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MACEIÓ / AL
2019/2
BRUNA RAPOSO DE MACEDO GOMES
LUCAS FELIPE CAVALCANTE DA SILVA
MACEIÓ / AL
2019/2
BRUNA RAPOSO DE MACEDO GOMES
LUCAS FELIPE CAVALCANTE DA SILVA
ABSTRACT
This concluding work of the Public Relations course presents the proposal of
an experimental project for the realization of an event directed to the public of
Alagoas with the purpose of encouraging the artistic production of the
photographic segment. So, the type of event chosen was an exhibition that will
bring together works by women photographers, who express their frustration
with the area's sexism. Thus, the event also proposes to foster dialogue about
the representativeness of women in the state's cultural scene, given the lack of
investment in the market in productions that raise the profile of these artists.
According to the studied literature, questions about cultural production and its
aspects will be addressed to emphasize its social function relevant to the
construction of a reference of women's empowerment through art. Above all,
the present work seeks to highlight the role of Public Relations professionals in
this niche market, due to its strategic character of relationship with the most
varied publics, as well as their ability to influence public opinion. Therefore,
starting from the idea of an event as a component of the communication mix,
which brings organizations closer to their target audiences as well as enhancing
their image before them, the necessary steps of the planning and organization
process of a small event will be applied.
Lista de Figuras
Lista de Quadros
Lista de Tabelas
Apêndices
Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................................... 21
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 62
APÊNDICES ................................................................................................... 65
21
INTRODUÇÃO
1.1.1 Contextualização
públicos são diversificados e cada um possui suas especificidades. Logo, para que
haja uma interação e uma comunicação de via-dupla, é fundamental, um diagnóstico,
sobretudo, individual dos principais públicos da organização. Com a consolidação das
Relações Públicas, é papel desse profissional, segundo Gruning (2011)
Quadro 2 - Tipologia
Almoço Desfiles Cívicos Leilões
Almoço Network Dias Específicos Megaevento
Assembléia Encontro Mesa-Redonda
Banquete Entrevista Coletiva Mostra
Braisntorming Eventos Esportivos Network
Brunch Eventos Sociais Oficina
Eventos no
Café da manhã Outorga de Títulos
Ecoturismo
Casamento Excursões Painel
Cerimônias Posses Exposição Palestra
Chá da Tarde Feira Roadshow
Rodadas de
Churrasco Festival
negócios
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Formaturas ou
Coffee-break Salão
Colação de Grau
Colóquio Fórum ou Foro Semana
Concílio Happy hour Seminário
Inauguração de
Conclave Show
Espaço Físico
Inauguração de
Concursos Retratos, Bustos e Showcasing
Estátuas
Conferência Jantar Simpósio
Congresso Jornada Vernissage
Lançamento de
Convenção Videoconferência
Livro
Lançamento de
Coquetel Visita ou Open Day
Maquete
Lançamento de
Debates Workshop
Pedra Fundamental
Lançamento de
Desfiles
Produtos/Serviços -
Fonte: Fonte: Adaptado de MARTIN (2003)
Aqui será descrita uma breve reflexão sobre a cultura e sua importância para o
desenvolvimento socioeconômico da sociedade. Explanando acerca de conteúdos
produzidos por autores como por Kunsch (1997) e Escoteguy (2006), que em geral,
têm contribuído para o entendimento e aprofundamento do tema até a atualidade
direcionando a temática e a perspectiva e espaço da mulher no ramo artístico e
fotográfico.
Fazendo uma breve busca na história vimos que nos anos 1040 a sociedade
brasileira se consolidou como urbana-industrial, também chamada de sociedade de
massa, nesse contexto entra a televisão, o cinema e o marketing. Nos anos 1950
houve um aumento de empreendimento cultural na área empresarial, assim como
maiores investimentos na propaganda. Já durante a ditadura militar (1964-1985),
houve crescimento no mecenato privado, que começou a ser utilizado pelas indústrias.
Depois da segunda guerra mundial, as empresas começaram a realizar o
patrocínio, organizando e financiando bens e eventos culturais, sendo que no Brasil,
houve um grande avanço na década de 1970, época que o mercado estava em
expansão. A Lei Sarney, decretada em 1986, 14 anos depois do primeiro projeto de
lei apresentada pela primeira vez, delegou a responsabilidade do Estado em
patrocinar eventos culturais, sendo visto como sinônimo de visibilidade.
Fazendo uma breve análise sobre a história política do Brasil observamos que
foi principalmente o Estado que fez com que a cultura passasse a ter maior
representatividade para a nação, porém, ela sofreu processos que trouxeram
continuidade e descontinuidade, por ter sido usada muitas vezes como estratégia para
atingir unicamente as metas de um governo específico. Neste sentido, Santos (2009,
p. 15) entende que:
mais visto como expressão artística profissional. Que no lugar de uma sensibilidade
inerente imposta, haveria um conjunto de experiências vividas pelas mulheres que
poderiam, ou não, aparecer em suas obras.
É interessante destacar uma observação sobre as perspectivas da opressão
feminina. “Os estranhamentos se expressam no plano socioeconômico
(especificamente na luta pela apropriação do mais trabalho), como também no plano
ideológico, político, religioso e cultural; em síntese, no conjunto da reprodução social”
(LUKÁCS, 1999, p. 538). Sendo assim, uma dessas formas de estranhamento do
homem consigo mesmo seria essa opressão.
Em suas argumentações, Lukács destaca que a opressão da mulher remonta
ao declínio das formas matriarcais de vida. Com o domínio do homem, a opressão à
mulher se converte em fundamento da convivência social. “Sabemos que o ato de
estranhar outro ser humano necessariamente acarreta também o próprio
estranhamento” (LUKÁCS, 1999, p. 597).
Ele explica ainda que sem a libertação da mulher e a sexualidade emancipada
(de ambos os sexos), não há possibilidade de qualquer tipo de emancipação humana
autêntica. A emancipação feminina coexiste com o processo de emancipação
humana. E está ligado, simultaneamente, à monogamia, à propriedade privada dos
meios de produção, à exploração da força de trabalho, à opressão ou sujeição da
mulher, ou seja, todos os estranhamentos sociais.
38
A segunda parte deste trabalho propõe-se a fazer uma síntese sobre a história
da mulher no mundo da arte, trazendo mais clareza sobre a problemática da
invisibilidade tanto nas artes quanto na mídia na contemporaneidade e ainda a
importância para o desenvolvimento da consciência social em assumir-se no
protagonismo da própria história.
O movimento artístico feminista teria sido fundamental para romper com tal
omissão, reivindicando um espaço e um direito de exibição para esses corpos
silenciados, tentando romper assim com âmbitos engessados artísticos e
corporais (NEAD, 1998, p. 101).
40
Como ainda temos o padrão cultural de poder que age sobre esses corpos,
representados e representantes, a única coisa que define uma imagem como sendo
legítima de representação de uma identidade, não é se é produzido por mulheres ou
por artistas homens e sim, a linguagem e a construção discursiva de tais imagens.
Com o aumento da possibilidade de criação artística, as mulheres ganharam
mais espaço e representação também nas mídias. No século XXI a arte finalmente
vem sendo a maneira que algumas mulheres encontraram para articular seus
discursos de empoderamento e mudança. A expressão feminista, tem dado a esses
corpos de beleza comum ou alternativa a possibilidade de se tornarem mais visíveis
atualmente através também da internet.
Se durante muito tempo, o corpo feminino foi representado através da arte e
por um olhar masculino, hoje, além da arte, temos a mídia como forma de
entretenimento e conteúdo artístico. Vemos a mídia ainda com um papel fundamental
na construção e consolidação de alguns padrões corporais e aprisionamentos
estéticos para mulheres principalmente e até homens.
Nota-se que a mídia passou a exercer uma “cobrança” cada vez maior, para
essas mulheres que agora estão mais ativas e no mercado de trabalho, porém muitas
vezes aprisionadas na tentativa de se encaixar nesse padrão cobrado, diferentemente
do que ocorria na década de 1960, agora essas amarras mudaram o formato.
É nesse sentido que Wolf (2018), discute as novas arenas que submetem as
mulheres, apontando a mídia como principal responsável pela exclusão de certos
corpos estigmatizados e transmissora desse ideal de beleza corporal. Punho Coletivo,
coletivo criado por mulheres alagoanas movimenta a discussão do olhar estigmatizado
da mulher e as formas de retratá-la (Anexo 01).
Aos poucos, esse olhar virou mercado, moeda de troca, em preto e branco
ou colorido, estampado nas capas de revista, nos outdoors, na tv, nas telas
de cinema, bem grande, quase tangível, impossível perder de vista. Esse
olhar seria responsável, pouco a pouco, por criar um outro ser a partir daquele
que se encontrava na frente da câmera. Ele fabricaria o ser mulher, enfiando
goela abaixo uma imagem já saturada de tão velha. Nos faria querer - e
41
muitas vezes tentar - conseguir apagar tudo de mais subjetivo que levamos
por dentro e por fora para imitar a imagem que não somos, que não nos é e
que sequer existe. Aquela inalcançável, que nem todos os produtos de beleza
da loja mais cara do mundo e nem todas as dietas e levantamentos de pesos
e fitdances vão conseguir esculpir (Punho Coletivo, 2019).
Como vimos, além das artistas femininas serem alvo de críticas machistas à
sua arte e literatura eram analisadas tendo em conta o seu gênero: quando era
considerado de qualidade, a artista era vista como uma excepção ao seu sexo, ou
uma mulher com características masculinas.
A falta de oportunidade de estudos profissionalizantes e consequentemente
espaços para apresentar suas criações, Levou a arte feminina a não ter possibilidade
de ser aprimorada, ou seja, a mulher nunca tinha tido liberdade de expressão, o que
ainda implica em confiança pessoal, para gerar seu próprio modelo artístico, individual
e personalizado e evoluir com o passar do tempo. As artistas que conseguiram
visibilidade, estavam aprisionadas em um modelo criado pelo homem.
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3. PROJETO
3.1 Briefing
E
mpire
3.3 Justificativa
3.4 Proposta
O evento terá início no final da tarde do dia 31 de agosto de 2019 com a exibição
do filme menina(2016) com direção e produção da alagoana Maysa Reis. Em seguida
a cantora Flora Uchoa fará uma apresentação ao público. Durante as atrações os
convidados poderão apreciar as exposições fotográficas. Além disso, serão
disponibilizados espaços na área de convívio para vendas de arte como, colagem,
lambe lambe, fotografias e outros. Com um coquetel de cachaça Gogo da Ema, o
evento propiciará um ambiente agradável para network e boas conversas, como
complemento serão comercializadas bebidas ofertadas pela Empire Studio.
48
A divulgação será feita por meio de redes sociais, blogs online e Gazeta Web,
além de divulgação nas páginas da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) sem
49
1. x
Reunião de
brainstorm para
alinhamento do
52
conceito da
festa;
2. x
Reunião para
definição de
nome, local e
data da festa;
3. x
Reunião de
Planejamento do
Evento –
principais
pontos:
atrações,
atrativos,
estrutura,
serviços e
recursos
financeiros.
4. x
Reunião para
definição de
recursos
humanos,
financeiros e
solicitados;
5. x
Reunião para
definição de
Planejamento de
53
Mídias –
divulgação do
evento;
6. X
Evento
7. x
Reunião de
avaliação e
feedbacks.
Outro passo importante é definir quem será responsável por cada etapa do
projeto, assim como metas e datas cronometradas para entender também a quem
cobrar, já que todo evento precisa minimamente de pessoas para que haja um fluxo
de funcionamento, seja no pré-evento, durante ou no pós-evento.
Para que nenhuma ação fosse perdida, foi criada um quadro gerencial que além
de funcionar como check-list para a produção do evento, funciona também como um
grande cronograma específico. Essa estratégia é necessária mesmo a festa
organizada sendo de pequeno porte, é sempre preferível minimizar o espaço para
erros.
Quadro 4 - Cronograma específico – exposição fotográfica
Contratação de
Produção/Lucas Agosto
serviços gráficos
54
Reserva de
serviços de sonorização Produção/Bruna Agosto
da casa
Contratação de
serviços de foto e Produção/Bruna Julho
filmagem
Compra de
produção para Produção/Lucas Agosto
decoração
Serviços
Produção/Lucas agosto
(alimentação e bebidas)
Definição de
Produção/Bruna Junho
parceiros
TOTAL
RECURSO (ÁREAS) DESCRITIVO VALOR
GERAL
Materiais de escritório,
Material de consumo R$1200
Impressão de obras.
Móveis, utensílios,
Material permanente R$300
Almofadas, iluminação
56
Pessoas envolvidas no
Recursos humanos R$710
trabalho
R$5110
Tudo o que foi necessário
Serviços de terceiros R$2900
contratar
Para evitar tais situações, foi pensada também uma tabela operacional que
relacionasse todos os recursos humanos que participariam deste evento, incluindo os
valores previstos para pagamento dos horários disponibilizados por eles, conforme
pode ser percebido na tabela 1.
LOCAL DE
RECURSO QUANTIDADE VALOR (R$) TOTAL (R$)
ATIVIDADE
Segurança
Show 1 50,00 50,00
desarmada
Marceneiro Montagem 1 400,00 400,00
Buffet Exposição 1 2000,00 2000,00
Recepcionistas Entrada 1 60,00 60,00
Mediador Exposição 1 100,00 100,00
Flora Uchoa Show 1 500,00 500,00
Assessor de
Externo 1 500,00 500,00
imprensa
Designer Externo 1 1500,00 1500,00
TOTAL 5.110,00
Fonte: Elaborada pelos autores (2019).
57
Pagamento de cada
fotógrafa para expor suas R$100,00 R$500,00
obras.
Venda de bebidas do
15 % do lucro líquido R$100,00 em média
Bar Empire Studio
R$1000,00+R$500,00
Br Port R$1500,00
(produto marcenaria)
Total: R$5550,00
Fonte: Elaborada pelos autores, 2019.
Como o evento foi planejado para pequeno porte de até 100 pessoas, os custos
e possibilidades de acontecimentos foram medidos de acordo com os patrocínios e
parceiros conquistados. Havendo uma única receita dentro da festa vinda de 15% da
venda de bebidas do bar da Empire Studio, assim como demostrado na tabela 3,
referente as receitas.
59
CONSIDERAÇÕES FINAIS
exposição, cria uma rede de suporte que compromete todos que se doarão para o
evento e fará com que cada uma das artistas traga o seu próprio público, aumentando
a chance de visibilidade desse evento. Analisar tal situação revela justamente que um
olhar atento ao contexto social é também um dos grandes aliados do Relações
Públicas, que cada vez mais precisa direcionar as escolhas de seus parceiros neste
sentido.
Outro fato importante é que o mercado alternativo feminino, como apontado
neste trabalho é um dos que mais cresce no Brasil, ampliando o seu poder de venda.
Isso reflete na procura desse público em festas e eventos que, de alguma forma,
acabe abrindo cada vez mais espaços, uma vez que as opções ainda são escassas
em Maceió. Aplicar as ferramentas comunicacionais adequadas, unindo-as com as
metas pretendidas pelos organizadores da festa, e as escolhas de bons parceiros para
recursos humanos e trabalhos terceirizados fez com que houvesse uma grande
entrega ao propósito social do evento.
Ao destrinchar todo o passo a passo para a construção de um plano, este
trabalho tentou mostrar que tomando os cuidados necessários e aplicando estratégias
de comunicação integrada é possível ser bem-sucedido em um meio que, a todo
momento, tende a se renovar.
Vale pontuar também que apontar as fragilidades e trabalhar com um
orçamento bem definido, dentro da realidade proposta, contribui para que todas as
metas sejam, de alguma forma, alcançadas. Além disso, investir em uma publicidade
dirigida, escolhendo profissionais que tenham contato direto com os veículos de
comunicação é um outro elemento primordial para que haja essa correlação entre
todas as áreas.
Portanto, o tema deste trabalho e a abordagem dada estão longe de se esgotar
como objeto de estudo. Apesar das mudanças tecnológicas e de um certo
desconhecimento profissional no Brasil acerca das Relações Públicas, é correto
afirmar que o papel do profissional é muito importante para um mercado que,
diariamente, busca as melhores decisões e acertos. Por este motivo, seria muito
importante que o curso de Relações Públicas fomentasse ainda mais nos alunos,
meios para que eles possam visualizar que é possível aplicar um bom planejamento
em áreas diversas, e que os seus trabalhos podem ter uma importante
responsabilidade social forem produzidos e executados.
61
REFERÊNCIAS
ECOSTEGUY, Ana Carolina. Uma introdução aos estudos culturais. Rio Grande
do Sul. 2006
MARTIN, Vanessa. Manual Prático de Eventos. São Paulo: Atlas, 2003. p.45
NOCHLIN, Linda. Why have there been no great women artists?, 1988, pp.147-
158
STEFFEN, Ana Maria Walker Roig. Teoria e Prática – uma relação dissonante em
Relações Públicas no Brasil do Século XX. 2005. In: MOURA, Cláudia Peixoto de
(Org.) História das Relações Públicas: fragmentos da memória de uma área. Porto
Alegre: EdiPUCRS, 2008.
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APÊNDICES