Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SÃO PAULO
2023
LISTA DE FIGURAS
1
LISTA DE GRÁFICOS E QUADROS
2
QUADRO 01: Comparação entre homens e mulheres indicados ao
Prêmio Design Museu da Casa Brasileira por categoria..................................... 28
QUADRO 02: Comparação entre a quantidade de homens e mulheres
concorrentes por categoria.................................................................................... 32
3
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 5
CAPÍTULO 1..................................................................................................... 7
1.1 A mulher como seu papel na sociedade e no design gráfico......................7
1.2 A mulher brasileira no design gráfico moderno ao contemporâneo..........13
CAPÍTULO 2................................................................................................... 16
2.1. Como o público geral enxerga o design gráfico e o mercado criativo na
contemporaneidade..............................................................................................16
2.2. O cenário do mercado de design gráfico sob a perspectiva de
profissionais da área............................................................................................ 22
CAPÍTULO 3................................................................................................... 25
3.1. Abertura profissional do design gráfico ao gênero feminino: Passado X
Contemporaneidade.............................................................................................25
3.2. Reconhecimento e destaque feminino no design gráfico: A herança do
patriarcado no mercado criativo........................................................................... 27
CONCLUSÃO................................................................................................. 34
Em busca de soluções: O design gráfico como ferramenta de transformação
social..........................................................................................................................34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 36
4
INTRODUÇÃO
Seguindo essa mesma linha de análise, o cenário criativo brasileiro não foge
dos resultados obtidos. As mulheres designers estão constantemente nas
"entrelinhas", isto é, escondidas, apagadas e omitidas da história e
contemporaneidade do design gráfico (BUCKLEY, 1986. ESCLAPÉS, 2012).
5
A pesquisa se encaminhou para a criação de uma solução criativa em busca
de transformação social, para que o gênero feminino ganhe destaque e possa se
sentir mais exposto ao mercado e ao mundo por suas próprias criações e esforços,
além de se colocar na posição de modelos para garotas mais novas fora e dentro do
ramo. O design gráfico precisa das mulheres da mesma forma que estas precisam
ter o local dentro da área que atuam, uma vez que estiveram e estão presentes no
mercado.
6
CAPÍTULO 1
7
ditando suas habilidades e atividades como insignificantes. Não há vitória em uma
luta injusta.
8
bastassem os prejulgamentos criados em cima das mulheres, Buckley alega que
suas produções são julgadas apenas como valor de uso por serem feitas dentro do
ambiente que lhes é imposto como natural no universo patriarcal, o doméstico, e,
então, não possuem valor de compra e venda, sendo grande razão para este
pensamento a associação de atividades decorativas a este sexo, concluindo que
seus feitos seriam utilizados para decoração da casa ou como roupas da família e
não são, por conseguinte, aptos para o mercado (BUCKLEY, 1986).
9
prometem facilitar e agilizar suas vidas dentro de casa, com o intuito de oferecer o
melhor àqueles de quem cuida. Buckley cita Heidi Hartmann ao comentar sobre a
divisão sexual do trabalho:
E essa divisão não é fixa, ela muda de acordo com as exigências vindas das
mudanças políticas, sociais e econômicas. Porém, curiosamente, a mulher está
continuamente em seu posto de cuidadora e doméstica.
10
p.8). Tanto se fala destes produtos ao ponto de que se espera realmente atos
milagrosos imaginados pelas enormes expectativas de maior proatividade e
agilidade nas tarefas de casa, porém, segundo Philippa Goodall, freezers e
microondas surgem para uma maior carga de trabalho que, por meio do pretexto da
conveniência, rastejam para o doméstico fantasiado de mais uma atividade, mais
um trabalho, pois conveniência realmente seria haver alimentos com disponibilidade
a todos os momentos (GOODALL, 1983).
"[...] nossa cultura geral é, além disso, permeada com ideias sobre a
natureza individual da criatividade, como o gênio sempre irá superar
os obstáculos sociais." (BUCKLEY, 1986, p.10).
11
vasto número de objetos que foram criados a partir de materiais físicos.”
(GOODALL, 1983). Manifesta-se, então, o anseio pelo descobrimento de novas
formas do gênero feminino ocupar o espaço a ele insistentemente retirado ao
decorrer de séculos dentro da sociedade patriarcal e da área do design gráfico, de
forma a valorizar e ressignificar seus trabalhos e criações tão desfavorecidas pelas
errôneas e humilhantes afirmações que as assombram pela vida inteira, o que as
deixam com o medo de não se encontrarem em uma área tão criativa e aberta cheia
de cabeças quadradas antiquadas.
12
1.2 A mulher brasileira no design gráfico moderno ao contemporâneo
13
enquanto o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) e o Museu de
Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), deram início também a atividades
educacionais em 1952, tendo sido fundados em 1948. Os museus modernos
inauguram seus projetos pedagógicos como base no modernismo da época, que,
segundo Ana Julia, colocava-os na posição desse caráter didático seja pelos
profissionais ou pelo público, com a finalidade de propagar o que era o design
moderno ou, no vocábulo da época, desenho industrial (MELO ALMEIDA, 2022,
p.47).
14
Há de se considerar que, de períodos antigos ao moderno e até o
contemporâneo, muitas das designers presentes nessa cena são imigrantes ou
descendentes deles, algo que não se pode apagar da história de um país como o
Brasil, colonizado e segunda casa para tantos que veem aqui refúgio ou novas
oportunidades que sobrepõe suas dificuldades. Muito disso está relacionado
também aos conflitos do continente europeu no século XX. O que também migraram
foram as ideias e práticas que fazem do design brasileiro, no geral, uma vasta
mistura de mídias e meios estudados, compartilhados por aqueles que aqui vieram
e nunca mais saíram. Dentre algumas designers brasileiras, mas que são de outros
países, pode-se citar Marta Erps-Breuer, Klara Hartoch, Fayga Ostrower e Olly
Reinheimer. (MELO ALMEIDA, 2022, p.67).
15
CAPÍTULO 2
O primeiro levantamento de dados foi feito com o público geral, que não
trabalha ou estuda sobre design gráfico, para entender como a profissão é vista e
compreendida no país. 66,4% dos entrevistados sabem o básico sobre este campo
de atuação (Gráfico 01), mostrando que a profissão tem certo espaço de
reconhecimento no cenário brasileiro. 54,7% dizem que a primeira coisa que
pensam quando se fala sobre design gráfico é comunicação offline (pôsteres,
banners, cartazes, entre outros tipos de material impresso), evidenciando a
necessidade da produção fora do campo virtual, e usar as redes sociais para
divulgação (93,5% das respostas apontam que são informados sobre eventos
culturais por esse meio de comunicação).
16
Gráfico 01: Conhecimento sobre a área do design gráfico
17
salários mínimos mensais) e método de locomoção diário (46,5% usam transporte
público) também foram coletadas para obter maior contato com a rotina do
entrevistado. Além disso, 87,6% são da região Sudeste, sendo esta ideal para
sediar possíveis soluções.
18
Gráfico 05: Renda mensal individual
19
Além disso, foram feitas algumas perguntas sobre a desigualdade de gênero
no mercado de trabalho nacional, que ajudaram a comprovar a disparidade
existente no tratamento e situações enfrentadas por homens e mulheres. 93,5% dos
entrevistados acredita que há pouco ou deveria haver maior espaço para mulheres
no âmbito profissional. 72,4% já tiveram algum tipo de contato com situações que
julgaram ser machistas e misóginas, seja direta (experiência própria) ou
indiretamente (relatos de pessoas próximas).
20
Gráfico 09: Experiência direta ou indireta com situações machistas/misóginas no ambiente
profissional e acadêmico
21
2.2. O cenário do mercado de design gráfico sob a perspectiva de
profissionais da área
Gráfico 10: Sofrimento de assédio (verbal, físico ou sexual) dentro do ambiente profissional
(mulheres de 18 à 34 anos)
22
Gráfico 11: Sofrimento de assédio (verbal, físico ou sexual) dentro do ambiente profissional
(mulheres de 35 à 55 anos)
23
Gráfico 13: Experiência direta ou indireta com situações machistas/misóginas no ambiente
profissional
Gráfico 14: Resolução do problema enfrentado com base nas respostas afirmativas do
gráfico 13
24
CAPÍTULO 3
25
providências. A naturalização da misoginia é tão comum que estas podem até
passar despercebidas e fazer a mulher, uma vítima, se questionar sobre a violência
enfrentada.
26
3.2. Reconhecimento e destaque feminino no design gráfico: A herança
do patriarcado no mercado criativo
27
menor enfrentamento visível do machismo. Mesmo sendo uma figura importante
não só para a empresa, como também todo o segmento que a Tiffany&Co. atua,
Clara Driscoll não foi incluída por historiadores na história do design.
Esse mesmo tipo de situação ainda pode ser reconhecido nos dias atuais.
Premiações do mercado de design gráfico são um grande exemplo. Tomando como
base o levantamento de dados feito por Raquel Romano sobre as edições do
Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, entre os anos de 2017 e 2019, há uma
disparidade clara entre os gêneros masculino e feminino participantes do evento.
Quadro 01: Comparação entre homens e mulheres indicados ao Prêmio Design Museu da Casa
Brasileira por categoria
28
Outro dado relevante é a colocação dos premiados. A concorrência entre os
gêneros fica mais igualitária na disputa do terceiro lugar, enquanto o primeiro e
segundo apresentam um espaço maior.
29
30
Gráfico 16, 17 e 18: Comparação de gênero dos indicados à premiação por categoria
31
Gráfico 19: Comparação entre a quantidade de homens e mulheres integrantes de equipes indicadas
ao prêmio
Quadro 02: Comparação entre a quantidade de homens e mulheres concorrentes por categoria
32
Uma vez que a sociedade patriarcal estabelece distintas funções,
posições, espaços e expectativas para os sexos, a atuação dessas
mulheres possivelmente foi vista como de exceção, fora da regra e,
por isso, não registradas a não ser sob essa condição de
excepcionalidade e quando isso aconteceu, foi por meio de resgates
conscientes realizados por outras mulheres muitas décadas depois.
(SAFAR. DE ALMEIDA. 2014. p.94).
33
CONCLUSÃO
De tal maneira, pode-se afirmar que o Design Gráfico jamais será apolítico,
uma vez que, enquanto ferramenta de comunicação e opinião, se incumbe de
diversas ideologias e discussões, sendo essencial para superar estereótipos,
barreiras de gênero e polaridades, caminhando para um exercício mais ético da
cidadania, como diz Ruben Pater:
34
construção criativa que permitam a denúncia de situações e violências de cunho
machista e misógino, o compartilhamento de experiências e apoio entre
profissionais e aspirantes da área são essenciais para uma ambientação
empoderadora para as mulheres brasileiras que atuam no mercado criativo,
propondo uma ruptura com o exercício do design tal qual se conhece, abrindo
espaço para uma criatividade mais rica, cultural, e particular do Brasil, tendo
abertura para novas discussões, caminhos e oportunidades para a geração
contemporânea e subsequentes de designers e comunicadores.
35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
36
Mestrado em Práticas Tipográficas e Editoriais Contemporâneas - Faculdade de
Belas Artes - Universidade de Lisboa. Acesso em: 26 de Fevereiro de 2023.
37
PEREIRA, A. B. REBELLO, A. M. A invisibilidade feminina no design: Da
Bauhaus ao Brasil. Actas de Diseño 4. II Encuentro Latinoamericano de Diseño.
2007. Facultad de Diseño y Comunicación - Universidad de Palermo. P. 200 - 201.
Acesso em: 12 de Março de 2023.
38