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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

CURSO DE JORNALISMO

DANIELLE MARIA DE OLIVEIRA VIDAL LOPES

RELATÓRIO DE PROJETO:

VESTINDO IDENTIDADES

RECIFE, JUNHO, 2022


DANIELLE MARIA DE OLIVEIRA VIDAL LOPES

VESTINDO IDENTIDADES

Relatório de produção do documentário


jornalístico Vestindo Identidades
apresentado à Universidade Católica de
Pernambuco como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Jornalismo, sob orientação do professor
Doutor Filipe Falcão.

RECIFE, JUNHO, 2022


“O que você veste é como se apresenta ao
mundo, especialmente hoje, quando os contatos
humanos são tão rápidos. Moda é linguagem
instantânea.”

(MIUCCIA PRADA)
Sumário

AGRADECIMENTOS……………………………………………………………......05

RESUMO........................................................................................................................06

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................07

2. ABORDAGEM SOBRE O TEMA...........................................................................08

3. ABORDAGEM SOBRE A LINGUAGEM.............................................................11

4. PESQUISA E PRÉ- PRODUÇÃO...........................................................................15

4.1 Ideia e pesquisa.............................. ...........................................................................15

4.2 Locações....................................................................................................................16

4.3 Entrevistados.............................................................................................................17

4.4 Equipe........................................................................................................................23

4.5 Cronograma de Execução do Projeto………………................................................24

5. PRÉ- PRODUÇÃO....................................................................................................25

6. PRODUÇÃO………………………..........................................................................26

7. PÓS- PRODUÇÃO ……………………………………………………...................28

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS………………………................................................29

REFERÊNCIAS……………........................................................................................30

ANEXOS…………….....................................................................................................31
AGRADECIMENTOS:

Refletindo sobre a minha jornada, o sentimento de gratidão é inevitável.


Primeiramente, agradeço aqueles que foram essenciais para que eu seguisse o sonho de
fazer jornalismo. A Deus, a força que me ajudou a ter coragem, que abriu portas e
caminhos para que eu chegasse até aqui. Agradeço a minha família, que me apoiou
fielmente nessa caminhada, na intenção de me ver feliz.

Ao meu pai, que foi como um mestre jedi, me ensinado sobre o real motivo de estarmos
nessa vida e foi quem me deu os melhores conselhos. A minha mãe, que me deu colo,
acolheu com orgulho o meu sonho e se alegrou com as minhas conquistas. Agradeço
também, a melhor irmã do mundo, que foi a primeira a saber que eu queria fazer
jornalismo, escutou com paciência todos os meus desabafos e surtos durante esses anos
de curso.

Um agradecimento especial em memória do meu vovô Valter, que nos deixou no início
da produção desse projeto. Ele me ensinou a ver a vida de uma forma mais simples,
aproveitando todas as aventuras que ela tem para oferecer, e principalmente, me ensinou
sobre valores como honestidade e a dar uma maior importância ao momento presente.

Agradeço a universidade, que proporcionou os melhores professores. Em especial, ao


meu orientador, Filipe Falcão, que desde a reportagem em vídeo sobre o cidadão
nazareno, Bigode da Ambulância, realizada para uma disciplina ministrada por ele, me
fez abrir os olhos para o caminho do audiovisual. Agradeço por ter confiado em mim
nesse processo e por ter abraçado essas ideias.

De forma geral, agradeço a todos que participaram deste projeto, diretamente e


indiretamente. As minhas amigas, que me deram carinho e acompanharam de perto todo
o trabalho feito. Ao apoio técnico, edição e cinegrafistas, sem eles não seria possível
realizar tudo. A Luana Pinheiro, ao Marco Pernambucano de Moda e ao MAPE que
forneceram locações para entrevistas e imagens de apoio. Por fim, um agradecimento
especial aos entrevistados, que se deslocaram e cederam tempo de suas rotinas para a
realização deste produto.
RESUMO

Esse documento é um relatório sobre a produção de um produto audiovisual jornalístico,


que aborda a questão da moda como uma ferramenta para a exteriorização da identidade
individual. Por essa razão, esse trabalho buscou apresentar reflexões a respeito de como
as roupas usadas e criadas podem representar os valores pessoais, visão de mundo,
ideias políticas e sociais de cada pessoa, e como essas questões podem formar um estilo
pessoal bem definido. Provando a ideia de a moda ser um objeto fundamental para
sociedade. Dessa forma, o produto é um documentário jornalístico que retrata as
diferentes personalidades e estilos encontrados não só na cidade do Recife, mas em
Pernambuco. Também, valorizando os estilistas da moda autoral e contando com os
conhecimentos dos especialistas no ramo da moda, para responder às questões do tema.

Palavras-chave: jornalismo; documentário jornalístico; moda; identidade; expressão.


1 INTRODUÇÃO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso recebeu o título “Vestindo Identidades”


com a finalidade de gerar reflexões sobre como os valores políticos e sociais de cada
pessoa podem ser demonstrados através da roupa escolhida para ser vestida. Mostrando
também, como o mundo da moda pode contribuir para satisfazer as necessidades de
expressão de cada um dos indivíduos.

O foco da pesquisa foi em uma análise feita das várias personalidades encontradas,
naturalmente, no cotidiano da cidade do Recife. Onde, pode se observar indivíduos com
objetivos, convicções, ideias e pontos de vista diferentes, sem mencionar as diversas
formas de comportamento e individualidades. Esses aspectos chamam a atenção para
como essas identidades podem ser reconhecidas por meio dos estilos pessoais.

Por essa razão, o produto escolhido para apresentar o tema foi o documentário
jornalístico. Isso, visto que o formato permite que os aspectos visuais de cada estilo e da
criação de moda possam ser demonstrados de forma acessível, podendo capturar a
sensibilidade e despertando identificação por meio de depoimentos das pessoas com
estilos particulares e dos especialistas na área da moda. Além disso, o vídeo documental
levará em consideração os conceitos técnicos e éticos do jornalismo.

Com esse propósito, essa produção teve o apoio das pesquisas de ideias teóricas e
técnicas sobre as áreas da moda e da produção de documentários jornalísticos, com os
autores que serão destacados nos próximos tópicos deste relatório. Através desses
conhecimentos, adquiridos por meio deles, foi possível executar com planejamento cada
etapa desse projeto que estão organizadas e descritas nos tópicos “pesquisa e pré-
produção”, “produção” e “pós-produção”.

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2 ABORDAGEM SOBRE O TEMA

O universo da moda ainda é pouco levado em consideração quando se trata de


pesquisas científicas e acadêmicas. Por essa razão, esse trabalho pretende provocar a
reflexão sobre a moda ser um instrumento fundamental para exteriorização das ideias,
valores e comportamento do indivíduo. Assim, os conceitos teóricos do autor do livro
Moda: uma filosofia, Lars Svendsen (2010), que defende a ideia de que a moda é uma
arte que ajuda no entendimento sobre a identidade do ser humano, se tornou base para
as informações apresentadas no documentário jornalístico.

Para demonstrar as ideias de Svendsen (2010), notou-se a necessidade de se fazer uma


abordagem, sobre o que significa “moda” para os personagens participantes do projeto,
para que assim, cada opinião pudesse demonstrar as variações do significado do termo,
mesmo que fosse uma opinião ou percepção pessoal, sem fundamentos técnicos. Logo
em seguida, foi vista a importância de fazer uma abordagem histórica sobre o papel da
moda na sociedade, sobre o poder e influência que ela demonstrou no decorrer dos
séculos. Afinal, desde a antiguidade a moda pode simbolizar status de poder, diferença
entre grupos e ser usada como uma ferramenta para revelar ideias políticas e sociais.

Diante dessa questão, é válido pontuar algumas das ideias de Bronwyn Cosgrave,
autora do livro História da indumentária e da moda. Da antiguidade aos dias atuais. A
autora considera que a moda é “a manifestação da personalidade de cada indivíduo”
(2012, p.7) e que o estilo individual de cada um também determina o grupo social e
cultural no qual ele faz parte.

Através das informações apresentadas no livro de Cosgrave (2012), é possível notar


que cada época da história da humanidade influenciou a forma das pessoas se
vestirem. Nas primeiras civilizações, as crenças religiosas possuíam o poder de
influenciar e de, até mesmo, determinar o modo de se vestir, como também, na idade
média, existia limites impostos nas vestimentas e como o renascimento foi essencial
para o despertar do pensamento sobre liberdade de expressão do ser humano.

Além desses momentos, lembrados por Cosgrave (2012), o livro Dicionário de Moda
(ANGUS, BAUDIS, WOODCOCK, 2015), permite entender que o século 20 foi
momento histórico, no qual, se pode observar o surgimento de vários movimentos de
grupos políticos, que esses eram minorias sociais, e que passavam a usar a arte, de

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forma geral, como ferramenta de expressão. Assim, surgiram estilistas, artistas e
músicos, que conseguiram manifestar suas opiniões e estilos de vida em estilos
pessoais. Sendo responsáveis pela criação dos famosos estilos, Melindrosa (1920),
Hippie (1960), e o Punk (1980), que eram fundados a partir das características e
identidades de cada década.

Dessa forma, pode-se entender que a representatividade individual permitida pela moda
é fruto de cada momento histórico e político. Sendo importante para formação de
identidades e expressão de comportamentos. Justificando também, as questões
apresentadas no livro de Svendsen (2010), no qual, permite compreender o papel social
da moda de representatividade.

Para trazer as questões do tema para a realidade atual, foi primordial encontrar esses
aspectos em Recife, local onde existe uma grande diversidade de estilos baseados em
valores e ideologias, e que contribuem para a criação de uma maneira de se vestir de
acordo com esses pontos. Desse modo, o projeto buscou provar por meio dessas pessoas
do cotidiano que as diferentes realidades podem ser manifestadas desde os mínimos
detalhes das roupas, até os mais evidentes.

Além do ponto de vista dos aspectos pessoais de comportamento e personalidade, foi


notada a necessidade de abordar a expressão ligada aos posicionamentos políticos e
sociais. Isso, visto que diariamente as divergências de convicções políticas são
facilmente enxergadas através das roupas.

Um exemplo dessa questão, pode ser notado quando nos deparamos com um grupo de
pessoas vestindo camisas da seleção, sem que exista, no momento, um jogo do Brasil, e
vendo o cenário atual pode-se rapidamente concluir que esses são eleitores do
presidente Jair Bolsonaro. Normalmente, os apoiadores do presidente costumam ter um
patriotismo forte, vestindo roupas conservadoras, com estética tradicionalista e
provavelmente também podem fazer parte de uma elite social do grupo da direita.

Por outro lado, quando se é visto um grupo de jovens que apresentam características de
liberdade e espontaneidade, desconsiderando os padrões de beleza impostos pelo
tradicionalismo, se chega à conclusão que esses indivíduos possuem ideais de política
da esquerda. Esses tendem a lutar por questões importantes, representando os grupos
das minorias sociais e assumem uma postura de militância.

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Por isso, o documentário jornalístico mostra essas características com a presença de
personagens que representam cada ideal político, tanto de esquerda quanto de direita.
Ilustrando justamente, as divergências de vestimenta entre os extremos. Além dessa
abordagem, é preciso ter o ponto de vista de estilistas e criadores de peças autorais. Para
que se possa entender quais são os objetivos daqueles que produzem as roupas para com
os que as vestem. Por isso, o produto apresenta estilistas pernambucanos, que
contribuem para a ilustração de como funciona a criação de moda.

Ainda mais, esse projeto tem a intenção de contribuir para o meio do jornalismo local,
considerando que a temática da moda foi abordada com estilistas e personalidades
pernambucanas. Usando ambientes da cidade do Recife para ilustrar essa diversidade
cultural. Saindo, também, do comum ao abordar de forma sociológica uma questão
comportamental. Por essa razão, esse produto traz reflexões sobre como a criação e
produção de moda pode ser influenciada pelos comportamentos.

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3 ABORDAGEM SOBRE A LINGUAGEM

O projeto procurou trazer um diferencial não só no tema, mas também no formato de


linguagem escolhido. Para essa escolha foi levado em consideração que quando se trata
de uma produção jornalística relacionada à moda, rapidamente se lembram de revistas e
fotografias desse universo, por isso, esse trabalho apresenta uma narrativa em um
documentário jornalístico. Não só para trazer um diferencial, mas também, para que as
reflexões trazidas possam ser apresentadas por meio de uma narrativa realista, sensível e
bem desenvolvida.

De início, pode-se destacar que a televisão, sendo um meio para a exibição de produtos
audiovisuais, foi responsável pela criação de vários formatos de programas. Em
Gêneros televisuais: a dinâmica dos formatos, de Yvana Fechine, é possível entender
que dentre as diferentes linguagens dos formatos de TV, existe o formato construído
com base no jornalismo. Esse tem a intenção de comunicar notícias, de esclarecer fatos
e de fornecer informações de importância social.

Ainda, durante os estudos na universidade foi possível tomar o conhecimento de que


dentro do campo audiovisual jornalístico encontrasse várias possibilidades de
linguagens e narrativas. Como por exemplo, as reportagens especiais, que possuem uma
maior diversidade de informações e imagens de apoio, as vídeos reportagens, e os
documentários jornalísticos. Assim, foi necessário fazer uma análise de qual formato de
vídeo melhor se enquadraria nesse projeto.

De acordo com a pesquisa apresentada no artigo O documentário jornalístico, gênero


essencialmente autoral (GOMES, MELO, MORAIS, 2001), foi possível entender que
refletir sobre as funções de uma vídeo reportagem e de um documentário poderiam
contribuir para que houvesse uma melhor ilustração das ideias propostas.

Isso pode ser pontuado, pelo fato de que ambos os formatos podem atender às
expectativas do jornalismo. Segundo Gomes, Melo e Morais (2001), os dois gêneros
podem apresentar uma grande diversidade de personagens e de informações baseadas
em investigações. Porém, existem diferenças que podem ser levadas em consideração
para a escolha do formato, como por exemplo, a questão das vídeos reportagens
apresentarem temas factuais e que necessitam de um imediatismo para atender as
demandas da produção de TV.

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Já os documentários apresentam temas atemporais, aspecto que permite entender que
mesmo abordando uma questão relevante para a atualidade, o formato de documentário
faz com que esse assunto ainda seja de fundamental importância no futuro. Para obter
esse resultado, é indispensável os estudos das técnicas e teorias de autores conhecedores
desse tipo de produto.

Inicialmente, já é possível pontuar os conceitos de Bill Nichols, no livro Introdução ao


documentário, que aponta um tipo de filme, nomeado de “documentários de
representação social” que pode ser caracterizado por retratar uma realidade social, com
pessoas reais, contando histórias e assuntos que possuem uma importância para o
âmbito social. A partir dessas características, Nichols (2010) introduz o conceito de
“documentário”

“Os documentários mostram aspectos ou representações auditivas e visuais de uma


parte do mundo histórico. Eles significam ou representam os pontos de vista de
indivíduos, grupos e instituições.” (NICHOLS, 2010, p.30). Por isso, essa produção tem
como base esses conceitos para a construção de um documentário jornalístico.

Além de Nichols (2010), por meio das ideias apresentadas por Cristina Teixeira Vieira
de Melo, em O documentário como gênero audiovisual, pode-se levar em conta que o
documentário é frequentemente usado pelo jornalismo. Isso, porque esse tipo de produto
é escolhido para registrar depoimentos, documentar a realidade e apresentar pessoas
reais, com informações e dados verdadeiros.

Sérgio José Puccini Soares, autor da tese Roteiro de documentário: da pré-produção a


pós-produção, fala dos parâmetros que compõem um documentário. “Entre
depoimentos, entrevistas, tomadas in loco, imagens de arquivo, etc, o filme irá reunir e
organizar uma série de materiais para formar uma asserção sobre determinado fato que é
externo ao universo do realizador.” (SOARES, 2007, p.39), por isso, essa produção se
preocupou em levar em conta esses pontos para produção do tema.

Quando a questão é a narrativa do documentário, diante dos estudos de Gomes, Melo e


Morais (2001), pode-se entender que diferente das reportagens de TV, os documentários
jornalísticos possuem a possibilidade de não utilizar a voz de um narrador, ou repórter,
para explicar os fatos abordados. Esses formatos podem usar os depoimentos recolhidos
por meio dos próprios personagens para contar o ponto de vista do tema.

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Outro autor, que contribuiu com os conhecimentos, foi Luiz Carlos Lucena, em Como
fazer documentários: Conceito, linguagem e prática de produção, que explica a
importância de fazer um projeto respeitando etapas de produção. Lucena (2012) aponta
a importância dos períodos de pesquisa, buscando e explorando os conhecimentos dos
entrevistados, que podem ser adquiridos por meio de perguntas e conversas bem
executadas e previamente organizadas.

Além disso, Lucena (2012) deixa claro que é muito importante para a produção
elaborar um pré-roteiro, para que se possa analisar como as informações serão
apresentadas. Através disso, é possível ter um planejamento das imagens a serem
produzidas e dos depoimentos dos personagens que precisam ser recolhidos de uma
forma que construam uma narrativa compreensível e envolvente aos olhos de quem
assiste, isso com uma lógica de começo, meio e fim.

Para se colocar em prática a produção do documentário, foi preciso pensar na utilização


dos recursos de som e imagem. Lucena (2012) mostra que é fundamental ter um
conhecimento prévio sobre as ferramentas como câmera e microfone que estarão à
disposição para a captura do material audiovisual. Por isso, foi preciso pensar no uso
correto da luz, dos sons, das funcionalidades de movimento de câmera e de edição
disponíveis.

Essas informações e conhecimentos foram cruciais para que os materiais fossem bem
coletados. Seguindo elas, nenhuma imagem ou som usado no projeto esteve falho, a
narrativa conseguiu ser contada por meio das falas dos próprios personagens, como o
formato do produto promete. Através disso, a edição final do produto pode apresentar
uma boa qualidade.

Por fim, no projeto final se pode ter um documentário jornalístico que teve base nesses
conhecimentos. Os aspectos de narrativa, montagem, efeitos visuais e trilha sonora,
colaboraram para um produto envolvente e moderno, destacando os elementos do
mundo da moda. As referências usadas foram tiradas da própria linguagem das redes
sociais, com efeitos de transição criativos e que já são do conhecimento do público.

Tendo também, a intenção de causar emoções e identificações em quem assiste, o


documentário se inspirou em filmes icônicos do mundo da moda, como O Diabo Veste
Prada (2006), que apresenta muito bem a temática. Por essa razão, ele apresentou

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histórias contadas pelos personagens que foram essenciais para promover discussões e
reflexões a respeito do tema. Isso, como o efeito da organização e planejamento do
projeto.

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4 PESQUISA E PRÉ-PRODUÇÃO

Na fase inicial, foram realizadas pesquisas teóricas e bibliográficas na busca de autores


que contribuíram com ideias e conceitos que sustentam os argumentos em volta do tema
e da sua importância. A partir disso, o segundo passo foi fazer uma pesquisa de campo
na cidade do Recife, para que pudessem ser encontradas pessoas com estilos de
vestimenta diferentes entre si, para que as suas identidades e comportamentos pudessem
ser mostrados através da roupa que eles usam.

Por meio do mesmo método, foi possível encontrar os dois especialistas e


pesquisadores em moda, que contribuíram com as informações técnicas sobre o tema,
explicando os fenômenos e provocando reflexões. Como também, se pode ter acesso
aos estilistas que contribuíram com as ideias sobre a produção de moda. Além disso, os
mesmos métodos proporcionaram encontrar as personalidades engajadas politicamente,
que ilustraram a importância da moda para o posicionamento político.

4.1 Ideia e Pesquisa

A ideia inicial surgiu a partir da necessidade de fazer uma abordagem local sobre o
tema. Reunindo pessoas de diferentes estilos, comportamentos e valores sociais e
políticos para mostrar como a moda pode ajudar na expressão dessas ideias pessoais.
Por isso, foi feita uma busca nas redes sociais e no dia-a-dia por pessoas que usassem a
moda para mostrarem o seu comportamento.

Durante essa busca foi possível perceber que a ideia não era necessariamente encontrar
pessoas com estilos pessoais totalmente fora do padrão, mas sim, indivíduos comuns
que demonstram os seus valores e personalidade desde os detalhes mais simples das
roupas, como tecido, cor e modelagem, até peças que realmente dão características ao
determinado estilo. O que teve uma maior importância na pesquisa, foi mostrar como as
escolhas das roupas, de fato, representavam cada indivíduo.

Outra preocupação foi mostrar um ponto de vista técnico que comprovasse essa
questão. Por isso, foi realizada uma pesquisa de campo a partir das universidades e
instituições de ensino superior para encontrar especialistas na área da moda, que
pudessem contribuir com os conceitos de dados. Dessa forma, foi possível encontrar um
profissional com conhecimento na área de história da moda e produção, e outro com
entendimentos sobre moda e comportamento.

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Para atender e esclarecer a postura daqueles responsáveis pela produção de moda foi
essencial encontrar estilistas pernambucanos, que ilustrassem a perspectiva e objetivos
de quem cria as roupas que serão utilizadas por cada indivíduo na sociedade. Assim, foi
feita uma busca no mercado de moda autoral do estado, para que pudessem encontrar
esses estilistas autorais.

Além disso, para abordar a importância da moda para a representatividade política,


preciso encontrar pessoas ativistas dos dois lados políticos, o da esquerda e da direita.
Tendo em mente, que as diferenças de ideias fossem bem claras visualmente nas roupas
de cada um. Por fim, os resultados dessas ideias e pesquisas foram fundamentais para
que o produto obtivesse as respostas para as reflexões provocadas.

4.2 Locações

Com a intenção de valorizar a cidade do Recife, mostrando que aqui pode ser
encontrada uma diversidade de informações ricas sobre o universo da moda, as imagens
de apoio, com os personagens principais que possuem estilos diferentes entre si, foram
gravadas no centro da cidade. Na Rua do Bom Jesus, que já foi considerada a terceira
rua mais bonita do mundo pela revista Architectural Digest, na praça do Marco Zero,
ponto turístico marcante da cidade, e em outras ruas próximas.

No centro da cidade, também foram produzidas as imagens de apoio de Rayanne


Abreu, e a sua entrevista, que foi feita na Praça do Arsenal da Marinha. Outra locação
utilizada, próxima a esse lugar, foi o MAPE, loja de Moda Autoral de Pernambuco, que
serviu de extrema importância para entrevista e imagens de apoio do estilista Rafael
Freitas, que tinha as suas peças expostas na loja.

As entrevistas com esses personagens principais foram realizadas na loja de Luana


Pinheiro, uma das personagens. O ambiente interno da loja, com provadores, espelhos e
araras, proporcionaram elementos visuais com informações sobre moda. O que foi
essencial para realizar também, mais imagens de apoio.

Com os especialistas, foi necessário um ambiente que remetesse à produção de moda.


Por isso, foi de extrema importância à colaboração do Marco Pernambucano de Moda,
em Olinda-PE, que cedeu o seu laboratório, com mesa de costura e outros utensílios,
para a realização das entrevistas e imagens de apoio.

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Em Olinda, também foi realizada a entrevista e imagens de apoio de Márcia Cavalcanti,
estilista e dona da marca Período Fértil, tudo foi feito na própria loja e fábrica da marca.

Por fim, foi preciso fazer as imagens de Fabiana Vasconcelos na Avenida Boa
Viagem, a entrevista foi realizada em seu apartamento, lugar que também rendeu
imagens de apoio.

4.3 Entrevistados

● ENDERSON ANDRADE: É vestibulando de medicina e empreendedor de uma


loja de doces, 22 anos. Enderson tem um estilo básico e clássico, preferindo
peças de vestimenta com um perfil formal, como camisas de botões e de tecidos
que carregam formalidade, como o linho. Essas características refletem o seu
comportamento pessoal e combinam com a sua personalidade, visto que, ele é
bastante organizado, prático e responsável. Ele tende a se adequar às vestimentas
que cada ocasião e grupo social pedem.

Figura 1 - Enderson Andrade, em entrevista, na loja de Luana Pinheiro.

Foto: Frame da entrevista do documentário jornalístico Vestindo Identidades

 LUANA PINHEIRO: É estudante de administração na Universidade Católica


de Pernambuco, tem 23 anos, também é dona de uma loja de roupas que atende
o público plus size e trabalha em um escritório. Luana tem um estilo composto e

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romântico, que dá preferência aos vestidos de mangas bufantes, saias com
movimentos e estampas florais. Sendo cristã, Luana também opta por peças
compostas e tradicionais, mas, sem deixar a feminilidade de lado.

Figura 2 - Luana Pinheiro, em entrevista, na sua loja.

Foto: Frame da entrevista do documentário jornalístico Vestindo Identidades

● RODRIGO MEIRA: Tem 20 anos, é estudante de administração da UFRPE, tem


uma marca de roupas chamada LOWA. Rodrigo possui um estilo com
referências do street style, que são roupas com um ar urbano e descolado, peças
largas, tênis modernos, com acessórios divertidos e atuais. Rodrigo possui uma
personalidade bastante criativa, que combina com as suas escolhas e várias
referências de estilo que usa.
Figura 3 - Rodrigo Meira, em entrevista, na loja de Luana Pinheiro.

Foto: Frame da entrevista do documentário jornalístico Vestindo Identidades

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● MARIA JÚLIA WEYNE: Reconhecida como Maju, a estudante de design tem
19 anos. Possui um estilo bem diversificado, que varia de acordo com o seu
humor. O diferencial da personagem é que ela traz produções criativas, com
peças diferenciadas, que normalmente, não são usadas no cotidiano da cidade do
Recife. Ela busca referências do estilo e-girl, estilo que possui elementos do
gótico romântico, estilo hippie, entre outros, como ela diz, os estilos variam de
acordo com o seu humor.

Figura 4 - Maria Júlia (Maju) Weyne, em entrevista, na loja de Luana Pinheiro.

Foto: Frame da entrevista do documentário jornalístico Vestindo Identidades

 ÁLAMO BANDEIRA: É consultor de moda e pesquisador da área, também em


comportamento de moda e em tendências, é Doutorando em Design Cultura e
Sociedade na Universidade Federal de Pernambuco. Trabalha na produção de
figurino para publicidade e cinema, possuindo também em sua bagagem, a
atuação como professor substituto da UFPE nas aulas de História da Moda e
História da Moda no Brasil. A experiência em pesquisas e em ensino nessas
áreas, foram aspectos que tornaram Álamo fundamental para o projeto. Os seus
conhecimentos foram responsáveis por explicar os fenômenos da moda desde os
séculos passados até os dias atuais.

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Figura 5- Álamo Bandeira, em entrevista, no Marco Pernambucano de Moda.

Foto: Frame da entrevista do documentário jornalístico Vestindo Identidades

● ROBERTO CARLOS RÉGIS: Formado em Design de Moda no Senac e em


Psicologia na UNICAP, é mestrando em Indústrias Criativas, e trabalha na
secretaria da Escola de Comunicação da Universidade Católica de Pernambuco.
Para esse trabalho, Roberto foi fundamental para entender o comportamento
social em relação ao mundo da moda.

Figura 6 - Roberto Carlos, em entrevista, no Marco Pernambucano de Moda.

Foto: Frame da entrevista do documentário jornalístico Vestindo Identidades

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● MARCIA CAVALCANTI: Formada em pedagogia, Marcia é uma das
fundadoras da marca olindense, Período Fértil. A marca tem 30 anos, surgiu a
partir da influência dos movimentos manguebeat, por isso, as peças de roupas,
criadas por ela, possuem identidades e elementos da cultura pernambucana.
Apresentando também, inspirações do clima, paisagens, músicas e estilo de vida
local. Marcia contribuiu com a opinião e reflexão pessoal sobre o papel da moda
na exteriorização de cada indivíduo.
Figura 7 - Marcia Cavalcanti, em entrevista, na Período Fértil.

Foto: Frame da entrevista do documentário jornalístico Vestindo Identidades

● RAFAEL FREITAS: É estilista, mora em Tracunhaém-PE, é criador da marca


Rafreta, que produz roupas de festas e moda autoral. No ramo da moda autoral, a
sua marca se inspira nos elementos da cidade natal do estilista, cidade conhecida
pelo artesanato de barro. Rafael também é responsável por fazer as fantasias de
carnaval para o Maracatu Cambinda Brasileira, de Nazaré da Mata-PE. Para esse
projeto, Rafael contribuiu com a sua opinião e experiência em ver as pessoas
usando as roupas criadas por ele para se expressarem e viverem momentos
especiais.

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Figura 8 - Rafael Freitas, em entrevista, no MAPE.

Foto: Frame da entrevista do documentário jornalístico Vestindo Identidades

 RAYANNE ABREU: É médica e ativista dos movimentos sociais feministas,


LGBT, e atua em defesa do SUS. Rayanne se destaca por fazer as próprias
roupas e por quebrar padrões. Como médica, ela precisa se adequar aos pré-
requisitos da profissão, mas se sente bem ao usar roupas com características
visuais mais libertadoras, coloridas e criativas. Ela veste camisas para defender
as suas causas e participa de protestos políticos do campo da esquerda. Por isso,
ela foi essencial para mostrar como a moda ajuda na expressão política e
também nas causas sociais.
Figura 9 - Rayanne Abreu, em entrevista, na Praça do Arsenal da Marinha

Foto: Frame da entrevista do documentário jornalístico Vestindo Identidades

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● FABIANA VASCONCELOS: Nasceu e cresceu em Timbaúba-PE, tem 49 anos,
fez meio curso de psicologia na UNIPÊ, Paraíba, atualmente reside Nazaré da
Mata-PE, onde é sócia em uma indústria de cerâmica vermelha sustentável.
Fabiana possui um estilo tradicional e conservador característico da direita
política, possui um grande patriotismo e faz questão de usar roupas com esses
elementos para viver momentos políticos. A sua participação também foi
importante para que os dois lados políticos pudessem estar presentes no
trabalho.

Figura 10 - Fabiana Vasconcelos, em entrevista, no seu apartamento.

Foto: Frame da entrevista do documentário jornalístico Vestindo Identidades

4.4 Equipe:

Para a produção do vídeo documental foi necessário a ajuda de alguns integrantes da


equipe do laboratório de TV da universidade. Como por exemplo, os cinegrafistas
Aldenes Souza, da equipe de publicidade, e Gustavo Cunha, da equipe de jornalismo,
fizeram a captura das imagens e som.

Aldenes ficou responsável pela captura das imagens de apoio e sonora de Marcia
Cavalcanti, em Olinda na Período Fértil. Como também, das sonoras e entrevistas de
Luana Pinheiro, Enderson Andrade, Rodrigo Meira e Maju Weyne, que foram
realizadas na loja de Luana Pinheiro.

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Gustavo ficou responsável por capturar as imagens de apoio para os personagens
principais na Rua do Bom Jesus e no Centro de Recife. Realizando também, além de
imagens de apoio, as filmagens da entrevista de Rafael Freitas no MAPE, de Rayanne
na Praça do Arsenal da Marinha, de Roberto Carlos e de Álamo Bandeira no Marco
Pernambucano de moda em Olinda, e por fim, de Fabiana Vasconcelos.

Kety Marinho ficou responsável pela edição do documentário jornalístico.

4.5 Cronograma de execução do projeto:

Atividades Fevereiro Março Abril Maio Junho

Pesquisa x
bibliográfic
a e teórica

Pesquisa de x x x x
campo e
entrevistas

Captura de x x
imagens

Edição e x
montagem

Edição final x x
Entrega do x
projeto

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5. PRÉ-PRODUÇÃO:

 Em fevereiro de 2022, já se começou a ser pensado em quais personalidades e


pessoas com estilos diferentes poderiam colaborar com o trabalho, e quais
seriam os perfis mais interessantes e adequados. Foi feita uma busca, através
das redes sociais, para encontrar as características que haviam sido propostas no
TCC 1.
 No meio de fevereiro de 2022, com o recorte já definido, foi feita uma busca,
através de uma pesquisa de campo, por pessoas com estilos diferentes, que
ganharam destaque, e por especialistas na área de história da moda e de moda e
comportamento. Começou-se então, a entrar em contato com possíveis fontes
para discutir ideias e ver a disponibilidade de participação.
 Em março, de 2022, foram encontrados e confirmados os personagens
principais, com estilos diferentes. No final desse mês, foi definida a data do
início das gravações do projeto, que seriam a partir do dia 19 de abril.
 No início de abril, foi confirmada a participação dos especialistas, e dos
estilistas Rafael Freitas e Marcia Cavalcanti. Nesse período, também foi feito
um pré-roteiro para que pudesse ter uma visão inicial do que seria o produto.
Após isso, começou a ser elaborado e organizado a distribuição das datas e
locações de cada gravação. No final de abril, foi possível confirmar a
participação de Rayanne Abreu.
 Em maio, foi possível confirmar a presença de Fabiana Vasconcelos.

25
6 PRODUÇÃO:

 As primeiras gravações foram marcadas para o dia 19 de abril, com o objetivo


de produzir o máximo de trabalho o mais rápido o possível, foram marcadas
duas saídas nesse dia. Uma no período da manhã, para ir à Olinda-PE, gravar na
loja Período Fértil com a estilista e fundadora da marca, Marcia Cavalcanti. No
período da tarde, foram feitas as gravações das imagens de apoio de duas dos
personagens com estilos diferentes, Luana Pinheiro e Maju Weyne, na Rua do
Bom Jesus e no Marco Zero.
 Durante a semana do dia 20 ao dia 22 de abril, não foi possível realizar
gravações. Pois, o laboratório de TV teve dificuldades de encontrar
disponibilidade para gravar nas quartas-feiras, por existir programas da própria
universidade que precisavam dos cinegrafistas para produção. No dia 21 foi o
feriado de Tiradentes, a universidade não funcionou nesse dia, além disso,
muitos personagens não tinham disponibilidade para gravar, por motivos de
viagem marcada.
 O próximo dia de gravação foi dia 25 de abril, também com duas saídas, uma de
manhã e outra durante a tarde. Durante a manhã, foram gravadas as sonoras e
imagens de apoio de Luana Pinheiro, Enderson Andrade e Rodrigo Meira, que
aconteceram na loja de Luana. Durante a tarde, foram gravadas as imagens de
apoio de Enderson, na Rua do Bom Jesus e nas ruas próximas. Em seguida, foi
gravado a sonora e imagens de apoio de Rafael Freitas no MAPE, que também
fica localizado no centro do Recife Antigo. E por último, foi gravado a sonora e
imagens de apoio de Rayanne, que também foram feitas nas ruas próximas.
 As gravações dos especialistas, Roberto Carlos Régis e Álamo Bandeira, que
foram no Marco Pernambucano de Moda, em Olinda-PE, aconteceram no dia 29
de abril. Foi o único dia que coincidiu com a disponibilidade do local e dos
especialistas.
 Nesse período, ficou faltando apenas as gravações das imagens de apoio de
Rodrigo Meira, no Recife Antigo, que não teve disponibilidade antes, e a sonora
de Maju Weyne que aconteceria na loja. Assim, as imagens de Rodrigo só
puderam ser feitas no dia 2 de maio e as de Maju foram feitas no dia 12 de maio.
 Após isso, foi encontrado um problema, a primeira personagem encontrada para
representar a direita política, desmarcou a sua gravação que aconteceria no dia

26
12 de maio e depois ficou incomunicável. Por isso, foi necessário encontrar com
urgência alguém com disponibilidade para gravar na semana seguinte. Foi
quando Fabiana Vasconcelos foi convidada e aceitou o convite para participar
do projeto.
 Assim, as gravações foram finalizadas no dia 17 de maio, com as imagens e
entrevista de Fabiana Vasconcelos.

Equipamentos

Foram fornecidos pela própria Universidade Católica de Pernambuco, as câmeras


JVC GY-HM7800 e o microfone SONY UTX-B03, no formato mov.1920x1080i. full
hd. quick time.

27
7 PÓS- PRODUÇÃO:

 A fase de pós-produção teve início ainda durante os períodos de gravação, ao


final de cada gravação de entrevista e imagem de apoio, o material já era salvo
em uma pasta no Google Drive, com o e-mail institucional, criada pelo apoio
técnico, Marcos Muniz, e compartilhada comigo.
 Assim, foi possível fazer a decupagem em casa e ir sempre adiantando. Esse
processo foi feito de forma simples, anotando o tempo de deixa inicial e final de
cada fala.
 Após a decupagem, o roteiro foi reorganizado e atualizado para a montagem do
produto. Isso, com as indicações de falas das entrevistas decupadas, entradas de
som e com as sugestões de imagens de apoio.
 A edição do projeto teve início no dia 12 de maio, foi realizada de forma remota,
pois, os computadores da universidade estavam com problemas técnicos e houve
a necessidade da editora realizar o trabalho em casa, no seu computador pessoal,
Para que isso funcionasse, foi preciso uma comunicação constante e o
compartilhamento do material para que fossem feitos os ajustes. Assim, a edição
foi finalizada no dia 3 de junho, o vídeo foi compartilhado no Google Drive, e
após esse período apenas alguns ajustes de créditos foram feitos.

28
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O vídeo documentário “Vestindo identidades” promove uma reflexão sobre a moda


ser um elemento fundamental para os indivíduos. Vestir-se, sendo um ato inevitável,
determina a forma de apresentação social, podendo definir formas de comportamento,
status, crenças e bagagens pessoais. Mesmo aqueles que não dão importância para a sua
imagem, conseguem demonstrar essa atitude por meio de uma roupa. Assim, foi
possível reconhecer as diferentes identidades que participaram do trabalho, não só
através das falas, mas principalmente, por meio das roupas que eles usam.

Outro aspecto que pode ser trazido, foi a relevância política que a moda possui, não só
através do poder de compra e forma de consumo, mas também para contribuir na
expressão de valores de vários grupos. Além disso, o ponto de vista daqueles que são
responsáveis pela criação das peças, que carregam a responsabilidade de exteriorizar
cada identidade, foi esclarecedor para concluir que o objetivo da produção de moda é
justamente causar uma identificação com o produto.

Por fim, as questões históricas e ideias sobre comportamento que foram expostas
tiveram um papel fundamental para a reflexão pessoal e respostas do espectador. Além
disso, das informações visuais trazidas na montagem, o uso de imagens e de técnicas de
edição puderam tornar o documentário jornalístico acessível, com recursos da
linguagem das redes sociais, que são facilmente reconhecidas pelos jovens.
Contribuindo também, para o campo do jornalismo visto que para a produção foi usado
os conhecimentos adquiridos em sala de aula durante todo o curso, desde técnicas de
pesquisa e tratamento das fontes até a realização do produto jornalístico como um todo.

29
REFERÊNCIAS

SVENDSEN, Lars. Moda: Uma Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor Ltda.,
2010.

COSGRAVE, Bronwyn. História da indumentária e da moda. Da antiguidade aos


dias atuais. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, SL, 2012.

ANGUS, Emily; BAUDIS, Macushla; WOODCOCK, Philippa. Dicionário de Moda.


São Paulo: Publifolha, 2015.

FECHINE, Yvana. Gêneros televisuais: a dinâmica dos formatos. Revista


SymposiuM, UNICAP: Recife, PE, nº 1, p.14-26, jan. a jun. 2001. Disponível em:
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/3195/3195.PDF. Acesso em: 7 jun. 2022

GOMES, I. M.; MELO, C. T. V. de. ; MORAIS, W. O documentário jornalístico,


gênero essencialmente autoral. Campo Grande-MG: Intercom, set. 2001. Disponível
em:
http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/1157212129709494898120336389808266433
7.pdf . Acesso em: 7 jun. 2022

NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas-SP: Papirus Editora, 2010.

MELO, C. T. V. de. O documentário como gênero audiovisual. Comunicação &


Informação, Goiânia, Goiás, v. 5, n. 1/2, p. 25–40, 2013. DOI:
10.5216/c&i.v5i1/2.24168. Disponível em: https://revistas.ufg.br/ci/article/view/24168.
Acesso em: 7 jun. 2022

LUCENA, Luiz Carlos. Como fazer documentários: conceito, linguagem e prática


de produção. São Paulo: Summus Editorial, 2012.

SOARES, Sérgio José Puccini. Documentário e Roteiro de Cimena; da pré-


produção à pós produção. 2007. Tese (Doutorado em Multimeios)-Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2007.

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ANEXOS:

TÍTULO: Vestindo Identidades TEMPO TOTAL: 22 minutos e 40


segundos
ALUNA: Danielle Maria de Oliveira
Vidal Lopes
ANO DE PRODUÇÃO: 2022

Informações técnicas- Imagens e Áudio


concepções

CENA 1 (ABERTURA):

IMAGENS: Apresentação dos SOBE SOM- Música de Audio Jungle


personagens com estilos diferentes. Eles
estão parados e centralizados e a câmera
faz uma volta ao redor deles, na Rua Bom
Jesus, centro de Recife. Com o OFF da
resposta de cada um para a pergunta “O
que é moda para você?”.

OFF DA ENTREVISTA DE
IMAGEM ENDERSO ANDRADE: ENDERSON ANDRADE:
Câmera dando a volta ao redor de
Enderson na Rua do Bom Jesus. Ele usa MODA É UMA FORMA QUE A
uma camisa de listras e uma calça verde. GENTE TEM DE SE MOSTRAR AO
MUNDO, É UMA FORMA DE A
GENTE DEMONSTRAR O NOSSO
ESTADO DE ESPÍRITO, COMO A
GENTE QUER APARECER, AS
INTENÇÕES QUE A GENTE
PRETENDE DAR.

OFF DA ENTREVISTA LUANA


IMAGEM LUANA PINHEIRO: PINHEIRO:
Câmera dando a volta ao redor de Luana,
na Rua do Bom Jesus. A MODA ME AJUDA A EXPRESSAR,
É... AS MINHAS EMOÇÕES, OS MEUS
SENTIMENTOS.

31
IMAGEM RODRIGO: Câmera dando a OFF DA ENTREVISTA RODRIGO:
volta ao redor de Rodrigo, na Rua do Bom
Jesus. EU ACREDITO QUE MODA SEJA
UMA FORMA DA GENTE SE
COMUNICAR, ACREDITO QUE SEJA
UMA FORMA DA GENTE TÁ
COMUNICANDO, AQUILO QUE A
GENTE PENSA, OU AQUILO QUE A
GENTE QUER FALAR NAQUELE DIA,
OU QUE A GENTE TÁ SENTINDO,
NÉ?

OFF DA ENTREVISTA MAJU:


IMAGEM MAJU WEYNE: Câmera
dando a volta ao redor de Maju, na Rua do
Bom Jesus.
PRA MIM, MODA É UMA FORMA DE
EXPRESSAR, UMA FORMA
DIFERENTE DE EXPRESSAR OS
SENTIMENTOS, EU POSSO
COMBINAR CORES E ESTILOS
DIFERENTES A CADA DIA PARA
EXPRESSAR UMA, UM SENTIMENTO
DIFERENTE A EMOÇÃO, É UMA
FORMA DE SE EXPRESSAR SEM
USAR AS PALAVRAS.

CENA 2 (vinheta):

CRÉDITO:
Identidade-Estilo-História-Expressão-
Personalidade-Política-Humor- SOBE SOM- Música Audio Jungle
Comportamento-Arte-Cultura-Ciência

IMAGENS: Imagens dos personagens


principais.

TÍTULO: Vestindo identidades

32
CENA 3:

Personagens com o estilo diferente se


arrumando e respondendo perguntas em
como: Quem são?; O que eles fazem?;
Como é o estilo de vida deles?; Como se
vestem? e Quais são os tipos de roupas
que você gosta de usar?

IMAGEM- Enderson olhando a camisa.


SONORA DA ENTREVISTA
ENDERSON ANDRADE:

MEU NOME É ENDERSON, EU


TENHO 22 ANOS.
IMAGEM: Entrevista com Enderson. PARTICULARMENTE, EU ACREDITO
Congelar a imagem da sonora e aparecer o QUE SOU UMA PESSOA MUITO
texto “o basiquinho”, colocar efeito e BÁSICA. ENTÃO, EU GOSTO DE
filtro colorido na imagem. PEÇAS MAIS NEUTRAS, DE CORES
MAIS NEUTRAS, ASSIM, DE TONS
PASTÉIS, UM POUCO MAIS
FECHADOS. E PEÇAS UM POUCO
MAIS CLÁSSICAS ASSIM, CAMISAS
CRÉDITO: ENDERSON ANDRADE - DE LINHO, UM ESTILO BEM
ESTUDANTE TRADICIONAL.

CRÉDITO: O BASIQUINHO

IMAGEM: Enderson se arrumando.

IMAGEM: Entrevista com Luana. Fotos


de arquivo de Luana. Congelar a imagem SONORA DA ENTREVISTA LUANA:
da sonora e aparecer o texto “a composta”, MEU NOME É LUANA, EU TENHO 23
colocar efeito e filtro colorido na imagem. ANOS, ATUALMENTE, EU
TRABALHO NO SETOR DE MODA,
CRÉDITO: LUANA PINHEIRO É NÉ? EU TENHO UMA LOJA DE
EMPRESÁRIA MODA PLUS SIZE, QUE É UMA LOJA
QUE ATENDE OS TAMANHOS 44 A
54. O MEU ESTILO DE ROUPA É UM
33
CRÉDITO: A COMPOSTA ESTILO MAIS COMPOSTO, É...SÃO,
GERALMENTE, VESTIDOS MIDI
IMAGEM: Luana passando pela arara de COM MANGAS. SÃO VESTIDOS
roupas. REALMENTE MAIS COMPOSTOS E
UM ESTILO MAIS ROMÂNTICO
IMAGEM: Luana entrando e saindo do
MESMO.
provador, se arrumando.
IMAGEM: Saindo do provador e
mostrando a roupa.

IMAGEM: Entrevista com Rodrigo e


fotos da marca dele. Congelar a imagem SONORA DA ENTREVISTA
da sonora e aparecer o texto “o RODRIGO:
descolado”, colocar efeito e filtro colorido
ME CHAMO RODRIGO, TENHO 20
na imagem. ANOS, FAÇO ADMINISTRAÇÃO LÁ
NA RURAL. TAMBÉM TENHO UMA
MARCA DE ROUPA, TENHO ELA HÁ
CRÉDITO: RODRIGO MEIRA- MAIS OU MENOS 4 ANOS. EU GOSTO
ESTUDANTE DE USAR ROUPAS UM POUCO MAIS
LARGAS E QUE ELAS SEJAM
CONFORTÁVEIS TAMBÉM. EU
GOSTO MUITO DE TONS PASTÉIS,
CRÉDITO: O DESCOLADO
ACHO QUE FICA LEGAL EM MIM.
EU PUXO MAIS PARA O STREET
WEAR, QUE É O QUE EU
IMAGEM: Rodrigo se arrumando para a TRABALHO. E GOSTO MUITO DO
câmera, como se ela fosse um espelho. CASUAL TAMBÉM, E TENTO
COMBINAR ISSO NOS ÂMBITOS DA
IMAGEM: Rodrigo se arrumando na VIDA, ASSIM, DEPENDENDO DA
frente do espelho. SITUAÇÃO QUE EU ESTEJA.
IMAGEM: Transição de roupa, ele
coloca uma roupa na frente da câmera e
quando tira ele está com outra.

IMAGEM DE MAJU: Imagem de Maju SONORA DA ENTREVISTA MAJU


saindo provador e dando um giro. WEYNE

MEU NOME É MAJU, MAJU WEYNE,


EU TENHO 19 ANOS. EU SOU
ESTUDANTE DE DESIGN. EU NÃO
IMAGEM DE MAJU: Sonora da TENHO UM ESTILO ESPECÍFICO, UM
entrevista. Congelar a imagem da sonora e DIA EU TO COM AQUELA PARADA
aparecer o texto “a e-girl/gótica”, colocar MAIS E-GIRL, QUE TODO MUNDO
efeito e filtro colorido na imagem. FALA, OUTRO DIA EU TO, SEGUNDO
MINHA MÃE, “MAIS
CRÉDITO: MAJU WEYNE- ARRUMADINHA”. NÃO SEI DIZER

34
ESTUDANTE MUITO BEM O MEU ESTILO
ESPECÍFICO, MAS VAI MUITO DO
CRÉDITO: A E-GIRL/GÓTICA QUE BASICAMENTE EU ESTOU
AFIM DE USAR, VAI MAIS DO QUE
IMAGEM DE MAJU: Imagem de Maju
EU ESTOU SENTINDO NO
saindo provador e dando um giro.
MOMENTO, PRA ONDE EU VOU
IMAGEM MAJU: Imagens de Maju se TAMBÉM, VÁRIAS COISAS
arrumando. INTERFEREM. MAS, GERALMENTE
EU ME ACORDO E PENSO “HOJE EU
TO ME SENTINDO DESSE JEITO,
ENTÃO VOU ME VESTIR DE TAL
FORMA.”
CENA 4:

Especialistas falam que é moda para cada


um. Eles estão em um estúdio de criação
de design de moda.

IMAGENS: Imagem de Álamo Bandeira OFF DA ENTREVISTA ÁLAMO


escrevendo no caderno “O que é moda?”. BANDEIRA:

MODA PRA MIM, VOCÊ PODE


DISTRIBUIR EM DOIS GRANDES
GRUPOS, A MODA COMO
INDÚSTRIA E A MODA COMO
CAPACIDADE DE TRADUZIR A
IDENTIDADE DAS PESSOAS.

IMAGENS: Imagem de Roberto Carlos OFF DA ENTREVISTA ROBERTO


abrindo o tecido na mesa e medindo o CARLOS:
tecido.
A GENTE ENXERGA MUITO MODA
APENAS COMO VESTUÁRIO. MAS
VAMOS LÁ, PENSANDO NA MODA,
UM POUCO, QUE É UMA FORMA DE
VIVÊNCIA, UMA FORMA DE
EXPERIENCIAR, UMA FORMA DE
PERCEBER, É UMA FORMA DE
SENTIR, DENTRO DE UM TODO
COLETIVO.

35
CENA 5:

IMAGENS: Fala da entrevista com a SONORA DA ENTREVISTA


especialista em história da moda (Álamo ÁLAMO:
Bandeira) sobre qual era o papel da moda
na antiguidade. NÓS TEMOS UM NOME MUITO
FORTE NA MODA, QUE É MARIE
ANTOINETTE, QUE FOI A GRANDE
RAINHA DA MODA. POR QUE EU
CRÉDITOS: ÁLAMO BANDEIRA É TRAGO O NOME DA MARIE
DOUTORANDO EM DESIGN ANTOINETTE? PORQUE, ELA
LANÇAVA MODAS PARA SE
IMAGENS: Imagens de Maria Antonieta.
DISTINGUIR, PARA SER
CRÉDITOS: PIXABAY (BANCO DE RECONHECIDA, NO CORPO DELA,
IMAGENS) E PINTEREST COMO UMA RAINHA. SÓ QUE A
BURGUESIA, A MESMA BURGUESIA
QUE A JULGAVA, DE ALGUM MODO
A COPIAVA, E FAZIA A RODA DA
MODA COMEÇAR A GIRAR. “EU
QUERO SER NOBRE, EU NÃO SOU
NOBRE, EU COMPRO OS CÓDIGOS
DOS NOBRES” ESSE PERÍODO, É O
CHAMADO PERÍODO ARTESANAL
DA MODA. QUE ELE VAI DURAR
ATÉ A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL,
NO SÉCULO 19.

ESSE SÉCULO 20, VAI COMEÇAR


APÓS A SEGUNDA GUERRA
MUNDIAL. E O QUE ISSO TEM
HAVER COMO A MODA? A PARTIR
DE AGORA, NOVOS CÓDIGOS VÃO
SURGIR. A MODA VAI PARAR DE
QUERER APENAS, REPRODUZIR O
QUE A ELITE FAZIA. E ELA VAI,
AGORA, PASSAR A QUERER FALAR
DO QUE OS GRUPOS MINORITÁRIOS
FAZEM. EM VEZ DA ESTRUTURA
PIRAMIDAL DA MODA, QUE
COPIAVA A ELITE E TRAZIA PARA
MAGENS: Imagens do grupos do século AS BASES, AGORA SÃO AS BASES,
20, black power, revolução punk e lgbt. E OS PEQUENOS GRUPOS, AS TRIBOS

36
imagens de modelos na passarela. URBANAS QUE VÃO TRAZER A
MODA PARA O SHOW BUSINESS,
PARA A TONA, PARA AS REVISTAS
E OS SITES. VAI TRAZER A TONA OS
CRÉDITOS: PEXELS (BANCO DE
MOVIMENTOS IDENTITÁRIOS
IMAGENS) E PIXABAY (BANCO DE
LGBTS, ESSE MOVIMENTO QUE A
IMAGENS)
GENTE ESTÁ VENDO AGORA
MUITO FORTE, QUE COMEÇOU NA
DÉCADA DE 70 DO BLACK POWER,
DE EU ME EMPODERAR ATRAVÉS
DA MINHA COR, ATRAVÉS DOS
MEUS RECONHECIMENTOS DE
GÊNERO, PORQUE O GÊNERO É UM
RECONHECIMENTO, É UMA
CONSTRUÇÃO. E EU ACHO QUE A
MODA ENTRA AÍ NESSE SEGUNDO
MOMENTO, PERMITINDO QUE
ESSES GRUPOS TENHAM VOZ.

CENA 6:

IMAGENS: Personagens principais no


centro do Recife.

IMAGENS: Fala da entrevista com SONORA DA ENTREVISTA


Roberto Carlos sobre moda como ROBERTO CARLOS:
ferramenta de expressão.
A MODA É, EM PRIMEIRA ORDEM,
UMA NECESSIDADE DE EXPRESSÃO
DO HUMANO. DIGAMOS AQUELA
FAMOSÍSSIMA FRASE “PENSO,
CRÉDITOS: ROBERTO CARLOS LOGO EXISTO”, ENTÃO ASSIM,
DESIGN DEPOIS QUE EU PENSO, EU CRIO E
CHEGO EM ALGUM LUGAR COM
ESSE PRODUTO FÍSICO, OU ESSE
PRODUTO IMAGÉTICO, MAS ASSIM,
MATERIALMENTE FALANDO. É UM
PRODUTO IMAGÉTICO, QUE EU
IMAGINO, MAS QUE EU
TRANSFORMO ELE EM ALGO, SEJA
ELE FÍSICO OU DE OUTRA FORMA.
CENA 7:
Fala dos personagens com estilos
diferentes, respondendo as perguntas
sobre como as roupas representam suas
ideias pessoais.

37
IMAGENS: Enderson no centro do SONORA DA ENTREVISTA DE
Recife. ENDERSON:

PRA QUEM ME CONHECE, SABE


QUE EU TENHO UMA TENDÊNCIA À
IMAGEM: Entrevista.
NEUTRALIDADE, A CALMARIA. EU
NÃO SOU UMA PESSOA TÃO PRA
FORA ASSIM, ENTÃO
NATURALMENTE, CORES MUITO
FORTES E CHAMATIVAS NÃO
COMBINAM MUITO COMIGO.
AQUELA PESSOA BEM TOM
PASTEL, ASSIM, UMA PESSOA BEM
CALMA, QUE GOSTA DE ANALISAR
AMBOS OS LADOS ANTES DE
TOMAR CONCLUSÕES, QUE
ACREDITA QUE POSSUEM PONTOS
POSITIVOS E NEGATIVOS EM
AMBOS OS LADOS DAS
DISCUSSÕES POLÍTICAS E SOCIAIS.

SONORA DA ENTREVISTA LUANA:


IMAGEM: Luana no centro do Recife.
EU SOU CRISTÃ, DESDE QUE EU ME
ENTENDO POR GENTE, ENTÃO EU
IMAGEM: Entrevista. SEMPRE USO ROUPAS QUE
BUSCAM REALMENTE PASSAR A
DECÊNCIA, O ESTILO QUE NÃO
SEJA VULGAR, O ESTILO QUE SEJA
MAIS SÓBRIO, MAS AO MESMO
TEMPO SEM PERDER O MEU
ESTILO, NÉ? O QUE EU
REALMENTE GOSTO DE USAR, SEM
SE TORNAR UMA COISA
MONÓTONA.

IMAGENS: Rodrigo no centro do Recife.


SONORA DA ENTREVISTA
RODRIGO:

EU ACREDITO QUE AS MINHAS


ROUPAS NÃO TENHAM MUITO
HAVER COM ASPECTOS SOCIAIS E
POLÍTICOS, A NÃO SER O PONTO
QUE EU EVITO COMPRAR EM FAST
FASHION, SEJA LOJAS DE
DEPARTAMENTO, OU ALGUMA
LOJA ONLINE. EU PREFIRO

38
IMAGEM: Entrevista. COMPRAR EM MARCAS...É...
NACIONAIS, PORQUE EU ACREDITO
QUE FORTALECE O NOSSO
MERCADO E TEM MUITA COISA DA
HORA.

SONORA DA ENTREVISTA MAJU:


IMAGENS: Imagens de Maju no centro
de Recife MUITA GENTE PERCEBE QUE A
MAIORIA DAS ROUPAS QUE EU
USO, NORMALMENTE, É AQUELA
PARADA NÃO ME IMPORTO COM O
QUE VÃO PENSAR, ESSE É O MEU
ESTILO, É ASSIM QUE EU SOU. E EU
ACHO QUE, ÀS VEZES, ISSO ATÉ
IMAGEM: Entrevista. ENCORAJA OUTRAS PESSOAS A
FAZEREM O MESMO.

CENA 8:

SOBE SOM- Música Audio Jungle


IMAGENS: Personagens principais nas
ruas.

CENA 9 :

Roberto Carlos fala sobre a construção da


identidade de cada um.

IMAGENS: Roberto usando os materiais


de criação. SONORA DA ENTREVISTA
ROBERTO CARLOS:
A GENTE TEM QUE TER
IDENTIDADE COMO ALGO
TRANSITÓRIO. A GENTE SABE ISSO
AQUI, ACRESCENTA COM AQUILO
ALÍ, TUDO ISSO SE SOMATIZA E VAI
CONSTRUINDO O SUJEITO DE
FORMA SUBJETIVA, PORQUE CADA
UM TEM O SEU MODO DE
COMPREENDER O QUE ESTÁ

39
ACONTECENDO AO SEU REDOR E
CADA UM TEM O SEU MODO DE
EXPRESSÃO. E AÍ EU ACRESCENTO
DIZENDO QUE, COMO DESIGN, QUE
ESSE É O MEU PAPEL COMO
DESIGN, SABE? É DAR
LEGITIMIDADE ATRAVÉS DA ARTE
DO VESTIR A ESSAS IDENTIDADES.

CENA 10:

IMAGENS: Fala da entrevista com o SONORA DA ENTREVISTA ÁLAMO


Álamo Bandeira sobre as tendências
EU TRABALHO FAZENDO
PESQUISAS DE TENDÊNCIA JÁ
ALGUM TEMPO, E TEM UMA COISA
QUE AS PESSOAS PRECISAM
IMAGENS: Imagens de sites de notícias ENTENDER: AS TENDÊNCIAS ELAS
sobre as próximas tendências. NADA MAIS SÃO DO QUE VOCÊ
PROJETAR O COMPORTAMENTO
FUTURO DO CONSUMIDOR. NÃO
EXISTE UMA CAIXA DE PANDORA
DA QUAL EU TIRO ESSAS
INFORMAÇÕES, A PRIMEIRA COISA
QUE VOCÊ VAI FAZER PARA
COMPREENDER COMO É QUE VAI
SER A TENDÊNCIA PARA 2024, É
OLHAR PARA O PASSADO. A
PRÓPRIA PALAVRA “TENDÊNCIA”
SIGNIFICA “TENDER Á”, VEM DO
VERBO, AS PESSOAS ESTÃO
TENDENDO ´PARA QUAL CAMINHO
? ENTÃO, PARA EU COMPREENDER
UMA TENDÊNCIA, EU TENHO QUE
OBSERVAR DE ONDE ESSAS
PESSOAS VINHERAM. PARA EU
COMPREENDER QUAIS AS
TENDÊNCIAS DO FUTURO, EU OLHO
PARA O PASSADO.

CENA 11:

40
IMAGENS: Imagens externas da loja SOBE SOM- Música Audio Jungle
Período Fértil, em Olinda.

CENA 12:

SONORA DA ENTREVISTA
IMAGENS: Imagens da produção de MÁRCIA CAVALCANTI:
roupas da loja, imagens das peças e do
espaço interno da loja. EU ACHO QUE A ROUPA É UMA
FORMA DE EXPRESSÃO. É COMO
VOCÊ QUER SER VISTO PELO
MUNDO, É COMO VOCÊ QUER SER
VISTO PELO GRUPO OU PELO
LUGAR QUE VOCÊ FREQUENTA. A
ROUPA É COMPORTAMENTO NÉ,
IMAGENS: Imagens de Marcia VOCÊ COLOCA UMA ROUPA PARA
trabalhando, mostrando as peças de roupa SER VISTO DE ALGUMA FORMA,
e os croquis de criação. VOCÊ COLOCA UMA ROUPA
FORMAL PARA SER VISTO COMO
UMA PESSOA FORMAL. E É
TAMBÉM UMA PELE, NÉ? É UMA
FORMA COMO VOCÊ QUER SER
VISTO PELO MUNDO, MAS ASSIM,
TAMBÉM É A FORMA DE COMO
VOCÊ SE SENTE BEM, NÃO É SÓ
PARA SER VISTO, É PARA SE VER
CRÉDITOS: MARCIA CAVALCANTI TAMBÉM E SE IDENTIFICAR, NÉ?
ESTILISTA

CENA 13:

SOBE SOM-Música Audio Jungle


IMAGENS: Imagens de Rafael chegando
no MAPE

IMAGEM: Entrevista com Rafael. Fala SONORA DA ENTREVISTA


de Rafael sobre a satisfação em ver o

41
cliente realizado com a peça criada por É INCRÍVEL COMO A GENTE SENTE
ele. QUANDO AS PESSOAS ESTÃO
FELIZES DENTRO DE UMA ROUPA.
A GENTE SABE COMO PESSOA, E
QUANTO A MODA CASUAL QUE A
IMAGENS: Rafael mostrando as roupas
GENTE VESTE, O PODER DE UMA
da marca.
ROUPA NOVA. O PODER DE
QUANDO A GENTE COMPRA UMA
ROUPA NOVA E VESTE ELA. PRA
GENTE O SENTIMENTO DE QUANDO
O CLIENTE VESTE AQUELA ROUPA
IMAGEM: Caminhando no corredor É REALMENTE A REVERBERAÇÃO
imagens das roupas, das pessoas DO ACREDITAR. ATÉ PORQUE PRA
escolhendo as roupas e das peças que GENTE QUE DESENVOLVE MODA,
estão a mostra. AQUI NO BRASIL E PERNAMBUCO
E, PRINCIPALMENTE, TENDO EM
VISTA NO INTERIOR, É UM TANTO
NADAR CONTRA A MARÉ. PRA MIM
ENTÃO, QUE MORO EM
CRÉDITOS: RAFAEL FREITAS É TRACUNHANHÉM, QUE O
ESTILISTA SEGMENTO ARTÍSTICO DE LÁ É O
ARTESANATO DE BARRO,
APRESENTAR UM TRABALHO DE
MODA DENTRO DE UMA CIDADE
QUE RESPIRA ARTE DE BARRO, É
TOTALMENTE NADANDO CONTRA.
MAS, AO MESMO TEMPO É
INTERESSANTE PORQUE A GENTE
SE TORNA, REFERÊNCIA, A GENTE
SE TORNA ÚNICO DENTRO DA
CIDADE, DENTRO DA REGIÃO
ENTÃO.

CENA 14:

IMAGENS: Fala do Roberto Carlos sobre


como a moda trabalha para atender as SONORA DA ENTREVISTA
necessidades de expressão de cada ROBERTO:
indivíduo.
É POR ISSO QUE EU DIGO QUE
MODA É OBSERVAÇÃO, É
PERCEPÇÃO. ENTÃO QUANTO
IMAGENS: Imagens das peças expostas DESIGN, VOCÊ, ALÉM DAS

42
no MAPE. TÉCNICAS, VOCÊ TEM QUE TER
ESSA PERCEPÇÃO E SENSIBILIDADE
DO QUE ESTÁ ACONTECENDO EM
SUA VOLTA, VOCÊ COMPREENDE E
AÍ CRIA, CRIA DE ACORDO A ESSA
NECESSIDADE DE EXPRESSÃO DO
OUTRO. A PARTIR DESSA
IDENTIFICAÇÃO, SE O OUTRO SE
IDENTIFICA COM ESSA CRIAÇÃO,
OU COM ESTA ROUPA, OU COM
ESSE CALÇADO, É PORQUE FALA
SOBRE ELE.
CENA 15:

Fala dos personagens secundários sobre os


critérios que eles levam em conta na hora
de se vestir.

IMAGEM: Enderson caminhando. SOBE SOM-Música Audio Jungle

IMAGENS ENDERSON: Sonora


SONORA DA ENTREVISTA
ENDERSON:

NORMALMENTE, EU COMPRO JÁ O
QUE EU GOSTO, O QUE EU SEI QUE
FUNCIONA PELA INTERNET.
QUANDO EU VOU FAZER UMA
COMPRA PELA INTERNET, EU JÁ
COMPRO O QUE EU SEI QUE
FUNCIONA, PRA NÃO TER
PROBLEMA DE TROCAR. MAS
QUANDO EU VOU ÀS LOJAS
FÍSICAS, EU TENHO A
OPORTUNIDADE DE TROCAR E
EXPERIMENTAR, AÍ EU ARRISCO
SIM, UMA PEÇA ALÍ TREND, QUE TÁ
SEMPRE NAS VITRINES, AÍ EU
EXPERIMENTO. MAS
NORMALMENTE, O CLÁSSICO.

43
IMAGENS: Sonora de Luana SONORA DA ENTREVISTA LUANA:

NEM SEMPRE TUDO QUE TÁ NA


MODA EU GOSTO NÃO. MAS ÀS
VEZES DE TANTO EU VER AQUILO
PASSANDO NA MINHA
FRENTE,SEJA NO INSTAGRAM OU
NAS PESSOAS USANDO, AS VEZES
ISSO ACABA ME INFLUENCIANDO.
MAS, GERALMENTE, É O MESMO
ESTILO DE ROUPA QUE EU USO.

IMAGENS: Sonora de Rodrigo SONORA DA ENTREVISTA


RODRIGO:
EU NÃO BUSCO POR ALGO QUE
ESTÁ EM ALTA, MUITAS VEZES, EU
PEGO RANÇO DAQUILO QUE ESTÁ
EM ALTA. ENTÃO, EU BUSCO
PEGAR ALGUMA COISA NEUTRA
EM TODOS OS LOOKS E A PARTIR
DELE TRABALHAR EM ALGUMA
COISA MAIS COMPLEXA.

IMAGEM: Imagem da sonora de Maju.


SONORA DA ENTREVISTA MAJU :
DIFICILMENTE EU COMPRO PELA
TENDÊNCIA, GERALMENTE, EU
COMPRO MAIS O QUE TÁ...O QUE
VAI DE ACORDO COM O QUE EU
GOSTO. SE EU VEJO BONITO EU
VOU E COMPRO. NÃO PRECISA TÁ
NA MODA. E EU ACHO QUE É ISSO.

IMAGENS: Imagens de arquivo pessoal SOBE SOM-Música Audio Jungle


de Maju.

CRÉDITOS: ARQUIVO PESSOAL


MAJU WEYNE

44
CENA 16:

IMAGENS: Fala da entrevista com o SONORA DA ENTREVISTA


especialista de história da moda (Álamo ÁLAMO:
Bandeira) sobre a questão da moda
EU ACHO QUE EU CONSIGO, HOJE,
enquadrar o indivíduo em um determinado
grupo. TER UMA MODA MENOS
VINCULADA A MINHA
CAPACIDADE DE CONSUMO, AO
MEU PODER AQUISITIVO, E MAIS
IMAGENS: Imagens de revistas de PRÓXIMA DAQUILO QUE EU QUERO
moda. SER, DAS MINHAS IDEIAS, DE
QUAIS GRUPOS EU ME IDENTIFICO

CENA 17:

Álamo fala sobre moda como ferramenta SONORA DA ENTREVISTA


ÁLAMO:
política na história.
SE EU OBSERVAR A HISTÓRIA DA
MODA COMO UM TODO, EU POSSO
IMAGENS: Fotos de arquivos de DIZER A MODA VEM SENDO USADA
protestos e manifestações políticas COMO FERRAMENTA POLÍTICA
DESDE QUE ELA SURGIU.

CENA 18:

OFF DA ENTREVISTA FABIANA:


IMAGEM: Fotos de arquivo de Fabiana.
MINHAS IDEIAS POLÍTICAS
ATRAVÉS DAS ROUPAS, SÃO
ROUPAS MAIS ASSIM… DE
CONSERVADORISMO, ROUPAS
IMAGEM: Entrevista. TRADICIONAIS, ROUPAS
ATEMPORAIS. EU SOU DA DIREITA,

45
A DIREITA É O QUE ? É O
CONSERVADORISMO, É O
TRADICIONALISMO, É AQUELA
ROUPA QUE FOI CRIADA DE
PEQUENININHA, COM A CASINHA
DE ABELHA QUE A VOVÓ
COSTUROU, NÃO É ? QUE TEM
AQUELA TRADIÇÃO FAMILIAR.
QUE A DIREITA É O QUE ? É
FAMÍLIA, OS COSTUMES DE
FAMÍLIA QUE VAI PASSANDO DE
PAI PARA FILHO PARA OS NETOS E
BISNETOS.

IMAGEM: Imagens dela com a bandeira. SONORA DA ENTREVISTA


FABIANA:
A IMPORTÂNCIA DE EU ESTAR COM
IMAGEM: Câmera dá a volta ao redor de A MINHA BANDEIRA, DE EU ANDAR
Fabiana com a bandeira. COM A MINHA BANDEIRA NO
CARRO, DE EU TER MINHA
BANDEIRA HASTEADA NA GRANJA,
DE EU TER MINHA BANDEIRA EM
UMA VARANDA DE UM
APARTAMENTO, É MOSTRAR O
MEU ORGULHO PELA MINHA
PÁTRIA. É VALORIZAR, É
CONSERVAR, É A NOSSA FRASE DA
BANDEIRA “ORDEM E PROGRESSO”,
COM DISCIPLINA, COM RESPEITO,
COM AS PASSEATAS PACÍFICAS,
SEM ANARQUISMO.

IMAGEM: Fotos de arquivo de Fabiana. SONORA DA ENTREVISTA DE


FABIANA:
OS MOMENTOS QUE EU USO VERDE
E AMARELO, SÃO OS MOMENTOS
DE PATRIOTISMO, ASSIM
FANÁTICO, NÃO PERCO UM,
PRINCIPALMENTE, COPA, COPA DO
MUNDO, PASSEATAS PASSIFICAS,
PASSEATAS DE AMOR A VIDA, E DE
DEFESA CONTRA O ABORTO.

46
CENA 19:

Fala de Álamo sobre a moda ser usada por SONORA DA ENTREVISTA DE


ambos lados políticos: ÁLAMO:
A MODA É UTILIZADA
AMPLAMENTE POR AMBOS
ESPECTROS POLÍTICOS PARA
TRADUZIR OS SEUS PENSAMENTOS.
IMAGEM: Sonora de Álamo.
SE POR UM LADO, NÓS PODEMOS
DIZER QUE, OS GRUPOS DE DIREITA
TOMAM UM FORMATO
TRADICIONAL DA MODA,
INCLUSIVE, EU PODERIA CITAR
QUE OS GRANDES CONSUMIDORES
DE ALTA COSTURA SÃO
VINCULADOS AO UMA ELITE. NÃO
ESTOU ME REFERINDO APENAS A
UMA BURGUESIA, PELO
CONTRÁRIO, ESTOU ME
REFERINDO A UMA ELITE QUE É
BEM MAIS ANTIGA DO QUE OS
MOVIMENTOS BURGUESES. ESSE
GRUPO TENDE A UTILIZAR A MODA
REAFIRMANDO CÓDIGO
TRADICIONAIS, INCLUSIVE
TRADUZINDO SOBRE O SEU CORPO
A UTILIZAÇÃO DE UMA MATÉRIA
PRIMA MAIS EXCLUSIVA, MAIS
NOBRE.

POR OUTRO LADO, NÓS VEMOS


QUE EXISTE UM OUTRO ESPECTRO
POLÍTICO, QUE SÃO OS CAMPOS DA
ESQUERDA, DOS QUAIS AS
PESSOAS VÊM CONSTRUINDO
NOVOS CÓDIGOS DE MODA
ATRAVÉS DE MARCAS
PERIFÉRICAS, MARCAS QUE ESTÃO
PREOCUPADAS COM QUESTÕES
SÓCIO AMBIENTAIS, MARCAS QUE
ESTÃO PREOCUPADAS EM
TRADUZIR CONCEITOS DE
FEMINISMO, CONCEITOS DE
REAFIRMAÇÃO POLÍTICA DOS
GRUPOS LGBTS E DOS GRUPOS DE

47
PESSOAS NÃO BRANCAS, ENTRE
ELES PESSOAS LATINO
AMERICANAS E PESSOAS NEGRAS.

CENA 20:

IMAGENS: Rayanne andando na rua, SOBE SOM-Música Audio Jungle

IMAGEM: Na frente da parede com os


cartazes, trocando as camisas dos OFF DA ENTREVISTA RAYANNE:
movimentos políticos. DA PARTE POLÍTICA E SOCIAL AS
ROUPAS ELAS ACABAM
TRANSPASSANDO, PORQUE
VESTIR-SE É UM ATO POLÍTICO,
USAR UMA ROUPA É UM ATO
IMAGEM: Imagem da sonora. POLÍTICO, TER UMA ROUPA É UM
ATO POLÍTICO. NO MUNDO ONDE
MUITOS NÃO TEM, SÓ ESTAR
USANDO AQUELA ROUPA JÁ É UM
ATO POLÍTICO.

SONORA DA ENTREVISTA
IMAGENS: Fotos de arquivos de Raynne RAYANNE:
nas manifestações e usando as camisas
dos movimentos. EU SOU UMA PESSOA FEMINISTA,
MILITANTE DAS CAUSAS SOCIAIS,
MILITO TAMBÉM PELA DEFESA DO
SUS. EU ACHO QUE É O MAIS
IMPORTANTE DE TODAS AS IDEIAS
QUE EU GOSTO DE TRAZER. POR
FIM, TAMBÉM MILITO PELA CAUSA
LGBT. VESTIR ROUPAS POLÍTICAS
PRA MIM, TEM UMA IMPORTÂNCIA
MUITO GRANDE, NÃO SÓ DE
CAPTAÇÃO, PRA MOSTAR PARA AS
OUTRAS PESSOAS QUE A GENTE
EXISTE, QUE A GENTE TÁ ALI COM
AQUELE PENSAMENTO, MAS
TAMBÉM, PARA MOSTRAR QUE
EXISTE UM NÚMERO DE PESSOAS
QUE ESTÁ VIVENCIANDO UM
PROCESSO POLÍTICO E SOCIAL E

48
QUE ACREDITA NAQUELA IDEIA.
FAZ PARTE DISSO, MAS TAMBÉM,
FAZ PARTE DO NÃO SÓ USAR UMA
BLUSA QUE TEM ESCRITO UMA
FRASE POLÍTICA, MAS TAMBÉM,
USAR AQUELA ROUPA DE FORMAS
EM QUE EU JÁ VOU ESTAR
QUEBRANDO PADRÕES.

SONORA DA ENTREVISTA DE
RAYANNE :

NO GERAL, EU VISTO AS ROUPAS


COM FRASES ESPECÍFICAS, PARA
IMAGENS: Rayanne MOMENTOS ESPECÍFICOS. VOU
NESSES LOCAIS COM AS ROUPAS
PARA CRIAR IMPASSES POLÍTICOS.
ACREDITO QUE AS ROUPAS QUE EU
USO SÃO ROUPAS QUE SÃO UM
ESPELHO DE MIM, ELAS MOSTRAM
EXATAMENTE QUEM EU SOU, ELAS
SÃO A MINHA PERSONALIDADE
DESENHADA NO TECIDO.

SOBE SOM-Música Audio Jungle

CENA 21:

SONORA DA ENTREVISTA
IMAGENS: Fala do Roberto Carlos sobre
ROBERTO:
as questões da liberdade de expressão e de
se vestir na socidade. TUDO É UM SUSTO, TUDO É MUNDO
SURPRESO, TUDO É MUITO
SURPREENDENTE, TUDO É MUITO
NOVO E TUDO QUE É MUITO TUDO,
ASSUSTA. É PRECISO UM POUCO DE
CONHECIMENTO PARA SE TER
ACESSO, E É PRECISO TAMBÉM UM
POUCO MAIS DE PACIÊNCIA PRA
COMPREENSÃO DE UM TODO, NÃO
É? TALVEZ A MINHA MANEIR
EXISTENCIAL NÃO SEJA
COMPREENDIDA POR MUITA
GENTE, MAS É A MANEIRA QUE EU

49
SOU, QUE EU ME PERCEBO, QUE
EXISTO. AGORA, O OUTRO DAR
CONTA DA MINHA MANEIRA
EXISTENCIAL, DA MINHA MANEIRA
DE EXPRESSÃO, DA MINHA
MANEIRA DE VESTIR, ELE VAI TER
QUE RESPEITAR. ACEITAR? EU
ACHO QUE NINGUÉM QUER
ACEITAÇÃO, A GENTE QUER
RESPEITO.

CENA 22:

SOBE SOM-Música Audio Jungle


IMAGEM: Imagens de Luana e Maju na
praça do Marco Zero.

SONORA DA ENTREVISTA
ÁLAMO:

IMAGEM: Álamo Bandeira fala A MODA É UMA ESPÉCIE DE


conclusões sobre moda. RETRATO SOCIAL, ELA NÃO É
DESVINCULADA DA SOCIEDADE.
DIANTE DISSO, SE EU PUDER USAR
O MEU CORPO PARA TRADUZIR
MEUS PENSAMENTOS INDIVIDUAIS,
EU POSSO TOMAR A MODA COMO
UMA FERRAMENTA. A MODA ELA
NÃO DEVE SER UTILIZADA DE UMA
MANEIRA ARTIFICIAL, PELO
CONTRÁRIO, QUANTO MAIS
CONSCIENTE FOR O MEU
CONSUMO E AS MINHAS ESCOLHAS
DE MODA, MELHOR EU TRADUZO
AS MINHAS IDENTIDADES
INDIVIDUAIS. O QUE EU QUERO
DIZER COM ISSO ? AS MARCAS QUE
EU USO, AS SILHUETAS QUE EU
USO, ESCOLHER QUAIS PAUTAS EU
ESTOU INTERESSADO EM
DEFENDER. E A PARTIR DAS
MINHAS ESCOLHAS INDIVIDUAIS

50
EU POSSO CONSTRUIR A MINHA
IMAGEM DE MODA, E ESSA MINHA
IMAGEM DE MODA EU EXPONHO
PARA OUTRAS PESSOAS.

SONORA DA ENTREVISTA
ROBERTO:
IMAGEM: Roberto fala sobre a
importância da moda. VESTIR É PRIMORDIAL, É COISA DE
PRIMEIRA ORDEM. EU NÃO
ACORDO E SAIO ANDANDO AÍ, A
PRIMEIRA COISA QUANDO VOCÊ SE
ACORDA É “PRECISO ME VESTIR”.
TÁ NA HORA DA GENTE SE UNIR,
SABE? TÁ NA HORA DA GENTE
SAIR DESSA CAIXA DE QUE MODA
É APENAS SHOPPING, DESFILE, É
PARIS, É INGLATERRA… NÃO,
CALMA, ISSO É MODA TAMBÉM.
VAMOS PESQUISAR DE COMO SE
DAR ESSE FENÔMENOS, DE COMO
HÁ ESSA IDENTIFICAÇÃO, DE
COMO SE DAR ESSE MÉTODO
CRIATIVO. A MODA AINDA É VISTA
COMO ALGO MUITO FRÍVOLO,
SABE? E NÃO! É UM CAMPO DE
CIÊNCIA. ENTÃO, EU ACHO QUE A
MODA EM SI TEM MUITO A SE
CONTRIBUIR E TEM MUITO A
CONTRIBUIR COM A EXISTÊNCIA
SOCIAL E HUMANA DO OUTRO.

IMAGEM: Imagens dos personagens SOBE SOM-Música Audio Jungle


principais, Luana, Enderson, Rodrigo e
Maju.

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CRÉDITOS FINAIS:

PROJETO ESPERIMENTAL EM
JORNALISMO

Produção, Roteiro e Direção: Danielle


Maria de Oliveira Vidal Lopes
Orientação: Filipe Falcão
Imagens: Gustavo Cunha e Aldenes
Souza
Trilha sonora: Audio Jungle
Edição de Imagens: Kety Marinho
Apoio técnico: Marcus Muniz

Agradecimentos:

Filipe Falcão; Equipe do laboratório de

TV ; Professores da Unicap; Marco

Pernambucano de Moda; MAPE; Álamo

Bandeira; Roberto Carlos Régis; Rafael

Freitas; Rayanne Abreu; Fabiana

Vasconcelos; Luana Pinheiro; Enderson

Andrade; Rodrigo Meira; Maju Weyne;

Marcia Cavalcanti (Período Fértil);

Familiares e Amigos.

RECIFE 2022.1

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