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CADERNO DE

RESUMOS
SEMINÁRIO “ASSISTÊNCIA
ESTUDANTIL: CONTRIBUIÇÕES
DO SERVIÇO SOCIAL”
COMISSÃO ORGANIZADORA

CADERNO DE
RESUMOS
SEMINÁRIO “ASSISTÊNCIA
ESTUDANTIL: CONTRIBUIÇÕES DO
SERVIÇO SOCIAL”

RIO DE JANEIRO
OUTUBRO DE 2023
ISBN: 978-65-00-93786-2
©2023
Direitos de publicação reservados a: Comissão Organizadora do
Seminário “Assistência Estudantil: contribuições do Serviço Social”

Ficha catalográfica elaborada por


Thais da Silva Alves
CRB7/6200.
COMISSÃO ORGANIZADORA DO SEMINÁRIO:
ALINE CAVALCANTI DE ABREU
ALINE MIRANDA CARDOSO
ARLENE VIEIRA TRINDADE
CAMILA NOGUEIRA CHAVES MESQUITA
CINTHIA DE ANDRADE PEREIRA
JÉSSICA OLIVEIRA MONTEIRO
JONATAS LIMA VALLE
JOSÉ RODOLFO SANTOS DA SILVA
PATRICIA LIMA DO NASCIMENTO
SARA TEMOTEO DA SILVA
SIMONE ELIZA DO CARMO LESSA

COMISSÃO CIENTÍFICA DO SEMINÁRIO:


ALINE MIRANDA CARDOSO
CAMILA NOGUEIRA CHAVES MESQUITA
PATRICIA LIMA DO NASCIMENTO
SIMONE ELIZA DO CARMO LESSA

ORGANIZADORAS DOS CADERNOS:


ALINE MIRANDA CARDOSO
JÉSSICA OLIVEIRA MONTEIRO

DIAGRAMAÇÃO E VISUAL:
JÉSSICA OLIVEIRA MONTEIRO

BIBLIOTECÁRIA:
THAIS DA SILVA ALVES
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 6

EIXO 1 - O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DE ASSISTENTES SOCIAIS


NA ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL EM DEBATE .......................................8
A PRÁTICA PROFISSIONAL DE ASSISTENTES SOCIAIS NA POLÍTICA DE
EDUCAÇÃO: REFLEXÕES PRELIMINARES ............................................................................................9
VANESSA DE ABREU CARVALHO FERREIRA

ENTRE O PROCESSO DE BOLSIFICAÇÃO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA


ESTUDANTIL E A TESE DO SINCRETISMO PROFISSIONAL: EVIDENCIANDO OS
FIOS INVISÍVEIS DA REQUISIÇÃO CONSERVADORA À DIMENSÃO PEDAGÓGICA
..............................................................................................................................................................................................10
ALINE MIRANDA CARDOSO
JONATAS LIMA VALLE

ESTÁGIO E SERVIÇO SOCIAL: A EXPERIÊNCIA DO SETOR DE ASSISTÊNCIA


ESTUDANTIL – COLÉGIO PEDRO II CAMPUS REALENGO II ........................................................11
SHEILA CONCEIÇÃO DA SILVA BUENO
YASMIN GOMES VIEIRA

SERVIÇO SOCIAL E ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL DO COLÉGIO PEDRO II: ENTRAVES E


POTENCIALIDADES DOS AUXÍLIOS FINANCEIROS .....................................................................12
SHEILA CONCEIÇÃO DA SILVA BUENO
CINTHIA DE ANDRADE PEREIRA

SERVIÇO SOCIAL E EDUCAÇÃO: UM ESTUDO SOBRE A FORÇA DE TRABALHO DAS


EQUIPES DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL DE UM INSTITUTO FEDERAL DO RIO
GRANDE DO SUL .....................................................................................................................................................13
JOSIELA SILVEIRA CAVALHEIRO

O TRABALHO DA ASSISTENTE SOCIAL NA COORDENAÇÃO DE BOLSAS E AUXÍLIOS


DA PUC-RIO: OS DESAFIOS E IMPASSES DO ACESSO E PERMANÊNCIA NO ENSINO
SUPERIOR ....................................................................................................................................................................14
CLAUDIA CRISTINA DE SOUZA SANTOS
JESSICA GOMES BATISTA VIEIRA

TRABALHO E SOBRETRABALHO: PANORAMA DO TRABALHO DOS ASSISTENTES


SOCIAIS NA ANÁLISE SOCIOECONÔMICA PARA O ACESSO VIA AÇÕES
AFIRMATIVAS NAS IFES .....................................................................................................................................15
CAMILA NOGUEIRA CHAVES MESQUITA
CAROLINA MEDEIROS PINTO
VANESSA PONTES DA COSTA LIMA
JOSE RODOLFO SANTOS DA SILVEIRA

O TRABALHO NA ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL PARA ALÉM DAS ANÁLISES DE


BENEFÍCIOS ................................................................................................................................................................16
DEBORA SPOTORNO MOREIRA MACHADO FERREIRA

OS DESAFIOS DO USO DAS TECNOLOGIAS NO ACESSO À ASSISTÊNCIA


ESTUDANTIL ...............................................................................................................................................................17
REBECA BARRETO DUARTE PATERSON
TATIANA PEREIRA SODRÉ
PAOLA BARROS DE FARIA FONSECA
JERCIA TRINDADE DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO SOCIOECONÔMICA DO PROCESSO FÍSICO AO DIGITAL: A


EXPERIÊNCIA DA EQUIPE DE SERVIÇO SOCIAL DA PR4/ UERJ COM A
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA ASE ...............................................................................................................18
VIVIANE MAURÍCIO FIGUEIREDO MACHADO
RENATA DA FONSECA SILVA FERNANDES
EIXO 2 - REFLEXÕES SOBRE POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA
ESTUDANTIL E TEMAS TRANSVERSAIS ..........................................19

A LEI MARIA DA PENHA E O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NA


ESCOLA: PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA ADOLESCENTES NO NAMORO
..............................................................................................................................................................................................20
FRANCELYNE DA SILVA DE ASSIS LEVINO

PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES:


INTERVENÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
...............................................................................................................................................................................................21
FRANCELYNE DA SILVA DE ASSIS LEVINO

PRINCÍPIOS E DIRETRIZES PARA A ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL DOS INSTITUTOS


FEDERAIS ....................................................................................................................................................................22
JOSIELA SILVEIRA CAVALHEIRO.
IARA MANTOANELLI

SOBRE A NECESSIDADE DE PESQUISA PARA ANÁLISE DE INDICADORES


SOCIAIS SOBRE GÊNEROS E SEXUALIDADES NO ESPAÇO ESCOLAR
...............................................................................................................................................................................................23
JULIA E SÁ DA SILVA CAMPOS

DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO AO ENSINO SUPERIOR NAS IES DO ESTADO


DO RJ: RELATO DE EXPERIÊNCIA INTERVENTIVA JUNTO À ESTUDANTES DO
ENSINO MÉDIO ........................................................................................................................................................24
GISELLE PINTO DA SILVA
QUÉZIA PEREIRA VIDAL DOS SANTOS
KÊNIA DA COSTA SANTOS DE OLIVEIRA

CRIANDO PONTES, TECENDO REDES: GÊNERO E DIVERSIDADE NA UFRJ


..............................................................................................................................................................................................25
SAMANTHA RODRIGUES
CAMILA NOGUEIRA CHAVES MESQUITA

A CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA QUE VERSA SOBRE ACESSO E


PERMANÊNCIA ESTUDANTIL COM ESTUDANTES TRABALHADORAS
..............................................................................................................................................................................................26
SIMONE ELIZA DO CARMO LESSA

AÇÃO AFIRMATIVA EM FOCO: A RELEVÂNCIA DAS COTAS PARA SOCIEDADE E


A EXPERIÊNCIA DA UERJ COM ESTA POLÍTICA, SOB O OLHAR DE UMA
ESTUDANTE COTISTA .......................................................................................................................................27
LAYS CHRISTYNE

PROJETO DE EXTENSÃO JUVENTUDES EM CENA (PROJUCENA): TECENDO


REDES E CONEXÕES ENTRE UNIVERSIDADE E EDUCAÇÃO POPULAR
..............................................................................................................................................................................................28
SHEYLA PAITER FREIRE
VANESSA CECCATTO
CELIA MARIA DE SOUZA

IMPACTOS DO TRANSPORTE PÚBLICO NA PERMANÊNCIA ESTUDANTIL ..............29


LAIS FONTES DA SILVA

LISTA DE AUTORES(AS) COM E-MAILS .................................................................30

CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................31

ANEXO (MANIFESTO DE FUNDAÇÃO DO FASTAERJ) ..................................32


APRESENTAÇÃO
O Caderno de Resumos que aqui apresentamos é fruto da realização do
Seminário Assistência Estudantil: contribuições do Serviço Social, realizado
no dia 06 de outubro de 2023 no Colégio Pedro II Campus São Cristóvão.

A organização do Seminário foi feita a partir da articulação do Núcleo de


Mapeamento e Articulação em Ruptura o Serviço Social na Assistència
Estudantil (Numar), por meio de seu Projeto de Extensão Articulando e
Potencializando o Serviço Social na Assistência Estudantil, formalizado pelo
Cefet/RJ, do Núcleo de Estudos da Educação e Assistência Estudantil da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Neeae), do Colégio Pedro II e do
When you've decided on your cover story,
Fórum de Assistenciais Trabalhadores da Assistência Estudantil do estado do
come up with a list of topics for your
Rio de Janeiro (Fastaerj).
feature articles. This can range from
interviews, product reviews, human
O evento foi motivado por uma longa trajetória prévia das/os organizadores
interest pieces, and even lists.
do exercício profissional no desenvolvimento de pesquisa e extensão na área
da educação e assistência estudantil. Ademais, materializa um dos
encaminhamentos decorrentes do evento devolutivo da pesquisa sobre
Mapeamento interinstitucional da política de assistência estudantil nas
instituições federais de ensino do estado do Rio de Janeiro, ocorrido em
março do presente ano e promovido pelo Numar e Neeae. A partir da referida
pesquisa, foi possível construir um retrato da política de permanência da rede
federal, no período de 2017 a 2019. Além disso, ficou ainda mais evidente a
necessidade de se promover espaços de formação permanente, no intuito de
fortalecer os laços e favorecer as trocas de experiências.

Na parte da manhã, foram realizadas duas mesas temáticas do Seminário, a


saber: "Organização política, mobilização e as lutas em defesa da Assistência
Estudantil no Brasil", com a participação das assistentes sociais Cinthia
Pereira (Colégio Pedro-II), Camila Martins (Conselho Regional de Serviço
Social/RJ), Vivian Mattos (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)
e mediação de Aline Abreu (Colégio Pedro II); e "O trabalho de assistentes
sociais na assistência estudantil, desafios e estratégias possíveis", com a
participação das assistentes sociais Camila Chaves (Universidade Federal do

6
Rio de Janeiro), Débora Spotorno (Instituto Federal Fluminense), Gleyce
Figueiredo (Instituto Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal
Fluminense) e mediação de Jéssica Monteiro (Universidade Federal do Estado
do Rio de Janeiro).

Na parte da tarde, tivemos a apresentação dos resumos aqui publicados,


relacionados a experiências profissionais, de pesquisa, de estudos e de
reflexões que versavam
When sobre
you'veadecided
assistência estudantil
on your cover estory,
o serviço social, sendo
divididos em dois come grupos temáticos:
up with 1- Oforexercício
a list of topics your profissional-de-
assistentes sociais nafeature
assistência estudantil
articles. This canem debate
range frome 2-Reflexões sobre a
política de assistênciainterviews,
estudantilproduct
e temasreviews,
transversais.
humanPor fim, na sequência,
houve o lançamento dointerest
Fórum pieces,
de Assistenciais
and evenTrabalhadores
lists. da Assistência
Estudantil do estado do Rio de Janeiro (Fastaerj).

A decisão de publicar os resumos provém da identificação da qualidade das


experiências profissionais, pesquisas e estudos, o que propiciou uma troca
potente no Seminário. Com isso, queremos contribuir com a socialização das
supracitadas reflexões e, ao mesmo tempo, estimular a criação de espaços de
articulação profissional e formação permanente. Ao final, trazemos a lista
nominal de autoras/es com seus respectivos contatos de e-mail para
oportunizar trocas e articulações para além do presente Caderno de
Resumos.

Boa leitura!

7
EIXO 1 - O EXERCÍCIO
PROFISSIONAL DE ASSISTENTES
SOCIAIS NA ASSISTÊNCIA
ESTUDANTIL EM DEBATE

Os resumos contidos neste eixo foram apresentados em


grupo de igual nome no Seminário. A reunião dos
referidos trabalhos neste espaço se justifica pelo fato de,
no contexto geral do tema da assistência estudantil,
priorizarem a problematização que diz respeito ao
exercício profissional, ou seja, suas competências,
atribuições, sua dimensão técnico-operativa, sem no
entanto deixar à margem sua qualidade ético-política e
teórico-metodológico.

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RESUMO 1

A PRÁTICA PROFISSIONAL DE ASSISTENTES SOCIAIS NA


POLÍTICA DE EDUCAÇÃO: REFLEXÕES PRELIMINARES

VANESSA DE ABREU CARVALHO FERREIRA

PALAVRAS-CHAVE: SERVIÇO SOCIAL, PRÁTICA PROFISSIONAL, POLÍTICA


DE EDUCAÇÃO

O presente resumo visa refletir criticamente sobre a prática profissional de assistentes sociais na
Política de Educação na atualidade, a partir da experiência profissional da autora no Colégio Pedro
II, na cidade do Rio de Janeiro-RJ. O resumo contribui para as discussões acerca da inserção de
assistentes sociais na Política de Educação e para as discussões sobre os processos de trabalho
do Serviço Social. Compreende que a teoria social marxista é a mais apropriada para nortear
essas reflexões e está baseada pelos documentos que norteiam o fazer profissional do Serviço
Social no Brasil. As motivações que nos fizeram refletir sobre o exercício profissional de
assistentes sociais na Política de Educação, diz respeito à nossa experiência profissional na área,
buscando traçar elos entre as dimensões que comportam a singularidade, particularidade e
universalidade desse fazer profissional. Além disso, consideramos de suma importância o
“compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento
intelectual, na perspectiva da competência profissional” (BRASIL, 2012, p. 24), conforme versa o
Código de Ética Profissional, nos seus princípios fundamentais. A Pandemia de Covid-19
aprofundou as desigualdades sociais e, pressupondo que do ponto de vista político, principalmente
no período do desgoverno Bolsonaro, privilegiou-se a economia ao invés da vida das pessoas,
promoveu-se uma devastação das políticas sociais, dentre elas, a de Educação, e uma total
desvalorização dos trabalhadores e trabalhadoras. No ambiente escolar, as principais demandas
reconhecidas pelos demais profissionais como demandas para o Serviço Social, têm sido àquelas
ligadas aos auxílios estudantis financeiros. Temos feito o esforço de atuar em outras frentes, em
diálogo com esses profissionais para que sejam capazes de compreender outras possibilidades de
alcance da nossa atuação. Reconhecemos que os auxílios estudantis são importante estratégia,
no entanto, como vem podendo ser implementada, de forma fragmentada e focalizada em
determinados segmentos, temos uma política extremamente fragilizada. Ela, por si só, não garante
a permanência das/os estudantes de fato. Dialogamos com as famílias das/os estudantes sobre a
importância de compreender essa Política como um direito social amplo, universal, e como tal,
entender que não deveria se tratar de alcançar aos mais pobres dentre os pobres.
REFERÊNCIAS:
ABEPSS. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL.
Diretrizes Curriculares da ABEPSS.
BRASIL. Código de ética do/a assistente social. Lei 8.662/93 de regulamentação da
profissão. 10ª ed. Ver. E atual. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 2012.

9
RESUMO 2

ENTRE O PROCESSO DE BOLSIFICAÇÃO DA POLÍTICA DE


ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL E A TESE DO SINCRETISMO
PROFISSIONAL: EVIDENCIANDO OS FIOS INVISÍVEIS DA
REQUISIÇÃO CONSERVADORA À DIMENSÃO PEDAGÓGICA

ALINE MIRANDA CARDOSO


JONATAS LIMA VALLE

PALAVRAS-CHAVE: BOLSIFICAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL; SINCRETISMO


PROFISSIONAL; DIMENSÃO PEDAGÓGICA; ANÁLISE SOCIOECONÔMICA; SERVIÇO
SOCIAL.

A partir de meados dos anos 2000, ocorreu um aumento considerável do quantitativo de


assistentes sociais para atuar na educação, principalmente, na rede federal de ensino. Essa maior
convocação das referidas profissionais foi impulsionada, dentre outros fatores, pelos processos de
expansão/reestruturação experimentado pelas instituições federais de ensino (IFEs), assim como
a aprovação do Decreto nº. 7.234/2010 (Programa Nacional de Assistência Estudantil) e a Lei
Federal nº. 12.711/2012 (Lei de Cotas). Nesse contexto, há um elenco de contradições
permeando a atuação das assistentes sociais junto às condições de acesso e permanência. No
presente estudo, privilegiamos duas determinações que consideramos mais centrais ante ao
conjunto de requisições institucionais existentes na assistência estudantil: a configuração
bolsificada que esta política assume em tempos de financeirização do capital e o caráter sincrético
da prática profissional de Serviço Social. Destaca-se que esses dois elementos convergem no
sentido de expressar uma tendência geral das requisições institucionais que atuam como força
restritiva sobre a atuação das assistentes sociais ante ao conjunto de atividades que estão
vinculadas aos processos seletivos para concessão de bolsas/auxílios. Desse modo, o conteúdo a
ser exposto, buscará mediações entre as duas determinantes privilegiadas e algumas de suas
manifestações cotidianas, a fim de evidenciá-las, sobretudo, enquanto um projeto institucional
vinculado aos interesses de dominação burguesa. Trata-se, nesse sentido, de um ensaio que
buscará refletir sobre o fato de que por trás de uma narrativa que supõe a centralidade da
dimensão investigativa profissional corre, no discurso institucional, na verdade, um processo de
burocratização (irrefletida) da dimensão interventiva. Partindo-se do pressuposto de que se trata
de uma profissão essencialmente pedagógica, as provocações finais direcionam-se para a
problematização da relação entre a invisibilização do nexo entre as análises socioeconômicas
realizadas e os seus efeitos político-ideológicos, inerentes ao fazer profissional. O desfecho do
ensaio, no entanto, está na ênfase desse desenho enquanto um projeto (e não um fato
consumado) institucional (e não da profissão ou dos trabalhadores). Ou seja, entendemos que, se
de um lado, é impositiva a necessidade de responder a esta requisição institucional, de outro,
existem diversas possibilidades de intervenção profissional a serem exploradas nesse processo
que não necessariamente vão se encerrar nos limites institucionais. Assim, entendemos que, além
de uma margem de relativa autonomia, alguns elementos ligados ao próprio caráter sincrético que
estrutura o exercício profissional (“aparência indiferenciada”, por exemplo), permite às assistentes
sociais transcenderem esse plano mais imediato de intervenção.

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RESUMO 3

ESTÁGIO E SERVIÇO SOCIAL: A EXPERIÊNCIA DO SETOR DE


ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL – COLÉGIO PEDRO II CAMPUS REALENGO II

SHEILA CONCEIÇÃO DA SILVA BUENO


YASMIN GOMES VIEIRA

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO SUPERVISIONADO, SERVIÇO SOCIAL, ASSISTÊNCIA


ESTUDANTIL.

O debate acerca do estágio supervisionado em Serviço Social é algo que vem ganhando vulto já
há alguns anos, fato este que se materializa nas inúmeras produções teóricas sobre o tema. Há
de se considerar, no entanto, que, embora o assunto venha sendo continuadamente explorado no
meio acadêmico e profissional faz-se necessário problematizar o fato de que o estágio em Serviço
Social já possui certa tradição em alguns espaços ocupacionais do assistente social, como a
Saúde e a Assistência Social, mas ainda é pouco explorado em áreas como a Educação e,
consequentemente, a Assistência Estudantil.
Deste modo, para fins deste debate, propomos uma reflexão sobre a importância do estágio
supervisionado em Serviço Social no âmbito da Educação, tomando como referência nossa
experiência e vivência no Setor de Assistência Estudantil do Colégio Pedro II Campus Realengo II.
Tal experiência com estágio é bastante recente, tendo seu início em 2023.1, mas já demonstra
significativo potencial, trazendo importantes resultados a partir da relação estagiária x supervisora
de campo x supervisora acadêmica, e a partir do trabalho técnico realizado cotidianamente.
Torna-se imperativo pontuar que o trabalho do Serviço Social neste espaço se depara
frequentemente com múltiplas expressões da Questão Social – seja por demanda espontânea ou
busca ativa – proporcionando, e ao mesmo tempo requerendo do assistente social possibilidades
de intervenções intersetoriais a partir do trabalho articulado com outras políticas sociais.
Entendendo e vislumbrando o nosso público alvo, qual seja – estudantes e suas famílias –
enquanto sujeitos de direitos, e identificando suas demandas para além dos muros da escola,
espraiamos as possibilidades de atendimento e consequentemente de reflexão e estudos de
casos permitindo ao/à estagiário/a visualizar quão amplo pode ser o trabalho do assistente
social.É preciso ter clareza, no entanto, que a presença do/a estagiário/a para o Setor ou para o/a
profissional assistente social não pode e não deve representar – de maneira stricto sensu - um
aumento de mão-de-obra, mas sim como uma valiosa colaboração em via de mão dupla para o
crescimento do Setor, para a ampliação e oxigenação do trabalho do/a assistente social e para o
enriquecimento da formação do/a estagiário/a. De igual modo, é imprescindível que o/a
estagiário/a realize uma análise institucional bem estruturada para um melhor aproveitamento de
sua experiência, a fim de identificar dentro da política na qual está inserido/a, os entraves e
potencialidades da atuação profissional.

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RESUMO 4

SERVIÇO SOCIAL E ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL DO COLÉGIO PEDRO II:


ENTRAVES E POTENCIALIDADES DOS AUXÍLIOS FINANCEIROS

SHEILA CONCEIÇÃO DA SILVA BUENO


CINTHIA DE ANDRADE PEREIRA

PALAVRAS-CHAVE: COLÉGIO PEDRO II, ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, SERVIÇO


SOCIAL, AUXÍLIO FINANCEIRO

O debate acerca da Política de Assistência Estudantil, já institucionalizada como a conhecemos


hoje, ainda pode ser considerado como pouco explorado, com uma bibliografia ainda tímida se
comparada a tantas outras políticas sociais. Embora tenhamos clareza de tal carência sobre o
tema na literatura, há de se considerar toda a importância das obras e estudos produzidos nos
últimos anos, onde diferentes autores têm se debruçado sobre tudo o que envolve o espaço da
Assistência Estudantil – com especial destaque aos profissionais que lidam cotidianamente com o
tema em seus espaços de trabalho.
Entendendo a relevância da reflexão sobre o cotidiano profissional, sobre a sistematização da
prática e, consequentemente, sobre a produção teórica resultante deste processo no âmbito da
Assistência Estudantil - a qual envolve conjuntura política, racionalidade econômica, espaços
sócio-ocupacionais, entre outras intervenientes – buscaremos, assim, contribuir para o debate
através de uma análise crítica acerca do cotidiano profissional dos Setores de Assistência
Estudantil no Colégio Pedro II, Campi Realengo, e, mais especificamente, sobre os entraves e
potencialidades do Auxílio Financeiro de Apoio ao Estudante - AFAE, auxílio este que concede
valores em espécie à estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, praticado há
alguns anos na Instituição.
Consideramos a importância da avaliação deste processo, seus entraves e potencialidades, a fim
de buscar estratégias de melhorias e mitigar possíveis problemas para o alcance de resultados
satisfatórios junto ao atendimento do nosso público alvo.
Nesta tarefa há de se considerar enquanto condição sine qua non a realização das mediações
necessárias, em observância aos processos sócio-históricos que atravessam a sociedade
brasileira ao longo dos anos, a racionalidade burguesa que baliza as relações sociais
estabelecidas e os limites impostos à atuação profissional dos atores envolvidos na Política de
Educação e dentro desta, no universo da Assistência Estudantil.
Embora o trabalho profissional na Assistência Estudantil no Colégio Pedro II esteja
significativamente engendrado à necessidade de dar respostas e gerar resultados às demandas
institucionais, torna-se possível ao Serviço Social, inserido neste espaço, transformá-las em
demandas profissionais, evidenciando as possibilidades de alcance de situações sociais
escamoteadas no cotidiano dos/as estudantes atendidos, a partir das potencialidades que as
inscrições no AFAE podem proporcionar, através de aproximações com a realidade, para o
sucesso do trabalho.

12
RESUMO 5

SERVIÇO SOCIAL E EDUCAÇÃO: UM ESTUDO SOBRE A FORÇA DE


TRABALHO DAS EQUIPES DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL DE UM
INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

JOSIELA SILVEIRA CAVALHEIRO

PALAVRAS-CHAVE: POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL; INSTITUTOS


FEDERAIS; SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Este trabalho apresenta dados qualitativos sobre as condições de trabalho das equipes de
Assistência Estudantil do Instituto Federal sul-rio-grandense (IFSul), referentes ao ano de 2021,
com objetivo de apresentar à Gestão do referido Instituto as condições de trabalho nas quais se
encontram os profissionais que operacionalizam a Política de Assistência Estudantil, bem como
apontar caminhos para a melhoria das condições de trabalho dos/as servidores/as que,
consequentemente, implicará na melhoria dos serviços prestados aos estudantes, no âmbito
dessa política. Os dados foram coletados por meio de formulário on-line enviado aos/às
servidores/as, bem como por meio de registros sistematizados em diário de campo do Serviço
Social, durante a realização de visitas on line, por meio do GoogleMeet, realizadas aos campi.
Foram identificadas três principais questões relativas às condições de trabalho dos/as
servidores/as da AE: a ausência de equipes básicas em alguns campi, a “intensificação do
trabalho” e os riscos à qualidade da saúde mental dos/as servidores/as. Por meio do
monitoramento, avaliação e o assessoramento às equipes dos campi na gestão e execução das
ações, realizada no período Pandêmico através do Projeto Visitas on-line, constatou a importância
do monitoramento das ações da PAE por meio de visitas ao campus, por meio de um projeto com
objetivos, metodologia e instrumentos claros na condução dos trabalhos, permitindo escutar os
trabalhadores/as em AE dos campi de maneira ético-política-profissional, racional e objetiva
resultando na sistematização de dados e informações importantes que irão subsidiar as decisões
de gestão para a melhoria dos serviços prestados e para a melhoria da qualidade de vida e das
condições de trabalho dos/as servidores/as que atuam nessa política. Nesse sentido, este trabalho
explana à comunidade acadêmica e à gestão do IFSUL, sugestões sobre as estratégias e
medidas que necessitam ser tomadas pelos gestores para que se atinjam melhores condições de
trabalho para as equipes, resultando na melhoria da qualidade de vida dos/as servidores/as e na
melhoria dos serviços prestados da Política de AE tais como: realização de concursos públicos
para as áreas de Serviço Social, Psicologia e Pedagogia para estruturar e sedimentar equipes
mínimas de Assistência Estudantil em cada campus.

13
RESUMO 6

O TRABALHO DA ASSISTENTE SOCIAL NA COORDENAÇÃO DE BOLSAS


E AUXÍLIOS DA PUC-RIO: OS DESAFIOS E IMPASSES DO ACESSO E
PERMANÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

CLAUDIA CRISTINA DE SOUZA SANTOS


JESSICA GOMES BATISTA VIEIRA

PALAVRAS-CHAVE: ENSINO SUPERIOR, PERMANÊNCIA ESTUDANTIL, SERVIÇO


SOCIAL

Este estudo se propõe analisar o trabalho da equipe de Serviço Social da Coordenação de Bolsas
e Auxílios da PUC-Rio, dando ênfase ao o Programa Institucional de Permanência Estudantil -
Fundo Emergencial de Solidariedade da PUC-Rio (FESP). O Programa de Bolsas da PUC-Rio foi
criado em 1970, no início com bolsa reembolsável ao término do curso e, em 1994 sofreu
alterações em seu formato, pois iniciou-se às concessões de bolsas de Ação Social, fruto de uma
parceria da Vice-reitoria para Assuntos Comunitários - VRC com o Pré-Vestibular para Negros e
Carentes – PVNC. A partir desse momento inicia-se a inserção de estudantes negros e pobres na
PUC-Rio, trazendo diversas demandas, como falta de recursos para deslocamento até a
universidade, consumo de refeições e materiais didáticos, que incidiam diretamente sobre o
aproveitamento das disciplinas e permanência na universidade. Com a demanda crescente por
auxílios com vista à permanência dos bolsistas de Ação Social, foi criado em 1997 o FESP. No
início era um projeto pequeno e sua intervenção atingia um quantitativo inexpressivo de alunos,
pois não havia como contemplar a todos que demandavam os auxílios. Atualmente, após 26 anos
de existência, o FESP atende em torno de 1.400 bolsistas filantrópicos e PROUNI com os auxílios
transporte, alimentação e computador, a depender da demanda de cada um. O objetivo do
Programa é viabilizar a permanência de estudantes pobres em seus cursos de graduação,
entendendo que os desafios da permanência estão para além da concessão da bolsa de estudos.
Vale destacar que, o Programa de Bolsas e Auxílios da PUC-Rio é anterior as políticas públicas
importantes de acesso e permanência no ensino superior, tais como: o Programa Nacional de
Assistência Estudantil – PNAES, instituído por meio do Decreto Nº 7.234/2010; Programa
Universidade para Todos – ProUni, instituído em 13 de janeiro 2005 por meio da Lei 11.096 e
Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais –
REUNI, instituído pelo Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007. Esse estudo entende as políticas
públicas como um resultado dos processos de luta, que englobam os conflitos de interesses e tem
sempre uma intencionalidade. De acordo com Carloto (2006, p. 151), “Políticas públicas
compreendem linhas e estratégias de ação coletiva que concretiza direito e cidadania formuladas
e executadas visando atender demanda e necessidades sociais, bem como promover mudanças
estruturais”.
Referência:
CARLOTO, Cássia Maria. Gênero, políticas públicas e centralidade na família. Serviço Social e
Sociedade nº 86. São Paulo: Cortez, 2006.

14
RESUMO 7

TRABALHO E SOBRETRABALHO: PANORAMA DO TRABALHO DOS


ASSISTENTES SOCIAIS NA ANÁLISE SOCIOECONÔMICA PARA O
ACESSO VIA AÇÕES AFIRMATIVAS NAS IFES

CAMILA NOGUEIRA CHAVES MESQUITA


CAROLINA MEDEIROS PINTO
VANESSA PONTES DA COSTA LIMA
JOSE RODOLFO SANTOS DA SILVEIRA

PALAVRAS-CHAVE: COTAS, ACESSO, SERVIÇO SOCIAL, ASSISTENTES SOCIAIS

Este trabalho visa trazer ao centro do debate a realização das análises socioeconômicas para o
acesso às Instituições Federais de ensino (IFES) como parte ou não das atribuições das
assistentes sociais vinculadas à permanência.
Com a publicação da Portaria do MEC nº 18 de 11 de outubro de 2012 implementou-se as cotas
nas IFES. A partir desta, deverão ser reservadas 50% de suas vagas para estudantes oriundos de
instituições públicas, onde destes 50% deverão ter renda familiar bruta igual ou inferior a 1,5
salário mínimo per capita. A partir de tais condições de ingresso, uma demanda nova se impôs às
instituições: a necessidade de apurar e comprovar a renda dos ingressantes. No entanto, segundo
o Art 8, “a apuração e a comprovação tomarão por base as informações prestadas e a
documentação apresentada pelos estudantes de forma organizada por edital de cada instituição”.
Para tal, realizamos levantamento das informações e condições de realização da aferição de
renda de acesso pelas IFES a partir de contatos com as profissionais envolvidas e informações
obtidas em páginas oficiais dessas instituições (UFF, UFRRJ, IFF, CEFET, IFRJ E UFRJ).
A sistematização das informações nos levam às seguintes observações: 1) não há parâmetro que
unifique a sua realização pelas instituições; 2) Há uma indefinição se deverá ser aferida a renda
per capita em uma análise de renda com critérios apenas econômicos ou se está deverá englobar
demais aspectos, que corresponda a uma análise socioeconômica, nos moldes daqueles já
realizados pelas IFES; 3) consequentemente, a escolha por um tipo de análise ou outra, irá definir
a presença ou não de assistentes sociais na equipe bem como se estas serão remuneradas; 4)
quando há a presença de assistentes sociais priorizam-se aquelas ligadas à análise dos
processos de auxílios de permanência por entender que esta é uma atribuição exclusiva dessas
profissionais e 5) a presença de assistentes sociais da permanência leva ao debate se as
metodologias e modelos de análise das assistentes sociais deverá ser considerada.Entendemos
que este é um debate atual e que demanda um posicionamento articulado e unificado das
assistentes sociais em sentido de garantir o debate sobre os processos de trabalho onde estamos
inseridas sem perder de vista o direito ao acesso dos ingressantes com o perfil das cotas de
renda.
Referências:
BRASIL. Portaria Normativa nº 18, de 11 de outubro de 2012.Brasília, 15 out. 2012.
http://portal.mec.gov.br/cotas/docs/portaria_18.pdf.>

15
RESUMO 8

O TRABALHO NA ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL PARA ALÉM DAS


ANÁLISES DE BENEFÍCIOS

DEBORA SPOTORNO MOREIRA MACHADO FERREIRA

PALAVRAS-CHAVE: ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, COLETIVO, SERVIÇO SOCIAL

Não são raras as vezes que ao socializar minha experiência na assistência estudantil tanto no
IFSUDESTEMG onde ingressei no campus de Rio Pomba/MG em 2010, quanto no IFFluminense,
o qual ainda tenho vínculo e trabalho desde 2014; me deparo com expressões de espanto e
admiração pelas atividades que consigo realizar para além daquelas de análise de benefícios.
Atividades como orientação e acompanhamento de movimentos estudantis, projetos de extensão,
rodas de conversa, organização de eventos para comunidade estudantil e do município em
parcerias com Ministério Público, Prefeitura e outros; atendimentos individuais, encaminhamentos
para a rede, oferta de cursos para docentes, participação em reuniões pedagógicas, de
planejamento escolar e conselhos de classe, representação em conselho de campus e
composição em câmaras orçamentárias institucionais e outras tantas atividades que têm
caracterizado o trabalho do Serviço Social na instituição.
O trabalho do Serviço Social na política de assistência estudantil não pode limitar-se a análise de
benefícios ou quando muito a acompanhar desempenho e frequência estudantil. Do mesmo modo
não pode ser entendido como aquele que vai atender demandas de docentes e a "apagar
incêndios" com "soluções" milagrosas para questões cotidianas da escola tais como dependência
química, uso e abuso de álcool e outras drogas, tentativas de suicídios ou práticas de
automutilação, e/ou tentativas de controlar os estudantes tidos como "rebeldes".
É preciso que seja o assistente social a definir seu trabalho, organizar seus espaços de atuação,
se fazer presente, reivindicar seu espaço de legitimação para opinar e definir políticas e
atendimentos, construir formas de repensar a escola, as práticas pedagógicas e o atendimento
aos estudantes.
Para que isso aconteça não basta um esforço individual do profissional isolado em sua unidade
escolar, é preciso um trabalho coletivo da categoria que deve se unir organizando-se
coletivamente e assim possam se posicionar perante a instituição enquanto categoria. No caso do
IFFluminense esse trabalho existe pelo FASIFF - Fórum de Assistentes Sociais do IFF e a
existência desse Fórum tem sido de importância ímpar na garantia de encontrar esses espaços de
atuação e reconhecimento na instituição.
Por isso é importante frisar que a saída é coletiva, mas cabe aos profissionais construírem esse
caminho e apresentarem suas contribuições cavando espaços antes não disponíveis e se fazendo
presente mesmo que inicialmente sem que sejam demandados.

16
RESUMO 9

OS DESAFIOS DO USO DAS TECNOLOGIAS NO ACESSO À


ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

REBECA BARRETO DUARTE PATERSON


TATIANA PEREIRA SODRÉ
PAOLA BARROS DE FARIA FONSECA
JERCIA TRINDADE DE OLIVEIRA

PALAVRAS-CHAVE: ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, AVALIAÇÃO SOCIOECONÔMICA,


TECNOLOGIAS

Este resumo aborda a assistência estudantil na educação profissional e tecnológica, tendo como
base a experiência do Instituto Federal Fluminense (IFF) campus Campos Centro. Nosso objetivo
é contribuir para o debate acerca dos processos seletivos de caráter socioeconômico utilizados
para inclusão de estudantes no Programa de Assistência Estudantil, de acordo com a Resolução
CONSUP N.º 39/2016 e o Decreto N.º 7.234/2010 da Presidência da República. De forma geral,
as análises socioeconômicas são desafiadoras aos assistentes sociais, uma vez que se busca
transformar em indicadores objetivos questões extremamente subjetivas que perpassam a
realidade dos usuários da política de assistência estudantil. Recentemente, os desafios se
intensificaram devido ao início da informatização de todo o processo seletivo com o uso do módulo
de Assistência Estudantil do Sistema Único de Administração Pública (SUAP). Acrescenta-se a
esse contexto a especificidade do Campus Campos Centro, que dentre os 12 (doze) campi que
formam o IFF é o campus com o maior número de estudantes e, consequentemente, tem o maior
número de inscrições no processo seletivo da assistência estudantil – 2.423 inscrições em
benefícios, distribuídas entre 1.227 estudantes a serem analisados por apenas duas assistentes
sociais na maior parte do período da análise, em 2023. Demandando, inclusive, que a análise
socioeconômica seja realizada em duas etapas: 1) análise inicial das informações fornecidas pelo
estudante no questionário socioeconômico, gerando uma classificação geral que indicará uma
linha de corte para a segunda etapa; 2) estudo socioeconômico realizado pela assistente social,
composto por análise do questionário socioeconômico e análise documental. Em relação ao
desafio da introdução das tecnologias da informação e comunicação em todo o processo seletivo,
o ano de 2023 marcou uma mudança considerável em nosso exercício profissional no que diz
respeito à utilização dessas tecnologias nas análises socioeconômicas. Estamos utilizando, pela
primeira vez, exclusivamente, o módulo de assistência estudantil do SUAP para realizar todas as
etapas do edital da assistência estudantil: inscrição e envio da documentação, análise
socioeconômica, classificação e convocação para os benefícios e envio do termo de
compromisso. Diversos desafios têm surgido neste percurso – enquanto escrevemos este resumo,
estamos finalizando as análises socioeconômicas para divulgação do resultado preliminar.
Consideramos, diante do desafio de democratizar o acesso aos benefícios da assistência
estudantil, fundamental debatermos nosso exercício profissional, especificamente no que diz
respeito às avaliações socioeconômicas, para que possamos alinhá-las às transformações sociais
ocorridas constantemente, no sentido de contribuirmos para a permanência e êxito dos
estudantes.

17
RESUMO 10

AVALIAÇÃO SOCIOECONÔMICA DO PROCESSO FÍSICO AO DIGITAL: A


EXPERIÊNCIA DA EQUIPE DE SERVIÇO SOCIAL DA PR4/ UERJ COM A
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA ASE

VIVIANE MAURÍCIO FIGUEIREDO MACHADO


RENATA DA FONSECA SILVA FERNANDES

PALAVRAS-CHAVE: AVALIAÇÃO SOCIOECONÔMICA, ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL,


SISTEMA DIGITAL

Este resumo traz o relato da experiência da equipe da Coordenadoria de Serviço Social da Pró-
Reitoria de Políticas e Assistência Estudantis da Universidade do Estado do Rio de Janeiro –
PR4/UERJ, com a mudança do formato de avaliação socioeconômica através de documentação
física, para o formato online, através de um sistema denominado Sistema ASE. Pioneira na
implementação do Sistema de Reserva de Vagas, a UERJ conta desde 2003, com uma equipe de
assistentes sociais no processo de avaliação socioeconômica para o ingresso e permanência dos
estudantes cotistas. Até então todos os processos de avaliação socioeconômica sempre foram
planejados e executados pela equipe de serviço social, onde trabalhava com a documentação
física entregue pelos estudantes. Com a criação da PR4, em março de 2020, o trabalho do
Serviço Social sofre algumas alterações, dentre as quais temos o objeto de trabalho da seção,
que deixa de atuar com a política de acesso por cotas, alterando o público alvo do setor que passa
abranger todo o corpo discente da UERJ: educação básica, graduação e pós graduação Stricto
Sensu, incluindo os ingressantes por cotas.
Neste contexto, temos a implementação do Sistema de Avaliação Socioeconômica – Sistema
ASE, construído especificamente para abarcar os processos de avaliação socioeconômica
realizados pelo Serviço Social, que tem por finalidade viabilizar o acesso dos auxílios concedidos
por esta Pró-Reitoria, e também para manutenção da Bolsa Permanência dos estudantes cotistas.
A experiência vivida neste processo tem nos apontados pontos importantes, mas também muitos
desafios. O fato de a equipe ter participado desde o início da construção do ASE junto ao
programador foi fundamental para que o Sistema pudesse abarcar as diversas particularidades de
lidar com a análise de contextos sociofamiliares tão diversos. Vale destacar que a documentação
física que era entregue pelos estudantes produzia um imenso arquivo físico, de difícil manuseio e
demandava muito espaço físico, sem não nos esquecer da questão ambiental. A mudança para
um processo digital gerou impacto significativo também para o estudante, principalmente no que
se refere ao acesso, por outro lado observamos a dificuldade na interface de muitos estudantes
com o sistema. Apontamos ainda, questões referentes ao sigilo das informações - LGPD, a
pluralidade de contextos familiares e socioeconômicos que um sistema não dá conta de abarcar e
as mudanças no provocadas no processo de trabalho da equipe que põem na pauta a discussão
da relativa autonomia profissional frente aos novos desafios do mundo digital.

18
EIXO 2 - REFLEXÕES SOBRE
POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA
ESTUDANTIL E TEMAS
TRANSVERSAIS

Os resumos contidos neste eixo, também foram


apresentados em grupo de igual nome no Seminário. A
reunião dos referidos trabalhos neste espaço se
justifica pelo fato de trazerem à tona a diversidade e
temas latentes ao universo da assistência estudantil,
como gênero, acesso à transporte, etc. A troca desses
resumos reforça a potência do trabalho na educação,
que alcança múltiplas facetas do que chamamos de
“questão social”.

19
RESUMO 11

A LEI MARIA DA PENHA E O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE NA ESCOLA: PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA
ADOLESCENTES NO NAMORO

FRANCELYNE DA SILVA DE ASSIS LEVINO

PALAVRAS-CHAVE: SERVIÇO SOCIAL, VIOLÊNCIA DE GÊNERO, ADOLESCÊNCIA

As escolas de ensino fundamental dois, da rede pública municipal, de Campos dos


Goytacazes/RJ, acabam sendo um local privilegiado para fomentar e veicular informações e
orientações sobre prevenção a violência contra adolescentes durante o namoro. Sendo este
espaço um local indispensável para implementação de políticas públicas, especialmente, para
adolescentes. Com relação ao Projeto em questão, seu surgimento está também associado ao
fato do aumento expressivo da violência contra mulheres, no âmbito doméstico e familiar, no
primeiro ano da pandemia do covid-19 até o corrente ano. Desta forma, o Projeto Escola Protetora
da Mulher, um dos Projetos do Programa Saúde na Escola (PSE). Projeto este de cunho
informativo e reflexivo é realizado por meio de roda de conversa entre o serviço social e grupos de
adolescentes (meninos e meninas) em sala de aula, na perspectiva da prevenção das violências,
promoção da cultura de paz, cidadania, direitos humanos e mobilização social. O Projeto em
apreço, oportuniza reflexões sobre a importância em eliminar todas as formas de violências contra
mulheres e meninas, favorece a divulgação da Lei Maria da Penha, bem como, a interlocução com
o Estatuto da Criança e do Adolescente e demais legislações e normativas. Ressalta-se que tal
Projeto se encontra em andamento.

20
RESUMO 12

PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E


ADOLESCENTES: INTERVENÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO
ESCOLAR

FRANCELYNE DA SILVA DE ASSIS LEVINO

PALAVRAS-CHAVE: VIOLÊNCIA SEXUAL, PREVENÇÃO, SERVIÇO SOCIAL

As unidades escolares, da rede pública municipal de Campos dos Goytacazes/RJ, acabam sendo
um local privilegiado para fomentar e vincular informações e orientações sobre prevenção a
violência contra meninos e meninas. Sendo este um espaço indispensável para implementação de
políticas públicas. Com relação ao Projeto Eu Digo Não: Prevenção ao Abuso e Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes, vinculado ao Programa Saúde na Escola (PSE), sua criação
e desenvolvimento no ano de 2019, ocorreu por iniciativa do profissional de Serviço Social do
PSE, enquanto demanda profissional, associado a inserção em um movimento estadual,
denominado Associação de Conselheiros e Ex Conselheiros do Estado do Rio de Janeiro
(ACTERJ). Este Projeto, de cunho informativo e reflexivo é realizado por meio de roda de
conversa entre Serviço Social e famílias dos alunos, no ambiente escolar (creches e escolas) na
perspectiva da prevenção das violências contra a população infanto juvenil, promoção a cultura de
paz, cidadania, direitos humanos e mobilização social. O Projeto em apreço, oportuniza reflexões
sobre a importância em eliminar todas as formas de violência contra o referido segmento etário,
além de favorecer a divulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como a
interlocução do citado Estatuto com as demais legislações e normativas legais.

21
RESUMO 13

PRINCÍPIOS E DIRETRIZES PARA A ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL DOS


INSTITUTOS FEDERAIS

JOSIELA SILVEIRA CAVALHEIRO


IARA MANTOANELLI

PALAVRAS-CHAVE: INSTITUTOS FEDERAIS; ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL; SERVIÇO


SOCIAL NA EDUCAÇÃO; EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Este artigo objetiva subsidiar as discussões sobre a temática da Política de Assistência Estudantil
na Rede Federal de Educação Profissional Científica e Tecnológica - EPCT. Buscamos apresentar
uma breve síntese de como ocorreu o processo de implementação do Programa Nacional de
Assistência Estudantil (PNAES) na Rede, bem como, dos princípios e diretrizes para essa política.
Ao longo do texto indicamos alguns dos principais desafios e demandas para a execução desta
Política. A sistematização aqui apresentada se fundamenta em referências bibliográficas, análise
documental de relatórios dos eventos da Rede EPCT e a partir de apontamentos realizados pelas
servidoras por meio de suas trajetórias profissionais no cotidiano de trabalho na Assistência
Estudantil e, inclusive, na participação nesses eventos e em outros espaços colegiados de
discussões dos quais fazem parte, nos Institutos Federais (IFs) aos quais estão vinculadas. A
Política de Assistência Estudantil é um dos mecanismos para garantir a universalização do direito
à educação e deve ter compromisso com ações que garantam cidadania; por isso é de suma
importância o protagonismo dos/as estudantes e de seus trabalhadores nas definições desse
Programa. É preciso construir mecanismos de gestão democrática e de controle social nessa
Política. A gestão da Política de AE nos IFs carece de ampla divulgação das informações entre
gestores e trabalhadores de AE, principalmente no que se refere aos recursos orçamentários e
aos critérios e metodologias quanto à divisão de recursos entre os campi. Os trabalhadores
precisam ter conhecimento sobre como ocorre a construção da matriz orçamentária da AE na sua
instituição, bem como receberem atualizações constantes sobre a execução orçamentária para
que possam propor melhores formas de uso dos recursos públicos.

22
RESUMO 14

SOBRE A NECESSIDADE DE PESQUISA PARA ANÁLISE DE


INDICADORES SOCIAIS SOBRE GÊNEROS E SEXUALIDADES NO
ESPAÇO ESCOLAR

JULIA E SÁ DA SILVA CAMPOS

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO, LEVANTAMENTO DE DADOS, SERVIÇO SOCIAL,


GÊNEROS E SEXUALIDADES, POLÍTICAS PÚBLICAS

O objetivo deste resumo é apresentar a necessidade de obter-se indicadores acerca do perfil


estudantil nos espaços escolares. A tomada de conhecimento sobre quem é o/a/e estudante traria
luz às relações individuais e coletivas das quais eles/elas/elus participam no cotidiano. Sendo o
espaço escolar um dos principais lugares onde socializamos, formamos amizades e
desenvolvemos a maturidade emocional, mostra-se coerente a análise de como se dá essas
relações e se o/a/e estudante se sente percebido em sua totalidade nessas relações.
A pesquisa não se limita somente ao levantamento de dados e perfil de pessoas não-
heteronormativas, pois a ação tem como objetivo também propor a reflexão e debate sobre o tema
com os/as/es estudantes em sua totalidade, percebendo suas particularidades e os processos
sociais que permeiam sua construção identitária. Ao mesmo tempo, permite o desenvolvimento de
ações de promoção e prevenção de questões que não são apresentadas de forma direta.
Trago uma ponderação em relação a recente Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) que incluiu pela
primeira vez, em 2019, o primeiro levantamento sobre homossexuais e bissexuais no Brasil
divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): “Orientação sexual
autoidentificada da população adulta”. A pergunta realizada por essa pesquisa foi “Qual é sua
orientação sexual?” com as seguintes opções de respostas: “Heterossexual”, “Homossexual”,
“Bissexual”, “Outra orientação sexual”, “Não sabe” e “Recusou-se a responder”. Esta investigação
pioneira e importante ainda enfrenta estigmas na sociedade, uma vez que o Brasil se mantém no
ranking como um dos países que mais assassina LGBTQIAPN+ no mundo. Mesmo com o sigilo e
a privacidade garantidos, ainda existe o medo e a falta de conhecimento acerca do que significa
os termos que permeiam a orientação sexual da pessoa entrevistada.
Por fim, abordar o tema sobre gêneros e sexualidades com vistas a coletar dados e entender o
público LGBTQIAPN+ é uma ação que deve ser desenvolvida no espaço escolar e que possui
uma dupla finalidade, a partir de um paradigma dialético: coletar dados e poder propor ações e
projetos de intervenção elaborados na base de demandas e necessidades de estudantes; e,
provocar reflexão sobre a realidade em que se vive por meio de perguntas que poderiam até
aquele momento não terem sido realizadas pelo próprio corpo discente, finalizando num retorno
de resultados da pesquisa ao próprio público entrevistado.
Referências:
IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde 2019: Orientação sexual autoidentificada da população adulta.
IBGE, 2022.

23
RESUMO 15

DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO AO ENSINO SUPERIOR NAS IES DO


ESTADO DO RJ: RELATO DE EXPERIÊNCIA INTERVENTIVA JUNTO À
ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO

GISELLE PINTO DA SILVA


QUÉZIA PEREIRA VIDAL DOS SANTOS
KÊNIA DA COSTA SANTOS DE OLIVEIRA

PALAVRAS-CHAVE: ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL; ENSINO MÉDIO;


DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

O presente trabalho apresenta uma experiência empreendida por assistentes sociais que atuam
na área da educação, especialmente na assistência estudantil, junto a estudantes do ensino
médio. O trabalho, iniciado em 2017, representa uma compilação e divulgação de ações
existentes nas universidades para aqueles (as) cursando o ensino médio ou técnico. De modo
geral, jovens oriundos dos espaços periféricos da região metropolitana do Estado do Rio de
Janeiro.
No ano de 2022 este trabalho se tornou uma publicação digital cujo objetivo é divulgar
amplamente a existência de um conjunto de ações reconhecidas legalmente, por exemplo, no
Programa Nacional de Assistência Estudantil (BRASIL, 2010), e que buscam impulsionar,
“prioritariamente estudantes oriundos/as da rede pública de educação básica ou com renda
familiar per capita de até um salário mínimo e meio” (Idem)
Nosso ponto de partida metodológico foi analisar em que áreas são encontradas ações de
assistência estudantil no Estado do Rio, em consonância com aquelas definidas pelo PNAES, ou
seja, moradia estudantil, alimentação, transporte, atenção à saúde, inclusão digital, esporte,
dentre outros.Na fase de compilação e análise das informações coletadas, observou-se que além
das IFES do Estado deveriam ser coletadas informações acerca das instituições estaduais,
confessionais, além das ações desenvolvidas pelo governo do Estado e municípios da região
metropolitana.Na fase de apresentação dos resultados coletados, foram criados espaços coletivos
de divulgação junto aos (às) estudantes das escolas públicas da região metropolitana do Estado.
Nestes momentos de troca, observamos que apesar das informações compiladas estarem, de
modo geral, divulgadas nos sites das instituições pesquisadas, em sua maioria, os/as estudantes
demonstraram desconhecimento e até mesmo desconfiança com relação às informações
apresentadas. Muitos questionavam a temporalidade das ações, se seria possível que estas ainda
estivessem disponíveis no momento de seu ingresso no ensino superior.Em resposta, era
importante marcar para este grupo a importância de sua participação, de sua mobilização,
partindo da compreensão de que as ações de assistência estudantil representam um direito
atrelado ao direito à educação, mas que pode ser ameaçado por projetos societários que não as
incluam como tal, a exemplo do que fora enfrentado pelas instituições públicas na última década,
e cujas consequências estão presentes nos dias atuais.
Referência:
BRASIL. Decreto n. 7.234, de 19 de julho de 2010. Dispõe sobre o Programa Nacional de
Assistência Estudantil - PNAES. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2010/Decreto/D7234.htm>. Acesso em: 13 set 2023.

24
RESUMO 16

CRIANDO PONTES, TECENDO REDES: GÊNERO E DIVERSIDADE NA


UFRJ

SAMANTHA RODRIGUES
CAMILA NOGUEIRA CHAVES MESQUITA

PALAVRAS-CHAVE: LGBTQIA+, ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, SERVIÇO SOCIAL

No presente resumo, apresentamos uma análise preliminar de perfil dos estudantes trans na
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A partir desse perfil, objetivamos a construção de
uma política e/ou ações voltadas ao atendimento da população LGBTQIA+ no interior da política
de Assistência Estudantil da instituição.
O interesse pela construção do perfil desse segmento deriva do rotineiro quadro de violações de
direitos e pelas dificuldades impostas às pessoas transexuais, que por apresentarem uma
aparência física destoante de seus nomes de registros, eram impedidas de acessarem os direitos
mais elementares que estão disponíveis a qualquer cidadão. Durante o acompanhamento dos
estudantes que recorreram a assistência estudantil era comum a recorrência de situações que
extrapolam os eixos do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).
Nesse sentido, observamos que na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) o recurso ao
“nome social” não resolvia a situação de impedimentos e violações pelas quais essas pessoas
passam posto que as relações formais no âmbito acadêmico e estágio, por exemplo, não são
alcançadas pelos decretos e normatizações relativas ao uso do nome social. Acreditamos que a
relevância desse levantamento se justifica pela contribuição que o mesmo vem a oferecer no
sentido de conhecer a realidade vivida por esses estudantes, visando ampliar as ações da
assistência estudantil para além dos critérios de renda per capita.
Sobre o perfil dos estudantes, solicitamos ao setor de matrículas a listagem de alunes que
solicitaram o uso do nome social na UFRJ. Esse levantamento também foi realizado em 2018, por
isso, realizaremos comparações com os dados daquele ano e os de 2023. No entanto, cabe uma
ressalva: tais dados não revelam a totalidade, uma vez que temos a informação de há um relativo
número de estudantes que já possuem nome retificado. Nesse sentido, a listagem apresenta uma
limitação, pois só contempla estudantes que, em algum momento, solicitaram o recurso do nome
social. Além disso, não há nenhum campo de preenchimento sobre a identidade de gênero dos
estudantes no sistema de gestão acadêmica (SIGA), apenas de sexo biológico. Portanto, a partir
de uma atualização no sistema, na qual se reconheça as diferentes identidades de gênero, essa
realidade possa ser visibilizada.
Apesar dos dados iniciais, salientamos que a construção de um perfil desse segmento revela-se
como uma oportunidade de dar visibilidade às demandas, antes ignorada no ambiente
universitário.

25
RESUMO 17

A CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA QUE VERSA SOBRE


ACESSO E PERMANÊNCIA ESTUDANTIL COM ESTUDANTES
TRABALHADORAS

SIMONE ELIZA DO CARMO LESSA

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO; PESQUISA, EXTENSÃO, SERVIÇO SOCIAL

O NEEAE/UERJ – Núcleo de Estudos da Educação e da Assistência Estudantil – foi organizado


em 2014 tendo um braço extensionista, intitulado “Alcançar o Cotista”. Em 2016 inauguramos seu
eixo de pesquisa “A assistência estudantil como política de permanência e pertencimento:
conhecendo e aproximando”. Sua coordenadora é uma docente com experiência de trabalho
como assistente social na política de educação, com destaque para atuação no âmbito da
assistência estudantil.
Ao longo desta jornada 9 estudantes, todas mulheres, a maioria negras, moradoras de bairros
periféricas, trabalhadoras, bolsistas em momentos variados do vínculo com o projeto – já que as
bolsas são poucas e as fazemos circular no grupo – têm construído nossos estudos, refletindo
sobre acesso e permanência de forma implicada, visto que por vezes, os artigos, dados e as
experiências analisadas versam sobre as realidades das próprias alunas.
Em nossos estudos construímos clippings informativos sobre a política de educação, acesso e
permanência, pesquisamos sobre o perfil pessoal e o trabalho das assistentes sociais da rede
federal, em parceria com o NUMAR. Também realizamos atividade durante a pandemia
denominada “Nossa Pandêmica Vida Acadêmica” e fizemos estudo inicial sobre evasão (ainda
inconcluso). No momento, iniciamos reflexão sobre os impactos do transporte público na
permanência estudantil de uerjianas moradoras da zona oeste do RJ.
Além disso, na extensão, dialogamos com a comunidade externa em ONGs do campo
educacional, escolas públicas e pré-vestibulares comunitários, elaborando dados e,
especialmente, conversando com a juventude periférica sobre seu direito à educação superior
pública. No momento, estamos acompanhando e orientando desde o início do ano, pequeno grupo
de jovens moradores de Magé, vestibulandos, tratando do acesso à universidade pública, com
destaque para a política de cotas. Os “produtos” deste trabalho são diversos: dados
sistematizados, diálogos com a comunidade externa, artigos publicados, participação em eventos
acadêmicos e, especialmente, o fortalecimento da segurança das estudantes do NEEAE que
permanecem na universidade de forma mais efetiva e ativa, compreendendo seus sentidos.
Acreditamos que existem impactos, ainda, nas caminhadas profissionais das egressas (duas
delas já se formaram, fizeram mestrado e uma delas trabalha como assistente social). Tudo isso
nos faz entender que o maior êxito do NEEAE é impactar na vida estudantil de suas integrantes,
praticando em seu interior o tema estudado: a permanência com qualidade.

26
RESUMO 18

AÇÃO AFIRMATIVA EM FOCO: A RELEVÂNCIA DAS COTAS PARA


SOCIEDADE E A EXPERIÊNCIA DA UERJ COM ESTA POLÍTICA, SOB O
OLHAR DE UMA ESTUDANTE COTISTA

LAYS CHRISTYNE

PALAVRAS-CHAVE: AÇÃO AFIRMATIVA - ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL - IGUALDADE


DE OPORTUNIDADES

Este trabalho tem por objetivo realizar uma breve discussão a respeito do que são as ações
afirmativas, para quem elas se destinam e sua real importância na sociedade, uma vez que esta
produz e reproduz desigualdades desde sua formação histórica. No segundo momento, é
apresentada parte da experiência de estágio e extensão universitária da autora no Projeto
Educação e Serviço Social Cultura e Cidadania com Adolescentes, Jovens e a Comunidade
Escolar (PESSCCAJ-Educação), e seu respectivo projeto de intervenção, que aborda a relevância
das cotas para as minorias e a trajetória da Universidade do Estado do Rio de Janeiro com as
ações afirmativas, bem como a política de acolhimento e assistência estudantil adotada pela
UERJ nos últimos anos, muito importante na democratização do espaço da Universidade Pública,
sobretudo, para a classe trabalhadora, no acesso e permanência de estudantes cotistas. A UERJ
foi a primeira Universidade a aderir ao sistema de cotas em 2002, por força dos movimentos
sociais e da lei, sendo considerada pioneira na política. Todavia, é importante salientar que as
instituições de educação sempre se configuraram como um espaço de disputas políticas na
história e, desta forma, foi e continua sendo fundamental a articulação e mobilização dos
movimentos estudantis, assim como do movimento negro e indígena, de pessoas com deficiência,
das categorias profissionais comprometidas com a causa, e da sociedade, para a plena efetivação
e ampliação dos direitos adquiridos por meio de muita resistência e luta.

27
RESUMO 19

PROJETO DE EXTENSÃO JUVENTUDES EM CENA (PROJUCENA):


TECENDO REDES E CONEXÕES ENTRE UNIVERSIDADE E EDUCAÇÃO
POPULAR

SHEYLA PAITER FREIRE


VANESSA CECCATTO
CELIA MARIA DE SOUZA

PALAVRAS-CHAVE: ACESSO À UNIVERSIDADE E PRÉ-VESTIBULARES


COMUNITÁRIOS E SOCIAIS, POLÍTICAS INSTITUCIONAIS E ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL,
JUVENTUDE E DIREITOS

O projeto de extensão em foco, traz uma experiência de integração e fortalecimento de ações,


junto a jovens e adultos ingressantes nos cursos de graduação da UERJ, oriundos de Pré-
vestibulares comunitários e sociais de territórios vulnerabilizados, enquanto sujeitos ativos e
participantes na construção de sua cidadania. Partimos do reconhecimento desses segmentos da
classe trabalhadora, atravessados por raça, classe, sexualidade e gênero, enquanto expostos a
uma trajetória intensa de violências e violação de direitos.
As ações baseiam-se na perspectiva da educação popular e emancipatória, construindo práticas
de pertencimento social e político em um espaço de trocas e escuta, baseado no reconhecimento
dos estudantes e jovens trabalhadores/as, no contexto anterior ao da universidade, nos espaços
dos prés vestibulares sociais e comunitários. Neste alinhamento, o PROJUCENA elabora
assessoria à prés vestibulares sociais e comunitários, interligando ações, informações e práticas
institucionais, relacionando assistência estudantil e extensão universitárias às práticas
socioculturais de ativismos diversos dos coletivos e movimentos sociais negros, feministas,
Lgbtqiap+ entre outros, apoiando coletivos, instituições e políticas públicas, enquanto redes e
conexões, que incidem sobre a participação ativa de jovens e adultos das classes trabalhadoras,
direcionadas ao direito a universidade pública. Nestes contatos com Pré-vestibulares, ocorre o
levantamento de necessidades e dificuldades enfrentadas por alunos, para o acesso às cotas e
aos expedientes burocráticos relacionados ao vestibular da UERJ e as inúmeras questões
relacionadas aos impedimentos sociais que remetem a entender este espaço como de não
pertencimento. Consideramos a universidade, enquanto espaço constituído historicamente com
base na exclusão desses segmentos destinados à inserção precoce no mercado de trabalho. Os
limites institucionais quanto ao reconhecimento do pertencimento social, cultural e existencial, do
direito à cidade, a circular livremente, e do usufruto de bens simbólicos e materiais necessários
para a viabilidade sobretudo, ao direito à educação superior, estão presentes As condições
sociais, interferem no acesso de jovens da classe trabalhadora à direitos, sobretudo de obterem
recursos para sua formação plena, tornando urgente a mobilização de instituições no
compromisso com o fortalecimento destes que, de forma naturalizada, são destinados ao trabalho
de baixa qualidade e sustento da família. A universidade deve se constituir nesta realidade. A
UERJ tem lugar fundamental, por sua natureza pública, popular e referenciada nas lutas sociais,
diante do seu pioneirismo no processo de implantação das cotas raciais e outras, no
encaminhamento de ações, práticas, políticas e projetos voltados àqueles que de fato, a
sustentam.

28
RESUMO 20

IMPACTOS DO TRANSPORTE PÚBLICO NA PERMANÊNCIA


ESTUDANTIL

LAIS FONTES DA SILVA

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO, UNIVERSIDADE, PERMANÊNCIA ESTUDANTIL

Somos o NEEAE (Núcleo de Estudos da Educação e Assistência Estudantil). Pesquisamos


acesso, permanência e políticas de assistência estudantil. Como estudante oriunda da Zona
Oeste, bairro Sepetiba. Sendo usuária do transporte público, passei por diversos impedimentos
para chegar a Universidade.
Observamos que faltam espaços de diálogo com as estudantes da UERJ moradoras da Zona
Oeste do município do Rio de Janeiro, região distante e com dificuldades de transporte público.
Além disso, a crise nos transportes públicos e a violência urbana, impactam nas condições para
chegada e saída do campus Maracanã. Assim, verificamos a necessidade de conhecer melhor
nosso corpo discente e de criar espaço de escuta, orientação e encaminhamento de demandas
das mesmas.
A pesquisa é uma amostra inicial que está sendo fundamentada num olhar crítico da realidade. Foi
realizada uma pesquisa com 13 estudantes do gênero feminino, ambas residentes da Zona Oeste
do Rio de Janeiro. A técnica de aplicação escolhida foi um questionário pela plataforma Google
Forms que aborda os impactos na permanência estudantil.
O formulário foi dividido em quatro partes:
1. Identificar o perfil das estudantes, foram abordadas questões como: faixa etária, idade, estado
civil, composição familiar, curso, período, turno, meio de locomoção e financiamento da
passagem.
2. Buscamos identificar as dificuldades de deslocamento da Zona Oeste para UERJ. Algumas
respostas no questionário foram:
"A péssima qualidade do trem e o perigo de ser uma mulher sozinha na estação.”
“Distância, tempo, péssimas condições dos veículos, trânsito, horários irregulares dos trens, muito
custo financeiro.”
3. Buscamos identificar se as estudantes já presenciaram algum tipo de impedimento para chegar
à Universidade. Seguem respostas das estudantes:
“Sim, por fazer um trajeto longo já presenciei assalto. Eu mesma já fui furtada e sempre presencio
assédio.”
“Sim, principalmente assaltos e assédios em diferentes horários.”
4. Buscamos analisar as consequências no deslocamento em questão da saúde física, saúde
mental, desempenho e outras consequências.
Foram afetadas na sua saúde física em (84,6%), saúde mental com (92,3%), desempenho
acadêmico (92,3%) e outros como crises e desmaios em (7,7%).
Próximos passos:
Pensar na continuidade do auxílio-transporte, pois nas análises do formulário da pesquisa de
permanência estudantil, foram contabilizados que 46,2% das alunas utilizam o auxílio-transporte
da Universidade e este deve extinto em dezembro/2023. Estaremos ampliando as pesquisas para
alcançar mais estudantes para debatermos suas demandas e pensar em políticas sociais.

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LISTA DE AUTORAS/ES COM E-MAILs

Aline Miranda Cardoso (IFRJ) - aline.cardoso@ifrj.edu.br


Camila Nogueira Chaves Mesquita (UFRJ) - camila.chavesrj@gmail.com
Carolina Medeiros Pinto (UFRJ) - carolmedeirosig@gmail.com
Celia Maria De Souza (Uerj) - celiams9@gmail.com
Cinthia de Andrade Pereira (CPII) - cinthiaseso@gmail.com
Claudia Cristina de Souza Santos (PUC-Rio) - claudiacristinade@yahoo.com.br
Debora Spotorno M. Machado Ferreira (IFF) - deboraspotorno@gmail.com
Francelyne da Silva de Assis Levino (Prefeitura de Campos dos Goytacazes-RJ) -
venhavctambem@gmail.com
Giselle Pinto da Silva (UFF) - gisellepinto@id.uff.br
Iara Mantoanelli (IFC) - iara.mantoanelli@ifc.edu.br
Jercia Trindade de Oliveira (IFF) - jerciaoliveira@gmail.com
Jessica Gomes Batista Vieira (PUC-Rio) - jessicapuc-rio@hotmail.com
Jonatas Lima Valle (Cefet-RJ) - jonatas.valle@cefet-rj.br
Jose Rodolfo Santos da Silveira (UFRJ) - sjoserodolfo@yahoo.com.br
Josiela Silveira Cavalheiro (IFSUL) - josielacavalheiro@ifsul.edu.br
Julia e Sá da Silva Campos (CPII) - juesacampos@gmail.com
Kênia da Costa Santos de Oliveira (IJCA) - kenia.lopes@ijca.org.br
Lais Fontes da Silva (Uerj) - laisfontes-silva@hotmail.com
Lays Christyne (Uerj) - christyne.lays@gmail.com
Paola Barros de Faria Fonseca (IFF) - paolabffonseca@gmail.com
Quézia Pereira Vidal dos Santos (UFF) - queziavidal@id.uff.br
Rebeca Barreto Duarte Paterson (IFF) - rebeca.duarte@gsuite.iff.edu.br
Renata da Fonseca Silva Fernandes (Uerj) - renatafonseca2511@gmail.com
Samantha Rodrigues (UFRJ) - samanthaguedesrodrigues@gmail.com
Sheila Conceição da Silva Bueno (UFRJ) - sheilabueno500@gmail.com
Sheyla Paiter Freire (Uerj) - sheylapaiter@gmail.com
Simone Eliza do Carmo Lessa (Uerj) - elizasimone@gmail.com
Tatiana Pereira Sodré (IFF) - tatiana.sodre@gsuite.iff.edu.br
Vanessa Ceccato (Uerj) - vanessaceccatto@gmail.com
Vanessa de Abreu Carvalho Ferreira (UFRJ) - vanessaabreu@hotmail.com
Vanessa Pontes Da Costa Lima (UFRJ) - vanessapdc@yahoo.com.br
Viviane Maurício Figueiredo Machado (Uerj) -vicamauricio@yahoo.com.br
Yasmin Gomes Vieira (Uerj) - yas.vieira505@gmail.com

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Considerações Finais
Esperamos que esse Caderno possa possibilitar, para além da publicação dos
trabalhos aprovados, a continuidade de possíveis trocas e articulações entre
autoras(es) e respectivas instituições, visando o fortalecimento do exercício
profissional de assistentes sociais na educação e na assistência estudantil.
Ademais, buscamos contribuir com a melhoria da qualidade dessas políticas
e programas tão fundamentais para as classes trabalhadores deste país.
Estamos afirmando nesse sentido, uma educação que ultrapasse os limites
das leituras das palavras e códigos, mas aquela implicada necessariamente à
leituras de mundo voltadas para sua transformação, como bem nos ensina o
grande educador brasileiro, Paulo Freire.

As fotos do Seminário
podem ser acessadas em:

Comissão Organizadora do Seminário

@seso.assistencia.estudantil
Participantes do Seminário no momento de
lançamento do FASTAERJ 31
Anexo
Manifesto de fundação do FASTAERJ

Manifesto de fundação do Fórum de Assistentes Sociais Trabalhadora(e)s na


Assistência Estudantil do Estado do Rio de Janeiro

No dia 06 de outubro de 2023, as(os) assistentes sociais, reunidos no


Seminário Assistência Estudantil: contribuições do Serviço Social, atuantes
nos programas e projetos de assistência estudantil de instituições públicas,
privadas e confessionais deliberam pela fundação do Fórum de Assistentes
Sociais Trabalhadora(e)s da Assistência Estudantil do Estado do Rio de
Janeiro – FASTAERJ.
Nas próximas linhas apresentaremos em forma de carta (ou manifesto) os
motivos que nos trazem a essa importante decisão de constituir este fórum
de debates e mobilização.

É preciso estar atento e forte!!!


“Atenção
Precisa ter olhos firmes
Pra este Sol
Para essa escuridão”
(Caetano Veloso).

Desde o fim da década de 1960, o capitalismo tem enfrentado uma


tendência de crise que deu origem a uma ofensiva neoliberal em todo o
mundo. Nesse contexto, uma das manifestações mais visíveis dessa ofensiva
no Brasil foi o aumento significativo das instituições de ensino superior
privadas a partir da década de 1990, fortemente atreladas ao capital
financeiro de origem nacional e estrangeiro, em detrimento da educação
superior pública.
A partir de 1980 e 1990 o neoliberalismo avançava no Brasil, ao mesmo
tempo em que é promulgada a "constituição cidadã" e o Projeto Ético-
Político do Serviço Social buscava construir um exercício profissional
comprometido com a defesa de valores emancipatórios. Na década de 2000
houve uma inflexão no neoliberalismo, durante os governos do PT (Partido
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dos Trabalhadores), no que tange a ampliação do ensino superior e técnico
públicos, especialmente com a implementação do programa REUNI, e a
regulamentação dos IFES/IFETS. No entanto, como previsto, surgiram
problemas decorrentes da política de expansão que resultaram em aumento
da precarização das condições de trabalho e enfraquecimento da autonomia
universitária.
Nesse período, as Universidades estaduais também mudaram seu perfil a
partir da implementação de ações afirmativas – cotas sociais e raciais. No
entanto, a estrutura das instituições de educação também não fornecia
suporte adequado aos novos perfis de estudantes que ingressaram nas
universidades.
Foi nesse contexto de lutas e reivindicações que surgiu o Programa Nacional
de Assistência Estudantil (Pnaes), resultado das mobilizações estudantis e
das lutas dos/as trabalhadores das universidades. Bem como tivemos a
promulgação da Lei 12.711/12, que garante a reserva de vagas na rede
federal de educação para estudantes oriundos da rede pública de ensino.
Nesse cenário, o Pnaes se tornou um importante instrumento de combate à
evasão, pela democratização do ambiente acadêmico e promoção de bem-
estar entre os/as estudantes, proporcionando ações como auxílio
financeiro, moradia, transporte, alimentação, acesso a atividades culturais
para estudantes da rede federal de educação, além de ter alavancado a
significativa ampliação de equipes técnicas para a sua operacionalização,
como assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, etc.
No entanto, essas conquistas foram duramente ameaçadas pelo avanço do
neofascismo e pelos ataques direcionados à universidade e
consequentemente à assistência estudantil. O desprezo pela educação e a
tentativa de silenciar vozes críticas se intensificaram, levando à inédita
redução das matrículas no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e à
desvalorização do conhecimento científico.
Além disso, a precarização do trabalho e as constantes ameaças aos direitos
trabalhistas agravaram-se desde o golpe político que afastou a presidente
Dilma Rousseff e colocou Michel Temer no poder. Reformas trabalhista,
previdenciária, do Ensino Médio e o teto de gastos foram implementadas,
resultando na deterioração das condições de vida da população e no
enfraquecimento dos serviços públicos. Nas universidades estaduais, na
esteira do golpe, a partir de 2016, o desfinanciamento se conformou em
atraso de salários, descumprimento de contratos com empresas
terceirizadas que cuidavam da infraestrutura institucional, gerando um
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quadro que pode ser denominado de caótico e dramático. Todo esse cenário
foi agravado com o advento da pandemia de COVID-19.
É importante ressaltar que a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições
presidenciais não representa necessariamente o fim do neofascismo e do
ultraneoliberalismo no país. Esse ideário persiste e encontra respaldo em
determinados setores da sociedade reprimidos pela piora das condições de
vida e revoltados com a "política em geral".
Nessa conjuntura de conservadorismo crescente e defesa aberta do
neoliberalismo pela extrema direita, o “novo arcabouço fiscal” tem sido
proposto pelo governo do partido dos trabalhadores. Um mecanismo de
manutenção da austeridade fiscal, até mesmo em detrimento das políticas
sociais. O discurso de equilíbrio das contas públicas que fundamenta a
defesa do "novo arcabouço" serve, assim como o antigo "teto de gastos",
como justificativa para cortes de investimentos em áreas fundamentais
como a saúde, educação e a assistência social, perpetuando a estrutura
reprodutora das desigualdades que marcam a sociedade brasileira.
Portanto, é fundamental que segmentos organizados da classe trabalhadora
e o conjunto dos movimentos sociais estejam atentos e engajados na defesa
dos direitos sociais, da educação pública de qualidade e democrática, o que
está associado ao fortalecimento das políticas de assistência estudantil e
garantia de condições éticas e técnicas para o exercício profissional dos/as
assistentes sociais que nela atuam. Somente por meio da mobilização, do
debate aberto e da resistência será possível construir uma sociedade justa e
democrática.
“Nossos passos vêm de longe”
“Um passo à frente
E você não está mais no mesmo lugar”
(Chico Science).

As primeiras ações do Estado brasileiro vinculadas à política de


permanência estudantil datam da década de 1930 com a instituição da Casa
do Estudante na cidade do Rio de Janeiro e a previsão na Constituição
Federal de 1934 da reserva de parte dos recursos patrimoniais territoriais
da União, Estados e Distrito Federal para prestação de assistência aos
considerados “alunos necessitados”. No entanto, foram necessárias pouco
mais de oito décadas para que fosse constituído pela primeira vez na
história do país um instrumento legal específico para a área de caráter
nacional - o Decreto n. 7.234/2010 que regulamenta o Programa Nacional
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de Assistência Estudantil, mais conhecido como Decreto Pnaes, para
atender a rede federal de educação.
O Pnaes tem objetivo democratizar as condições de permanência dos jovens
na educação superior pública federal; minimizar os efeitos das
desigualdades sociais e regionais na permanência e conclusão da educação
superior; reduzir as taxas de retenção e evasão; e contribuir para a
promoção da inclusão social pela educação. Para tanto, prevê dez áreas de
atuação: I- moradia estudantil; II- alimentação; III- transporte; IV- atenção
à saúde; V- inclusão digital; VI- cultura; VII- esporte; VIII- creche; IX- apoio
pedagógico; e X- acesso, participação e aprendizagem de estudantes com
deficiência,transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades e
superdotação.
A referida regulamentação surge no bojo das medidas de
expansão/reestruturação da rede federal de ensino que favoreceram em
larga medida a ampliação do ingresso ao ensino superior de estudantes
oriundos das camadas mais populares da sociedade, a partir da segunda
metade dos anos 2000. É legatária das lutas históricas empreendidas para a
ampliação das condições de permanência, nas quais há um protagonismo do
movimento estudantil, mas que também abarca outros movimentos sociais
e sujeitos políticos em prol da defesa de uma educação pública, gratuita,
laica e de qualidade.
Embora seja carregado de alguns limites expressos, por exemplo, na
ausência de diretrizes gerais para execução das ações em âmbito nacional e
não definição de parâmetros mínimos para financiamento das ações que
ficam condicionadas/subordinadas às dotações orçamentárias anualmente
consignadas pelo MEC, a instituição do Pnaes inaugura uma nova fase nessa
política. Anteriormente, na ausência de uma rubrica específica para área, as
ações de caráter pontual e fragmentado que eram praticadas pelas
instituições tinham que se submeter às disputas internas por recursos
mínimos com as áreas de ensino, pesquisa e extensão.
Outro aspecto a ser considerado é a abrangência da Rede Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia (o que inclui o Colégio Pedro II e o
Cefet/RJ) na execução das ações de assistência estudantil, o que implica em
considerar não somente os estudantes de graduação, mas também aqueles
inseridos na educação básica que, em geral, representam a maioria do
corpo estudantil dessas instituições. Bem como, na rede estadual temos a
Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec). Esse público específico faz jus

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a um conjunto de direitos previstos em legislações federais que precedem a
própria existência do Decreto Pnaes (Constituição Federal de 1988, o
Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei no 8.069/1990, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação - Lei no 9.394/1996, a Lei Federal no
11.947/2009, dentre outros). No entanto, neste último não há a previsão de
como serão contempladas as necessidades dos estudantes com perfis
distintos.
Não podemos esquecer que, em 2013, o então governo federal criou o
Programa Bolsa Permanência (PBP/MEC), direcionado a estudantes de
graduação indígenas, quilombolas e com renda per capita de até um salário
mínimo e meio. No entanto, além de não ter sido criado com respaldo legal
para sua continuidade, para a maior parte do público (aqueles com renda
per capita de até um salário mínimo e meio, exceto indígenas e
quilombolas), havia uma restrição em relação aos cursos alcançados, sendo
somente aqueles com carga horária superior ou igual a cinco horas diárias.
Mesmo assim, em 2016 o Programa foi desmantelado, sendo suas inscrições
interrompidas e até hoje, o Programa só abriu algumas poucas vezes para
inscrições de estudantes de graduação indígenas e quilombolas.
No ano de 2019, temos uma legislação que volta a atenção aos estudantes
da educação básica. A lei 13.935/2019 prevê a oferta de serviços de
psicologia e de serviço social para atender às necessidades e prioridades
definidas pelas políticas de educação, por meio de equipes
multiprofissionais na rede pública de educação básica.
No que diz respeito às universidades estaduais do Rio de Janeiro, desde os
anos 2000 começam a ser implementadas algumas medidas amparadas por
legislações específicas também direcionadas à democratização do ensino,
expressas nas reservas de vagas. Nesse sentido, cabe destacar o pioneirismo
dessas instituições, pois foram as primeiras experiências de implementação
de cotas no ensino superior no país (para egressos da escola pública,
negros, pardos e indígenas e pessoas com deficiência). Especificamente, a
partir do ano de 2008, além da ampliação do tempo de existência do
sistema de reserva de vagas por mais dez anos, alguns novos direitos
passaram a ser previstos nessa legislação. Destacamos a bolsa-auxílio para
todos os estudantes cotistas durante todo o seu percurso universitário,
trazendo uma importante inovação na rede estadual: todo cotista será
bolsista. Além disso, a partir da pandemia, bolsas para estudantes
empobrecidos passam a ser praticadas na rede estadual.

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Quem somos?
No sentido de fortalecer as lutas sociais em defesa de uma educação pública
universal e de qualidade, o Fórum de Assistentes Sociais Trabalhadora(e)s
da Assistência Estudantil do Estado do Rio de Janeiro - FASTAERJ é um
espaço coletivo de organização política, autônomo a partidos, governos e
reitorias, dos/as assistentes sociais que atuam na política de assistência
estudantil. Constitui um movimento composto por profissionais com
inserção em instituições públicas, privadas e confessionais, nos diversos
níveis e modalidades de ensino. São trabalhadoras/es que defendem a
assistência estudantil como direito e caminho para a construção de uma
educação emancipatória.
A Assistência Estudantil é uma das formas de inserção dos/as assistentes
sociais na política de Educação e inclui um conjunto de ações desenvolvidas
no âmbito da permanência estudantil atendendo os parâmetros do Pnaes e
das demais legislações de cada esfera. Desse modo, o Fórum tem por
finalidade fomentar a mobilização política e a construção de estratégias que
fortaleçam a intervenção do Serviço Social nesta política pública,
sintonizada com a defesa do projeto ético-político da profissão e a luta pela
educação como direito social.
Nossos princípios:

➢ Defesa intransigente dos direitos fundamentais e sociais garantidos na


Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de
outubro de 1988;
➢ Atuação profissional de Serviço Social em consonância com a Lei Nº.
8.662, de 07 de junho de 1993 e pautada no Código de Ética Profissional
dos/as assistentes sociais do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS);
➢ Defesa do Projeto Ético e Político do Serviço Social;
➢ Defesa de condições éticas e técnicas para o exercício profissional dos/as
assistentes sociais;
➢ Respeito à liberdade e autonomia profissional da(o)s trabalhadoras/es
que atuam nas Políticas de Assistência Estudantil;
➢ Qualificação profissional e formação política da(o)s trabalhadoras/es da
educação;
➢ Fortalecimento dos direitos democráticos aos/às trabalhadoras/res e
estudantes, nas escolas e universidades. Combate ao projeto “Escola Sem
Partido” e contra intimidações e assédios de reitorias e diretores de escola;

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➢ Fortalecimento das políticas de acesso à educação, principalmente para
negros, pobres e demais grupos excluídos dos espaços de formação formal;
➢ Fortalecimento das Políticas de Assistência Estudantil;
➢ Valorização das ações que promovam a indissociabilidade entre Ensino,
Pesquisa e Extensão;
➢ Enfrentamento a todas as formas de opressão: racismo, machismo,
sexismo, LGBTfobia, capacitismo, xenofobia, entre outros.

FASTAERJ Pra quê?

I – Articulação e mobilização dos/as assistentes sociais trabalhadoras/es da


assistência estudantil do Estado do Rio de Janeiro
1. Ampliar e democratizar o debate sobre a assistência estudantil com
assistentes sociais que atuam no âmbito da assistência estudantil do Rio de
Janeiro, com foco nas particularidades do território;
2. Estabelecer mecanismos de interlocução com os estudantes e
movimentos estudantis do Estado do Rio de Janeiro com intuito de
identificar suas demandas em prol de respostas coletivas frente aos órgãos
competentes no que diz respeito à assistência estudantil;
3. Articular e dialogar com outras categorias profissionais que atuam no
âmbito da educação e movimentos sociais, na perspectiva da defesa dos
direitos humanos, da cidadania e das necessidades essenciais da classe
trabalhadora;
4. Articular e dialogar com instâncias governamentais e instituições que
tenham interface com a Política de Educação, no âmbito da assistência
estudantil;
5. Participar e promover Atos Públicos e manifestações em defesa dos
interesses dos/as trabalhadora(e)s da educação e dos/as estudantes;
6. Articular e dialogar sobre a construção da unidade política e agenda
comum às assistentes sociais atuantes na política de assistência estudantil
das redes estadual, federal e privada e, quando solicitado, deliberar sobre
suas demandas;
7. Articular em conjunto com movimentos sociais e outros sujeitos políticos
melhores condições de trabalho, propondo pautas gerais – como a definição
de jornada de trabalho de trinta horas semanais, piso salarial, e específicos
– como o plano de cargos e salários, RRF - Regime de recuperação fiscal;
implementação do Programa de Gestão e Desempenho e outras.

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➢ Fortalecimento das políticas de acesso à educação, principalmente para
negros, pobres e demais grupos excluídos dos espaços de formação formal;
➢ Fortalecimento das Políticas de Assistência Estudantil;
➢ Valorização das ações que promovam a indissociabilidade entre Ensino,
Pesquisa e Extensão;
➢ Enfrentamento a todas as formas de opressão: racismo, machismo,
sexismo, LGBTfobia, capacitismo, xenofobia, entre outros.

FASTAERJ Pra quê?

I – Articulação e mobilização dos/as assistentes sociais trabalhadoras/es da


assistência estudantil do Estado do Rio de Janeiro
1. Ampliar e democratizar o debate sobre a assistência estudantil com
assistentes sociais que atuam no âmbito da assistência estudantil do Rio de
Janeiro, com foco nas particularidades do território;
2. Estabelecer mecanismos de interlocução com os estudantes e
movimentos estudantis do Estado do Rio de Janeiro com intuito de
identificar suas demandas em prol de respostas coletivas frente aos órgãos
competentes no que diz respeito à assistência estudantil;
3. Articular e dialogar com outras categorias profissionais que atuam no
âmbito da educação e movimentos sociais, na perspectiva da defesa dos
direitos humanos, da cidadania e das necessidades essenciais da classe
trabalhadora;
4. Articular e dialogar com instâncias governamentais e instituições que
tenham interface com a Política de Educação, no âmbito da assistência
estudantil;
5. Participar e promover Atos Públicos e manifestações em defesa dos
interesses dos/as trabalhadora(e)s da educação e dos/as estudantes;
6. Articular e dialogar sobre a construção da unidade política e agenda
comum às assistentes sociais atuantes na política de assistência estudantil
das redes estadual, federal e privada e, quando solicitado, deliberar sobre
suas demandas;
7. Articular em conjunto com movimentos sociais e outros sujeitos políticos
melhores condições de trabalho, propondo pautas gerais – como a definição
de jornada de trabalho de trinta horas semanais, piso salarial, e específicos
– como o plano de cargos e salários, RRF - Regime de recuperação fiscal;
implementação do Programa de Gestão e Desempenho e outras.

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8. Articular em conjunto a outros sujeitos políticos a definição de diretrizes
orçamentárias para a assistência estudantil.
9. Articular e dialogar com assistentes sociais atuantes nas demais políticas
sociais, na perspectiva de construção de redes de atuação.
10. Articular com entidades da categoria profissional: conjunto
CFESS/CRESS, ABEPSS, sindicatos e Programas de Graduação e Pós-
Graduação em Serviço Social.
11. Fortalecer o coletivo de profissionais por meio de emissão de pareceres
e manifestações conjuntas a respeito da atuação profissional na política de
assistência estudantil
12. Contribuir com a formação de um coletivo que estabeleça e fortaleça a
autonomia técnico profissional e se posicione em defesa de uma atuação
profissional com as garantias legais para que aconteça (defesa de condições
de trabalho, de respeito às atribuições e competências, de observância dos
preceitos éticos profissionais etc).

II- Construção de estratégias para atuação do Serviço Social no âmbito da


assistência estudantil em consonância com o projeto ético-político da
categoria de assistentes sociais
1. Propor e avaliar parâmetros para a atuação de assistentes sociais na
assistência estudantil do Estado do Rio de Janeiro, consoante com as
normativas profissionais, os preceitos ético-políticos e a perspectiva teórica
do materialismo dialético;
2. Impulsionar, fomentar e assessorar a formulação de projetos de
intervenção alinhados ao projeto ético político e aos parâmetros legitimados
pelo fórum;
3. Promover discussões sobre a atuação dos/as assistentes sociais na
assistência estudantil, na perspectiva das competências e atribuições
profissionais, que congreguem as dimensões teórico-metodológica, ético-
política e técnica-operativa no enfrentamento das expressões da questão
social;
4. Contribuir na construção de parâmetros e regulamentações capazes de
equiparar os perfis para acesso aos serviços e programas de bolsas/auxílios
estudantis – numa perspectiva de combater processos excessivamente
burocráticos, com renovações demasiadamente restritas, critérios de renda
focalistas, a discrinação do atendimento entre os níveis escolares e outras
outras tendências que atentem contra os princípios do nosso Código de
ética profissional.
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5. Posicionar-se criticamente no processo de implementação e avaliação do
Programa Nacional de Assistência Estudantil, numa perspectiva de
ampliação dos recursos e das instituições contempladas.
6. Lutar para que o Programa Nacional de Assistência Estudantil seja
normatizado com Lei.
7. Lutar pela efetivação dos princípios democráticos na sociedade e na
dinâmica do próprio Fórum;
8. Estimular e promover a formação política do/as assistentes sociais
trabalhadoras/es da assistência estudantil;
9.Estabelecer canais de reflexão e respostas coesas ao conjunto de
requisições institucionais que desafiam as profissionais coletivamente;
10. Contribuir na ampliação de estudos, pesquisas e produção teórica no
âmbito da assistência estudantil.
11.Impulsionar a implementação da Lei 13.935/2019 que prevê a oferta de
serviços de psicologia e serviço social na rede pública de educação, seja
pressionando o poder público pelo cumprimento dos termos legais, seja
promovendo estudos e projetos de extensão que apoiem política e
intelectualmente as assistentes sociais da rede de educação pública.
12 - Propor a implementação de Norma Operacional Básica de Recursos
Humanos na assistência estudantil, que defina o quantitativo de
profissionais atuantes na assistência estudantil na mesma proporção de
estudantes matriculados nos diversos níveis de ensino.

Assistentes sociais trabalhadoras/es da Assistência Estudantil, uní-vos!!!

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