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CÓD: OP-040ST-22

7908403527052

SME-SP
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA PREFEITURA
DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Comum a todas as Especialidades de Professor de


Ensino Fundamental II e Médio:
Arte, Biologia, Ciências, Educação Física, Espanhol, Física, Geografia, História, Inglês,
Matemática, Português, Química, Sociologia, Filosofia e Libras

EDITAL Nº 02/2022
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Concepção de linguagem verbal em seu processo de interlocução e sua relação com todas as áreas de conhecimento, 7
quanto ao domínio das capacidades de leitura e de escrita para os diferentes gêneros e práticas sociais ..........................
2. uso da variedade culta da língua escrita para a produção de texto .................................................................................... 15
3. leitura e compreensão de texto. ........................................................................................................................................ 17

Informática
1. Utilização de diferentes linguagens midiáticas para desenvolvimento das práticas educativas ................................................ 27
2. Apropriação tecnológica ..................................................................................................................................................... 27
3. Compreensão dos usos das tecnologias e da cultura digital no cotidiano escolar ................................................................... 27
4. Promoção de práticas pedagógicas, reflexivas, colaborativas e dialógicas utilizando recursos tecnológicos ............................... 28
5. Papel e uso das Tecnologias da Informação e Comunicação .................................................................................................. 28
6. Letramento digital ............................................................................................................................................................... 28
7. Uso da tecnologia para ensinar, aprender e pesquisar .......................................................................................................... 30

Conhecimentos Específicos - Geral


1. São Paulo (SP) Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Povos Migrantes: orientações didáticas. SME/
COPED, 2021 .................................................................................................................................................................... 31
2. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica Currículo da cidade: povos indígenas: orientações pedagógi-
cas. – São Paulo: SME / COPED, 2019 ................................................................................................................................ 32
3. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Orientações para atendimento de estudantes: transtorno do
espectro do autismo. São Paulo: SME / COPED, 2021. ........................................................................................................ 33
4. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo da Cidade - Educação Especial: Língua Brasileira
de Sinais. São Paulo: SME / COPED, 2019. .......................................................................................................................... 35
5. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo da Cidade - Educação especial: Língua Portuguesa
para surdos. – São Paulo: SME / COPED, 2019. ................................................................................................................... 36
6. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Orientações para atendimento de estudantes: altas habili-
dades / superdotação. São Paulo: SME/COPED, 2021. ........................................................................................................ 36
7. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo da cidade: Ensino Médio: orientações didáticas e
outros aportes de apoio ao trabalho pedagógico no Ensino Médio. – São Paulo: SME / COPED, 2021. ................................... 37
8. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo da cidade: Ensino Médio: subsídios de apoio e
orientação à implantação do currículo da cidade no Ensino Médio. – São Paulo: SME / COPED, 2021 São Paulo (SP). ........... 38
9. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Retratos da EJA em São Paulo: história e relatos de práticas.
– São Paulo: SME / COPED, 2020. São Paulo (SP). ............................................................................................................... 39
10. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Conhecer para proteger: enfrentando a violência contra be-
bês, crianças e adolescentes. São Paulo: SME/ COPED, 2020. ............................................................................................. 39
11. São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Ansiedade e medo em tempos de pandemia:
a arte favorecendo ressignificações. São Paulo: SME/ COPED, 2021. (Coleção Diálogos com o NAAPA, v.1)............................. 40
12. São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Vulnerabilidade e educação. São Paulo: SME/
COPED, 2021. (Coleção Diálogos com o NAAPA, v. 3) .......................................................................................................... 41
13. São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Educação Integral: política São Paulo edu-
cadora. – São Paulo: SME/ COPED, 2020. ........................................................................................................................... 44
14. São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Avaliação no contexto escolar: vicissitudes e
desafios para (res)significação de concepções e práticas. – São Paulo: SME / COPED, 2020. ................................................ 45
ÍNDICE

Referência bibliográfica - Geral


1. ALMEIDA, Silvio Racismo Estrutural. São Paulo: Pólen, 2017.............................................................................................. 47
2. ARROYO, Miguel. Currículo, território em disputa. Petrópolis: vozes, 2011........................................................................ 48
3. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2004................ 54
4. GONÇALVES, Antonio Sérgio - Reflexões sobre educação integral e escola de tempo integral. Reflexões sobre educação
integral e escola de tempo integral. 2006. IN: Cadernos CENPEC / Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura
e Ação Comunitária. Educação Integral. nº 2 (2006). São Paulo: CENPEC, 2006................................................................. 54
5. Guacira Lopes Louro. Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós-estruturalista. 16ª edição. Petrópolis: Voz-
es,2014.............................................................................................................................................................................. 56
6. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez, 2008............. 58
7. MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Caminhos pedagógicos da educação inclusiva. In: GAIO, R.; MENEGHETTI, R.G.K. (org).
Caminhos pedagógicos da Educação Especial. Petropólis: Editora Vozes, 2004.................................................................. 61
8. MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como Fazer? 2 ed. São Paulo: Moderna, 2006.......... 63
9. MOLL, Jaqueline. Caminhos da Educação Integral no Brasil: direito a outros tempos e espaços educativos. Porto Alegre:
Penso, 2012....................................................................................................................................................................... 76
10. SILVA, Edson. Ensino e sociodiversidades indígenas: possibilidades, desafios e impasses a partir da lei 11.645/2008. Caicó,
v.15, n.35, p.21-37. Mneme – Revista de Humanidades, jul/dez. 2014. Dossiê Histórias Indígenas.................................... 78
11. VILLAS BOAS, Benigna M. F. As Dimensões do Projeto Político-Pedagógico: novos desafios para a escola. Ilma Pas-
sos Alencastro Veiga, Marília Fonseca (orgs.). Campinas: Papirus, 2001 - (Coleção Magistério: Formação e Trabalho
Pedagógico) .................................................................................................................................................................... 80
12. MARIN, Alda Junqueira; PIMENTA, Selma Garrido - Didática: teoria e pesquisa. Junqueira & Marin Editores. Ceará. UECE.
2018................................................................................................................................................................................. 85
13. GIOVANNI, Luciana Marina (org.) - Identidades profissionais de professores: construções em curso. organizadora Luciana
Maria Giovanni. - 1. ed. - Araraquara [SP]: Junqueira &Marin, 2019.................................................................................. 88

Referência bibliográfica - Informática Básica


1. Revista Magistério n. 10: educomunicação ........................................................................................................................... 89
2. São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Uso de tecnologias em contexto de pandemia:
o que aprendemos e como prosseguir aprendendo? – São Paulo : SME / COPED, 2021. ......................................................... 89
3. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo da cidade: Ensino Fundamental : componente cur-
ricular:Tecnologias para Aprendizagem. – 2.ed. – São Paulo: SME / COPED, 2019. ................................................................ 89
4. Instrução Normativa SME nº 52, de 10/12/2021 - Dispõe sobre a organização dos Laboratórios de Educação Digital - LED,
e dá outras providências...................................................................................................................................................... 89

Legislações Federais
1. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - artigos 5,37,38,39,40,205,206,207,208,209,210,211,212,213, 214
ao 229......................................................................................................................................................................................... 95
2. Lei Federal n.º 8.069, de 13/07/1990 – Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Ar-
tigos 53 a 59 e 136 a 137 .......................................................................................................................................................... 111
3. Lei Federal n.º 9.394, de 20/12/1996 – Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional .............................................. 116
4. Lei Federal n.º 10.639, de 09/01/2003 – Altera a Lei n.º 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá
outras providências. .................................................................................................................................................................. 131
5. Lei Federal n.º 10.793, de 01/12/2003 – Altera a redação do art. 26, § 3º, e do art. 92 da Lei n.º 9.394/96, que estabelece
as Diretrizes e Bases da Educação Nacional .............................................................................................................................. 131
ÍNDICE

6. Lei Federal n.º 11.645, de 10/03/2008 – Altera a Lei n.º 9.394/96, modificada pela Lei n.º 10.639/03, que estabelece as
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática
“História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” .......................................................................................................................... 131
7. Lei Federal 11.114/05, de 16/05/2005 – Altera os arts. 6º , 30, 32 e 87 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com o
objetivo de tornar obrigatório o início do ensino fundamental aos seis anos de idade ............................................................ 132
8. Lei Federal n.º 12.796, de 04/04/2013 – Altera a Lei n.º 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências ......................................................... 132
9. Lei Federal n.º 13.415, de 16/02/2017 - Altera as Leis n º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e o Decreto-Lei nº 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei nº 11.161, de 5
de agosto de 2005; e institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral............. 133
10. Lei Federal nº 13.005, de 05/06/2014- Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências ....................... 136
11. Lei Federal nº 13.146, de 06/07/2015 – Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa
com Deficiência). - Cap IV .......................................................................................................................................................... 151
12. Lei Federal 14.191/2021, de 03/08/2021 - Inclui o capítulo V-A, na Lei 9394/96, que trata da Educação Bilíngue para Surdos.. 152
13. Resolução CNE/CEB nº 1, de 28/05/2021 - Institui Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos nos aspec-
tos relativos ao seu alinhamento à Política Nacional de Alfabetização (PNA) e à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e
Educação de Jovens e Adultos à Distância ................................................................................................................................ 153
14. Resolução CNE/CEB nº 4, de 13/07/2010 - Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica................ 156
15. Resolução CNE/CEB nº 1, de 5/07/2000 - Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adul-
tos .............................................................................................................................................................................................. 162
16. Resolução Nº 3/2018 - Atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio ...................................................... 165
17. Parecer CNE/CP nº 15/2018 - Instituição da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio (BNCC-EM) e orientação aos
sistemas de ensino e às instituições e redes escolares para sua implementação, em regime de colaboração entre os sistemas
de ensino, nos termos do Art. 211 da Constituição Federal e Art. 8 º da Lei nº 9.394/1996 (LDB) .......................................... 173
18. Parecer CNE/CEB nº 2/2007 - Parecer quanto à abrangência das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana ......................................................... 182
19. Portaria Nº 1.432, de 28/12/2018 Estabelece os referenciais para elaboração dos itinerários formativos conforme preveem
as Diretrizes Nacionais do Ensino Médio ................................................................................................................................... 184
20. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008 ........................................................................................................................ 194
21. CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE EDUCAÇÃO - CONSED; UNIÃO NACIONAL DOS DIRIGENTES MUNICIPAIS DE EDU-
CAÇÃO - UNDIME; MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Frente de Trabalho da Base Nacional Docente. Referenciais Profissionais Do-
centes para Formação Continuada. Brasília: Consed/ Undime/ MEC, 2019 ............................................................................... 199
22. CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE EDUCAÇÃO - CONSED; UNIÃO NACIONAL DOS DIRIGENTES MUNICIPAIS DE EDU-
CAÇÃO - UNDIME. Anexo Proposta de Matriz de Desenvolvimento Profissional Docente, BNC-Formação Continuada na Práti-
ca: Implementando processos formativos orientados por referenciais profissionais. Brasília: Consed/ Undime, 2021.............. 199

Legislações Municipais
1. Lei Municipal nº 16.271 de 17 de setembro de 2015- Aprova o Plano Municipal de Educação de São Paulo.......................... 139
2. Decreto nº 28.302, de 21/11/1989 - Institui o Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos da Cidade de São Paulo...... 147
3. Decreto nº 54.452, de 10/10/2013 - Institui, na Secretaria Municipal de Educação, o Programa de Reorganização Curricular
e Administrativa, Ampliação e Fortalecimento da Rede Municipal de Ensino de São Paulo- Mais Educação São Paulo........... 148
4. Decreto nº 57.379, de 13/10/2016 - Institui, no âmbito da Secretaria Municipal de Educação, a Política Paulistana de Edu-
cação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva................................................................................................................ 149
5. Resolução CME nº 03/2021 - Dispõe sobre procedimentos de flexibilização curricular nas Unidade escolares da Rede Munic-
ipal de Ensino..................................................................................................................................................................... 153
6. Resolução CME nº 04/2021 - alterações do Regimento Educacional das Unidades: EMEF, EMEFM, CIEJA e EMEBS da Rede.... 154
ÍNDICE

7. Recomendação CME nº 04/2021 - Diretrizes Gerais para organização flexível da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Rede
Municipal de Ensino de São Paulo....................................................................................................................................... 156
8. Recomendação CME nº 07/2021 - Busca Ativa Escolar......................................................................................................... 163
9. Recomendação CME 01/2022 – Aprendizagem Híbrida: o Ensino, a Educação, os desafios e as possibilidades....................... 167
10. Recomendação CME nº 02/2022 – Diretrizes Gerais para a Educação Especial na Perspectiva Inclusiva com abordagem es-
pecífica na Rede Municipal de São Paulo............................................................................................................................. 173
11. Recomendação CME nº 03/2021 - Medidas de Flexibilização para a garantia do direito à aprendizagem................................. 183
12. Resolução CME Nº 02/2021 - Diretrizes para implementação do Novo Ensino Médio........................................................... 188
13. Parecer CME Nº 06/2021 - Matrizes Curriculares do Ensino Médio....................................................................................... 190
14. Portaria nº 5930/2013, de 14/10/2013 - Programa de Reorganização Curricular e Administrativa, Ampliação e Fortalecimento
da Rede Municipal de Ensino de São Paulo- Mais Educação São Paulo.................................................................................. 192
15. Portaria nº 8.764/ 2016, de 23/12/2016 - Regulamenta o Decreto nº 57.379/2016 - Institui no Sistema Municipal de Ensino
a Política Paulistana de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva................................................................. 197
16. Portaria nº 8.824, de 30/12/2016 - Institui, no âmbito da secretaria municipal de educação o “PROJETO REDE”, integrando
os serviços de apoio para educandos e educandas, público-alvo da educação especial, nos termos do decreto nº 57.379, de
13/10/16, e dá outras providências.................................................................................................................................... 215
17. Instrução Normativa SME nº 18, de 18/04/2022 - Dispõe sobre a alteração do regimento educacional das unidades: EMEF,
EMEFM, CIEJA E EMEBS da rede municipal de ensino.......................................................................................................... 217
18. Instrução Normativa SME nº 12, de 24/02/2022 - Institui no âmbito da Secretaria Municipal de Educação o projeto Formação
da Cidade, destinado aos docentes e coordenadores pedagógicos das unidades educacionais diretas, indiretas e parceiras
da Rede Municipal de Ensino e dá outras providências........................................................................................................ 218
19. Instrução Normativa SME nº 50, de 09/12/2021 - Institui os projetos de fortalecimento das aprendizagens e reorganiza o
projeto de apoio pedagógico – PAP..................................................................................................................................... 221
20. Instrução Normativa SME nº 51, de 10/12/2021 - Organização das salas de leitura, espaços de leitura e núcleos de leitura..... 228
21. Instrução Normativa SME nº 52, de 10/12/2021 - Organização dos laboratórios de educação digital...................................... 233
22. Instrução Normativa SME nº 54, de 11/12/2020 - Organização curricular do ensino médio para a rede municipal de ensino
em 2021............................................................................................................................................................................. 237
23. Instrução Normativa SME nº 20, de 26/06/2020 - Estabelece procedimentos para comunicar ao conselho tutelar, vara da
infância e juventude os casos de suspeita ou confirmação de violência aos bebês, crianças e adolescentes matriculados na
rede municipal de ensino.................................................................................................................................................... 242
24. Instrução Normativa SME Nº 26, DE 10/08/2022 - Reorienta o Programa “SÃO PAULO INTEGRAL – SPI” nas escolas Municipais
de Educação Infantil- EMEIs, CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL – CEMEIs, Escolas Municipais de Ensino Funda-
mental - EMEFs, Escolas Municipais de Ensino Fundamental e Médio - EMEFMs e nos Centros Unificados - CEUs da Rede Mu-
nicipal de Ensino e dá outras providências........................................................................................................................... 244
25. Comunicado SME Nº 1.255/2021 - Comunica a relação de Unidades de Percurso da Rede Municipal de Ensino para o ano de
2022.................................................................................................................................................................................. 253
LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos textuais
CONCEPÇÃO DE LINGUAGEM VERBAL EM SEU A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
PROCESSO DE INTERLOCUÇÃO E SUA RELAÇÃO COM dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
TODAS AS ÁREAS DE CONHECIMENTO, QUANTO apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
AO DOMÍNIO DAS CAPACIDADES DE LEITURA E DE
específico para se fazer a enunciação.
ESCRITA PARA OS DIFERENTES GÊNEROS E PRÁTICAS
Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
SOCIAIS
cas:

Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje-


tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é Apresenta um enredo, com ações e
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o relações entre personagens, que ocorre
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido em determinados espaço e tempo. É
TEXTO NARRATIVO
completo. contado por um narrador, e se estrutura
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e da seguinte maneira: apresentação >
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- desenvolvimento > clímax > desfecho
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua Tem o objetivo de defender determinado
interpretação. TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- desenvolvimento > conclusão.
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- Procura expor ideias, sem a necessidade
tório do leitor. de defender algum ponto de vista. Para
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, isso, usa-se comparações, informações,
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- TEXTO EXPOSITIVO
definições, conceitualizações etc. A
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido estrutura segue a do texto dissertativo-
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar argumentativo.
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens.
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
Dicas práticas de modo que sua finalidade é descrever,
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con- TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém.
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa- Com isso, é um texto rico em adjetivos e
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, em verbos de ligação.
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
Oferece instruções, com o objetivo de
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca
TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe-
são os verbos no modo imperativo.
cidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon-
te de referências e datas. Gêneros textuais
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
opiniões. cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques- da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor Alguns exemplos de gêneros textuais:
quando afirma que... • Artigo
• Bilhete
Tipologia Textual • Bula
A partir da estrutura linguística, da função social e da finali- • Carta
dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele • Conto
pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas • Crônica
classificações. • E-mail
• Lista
• Manual

7
LÍNGUA PORTUGUESA
• Notícia Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
• Poema que C é igual a A.
• Propaganda Outro exemplo:
• Receita culinária Todo ruminante é um mamífero.
• Resenha A vaca é um ruminante.
• Seminário Logo, a vaca é um mamífero.
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária, também será verdadeira.
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
dade e à função social de cada texto analisado. a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-
se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais
ARGUMENTAÇÃO plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido
ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem
convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco.
texto diz e faça o que ele propõe. Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de entender bem como eles funcionam.
vista defendidos. Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas
retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem
de linguagem. com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito,
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil.
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
escolher entre duas ou mais coisas”. valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos Tipos de Argumento
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. argumento. Exemplo:
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua Argumento de Autoridade
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao
enunciador está propondo. texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende verdadeira. Exemplo:
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há
apenas do encadeamento de premissas e conclusões. conhecimento. Nunca o inverso.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: Alex José Periscinoto.
A é igual a B. In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
A é igual a C.
Então: C é igual a B.

8
LÍNGUA PORTUGUESA
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais Argumento do Atributo
importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
acreditar que é verdade. que é mais grosseiro, etc.
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
Argumento de Quantidade celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento da celebridade.
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
largo uso do argumento de quantidade. competência linguística. A utilização da variante culta e formal
da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística
Argumento do Consenso socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas
de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais
indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria
não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do
as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de médico:
que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as por bem determinar o internamento do governador pelo período
frases carentes de qualquer base científica. de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
Argumento de Existência alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar hospital por três dias.
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o Como dissemos antes, todo texto tem uma função
argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
mão do que dois voando”. para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
navios, etc., ganhava credibilidade. episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
não outras, etc. Veja:
Argumento quase lógico “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa trocavam abraços afetuosos.”
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade Além dos defeitos de argumentação mencionados quando
lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão
provável. amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente,
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras
concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia)
do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais meio ambiente, injustiça, corrupção).
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
indevidas.

9
INFORMÁTICA

vida virtual se tornaram as atividades mais praticadas e o “ambien-


UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES LINGUAGENS MIDI- te” mais vivido pelo homem, por que não usar isso para seu próprio
ÁTICAS PARA DESENVOLVIMENTO DAS PRÁTICAS benefício e desenvolvimento?
EDUCATIVAS A apropriação tecnológica se dá por todas as vezes que menos fa-
vorecidos inseridos numa sociedade tecnológica, interagem com
esses recursos em suas vidas por meio de práticas e rotinas de tra-
Os meios de comunicação são ferramentas que tem o poder de ofe- balho; como por exemplo, quando um jovem de periferia consegue
recer ideias e experiências inovadores nos ambientes educacionais, comprar um celular de última geração; quando uma criança parti-
gerando um grande avanço na educação. Indispensável mencionar cipa do grupo virtual de sua sala de aula; quando as vagas de te-
a importância das relações sociais no processo de aprendizagem letrabalho que são preenchidas aos montes apesar das condições,
dos alunos independentemente da idade; e com o agravamento do e esses fatores revelam uma apropriação da tecnologia de modo
uso excessivo das mídias sociais o processo de identificação dos alu- que recursos, informações e lazer são gerados na sociedade. Esse
nos com o grupo social que desejam pertencer depende totalmente processo de apropriação decorre da propagação da cultura tecnoló-
do acesso à informação que é fornecida instantaneamente e à cul- gica em diferentes meios de comunicação; inclusive a tecnologia vai
tura divulgada através de diferentes meios de comunicação. Desse muito além dos meios de comunicação, é um estilo de vida, um agir
modo, as linguagens midiáticas na educação dependem da criação e conhecer do mundo moderno.
de identidades, alcançando os alunos não apenas de forma intelec- O setor que ganha muito com isso é a educação, pois os professores
tual, mas de modo que os vincule a algo para suprir a necessidade e mestre-educadores tem uma grande ferramenta em mãos para
de pertencer a grupos. estimular o intelecto dos alunos através de meios que eles estão
Várias didáticas vêm sendo estudadas com o avanço da tecnologia, familiarizados mais do que qualquer outro público. O uso de com-
mas ainda não podem ser aplicadas devido ao acesso à tecnologia putadores e tablets nas escolas propiciam experiências de aprendi-
que nem todos os contextos sociais usufruem. Porém a maioria dos zagem que não eram nem uma possibilidade a tempos atrás. Uma
professores já adotaram metodologias que incluem uso das lingua- evidência desse novo estilo de aprendizagem é quantidade de sites
gens midiáticas dentro da sala de aula. A propagação da informa- de cursos online; com apenas cliques e administração de tempo, as
ção vem sendo feita de modo que se encaixe no momento atual da pessoas se qualificam pela internet. Sendo assim a estimativa é que
tecnologia, transformando a informação em conhecimento no co- a tecnologia continue aprimorando o conhecimento do homem,
nhecimento dos alunos. Não apenas a informação propagada, mas abrindo portas e atravessando fronteiras pra um grande desenvol-
também o modo de avaliar os alunos está cada vez mais moderna, vimento pessoal e da sociedade.
provas são feitas remotamente e corrigidas em questão de segun-
dos por programas desenvolvidos por essa finalidade.
O uso das linguagens midiáticas na educação vem propiciando gran- COMPREENSÃO DOS USOS DAS TECNOLOGIAS E DA
des alterações no modo de ensino e no modo de aprendizagem. CULTURA DIGITAL NO COTIDIANO ESCOLAR
Com o a utilização dessas linguagens nas escolas, alunos e profes-
sores comunicam-se de forma versátil e apesar da comodidade e
facilidade à informação, a cultura do “faça você mesmo” famosa Para abordarmos esse tema, primeiro precisamos de umas pincela-
virtualmente nos dias atuais vem sendo adotada nas escolas por das a respeito da cultura digital. Falamos de algo que não é palpá-
meio das atividades escolares preparadas e inseridas justamen- vel, mas de dados e informações armazenadas dentro de aparelho
te para serem realizadas através das novas tecnologias. Com esse eletrônicos, vidas profissionais que dependem totalmente desse re-
modo de interação rápida e prática, existem também possibilidades curso, bancos e empresas consolidados por meio dessa cultura. Ela
diferentes em relação ao tempo que levaria um trabalho cooperati- se instaurou e se consolidou como cultura a partir do surgimento
vo no ambiente físico de uma sala de aula e de uma sala virtual; isso da internet em seu uso doméstico e de fácil acesso às residências
potencializa o uso das linguagens midiáticas nesses trabalhos para e espaços de trabalho no final do século XX. Então podemos dizer
que possam surgir novos métodos de aprendizagem. que a cultura digital é responsável pelas grandes mudanças na vida
cotidiana e no comportamento humano consequentemente pelo
APROPRIAÇÃO TECNOLÓGICA uso de ferramentas da tecnologia digital.
Hoje nas escolas, essa cultura digital não é somente um diferen-
cial para que os alunos possam ter experiências diferenciadas na
Atualmente, os dados baseados nas pesquisas revelam uma apro- absorção de conhecimento, mas sim uma necessidade para popu-
priação e crescimento do uso tecnológico em diferentes âmbitos larizar o conhecimento e facilitar o engajamento e acessibilidade
da sociedade. Fazemos o uso constante dos mais variados tipos de dos alunos para o que está proposto a ser ensinado. Essa cultura é
eletrônicos e recursos tecnológicos; na sociedade contemporânea, tão importante atualmente que de certa forma até força as escolas
dormimos ao lado do celular e muitas vezes é a primeira atividade emergirem nesse meio mesmo sem o planejamento devido; sen-
que praticamos ao acordar. Já que os apetrechos tecnológicos e a do que o ensino participativo e dinâmico tem sido uma ferramen-
ta educacional essencial para o desenvolvimento do pensamento

27
INFORMÁTICA
crítico e comunicação entre professores e alunos. Um ponto chave
da cultura digital na educação é que os alunos são instruídos dire- PAPEL E USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
tamente e indiretamente a desenvolver uma certa independência COMUNICAÇÃO
e serem responsáveis de sua própria aprendizagem; além de apri-
morar e revelar diversas outras habilidades em cada aluno, como o
senso de liderança e responsabilidade, criatividade na elaboração Nos dias de hoje, a população vive uma democratização da informa-
de projetos e entre outros. Com a cultura digital muitas ferramentas ção, as gerações mais afetadas nisso são adolescentes e jovens que
de ensino foram substituídas ou aprimoradas, os livros das pratelei- possuem excesso de informações em meio ao avanço tecnológico.
ras não perderam sua importância, mas os PDF’s e livros digitais de As denominadas TICs vem cumprindo um grande papel na socieda-
muitos lugares do mundo ganharam espaço na rotina de estudos; de, na educação e no comércio, nas empresas e indústrias e tam-
isso promove o acesso imediato ao material de estudo independen- bém outros ambientes profissionais através de softwares e chats
te da hora e local. Com esse avanço tecnológico o ensino à distância em tempo real que proporcionam uma comunicação interpessoal
e ensino híbrido passou a ser opção viável para diversos estudantes virtual assertiva nos relacionamentos humanos.
também, na preferência pela comodidade e praticidade esse modo A cada década conseguimos enxergar com mais clareza as trans-
de ensino vem ganhando força em diversos contextos. formações no modo de compartilhamento da informação e forma
de comunicação do homem. O papel dessas tecnologias tem sido
PROMOÇÃO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS, REFLEXI- de suma importância para diversas áreas da sociedade, a popula-
VAS, COLABORATIVAS E DIALÓGICAS UTILIZANDO RE- rização das redes sem fio proporciona o acesso à novas informa-
CURSOS TECNOLÓGICOS ções e a forma correta de interpretá-la. Na educação no período de
pandemia por exemplo, se não existissem as salas de aulas virtuais
como o google meet e google classroom, muitos pais não saberiam
Os recursos tecnológicos estão cada vez mais aprimorados e fazen- como lidar com a formação educacional e intelectual de seus filhos.
do com que diversos âmbitos se adaptem a seu uso. As práticas usa- Percebemos que as TICs abriram muitas portas e sanaram várias
das pelos professores com objetivo de instruir, ensinar e comunicar brechas na educação e no trabalho, podemos ver isso de modo
a informação a seus alunos vem sendo moldada a partir de ferra- cada vez mais notável na implantação de bancos digitais e soluções
mentas totalmente tecnológicas; raramente veremos professores financeiras por meio do imediatismo vindo da tecnologia; parte do
que continuam usando práticas pedagógicas sem ajuda da internet desenvolvimento econômico se dá pela grande porcentagem da po-
e recursos tecnológicos atualmente, até mesmo porque esses re- pulação que aderiu cartões-virtuais e métodos de pagamento que
cursos elevam o nível de praticidade, mas sem tirar qualidade do precisam apenas de cliques e uma rede de internet estável.
ensino proposto. As aulas estão se tornando mais interativas e que Então presumimos que o uso dessas tecnologias traz um avanço
aguçam a curiosidade e atenção dos alunos; porém muitas univer- considerável para todas as esferas da sociedade que nos cercam.
sidades e instituições de ensino não estão adeptas à atualização de Desde sites de divulgação de vagas de emprego como fóruns de
seus sistemas tecnológicos de informação e conteúdo, como por entretenimento, todos carregam informações e de modo ou outro
exemplo o portal de um curso EaD. E nesse quesito quem não está carregam uma mensagem para o público direcionado, sendo assim
adepto às mudanças acabam promovendo sua própria inutilidade e a comunicação é mais uma vez encurtada e facilitada. E como toda
empurrando alunos em busca de plataformas mais inovadoras que inovação tem seus contras que as vezes podem se esconder atrás
sejam compatíveis com seu nível de interesse e conhecimento tec- dos grandes benefícios, as TICs têm seus pontos a melhorar; porém
nológico. se trata muito mais de uma questão de planejamento do que de-
De modo que facilite e promova as relações do aluno com a ma- senvolvimento de melhores sistemas.
téria, os professores podem utilizar as redes como metodologia
educacional e certamente em seu modo de avaliação também,
transformando a aprendizagem e correção numa tarefa dinâmica LETRAMENTO DIGITAL
e inclusiva. O educador que possuir essa consciência pode ser um
agente transformador na educação e formação de muitos indivídu-
os, deixando de lado a formalidade e abraçando o uso dos recursos Antes de definirmos letramento, é necessário entender que o que
tecnológicos; o que seria de grande ajuda no desdobramento do é o letramento “tradicional”. O conceito de letramento não se perpe-
pensamento crítico e trabalho coletivo, onde o aluno poderia se tua no tempo, ele muda de acordo com os avanços da tecnologia.
sentir de fato protagonista de sua própria formação e com apenas É relevante pontuar que muitas são as definições e estudos so-
uma “pequena” ajuda do professor. Exemplificando esse pensa- bre o conceito de letramento. Kleiman, por exemplo, considera-o
mento, existem professores que fazem o uso das redes sociais para como uma prática de leitura e escrita12.
atividades como debates sobre diversos temas e vídeos que tragam Para Magda Soares3, o conceito de letramento ultrapassa o
reflexão em compatibilidade com o conteúdo das aulas; isso implica ato de ler e escrever. Podemos definir hoje o letramento como um
em envolver o aluno em um contexto de aprendizagem em que ele conjunto de práticas sociais que usam a escrita enquanto sistema
tenha familiaridade e leveza. Sendo assim os recursos tecnológicos simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para
podem ser muito vantajosos para aprimorar a didática, as práticas objetivos específicos4
pedagógicas e comunicativas no ensino mesmo com adversidades
1 Anais do SIELP. Volume 2, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2012. ISSN
que possam aparecer no uso dessas ferramentas.
2237-8758, Disponível em: http://www.ileel.ufu.br/anaisdosielp/wp-
-content/uploads/2014/06/volume_2_artigo_051.pdf
2 KLEIMAN, Angela B. Modelos de letramento e as práticas de alfa-
betização na escola. In: KLEIMAN, Angela B. (Org.). Os significados do
letramento. Campinas, S.P.:Mercado de Letras, 1995. 294 p. p. 15-61
3 SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. 2 ed. 11 reimpr.
Belo Horizonte: Autêntica, 2006, 128p.
4 KLEIMAN, Angela B. Modelos de letramento e as práticas de alfa-

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INFORMÁTICA
Para Mey5, a relevância do letramento, tanto do tipo usual O que faz alguém ser letrado digital?11
quanto do digital, vai muito além de se afirmar que é uma tecnolo- Pessoas letradas “analógicas” puderam tornar-se, recentemen-
gia de informação adquirida ativa ou passivamente. Enfatiza, tam- te, letradas digitais em vários domínios. No trabalho, os e-mails e o
bém, que é muito mais do que saber ler e escrever ou navegar na envio de arquivos à distância podem ser fundamentais. Assim como
internet. na escola a Internet pode servir para a pesquisa, o acesso a docu-
Na realidade, consiste em saber utilizar esses recursos para mentos e a entidades oficiais que estão fisicamente distantes do
aplicá-los no cotidiano, em benefício do próprio usuário. Precisa-se, usuário, a leitura de jornais e de revistas, etc. O uso do computador
nesse caso, indagar o porquê de se fazer uma busca na web, ou e da Internet é tão sócio-histórico quanto os usos que se fizeram do
seja, saber qual a finalidade dessa informação para a vida a fim de livro, do jornal, da revista ou da televisão.
promover a aquisição de um (novo) conhecimento. A diferença parece estar na natureza do meio, que permite
Soares6 ressalta que o sintagma letramento digital é usado para ações antes não facilitadas pelo papel. Os textos “blocados” plane-
referir-se à questão da prática de leitura e escrita possibilitada pelo jados de maneira que cada fragmento seja ligado por articuladores
computador e pela internet. chamados links são potencializados na Internet, mas já existiam em
A necessidade de um indivíduo ser letrado digitalmente surgiu suportes impressos, que não permitiam a navegação como ela se dá
a partir da ideia de que uma fonte digital pode gerar muitas formas no ambiente digital.
de informações de texto, como imagens, sons, etc. No entanto, não é assim tão fácil falar em multidões que usam
Por isso, uma nova forma de alfabetização era necessária com computadores e a rede mundial que os conecta. Segundo dados do
o intuito de dar sentido a essas novas formas de apresentação. Se- Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional, INAF, “dois terços da
gundo Bawden, outros autores, como Eshet7, pensam da mesma população brasileira maior de quinze anos não têm o nível mínimo
forma que Gilster: o letramento digital deve ser mais do que a ca- de escolarização que a Constituição garante como direito a todos:
pacidade de usar fontes digitais por ser uma nova forma de pensa- as oito séries do Ensino Fundamental”. (RIBEIRO, 2003, p. 10) Isso
mento crítico. quer dizer que o letramento digital soa como luxo para muitos ci-
Gilster, citado por Bawden8, define quatro competências essen- dadãos.
ciais da literatura digital: Os dados diretamente relacionados ao uso e ao acesso ao com-
a) pesquisas na internet; putador são enfáticos: das classes D e E, apenas 4% utilizam com-
b) hipertexto; putador, eventualmente; das classes B e C, 15%; e a classe A usa
c) navegação; montagem; computador, “ao menos eventualmente”, em 41% dos casos. É pa-
d) conhecimento e avaliação de conteúdo. tente que o fato de pertencer a uma ou a outra classe social define
o acesso à máquina e à rede.
Enfatiza ainda que, em muitas fontes de informação, alguns Letrados digitais, portanto, são mais raros nas classes menos
autores estão comparando conhecimentos técnicos de informática favorecidas. Por que razão deveríamos, então, tratar o letramento
com pensamento crítico, para que o sujeito seja considerado letra- digital como algo de alcance irrestrito? Para alguns pesquisadores,
do digitalmente. a preocupação com os usos do computador é precipitada em uma
Já as definições de letramento digital mais amplas supõem sociedade que mal conseguiu formar “leitores de papel”.
esses aspectos ao não prescindirem dos sentidos social e cultural. A escola e o professor podem ser entendidos como os mais
Entre as apresentadas por Souza9, seleciono estas: letramento di- prováveis multiplicadores do letramento digital. Mesmo que a tare-
gital se constitui como “uma complexa série de valores, práticas e fa não seja escolar, o uso do computador para fins de sobrevivência
habilidades situados social e culturalmente envolvidos em operar no trabalho ou nas relações sociais é de suma importância para as
linguisticamente dentro de um contexto de ambientes eletrônicos, comunidades.
que incluem leitura, escrita e comunicação. Nessa definição, letra- Isso sem falar nas possibilidades de atuação cidadã na rede: si-
mento digital refere-se aos contextos social e cultural para discurso tes de busca a desaparecidos, entidades de classe, discussões sobre
e comunicação, bem como aos produtos e práticas linguísticos e temas da sociedade, produção de notícias em jornais, escolha de
sociais de comunicação, e os modos pelos quais os ambientes de prioridades nas listas dos orçamentos participativos de Prefeituras,
comunicação têm se tornado partes essenciais de nosso entendi- etc.
mento cultural do que significa ser letrado.10 As universidades têm sustentado diversas discussões sobre o
letramento digital, desde aquelas que se atêm às condições técni-
cas em que isso poderia se dar até aquelas que debatem sobre con-
ceitos e a formação de professores capacitados para lidar com um
novo sistema de mídias. As escolas de ensino médio ou fundamen-
betização na escola. In: KLEIMAN, Angela B. (Org.). Os significados do
tal têm entrado na discussão, mas de forma muito tímida, ainda
letramento. Campinas, S.P.:Mercado de Letras, 1995. 294 p. p. 15-61
receosas de admitirem as máquinas na vida intelectual de crianças
5 MEY, Jacob L. As vozes da sociedade: letramento, consciência e po-
e adolescentes (mesmo que os jovens o estejam fazendo por conta
der. Tradução de Maria da Glória de Morais. Tradução de: The voices
própria).
of society: literacy, conscientiousness and power. DELTA, vol.14, n. 2, p.
É bastante comum encontrar disciplinas de informática em co-
331-338. 1998.
légios bem-equipados, mas não é fácil confirmar que essas aulas
6 SOARES, M. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na ciber-
tenham mesmo impacto na formação letrada dos jovens. “Mexer”
cultura. Educação e Sociedade: Campinas, vol.23, n.81, p.143-160, dez.
no Word só pode ser útil se ele for mesmo um aplicativo utilitário,
2002.
7 BAWDEN, David. Origins and concepts of digital literacy. New York:
Peter Lang, 2008. p. 17-32
8 BAWDEN, David. Origins and concepts of digital literacy. New York: 11 RIBEIRO, Ana Elisa. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) -
Peter Lang, 2008. p. 17-32 CEFET-MG, disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Ana-
9 SOUZA, V. V. Soares. Letramento digital e formação de professores. -Elisa-Ribeiro-2/publication/322706076_LETRAMENTO_DIGITAL_UM_
Revista Língua Escrita, n. 2, p. 55-69, dez. 2007. TEMA_EM_GENEROS_EFEMEROS/links/60956d80a6fdccaebd15c0a9/
10 scielo.br/j/edur/a/N5RryXJcsTcm8wK56d3tM3t/?lang=pt LETRAMENTO-DIGITAL-UM-TEMA-EM-GENEROS-EFEMEROS.pdf

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INFORMÁTICA
que sirva para algum uso próximo do real. Para que são empregados contribuir com a melhoria da qualidade dos processos educativos e,
os editores de texto? Para escrever, diagramar e produzir trabalhos consequentemente, da aprendizagem. Com relação a esse assunto,
de verdade. julgue o item que se segue.
Da mesma forma acontece com aplicativos como Excel, Paint É consenso que crianças e adolescentes, os denominados na-
ou outros. Jogos são muito interessantes, mas eles precisam de tivos digitais, possuem facilidade para lidar com as mais complexas
objetivos claros para que não sejam confundidos com sessões de tecnologias e, por isso, não necessitam passar por capacitação em
videogame, espécie de aulas-intervalo. letramento digital.
( ) CERTO
( ) ERRADO
USO DA TECNOLOGIA PARA ENSINAR, APRENDER E
PESQUISAR 2. (PREFEITURA DE MARICÁ/RJ DOCENTE I - LÍNGUA ESTRAN-
GEIRA – COSEAC/2018) Pode-se dizer que é possível melhorar o en-
sino/aprendizado para alunos com deficiência intelectual por meio
Quando refletimos sobre metodologias de ensino e como são for- da junção de aspectos do letramento digital com o ensino de língua
mados os professores, logo pensamos no estudo e aplicação de prá- estrangeira. Isso pode ser observado quando:
ticas pedagógicas. Porém existem as práticas tecnológicas também (A) é proposta a adaptação de jogos pedagógicos online para
no qual é um componente fundamental na educação contemporâ- a realização de práticas de letramento descontextualizadas e
nea, e cumpre seu papel conforme a necessidade e finalidade em desinteressadas, sem a avaliação contínua do professor.
que são usadas. O uso da tecnologia no ensino precisa enfrentar (B) é proposta a adaptação de jogos pedagógicos online para a
algumas desavenças para que sua eficácia seja compartilhada, difi- realização de práticas de letramento contextualizadas e signifi-
culdades como o avanço repentino da tecnologia que incita novos cativas, avaliadas de forma continuada pelo professor.
treinamentos para o uso das ferramen-tas tecnológicas de ensino. (C) são propostas atividades que necessitam o uso do ciberes-
Os professores não carregam mais apenas a responsabilidade de paço, ignorando as habilidades individuais dos alunos a fim de
do-minar as práticas cientificas-pedagógicas, mas tem a grande se homogeneizar as práticas em sala de aula.
necessidade de aprimorar o conhe-cimento e técnicas a respeito (D) são propostas atividades online somente para aqueles que
das ferramentas oferecidas por meio tecnologia. Isso apenas reve- apresentam algum tipo de deficiência intelectual, a fim de mar-
-la que para muitos educadores essa é uma realidade difícil quanto car bastante as diferenças existentes entre os alunos.
a ensinar os alunos usando a mesma linguagem e compactuando (E) são propostos jogos pedagógicos online para a realização de
com seu conhecimento tecnológico digital; sendo assim, uma mar- práticas de letramento, sem adaptação que inclua e respeite as
gem enorme é dada para jovens professores enquanto os professo- necessidades educacionais de todos os alunos.
res “tradicionais” vão perdendo espaço desde que não façam inte-
gração da tecnologia em seu modo de ensino. 3. (PREFEITURA DE MOREILÂNDIA/PE – PROFESSOR – AS-
Apesar das dificuldades que possam aparecer no meio desse cami- CONPREV/2020) Sobre os diferentes conceitos de alfabetização, le-
nho educacional, não pode-mos deixar de enfatizar a importância tramento, letramentos, alfabetismo funcional marque a alternativa
dessas inovações tecnológicas e principalmente na vida dos alu- INCORRETA:
nos. Sabemos que com a internet qualquer distância é encurtada (A) Alfabetização representa o processo de decodificação do
e qualquer informação que exista nunca foi de tão fácil acesso para sistema da escrita, ou seja, a capacidade de ler e escrever.
obtê-la; o que nos tempos antigos era encontrado dentro de uma (B) Letramento são os usos que se faz da leitura e da escrita nas
biblioteca com muito esforço e dispor de tempo, hoje é encontrado práticas sociais.
instantane-amente em sites com artigos que jorram informações. (C) Letramentos é uma referência aos diversos letramentos que
As videoaulas, os professores que lecio-nam em cursos online nas hoje se faz na sociedade do conhecimento, da informação em
plataformas digitais são marcos na vida de um estudante contem- rede: letramento digital, computacional, fílmico.
porâ-neo; afinal, nos tempos antigos não era possível assistir uma (D) Letramento alfabético proposta metodológica em que o in-
aula de faculdade enquanto simul-taneamente absorvia outros ti- divíduo, ao mesmo tempo em que se aproprie do sistema con-
pos de informação sem ao menos precisar se locomover. As pes- vencional da escrita, adquira a competência de fazer uso dessa
-quisas foram facilitadas por meio do uso tecnológico, uma matéria leitura e escrita no seu cotidiano.
que muitas vezes não se limi-tava em apenas um livro de alto custo (E) Alfabetismo funcional equivale a capacidade de fazer uso da
financeiro, hoje ocupa um pequeno espaço no armaze-namento e leitura e da escrita e das operações matemáticas em situações
memória interna de computadores e celulares. Dessa maneira co- da vida cotidiana, em geral a avaliação é feita nas crianças de
nhecemos um pou-co como a tecnologia carimba a educação nos 6 a 14 anos.
dias atuais e como o avanço dela pode promover outras grandes
conquistas para muitas pessoas, e como os professores precisam
se atentar para não ficarem para trás nessa corrida de informações GABARITO
e técnicas.
1 ERRADO
QUESTÕES 2 B
3 E
1. (ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - CESPE/CEBRAS-
PE/2018) A questão não é mais discutir a inserção ou não de tec-
nologias da informação e comunicação na educação, mas a sua
apropriação pelos sujeitos pedagógicos (alunos e professores), para

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - GERAL

Ao longo do documento “Orientações Pedagógicas - Povos


SÃO PAULO (SP) SECRETARIA MUNICIPAL DE EDU- Migrantes” será possível observar que os sujeitos que migram
CAÇÃO. COORDENADORIA PEDAGÓGICA. POVOS são múltiplos e diversos. Ao ter contato com tantas histórias em
MIGRANTES: ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS. SME/COPED, movimento, nos aproximamos de seus sonhos, seus desejos, suas
2021 trajetórias, as experiências que carregam consigo, os desafios que
enfrentam para sair e ao chegar e permanecer, as formas como se
entendem na sociedade receptora e como compreendem a realida-
Sobre Povos Migrantes: orientações didáticas de onde se inserem.
Gostaríamos de dar-lhes as boas-vindas à nossa caminhada em Na primeira parte, serão apresentados os principais conceitos
meio a conceitos, línguas, culturas e experiências relacionadas às que envolvem o tema, com o intuito de oferecer subsídios concei-
migrações internacionais. Este documento “Orientações Pedagó- tuais para a reflexão sobre as migrações. Nosso ponto de partida é o
gicas - Povos Migrantes” nos aproximará das principais discussões entendimento de que somos todas e todos, sem exceções, titulares
sobre a presença, acolhida, convivência e valorização de migrantes de direitos humanos, dentre os quais o direito à educação.
internacionais nas escolas de nossa cidade15. Na segunda parte, entraremos pelos portões da escola. Serão
É recorrente pensarmos no Brasil como um país onde diferen- apresentados dados da migração na cidade de São Paulo e na Rede
tes culturas se encontram e essa diversidade é celebrada. Aprende- Municipal de Ensino e, a partir deles, refletiremos sobre uma das
mos que nosso país é formado por diversos povos, inclusive pelos primeiras barreiras que parece se impor, a linguística, e sobre o mo-
que chegaram aqui vindos de outros lugares do mundo. mento da matrícula, processo que inaugura o contato e a relação
Não podemos esquecer, no entanto, que a chegada de pessoas da escola com as e os estudantes migrantes e seus familiares e res-
ao Brasil nem sempre foi pacífica. O sequestro humano a que foram ponsáveis.
submetidos povos de diversas partes de África e sua escravização Na terceira parte, passaremos a olhar para a sala de aula.
em território brasileiro, assim como as políticas migratórias sele- Abordaremos a necessidade das escolas adotarem uma postura
tivas, que subsidiavam a chegada de europeus baseadas em uma comprometida com uma educação antirracista e não xenofóbica e
política de branqueamento da população, são marcas violentas da promoverem práticas pedagógicas inclusivas e que valorizem a di-
história de nosso país. versidade. A apresentação de experiências de Unidades Educacio-
Sob a perspectiva contemporânea, ao observar a chegada de nais da Rede nos serve de inspiração e trazem caminhos possíveis
novas pessoas ao Brasil, de diferentes partes do mundo, devemos para garantir o acesso pleno à educação da população migrante em
nos questionar se, de fato, todas as culturas são bem acolhidas por nossa cidade.
aqui. Na quarta parte, trataremos das redes de apoio que podem
A partir desse questionamento, o documento “Orientações Pe- auxiliar as escolas no processo de se reinventar. As parcerias nos
dagógicas - Povos Migrantes” nos convida a refletir sobre as nossas mostram que não estamos sozinhos e que podemos contar com o
práticas enquanto educadoras e educadores que cotidianamente se apoio de diferentes atores nesta caminhada.
deparam com as migrações em sala de aula, seja em razão da pre- Cada parte do documento “Orientações Pedagógicas - Povos
sença de estudantes de diversas origens ou pela percepção da mo- Migrantes” é finalizada com propostas de reflexão sobre o campo
bilidade humana como um fato da realidade ao longo da história da migratório. A ideia é que o movimento de pessoas pelo mundo mo-
humanidade. A proposta é apresentar as migrações internacionais bilize em nós a vontade de nos aproximar e aprender com novas
sob a perspectiva que reconhece a pessoa migrante como sujeito de formas de viver e que nos estimule ao movimento. Teremos sempre
direitos e nos afastar de estereótipos e preconceitos. um testemunho na seção Tantas formas de viver e sugestões de ati-
Daremos especial atenção ao direito à educação da população vidades chamadas
migrante. Direito este que trilhou uma longa trajetória, marcada Para praticar o movimento. Ao final, na seção Para aprofundar-
pela mobilização e luta de diversos setores da sociedade, até o seu -se sobre os temas, indicamos sugestões de leituras complementa-
pleno reconhecimento em diferentes documentos legais. Este do- res e sites interessantes.
cumento parte de um direito estabelecido e nos convida a olhar *Candidato(a). Caso tenha o interesse, você pode encontrar
particularmente para a forma como o direito à educação se consoli- esse documento completo em: https://educacao.sme.prefeitura.sp.
da no dia a dia das escolas e é exercido por estudantes migrantes. É gov.br/wp-content/uploads/2021/06/Curr%C3%ADculo-da-Cidade-
fundamental construir uma estrutura adequada para a permanên- -Povos-Migrantes-WEB.pdf,
cia desses estudantes nas escolas, acolhendo suas especificidades e
valorizando as culturas e línguas de origem.
Como educadoras e educadores, temos um papel importantís-
simo na promoção de direitos à população migrante e, nesse senti-
do, devemos buscar metodologias de aprendizagem que consigam
incluir toda a riqueza que nos é apresentada pela presença de pes-
soas de diferentes origens em nossas escolas.

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - GERAL
Este material é um portal que se abre para oferecer um trata-
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. COORDENA- mento novo, honesto, digno e humano para os povos indígenas. É
DORIA PEDAGÓGICA CURRÍCULO DA CIDADE: POVOS a porta da frente da história que queremos oferecer porque enten-
INDÍGENAS: ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS. – SÃO demos que a cidadania se constrói dignificando os cidadãos, todos
PAULO: SME / COPED, 2019 eles, sempre.
Os povos indígenas ganham, neste material, seu merecido papel
de anfitriões, de primeiros povos, de primeiras nações, de primei-
Currículo da cidade: povos indígenas: orientações pedagógi- ros brasileiros. É nossa maneira de honrar nossa história, nossa pá-
cas1 tria, nossa terra, nossa identidade brasileira.
O que realmente sabemos sobre os povos indígenas brasileiros?
O que precisamos saber para que não repitamos os estereótipos, os 1. Usando as palavras certas
estigmas, os preconceitos? Como educar o olhar de nossas crianças As palavras são perigosas. Trazem consigo o poder de erguer
para que possam crescer compreendendo as diferenças que existem ou derrubar alguém [seja pessoa, povo ou cultura]. O uso indevido
entre os diversos sistemas culturais? O que podemos ensinar sobre da palavra «índio» acabou desqualificando culturas inteiras desde o
estes povos? O que podemos aprender com eles? Como enxergá-los século XVI motivado pela sede de riquezas da coroa portuguesa que
como parte de nossa brasilidade? Enfim, como ser verdadeiramente permitia a escravização de indígenas para o sucesso da empreitada
brasileiros e ignorar suas trajetórias, suas lutas, suas resistências? colonialista.
Podemos ser brasileiros sem nossos povos originários? É preciso conhecer toda a diversidade cultural e linguística se
Estas são algumas das questões que estão presentes neste livro quisermos ser justos com todos estes povos que habitam nossa ter-
que foi preparado com a intenção única de oferecer uma releitu- ra brasileira desde tempos imemoriais. Lembramos, também, que é
ra da presença indígena no Brasil e em São Paulo. São textos que necessário olhar a história sob a ótica dessa gente nativa (indígena)
conversam com os educadores da rede municipal procurando des- para não cairmos na falsa ideia de que o modo de vida ocidental é o
construir conceitos, imagens preconcebidas e empobrecedoras da único ponto de referência humana.
rica experiência de vida que os povos originários desenvolveram ao Há populações indígenas em franco crescimento. Estas popu-
longo de sua trajetória histórica que os relegou a um passado remo- lações enfrentam difíceis problemas para suas sobrevivências por
to negando-lhes contemporaneidade, mantendo-os nos rodapés da conta dos projetos econômicos que se estendem de norte a sul do
história brasileira. Brasil e que normalmente atingem os habitantes dessas regiões.
Este material é a maneira de oferecer um novo olhar sobre
povos indígenas. Ele foi elaborado seguindo o ritmo da oralidade, 2. Nesta terra tinha gente!
contando histórias da tradição e lembrando que a maneira de edu- Os povos indígenas estão presentes no território brasileiro há
car passa pela conquista da confiança das crianças, pelo afeto, pela milhares de anos, são aproximadamente 12 mil, bem antes de o
dedicação. Talvez, por isso, o professor encontrará sempre um pe- Brasil ter esse nome. Aqui chegaram atravessando agruras geográfi-
queno resumo no final de cada capítulo chamado Resumo da Oca, cas, climáticas e culturais.
uma brincadeira com a fala ocidental que, ao final de uma conversa, Muitos dos grupos que enfrentaram o desafio de ter melhores
gosta de fazer “o resumo da ópera”. condições de vida foram se estabelecendo em determinadas regi-
Também, os nossos autores colocam uma interrogação na cabe- ões, criando o próprio estilo de vida, que chamamos de cultura.
ça dos educadores quando sugerem como prática do que foi apren- Esse estilo foi sendo aprimorado ao longo do tempo, mas foi basi-
dido o “criando piolhos”, para entendermos que cada novo apren- camente movido pelo instinto de sobrevivência baseado numa con-
dizado envolve inquietações, necessidade de sairmos em busca de cepção de pertencimento ao universo.
conhecimentos e criarmos consciência. Criando piolhos para criar Essa visão de humanidade ocasionou constantes aperfeiçoa-
consciência crítica e reflexiva que nos ajude a transformar a manei- mentos, seja na cultura material, criação de objetos cada vez mais
ra de olharmos a nós mesmos e, consequentemente, o mundo em sofisticados para o uso cotidiano, seja na compreensão de humani-
que vivemos. dade, repassada de geração a geração por um sistema educacional
Ele também está em sintonia com os avanços do debate peda- baseado na oralidade.
gógico em torno da Lei nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Quando os colonizadores europeus por aqui aportaram, foi as-
Educação) e das Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008 (que tornaram sim que encontraram estes povos organizados, mas, embora fasci-
obrigatório o estudo de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena nados com toda essa riqueza cultural, foram incapazes de valorizar
nos ensinos fundamental e médio nas escolas públicas e particula- a experiência dos indígenas e tiveram as atitudes que lhes parece-
res brasileiras), promovendo o compromisso de sua aplicação por ram mais natural: a escravização, o extermínio, a desmoralização
meio de um conjunto de ações formativas que pretendem garantir cultural. Assim faziam por pertencerem a uma cultura dita civiliza-
o estudo e a discussão acerca da importância das culturas indíge- da que não aceitava como hoje ainda não aceita, outros modos de
nas, no formação da identidade brasileira. pensamento que não seguisse uma organização hierárquica.
Além disso, está em consonância com as orientações da Organi- A não aceitação criou uma barreira ainda até hoje impede a re-
zação das Nações Unidas (ONU), que aprovou, em 13 de dezembro lação respeitosa entre os diversos olhares existentes. O Brasil não
de 2007, a Declaração sobre os Direitos dos Povos Indígenas e, tam- conhece sua sócio diversidade nativa, pois ainda está à mercê de
bém, com a Convenção 169, Organização Internacional do Trabalho [pre]conceitos quinhentistas, pois não consegue acompanhar a ri-
(OIT), aprovada em 1989, e que trata sobre como os governos de- queza da diversidade, reproduzindo estereótipos e desvalorizando
vem respeitar os Povos Indígenas e Tribais. Essa referida Convenção os saberes ancestrais dos povos indígenas nacionais.
passou a fazer parte do arcabouço jurídico brasileiro apenas em
2004, quando o País tornou-se signatário, por ato da Presidência
da República.

1 São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria


Pedagógica. Currículo da cidade: povos indígenas: orientações pedagógicas. –
São Paulo: SME / COPED, 2019.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - GERAL
3. Visões que marcaram ou a difícil arte de ser “índio” no Brasil 5. Por aqui tem também!!!
Desde XVI, o Brasil desenvolveu políticas para os povos indíge- Os indígenas também estão em São Paulo, essa grande metró-
nas e que essas soluções obedeciam a diferentes interesses eco- pole brasileira. Estão resistindo, apesar de muitos séculos já terem
nômicos e sociais de acordo com a época em questão. A política passado e a cidade ter sufocado muitas de suas expressões.
exterminacionista, inicialmente, tinha a ver com o extermínio dos Os povos indígenas estão por aqui buscando traçar um cami-
indígenas por considerá-los um empecilho para a exploração colo- nho para manter suas culturas apesar de tantas dificuldades e in-
nial. compreensão porque ainda passam. No entanto, mantém viva sua
Em seguida, foi gestada a política assimilacionista com a clara dignidade mostrando que é possível outro caminho de convivência
intenção de fazer as diferenças desaparecerem como num passe de e respeito com a natureza e com as pessoas que as cercam no con-
mágica, desejando que os indígenas fossem assimilados pela cultu- texto urbano em que vivem.
ra europeia. Essa política não deu certo e, ainda no sistema colonial, Tentar compreender a contemporaneidade dessas culturas é
mas já no seu finalzinho dele, foi praticada a política integracionista, fundamental para que se mantenha o respeito e a dignidade delas.
imaginando que as populações indígenas pudessem, por vontade Nossos povos têm muita clareza de seu lugar no mundo.
própria, se integrar ao novo modelo de país que surgiu após a Inde- Cabe a nós, educadores e educadoras, encontrar estratégias
pendência, no século XIX. para discutir alternativas para que esses modos de vida possam ter
Foi nesse século que também foram criados os principais mitos um lugar, não apenas na escola ou na cidade de São Paulo, mas no
sobre os indígenas, que ficaram fixados na mente dos brasileiros coração de todos os brasileiros.
por causa das ideias trazidas pela Revolução Industrial e pelo pensa-
mento do francês Jean Jacques Rousseau e sua teoria sobre o “bom O presente documento, em sua integralidade, encontra-se
selvagem”, e pelas literaturas românticas de Gonçalves Dias e José disposto no seguinte endereço eletrônico:
de Alencar, que apresentaram um indígena submisso ao modelo
europeu. https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/
No fim do século XIX, pudemos perceber que a Proclamação da uploads/Portals/1/Files/53254.pdf
República não alterou muito o jeito de enxergar os povos indígenas,
mas trouxe um elemento novo no trato com aquelas populações
que ainda não tinham contato com o Brasil, por meio da sensível
política desenvolvida por Cândido Mariano Rondon, o marechal res- SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. COORDENA-
ponsável pela criação do SPI, uma instituição que foi posteriormen- DORIA PEDAGÓGICA. ORIENTAÇÕES PARA ATENDI-
te substituída pela FUNAI sob a égide dos militares, que tomaram MENTO DE ESTUDANTES: TRANSTORNO DO ESPEC-
o poder em 1964, e que até hoje ainda e responsável pela política TRO DO AUTISMO. SÃO PAULO: SME / COPED, 2021
para os povos indígenas.
4. O movimento indígena e os indígenas em movimento: novas
formas de fazer política Apresentação
Após o regime militar (1964-1985), a sociedade brasileira exigiu Esse Caderno Orientador foi elaborado a partir das contribui-
que se elaborasse uma nova Constituição. A Assembleia Nacional ções das equipes dos CEFAIs, compostas por Coordenadores de CE-
Constituinte foi eleita com esse objetivo. O movimento social se FAI, Professores de Apoio e Acompanhamento à Inclusão – PAAIs e
mobilizou, tornando a Carta Magna um reflexo de um país novo, Professores de Atendimento Educacional Especializado – PAEEs; dos
democrático e múltiplo em sua formação e cultura. Gestores Escolares (Diretores e Assistentes de Direção); dos Coor-
Nela, os povos indígenas puderam ver registrados dois capítulos denadores Pedagógicos; dos Supervisores Escolares e das famílias
em que seus direitos são garantidos passando do paradigma inte- de estudantes com Transtorno do Espectro do Autismo – TEA, ma-
gracionista para um novo modelo no qual já não são mais vistos triculados nas 13 Diretorias Regionais de Ensino – DREs, buscando
como sociedades em mutação para um estágio superior, mas, sim, garantir a representatividade de todos os territórios.
como grupos humanos completos em sua dignidade e princípios de As contribuições foram elaboradas dentro do escopo de uma
vida, que precisam ser respeitados e conhecidos por toda a socie- ação formativa intitulada: Ação Formativa para o Atendimento de
dade brasileira. Estudantes com Transtornos Globais do Desenvolvimento – TGD
O movimento indígena, como instância política, cresceu, e se matriculados na Rede Municipal de Ensino, sob a coordenação da
multiplicaram as organizações comunitárias em busca de reivindi- Prof.a Dr.a Marise Bartolozzi Bastos e organizada pela equipe da Di-
cações especificas que culminaram com a necessidade de formar visão de Educação Especial – SME/COPED/DIEE, de novembro/2019
profissionais qualificados em diversas áreas do conhecimento. Es- a outubro/2020, no formato de Grupos de Estudo, como espaço
sas pessoas, homens e mulheres, formam o que hoje chamamos crítico-reflexivo para alinhamento de questões conceituais sobre o
Indígenas em Movimento, pois atuam de forma autônoma na socie- tema e sua interface com a legislação vigente, a partir da discussão
dade brasileira sem abrir mão de sua ancestralidade. de Estudos de Caso com o objetivo de levantar os contrapontos no
Aqui percebemos que, apesar das muitas conquistas políticas, trabalho com esses estudantes, tendo em vista a elaboração cole-
as populações indígenas ainda são consideradas um entrave para tiva de um Caderno Orientador para subsidiar a ação educativa e
o progresso. Tal pensamento ainda é difundido especialmente por a construção de práticas pedagógicas que possibilitem o acesso, a
grandes grupos econômicos que têm vasto interesse nas terras tra- permanência e a qualidade dos processos de escolarização e o ple-
dicionalmente ocupadas pelos povos originários. no desenvolvimento das aprendizagens desses estudantes.
Essas terras são ricas em minérios, ouro, prata, diamante, nió- Os temas estudados e discutidos na Ação Formativa foram
bio, cassiterita, entre outros, e atiçam a cobiça de diferentes grupos pautados na “Metodologia do Estudo de Caso da Escola” (KUPFER;
e empresas, tanto nacionais quanto internacionais. PATTO; VOLTOLINI, 2017), e os estudantes trazidos nas discussões
foram escolhidos pelas equipes dos CEFAIs, a partir da consigna de
serem estudantes que estariam mobilizando as equipes no intuito
de buscarem um melhor atendimento a eles nas Unidades Educa-
cionais.

33
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - GERAL

poder. Nessa forma de racismo vimos o legislativo, o judiciário, o


ALMEIDA, SILVIO RACISMO ESTRUTURAL. SÃO PAULO: executivo, as reitorias das universidades e grandes corporações
PÓLEN, 2017 aparelhadas com pessoas do grupo hegemônico.
Na dimensão estrutural, o pensador esclarece que as instituições
Silvio Almeida, um dos maiores intelectuais contemporâneos, somente são racistas, porque a sociedade também o é, ou seja, as
colocou uma lupa nessa temática na sua obra intitulada “O que é estruturas que solidificam a ordem jurídica, política e econômica
racismo estrutural?” da coleção Feminismos Plurais coordenado validam a autopreservação entre brancos, bem como a manutenção
por Djamila Ribeiro. Durante muito tempo o racismo ficou adstrito de privilégios, uma vez que criam condições para a prosperidade
apenas à esfera do comportamento individual, mas o jurista e de apenas um grupo. Como resultado, as instituições externam
filósofo nos apresentou outras dimensões esmiuçando o viés violentamente o racismo de forma cotidiana.
institucional e estrutural. Enquanto ideologia, o racismo constitui-se como representação
O racismo faz parte da história moderna guardando relação do imaginário social sobre as identidades raciais, de maneira que
com a formação do Estado. Segundo o jurista, o conceito de raça foi o imperativo é manter o branco no lugar de líder nato e racional
desenvolvido pelo modelo do Estado burguês para eleger o sujeito enquanto que o negro em condições subalternas. Denota-se,
universal e organizar as relações políticas, econômicas e jurídicas portanto, que o racismo formata as subjetividades nas relações
a partir da categorização em classes dos indivíduos com o fim de sociais, visto que do ponto de vista da consciência e dos afetos, o
preservar o grupo hegemônico. racismo valida quem merece ser considerado sujeito.
O racismo ganha diferentes expressões ao longo da história, Na cultura, o racismo é sofisticado, pois propaga o relativismo
desde o caráter biológico, científico e sociocultural, razão pela qual cultural e o multiculturalismo como forma de domesticação de
trata-se de um fenômeno social complexo. De todo modo, no Brasil, corpos, determinando a superioridade, o valor e o significado da
esse processo sempre esteve relacionado com a aparência física, cultura dominante em detrimento de outros grupos dos quais a
capacidade de consumo e de circulação social. branquitude produz a exotificação e a inferiorização desses.
Nesse contexto, como o Estado é responsável por formar uma O autor alerta que o individuo que se apresenta como antirracista
unidade, o nacionalismo tende a hierarquizar as multiplicidades não pode argumentar que o racismo é estrutural como desculpa
cultural, étnica, religiosa e sexual, criminalizando, domesticando ou para não rever as suas ações, vez que a responsabilização é parte
estigmatizando aquele que não interessa à identidade nacional. do processo. Assim, é fundamental perceber que há uma dialética
Nessa perspectiva, o autor aproveita as lições de Foucault para entre as ações individuais e a estrutura.
conceituar o racismo como uma tecnologia de poder que opera No tocante a representatividade, o autor elucida que por si só ela
por meio do controle havendo, por conseguinte, a discriminação não é suficiente para resolver o racismo, pois embora enxergar
sistêmica de grupos étnico-raciais subalternizados. negros em espaços de poder seja importante, o recrutamento
Oportuno esclarecer que não é possível confundir racismo, de alguns negros nesses espaços serve puramente para reforçar
preconceito e discriminação. Se o primeiro é um fenômeno o racismo, visto que visibilidade negra não é poder. Assim, não
sistêmico, o segundo externaliza-se como um julgamento prévio, é possível admitir uma maquiagem ao problema, uma vez que o
enquanto que a discriminação é um tratamento diferenciado. Nessa racismo exige mudanças profundas e concretas para que não seja
vereda, é plausível que certos indivíduos do grupo dominante eterniza o cenário de desigualdade racial.
digam ter sofrido preconceito ou discriminação. No entanto, como Assim, para o filósofo, há uma segregação não oficial entre negros
o racismo está entranhando nas estruturas de poder, este atinge e brancos, já que existe uma naturalização de negros em posições
somente grupos étnico-raciais subalternizados, razão pela qual não subalternizadas e, de outro lado, há uma supremacia branca
há qualquer possibilidade de sustentar o argumento de racismo politicamente constituída.
reverso, já que não há opressão sistêmica em relação ao grupo O estudioso perpassa por várias dimensões do racismo: histórica,
dominante. política, ideológica, econômica e jurídica, e como não pretendemos
Com efeito, os negros tornam-se produto do racismo, de esgotar o tema, é crucial a leitura de sua obra na integralidade, a
maneira que o fenótipo, a cor da pele e as praticas culturais são qual sintetiza de forma incisiva, crítica, propositiva e primorosa que
dispositivos materiais utilizados para gerar privilégios, vantagens o racismo é o grande obstáculo de um projeto de nação.
políticas, econômicas e afetivas em favor do grupo hegemônico. Fonte: https://jus.com.br/
Assim, como a tese do jurista está calcada no racismo estrutural,
ele explora as diferenças entre racismo individual, institucional e
estrutural. No racismo individual é flagrante o viés patológico,
comportamental e imoral revelado por aquele que o pratica.
No racismo institucional, o que se observa é a presença
massiva de determinado grupo étnico-racial nas instituições, o qual
irá trabalhar para fortalecer e manter esse grupo determinado no

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - GERAL
Diante desses persistentes controles impostos ao sistema, à
ARROYO, MIGUEL. CURRÍCULO, TERRITÓRIO EM educação básica de maneira particular e aos seus profissionais, es-
DISPUTA. PETRÓPOLIS: VOZES, 2011 tes não ficaram passivos.
Durante as últimas décadas pudemos perceber manifestações
Disputas pela autoria e criatividade docente múltiplas de resistência aos controles c de libertação desses rituais.
Invento saídas, tempos, práticas, motivações... mas sou co- As resistências têm contribuído para a conformação de um coletivo
brada de seguir os currículos profissional mais autónomo, mais criativo e mais autor-senhor de
seu trabalho.
As lutas pela autonomia profissional Pensemos no movimento cm defesa da gestão democrática
Como essa professora, tantos(as) profissionais do conhecimen- das escolas, na criação de colegiados, na defesa de diretas para di-
to vêm conquistando o direito a suas autorias, a sua criatividade retor, na elaboração dos projetos político-pedagógicos das Escolas
para garantir o direito dos educandos à educação e à formação, ao e das redes2.
conhecimento, à cultura, a saber-se. No próprio território dos currículos, da pesquisa e da produção
As lutas pela autonomia profissional avançaram nas últimas teórica podemos destacar a sociologia crítica do currículo e a pe-
décadas junto com o crescimento do movimento docente. Autono- dagogia crítico-social dos conteúdos que apontaram na direção de
mia e autorias que se chocam não apenas com os controles gesto- desvendar os vínculos entre currículo, poder, acumulação.
res, mas com a rigidez do ordenamento curricular. Os estudos críticos sobre o currículo coincidentes com o forta-
O currículo está aí com sua rigidez, se impondo sobre nossa lecimento da autonomia docente, com a criatividade e a profissio-
criatividade. Os conteúdos, as avaliações, o ordenamento dos co- nalização levaram redes, escolas e coletivos a conformarem pro-
nhecimentos em disciplinas. jetos político-pedagógicos mais autónomos, reorientações curri-
As relações entre os docentes e os ordenamentos curriculares culares mais adaptadas à diversidade de infâncias e adolescências,
passaram a ser um dos campos de debates, de estudos, de encon- de jovens e adultos. Mais criativos para repensar os currículos e a
tros nas escolas c nos cursos de formação. Defronlamo-nos com docência para inventar formas diversificadas de garantir o direito
duas tendências que se contrapõem. De um lado os docentes da dos educandos e dos próprios educadores ao conhecimento.
educação básica se tornaram mais autónomos como coletivos so- Décadas de fecunda criatividade e de politização dos currículos
ciais, acumularam níveis de formação, conquistaram tempos de e dos projetos pedagógicos. Da politização das lutas por autorias e
estudo, de planejamento, dc ati vidades lutam por serem menos criatividades docentes.
aulistas, menos transmissores mecânicos dc conteúdos, de aposti- Uma história que merece fazer parte dos conhecimentos a que
las, do livro didático; mais criativos, mais autores c senhores dc seu todo educador-docente tem direito.
trabalho individual e. sobretudo, coletivo. De outro lado, as diretri- As tentativas de autonomia, de criatividade nas salas de aula,
zes e normas, os ordenamentos e as lógicas curriculares continuam nos projetos político-pedagógicos das escolas, a pluralidade de pro-
lieis a sua tradicional rigidez, normalização, segmentação, sequen- jetos que os docentes inventam merecem destaque em oficinas e
ciação e avaliação. As recentes políticas de avaliação centralizada em dias de estudo. E importante destacar em que pontos os do-
quantitativa se dão por desempenhos, por etapas, para quantificar centes reagem à rigidez e ao caráter impositivo dos ordenamentos
progressos, sequências de ensino-aprendizagem reforçarem lógicas curriculares e das avaliações e como fortalecem sua autoria e cria-
progressivas, sequenciais rígidas, aprovadoras, reprovadoras de tividade; como vão conformando outro profissional.
alunos e mestres. O movimento docente tem contribuído para a autonomia
As avaliações e o que avaliam e privilegiam passaram a ser o política da categoria. O movimento pedagógico nas salas de aula,
currículo oficial imposto às escolas. Por sua vez o caráter centra- nas escolas e redes vem contribuindo para conformar os docentes
lizado das avaliações tira dos docentes o direito a serem autores, como sujeitos mais criativos, mais autores e senhores de seu traba-
sujeitos da avaliação do seu trabalho. lho como profissionais do conhecimento.
A priorização imposta de apenas determinados conteúdos para Pesquisas e estudos têm mostrado a seriedade desse mo-
avaliação reforça hierarquias de conhecimentos e consequente- vimento nas últimas décadas. Um acúmulo de análises a que os
mente de coletivos docentes. docentes-educadores(as) têm direito nos cursos de pedagogia, de
O desencontro dessas tendências leva a tensões entre maiores licenciatura e de formação continuada. Direito a conhecer o acú-
controles, de um lado, e maior consciência do direito à autoria do- mulo de iniciativas, projetos, propostas nascidas nas salas de aula e
cente, dc outro. Os embates estão postos nas escolas, nos encon- nas escolas e assumidas por muitas redes. Uma história de criativas
tros e no próprio movimento docente. autorias docentes e escolares.
Tentemos levantar e explicitar alguns elementos e avançar em Uma forma de garantir esse direito será mapear a pluralidade
posturas críticas diante desses embates entre autorias docentes e de iniciativas que acontecem nas salas de aula e nas diversas áreas
controles curriculares, de gestão e avaliação. do conhecimento.
Estamos sugerindo a necessidade de avançar cm duas direções
que se complementam: de um lado abrir novos tempos-espaços e Mapeá-las e avaliar seus significados inovadores e reveladores
práticas coletivas de autonomia e criatividade profissional; de ou- de opções político-pedagógicas profissionais. Apresentamos e co-
tro, aprofundar no entendimento das estruturas, das concepções, mentamos algumas dessas iniciativas e de seus ricos significados.
dos mecanismos que limitam essa autonomia e criatividade; enten- Alguns dos significados dessas iniciativas são levar as disputas
dê-los para se contrapor e poder avançar. para a visão fechada do conhecimento curricular. Dentre as inicia-
A conformação de um coletivo profissional mais autónomo tivas cabe destacar a abertura dos currículos de educação básica
Ao longo da história do nosso sistema de instrução-educação- para concepções de conhecimento menos fechadas, mais abertas à
-ensino se manteve uma marca: o controle dos seus profissionais. É dúvida e às indagações que vêm do real, das vivências que os pró-
um dos sistemas mais regulados e normatizados. No regime auto- prios educandos e educadores carregam, além de fazer das salas de
ritário aumentaram os controles, e na experiência democrática das aula laboratórios de diálogos entre conhecimentos.
últimas décadas eles não foram superados.

48
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - GERAL
O campo do conhecimento sempre foi tenso, dinâmico, aberto o embate político no campo do conhecimento assumido não como
à dúvida, à revisão e superação de concepções e teorias contesta- um campo fechado, mas aberto à disputa de saberes, dc modos de
das por novos conhecimentos. pensar diferentes.
Os currículos escolares mantêm conhecimentos superados, É necessário e urgente um movimento dc reação ao caráter
fora da validade e resistem à incorporação de indagações e conhe- controlador, padronizador que as políticas de avaliação impõem
cimentos vivos, que vêm da dinâmica social e da própria dinâmica sobre os docentes c educandos, sobre o que ensinar-aprender. As
do conhecimento. diretrizes curriculares perderam sentido inovador soterradas no
É dever dos docentes abrir os currículos para enriquecê-los caráter impositivo das políticas nacionais e estaduais de avaliação.
com novos conhecimentos e garantir o seu próprio direito e o dos Hoje grupos técnicos desconhecidos impõem a todas as esco-
alunos à rica, atualizada e diversa produção de conhecimentos e de las e a seus profissionais o que decidem como prioritário ou descar-
leituras e significados. tável na garantia do direito ao conhecimento.

Por outras políticas de currículo e de avaliação Ousadia em nome do direito à vida digna
Alguns dos significados das iniciativas docentes têm sido levar Sobre as escolas e sobre os seus coletivos dc mestres e edu-
as disputas para a visão fechada do conhecimento curricular; abrir candos onde vinham acontecendo as ousadias mais criativas pela
os currículos de educação básica para concepções dc conhecimento garantia do direito ao conhecimento recaem os controles maiores
menos fechadas, mais abertas à dúvida e às indagações que vêm da nos currículos e nas avaliações.
própria dinâmica que está posta no campo do conhecimento. Mais Porque nessas escolas chegam vidas precarizadas que contras-
ainda, abrir o conhecimento às indagações instigantes que vêm do tam e contestam o culto à missão salvadora que as ciências e tecno-
real vivido pelos próprios professores c alunos e suas comunidades; logias dos currículos prometem superar e extinguir.
fazer das salas de aula um laboratório de diálogos entre conheci-
mentos. E significativo que nas escolas e salas de aula onde chegam
os(as) filhos(as) dos coletivos sociais, étnicos, raciais, das periferias
Por aí caminham os embates no campo do conhecimento e que e dos campos tenham lugar especial as inovações criativas dos do-
essas iniciativas pedagógicas trazem para o território dos currícu- centes-educadores traduzidas cm práticas e projetos; das formas
los. indignas de viver que os educandos carregam venham indagações
ao campo do conhecimento que obriguem seus profissionais a se-
Como vimos, o campo do conhecimento sempre foi tenso, di- rem criativos para descartar conhecimento morto e incorporar in-
nâmico, aberto à dúvida, à revisão e superação de concepções e dagações e conhecimento e significados vivos, instigantes para a
teorias contestadas por novas indagações que vêm do real. Quando docência. /
os currículos se fecham a essa dinâmica do próprio conhecimento
terminam presos a conhecimentos superados, passados de data, de Os docentes dessas escolas, em convívio com os alunos popula-
validade. Quando se abrem às indagações, vivências postas na di- res, são levados a duvidar da visão sagrada, messiânica das ciências
nâmica social, se enriquecem, revitalizam. Há tantos conhecimen- e tecnologias que são obrigados a ensinar. A vida, a justiça e a digni-
tos vivos pressionando, disputando o território dos currículos. dade negadas com que convivem lhes obrigam a duvidar do caráter
redentor das competências e da racionalidade científico-técnica de
Os coletivos docentes têm se mantido atentos a essa dinâmica que são profissionais e que os currículos impõem de forma acrítica.
social e do próprio campo do conhecimento para garantir aos edu- Muitos profissionais desses educandos aí encontraram as vir-
candos conhecimentos vivos. Entretanto, seus esforços se veem tualidades e incentivos para duvidar e inventar ousadias criativas
limitados pela rigidez consagrada na velha estrutura entre base no próprio campo da docência e do currículo, para inventar outros
comum nacional e parte diversificada, componentes curriculares conhecimentos que ajudem os educandos a entender-se e enten-
obrigatórios e disciplinas a serem preservados. der os determinantes de seu viver.
As diversas resoluções que fixam diretrizes curriculares têm Enquanto continuarem chegando crianças e adolescentes, jo-
avançado muito na incorporação de princípios, valores e concep- vens ou adultos populares com vidas precarizadas teremos coleti-
ções avançadas de educação, de percursos formativos e de apren- vos de profissionais e de educandos contestando a visão sagrada,
dizagem, mas têm dificuldade de inovar nas formas de organização miraculosa dos conteúdos dos currículos e das avaliações. Teremos
dos conhecimentos e da organização dos tempos e do trabalho. É o disputas por outros conhecimentos, outras racionalidades, outro
núcleo duro, resistente. material didálico e literário; por outros projetos de sociedade, de
Essas iniciativas e aberturas exigem resistência, contestando cidade ou dc campo; por projetos de emancipação; por explorar as
o caráter sagrado, hegemónico, inevitável que se impõe sobre os potencialidades libertadoras do conhecimento. Mas que conheci-
educandos e as escolas sobre o currículo e as avaliações e, sobretu- mento liberta?
do, sobre a criatividade e autoria docente.
Ousadias em nome do compromisso ético
Que conhecimento em que projetos de sociedade Uma constatação chocante é que os gestores e a mídia conde-
E preciso manter com profissionalismo e ética os embates nes- nam os docentes de antiéticos, descomprometidos, irresponsáveis.
ses territórios do conhecimento por novas políticas de currículo, de Entretanto, nas últimas décadas, se observa um crescimento do-
avaliação, de valorização, atreladas a outros projetos de sociedade, cente das lutas por inovação em nome da ética, do compromisso
de ser humano, de vida, de justiça e dignidade humana. ético com os educandos, com seus direitos e com outro projeto de
Em toda disputa por conhecimentos estão em jogo disputas sociedade. A ética como luta pela dignidade dos educandos.
por projetos de sociedade. Deve-se questionar os conhecimentos A ética como luta por autoria e liberdade e criatividade respon-
tidos como necessários, inevitáveis, sagrados, confrontando-os sável dos profissionais do conhecimento.
com outras opções por outros mundos mais justos e igualitários, Em realidade, quando se apela à irresponsabilidade de mestres
mais humanos, menos segregadores dos coletivos que chegam às e alunos, estamos diante de um confronto de éticas. Da ética da li-
escolas públicas, sobretudo. Também é preciso repor nos currículos berdade, criatividade, verdade, dignidade que vinha crescendo em

49
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
INFORMÁTICA BÁSICA

- o Decreto nº 59.072, de 2019, que altera para “Laboratórios


REVISTA MAGISTÉRIO N. 10: EDUCOMUNICAÇÃO de Educação Digital - LED” a denominação dos equipamentos cria-
dos pelo Decreto nº 34.160/94.

Prezado Candidato, devido ao formato do material disponibili- - o Parecer CME nº 06, de 2021, retificado no DOC de
zaremos o conteúdo para estudo na “Área do cliente” em nosso 30/11/21, divulga as Matrizes Curriculares do Ensino Médio;
site.
Disponibilizamos o passo a passo no índice da apostila. - a Instrução Normativa SME nº 46, de 2019, que dispõe sobre
a reorganização do Trabalho Colaborativo de Autoria - TCA, no Ci-
clo Autoral do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino
SÃO PAULO (SP). SECRETARIA MUNICIPAL DE e dá outras providências;
EDUCAÇÃO. COORDENADORIA PEDAGÓGICA. USO DE
TECNOLOGIAS EM CONTEXTO DE PANDEMIA: O QUE - o disposto na Instrução Normativa nº 34, de 2021, que re-
APRENDEMOS E COMO PROSSEGUIR APRENDENDO?– orienta o Programa “São Paulo Integral – SPI” nas Escolas Muni-
SÃO PAULO : SME / COPED, 2021. cipais;

Prezado Candidato, devido ao formato do material disponibili- - a Instrução Normativa, que dispõe sobre o Processo Inicial
zaremos o conteúdo para estudo na “Área do cliente” em nosso de Escolha/Atribuição de classes/aulas publicada anualmente;
site.
Disponibilizamos o passo a passo no índice da apostila. - Portaria SME nº 6.258, de 2013, que dispõe sobre a pon-
tuação dos Profissionais de Educação docentes, lotados e/ou em
exercício nos Centros Municipais de Educação Infantil - CEMEIs,
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Escolas Municipais de Educação Infantil - EMEIs, Escolas Munici-
COORDENADORIA PEDAGÓGICA. CURRÍCULO DA pais de Ensino Fundamental - EMEFs, Escolas Municipais de Ensi-
CIDADE : ENSINO FUNDAMENTAL : COMPONENTE no Fundamental e Médio - EMEFMs e Escolas Municipais de Edu-
CURRICULAR:TECNOLOGIAS PARA APRENDIZAGEM. – cação Bilíngue para Surdos - EMEBSs da Secretaria Municipal de
2.ED. – SÃO PAULO : SME / COPED, 2019 Educação e dá outras providências;

Prezado Candidato, devido ao formato do material disponibili- - o Currículo da Cidade - Tecnologias para Aprendizagem;
zaremos o conteúdo para estudo na “Área do cliente” em nosso
site. - as Orientações Didáticas do Currículo da Cidade - Tecnolo-
Disponibilizamos o passo a passo no índice da apostila. gias para Aprendizagem;

RESOLVE:
INSTRUÇÃO NORMATIVA SME Nº 52, DE 10/12/2021 -
DISPÕE SOBRE A ORGANIZAÇÃO DOS LABORATÓRIOS Art. 1º Organizar o atendimento aos estudantes no Labora-
DE EDUCAÇÃO DIGITAL - LED, E DÁ OUTRAS tório de Educação Digital - LED, das Escolas Municipais de Ensino
PROVIDÊNCIAS Fundamental – EMEFs, Escolas Municipais de Ensino Fundamen-
tal e Médio – EMEFMs e Escolas Municipais de Educação Bilíngue
INSTRUÇÃO NORMATIVA SME Nº 52, DE 10 DE DEZEMBRO DE para Surdos – EMEBSs da Rede Municipal de Ensino.
2021 Art. 2º O trabalho desenvolvido com Tecnologias para Apren-
dizagem objetiva:
Dispõe sobre a organização dos Laboratórios de Educação Digital I - integrar e favorecer o desenvolvimento do Projeto Político-
- LED, e dá outras providências. -Pedagógico da Unidade Educacional;
II - contribuir com a efetivação da Política Educacional da Se-
O SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, no uso das atribui- cretaria Municipal de Educação;
ções legais e, III - contribuir com a integração das diferentes Áreas de Co-
nhecimento e atividades complementares;
CONSIDERANDO: IV - aprimorar as ações, pautadas no Currículo da Cidade -
Tecnologias para Aprendizagem - TPA, na perspectiva da educação
- o Decreto nº 34.160, de 1994, que institui os Laboratórios de integral, da equidade e da educação inclusiva, tendo a garantia
Informática Educativa nas Escolas Municipais; das aprendizagens para referenciar o trabalho pedagógico e o
ambiente escolar como local de promoção do protagonismo do
estudante;

89
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - INFORMÁTICA BÁSICA

V - articular o trabalho com Tecnologias a favor das aprendi- IX - zelar pela frequência dos estudantes às atividades;
zagens dos estudantes; X - realizar registro que possibilitem o diagnóstico, acompa-
VI - promover o Laboratório de Educação Digital como am- nhamento e avaliação dos processos de ensino e de aprendizagem
biente privilegiado para experimentação e desenvolvimento do incluindo os projetos realizados para complementação de jorna-
Pensamento Computacional e fomento ao pensamento criativo; da;
VII - desenvolver o trabalho com os projetos; XI - coordenar, em conjunto com o POSL, demais professores
Art. 3º São diretrizes das ações pedagógicas desenvolvidas no do ciclo e com acompanhamento e orientação do Coordenador
Laboratório de Educação Digital: Pedagógico o planejamento e desenvolvimento do Trabalho Cola-
I - os documentos da Secretaria Municipal da Educação, em borativo de Autoria - TCA.
especial, o Currículo da Cidade e as Orientações Didáticas que ver- Art. 6º Compete ao Coordenador Pedagógico da Unidade
sam sobre Tecnologias para Aprendizagem no Ensino Fundamen- Educacional:
tal, Educação de Jovens e Adultos e Ensino Médio; I - coordenar, acompanhar, apoiar e avaliar o trabalho desen-
II - o espaço físico da Unidade Educacional, como ambiente volvido pelo POED no Laboratório de Educação Digital;
de criação e recriação da cultura digital e dos conteúdos, tendo II - redirecionar as ações, quando se fizer necessário;
os estudantes e docentes como produtores e consumidores cons- III - orientar os registros de frequência e atividades realizadas;
cientes desta cultura, a partir da mediação, compreensão e ex- IV - proporcionar momentos de integração entre o POED e os
pressão das linguagens digitais; demais professores da Unidade Escolar.
III - a Tecnologia de Informação e Comunicação - TIC, a Pro- Art. 7º Compete ao Diretor de Escola:
gramação e o Letramento Digital como eixos de organização do I - assegurar os recursos necessários ao desenvolvimento das
trabalho pedagógico para a promoção do pensamento computa- atividades no LED;
cional em uma abordagem construcionista; II - promover, em conjunto com o Coordenador Pedagógico,
IV - o registro das práticas pedagógicas como instrumento de a articulação interna visando à efetivação do Currículo da Cidade
acompanhamento dos estudantes na avaliação do seu processo
de São Paulo e demais ações decorrentes vinculadas à sua área
de aprendizagem;
de atuação;
V - a valorização dos saberes e desenvolvimento das poten-
III - manter o acervo do LED disponível e em condições de uso
cialidades dos estudantes, tendo como princípios: o protagonis-
pelos estudantes e POEDs;
mo, a autonomia, a inventividade, a colaboração, o pensamento
reflexivo e a construção de conhecimentos e a autoria; IV - proporcionar meios para tornar os espaços educacionais
VI - a criação de ambientes estimuladores e colaborativos, em ambientes estimuladores e colaborativos de criação e recria-
com estratégias diversificadas no trabalho com tecnologias a fa- ção de cultura digital.
vor das aprendizagens; Art. 8º Compete à Diretoria Regional de Educação por meio
VII - a sistematização dos conteúdos produzidos coletivamen- da:
te, a partir da decisão também coletiva de compartilhamento e do I - Divisão Pedagógica - DIPED:
uso dos Recursos Educacionais Abertos; a) promover, em articulação com COPED/SME, formação
VIII - a criação de uma comunidade de aprendizagem para continuada com orientações e subsídios técnicos pedagógicos,
compartilhamento de práticas (Plataforma Currículo Digital, Re- em consonância com o Currículo da Cidade - Tecnologias para a
positório de Atividades etc.). Aprendizagem - TPA;
Art. 4º As aulas do Laboratório de Educação Digital, de Tecno- b) acompanhar o desenvolvimento do trabalho pedagógico
logias no Ensino Médio e de Informática Aplicada à Educação do realizado nos Laboratório de Educação Digital - LED mediante vi-
Curso Normal de Nível Médio, serão ministradas pelo Professor sitas às escolas e/ou através dos processos formativos/registros e
Orientador de Educação Digital - POED, eleito pelo Conselho de sua adequação ao Currículo da Cidade - TPA;
Escola e designado por ato do Secretário Municipal de Educação. c) planejar o estágio inicial do POED em consonância com as
Art. 5º São atribuições do Professor Orientador de Educação orientações das SME/COPED;
Digital - POED: d) organizar e orientar o estágio inicial do professor recém-
I - participar da elaboração do Projeto Político-Pedagógico da -designado POED.
UE; II - Supervisão Escolar:
II - participar dos horários coletivos de formação docente a) orientar e acompanhar o desenvolvimento do trabalho pe-
quando em JEIF; dagógico realizados pautado no Currículo da Cidade - Tecnologias
III - promover em conjunto com a equipe gestora intercâmbio para Aprendizagem;
entre os professores de diferentes turnos da Unidade Educacio- b) propor medidas de ajuste/adequação do projeto de acordo
nal; com o Currículo da Cidade - Tecnologias para Aprendizagem;
IV - participar da formação continuada, programas e projetos
c) orientar e acompanhar os registros de frequência e ativida-
de sua área de atuação oferecidos pelas Diretorias Regionais de
des realizados.
Educação - DREs e Coordenadoria Pedagógica - COPED/SME;
Art. 9º Compete à Coordenadoria Pedagógica da Secretaria
V - socializar entre os professores da UE os assuntos tratados
Municipal de Educação - SME/COPED/NTC - TPA:
nos encontros de formação proporcionados pela DRE e SME;
VI - assegurar a organização necessária para o funcionamento I - promover formação inicial ao POED recém-designado;
do Laboratório de Educação Digital - LED, promovendo espaço fí- II - subsidiar a formação continuada, na modalidade on-line
sico adequado às diferentes atividades; e/ou presencial, dos POEDs por meio da DRE;
VII - encaminhar para a chefia imediata registro dos proble- III - produzir materiais orientadores do trabalho realizado no
mas relacionados ao uso e estado de conservação dos equipa- Laboratório de Educação Digital;
mentos do LED; IV - acompanhar o trabalho formativo desenvolvido pela DI-
VIII - encaminhar com a anuência da chefia imediata as solici- PED/DRE.
tações de suporte técnico do LED;

90
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - INFORMÁTICA BÁSICA

Art. 10. Cabe à SME/COPED/NTC - TPA em conjunto com as § 3º Na hipótese de redução do número de turmas que impli-
DIPEDs das DREs indicar as Unidades Educacionais que receberão que na cessação da designação de um dos POEDs, caberá ao Con-
os equipamentos tecnológicos necessários ao funcionamento dos selho de Escola decidir qual profissional permanecerá na função.
Laboratórios de Educação Digital. § 4º A avaliação de que trata o “caput” poderá ser realizada a
Art. 11. Após a publicação da designação do POED, o Diretor qualquer tempo, desde que, devidamente fundamentada.
de Escola deverá comunicar à DIPED/DRE, para adoção das provi- Art. 16. O atendimento no Laboratório de Educação Digital
dências relacionadas ao estágio para a função. - LED dar-se-á dentro do horário regular dos estudantes, assegu-
§ 1º O estágio mencionado no “caput” deste artigo será rea- rando-se 1 (uma) hora-aula semanal para cada classe/turma em
lizado, preferencialmente, em uma semana, por 25 (vinte e cinco) funcionamento na Unidade Educacional.
horas-aula, assim organizadas: § 1º As turmas integrantes do Programa São Paulo integral
a) 05 (cinco) horas-aula na DRE; terão 2 (duas) horas-aula semanais no Laboratório de Educação
b) 20 (vinte) horas-aula em, no mínimo, duas Unidades Edu- Digital - LED.
cacionais. § 2º Nas EMEBSs as salas de Educação Infantil serão consi-
§ 2º O Diretor da UE onde o estágio for realizado expedirá deradas para composição de jornada do POED e organizadas por
documento que comprove o feito e o encaminhará para a DIPED meio de projetos pedagógicos.
e para a unidade de exercício do servidor para ciência da Equipe Art. 17. O número de profissionais designados para a função
Gestora e arquivo. de Professor de Educação Digital - POED está condicionado ao nú-
§ 3º Ficam dispensados do estágio de que trata o “caput” des- mero de classes/aulas em funcionamento na Unidade Educacio-
te artigo os professores que exerceram a função há menos de dois nal, observado o disposto nos artigos 4º e 16 desta IN e conforme
anos. segue:
I - 01 POED para as escolas com até 25 (vinte e cinco) horas-
Art. 12.A convocação do POED para participar da formação
-aula;
continuada em serviço dar-se-á por meio de norma específica.
II - 02 POEDs para as escolas que possuem 26 (vinte e seis) e
§ 1º Fica vedado o pagamento de Jornada de Trabalho Ex-
50 (cinquenta) horas-aula;
cedente - TEX, aos participantes da formação mencionada no
III - 03 POEDs para as escolas com mais de 51 (cinquenta) ho-
“caput” deste artigo. ras-aula.
§ 2º Por ocasião da ausência do POED caberá à Equipe Gesto- Art. 18. Assegurada a atribuição de todas as aulas menciona-
ra organizar o horário das aulas e a responsabilidade pelo uso do das nos artigos 4º e 16 desta IN, para fins de composição da Jorna-
LED e preservação dos equipamentos. da Básica Docente - JBD ou Jornada Especial Integral de Formação
Art. 13. Caberá ao Conselho de Escolha a escolha, por meio – JEIF, serão atribuídas na ordem:
de processo eletivo, do professor que desempenhará a função de I - até 2 (duas) horas-aula para organização do espaço, equi-
Professor Orientador de Educação Digital - POED. pamentos do LED, pesquisa, planejamento e execução de aulas
§ 1º As inscrições para o processo eletivo deverão ser ampla- voltadas a Educação Maker;(Redação dada pela Instrução Norma-
mente divulgadas no âmbito da Unidade Educacional. tiva SME nº 1/2022)
§ 2º Não havendo eleito ou interessado, as inscrições serão II - até 6 (seis) horas-aula de Projeto de Articulação e desen-
abertas para a Rede Municipal de Ensino por meio de publicação volvimento de saberes ligados ao uso de Tecnologias;(Redação
em Comunicado específico no DOC. dada pela Instrução Normativa SME nº 1/2022)
§ 3º O eleito será designado por ato do Administrativo, publi- III - até 2 (duas) horas-aula para docência compartilhada no
cado no Diário Oficial da Cidade de São Paulo - DOC. Ciclo Interdisciplinar;(Redação dada pela Instrução Normativa
§ 4º O início de exercício na função de POED dar-se-á somen- SME nº 1/2022)
te após a publicação do correspondente ato de designação. IV - até 2 (duas) horas-aulas de Trabalho Colaborativo de
Art. 14. Para participar do processo seletivo de que trata o Autoria – TCA.(Redação dada pela Instrução Normativa SME nº
artigo anterior, o interessado deverá apresentar proposta de tra- 1/2022)
balho, elaborada conforme ANEXO I parte integrante desta IN, em § 1º Esgotadas as possibilidades de composição de jornada
consonância com as diretrizes da SME, além de: mencionada nos incisos I a IV deste artigo, os POEDs cumprirão
I - ser efetivo e estável; atividades de Complementação de Jornada - CJ.
II - ter disponibilidade para a regência das aulas de acordo § 2º Compete à Equipe Gestora a organização das aulas que
com a necessidade da Unidade Educacional; serão escolhidas/atribuídas pelos POEDs, buscando a divisão
III - conhecer a área de atuação e a legislação pertinente ao equitativa das aulas, o que inclui, quando houver dois ou mais PO-
EDs na mesma UE, a organização, preferencialmente, por turnos.
desempenho da função;
Art. 19. A escolha/atribuição de aulas mencionadas nos arti-
IV - deter habilitação específica na área de surdez, se eleito,
gos 4º e 16 desta IN dar-se-á conforme Instrução Normativa es-
para autuar na EMEBSs.
pecífica.
Art. 15. Anualmente, na 2ª quinzena do mês de novembro
Parágrafo único. Ao professor com 25 (vinte e cinco) horas-
o Conselho de Escola avaliará o desempenho do POED, pautado -aula de regência nos termos do “caput”, poderá ser atribuído, a
nos objetivos, diretrizes e competências constantes nesta IN, em título de TEX, até 2 (duas) horas-aula para organização do espaço,
especial, quanto à implementação do Currículo da Cidade, desen- equipamentos do LED e pesquisa, planejamento e execução de
volvimento dos projetos, participação nos encontros formativos, aulas voltadas à Educação Maker.
assiduidade e pontualidade, a fim de decidir pela sua continuida- Art. 20. Na hipótese de haver mais de um POED, deverão ser
de ou não na função. observadas para fins de escolha/atribuição de aulas a classificação
§ 1º Na hipótese de não referendo será possibilitada a perma- obtida por meio da Portaria SME nº 6.258, de 2013 e, para fins de
nência do designado até o término do ano letivo. desempate, os seguintes critérios, na ordem:
§ 2º O não referendo do POED desencadeará novo processo I - maior tempo na função de POED;
eletivo. II - maior tempo na Carreira do Magistério;

91
LEGISLAÇÕES FEDERAIS

O direito de resposta é um meio de defesa assegurado à pes-


CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRA-
soa física ou jurídica ofendida em sua honra, e reputação, conceito,
SIL DE 1988 - ARTIGOS 5,37,38,39,40,205,206,207,208,2
nome, marca ou imagem, sem prejuízo do direito de indenização
09,210,211,212,213, 214 AO 229
por dano moral ou material.

— Direitos e deveres individuais e coletivos Liberdade religiosa e de consciência:


Os direitos e deveres individuais e coletivos são todos aqueles VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
previstos nos incisos do art. 5º da Constituição Federal, que trazem assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
alguns dos direitos e garantias fundamentais. ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re- VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re-
sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;
Princípio da igualdade entre homens e mulheres: O Brasil é um Estado laico, que não possui uma religião oficial,
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos mas que adota a liberdade de crença e de pensamento, assegurada
termos desta Constituição; a variedade de cultos, a proteção dos locais religiosos e a não priva-
Como o próprio nome diz, o princípio prega a igualdade de di- ção de direitos em razão da crença pessoal.
reitos e deveres entre homens e mulheres. A escusa de consciência é o direito que toda pessoa possui de
se recusar a cumprir determinada obrigação ou a praticar determi-
Princípio da legalidade e liberdade de ação: nado ato comum, por ser ele contrário às suas crenças religiosas ou
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma à sua convicção filosófica ou política, devendo então cumprir uma
coisa senão em virtude de lei; prestação alternativa, fixada em lei.
Como ser livre, todo ser humano só está obrigado a fazer ou
não fazer algo que esteja previsto em lei. Liberdade de expressão e proibição de censura:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
Vedação de práticas de tortura física e moral, tratamento de- fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
sumano e degradante: Aqui, temos uma vez mais consubstanciada a liberdade de ex-
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu- pressão e a vedação da censura.
mano ou degradante;
É vedada a prática de tortura física e moral, e qualquer tipo Proteção à imagem, honra e intimidade da pessoa humana:
de tratamento desumano, degradante ou contrário à dignidade X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
humana, por qualquer autoridade e também entre os próprios imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
cidadãos. A vedação à tortura é uma cláusula pétrea de nossa material ou moral decorrente de sua violação;
Constituição e ainda crime inafiançável na legislação penal Com intuito da proteção, a Constituição Federal tornou inviolá-
brasileira. vel a imagem, a honra e a intimidade pessoa humana, assegurando
o direito à reparação material ou moral em caso de violação.
Liberdade de manifestação do pensamento e vedação do ano-
nimato, visando coibir abusos e não responsabilização pela veicu- Proteção do domicílio do indivíduo:
lação de ideias e práticas prejudiciais: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano- penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
nimato; te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
A Constituição Federal pôs fim à censura, tornando livre a mani- por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência).
festação do pensamento. Esta liberdade, entretanto, não é absoluta
não podendo ser abusiva ou prejudicial aos direitos de outrem. Daí, Proteção do sigilo das comunicações:
a vedação do anonimato, de forma a coibir práticas prejudiciais sem XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
identificação de autoria, o que não impede, contudo, a apuração de telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl-
crimes de denúncia anônima. timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei es-
tabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
Direito de resposta e indenização: penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996).
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, A Constituição Federal protege o domicílio e o sigilo das co-
além da indenização por dano material, moral ou à imagem; municações, por isso, a invasão de domicílio e a quebra de sigilo
telefônico só pode se dar por ordem judicial.

95
LEGISLAÇÕES FEDERAIS
Liberdade de profissão: XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com-
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis- petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro-
são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; prietário indenização ulterior, se houver dano;
É livre o exercício de qualquer trabalho ou profissão.
Essa liberdade, entretanto, não é absoluta, pois se limita às O direito de propriedade não é absoluto. Dada a supremacia do
qualificações profissionais que a lei estabelece. interesse público sobre o particular, nas hipóteses legais é permiti-
da a intervenção do Estado na propriedade.
Acesso à informação:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguar- Pequena propriedade rural:
dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
O direito à informação é assegurado constitucionalmente, ga- de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
rantido o sigilo da fonte. pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
Liberdade de locomoção, direito de ir e vir: A pequena propriedade rural é impenhorável e não responde
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, por dívidas decorrentes de sua atividade produtiva.
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane-
cer ou dele sair com seus bens; Direitos autorais:
Todos são livres para entrar, circular, permanecer ou sair do ter- XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
ritório nacional em tempos de paz. publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
ros pelo tempo que a lei fixar;
Direito de reunião: XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o desportivas;
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
petente; obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér-
Os cidadãos podem se reunir livremente em praças e locais de pretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
uso comum do povo, desde que não venham a interferir ou atrapa- XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri-
lhar outra reunião designada anteriormente para o mesmo local. vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria-
ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas
Liberdade de associação: e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
a de caráter paramilitar; Além da Lei de Direitos Autorais, a Constituição prevê uma
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope- ampla proteção às obras intelectuais: criação artística, científica,
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência musical, literária etc. O Direito Autoral protege obras literárias (es-
estatal em seu funcionamento; critas ou orais), musicais, artísticas, científicas, obras de escultura,
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi- pintura e fotografia, bem como o direito das empresas de rádio
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo- fusão e cinematográficas. A Constituição Federal protege ainda a
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; propriedade industrial, esta difere da propriedade intelectual e não
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma- é objeto de proteção da Lei de Direitos Autorais, mas sim da Lei
necer associado; da Propriedade Industrial. Enquanto a proteção ao direito autoral
XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto- busca reprimir o plágio, a proteção à propriedade industrial busca
rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou conter a concorrência desleal.
extrajudicialmente;
No Brasil, é plena a liberdade de associação e a criação de as- Direito de herança:
sociações e cooperativas para fins lícitos, não podendo sofrer inter- XXX - é garantido o direito de herança;
venção do Estado. Nossa Segurança Nacional e Defesa Social é atri- XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
buição exclusiva do Estado, por isso, as associações paramilitares regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
(milícias, grupos ou associações civis armadas, normalmente com brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal
fins político-partidários, religiosos ou ideológicos) são vedadas. do “de cujus”;
O direito de herança ou direito sucessório é ramo específico
Direito de propriedade e sua função social: do Direito Civil que visa regular as relações jurídicas decorrentes do
XXII - é garantido o direito de propriedade; falecimento do indivíduo, o de cujus, e a transferência de seus bens
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; e direitos aos seus sucessores.
Além da ideia de pertencimento, toda propriedade ainda que
privada deve atender a interesses coletivos, não sendo nociva ou
Direito do consumidor:
causando prejuízo aos demais.
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con-
sumidor;
Intervenção do Estado na propriedade:
O Direito do Consumidor é o ramo do direito que disciplina
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
as relações entre fornecedores e prestadores de bens e serviços
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me-
e o consumidor final, parte hipossuficiente econômica da relação
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
jurídica. As relações de consumo, além do amparo constitucional,
previstos nesta Constituição;
encontram proteção no Código de Defesa do Consumidor e na legis-

96
LEGISLAÇÕES FEDERAIS
lação civil e no Procon, órgão do Ministério Público de cada estado, Princípio da legalidade, da anterioridade e da retroatividade
responsável por coordenar a política dos órgãos e entidades que da lei penal:
atuam na proteção do consumidor. XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal;
Direito de informação, petição e obtenção de certidão junto XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
aos órgãos públicos: Para ser crime, tem que estar expressamente previsto na lei pe-
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos infor- nal. Se a conduta não está prescrita no Código Penal, não é crime e
mações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, não há pena. Uma nova lei penal não retroage, não se aplica a con-
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, dutas praticadas antes de sua entrada em vigor, mas se a lei nova for
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da mais benéfica, esta sim poderá ser aplicada para beneficiar o réu.
sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011).
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do paga- Princípio da não discriminação:
mento de taxas: XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- tos e liberdades fundamentais;
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Decorre do princípio da igualdade.
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; Crimes inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de graça
Todo cidadão, independentemente de pagamento de taxa, tem e anistia:
direito à obtenção de informações, protocolo de petição e obtenção XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
de certidões junto aos órgãos públicos, de acordo com suas necessi- critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
dades, salvo necessidade de sigilo. XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
Princípio da proteção judiciária ou da inafastabilidade do con- tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
trole jurisdicional: dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento).
ou ameaça a direito; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
Por este princípio o, Poder Judiciário não pode deixar de apre- grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
ciar as causas de lesão ou ameaça a direito que chegam até ele. o Estado Democrático.
• Crimes inafiançáveis e imprescritíveis: Racismo e ação de
Segurança jurídica: grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Demo-
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico crático;
perfeito e a coisa julgada; • Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia: Prá-
Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico tica de Tortura, Tráfico de drogas e entorpecentes, terrorismo e cri-
de seu titular e cujo exercício não pode mais ser retirado ou tolhido. mes hediondos.
Ato jurídico perfeito é a situação ou direito consumado e defi-
nitivamente exercido, sem nulidades perante a lei vigente. Os crimes inafiançáveis são aqueles que não admitem fiança,
Coisa julgada é a matéria submetida a julgamento, cuja sen- ou seja, que não dão ao acusado o direito de responder seu
tença transitou em julgado e não cabe mais recurso, não podendo, processo em liberdade até a sentença condenatória, mediante
portanto, ser modificada. pagamento de determinada quantia pecuniária ou cumprimento
de determinadas obrigações;
Crimes imprescritíveis são aqueles que não prescrevem e po-
Tribunal de exceção:
dem ser julgados e punidos em qualquer tempo, independente-
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
mente da data em que foram cometidos;
O juízo ou tribunal de exceção seria aquele criado exclusiva-
Crimes insuscetíveis de graça e anistia são aqueles que não per-
mente para o julgamento de um fato específico já acontecido, onde
mitem a exclusão do crime com a rescisão da condenação e extin-
os julgadores são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda
ção total da punibilidade (anistia), nem a extinção da punibilidade,
tal prática, pois todos os casos devem se submeter a julgamento
ainda que parcial (graça).
dos juízos e tribunais já existentes, conforme suas competências
pré-fixadas. Princípio da intranscendência da pena:
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden-
Tribunal do Júri: do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
que lhe der a lei, assegurados: executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
a) a plenitude de defesa; A aplicação da pena deve ser sempre pessoal e não pode ser
b) o sigilo das votações; cumprida por pessoa diversa da pessoa do condenado.
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra Individualização da pena:
a vida; XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
outras, as seguintes:
O Tribunal do Júri é o instituto jurisdicional destinado exclusi- a) privação ou restrição da liberdade;
vamente para o julgamento da prática de crimes dolosos contra a b) perda de bens;
vida. c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

97
LEGISLAÇÕES MUNICIPAIS

Art. 5º A execução do PME e o cumprimento de suas metas


LEI MUNICIPAL Nº 16.271 DE 17 DE SETEMBRO DE serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódi-
2015- APROVA O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO cas, realizados pelas seguintes instâncias:
DE SÃO PAULO I - Secretaria Municipal de Educação;
II - Comissão Permanente de Educação, Cultura e Esportes da
LEI Nº 16.271, DE 17 DE SETEMBRO DE 2015 Câmara Municipal de São Paulo;
III - Conselho Municipal de Educação;
Aprova o Plano Municipal de Educação de São Paulo. IV - Fórum Municipal de Educação.
§ 1º Compete, ainda, às instâncias referidas no “caput” deste
FERNANDO HADDAD, Prefeito do Município de São Paulo, no artigo:
uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a I - divulgar os resultados do IDEB – Índice de Desenvolvimento
Câmara Municipal, em sessão de 25 de agosto de 2015, decretou da Educação Básica nos respectivos sítios institucionais da inter-
e eu promulgo a seguinte lei: net;
II - analisar e propor políticas públicas para assegurar a imple-
Art. 1º Fica aprovado o Plano Municipal de Educação de São mentação das estratégias e o cumprimento das metas;
Paulo – PME, com vigência de 10 (dez) anos, contados da data de III - analisar e propor a ampliação progressiva do investimento
publicação desta lei, na forma do Anexo Único, com vistas ao cum- público em educação, podendo ser revista, conforme o caso, para
primento do disposto no inciso I do art. 11 da Lei Federal nº 9.394, atender às necessidades financeiras do cumprimento das demais
de 20 de dezembro de 1996, no art. 8º da Lei Federal nº 13.005, metas deste PME.
de 25 de junho de 2014, e no § 3º do art. 200 da Lei Orgânica do § 2º Após 4 (quatro) anos de vigência deste PME, a Secretaria
Município de São Paulo. Municipal de Educação publicará estudos para aferir a evolução
Art. 2º São diretrizes do PME: no cumprimento das metas estabelecidas no Anexo Único inte-
I - superação do analfabetismo; grante desta lei.
II - universalização do atendimento escolar; § 3º A meta progressiva do investimento público em educa-
III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase ção será avaliada no quarto ano de vigência do PME e poderá ser
na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas ampliada por meio de lei para atender às necessidades financeiras
de discriminação; do cumprimento das demais metas.
IV - melhoria da qualidade de ensino; Art. 6º O Município promoverá a partir de 2021, em colabo-
V - promover a educação integral em tempo integral; ração com o Estado de São Paulo e a União e após minuciosa aná-
VI - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase lise do impacto do estado de pandemia na educação da cidade, 2
nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; (duas) conferências municipais de educação, com intervalo de até
VII - promoção da educação em direitos humanos; 3 (três) anos entre elas, com o objetivo de avaliar e monitorar a
VIII - promoção humanística, cultural, científica e tecnológica execução do Plano Municipal de Educação que, em face da situa-
do Município; ção vivida em 2020, terá os prazos de suas metas prorrogados por
IX - valorização dos profissionais de educação; 2 (dois) anos.(Redação dada pela Lei nº 17.437/2020)
X - difusão dos princípios da equidade, da dignidade da pes- Parágrafo único. As conferências municipais de educação, co-
soa humana e do combate a qualquer forma de violência; ordenadas pelo Conselho Municipal de Educação e Fórum Muni-
XI - autonomia da escola; cipal de Educação, e o processo de elaboração do próximo Plano
XII - fortalecimento da gestão democrática da educação e dos Municipal de Educação serão realizados com ampla participação
princípios que a fundamentam; de representantes da comunidade educacional e da sociedade ci-
XIII - promoção da educação em sustentabilidade socioam- vil.(Redação dada pela Lei nº 17.437/2020)
biental; Art. 7º As metas e estratégias estabelecidas neste PME apli-
XIV - desenvolvimento de políticas educacionais voltadas à cam-se indistintamente a todos os sistemas educacionais existen-
superação da exclusão, da evasão e da repetência escolares, ar- tes no Município de São Paulo.
ticulando os ciclos e as etapas de aprendizagem, visando à conti- Art. 8º O Plano Plurianual, as diretrizes orçamentárias e os or-
nuidade do processo educativo e considerando o respeito às dife- çamentos anuais do Município deverão ser formulados de modo a
renças e desigualdades entre os educandos. assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis
Art. 3º As metas previstas no Anexo Único integrante desta lei com as diretrizes, metas e estratégias do PME, a fim de viabilizar
deverão ser cumpridas no prazo de vigência do PME, desde que sua plena execução.
não haja prazo inferior definido para metas e estratégias especí- Art. 9º Até o final do primeiro semestre do nono ano de vi-
ficas. gência deste PME, o Poder Executivo encaminhará à Câmara Mu-
Art. 4º As metas previstas no Anexo Único integrante desta lei nicipal de São Paulo, sem prejuízo das prerrogativas deste Poder,
deverão ter como referência os censos mais atualizados da educa-
ção básica e superior, disponíveis na data da publicação desta lei.

203
LEGISLAÇÕES MUNICIPAIS
projeto de lei referente ao Plano Municipal de Educação a vigorar d) no cálculo dos repasses de recursos serão considerados:
no período subsequente, que incluirá diagnóstico, diretrizes, me- números de educandos, número de educandos com deficiência,
tas e estratégias para o próximo decênio. transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/su-
Art. 10. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. perdotação, tempo de permanência dos educandos, tipo de uni-
dade educacional e área construída, bem como o Índice Paulista
Anexo Único integrante da Lei nº 16.271, de 17 de setembro de Vulnerabilidade Social – IPVS - aferido pela Fundação SEADE
de 2015 (Sistema Estadual de Análise de Dados).
Plano Municipal de Educação de São Paulo 1.8. Realizar, de forma descentralizada, reformas de médio e
grande porte nas unidades educacionais, bem como serviços de
META 1. manutenção sistemáticos e periódicos.
Ampliar o investimento público em educação, aplicando no 1.9. Realizar cálculo dos módulos de pessoal e recursos finan-
mínimo 33% (trinta e três por cento) da receita resultante de im- ceiros de cada Diretoria Regional de Educação – DRE de acordo
postos, compreendida a proveniente de transferências, em ma- com o número de unidades educacionais, número de educan-
nutenção e desenvolvimento do ensino e em educação inclusiva. dos, número de educandos com deficiência, transtornos globais
Estratégias: do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, classes e
1.1. Incorporar por acréscimo, quando da regulamentação fe- demanda não atendida, respeitando a Meta 2 deste Plano, e ga-
deral, os recursos provenientes da previsão do financiamento da rantindo mais recursos para regiões com Índice Paulista de Vulne-
Educação determinado na Meta 20 do PNE. rabilidade Social – IPVS, Alta e Muito Alta, aferido pela Fundação
1.2. No prazo de 2 (dois) anos da vigência deste Plano, será SEADE.
implantado o Custo Aluno Qualidade Inicial – CAQi, referenciado 1.10. Buscar a complementação de recursos financeiros para
no conjunto de padrões mínimos estabelecidos na legislação edu- garantir a plena execução das metas e estratégias determinadas
cacional e cujo financiamento será calculado com base nos res- neste Plano e em consonância ao Plano Nacional de Educação,
pectivos insumos indispensáveis ao processo de ensino-aprendi- por meio de regime de colaboração com o Estado de São Paulo e
zagem, sendo progressivamente reajustado até a implementação a União.
plena do Custo Aluno Qualidade – CAQ.
1.3. Implementar o Custo Aluno Qualidade no Município de META 2.
São Paulo – CAQ, como parâmetro para o financiamento da edu- Assegurar uma relação educando por docente no sistema
cação de todas as etapas e modalidades da Educação Básica, a municipal de ensino que fortaleça a qualidade social da educação
partir do cálculo e do acompanhamento regular dos indicadores e as condições de trabalho dos profissionais da educação, na se-
de gastos e investimentos educacionais em qualificação e remune- guinte proporção:
ração do pessoal docente e dos demais profissionais da educação Berçário I: 7 crianças / 1 educador
pública, em aquisição, manutenção, construção e conservação de Berçário II: 9 crianças / 1 educador
instalações e equipamentos necessários ao ensino e em aquisição Mini – Grupo I: 12 crianças / 1 educador
de material didático-escolar, alimentação, transporte escolar. Mini – Grupo II: 25 crianças / 1 educador
1.4. O Custo Aluno Qualidade – CAQ será definido no prazo de Infantil I: 25 crianças / 1 educador
três anos e será continuamente ajustado, com base em metodo- Infantil II: 25 crianças / 1 educador
logia formulada pelo Ministério da Educação – MEC, nos termos Ciclo de Alfabetização: 26 educandos / 1 educador
da Meta 20, estratégia 20.8 do Plano Nacional de Educação – PNE Ciclo de Intermediário: 28 educandos / 1 educador
(Lei Federal nº 13.005, de 25 de junho de 2014). Ciclo autoral: 30 educandos / 1 educador
1.5. Destinar à manutenção e desenvolvimento do ensino a EJA I: 25 educandos / 1 educador
parcela da participação no resultado ou da compensação finan- EJA II: 30 educandos / 1 educador
ceira pela exploração de petróleo e gás natural e outros recursos, MOVA: 20 educandos / 1 educador
com a finalidade de cumprimento da meta prevista no inciso VI do Estratégias:
“caput” do art. 214 da Constituição Federal. 2.1. Buscar a redução na relação educando/docente na edu-
1.6. Fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegu- cação infantil, que atende crianças de zero a 3 (três) anos e 11
rem a transparência e o controle social na utilização dos recursos (onze) meses, após assegurar o atendimento da demanda regis-
públicos aplicados em educação, especialmente a realização de trada.
audiências públicas, a manutenção atualizada de portal eletrôni- 2.2. Realizar, em regime de colaboração com o Estado de São
co de transparência e a capacitação dos membros do Conselho Paulo, levantamento da demanda como forma de planejar a ofer-
Municipal de Educação, do Fórum Municipal de Educação, dos ta e verificar o atendimento da demanda efetiva, considerando a
Colegiados Regionais de Representantes de Conselho de Escola demanda por localidades, capacidade dos equipamentos já exis-
– CRECEs, do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do tentes e locais que necessitem novas construções.
Fundeb – CACS, previsto pela Lei Federal nº 11.494, de 20 de ju- 2.3. Construção de novas unidades educacionais para aten-
nho de 2007. dimento da demanda em cada região, considerando projetos ar-
1.7. Assegurar a ampliação e autonomia na utilização dos re- quitetônicos e mobiliários adequados às respectivas faixas etárias,
cursos descentralizados repassados para as escolas, consideran- contemplando ainda os critérios de acessibilidade, respeitando as
do: especificidades de cada etapa e a participação dos profissionais
a) o Conselho de Escola como instância máxima de delibera- da educação em sua elaboração.
ção das unidades educacionais e espaço privilegiado para acom- 2.4. Avaliar a ocupação dos prédios escolares identificando
panhamento e controle social; suas eventuais ociosidades visando a ampliação do acesso da Edu-
b) criação de programa específico para manutenção predial e cação Infantil.
pequenas reformas;
c) criação de programa específico para o desenvolvimento de
atividades pedagógicas;

204
LEGISLAÇÕES MUNICIPAIS
META 3. 3.12. Participar do programa nacional de reestruturação e
Fomentar a qualidade da Educação Básica em todas as etapas aquisição de equipamentos para escolas públicas, previsto no Pla-
e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem. no Nacional de Educação – PNE (Lei Federal nº 13.005, de 25 de
Estratégias: junho de 2014), visando à equalização regional das oportunidades
3.1. Construir padrões e indicadores de qualidade da educa- educacionais.
ção básica no sistema municipal de ensino para uso da autoava- 3.13. Implementar a Educação em Direitos Humanos na Edu-
liação das unidades educacionais, assim como para definição dos cação Básica, com ênfase na promoção da cidadania e na erradi-
parâmetros de melhoria do sistema municipal, valorizando a par- cação de todas as formas de discriminação e preconceito, em con-
ticipação popular. sonância com o inciso III do art. 2º do Plano Nacional de Educação,
3.2. Garantir a autonomia de elaboração e decisão dos Proje- aprovado na forma da Lei Federal nº 13.005, de 25 de junho de
tos Políticos Pedagógicos das escolas, definidos como expressão 2014;
da sua organização educativa, orientada pelas diretrizes explicita- 3.14. Promover ações contínuas de formação da comunidade
das no art. 2º desta lei. escolar em educação para os direitos humanos através da Secre-
3.3. Apoiar técnica e financeiramente a gestão escolar me- taria Municipal de Educação e em parceria com Instituições de En-
diante transferência direta de recursos financeiros à escola, garan- sino Superior e Universidades, preferencialmente públicas, e de-
tindo a autonomia escolar e a participação da comunidade escolar senvolver, garantir e ampliar a oferta de programas de formação
no planejamento e na aplicação dos recursos, visando à melhoria inicial e continuada de profissionais da educação, além de cursos
da qualidade da educação, com transparência e efetivo desenvol- de extensão, especialização, mestrado e doutorado.
vimento da gestão democrática. 3.15. Difundir propostas pedagógicas que incorporem conte-
3.4. Combinar processos de avaliação dos sistemas de ensino údos de direitos humanos, por meio de ações colaborativas com
com autoavaliação das unidades educacionais, de modo a assegu- os Fóruns de Educação, Conselhos Escolares, equipes pedagógicas
rar que o conjunto da comunidade escolar (profissionais, familia- das Unidades Educacionais e a sociedade civil.
res, comunidade local) se reúna para avaliar, com autonomia, as 3.16. Efetivar o regime de colaboração com os entes federa-
dificuldades e sucessos existentes, de modo a propor melhorias dos e desenvolver estratégias intersetoriais nas políticas públicas,
para os sistemas de ensino, considerando: visando à garantia de igualdade no acesso, na permanência e no
a) as especificidades de cada modalidade de ensino; sucesso da aprendizagem, bem como de qualidade para todos na
b) o perfil dos educandos e do corpo de profissionais da edu- oferta da educação básica.
cação; 3.17. Desagregar, cruzar e analisar anualmente todos os indi-
c) as condições de infraestrutura das unidades escolares; cadores educacionais com relação à renda, raça/etnia, sexo, cam-
d) os recursos pedagógicos disponíveis; po/cidade, deficiências e aprimorar o preenchimento do quesito
e) as características da gestão; raça/cor no Censo Escolar de modo a conhecer e atuar de forma
f) a autoavaliação realizadas pelas unidades educacionais. mais precisa em relação à permanência, transformações e desa-
3.5. Promover o intercâmbio das experiências pedagógicas fios vinculados às desigualdades na educação.
realizadas nas unidades escolares das redes municipal e estadual. 3.18. Garantir políticas de combate à violência na escola, in-
3.6. Prover, preferencialmente, em colaboração com o estado clusive pelo desenvolvimento de ações destinadas à formação de
de São Paulo, equipamentos e recursos tecnológicos digitais na educadores para detecção dos sinais de suas causas extraescola-
rede municipal de ensino para a utilização pedagógica no ambien- res, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção
te escolar. das providências adequadas para promover a construção da cul-
3.7. Incentivar o desenvolvimento, seleção, certificação e di- tura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a
vulgação de tecnologias educacionais, com preferência para sof- comunidade, considerando a Lei Municipal nº 14.492, de 2007.
twares livres e recursos educacionais abertos, para a Educação 3.19. Instaurar para as instituições escolares protocolo para
Básica. registro e encaminhamento de denúncias de violências e discri-
3.8. Promover a relação das unidades educacionais da Edu- minações de raça/etnia, origem regional ou nacional, deficiências,
cação Básica com instituições culturais e equipamentos públicos intolerância religiosa, e todas as formas de discriminação, visando
de cultura (CEU, bibliotecas, teatros, cinemas, museus, Casa de a fortalecer as redes de proteção de direitos previstas na legisla-
Cultura, Planetário entre outros), bem como a movimentos cul- ção.
turais e Pontos de Cultura, a fim de garantir a oferta regular de 3.20. Promover ações contínuas de formação da comunidade
atividades culturais para a livre fruição dos educandos e promover escolar, através da Secretaria Municipal de Educação e em parce-
maior repertório das linguagens artísticas dentro e fora dos espa- ria com instituições de Ensino Superior e Universidades, preferen-
ços escolares, assegurando ainda que as escolas se tornem polos cialmente públicas, e desenvolver, garantir e ampliar oferta de
de criação e difusão cultural. programas de formação inicial e continuada de profissionais da
3.9. Ampliar o acervo e as atividades de leitura das Unida- educação, além de cursos de extensão, especialização, mestrado
des Educacionais da Rede Municipal de Educação para promover e doutorado, visando a superar preconceitos, discriminações e
acesso e o prazer da leitura. qualquer tipo de violência em ambiente escolar.
3.10. Promover a relação das Unidades Educacionais da Edu- 3.21. Promover ações contínuas de formação da comunidade
cação Básica com equipamentos públicos de esportes, a fim de ga- escolar sobre relações étnico-raciais no Brasil e sobre a história e
rantir a oferta regular de atividades esportivas para os educandos. cultura afro-brasileira, africana e dos povos indígenas através da
3.11. Garantir espaços para a prática esportiva e laboratórios Secretaria Municipal de Educação e em parceria com Instituições
de ciências em cada Unidade Educacional, garantindo a acessibili- de Ensino Superior e Universidades, preferencialmente públicas,
dade às pessoas com deficiência. e desenvolver, garantir e ampliar a oferta de programas de for-
mação inicial e continuada de profissionais da educação, além de
cursos de extensão, especialização, mestrado e doutorado.

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