SER HUMANO E O MEIO AMBIENTE
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I função de um levantamento realizado em 2017

que apontou a existência de mais de 15 mil resi-
A afinidade do ser humano com a natureza vem
dências em áreas de risco alto e muito alto para
sendo modificada há muitos anos, principalmen-
deslizamento de terras.
te a partir da Revolução Industrial (séc. XVIII)
quando a deterioração do meio ambiente pas- “Também não foi feita nenhuma obra que pudes-
sou de um modo de produção que era em maior se reduzir esses riscos, como desassoreamen-
parte manufaturado, para a automação. Esta to de rios, contenção de encostas e reflores-
mudança, homem/indústria, tornou-se o foco da tamento. Absolutamente nada disso foi feito. É
degradação do meio ambiente. A consequência muito fácil para o poder público colocar a culpa
dessas alterações acarretará sérios problemas no volume de chuvas”, disse Cortês. Na visão do
para a humanidade. As florestas estão sendo de- professor, outra medida que seria eficaz para
vastadas, assim como o solo e o ar. Os mares e prevenir o desastre é o combate à ocupação
oceanos estão mais profanados pelos poluentes desordenada da região. “Ninguém vai morar em
que são lançados diariamente na atmosfera, o áreas de risco deliberadamente. Para que isso
que compromete a sobrevivência das espécies. não acontecesse mais, para que as pessoas pu-
O que se faz necessário é saber conciliar indus- dessem ser retiradas seria necessária uma polí-
trialização, novas tecnologias e desenvolvimento tica habitacional para que o governo oferecesse
sustentável. habitações dignas para essas pessoas, seja por
Disponível em: https://www.revistaea.org/artigo.php?idar- meio da ocupação de imóveis desativados ou
tigo=2360 Acesso em 22.fev.2022. aluguel emergencial e construção de residên-
cias.”. Segundo o professor, o Brasil está acos-
TEXTO II
tumado com medidas de “reação aos eventos”,
As fortes chuvas que atingiram Petrópolis, na e não de “prevenção”. “O que falta efetivamente
região serrana do Rio de Janeiro, já causaram é a prevenção, e isso envolve fiscalização, obras
a morte de mais de 100 pessoas e destruíram de contenção de encostas, reflorestamento e
grande parte da cidade. Para o professor do Ins- políticas habitacionais e sociais”, disse.
tituto de Energia e Ambiente da Universidade de Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/
São Paulo (USP) Pedro Cortês, “infelizmente essa infelizmente-tragedia-de-petropolis-pode-estar-apenas-
-comecando-diz-especialista/ Acesso em 22.fev.2022.
tragédia pode estar apenas começando”. “Deve-
ria ter uma ação forte do poder público de reti- TEXTO III
rar essas pessoas para evitar que elas venham
a morrer, porque novos deslizamentos poderão Desastres naturais: 59,4% dos municípios não
ocorrer em função dessas chuvas”, avaliou. têm plano de gestão de riscos
O professor considera que a tragédia de Petró- Dos 5.570 municípios brasileiros, mais da metade
polis é até mesmo pior do que a ocorrência de (59,4%) não contavam com instrumentos de planeja-
mento e gerenciamento de riscos em 2017
um terremoto, já que na região serrana do Rio,
“a situação permanece em função da ocorrên- Segundo o Perfil dos Municípios Brasileiros (Mu-
cia de novas chuvas e da dificuldade em remover nic) 2017, divulgado pelo IBGE, a proporção de
essas pessoas que estão em situação de risco”. municípios afetados pelos desastres naturais é
De acordo com Cortês, trata-se de um “desastre mais alta nas áreas urbanas, devido a construção
anunciado”, pois “uma semana antes já se sa- de moradias, rodovias e outras obras que inter-
bia que a região teria chuvas intensas”. Embora ferem na drenagem da água das chuvas e nos
o volume exato da chuva não pudesse ser pre- processos erosivos. Dos municípios com mais de
visto, o professor afirmou que medidas emer- 500 mil habitantes, 93% foram atingidos por ala-
genciais poderiam ter sido tomadas também em gamentos e 62% por deslizamentos.

Disponível em: https://neomondo.org.br/2018/07/06/desastres-naturais-594-dos-municipios-nao-tem-plano-de-ges-
tao-de-riscos Acesso em 22.fev.2022.
tuguesa sobre o tema: O desafio das relações entre o ser humano e o meio ambiente, apresentando

PROPOSTA 49
A INFLUÊNCIA DAS FAKE NEWS NO CENÁRIO POLÍTICO BRASILEIRO
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I TEXTO II
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Ale-

xandre de Moraes, determinou nesta sexta-feira
(18/03) que a atividade do aplicativo Telegram
seja inter- rompida no Brasil por provedores de
internet e outras plataformas. A decisão atende
a uma solicita- ção feita pela Polícia Federal.
Moraes justificou no documento a afirmação da

Polícia Federal de que “o aplicativo Telegram é
notoriamente conhecido por sua postura de não
cooperar com autoridades judiciais e policiais de
diversos países, inclusive colocando essa atitu-
de não colaborativa como uma vantagem em re-
lação a outros aplicativos de comunicação, o que
o torna um terreno livre para proliferação de di-
versos conteúdos, inclusive com repercussão na
área cri- minal”.
Nos últimos meses, diversos órgãos do judiciá-

Disponível em: https://es.statista.com/grafico/24035/pai-
rio brasileiro se pronunciaram a respeito da falta ses-segun-sus-practicas-de-bloqueo-a-plataformas-de-
de resposta do aplicativo criado pelo russo Pavel -redes-sociales/. Acesso em: 23 Mar 2022.
Du- rov a solicitações de contato.
TEXTO III
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tentou falar
As fake news e a disputa política por desinfor-
com Durov para discutir estratégias de comba-
mação
te à de- sinformação e à propagação de boatos
e notícias falsas no app de troca de mensagens Notícias falsas se consolidam como um fenômeno
durante a próxima eleição brasileira. Nunca ob- de peso a partir de um ambiente propício para entrar
teve uma resposta ou mesmo um contato. em ebulição
Não é de hoje que as informações falsas circu-

Em novembro do ano passado, o Ministério Pú- lam. Desde que a humanidade é humanidade
blico Federal (MPF) também instaurou um inqué- existe esse tipo de prática, ou desde que a im-
rito civil público em São Paulo para investigar o prensa é imprensa - se estivermos falando no
que as principais plataformas em operação no sentido estrito de notícias jornalísticas falsas.
Brasil têm feito ou deixado de fazer diante de No entanto, as fakes news passam a ser con-
práticas organizadas de desinformação em geral sideradas um fenômeno dos nossos tempos por
serem definidas como notícias falsas, pensadas
e violência no mundo digital. intencionalmente para causar desinfor- mação e
Foram expedidos ofícios ao Twitter, Facebook, divulgadas de modo massivo na internet.
Ins- tagram, YouTube, TikTok, WhatsApp e Tele- A prática só se torna possível, portanto, com a
gram, com perguntas sobre políticas de modera- “popularização” da internet e das tecnologias da
ção e re- gulação de conteúdo. O Telegram foi o comunicação. Popularização entre aspas por-
único a não enviar resposta ao MPF-SP. que o uso da internet ainda é muito desigual
no Bra- sil, já que pressupõe pagamento para o
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/
politica/2022/03/4994165-telegram-por-que-alexandre- aces- so. Segundo dados do Centro Regional de
-de-moraes-determinou-bloqueio-do-aplicativo-no-bra- Es- tudos para o Desenvolvimento da Socieda-
sil.html. Acesso em: 23 Mar 2022 (adaptado)
de da Informação (Cetic.Br), em 2018, a internet

estava presente em 46,5 milhões de domicílios brasileiros - número que equivale a 67% deles. Um
crescimento em relação a 2017, mas ainda falta muito para o acesso se tornar popular, de fato.
As fake news entraram no debate mundial com a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos.
Durante campanha e depois de eleito ele não só compartilhou notícias falsas em seus perfis nas
redes sociais, principalmente no Twitter, como também está sendo investigado por contratar uma
empresa responsável por espalhá-las por meio da criação de redes de usuários robôs. No Brasil,
essa discussão foi importada por Bolsonaro, que em campanha eleitoral copiou práticas muito
semelhantes.
Uma forma são os textos, áudios e vídeos que circulam por meio do WhatsApp. Esse é o tipo mais
comum de propagação de fake news no Brasil, pela popularidade do aplicativo e também pela falsa
ideia de credibilidade que essa mensagem passa aos usuários, ao ser enviada muitas vezes por
contatos próximos e de confiança. (...)
Nesse sentido, a moderação das plataformas que gerem as redes sociais, podem vir para o “bem”
e para “mal”, porque os critérios são muito opacos e nada transparentes. O canal de um veículo de
comunicação, que tem legitimidade para divulgar notícias, pode ser derrubado tanto quanto con-
tas de usuários robôs. É muito perigoso, portanto, dar mais poder ainda para essas plataformas,
deixando que estejam amparadas na nossa legislação para realizar essas práticas.
Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/07/20/artigo-as-fake-news-e-a-disputa-politica-por-desinforma-
cao. Acesso em: 23 Mar 2022 (adaptado).
portuguesa sobre o tema: A influência das fake news no cenário político brasileiro, apresentando

PROPOSTA 50
A IMPORTÂNCIA DO VOTO NA ADOLESCÊNCIA COMO FATOR DE
MANUTENÇÃO DO EXERCÍCIO DA CIDADANIA
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I TEXTO III
Apesar de ser facultativo, o voto de jovens entre Para a cientista política Nailah Neves, a partici-
16 e 17 anos é essencial para o processo elei- pação dos jovens na política exercendo o poder
do voto é menor, principalmente, entre a parcela
toral e para as mudanças que o país precisa,
da população que é negra e de áreas vulneráveis.
principalmente devido ao acesso à informação O desinteresse dos adolescentes pelo tema pod-
que esta faixa etária possui. Lembrando que o se intensificar, segundo ela, em virtude da falta
voto facultativo para adolescentes foi instituído de uma educação política massiva nas escolas,
pela Constituição de 1988, quando os constituin- o que culmina na diminuição da importância do
tes consideraram que esse direito incentivaria a voto entre muitos estudantes e, posteriormente,
entre adultos.
participação política e social dos mais jovens no
destino do país. “Esses jovens são os que mais precisam ser ati-
vos politicamente, porque são os mais atingidos
Atualmente, os(as) jovens estão mais conscien- pelas decisões governamentais, mas também
tes daquilo que está acontecendo no país, prin- são os mais negligenciados pelo Estado. Os jo-
cipalmente diante de tantos meios de informa- vens periféricos, principalmente na pandemia,
ção. Des- sa forma, a opinião desse público com presenciaram a questão das políticas de sanea-
mento, segurança e principalmente educacional.
relação a alguns assuntos têm sido mais crítica
e importante para as necessidades brasileiras. A cientista pontua que não há dúvida da impor-
“Hoje, no Brasil, estamos vivendo um período de tância do jovem em relação ao título de eleitor e
grande intolerân- cia, de desrespeito a direitos como eles podem definir o futuro do país, seja
votando ou trazendo novas discussões e pautas
constitucionais e a várias instituições que solidi-
para a família. Mas, para ela, é importante refle-
ficam a nossa democracia. É preciso que pas- tir quem são os jovens que estão tendo o direi-
semos a limpo tudo isto, e a forma que temos to a votar, quem tem acesso à educação política
para isto é o voto. Por isto a im- portância das e que tem assistido às campanhas de incentivo
novas gerações fazerem a diferença nas urnas”, para tirar o título eleitoral. Segundo ela, há negli-
salienta o diretor da Secretaria de Polí- ticas So- gência para a categoria de jovens que são vul-
ciais do Sinpro, Hamilton Caiana. neráveis.
Disponível em: https://www.sinprodf.org.br/brasil-tem- Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/ci-
-o-menor- -indice-de-jovens-aptos-a-votar-da-historia/. dades-df/2022/01/4979097-eleicoes-de-2022-sao-opor-
Acesso em: 05 Abr 2022 (adaptado). tunidade-para-adolescentes-votarem-pela-primeira-vez.
html. Acesso em: 05 Abr 2022.
TEXTO II
TEXTO IV
O laboratório de comunicação e mobilização
para causas Quid.id fez uma pesquisa que ex-
plica um pouco os motivos que têm afastado os
adolescentes das eleições:
Autoestima: o jovem achar que não sabe o sufi-
ciente para votar; Ceticismo: acreditar que votar
não importa, que não muda nada. “Nosso papel
tem sido mostrar que a política impacta o jovem
hoje e amanhã e que se ele não escolher um can-
didato, alguém vai escolher por ele”, conta Caio
Tendolini, idealizador da campanha “olha o bur-
burinho”.
Disponível em: https://valor.globo.com/politica/noti- Responsabilidade: não querer ter a responsabili-
cia/2022/02/22/falta-de-informacao-afeta-o-voto-jovem. dade de escolher alguém sem saber o suficien-
ghtml. Acesso em: 05 Abr 2022. te. Não querer carregar “o peso do voto”.

“É por meio das leis que podemos garantir nossos direitos, como uma educação de qualidade e mais
igualitária. É só pelo nosso voto que poderemos ver novamente um Enem mais justo, uma escola mais
inclusiva e ter cada vez mais brasileiros na Universidade”, diz Rozana Barroso, presidenta da UBES.
Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2022/03/25/com-anitta-e-mais-famosos-brasil-se-mobili-

za-pelo-voto-de-adolescentes.htm. Acesso em: 05 Abr 2022.
portuguesa sobre o tema: A importância do voto na adolescência como fator de manutenção do
exercício da cidadania, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
ponto de vista.


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Os impactos da má gestão de resíduos sólidos PROPOSTA 21................................................48

PROPOSTA 10................................................25 PROPOSTA 22...............................................50

PROPOSTA 25.................................................57 PROPOSTA 38..................................................84

PROPOSTA 26.................................................60 PROPOSTA 39..................................................86

PROPOSTA 27..................................................62 PROPOSTA 40..................................................88

PROPOSTA 31...................................................70 PROPOSTA 45..................................................98

PROPOSTA 35..................................................78 PROPOSTA 49................................................103

O desenvolvimento de instituições modernas do Estado e do mercado abarca, em parte, as antigas

A lei brasileira que busca tipificar o conjunto de TEXTO II

O tráfico ameaça a sobrevivência de inúmeras espécies globalmente. Só a América Latina e o Cari-

A história do emprego doméstico, no Brasil, está fortemente associada à tradição escravo-

O que distingue a empregada doméstica do escravo, atualmente, é apenas o assalariamento, prin-

Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682017000100028. Acesso em

O professor Cristiano Rodrigues, do Departamento de Ciência Política da Fafich, analisa as relações

Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/

“Somos 7 milhões de domésticas, e 78,8% são

Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/trabalho-e-formacao/2019/04/28/interna-

TEXTO I No total, em cinco meses incompletos de 2021,

Disponível em: https://brasil61.com/n/brasil-teve-14-mil-denuncias-de-abuso-sexual-infantil-em-2020-bras214905.

Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/lei/abuso-sexual-infantil. Acesso em 05/10/2021 (adaptado).

Em um mundo globalizado, dominado pelo capitalismo, o consumo está diretamente interligado ao

Disponível em: https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/como-o-consumo-desenfreado-prejudica-o-meio-

A sociedade de consumo é notavelmente calcada no crescimento do consumismo na sociedade para

Disponível em: https://periodicos.unipe.br/index.php/direitoedesenvolvimento/article/view/815/590. Acesso em: 19/10/2021

Quando aumentamos o consumo também aumentamos a necessidade de extração de recursos natu-

Disponível em: https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/ensino_fundamental/geografia-os-impactos-do-consumo/.

Trabalho escravo perdura no mundo contemporâneo

Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/index.php/ju/noticias/2019/05/17/trabalho-escravo-perdura-no-mundo-

Disponível em: https://www.ufrgs.br/humanista/2021/05/13/lei-aurea-133-depois-brasil-ainda-convive-com-trabalho-ana-

Pesquisa revela o poder dos influenciadores digitais para as marcas

O marketing tradicional, utilizado há décadas pelos produtos e serviços, precisou se readequar à

Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/dino/pesquisa-revela-o-poder-dos-influenciadores-digitais-para-as-mar-

A PUBLICIDADE, O DESEJO E O CONSUMO

Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/atualidades/publicidade-desejo-consumo%20.htm.

Responsabilidade digital: o papel dos influen-

A responsabilidade e poder dos influenciado-

Disponível em: https://acontecendoaqui.com.br/marke-

TEXTO I oficiais, as principais medidas de assistência

Disponível em: https://seminarioservicosocial2017.ufsc.br/files/2017/05/Eixo_3_188.pdf. Acesso em: 10/08/2021 (adaptado).

Disponível em: https://www.vgresiduos.com.br/blog/o-que-a-legislacao-diz-sobre-a-gestao-dos-residuos-solidos-urba-

Disponível em: https://www.puc-campinas.edu.br/gestao-de-residuos-e-um-dos-grandes-desafios-das-metropoles/.

Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos – nº 12.365 de 02/08/2010

Dentre os objetivos da PNRS destacam-se:

6. estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.

Disponível em: https://www.vgresiduos.com.br/blog/o-que-a-legislacao-diz-sobre-a-gestao-dos-residuos-solidos-urba-

Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2020/12/fogo-e-desmatamento-marcas-

TEXTO I mas constantemente minorizados socialmente.

Disponível em: https://observatoriodeeducacao.institu-

LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.

“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino

§ 1º O conteúdo programático a que se refere

A presidente da Comissão de Adoção do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, Silvana do

Disponível em: https://serenoadvogados.adv.br/as-dificuldades-para-adocao-no-brasil/.

Disponível em: https://www.vgresiduos.com.br/blog/o-que-a-legislacao-diz-sobre-a-gestao-dos-residuos-solidos-urba-

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.

Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2020/12/fogo-e-desmatamento-marcas-

TEXTO I analfabetismo, 3,3% entre os que têm 15 anos

A alfabetização científica representa um conjunto de conhecimentos científicos e tecnológicos que fa-

Os avanços científicos e tecnológicos, a reestruturação produtiva, as mudanças no processo de trabalho

Disponível em>http://www.univates.br/revistas/index.php/signos/article/viewFile/1375/1234 < Acesso em 12/10/2021

TEXTO I ção das Nações Unidas (ONU) de reduzir em 50% o

A pandemia do novo coronavírus provocou uma re- TEXTO III

Disponível em: http://bonfimnoticias.com/site/2020/09/30/cnh-passara-a-ter-validade-de-10-anos-conforme-altera-