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RELATÓRIO DE PRODUÇÃO
DOCUMENTÁRIO: “CIDADE DESCOBERTA”
Natal, 2023
VIVIAN MOURA DE SOUZA
RELATÓRIO DE PRODUÇÃO
DOCUMENTÁRIO: “CIDADE DESCOBERTA”
Natal, 2023
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VIVIAN MOURA DE SOUZA
RELATÓRIO DE PRODUÇÃO
DOCUMENTÁRIO: “CIDADE DESCOBERTA”
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Almeida
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
__________________________________________________
Dra. Michelle Ferret Badiali
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
__________________________________________________
Prof. Dr. Ruy Alkmim Rocha Filho
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
3
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes - CCHLA
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AGRADECIMENTOS
Aos Orixás e aos meus guias pelo Axé que me mantém firme.
Aos meus mais velhos, avó e avô, que não tiveram a oportunidade de aprender a ler e
escrever, mas abriram caminhos para que suas filhas fossem alfabetizadas.
À minha mãe Fátima, que não teve a oportunidade de fazer ensino médio, mas abriu todos os
caminhos para que eu chegasse até aqui.
Sou a primeira da família a graduar, mas sem a minha ancestralidade nada seria.
À minha parceira de criação Julia Donati, que compartilhou comigo as delícias e perrengues
desse projeto.
Aos meus professores do Decom que trouxeram humanização e olhar atento dentro da
academia.
Ao meu orientador, Rodrigo, por toda a paciência e compreensão durante esse longo processo
de orientação.
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RESUMO
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ABSTRACT
This work corresponds to the production report of the short documentary Cidade Descoberta,
directed by Vivian Moura and Julia Donati, a film that brings the poetry of the streets and the
experience in the city through the experience of two skaters, Julia and Vivian, from the
capture process of resources through public notice for the distribution of the product in
festivals throughout the Brazilian territory.
Keywords: short film, documentary, female skateboarding, right to the city, audiovisual.
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LISTA DE FIGURAS
8
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.……………………………………………………………………...10
2. MULHERES NA CENA DE SKATE…………………...…………………………...12
3. DOCUMENTÁRIO EM PRIMEIRA PESSOA……………….……………………..16
4. OBJETIVOS………………………………………………………………………….17
5. PRÉ-PRODUÇÃO……………………………………………………………………17
5.1. EDITAL………………………………………………………………………17
5.2. ROTEIRO…………………………………………………………………….19
6. PRODUÇÃO…………………………………………………………………………19
6.1. EQUIPAMENTOS……………………………………………………………24
7. PÓS-PRODUÇÃO……………………………………………………………………25
7.1. TRILHA SONORA…………………………………………………………..26
8. DISTRIBUIÇÃO E FESTIVAIS……………………………………………………..26
8.1. CARTAZES…………………………………………………………………..27
9. CRONOGRAMA…………………………………………………………………….31
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS………………………………………………………...32
11. REFERÊNCIAS……………………………………………………………………...33
12. ANEXO…………………………………………..…………………………………..34
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1. INTRODUÇÃO
______________________________
¹ De acordo com os artigos 39º e 40º do Estatuto da Cidade, o plano diretor é “o instrumento básico da
política de desenvolvimento e expansão urbana”.
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Cidade Descoberta² é um filme que parte de experiências de mulheres na cidade de Natal
proporcionadas através do skate, enquanto permeia a vontade de ocupar os espaços públicos
de uma maneira menos convencional, com olhar mais atento, mais afetivo aos detalhes da
cidade, utilizando assim o meio urbano como uma ferramenta de diversão.
Além disso, trata-se também de segurança pública nas ruas da cidade, de como
transitar em meio às pessoas e através do skate que nos proporciona a sensação de estarmos
mais protegidas. Janes Jacobs conceituou esse fenômeno de “balé das calçadas” e ao
explicá-lo, a autora diz:
____________________________
² Link para acesso ao filme: https://vimeo.com/508073414
11
2 . MULHERES NA CENA DE SKATE
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instâncias. E pode ser justamente no skate que encontra-se o exercício de liberdade feminina
que é estruturalmente podada às mulheres.
A cena do skate é historicamente ocupada em sua maioria por homens, aspecto que
vem tomando novos contornos com a presença de mais mulheres que o praticam. O registro
documental de mulheres skatistas incentiva outras mulheres que têm interesse em andar de
skate. Afinal, se um indivíduo é socializado num sistema patriarcal o qual insiste em
reproduzir discursos de que ele não é capaz de algo por uma determinada característica social,
como gênero, esse indivíduo provavelmente tomará esse discurso como uma verdade. Por
isso, é necessário desconstruir esse imaginário coletivo tóxico, e uma das ferramentas
utilizada por esse filme é a representatividade das mulheres no skate, em busca de reconstruir
uma nova subjetividade.
Esse projeto parte também de minhas experiências pessoais, embora ande de skate
desde os 13 anos de idade e consuma conteúdo audiovisual voltado ao skate desde então, foi
por volta dos 19 anos que me senti realmente representada neste lugar através do filme That
One Day (Crystal Moselle, 2016). A obra trata o cenário do skate feminino de Nova Iorque e
traz questões de gênero como machismo na cena, assim como a articulação e empoderamento
entre as mulheres. Ao ver outra pessoa vivendo o mesmo problema que eu vivia, e a mesma
dor que eu sentia, caí no choro, percebi então que não estava só. Lembro de estar com mais
três homens durante o filme, e enquanto eu estava aos prantos, eles comentavam sobre o filme
ser ruim por não ter manobras muito elaboradas. Alguns anos mais tarde, em 2019, outro
filme que se tornou inspiração sobre skate feminino foi Rema e Grita, produzido por Luiza
Giácomo durante a comemoração de 2 anos do coletivo Britney's Crew.
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Figura 1: Crianças do coletivo de skate feminino potiguar Respeita as Minas
14
Figura 3: Rema e Grita (2018)
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3. DOCUMENTÁRIO EM PRIMEIRA PESSOA
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4. OBJETIVOS
5. PRÉ-PRODUÇÃO
5.1 EDITAL
A escrita do roteiro e do projeto para o edital foi simples, realizada em apenas um dia,
por não se tratar de um edital muito complexo. O edital se dividiu em: título, apresentação,
justificativa, objetivos, release e metodologia.
O envio do projeto foi no dia 20 de Outubro de 2020 e o início da pré-produção,
juntamente com o Sesc, foi dia 23 de Novembro do mesmo ano. O prazo estabelecido para
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todo o processo, da pré-produção até a pós-produção, foi de 30 dias. Por se tratar de um
orçamento baixo e um prazo curto, o roteiro do filme foi extremamente simples, visando a
execução do produto dentro das possibilidades proporcionadas.
O orçamento do edital, dentro da categoria Audiovisual, foi de R$1.000. Contudo, há
um desconto de 16% (5% ISS e 11% INSS) para pessoa física, que foi o meu caso,
totalizando R$840,00. Devido ao baixíssimo orçamento, nós duas decidimos dividir o valor
por 2 e a partir dali cada uma custeava seu deslocamento e alimentação. Além disso, o
orçamento só foi depositado após a entrega do produto.
A divisão da equipe foi também extremamente simples, eu filmaria e editaria o filme e
Julia seria a personagem.
5.2 ROTEIRO
O roteiro inicial foi curto e simples, baseado apenas em duas locações diferentes: a
Praça do Disco Voador e o Presépio de Natal. O roteiro foi pensado em enfatizar espaços
públicos que inicialmente não foram projetados ou pensados para a prática do skate pelo
poder público, mas que foi ocupado pela cena local e ali construído obstáculos pelos próprios
skatistas, tornando-se os principais pólos da prática na cidade. A ênfase tratava-se da
interação da personagem com o lugar, contudo, após aprovação do projeto no edital, ainda no
período de pré-produção, a primeira locação fechou para reforma, com isso, foi necessário
uma readequação no roteiro, já que os espaços escolhidos eram fundamentalmente importante
para a realização do filme. Com isso, trocou-se a Praça do Disco Voador pelas ruas dos
bairros de Nova Parnamirim e da Cidade Alta, incluindo o mirante da Igreja do Rosário
Nossa Senhora dos Pretos e a Pedra do Rosário.
6. PRODUÇÃO
Durante uma passagem por São Paulo em 2019, tive a oportunidade de andar de skate
com as meninas do coletivo de skate feminino Britneys Crew. A cidade estava sediando o
Street League Skateboarding, o que reuniu garotas skatistas de diversos lugares do mundo.
Nesse período pude me conectar com algumas meninas do coletivo que, no ano seguinte,
vieram para a minha casa em Natal, coincidentemente durante as duas últimas diárias do
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filme, e assim participaram em uma parte das gravações. Luciana Barreto e Sabrina Duarte
operaram câmera em alguns momentos nas locações da Via Costeira e Cidade Alta.
Enquanto estávamos no processo de produção, eu e Julia continuamos conversando e
mantendo aberto o diálogo sobre a construção do filme de acordo com as experiências que
estávamos vivendo naquele momento com o skate dentro da cidade. Um dos pontos que nós
abordamos nesses diálogos foi o direito à cidade. Para David Harvey, o direito à cidade é o
direito de transformá-las em algo radicalmente diferente: o de participar dos processos de
transformação das cidades que normalmente são construídas segundo os interesses do capital
em detrimento das pessoas. A luta pelo direito à cidade é uma luta contra o capital. E para
nós, através do skate, conseguimos vivenciar e (re)descobrir uma nova cidade, a mesma
cidade que moramos durante a vida inteira agora ganha um novo olhar, um novo sentido, vira
um parque de diversões em lugares cotidianos e solo fértil para a criatividade.
A partir desse processo e desses insights, o filme que inicialmente foi pensado em Ela
Vai Também por se tratar de um recorte de gênero dentro de uma prática majoritariamente
masculina, torna-se então Cidade Descoberta. Na primeira diária de gravação, Julia me
filmou andando de skate na locação, a partir de momentos descontraídos como esse,
decidimos que Julia não seria mais apenas um personagem, mas também videomaker e
diretora do filme. E eu, não apenas mais diretora e videomaker, mas também personagem.
Cidade Descoberta é um filme em aberto que se reinventa durante sua feitura.
As diárias de gravações foram divididas em 4, cada dia em uma locação diferente. A
primeira foi pelas ruas do bairro de Nova Parnamirim, em que foi basicamente um teste com a
action cam, somente eu e Julia, uma filmando a outra enquanto andávamos de skate pelo
bairro. Na segunda diária fomos, também somente eu e Julia, para o presépio de Natal, lugar
arquitetado por Oscar Niemeyer e que com o passar dos anos foi completamente ocupado
pela cena do skate, obstáculos foram construídos pelos próprios skatistas no local e
diariamente é possível encontrar pessoas praticando ali. Na terceira diária, as meninas de São
Paulo já haviam chegado em Natal, então participaram da filmagem na Via Costeira e, na
última diária, no Bairro da Cidade Alta.
Com a mudança no roteiro e nas personagens, adotamos um estilo de filmagem livre,
algo sem ações pré definidas.
Queríamos de fato registrar as nossas vivências espontaneamente, como acontece
quando estamos juntas andando de skate sem a presença de uma câmera.
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Figura 4: Fotografia still Cidade Descoberta
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Figura 5: Fotografia still Cidade Descoberta
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Figura 6: Fotografia still Cidade Descoberta
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Figura 7: Fotografia still Cidade Descoberta
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Figura 8: Fotografia still Cidade Descoberta
6.1 EQUIPAMENTOS
Ainda sem equipamento próprio durante o período das gravações, pedi a um amigo,
Arthuri, sua câmera emprestada, uma Canon T3i com lente do kit, 18-55mm. Além disso,
Henrique Harrop (Lee Boards) me emprestou um estabilizador de mão escorpião, comumente
utilizado em gravações de vídeos de skate. Gravamos toda a primeira diária, no Presépio de
Natal, com a câmera de Arthuri. Ao chegar em casa e decupar o material, percebemos que
havia um fungo no sensor da câmera, que inclusive aparece no início do filme. Com isso,
decidimos utilizar a câmera de Julia, uma Canon T5, também com lente 18-55mm. Além das
duas câmeras principais, também utilizamos duas câmeras auxiliares, uma action cam,
também de Julia, e uma handcam trazida por Luciana. As imagens gravadas pela handcam
aparecem no momento em que Julia narra sua poesia, aos 4 minutos e 3 segundos.
Para a narração, utilizamos o gravador do meu celular (Galaxy J7) com microfone do
fone de ouvido.
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7. PÓS-PRODUÇÃO
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7.1 TRILHA SONORA
A proposta dentro do projeto enviado para o edital do Sesc foi de que dentro da trilha
sonora, houvesse compositoras mulheres do Rio Grande do Norte. Com isso, solicitamos ao
projeto Blue&Red (Brisa Fernandes e Elisa Bacche) duas músicas para composição da trilha
sonora do filme. As músicas escolhidas por Julia foram Mãe Natureza e Tribal Seeds. Além
de compor parte da trilha sonora do filme, no dia da primeira exibição presencial no Embarco
Cultural, Brisa discotecou no evento com seu projeto solo, B-Waves.
Figura 9: Cartaz feito por Julia Donati para estreia presencial de Cidade Descoberta
8. DISTRIBUIÇÃO
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papo³ com a direção do filme. Durante a conversa nós falamos sobre todo o processo de
construção da obra, desafios e possíveis futuros projetos.
Quando começamos a pensar em exibir o filme em festivais, o Movimento Cidade no
Espírito Santo (que se denomina como Movimento Cultural de causa criativa urbana)
(https://www.instagram.com/p/CRZsaUBLZcE/)
(https://www.instagram.com/p/CRUsJovDoWR/) foi o festival que nós mais desejávamos
participar, por ter uma proposta muito parecida a do nosso filme e por enxergarmos a
importância de ocupar os espaços públicos de maneira parecida. E deu certo. Fomos para a
mostra competitiva do Movimento Cidade no Espírito Santo em 2021. Nós ficamos
extremamente felizes em compor a programação junto de outros artistas que nós admiramos
como Luedji Luna e Marina Sena.
No mesmo ano, Julia inscreveu o filme para a Mostra de Cinema de Gostoso, em São
Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte. Recebemos um feedback maravilhoso da
curadoria, que nos explicou que devido à pandemia, a Mostra de Gostoso teve a programação
reduzida, mas parte da equipe de curadoria do festival também era da curadoria do Festival de
Brasília do Cinema Brasileiro, o mais antigo do gênero no país, e então fomos convidadas a
compor o catálogo do Festivalzinho, a mostra dentro do festival voltada ao público juvenil. O
festival foi online e foi promovido um debate com estudantes da rede pública de Manaus,
onde falei sobre o processo de produção do filme e respondi perguntas curiosas dos
adolescentes.
8.1 CARTAZES
Após aprovação no primeiro Festival, Julia, que também é ilustradora e designer, deu
início ao processo de feitura dos cartazes do filme. As artes foram criadas a partir das
fotografias still feitas durante as filmagens. O conceito que pensamos inicialmente era de que
a fonte dos cartazes fosse algo descontraído, não muito rígido, que ilustrasse a linguagem e
ritmo do filme. Com isso, nenhuma fonte já criada que nós conhecíamos e pesquisamos
encaixou nessa ideia, então Julia desenhou a fonte para o filme num Ipad através do programa
procreate e desenvolveu os cartazes no Photoshop.
____________________________
³ Link para acesso ao bate papo: https://www.youtube.com/live/_T2ub84ERtI?feature=share
27
Figura 10: Cartaz divulgação
28
Figura 11: Cartaz divulgação
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Figura 12: Cartaz divulgação
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Figura 13: Festival MOV (2021)
9. CRONOGRAMA
PRÉ-PRODUÇ X X
ÃO
FILMAGEM X
EDIÇÃO X
ESTREIA X
ONLINE
ESTREIA X
PRESENCIAL
ESCRITA X
RELATÓRIO
DEFESA X
BANCA
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10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o isolamento social, todo o meu trabalho passou a ser remoto. 8 horas por dia
diante do computador e o resto entre as paredes da casa. Eu, diagnosticada até então com
bipolaridade, ainda não fazia uso de medicações. Conseguia fazer a manutenção da minha
saúde mental com exercícios, ciclo social, banho de sol, etc. Durante esse período tranquei o
curso por dois semestres, para aliviar a minha carga de trabalho. Após assumir novamente a
faculdade, não demorou muito para que meus sintomas depressivos e ansiosos tomassem
conta da minha saúde. Precisei ser afastada do trabalho com diagnóstico de burnout, uma
internação e medicamentos que nunca imaginei precisar tomar um dia. Todo esse processo me
levou a uma demora na entrega deste relatório, custando os anos de 2021 e 2022. O que me
fez pensar sobre a métrica do tempo e não conseguir ver uma balança equilibrada quando se
compara o tempo de produtividade acadêmica de um estudante que não necessita trabalhar
enquanto estuda e o estudante que tem uma jornada de 8 horas por dia, para então poder
dedicar-se à graduação.
Entender que cada pessoa em cada classe social e contexto familiar tem um tempo
diferente na corrida da produtividade me fez tirar um pouco o peso que sobrecarregava ainda
mais essa mochila. Mas não basta entender isso sozinha, o sistema não depende só de mim,
não sou eu quem dita as regras do jogo. Por isso é tão importante ter pessoas que sabem que
estão lidando com pessoas, e de maneira humanizada, dentro dessa engrenagem esmagadora.
A compreensão do meu orientador Rodrigo foi fundamental para que eu conseguisse concluir
esse ciclo da minha vida dentro de um tempo respeitoso e saudável.
Além disso, poder andar de skate, poder estar entre mulheres, poder viver a cidade da
maneira que realmente faz sentido para mim são alicerces que me trazem à manutenção dessa
saúde mental, que comentei ter sido perdida com o isolamento social. O que desejo agora é
que cada vez mais mulheres tenham direito à sua própria liberdade na rua, no esporte que
desejar fazer, na cidade que desejar viver, sem medo e sem amarras. Axé.
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9. REFERÊNCIAS
RAVO, Nick. Bryant Park Journal; After 3 Years, Park Awaits a Wary Public. The New York
Times, Nova Iorque, 13/06/1991. Seção B, página 3. Disponível em:
https://www.nytimes.com/1991/06/13/nyregion/bryant-park-journal-after-3-years-a-park-awai
ts-a-wary-public.html?unlocked_article_code=BCxAOVPzI1Wn2rkl5NcwOvF3cO0zMEOtju
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qn_nyOEKc8DpHPMCRnPtrc1avQXPpZHdiRIB0Fd2nlvQQ8dP2y4PWQgBlBQ1AXt0-Pq6
j3sFqnNfu7QqNB-1Bos&smid=tel-share. Acesso em: 20 jun. 2023.
JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades / Jane Jacobs. – 2 ed. – São Paulo: Editora
WMF Martins Fontes, 2014.
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ANEXO I. ROTEIRO
SINOPSE
Algo inédito está acontecendo na Cidade do Sol, a cena de
skate feminino de Natal ganha um volume numeroso. Diversas
mulheres estão se juntando, respeitando as normas de
biossegurança, para praticar o skate. No meio delas há Julia,
uma pintora e skatista que transpira arte em todas as suas
experiências, inclusive na forma como vê a cidade.
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“Incessante e ao mesmo tempo efêmera, a vida na cidade não
para. Enquanto também não se repete. Cenas que acontecem todos
os dias e ainda assim nunca são as mesmas. Caminhos se cruzam
no sinal aberto, e mantém seguro quem precisa correr só. Afeto
no trajeto.”
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