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DO DIAGNÓSTICO NACIONAL
SOBRE A POLÍTICA DE ATENDIMENTO
SOCIOEDUCATIVO EM MEIO ABERTO
I
PARTE
SUMÁRIO
CRÉDITOS................................................................................................................................... 7
Prefácio I - Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.................................. 9
Prefácio II - Gabinete de Assessoria Jurídica das Organizações Sociais - GAJOP........................ 11
APRESENTAÇÃO........................................................................................................................13
PARTE I: Panorama Nacional da Política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto
(2017 a 2018)
(Setembro/2021).........................................................................................................................15
1. Considerações conjunturais e conceituais sobre a temática..................................................... 17
1.1. Contextualização histórica: a justiça juvenil no Brasil................................................................................... 17
1.2. Municipalização do Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto.............................................................. 19
2. Considerações teórico-metodológicas.....................................................................................21
2.1. Definições dos blocos temáticos.....................................................................................................................23
2.2. Abrangência territorial do diagnóstico..........................................................................................................24
2.3. Dinâmica da pesquisa de campo....................................................................................................................25
2.4. Estrutura do relatório.....................................................................................................................................26
2.5. Flexão de gênero no relatório.........................................................................................................................27
3. Construção coletiva dos parâmetros de gestão e de monitoramento...................................... 27
3.1. Construção coletiva dos parâmetros de gestão............................................................................................. 28
3.1.1. Participação nos espaços de construção dos Planos de Atendimento Socioeducativo........................29
3.1.2. Percepções sobre a execução das metas do Plano de Atendimento Socioeducativo.......................... 30
3.1.3. Participação nas reuniões de avaliação do Plano de Atendimento Socioeducativo.............................32
3.2. Construção coletiva dos parâmetros para o Monitoramento / Estratégias intersetoriais
de monitoramento.................................................................................................................................................34
3.2.1. Existência de Grupo Gestor ou Comissão Intersetorial de Acompanhamento do SINASE................34
3.2.2. Grau de satisfação com o monitoramento do processo de implementação das Medidas
Socioeducativas em Meio Aberto realizado pela Comissão Intersetorial..................................................... 38
4. Percepções sobre os recursos disponíveis para execução das Medidas Socioeducativas
em Meio Aberto......................................................................................................................... 39
4.1. Grau de satisfação com o orçamento disponível para o financiamento da gestão municipal do SINASE.. 40
4.2. Grau de satisfação com a gestão do SINASE nos municípios e estados........................................................43
4.3. Grau de satisfação com a capacidade técnica e operacional da equipe gestora das Medidas
Socioeducativas em Meio Aberto..........................................................................................................................45
4.4. Grau de satisfação com a execução técnica das Medidas Socioeducativas em Meio Aberto
no município..........................................................................................................................................................45
4.5. Grau de satisfação com a quantidade de profissionais disponíveis para a execução das Medidas
Socioeducativas em Meio Aberto..........................................................................................................................46
5. Percepção sobre os obstáculos para que se consiga cumprir com os princípios e diretrizes
preconizados pelo SINASE......................................................................................................... 48
6. Atendimento ofertado ao/à adolescente no Sistema de Justiça.............................................. 50
6.1. Estrutura disponível para o atendimento ao adolescente: capacitação dos/das operadores/as do direito,
especialização das varas, promotorias e defensorias, equipe técnicas para estudos psicossociais.................... 50
6.1.1. Capacitação dos atores do Sistema de Justiça..................................................................................... 50
6.1.1.1. Capacitação sobre a Política Nacional de Assistência Social................................................... 50
6.1.1.2. Capacitação exclusiva para técnicos e analistas do TJ............................................................. 51
6.1.1.3. Capacitação sobre infância e juventude....................................................................................52
6.1.1.4. Capacitação sobre o SINASE.....................................................................................................52
6.1.1.5. Capacitação sobre a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em
Conflito com a Lei - PNAISARI.............................................................................................................53
6.1.1.6. Outras formas de aprimoramento............................................................................................53
6.2. Experiência de atendimento ao/à adolescente..............................................................................................53
6.3. Disponibilidade de recursos especializados que podem dar suporte ao atendimento do/a adolescente....54
6.3.1. Órgãos especializados...........................................................................................................................54
6.3.2. Existência de equipe técnica multiprofissional....................................................................................55
6.4. Atendimento no Sistema de Justiça – Procedimento de oitiva informal......................................................56
6.4.1. Frequência de realização das Oitivas Informais...................................................................................57
6.4.2. Escuta das testemunhas e vítimas........................................................................................................57
6.4.3. Embasamento em estudos psicossociais e pareceres técnicos............................................................58
6.4.4. Critérios para decisão sobre as Medidas Socioeducativas que serão aplicadas................................. 60
6.4.4.1. Critérios para conceder remissão simples................................................................................61
6.4.4.2. Critérios para oferecer remissão com indicação de Medida Socioeducativa
de Prestação de Serviços à Comunidade e/ou Liberdade Assistida.....................................................62
6.4.4.3. Critérios para oferecer de privação de liberdade.....................................................................65
6.5. Condições para a defesa e para a orientação do/a adolescente.................................................................... 68
6.5.1. Presença das famílias durante as sessões de oitiva informal.............................................................. 68
6.5.2. Participação do/a Defensor/a público/a no procedimento de oitiva informal.................................. 68
6.5.3. Participação dos/as profissionais do Direito que atuam no Serviço de Proteção Social
a Adolescente em cumprimento de Medida Socioeducativa em Meio Aberto, nas oitivas informais
nos casos em que o/a adolescente encontra-se institucionalizado/a nas unidades de acolhimento
da política de Assistência Social.....................................................................................................................70
6.6. Atendimento no Sistema de Justiça – Audiências de apresentação............................................................. 71
6.6.1. Sobre as audiências de apresentação.................................................................................................... 71
6.6.2. Embasamento em estudos psicossociais e pareceres técnicos............................................................ 71
6.6.3. Critérios para decisão sobre as Medidas Socioeducativas que serão aplicadas..................................73
6.6.3.1. Critérios para concessão de remissão simples.........................................................................73
6.6.3.2. Critérios para conferir Medida Socioeducativa em Meio Aberto............................................74
7. Atendimento ofertado ao/à adolescente em cumprimento de Medida Socioeducativa
em Meio Aberto no Sistema Único de Assistência Social e no Sistema Socioeducativo................77
7.1. Caracterização dos serviços de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto no Brasil.............................78
7.2. Capacitação dos atores que compõem as equipes técnicas dos Serviços de Proteção Social
a Adolescente em cumprimento de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto................................................. 80
7.2.1. Capacitação voltada exclusivamente para trabalhadores/as do SUAS...............................................81
7.2.2. Capacitação voltada exclusivamente para trabalhadores e trabalhadoras do Sistema
Socioeducativo............................................................................................................................................... 82
7.2.3. Capacitação voltada para a temática da infância e juventude............................................................ 82
7.2.4. Capacitação específica sobre as Medidas Socioeducativas em Meio Aberto...................................... 83
7.2.5. Capacitação sobre o SINASE............................................................................................................... 84
7.2.6. Capacitação sobre a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em conflito
com a Lei – PNAISARI.................................................................................................................................. 86
7.3. Obtenção de orientações técnicas para o trabalho no SUAS........................................................................ 86
7.4. Gênero e Assistência Social............................................................................................................................87
7.5. Organização das equipes técnicas................................................................................................................. 89
7.5.1. Distribuição dos atendimentos.............................................................................................................91
7.5.2. Reuniões de equipe para estudo de caso..............................................................................................92
7.5.2.1. Periodicidade das reuniões de equipe.......................................................................................92
7.5.2.2. Temas mais tratados nas reuniões de equipe...........................................................................92
7.6. Construção do Plano Individual de Atendimento - PIA................................................................................94
7.6.1. Modelo oficial do PIA............................................................................................................................94
7.6.2. Elaboração do Plano de Atendimento Individual (PIA): aspectos abordados, critérios para inclusão
de metas e a participação dos/as adolescentes e suas famílias......................................................................96
7.6.3. Participação do/a adolescente............................................................................................................102
7.6.4. Participação das famílias....................................................................................................................105
7.6.5. Participação de outros atores envolvidos no atendimento socioeducativo.......................................109
7.6.5.1. Tempo para a elaboração do PIA.............................................................................................111
7.6.5.2. Tempo para iniciar o cumprimento da Medida Socioeducativa em Meio Aberto................ 113
7.7. Estratégias para engajamento do/a adolescente: atividades desenvolvidas nos equipamentos,
atividades propostas na PSC e participação nas decisões...................................................................................115
7.7.1. Periodicidade de atendimento no equipamento..................................................................................115
7.7.2. Atividades realizadas pelos/as adolescentes para cumprimento das Medidas Socioeducativas
em Meio Aberto............................................................................................................................................. 116
7.7.3. Atividades realizadas pela equipe técnica com os/as adolescentes que frequentam os serviços......120
7.7.4. Avaliação das atividades pelos/as adolescentes.................................................................................120
7.7.5. Participação do/a adolescente na rotina do equipamento................................................................. 122
7.7.6. Acompanhamento e visitas domiciliares............................................................................................ 125
7.7.6.1. Agendamentos das visitas domiciliares realizadas pelas equipes técnicas
aos/às adolescentes e suas famílias.....................................................................................................129
7.7.6.2. Acompanhamento de outros atores às visitas domiciliares realizadas
aos/às adolescentes e suas famílias pelas equipes técnicas................................................................129
7.7.6.3. Solicitação/Recomendação da autoridade judiciária para realização de visita
domiciliar ao/à adolescente em cumprimento de MSE...................................................................... 131
7.8. Intersetorialidade.........................................................................................................................................133
7.8.1. Fluxos de atendimentos e fluxos de informações............................................................................... 133
7.8.1.1. Articulações com a rede de ensino..........................................................................................133
7.8.1.2. Articulações com a rede de saúde........................................................................................... 137
7.8.1.3. Relações com a rede de organizações parceiras que oferecem atividades esportivas,
culturais e profissionalizantes ............................................................................................................142
7.8.1.3.1. Sistemas: Profissionalização................................................................................... 142
7.8.1.3.2. Acesso à cultura, esporte e lazer ............................................................................ 143
7.8.1.3.3. Atividades religiosas............................................................................................... 145
7.9. Participação das equipes nas audiências judiciais.......................................................................................146
7.10. Adesão ao PIA.............................................................................................................................................149
8. Violências contra os/as adolescentes....................................................................................152
8.1. Especificidades das violências vivenciadas pelos/as adolescentes em cumprimento de Medida
Socioeducativa em Meio Aberto.......................................................................................................................... 153
8.2. Relato de violências e de ameaças...............................................................................................................154
8.2.1. Autores de ameaças segundo relatos dos/as adolescentes as/aos profissionais............................... 155
8.2.2. Formas de violência segundo relatos dos/as adolescentes as/aos profissionais.............................. 157
8.2.3. Motivações de violências segundo relatos dos/as adolescentes aos/às profissionais.......................160
8.2.3.1. Motivação de violência relacionada a questão das drogas segundo relatos
dos/as adolescentes aos/às profissionais............................................................................................163
8.3. Violência contra adolescente durante as oitivas e durante as audiências...................................................166
8.4. Estrutura formalizada e as condições para denúncia..................................................................................169
8.4.1. Sistema de Justiça: Protocolo e Notificação de Ameaça de Morte ou Violência no Município......... 169
8.4.2. Assistência Social e Conselhos: Protocolo e Notificação de Ameaça de Morte ou Violência
no Município..................................................................................................................................................171
8.4.3. Percepção sobre o fluxo de informações entre os órgãos de denúncia e de notificação
de violências.................................................................................................................................................. 175
8.5. Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM)................................. 176
8.5.1. Percepções sobre o fluxo de comunicação e interação com o PPCAAM............................................ 178
8.5.2. Entre o relato de ameaças e o encaminhamento para o programa de proteção ou suspensão
do processo....................................................................................................................................................180
8.5.3. A internação como resposta a ameaças de morte e de violência.......................................................180
Considerações finais, apesar de preliminares...........................................................................182
CRÉDITOS
AUTORES E AUTORAS:
Cibelle Dória da Cunha Bueno
Douglas Gomes Camargo de Medeiros
Hannah Zuquim Aidar Prado
Igo Ribeiro
Jéssica Aparecida Militão Facundo
João Pedro Moreira Pupe
Leandro de Carvalho
Luiza Tavares de Oliveira Souto
REVISÃO:
Cibelle Dória da Cunha Bueno
COMO CITAR ESSE CAPÍTULO:
BUENO, C.D.C.; CARVALHO, L; FACUNDO, J.A.M.; MEDEIROS, D.G.C; PRADO, H.Z.A; PUPE,
J.P.M.; RIBEIRO, I; SOUTO, L.T.O.; Panorama Nacional da Política de Atendimento Socioeducativo
em Meio Aberto (2017 e 2018) in VISÃO MUNDIAL E GAJOP. Diagnóstico da Política de Atendimento
Socioeducativo em Meio Aberto. Brasília: Visão Mundial e GAJOP, 2021.
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
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PESQUISA MEIO ABERTO
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Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Nesse sentido, considerando que a regra meio aberto foi definido como serviço conti-
é a aplicação de medidas socioeducativas não nuado pela Proteção Social Especial de Média
privativas de liberdade, isto é, a serem cumpri- Complexidade.
das em meio aberto, ressaltamos a importância Em 2009, por meio da Resolução n° 109
do fortalecimento, aprimoramento de tais medi- do Conselho Nacional de Assistência Social, o
das socioeducativas, bem como a necessidade atendimento e acompanhamento foi tipificado
de se promover o conhecimento de toda a socie- enquanto serviço, isto é, o atendimento e acom-
dade em torno das mesmas, contemplando panhamento de adolescentes em cumprimento de
análises que transmitam, desde a forma de medida socioeducativa em meio aberto se cons-
gestão e execução de tais medidas socioeduca- titui como serviço ordinário a ser ofertado nas
tivas, até o reconhecimento das boas práticas, unidades de serviço de proteção social de média
dos desafios e avanços envolvidos no acompa- complexidade que compõem o SUAS, sobretudo
nhamento de adolescentes em cumprimento no equipamento destinado a garantir a Proteção
de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto. Social Especial de Média Complexidade8, sendo
Reconhecemos que tal ação tem um potencial este o Centro de Referência Especializada de
de combater a ideia amplamente disseminada Assistência Social (CREAS), cujo serviço ficou
de que adolescentes não são responsabilizados nomeado como proteção social à adolescen-
pelos atos infracionais que cometem, bem como tes em cumprimento de medida socioeducativa
de contribuir para a desconstrução da ideia fala- de Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à
ciosa que afirma que a justiça se faz por meio Comunidade. Consideramos, a partir do exposto,
do encarceramento (cada vez mais precoce) de que:
adolescentes e jovens que cometeram atos infra-
Há, portanto, uma relação entre o
cionais. Consideramos assim, que por meio das
SINASE e o SUAS, o que não significa afir-
Medidas Socioeducativas em Meio Aberto, é
mar que se tenha alcançado a integração
possível pensar em outra forma, mais humana,
entre os dois sistemas, o que é impres-
pedagógica e voltada para a construção de proje-
cindível para o alcance dos objetivos
tos de vida mais profícuos e criativos dos sujeitos
inerentes ao cumprimento das Medidas
de direito.
Socioeducativas em Meio Aberto, apli-
cada saos adolescentes autores de atos
1.2. MUNICIPALIZAÇÃO DO infracionais (CFESS, 2014, p.78).
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO EM Sendo assim, por passar a fazer parte da
MEIO ABERTO política de assistência social, o atendimento se
tornou municipalizado, o que altera de maneira
A presente pesquisa tem como foco significativa a execução das medidas em meio
as Medidas Socioeducativas em Meio Aberto aberto. Essa escolha pelo atendimento muni-
(Liberdade Assistida - LA e Prestação de Serviço cipalizado segue a tendência iniciada ainda
à Comunidade - PSC), cujo acompanhamento, na Constituição de 1988 - quando os muni-
desde 2004, está previsto para ser prestado pelo cípios passam a ter um papel importante na
Sistema Único de Assistência Social (SUAS), formulação, execução e avaliação de políticas
por meio da Política Nacional de Assistência públicas em seus territórios e segue o entendi-
Social (PNAS)7. Portanto, desde 2004, o atendi- mento previsto no ECA, no artigo 88, que trata
mento e acompanhamento dos/das adolescentes sobre as “Diretrizes de atendimento aos direitos
em cumprimento de medida socioeducativa em da criança e do adolescente” ao recomendar:
I - municipalização do atendimento;
7
Em 2003 foi realizada uma auditoria pelo Tribunal de Contas
da União, em que eram consideradas medidas a serem executa- II - criação de conselhos municipais, esta-
das pelo Estado: a ampliação do meio aberto, a regionalização do duais e nacional dos direitos da criança
atendimento socioeducativo, a municipalização do meio aberto e do adolescente, órgãos deliberativos
e a elaboração de uma política para egressos (pós-medida): “A
Auditoria de Natureza Operacional no Programa de Reinser-
ção Social do Adolescente em Conflito com a Lei foi realizada 8
“A proteção social especial é a modalidade de atendimento
no período de 06/10 a 7/11/2003, em cumprimento ao Plano assistencial destinada as famílias e indivíduos que se encon-
de auditoria do TCU para o 2º semestre, e teve como principal tram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de
objetivo avaliar o desempenho deste Programa, especialmente abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual,
em relação à execução de medidas não privativas de liberdade uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas só-
e à articulação das políticas públicas direcionadas para o ado- cio-educativas, situação de rua, situação de trabalho infantil,
lescente em conflito com a lei” (SINASE, p.20-21, 2006). entre outras” (PNAS, 2005, p. 37).
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PESQUISA MEIO ABERTO
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Segundo o Censo SU'AS de 2017, são 117.207 adolescentes
atendidos no meio aberto, em 2091 CREAS.
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PESQUISA MEIO ABERTO
maioria, por assistentes sociais, advogado/as e locais e para captar essa atuação foi planejado
psicólogo/as. Apesar da gestão estadual não ser que seriam entrevistados o/a representante do
responsável pelo atendimento em meio aberto Poder Público e o/a representante da Sociedade
(como o é no meio fechado), no planejamento Civil nos Conselhos Municipais e Estaduais –
amostral foi considerado relevante captar como quando possível - de Direitos da Criança e do
se dava a interlocução entre a gestão estadual e Adolescente.
a gestão municipal. Para alcançar esse objetivo, Pelos mesmos motivos, para entrevistar
foi incluídos entre os entrevistados/as pessoa/s os/as conselheiros/as dos CMDCAs, e enten-
designada/s pela Gestão Estadual da Assistência dendo o papel articulador dos CEDCAs, foi
Social (secretário/a estadual de assistência social planejada a escuta do(a) Representante do Poder
ou um(a) profissional da diretoria/gerência de Público e do(a) Representante da Sociedade Civil
proteção especial ou cargo similar. nos Conselhos estaduais de Direitos da Criança e
Para captar aspectos de saúde do/da do Adolescente.
adolescente e as articulações locais de proteção e Foram procurados 3.540 atores envol-
atenção à saúde do/da adolescente, foi planejado vidos no atendimento socioeducativo em 186
que seria entrevistada a Gestão Municipal da municípios, momento em que tiveram a opor-
Saúde (seja o/a secretário/a municipal de saúde tunidade de detalhar sua rotina de trabalho e
ou um/a profissional diretoria/gerência de aten- também apresentar suas percepções sobre a
ção primária ou da atenção especializada voltada gestão, sobre os recursos disponíveis e outras
à saúde do/da adolescente). especificidades do SINASE. Entre os atores
No Sistema de Justiça local foi plane- procurados e entrevistados, 1.455 deixaram de
jado que seriam entrevistados/as o/a juiz/a de responder parcial ou completamente às pergun-
conhecimento/apresentação e/ou o/a juiz/a de tas realizadas – situação prevista pela equipe de
execução; a equipe técnica multidisciplinar da pesquisa no planejamento amostral. Diante
Vara, quando existente - o promotor/a de justiça desse contexto de pesquisa, foram validadas as
e o/a defensor/a público/a. 2.085 entrevistas que tiveram respostas comple-
A atuação de articulação e monitora- tas, divididas da seguinte forma entre os grupos
1
1
Considerando a ampla atuação do Poder Judiciário e o quanti-
tativo de profissionais que representam as instituições do Siste-
ma de Justiça brasileiro, abordadas nessa pesquisa, atualmente
contando com 19.673 magistrados/as (Dados do CNJ, 2020),
12.915 promotores/promotoras de justiça (Dados do CONJUR,
2020) e 6.072 defensores/defensoras públicos/as (Dados da
ANDEP, 2020) destacamos a baixa adesão destes/as profis-
sionais à pesquisa e, como consequência, o baixo número de
respondentes obtidos.
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PESQUISA MEIO ABERTO
Vale destacar que os/as operadores/res do Em seguida, abre-se a seção que trata
direito demonstraram maior resistência à parti- da percepção sobre os recursos disponíveis
cipação no diagnóstico, alegando dificuldade de para a execução das MSE em Meio Aberto, que
disponibilidade. Por este motivo foi utilizada a aborda principalmente a questão da satisfação
Carta de Apresentação da Pesquisa, destinada, com o orçamento, com a gestão e com a(s) equi-
sobretudo, aos atores do Sistema de Justiça, pe(s) e nos permite reflexões acerca dos recursos
sendo tal documento amplamente utilizado disponíveis para que as condições previstas no
pelas/os pesquisadoras/es na etapa de articu- arcabouço legal sejam cumpridas. Nesta seção
lação/agendamento das entrevistas. Sem esse é possível já compreender os principais obstá-
apoio, seria inviável conseguir coletar as infor- culos sob a perspectiva material e de recursos
mações necessárias. humanos colocados pelos profissionais para o
planejamento, execução e monitoramento da
Política de Atendimento Socioeducativo em Meio
2.4. ESTRUTURA DO RELATÓRIO Aberto.
Na sequência, recebe atenção a ques-
Diante do volume de dados captados tão do atendimento oferecido ao adolescente no
(muitas entrevistas que somavam mais de cem Sistema de Justiça, por ser a porta de entrada
perguntas cada) este relatório foi construído do sistema socioeducativo. Nessa parte, após a
e roteirizado para discutir alguns dos pontos análise referente aos aspectos gerais da gestão
centrais do Sistema Socioeducativo, privile- da política, nos aprofundamos no Sistema de
giando a discussão sobre: (1) a gestão coletiva do Justiça, composto pelos Tribunais de Justiça
sistema e a necessária intersetorialidade entre (varas), Promotorias de Justiça e Defensorias
as políticas públicas para o atendimento integral Públicas, primeiras instituições com as quais
do/da adolescente; (2) o atendimento oferecido o/a adolescente entra em contato antes de ser
ao/à adolescente pelo Sistema de Justiça e pela encaminhado/a para o cumprimento da Medida
Política de Assistência Social; sobre (3) as opor- Socioeducativa em Meio Aberto, e as responsá-
tunidades de participação possibilitadas ao/à veis por decidir sobre o atendimento que a ele/
adolescente e seus familiares nos atendimen- ela será prestado no sistema socioeducativo.
tos promovidos e (4) as violências as quais os/as Desta maneira, é possível observar aspectos rela-
adolescentes estão sujeitos/as. cionados a experiência de atendimento dos/das
Por conta do volume de dados, era neces- adolescentes nos espaços jurídicos, os recursos
sário fazer recortes e foi decidido discuti-los a disponíveis para realização destes atendimen-
partir da estrutura oferecida ao/à adolescente, tos, a forma como são realizados e seus objetivos,
analisando, dentre outros pontos, como as bem como a maneira como os operadores do
ações governamentais são estruturadas; em que direito entendem o cumprimento das medi-
medida os atendimentos são realizados privi- das socioeducativas e tomam as suas decisões a
legiando oportunidades de participação, de partir desse entendimento.
orientação e de engajamento do/da adolescente Após o atendimento do Sistema de Justiça,
e seus familiares e, por fim, discutindo os vários nos aprofundamos no atendimento oferecido ao
momentos em que o/a adolescente está sujeito/a adolescente na Política Nacional de Assistência
às violências, evidenciando, ainda, as providên- Social, para compreendermos de maneira apro-
cias governamentais e institucionais adotadas fundada como é efetivado o atendimento e
em prol da proteção dos/das adolescentes em acompanhamento das Medidas Socioeducativas
cumprimento de medida socioeducativa em meio e como os/as adolescentes cumprem a Medida
aberto. em Meio Aberto no Brasil, sob a perspectiva de
O relatório inicialmente aborda a cons- quem realiza este acompanhamento. Assim,
trução coletiva dos parâmetros de gestão pudemos nos aprofundar nos aspectos referentes
e monitoramento na tentativa de discutir/ à organização da equipe, com relação ao traba-
compreender como se conforma a política em lho interdisciplinar, acerca da maneira como são
nível de estado e município, sob os aspectos realizados os atendimentos e os objetivos imbrin-
dos espaços de planejamento, da construção no cados; sobre a construção do Plano Individual
Plano de Atendimento Socioeducativo, do grupo de Atendimento (PIA); a relação com as demais
gestor/comissão intersetorial, da implementação políticas setoriais e a participação do/da adoles-
das Medidas Socioeducativas em Meio Aberto cente e das famílias no processo socioeducativo.
e da participação no Conselho Municipal dos Por fim, após entender de que
Direitos da Criança e do Adolescente. maneira ocorre o ciclo desta política pública
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Participação emem
Participação alguma
algumareunião
reuniãode
dediscussão
discussãoee elaboração do Plano
elaboração do Plano
dede AtendimentoSocioeducativo
Atendimento Socioeducativo
0,00%
Prefere não responder 0,00%
0,00%
0,00%
Não sabe informar 0,00%
0,00%
59,09%
Não 56,67%
56,67%
40,91%
Sim 43,33%
43,33%
Participação
Participação em algumaemreunião
alguma de
reunião de discussão
discussão e elaboração
e elaboração do Planodo
dePlano
Atendimento
Socioeducativo?
de Atendimento Socioeducativo?
2,00%
Prefere não responder 3,23%
0,00%
0,88%
0,00%
Não sabe informar 0,00%
2,26%
0,88%
65,33%
Não 70,97%
72,18%
81,42%
32,67%
Sim 25,81%
25,56%
16,81%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00%
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PESQUISA MEIO ABERTO
Participação
Participação emem alguma
alguma reunião
reunião de de discussão
discussão e elaboração
e elaboração do Plano
do Plano de
de Atendimento
Atendimento Socioeducativo
Socioeducativo
0,30%
Prefere não responder 0,00%
0,30%
1,21%
Não sabe informar 1,00%
2,37%
68,13%
Não 56,86%
56,08%
30,35%
Sim 42,14%
41,25%
30
respostas equilibradas quanto a satisfação e a insatisfação diante da execução do Plano de
Atendimento Socioeducativo. Nessa perspectiva 33,6% informaram estar insatisfeitos/as; a
mesma quantidade alegou satisfação;Parte
enquanto
I: Panorama5% afirmaram
da política muita
de Atendimento insatisfação
Socioeducativo em MeioeAberto
menos (2017 ede
2018)
1% se mostraram muito satisfeitos/as com a execução do Plano de Atendimento Socioeducativo.
Grau de satisfação com relação à execução das metas e ações prioritárias, para meio
aberto, contidas no Plano de Atendimento Socioeducativo
Qual é seu grau de satisfação com a execução do Plano de Atendimento Socioeducativo no
7%
município
Prefere não em que atua? 3%
responder 5%
4% Defensor Juiz de Conselheiro
Promotor 19% Conhecimento Municipal
Não sabe informar 17%
11%
Muito 17%
insatisfeito(a) 4 1% 7% 8,70% 5 27,78% 2 7,14% 10 5,03%
Muito satisfeito(a) 0%
Insatisfeito(a) 210% 45,65% 8 44,44% 11 39,29% 67 33,67%
Satisfeito(a) 11 23,91% 225% 33%
11,11% 7 25,00% 67 33,67%
Satisfeito(a) 11%
Muito satisfeito(a) 0 0,00% 0
23% 0,00% 2 7,14% 1 0,50%
Não sabe informar 8 17,39% 2 33%
11,11% 5 17,86% 39 19,60%
Insatisfeito(a) 39%
Prefere não 44%
45%
responder 2 5% 4,35% 1 5,56% 1 3,57% 15 7,54%
Muito insatisfeito(a) 7%
Total 46 1827% 28 199
8%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Grau de satisfação com relação à execução das metas e ações prioritárias, para meio
aberto, contidas no Plano de Atendimento Socioeducativo
4%
Prefere não responder 5%
2%
Qual seu grau de satisfação com7% a execução de metas e ações prioritárias, para o meio aberto, contidas no plano de
10%
atendimento
Não sabesocioeducativo?
informar 30%
10%
Conselho 23% Coordenador CREAS Equipe Técnica Gestor Municipal
0% Municipal CREAS
Muito satisfeito(a) 1%
Muito insatisfeito(a) 1% 9 4,52% 9 7,83% 24 3,79% 3 3,90%
1%
Insatisfeito(a) 61 30,65% 38 33,04% 52% 186 29,34% 23 29,87%
Satisfeito(a) 30%
Satisfeito(a) 65 32,66% 51 44%
44,35% 194 30,60% 40 51,95%
32%
Muito satisfeito(a) 3 1,51% 2
29% 1,74% 3 0,47% 0 0,00%
Não sabeInsatisfeito(a)
informar 47 23,62% 29%
12 33% 10,43% 190 29,97% 8 10,39%
Prefere não responder 14 7,04% 330% 2,61% 37 5,84% 3 3,90%
Total 4%
199 115 634 77
Muito insatisfeito(a) 3%
7%
4%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
31
PESQUISA MEIO ABERTO
Grau de satisfação com relação à execução das metas e ações prioritárias, para meio
aberto, contidas no Plano de Atendimento Socioeducativo
Qual
Prefereé não
seuresponder
grau de satisfação com a execução
22% de metas e ações prioritárias,
para o meio aberto, contidas no Plano Estadual de Atendimento
Não sabe informar
Socioeducativo? 11%
Gestor Estadual de Assistência
Muito satisfeito(a) 0%
Social
Muito insatisfeito(a)
Satisfeito(a) 033% 0,00%
Insatisfeito(a) 3 33,33%
Insatisfeito(a) 33%
Satisfeito(a) 3 33,33%
Muito
Muitosatisfeito(a)
insatisfeito(a) 0% 0 0,00%
Não sabe informar 1 11,11%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Prefere não responder 2 22,22%
Total 9 de assistência social
Gestor estadual
consonância
Apesarcom os/as dos/das
da maioria coordenadores/as, prioritárias
entrevistados/das do Plano,
que afirmaram parcela significativa
ter participado da etapa de se
30,6% dos/as profissionais das equipes técnicas mostrou insatisfeita. Nesta pergunta
planejamento se sentirem satisfeitos/as com os Planos produzidos, quando perguntados sobre foi possí-
relataram satisfação; 29,3% indicaram insatisfa- vel perceber que há uma insatisfação no tocante
a satisfação com a execução das metas e ações prioritárias do Plano, parcela significativa se
ção; 4% relataram muita insatisfação e menos de à execução do que é planejado, aspectos que
mostrou insatisfeita. Nesta pergunta foi possível perceber que há uma insatisfação no tocante a
1% afirmou estar muito satisfeito/a. poderá ser compreendido nos capítulos seguin-
execução do que é planejado, aspectos que poderão tes,ser
noscompreendidos nos capítulosde
quais há o aprofundamento seguintes,
diversas
Em relação a execução das metas e ações
nos quais há o aprofundamento de diversas questões referentes a execução destes serviços.
questões referentes a execução destes serviços.
prioritárias, para as Medidas Socioeducativas
em Meio Aberto, contidas no Plano Estadual
de Atendimento Socioeducativo, entre os/as
nove gestores/as estaduais de Assistência Social 3.1.3. PARTICIPAÇÃO NAS REUNIÕES
que responderam, três afirmaram satisfação e a DE AVALIAÇÃO DO PLANO DE
mesma quantidade afirmou insatisfação. ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
Apesar da maioria dos/das entrevistados/
das que afirmaram ter participado da etapa de Por compreender que a avaliação se
planejamento se sentirem satisfeitos/as com os constitui fundamental para o realinhamento
Planos produzidos, quando perguntados sobre das práticas dos atores, que compõem a rede
a satisfação com a execução das metas e ações do sistema socioeducativo, com as diretrizes do
0,76%
Prefere não responder 0,35%
1,19%
15,20%
Sim 21,55%
19,35%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00%
32
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
3,85%
Prefere não responder
0,00%
0,00%
Não sabe informar
2,30% GESTOR/A MUNICIPAL DA SAÚDE
42,31%
Sim
47,13%
SINASE,
3.2 foram preparados
Construção coletiva conjuntos para o52%
de pergun-
dos parâmetros e gestores/as / municipais
Monitoramento Estratégiasdeintersetoriais
Saúde: 56%).
tas para interrogá-los
de monitoramento sobre a participação nos Contudo, gestores/as municipais da Sssistência
processos de avaliação do Plano de Atendimento Social (45,4%) e da Saúde (40%) apresentaram
Socioeducativo. um índice maior de participação quando compa-
3.2.1 Existência de Grupo Gestor ou
Em relação à participação em alguma Comissão Intersetorial
rados aos outrosde Acompanhamento do
atores.
SINASE
reunião para avaliação e atualização do Plano de Em relação à participação em alguma
Atendimento Socioeducativo, em sua maioria, reunião para avaliação e atualização do Plano
A Comissãoalegaram
os/as respondentes Intersetorial exerce
não ter um papel
partici- indispensável
Estadual no acompanhamento
de Atendimento do
Socioeducativo,
sistema socioeducativo,
pado (conselheiros/as: fomentando
77%; a transversalidade
coordenadores/as: entredos/das
a maioria as políticas setoriaisestaduais
gestores/as e as outras
de
organizações que compõem
77,2%; equipe técnica: 78,5%; a rede de atendimento
gestores/as muni- socioeducativo
Assistência Sociale criando
(66,6%)as condições para
alegam terem
que asde
cipais diversas açõesSocial:
Assistência aconteçam de forma integrada.
aproximadamente participado.
Na tentativa de compreender melhor as condições locais para a efetiva intersetorialidade,
os diversos atores foram perguntados sobre a existência de comissão intersetorial em seus
municípios e sobre a participação nesses espaços.
Quando questionados sobre Grupo Gestor ou Comissão Intersetorial de
Acompanhamento do SINASE no município, 58,3% dos/das gestores/as municipais e 70,4%
dos/das gestores/as municipais de saúde afirmaram não haver existência desses grupos. No
âmbito estadual as respostas se apresentaram diferentes: 54,1% dos/das gestores/as estaduais 33
de assistência social relataram que existe Grupo Gestor ou Comissão Intersetorial de
Acompanhamento do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo.
Gestor estadual de assistência social
3.2 Construção
PESQUISA MEIO ABERTOcoletiva dos parâmetros para o Monitoramento / Estratégias intersetoriais
de monitoramento
3.2. CONSTRUÇÃO COLETIVA outras organizações que compõem a Rede de
DOS PARÂMETROS PARA Atendimento
3.2.1 Existência de Grupo Gestor ou Comissão Socioeducativo
Intersetorial e criando asdo
de Acompanhamento condi-
O MONITORAMENTO
SINASE / ções para que as diversas ações aconteçam de
ESTRATÉGIAS INTERSETORIAIS DE forma integrada.
MONITORAMENTO Na tentativa no
A Comissão Intersetorial exerce um papel indispensável de acompanhamento
compreender melhor do
sistema socioeducativo, fomentando a transversalidadeas condições locais
entre as para asetoriais
políticas efetiva intersetoria-
e as outras
organizações que compõem a rede de atendimento lidade, os diversose criando
socioeducativo atores foram perguntados
as condições para
que as diversas ações aconteçam de forma integrada. sobre a existência de Comissão Intersetorial em
3.2.1. EXISTÊNCIA DEcompreender
Na tentativa de GRUPO GESTOR seus municípios
melhor as condições e sobre
locais para a participação
a efetiva nesses
intersetorialidade,
OU COMISSÃO INTERSETORIAL
os diversos atores foram perguntados DE sobre a existência
espaços. de comissão intersetorial em seus
ACOMPANHAMENTO
municípios DO SINASE
e sobre a participação nesses espaços. Quando questionados sobre a existên-
Quando questionados sobre Grupo ciaGestor de Grupo ouGestor
Comissão Intersetorial
ou Comissão de
Intersetorial
A ComissãodoIntersetorial
Acompanhamento SINASE no exerce um 58,3%
município, dos/das gestores/as
de Acompanhamento do municipais
SINASE no e 70,4%
muni-
papel indispensável
dos/das no acompanhamento
gestores/as municipais do
de saúde afirmaramcípio,não haverdos/das
58,3% existência desses grupos.
gestores/as No
municipais
Sistemaestadual
âmbito Socioeducativo, fomentando
as respostas a trans- diferentes:
se apresentaram e 70,4%54,1% dos/das
dos/das gestores/as
gestores/as estaduais
municipais de
versalidade
de entresocial
assistência as políticas setoriais
relataram e as Grupo
que existe Saúde Gestor ou não
afirmaram Comissão Intersetorial
haver esses de
grupos. No
Acompanhamento do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo.
Existência de Grupo Gestor ou Comissão Intersetorial de Acompanhamento do SINASE
Você tem conhecimento sobre a existência do Grupo Gestor ou Comissão Intersetorial
de Acompanhamento 0% do SINASE no município?
Prefere não responder
0% Gestor Municipal de Assistência Gestor Municipal de
Social Saúde
Sim 8% 42 25,00% 33 20,75%
Não sabe informar
Não 9816% 58,33% 112 70,44%
Não sabe informar 28 16,67% 14 8,81%
Prefere não responder 0 0,00% 0 70% 0,00%
Não
Total 168 58% 159
20%
Sim
25%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
âmbito estadual, as respostas se apresenta- integrado a comissão. Sendo estes: 28,5% dos/
ram diferentes: 54,1% dos/das gestores/as das juízes/as; 22,2% dos/das promotores/as;
estaduais de Assistência Social relataram que de justiça 23% dos/das defensores/as públicos/
existe Grupo Gestor ou Comissão Intersetorial as; 31,3% de componentes da equipe técnica;
de Acompanhamento do Sistema Estadual de 39,5% dos/das coordenadores/as; 21,6% dos/
Atendimento Socioeducativo. das conselheiros/as municipais, e 45% dos/das
Em concordância com os/as gestores/ gestores/as municipais de Saúde. Entretanto,
as municipais, os seguintes atores relataram, dos/das gestores/as municipais, 25% disseram
majoritariamente, que não têm conhecimento haver a Comissão, e a maioria afirmou ter parti-
de Grupo Gestor ou Comissão Intersetorial de cipado do Grupo gestor nos últimos dois anos
Acompanhamento do SINASE no município: (59,2%).
63,1% dos/das profissionais da equipe técnica, Entre os/as gestores/as estaduais de
assim como 57,6 % dos/das coordenadores/ Assistência Social, que afirmaram ter conhe-
as; 54,2% dos/das conselheiros/as municipais; cimento sobre o Grupo Gestor ou Comissão
66,3% dos/das defensores/as públicos/as; apro- Intersetorial de Acompanhamento do Sistema
ximadamente 62,7% dos/das promotores/as de Estadual de Atendimento Socioeducativo, cerca
justiça e 80,1% dos/das juízes/as. de 54% afirmaram não ter integrado, nos últimos
Prefere não responder 4% dois anos, o grupo ou comissão.
Entre os/as entrevistados/as que afir-
Existe terGrupo
maram Gestor sobre
conhecimento ou Comissão
a Comissão Intersetorial de
Ao abordar a questão do monitoramento
Acompanhamento
Intersetorial de do Sistema
Acompanhamento doEstadual
SINASE, de e Atendimento
avaliação notou-se, assim como no processo
Não sabe informar 16%
Socioeducativo?
poucos/as disseram ter, nos últimos dois anos, de planejamento, a baixa participação dos/das
integrado a comissão. Gestor Estadual
Sendo estes: de Assistência
28,5% dos/ Social
profissionais: poucos têm conhecimento sobre o
dasSimjuízes/as; 22,2%
Não dos/das
13 promotores/as;54,17%
25% funcionamento do grupo gestor e, entre os que
deNão
justiça 23% dos/das6 defensores/as públicos/ 25,00% conhecem, a maioria não participa do acompa-
as;
Não31,3% de componentes
sabe da equipe técnica; nhamento do SINASE em seu município, nem
39,5% dos/das coordenadores/as;
Sim 21,6% dos/ em grupo 54% de trabalho, no âmbito da Comissão
informar 4 16,67%
das conselheiros/as municipais, e 45% dos/das Intersetorial, com o tema específico das Medidas
Prefere não
gestores/as municipais de Saúde. Entretanto, em Meio Aberto.
responder
dos/das
0%1 10%
gestores/as municipais,
20%
25% disseram4,17%
30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Quando nos aprofundamos apenas nas
Totala Comissão, e a maioria
haver 24 afirmou terestadual
Gestor parti- de assistência
respostassocial
dos/as gestores/as, 54,17% dos/as esta-
cipado do Grupo gestor nos últimos dois anos duais e 27% dos/as municipais afirmaram que
(59,2%).
Em concordância com os/as gestores/ashámunicipais, grupo gestorose, destes/as,
seguintes 60% dos/as
atores primei-
relataram
Entre os/asque
majoritariamente, entrevistados/as que afir- de ros/as
não tem conhecimento Grupo eGestor
46,15%oudos/as segundos/as
Comissão disseram
Intersetorial de
maram ter conhecimento sobre a Comissão que participaram do grupo gestor nos últimos 2
Intersetorial de Acompanhamento do SINASE, anos. Estes são os principais atores s responsáveis
municipais;
poucos/as disseram ter, nos últimos dois anos, pela coordenação dos grupos gestores estadual e
35
0%
Prefere não responder 1%
responder 3 0,47% 1 0,35% 1 0,31%
Total 635 10%
0% 20% 30% 283
40% 50% 60% 321
70% 80% 90% 100%
PESQUISA MEIO ABERTO
Conselho municipal Coordenador Equipe técnica
0%
Prefere não responder 1%
2%
O Sr. (Sra.) tem conhecimento sobre a existência de Grupo Gestor ou Comissão Intersetorial
8%
de Acompanhamento
Não sabe informar do SINASE
9% no município em que atua?
Defensor
19% Promotor Juiz
Sim 13 12,15% 36 26,28% 14 80% 11,57%
Não 62%
Não 71 66,36% 86 62,77%
66% 97 80,17%
Não sabe informar 21
11% 19,63% 13 9,49% 10 8,26%
Sim
Prefere não responder 2 26%
1,87% 2 1,46% 0 0,00%
12%
Total 107 137 121
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
municipal do Sistema Socioeducativo e é possível pode ser associada a diversas contingências que
concluirAoqueabordar
também a questão
não há umado monitoramento
participação eprecisam
avaliaçãosernotou-se, assim
conhecidas de como no processo
maneira aprofun-
de planejamento,
significativa destesaatores
baixa nos
participação
espaços dedos/das
acom- profissionais:
dada e que,poucos têm o
de acordo conhecimento
com os achados sobre
desta
opanhamento do SINASE.
funcionamento do grupo gestor e, entre os pesquisa, abordados
que conhecem, neste capítulo
a maioria e também
não participa do
acompanhamento
De maneirado resumida,
SINASE em foiseupossível
município,nosnemseguintes,
em grupo acreditamos
de trabalho, possuir relação,
no âmbito da
perceber que nas etapas de planejamento, de principalmente,
Comissão Intersetorial, com o tema específico das medidas em meio aberto. com a questão dos recursos
execuçãoQuando
e de monitoramento dasapenas
Medidas disponíveis para a gestão e execução dos servi-
nos aprofundamos nas respostas dos/as gestores/as, 54,17% dos/as
Socioeducativas em Meio Aberto, há uma baixa ços de Assistência Social, com as dificuldades
estaduais e 27% dos/as municipais afirmaram que há grupo
referentes ao gestor e, destes/as,
atendimento 60%
prestado pelados/as
polí-
participação dos/das profissionais que atuam
primeiros/as e 46,15% dos/as segundos/as disseram tica de que participaram
Assistência Social do
e, grupo gestor
associada, ainda, nos
às
junto às MSE/MA e, ainda, é possível observar
últimos 2 anos. Estes são os principais
que, na maioria dos estados, não são cumpridas atores responsáveis
dificuldades de pela coordenação
relação e articulaçãodos
com grupos
a rede
gestores
as etapas estadual
previstas e municipal
para do sistema
a consolidação socioeducativo
do Plano e é possível concluir que também não
intersetorial.
há uma participação
de Atendimento significativa
Socioeducativo, destes atores
sobretudo sob a nos espaços de acompanhamento do SINASE.
De da
perspectiva maneira
gestão.resumida,
É importantefoi compreen-
possível perceber que nas etapas de planejamento, de
der que esta dificuldade de gestão e participação
execução e de monitoramento das medidas socioeducativas em meio aberto, há uma baixa
participação dos/das profissionais que atuam junto às medidas e, ainda, é possível observar que,
na maioria dos estados, não são cumpridas as etapas previstas para a consolidação do Plano
de Atendimento Socioeducativo, sobretudo sob a perspectiva da gestão. É importante
compreender que esta dificuldade de gestão e participação pode ser associada a diversas 37
contingências que precisam ser conhecidas de maneira aprofundada e que, de acordo com os
achados desta pesquisa, abordados neste capítulo e também nos seguintes, acreditamos possuir
PESQUISA MEIO ABERTO
0,00%
Prefere não responder 0,00%
0,00%
0,00%
18,18%
Não sabe informar 33,33%
0,00%
33,33%
9,09% PROMOTOR/A DE JUSTIÇA
Muito satisfeito(a) 0,00%
14,29%
0,00% JUIZ/A DE EXECUÇÃO
54,55%
Satisfeito(a) 0,00% JUIZ/A DE CONHECIMENTO
42,86%
33,33%
DEFENSOR/A PÚBLICO/A
9,09%
Insatisfeito(a) 66,67%
14,29%
0,00%
9,09%
Muito insatisfeito(a) 0,00%
28,57%
33,33%
os últimos dois anos (2017/2018)? (LER OPÇÕES DE RESPOSTA)
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
38
nos últimos dois anos (2017/2018)? (LER OPÇÕES DE RESPOSTA)
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
4,76%
Não sabe informar 11,11%
10,71%
2,33%
0,00%
Muito satisfeito(a) 0,00% CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
3,57%
2,33%
CONSELHO ESTADUAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
66,67% EQUIPE TÉCNICA DO CREAS
Satisfeito(a) 22,22%
48,21%
58,14% COORDENAÇÃO DO CREAS
14,29%
Insatisfeito(a) 55,56%
28,57%
27,91%
0,00%
Muito insatisfeito(a) 11,11%
8,93%
4,65%
39
PESQUISA MEIO ABERTO
40
Qual é seu grau de satisfação com o orçamento disponível para o
5%
financiamento da gestão municipal
Prefere não responder 5% do SINASE?
5% Equipe Conselho
Prefere não 28 20,44% 35 34%% 38%
0,00 41 %
1,65
Muito insatisfeito(a)
Prefere
responder não 7 5,11% 027% 34%0,00% 2 1,65
%
Muito insatisfeito(a)
responder 7 5,11%18% 027% % 2 %
13
18%
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Total 0% 7 10%
13 20% 107 40%
30% 50%121 60% 70% 80% 90% 100%
Total 0% 7 10% 20% 107 40%
30% 50%121 60% 70% 80% 90% 100%
Defensor Promotor Juiz
Grau de satisfação com o orçamento disponível para o financiamento da gestão
Defensor Promotor
municipal do SINASEJuiz
Qual é seu grau de satisfação com o orçamento disponível para o
5%
financiamento
Qual
Prefereé não dade
seuresponder
grau gestão municipal
5% com do
satisfação SINASE? disponível para o
o orçamento
5% Equipe Conselho
financiamento
Prefere não responderda gestão municipal
5% do SINASE?
Coordenador
5% Técnica
30% Municipal
Não sabe informar CREAS 24%Equipe
CREAS
Conselho
Coordenador
18% Técnica
30% Municipal
Não sabe informar 1%CREAS 24%CREAS 15,12 11,21
Muito insatisfeito(a)
Muito satisfeito(a) 1%31 10,95%
18% 96 % 36 %
0% 15,12 11,21
Insatisfeito(a) 1%13 42,52 32,40
Muito insatisfeito(a)
Muito satisfeito(a) 1%31
6 10,95%
48,06%20% 96 270 %
% 36
104 %
%
Insatisfeito(a)
Satisfeito(a) 0% 13 11% 42,52 32,40
Satisfeito(a) 17% 11,81 20,56
6
50 11%48,06%
17,67%20% 27075 %
% 104
66 %
%
Satisfeito(a) 32%
Satisfeito(a)
Muito satisfeito(a)
Insatisfeito(a) 17% 11,81
0,47
42% 20,56
0,31
50
0 17,67%
0,00% 75
3 32% % % 48% 66 1 %
%
Muito
Não satisfeito(a)
sabe Insatisfeito(a)
informar 11% 0,47
24,41
42% 0,31
29,91
Muito insatisfeito(a) 15%
0
51 11%0,00%
18,02% 3
155 % 48% 1 96 %
Não sabe
Prefere nãoinformar
responder 11% 24,41
5,67 29,91
5,61
Muito insatisfeito(a) 0% 15%
10% 18,02%
20% 30%
51
15 5,30%
11% 36 40% % 50% 96
155 1860% 70%
% 80% 90% 100%
Prefere não responder Conselho 28 municipal 5,67
Equipe técnica 5,61
Coordenador
Total 0% 310% 5,30%
15 20% 30%
635 40% % 50% 321
36 1860% 70%
% 80% 90% 100%
28
Conselho municipal Equipe técnica Coordenador
Total Grau de satisfação3com o orçamento 635
disponível para321o financiamento da gestão
Qual é seu grau de satisfação com o orçamento disponível
municipal do SINASE
Prefere
para o não responder
financiamento gestão13%
da 4% municipal do SINASE?
Qual é seu grau de satisfação Gestor
comMunicipal
o orçamento Gestor
disponível
Prefere
para o não
Não responder
financiamento
sabe informar da 4% de 13%
gestão Assistência
municipal do Municipal de
SINASE? 89
Social 18% % Saúde
Gestor Municipal Gestor
10,69
0% de Assistência Municipal % de
Não sabe informar 89
Muito
Muitoinsatisfeito(a)
satisfeito(a) 3% 31 18,45%
18% % 17
Social Saúde
18,87
Insatisfeito(a) 79 10% 47,02% 30 10,69
%
Satisfeito(a) 0%
Muito
Muitoinsatisfeito(a)
satisfeito(a) 3% 31 18,45% 17
33% %
Satisfeito(a) 33 19,64% 10 6,29%
18,87
Muito satisfeito(a) 3 1,79% 0 0,00%
Insatisfeito(a)
Insatisfeito(a) 79 10% 47,02% 30%30 %
Satisfeito(a) 55,97 79%
Satisfeito(a) 33 19,64% 33%
10 6,29%
Não sabe informar 18 10,71% 89 %
Muito satisfeito(a)
Prefere não responder 3
4 1,79%
2,38%
17% 0
13 0,00%
8,18%
Muito insatisfeito(a) 30%
Total Insatisfeito(a) 168 31%159 55,97 79%
Não sabe informar 18 10,71% 89 %
0%
Prefere não responder
Muito insatisfeito(a)
410% 20%
2,38% 30% 13
17%
40% 50%
8,18% 60% 70% 80% 90% 100%
O tema dos recursos disponíveis pode exige e quando nos atentamos para a qualifica-
ser compreendido de uma maneira melhor ção destes profissionais. Tais aspectos podem
quando nos aproximamos das condições de fazer parte da percepção dos/as trabalhadores/
trabalho dos/as trabalhadores/as da Assistência as de que os recursos não são suficientes para a
Social entrevistados/as, principalmente quando gestão e execução do trabalho.
acrescentamos a tal análise o perfil dos/as Analisando os dados obtidos, obtivemos
trabalhadores/as. No que diz respeito a remu- o seguinte cenário, quando questionamos os/
neração, evidenciamos que esta apresenta uma as profissionais componentes da equipe técnica
média muito inferior se comparada aos/às sobre as condições salariais a estes ofertadas:
demais profissionais que atuam no atendimento
Aproveitamos a ocasião de tal discus-
das Medidas Socioeducativas em Meio Aberto,
são para salientar a expressiva diferença
sobretudo quando consideramos a complexidade
identificada quando realizamos a comparação
que o trabalho com os/as adolescentes/jovens
41
Analisando os dados obtidos, obtivemos o seguinte cenário quando questionamos os
profissionais componentes da equipe técnica sobre as condições salariais a estes ofertadas:
PESQUISA MEIO ABERTO
entre as condições salariais das equipes técni- estabelecimento do vínculo de trabalho a que
cas dos CREAS dos estados brasileiros e as estes/as trabalhadores/as estão submetidos/das.
condições salarias obtidas pelas equipes técni- Evidenciamos que a instabilidade nas
cas do Distrito Federal. Esta, além de possuir relações de trabalho, associada a precariza-
Prefere não responder 0,75%
100% das equipes com vínculo estável de servi- ção das relações trabalhistas, estabelecidas de
Não sabe informar 0,13%
dores estatutários, possui condições salarias com forma cada vez mais frequente, apresentam-se
De 20 salários mínimos 0,13%
predominância de seis a dez salários mínimos como fatores que dificultam a execução de um
De 11 a 20 salários mínimos 2,06% faixa
(91% dos servidores encontram-se nessa trabalho contínuo e interfere, sobremaneira, na
De 7 a 10 salários
remuneratória) mínimos
destoando, 8,88%
significativamente,
qualidade do serviço prestado, considerando que
De 5 asalariais
6 saláriosemínimos
das condições uma das13,95%
empregatícias da maio- premissas do trabalho realizado com
ria dos estados,4que
De 3 a salários mínimosdeflagra o gráfico
conforme indivíduos e com famílias que acessam32,40% a polí-
De 1concentra
apresentado, a 2 salários amínimos
predominância salarial 27,77% e eficaz
tica de Assistência Social se faz coerente
na faixa de umAté 1saláriosalários
a quatro mínimo mínimos.
1,44% a partir do vínculo entre profissionais e usuários
Além disso,Não
hárespondeu
um alto índice de traba- 12,51%Ademais, a instabilidade na vida do/a
da política.
lhadores/as sem vínculo trabalhista
0% estável,
5% 10%
trabalhador/trabalhadora,
15% 20% 25%
diante35%
30%
da insegurança
principalmente quem realiza o atendimento na relação de trabalho estabelecida e quanto
direto aos/às adolescentes, atuando diretamente ao futuro profissional, promove a rotatividade
no acompanhamento dos/das adolescentes em dos/as profissionais que atuam na política de
cumprimento das Medidas Socioeducativas em Assistência Social e que a todo momento encon-
Meio Aberto nos equipamentos da Assistência tram-se em busca de oportunidades de trabalho
Social: aproximadamente 44% (precisamente, que lhe garantam, além de melhores condições
43,71%, somando-se os/as trabalhadores/as de trabalho, maior estabilidade.
que se encontram em regime de contratação Outra questão que pode ser problemati-
temporária e em cargos comissionados) entre zada diz respeito à configuração dos CREAS e a
os componentes das equipes técnicas e 34,25% efetiva possibilidade de trabalho especializado:
(somando-se os/as trabalhadores/as que se os serviços, em sua maioria1 (97,53%), não rece-
encontram em regime de contratação tempo- bem exclusivamente jovens em cumprimento
rária e em cargos comissionados) de ocupantes de Prestação de Serviço à Comunidade (PSC) e
de cargos de coordenação dos CREAS. Há ainda Liberdade Assistida (LA), tendo diversas outras
uma previsão de contratação de coordenadores/ demandas em coexistência com o acompanha-
as de CREAS na condição de regime de Recibo de mento dos/das adolescentes em cumprimento
Pagamento Autônomo (RPA), que possui 1,34% das Medidas Socioeducativas em Meio Aberto
de incidências dentre os respondentes. para serem atendidas, o que pode sobrecarregar
As formatações de contratação de os/as profissionais que atuam no equipamento,
trabalho aelencadas e que indicam vínculos e, sobremaneira dificultar o desenvolvimento do
trabalhistas instáveis apontam, mais ainda, para
a precarização exacerbada das condições dos/as 1
A exceção dessa situação se dá no âmbito da política de aten-
dimento às Medidas Socioeducativas em Meio Aberto execu-
trabalhadores/as que atuam na Assistência Social tadas no Distrito Federal e no estado de São Paulo, conforme
e sinaliza para formas cada vez mais precárias de considerações apresentadas na Metodologia desta pesquisa.
42
previsão de contratação de 0% coordenadores/as
10% de CREAS
20% na condição
30% de40%regime de 50% RPA –
Recibo de pagamento autônomo, que possui 1,34% de incidências dentre os respondentes.
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
As formatações de contratação de trabalho, acima elencadas e que indicam vínculos
trabalhistas instáveis apontam, mais ainda, para a precarização exacerbada das condições dos
Remuneração
trabalhadores que atuam na Assistência Coordenação
social e sinaliza CREAS para formas cada vez mais precárias
de estabelecimento do vínculo de trabalho a que estes trabalhadores estão submetidos.
Prefere não responder 0,75%
Evidenciamos que a instabilidade nas relações de trabalho dificulta a execução de um
Não sabe informar 0,13%
trabalho contínuo e interfere, sobremaneira, na qualidade do serviço prestado, considerando que
De 20 salários mínimos 0,13%
uma das premissas do trabalho realizado com indivíduos e com famílias que acessam a política
De 11 a 20 salários mínimos 2,06%
de Assistência social se faz coerente e eficaz a partir do vínculo entre profissionais e usuários da
De 7 a 10 salários mínimos 8,88%
política. Ademais, a instabilidade na vida do trabalhador, diante da insegurança na relação de
De 5 a 6 salários mínimos 13,95% a rotatividade dos profissionais
trabalho estabelecida e quanto ao futuro profissional promove
De 3 a 4 salários mínimos 32,40%de
que atuam na política de Assistência social e que há todo momento encontram-se em busca
De 1 a 2 salários mínimos 27,77%
oportunidades de trabalho que lhe garantam, além de melhores condições de trabalho, maior
estabilidade.Até 1salário mínimo 1,44%
Não respondeu 12,51%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
Celetista 5,50%
Terceirizado/a 6,60%
trabalho
Outra haja vista
questão queaspode
inúmeras 4.2.respeito
peculiaridades diz
ser problematizada GRAU DE SATISFAÇÃO
a configuração COM
dos A
CREAS ea
que o atendimento ao público adolescente exige. GESTÃO DO SINASE NOS MUNICÍPIOS
efetiva possibilidade de trabalho especializado: os serviços, em sua grande maioria (97,53%), 1
Além da sobrecarga de trabalho, há também a E ESTADOS
não recebem exclusivamente os jovens em cumprimento de PSC e LA, tendo diversas outras
necessidade de racionalizar os recursos para
demandas em coexistência com o acompanhamento
todas as demandas, o que pode também se refle- dos/das adolescentes em cumprimento das
A gestão do SINASE deveria acontecer
medidastirsocioeducativas em meio aberto para serem
na fala de que o orçamento não é suficiente atendidas, o que pode sobrecarregar os/as
de forma participativa em municípios e esta-
profissionais
para o que atuam
trabalho no equipamento, e sobremaneira
a ser exercido. dificultar
dos, conforme o desenvolvimento
a Lei 12.594/2012, do
do SINASE,
trabalho haja vista as inúmeras peculiaridades que o atendimento ao público adolescente exige.
Além da sobrecarga de trabalho, há também a necessidade de racionalizar os recursos para
todas as demandas, o que pode também se refletir na fala de que o orçamento não é suficiente
43
para o trabalho a ser exercido.
4.2. Grau de satisfação com a gestão do SINASE nos município e Estados
PESQUISA MEIO ABERTO
3,79%
Prefere não responder 3,23%
5,31%
4,76%
16,67%
Não sabe informar 3,23%
21,24%
12,24%
1,52%
Muito satisfeito(a) 3,23% JUIZ/A DE CONHECIMENTO
1,77%
1,36%
JUIZ/A DE EXECUÇÃO
30,30%
38,71% DEFENSORES/AS PÚBLICOS/AS
Satisfeito(a) 17,70%
29,93% PROMOTORES/AS DE JUSTIÇA
40,91%
Insatisfeito(a) 38,71%
38,05%
41,50%
6,82%
Muito insatisfeito(a) 12,90%
15,93%
10,20%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
Insatisfeito(a) 36,76%
32,25%
Insatisfeito(a) 29%
Muito insatisfeito(a) 4%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
4.3.
44 Grau de satisfação com a capacidade técnica e operacional da equipe gestora das
medidas socioeducativas em meio aberto
45
Muito insatisfeito(a) 2% 9 7,44% 7 5,11% 12 11,21%
Insatisfeito(a) 45 37,19% 58 42,34% 38 35,51%
equilibrados, pois, 41,6% afirmaram 13% satisfação e 42,3% insatisfação. Quanto aos defensores,
Satisfeito(a)
Não sabe informar 5% 57 47,11% 57 41,61% 34 31,78%
35,1%
PESQUISAapontaram
MEIO ABERTO insatisfação
5% e cerca de 32% afirmaram satisfação. No entanto, cabe ressaltar
Muito
que 13% satisfeito(a) 2
dos defensores não souberam 1,65% 6
responder à questão. 4,38% 3 2,80%
Não sabe informar 3% 6 4,96% 7 5,11% 14 13,08%
Muito satisfeito(a) 4%
Prefere não responder Grau
2%de satisfação
2 com a execução
1,65% 2 técnica das MSE/MA
1,46% 6 5,61%
Qual é seu grau de satisfação com a execução técnica das medidas socioeducativas em meio
Total
aberto?
121 137 107
32%
Satisfeito(a) Juiz 42%Promotor Defensor
6% 47%
Prefere não responder 1%
Muito insatisfeito(a) 2% 9 7,44% 7 5,11% 12 11,21%
Insatisfeito(a) 45 37,19%36% 58 42,34% 38 35,51%
Insatisfeito(a) 13%
42%
Satisfeito(a)
Não sabe informar 5% 57 47,11% 37% 57 41,61% 34 31,78%
5%
Muito satisfeito(a) 2 1,65% 6 4,38% 3 2,80%
11%
Muito
Não insatisfeito(a)
sabe informar 5%
3% 6 4,96% 7 5,11% 14 13,08%
Muito satisfeito(a) 4%7%
Prefere não responder 2% 2 1,65% 2 1,46% 6 5,61%
Total 0% 10% 121
20% 30% 40% 137
50% 60% 70% 107 90%
80% 100%
32%
Satisfeito(a) 42%
Defensor Promotor 47%
Juiz
36%
Insatisfeito(a) 42%
37%
Ao contrário dos atores mencionados até então, os/as coordenadores/as apresentaram
maior nível de satisfação (66,4%)
Muito insatisfeito(a)
11%e muita satisfação (16,2%) quando questionados/as sobre a
5%
execução técnica das MSE em 7% meio aberto e cerca de 16% alegaram insatisfação ou muita
insatisfação. Em conformidade com as respostas dos/as coordenadores/as, 57,4% dos/as
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
profissionais que compõem as equipes técnicas declararam satisfação, no entanto, 28,1%
afirmaram insatisfação. Defensor Promotor Juiz
Grauéde
Qual Ao satisfação
seucontrário comatores
dos a execução
grau de satisfação a técnica
mencionados
com do
execuçãoatéserviço de
então,do
técnica proteção
os/as desocial ao adolescente
coordenadores/as
serviço proteção que
apresentaram
social ao
maior nível de satisfação (66,4%) e muitacumpre MSE(16,2%) quando questionados/as sobre a
satisfação
adolescente que cumpre MSE?
execução técnica das MSE em meio aberto e cerca de 16% alegaram insatisfação ou muita
Coordenador CREAS Equipe Técnica CREAS
insatisfação. Em conformidade com as respostas dos/as coordenadores/as, 57,4% dos/as
Muito não
insatisfeito(a)
profissionais
Prefere que compõem
responder
2% as equipes3técnicas1,06% 21
declararam satisfação, 3,31% 28,1%
no entanto,
0%
Insatisfeito(a)
afirmaram insatisfação. 42 14,84% 179 28,19%
Satisfeito(a) 1% 188 66,43% 365 57,48%
Não sabe informar 1%
Muitoésatisfeito(a)
Qual seu grau de satisfação com a execução 46 16,25%do serviço53
técnica 8,35%
de proteção social ao
Não sabe informar
adolescente que cumpre MSE?
8% 3 1,06% 5 0,79%
Muito satisfeito(a) 16%
Prefere não responder 1Coordenador
0,35%CREAS 12
Equipe Técnica1,89%
CREAS
Total
Muito insatisfeito(a)
Prefere não responder
2% 283
3 1,06% 57%635
21 3,31%
Satisfeito(a) 0% 66%
Insatisfeito(a) 42 14,84% 179 28,19%
Satisfeito(a) 1% 188 66,43% 365 57,48%
Não sabe informar 1% 28%
Insatisfeito(a)
Muito satisfeito(a) 15% 46 16,25% 53 8,35%
Não sabe informar 8% 3 1,06% 5 0,79%
Muito satisfeito(a)
Prefere não responder 3%
Muito insatisfeito(a) 16% 1 0,35% 12 1,89%
1%
Total 283 57%635
Satisfeito(a) 66% 80%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 90% 100%
3%
Muito insatisfeito(a)
defensores/as públicos, 1%
35,1% apontaram insa- Em consonância com os/as profissionais
tisfação e cerca de 32%
0%afirmaram
10% satisfação.
20% No 40%
30% do CREAS,
50% 62,5%
60% dos/as
70% gestores/as
80% municipais
90% 100%
entanto, cabe ressaltar que 13%Equipe Técnica CREAS de Coordenador
dos defensores/ Assistência CREAS
Social relataram estar satisfei-
as públicos não souberam responder à questão. tos/as com a execução técnica das MSE/MA no
Ao contrário dos atores mencionados município; cerca de 21% informaram estar muito
até então, os/as coordenadores/as apresenta- insatisfeitos/as e 10,7% estão insatisfeitos/as.
ram maior nível de satisfação (66,4%) e muita Já quanto aos gestores/as da Saúde, quase 38%
satisfação (16,2%), quando questionados/as relataram que não sabem informar o seu nível
sobre a execução técnica das MSE/MA e cerca de satisfação referente à execução técnica das
de 16% alegaram insatisfação (15%) ou muita MSE/MA no município, 33,3% relataram estar
insatisfação (1%). Em conformidade com as satisfeitos/as e cerca de 17% informaram estar
respostas dos/as coordenadores/as, 57,4% dos/ insatisfeitos/as com a execução técnica das
as profissionais que compõem as equipes técni- Medidas Socioeducativas em Meio Aberto no
cas declararam satisfação; no entanto, 28,1% município.
afirmaram insatisfação.
46
em meio aberto no município, cerca de 21% informaram estar muito insatisfeitos/as e 10,7%
estão insatisfeitos/as. Já quanto aos gestores da Saúde, quase 38% relataram que não sabem
informar o seu nível de satisfação referente a execução técnica das MSE em meio aberto no
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
município, 33,3% relataram estar satisfeitos/as e cerca de 17% informaram estar insatisfeitos/as.
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
4.5. Grau
4.5. GRAU deDE SATISFAÇÃO
satisfação com a COM A
quantidade dos/as entrevistados/as
de profissionais quanto
disponível para à quantidade
a execução
QUANTIDADE
das em meio aberto de profissionais disponíveis para a execução
DE PROFISSIONAIS
medidas socioeducativas
DISPONÍVEIS PARA A EXECUÇÃO DAS e acompanhamento dos/das adolescentes em
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EM cumprimento
A quantidade de profissionais presentes nos das Medidas
órgãos de defesa Socioeducativas
de direitos em
e nos serviços
de medidas socioeducativas em meio aberto é um fator
Meioque influencia
Aberto em seuna efetividade
município. . da execução
MEIO
das ABERTO
MSE, e de acordo com o Caderno de Orientações Técnicas do Serviço de Medidas
Socioeducativas em Meio Aberto (2016) existe uma quantidade Sobre este
idealitem 51% dos/as promotores/
de profissionais para cada
CREASAou quantidade
serviço de demedidas
profissionais presentes em
socioeducativas as meio
de justiça se mostram
aberto. insatisfeitos/as;
Dessa forma, as perguntasassim
a
seguir buscaram mensurar o nível de satisfação
nos órgãos de defesa de direitos e nos serviços como
dos/as 40,1% dos/as
entrevistados/as defensores/as
quanto a públicos/as;
quantidade de
profissionais disponíveis para a execução e acompanhamento
aproximadamente dos/das adolescentes
49% dos/as em
juízes/as; cerca
de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto é
cumprimento das medidas socioeducativas em meio aberto.
de 52% dos/as componentes da equipe técnica;
um fatorDiante
que influencia na efetividade da execu-
disso, 51% dos/as promotores/as de justiça se mostram insatisfeitos/as; assim
ção das MSE e, de acordo com o Caderno de 47,6% dos/as conselheiros/as municipais e
como 40,1% dos/as defensores/as públicos/as; aproximadamente 49% dos/as juízes/as; cerca
Orientações
de 52% dos/asTécnicas do Serviço
componentes técnica; 59,4%
de Medidas
da equipe 47,6%dos/as
dos/asconselheiros/as
conselheiros/asestaduais.
municipais Além
e
Socioeducativas
59,4% em Meio Abertoestaduais.
dos/as conselheiros/as (2016), existe disso, vale
Além disso, valea a
pena
pena destacar, os resultados
destacar, consi-
os resultados
consideráveis
uma quantidadeda idealcategoria de muita
de profissionais deráveisque
insatisfação,
para cada da categoria de muita 21,1%
compreendem: insatisfação,
dos/asque
promotores/as; 28% dos/as defensores/as públicos/as e 27% dos/as
compreendem conselheiros/as
21,1% estaduais.de
dos/as promotores/as
CREAS ou Serviço de Medidas Socioeducativas
em Meio
AR QUANDO HOUVER Aberto.
DÚVIDA: Dessa deforma,
O parâmetro avaliaçãoas questão é ajustiça;
pergun-
dessa 28%
quantidade dedos/as defensores/as
profissionais estabelecidopúblicos/as
pelas normas eque regulam
tas buscaram mensurar o nível de satisfação 27% dos/as conselheiros/as estaduais.
0,76%
Prefere não responder 3,23%
3,54%
2,04%
11,36%
Não sabe informar 9,68%
15,93%
6,12%
3,03% JUIZ/A DE CONHECIMENTO
Muito satisfeito(a) 0,00%
0,88%
1,36% JUIZ/A DE EXECUÇÃO
21,97%
Satisfeito(a) 29,03% DEFENSOR/A PÚBLICO/A
12,39%
17,69%
PROMOTOR/A DE JUSTIÇA
47,73%
Insatisfeito(a) 38,71%
38,94% 50,34%
15,15%
Muito insatisfeito(a) 19,35%
28,32%
22,45%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00%
47
R QUANDO HOUVER DÚVIDA: O parâmetro de avaliação dessa questão é a quantidade de profissionais conforme as normas que regulamentam
PESQUISA MEIO ABERTO
0,61%
Não sabe informar as respostas
Conforme 7,62% que compõem o item anterior, nota-se que os atores do Sistema
13,16%
de Justiça apresentam uma baixa participação na Comissão Intersetorial EQUIPE TÉCNICAe DO
naCREAS
elaboração e
atualização do Plano3,18%
de Atendimento Socioeducativo, atividades que são competências e
Muito satisfeito(a) 1,47%
diretrizes definidas 0,00%
pelo SINASE. No entanto, considera-se importante CONSELHOcompreender quais são
MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA
os obstáculos encontrados pela tríade judiciária que dificultam a execução
27,99% SOCIAL da política de acordo
com osSatisfeito(a)
princípios e 2,63% 31,09% pelo SINASE. De modo geral, os/as respondentes
diretrizes preconizados
CONSELHO ESTADUAL DE ASSISTÊNCIA
apontaram diferentes opções, porém a maioria destas relacionadas SOCIAL
à questão de falta de
51,74%
estrutura e recursos humanos do Executivo. 47,21%
Insatisfeito(a)
57,89%
Posto isto, 21% dos/as juízes/as apontaram como obstáculo a pouca efetividade da política
de Assistência social que, consequentemente,
16,19% não garante a proteção social necessária aos/às
Muito insatisfeito(a) 10,26%
adolescentes. Além disso, 19,3% dos/as 26,32% juízes/as apontaram a falta de recursos para que o/a
adolescente cumprisse 0,00%
as 20,00%
10,00%
MSE 30,00%
em meio
40,00%
aberto.
50,00%
Ainda
60,00%
elencando os possíveis obstáculos,
70,00%
20,1% dos/as juízes/as e 17,1% dos/as promotores/as de justiça apontaram a falta de estrutura
e recursos humanos do Judiciário para atender a demanda do SINASE. Já 10,1% dos/as
5.promotores/as
PERCEPÇÃO SOBRE
de justiça OS
afirmaram como obstáculo a falta Conforme foi possível
de estrutura identificarmos
e de recursos humanos por
do Ministério
OBSTÁCULOS PARA QUE SEPúblico para atender a demanda meio
do dos
SINASE dados e obtidos
23,3% e apresentados
dos/as no item
defensores/as
públicos/as apontaram como obstáculo a falta de3estrutura desse Relatório quehumanos
e recursos os atoresdadoDefensoria
Sistema de
CONSIGA CUMPRIR COM OS
Pública para atender a demanda do SINASE. Cabe Justiça apresentam
ressaltar que 20,5%umados/as
baixa participação
defensores/as na
PRINCÍPIOS
públicos/as apontaram E DIRETRIZESo incipiente aperfeiçoamento Comissão Intersetorial
de outros colegase de
na elaboração e atuali-
profissão sobre o
tema.
PRECONIZADOS PELO SINASE zação do Plano de Atendimento Socioeducativo,
Quais são os três principais obstáculos identificados por V. Exa. para que consiga cumprir com os princípios
e diretrizes preconizados pelo SINASE? Juiz
Juiz
Falta
Falta de
de estrutura
estrutura eerecursos
recursoshumanos
humanos do do Executivo para atender a demanda do 56%
Executivo…
67 56,30%
SINASE Outro. Qual: 21%
A Política de Assistência Social é pouco efetiva, não garante a proteção social
A Política de Assistência Social é pouco efetiva, não… 21% 25 21,01%
necessária
Falta recursos para que o adolescente possa
Falta de estrutura e recursos humanos do Judiciário… cumprir as MSE em
20% meio aberto (ex.
23 19,33%
transporte)
Falta recursos para que o adolescente possa cumprir… 19%
Falta de estrutura e recursos humanos do Judiciário para atender a demanda do
Falta de articulação com a rede 11% 24 20,17%
SINASE
Falta deBaixa
estrutura e recursos humanos
aperfeiçoamento de outros do MP para
colegas de… atender
8%a demanda do SINASE 4 3,36%
Falta de estrutura e recursos humanos da Defensoria Pública para atender a
Baixa 3 2,52%
demanda doaderência
SINASEdo(a) adolescente às medidas… 8%
Percepção
Ineficácia negativa
das medidas da sociedade sobre os(as)…
socioeducativas; 7% 5 4,20%
Número
Númeroaltoalto
de deinquéritos ouou
inquéritos processos
processos judiciais;
judiciais; 7% 8 6,72%
Falta de reconhecimento do trabalho da Promotoria; 0 0,00%
Não sabe informar 5%
Baixa aderência do(a) adolescente às medidas propostas 10 8,40%
Ineficácia das
Baixa aperfeiçoamento demedidas socioeducativas;
outros colegas de profissão 4%
sobre o tema 10 8,40%
Dificuldade de diálogo com oPrefereJudiciário
não responder 3% 1 0,84%
Alto índice de recidiva infracional (múltiplas passagens) 3 2,52%
Falta de estrutura e recursos humanos do MP para… 3%
As medidas de meio aberto e fechado estarem em secretarias diferentes 2 1,68%
Percepção Alto índice deda
negativa recidiva infracional
sociedade sobre(múltiplas… 3%
os(as) adolescentes em conflito com a lei 8 6,72%
Falta deestrutura
Falta de articulação com a rede
e recursos humanos da Defensoria… 3% 13 10,92%
Não sabe informar 6 5,04%
As medidas de meio aberto e fechado estarem em… 2%
Prefere não responder 4 3,36%
Outro. Qual: Dificuldade de diálogo com o Judiciário 1% 25 21,01%
Total
Falta de reconhecimento do trabalho da Promotoria; 0% 119 123
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
48
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
atividades que são competências e diretrizes Posto isto, 21% dos/as juízes/as apon-
definidas pelo SINASE. No entanto, considera-se taram como obstáculo a pouca efetividade da
importante compreender quais são os obstá- política de Assistência Social que, consequente-
culos, encontrados pela tríade judiciária, que mente, não garante a proteção social necessária
dificultam a execução da política de acordo com aos/às adolescentes. Além disso, 19,3% dos/as
os princípios e diretrizes preconizados pelo juízes/as apontaram a falta de recursos para que
SINASE. De modo geral, os/as respondentes o/a adolescente cumprisse as MSE/MA como
apontaram diferentes opções; porém, a maio- um obstáculo para a execução das Medidas
ria destas são relacionadas à falta de estrutura e Socioeducativas em Meio Aberto no Brasil a
recursos humanos do Executivo. partir das diretrizes apontadas pelo SINASE
49
PESQUISA MEIO ABERTO
50
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Capacitação
Política
exclusiva para
Nacional de
técnicos/as e Infância e MSE/
Capacitações Assistência SINASE PNASAIRI1
analistas do Juventude MA
Social
Tribunal de
(PNAS)
Justiça
Juízes/as X X X X
Promotores/as
X X X X
de Justiça
Defensores/as
X X X X
públicos/as
Equipe técnica
X X X X X
da Vara
Assistência Social1, considerando ser este tipo promotores/as de justiça: 23,8%; defensores/
de preparação fundamental para a atuação em defensoras públicos/as: 28,5%), na modalidade
sinergia dos atores que diretamente operacio- de congresso (juízes/juízas: 28,5%; promotores/
nalizam as Medidas Socioeducativas em Meio promotoras de justiça: 38,1%; defensores/defen-
Aberto, tanto no Sistema de Justiça como na soras públicos/as: 57,1%) e com carga horária
Assistência Social, 86,7% dos/as Juízes/as, aproximada de 10h a 20h (juízes/juízas: 42,8%;
83,9% dos/as promotores/as de justiça e 93,4% promotores/promotoras de justiça: 52,3%;
dos/as defensores/as públicos/as afirmaram defensores/defensoras públicos/as: 85,7%).
não ter participado de qualquer tipo de capaci-
Sobre a instituição que forneceu a capa-
tação sobre a Política Nacional de Assistência
Social ou sobre o Sistema Único da Assistência citação, os/as juízes/as afirmaram que foi feita
Social. Assim, quando questionados/as sobre a pelo Conselho Nacional de Justiça (21,4%), os/
capacitação obtida sobre a Política Nacional de as promotores/as de justiça alegaram ter rece-
Assistência Social, considerando ser este tipo bido pela Escola Superior do Ministério Público
de preparação fundamental para a atuação em Estadual ou Distrital (52,3%) e os/as defenso-
sinergia dos atores que diretamente operacio- res/as informaram ter recebido pelo Colégio
nalizam as medidas socioeducativas, tanto no Nacional de Defensores e Defensoras Públicos
Sistema de Justiça como na Assistência Social, (28,5%).
86,7% dos/as Juízes/as, 83,9% dos/as promo-
tores/as de justiça e 93,4% dos/as defensores/
6.1.1.2. CAPACITAÇÃO EXCLUSIVA PARA
as públicos/as afirmaram não ter participado
de qualquer tipo de capacitação sobre a Política TÉCNICOS E ANALISTAS DO TJ
Nacional de Assistência Social ou sobre o Sistema
Único da Assistência Social. Em relação aos/às Dos/das 71 respondentes2 que represen-
respondentes que afirmaram ter obtido algum taram as equipes técnicas que atuam nas Varas,
tipo de capacitação sobre a Política Nacional de 55,5% atuam diretamente nas Varas da Infância
Assistência Social, a maioria informou ter feito e Juventude. Os/as 29,1% dos/das profissio-
a capacitação de forma presencial (juízes/juízas: nais que atuam nas Varas e informaram a opção
71,4%; promotores/promotoras de justiça: “outros” respondem por todas as Varas. Dentre
76,1%; defensores/defensoras públicos/as: os/as respondentes que compõem a equipe
100,00%), no ano de 2018 (juízes/juízas: 35,7%; técnica das Varas, 81,6% afirmaram ter partici-
pado de capacitação exclusiva para os técnicos
1
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescente e analistas do Poder Judiciário. Destes/as,
em Conflito com a Lei, redefinida por meio da Portaria nº1.082 61,4% indicaram ter participado da capacitação
de 23 de maio de 2014, cujas diretrizes da Política Nacional
de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito no ano de 2018, tendo sido esta proporcionada
com a Lei, em Regime de Internação e Internação Provisória para 80,7% dos/as participantes na modalidade
(PNAISARI), teve a inclusão do atendimento de adolescentes
em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto e
2
Grupo composto por 45% de Analistas Judiciários / Serviço
fechado, estabelecendo, estabelecendo novos critérios e fluxos Social; 29,5% de Analistas Judiciários /Psicologia; 4,2% de
para adesão e operacionalização da atenção integral à saúde de Analistas Judiciários / Pedagogia; 1,4% de Analistas Judiciá-
adolescentes em situação de privação de liberdade, em unida- rios / Direito; 7,0% de Analistas Judiciários de outras áreas de
des de internação, de internação provisória e de semiliberdade. formação; e 8,45% de Técnicos Judiciários.
51
PESQUISA MEIO ABERTO
presencial. 43,8% dos/as participantes da capa- a referida capacitação foi, na maioria das vezes,
citação destinada aos trabalhadores/as do Poder promovida em modalidade de curso de curta
Judiciário afirmaram ainda que esta foi promo- duração (31,4%), de congresso (30,3%) e de
vida na modalidade de curso de curta duração, forma presencial (89,7%).
enquanto 24,5% indicaram que tal capacitação Da mesma forma, a maioria dos/as defen-
foi promovida na modalidade de curso de aper- sores/as públicos/as respondentes afirmou
feiçoamento, tendo tido para 50,8% dos/as ter realizado a capacitação de maneira presen-
participantes a carga horária de 30h a 60h e para cial (97,7%), alguns na modalidade de curso de
43,8% a carga horária de 10h a 20h. O órgão indi- curta duração (27,2%) e outros na modalidade de
cado por 70,1% dos/as componentes das equipes simpósio (34%). Além disso, apontaram, em sua
técnicas das Varas como sendo o responsável por maioria, que a capacitação foi promovida pela
prover a capacitação em voga foi o Tribunal de Escola Superior da Defensoria Estadual (43,1%)
Justiça do Estado. e durante o ingresso na carreira (70,4%).
Os três equipamentos judiciários afirma-
6.1.1.3. CAPACITAÇÃO SOBRE INFÂNCIA E ram, em maioria, terem realizado a capacitação
com a temática supracitada no ano de 2018
JUVENTUDE
(juízes/as: 45,7%; promotores/as de justiça:
50,5%; defensores/as públicos/as: 27,2%) e com
No tocante à participação dos/as repre-
carga horária aproximada de 10h a 20h (juízes/
sentantes do Sistema de Justiça em capacitações
as: 68,6%; promotores/as de justiça: 67,4%;
relacionadas à temática da Infância e Juventude,
defensores/as públicos/as: 56,8%).
68,6% dos/as juízes/as, cerca de 65% dos/as
promotores/as de justiça e 41,1% dos/as defen-
sores/as públicos/as afirmaram ter recebido 6.1.1.4. CAPACITAÇÃO SOBRE O SINASE
capacitação com temática específica sobre infân-
cia e juventude. Cabe ressaltar que os cursos
Quando questionados/as sobre a parti-
referidos podem não dizer respeito à temática do
cipação em alguma capacitação específica sobre
Direito Juvenil/Infracional e sim estarem asso-
a Lei do SINASE, majoritariamente juízes/as
ciados aos temas relacionados a área protetiva da
(72,7%), promotores/as de justiça (78,8%) e
infância.
defensores/as públicos/as (85%) afirmaram não
Dentre essas afirmações, 55,4% dos/ terem participado. Entre os que participaram,
as juízes/as informaram que tal capacitação foi quase todos/as afirmaram ter realizado a capa-
promovida pelo Tribunal de Justiça do Estado citação de forma presencial (juízes/as: 100%;
e, ainda, que a modalidade foi aperfeiçoa- promotores/as de justiça: 88,4%; defensores/
mento (cerca de 35%) ou curso de curta duração as públicos/as: 87,5%), no ano de 2018 (juízes/
(36,1%), sendo realizado presencialmente (cerca as: 23,3%; promotores/as de justiça: 15,3%;
de 82%), durante o ingresso na carreira (27,1%) defensores/as públicos/as: 43,7%), no formato
ou durante a formação para vitaliciamento3 da de congresso (juízes/as: 23,3%; promotores/as
carreira (cerca de 29%). de justiça: 34,6%; defensores/as públicos/as:
Em relação aos/às promotores/as de 62,5%) e com carga horária aproximada de 10h
justiça, 39,3% afirmaram que a capacitação foi a 20h (juízes/as: 60%; promotores/as de justiça:
promovida pela Escola Superior do Ministério 50%; defensores/as públicos/as: 50%). Sobre
Público Estadual ou Distrital, durante o ingresso a instituição que forneceu a capacitação, os/as
na carreira (32,5%). Além disso, afirmaram que juízes/as afirmaram ter recebido pelo Tribunal
de Justiça do Estado (36,6%) e a maioria dos/
3
Vitaliciamento da carreira: o processo de vitaliciamento, a as promotores/as de justiça e defensores/as
que estão submetidos os/as magistrados/as, é matéria do Art. públicos/as alegou ter recebido pelas Escolas
93, IV, da Constituição Federal de 1988, constitui garantia do
Estado e do jurisdicionado para que se verifique se o juiz apre-
de Governos de seus respectivos equipamen-
senta perfil, condições e aptidão para o exercício de tão rele- tos (promotores/promotoras de justiça: 34,6%;
vante encargo, o de exercer a jurisdição. A exigência da avalia- defensores/defensoras públicos/as: 31,2%).
ção no curso do estágio probatório, portanto, é intransponível,
sendo especial e obrigatória. É especial porque não se confun-
de com a avaliação para fins de movimentação na carreira da
magistratura. É obrigatória pois não pode ser dispensada, nem
acolhe a inércia da Administração, não se admitindo a hipótese
de aquisição de vitaliciamento por simples decurso de prazo.
52
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
3,13%
Prefere não responder 0,00%
0,68%
2,63%
0,00%
Não sabe informar 1,48%
2,03%
0,00%
12,50%
Mais de 20 anos 10,37%
7,43%
2,63%
34,38% JUIZ/A DE EXECUÇÃO
11 a 20 anos 28,89%
DÚVIDA: CONSIDERAR O TEMPO TOTAL, INCLUINDO INTERRUPÇÕES/ MARQUE O CAMPO
13,16%
DE ACORDO COM O QUE FOR RESPONDIDO)
25,68%
JUIZ/A DE CONHECIMENTO
12,50%
6 a 10 anos 26,67% PROMOTOR/A DE JUSTIÇA
29,05%
22,81%
DEFENSOR/A PÚBLICO/A
28,13%
3 a 5 anos 20,74%
12,84%
33,33%
9,38%
1 a 2 anos 8,15%
12,84%
15,79%
0,00%
Menos de 1 ano 3,70%
9,46%
9,65%
53
DE DÚVIDA: CONSIDERAR O TEMPO TOTAL, INCLUINDO INTERRUPÇÕES/ MARQUE O CAMPO DE ACORDO COM O QUE FOR RESPONDIDO)
PESQUISA MEIO ABERTO
54
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
No que diz respeito à Unidade da um/a assistente social e um/a pedagogo/a nas
Defensoria Pública, 66,3% dos/das respondentes unidades da promotoria especializadas em infân-
afirmaram que a unidade na qual estão lotados/ cia e juventude.
as atualmente não é exclusiva da área de infân- Tendo em vista as recomendações expres-
cia e juventude. Posto isto, informaram que as sas, considera-se fundamental a presença de
unidades acumulam, juntamente com infân- equipes técnicas multiprofissionais nas varas,
cia e juventude, atribuições da área cível (cerca promotorias e defensorias.
socioeducativo em meio aberto, buscou-se
de 45%) e da área criminal (34,5%). Além disso,
analisar a especialização daVale destacar,
vara, ainda, e
promotoria
que os atos infracionais envolvem situações
defensoria
área e a participação
de execução penal (19,6%),deespecial
profissionais
crimi- dacomplexas,
equipe técnica multiprofissional na área da
as quais são beneficiadas pela contri-
infância
nal (cercae juventude.
de 15%), tutela de outros direitos buição de profissionais das diferentes áreas
difusos (14%),
Cerca tribunal do júri dos/as
de 48,18% (11,2%)promotores/as
e entorpe- entrevistados/as
sociais afirmaram que
e não pelo protagonismo de aapenas
Promotoria
um/
centes (10,2%) também foram apontadas como uma profissional ou uma área do conhecimento.
onde estão
outras áreas lotados/as
de acumulação. é exclusiva da infância
Cabe ressaltar que e juventude, e dos que afirmaram negativamente,
61,1%comorelataram que anoárea Desse modo, foiatribuições
questionado daaos atores e
assim sinalizado itemcível é acumulada
anterior, algu- com as respectivas infância
do Sistema de Justiça sobre a existência da
juventude.
mas defensorias acumulam a atuação em mais de
equipe técnica multiprofissional nos órgãos
uma destas áreas, e por isso, o somatório ultra-
Em sua maioria, os/as juízes/as (56,2%)dos afirmaram que aparte.
quais fazem vara na qual estão
Segundo 74,4% lotados/as
dos/as
passa 100%..
não seria exclusiva da infância e juventude e, dentre estes/as,de
promotores/as cerca de 65%
justiça, afirmaram
a promotoria emque
que a
atuam não possui equipe técnica multiprofis-
vara é dividida com a área cível. Os demais apontaram a divisão com as seguintes áreas: área
6.3.2. EXISTÊNCIA DE EQUIPE TÉCNICA sional – composta por psicólogo/a e assistente
criminal (cerca de 59%), tutela de outros direitos difusos
social (29,4%), pela
– responsável tribunal de júride
realização (23,5%),
estudos a
MULTIPROFISSIONAL
especial criminal (23,5%), entorpecentes (20,5%)sociais, e execução penaltécnicos,
relatórios (16,1%).laudos
Cabe deressaltar que
avaliação
algumas varas acumulam a atuação em mais psicológica
de uma e pareceres
destas áreas, sociais.
e, por Esta o
isso, situação se
somatório
De acordo com os artigos 150 e 151 do
repete em 49,5% das varas e em cerca de 33% das
ultrapassa
Estatuto da 100%.
Criança e do Adolescente (ECA - Lei
defensorias.
n.8.069, deNo 13 que
de julho de 1990),àa Unidade
diz respeito equipe inter-
da DefensoriaEsse Pública, 66,3% dos/das respondentes
profissional tem papel importante na Justiça dado chama especial atenção, já
afirmaram que a unidade na qual estão
da Infância e Juventude e, de modo mais espe-
lotados/as atualmente não é
que o Ministério Públicoexclusivaé da a área de infância
segunda insti-
e juventude.
cífico, na área dePosto
atosisto, informaram
infracionais, uma que as Unidades
vez que tuição do acumulam,
Sistema de juntamente
Justiça comcoma infância
qual o/a e
juventude,
cabe a essa atribuições
equipe auxiliar da área cível (cerca
a execução adolescente
de 45%)
de medi- e da áreatem contato
criminal (após Além
(34,5%). as forças
disso,poli-
área
das socioeducativas, assim como acompanhar e ciais – Polícia Militar e Polícia Civil), e poderia
de execução penal (19,6%), especial criminal (cerca de 15%), tutela
ser considerada uma de dasoutros
“portasdireitos difusos
de entrada”
sugerir mudanças nas unidades executoras das
(14%), tribunal de júri (11,2%) e
medidas. Cabe ressaltar também que as resolu-entorpecentes (10,2%)
do Sistema Socioeducativo. Possivelmente,outras
também foram apontadas como este
áreas67de
ções acumulação.
e 71 do Conselho Cabe Nacionalressaltar que algumas
do Ministério é, umdefensorias
dos momentosacumulam
de maiora atuação em mais
vulnerabilidade
vividos pelo/a jovem, por ocorrer, na maioria
de uma(CNMP)
Público destas áreas,
preveem e por isso, o somatório
a presença de equipes ultrapassa 100%.
profissionais, compostas por um/a psicólogo/a, dos casos, logo após a apreensão realizada pela
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
66%
Sim 50%
24%
A Promotoria/Vara/Defensoria em que atua possui equipe técnica multiprofissional – psicólogo (a) e assistente social - responsável
pela realização de estudos sociais, relatórios técnicos, laudos de avaliação psicológica entre outras atribuições possíveis?
Promotores 33%
Juízes Defensores
Não 49,5%
Sim 30 24,00% 61 50,41% 71 66,36%
Não 93 74,40% 60 49,59% 35
74% 32,71%
Não sabe informar 1 0,80% 0 0,00% 1 0,93%
Prefere não responder 1 1% 0,80% 0 0,00% 0 0,00%
Total Não sabe informar 125 121 107
1%
0%
Prefere não responder
1%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Polícia,
4
frequentemente relatada como violenta4. 6.4. ATENDIMENTO NO SISTEMA DE
Tal afirmação parte da constatação obtida por meio dos dados coletados nessa pesquisa que serão apresentados e
Avaliamos
explorados de que este primeiro
maneira momento
mais aprofundada e contato
no capítulo JUSTIÇA
que versará – PROCEDIMENTO DE OITIVA
sobre o tema.
com
5
a instituição
O Estado poderia ser
penal aqui deflagrado de acolhimento,
se refere ao “Estado que além de punir deseja atribuir às ações relativas à Assistência
INFORMAL
social, e demais políticas públicas, aos ditames próprios do Estado penal (WACQUANT, 2012), movido pela ânsia do
escuta
controle, eda encaminhamentos concernentes
disciplina e da estigmatização aossociais” (BUENO, 2020, p. 18) Aproveito o ensejo para fazer
dos sujeitos
casos de maus
referência a umatratos e tortura,
das análises quando
realizadas emapresenta-
torno do Estado penal visto que este
A oitiva é considerado
informal muito anterior aoque
é o procedimento que
apresentou
dos, Loic Wacquant
haja vista quandoque
o papel crucial relaciona o Estado penal ao período neoliberal. Assim, vale destacar a ideia que
o atendimento
surge em torno no fato de que “(...) o Brasil possui elementos ocorreestruturantes
quando a epolícia apreende
ideológicos de suao/a adoles-
história que
psicossocial
intensificaram o tem
ditonesse
Estadocontexto.
penal aquiPorém, sedando
existente, revela
a estecente
corpo eemforma de gigante
situação de diante de ume povo
flagrante o/a tão frágil por
apresenta
natureza,
como um motivo pelopouco
espaço qual, conclamo o nome
protetivo, “Estado da desumanimaldade”, quando me refiro ao Estado penal brasileiro,
apresentando
já que na minha avaliação, o Estado brasileiro nasceu penal e ao/ànão sepromotor/a de justiça
tornou, como aponta para
Wacquant que conte
(BUENO, a
2020, p.
uma
33). faceta do Ministério Público pouco “socioe- sua versão dos fatos ocorridos (artigo 179 do
ducativa” e mais “punitivista”, ponto forte e ECA6), com o objetivo de subsidiar a decisão
recorrente do Estado penal5 vivenciado no estado da Promotoria que pode se pronunciar pelo
brasileiro contemporâneo. arquivamento, pela remissão ou pela acusação
do/a autor/a do ato infracional (artigo 180 do
ECA7). Este momento tem como objetivo auxi-
4
Tal afirmação parte da constatação obtida por meio dos dados liar a investigação e dar suporte para concessão
coletados nessa pesquisa que serão apresentados e explorados da remissão extrajudicial8 e é um procedimento
de maneira mais aprofundada no capítulo que versará sobre
o tema. 6
“Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Mi-
5
O Estado penal aqui deflagrado se refere ao “Estado que além nistério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão,
de punir deseja atribuir às ações relativas à Assistência Social, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autu-
e demais políticas públicas, aos ditames próprios do Estado ados pelo cartório judicial e com informação sobre os antece-
penal (WACQUANT, 2012), movido pela ânsia do controle, da dentes do adolescente, procederá imediata e informalmente à
disciplina e da estigmatização dos sujeitos sociais” (BUENO, sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável,
2020, p. 18) Aproveito o ensejo para fazer referência a uma das vítima e testemunhas” (Estatuto da Criança e do Adolescente,
análises realizadas em torno do Estado penal visto que este é 1990).
considerado muito anterior ao que apresentou Loic Wacquant
quando relaciona o Estado penal ao período neoliberal. Assim,
7
“Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo an-
vale destacar a ideia que surge em torno fato de que “(...) o Bra- terior, o representante do Ministério Público poderá: I - pro-
sil possui elementos estruturantes e ideológicos de sua história mover o arquivamento dos autos; II - conceder a remissão; III
que intensificaram o dito Estado penal aqui existente, dando a - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida
este corpo e forma de gigante diante de um povo tão frágil por sócioeducativa” (Estatuto da Criança e do Adolescente, 1990).
natureza, motivo pelo qual, conclamo o nome “Estado da de- 8
Remissão extrajudicial, regulada pelos Arts 126 a 128 do Es-
sumanimaldade”, quando me refiro ao Estado penal brasileiro, tatuto da Criança e do Adolescente (1990), corresponde a uma
já que na minha avaliação, o Estado brasileiro nasceu penal e forma de exclusão, extinção ou suspensão do processo a partir
não se tornou, como aponta Wacquant (BUENO, 2020, p. 33). do perdão do/a adolescente. Considera, para tanto, “(...) às cir-
56
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
previsto na legislação - que orienta para que 6.4.1. FREQUÊNCIA DE REALIZAÇÃO DAS
sejam tomadas decisões alternativas à judiciali- OITIVAS INFORMAIS
zação. A partir da consideração de alguns fatores,
como a situação familiar do/a adolescente, a Segundo 92% dos/as promotores/as de
narrativa do/a mesmo/a sobre o ato infracional justiça, que são responsáveis pela condução das
e sobre sua situação pessoal, bem como de sua oitivas informais, estas são realizadas, sempre ou
família/responsável, o/a promotor/a de justiça e frequentemente, com os/as adolescentes a quem
a equipe técnica multiprofissional podem argu- se atribuiu autoria de ato infracional, e essa
mentar no sentido de obter a liberação do/a também foi a percepção de 85% dos/as juízes/
adolescente9 ou em prol da aplicação de uma as que foram questionados/as sobre esse proce-
medida socioeducativa. dimento - apesar de não ser um procedimento
Cabe citar que alguns/algumas respon- conduzido por estes/as profissionais.
dentes mencionaram um tensionamento, Em relação ao intervalo entre a data do
principalmente entre a Defensoria Pública e o ato e a efetiva realização do procedimento de
Ministério Público com relação a este tema, infor- oitiva informal, realizada com o/a adolescente,
mando que haveria um posicionamento de parte tanto promotores/as de justiça (51,2%) quanto
dos/as defensores/as públicos/as de que a reali- juízes/as (45,4%) afirmaram que o tempo médio
zação da oitiva seria inconstitucional e que tal decorrido seria de até sete dias..
procedimento violaria a prerrogativa da ampla
Cabe destacar, contudo, que o prazo
defesa e do contraditório, tendo em vista que o/a
legal para a apresentação do/da adolescente ao
adolescente será ouvido/a, primeiramente, pelo
Ministério Público é de 24 horas, de acordo com
órgão acusador (Ministério Público - MP) sem,
o que dispõem os artigos 175 e 179 do Estatuto
obrigatoriamente, contar com a participação da
da Criança e do Adolescente (1990)10. Desta
defesa técnica, como poderemos perceber nos
forma, a ampliação do prazo de 24 horas para
dados deste capítulo. Associado ao exposto, por
sete dias, para a efetivação da oitiva, constitui-se,
vezes, pelo fato do procedimento de oitiva visar a
dentre outras, violação do direito estabelecido
obtenção do relato do/da adolescente, na maioria
em lei e indica, de antemão, vários questiona-
dos casos, além de ocorrer a escuta deste/desta
mentos sobre a realização de tal procedimento
pelo seu “acusador/a” (MP), sem a presença da
- que embora de suma relevância, em virtude da
defesa, o relato seria utilizado no processo como
amplitude da pesquisa em questão, não foram
depoimento formal, corroborando, essencial-
abordados. Os questionamentos poderiam abar-
mente, para a acusação do/da adolescente e não
car desde o local onde os/as adolescentes que
em prol da sua defesa. Assim, o relato em ques-
aguardam as oitivas permanecem enquanto o
tão não cumpriria o objetivo da oitiva, que seria
procedimento não ocorre e, ainda, os motivos
a preservação do/da adolescente e a obtenção de
para os/as adolescentes não serem ouvidos/as
relato informal sobre o fato ocorrido. por uma autoridade no período delimitado pela
legislação específica.
57
PESQUISA MEIO ABERTO
6,45%
Prefere não responder 2,65%
1,50%
16,13%
Não sabe informar 18,58%
3,01%
9,68%
Nunca 38,94% JUIZ/A DE EXECUÇÃO
53,38%
45,16%
Sempre 22,12%
9,77%
judicial. Isso se dá porque, apenas a escuta do/a restritos e possivelmente não permitem que se
adolescente pode não ser suficiente para uma realize uma escuta mais complexa sobre o que de
decisão complexa e aprofundada. fato aconteceu no momento da apreensão do/a
Quanto aos procedimentos adotados nas adolescente e sobre a realidade do/a jovem que
OSTA) está sendo atendido/a. Com isso, pode-se ques-
oitivas informais, 55,2% dos/as promotores/as
de justiça afirmaram que as vítimas e testemu- tionar acerca da função cumprida pela oitiva
nhas do ato praticado pelo/a adolescente nunca informal, pois o/a adolescente é ouvido/a sem
são ouvidas e 28,8% destes mesmos responden- defesa/orientação técnica e sem a presença de
tes afirmaram que as vítimas e testemunhas são profissionais qualificados para realizar uma
raramente ouvidas em oitivas informais reali- análise psicossocial em uma situação de vulnera-
zadas por representantes do Ministério Público bilidade, sendo, afinal, um momento que mais se
antes da audiência de apresentação. assemelha a um interrogatório do/a adolescente
sem as devidas garantias legais. Além de não ser
Com relação aos/às juízes/as, 33,8%
possível ter clareza sobre quais os elementos que
relataram que vítimas e testemunhas do ato
o/a promotor/a de justiça considera para tomar
praticado nunca são ouvidas e 19,8% destes
a sua decisão neste momento da oitiva informal,
mesmos respondentes afirmaram que raramente
faz-se necessário questionar sobre qual tipo de
as vítimas e testemunhas são ouvidas em oiti-
decisão judicial a oitiva informal possibilita ser
vas informais. Cabe ressaltar que, apesar dessa
tomada.
pergunta ter sido feita aos/às juízes/as e defen-
sores/as públicos/as, as respostas destes podem
estar comprometidas, pois a oitiva informal não 6.4.3. EMBASAMENTO EM ESTUDOS
faz parte dos procedimentos conduzidos pelas
PSICOSSOCIAIS E PARECERES TÉCNICOS
varas e a maior parte dos/as defensores/as públi-
cos/as não participa ou não tem oportunidade
O trabalho interprofissional possibilita
de participar das oitivas (segundo 82,2% dos/as
um entendimento mais amplo e completo acerca
defensores/as públicos/as – conforme apresen-
das circunstâncias familiares, sociais, psicológi-
tado em seção posterior deste texto). Além disso,
cas e culturais do/a adolescente. Para refletirmos
24,7% dos/as juízes/as afirmaram não saber
sobre o conhecimento que os/as promotores/as
responder à pergunta.
de justiça e defensores/as públicos/as possuem
Pode-se observar que as oitivas infor- acerca da situação do/a adolescente antes das
mais são realizadas conforme previsto em lei, oitivas informais, algumas perguntas foram
entretanto, de maneira geral, não há a escuta feitas.
de testemunhas e vítimas. Por consequência, os
Como verificado na subseção sobre a
elementos que o/a promotor/a de justiça tem a
equipe técnica, 74,4% dos/as promotores/as de
seu alcance para tomar uma decisão se mostram
justiça e quase 50% dos/as juízes/as afirmaram
58
psicossocial, enquanto 30% dos/as promotores/as de justiça e 31,1% dos/as juízes/as afirmaram
fazer a solicitação frequentemente. Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
que a Promotoria de Justiça e a Vara em que e juízes/as, para que haja maior aproximação
Além disso, 87,3%
atuam, respectivamente, não dos/das
possuem promotores/as
equipe com deajustiça respondentes
realidade afirmaram
do/a adolescente, quefamí-
de sua não
receberam estudo social ou parecer técnico
técnica de apoio operacional da área da infância contendo
lia e comunidade, como preconiza o artigoseu
informações sobre o/a adolescente e 151
econtexto antes
juventude. da arealização
Contudo, informaçãoda oitiva
ainda maisinformal, enquanto
do Estatuto 8,40%e do
da Criança dos/as mesmos/as
Adolescente, sobre
respondentes
relevante seria afirmaram que receberam
a de que, enquanto esses estudos
24% dos/as a equipe– vindos da equipe técnica
interprofissional: do judiciário,
“fornecer subsídios
promotores/as
em 3 casos, de oujustiça
vindoe 50,4% juízes/ dopor
dos/astécnica
da equipe escrito, mediante
Ministério público, laudos,
segundoou verbalmente,
2 (dois/duas)na
as afirmaram
respondentes. poder contar com equipe técnica audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de
de apoio, mais de 57% dos/as promotores/as de aconselhamento, orientação, encaminhamento,
justiça e 28% dos/as juízes/as raramente solici- prevenção e outros”. Entretanto, a situação
tam estudo social ou parecer técnico sobre o/a das promotorias e varas compreendidas nesta
adolescente e seu contexto psicossocial, outros pesquisa nos mostram que há a necessidade de
30% dos/as promotores/as de justiça e 31% estimular a realização de tais atividades citadas
dos/as juízes/as afirmaram fazer a solicitação como responsabilidade das equipes, inclusive
frequentemente. por meio da ampliação das mesmas.
Além disso, 87% dos/das promotores/as De acordo com os dados obtidos por
de justiça respondentes afirmaram que não rece- meio das entrevistas realizadas com profissio-
beram estudo social ou parecer técnico contendo nais que compõem as equipes técnicas das Varas
informações sobre o/a adolescente e seu contexto e Promotorias, 70,3% afirmam que a autoridade
antes da realização da oitiva informal, enquanto judicial solicita estudo social sobre o/a adoles-
8% dos/as mesmos/as respondentes afirmaram cente a quem se atribui autoria de ato infracional
que receberam esses estudos – vindos da equipe e, ainda, 64% afirmam que é solicitado que façam
técnica do judiciário, em três casos, ou vindo da parecer técnico para subsidiar a decisão de pror-
equipe técnica do Ministério público, segundo rogação, extinção ou substituição da medida
afirmação de duas pessoas ouvidas. socioeducativa. Por outro lado, 32,8% afirmam
Desta forma, de acordo com as respos- que não são solicitadas elaborações de estudos,
tas dadas pelos/as operadores/as do direito com relatórios ou pareceres no contexto supramen-
relação às oitivas informais, podemos consta- cionado. Entretanto, sobre a frequência com que
tar que, majoritariamente, as decisões tomadas foi solicitada alguma presença da equipe técnica
pelos/as promotores/as de justiça são basea- nas audiências de continuação, 56,7% afirmam
das em atendimentos junto aos/às adolescentes que raramente, 5,4% nunca e 35,1% que sempre
e relatos policiais escritos nos boletins de ocor- e frequentemente ela é realizada.
rência, e muito pouco feitas a partir de pareceres O fato de haver uma baixa quantidade
técnicos e estudos detalhados que subsidiassem de equipes técnicas compondo as instituições
as conclusões. do Sistema de Justiça e das raras requisições
Deve ser ressaltada a importância da de comparecimento destes/as profissionais nas
realização dos estudos sociais que embasem a audiências de continuação pode ser explicado
tomada de decisão de promotores/as de justiça pela situação de sobrecarga de trabalho dos/as
profissionais diante do alto volume de demandas
59
PESQUISA MEIO ABERTO
São disponibilizados
Recebimento estudo
de Estudo social ou social
Parecer ou parecer
técnico antes técnico,
das oitivascontendo
informais
com os/ase adolescentes
informações sobre o adolescente seu contexto, antes da realização de
oitiva informal?
Sim 10 8,40%
Não Sim 8% 104 87,39%
Não sabe informar 4 3,36%
Prefere
Nãonão responder 1 0,84% 87%
Total 119
Não sabe informar 3%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Desta forma,
a que respondem, tendode emacordo comatuam
vista que as respostas
em dadas
6.4.4. pelos/as operadores/as
CRITÉRIOS PARA DECISÃO do direito
SOBRE com
relação às oitivas informais,
diversos temas e com uma grande quantidadepodemos constatar que, majoritariamente,
AS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS QUE as decisões tomadas
pelos/as
de promotores/as
processos. Isto se refletede justiça
também sãona baseadas
fala de em SERÃOatendimentos
APLICADAS junto aos/às adolescentes e
relatos dos/as
74,5% policiaisprofissionais
escritos nosque boletins
afirmamde ocorrência,
não e muito pouco feitas a partir de pareceres
acompanhar a autoridade
técnicos e estudos detalhadosjudiciária em visitas
que subsidiassem as conclusões.
A partir do entendimento dos elemen-
de monitoramento e fiscalização nas instituições
Deve ser ressaltada a importância da realização dos estudos
tos constitutivos, acercasociais quede
da forma embasem
realização a
de atendimento
tomada de decisão quedeexecutam e acompanham
promotores/as e objetivos dapara
de justiça e juízes/juízas, oitiva
queinformal,
haja maior é importante
aproximação se
os/as adolescentes em cumprimento de Medidas
com a realidade do/a adolescente, de sua família eaproximar comunidade, tambémcomodos critériosoque
preconiza são151
artigo consi-
do
Socioeducativas em Meio Aberto. Tal fato sina- derados para a determinação judicial das
Estatuto da criança e do adolescente,
liza a necessidade de reafirmar a importância sobre a equipe interprofissional: “fornecer subsídios por
medidas socioeducativas que serão aplicadas, a
escrito,
de mediante
o Poder Judiciáriolaudos, ou verbalmente,
monitorar e se aproximar na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de
fim de compreender de que maneira são tomadas
aconselhamento,
dos serviços de medidaorientação, encaminhamento,
socioeducativa, com o prevenção
as decisõese relacionadas
outros”. Entretanto, a situação das
aos/às adolescentes no
promotorias
objetivo e varas compreendidas
de qualificá-los e fortalecê-los, nesta
conside- pesquisa nos mostram que há a necessidade
âmbito do Sistema de Justiça. Desta forma, este de
rando,
estimularparaatanto, o saberde
realização detais
demais profissionais
atividades citadas como
tópico responsabilidade das equipes,
aborda, especificamente, este inclusive
aspecto,
que contribuem,
por meio sobremaneira,
da ampliação das mesmas. na compreen- de acordo com os dados obtidos por meio das
são acercaDe daacordo
realidadeos psicossocial
dados obtidos vivenciada
por meio das entrevistas
entrevistas realizadas junto
realizadas aos/às
com operadores/
os profissionais
pelos/as adolescentes e suas famílias. Desta as do direito há representantes
que compõem as equipes técnicas das Varas e Promotorias, a afirmação das instituições
de 70,31% que
das/os
forma, a importância do trabalho da equipe compõem o Sistema de Justiça.
profissionais
técnica de que a autoridade
da vara/promotoria judicial
é notável, tendo solicita
em estudo social sobre o/a adolescente a quem se
atribui autoria de ato Os que
critérios para aque determinação de
vista a necessidade de infracional
se produzire,decisões
ainda, 64,06%
judi- afirmaram é solicitado façam parecer
técnico para subsidiar a decisão judiciais medidas
de prorrogação, socioeducativas de privação
extinção ou substituição da medida de liber-
ciais e acompanhar as determinações e
dade, previstos no Estatuto da Criança e do
socioeducativa.
serviços executoresPor das
outromedidas
lado, 32,81% afirmam que não são solicitadas elaborações de estudos,
socioeducati-
Adolescente, estão colocados de maneira clara.
relatórios
vas, ou pareceres
baseando-se no contexto
na realidade supramencionado. Entretanto, sobre a frequência com que
do/a adolescente.
De acordo com o Artigo 122 do ECA, é permitir
Diante dessas evidências,
foi solicitada alguma presençasurgem algumas
da equipe ques-técnica nas audiências deoucontinuação, 56,76%
a internação (definitiva provisória) quando: “I
tões paraque
afirmam aprofundamento
raramente, 5,41% em outros
nunca trabalhos,
e 35,13% que sempre e frequentemente.
- tratar-se de ato infracional cometido mediante
já que, apesar de relevantes, em decorrência da
O fato de haver uma baixa quantidade de equipes
grave ameaça técnicas compondo
ou violência à pessoa;asIIinstituições
- por reite-
amplitude dessa pesquisa, não foram abordadas:
do Sistema de Justiça e das raras requisições deração comparecimento
no cometimento destes/as
de outras profissionais
infrações graves nas
quais são as consequências da ausência de equipes
audiências de continuação pode ser explicado e III
pela - ocorrerde
situação descumprimento
sobrecarga de reiterado
trabalho edos/as
injus-
técnicas especializadas nas varas e promotorias?
profissionais diante do altodevolume de demandas tificável da medidatendo
a que respondem, anteriormente
em vista que imposta”.
atuam
Quais são as consequências as decisões não se
Porém, quando o assunto refere-se à aplicação
em diversos
apoiarem em temas
estudosesociais
com uma sobregrande
os/as quantidade
adoles- de processos. Isto se reflete também na fala
das Medidas Socioeducativas em Meio Aberto,
de 74,58%
centes? Como dos/as
a baixaprofissionais
solicitação de que afirmamsenão acompanhar a autoridade judiciária em visitas
pareceres
não há uma especificação acerca dos critérios
relaciona à baixa frequência
de monitoramento de equipes
e fiscalização instala- de atendimento que executam e acompanham
nas instituições para tal. Desta forma, neste tópico podemos
das?
os/asEssas questões, em
adolescentes dentre outras, servem
cumprimento de
de medidas socioeducativas em meio aberto. aTal fato
observar de que maneira se constrói decisão
inspiração para futuras pesquisas.
sinaliza a necessidade de reafirmar a importância de o Poder
judicial Judiciário
relacionada àsmonitorar e se aproximar
Medidas Socioeducativas
dos serviços de medida socioeducativa, com em o objetivo
Meio Aberto de qualificá-los e fortalece-los,
e em meio fechado, podendo
considerando, para tanto, o saber dos demais profissionais compreender quede contribuem,
que maneirasobremaneira,
correspondem na ou
compreensão acerca da realidade psicossocial vivenciada não ao que está previsto
pelos/as em lei. e suas famílias.
adolescentes
Desta forma, a importância do trabalho da equipe técnica da vara/promotoria é notável, tendo em
60
vista a necessidade de se produzir decisões judiciais e acompanhar as determinações judiciais
e serviços executores das medidas socioeducativas, baseando-se na realidade do e da
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Raramente 41 29,93%
30%
Frequência em que a defensoria 32
solicitou remissão simples 29,91%
Raramente 30%
Nunca 10
Frequência em que a7,30%
promotoria concedeu4remissão 3,74%
Não sabe informarNunca 154% 10,95% 13 12,15%
7%
Prefere No entanto, não quando questionados/as, os/as defensores/as públicos/as relataram que
9 12% 6,57% 61
responder
Não sabe(45%
raramente informar
dos casos) os/as 7 6,54%
11% representantes do Ministério Público concedem remissão
Total em resposta às137
simples suas apelações. 107
7%
PESQUISA MEIO ABERTO
Com qual frequência o representante do Ministério Público (MP) concede remissão simples
como forma de exclusão do processo durante oitiva
informal em resposta a sua apelação?
Com qual frequência o representante do Ministério Público (MP) concede remissão
simples como forma de exclusão do processo durante oitiva informal em resposta a sua
Prefere não responder
apelação? 2%
Sempre 2 1,87%
Não sabe informar 16%
Frequentemente 27 25,23%
Nunca
Raramente 10% 48 44,86%
Nunca
Raramente 11 45% 10,28%
Não sabe informar 17 15,89%
Frequentemente 25%
Prefere não responder 2 1,87%
Sempre
Total 2% 107
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
(57,6%) e a situação familiar do/a adolescente/ Serviços à Comunidade (PSC), sendo os princi-
6.4.4.2
presençaCritérios
dos pais para oferecerfamiliar
e a estrutura remissão no quecom indicação
pais: pela de medidadosocioeducativa
gravidade de PSC
ato infracional (cerca de
e/ou
concerneLiberdade
ao apoioAssistida
e disciplina do/a adolescente 60%), quando a situação pessoal e familiar do/a
(49,6%). adolescente não demanda maiores intervenções
Desse
Quandomodo,questionados/as,
41,6% dos/as promotores/ os/as promotores/as para finsde dejustiça
integração social (36,5%)
entrevistados/as e quando
apontaram
as defatores,
justiça afirmaram ter concedido frequente- o caráter laboral da PSC permite que o/a adoles-
três relacionados ao contexto psicossocial dos/as adolescentes, que mais influenciam
mente remissão simples no ano de 2018 e cerca de cente rompa com a trajetória do ato infracional e
na decisão de oferecer remissão como indicação construa de medida umasocioeducativa
nova trajetóriade PSC,
(cerca de sendo
11%). os
30% afirmaram ter feito a concessão raramente.
principais: pela gravidade do ato infracional (cerca de 60%), quando a situação pessoal e familiar
Apesar de não ser possível estabelecer direta- Já com relação à decisão de oferecer
do/a
menteadolescente
a relação entre não ademanda
concessãomaioresde remissão intervenções
remissãoparacom finsindicação
de integração socialsocioeduca-
de medida (36,5%) e
quando o caráter laboral
com as solicitações da PSC
realizadas pela permite
Defensoria que o/a tivaadolescente
de Liberdade rompa com (LA),
Assistida a trajetória do ato
os principais
infracional
Pública, ase construa
frequências uma sãonova trajetória
bastante (cerca de
simila- 11%).elencados pelos/as promotores/as de
fatores
res, como segue: 39,2% dos/as defensores/as justiça foram os seguintes: a gravidade do ato
públicos/as afirmaram que, frequentemente, infracional (51%); quando a situação social e
solicitam a remissão como forma de exclusão do familiar do/a adolescente demanda maio-
processo durante oitiva informal e audiência de res intervenções para fins de integração social
Quais são os três principais fatores relacionados ao adolescente que mais influenciam em sua decisão ao
apresentação e cerca
Pela de
gravidade 30% do afirmaram
ato infracional;
oferecer remissão com indicação de medida socioeducativa fazer a (34,3%)
de PSC? e quando a situação60% familiar dos pais é
solicitação raramente.
Pela gravidade do ato infracional; Outra considerada desfavorável e incapaz
82 de fornecer
59,85%
42%
A situação
No pessoalquando
entanto, e familiarquestionados/as,
do adolescente nãoos/ demanda apoio e disciplina
maiores (23,3%).
intervenções para
A situação pessoal e familiar do adolescente não… 37% 50 36,50%
fins de integração
as defensores/as social
públicos/as relataram que rara- Um aspecto que chama especial atenção
menteO caráter
(45%O caráter
laboral laboral
da
dos casos) PSC da PSCrepresentantes
permite
os/as permite que o… dorompa
que o adolescente 11%com a trajetória
envolve a somadodeato16% dos/as promotores/as
15 10,95%
infracional
Ministério e construa
PúblicoSituação uma
concedem novado
escolar trajetória;
remissão
adolescente simples de
10% justiça que afirmaram não oferecer remissão
Situação escolar
em resposta às suas doapelações.
adolescente sob qualquer hipótese, dado 14 este que
10,22%
nos parece
Tempo ocioso/ tempo livre para cumprir PSC 9%
Tempo ocioso/ tempo livre para cumprir PSC preocupante, já que indica 12uma parcela
8,76% signifi-
A PSC é uma oportunidade de inserção futura do… 7%cativa de profissionais que,
Quando o adolescente expressa desejo por atividade de trabalho 9 possivelmente,
6,57% não
6.4.4.2. CRITÉRIOS
Quando o PARA
adolescente OFERECER
expressa desejo por…
A PSC é uma oportunidade de inserção futura do adolescente 7%compreendem
no mercado deatrabalho;
remissão9 como 6,57%
uma alterna-
REMISSÃO COM
Ato infracional
infracional INDICAÇÃO
contra
contra oopatrimônio
patrimônio DE
públicoMEDIDA
público privado; 5%tiva bastante viável, a depender
ouou… 7 do5,11%
caso de cada
SOCIOEDUCATIVA
Menor necessidade de DE PRESTAÇÃOpor período de adolescente.
acompanhamento tempo mais largoIsso pode apontar6 que,
4,38% ao rece-
Prefere não responder 4%
Maior idade doÀ
DE SERVIÇOS adolescente/
COMUNIDADE Adolescente E/OU com idade mínima berempara aum/a
entrada adolescente
no na promotoria, não
Menor necessidade de 3 2,19%
mercado
LIBERDADE de trabalho
ASSISTIDA na acompanhamento
condição de aprendiz por…(14 anos4%deconsideram
idade); a possibilidade de não aplicar uma
Maior idade do adolescenteNão sabe informar 2% medida socioeducativa tal3 como as comumente
2,19%
Adolescentes com pouca
Quando questionados/as, compleição física;
os/as promo-2% aplicadas. Podemos inferir,
0 nesse
0,00% contexto,
Maior idade do adolescente
tores/as de justiça
Não sabe informar entrevistados/as apontaram que há uma perspectiva 3de atuação 2,19%destes/as
Maior idade do adolescente/ Adolescente com… 2% profissionais que tende mais à punição do que
três Prefere
fatores,nãorelacionados
responder ao contexto psicosso- 6 4,38%
Adolescentes
cial Outra
dos/as com pouca
adolescentes, compleição
que física;
mais influenciam 0% ao fortalecimento das premissas 57
da Medida
41,61%
na decisão de oferecer remissão como indica- Socioeducativa em Meio Aberto, que bem real-
Total 137
0% 10% 20%çam30% 40% 50% 60% 70%
às prerrogativas 80% 90% 100%
da socioeducação.
ção de medida socioeducativa de Prestação de
63
as comumente aplicadas. Podemos inferir, nesse contexto, que há uma perspectiva de atuação
destes/destas profissionais que tende mais à punição do que ao fortalecimento das premissas
da medida socioeducativa em meio aberto, que bem realçam às prerrogativas da socioeducação.
PESQUISA MEIO ABERTO
Quais
Quais são os três são osfatores
principais três principais fatores que
que mais influenciam emmais influenciam
sua decisão na decisão
ao oferecer remissão, com
ao oferecer remissão, com indicação
indicação de medida socioeducativa de LA?
de medida socioeducativa de Liberdade Assistida?
A gravidade do ato infracional; 70 51,09%
A gravidade do ato infracional; 51%
Situação de elevada vulnerabilidade social e familiar do adolescente, que demanda 34,31%
Situação 47
maiores de elevada vulnerabilidade
intervenções para fins desocial e familiar…
integração social 34%
Situação familiar
Situação desfavorável/
familiar ausência
desfavorável/ dos paisdos
ausência na… pais na vida 23%
do adolescente/ família
32 23,36%
“desestruturada”, incapaz
Primeira de fornecer
passagem apoio e disciplina
do adolescente; 20%
Primeira passagem do adolescente; 28 20,44%
Outra 18%
Não oferece remissão 22 16,06%
Não oferece remissão
Maior necessidade de acompanhamento por período de tempo
16%mais largo (necessidade
21 15,33%
de acompanhar, auxiliar de
Maior necessidade e orientar o adolescente
acompanhamento por… por um prazo
15% mínimo de 6 meses)
Situação escolar do adolescente 19 13,87%
Situação escolar do adolescente 14%
Confiança na capacidade técnica e estrutura dos equipamentos que executam a MSE de
Prefere não responder 5 3,65%
LA
Idade do adolescente com menor Nãoidade à época do cometimento;
sabe informar 4 2,92%
Como progressão
Confiança de uma técnica
na capacidade medidaede privação
estrutura de liberdade;
dos… 3 2,19%
Dependência química ou uso abusivo de substâncias psicoativas (maconha, álcool,
Idade do adolescente com menor idade à época do… 3 2,19%
cocaína, crack, etc.)
Dependência
Adolescentequímica
está emousituação
uso abusivo de substâncias…
de rua 2 1,46%
O adolescente está ameaçado de morte
Como progressão de uma medida de privação de… 1 0,73%
A carga horária da medida;
Adolescente está em situação de rua 1 0,73%
Não sabe informar 5 3,65%
A carga horária da medida;
Prefere não responder 5 3,65%
Outra O adolescente está ameaçado de morte 1% 25 18,25%
Total 137
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Com que frequência o/a promotor/a de justiça concedeu remissão com medida
Em relação
socioeducativa à concessão
combinada, de medida
de Liberdade socioeducativa
Assistida e Prestação combinada,
de Serviços deàLA e PSC, 34,3%
Comunidade, em
dos/as
Com quepromotores/as deconcedeu
frequência o Sr. (Sra.) justiçaremissão
afirmaram nunca
com medida ter oferecido
socioeducativa
2018? as referidas
combinada, medidas
de LA e PSC, em 2018? de forma
Sempre 4 2,92%
concomitante
Frequentemente
no ano de 201822
e 30,6% afirmaram ter16,06%
oferecido, raramente, medida
socioeducativa
Raramente combinada em 2018.
42 30,66%
Nunca Sempre 3% 47 34,31%
Não sabe informar 12 8,76%
Prefere não responder 10 7,30%
Total Frequentemente 137 16%
Raramente 31%
Nunca 34%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Com relação
A avaliação ao tema
do grau da remissão,
de proteção que a a questão
individualdapode
menor
ser gravidade do ato
exemplificada cominfracional
algumas
pode ser
família entendida
oferece como elemento
ao/à adolescente central para falas
é considerada o/a promotor/a de justiça conceder
destes/as profissionais a remissão
se referindo as famí-
como central
e para para
aplicar que promotores/as
medidas de PSC e LA. deMas
justiça lias como
qual seria “desestruturadas”,
parâmetro utilizado paraoudecidir
do entendimento
o que pode
concedam a remissão,
ser considerado comoo que
um muitas vezes
ato grave ourepro- de 11
não grave? que são “incapazes de fornecer apoio e disci-
duz a culpabilização
Além disso, dade
família
acordopor uma
com respostas plina”
assituação dos/as(sic). Para que não aaconteça
entrevistados/as, decisãoeste tipo de
de conceder
de vulnerabilidade
remissão e MSE em social. Esta
meio culpabilização
aberto entendimento sobre
para os/as adolescentes a realidade
se baseia muitosocial e também
na situação de
vulnerabilidade da família. De acordo com os dados obtidos, um terço dos/as promotores/as de
justiça afirmam que “a situação pessoal e familiar do/a adolescente não demandar maiores
64
intervenções para fins de integração social” seria um dos fatores que os/as influencia em suas
decisões ao oferecer remissão com indicação de medida socioeducativa de PSC.
Diferentemente, metade dos/as promotores/as de justiça afirmou dar remissão e medida
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
para que sejam tomadas atitudes com o objetivo três fatores, relacionados ao/à adolescente, que
de garantir os direitos destas famílias, reforça- mais influenciam em suas decisões ao oferecer
-se a necessidade de estudos sociais e análises representação com indicação de cumprimento
técnicas de outros/as profissionais, de diferentes de medida socioeducativa em meio fechado, que
áreas de conhecimento, que poderão, sobrema- consistem em: maior gravidade do ato infracio-
neira, contribuir nas avaliações dos casos e das nal (77,2%); reiteração de ato infracional (77,2%)
referindo as famílias como “desestruturadas”, ou do entendimento de que são “incapazes de
situações vivenciadas pelos/as adolescentes e e o ato infracional ser cometido mediante violên-
fornecer apoiocolaborando
suas famílias e disciplina” (sic).
com Parasaberes
outros que não e aconteça esteameaça
cia ou grave tipo de(36%).
entendimento sobre a
realidade socialdae questão.
olhares acerca também para que sejam tomadas atitudes com o objetivo de garantir os direitos
Ao observar a tabela com os motivos
destas famílias reforça-se a necessidade de estudos parasociais e análises
aplicação técnicas
de medidas de outros/asem
socioeducativas
profissionais, de diferentes áreas de conhecimento,meio que fechado,
poderão,foisobremaneira,
possível notarcontribuir
que 53,7% nasdos/
6.4.4.3. CRITÉRIOS
avaliações dos casosPARA e das OFERECER
situações DE vivenciadas pelos/as adolescentes
as promotores/as de justiça eafirmaram
suas famílias
motivos
PRIVAÇÃO DE
colaborando comLIBERDADE
outros saberes e olhares acerca da quequestão.
estão fora da previsão legal para a aplica-
ção deste regime, o que representa uma violação
De acordo com o artigo 182 do Estatuto de direitos
6.4.4.3 Critérios para oferecer representação indicação de muito
privaçãosignificativa.
de liberdadeTrata-se de uma
da Criança e do Adolescente, o/a representante porcentagem alta de menções a critérios que
do Ministério Público deve oferecer represen- não fazem parte do que está estabelecido em lei,
tação ao/à Deadolescente,
acordo com oexcetoartigo nos
182 casos
do Estatuto
em da Criança
o que podee indicar
do Adolescente (Lei n.8.069,
uma perspectiva de
menorista
13
quedelhejulho de 1990), o/a
foi concedida representante
a remissão simplesdo ouMinistério
em do Público
Sistemadeve oferecer
de Justiça representação
- que ao/à
ao invés de conside-
adolescente,
que o processo exceto nos casos
foi arquivado. Comemo que lhe de
intuito foi concedida a remissão simples
rar os/as adolescentes ou emdeque
como sujeitos o
direito,
compreender com que frequência
processo foi arquivado. Com o intuito de e em quais
compreender com que
reforça o caráter frequência
punitivo e em
e de tutela quais
sobre os/as
circunstâncias ocorre
circunstâncias ocorrea aindicação
indicação do do cumpri- demesmos/as.
cumprimento medidas socioeducativas em meio fechado,
mento de medidas socioeducativas
isto é, de privação de liberdade – internação em meio
e semiliberdade – foram
Com relaçãorealizadas perguntar
à frequência a fim
de represen-
fechado, isto é, de privação liberdade (internação
de aferir os fatores que norteiam a decisão por estas medidas.
tação oferecida ao/à adolescente a quem se
e semiliberdade), foram realizadas perguntas a
Quando questionados, os/as apromotores/as atribuiu autoria
de justiça de ato infracional,
entrevistados/as em 2018,
apontaram 54%
três
fim de aferir os fatores que norteiam decisão
fatores, relacionados ao/à adolescente, que mais dos/as promotores/as
influenciam em suas de justiçaaoresponderam
decisões oferecer
por estas medidas.
representação com indicação de cumprimento de medida que, frequentemente,
socioeducativa emoferecem representa-
meio fechado, que
Quando questionados/as, os/as promo- ção, 15% alegaram que sempre ofereceram essa
consistem em: maior gravidade do ato
tores/as de justiça entrevistados/as apontaram infracional (77,2%); reiteração de ato infracional (77,2%)
representação e 13% afirmaram que raramente
e o ato infracional ser cometido mediante violência ou grave ameaça (36%).
Quais são os três principais fatores relacionados ao/à adolescente que mais
influenciam em sua decisão ao oferecer representação com indicação de medida
de privação de liberdade?
Quando o Ministério Público oferece representação contra o/a adolescente autor/a de ato
Com qual frequência a promotoria / promotor ofereceu representação contra o adolescente a quem se atribuiu
autoria de ato infracional em 2018?
infracional?
Promotor Percepção do Defensor
Prefere não responder 7%
Sempre 7% 20 14,60% 12 11,21%
Frequentemente 74 54,01% 56 52,34%
Não sabe informar 22%
Raramente 9% 18 13,14% 6 5,61%
Nunca 4 2,92% 1 0,93%
Nunca 1%
Não sabe informar 3% 12 8,76% 24 22,43%
Prefere não responder 6% 9 6,57% 8 7,48%
Raramente 13%
Total 137 107
Frequentemente 52%
54%
Sempre 11%
15%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
67
e, ao contrário de proteger, expõe os/as adolescentes a violências de outra ordem - sendo a
privação de liberdade a maior delas.
PESQUISA MEIO ABERTO
A situação de vulnerabilidade a que estão submetidos os/as adolescentes e suas
famílias precisa ser objeto de atuação do Sistema de Justiça que deve atuar com objetivo de
neste caso,
defender está sendo
e garantir aplicada
direitos das sob a noção
crianças e dos aspectos daAssim,
de adolescentes. vida do/a adolescente
ao contrário estão em
de culpabilizar
proteção,
as contudo,
famílias, o SistemadivergededeJustiça
todas as deveria ser o discussão
previsões e, talvez,
principal entre sob termos
a cobrar que aquele/a
do Estado melhorese
legais e, ao socioeconômicas
condições contrário de proteger, expõe os/as
e culturais para que suaessas
família não tenham
famílias domínio. Não
se desenvolvam deé forma
difícil
adolescentestendo
adequada, a violências
acessode outra
aos bensordem
e serviços imaginarEntretanto,
- sendoessenciais. que, ao fim das sessões
quando se tratade do
oitiva, o/a
conflito
a privação de liberdade a maior delas. adolescente e sua
com a lei, percebe-se uma tendência a individualização da responsabilização por meio de família e/ou responsável não
A situação
restrição de vulnerabilidade
de liberdade, a que estão das
além do recrudescimento tenham plena
práticas compreensão
punitivistas das responsabiliza-
e coercitivas destinadas
não só aos/às adolescentes, mas também, às suas famílias e responsáveis. destas. Esta seção
submetidos os/as adolescentes e suas famí- ções atribuídas e o significado
lias precisa ser objeto de atuação do Sistema de coloca em discussão, a partir da quantificação
Justiça, que deveparaatuaracom objetivo de defender das participações de familiares e de defensores/
6.5 Condições defesa e para a orientação do adolescente
e garantir direitos das crianças e dos adoles- as nos procedimentos das oitivas informais, as
centes. Assim, ao contrário de culpabilizar as condições de oportunidades de defesa e de orien-
Esta seção destaca as oportunidades detação defesa e de orientação
oferecidas para o/a adolescente.
aos/às adolescentes.
famílias, o Sistema de Justiça deveria ser o prin-
Mesmo que não exista a obrigação da presença de/da defensor/a público/a durante as oitivas
cipal a cobrar do Estado melhores condições
informais, este tem sido um momento em que muitos aspectos da vida do/a adolescente estão
socioeconômicas e culturais para que essas famí-
em
lias discussão e, talvez,
se desenvolvam sob termos
de forma que aquele/a
adequada, tendo e6.5.1.sua família
PRESENÇA não tenham domínio. Não é difícil
DAS FAMÍLIAS
imaginar que, ao fim das sessões de
acesso aos bens e serviços essenciais. Entretanto, oitiva, o/a adolescente
DURANTE e sua
AS família
SESSÕES e/ou
DE responsável
OITIVA não
tenham plena compreensão das responsabilizações
quando se trata do conflito com a lei, percebe-se atribuídas
INFORMAL e o significado destas. Esta seção
coloca em discussão,
uma tendência a partir da quantificação
à individualização da responsabi-das participações de familiares e de defensores/as
nos procedimentos
lização das oitivas
por meio de restrição informais,
de liberdade, as condições
além De de oportunidades
acordo com o artigo de defesa
179 do eECA,de
orientação oferecidas
do recrudescimento aos/às
das adolescentes.
práticas punitivistas e compreende- se a presença de pais ou responsá-
coercitivas destinadas não só aos/às adolescen- veis pelo/a adolescente nos momentos junto ao
6.5.1. Presença das famílias
tes, mas também às suas famílias. durante as sessões Sistema de Justiça
de oitiva informal como uma recomendação. Ao
considerarmos que os procedimentos de apura-
De acordo com o artigo 179 do ECA (Lei n.8.069, ção do ato deinfracional
13 de julhoe,deconsequentemente,
1990), compreende- de
6.5.a CONDIÇÕES
se presença de pais PARA A DEFESA pelo/a adolescente
ou responsáveis oitivas são nos
vivenciados,
momentos em junto
geral,aocomo situações
Sistema de
E PARAcomo
Justiça A ORIENTAÇÃO
uma recomendação. DO/A Ao considerarmos ansiogênicas pelos/as adolescentes,
que os procedimentos faz-se do
de apuração neces-
ato
ADOLESCENTE
infracional sário refletir acerca
e, consequentemente, de oitivas são vivenciados, em geral, como situações das condições em que estes/
as são ouvidos/as.
ansiogênicas pelos/as adolescentes, faz-se necessário refletir acerca das condições em que
Esta seção
estes/as são ouvidos. destaca as oportunidades de Dessa forma, foi perguntado aos/às
defesa e Dessa forma, foi perguntado aos/às promotores/as de de
de orientação para o/a adolescente. promotores/as justiça
justiça se se paisououresponsáveis
pais responsáveis
Mesmo adolescente
pelo/a que não exista a obrigação
participam do da presença
procedimento pelo/a adolescente
de oitiva informal,participam
momento do emprocedimento
que 97,6%
de defensor/a
dos/das público/a durante
promotores/as de justiça as alegaram
oitivas infor- de oitiva
que essa informal,acontece.
participação momento em que 97,6% deles/
mais, este tem sido um momento em que muitos as alegaram que essa participação acontece.
Os pais ou o responsável pelo adolescente participam do procedimento de oitiva informal?
Pais ou o responsáveis pelo/a adolescente participam do procedimento de
Promotor oitiva informal?
Sim 122 97,60%
Não 1 0,80%
Sim
Não sabe informar 0 0,00% 98%
Prefere não responder 2 1,60%
Não 1%
Total 125
Não sabe informar 0%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
68
corroboraram com os dados deflagrados acima, pelos representantes do Ministério Público,
reafirmando que não participam dos procedimentos de oitivas informais realizados com
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
adolescentes cuja autoria de ato infracional esta sendo imputada.
Sim 18%
7%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Apesar Motivos
do número parareduzido
a não participação dos/asnas
de participações defensores/as públicos/as
oitivas informais, existe semelhança
nas respostas que tratam sobre a convocação nasdos/as
oitivas defensores/as públicos/as. Dos 9 (nove)
respondentes que apontaram a participação dos/as defensores/as públicos/as, 4 (quatro)
Outros 16,85%
declararam que os/as defensores/as públicos/as são sempre 27,97% convocados/as. Semelhantemente,
entre os/as defensores/as Prefere não públicos/as
responder 3,37%
que afirmaram participar das oitivas, cerca de metade (9
3,39%
dos/as 19 respondentes) afirmaram
Não sabe informar ter recebido
3,37%
11,02%
convocação.
Quanto a principal razão para a não13,48%
Tempo insuficientes devido a alta demanda
participação do/a defensor/a público/a nas oitivas
0,00%
informais, 17,8% dos/as promotores/as de justiça alegaram que o/a defensor/a público/a não é
Não há previsão legal para a participação… 0,00% 8,99%
convocado/a para participar das oitivas informais e cerca de 12% relataram DEFENSOR/Aque a presença
PÚBLICO/Ado/a
0,00%
defensor/a Ausência
público/ade Defensoria pública no… porém
é autorizada, não há adesão24,58% de sua parte. Quando perguntado/a
PROMOTOR/A DE JUSTIÇA
diretamente para
O defensor públicoos/as defensores/as
é convocado, porém… 2,25%
públicos/as, 45% destes/as alegaram que não são
2,54%
convocados/as paranãoparticipar
O defensor público é convocado das
para…oitivas informais. 44,94%
17,80%
A presença do defensor público é… 2,25%
11,86%
A presença de defensor público nas… 4,49%
0,85%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00% 50,00%
analisarmos a participação do/a defensor/a com adolescentes cuja autoria de ato infracional
público/a neste momento. está sendo imputada.
Quando questionados/as sobre a Apesar do número reduzido de participa-
participação do/a defensor/a público/a no proce- ções nas oitivas informais, existe semelhança nas
dimento de oitiva informal realizado com os/as respostas que tratam sobre a convocação dos/
adolescentes, antes da audiência de apresenta- as defensores/as públicos/as. Dos nove respon-
ção, quase 90% dos/as promotores/as de justiça dentes que apontaram a participação dos/as
afirmaram que os/as defensores/as públicos/as defensores/as públicos/as, quatro declararam
não participam, e 82,2% dos/as defensores/as que os/as defensores/as públicos/as são sempre
públicos/as corroboraram com os dados defla- convocados/as. Semelhantemente, entre os/as
grados acima, pelos representantes do Ministério defensores/as públicos/as que afirmaram parti-
Público, reafirmando que não participam dos cipar das oitivas, cerca de metade (nove dos/
procedimentos de oitivas informais realizados as 19 respondentes) afirmaram ter recebido
convocação.
69
Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) relataram que não participam das audiências, dado
que será apresentado e discutido de maneira mais aprofundada no capítulo referente ao
atendimento promovido no âmbito da política de Assistência social.
PESQUISA MEIO ABERTO
Defensor Promotor
Quanto à principal razão para a não promotores/as de justiça afirmaram que rofis-
participação do/a defensor/a público/a nas oiti- sionais da Assistência Social não participam
vas informais, 17,8% dos/as promotores/as das oitivas informais nas situações enumera-
de justiça alegaram que o/a defensor/a públi- das acima. A mesma informação foi reforçada
co/a não é convocado/a para participar das por 63% do/as defensores/as públicos/as. Além
oitivas informais e cerca de 12% relataram que disso, 66,4% dos/as profissionais que compõem
a presença do/a defensor/a público/a é autori- a equipe técnica dos CREAS, que possuem
zada, porém não há adesão de sua parte. Quando o serviço de Proteção Social a Adolescentes
perguntado/a diretamente para os/as defenso- em Cumprimento de Medida Socioeducativa
res/as públicos/as, 45% destes/as alegaram que de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de
não são convocados/as para participar das oiti- Serviços à Comunidade (PSC) relataram que
vas informais. não participam das audiências, dado que será
apresentado e discutido de maneira mais apro-
fundada no capítulo referente ao atendimento
6.5.3. PARTICIPAÇÃO DOS/AS promovido no âmbito da Política de Assistência
PROFISSIONAIS DO DIREITO QUE Social.
ATUAM NO SERVIÇO DE PROTEÇÃO Apesar de pais e responsáveis participa-
SOCIAL A ADOLESCENTE EM rem das oitivas informais, aspecto importante
CUMPRIMENTO DE MEDIDA para a compreensão da realidade do/a adoles-
SOCIOEDUCATIVA EM MEIO ABERTO, cente, o fato de não haver a participação dos/
NAS OITIVAS INFORMAIS NOS CASOS EM as defensores/as públicos/as e componentes
QUE O/A ADOLESCENTE ENCONTRA-SE da equipe técnica dos CREAS nos processos de
INSTITUCIONALIZADO/A NAS UNIDADES oitiva informal dos/as adolescentes pode limi-
tar as possibilidades de defesa do/a adolescente
DE ACOLHIMENTO DA POLÍTICA DE
diante dos/as promotores/as de justiça. Além de
ASSISTÊNCIA SOCIAL
limitar a possibilidade de defesa dos/as adoles-
centes, a ausência do/a defensor/a público/a
No que diz respeito à participação os/
e de representantes das equipes técnicas dos
as profissionais do Direito (advogado/a) que
CREAS, nestes momentos de oitivas informais,
compõem a equipe técnica dos diversos equi-
poderá dificultar a compressão do/a adoles-
pamentos e serviços que executam a política de
cente sobre o que de fato está sendo feito por
atendimento socioeducativo, nas oitivas infor-
meio dos procedimentos judiciais em voga, as
mais, nas situações em que o/a adolescente
consequências do ato praticado e o que poderá
está vinculado/a às unidades de acolhimento
prejudicá-lo/a, diante das possibilidades de
(anteriormente chamadas de abrigo) ou a
defesa que se colocam. Tais limitações poderão
outro equipamento público do Sistema Único
refletir no entendimento e envolvimento do/a
da Assistência Social (SUAS), 68% dos/as
adolescente com relação ao processo judicial e
70
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
71
multiprofissionais que atuam nas Varas foi considerada satisfatória ou muito satisfatória por 77%
dos/as juízes/as respondentes.
PESQUISA MEIO ABERTO
Sim 38 62,30%
Total 61
Não 34%
Qual é seu grau de satisfação com a contribuição da equipe técnica da Vara nas audiências, por meio da apresentação de estudos sociais, relatórios
0%
Muito insatisfeito(a) 3 4,92%
Insatisfeito(a)
3 4,92%
Satisfeito(a)
27 44,26%
Muito satisfeito(a)
3 4,92%
Prefere não responder
5 8,20%
Total 0% 10%61 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
6.6.3. Critérios
Contudo, cerca depara
28%decisão sobre as
dos/as juízes/as medidaspsicossocial
afirma- socioeducativas
antes daque serão de
realização aplicadas
audiências e
ram que raramente solicitam à equipe técnica 34,4% afirmaram que não são disponibilizados
multiprofissional a elaboração de estudos sociais, esses estudos sociais, relatórios técnicos, laudos
6.6.3.1 Critérios
relatórios técnicos para concessão
e laudos de avaliaçãode psicoló-
Remissãode simples
avaliação psicológica e pareceres sociais antes
gica e pareceres sociais sobre o/a adolescente, das audiências. Essa contribuição das equipes
sua famíliaApós a decisão
e contexto do Ministério Público sobre
psicossocial. a concessão
técnicas da remissão
multiprofissionais ou atribuição
que atuam nas Varasde
ato infracional
Ainda comao/à adolescente,
relação são atribuições
aos/às juízes/as que do/a juiz/asatisfatória
foi considerada “conheceroude representações
muito satisfatória
promovidas
afirmaram quepelo Ministério
a Vara Público,
possui uma para
equipe apuração
técnica porde77%
atodos/as juízes/as
infracional respondentes.
atribuído ao/à adolescente,
aplicando as medidas
multiprofissional, cabíveis”
62,3% ou “conceder
responderam que a remissão, como forma de suspensão ou extinção
são disponibilizados
do processo”. Destaestudos
maneira,sociais,
nesterelatórios
tópico, serão abordadas as questões referentes à decisão
técnicos, laudos
do/a juiz/a sobredeaavaliação
aplicação psicológica
das medidase pare-
socioeducativas, feitas no momento da audiência de
ceres sociais sobre o/a adolescente e seu contexto
apresentação, que podem ser pela homologação da remissão simples ou pela aplicação da
medida socioeducativa.
Sobre a frequência com que os/as juízes/as homologaram remissão simples concedida
por representante do Ministério Público – MP, em oitivas informais realizadas em 2018, quase
72
34% afirmaram que homologaram, frequentemente, essa remissão, 27,2% alegaram que sempre
homologaram essa remissão quando concedida pela MP, cerca de 20% indicaram que raramente
aplicando as medidas cabíveis” ou “conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção
do processo”. Desta maneira, neste tópico, serão abordadas as questões referentes à decisão
do/a juiz/a sobre a aplicação das medidas Parte I:socioeducativas, feitas noSocioeducativo
Panorama da política de Atendimento momentoemda audiência
Meio Aberto (2017 de
e 2018)
apresentação, que podem ser pela homologação da remissão simples ou pela aplicação da
medida socioeducativa.
6.6.3. CRITÉRIOS PARA DECISÃO SOBRE de ato infracional atribuído ao/à adolescente,
AS MEDIDASSobreSOCIOEDUCATIVAS
a frequência com que os/as
QUE juízes/as homologaram
aplicando remissão
as medidas simples
cabíveis” ou concedida
“conceder a
por representante
SERÃO APLICADAS do Ministério Público – MP, em remissão, como forma
oitivas informais de suspensão
realizadas em 2018, ou quase
extinção
34% afirmaram que homologaram, frequentemente,do processo”.
essa remissão, Desta
27,2%maneira, nesteque
alegaram tópico,
sempre serão
abordadas as questões
homologaram essa remissão quando concedida pela MP, cerca de 20% indicaram que raramente referentes à decisão do/a
juiz/a sobre a aplicação das medidas socioe-
homologaram e 10,74% afirmaram nunca ter homologado mesmo sob indicação de concessão
6.6.3.1. CRITÉRIOS PARA CONCESSÃO DE ducativas, feitas no momento da audiência de
do MP. Seria importante refletirmos em torno dos motivos pelos quais estes/as profissionais, que
REMISSÃO SIMPLES apresentação, que podem ser pela homologação
informaram raramente e nunca acatarem a indicação do Ministério
da remissão simplesPúblico, apresentarem
ou pela aplicação tal
da medida
posicionamento, já que representam cerca
Após a decisão do Ministério Público de um terço dos/as
socioeducativa. profissionais respondentes,
número
sobre a extremamente significativo
concessão da remissão diante dasdeconsequências
ou atribuição de tal decisão. Da mesma forma,
Sobre a frequência com que os/as juízes/
cabe destacar, a relevância de termos obtido,
ato infracional ao/à adolescente, são atribuições para essa questão,
as homologaram umremissão
quantitativo superior
simples a 60%por
concedida
dos/as respondentes
do/a juiz/a “conhecer de que afirmaram acatar
representações promo-e homologar
representante do Ministério Público (MP),daem
a remissão simples a partir
vidas pelo do
concessão Ministério
MinistérioPúblico,
Público. para apuração oitivas informais realizadas em 2018, quase 34%
Frequência com
Com qual que juízes/as
frequência homologaram
V.Exa. homologou remissão
remissão simples concedidasimples
por concedida por
representante do Ministério
representante Público
do Ministério Público em informais
em oitivas oitivasrealizadas
informais realizadas em 2018?
em 2018?
Juízes
Sempre 33 27,27%
Frequentemente 41 33,88%
Sempre
Raramente 27% 24 19,83%
Nunca
Frequentemente 13 10,74%
34%
Não sabe informar 8 6,61%
Raramente
Prefere não responder 20% 2 1,65%
Total
Nunca 121
Em relação aos três 11%principais fatores, relacionados ao/à adolescente, que mais
influenciam
Não sabe na decisão dos/as
informar 7% juízes/as ao conceder remissão simples, as seguintes alternativas
se destacam
Prefere como mais2%mencionadas: a circunstância da primeira passagem do/a adolescente
não responder
(62,8%), menor gravidade do ato infracional (62,8%), situação familiar do/a adolescente,
presença dos pais e/ou 0% responsável
10% 20%(is) 30%
na vida40% 50% 60% e família
do/a adolescente 70% 80% estrutura
com 90% 100%
capaz
de fornecer apoio e disciplina (56,2%).
Três
Quais são os trêsprincipais
principaisfatores
fatoresrelacionados
relacionadosao/à adolescenteque
ao adolescente quemais
maisinfluenciam
influenciam
em sua decisão na decisão
ao conceder de juízes/as
remissão ao conceder remissão simples
simples?
É a primeira passagem do adolescente; 76 62,81%
MenorÉgravidade
a primeira do ato infracional;
passagem do adolescente; 76
63% 62,81%
Situação Menor
familiar do adolescente/
gravidade presença dos pais na vida do
do ato infracional; 63% 56,20%
68
adolescente/ família com estrutura capaz de fornecer apoio e disciplina
Situação familiar do adolescente/ presença dos… 56%
O adolescente está na escola, matriculado regularmente; 30 24,79% O
O adolescente está na escola, matriculado…
ato infracional cometido não justifica continuidade do processo; 25% 21 17,36% O
O ato infracional
adolescente mostra-secometido não justifica…
arrependido do ato infracional; 17% 15 12,40%
O comportamento
O/a do adolescente;
adolescente mostra-se arrependido do ato… 12% 12 9,92%
Recomendação por parecerdoemitido
O comportamento pela equipe técnica
adolescente; 10% que atendeu o
adolescente antes do procedimento de oitiva ou de audiência de 5 4,13% apresentação
Recomendação
Recomendação por parecer emitido
por parecer pela equipe…
emitido pelo técnico4%da equipe interdisciplinar
Recomendação por parecer emitido pelo técnico… 2% 3 2,48%
da Vara
A idade do adolescente à época do
A idade do adolescente à época do cometimento…cometimento 2%do ato; 3 2,48%
Condição
Condiçãodedesaúde
saúde mental
mental dodo adolescente;
adolescente; 3 2,48%
2%
Maior ou menor tempo decorrido desde a data do ato infracional à luz dos
Maior ou menorda tempo decorrido desde a datae do… 1 0,83%
princípios atualidade, imediatidade intervenção precoce
Não sabe informar Não sabe informar 1 0,83%
Prefere não responderPrefere não responder 0 0,00%
Outro Outro 17% 20 16,53%
Total 121
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
73
6.6.3.2. Critérios para conferir Medida Socioeducativa em Meio Aberto
PESQUISA MEIO ABERTO
Com que frequência V.Exa. aplicou medida de Liberdade Assistida, em 2018, quando
Sempre autor de ato
o adolescente 9,84%
infracional estava em situação de alta vulnerabilidade, em
situação de rua
Frequentemente ou de drogadição? 40,16%
Sempre 12 9,84%
Raramente 27,87%
Frequentemente 49 40,16%
Raramente Nunca 9,84%34 27,87%
Nunca
Não sabe informar 7,38% 12 9,84%
Não sabe informar
Prefere não responder
9 7,38%
4,92%
Prefere não responder 6 4,92%
Total 0% 10% 20%
122 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
a medida
Sim, por eventual
por eventual complementaridade complementaridade entre LA e PSC e 4,96% não acharam
entre LA e PSC; 82 67,77%adequado
aplicar
Sim, anão
porque a LA medida, porque
faz o adolescente na avaliação
se sentir responsabilizado destes/as magistrados/as respondentes7 a aplicação
pelo ato infracional; 5,79% deve
Sim, porque a PSC é apenas para a realização de serviços, e não faz o adequado acompanhamento social do adolescente; 7 5,79%
Sim,
se
Sim, pora de
dar
porque eventual
PSC poucocomplementaridade
forma
dura gradativa com aentre
tempo; LA e PSC;de cada MSE isoladamente.
aplicação 067,77%
0,00%
Outra
Não, porque a aplicação deve ser gradativa com MSE isolada
7,44%
Não, porque pode levar ao esgotamento precoce das MSE em meio aberto
6
5
4,96%
4,13%
Não Sim, porque a PSC é apenas para a realização de… 5,79% 5 4,13%
Não sabe informar 0 0,00%
Prefere nãoSim, porque a LA não faz o adolescente se sentir…
responder 5,79% 0 0,00%
Não,
Outra
Total
porque a aplicação deve ser gradativa com MSE… 4,96% 9
121
7,44%
Não 4,13%
Não, porque pode levar ao esgotamento precoce das… 4,13%
Prefere não responder 0,00%
Não sabe informar 0,00%
Sim, porque a PSC dura pouco tempo; 0,00%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Por fim, quando perguntados/as sobre a frequência com que os/as juízes/as aplicaram
medida socioeducativa em meio aberto, combinada, LA e PSC concomitantemente, no ano de 75
2018, 38% destes/as respondentes afirmaram que aplicaram essas medidas socioeducativas
combinadas, frequentemente, cerca de 29% aplicaram, raramente, as medidas socioeducativas
combinadas
PESQUISA MEIO e 14% relataram que nunca aplicaram MSE combinada.
ABERTO
Com que frequência o/a juiz/a aplicou medida socioeducativa combinada em 2018
(LA eV.Exa
Com que frequência PSC concomitantemente)
aplicou medida socioeducativa
combinada, em 2018, LA e PSC concomitantemente?
Sempre 14 11,57%
Sempre 11,57%
Frequentemente 46 38,02%
FrequentementeRaramente 35 38,02% 28,93%
RaramenteNunca 17 28,93% 14,05%
Não sabe
Nunca 14,05%
informar 6 4,96%
Não sabe informar
Prefere 4,96% não
responder
Prefere não responder 2,48% 3 2,48%
Total 121
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Quando
a concessão se trata dosimilares
se mostraram tema da remissão
aos apre-simples junto aos/às tais
Pautamos juízes/as, os motivos
questões, de formapara
a moti-
asentados
concessão se mostraram
pelos/as similares
promotores/as aos apresentados
de justiça, os var aspelos/as
reflexõespromotores/as
de todos os atoresde justiça, os no
que atuam
quais:
quais:ser
ser a primeira
primeira passagem do/aadolescente,
passagem do/a adolescente, o Sistema
ato infracional ter menor
de Garantia gravidade
de Direitos e o grau
(SGD), conside-
o ato
de infracional
proteção queter amenor gravidade
família rando queSobre
e o grau de oferece.
do/a adolescente os dadosà coletados
aplicaçãonessade pesquisa
medidas têm
proteção que a família do/a adolescente oferece. sinalizado sobre concepções conservadoras, e
socioeducativas
Sobre à aplicação emde meio aberto,Socioeducativas
Medidas observamos que além da centralidade
por vezes equivocadas, dautilizadas
decisão repousar na
e disseminadas
questão da gravidade do ato praticado
em Meio Aberto, observamos a centralidade da pelo/a adolescente e, ainda, sobre ser a
pelos/as operadores/as do direito e represen-primeira
passagem do/a mesmo/a,
decisão repousar na questãohá também a motivação
da gravidade do familiar.das
tantes Assim, em 32,2%
instituições que das falas dos/as
compõem o Sistema
juízes/as o fato da família ser protetiva é motivo para aplicação das medidas socioeducativas emTais
ato praticado pelo/a adolescente, sobre ser a de Justiça, no momento de suas decisões.
primeira passagem do/a mesmo/a, além da moti- concepções abarcam desde o papel protetivo
meio
vaçãoaberto, bem
familiar. comoempara
Assim, 23,1%
32,2% dos/as
das falas mesmos/as
dos/as da(s)respondentes,
família(s), do(s)o fato da família não
responsável(is) e aser
proje-
protetiva
juízes/as também
o fato da aparece como
família ser motivação
protetiva para açãoaplicação
é motivo feita em de tornoMSE em meio
da família aberto.
“ideal”, Tal
sobretudo
constatação
para aplicação sinaliza,
das reafirmando o que outrora foi exposto,
Medidas Socioeducativas no cenário quebrasileiro
não há clareza acerca do Éque
contemporâneo. muito
em Meio Aberto, bem como para 23,1% dos/as difícil imaginar que um/a
de fato deve ser levado em consideração sobre o contexto familiar quando se trata da aplicação, juiz/a, promotor/a,
mesmos/as respondentes, o fato da família não defensor/a público/a possa considerar, essen-
ou
sernão, das medidas
protetiva tambémsocioeducativas
aparece como em meio aberto.
motivação cialmente, as condições apresentadas pelo/a
Os dadosdeapresentados
para a aplicação MSE em meio nesta seção
aberto. Talsugerem algunsequestionamentos:
adolescente qual seria osuas
sua família, desconsiderando
modelo de família
constatação protetiva
sinaliza, que o/aojuiz/a
reafirmando compreende
que outrora e que entende
experiências ser ‘a’ premissas,
pessoais, ideal para que seja e
vivencias
foi exposto, que não há clareza acerca do que de pré-conceitos. Obviamente, tal fato não está
fato deve ser levado em consideração sobre o restrito às decisões destes/as profissionais, mas
contexto familiar quando se trata da aplicação, da significativa maioria dos/as que atuam nessa
ou não, das Medidas Socioeducativas em Meio e em outras searas. Contudo, lançamos luzes aos
Aberto. achados dessa pesquisa, no tocante à relevân-
Os dados apresentados nesta seção suge- cia que a avaliação do papel protetivo da família
rem alguns questionamentos: qual seria o modelo tem obtido no momento das decisões judiciais,
de família protetiva que o/a juiz/a compreende e sobretudo nos casos que envolvem adolescentes,
que entende ser ‘a’ ideal para que seja concedido, considerando qual tipo família15 estamos falando
ou não, a remissão ou a medida socioeducativa e a partir de qual lugar as pessoas que avaliam
em meio aberto? E, ainda, quais os recursos que estas famílias e seus membros se encontram.
ele/a tem para avaliar o grau de proteção desta Essa constatação é de suma importância para
família, se não há a utilização de estudos sociais, 15
“A vida dessas famílias não é regida apenas pela pressão dos
nem há a presença dos/as defensores/as públi- fatores socioeconômicos e necessidade de sobrevivência. Elas
cos/as para que possa ser feita a defesa? precisam ser compreendidas em seu contexto cultural, inclu-
sive ao se tratar da análise das origens e dos resultados de sua
situação de risco e de suas dificuldades de auto-organização e
de participação social” (PNAS, 2005, p. 37).
76
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
77
PESQUISA MEIO ABERTO
78
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
79
PESQUISA MEIO ABERTO
80
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Exclusiva para
Exclusiva para
trabalhadores Infância e
Capacitações trabalhadores MSE/MA SINASE PNASAIRI
do Sistema Juventude
do SUAS
Socioeducativo
Equipe técnica
X X X X X
CREAS
Coordenação
X X X X X
CREAS
Equipe técnica
X X X X X
GEAMA/DF
Coordenação
X X X X X
GEAMA/DF
Agente
socioeducativo X X X X X
GEAMA/DF
Equipe técnica
X X X
SP
Coordenação
X X X
SP
Supervisão
X X X
CREAS SP
81
PESQUISA MEIO ABERTO
82
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
83
PESQUISA MEIO ABERTO
dos componentes da equipe técnica; 42,8% dos/ 7.2.5. CAPACITAÇÃO SOBRE O SINASE
das coordenadores/as afirmaram ter reali-
zado a capacitação no ano de 2018, enquanto As capacitações sobre o Sistema Nacional
38,4% dos/das agentes socioeducativos/as afir- de Atendimento Socioeducativo (SINASE)
maram ter participado da capacitação em voga apresentaram índice de não realização maior
no ano de 2017. Para os/as que participaram quando comparadas às demais capacitações
da capacitação, 65,6% dos/das integrantes das apresentadas.
equipes técnicas, 57,1% dos/as coordenado- Entre os/as coordenadores/as e a equipe
res/as e 38,5% dos/as agentes socioeducativos técnica dos CREAS (composta por advogados/
afirmaram ter realizado de forma presencial. as, assistentes sociais e psicólogos/as), a maior
Destaca-se, contudo, que o mesmo percentual de porcentagem de integrantes que informaram não
respondentes (agentes socioeducativos/as) afir- ter feito tal capacitação relaciona-se à categoria
mou ter participado da capacitação à distância. dos/as advogados/as as - dente grupo, apenas
Dos/as respondentes que compõem as equi- 21,8% afirmaram ter participado de capacita-
pes técnicas, 31,2% afirmaram ter participado ção sobre o SINASE. Dentre os/as respondentes
da capacitação na modalidade de Congresso/ que participaram da capacitação, cerca de 30%
Simpósio/ Seminário Acadêmico e 25% afirma- apontaram a Secretaria Municipal de Assistência
ram ter sido na modalidade de curso de curta Social como provedora da capacitação, sendo
duração. Dentre os/as coordenadores/as, 42,8% esta realizada de forma presencial (73,3%), na
indicaram ter realizado a capacitação na moda- modalidade de curso de curta duração (33,3%) e
lidade de Congresso/ Simpósio/ Seminário com uma carga horária aproximada de 10h a 20h
Acadêmico, enquanto 28,5% indicaram ter parti- (36,6%).
cipado na modalidade de curso de curta duração.
Cerca de 69% das/os assistentes sociais e
E dentre os/as agentes socioeducativos/as parti-
das/os psicólogas/os informaram não ter partici-
cipantes da capacitação específica sobre as
pado de capacitação sobre o SINASE, enquanto,
medidas socioeducativas, 46,1% indicaram ter
41,3% dos/as coordenadores/as afirmaram ter
realizado na modalidade de curso de curta dura-
participado de capacitação sobre esta temática.
ção, enquanto 15,3% disseram ter participado na
Assim, 26,3% dos/as assistentes sociais e 43,5%
modalidade de Congresso/ Simpósio/ Seminário
dos/as psicólogos/as apontaram a Secretaria
Acadêmico e 15,3% na modalidade de aper-
Estadual de Assistência Social como a instituição
feiçoamento. A carga horária indicada pelos/
que forneceu a capacitação, tendo esta ocor-
as respondentes do Distrito Federal, com rela-
rido de forma presencial (psicólogos/as: 82,2%;
ção a capacitação específica sobre as Medidas
assistentes sociais: 76,3%), na modalidade de
Socioeducativas em Meio Aberto, teve predo-
aperfeiçoamento (psicólogos/as: 35,4%; assis-
minância, de 10h a 20h, representando 34,3%
tentes sociais: aproximadamente 38%) e com
dos/as componentes das equipes técnicas, 71,4%
carga horária aproximada de 10h a 20h. Já os/
dos/as coordenadores/as e 46,1% dos/as agentes
as coordenadores/as apontaram a Secretaria
socioeducativos/as. Contudo, as equipes técnicas
Municipal de Assistência Social (23%) e a
e os/as agentes socioeducativos/as tiveram maior
Secretaria Estadual de Assistência (28,2%) como
variedade de resposta, apontando ainda capa-
instituições responsáveis pelo fornecimento do
citação com carga horária de 30h a 60h (31,2%
curso realizado de forma presencial (83,6%),
das equipes técnicas e 30,7% dos/as agentes
com duração média de 10h a 20h (59,4%) e
socioeducativos/as). Quanto aos órgãos indi-
modalidade de curso de curta duração (36,2%).
cados como responsáveis pela capacitação dos/
as participantes do Distrito Federal foram: 25% Por fim, tanto coordenadores/as quanto
dos/as respondentes que compõem as equipes os/as componentes das equipes técnicas que
técnicas apontaram os órgãos gestores distritais afirmaram ter participado de capacitação sobre
da Assistência Social, enquanto as coordenações o SINASE, informaram que esta foi realizada no
e os/as agentes socioeducativos/as apontaram os ano de 2018 (coordenadores/as: 32,7%; advoga-
órgãos gestores distritais do sistema socioeduca- dos/as: 43,3%; psicólogos/as: 38,7%; assistentes
tivo (42,86% dos/as coordenadores/as e 23,08% sociais: 39,4%).
dos/as agentes socioeducativos/as). Quando analisamos os dados obtidos por
meio da abordagem às equipes técnicas e coor-
denações de São Paulo, obtivemos as seguintes
84
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
informações: 66,6% dos/as componentes das 19,5% dos/as componentes das equipes técni-
equipes técnicas e 84,9 dos/as coordenadores/as cas afirmaram que o órgão responsável por
do estado de São Paulo afirmaram ter participado prover a capacitação havia sido o órgão gestor
de capacitação sobre o SINASE, enquanto 33,3% distrital da Assistência Social. Contudo, 34,1%
dos/as componentes da equipe técnica e 13,2% dos/as respondentes participantes da capacita-
dos/as coordenadores/as informaram não ter ção afirmaram que a mesma havia sido provida
participado. Dos/as respondentes que integram por outros órgãos, apontados com maior recor-
a equipe técnica e afirmaram ter participado da rência, a Escola de Governo, Escola Nacional
capacitação, 61,1% informaram que a capacita- de Socioeducação, o CONANDA e Secretarias
ção foi promovida pela Secretaria Municipal de Distritais que operam a política de atendimento
Assistência Social. 60% dos/as coordenadores/ na localidade (SECRIA e SEJUS). Dentre os/as
as dos serviços indicaram a mesma secretaria respondentes coordenadores/as que participa-
como responsável pelo provimento de tal capa- ram da capacitação, 20% apontaram como órgão
citação. Dos/as membros das equipes técnicas promovente a Universidade e o mesmo percen-
abordadas, 33,3% dos/as respondentes rela- tual (20%) indicou o órgão gestor do sistema
taram ter tido tal capacitação no ano de 2017 e socioeducativo como o provedor da capacitação.
30,5% no ano de 2018. Já 40% dos/as coordena- Já dos/as respondentes agentes socioeducati-
dores/as informaram ter tido tal capacitação em vos/as que participaram da capacitação, 25%
2018, enquanto 35,5% apontaram ter realizado informaram que o órgão responsável pelo provi-
tal capacitação no ano de 2017. mento da capacitação teria sido o órgão gestor
Para 88,8% dos participantes da capa- distrital da Assistência Social e o mesmo percen-
citação que integram as equipes técnicas e para tual (25%) indicou o órgão gestor distrital do
82,2% dos/as coordenadores/as dos serviços de Sistema Socioeducativo da localidade como o
São Paulo, a capacitação foi realizada de forma promovente da capacitação.
presencial. Para 36,1% da equipe técnica, a mesma Dos/as respondentes integrantes das
ocorreu na modalidade de congresso, simpósio equipes técnicas do Distrito Federal, 19,5% indi-
ou seminário acadêmico e para 27,7% acontece- caram ter realizado a capacitação no ano de
una modalidade de aperfeiçoamento, sendo que 2018 e o mesmo percentual (19,5%) apontou ter
para 50% dos/as participantes a capacitação realizado tal capacitação no ano de 2017. Dos/
teve carga horária de 10h a 20h. Os/as coorde- as coordenadores/as dos serviços do Distrito
nadores/as dos serviços que informaram que a Federal, 30% indicaram ter participado da capa-
capacitação ocorreu na modalidade de aperfei- citação no ano de 2016 e 20% apontaram o ano
çoamento perfazem 44,4% dos/as respondentes, de 2017 como sendo o ano de realização da capa-
enquanto 17,7% apontaram que a capacitação citação. Nenhum coordenador/a respondente
ocorreu na modalidade de congresso, simpósio apontou o ano de 2018 como sendo o de partici-
ou seminário acadêmico e o mesmo percentual pação na capacitação sobre o SINASE. Um quarto
(17,78%) apontou cursos de curta duração como dos/as agentes socioeducativos/as respondentes
a modalidade em que a capacitação foi promo- que participaram da capacitação sobre o SINASE
vida. Para 28,8% dos/as coordenadores/as que informaram tê-la feito no ano de 2015, enquanto
participaram da capacitação sobre o SINASE, a os demais participantes se dividiram, com
mesma teve carga horária de 10h a 20h e para pequenos percentuais que apontaram os anos de
o mesmo percentual (28,8%) dos/as responden- 2002, 2003, 2007, 2014, 2017 e 2018 como anos
tes, a carga horária ofertada pela capacitação foi de realização da capacitação em voga.
de 30h a 60h. 60,9% dos/as integrantes da equipe
Ao analisarmos os dados obtidos no técnica e 50% dos/as agentes socioeducati-
Distrito Federal, percebemos que 61,1% dos/ vos afirmaram ter feito a capacitação de forma
as componentes das equipes técnicas e 61,5% presencial. Contudo, 60% dos/as coordenado-
dos/as agentes socioeducativos/as aponta- res/as afirmaram ter realizado a capacitação
ram ter realizado a capacitação sobre o SINASE na modalidade à distância. Da equipe técnica,
entre 2000 e 2018. Contudo, entre os/as coor- 31,7% de seus integrantes e 50% dos/as agentes
denadores/as dos serviços na localidade, 47,6% socioeducativos/as afirmaram que a capacitação
informaram ter realizado a capacitação enquanto foi promovida na modalidade de curso de curta
a maioria (52,3%) afirmou não ter participado duração, enquanto 10% dos/as coordenadores/
de tal capacitação. Dentre os/as participantes, as apontaram tal modalidade. Ademais, 21,9%
85
PESQUISA MEIO ABERTO
das equipes técnicas, 30% dos/as coordena- tal qual foi possível constatar junto aos operado-
dores/as e nenhum respondente dentre os/as res do Sistema de Justiça e às equipes das Varas.
agentes socioeducativos informaram ter feito Assim, do volume total de respondentes inte-
a capacitação na modalidade de curso de longa grantes das equipes técnicas - dos CREAS, do
duração. DF e de São Paulo – 95,16% e 90,6% do volume
Quanto à carga horária do curso de capa- total de coordenadores/as dos serviços – CREAS,
citação realizado, 31,7% dos/as respondentes das DF e SP - afirmaram não terem participado de
equipes técnicas afirmaram a ter cumprido mais capacitação voltada para a Política Nacional de
de 120 horas, seguido de 29,2% dos/as respon- Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em
dentes que afirmaram ter cumprido a carga conflito com a lei.
horária de 10h a 20h, apontando os extremos Tal situação, como já era previsto, reflete,
quanto às cargas horárias dos cursos promovidos diretamente, nas dificuldades encontradas pelas
e destinados às equipes. Dos/as coordenadores/ equipes técnicas e coordenações para efetivar
as dos serviços, 30% indicaram a carga horária de a intersetorialidade no âmbito da política de
70h a 120h para cumprimento do curso de capa- Assistência Social associada à política de Saúde,
citação sobre o SINASE e o mesmo percentual sobretudo quando consideramos às demandas
(30%) dentre os/as coordenadores/as não soube e necessidades peculiares de adolescentes em
responder à questão. Já 50% dos/as agentes conflito com a lei.
socioeducativos apontaram ter cumprido de 30h
a 60h de curso de capacitação sobre a temática e
25% dos/as respondentes agentes socioeducati- 7.3. OBTENÇÃO DE ORIENTAÇÕES
vos/as informaram ter cumprido de 10h a 20h de TÉCNICAS PARA O TRABALHO NO
curso de capacitação sobre o SINASE. SUAS
86
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
informar sobre o órgão responsável pelas orien- trabalho, o que se reflete na remuneração desi-
tações e 48,6% apontaram outras instituições. gual quando comparada às profissões ocupadas,
Tanto assistentes sociais (96%) quanto psicólo- majoritariamente, por homens, como identifi-
gos (aproximadamente 85%), afirmaram existir camos nas instituições que compõem o Sistema
ou ter conhecimento sobre as orientações técni- de Justiça. Isso se deve ao fato de que as ativida-
cas para atuação no SUAS, específicas de sua des de cuidado foram exercidas, historicamente,
área de atuação, como também, ambos aponta- pelas mulheres que não eram remuneradas,
ram seus respectivos Conselhos de classe como como uma atividade “natural” e inerente à
autores das orientações em tela (aproximada- condição feminina. Desta forma, no mundo do
mente 70% dos/as psicólogos/as apontaram o trabalho, as profissões consideradas com menor
Conselho Federal de Psicologia e aproximada- valor social são as exercidas, também, no âmbito
mente 54% dos/as assistentes sociais indicaram privado e por isso não remuneradas de maneira
o Conselho Federal de Serviço Social). igualitária às consideradas do ambiente público.
Ademais, compreendemos que as profissões cuja
atuação possui maior possibilidade de acesso a
7.4. GÊNERO E ASSISTÊNCIA SOCIAL bens monetários, de forma não prevista e ilícita,
em contrapartida ao serviço prestado, são, em
Um aspecto que pôde ser percebido a sua maioria, melhor remuneradas no intuito de
partir dos dados sobre o perfil das e dos/das que o/a profissional não seja mais facilmente
profissionais entrevistados/das na pesquisa versa constrangido ao recebimento de contrapartidas
sobre o fato da Assistência Social ser, desde seus não previstas. Assim, a fim de evitar situações
primórdios, uma área de atuação com predomi- de suborno e corrupção, os/as profissionais do
nância de mulheres, o que se reflete também na Sistema de Justiça são muito bem remunera-
gestão da política – em seu planejamento, execu- dos. Situação que não é identificada em outros
ção, monitoramento e avaliação. Desta forma, setores, tais como nos espaços de atuação de
além de ser uma política pública que enfrenta as profissionais vinculados às políticas públicas.
desigualdades de gênero em sua atuação – o que Por serem, em sua maioria, acessadas por um
foi registrado nesta pesquisa na próxima seção público desprovido de condições socioeconô-
que trata da violência – também as enfrenta em micas favoráveis e que, em virtude disso, não
nível de gestão. possuem condições de apresentar contrapartidas
As políticas públicas de Assistência Social pelos serviços prestados, de forma não prevista e
no Brasil, e especificamente às referentes as ilícita, como ocorre de forma mais recorrente nas
crianças e adolescentes, foram historicamente instituições que compõem o Sistema de Justiça,
exercidas por mulheres, e em sua maioria pelos/ os espaços socioocupacionais ocupados por
as profissionais do Serviço Social. Na década profissionais, em sua maioria, com formação em
de 1930, em um contexto de industrialização Serviço Social, Psicologia, Pedagogia, não obtém
e ampliação da desigualdade social no país, há remunerações condizentes com a complexidade
uma colaboração entre Estado e Igreja no sentido do trabalho realizado.
de institucionalizar as políticas públicas desti- Essa desigualdade pode ser observada no
nadas à classe trabalhadora, e nesse contexto, o perfil dos/as gestores/as da Assistência Social
Serviço Social passa a ser uma das engrenagens (estadual e municipal), que são majoritaria-
de execução da política social estatal e de setores mente mulheres, que possuem salários aquém,
empresariais. Neste momento histórico as políti- quando consideramos a formação e qualifica-
cas assistenciais têm sua origem e são executadas ção adquiridas, bem como, desproporcionais à
por mulheres ligadas à Igreja Católica, que já complexidade e responsabilidade do trabalho
em 1936 instituem os primeiros cursos de realizado. Os/as coordenadores/as dos CREAS
Serviço Social no Brasil, ancorados na ideia de entrevistados/as correspondem a 89,05% de
que a mulher tem uma vocação natural para as mulheres e a equipe técnica possui 85,22% de
tarefas educativas e caridosas (IAMAMOTO; sua composição de mulheres, sendo, portanto,
CARVALHO, 1982). maioria incontestáveis na atuação no SUAS.
Esta política é até hoje formada majo- Observamos, ainda que 54,06% dos/das
ritariamente por trabalhadoras mulheres, e coordenadores/as e 52,60% dos/as profissio-
entendida como “feminina”, sendo conside- nais que compõem as equipes técnicas possuem
rada menos valiosa na divisão sócio-técnica do pós-graduação. Entretanto, 35,34% dos/as
87
homens representam 62%. Contudo, a partir dos dados obtidos nessa pesquisa, obtivemos um
percentual de respondentes, de acordo com o gênero, que contrariaram, totalmente, os
PESQUISA MEIO ABERTO
percentuais de gênero predominante apontados pelo CNJ.
20,05%
Promotores/as de justiça
18,66%
Magistrados/as respondentes
88
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Assistência Social, que é, de fato, quem executa Federal, cujo edital para o concurso de provi-
as Medidas Socioeducativas em Meio Aberto, mento de Defensores/as públicos/as, publicado
tendo em vista que é responsável por promo- em 2019, contemplava o salário inicial de R$
ver o atendimento e acompanhamento dos/as 24.668,75.
adolescentes em cumprimento de medida. Para
compreendermos essa afirmativa, basta confron-
Para saber mais sobre gênero, assistência social e
tarmos a média salarial dos profissionais que
divisão sexual do trabalho:
atuam nos dois setores. Enquanto os/as profis-
sionais do Sistema de Justiça recebem uma KERGOAT, Danièle. Divisão Sexual do Trabalho
média salarial que gira em torno de 15 a 30 salá- e Relações Sociais de Sexo. In: HIRATA, Helena
rios mínimos, os/as profissionais que atuam na et al (Org.). Dicionário Crítico do Feminismo.
Assistência social apresentam a média salarial São Paulo: UNESP, 2009.
cinco vezes menor que a aferida pelos represen- IAMAMOTO, Marilda Villela; CARVALHO, Raul
tantes das instituições que compõem o Sistema de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil:
de Justiça. Ademais, o contexto sócio-político e Esboço de uma interpretação histórico-metodo-
institucional brasileiro tem fortalecido as insti- lógica. 21 ed. São Paulo, Cortez; Celats, 2007
tuições que compõem o Sistema de Justiça, já
que estas personificam e representam o Estado
penal brasileiro, enquanto fragiliza a política de 7.5. ORGANIZAÇÃO DAS EQUIPES
Assistência Social do país, haja vista seu cará- TÉCNICAS
ter de proteção dos mais vulneráveis e, portanto,
“alvo” do Sistema de Justiça14. Esta seção pretende explorar a organi-
De acordo com uma pesquisa realizada nos zação das equipes técnicas porque entende-se a
portais de transparência do Sistema de Justiça importância do atendimento interdisciplinar e
publicados pelo Conselho Nacional de Justiça a necessidade de que este seja privilegiado em
(CNJ), de acordo com os contracheques de 2019 detrimento de um atendimento compartimen-
de juízes de direito do Brasil, o ganho médio é tado. Conforme dispõe o Caderno de Orientações
de R$ 30.700,00/mês, sem benefícios e bonifica- Técnicas dos CREAS, publicado pelo Ministério
ções, o que aumenta para cerca de R$ 40.000,00. do Desenvolvimento Social, no ano de 2011,
Com relação aos Promotores Públicos, em 2018 “o trabalho social especializado ofertado pelo
o Conselho Nacional do Ministério Público CREAS exige que a equipe profissional seja
também publicou em seu portal da transparência interdisciplinar, contando com profissionais de
estes dados, e verificou-se também uma média nível superior e médio, habilitados e com capa-
de ganho de aproximadamente R$ 29.000,00 cidade técnica para o desenvolvimento de suas
no país, sem benefícios e bonificações. Já com funções”. Ademais, recomenda-se que além do
relação aos defensores públicos, há uma dispari- atendimento interdisciplinar, tendo em vista
dade maior, o que dificulta no momento de fazer a complexidade das situações de risco pessoal
uma média nacional. Em pesquisa nos portais da e social, de violações de direitos que são acom-
transparência verificou-se que os salários destes panhadas nos CREAS, que sejam feitos, quando
profissionais variam muito de estado para estado. possível, atendimentos integrados com a rede
Por exemplo, entre os que menos remuneram os que atende e/ou atenderá o/a adolescente. Esta
defensores/as públicos/as está a Paraíba, onde forma de organização da atuação, a partir de
estes/as profissionais aferem um média salarial articulações intersetorias e intervenções conjun-
de aproximadamente R$ 11.700,00. Em contra- tas, consiste em um dos eixos que norteiam a
partida, verificou-se também que em algumas organização e o desenvolvimento do trabalho
Unidades Federativas a remuneração inicial é social nos CREAS, de acordo com os princípios
muito superior, como por exemplo, no Distrito e diretrizes da PNAS e conceitos e parâmetros
do SUAS. Compreende-se, neste sentido, que o
14
É por isso que tal contexto incide sobre a atuação dos profissio- trabalho social, quando desenvolvido de forma
nais que, mesmo tendo por premissa prover a assistência social e
o atendimento humanizado ao público alvo do Estado penal, tem compartilhada entre a equipe técnica, a rede
como diretriz, produzida pelo sistema hegemônico, nas nuances socioassistencial e as políticas setoriais possibi-
do estrutural e do simbólico que sustentam o Estado, atuar em lita o debate entre os vários atores que compõem
prol do controle e da coerção deste público. São as políticas so-
ciais, denominadas “workfare, em retração e o regime prisional,
o Sistema de Garantia de Direitos, acerca
prisionfare em expansão [...] para disciplinar as frações precariza- das mais diversas questões enfrentadas pelas
das da classe trabalhadora” (WACQUANT, 2012, p.11).
89
PESQUISA MEIO ABERTO
comunidades, famílias e indivíduos nos terri- adolescente na escola, aparecendo em 32% das
tórios, corroborando, dessa forma, para que as narrativas dos/das coordenadores/as e apontado
demandas sejam resolvidas coletivamente e de por 29% dos/das profissionais que compõem as
maneira a contemplar o maior número de indi- equipes técnicas.
víduos. Ademais, essa forma de atuação permite Além disso, parcela significativa dos/
que os fenômenos e demandas sociais sejam das profissionais também afirmaram que há
aprofundadas e compreendidas de maneira participação de profissionais de outras políticas
coletiva a partir de diversos olhares, das mais setoriais, sobretudo da Saúde e/ou Educação,
distintas áreas do saber. em suas reuniões de equipe, o que demonstra o
Com relação ao trabalho interdisciplinar, esforço das equipes técnicas em prol da efetiva-
foi evidenciado que há uma satisfação da maioria ção de uma atuação multidisciplinar junto aos/
dos/das profissionais que atuam na Assistência às adolescentes. Ressaltamos, neste sentido, a
Social com relação ao formato do trabalho desen- importância de que haja discussão coletiva dos
volvido. Mais da metade dos/das coordenadores/ diversos aspectos que fazem parte da vida dos/
as (56,1%) e dos/das profissionais que compõem das adolescentes, bem como o estabelecimento
as equipes técnicas (56,8%) se consideram de formas de superação dos desafios que se
satisfeitos/as com o trabalho interdisciplinar colocam no cotidiano dos/das profissionais que
efetivado nos serviços de acompanhamento dos/ atuam com medidas socioeducativas, cuja arti-
das adolescentes em cumprimento de Medida culação com as outras políticas sociais se faz
Socioeducativa em Meio Aberto, e cerca de imprescindível para a qualificação do acompa-
32% dos/das coordenadores/as e 26,4% dos/ nhamento promovido.
das profissionais das equipes técnicas afirma- Quando os/as profissionais foram ques-
ram estar muito satisfeitos/as. Esta satisfação tionados/as sobre a participação de outros
também se expressa na maneira como as equi- atores da rede socioassistencial e de outras
pes se organizam. O exemplo disso se manifesta políticas setoriais nas reuniões de equipe para
nos temas mais tratados pelas equipes técni- discutir a situação e o acompanhamento dos/
cas durante as reuniões de equipe15. 68,6% dos/ das adolescentes em cumprimento de medida
as coordenadores/as e 65,2% dos/das profissio- socioeducativa, 50,1% dos/das coordenadores/
nais das equipes técnicas mencionaram, entre os as e 56,7% dos/das profissionais das equipes
temas mais frequentes, a “discussão de casos16” técnicas afirmaram que as reuniões não contam
- o que inclui discutir sobre as situações apresen- com participação de atores externos, advindos
tadas durante os atendimentos individuais e/ou de outras políticas setoriais. Em contrapartida,
durante os grupos realizados, conferindo estudo 48% dos/das coordenadores/as e 39,5% dos/das
e reflexão específicos sobre a situação de cada profissionais das equipes técnicas afirmaram a
adolescente. Ainda, 54,4% dos/das coordenado- participação de outros atores da rede socioassis-
res/as e 52,1% dos/das profissionais das equipes tencial e demais políticas setoriais nas reuniões
técnicas mencionaram discussão de fluxos e promovidas pelo Serviço de Proteção Social
procedimentos de atendimento. Outro tema ao/à adolescente em cumprimento de Medida
apresentado com frequência faz referência aos Socioeducativa em Meio Aberto. Dentre estes/
encaminhamentos para a rede de ensino, situa- as profissionais que afirmaram contar com a
ção e acompanhamento da permanência do/da participação de outros atores em suas reuniões,
73,5% dos/das coordenadores/as e 65,6% dos/
15
Apesar do Caderno de Orientações Técnicas dos CREAS, das profissionais que compõem as equipes técni-
2011 apontar a distinção entre reuniões de equipe e reuniões
de estudo de caso, o questionamento realizado visou obter in- cas disseram que os atores vinculados à política
formações sobre as discussões mais realizadas nos momentos de Saúde são os que mais participam, bem como,
de integração e congregação entre a equipe técnica e a coor- 68,3% dos/das coordenadores/as e 62% dos/das
denação, considerando que cada serviço tem uma dinâmica de
organização, planejamento e execução das reuniões realizadas
profissionais das equipes técnicas afirmaram que
entre os membros das equipes. há participação dos/das profissionais da polí-
16
Reconhecidos como reuniões de estudo de casos, estes mo- tica de Educação, constando em terceiro lugar,
mentos, segundo Caderno de Orientações Técnicas dos CRE- 20,5% dos/das coordenadores/as e 22,5% dos/
AS, 2011, “têm como objetivo reunir a equipe para estudar, das profissionais das equipes técnicas relataram
analisar e avaliar as particularidades e especificidades das situ-
ações atendidas, de modo a ampliar a compreensão e possibi- que outros atores da rede socioassistencial, inse-
litar a definição de estratégias e metodologias de atendimento ridos no âmbito da política de Assistência Social,
mais adequadas, além de serviços da rede que deverão ser acio- participam.
nados, tendo em vista o aprimoramento do trabalho” (MDS,
2011, p.57).
90
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
0,00%
Prefere não responder 0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
Não sabe informar 0,00%
1,89%
1,54%
0,00%
Não há critérios estabelecidos 0,00%
0,00%
1,54% COORDENAÇÃO OSC SP
0,00% COORDENAÇÃO DF
Sorteio 5,56%
0,00%
1,54%
EQUIPE TÉCNICA OSC SP
1,92%
Divisão por profissional 22,22% EQUIPE TÉCNICA DF
1,89%
7,69%
78,85%
Divisão quantitativa/ com número limitado para cada profissional 66,67%
73,58%
72,31%
0,00%
Divisão aleatória 5,56%
0,00%
3,08%
1,92%
Disponibilidade do técnico no momento 0,00%
3,77%
10,77%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00%
Sorteio 0,00%
0,00%
91
PESQUISA MEIO ABERTO
componentes da equipe técnica afirmaram que a ao estudo dos casos dos/das adolescentes em
metodologia de atribuição da referência de cada cumprimento de medida socioeducativa, as
caso/acompanhamento é regida pelo número de respostas se dividiram em: periodicidade sema-
acompanhamentos possíveis para cada profis- nal (coordenadores/as: 25%; equipe técnica:
sional, independentemente da área de atuação, 33,7% e agentes socioeducativos: 27,2%); perio-
respeitando-se o número de casos limitados por dicidade quinzenal (coordenadores/as: 50%;
profissional. equipe técnica: 32,1% e agentes socioeducativos:
33,3%) e periodicidade mensal (coordenado-
res/as: 16,6%; equipe técnica: 12,5% e agentes
7.5.2. REUNIÕES DE EQUIPE PARA socioeducativos: 36,3%).
ESTUDO DE CASO No Estado de São Paulo, os dados cole-
tados a partir do questionamento sobre a
Seguindo orientações técnicas do SINASE periodicidade de realização das reuniões para
(2006) e as que foram produzidas pelo SUAS, os/ estudo de caso, referem-se a periodicidade
as profissionais que compõem o quadro técnico com que ocorrem as reuniões/encontros de
dos CREAS, das ONGs ou das GEAMA’s, habi- supervisão com o(s) CREAS de referência de
tualmente, organizam reuniões de equipe cada serviço, reconhecendo que, em virtude
destinadas à discussão da situação dos/as da modalidade de execução diferenciada, por
adolescentes (reuniões de estudos de caso) com meio de conveniamento com ONG’s, o formato
a intenção de reorganizar fluxos internos de de reunião promovida pelos serviços de prote-
trabalho; analisar e avaliar as especificidades dos ção social ao adolescente em cumprimento de
casos atendidos de maneira a ampliar o conheci- medida Socioeducativa em Meio Aberto, também
mento sobre as situações em acompanhamento; se apresenta diferenciado.
e, quando necessário, adotar novas estratégias
e acionar outros serviços da rede intersetorial,
tendo em vista a intersetorialidade e o aper- 7.5.2.2. TEMAS MAIS TRATADOS NAS
feiçoamento do trabalho desenvolvido. Assim, REUNIÕES DE EQUIPE
percebe-se que as reuniões de equipe atuam
como espaço de fomento do trabalho interdisci- Com relação aos temas mais tratados nas
plinar, intersetorial e coletivo. reuniões de equipe para discussão da situação
Com o intuito de explorar em que dos/as adolescentes em cumprimento de medida
circunstâncias ocorrem tais reuniões, foram socioeducativa, 68,6% dos/das coordenadores/
feitas as perguntas sobre periodicidade. E para as e 65,2% dos/das profissionais das equipes
compreender quais são as principais problemáti- técnicas do CREAS mencionaram a discussão
cas que atravessam o atendimento ofertado aos/ de casos, o que inclui discutir sobre grupos de
às adolescentes, foi feita a pergunta sobre os três adolescentes e/ou sobre os atendimentos indivi-
temas mais tratados nas reuniões. duais. Ainda, 54,4% dos/das coordenadores/as e
52,1% dos/das profissionais das equipes técnicas
mencionaram discussão de fluxos e procedi-
7.5.2.1. PERIODICIDADE DAS REUNIÕES mentos de atendimento. Outro tema frequente
DE EQUIPE é sobre os encaminhamentos para a rede de
ensino, situação e acompanhamento da perma-
Quando questionados/as sobre a perio- nência na escola, aparecendo em 32% da fala
dicidade das reuniões de equipe destinadas dos/das coordenadores/as e em cerca de 29%
ao estudo dos casos dos/das adolescentes em dos/das profissionais das equipes técnicas.
cumprimento de medida, 44,5% dos/das coor- Com relação aos temas mais tratados nas
denadores/as e quase 46% dos/das profissionais reuniões das equipes de São Paulo, cabe ressaltar
das equipes técnicas afirmaram ser realizadas que os encontros aqui considerados, tratam-
semanalmente; e 26,1% dos/das coordenado- -se dos encontros realizados entre a equipe
res/as e 23,7% dos/das profissionais das equipes do serviço e os/as representantes do CREAS,
técnicas disseram ser realizadas mensalmente. chamados de encontros de supervisão. Dessa
Com relação aos dados do Distrito forma, a equipe técnica que executa e acompa-
Federal, quando perguntados/as sobre a perio- nha os/as adolescentes em cumprimento de
dicidade das reuniões de equipe destinadas Medidas Socioeducativas em Meio Aberto possui
92
Discussão de casos (Qualquer tipo COM AS INDICAÇÕES DO RESPONDENTE/ ADMITE TRÊS MARCAÇÕES)656,282,6%6%
de encontro… 24 17,91% 49 19,37%
oeducativa? (NÃO LER
etc)
OPÇÕES DE RESPOSTA/ MARCAR DE ACORDO
uais dos adolescentesSupervisão
emoperacionais
Questões cumprimento institucionalde LA
e de infraestrutura e/ou
(Qualquer
(Qualquer
tipoPSC)
tipo de encontro… 1179,9,31do7%equipamento,
de encontro periódico destinado a discussão dos aspectos práticos das atividades cotidianas
% tais
27 20,15% 38 15,02%
como transporte, telefone, internet, impressora etc)
15,0 2 %
nterdisciplinar, redesQuestões
de atendimento operacionais
etc) e de infraestrutura (Qualquer… Parte I: Panorama da política 20de ,15% Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Organização de atividades e eventos
des cotidianas do equipamento,
Organização de atividades e eventos 2,24%10,28% 3 2,24% 26 10,28%
Demandas de órgãos tais como transporte, telefone, internet, impressora
Judiciário etc. etc)
6,39encaminhamentos
2,7%0% para a rede de
externos, como Conselho Tutelar, Conselhos de direitos, Ministério Público, 13 9,70% 16 6,32%
Demandas de órgãos externos, como Conselho Tutelar,…
Fluxos e procedimentos
Temas mais tratados nas reuniões de equipe para discussão da situação dos/as
de atendimento (Encontros destinados
atendimento como serviços de saúde mental, educação etc.)
a discussão dos protocolos de atendimento individual e em grupo,
73 54,48% 132 52,17%
adolescentes
Fluxos e procedimentos em cumprimento
de atendimento de medida socioeducativa443em
(Encontros… 525,4meio
12,99%
,74%8% aberto
Prestação de contas (Discussão sobre gastos realizados pelos profissionais do equipamento, como materiais para atividades, vale transporte etc).
Encaminhamento para a rede de ensino, situação e acompanhamento da permanência na escola 32,09%
0
73
0,00%
28,85%
Prestação
Não sabe informar
de contas (Discussão sobre gastos realizados… 0,20,09%9%
Prefere não responder
5
0
3,73%
0,00%
6
1
2,37%
0,40%
minhamentos para aOutras.
redeQuais?
de atendimento como serviços de saúde mental, educação etc.)
Encaminhamento para a rede de ensino, situação e…
Total 283,825,0%9% 22
134
16,42% 46
253
18,18%
Prefere
Prefere não responder
não responder 0,38% 0,040%
0,00%
Outras. Quais?
Não sabe informar 2,29% 1168,4,128%%
4,08%
Encaminhamento para a rede de ensino, situação e 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
26,72%
acompanhamento da permanência na escola 29,25%
Equipe
Prestação de contas (Discussão sobre gastos realizados pelosTécnica
0,00%
CREAS Coordenador CREAS
profissionais do equipamento, como materiais para… 2,04%
Fluxos e procedimentos de atendimento (Encontros 40,46% EQUIPE TÉCNICA CREAS
destinados a discussão dos protocolos de atendimento… 40,82%
Comderelação
Demandas aoscomo
órgãos externos, temas
Conselhomais
Tutelar, tratados
5,73%nas reuniões das equipes de São Paulo, cabe
COORDENAÇÃO CREAS
uais dos(as) adolescentesConselhos
em cumprimento
de direitos,de LA e/ouPúblico,
Ministério PSC) Judiciário etc. 8,16%
ressaltar que os encontros aqui considerados, tratam-se dos encontros realizados entre a equipe
nterdisciplinar, redes de atendimento etc) Organização de atividades e eventos 8,78%
do serviço e os/as representantes do CREAS, 2,72% chamados de encontros de supervisão. Dessa
des cotidianas do forma,
equipamento, tais como
Questõesaoperacionais
equipee de transporte,
técnica telefone,
que internet,
executa impressora etc)
tipo de e acompanha
infraestrutura (Qualquer 12,98% os/as adolescentes em cumprimento de
encontro periódico destinado a discussão dos aspectos… 20,41%
medidas socioeducativas em meio aberto possui a supervisão dos/das profissionais diretamente
Supervisão institucional (Qualquer tipo de encontro periódico 13,74%
vinculados
destinado aaos CREAS
discussões das
referentes regiões onde os serviços
ao equipamento,… 14,97%estão localizados.
Discussão
minhamentos para a rede de casos (Qualquer
de atendimento tipo de encontro
como serviços de saúdeperiódico
mental, educação, etc.) 53,05%
destinado a discussão dos grupos de adolescentes ou dos… 62,59%
orte etc).
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
93
No Distrito Federal, mesmo diante das peculiaridades observadas, as reuniões realizadas
PESQUISA MEIO ABERTO
contam com a participação da equipe técnica e da coordenação dos serviços, tendo como
principais temas tratados:
Temas mais tratados nas reuniões de equipe
0,00%
Prefere não responder
0,00%
0,72%
Não sabe informar
0,00%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
7.6 Construção
7.6. CONSTRUÇÃOdo Plano
DOIndividual
PLANO de Atendimento - PIANesta seção referente ao PIA, serão abor-
INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO - PIA dados aspectos relacionados ao modelo utilizado
De acordo com as Orientações Técnicas pelos produzidas pelapara
serviços Secretaria Nacional de
sua elaboração, critérios
Assistência Social, “o PIA é um instrumento
De acordo com as Orientações Técnicas de planejamento
para a suaque deve ser
elaboração, pactuado
inclusão deentre o/ae sobre
metas
técnico/a e o/apela
produzidas adolescente envolvendo
Secretaria a sua de
Nacional famíliaa e participação
as demais políticas
dos/assetoriais, conforme
adolescentes, dos/das
os objetivos Social,
Assistência e as metas
“o PIAconsensuadas na sua elaboração”
é um instrumento (SNAS,
profissionais e de 2016, p.59), enadeve
suas famílias ser
construção do
utilizado como instrumento para a execução e acompanhamento
Plano. das medidas socioeducativas.
de planejamento que deve ser pactuado entre
Ainda de acordo com a resolução do CONANDA sobre o SINASE (2006), a elaboração do PIA
o/a técnico/a e o/a adolescente envolvendo
deve levar em consideração as dimensões: jurídica, de saúde, psicológica, social e pedagógica17.
a sua família e as demais políticas setoriais,
conforme os objetivos e as metas consensuadas 7.6.1. MODELO OFICIAL DO PIA
na
17 sua elaboração” (SNAS, 2016, p.59), e deve
A elaboração do PIA se inicia na acolhida do/a adolescente no programa de atendimento e o requisito básico para sua
ser utilizado
elaboração como instrumento
se configura pela realizaçãopara a execução
do diagnóstico e
polidimensional O Plano
por meio dedeintervenções
Atendimento Individual
técnicas junto ao (PIA)
pode
adolescente e sua família, nas áreas: a) Jurídica: situação processual
acompanhamento das medidas socioeducativas. eser considerado
providências um
necessárias; dos principais
b) Saúde: física einstru-
mental proposta; c) Psicológica: (afetivo•sexual) dificuldades, necessidades, potencialidades, avanços e retrocessos; d)
Ainda de acordo com a resolução do CONANDA mentos de registro aplicados na
Social: relações sociais, familiares e comunitárias, aspectos dificultadores e facilitadores da inclusão social;
execução de
necessidades,
sobre o SINASEavanços e retrocessos;
(2006), e) Pedagógica:
a elaboração Medidas Socioeducativas
do PIA estabelecem•se metas relativas em à: Meio Aberto, uma
escolarização,
profissionalização, cultura, lazer e esporte, oficinas e autocuidado. Enfoca os interesses, potencialidades, dificuldades,
deve levar em consideração as dimensões: jurí- vez, que por meio deste, são definidos os objetivos
dica, de saúde, psicológica, social e pedagógica . 17 e metas a serem cumpridas pelos/as adolescen-
tes durante o processo de cumprimento da MSE,
17
A elaboração do PIA se inicia na acolhida do/a adolescen-
te no programa de atendimento e o requisito básico para sua tencialidades, avanços e retrocessos; d) Social: relações sociais,
elaboração se configura pela realização do diagnóstico polidi- familiares e comunitárias, aspectos dificultadores e facilitado-
mensional por meio de intervenções técnicas junto ao adoles- res da inclusão social; necessidades, avanços e retrocessos; e)
cente e sua família, nas áreas: a) Jurídica: situação processual Pedagógica: estabelecem-se metas relativas à: escolarização,
e providências necessárias; b) Saúde: física e mental proposta; profissionalização, cultura, lazer e esporte, oficinas e autocui-
c) Psicológica: (afetivo-sexual) dificuldades, necessidades, po- dado. Enfoca os interesses, potencialidades, dificuldades,
94
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
15,29%
Outro 15,73%
16,72%
0,00%
Prefere não responder 0,48%
0,35%
19,11%
Não sabe informar 33,55%
21,60%
GESTOR/A MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Todos os profissionais da equipe técnica do 33,12%
18,94% EQUIPE TÉCNICA CREAS
equipamento 23,00%
1,91%
Consultoria externa 0,32%
0,35%
Demais órgãos que participaram, com maior frequência, da elaboração do modelo do PIA
8,52%
20,98%
17,32%
Outro 0,97%
0,45%
15,75%
Não sabe informar 23,11%
23,21%
9,45%
Não se aplica 14,60%
0,00%
1,57%
Defensor Público 2,43%
3,57%
7,09%
Promotor(a) de justiça 5,84%
6,25%
5,51%
Juiz(a) de Direito 8,52% GESTOR/A MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
10,27%
4,72% EQUIPE TÉCNICA CREAS
Adolescentes 1,95%
0,89% COORDENAÇÃO CREAS
3,15%
Familiares de adolescentes 1,46%
3,57%
34,65%
Profissionais da equipe técnica do equipamento 34,79%
37,05%
0,00%
Consulta pública 0,49%
0,45%
Conselho Municipal ou Estadual de Direitos da Criança e do 5,51%
1,22%
Adolescente 3,13%
22,05%
Coordenação do equipamento 17,52%
18,30%
35,43%
Secretaria responsável pela Política de Assistência Social 11,68%
16,07%
95
PESQUISA MEIO ABERTO
96
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
de projetos de vida que impeçam a reprodução mais abordado na elaboração do PIA faz referên-
dos ciclos de violência vivenciados e/ou cometi- cia aos resultados obtidos pelos/as profissionais a
dos. No entanto, entende-se que para afastá-lo/a partir da avaliação interdisciplinar (diagnósticos,
do que o/a conecta ao ato infracional, conside- estudos sociais, relatórios e pareceres emiti-
ra-se importante compreender uma série de dos). Isso demonstra que uma significativa
fatores complexos que envolvem a situação de parcela das equipes técnicas se ocupa em reali-
cada adolescente. Para refletir sobre a dimensão zar uma leitura psicossocial acerca do contexto
exploratória do PIA e sobre como as atividades de do/a adolescente e, consequentemente, fornecer
PSC são delimitadas, foi elaborado um conjunto acompanhamento adequado à realidade deste/a,
de perguntas específicas sobre os aspectos priori- seja a partir do planejamento das ações e ativi-
zados e os critérios adotados para construção das dades de acompanhamento a serem efetivadas
metas no Plano. e/ou considerando os aspectos mais relevantes,
Quando perguntados/as sobre os três evidenciados por meio dos estudos e diagnósti-
principais aspectos abordados durante a elabo- cos realizados, que sinalizam a necessidade de
ração do PIA, as atividades de reforço e incentivo um acompanhamento mais próximo.
à permanência escolar aparecem em primeiro No Distrito Federal, obtivemos percen-
lugar, correspondendo a 48,4% das respostas tuais, no tocante aos principais aspectos que
dos/das coordenadores/as e 46,3% das respos- direcionam as definições expressas no PIA,
tas dos/das profissionais das equipes técnicas. conformados de acordo com as respostas obti-
Em segundo lugar, apareceram como aspectos das a partir da abordagem dos três atores que
abordados na elaboração do PIA, as atividades acompanham os/as adolescentes no cumpri-
de integração e apoio à família do/a adoles- mento das Medidas Socioeducativas em Meio
cente, sendo tal aspecto citado por 46,1% dos/ Aberto, sendo tais atores compostos pela coorde-
das coordenadores/as e 43,5% dos/das profis- nação do serviço, a equipe técnica e a/o agente
sionais que compõem as equipes técnicas. O socioeducativo. Assim, quando questionados/
terceiro aspecto mais abordado durante a elabo- as sobre os três principais aspectos abordados
ração do PIA, segundo os/as coordenadores/as, durante a elaboração do PIA, obtivemos 52,94%
envolve as atividades voltadas para a integração de respondentes coordenadores/as dos servi-
social do/a adolescente (inclusão em atividades ços que afirmaram que a prioridade se assenta
culturais, esportivas/lazer, de aprendizagem e no provimento de atividades voltadas para a
profissionalização), o que representou 30,5% das integração social do/a adolescente, isto é, ações
respostas obtidas. Já para 32,6% dos/as profis- técnicas que busquem a inclusão do/a adoles-
sionais das equipes técnicas, o terceiro aspecto cente em atividades culturais, esportivas/lazer,
10,28%
97
aprendizagem e profissionalização, enquanto 16,18% dos/as integrantes da equipe técnica e
15% dos/as agentes socioeducativos indicaram o mesmo quesito. Cabe destacar que os dois
PESQUISA MEIO ABERTO
29,41%
Outros 11,56%
2,50%
0,00%
Prefere não responder 0,00%
0,00%
5,88%
Não sabe informar 0,00%
0,00%
Atividades de integração e apoio à família do 23,53%
12,72%
adolescente 12,50%
Orientações para a adoção de novas condutas 23,53%
2,31%
(mudança de comportamento e de vestimenta etc.) 2,50%
Salientamos,
Principaisdessa forma,
aspectos considerando
abordados os quesitos
durante que tiveram
a elaboração do PIA:maiores índices de
São Paulo
respostas, apesar de observarmos a fragmentação entre estas, que os percentuais obtidos no
DF indicam em primeiro lugar: atividades voltadas para a integração social do/a adolescente,
correspondendo a 52,94% das Outro respostas dos/as coordenadores/as, 16,18% dos/as 25,74%
componentes das equipes técnicas e 15% dos/as agentes socioeducativos/as; em segundo
Prefereque
lugar: atividades laborativas, não incluem
responderatividades
0,00% profissionalizantes, atribuídas a 41,18% das
respostas dos/as coordenadores/as, 16,18%
Não sabe informar dos/as integrantes das equipes técnicas e 22,5%
0,00%
dos/as agentes socioeducativos/as; e em terceiro lugar: atividades de reforço e incentivo à
permanência naintegração
Atividades de escola, ecaracterizando 41,18% dos/as respondentes
apoio à família do… coordenadores/as dos
13,24%
serviços da localidade, 15,61% dos/as componentes da equipe técnica e 22,5% dos/as
Orientações para
respondentes a adoção
agentes de novas condutas… deflagrando
socioeducativos/as; 3,68% aspectos com níveis de prioridades
diferentes dos apresentados anteriormente, correspondentes aos demais Estados.
Atividades de reforço e incentivo à permanência… 20,59%
Outra 16,59%
25,62%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Critérios para definição das atividades para cumprimento da PSC - Distrito Federal
– PSC, no Distrito Federal, obtivemos em primeiro lugar, caracterizando, 20,93% dos/as
profissionais que compõem as equipes técnicas e 24,32% dos/as agentes socioeducativos:
Outra
“Interesses e preferências dos adolescentes”, enquanto para 42,11% dos/as coordenadores/as
3,10%
respondentes consideraram como o critério em primeiro8,11% lugar “Aproveitamento da rede de
Outra 42,11%
parceiros existentes no município”. Nesse quesito, tivemos 9,30% a frequência de 16,28% de
respondentes correspondentes 0,00% e 8,11% de respondentes agentes
Prefereàs
não equipes
responder técnicas
0,00%
0,00% utilizado para definição das atividades a
socioeducativos/as informando ser este o critério mais
0,00%
serem desenvolvidas pelos/as adolescentes em
Não sabe informar cumprimento
0,00% de PSC.
3,88%
2,70%
Compatibilidade
Ocupação doentre o nível
tempo/ de escolaridade
Incentivo do adolescente e a
a não ociosidade 5,26%
atividade a ser desenvolvida 1,55% 20 15,50% 5 26,32% 3 8,11%
Aceitação dodaadolescente
Aproveitamento pela existentes
rede de parceiros equipamento ou
na região
2,70% 21 15,79%
16,28% 8 42,11% 3 8,11%
Aproveitamento da rede deempresa
parceiros e atividades existentes no 2,33%
território onde reside 2,70% 13 10,08% 5 26,32% 5 13,51%
Impacto laboral
Experiência social da atividade
prévia ser desenvolvida 0,00%
a seradesenvolvida
na atividade
0,78% 4 3,10% 0 0,00% 2 5,41%
Similaridade com a atividade
Interesses de trabalho
e preferências familiares ou pelos 2,70%
dosdesempenhada
familiares ou responsáveis 0,00% 1 0,78% 0 0,00% 1 2,70%
responsáveis 1,55%
Potencial para desenvolvimento acadêmico 1 0,78% 24,32%
0 0,00% 2 5,41%
Interesses e preferências dos adolescentes 26,32%
Incentivo ao esporte e à cultura 6 20,93% 1
4,65% 5,26% 1 2,70%
0,00%
Contribuição
Incentivo para maior respeito a autoridades
à religiosidade 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00%
1,55%
Potencial para profissionalização 2,70% 3 2,33% 0 0,00% 3 8,11%
Contribuição para uma maior disciplina do adolescente 0,00%
Contribuição para o engajamento político e desenvolvimento crítico
0,78% 1 0,78% 0 0,00% 0 0,00%
Contribuição
Contribuição para uma para
maiorodisciplina
engajamento político e
do adolescente 0,00% 1 0,78% 0 0,00% 1 2,70%
0,00%
desenvolvimento crítico
Contribuição para maior respeito a autoridades 0,78% 2 1,55% 0 0,00% 0 0,00%
8,11%
Potencial
Interesses e preferências para profissionalização
dos adolescentes 0,00% 27 20,93% 5 26,32% 9 24,32%
2,33%
Interesses e preferências dos familiares ou responsáveis 0,00% 2 1,55% 0 0,00% 1 2,70%
Incentivo à religiosidade 0,00%
Impacto social da atividade a ser desenvolvida 0,00% 1 0,78% 0 0,00% 1 2,70%
2,70%
Aceitação do adolescente pela equipamento
Incentivo ao esporte ou
e àempresa
cultura 5,26% 3 2,33% 3 15,79% 1 2,70%
4,65%
Ocupação do tempo/ Incentivo a não ociosidade 5,41% 2 1,55% 1 5,26% 1 2,70%
Potencial para desenvolvimento acadêmico 0,00%
Não sabe informar 0,78% 5 3,88% 0 0,00% 0 0,00%
Prefere Similaridade
não respondercom a atividade de trabalho 2,70% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00%
0,00%
desempenhada pelos familiares ou responsáveis 0,78%
Outra 12 9,30% 8 42,11% 3 8,11%
Experiência laboral prévia na atividade a ser 5,41%
Other 0,00% 4 3,10%
desenvolvida 3,10%
COOR AGE
Aproveitamento da rede de parceiros e atividades 13,51%
DENA
26,32% NTE
existentes no território onde reside 10,08%
EQUIPE ÇÃO S
Aproveitamento da rede de parceiros existentes na 8,11%
42,11%
região 16,28%
Compatibilidade entre o nível de escolaridade do 8,11%
26,32%
adolescente e a atividade a ser desenvolvida 15,50%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
pelos demais estados. No DF, 88,06% dos/as Já sobre os três critérios mais utilizados
profissionais que compõem a equipe técnica para a escolha das atividades a serem desenvol-
afirmaram que incluem no Plano Individual de vidas pelos/as adolescentes em cumprimento
Atendimento medidas específicas de inserção e de Prestação de Serviço à Comunidade - PSC,
permanência do/a adolescente na rede de ensino 50,1% dos/as coordenadores/as e 46,4% dos/as
formal, enquanto 8,96% disseram que não e profissionais das equipes técnicas mencionaram
2,99% não souberam responder. No estado de com maior frequência “os interesses e preferên-
São Paulo, 94,44% dos/as integrantes das equi- cias dos/as adolescentes”. Em segundo lugar
pes técnicas do estado afirmaram incluir no PIA apareceu com maior frequência o critério de
medidas específicas de inserção e permanência “aproveitamento da rede de parceiros e ativida-
do adolescente na rede de ensino formal e 5,56% des existentes no território onde o/a adolescente
dos/as profissionais afirmaram não incluir tais reside”, sendo este correspondente a cerca de
medidas. 31% das respostas dos/as coordenadores/as e
Quando perguntados/as se incluem quase 30% das respostas dos/as profissionais
parceirosespecíficas
medidas e atividadesde existentes
atenção à no território
saúde quereside”.
do/a onde compõem a equipe técnica.
Observamos, dessaEmforma,
terceiro lugar
grande
preocupação,
adolescente por parte
no Plano de todas
Individual as equipes, em
de Atendimento, foi buscar,
evidenciadonos oterritórios
critério dede “compatibilidade
moradia dos/as
adolescentes,
85,04% atividades para
dos/as profissionais o cumprimento
das equipes técnicas das medidas
entre o nívelsocioeducativas
de escolaridade de Prestação
do/a adoles- de
Serviços à comunidade, considerando, como de centefato
e aprevê a medida,
atividade a ser a inserção sendo
desenvolvida”, deste
afirmaram que sim, 5,98% informaram que não,
adolescente em prestação de serviço em sua própria comunidade,
tal critério mas sobretudo,
mencionado ao quecoor-
por 26,3% dos/as tudo
6,30% não souberam responder e 2,68% preferi-
indica, uma verdadeira condição para a adesão do/a adolescente
denadores/as e à medida
25,2% dos/asem meio aberto
profissionais dase
ram não responder. No Distrito Federal, 86,57%
efetiva condição de cumprimento, haja vista que aequipesproximidade ao local de prestação do serviço
técnicas.
dos/as profissionais das equipes técnicas afirma-
favorecerá a participação do/a adolescente, enquanto à distância poderá corresponder a um
ram que incluem
obstáculo medidas
significativo jáespecíficas dos serviços Já
de atenção
que a maioria nãonopossui
estadodisponível
de São Paulo,
recursosobre
para os
o
àprovimento
saúde do/adoadolescente no PIA,
deslocamento 11,94%
do/a afirma- emtrês
adolescente critérios mais
cumprimento utilizados
de medida para a escolha
socioeducativa até o
ram
localnão incluir e 1,49%da
de cumprimento dos/as
PSC.profissionais não das atividades a serem desenvolvidas pelos/as
souberam informar. adolescentes em cumprimento de Prestação de
Critérios para definição das atividades para cumprimento da PSC - São Paulo
Compatibilidade entre o nível de escolaridade do adolescente e a
atividade a ser desenvolvida Outra 23,58% 5 4,72%
Aproveitamento da rede de parceiros existentes no município 5 4,72%
Prefere não responder
Aproveitamento da rede de parceiros e atividades existentes no
território onde reside Não sabe informar 13 12,26%
Experiência laboral prévia na atividade a ser desenvolvida 0 0,00%
Ocupação do tempo/ Incentivo a não ociosidade
Similaridade com a atividade de trabalho desempenhada pelos
familiares ou responsáveis
Aceitação do adolescente pela organização ou… 11,32% 0 0,00%
Potencial para desenvolvimento acadêmico 0 0,00%
Impacto social da atividade a ser desenvolvida
Incentivo ao esporte e à cultura 1 0,94%
Interesses e preferências dos familiares ou…
Incentivo à religiosidade 0 0,00%
Interesses e preferências dos adolescentes 39,62%
Potencial para profissionalização 1 0,94%
Contribuição para
Contribuição paramaior respeito político
o engajamento a autoridades
e desenvolvimento
crítico 1 0,94%
Contribuição para uma maior disciplina do…
Contribuição para uma maior disciplina do adolescente 0 0,00%
Contribuição para o engajamento político e…
Contribuição para maior respeito a autoridades 0 0,00%
Potencial para
Interesses e preferências profissionalização
dos adolescentes 42 39,62%
Incentivo
Interesses e preferências à religiosidade
dos familiares ou responsáveis 0 0,00%
Impacto socialIncentivo aoaesporte
da atividade e à cultura
ser desenvolvida 1 0,94%
Aceitação
Potencialdopara
adolescente pela organização
desenvolvimento ou empresa
acadêmico 12 11,32%
Ocupação do tempo/ Incentivo a não ociosidade 0 0,00%
Similaridade com a atividade de trabalho…
Não sabe informar 0 0,00%
Experiência laboral prévia na atividade a ser…
Prefere não responder 0 0,00%
Aproveitamento da rede de parceiros e…
Outra 25 23,58%
Aproveitamento da rede de parceiros existentes…
Compatibilidade entre o nível de escolaridade do…
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
101
7.6.3. Participação do/a adolescente
PESQUISA MEIO ABERTO
102
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
do/a adolescente em cumprimento de Medida família acerca das metas do PIA, cerca de 51%
Socioeducativa em Meio Aberto. da coordenação e quase 49% dos/das profis-
Em São Paulo, 100% dos/as integrantes sionais das equipes técnicas afirmaram que
da equipe técnica afirmaram que o/a adolescente raramente fazem essas intervenções. Isso pode
participa do processo de construção das metas indicar uma relação hierárquica entre os equi-
do Plano Individual de Atendimento, sendo de pamentos da política de Assistência Social com
conhecimento daquele/a as consequências por relação ao Sistema de Justiça, na medida em
seu descumprimento. Contudo, 87,04% dos/as que a decisão judicial é pouco ou nada interpe-
respondentes das equipes técnicas de São Paulo lada por aqueles que acompanham a execução da
afirmaram que são realizadas alterações das medida socioeducativa em meio aberto, levando
metas estabelecidas no PIA em razão de questio- em consideração a perspectiva dos/as adolescen-
namentos do/a adolescente, sendo que 12,96% tes e de suas famílias, mesmo estes tendo mais
deste quantitativo informou não fazer modifica- elementos para avaliar de fato a situação do/a
ções diante de tal situação. adolescente.
S DE RESPOSTA) Já com relação à frequência com que Considera-se importante que haja de fato
a equipe técnica propõe a substituição ou a a participação ativa dos/as adolescentes em seu
suspensão de medida socioeducativa devido processo socioeducativo, em todas as etapas do
a questionamentos do/a adolescente e de sua ciclo desta política: desde a elaboração até a
0,30%
Prefere não responder
0,00%
2,58%
Não sabe informar
2,93%
EQUIPE TÉCNICA CREAS
94,85%
Sim
93,81%
0,00%10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00%
0,96%
Prefere não responder
0,35%
4,31%
Não sabe informar
5,56%
EQUIPE TÉCNICA CREAS
COORDENAÇÃO CREAS
16,77%
Não
13,89%
77,96%
Sim
80,21%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00%
103
PESQUISA MEIO ABERTO
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00%
93,33%
Sim
Frequência com que a equipe técnica propõe a substituição ou a 96,67%
suspensão de medida socioeducativa devido a questionamentos do
adolescente e de sua família acerca das metas do PIA
0,00% 20,00% 40,00%Federal
Distrito 60,00% 80,00% 100,00% 120,00%
Nunca 26,32%
26,32%
COORDENAÇÃO DF
Raramente 36,84%
36,84% EQUIPE TÉCNICA DF
Frequentemente 15,79%
15,79%
Sempre 21,05%
21,05%
104
mília acerca das metas do PIA? (LER AS OPÇÕES DE RESPOSTA)
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Nunca 3,77%
11,11%
COORDENAÇÃO OSC SP
Raramente 54,72%
53,70% EQUIPE TÉCNICA OSC SP
Frequentemente 20,75%
9,26%
Sempre 15,09%
14,81%
avaliação. Entretanto, é possível perceber uma Socioeducativa em Meio Aberto. Por este motivo,
dificuldade de retirá-los da posição de tutela e obtivemos na alternativa “Sempre”, nas 15,09%
objeto de uma atuação. Isso pode ser observado respostas correspondentes às coordenações e
quando os/as profissionais afirmam que consi- 14,81% correspondentes às equipes técnicas.
deram a opinião dos/as adolescentes, contendo Em contrapartida, observa-se um alto indicativo
uma afirmação categórica de que há a partici- de “raramente” como alternativa apontada pela
pação do/a adolescente na construção do PIA equipe técnica e coordenação, representando
(95%), entretanto, quando o/a adolescente diz 53,70% e 54,72%, respectivamente, quando nos
sobre algum questionamento acerca das metas, referimos à frequência de proposições reme-
cai para 80% a menção de que existe modificação tidas ao Poder Judiciário para substituição ou
de acordo com a fala do/a adolescente. suspensão da Medida Socioeducativa a partir
Com relação ao cenário de proposição de de questionamentos do/a adolescente e de sua
substituição ou suspensão da medida socioeduca- família.
tiva no contexto do Distrito Federal, observamos Tal fato pode denotar não só a hierarquia,
o percentual preponderante de respondentes anteriormente mencionada, em que a deter-
que indicaram a alternativa “raramente”, sendo minação do Sistema de Justiça dificilmente é
estes, 36,84% correspondentes aos coordenado- contestada pela equipe técnica dos serviços, como
res/as e 43,28% dos/as integrantes das equipes também aponta para a submissão das famílias e
técnicas. Contudo, observamos um percentual dos adolescentes ao poder punitivo imposto pelo
expressivo de coordenadores/as que informaram Estado e pelos serviços por este executado.
que “Sempre” solicitam a substituição ou suspen-
são da MSE, correspondendo a 21,05% e 10,45%
dos/as componentes das equipes técnicas, o que 7.6.4. PARTICIPAÇÃO DAS FAMÍLIAS
significa o dobro da frequência de respostas obti-
das no contexto nacional para esta alternativa, Por meio do PIA são analisados, entre
pelas equipes técnicas, e quase sete vezes mais outros fatores, o histórico de vida dos/as adoles-
quando nos referimos ao comparativo entre as centes, as situações de vulnerabilidade em que
respostas das coordenações. podem estar envolvidos/as, a condição escolar,
Em São Paulo, o cenário se mostra seme- a relação familiar e suas aptidões e interesses.
lhante ao do Distrito Federal, com recorrência Considerando que os temas em questão são
de respostas que apontam para a maior abertura extremamente complexos, temos como rele-
para a solicitação de substituição ou substitui- vante a contribuição de outras visões acerca do/a
ção da MSE a partir de pedido realizado pela adolescente, como, por exemplo, aquela prove-
equipe técnica do serviço de proteção social niente da família, já que, em muitos casos, são
ao/à adolescente em cumprimento de Medida os membros que compõem o grupo familiar do/a
adolescente que poderão contribuir no processo
105
lia acerca das metas do
PESQUISA PIA?
MEIO (LER AS OPÇÕES DE RESPOSTA)
ABERTO
0,47%
Prefere não responder 0,35%
2,83%
Não sabe informar 2,12%
2,99%
Não 3,18%
93,70%
Sim 94,35%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00%
106
No contexto do Estado de São Paulo, foi observada a mesma tendência dos
demais serviços do Brasil, em que um alto percentual de respondentes apontou para a
a uma diretriz de suma importância para o processo pedagógico do atendimento socioeducativo
0,00%
PrefereSim previsto
não responder
57 85,07%no SINASE e, suspeitamos
Sim que,
15 de78,95%
suma relevância para a compreensão e adesão
do/a 0,00%
adolescente e da família ao processo socioeducativo.
Não 10 14,93% Não Parte I: Panorama
4 da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
21,05%
Não 0 0,00% Não 0 0,00%
sabe 0,00% sabe
Não sabe informarParticipação da família dos/as adolescentes no processo de elaboração do PIA - DF
informar 0,00% informar
Prefere 0 0,00% Prefere 0 0,00% Coordenação DF
não não
responder 0,00% 21,05%
responder Equipe Técnica DF
PrefereSimNão
não responder
57 85,07%
0,00%14,93% Sim 15 78,95%
Equipe
Não 10 14,93%
Coordenação
Não 4 21,05%
NãoTécnica DF
0 0,00% Não DF 0
0,00%
sabe 0,00% sabe 78,95%
Não sabeSiminformar
informar 0,00% informar 85,07%
Prefere 0 0,00% Prefere 0 0,00% Coordenação DF
não não
responder 0,00% 21,05% Equipe Técnica DF
Não10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00%
responder
14,93%
Equipe Coordenação
Técnica DF DF
Quando 78,95%
Sim perguntados sobre possíveis modificações nas metas do PIA em razão de
85,07%
questionamentos da família, 75,6% dos/das coordenadores/as e quase 77% dos/das
profissionais das 0,00%
equipes
10,00%técnicas afirmaram
20,00% 30,00% que60,00%
40,00% 50,00% há alteração no90,00%
70,00% 80,00% instrumental quando da
consideração dos familiares dos/as adolescentes.
Participação da família dos/as adolescentes no processo de elaboração do PIA - SP
Quando perguntados sobre possíveis modificações nas metas do PIA em razão de
questionamentos da família, 75,6% dos/das coordenadores/as e quase 77% dos/das
1,18% técnicas afirmaram que há alteração no instrumental quando da
profissionais das equipes
nãoSão realizadas
Prefereconsideração
responder modificações
dos familiares
0,00%
em razão de questionamentos da família acerca
dos/as adolescentes.
das metas do PIA?
Coordenador
4,71% CREAS Equipe Técnica CREAS
1,18%
Não sabe informar
SimnãoSão
Prefere realizadas7,49%
responder modificações em202
0,00%
razão de questionamentos
75,66% 457da família acerca
76,81%
das metas do PIA?
Não 45 16,85% 103 17,31%
Coordenador
Não sabe informar 4,71% 17,31% 20CREAS 7,49% 28
Equipe Técnica4,71%
CREAS
Prefere Não
Não sabe informar
não responder 16,85%
7,49% 0 0,00% 7 1,18%
Sim 202 75,66% 457 76,81%
Total Não 26745 16,85% 595
103 17,31%
Não sabe informar 17,31% 20 7,49% 28 4,71%76,81%
PrefereNão
Sim não responder 16,85% 0 0,00% 7 1,18%
75,66%
Total 267 595
76,81%
0Sim 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
75,66%
Sim 93,33%
89,47%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00%
coordenadores/asAdos serviços
partir e 14,93%
dos dados observamos
dos/asobservamos
apresentados que comquerelação
essas amesmas equipes são as
família dos/as
componentes das equipes
adolescentes, técnicassobre
as respostas que sua
informa- que
participação mais afirmam
seguem o mesmo realizar alteraçõesnos
padrão observado nos casos de
ram que as famílias
dados obtidosnão participam
na análise sobre do processo dos/as
a participação solicitação por no
adolescentes parte das famílias
processo dos/as adoles-
de elaboração
acima mencionado.
do PIA. Desta Tal percentual
maneira, é motivo
conforme previsto centes.
no SINASE Assim,
(2006), 93,33% ativa
a participação dos/das coordenadores/
da família e
de preocupação,
comunidadehaja vista
deve ser o maior
ser incentivada, como dentre as e 89,47%
dito anteriormente, dos/as
através integrantes
de atividades das equipes técni-
que fortaleçam
as equipes técnicasentre
os vínculos do estes
país,atores
aléme os/as
de apontar
adolescentes,casuma
dosvez
serviços desta localidade
que o exercício afirmaram que
de sua cidadania
para a desconsideração
se dá plenamenteaapenas
uma diretriz de ligado
quando está suma à sua são realizadas
família modificações
e comunidade. em razão
Como ressaltado no de ques-
importância para o processo
documento pedagógico
de referência, deve-se terdoaaten- tionamentos
preocupação ou contribuições
em propor atividades das famílias
que se adequem à dos/
dimento realidade
socioeducativo previsto no SINASE as adolescentes acompanhados/as
familiar e comunitária do/a adolescente, a partir de uma articulação constante entre a acerca das
e, suspeitamos
unidade que, de sumae orelevância
de atendimento programa depara metas
atendimento do PIA.
proposto, bem10,53%
como ados/as
realidadecomponentes
e reais que
a compreensão e adesão
necessidades do/a adolescente
do/a adolescente, compõem
e da da família
as condições a equipe
e de sua técnica informaram que não
comunidade.
família ao processo socioeducativo. são realizadas as modificações a partir da situa-
7.6.5. Participação
Quando perguntados de outros
sobreatores envolvidos ção
possíveis em tela. socioeducativo
no atendimento
modificações nas metas do PIA em razão de A partir dos dados apresentados obser-
questionamentosO da atendimento
família,de 75,6%
adolescentes acusados/as
dos/das vamos da prática
que decomato infracional
relação seaclassifica
família dos/as
como uma tarefa
coordenadores/as complexa
e quase e para cumpri-la
77% dos/das profis-com adolescentes,
êxito, de acordo ascomrespostas
a Lei nº 8.069 (ECA),
sobre sua partici-
considera-se
sionais das equipes atécnicas
intersetorialidade
afirmaram intrínseca
que aháessa pação
atuação.seguem
Isto é, cabe uma articulação
o mesmo padrãonão só
observado nos
alteraçãoaos
no serviços da assistência
instrumental quando social, mas também aos
da considera- atoresobtidos
dados que compõem o Sistema
na análise de Justiça
sobre a participação
e demais políticas
ção dos familiares dos/aspúblicas envolvidas no atendimento
adolescentes. ao/à adolescente.
dos/as adolescentes no processo de elaboração
Nesse momento, contudo,
Com relação ao contexto observado no foi perguntado do PIA.
aos/às Desta maneira,
profissionais conforme
das equipes previsto no
técnicas,
especificamente, acerca da participação
Estado de São Paulo, foi observado que mais de de algumSINASE (2006),
representante do a participação
Sistema de ativa
Justiça no da famí-
¼ dos/asprocesso de complementação,
respondentes que compõem avaliação lia ealterações
ou de outras
as equi- comunidade do PIA.deve serdaincentivada,
A partir questão, como
os/as(29,41%)
pes técnicas respondentes afirmaram,que
informaram de forma
não são dito representando
majoritária, anteriormente, através
66,46% das de atividades que
respostas
realizadasobtidas, que não contam
modificações com a participação
em razão de questio- fortaleçam
do Sistema os no
de Justiça vínculos
processoentre estes atores e os/
de elaboração,
avaliação, complementação e encaminhamentos
namentos realizados pelos/as familiares dos/as as adolescentes,
atinentes ao PIA. uma vez que o exercício de sua
adolescentes acerca das metas do PIA e 66,67% cidadania se dá plenamente apenas quando
dos/as respondentes afirmaram que são realiza- está ligado à sua família e comunidade. Como
das alterações no caso em tela. ressaltado no documento de referência, deve-
-se ter a preocupação em propor atividades que
No Distrito Federal, apesar da variável
se adequem à realidade familiar e comunitária
anterior ter apontado que as equipes técnicas
do/a adolescente, a partir de uma articulação
desta unidade da federação eram as que menos
constante entre a unidade de atendimento e o
haviam apontado a participação das famílias
programa de atendimento proposto, bem como a
no processo de elaboração das metas e encami-
realidade e reais necessidades do/a adolescente,
nhamentos do Plano Individual de Atendimento
as condições da família e de sua comunidade.
– PIA do/a adolescente em cumprimento
de Medida Socioeducativa em Meio Aberto,
108
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Participação
Algum de representante
representante do de
do Sistema Sistema departicipa
Justiça Justiça nodoprocesso
processode
complementação do PIA - Dados Média Equipe Nacional (CREAS)
de Quando
complementação,
observamos avaliação ou deobtidos
os dados outras alterações
por meio da no PIA?
coleta nas unidades
federativas doSimDistrito Federal e de São Paulo, podemos indicar164 uma25,83%
tendência semelhante no
Distrito Federal,
Não se comparado aos dados dos demais422 estados, haja vista que existe
66,46%
Prefere não responder 0,79%
predominância de sabe
Não respondentes
informar indicando a não participação44de representantes
6,93% do Sistema de
Justiça no processo de complementação, avaliação ou alterações no Plano Individual de
Prefere não responder
6,93%em cumprimento de medida 5 0,79%
Atendimento dos/as adolescentes
Não sabe informar socioeducativa no serviço da
Total
localidade. Observamos, portanto o percentual de 57,89% de 635coordenadores/as e 71,64% de
integrantes das equipes
Não técnicas que corroboraram com a afirmativa acima. Em contrapartida, foi
66,46%
observado que 42,11% dos/as coordenadores/as e 26,87% dos/as componentes das equipes
técnicas dos serviços do Distrito Federal indicaram que representantes do Sistema de Justiça
25,83%
Sim
participam do processo de complementação, avaliação e alterações do PIA.
109
0,00%
representantes do Sistema de Justiça no processo de complementação, avaliação ou de outras
alterações no PIA dos/as adolescentes em acompanhamento nos serviços de proteção a
adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto.
PESQUISA MEIO ABERTO
Sim 54,72%
44,44%
110
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
111
39,12%
Prefere1não
– diasresponder 9 1,42%
Total
PESQUISA MEIO ABERTO 0 0,05 0,1 634
0,15 0,2 0,25 100%
0,3 0,35 0,4 0,45
0,00%
Prefere não responder 0,00%
Prefere não responder
1,42%
0,00% 5,26%
Não sabe informar
Não sabe informar
2,99% 0,00%
0,00%
2,99%10,25%
Mais de 30 dias 7,46%5,26%7,46%
Mais de 30 dias 0,00%
9,31%
26 - 30 dias 10,53%
23,88%
23,88%
26 - 30 dias 37,04%
21 - 25 dias 7,26% 10,53% Coordenação
1,49% EQUIPE TÉCNICA D
1,49%
16 - 20 dias
21 - 25 dias 7,41% 15,79% Equipe técnica DF
1,58% 5,97% EQUIPE TÉCNICA S
EQUIPE TÉCNICA C
11 - 15 dias
16 - 20 dias
5,97%
14,93% 21,05%
14,81%
4,42%
6 - 10 dias 5,97% 10,53%
14,93%
11 - 15 dias 24,07%
1 - 5 dias 21,05%
20,19%
37,31%
6% 5,97%
6 - 10 dias 11,11%
1% 0,00% 5,00%
6,47% 10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%
7% 37,31%
1 - 5 dias 5,56%
1% 39,12%
1% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
%
0%
0%
Dessa forma, considerando que o PIA, entendimento dos processos e procedimentos,
0%
enquanto instrumento de suma relevância no faz-se tarefa fundamental para o seu fortaleci-
processo socioeducativo, prevê fomentar a equi- mento e aprimoramento. Por este motivo, nossos
dade e não a agudização das desigualdades entre esforços de pesquisa, aqui apresentados, demons-
os processos e estratégias de integração social e tram tais disparidades a fim de iniciarmos nossas
formas de atendimento ofertadas aos/às adoles- reflexões em torno dos pontos de divergência e
%
centes nos mais diversos serviços inseridos no dos pontos em comum e que podem garantir
7%
âmbito da política de atendimento socioeduca- uma construção metodologicamente sólida da
3%
tivo brasileiro, admite-se que compreender os Política de Atendimento Socioeducativo em Meio
7%
pontos em comum e os equidistantes da política Aberto no Brasil. Assim, observadas às especifi-
9%
de atendimento, em nível nacional, no tocante ao cidades locais, no tocante às formas de execução
8%
6%
112
9%
0%
7.6.5.2. Tempo para iniciar o cumprimento da medida socioeducativa em meio
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
aberto
da política de atendimento socioeducativo em ser até sete dias, 12,76% disseram que seria entre
Quando questionadas/os sobre o tempo aproximado que o/a adolescente aguarda para
Meio Aberto, pretendemos obter direcionamen- oito e 15 dias, 12,99% afirmaram ser entre 16 e
iniciar o cumprimento
tos comuns acerca do da medida
desenho de socioeducativa
estratégias de de 30LA
dias,após
2,99% a determinação judicial
entre 31 e 45 dias, 2,36%43,15%
entre 46
dos/das profissionais
fortalecimento das equipes
e qualificação dotécnicas afirmaram
atendimento serdias,
e 60 até 7 dias, afirmaram
7,09% 12,76% disseram
ser maisquede 60seria
dias
entre 8 e 15
prestado emdias,
todo 12,99%
o país. afirmaram ser entre 16 ee, 30 dias,
ainda, 2,99%
11,97% não entre 31 e 45
souberam dias, 2,36%
informar e outras
entre 46 e 60 dias, 7,09% afirmaram ser mais de 601,42% dias e, ainda, 11,97%
preferiram não soube informar e
não responder.
outras 1,42% preferiu
7.6.5.2. não responder.
Tempo para iniciar o cumprimentoQuando da medida socioeducativa
questionadas/os sobre oem meio
tempo
7.6.5.2. TEMPO PARA INICIAR aproximado que o/a adolescente aguarda para
aberto
O CUMPRIMENTO DA MEDIDA iniciar o cumprimento da Medida Socioeducativa
SOCIOEDUCATIVA EM MEIO ABERTO
Quando questionadas/os sobre o tempode PSC após que
aproximado a determinação judicial,
o/a adolescente 27,29%
aguarda para
iniciarQual
o cumprimento da medida socioeducativa dos/das
de LA profissionais
após a das equipesjudicial
determinação técnicas43,15%
afir-
o tempo
Quando aproximado que
questionadas/os sobreo adolescente
o tempo aguarda para iniciar o cumprimento
dos/das profissionais das equipes técnicas maram serser até sete dias, 20,19% disseramqueque
da medida
aproximado que socioeducativa
o/a adolescentedeaguarda
LA após aafirmaram
para determinação
seria entre
até
oio
7 dias,
judicial
e 15
12,76%
dias, 18,61%
disseram
entre 16 e 30
seria
dias,
entre
Prefere8não
e 15 dias, 12,99%
responder afirmaram ser entre 16 e 30 dias, 2,99% entre 31 e 45 dias, 2,36%
iniciar o cumprimento
Até 7 dias da 9% 274
Medida Socioeducativa 7,10% afirmaram ser entre 31 e 45 dias, 5,36%
entre
de LA 46 e 60
após a dias, 7,09% judicial,
determinação afirmaram ser mais
43,15% dos/ de entre
60 dias e, ainda, 11,97% não soube informar e
Não sabe8informar
Entre - 15 dias 116
76% 46 e 60 dias, 8,20% afirmaram ser mais de
18,27%
outras 1,42% preferiu não responder.
das profissionais das equipes técnicas afirmaram
Entre 1660– dias
Mais de 30 dias 81 12,76%
45%
Entre 31 - 45 dias 19 2,99%
Tempo decorrido
Entre 46 - 60 dias 15% entre determinação judicial da MSE/LA e início
Entre 46 - 60
dodias 15
cumprimento da Medida 2,36% adolescente
Socioeducativa pelo/a
Qual
Entre 31 -o45tempo
dias aproximado que o adolescente aguarda para iniciar o cumprimento
Mais de 60 dias 19% 45 7,09%
da medida socioeducativa de LA após a determinação judicial
Prefere
Entre
Não não
16 –responder
sabe30 informar
Até 7 dias
dias 9% 76 274
81% 11,97%
Prefere
Não sabe
Entre
Entre não
8 -8
15 responder
informar
-dias
15 dias 9 116
76% 116% 1,42%
18,27%
Total
Entre
Mais 16
de – dias
30 dias 63481 100%
12,76%
Até 760
dias 45% 274%
Entre 31 - 45 dias 19 2,99%
Entre 46 - 60 dias 15%
Entre 46 - 60 0% dias 50% 100%
15 150% 200%
2,36% 250% 300%
Entre 31 - 45 dias 19% 45
Mais de 60 dias 7,09%
Entre
Não16
Quando – questionadas/os
sabe30 informar
dias 7681% aproximado que11,97%
sobre o tempo o adolescente aguarda para
iniciar o cumprimento
Prefere
Entre 8 - não da medida socioeducativa
responder
15 dias 9 de PSC após a determinação
1,42% judicial, 27,29%
116%
dos/das profissionais
Total das equipes técnicas 634
afirmaram ser até 7 dias, 20,19% disseram que seria
100%
Até 7 dias
entre 8 e 15 dias, 18,61% entre 16 e 30 dias, 7,10% afirmaram ser entre 31 e 45 dias, 274% 5,36%
entre 46 e 60 dias, 8,20% 0%afirmaram ser mais de
50% 60 dias e,
100% ainda, 11,51%
150% 200% não soube
250% informar e
300%
outras 1,74% preferiu não responder.
Quando Tempo decorrido entre
questionadas/os sobre a 52determinação
o tempo aproximado judicial da que MSE/PSC e o início aguarda para
o adolescente
Ma
iniciar o cumprimento do cumprimento
da medida da medida socioeducativa
socioeducativa de PSC após pelo/a
8,20%
adolescente judicial, 27,29%
a determinação
is de 60 dias
dos/das profissionais das equipes técnicas 73 afirmaram ser até 7 dias, 20,19% disseram que seria
entre Não
8 sabe
e 15 dias, 18,61% entre
informar
1,74% 16 e 30 dias, 7,10% afirmaram 11,51%
ser entre 31 e 45 dias, 5,36%
Prefere não responder 11
entre Prefere
46 enão60 dias, 8,20% afirmaram ser mais de 60 dias e, ainda,
responder 1,74% 11,51% não soube informar e
634
outrasQual
Não1,74%
Total preferiu
sabeaproximado
o tempo informar não responder.
que o adolescente
11,51%
aguarda para iniciar o cumprimento da medida socioeducativa de 100%
PSC após a determinação judicial
60 dias e, ainda, 11,51% não souberam informar e tam as Medidas Socioeducativas em Meio Aberto
outras 1,74% preferiram não responder. nessas localidades costumam ofertar tanto PSC
Quando os dados das unidades federa- como LA, geralmente, no mesmo equipamento.
tivas de São Paulo e do Distrito Federal foram Dessa forma, trataremos dos dados obtidos nas
coletados, optou-se pela coleta agregada e não localidades de São Paulo e do Distrito Federal a
segmentada, como ocorrera em âmbito nacio- seguir, de forma separada dos dados apresenta-
nal. Assim, ao realizar a pergunta sobre o tempo dos anteriormente, em detrimento da diferença
aproximado que o/a adolescente aguarda para metodológica com a qual os dados, em questão,
eforam
PSC?”.trabalhados
A questão realizada paralocalidades.
nessas as coordenações do Distrito
iniciar o cumprimento da Medida Socioeducativa Federal foi: “Qual é o tempo aproximado entre a determina-
de LA e de PSC após a determinação judi- ção judicial e o início do cumprimento da vinculação do/da
cial, a mesma fora formulada e feita de forma adolescente à unidade?”. A questão realizada para as equipes
técnicas de São Paulo foi: “Qual é o tempo aproximado entre
conjunta19, haja vista que os serviços que ofer- a determinação judicial e o início do cumprimento da Medida
Socioeducativa de LA e PSC nesta organização?”. A questão re-
19
A questão realizada para as equipes técnicas do Distrito Fede- alizada para as coordenações de São Paulo foi: “Qual é o tempo
ral foi: “Qual é o tempo aproximado entre a determinação judi- aproximado entre a determinação judicial e o início do cumpri-
cial e o início do cumprimento da Medida Socioeducativa de LA mento da Medida Socioeducativa de LA e PSC?”.
114
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
2,99%
Prefere não responder 0,00%
0,91%
2,99%
Não sabe informar 0,00%
4,70%
1,49%
Semestral 0,00%
0,30%
1,49%
Trimestral 0,00% EQUIPE TÉCNICA DF
0,15%
EQUIPE TÉCNICA OSC SP
1,49%
Bimestral 0,00%
0,30% EQUIPE TÉCNICA CREAS
14,93%
Mensal 0,00%
22,46%
40,30%
Quinzenal 0,00%
33,84%
34,33%
Semanal 100,00%
37,33%
115
PESQUISA MEIO ABERTO
Periodicidade de atendimento -
Adolescente em cumprimento de L.A
Semestral 0,33%
0,00%
Trimestral 0,00%
5,26% COORDENAÇÃO CREAS
Mensal 19,54%
26,32%
Quinzenal 34,20%
36,84%
Semanal 40,39%
31,58%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
meninos e meninas, semanalmente, para acom- sobre os atendimentos da PSC, 34,33% dos/das
panhá-los com qualidade. profissionais das equipes técnicas mencionaram
Quando questionados/as sobre a periodi- atendimento semanal; 7,46% quinzenal; 22,39%
cidade do atendimento ofertado ao/à adolescente dizem ser mensal; 19,40% bimestral; 4,48%
em cumprimento de LA, 40,6% dos/das coor- trimestral e 4,48% semestral. E no caso dos/
denadores/as e 36,3% dos/das profissionais das coordenadores/as, as respostas mais cita-
das equipes técnicas afirmaram ser semanal; das foram para o atendimento mensal (41,67%),
34,2% dos/das coordenadores/as e 34,3% dos/ seguido de atendimentos semanais (25%), quin-
das profissionais das equipes técnicas relataram zenais (8,3%) e bimestrais (16,6%).
ser quinzenal e 19,4% dos/das coordenadores/ O caso de São Paulo chama atenção pois
as e 23,1% dos/das profissionais das equipes 100% dos/das profissionais das equipes técni-
técnicas disseram que a periodicidade seria cas afirmaram que os atendimentos dos/das
mensal. Já quando se trata do atendimento ao/à adolescentes que estão em LA são realizados
adolescente em PSC, cerca de 40% dos/das coor- semanalmente. Já quando o assunto é a PSC, as
denadores/as e 35,7% dos/das profissionais das respostas variam para 27,78% que afirmaram
equipes técnicas mencionaram periodicidade realizar atendimentos semanalmente; 18,52%
quinzenal; 29,3% dos/das coordenadores/as e que afirmaram ser quinzenalmente, 18,52%
34% dos/das profissionais das equipes técnicas mensalmente; 7,41% trimestralmente e, ainda,
informaram ser mensal e cerca de 21% dos/das 5,5% semestralmente.
coordenadores/as e 17,3% dos/das profissionais
das equipes técnicas mencionaram atendimento
semanal. 7.7.2. ATIVIDADES REALIZADAS
No caso do Distrito Federal as respostas PELOS/AS ADOLESCENTES PARA
dos/das profissionais da coordenação de serviço CUMPRIMENTO DAS MEDIDAS
sobre a periodicidade dos atendimentos de LA SOCIOEDUCATIVAS EM MEIO ABERTO
se dividem entre semanal e quinzenal, somando
igual porcentagem para as duas respostas (para 5 As atividades desenvolvidas junto aos/
de 12 respondentes – 41% das entrevistadas/os). às adolescentes que estão em cumprimento de
Já para as/os respondentes das equipes técnicas, LA e/ou PSC devem estar articuladas aos seus
a frequência de atendimentos para adolescen- interesses e aptidões e ao caráter pedagógico
tes em cumprimento de LA seria quinzenal das Medidas Socioeducativas em Meio Aberto,
(40,3%) e, com poucas menções a menos, para conforme sugere o Caderno de Orientações
a frequência semanal (34,3%). Ao responder Técnicas do SINASE (2016). Para refletirmos
116
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Periodicidade de atendimento -
Adolescente em cumprimento de PSC
1,49%
Prefere não responder 0,00%
1,21%
5,97%
Não sabe informar 14,81%
7,89%
4,48%
Semestral 5,56%
0,46%
4,48%
Trimestral 7,41% EQUIPE TÉCNICA DF
0,46%
7,46%
Quinzenal 18,52%
36,27%
34,33%
Semanal 27,78%
17,00%
Periodicidade de atendimento -
Adolescente em cumprimento de PSC
Semestral 0,33%
5,26%
Trimestral 0,65%
5,26% COORDENAÇÃO CREAS
Mensal 29,97%
31,58%
Quinzenal 38,44%
15,79%
Semanal 21,50%
15,79%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
117
PESQUISA MEIO ABERTO
18,45%
Outra 19,15%
Prefere não responder 0,47%
0,00%
10,25%
Não sabe informar 8,16%
Trabalhos de assistência em hospitais, abrigos, creches, 28,23%
escolas etc. 32,98%
28,86%
Limpeza e serviços gerais 23,76%
Serviços de alimentação (panificadora, cozinha 4,10%
industrial etc.) 2,13%
Reparos e manutenção de infraestrutura (jardinagem, 14,67%
pintura predial, consertos etc.) 15,60%
Serviços administrativos (atendimento ao público, tirar 77,13%
cópias etc.) 80,50%
118
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
No Distrito Federal, obtivemos, assim como no restante do país, o percentual mais
acentuado na variável que aponta os serviços administrativos como sendo os mais realizados
Principais
pelos/as meninos atividades
e meninas realizadas pelos/as
em cumprimentos de PSC,adolescentes para cumprimento
correspondendo a 63,16% das respostas
obtidas dos/das coordenadores/as dos dasserviços
MSE/PSC - São Paulo
e 33,60% dos/as integrantes das equipes técnicas.
Em segundo lugar, na avaliação dos/as coordenadores/as dos serviços do Distrito Federal, as
atividades de monitoria em projetos artísticos, Outra desportivos ou de cidadania, 14,91% caracterizaram 42,11%
das respostas obtidas, enquanto, na avaliação dos/as integrantes das equipes técnicas, a segunda
atividade mais realizadas Prefere pelos/as nãoadolescentes
responder em cumprimento de medidas socioeducativas de
0,00%
PSC estão relacionadas a serviços de reparos e manutenção de infraestruturas em prédios públicos,
correspondendo a 27,20% das Não respostas obtidas 0,88%
sabe informar durante a coleta de dados. Em terceiro lugar, na
avaliação dos/as coordenadores/as dos serviços, obtivemos ainda, com o mesmo percentual
Monitoria em
apresentado noprojetos
segundo artísticos,
lugar,desportivos
42,11%, aevariável
de “outros”. Nesse caso, observamos que a maioria
16,67%
dos/as respondentes cidadania
coordenadores/as que apontaram essa alternativa fizeram referência a um
projetoTrabalhos de assistência
desenvolvido em hospitais,
em parceria comabrigos,
a Defensoria Pública do Distrito Federal, em que são
21,05%
promovidos cursos creches, escolasem
pelo orgão etc. questão, com a participação dos/as adolescentes, e a elaboração
conjunta da horta comunitária,Limpezaque recebe
e serviços a colaboração
gerais 5,26% dos/as adolescentes em cumprimento de
MSE/PSC, bem como dos/as funcionários/as do órgão e da comunidade. O terceiro percentual com
maior Serviços de alimentação
recorrência, (panificadora,
dentre os/as cozinhadas equipes técnicas do Distrito Federal, correspondeu,
respondentes 2,63%
da mesma forma que industrial
os/asetc.)
coordenadores/as, a variável “outros”. Observamos que os itens mais
mencionados Reparos
parae manutenção
informar sobrede infraestrutura
o que se tratavam 4,39% as atividades mencionadas, se classificavam
entre: atividades desenvolvidasconsertos
(jardinagem, pintura predial, etc.)
em parceria com a Defensoria Pública do DF, cursos
Serviços administrativos
profissionalizantes, (atendimento
atividades ao público, dentro da própria unidade de atendimento, atividades
desempenhadas 34,21%
desenvolvidas dentro tirar cópias etc.)
de bibliotecas públicas do DF e atividades esportivas. Todas as atividades
descritas e classificadas, segundo relatos registrados 0,00% 5,00% nos campos
10,00% 15,00%disponíveis, são convertidas
20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% em
Outra 42,11%
16,00%
119
PESQUISA MEIO ABERTO
120
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
121
processo socioeducativo”; e, ainda, no capítulo IV, do conteúdo do PIA: “atividades de integração
e apoio à família”, e V: “formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano
individual”.
PESQUISA MEIO ABERTO
Três
Quais sãoatividades maismais
as três atividades realizadas com
realizadas comas
as famílias dos/as
famílias dos adolescentes
adolescentes no equipamento
no equipamento? -
equipe técnica CREAS
Reuniões individuais 41,32
262
%
Outra 14,04% 53,31
Reuniões em grupo 338
Prefere não responder 0,47% %
Psicoterapia com grupos (reunião psicológica/ atendimento psicológico com grupo de famílias etc) 47 7,41%
Não sabe informar 3,31%
Psicoterapia individual (reunião psicológica/ atendimento ou apoio psicológico aos integrantes da
6,78% 61 9,62%
Atividades
família etc) temáticas (oficinas artesanais, palestras…
Encaminhamento paraespecíficas
Não há atividades o PAEFI realizadas com as… 7,26% 55 8,68%
18,45
Visitas domiciliaresEncontros de apoio e orientação 20,98% 117
%
Assembleias
Avaliação do serviço e/ou das equipes técnicas 0,32% 11 1,74%
Assembleias
Avaliação do serviço e/ou das equipes técnicas 1,74% 2 0,32%
20,98
Encontros de apoio e orientação Visitas domiciliares 18,45% 133
%
Encaminhamento
Não há atividades específicas para
realizadas comoas
PAEFI
famílias 8,68% 46 7,26%
Atividades temáticasindividual
Psicoterapia (oficinas artesanais, 9,62%
palestras ou cursos profissionalizantes)
(reunião psicológica/… 43 6,78% Não
sabe informar 7,41% 21 3,31%
Psicoterapia com grupos (reunião psicológica/…
Prefere não responder 3 0,47%
Reuniões em grupo 53,31%
14,04
Outra 89
Reuniões individuais 41,32% %
Total 634
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
Sobre a Avaliação
7.7.4 participação
dasdo/da pelos/aspúblicas
adolescente
atividades para crianças e adolescentes, as quais
adolescentes
na avaliação do atendimento, há uma divisão tem como princípio considerar estes sujeitos em
de cerca deEmmeio a meio
seguida, os/as profissio- se todas
entre perguntados/as
quando estas as etapas. realizadas pelo/a profissional
atividades
nais das equipes técnicas que afirmaram que o/a Quando perguntados/as sobre a realiza-
de referência ou pela equipe técnica são avaliadas pelo/a adolescente, 50% mencionaram que
mesmo/a avalia os/as profissionais que atuam ção de reuniões ou rodas de conversa com os/as
existe essa avaliação e 43% dos/das profissionais afirmaram que não são avaliadas pelo/a
junto a ele/ela no CREAS e os que dizem o contrá- adolescentes para a discussão de questões rela-
adolescente.
rio. A avaliação dos/das adolescentes sobre o cionadas ao equipamento, cerca de 51% dos/das
Sobre a participação
trabalho realizado do adolescente
é muito importante de ser na coordenadores/as
avaliação do atendimento, há uma divisão de
e 33,6% dos/das profissionais
cerca de meio
realizada, a meio
para que entrehaja
de fato os profissionais
o envolvimento das equipes técnicas que afirmaram que o mesmo
das equipes técnicas mencionaram realizar essas
avalia mesmo/a
do/da as profissionais que atuam
na Medida junto a eleem
Socioeducativa no CREAS e os eque
atividades dizem o contrário.44%
aproximadamente A avaliação
dos/das
dos adolescentes
Meio Aberto, e estesobre o trabalho
fato pode ser umrealizado
dos fato-é muito importante dee ser
coordenadores/as realizada,
cerca para que
de 62% dos/das de
profis-
res
fatoque contribui
haja para a baixa
o envolvimento doadesão
mesmoaona PIAmedida
e as socioeducativa,
sionais das equipese este fato pode
técnicas ser um dos
mencionaram não
atividades
fatores que propostas
contribuinos serviços.
para a baixa adesão ao PIA erealizar
as atividades
reuniõespropostas
nem rodas nos
de serviços.
conversa.
Ainda sobre este tema, 40,1% dos/das
7.7.5. PARTICIPAÇÃO DO/A profissionais das equipes técnicas dizem que a
periodicidade das reuniões ou rodas de conversa
ADOLESCENTE NA ROTINA DO
com os/as adolescentes é mensal, e cerca de 18%
EQUIPAMENTO
0,47% pelo profissional deafirmaram
As atividades realizadas referênciaacontecer quinzenalmente.
ou pela equipe técnica são
Prefere não responder
Aavaliadas pelodo/da
participação adolescente?
adolescente permeia Já sobre a mudança na rotina de trabalho
Sim
algumas sessões deste relatório, e pode ser anali- das equipes318técnicas50,08%
após opiniões e sugestões
6,61% indicadas 272
pelos/as adolescentes, 64,5% dos/das
sada Não sabe
Não
desde a informar
elaboração do Plano Individual de 42,83%
Atendimento até a avaliação coordenadores/as e 56,4% dos/das profissio-
Não sabe informar das atividades, com 42 6,61%
a existência de rodas de conversa sobre o equi- nais das equipes técnicas afirmaram que ocorreu
Prefere não responder 3 0,47%
essa mudança na rotina, 42,83%
e 27,7% dos/das coor-
pamento. Este pode Não ser considerado um tema
Total 635 e 34,4% dos/das profissionais das
denadores/as
que exige mais atenção, uma vez que os dados
apontam para uma dificuldade dos serviços em equipes técnicas afirmaram que não há mudança
Sim na rotina. 50,08%
promover a participação dos/das adolescen-
tes e da família nos processos socioeducativos. Sobre a realização de reuniões ou rodas de
Considera-se este como conversa com as famílias dos adolescentes para
0 um desafio
0,1das políticas
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
122
dos adolescentes sobre o trabalho realizado é muito importante de ser realizada, para que de
fato haja o envolvimento do mesmo na medida socioeducativa, e este fato pode ser um dos
fatores7.7.5.
que contribui para a do
Participação baixa adesão ao na
PIArotina
Parte I: Panorama
adolescente epolítica
da as atividades
de Atendimentopropostas
do equipamento
Socioeducativo nos serviços.
em Meio Aberto (2017 e 2018)
7.7.5. Avaliaçãodo
Participação
A participação dosdoatendimentos
adolescente
adolescente pelos/as
na rotina
permeia adolescentes
do equipamento
algumas sessões atendidos/as
deste relatório, e pode ser
analisada desde a elaboração do Plano Individual de Atendimento até a avaliação das atividades,
com a existência de rodas
A participação do de conversapermeia
adolescente
0,47%
sobre o algumas
equipamento.
sessões Este pode
deste ser considerado
relatório, e pode serum
PrefereAs
nãoatividades
responder realizadas pelo profissional de referência ou pela equipe técnica são
tema que
analisada exige mais
desde a pelo atenção,
elaboração uma vez que os dados apontam para uma dificuldade dos serviços
do Plano Individual de Atendimento até a avaliação das atividades,
avaliadas adolescente?
em promover
com a existência a participação dos adolescentes e da
de rodas de conversa sobre o equipamento. família nos processos socioeducativos.
Sim 318Este pode ser considerado um
50,08%
Considera-se
tema queNão
Não exige
sabe este
maiscomo
informar um desafio
atenção, uma6,61%
vezdas
quepolíticas
os dadospúblicas
apontampara crianças
para uma e adolescentes,
dificuldade as quais
dos serviços
272 42,83%
tem promover
em como princípio
a considerardos
participação estes sujeitos em etodas
adolescentes da as etapas.
família nos processos socioeducativos.
Não sabe informar 42 6,61%
Considera-seQuando
este perguntados
como sobre
um desafio dasapolíticas
realização de reuniões
públicas ou rodas
para3 crianças e0,47% de conversa
adolescentes, as com
quaisos
Prefere não responder 42,83%
adolescentes paraNão
a discussão de questões relacionadas ao equipamento, cerca de 51% dos/das
tem como princípio considerar estes sujeitos em todas as etapas.
Total 635
coordenadores/as e 33,6% dos/das
Quando perguntados sobre profissionais
a realização dedasreuniões
equipesou técnicas
rodas demencionaram
conversa com realizar
os
essas atividades
adolescentes paraSim e aproximadamente 44% dos/das coordenadores/as e cerca
a discussão de questões relacionadas ao equipamento, cerca de 51% dos/dasde 62%
50,08%dos/das
profissionais das equipes
coordenadores/as e 33,6% técnicas
dos/dasmencionaram
profissionais não
dasrealizar
equipesreuniões
técnicasnem rodas de conversa.
mencionaram realizar
essas atividades e aproximadamente
0 0,1 44% dos/das
0,2 coordenadores/as
0,3 0,4e cerca de0,5
62% dos/das
0,6
profissionais das equipes técnicas mencionaram não realizar reuniões nem rodas de conversa.
Realização de reuniões
0,47%e rodas de conversa com os/as adolescentes para discussão de
Prefere
São não responder
realizadas reuniões ouquestões
0,00% rodas derelacionadas
conversa com ao os
equipamento
adolescentes para discussão de
questões relacionadas ao 3,94% equipamento?
Não sabe informar 0,47%
Prefere não responder 5,30% Coordenador CREAS Equipe Técnica CREAS
São realizadas reuniões ou rodas de conversa com os adolescentes para discussão de
0,00%
Sim 144 50,88% 213 33,60%
questões relacionadas ao 3,94%equipamento? 61,99%
Não
NãoNão sabe informar 124 43,82% 393
43,82% 61,99%
5,30% Coordenador CREAS Equipe Técnica CREAS
Não sabe informar 15 5,30% 25 3,94%
Sim 144 50,88% 33,60% 213 33,60%
Sim
Prefere não responder 0 0,00% 3 61,99%
50,88% 0,47%
Não Não 124 43,82% 393
43,82% 61,99%
Total 283 634
Não sabe informar 0 0,1 15
0,2 5,30%
0,3 33,60%0,4 25 0,5 3,94%
0,6 0,7
Sim
Prefere não responder 0 0,00% 3 50,88% 0,47%
Total Equipe283
Técnica CREAS 634 CREAS
Coordenador
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Sobre a de
Realização realização
reuniõesdeoureuniões
rodas deouconversa
rodas decom
conversa com as
as famílias famílias
dos/as dos adolescentes
adolescentes para
para discussão de questõesdiscussão de questões
relacionadas relacionadas 42,7%
ao equipamento ao equipamento
dos/das coordenadores/as e
27,6% dos/das profissionais das equipes técnicas afirmaram que acontece essa atividade, e
53,7% dos/das reuniões
São realizadas coordenadores/as
ou rodas deeconversa
0,47% 66,4% comdos/das profissionais
as famílias das equipes
dos adolescentes para técnicas
Prefere não responder
mencionaram
discussão deque não acontecem
questões relacionadas
0,35% essas
ao reuniões.
equipamento?
Coordenador CREAS Equipe Técnica CREAS
Sim 5,52% 121 42,76% 175 27,60%
NãoNão sabe informar 3,18% 152 53,71% 421 66,40%
Não sabe informar 0,47% 9 3,18% 35 5,52%
São realizadas reuniões ou rodas de conversa com as famílias dos adolescentes para
Prefere
Prefere não
não responder
responder
discussão de questões0,35% 1 0,35%
relacionadas ao equipamento? 3 0,47%
66,40%
Total Não 283
Coordenador CREAS 634
Equipe Técnica CREAS53,71%
Sim 5,52% 121 42,76% 175 27,60%
NãoNão sabe informar 3,18% 152 53,71% 421 66,40%
27,60%
Não sabe informar 9 3,18% 35 5,52%
Sim 42,76%
Prefere não responder 1 0,35% 3 0,47%
66,40%
Total Não 283 634
53,71%
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
124
Com que periodicidade são realizadas reuniões ou rodas de conversa com as
famílias dos adolescentes? Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
PrefereSemanal
não responder 0,55% 5 2,73%
NãoQuinzenal
Periodicidade
sabe informar de realização
4,92% de reuniões ou rodas de conversa19 com10,38%
as famílias dos/as
Mensal
ComSemestral adolescentes - Equipe Técnica CREAS
96
que periodicidade são realizadas reuniões ou rodas de conversa com as
8,74% 52,46%
Bimestral
famílias dos adolescentes?8,74%
Trimestral 21 11,48%
Trimestral
PrefereSemanal
não responder 0,55% 11,48% 16
5 8,74%
2,73%
Bimestral
Semestral
NãoQuinzenal
sabe informar 4,92% 16
19 8,74%
10,38%
Mensal 52,46%
Mensal
Semestral
Quinzenal 8,74%
10,38% 96 52,46%
Bimestral
Trimestral
Semanal 2,73% 8,74% 21 11,48%
Trimestral 11,48% 16 8,74%
Bimestral
Não sabe informar
0 0,1 0,2 0,3 9 0,4 4,92% 0,5 0,6
Semestral 16 8,74%
PrefereMensal
não responder 1 0,55% 52,46%
TotalQuinzenal 10,38% 183
Semanal 2,73%
Sobre haver mudanças na rotina de trabalho das equipes técnicas após opiniões e
Nãoindicadas
sugestões sabe informar
0
pelas 0,1 dos adolescentes
famílias 0,2 nas 9
0,3reuniões 0,4 4,92%
ou rodas de0,5 0,6
conversa, cerca
de 60%Prefere
dos/dasnãoprofissionais
responder das equipes técnicas afirmaram 1 0,55% mudança e 31,3%
acontecer
Total não ocorrer alternação na rotina de trabalho. 183
mencionaram
Mudanças na rotina de trabalho das equipes técnicas após opiniões e sugestões indica-
das pelas famílias dos/as adolescentes nas reuniões ou rodas de conversa realizadas no
Sobre haver mudanças na rotina -de
equipamento trabalho
Equipe das CREAS
Técnica equipes técnicas após opiniões e
Já houve indicadas
sugestões mudançaspelas
na rotina de trabalho
famílias das equipes
dos adolescentes nastécnicas
reuniõesapós opiniões
ou rodas e
de conversa, cerca
sugestões
de indicadas
60% dos/das pelas famílias
profissionais dos adolescentes
das equipes nas reuniões
técnicas afirmaram ou rodas
acontecer de
mudança e 31,3%
Prefere não responder
conversa? 0,00%
mencionaram não ocorrer alternação na rotina de trabalho.
Sim 109 59,89%
NãoNão sabe informar 8,79% 57 31,32%
Não sabe informar 16
Já houve mudanças na rotina de trabalho das equipes técnicas 8,79%
após opiniões e
Não 31,32%
Prefere
sugestõesnãoindicadas
responderpelas famílias dos adolescentes 0 nas reuniões
0,00%ou rodas de
Total
Prefere não responder
conversa? 0,00% 182
Sim 59,89%
Sim 109 59,89%
NãoNão sabe informar 8,79%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00%57 40,00% 31,32%50,00% 60,00% 70,00%
Não sabe informar 16 8,79%
Não Série2 31,32%
Prefere não responder 0 0,00%
Total 182
Sim
7.7.6. ACOMPANHAMENTO E VISITAS 59,89% com o
da comunidade, e não deveria funcionar
DOMICILIARES20 objetivo de fiscalizar a vida destes sujeitos21. Esta
0,00% 10,00% 20,00% é uma metodologia
30,00% 40,00% utilizada60,00%
50,00% pelos/as profissio-
70,00%
A visita domiciliar é um instrumento nais de diversas áreas, da política de Assistência
técnico que pode ser utilizado pelos/as profis- Série2
Social, bem como de outras políticas setoriais,
sionais dos CREAS e demais modalidades de como uma estratégia de aprofundamento utili-
serviços de proteção social ao/à adolescente zada durante a realização dos acompanhamentos
em cumprimento de MSE/MA para se aproxi- providos aos/às adolescentes, como forma de
mar da realidade do/a adolescente, da família e atuar em prol do acesso aos direitos sociais
das famílias, na potencialização dos vínculos
20
Visitas domiciliares aqui compreendidas na perspectiva do
termo entrevistas em domicílios/territórios (CFESS, 2020, 21
Os estudos sociais em demandas que envolvem crianças,
p.45) haja vista que não se restringem, única e exclusivamente, adolescentes, idosos/as ou pessoas que, por alguma razão,
às abordagens que direcionam os olhares dos/as profissionais dependem de outros membros da família, pressupõem, mui-
envolvidos/as à dinâmica familiar do/a adolescente, mas tam- tas vezes, além das entrevistas realizadas no ambiente institu-
bém suas influências e determinantes de origem conjunturais, cional, o uso do instrumento técnico da visita domiciliar, que
comunitários e territoriais. “Em linhas gerais, consideramos entendemos como mais adequado denominar como entrevista
que a entrevista no domicílio deve se direcionar não apenas no domicílio ou no território. Mas a sua utilização precisa se
para conhecer a moradia, mas o território onde os sujeitos dar à luz dos referenciais ético-políticos contemporâneos, exi-
vivem e as (im)possibilidades de acesso a bens e serviços que gindo a revisão sobre o modo como a reproduzimos no dia a
lhes assegurem direitos sociais. Esse instrumento permite o co- dia de trabalho, por vezes sem a apreensão de que por meio
nhecimento de “modos de vida” e do espaço sociorrelacional e dela realizamos a mediação da relação teoria-prática ” (CFESS,
cultural dos sujeitos” (CFESS, 2020, p.48). 2020, p.47).
125
PESQUISA MEIO ABERTO
126
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
5,26%
Prefere não responder 0,00%
2,61%
3,34%
0,00%
Não sabe informar 2,99%
9,45%
13,20%
26,32%
Não realiza 35,82%
8,47%
13,35%
0,00%
Semestral 11,94%
2,61%
3,34% COORDENAÇÃO DF
0,00% EQUIPE TÉCNICA DF
Trimestral 8,96%
3,26%
3,79%
COORDENAÇÃO CREAS
26,32%
Bimestral 13,43% EQUIPE TÉCNICA CREAS
8,47%
7,28%
26,32%
Mensal 14,93%
29,32%
24,58%
5,26%
Quinzenal 7,46%
19,22%
14,72%
10,53%
Semanal 4,48%
16,61%
16,39%
de liberdade assitida – LA, obtivemos o percen- em voga: sendo esta relacionada a não reali-
tual de 20,49% de respondentes coordenadores/ zação da visita domiciliar aos/às adolescentes
as dos CREAS e 18,43% de profissionais inte- em cumprimento de Medida Socioeducativa
grantes das equipes técnicas. No Distrito Federal, em Meio Aberto, na modalidade de Prestação
acerca da frequência acima, foram 15,79% dos/ de Serviço à Comunidade - PSC (“não realiza”).
as coordenadores/as dos serviços e 4,48% dos/as Para o caso do DF, observamos um percen-
profissionais que compõem as equipes técnicas. tual bastante significativo de respostas obtidas
Dessa forma, observamos que a concen- para esta variável, sendo esta a maioria entre
tração das visitas domiciliares realizadas aos/ as resposta obtidas. Assim, no caso dessa loca-
às adolescentes em cumprimento de Medida lidade, tanto as coordenações dos serviços como
Socioeducativa em Meio Aberto – LA, tem indí- os/as integrantes das equipes técnicas tiveram
cios de possuir a periodicidade mensal, a partir predominância na resposta quando se referi-
dos dados coletados junto às equipes do Distrito ram à periodicidade das visitas domiciliares
Federal e demais estados brasileiros, à exceção aos/às adolescentes em cumprimento de MSE/
do estado de São Paulo, cujos dados serão apre- PSC e suas famílias, cuja variável ‘não realiza’,
sentados à parte, ao final deste tópico, já que se obteve 26,32% e 35,82% dos/das respondentes,
tratam de dados agregados. respectivamente. As demais respostas obti-
das por parte dos respondentes pertencentes às
Já sobre a periodicidade das visitas
equipes técnicas apontaram para a realização de
domiciliares às casas dos/as adolescentes em
visitas domiciliares para este grupo de adoles-
cumprimento de MSE/PSC, cerca de 29% dos/
centes mensalmente (14,93%), bimestralmente
das coordenadores/as e 25% dos/das profissio-
(13,43%), semestralmente (11,94%), trimes-
nais das equipes técnicas afirmaram serem feitas
tralmente (8,96%), quinzenalmente (7,46%) e
mensalmente; aproximadamente 16% dos/das
semanalmente (4,48%).
coordenadores/as e 15,7% dos/das profissionais
das equipes técnicas relataram que são feitas Observamos, a partir da análise dos
semanalmente; e outros 19,7% dos/das coorde- dados nacionais e do Distrito Federal que há
nadores/as e cerca de 14% dos/das profissionais uma tendência, apontada por parte das equipes
das equipes técnicas informaram que as visitas técnicas, de realização de visitas domiciliares
são realizadas quinzenalmente. aos/às adolescentes em cumprimento de MSE/
MA, seja esta LA ou PSC, com a periodicidade
Agregando os dados nacionais, acima
mensal em ambas as modalidades de Medidas
apresentados, aos dados do Distrito Federal,
Socioeducativas em Meio Aberto – LA ou PSC
observamos uma variável a mais para a questão
127
PESQUISA MEIO ABERTO
– na grande maioria dos estados. Contudo, Socioeducativa em Meio Aberto foi um dado
observamos que em algumas localidades existem obtido por intermédio de uma questão que abar-
experiências que demonstram a regularidade de cava tanto a Medida Socioeducativa de Meio
visitas semanais e quinzenais realizadas, sobre- Aberto na modalidade de Liberdade Assistida
tudo aos/às adolescentes em cumprimento de – LA como também de Prestação de Serviço à
LA. Comunidade – PSC, sendo este portanto, um
Conforme outrora indicado, não há qual- dado, agregado. Devido a essa diferença na forma
quer padrão que aponte um quantitativo de da coleta desse dado, o mesmo será apreciado a
visitas domiciliares a serem realizadas, bem como seguir, de forma separada. Vejamos:
a periodicidade em que estas deverão ocorrer. Os/as coordenadores/as dos serviços
Caso isso ocorresse, deveríamos nos preocupar, executados na localidade de São Paulo afirma-
haja vista termos que considerar a autonomia, ram que a frequência de visitas domiciliares se
mesmo que relativa, dos/as profissionais que concentra em visitas semanais, com a maio-
acompanham os/as adolescentes. Ademais, a ria das respostas obtidas, 50,94%, seguida das
previsão para a ocorrência das visitas domicilia- visitas mensais, com 18,87% das respostas obti-
res, no contexto das Medidas Socioeducativas, das pelo público abordado nessa categoria de
as compreende como um instrumento de traba- respondentes. Por sua vez, os/as respondentes
lho, previsto no eixo da gestão pedagógica do que compõem a categoria dos /as profissionais
atendimento socioeducativo, cuja primazia é integrantes das equipes técnicas afirmaram que
orientar a abordagem familiar e comunitária, a frequência de visitas domiciliares se divide
sendo, portanto, um instrumento comum a todas entre visitas domiciliares mensais, com 33,33%
as entidades e/ou programas que executam as das respostas obtidas e visitas domiciliares
Medidas Socioeducativas, devendo constar na semanais, com 31,48%. Tal divisão pode ter
metodologia da abordagem familiar do aten- sido promovida pela ausência de indicação de
dimento socioeducativo prestado nos serviços, qual Medida Socioeducativa em Meio Aberto se
tanto como mecanismo de abordagem e atendi- referenciava no momento do questionamento.
mento às famílias como forma de constatação Contudo, observamos pelas respostas obtidas,
das necessidades socias, econômicas, afetivas a mesma tendência de periodicidade obtida no
das mesmas. restante dos estados do país, dividindo-se entre
No Estado de São Paulo, a periodici- mensais e semanais.
dade de realização das visitas domiciliares aos/
às adolescentes em cumprimento de Medida
128
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Sim 21,43%
20,93%
Sim 0,00%
0,00%
afirmaram não terem sido acompanhados/as por questão e menos de 1% preferiram não respon-
representantes do Sistema de Justiça em visi- der. No Distrito Federal, o cenário observado
tas domiciliares realizadas aos/às adolescentes se mostrou muito semelhante, haja vista que a
em cumprimento de Medidas Socioeducatvas maioria dos/as profissionais que compõem as
em Meio Aberto. No Distrito Federal observa- equipes técnicas dos serviços de acompanha-
mos a predominâcia de respondentes na mesma mento da localidade, o que representa 65,12%
tendência, que afirmam não terem sido acom- dos/as respondentes, afirmaram não terem rece-
panhados pelos/as representantes do Sistema bido qualquer tipo de recomendação/solicitação,
de Justiça, caracterizando 71,43% dos/as coor- por parte de autoridade judiciária, para proce-
denadores/as e 79,07% dos/as integrantes das derem com a realização de visitas domiciliares
equipes técnicas. Contudo, diferentemente destinadas aos/às adolescentes em cumprimento
das demais equipes técnicas, observamos um de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto.
percentual significativo, em que 21,43% dos/ Contudo, 34,88% dos/das respondentes das
as coordenadores/as e 20,93% dos/as profis- equipes técnicas afirmaram que já receberam da
sionais que compõem as equipes técnicas nessa autoridade judiciária solicitação para a realiza-
localidade afirmam que já foram acompanha- ção de visita domiciliar25.
dos por representante(s) do Sistema de Justiça No Estado de São Paulo, o cenário
em visita domiciliar realizada ao/à adolescente encontrado deflagra uma intervenção muito
em cumprimento de Medida Socioeducativa em mais acirrada do Poder Judiciário na execu-
Meio Aberto. ção do serviço de proteção social à adolescente
A visita é importante para a medida em cumprimento de Medida Socioeducativa em
socioeducativa, e foi possível observar que de Meio Aberto, considerando que, 68,25% dos/
maneira geral há uma distância do judiciário em das profissionais que compõem o serviço afirma-
relação a realidade vivida pelos/as adolescen- ram que a autoridade judiciária já fez algum tipo
tes, suas famílias e comunidade e também dos/ de solicitação de realização de visita domiciliar,
das profissionais dos serviços que acompanham enquanto 31,48% dos/das profissionais afirma-
estes/as adolescentes durante o cumprimento da ram que não receberam solicitação da autoridade
Medida Socioeducativa em Meio Aberto, o que judiciária para a realização de visitas domicilia-
torna mais difícil para os/as representantes do res destinadas à adolescente em cumprimento de
Sistema de Justiça ter a dimensão do que de fato Medidas Socioeducativas em Meio Aberto.
compõe a realidade das Medidas Socioeducativas A questão em voga possui base de análise
em Meio Aberto, dos/as adolescentes e suas que expõe duas situações de interação entre o
famílias. SUAS e o SINASE, que anseiam de aprofunda-
mento e da devida consideração, haja vista, em
nossa análise, possibilitarem “um bom início”
7.7.6.3. SOLICITAÇÃO/RECOMENDAÇÃO de entrosamento entre estes dois sistemas.
DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA PARA Faremos aqui apenas apontamentos iniciais que
REALIZAÇÃO DE VISITA DOMICILIAR esperamos serem ainda melhor desenvolvidos
AO/À ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO posteriormente.
DE MSE No primeiro momento, há que se colocar
como imprescindível a necessidade de validação
Quando as equipes técnicas foram ques- do trabalho desenvolvido pelos/as trabalha-
tionadas acerca do recebimento de algum tipo de dores/as do SUAS, sobretudo com relação aos
recomendação para a realização de visitas domi- profissionais do Sistema de Justiça, para que lhes
ciliares, 83,55% dos/das profissionais integrantes seja garantido/a a devida autonomia e o reconhe-
das equipes técnicas informaram não terem rece- cimento, em todos os aspectos, compreendendo
bido qualquer tipo de recomendação dessa ordem, que são estes/as profissionais que operacionali-
enquanto 10,61% afirmaram já terem recebido zam a política de atendimento na “ponta”, que
recomendação, do Poder Judiciário, para proce- possuem condições de avaliar os processos de
derem com visitas domiciliares à determinados/ trabalho concernentes à sua atuação e os instru-
as adolescentes em cumprimento de Medidas mentos e recursos a serem utilizados para prover,
Socioeducativas em Meio Aberto e suas famílias. com a maior qualidade e efeito, o atendimento
Na ocasião da abordagem, 5,63% dos/das profis- 25
Questão realizada: Q41: Há algum tipo de solicitação da auto-
sionais respondentes não souberam responder a ridade judiciária para a realização de visitas domiciliares?
131
PESQUISA MEIO ABERTO
No Há algumdetipo
Estado São dePaulo,
solicitação da autoridade
o cenário judiciária
encontrado parauma
deflagra a realização de muito mais
intervenção
acirrada do Poder judiciário na execução visitas domiciliares?
do serviço - de
SP proteção social à adolescente em
cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto, considerando que, 68,25% dos/das
profissionais que compõem o serviço afirmaram que a autoridade judiciária já fez algum tipo de
Prefere não responder 0,00%
solicitação de realização de visita domiciliar, enquanto 31,48% dos/das profissionais afirmaram
que nãoNão receberam
sabe informar solicitação
0,00% da autoridade judiciária para a realização de visitas domiciliares
destinada à adolescente em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto.
Não 31,48%
Sim 68,52%
133
2,83%
31,65%
Satisfeito(a) 33,92%
Grau de satisfação com o fluxo de informações e interação com o órgão gestor
de Educação – Dados Nacionais 48,82%
Insatisfeito(a) 51,94%
Prefere não responder 3,46%
Muito insatisfeito(a) 3,18% 11,97%
6,36%
Não sabe informar 3,31%
0,00% 2,83%10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00%
0,79%
Muito satisfeito(a) 1,77% Equipe Coordenação
31,65%
Satisfeito(a) 33,92%
Enquanto isso, na avaliação dos/as profissionais que compõem as equipes técnicas do
estado de São Paulo, 43,40% dos/as coordenadores/as e 46,30% dos/as integrantes
Insatisfeito(a) 48,82%das equipes
51,94%
técnicas informaram insatisfação diante da interação com o órgão gestor de educação e 45,28%
dos/as
Muitocoordenadores/as
insatisfeito(a) e 31,48%11,97%
dos/as componentes das equipes técnicas apontaram
6,36%
satisfação diante de tal interação. Tal dado demonstra a prevalência da insatisfação das equipes
técnicas diante dessa articulação,
0,00% haja vista20,00%
10,00% os percentuais obtidos,40,00%
30,00% ainda na variável
50,00% que apontou
60,00%
muita insatisfação com a interação obtida com o órgão gestor da educação na localidade.
Equipe Coordenação
Grau Enquanto
de satisfaçãoisso, na oavaliação
com dos/as profissionais
fluxo de informações quecom
e interação compõem
o órgãoasgestor
equipes técnicas do
de Educação
estado de São Paulo, 43,40% dos/as coordenadores/as e 46,30% dos/as integrantes das equipes
técnicas informaram insatisfação diante da interação com o órgão gestor de educação e 45,28%
dos/as coordenadores/as e 31,48% dos/as componentes das equipes técnicas apontaram
Prefere nãodiante
responder 1,89%
satisfação de tal interação.
3,70% Tal dado demonstra a prevalência da insatisfação das equipes
técnicas diante dessa articulação, haja vista os percentuais obtidos, ainda na variável que apontou
muitaNão
insatisfação 1,89%
com a interação
sabe informar obtida com o órgão gestor da educação na localidade.
1,85%
Insatisfeito(a) 43,40%
Prefere não responder 1,89% 46,30%
3,70%
Muito insatisfeito(a) 5,66%
1,89%
Não sabe informar 1,85% 12,96%
Insatisfeito(a) 42,11%
37,31%
135
PESQUISA MEIO ABERTO
as coordenadores/as dos serviços e 11,94% dos/ o projeto de resolução que “define Diretrizes
as profissionais que compõem o corpo técnico, Nacionais para o atendimento escolar de adoles-
sendo tal percentual bastante significativo. centes e jovens em cumprimento de Medidas
A relação entre o serviço de atendimento Socioeducativas”, aprovada já em 201629.
às Medidas Socioeducativas em Meio Aberto e De acordo com o Parecer CNE/CEB
a Educação (o órgão de gestão e as escolas) foi nº 8/2015, “um dos principais desafios para
abordada na pesquisa e é uma questão que exige o acompanhamento realizado pelos serviços e
muita atenção, pois de acordo com as entrevis- programas é o combate ao preconceito institu-
tas há uma insatisfação das equipes técnicas com cional, seja na escola ou em outras unidades das
relação aos profissionais da Educação e a forma demais políticas setoriais”. Reforça-se no docu-
como estes garantem o acesso, inserção e perma- mento que a discriminação pode se manifestar
nência dos/das adolescentes em cumprimento além da “recusa à realização da matrícula, mas
de MSE/MA aos equipamentos e à política de também no olhar, nas palavras, no medo ou na
ensino público dos municípios e estados. indiferença (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO,
Quando perguntados/das sobre a inclu- 2015, p. 20)
são, no PIA, de medidas específicas para inserção Estes aspectos levantados pelo docu-
e permanência do/da adolescente na rede de mento podem ser observados em duas perguntas
ensino formal, cerca de 82% dos/das profissio- feitas sobre a violência, abordadas no capítulo
nais das equipes técnicas afirmaram que fazem a seguir, quando é citado pelos/as profissionais
essa inclusão e as três estratégias mais mencio- que compõem as equipes técnicas dos serviços de
nadas para o cumprimento dessas medidas atendimento da Assistência Social e do Sistema
foram as reuniões e articulações com a Secretaria de Justiça que a violência escolar, mesmo que
Municipal de Educação (36,3%), as reuniões e em menos de 10% das respostas, é uma das três
articulações com a escola (31,3%) e a solicitação formas de violência sofrida mais relatada pelos/
de documentos que atestem frequência e perma- as adolescentes. Além disso, outra questão que
nência na escola (28%). tem relação com este tema refere-se à afirmação
Entretanto, considerando Leis, Decretos, de muitos/as dos/das profissionais acerca do fato
Planos, Deliberações e Resoluções, 50,3% dos/ de que os/as adolescentes sofrem estigma por
das coordenadores/as e 49,2% dos/das profissio- terem cometido ato infracional (cerca de 1/5 das
nais das equipes técnicas dos CREAS que foram falas dos/das profissionais entrevistados/as). Tal
abordados quanto a esta questão, estão insa- fato pode ser evidenciado, portanto, no acesso
tisfeitos/as com os recursos disponíveis para a do/a adolescente à escola e nas demais políticas
inclusão e permanência dos/as adolescentes na sociais. Concluímos, que: combater a violência
rede de ensino formal e 30,2% dos/das coor- escolar e o estigma sofrido pelo/a adolescente
denadores/as e 25% dos/das profissionais das em cumprimento de Medida Socioeducativa
equipes técnicas se consideram satisfeitos/as. vai muito além do combate à violência propria-
mente dita, mas é imprescindível ao processo de
Apesar da existência de regulamentações
inserção e permanência dos/as adolescentes que
que normatizam a maneira como deve ocorrer
estão no Sistema Socioeducativo na escola. Dessa
a escolarização de adolescentes que estão em
forma, se quisermos, realmente, obter êxito no
cumprimento de Medidas Socioeducativas em
processo de socioeducação para atuarmos na
Meio Aberto, há ainda uma insatisfação signifi-
perspectiva de mudança do projeto de vida de
cativa dos/das profissionais com relação a este
meninos e meninas que tiveram experiências
tema (50%). Desta forma, podemos afirmar que
violentas e com atos infracionais, precisaremos
há recursos normativos disponíveis para a inclu-
encarar esse desafio de forma conjunta e de mãos
são e permanência dos/as adolescentes na rede
dadas: tanto a unidade socioeducativa como a
formal de ensino, mas que ainda não são cumpri-
unidade escolar, em parceria permanente.
das da maneira como estão previstos.
Ainda em 2013 foi publicada uma nota
Diante da necessidade de normati-
Técnica (nº 38/2013) pela extinta Secretaria
zar as diretrizes para a educação no Sistema
de Educação Continuada, Alfabetização,
Socioeducativo, em 2015 foi emitido um parecer
Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC) que
pelo Conselho Nacional de Educação - Câmara
de Educação Básica, que, ao final, após uma 29
RESOLUÇÃO Nº 3, DE 13 DE MAIO DE 2016 – MINISTÉ-
análise situacional sobre o sistema, apresenta RIO DA EDUCAÇÃO / CONSELHO NACIONAL DE EDUCA-
ÇÃO / CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA.
136
dos/das coordenadores/as e 49,2% dos/das profissionais das equipes técnicas dos CREAS, que
foram abordados quanto a esta questão, estão insatisfeitas com os recursos disponíveis para a
inclusão e permanência dos/as adolescentes nada política
Parte I: Panorama rede dede ensinoSocioeducativo
Atendimento formal eem30,2% dos/das
Meio Aberto (2017 e 2018)
coordenadores/as e 25% dos/das profissionais das equipes técnicas se consideram satisfeitas.
Grau de satisfação quanto aos recursos disponíveis para a inclusão e permanência
Considerando Leis, Decretos,
dos/asPlanos, Deliberações
adolescentes na rede de e Resoluções,
ensino formalqual é seu grau de
satisfação com os recursos disponíveis para a inclusão e permanência do adolescente na rede
de ensino formal? 2,52%
Prefere não responder 1,12%
Coordenador CREAS Equipe Técnica CREAS
Muito insatisfeito(a) Não sabe informar 20 9,76%
7,46% 77 12,13%
10,07%
Insatisfeito(a) Muito satisfeito(a)135 1,26% 50,37% 313 49,29%
0,75%
Satisfeito(a) 81 30,22% 159 25,04%
Satisfeito(a) 25,04%
Muito satisfeito(a) 2 0,75% 8 30,22% 1,26%
Insatisfeito(a) 49,29%
Não sabe informar 27 10,07% 62 9,76%
50,37%
Prefere não responder Muito insatisfeito(a)3 1,12%12,13% 16 2,52%
7,46%
Total 268 635
Considerando Leis, Decretos, Planos, Deliberações…
137
atendimento à saúde mental dos/as adolescentes por meio de uma articulação entre a saúde e
o socioeducativo, que pode ser entendida como uma das demandas mais recorrentes no âmbito
do trabalho com o/ass adolescentes, representada por 82,10% dos/das profissionais das equipes
PESQUISA MEIO ABERTO
técnicas que afirmaram encaminhá-los/as para os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
Três serviços para os quais os/as adolescentes são mais encaminhados pela equipe
Quais são os três equipamentos de saúde para
técnica onde o adolescente é encaminhado
CREAS
com maior frequência?
26
Centro de Atenção Psicossocial
Outros. Quais?– CAPS 15,12% 82,10%
6
Prefere não responder 0,00%
Unidade Básica de Saúde (UBS/Posto de Saúde) 88 27,16%
Não sabe informar 1,23%
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 19 5,86%
Não há encaminhamento. 0,31%
Hospital Universitário/Hospital Geral 34 10,49%
Atendimentos odontológico 4,01%
Residência terapêutica
Ambulatório de Saúde Mental
1 0,31%
1,23%
Comunidade/ Clínica terapêutica no
Policínica próprio município
5,56%
18 5,56%
Comunidade/
Comunidade/ Clínica terapêutica
Clínica terapêutica em município… em município
0,31% vizinho 1 0,31%
Policínica Clínica terapêutica no próprio…
Comunidade/ 5,56% 18 5,56%
Ambulatório de Saúde Mental
Residência terapêutica 0,31% 4 1,23%
Atendimentos odontológico
Hospital Universitário/Hospital Geral 10,49% 13 4,01%
Não há encaminhamento.
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 5,86% 1 0,31%
Não
Unidade sabe
Básica deinformar
Saúde (UBS/Posto de Saúde) 27,16% 4 1,23%
Prefere
Centronão responder
de Atenção Psicossocial – CAPS 0 0,00%82,10%
Outros. Quais? 49 15,12%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00%
32
Total
4
o que exige esforços dos/das profissionais que são do meio aberto, e com o objetivo de garantir
atuam na As informações
política sobre aSocioeducativo
de atendimento saúde do/a adolescente
e ampliarnem sempre chegam
os cuidados em saúdeaos profissionais
dos/as adoles-
que realizam o acompahamento dos/as
e da política de Saúde no sentido da garantia dos adolescentes
centes em conflito com a lei. Esta, que dos/das
nos CREAS. Segundo 53,2% ainda é
coordenadores/as e 47,4% dos/das
direitos dos/as adolescentes. profissionais
É possível obser- das equipes pela
desconhecida técnicas, existe
maioria o envio
dos/das dessas
profissionais
informações.
var que há ainda Em contrapartida,
uma dificuldadedeem acordo com entrevistados/as,
atender 43,7% dos/das coordenadores/as e 47,7 %
cujos dados apresentados a
as necessidades dos/as adolescentes de maneira seguir revelam o percentual de
dos/das profissionais das equipes técnicas as informações sobre a saúde do/a adolescente emrespondentes que
intersetorializada, em
acompanhamento refletida
ambosem os quase
serviçosmetade
não sãonão dispõem de informações sobre a política em
compartilhadas/enviadas.
das equipes técnicas que se coloca como muito questão e, especialmente no caso de SP, que não
insatisfeito/insatisfeito com os serviços de saúde tem conhecimento sobre a implementação dessa
pública e saúde mental. política na localidade: 83,52% dos/das profis-
Os esforços do Governo Federal no sionais das equipes técnicas e 72,68% dos/das
sentido de garantir que este direito seja efetivado coordenadores/as de CREAS, bem como 67,17%
a estes sujeitos 0,84%
foram iniciados em 2002, quando dos/das profissionais das equipes técnicas e
Prefere não responder
1,80% 61,90% dos/das coordenadores/as dos serviços
foi criado um grupo de trabalho do Ministério
da Saúde junto à então Secretaria de Direitos executados no Distrito Federal e 79,63% dos/as
3,91% profissionais que compõem as equipes técnicas e
Não sabe
Humanos e os informar
respectivos conselhos se juntaram
1,20%
para formular uma política para os/as adoles- 73,58% dos/as coordenadores/as dos serviços do
centes em privação de liberdade. Só em 2014 se estados de São Paulo.
47,77%
Não
estabelecem as diretrizes da Política Nacional de Desta forma, nesta seção, os aspectos
43,71%
Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em levantados durante as entrevistas foram relacio-
Conflito com a Lei30, neste momento com a inclu- nados à maneira como estão 47,49%
sendo realizados
Sim
os cuidados em saúde junto aos/às 53,29%
adolescen-
30
A Política surge com o objetivo de garantir aos/às adolescen- tes; sobre os fluxos de encaminhamento aos
tes privados de liberdade e em meio aberto o direito à saúde,
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00%
e tem como um de seus objetivos: “ampliar ações e serviços de III - incentivar a articulação dos Projetos Terapêuticos Singu-
saúde para adolescentes em conflito com a lei, em especial para lares elaborados pelas equipes de saúde aos Planos Individuais
os/as privados/as de liberdade”. Desta forma, há um esforço Série4 Série2
de Atendimento (PIA), previstos no Sistema Nacional de Aten-
em garantir deste direito aos/às adolescentes que estão em pri- dimento Socioeducativo (Sinase), de modo a atender as com-
vação de liberdade, apesar de ser destinada a todas as medidas. plexas necessidades desta população;
Seção II-Dos Objetivos VI - priorizar ações
Quando perguntados sobre o grau de satisfação comdeos promoção da saúde
serviços de esaúde,
redução de danos
42,4%
Art. 6º A PNAISARI tem como objetivo geral garantir e ampliar provocados pelo consumo de álcool e outras drogas; e VII - pro-
dos/das coordenadores/as
o acesso aos cuidados em saúde dose adolescentes
38,4% dos/das profissionais
em confli- das equipes
mover a reinserção técnicas
social dos/das dos e,CREAS
adolescentes se
em especial,
declararam
to com a lei em insatisfeitas
cumprimento de com
Medidaso Socioeducativas
atendimentoemprestado dos/das ao adolescente
adolescentes pela rede
com transtornos dee com
mentais saúde,
proble-e
Meio Aberto, fechado e semiliberdade. mas decorrentes do uso de álcool e outras drogas.
41,7% dos/das coordenadores/as e cerca de 38% dos/das profissionais das equipes técnicas se
consideraram
138 satisfeitas em relação a esse atendimento.
informações. Em contrapartida, de acordo com 43,7% dos/das coordenadores/as e 47,7 %
dos/das profissionais das equipes técnicas as informações sobre a saúde do/a adolescente em
acompanhamento em ambos os serviços Parte não são dacompartilhadas/enviadas.
I: Panorama política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
0,84%
Prefere não responder
1,80%
3,91%
Não sabe informar
1,20%
47,77%
Não
43,71%
Sim 47,49%
53,29%
Série4 Série2
Quando
equipamentos; perguntados
sobre sobre
o retorno por parteodos/das
grau de satisfação
população”.com
Estaos serviços como
se configura de saúde, 42,4%
uma estraté-
dos/das coordenadores/as
profissionais da Saúde com erelação
38,4%à dos/das profissionais
saúde dos/ gia para das equipes
garantir técnicas dos
o atendimento CREAS
à saúde se
mental
as adolescentes;
declararam e, ainda,com
insatisfeitas sobre
o oatendimento dos/asaoadolescentes
grau de satis-prestado adolescente porpela
meiorede
de uma articula-e
de saúde,
fação dos/das
41,7% com o atendimento da saúde
coordenadores/as e da Saúde
e cerca ção entreprofissionais
de 38% dos/das a Saúde e o das
Sistema Socioeducativo,
equipes técnicas se
Mental.
consideraram satisfeitas em relação a esse atendimento. que pode ser entendida como uma das deman-
Quando questionadas sobre a inclusão das mais recorrentes no âmbito do trabalho com
de medidas específicas de atenção à saúde do os/as adolescentes, representada por 82,10%
adolescente no PIA, 85% dos/das profissionais dos/das profissionais das equipes técnicas que
das equipes técnicas declararam que incluem afirmaram encaminhá-los/as para os Centros de
essas medidas e cerca de 6% declararam não Atenção Psicossocial (CAPS).
fazer a inclusão de medidas específicas de aten- As informações sobre a saúde do/a
ção à saúde. adolescente nem sempre chegam aos/às profis-
Quanto aos fluxos constantes de enca- sionais que realizam o acompanhamento dos/as
minhamento do/da adolescente para a rede de adolescentes nos CREAS. Segundo 53,2% dos/
saúde, 59% dos/das coordenadores/as e 56% das coordenadores/as e 47,4% dos/das profissio-
dos/das profissionais das equipes técnicas dizem nais das equipes técnicas, existe o envio dessas
haver esses, enquanto 36,7% dos/das coorde- informações. Em contrapartida, de acordo com
nadores/as e 38,7% dos/das profissionais das 43,7% dos/das coordenadores/as e 47,7 % dos/
equipes técnicas mencionaram não existir esse das profissionais das equipes técnicas as infor-
fluxo de encaminhamento. mações sobre a saúde do/a adolescente em
acompanhamento em ambos os serviços não são
Com relação aos três serviços para os
socializadas entre as equipes.
quais os/as adolescentes são mais encaminha-
dos, 82,1% dos/das profissionais mencionaram Quando perguntados sobre o grau de
os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); satisfação com os serviços de Saúde, 42,4% dos/
27,1% citaram as Unidades Básicas de Saúde das coordenadores/as e 38,4% dos/das profis-
(UBS) e 10,4% o Hospital (Universitário/Geral). sionais das equipes técnicas dos CREAS se
declararam insatisfeitos/as com o atendimento
Um aspecto central da Política de Atenção
prestado ao/à adolescente pela rede de Saúde,
Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito
e 41,7% dos/das coordenadores/as e cerca de
com a Lei é “incentivar a articulação dos Projetos
38% dos/das profissionais das equipes técnicas
Terapêuticos Singulares elaborados pelas equipes
se consideraram satisfeitos/as em relação a esse
de saúde aos Planos Individuais de Atendimento
atendimento.
(PIA), previstos no Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo (SINASE), de Especificamente sobre a rede de Saúde
modo a atender as complexas necessidades desta Mental, há uma dissonância entre os/as
139
8,50%
Não sabe informar
6,36%
PESQUISA MEIO ABERTO
1,89%
Muito satisfeito(a)
1,41%
Grau de satisfação com os serviços de Saúde
37,80%
Satisfeito(a)
2,36% 41,70%
Prefere não responder
1,41%
Insatisfeito(a) 38,43%
8,50% 42,40%
Não sabe informar
6,36%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
37,80%
Satisfeito(a)
41,70%
Insatisfeito(a) 38,43%
42,40%
Especificamente sobre a rede de saúde mental, há uma dissonância entre as
profissionais dos CREAS, enquanto 11,02% 39,5% dos/das coordenadores/as se consideram
Muito insatisfeito(a)
insatisfeitas e 32,4% satisfeitas, 6,71%
39,6% dos/das profissionais das equipes técnicas estão
satisfeitas e 37,4% estão insatisfeitas.
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
Grau de satisfação quanto a articulação estabelecida com a rede de saúde e saúde mental - SP
No estado de São Paulo, por sua vez, a tendência à insatisfação com as articulações
estabelecidas com a rede de saúde e saúde mental se mantém, apontando leves alterações,
5,66%
Prefere não responder 3,70%
sobretudo, relacionadas ao maior índice de satisfação apresentado tanto por parte da equipe
técnica (35,19%) e dos/as coordenadores/as, de 43,40%. Contudo, mesmo diante de índices de
1,89%
Não sabe informar
satisfação expressivos,0,00%
a que se considerar a prevalência nos índices de insatisfação com as
articulações estabelecidas,
0,00%haja vista os percentuais de respondentes, componentes das equipes
Muito satisfeito(a) 0,00%
técnicas que afirmaram insatisfação, 55,56% e muita insatisfação, 5,56% Coordenação
e ainda, os/as
SP
coordenadores/as dos serviços na localidade, que apresentaram 43,40% 39,62% de respondentes
Satisfeito(a) 35,19% Equipe Técnica SP
insatisfeitos/as e 9,43% de respondentes muito insatisfeitos/as.
Insatisfeito(a) 39,62%
55,56%
No satisfeito(a)
Muito estado de São Paulo, por sua vez, a
0,00% O desafio com relação à atenção integral
0,00%
tendência à insatisfação com as articulações esta- (promoção, prevenção, assistência e recupera-
Coordenação SP
belecidas com a rede de Saúde e Saúde Mental
Satisfeito(a) ção) da saúde
43,40%dos/as adolescentes é observado
Equipe Técnica SP
35,19%
se mantém, apontando leves alterações, sobre- na fala dos/as entrevistados/as e considerado
tudo, relacionadas ao maior índice de satisfação
Insatisfeito(a) central para o trabalho socioeducativo. A adoles-
39,62%
55,56%
apresentado tanto por parte da equipe técnica cência é entendida, inclusive, de acordo com as
(35,19%) e dos/as coordenadores/as,
Muito insatisfeito(a) 9,43% de 43,40%. normativas nacionais e internacionais, como
5,56%
Contudo, mesmo diante de índices de satisfação uma fase da vida em que o sujeito está em desen-
expressivos, há que0,00% se considerar
10,00% a 20,00%
prevalência
30,00% volvimento e, devido
40,00% 50,00% a tal fato, o atendimento à
60,00%
nos índices de insatisfação com as articulações saúde é de central importância neste processo de
estabelecidas, haja vista os percentuais de respon- descoberta e autoentendimento. Desta forma, a
dentes, componentes das equipes técnicas que inserção do/a adolescente no Sistema Único de
afirmaram insatisfação, 55,56% e muita insa- Saúde (SUS), tanto no nível de atenção básica,
tisfação, 5,56% e ainda, os/as coordenadores/ como na rede de atenção mais complexa, como
as dos serviços na localidade, que apresentaram a rede de Saúde Mental, é parte importante do
39,62% de respondentes insatisfeitos/as e 9,43% processo de garantia de direitos e de construção
de respondentes muito insatisfeitos/as. de um projeto de vida junto aos/às adolescentes.
141
PESQUISA MEIO ABERTO
142
S, enquanto 34,62% dos/as coordenadores/as e 26,42% dos/as componentes das equipes
técnicas informaram que as unidades de atendimento mantém parceria com as unidades do
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Sistema S (SENAI, SESC, SESI, SENAC).
Parceria com unidades do Sistema S
0,00%
Prefere não responder 0,00%
0,00%
8,70%
Não sabe informar 1,54%
0,00% Equipe Técnica CREAS
33,20%
Sim 41,54%
26,42%
10
Na década de 1940 o sistema S inicia sua estruturação
Parceria no paísdo
com unidades com o objetivo
Sistema S de promover formação profissional,
acesso a lazer e cultura aos trabalhadores brasileiros. O sistema S é um dos principais parceiros dos serviços de medidas
socioeducativas em meio aberto, o qual oferece cursos de profissionalização em todo o país. Este sistema se caracteriza
como um conjunto de nove instituições de interesse de categorias profissionais, estabelecidas pela Constituição Federal
0,00%
(1988),
Preferecomposto, entre outros,
não responder pelo: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social do Comércio
0,00%
(Sesc), Serviço Social da Indústria
0,00%(Sesi); e Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac).
3,00%
Não sabe informar 5,56%
1,92% Coordenação CREAS
Coordenação DF
62,00%
Não 50,00% Coordenação SP
63,46%
35,00%
Sim 44,44%
34,62%
0,00%
Prefere não responder 0,00%
0,00%
Prefere não responder 0,00%
0,30%
0,30%
1,89%
Não sabe informar 1,89%
3,08%
Não sabe informar 3,08%
9,10%
9,10%
37,74% Equipe Técnica SP
Não 24,62% 37,74%
Equipe Técnica SP
Não 24,62% 46,13% Equipe Técnica DF
46,13% Equipe Técnica DF
Equipe Técnica CREAS
22,64% Equipe Técnica CREAS
Sim, com outro Centro Cultural
Sim, com outro Centro Cultural 22,64% 61,54%
Esportivo 35,81% 61,54%
Esportivo 35,81%
37,74%
Sim, com a Praça CEU 10,77% 37,74%
Sim, com a Praça CEU 10,77%
8,65%
8,65%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
0,00%
Prefere não responder 0,00%
Prefere não responder 0,33%
0,00%
0,33%
1,92%
Não sabe informar 0,00%
1,92%
Não sabe informar 3,97%
0,00%
3,97%
Coordenação SP
36,54% Coordenação SP
Não 37,50%
36,54%
Não 37,50% 48,01% Coordenação DF
48,01% Coordenação DF
Sim, com outro Centro Cultural 9,62% Coordenação CREAS
Sim, com outro Centro Cultural 0,00% 9,62% Coordenação CREAS
Esportivo 0,00% 39,40%
Esportivo 39,40%
51,92%
Sim, com a Praça CEU 51,92% 62,50%
Sim, com a Praça CEU 8,28% 62,50%
8,28%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
144
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
No caso do Distrito Federal, 62,5% dos/das coor- parceria estabelecida entre a unidade de aten-
denadores/as e 72,3% dos/das profissionais dimento socioeducativo e os Centros Esportivos
das equipes técnicas afirmaram manter algum e Culturais foi coletado de forma agregada34,
tipo de parceria com algum Centro Cultural e indicando que 51,06% dos/as profissionais
Esportivo, um número elevado em comparação das equipes técnicas mostraram-se satisfeitos
ao restante do país. com a parceria estabelecida, enquanto 14,89%
Em São Paulo, 51,92% dos/das coorde- disseram estar insatisfeitos e 8,51% muito insa-
nadores/as e 37,74% dos/as profissionais que tisfeitos. Observamos, assim, que mais de 65%
compõem as equipes técnicas que atuam na loca- dos/as respondentes (somando-se satisfeitos e
lidade afirmaram a existência de parceria com muitos satisfeitos) demonstraram satisfação com
Centro de Esportes e Artes Unificados; 9,62% a parceria estabelecida, dado que segue a tendên-
dos/das coordenadores/as e 22,64% dos/as inte- cia nacional e aponta para parcerias êxitosas
grantes das equipes técnicas afirmaram manter entre as unidades de atendimento socioedu-
alguma relação com outro Centro Cultural cativo e os Centros Esportivos e Culturais das
Esportivo; 36,54% dos/as coordenadores/as dos localidades, quando efetivamente estabelecidas
serviços e 37,74% dos/as profissionais afirma- e fomentadas.
ram não haver qualquer parceria dessa natureza, Aferimos que as parcerias culturais
1,92% dos/as coordenadores/as e 1,89% dos/as aparecem em quase metade das falas dos/das
profissionais das equipes técnicas não souberam profissionais das equipes técnicas, e para forma-
informar. São Paulo, dessa forma, também se ção para o trabalho apenas em 1/3 destas. As
caracteriza por uma localidade em que o percen- parcerias para a formação para o trabalho,
tual de respondentes que afirmaram a existência cultura, esporte e lazer fazem parte da garantia
de parcerias com Centros Culturais e Esportivos dos direitos previstos em lei no acompanha-
assume índices significativos, na ordem de mais mento de adolescentes em cumprimento de
de 60%. Medida Socioeducativa em Meio Aberto e exigem
Em relação ao grau de satisfação com o o esforço intersetorial para acontecerem.
Centro de Esportes e Artes Unificados - Praça
CEU, 75% dos/das coordenadores/as e 78,1%
dos/das profissionais das equipes técnicas 7.8.1.3.3. ATIVIDADES RELIGIOSAS
dos CREAS afirmaram que estão satisfeitos/
as, enquanto 12,5% dos/das coordenadores/ Além disso, foi possível perceber que
as mostraram-se insatisfeitos/as e outros 9% as parcerias dos serviços de proteção social
dos/das profissionais das equipes técnicas não a adolescentes em cumprimento de Medidas
souberam informar. Já quando foi perguntado Socioeducativas em Meio Aberto junto às insti-
sobre o grau de satisfação com a interação com tuições religiosas não passam dos 30% de
outro Centro Cultural, Esportivo ou Centro de respostas dos/as profissionais que compõem as
Convivência do Município, 75,6% dos/das coor- equipes técnicas destes equipamentos/serviços.
denadores/as e 67,1% dos/das profissionais Apesar da afirmação na lei do SINASE (2012),
das equipes técnicas afirmaram estar satisfei- sobre o respeito à diversidade religiosa, não há a
tos/as e quase 11% dos/das coordenadores/as e previsão de atividades e parcerias com entidades
19,1% dos/das profissionais das equipes técni- desta natureza. Ainda sobre a relação de parce-
cas relataram estar insatisfeitos/as. De acordo ria do equipamento com instituições religiosas
com os dados coletados, os níveis de satisfação para o desenvolvimento de ações e atividades
das equipes com as parcerias estabelecidas entre com os/as adolescentes em cumprimento de
as unidades de atendimento socioeducativo e medida, cerca de 70% dos/das coordenado-
os Centros Esportivos e Culturais das localida- res/as e 70% dos/das profissionais afirmaram
des são extremamente significativos e denotam não ter parceria. Dentre aqueles que afirmaram
que quando realizada tal parceria, esta tende manter relação de parceria com instituições reli-
a ser importante para o desenvolvimento do giosas, 19,4% dos/das coordenadores/as e 15,1%
trabalho planejado pelas equipes no acompanha- 34
Na coleta do dado agregado, todos os Centros Esportivos e
mento dos/as adolescentes em cumprimento de Culturais foram mencionados na mesma pergunta. Questão
Medidas Socioeducativas em Meio Aberto. realizada: Q.182. Qual é seu grau de satisfação com a parceria
estabelecida com Centro de Esportes e Artes Unificados - Pra-
Assim como no caso anterior, no Distrito ça CEU ou com outro Centro Cultural e Esportivo existente na
Federal, o dado relativo a satisfação com a região?
145
PESQUISA MEIO ABERTO
Série4 Série2
.
dos/das profissionais das equipes técnicas reali- Dentre os motivos para a não participação
zam parceria com instituições católicas e cerca de das equipes nas audiências judiciais, a maioria
17% dos/das coordenadores/as e 12,7% dos/das dos/as profissionais que compõem as equipes
profissionais das equipes técnicas mencionaram técnicas, correspondendo a 57,11% dos/as profis-
parceria com instituições evangélicas. sionais técnicos/as dos CREAS e 40,23% dos/as
profissionais que atuam no Distrito Federal, afir-
maram não participar das audiências judiciais
7.9. PARTICIPAÇÃO DAS EQUIPES NAS porque não há fluxo de solicitação ou informação
AUDIÊNCIAS JUDICIAIS sobre as audiências por parte da Vara da Infância
e Juventude. Dos 25,46% dos/as responden-
A participação dos/das profissionais tes que apontaram outros motivos para a não
que atuam junto aos/às adolescentes que estão participação nas audiência judiciais, indicaram,
cumprindo Medida Socioeducativa em Meio como outras razões, o fato de não receberem
Aberto pode ser importante para que haja mais qualquer tipo de convocação ou convite do juiz
elementos para a tomada de decisão do juiz. para participarem da audiência, argumento que
Desta forma, nesta seção é abordada a participa- denota a ausência de fluxo estabelecido entre a
ção da equipe técnica e coordenação dos CREAS unidade de atendimento socioeducativo e a Vara
e demais modalidades de serviços de proteção da Infância e Juventude. Outro motivo apon-
social à adolescente em cumprimento de Medida tado com recorrência como “outros” diz respeito
Aocioeducativa em Meio Aberto nas audiências ao fato de muitos/as profissionais acreditarem
judiciais. não ser de responsabilidade dos/as profissionais
Sobre a participação dos/das profis- das unidades de atendimento o comparecimento
sionais das equipes técnicas nas audiências nas audiências judiciais. Além disso, alguns
judiciais, aproximadamente 66% dos/as profis- profissionais externaram que a participação nas
sionais dos CREAS, 68,66% dos/as profissionais audiências judiciais era vista como um fator que
que atuam no serviço de acompanhamento dos/ colocava em risco à sua própria segurança ou até
das adolescentes em cumprimento de Medidas mesmo como uma situação que poderia compro-
Socioeducativas de Meio Aberto do Distrito meter o vínculo estabelecido com o/a adolescente
Federal afirmaram não participarem de tais em acompanhamento. A variável “considera que
audiências, enquanto 100% dos/as profissionais não há necessidade” também obteve percentual
que atuam no estado de São Paulo informaram de 12,84% dos/as profissionais respondentes
a sumária participação nas audiências judiciais. que atuam nos CREAS e 17,24% dos/as profis-
sionais que integram as equipes técnicas do
146
socioeducativas de meio aberto do Distrito Federal afirmaram não participarem de tais
audiências, enquanto 100% dos/as profissionais que atuam no estado de São Paulo informaram
a sumária participação nas audiênciasParte
judiciais.
I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
0,00%
Prefere não responder 0,00%
0,00%
0,00%
Não sabe informar 0,00%
0,46% Equipe Técnica SP
Equipe Técnica DF
0,00%
Não 68,66% Equipe Técnica CREAS
65,70%
100,00%
Sim 31,34%
33,84%
Dentreoos
Distrito Federal, quemotivos paraum
representa a percentual
não participação dasFoi equipes
possível nasperceber
audiências quejudiciais,
não há aum
maioria dos/as
importante profissionais
quando refletimosqueno compõem
teor simbó- as equipes
fluxo detécnicas,
informação correspondendo
entre o Poder a 57,11%
Judiciário,
lico queprofissionais
dos/as possui o fatotécnicos/as
de muitos/asdosprofissionais
CREAS e 40,23% Vara da Infância
dos/as e Juventude,
profissionais que atuame osnoserviços
Distritoque
indicarem que a presença
Federal, afirmaram dos mesmos/as
não participar executam
nas judiciais
das audiências as Medidas
porque não há Socioeducativas
fluxo de solicitação em ou
Meio
audiências judiciais não é necessária. Aberto, no tocante à participação nas audiên-
informação sobre as audiências por parte da Vara da Infância e Juventude. Dos 25,46% dos/as
Ressaltamos que a periodicidade cias judiciais dos/as profissionais que realizam
respondentes que apontaram outros motivosdeparaoa acompanhamento
não participação nas audiência
direto dos/as judiciais,
adolescen-
participação nas audiências judiciais dos/as
indicaram, como outras razões o fato de não receberem tes. qualquer
Apenas 1/3tipo de convocação
dos/as profissionais ou afirmaram
convite
profissionais que indicaram participar, ainda
do juiz para participarem da audiência, argumento
que ocorra, se divide entre profissionais que afir- que denota
participar a
das ausência
audiênciasde fluxo estabelecido
judiciais, ainda que
entre a unidade de atendimento socioeducativo
maram participar frequentemente, 24,56% de e a Vara
mais da
da Infância
metade e Juventude.
destes Outro
profissionais motivo
estejam
apontado com
profissionais dosrecorrência
CREAS e 22,73% como de “outros”
técnicos/ presentes
diz respeito aoraramente ou nunca. A
fato de muitos/as baixa partici-
profissionais
acreditarem
as que atuamnão no ser de responsabilidade
Distrito pação dos/das
dos/as profissionais
Federal e raramente, dasprofissionais
unidades de que acompanham
atendimento o
correspondendo os/as adolescentes durante o cumprimento
comparecimentoanas 44,30% de profissionais
audiências que disso,
judiciais. Além alguns profissionais externaram que a
compõem as nas
equipes dos CREAS e era
68,18% das Medidas Socioducativas em Meio Aberto,
participação audiências judiciais vista de
como um fator que colocava em risco à sua própria
profissionais integrantes das equipes do Distrito nos espaços do Sistema de Justiça e vice-versa,
segurança ou até mesmo como uma situação que como poderia foicomprometer
possível observar o vínculo estabelecido
a partir da análise de
Federal.
com o/a adolescente em acompanhamento. A variável “considerapode
outras questões, quesernão
umhá necessidade”
fator que dificulta o
Já sobre o grau de satisfação obtido
também obteve percentual de 12,84% dos/as profissionais processorespondentes
socioeducativo, quejáatuam nospossui
que este CREAS uma
a partir da interação com o juiz durante as
e 17,24% dos/as profissionais que integram as equipes técnicas
relação direta comdoo êxito
Distrito Federal,
obtido o que
na articulação
audiências judiciais, observamos que o grau de
representaentre
um percentual entre os/as
no teorprofissionais do sistema
possui ode garantia
satisfação as equipesimportante
se mostrouquando
diferen-refletimos simbólico que fato de
muitos/as profissionais indicarem que a presença de
dos direitos,
mesmos/as garantido,
nas inclusive,
audiências por intermédio
judiciais não é
ciado, tendendo para satisfatório, para as equipes
de fluxos de atendimento. Dessa forma, pode-se
necessária.
dos CREAS e insatisfatório para as equipes que
afirmar que há um distanciamento, no aspecto
atuam no Distrito Federal. Nesta última 68,18%
aqui analisado, com relação a interação entre
dos/as profissionais se mostraram insatisfeitos/
os/as profissionais do serviço de proteção social
as e muito insatisfeitos/as – quando somados
a adolescentes em cumprimento de MSE/MA,
- com a interação com os/as magistrados/as
que são os que acompanham de maneira mais
durante as audiências judiciais e 31,82% mostra-
próxima o/a adolescente e o Sistema de Justiça,
ram-se satisfeitos/as e muito satisfeitos/as,
bem como deste último com a realidade do aten-
também em somatório. Em tendência inversa, as
dimento socioeducativo promovido na unidade
equipes dos CREAS indicaram 66,22% de satis-
de atendimento, sob seu viés pedagógico preco-
fação e muita satisfação com a interação com o
nizado pela socioeducação, e, sobretudo, no que
juiz durante as audiências judiciais, enquanto
tange a vida do/a adolescente.
23,68% se mostraram insatisfeitos/as ou muito
insatisfeitos/as.
147
10,34%
PESQUISA MEIO ABERTO Outro
25,46%
Motivação para a não participação das equipes técnicas nas audiências judiciais
0,00%
Prefere não responder
0,92%
10,34%
4,60%
Outro
Não sabe informar
5,05% 25,46%
Nunca 0,00%
Prefere não responder 0,00%7,02%
0,44% Equipe Técnica DF
Raramente 68,18% Equipe Técnica CREAS
Não sabe informar 4,55% 44,30%
1,32%
Frequentemente 22,73%
Nunca 0,00% 24,56%
7,02%
Equipe Técnica DF
Sempre 4,55% 68,18%
Raramente 22,37% 44,30% Equipe Técnica CREAS
Sempre 4,55%
22,37%
148
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Grau de satisfação das equipes quando em interação com o juiz, durante as audiências
judiciais
Insatisfeito(a) 40,91%
18,42%
149
Foi possível perceber que não há um fluxo de informação entre o Poder Judiciário, Vara
da Infãncia e Juventude, e os serviços que executam as medidas socioeducativas em meio aberto,
cnicos dos CREAS e 11,94% dos/das profissionais das equipes técnicas do Distrito Federal
14
Profissionais dispunham de informações sobre a quantidade de PIAs que
não tiveram adesão do/a adolescente em 2018
Sim 14,93%
23,64%
serviços, que informou, no momento da abor- do CREAS e/ou na rotina dos/das adolescentes
dagem, não dispor de informações
Já em relação as coordenadores/as dos relativas à (18%); e condições
CREAS, as psicossociais
respostas –somamuso abusivo
44,95%
adesão do/a adolescente ao Plano Individual de substâncias ilícitas, envolvimento em tráfico
estes/as afirmando que tinham informações sobre a quantidade de adolescentes que aderiram
de Atendimento – PIA, no ano de 2018, sina- de drogas, participação em facções e/ou conflitos
o PIA, enquanto 42,67%
liza uma questão relataram
relevante para anão ter de
política tal informação. Dentre os coordenadores/as do
territoriais (16%).
erviço deatendimento
proteção social a adolescentes
socioeducativo, sobretudoem no cumprimento
que A de
nãomedidas
adesão aosocioeducativas em meio
PIA é um indicador
berto dose Distrito
refere às Federal, 26,32% afirmaram
Medidas Socioeducativas em Meio dispor de informações
importante para compreendersobre a adesão
as questões do dos
Aberto:
dolescentes aoaPIA,necessidades
enquanto de 57,89%
obtenção de de profissionais
infor- desta mesma
atendimento categoria
socioeducativo, tendoafirmaram
em vista que
mações que garantam às equipes técnicas à que estedosé o serviços
instrumental que guia o atendi- do
ão dispunham de tal informação. Já os coordenadores/as de acompanhamento
compreensão das motivações para a não adesão mento e o acompanhamento do/da adolescente
dolescentes
dos/das emadolescentes
cumprimento deisto
ao PIA, medidas socioeducativas em meio aberto
é, à identifica- do estado de São
em cumprimento de MSE/MA, ou seja, quando
aulo, a ção grande maioria,encontradas
das fragilidades 77,36% para informou não abordamos
se efetivar ter informações sobre a adesão dos/das
este tema estamos falando da Medida
dolescentes ao PIA,
o processo no ano de
socioeducativo, de 2018, enquanto
sensibilização e apenas 3,77%
Socioeducativa dos/das
em sua coordenadores
essência, como um todo dos
engajamento dos/das adolescentes, bem como e, sobretudo, de sua efetividade na perspectiva de
suas famílias, para o cumprimento das metas como esta foi pensada no SINASE. Foi afirmado
em tela não foi direcionada
estabelecidas à equipe técnica
no instrumento, porque opera o serviço no estado de São Paulo, uma vez que os dados mais es
intermédio
supervisão dos CREAS que supervisionam o trabalho das entidades pelos/as profissionais
executoras dos CREAS
das medidas que mais daem meio abe
socioeducativas
da concretização da socieducação e suas dire- metade dos/as adolescentes não aderem ao PIA
trizes pedagógicas. Dessa forma, por meio da por questões relacionadas à sua realidade (dese-
compreensão dos motivos para a adesão, ou não, jos e necessidades). Isto é, de alguma maneira, o
do/a adolescente ao PIA, seria possível perceber: que está sendo previsto no PIA representa uma
onde e de que forma a política de atendimento série de metas que podem não estar caracteri-
socioeducativo, em Meio Aberto, pode potencia- zando aquilo que é concreto na realidade do/da
lizar a adesão ao PIA e quais ações fragilizam a adolescente e até mesmo, não refletir a partici-
adesão dos/as adolescentes ao PIA. pação ativa do/da adolescente na construção, e,
Também foi questionado aos/às profis- dessa forma, não indicar suas reais possibilida-
sionais das equipes técnicas quais os três des, contribuindo para o não engajamento.
principais motivos para a não adesão ao PIA. O segundo motivo mais evocado pelos/
Entre as respostas foi possível agrupar em alguns as profissionais para justificar a não adesão dos/
itens: incompatibilidade com as necessidades e das adolescentes ao PIA refere-se à dificuldade
desejos do/da adolescente (55%); dificuldade de de mobilidade enfrentada pelos/as adolescentes,
mobilidade por parte do/da adolescente (18%); na maioria dos casos em decorrência das vulne-
a dificuldade na articulação com a rede de servi- rabilidades sociais que inviabilizam o acesso
ços públicos (16%); ausência da participação destes/as ao transporte público e à cidade. Tal
de familiares e/ou responsáveis nas atividades situação trata-se de uma violação de direitos,
150
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
0,00%
Prefere não responder 0,00%
1,63%
18,87%
Não sabe informar 15,79%
10,75% Coordenação SP
Coordenação DF
77,36%
Não 57,89% Coordenação CREAS
42,67%
3,77%
Sim 26,32%
44,95%
pois foi afirmado por 18% dos/das profissionais risco impossibilita o cumprimento dos acordos
O alto
que os/aspercentual
adolescentesdenãorespondentes,
aderem ao PIA tanto
por da equipenotécnica
realizados como
PIA, o que podedanos
coordenação
indicar que dos
dificuldade de mobilidade e por não conseguirem
serviços, que informou, no momento da abordagem, não dispor de informações arelativas
há uma incompatibilidade do PIA com reali- à
ter garantido o acesso aos serviços, situação que dade de alguns adolescentes em cumprimento de
adesão do/a adolescente ao
denota extrema gravidade . Plano
35 Individual de Atendimento – PIA, no ano de
Medidas Socioeducativas em Meio Aberto, que2018, sinaliza
uma questão de suma relevância para a política
Outro aspecto evidenciado sobre a não de atendimento
necessitam socioeducativa,
que haja uma ampliação de sobretudo
fatores de no
proteção . Dessa
que se refere às medidas socioeducativas em meio aberto: a necessidades de obtenção de
adesão refere-se a razões psicossociais, principal-
37
forma, podemos ainda presu-
mente
informações quecomgarantam
relação ao uso
às eequipes
comércio de drogas àmir
técnicas
que este fator de não adesão possui relação
compreensão das motivações para àa não
e participação dos/das adolescentes em cumpri- direta com a vulnerabilidade social associada
adesão dos/das
mento das adolescentes ao PIA, isto
Medidas Socioeducativas emé,Meio
à identificação das fragilidades
realidade vivenciada por este/estaencontradas
adolescente, o para
que gera efeitos
se efetivar o processo socioeducativo, de sensibilização e engajamento dos/das
Aberto em situações de risco (envolvimento em nas possibilidades queadolescentes,
este/esta
facções criminosas, disputas e conflitos territo- terá para, efetivamente, cumprir, a MSE/MA.
bem como suas famílias, para o cumprimento da medida por intermédio da concretização da
riais), que apareceu em 16% das respostas dos/as Nesta pergunta pode-se perceber
socieducação e suas
profissionais que diretrizes
compõem as pedagógicas.
equipes técnicas, eDessa tambémforma, por relacionados
aspectos meio da compreensão
a intersetoriali- dos
motivos para a adesão, ou não, do/a adolescente ao PIA, seria possível perceber:
ainda, 5% disseram ser por razão de falecimento dade, abordada anteriormente, já queonde e de que
16% dos/
do/a adolescentes em decorrência de homicí- as adolescentes não aderem ao PIA por ques-
forma a política de atendimento socioeducativa, da medida em meio aberto, pode potencializar
dio36. Assim, o envolvimento em situações de tões relacionadas a articulação com os serviços
a adesão ao PIA e quais ações fragilizam a adesão públicos, dos/as oadolescentes
que impossibilita aoo PIA.
cumprimento das
A maioria dos/as profissionais que compõem as equipes téc-
35
Também
nica dos CREASfoi questionado
(53,17%) e 52,29% dos/das aos/às profissionais das equipes técnicas
coordenadores/ metas do instrumento, e, quais os três
consequentemente,
as dos CREAS abordado nessa pesquisa informaram que os/ diminui as possibilidades de atuação dos fato-
principaisasmotivos para a não adesão ao PIA. Entre
adolescentes que acessam o serviço de proteção social a ado- as respostas, foi possível agrupar em alguns
lescente em cumprimento de Medida Socioeducativa em Meio res de proteção projetados a partir da interação
itens: incompatibilidade
Aberto o fazem por conta com as necessidades
própria, e desejos
sem receberem qualquer entre do(a) adolescente
as políticas de atenção(55%); dificuldade
ao adolescente em de
mobilidade por parte do(a) adolescente (18%); a dificuldade na articulação com a rede de
tipo de auxílio disponibilizado pelo serviço. Somente no esta-
do de São Paulo e no Distrito Federal é que foram observados
cumprimento de Medida Socioeducativa em
Meio Aberto. Nesse caso, não se trata de uma não
serviços públicos
índices mais (16%);
elevados - ausência
acima de 50% no daDFparticipação
e acima de 80% de familiares e/ou responsáveis nas atividades
em SP - de respondentes, pertencentes às equipes técnicas, adesão do/a adolescente ao PIA, propriamente
do CREAS quee/ou na rotina
informaram dos adolescentes
que o deslocamento (18%);
dos/as adolescentes até e condições psicossociais – uso abusivo de
os equipamentos é promovido por meio do auxílio transporte Fatores de proteção aqui compreendidos como estratégias e/
substâncias ilícitas, envolvimento em tráfico de drogas, ou ações,participação em institucional
facções ou e/ou conflitos
37
fornecido pelo serviço.
de cunho metodológico, normativo
territoriaismais
(16%).
Os índices de Homícidio na adolescência têm sido cada vez que possam garantir e efetivar a proteção social e/ou minimi-
36
nefastos. Para acesso aos dados completo ver a última zem os riscos sociais a que os/as adolescentes em cumprimento
publicação do IHA – Índice de Homícidio na Adolescência, das Medidas Socioeducativas estão submetidos/as. Tais fatores
de 2014. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/me- de proteção podem ser possibilitados por meio do acesso às po-
dia/1231/file/IHA_2014.pdf. Acesso em 01 de fevereiro de líticas públicas, bens e serviços, atendimentos em rede, escuta
2020. à família do/a adolescente, dentre outras estratégias.
151
PESQUISA MEIO ABERTO
dita, mas de uma ineficiência de interação entre ser analisado em suas raízes e múltiplas expres-
as políticas públicas de atenção ao/à adolescente, sões, e, considerando suas representações sociais
sobretudo os que se encontram em cumprimento que são construídas principalmente pela mídia e
de Medida Socioeducativa em Meio Aberto., haja nas vivências cotidianas, que são produzidas e
vista a necessidade de que a garantia de seus reproduzidas no cotidiano e ideário social. No
direitos seja possibilitada por intermédio das caso da pesquisa em tela, que visa refletir sobre
ações em rede, de fato integradas e em sinergia. . o Sistema Socioeducativo, com ênfase na polí-
tica de Atendimento Socioeducativo em Meio
Aberto, a violência que foi tratada junto aos
8. VIOLÊNCIAS CONTRA OS/AS entrevistados/as relacionou-se à violência física,
ADOLESCENTES principalmente quando há o risco de morte,
e, também, no que se refere às motivações das
O tema da violência contra o/a adoles- violências, ou seja, sobre as violências estrutu-
cente compõe uma seção no relatório de pesquisa rais, como de classe (por ser pobre), raça (por ser
por estar muito presente na vida dos sujeitos que negro) e gênero (por ser mulher e/ou população
estão no Sistema Socioeducativo em Meio Aberto, LGBT), que nos permite refletir acerca dos riscos
exigindo que sejam criadas estratégias efetivas de a que estão expostos os/as adolescentes “alvos”
compreensão das situações, motivações, a fim de do Sistema Socioeducativo.
potencializar as formas de combate às mesmas. Quando se trata de violência contra crian-
Dessa forma, na presente seção, serão aprofun- ças e adolescentes seria necessário se amparar
dadas questões sobre as violências que ocorrem nestes valores universais defendidos pela legis-
com os/as adolescentes: primeiramente, sobre lação internacional, na qual são entendidos/as
a existência de relatos feitos pelos/as mesmos/ como pessoas em desenvolvimento, o que torna
as aos profissionais, depois, sobre denúncias os efeitos das violências contra este grupo ainda
de ameaça de morte e violências; em seguida mais nocivos. Desta forma, o combate à violên-
quem são os autores das ameaças, e quais são cia de qualquer tipo que possa ser perpetrada
as formas e motivações das violências perpetra- contra este grupo deve ser prioridade do Estado.
das contra os/as adolescentes em cumprimento As violências contra a criança e o/a adoles-
de MSE/MA, possibilitando um aprofundamento cente são categorizadas da seguinte maneira, de
nos tipos de violências e suas raízes estrutu- acordo com duas leis estabelecidas em 20142 e
rais. Também foi abordada a violência relatada 20173 e incorporadas ao Estatuto da Criança e do
nas oitivas e audiências e, por fim, foi tratada a Adolescente (1990): violência física, psicológica
implementação de ações quando há situação de e/ou sexual4.
ameaça de morte no âmbito do Judiciário e do
Sistema de Garantia de Direitos. Outro aspecto e ações humanas que se opõem, questionam ou perturbam a
tratado foi sobre a maneira como as denúncias paz ou a ordem reconhecida como legítima. Seu uso corrente
compreende o emprego de força brutal, desmedida, que não
feitas são encaminhadas e como o/a adolescente respeita limites ou regras convencionadas” (ADORNO; NERY,
seria protegido/a quando tal proteção ocorre, 2019, p.171). Alba Zaluar também nos ajuda a compreender
principalmente no que diz respeito à estrutura este fenômeno, afirmando que a violência tem um significado
polifônico: “é, portanto, a percepção do limite e da perturba-
formalizada e condições para que a denúncia ção (e do sofrimento que provoca) que vai caracterizar um ato
seja feita, e também com relação aos progra- como violento, percepção esta que varia cultural e historica-
mente”. Seria importante também considerar os valores uni-
mas de proteção à vida, incluindo o PPCAAM versais e direitos fundamentais que “obrigaria a pensar sobre a
– Programa de Proteção à Criança e Adolescente violência pelo lado dos limites que tais valores e direitos impo-
Ameaçado de Morte, e sobre o monitoramento riam à liberdade individual ou coletiva” (ZALUAR, 1999, p.8)
dos casos de ameaça de morte, interação entre
2
LEI Nº 13.010, DE 26 DE JUNHO DE 2014. Altera a Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adoles-
os CREAS e o programa de proteção, bem como cente), para estabelecer o direito da criança e do adolescente de
o fluxo de atendimento. Desta forma, pode-se serem educados/as e cuidados/as sem o uso de castigos físicos
compreender quais as violências ocorrem na vida ou de tratamento cruel ou degradante, e altera a Lei nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996.
dos/das adolescentes, e, ainda, como são trata- 3
LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017. Estabelece o sistema
das pelo Estado. de garantia de direitos da criança e do/da adolescente vítima
ou testemunha de violência e altera a Lei nº 8.069, de 13 de
Entende-se a violência1 como um termo
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
amplo que, para ser compreendido, necessita 4
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, sem prejuízo da tipifi-
cação das condutas criminosas, são formas de violência:
1
De acordo com Sérgio Adorno, sociólogo que estuda o tema da - violência física, entendida como a ação infligida à criança ou
violência, ela pode ser conceituada da seguinte maneira: “fatos ao/à adolescente que ofenda sua integridade ou saúde corporal
152
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
153
profissionais entrevistados/as sobre relatos de violência e ameaça de morte por parte dos/as
adolescentes, por intermédio das seguintes perguntas: quais os 3 autores que mais cometem
PESQUISA MEIO ABERTO
0% 10%
Prefere Não responder 20% 30% 40% 50% 60%
1 70%
1,64%80% 90% 100%
Total 61
154
Já quando foi perguntado às coordenadoras dos CREAS e às profissionais das equipes
técnicas se durante o cumprimento de medida socioeducativa nos últimos dois anos (2017/2018)
Já quando foi perguntado às coordenadoras dos CREAS e às profissionais das equipes
técnicas se durante o cumprimento de medida socioeducativa nos últimos dois anos (2017/2018)
houve algum alerta por parte do adolescente
Parte I: quanto
Panorama a
da ameaça de morte,Socioeducativo
política de Atendimento a violência em ou
MeioaAberto
tentativa
(2017 e 2018)
de suicídio, cerca de 62% dos/das coordenadores/as e 66,1% dos/das profissionais das equipes
técnicasRecebimento
afirmaram que dehouve.
algum alerta, durante o cumprimento da Medida Socioeducativa
em Meio Aberto relacionado à ameaça de morte ou violência cometida contra
o/a adolescente autor de ato infracional
Houve algum alerta, por parte do adolescente, relacionado à ameaça de morte, à violência ou
à tentativa de suicídio
Sim durante o cumprimento de medida socioeducativa nos últimos dois
66,14%
61,84%
anos (2017/2018)? 22,05%
Não
25,44%
Coordenador CREAS Equipe Técnica CREAS
Não sabe informar 11,02%
Sim 12,01% 175 61,84% 420 66,14%
Não
Prefere Não responder 0,79% 72 25,44% 140 22,05%
0,71%
Não sabe informar 34 12,01% 70 11,02%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Prefere Não responder 2 0,71% 5 0,79%
Total Equipe Técnica
283CREAS Coordenador CREAS
635
Quanto às gestoras de saúde, 56,3% destas informaram que não houve comunicado, da
ameaça ou violência. A pergunta foi feita utili- 8.2.1. AUTORES DE AMEAÇAS SEGUNDO
rede de saúde, relacionado
zando a expressão “durante osàprocedimentos
ameaça de morte,de à violência ou à tentativa de suicídio de
RELATOS DOS/AS ADOLESCENTES AS/
adolescentes atendidos durante o cumprimento
oitiva ou audiência” e foi possível perceber que de LA e PSC em 2017 e 2018.
AOS PROFISSIONAIS
há considerável diferença entre os percentuais
da Defensoria Pública e dos/das juízes/as, desta Quando perguntados sobre os autores da
forma, é Houve
possível que comunicado
algum muitos relatos tenham
da rede de saúde relacionado
violência à ameaça
e/ou ameaça de de
morte relatados pelos/
sido feitosmorte,
durante a entrevista
à violência ou àprévia reservada
tentativa de suicídioasdeadolescentes,
adolescenteso atendidos
que foi mais citado foram as
com o/a defensor/a, mas que os/as adolescentes ganguesdois
e facções e a Polícia, principalmente
durante o cumprimento de LA e PSC nos últimos anos (2017/2018)?
não tenham se sentido seguros para confirmar a militar. Os/as adolescentes estão em situa-
perante o/a juiz/a.Sim Gestor de Saúde
ção de alta vulnerabilidade e risco, pois sofrem
Sim 17 11,41%
Sobre a frequência com que os/as adoles- violência de grupos que dominam os territórios
Não
centes relataramNão ameaça de morte durante 84 56,38%
em que vivem, muitas vezes de quem está mais
audiência Não sabe informarem 2018, cerca de 47perto deste sujeito,
de apresentação 31,54%
e, ainda, do Estado, que está
50% dos/as Prefere Nãoafirmam
juízes/as responder
que foi raramente, 1 presente por meio 0,67%
da Polícia Militar, e ausente
32,7%Não sabe informar
afirmaram
Total que foi frequentemente e, 149 no momento de proteger este/a adolescente, que
ainda cerca de 5% informaram que os/as adoles- fica muitas vezes sujeito/a a quaisquer tipos de
centes sempre relatam
Prefere Não responder ameaça de morte durante violência no território em que vive.
a realização da audiência de apresentação. A partir dos dados e das pesquisas cita-
Já quando foi perguntado
0% 10% aos/às
20% coorde-
30% 40%das 50%
no início
60%desta
70%seção sobre90%
80% a violência
100% e ao
nadores/as dos CREAS e aos/às profissionais das longo desta, relacionadas ao risco letal que está
equipes técnicas se durante o cumprimento de exposta parcela dos meninos e meninas, a cons-
Medida Socioeducativa em Meio Aberto nos últi- tatação de quem são os autores de violência e
mos dois anos (2017/2018) houve algum alerta considerando a dificuldade na garantia de direi-
por parte do/da adolescente quanto à ameaça tos pontuada na seção que trata do atendimento
de morte, à violência ou à tentativa de suicídio, da Assistência Social, pode-se compreen-
cerca de 62% dos/das coordenadores/as e 66,1% der de que maneira ocorre a operacionalização
dos/das profissionais das equipes técnicas afir- da necropolítica, conceito cunhado pelo filó-
maram que houve. sofo camaronês Achille Mbembe, expresso na
Quanto aos/às gestores/as de Saúde, vulnerabilidade e risco de morte a que estão
56,3% destes/as informaram que não houve submetidos/as adolescentes, principalmente
comunicado da rede de Saúde relacionado à negros/as e pobres, que são mortos e também
ameaça de morte, à violência ou à tentativa de "deixados morrer" cotidianamente. Partindo da
suicídio de adolescentes atendidos/as durante o concepção de biopoder de Michel Foucault, que
cumprimento de LA e PSC em 2017 e 2018. descreve e analisa de que maneira o exercício do
poder tem como objetivo promover a vida como
fim último na sociedade moderna, o necropoder,
descrito por Mbembe como a política da morte,
trata de um padrão mórbido de governança, a
partir da produção de um inimigo corporificado
155
rede de saúde, relacionado à ameaça de morte, à violência ou à tentativa de suicídio de
camaronês Achille Mbembe, expresso na vulnerabilidade e risco de morte a que estão
adolescentes atendidos durante o cumprimento de LA e PSC em 2017 e 2018.
submetidos adolescentes, principalmente negro e pobres, que são mortos e também deixados
morrer
PESQUISAcotidianamente.
MEIO ABERTO Partindo da concepção de biopoder de Michel Foucalt, que descreve e
analisa de que maneira o exercício do poder tem como objetivo promover a vida como fim último
na sociedade
Houve Houve moderna,
algum algum o necropoder,
comunicado
comunicado descrito
da rede
da rede de por
de saúde
saúde Mbembe àcomo
relacionado
relacionado a política
à ameaça
ameaça deda àmorte,
de morte, trata de
violência
um padrão ou à tentativa
mórbido de de suicídio
governança, de
a adolescentes
partir da atendidos
produção de um durante
inimigo o
morte, à violência ou à tentativa de suicídio de adolescentes atendidos cumprimento
corporificado nos corpos
negros, matáveis, desta de LA e PSCsão
maneira, nosexterminados,
últimos dois anos (2017/2018)?
principalmente pela polícia, mas também
durante o cumprimento de LA e PSC nos últimos dois anos (2017/2018)?
são deixados morrer, por meio da falta de políticas sociais que os protejam, aumentando
Gestor de Saúde
significativamenteSim a vulnerabilidade social das pessoas, inclusive para serem mortos por conta
Sim com gangues e facções.
do envolvimento 17 11,41%
Não Não
Quando questionado aos profissionais do 84 sistema de justiça56,38%sobre os autores das
ameaças Não sabe informar
sofridas pelos adolescentes, em 47
primeiro lugar estão 31,54%
os membros de gangues e
facções, Prefere
(87% dos promotores,
Não responder quase 83% dos1 defensores e cerca
0,67%de 90% dos juízes); em
Não sabe
segundo lugarinformar
está a polícia militar (45,2% dos promotores, 64,4% dos defensores e cerca de
Total 149
29% dos juízes) e em terceiro lugar estão os membros da comunidade (7,1% dos promotores,
9,2% dos defensores públicos e 8,7% dos juízes).
Prefere Não responder
Assim como na pergunta anterior sobre o relato da ameaça por parte dos adolescentes
no momento da audiência há também uma disparidade entre os dados dos promotores e juízes
0%
e o defensor, o que novamente 10% traz20%o questionamento
30% 40% 50% 60%de que
acerca 70% espaço
80% de90% 100% é
segurança
dado ao adolescente na audiência para relatar uma ameaça praticada por um representante do
Estado.
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
nos corpos negros, matáveis, desta maneira, são quase 83% dos/das defensores/as públicos/as
exterminados, principalmente pela Polícia, mas e cerca de 90% dos/das juízes/as); em segundo
também são deixados morrer, por meio da falta lugar está a Polícia Militar (45,2% dos/das
de políticas sociais que os/as protejam, aumen- promotores/as de justiça, 64,4% dos/das defen-
tando significativamente a vulnerabilidade social sores/as públicos/as e cerca de 29% dos/das
dos/das adolescentes e jovens, inclusive para juízes/as) e em terceiro lugar estão os membros
serem mortos/as por conta do envolvimento com da comunidade (7,1% dos/das promotores/as de
gangues e facções. justiça, 9,2% dos/as defensores/as públicos/as e
Quando questionado aos/às profissio- 8,7% dos/as juízes/as).
nais do Sistema de Justiça sobre os/as autores/ Assim como na pergunta anterior sobre
as das ameaças sofridas pelos/as adolescentes, o relato da ameaça por parte dos/das adolescen-
em primeiro lugar estão os membros de gangues tes no momento da audiência, há também uma
e facções, (87% dos/as promotores/as de justiça, disparidade entre os dados recebidos pelos/as
156
(37,5% dos/das coordenadores/as e 50,7% dos/das profissionais das equipes técnicas), assim
como as milícias (12,5% dos/das coordenadores/as e 10,7% dos/das profissionais das equipes
técnicas). Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
8.2.2. Formasde
promotores/as dejustiça
violência segundo relatos
e juízes/juízas e o/a dos adolescentes
analisarmos, as/aos
de forma maisprofissionais
aprofundada, de que
defensor/a público/a, o que novamente traz o maneira se dá a materialização das violências
As formas
questionamento de violência
acerca têm relação
de que espaço de segu-estreita com os
relatadas autores
pelos/as das ameaças, apresentado
adolescentes.
rança é dado ao/àe adolescente
anteriormente, na audiência
com as motivações para
da violência, apresentada
Quandono tópico seguinte.os/as
questionados/as, No entanto,
promo-a
relatar uma ameaça
especificidade dessepraticada por um represen-
tópico possibilita analisarmos, de forma
tores/as de mais aprofundada,
justiça, de que
defensores/as maneira
públicos/
tante
se dádoa Estado.
materialização das violências relatadas pelos adolescentes.
as e juízes entrevistados/as apontaram as três
Quando
Ainda questionados,
referente à mesma os promotores,
pergunta, defensores
formas de eviolência
juízes entrevistados
mais relatadasapontaram
pelos/as as
coordenadores/as e profissionais
três formas de violência das equipes
mais relatadas adolescentes.Assim,
pelos adolescentes. Que asforam:
maisaapontadas
violência foram:
policial a
técnicas
violênciarelataram que os dos
policial (70,2% membros de gangues
promotores, 88,1% dos(70,2% dos/as promotores/as
defensores de justiça,
e 65,2% dos juízes), 88,1%
a violência
eterritorial
facções (92,6%
(cerca de dos/das
81% doscoordenadores/as
promotores, 65,7%e dos/as defensores/as
dos defensores públicos/as
públicos e 72,4%e dos65,2% dos/e
juízes)
93,1% dos/das
a violência profissionais
durante das equipes
a passagem técni- de as
pela unidade juízes/as),(17,8%
internação a violência
dos territorial
promotores,(cerca de 81%
55,2% dos
cas) estão entre os principais autores de ameaça dos/as promotores/as de justiça, 65,7% dos/
defensores e 23,1% dos juízes).
mais relatados pelos/as adolescentes, a Polícia as defensores/as públicos/as e 72,4% dos/as
As coordenadoras e profissionais das equipes técnicas do CREAS ressaltaram as
Militar também está entre os principais atores juízes/as) e a violência durante a passagem pela
mesmas formas de violência que os atores do sistema de justiça, porém, em uma ordem
de ameaça (37,5% dos/das coordenadores/as e unidade de internação (17,8% dos/as promoto-
diferente.
50,7% Assim,
dos/das as três principais
profissionais formas
das equipes de violência
técni- res/as relatadas
de justiça,pelos
55,2%adolescentes, aos atores
dos/as defensores/as
da assistência social, são: a violência
cas), assim como as milícias (12,5% dos/das territorial
públicos/as e 23,1% dos/as juízes/as). e 65,8%
(75,5% dos/das coordenadores/as
dos/das profissionais das equipes
coordenadores/as e 10,7% dos/das profissionais técnicas), a violência policial (69,8% dos/das
Os/as coordenadores/as e profissionais
coordenadores/as
das equipes técnicas).e 62,2% dos/das profissionaisdas dasequipes
equipestécnicas
técnicas)doe aCREAS
violência durante a
ressaltaram
passagem pela unidade de internação (27,4%,asdos/das mesmas formas de violência que os dos/das
coordenadores/as e 30,3% atores
profissionais das equipes técnicas). do Sistema de Justiça, porém, em uma ordem
8.2.2. FORMAS DE VIOLÊNCIA SEGUNDO diferente. Assim, as três principais formas
RELATOS DOS/AS ADOLESCENTES AS/ de violência relatadas pelos/as adolescentes,
AOS PROFISSIONAIS aos atores da Assistência Social, são: a violên-
cia territorial (75,5% dos/das coordenadores/
As formas de violência têm relação as e 65,8% dos/das profissionais das equipes
estreita com os/as autores/as das ameaças, apre- técnicas), a violência policial (69,8% dos/das
sentados/as anteriormente, e com as motivações coordenadores/as e 62,2% dos/das profissio-
da violência, apresentadas no tópico seguinte. No nais das equipes técnicas) e a violência durante
entanto, a especificidade desse tópico possibilita a passagem pela unidade de internação (27,4%,
157
Vale ainda ressaltar que a violência doméstica esteve nas falas de 20,2% dos
promotores,
PESQUISA
Vale ainda dos
17,1%
MEIO ABERTO defensores,
ressaltar que acerca de 19%
violência dos juízes,
doméstica 15,1%
esteve dos/das
nas falas coordenadores/as
de 20,2% dos
e cerca de 20%
promotores, dos/das
17,1% profissionais
dos defensores, dasde
cerca equipes
19% dostécnicas.
juízes, 15,1% dos/das coordenadores/as
Formas
e cerca dedos/das
de 20% violência sofridas,das
profissionais segundo
equipesrelato dos/as adolescentes aos profissionais
técnicas.
PrefereNão
Prefere Nãoresponder
responder
Outra
Outra
0%0% 10%
10% 20%
20% 30%
30% 40%
40% 50%
50% 60%
60% 70%
70% 80%80%
90%90% 100%
100%
Equipe
EquipeTécnica
TécnicaCREAS
CREAS Coordenador CREAS
Coordenador CREAS
dos/das coordenadores/as
Podemos
Podemosnotar
notarque
e violência
30,3% nana
queaaviolência
dos/das
escola,
escola,policial
policialee
emPodemos
em unidade
unidade
notar
de que a violência
internação
de se se
internação tratam na escola,
tratam
profissionais
de das equipes técnicas). policial e em unidade de internação se tratam de
de formas
formas de
de violência
violência perpetradas
perpetradaspelo
peloEstado,
Estado,e,e,ainda,
ainda,a aterritorial ocorre
territorial ocorreporpor
ausência
ausênciado do
mesmo no
Vale sentido
ainda de proteger
ressaltar os
queadolescentes
a em
violência formas de
situações derisco,
violência
como perpetradas
afirmado pelo Estado, e,
mesmo no sentido de proteger os adolescentes em situações de risco, como afirmado
doméstica esteve nas falas de 20,2% dos/aspro- ainda, a territorial ocorre por ausência do mesmo
motores/as de justiça, 17,1% dos/as defensores/ no sentido de proteger os/as adolescentes em
as públicos/as, cerca de 19% dos/as juízes/as, situações de risco, como afirmado anterior-
15,1% dos/das coordenadores/as e cerca de 20% mente. Esse aspecto pode ser compreendido
dos/das profissionais das equipes técnicas. como central quando o assunto são as Medidas
Socioeducativas em Meio Aberto e nos aponta
158
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
mais uma vez para a necessidade de o Estado não SINASE. A privação de liberdade deveria ser o
ser mais um dos principais fatores de risco para último recurso punitivo a ser aplicado a adoles-
estes/estas adolescentes. centes, reconhecendo-se assim que são pessoas
Especificamente sobre a violência escolar, em desenvolvimento e da obrigação do Estado
cabe ressaltar que a escola pode ser entendida em adotar medidas especiais de proteção. Desta
como um espaço de proteção e que o fato de forma, se uma medida de privação de liberdade
estar na escola seria um fator que minimiza- for aplicada, deve ser como último recurso e pelo
ria os riscos vividos pelos/as adolescentes. Por menor tempo possível.
outro lado, reconhecemos também que a escola Neste sentido, cabe ressaltar a priori-
pode ser compreendida, por muitos e/ou alguns dade em desenvolver e investir nas Medidas
adolescentes, como um fator de risco, isto é, Socioeducativas em Meio Aberto, que não são
que potencializa a exposição e a estigmatiza- palco da violência institucional que seria, muitas
ção vivenciada por muitos/as. Um aspecto que vezes, exercida.
foi pontuado na seção sobre a relação entre os A violência no ambiente doméstico
CREAS e as escolas, e que foi citado nessa seção também aparece como forma de violência em
também, seria referente à violência existente na cerca de 1/5 da fala dos/as entrevistados/as,
escola contra meninos e meninas que estão no esta que pode ser entendida como maus tratos,
Sistema Socioeducativo. Desta maneira, a escola de acordo com o Estatuto da Criança e do
também está relacionada à temática violência, Adolescente (1990), expressa em suas formas
nos apontando para a necessidade de uma espe- de violência física, psicológica e/ou sexual. O
cial atenção por parte do Estado com relação à ambiente doméstico pode ser entendido como
esta instituição e o seu papel junto ao Sistema um espaço de proteção, mas também de viola-
Socioeducativo sobretudo quando fazemos refe- ção de direitos a depender de cada contexto. O
rência às Medidas Socioeducativas em Meio espaço doméstico faz parte da vida dos/as adoles-
Aberto. . centes de maneira central e seria compreendido
Logo atrás da violência policial e territo- como relevante também pelos/as operado-
rial, a violência em unidades de internação está res/as do direito, que consideram o aspecto da
também muito presente na fala dos/as entrevis- família ser ou não protetiva como elemento de
tados/as, tornando-se notório que são ambientes decisão no momento de aplicar ou não Medidas
em que há recorrentes denúncias de violação Socioeducativas em Meio Aberto, por exemplo.
aos direitos humanos de adolescentes. Além Esse tipo de violência pode durar anos
da presença da violência na fala dos/as entre- sem ser percebida por aqueles que convivem
vistados/as, também podemos observar nas com a criança ou adolescente, e, ainda, pode
denúncias ao Estado brasileiro na Comissão e ser difícil de detectar e de tratar e dar encami-
na Corte Interamericana de Direitos Humanos nhamentos por meio de denúncia ao Sistema de
(OEA): das 31 medidas provisórias emitidas Justiça. Além disso, esse tipo de violência que
pela Corte em relação ao Estado brasileiro, 14 é relatado pelo/a adolescente pode ter conse-
são medidas provisórias relacionadas a crianças quências de difícil superação, porque exige um
e adolescentes, ou seja, metade delas são refe- tratamento especializado para este público, prin-
rentes ao Sistema de Justiça juvenil no país, e cipalmente sob a perspectiva do acionamento da
especificamente sobre as unidades de internação rede de Saúde Mental.
(CNJ).
Além de ser um ambiente onde há um
grande número de denúncias, a internação
deveria ser a última alternativa a ser proposta
no caso de adolescentes que cometeram algum
ato infracional, e isto se justifica no princí-
Princípios das Nações Unidas para a Prevenção da Delinquên-
pio da excepcionalidade, que está presente nas cia Juvenil - Princípios Orientadores de Riad (1990); Regras
normativas internacionais que versam sobre o das Nações Unidas para a Proteção dos Menores Privados de
Sistema de Justiça juvenil7 bem como, no próprio Liberdade (1990);
Comentário Geral 10: Direitos da Criança na Justiça de Crian-
7
Normativas internacionais do Sistema de Justiça juvenil: ças e Adolescentes (2007);
Regras Mínimas das Nações Unidas para a administração da Corte Interamericana de Direitos Humanos e Comissão Inte-
justiça juvenil (1985); Convenção sobre os Direitos da Criança ramericana de Direitos Humanos/Relatoria sobre os Direitos
(1989;1990); da Infância (2011)
159
PESQUISA MEIO ABERTO
47,37%
Outra. Qual? 59,52%
54,10%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
160
do CREAS) e em terceiro lugar, a violência de classe (7,5% dos/das coordenadores/as e 10,4%
dos/das profissionais das equipes técnicas). Vale destacar que quase metade dos atores da
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
assistência social selecionaram a opção “outros” e as respostas apresentadas nessa alternativa
foram exploradas na próxima subseção.
Motivações de violências sofridas pelos/as adolescentes segundo relatos dos mesmos
aos profissionais
Quais foram as três motivações de violência mais relatadas pelos adolescentes?
Violência racial (agressão física, verbal ou psicológica
motivada pelo pertencimento étnico-racial, exemplo Coordenador
38,11%
Equipe Técnica
pessoa negra, indígena ou cigana) CREAS 34,30% CREAS
Violência racial (agressão física, verbal
Violência de gênero (violência física, psicológica,ou psicológica
38,11
motivada
verbal e/ou pelo
sexualpertencimento étnico-racial,
motivada pela condição de gêneroexemplo 59
21,36% 34,30% 157
e/ou em função 16,86% %
pessoa negra,daindígena
orientação ousexual das pessoas –…
cigana)
Violência
Violência por intolerância
de gênero religiosa
(violência (violência
física, psicológica,
manifestada
verbal e/ou sexualpor distinção,
motivada exclusão, restrição ou
pela condição 1,46%
de gênero 21,36
preferência fundada na religião ou nas convicções… 1,16% 29 16,86% 88
e/ou em função da orientação sexual das pessoas – %
violência contra a mulher e contra pessoas LGBT)
10,44%
Violência por intolerância religiosa Violência de classe
(violência 7,56%
manifestada por distinção, exclusão, restrição ou 1,46
2 1,16% 6
preferência fundada na religião ou nas convicções 13,11% %
Não sabe informar
religiosas) 13,95%
10,44
Violência de classe 13 7,56% 43
Prefere não responder
2,43% %
1,16% 13,11
Não sabe informar 24 13,95% 54
%
44,90% 2,43
Prefere não responder Outra 2 1,16%
49,42% 10
%
44,90
Outra 0% 10% 20% 30%85 40% 50%49,42%
60% 70% 80%
18590% 100%
%
Equipe Técnica CREAS Coordenador CREAS
Total 172 412
juízes/asA eviolência
promotores/as
de gênerode justiça
também apareceumotivada
e pouco de maneira ou/esignificativa,
em função odoque gênero e/oua da
envolve
menos dafísica,
violência metade das respostas
psicológica, dos/as
verbal e/ou defen- orientação
sexual motivada sexual
ou/e das pessoas.
em função Nestee/ou
do gênero relatório,
da
sores/as públicos/as
orientação sexual dassepessoas.
concentraram o termo
na opção o termo
Neste relatório, violência
violência de gênero
de gênero está
está sendo
sendo utilizado
utilizado
“outros”.Portanto,
para as respostas
designar a motivação de contidas
situaçõesnessa para designar
de violência contra aadolescentes
motivação de mulheres.
situações deCabe
violên-
alternativa
ressaltar foram
ainda que, destrinchadas
a LGBTfobia foina próxima na cia
adicionada contra
mesma adolescentes
categoria, mulheres.
que apesar serCabe ressaltar
decorrente
subseção.
da
ainda que, a LGBTfobia foi adicionada na mesma
intolerância pela orientação sexual, também seria um tema que está intimamente ligado à
Já de
emgênero.
relação aos/às coordenadores/as e categoria, que apesar de ser decorrente da intole-
condição
profissionais das equipes técnicas, quando ques- rância pela orientação sexual, também seria um
Neste relatório observa-se que entre os entrevistados, cerca de 5% dos/das
tionados/as sobre as três principais motivações tema que está intimamente ligado à condição de
coordenadores/as dos CREAS, quase 10% dos/das profissionais das equipes técnicas e uma
de violências mais gênero.
porcentagem maisrelatadas
baixa dos pelos/as
atoresadolescen-
do sistema de justiça marcaram de forma combinada a
tes se encontra, em primeiro lugar, a violência Neste relatório observa-se que entre os/
alternativa violência no âmbito doméstico, como tipo de violência, e a opção violência de gênero,
racial (34,3% dos/das coordenadores/as e 38,1% as entrevistados/as, cerca de 5% dos/das coor-
como motivação de violência sofrida pelos(as) adolescentes. Apesar dessa relação não ter
dos/das profissionais das equipes técnicas), em denadores/as dos CREAS, quase 10% dos/das
aparecido de forma expressiva nesse relatório, essa e outras formas de materialização da
segundo lugar, a violência de gênero (cerca de profissionais das equipes técnicas e uma porcen-
violência
17% dos/dasde gênero foram aprofundadas
coordenadores/as abaixo. tagem mais baixa dos atores do Sistema de
e 21,3% dos/das
Em consonância
profissionais com a dos
das equipes técnicas discussão
CREAS)desenvolvida
e por Almeida
Justiça marcaram (2007),combinada
de forma a violência de
a alter-
gênero seria culturalmente situada, isto é,
em terceiro lugar, a violência de classe (7,5% dos/seu “espaço de produção é societal e o seu caráter
nativa violência no âmbito doméstico, como tipo é
relacional” (p. 24). Antes de iniciarmos
das coordenadores/as e 10,4% dos/das profis- o debate sobre a violência de gênero em si, cabe delimitar
de violência, e a opção violência de gênero, como
sionais das equipes técnicas). Vale destacar que motivação de violência sofrida pelos/as adoles-
quase metade dos atores da Assistência Social centes. Apesar dessa relação não ter aparecido
selecionaram a opção “outros” e as respostas de forma expressiva nesse relatório, essa e outras
apresentadas nessa alternativa foram exploradas formas de materialização da violência de gênero
na próxima subseção. foram aprofundadas a seguir.
A violência de gênero também apare- Em consonância com a discussão desen-
ceu de maneira significativa, o que envolve a volvida por Almeida (2007), a violência de
violência física, psicológica, verbal e/ou sexual gênero seria culturalmente situada, isto é, seu
161
PESQUISA MEIO ABERTO
“espaço de produção é societal e o seu caráter é a mulher não ocorre apenas de forma física, mas
relacional” (p. 24). Antes de iniciarmos o debate também de maneira psicológica, a qual se dá de
sobre a violência de gênero em si, cabe delimitar forma verbal ou gestual, com o intuito de humi-
o que chamamos de gênero, este pode ser expli- lhar ou aterrorizar a vítima. Cabe destacar que a
cado como um conceito relacional e marcador violência simbólica se constitui como outra que
social, a partir do controle histórico e social dos está na base da violência de gênero, pois como
corpos femininos, em que, segundo a discussão discute Almeida (2007), essa violência legitima
de Bourdieu (2003), a virilidade masculina se o uso da força em prol da manutenção do status
configuraria como superior a uma suposta doci- quo, o qual seria fortemente atravessado por
lidade e submissão feminina, os quais seriam valores morais, que, por sua vez, possui maior
aspectos centrais dos papéis sociais a serem peso emocional do que cognitivo.
ocupados por aqueles que se identificam com os Ainda de acordo com o que foi eviden-
gêneros masculino ou feminino. ciado no Mapa da Violência (2019), nota-se que,
Essa lógica binária de gênero que prevê entre 2012 e 2017, o índice de homicídio dentro
a masculinidade e feminilidade em polos opos- das residências contra mulheres cresceu 17,1% e
tos, precede a LGBTfobia. Essa afirmação pode fora das residências diminuiu 3,3%. No entanto,
ser compreendida a partir da perspectiva, cultu- o que chama ainda mais atenção seria o aumento
ralmente construída, de que seria algo “natural” de homicídios dentro das residências, com uso de
a sexualidade ser determinada pela identidade arma de fogo (29,8%). Cabe ressaltar que, apesar
de gênero e esta última ser atrelada ao órgão do número de homicídios de mulheres dentro
sexual (Louro, 2004). Quanto àqueles/as que de casa ter aumentado, a Lei Maria da Penha
não se adequam aos conceitos rígidos ancora- (11.340/06) foi um avanço para que o reconheci-
dos na heteronormatividade e na perspectiva mento da violência de gênero contra mulher - em
binária de gênero, a LGBTfobia pode se manifes- especial da violência doméstica - deixasse de ser
tar. De acordo com as denúncias recebidas pelo tomada como uma simples questão familiar, mas
Disque 100 do Ministério dos Direitos Humanos sim um problema de Saúde e Segurança Pública.
(MMFDH)8, em 2017, as violências mais comuns Essa relação aponta também para proble-
são: violência psicológica (35,2%), discriminação máticas futuras, pois crianças e adolescentes
(35,1%) e violência física (20,9%). que vivem em lares onde prevalece a violên-
Os papéis de gênero estão intrinsecamente cia doméstica possuem maior probabilidade
ligados às relações produzidas socialmente, de continuarem sendo vítimas de violência de
assim, considera-se essencial ressaltar quem se gênero e de desenvolverem comportamentos
configura como o foco da violência de gênero. agressivos, o que pode ser um preditor para se
O MMFDH divulgou os números de violên- engajarem em atividades infracionais (Carvalho
cia contra a mulher9, registrado entre janeiro & Oliveira, 2017; Cerqueira, 2016; Mascar,
e julho de 2018 pelo Ligue 180 – Central de Colossi e Falcke, 2013).
Atendimento à Mulher, esses registros chegaram
a 79.661. Destaca-se que em primeiro lugar está
Para saber mais sobre a questão de gênero e
a violência física e em segundo, a violência psico-
masculinidade, ver:
lógica. Sabe-se ainda que a maior porcentagem
(17,4%) do total de óbitos de mulheres causados SAFIOTTI, Heleieth. A Mulher na Sociedade
por homicídio se concentra na faixa etária de 15 de Classes. São Paulo: Expressão popular, 2013
a 19 anos de idade (Mapa da Violência de 2019). DAVIS, Angela. Mulheres, Raça e Classe. São
Paulo: Boitempo, 2016
A partir dos números apresentados,
percebe-se que as mulheres jovens são as maio- FEDERICI, Silvia. Calibã e a Bruxa – Mulheres,
res vítimas de violência de gênero. No entanto, Corpo e Acumulação Primitiva. São Paulo:
como ressaltado pelo MMFDH, a violência contra Editora Elefante
ZALUAR, Alba. Condomínio do Diabo. Rio de
8
MMFDH divulga dados sobre LGBTfobia. Disponível em:
http://dapp.fgv.br/dados-publicos-sobre-violencia-homofobi-
Janeiro: Editora Revan, 1996
ca-no-brasil-28-anos-de-combate-ao-preconceito/. Esse Mi-
nistério, que desde 2019 foi chamado de o Ministério da Mu-
lher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).
9
MMFDH divulga dados sobre feminicídio. Disponível em:
http://dapp.fgv.br/dados-publicos-sobre-violencia-homofobi-
ca-no-brasil-28-anos-de-combate-ao-preconceito/
162
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
8.2.3.1. MOTIVAÇÃO
8.2.3.1. Motivação de violência relacionada a questão
DE VIOLÊNCIA das drogas
referentes segundo
a esta relatos
questão, dos
apareceu em suas
adolescentes as/aos
RELACIONADA profissionais
A QUESTÃO DAS várias dimensões: ‘envolvimento com o tráfico
DROGAS SEGUNDO RELATOS DOS/AS de drogas’, ‘uso de drogas’, ‘disputa territorial’,
De acordo com os dados referentes à ‘envolvimento
motivação de violência relatada
com gangues pelos ‘ques-
e facções’,
ADOLESCENTES AOS/ÀS PROFISSIONAIS
adolescentes, a violência racial e a violência por contatão dosdas
aspectos
drogas’relativos
e ‘estigmaàs drogas
por tersão as
cometido ato
mais apontadas pelos entrevistados. Quando nos debruçamos sobre
infracional’. a temática
Desta forma, daesta
política de
subdivisão da
De acordo com os dados referentes à
drogas no Brasil, e também no mundo, podemos observar questão relação
diz direta com
respeito a o racismo
aspectos que e nos
a fazem
motivação de violência relatada pelos/pelas
questão de classe, ou seja, se trata também da necessidade de controlar
compreender parcela da
de maneira população, do que
aprofundada
adolescentes, a violência racial e a violência por
a negra e pobre, que vive em determinados territórios. seDesta
trata maneira,
a questãoa dimensão
das das drogas
drogas, que pode ser
conta dos aspectos relativos ao uso abusivo de
enquanto motivadora seria central para compreender como operam
percebida e se expressam
pelos/pelas de maneira
profissionais como moti-
drogas ou ao envolvimento com o tráfico e com
violenta estas questões estruturais na vida dos meninos vadore meninas
de que passam
violência em suas pelo sistema
diversas expressões
atividades ilícitas que tenham alguma relação
socioeducativo.
com drogas e entorpecentes são as mais apon- e dimensões.
Na pergunta relativa às três motivações das violências relatadas pelo adolescente, os
tadas pelos/as entrevistados/as. Quando nos Quando questionados/as sobre as prin-
aspectos relacionados a questão das drogas apareceu de maneira significativa, entendido pelos
debruçamos sobre a temática da política de cipais motivações de violência, mais relatadas
entrevistados como motivação de violência. Mais de 50% das respostas foram referentes a esta
drogas noapareceu
Brasil, e também pelos/as adolescentes, relacionadas a dimensão
questão, em suas no mundo,
várias podemos
dimensões: ‘envolvimento com o tráfico de drogas’, ‘uso de
observar relação direta com o racismo e a questão das drogas, os atores do Sistema de Justiça rela-
drogas’, ‘disputa territorial’, ‘envolvimento com gangues e facções’, ‘questão das drogas’ e
de classe, ou seja, se trata também da necessi- taram, em primeiro lugar, o envolvimento com o
‘estigma por ter cometido ato infracional’. Desta forma, esta subdivisão da questão diz respeito
dade de controlar parcela da população, a negra tráfico de drogas (30,3% dos/as juízes/as, 44%
a aspectos que nos fazem compreender de maneira aprofundada do que se trata a questão das
edrogas,
pobre, que
que pode
vive em ser determinados
percebida pelos territórios. dos/as promotores/as de justiça e 25% dos/as
profissionais como motivador de violência em suas
Desta maneira, a dimensão
diversas expressões e dimensões. das drogas enquanto defensores/as públicos/as), em segundo lugar
motivadora seria central para compreender como está o estigma por ter cometido ato infracional
Quando questionados sobre as principais motivações de violência, mais relatadas pelos
operam e se expressam de maneira violenta estas (18,1% dos/as juízes/as, 22% dos/as promoto-
adolescentes, relacionadas a dimensão das drogas, os atores do sistema de justiça relataram,
questões
em primeiroestruturais
lugar, na vida dos meninos
o envolvimento com eomeni- res/as
tráfico de de (30,3%
drogas justiça dos
e 30,5%
juízes,dos/as
44% dosdefensores/
promotores e 25% dos defensores), em segundo lugar está o estigma por ter cometido ato o envol-
nas que passam pelo Sistema Socioeducativo. as públicos/as), em terceiro lugar está
infracional (18,1% dos
Na pergunta juízes, às
relativa 22% promotores e vimento
dosmotivações
três 30,5% dos com gangues eemfacções
defensores), terceiro(36,3%
lugar dos/as
está violências
das o envolvimento com gangues
relatadas pelo/a e adolescente, juízes/as, 20% dos/as promotores/as
facções (36,3% dos juízes, 20% dos promotores e 11,1% de justiça
dos
os defensores),
aspectos em quartoa lugar,
relacionados questãoestádasa alternativa
drogas de e 11,1% dos/asa palavra
que citaram defensores/as
drogas, públicos/as),
mas não em
especificaram
apareceu (15,1% dos
de maneira juízes, 8% dos
significativa, quarto lugar, está a alternativa
promotores e 2,7% dos defensores), em quinto lugar
entendido de que citaram
está a disputa
pelos/as territorial (12%
entrevistados/as motivação ede2,7%ados
dos promotores
como palavra drogas,emas
defensores) não especificaram
em sexto lugar está o (15,1%
uso de drogas (6% dos juízes, 4%
violência. Mais de 50% das respostas foram dos promotores e dos/as
5,5% dosjuízes/as,
defensores).8% dos/as promotores/as de
25,00%
Envolvimento com o tráfico de drogas 44%
30,30%
Quais foram as motivações de violência relacionadas a dimensão da questão das drogas mais
relatadas pelos adolescentes? 5,56%
Uso de drogas 4%
6,06% Juiz Promotor Defensor
2,78% 25,00
Envolvimento com o Disputa
tráfico territorial
de drogas 12% 10 30,30% 22 44% 9
0,00% %
Uso de drogas 2 6,06%
30,56% 2 4% 2 5,56%
Estigma por ter cometido ato infracional 22%
Disputa territorial 18,18% 0 0,00% 6 12% 1 2,78%
30,56
Estigma por ter cometido ato infracional 11,11% 6 18,18% 11 22% 11
Envolvimento com gangues e facções 20% %
36,36%
11,11
Envolvimento com gangues e facções 12 36,36% 10 20% 4
2,78% %
Citou a questão "drogas" (não especificado) 8%
15,15%
Citou a questão "drogas" (não especificado) 5 15,15% 4 8% 1 2,78%
33,33
Outra. Qual? Outra. Qual? 12% 5 33,33%
15,15% 6 12% 12
15,15% %
Total 0% 33 50
10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 36
163
profissionais das equipes técnicas), em quinto, está o uso de drogas (11,7% dos/das
coordenadores/as e 5,4% dos/das profissionais das equipes técnicas) e em sexto e último lugar
está a alternativa de que citou a questão “drogas”, mas não especificou (7% dos/das
PESQUISA MEIO ABERTO
coordenadores/as e 5,4% dos/das profissionais das equipes técnicas).
justiça eO discurso
2,7% dos/asque sustenta apúblicos/as),
defensores/as guerra as drogas justifica
drogas’, a violência
recaindo que afeta desobre
principalmente maneiraos/as
desigual
em quinto os lugar
diferentes
está agentes
a disputadoterritorial
‘mercado(12%das drogas’, recaindoeprincipalmente
adolescentes sobre osde
jovens moradores/as jovens
territó-
moradores de territórios
dos/as promotores/as pobres,
e 2,7% dos/asvendedores
defenso- ou rios não de vendedores/as
pobres, drogas no varejo, principais
ou não de drogas no
res/as públicos/as)
frequentadores do esistema
em sextosocioeducativo
lugar está o uso e varejo,brasileiro.
de prisional principais Este
frequentadores/as
discurso e asdoaçõesSistema
drogas (6% dos/as juízes/as, 4% dos/as promo- Socioeducativo e Sistema
violentas vivenciadas por esta parcela da juventude seria fortalecido e sustentado pela Prisional brasileiro.
tores/as de de
justificativa justiça e 5,5%territórios
que estes são dominados Esse
dos/as defensores/as discurso eeas
por criminosos ações que
facções violentas vivenciadas
comercializam
públicos/as).
drogas, o que acaba por estigmatizar o território como por essa parcela
um lugar emdaquejuventude seriam
todos que fortalecidos
habitam são
Quando
criminosos, questionados/as
o que sobretambém
se pode verificar as prin-quandoe sustentados pela justificativa
os profissionais afirmam dequequeuma
estesdas
terri-
cipais motivações
motivações de violência,
das violências maispelo
relatadas relatadas tórios são dominados por criminosos
adolescente é por ter cometido ato infracional. e facções
pelos/asAadolescentes, relacionadas a dimensão que comercializam drogas, o que acaba por estig-
maneira como a política de drogas se institucionalizou no Brasil faz parte também da
das drogas, os/as representantes da Assistência matizar o território como um lugar em que todos
política “contra” as drogas em um contexto internacional, que seria denominada “guerra às
Social relataram, que habitam são criminosos, o que se pode verifi-
drogas”; um termoemusadoprimeiro
paralugar, o envolvi-
se referir a intervenção militar e proibição com a intenção de
mento com car também quando os/as profissionais afirmam
acabar como atráfico de drogas
produção, (29,4%
consumo e dos/das
tráfico de que
drogas,
uma iniciada muito anteriormente,
das motivações das violências masrelata-
coordenadores/as e 33,5% dos/das profissionais
difundida e imposta internacionalmente pelo governo de Richard Nixon, declarada na Convenção
das equipes técnicas); em segundo lugar está a 8 das pelo/a adolescente é por ter cometido ato
Única sobre entorpecentes de Nova Iorque (1961) .infracional.
disputa territorial (27% dos/das coordenadores/
as e 27% dos/das profissionais das equipes técni- A maneira como a política de drogas se
cas); em terceiro o estigma por ter cometido ato institucionalizou no Brasil faz parte também
infracional (17,6% dos/das coordenadores/as e da política “contra” as drogas em um contexto
8 A Convenção de Nova Iorque de 1961 (ONU) pode ser considerada um marco histórico da
internacional, que"guerra
seriaàs drogas", quando se“guerra
denominada anuncia às
23,2% dos/das profissionais das equipes técni-
a preocupação com a "saúde física e moral da humanidade". Neste momento declara-se o início à "guerra às drogas", protagonizada
cas),
por em Nixon
Richard quarto lugar
(1962), está
então o envolvimento
presidente comCom adrogas”;
dos Estados Unidos. umdotermo
promulgação Decreto usado
54.216, epara
27 de se referir
agosto a inter-
de 1964, o
Brasil
ganguespode ser
e considerado
facções (20%legalmente também inserido
dos/das neste contexto.venção militar e proibição com a intenção de
coordenado-
res/as e 17,3% dos/das profissionais das equipes acabar com a produção, consumo e tráfico de
técnicas), em quinto, está o uso de drogas (11,7% drogas, iniciada muito anteriormente, mas difun-
dos/das coordenadores/as e 5,4% dos/das dida e imposta internacionalmente pelo governo
profissionais das equipes técnicas) e em sexto de Richard Nixon, declarada na Convenção Única
e último lugar está a alternativa de que citou a sobre entorpecentes de Nova Iorque (1961)10.
questão “drogas”, mas não especificou (7% dos/ 10
A Convenção de Nova Iorque de 1961 (ONU) pode ser con-
das coordenadores/as e 5,4% dos/das profissio- siderada um marco histórico da "guerra às drogas", quando se
nais das equipes técnicas). anuncia a preocupação com a "saúde física e moral da humani-
dade". Neste momento declara-se o início à "guerra às drogas",
O discurso que sustenta a guerra às protagonizada por Richard Nixon (1962), então presidente dos
drogas justifica a violência que afeta de maneira Estados Unidos. Com a promulgação do Decreto 54.216, e 27
desigual os diferentes agentes do ‘mercado das de agosto de 1964, o Brasil pode ser considerado legalmente
também inserido neste contexto.
164
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
165
PESQUISA MEIO ABERTO
Piores Formas de Trabalho Infantil, classificação o/a adolescente expressa indícios de transtorno
também reconhecida normativamente no Brasil psíquico apesar de não ter sido informado se há
através do Decreto nº 6.481 de 12 de junho de algum tipo de intervenção especializada para se
2008. Tendo em vista que as infrações cometidas observar e/ou atestar o suposto transtorno na
por adolescentes são consideradas atos infracio- ordem da saúde mental. .
nais, e não crimes (análogos aos crimes previstos Quando perguntado/a aos/às promo-
no Código Penal Brasileiro), no caso do tráfico de tores/as de justiça e aos/às defensores/as
drogas, o fato de ser exercido por uma criança públicos/as se já presenciaram alguma situa-
ou um/uma adolescente, é uma situação que ção em que as características do/a adolescente
o Estado não pode permitir que ocorra, pois se influenciaram a decisão da autoridade judicial
choca com a concepção de trabalho infantil, cuja Medida Socioeducativa restritiva de liberdade
eliminação é um dos objetivos mundiais. - Medida de Internação, 79,5% dos/as promoto-
res/as de justiça afirmaram que não houve esse
Para saber mais sobre a questão do tráfico tipo de influência e 6,5% afirmaram que houve
de drogas e juventude: essa influência quando o/a adolescente expressa
indícios de transtorno psíquico. Já quando ques-
Ana Paula Galdeano; Ronaldo Almeida. Tráfico
tionado aos/às defensores/as públicos/as a
de drogas entre as piores formas de traba-
mesma questão supracitada, 21% afirmaram que
lho infantil: mercados, famílias e rede de
não houve esse tipo de situação, cerca de 52,6%
proteção social. São Paulo: CEBRAP, 2018.
afirmaram que houve essa influência quando
BATISTA, Vera Malaguti. Difíceis ganhos o/a adolescente é pobre e 31,5% afirmaram que
fáceis - Drogas e juventude pobre no Rio houve essa influência quando o/a adolescente é
de Janeiro. Rio de Janeiro: Revan, 2003. preto/a ou pardo/a.
RODRIGUES, Thiago. Narcotráfico uma Em relação a alguma situação em que
guerra na guerra. São Paulo: Desatino, 2012. as características do/a adolescente influencia-
HARI, Jojann. Na fissura – uma história do ram a decisão da autoridade judicial ao conceder
fracasso no combate às drogas. São Paulo: remissão simples, 85,4% dos/das promotores/
companhia das letras, 2018. as de justiça afirmaram que não houve esse tipo
de influência e 6,5% dos/das promotores/as
de justiça afirmaram que houve essa influên-
8.3. VIOLÊNCIA CONTRA cia quando o/a adolescente expressa indícios
ADOLESCENTE DURANTE AS OITIVAS de transtorno psíquico apesar de não ter sido
E DURANTE AS AUDIÊNCIAS informado se há algum tipo de intervenção
especializada para se observar e/ou atestar o
Quando perguntado aos/às juízes/as se suposto transtorno na ordem da saúde mental.
foi presenciada alguma situação em que as carac- Já as respostas dos/as defensores/as públicos/
terísticas do/da adolescente influenciaram a as foram mais equilibradas, 26,3% relataram
decisão do Ministério Público ao oferecer repre- que não presenciaram esse tipo de influência,
sentação, 80,1% afirmaram não ter detectado enquanto 26,3% afirmaram que houve esse tipo
esse tipo de influência sobre a decisão do MP, de influência quando o/a adolescente é pobre
6,6% afirmaram que detectaram essa influên- e 15,7% quando o/a adolescente é preto/a ou
cia quando o/a adolescente é preto/a ou pardo e pardo/a.
5,7% também detectaram essa influência quando Observa-se que juízes/as e promotores/
o/a adolescente é pobre. as de justiça negam, em sua maioria, que haja um
No tocante ao arquivamento do processo tratamento diferente quando o/a adolescente é
ou concessão de remissão simples pelo Ministério preto/a e/ou pobre. Entretanto, podemos obser-
Público, foi perguntado aos/às juízes/as se foi var que os dados do Sistema de Justiça apontam
presenciada alguma situação em que as carac- para uma prevalência da criminalização de
terísticas do/da adolescente influenciaram tais adolescentes negros/as e pobres, que podemos
decisões, 80,1% dos/as juízes/as afirmaram que nomear de seletividade penal. Ou seja, apesar
não houve esse tipo de influência e cerca de 5% da maioria dos/das profissionais não haver dito
afirmaram que houve essa influência quando que há um tratamento diferente para adoles-
centes negros/as e pobres, há uma reiterada
166
representação, 80,1% afirmaram não ter detectado esse tipo de influência sobre a decisão do
MP, 6,6% afirmaram que detectaram essa influência quando o adolescente é preto ou pardo e
5,7% também detectaram essa influência quando
Parte I: o política
Panorama da adolescente é pobre.
de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
V.Exa. presenciou
NoV. tocante
Exa. presenciou alguma
algumasituação
ao arquivamento situação emque
em
do processo queas
ouas características
características
concessão dedo/a do adolescente
adolescente
remissão simples pelo
influenciaram
influenciaram a decisão
a decisão do
do ministério
ministério público
público ao arquivar
arquivar
ministério público, foi perguntado aos juízes se foi presenciada alguma situação oo processo
processo ou ou conferir
conferir
em que as
remissão simples? remissão simples?
características do adolescente influenciaram tais decisões, 80,1% dos juízes afirmaram que não
houve Sim,
essequando
tipo deoinfluência
adolescente expressa
e cerca indícios
de 5% de transtorno
afirmaram psíquico
que houve essa 6influência
4,96% Sim,
quando o
adolescente
quando expressa
o indícios
adolescente é de transtorno
preto ou pardopsíquico. 2 1,65%
Sim, quando o adolescente expressa indícios de… 4,96%
Sim,
Sim, quando
quando o adolescente
o adolescente é preto éoupobre
pardo 1,65%
2 1,65%
Sim, quando o adolescente é indígena
Sim, quando o adolescente é pobre
0 0,00%
1,65%
Sim, Sim,
quando o adolescente é homossexual, travesti ou transexual
quando o adolescente é indígena
0 0,00% Não
0,00%
Sim, quando o adolescente é homossexual,… 0,00%
97 80,17%
Não sabe informar 7 5,79%
Não 80,17%
Prefiro não responder 2 1,65%
Não sabe informar 5,79%
Sim, por outra razão. Qual? 8 6,61%
Prefiro não responder 1,65%
12
Sim, por outra razão. Qual? 6,61%
Total 4 121
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Observa-se que juízes e promotores negam, em sua maioria, que haja um tratamento
diferente quando o adolescente é preto e/ou pobre, entretanto, podemos observar que os dados
do sistema de justiça apontam para uma prevalência da criminalização de adolescentes negros
e pobres, que podemos nomear de seletividade penal. Ou seja, apesar da maioria dos/das
168
profissionais não haver dito que há um tratamento diferente para jovens negros e pobres, há uma
reiterada inserção destes no sistema socioeducativo, por meio de uma engrenagem que
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Para saber mais sobre seletividade penal Além disso, “a União, os Estados, o
e criminologia crítica, ver: Distrito Federal e os Municípios poderão criar
BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica serviços de atendimento, de ouvidoria ou de
e crítica do direito penal - introdução à resposta, pelos meios de comunicação dispo-
sociologia do direito penal. Rio de Janeiro: níveis, integrados às redes de proteção, para
Revan, 2011. receber denúncias de violações de direitos de
crianças e adolescentes”, e presume-se que, uma
CIRINO, Juarez dos Santos. A criminologia
vez que as denúncias são recebidas, estas são
crítica e a reforma da legislação penal.
encaminhadas à autoridade policial, ao Conselho
Trabalho apresentado na XIX Conferência
Tutelar e ao Ministério Público.
Nacional dos Advogados. Florianópolis, 2005.
Para que seja possível que o Estado
. A criminologia radical. Rio de
planeje e execute ações que combatam as diver-
Janeiro: Forense, 1981. .
sas violências, considera-se fundamental que
Raízes do crime - um estudo sobre as sejam estabelecidos procedimentos oficiais
estruturas e as instituições da violência. para notificação de ameaças e para notifica-
Forense: Rio de Janeiro, 1984 ção de violências. A existência de protocolos e a
GOÉS, Luciano. A tradução de Lombroso na criação de órgãos específicos para denúncia de
obra de Nina Rodrigues: O racismo como violências possibilita um ambiente mais prote-
base estruturante da criminologia brasi- gido para o recebimento e encaminhamento dos
leira. Rio de Janeiro: Editora Revan, 2016. casos, e também para que haja a produção de
ANDRADE, Vera Regina P. Pelas mãos da dados para contabilizar a frequência, os locais
criminologia – o controle penal para além onde elas ocorrem de maneira mais incidente e
da (des)ilusão. Rio de Janeiro: Editora Revan, as formas de violência. Desta maneira, esta seção
2012. trata da existência de protocolos de denúncia e
o quanto os atores os reconhecem e os conside-
ram efetivos.
8.4. ESTRUTURA FORMALIZADA E AS Com o objetivo de compreender a frequên-
CONDIÇÕES PARA DENÚNCIA cia na qual a denúncia está sendo feita quando
há o relato de violência, analisamos a quantidade
Para que a violência contra os/as de casos que são encaminhados para denún-
adolescentes em cumprimento de Medidas cia quando o/a profissional afirmou que houve
Socioeducativas em Meio Aberto seja enfrentada relato relacionado à ameaça de morte, à violência
considera-se central o reconhecimento da exis- ou à tentativa de suicídio nos últimos dois anos.
tência e das características dessa violência pelo Desta forma, 39,2% dos/das coordenadores/
Estado. Consideramos que este seja o primeiro as de CREAS, 33,2% dos/das profissionais das
passo para que mecanismos de identificação, equipes técnicas e 16% dos/das conselheiros/
coerção e intimidação dos agentes estatais, as municipais afirmaram notificar as denúncias
responsabilização dos autores; bem como medi- de violência ou grave ameaça sempre/frequen-
das de proteção dos/as adolescentes sejam temente, mas 49,2% dos/das primeiros, 59,5%
devidamente estabelecidas. Para tanto, faz-se dos/das segundos e 74% dos/das conselheiros/
primordial e obrigatório que obrigatório que as as municipais afirmaram denunciar nunca/rara-
violências que são cometidas contra crianças e mente, o que pode ser compreendido como um
adolescentes sejam notificadas, de acordo com a dado preocupante, tendo em vista o caráter obri-
lei 13.431/2017: gatório da denúncia no caso de as vítimas serem
Art. 13. Qualquer pessoa que tenha conhe- crianças ou adolescentes.
cimento ou presencie ação ou omissão,
praticada em local público ou privado,
8.4.1. SISTEMA DE JUSTIÇA: PROTOCOLO
que constitua violência contra criança ou
adolescente tem o dever de comunicar o E NOTIFICAÇÃO DE AMEAÇA DE MORTE
fato imediatamente ao ou à autoridade OU VIOLÊNCIA NO MUNICÍPIO
policial, os quais, por sua vez, cientifica-
rão imediatamente o Ministério Público. A maioria dos/das entrevistados do
Sistema Judiciário e mais de 1/3 dos/das profis-
sionais da Assistência Social afirmam que não há
169
PESQUISA MEIO ABERTO
Com que frequência você notifica7,77% denúncias de violência ou grave ameaça relatadas pelos
Sempre 15,27%
adolescentes em cumprimento de MSE?19,29%
8,29% 17, 94%
Frequentemente Coordenador Equipe Técnica Conselho
20,00%
CREAS 30,57% CREAS Municipal
Raramente 40,08%
Sempre 27 19,29% 40
36,43% 15,27% 15 7,77%
Frequentemente Nunca 28 20,00%
1 9,47% 47 43,52% 17,94% 16 8,29%
12,86 %
Raramente 51
8,29% 36,43% 105 40,08% 59 30,57%
Não sabe informar 5,34%
Nunca 18
7,86% 12,86% 51 19,47% 84 43,52%
1,55 %
Não sabe informar
Prefere Não responder 11
1,91 % 7,86% 14 5,34% 16 8,29%
3,57%
Prefere Não responder 5 3,57% 5 1,91% 3 1,55%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Total 140 262 193
Conselho Municipal Equipe Técnica CREAS Coordenador CREAS
protocolo para de
8.4.1. Sistema denúncia
Justiça:noProtocolo Notificaçãosede
órgão e/oue municí- concretiza
Ameaça em de dados,
Morte ouao aferirmos
Violência os
noelevados
pio onde atuam, ou seja, significativa parte dos índices de homicídios que acometem precoce-
Município
municípios e estados não tem uma estrutura mente a vida de adolescentes e jovens pretos/
mínima específica para a realização e enca- pretas desse país. Se considerarmos o ideario
A maioria
minhamento de dos entrevistados
denúncias. Comodoafirmado
judiciário e que
maisfomenta
de um terço dos/das
o atual profissionais
discurso de ódio dodasenso
assistência socialrecomenda-se
anteriormente, afirmam que não que há protocolo
exista um para denúncia
comum, no órgãode
a afirmação e/ou
quemunicípio onde
os/as adolescentes
órgão
atuam,específico para realização
ou seja, significativa partededos municípios ae quem
denúncias, se atribui
Estados não tem autoria de ato infracional
uma estrutura mínima são
específica para a realização e encaminhamento deodenúncias.
pois considera-se importante que haja condi- "perigo" social, remontando a "situação irre-
Como afirmado anteriormente,
ções de acolher e de fato proteger aquele que gular" de outrora, condiciona também a ideia
recomenda-se que exista um órgão específico
faz a denúncia. Desta maneira, pode-se assumir para realização de denúncias,
de que a estes/as poisgarantir
não se deve considera-se
condições
importante que haja condições de acolher
que esse seja um dos fatores que desestimule o/a e de fato efetivas de proteção, mesmo quandoDesta
proteger aquele que faz a denúncia. são eles/
maneira, pode-se
adolescente assumirpois
a denunciar, quenão
esteháseja
um umlocaldos elas
fatores que
o alvo da desestimule
barbárie. o adolescente a
denunciar,para
adequado pois tal.
não há um local adequado para tal. Para que se possa refletir sobre a frequên-
Alémdisso,
Além disso, outro
outro fator
fatorque
quepode
podedificultar
dificul- a realização das denúncias
cia e as formas seria configura-se
de violência, o fato de que,como
tar a realização
apesar das denúncias
do conselho tutelar serseria o fatoque
o órgão de que, fundamental
na maioria das vezesorecebe
estabelecimento de procedimen-
as denúncias, o fluxo
apesar do Conselho Tutelar ser o órgão que na tos oficiais para notificação
da denúncia passa obrigatoriamente pela delegacia, o que representa um obstáculo à proteção, de ameaças e para
maioria das vezes recebe as denúncias, o fluxo da notificação de violências.
tendo em vista que a denúncia seria geralmente contra policiais ou membros de facções, como
denúncia passa obrigatoriamente pela Delegacia, Dessa forma, quando perguntados/as
pudemos
o observar
que representa umnas tabelas sobre
obstáculo os autores
à proteção, tendodassobre
ameaças, estes que representam risco real
a existência do protocolo para notifica-
a vida
em doque
vista adolescente.
a denúncia Ouseria
seja,geralmente
pode-se inferir
contraque os e as
ção deadolescentes
denúncias para nãoasdenunciem
situaçõesporque
de ameaça
não se sentem
policiais de fato de
ou membros protegidos
facções, pela
como estrutura
pude- disponível para tal nos Estados
de morte ou violência no âmbito e municípios
da Promotoria
mos observar nas tabelas sobre os autores das
que vivem. (quando promotores/as de justiça) ou da Vara
ameaças, estes que representam risco real à vida
Desta forma, podemos afirmar que não há(quando espaçojuízes/as), 51% dos/das
para proteger promotores/as
esses meninos e
do/da adolescente. Ou seja, pode-se inferir que de justiça, cerca de 58% dos/das defensores/as
meninas das violências que sofrem,
os/as adolescentes não denunciam porque nãotornando-se muito mais vulneráveis. São estes sujeitos que
públicos e 68% dos/das juízes/as afirmaram que
mais
se sofremdeasfato
sentem consequências
protegidos/as dapela
violência, o que pode ser visto nos índices elevados de taxa
estrutura não há protocolo e cerca de 46% de promotores/
de mortalidade
disponível do nos
para tal perfil deles,e municípios
estados jovens negros.
que Seasformos olhar34,5%
de justiça, parados/das
as representações
defensores/asdepúbli-
violência, elas se concentram em reafirmar estes meninos
vivem. como violentadores,
cos/as e 31% dos/das juízes/as então não são
disseram que há
criadasDessa
condições concretas
forma, podemos para eles sejam
afirmar protegidos.
que não A violência estrutural (de raça, classe
protocolo.
há espaço vivida
e gênero) para proteger esses
de maneira meninos
intensa e meni-
por estes sujeitos e suas famílias
Entre seria muito
os atores que menos visível
afirmaram positi-
nas das violências
e ignorada, que sofrem,
e no momento emtornando-os aindaentendido
que este sujeito, vamente como causador das
à pergunta violências,
anterior, 51,7%deve
dos/das
mais vulneráveis. São estes sujeitos que mais promotores/as de justiça, 59,4% dos/das promo-
ser protegido, não acontece da maneira como deveria ser.
sofrem as consequências da violência, fato que tores/as de justiça e 51,2% dos/das juízes/as
170
promotores, cerca de 58% dos defensores e 68% dos juízes afirmaram que não há protocolo e
cerca de 46% de promotores, 34,5% dos defensores públicos e 31% dos juízes disseram que há
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
protocolo.
Existência de protocolo para notificação de denúncias nas situações de ameaça
de morte e a partir do relato de violências sofridas pelos/as adolescentes
31,09%
Sim 34,58%
Existe protocolo para notificação de denúncias para as situações de ameaça de
45,99%
morte ou violência no âmbito do órgão do qual faz parte?
68,07%
Não Promotor Defensor 57,94% Juiz
51,09%
0,84% 31,09
Não sabe informar
Sim 6,54%63 45,99% 37 34,58% 37 %
2,92%
0,00% 68,07
Prefere
Não não responder 70 51,09% 62 57,94% 81 %
0,93%
0,00%
Não sabe informar 4 2,92% 7 6,54% 1 0,84%
Prefere Não responder
0% 10% 020% 0,00% 30% 40% 1 50% 0,93%
60% 70% 080% 0,00%90% 100%
13
Juiz Defensor Promotor
Total 7 107 119
estão satisfeitos/as, enquanto 30,1% dos/das Assistência Social responderam, a seguir, sobre
Entre os atores que afirmaram positivamente à pergunta anterior, 51,7% dos
promotores/as de justiça, 16,2% dos/das defen- a existência de protocolos para notificação de
promotores, 59,4% dosedefensores
sores/as públicos/as e 51,2%
15,6% dos/das dos juízes
juízes/as estão
ameaça satisfeitos,
de morte enquanto
ou violência 30,1% dos
e o quanto consi-
promotores, 16,2% doscom
estão insatisfeitos/as defensores e 25,6%
o protocolo dos juízes
existente. deramestão insatisfeitos
efetivos. com o esse
Ao se levantar protocolo
tema junto
existente. aos atores citados, o objetivo seria ter uma visão
geral acerca de como se trata o tema de registro
Para saber mais sobre rotulação, ver:
de violências nos municípios.
BECKER, Howard Saul. Outsider: estudos de
A partir de algumas respostas dos atores
sociologia do desvio. 1a Edição, Rio de Janeiro,
de Assistência Social, nota-se que mesmo quando
Zahar, 2008.
os/as adolescentes relatam violências ou amea-
BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e ças de morte aos atores da Assistência Social,
crítica do direito penal: introdução à sociologia mais da metade destes denunciam raramente ou
do direito penal. Tradução de Juarez Cirino dos nunca. Essa baixa frequência de denúncias pode
Santos. 6. ed. Rio de Janeiro: Revan: Instituto ser entendida como um fator que agrava a condi-
Carioca de Criminologia, 2011 ção de vulnerabilidade dos/as adolescentes, uma
SOARES, Flávia Cristina; RIBEIRO, vez que já se encontram em situação de risco.
Ludmila Mendonça Lopes. ROTULAÇÃO Quando perguntados/as sobre a existên-
E SELETIVIDADE POLICIAL: ÓBICES À cia de protocolo para notificação de violências no
INSTITUCIONALIZAÇÃO DA DEMOCRACIA municípios 49,2% dos/das coordenadores/as,
NO BRASIL. Estud. hist. (Rio J.), Rio de 41,1% dos/das profissionais das equipes técnicas
Janeiro , v. 31, n. 63, p. 89-108, Apr. 2018 e 60% dos/das conselheiros/as municipais dos
. Available from <http://www.scielo.br/ Direitos da Criança e do Adolescente afirmaram
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- existir protocolo.
21862018000100089&lng=en&nrm=iso>.
Dos/das que responderam positivamente
access on 07 May 2020. http://dx.doi.
à pergunta anterior, cerca de 47% dos/das coor-
org/10.1590/s2178-14942018000100006. denadores/as, 52,6% dos/das profissionais das
equipes técnicas e 60,6% dos/das conselhei-
ros/as afirmaram estar satisfeitos/as com o
8.4.2. ASSISTÊNCIA SOCIAL E
protocolo.
CONSELHOS: PROTOCOLO E
Quando questionados/as sobre a frequên-
NOTIFICAÇÃO DE AMEAÇA DE MORTE
cia em que há notificação de denúncias, violência
OU VIOLÊNCIA NO MUNICÍPIO
ou grave ameaça relatadas pelos/as adolescen-
tes em cumprimento de Medida Socioeducativa
Da mesma maneira que foi questionado
em Meio Aberto, 36,4% dos/das coordenado-
aos atores do Sistema de Justiça, os atores da
res/as, 40% dos/das profissionais da equipe dos
171
municipais e 53,3% das gestoras municipais de assistência social afirmaram que há protocolo,
enquanto 38,3% dos/das coordenadores/as, cerca de 41% dos/das profissionais das equipes
técnicas; 24,6% das conselheiras municipais e 35,5% das gestoras municipais de assistência
PESQUISA MEIO ABERTO
social afirmaram que não há protocolo.
0,00%
Prefere Não responder 0,16%
0,35%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Qual
Grau de seu grau de
satisfação satisfação
quanto com o protocolo
aos protocolos de notificação
de notificação para existentes
de denúncias
denúncias?
Promotor Defensor Juiz
5,13%
MuitoMuito
insatisfeito(a)
insatisfeito(a)
2,7 0 % 4 6,35% 1 2,70% 2 5,13%
6 , 35%
1 16,22 25,64
Insatisfeito(a) 16,22% 25,64%
Insatisfeito(a) 9 30,16%
30,16% 6 % 10 %
51,28 %
Satisfeito(a) 3 59,46
50,79%
59,46% 51,28
Satisfeito(a) 5,13% 2 50,79% 22 % 20 %
Muito satisfeito(a) 8,11%
Muito satisfeito(a) 4,76% 3 4,76% 3 8,11% 2 5,13%
10 ,2 6 %
Não sabe informar 1 3 ,5 1% 13,51 10,26
4,76%
Não sabe informar 2,56%
3 4,76% 5 % 4 %
PreferePrefere
Não responder 0,0 0 %
Não responder 2 3,17% 0 0,00% 1 2,56%
3 ,1 7%
0% 6
10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Total 3 37 39
Juiz Defensor Promotor
Muito insatisfeito(a)
Muito insatisfeito(a) 8,33% 2 Gestor Municipal de Assistência
8,33% Social
Insatisfeito(a)
Muito insatisfeito(a) 27 29,17% 8,33%
Insatisfeito(a)
Insatisfeito(a) 29,17% 29,17%
Qual seu grau de satisfação com o protocolo de notificação e registro de denúncias para as situações de ameaça de morte e violência?
Satisfeito(a) Muito
Insatisfeito(a)
Satisfeito(a) 712 50,00% 29,17% 50,00%
Muito
Satisfeito(a) insatisfeito(a)
Satisfeito(a) Muito 8,33% 12
Gestor Municipal de Assistência Social
50,00% 50,00%
Muito satisfeito(a) Não
satisfeito(a)
Muito insatisfeito(a) 4,17% 2
1
8,33%
4,17%
Muito Insatisfeito(a)
satisfeito(a)
satisfeito(a)
Não sabe informar Não 4,17% 11 29,17% 4,17%
4,17%
Insatisfeito(a)
sabe informar 4,17% 7 29,17%
Prefere Satisfeito(a)
Não sabenão informar
Satisfeito(a) responder
sabe Muito
informar 4,17%
1
12 1 50,00% 50,00% 4,17%
4,17%
Prefere
Prefere
Total não responder
não responder
satisfeito(a)
Muito satisfeito(a) Não 4,17% 1
1 24
4,17%
4,17%
Prefere não responder 4,17%
Total
Não sabe informar 4,17% 1 24 4,17%
sabe informar 0%
Prefere não responder
4,17%
10% 20%
1 30% 40% 50% 60%
4,17% 70% 80% 90% 100%
Prefere não responder 0%
Total 10%
4,17% 20%
24 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Ainda entre as profissionais que relataram que há protocolo de notificação no município
Ainda entre
para situações as profissionais
de ameaça de mortequeou
relataram que24,4%
violência, há protocolo
dos/dasdecoordenadores/as,
notificação no município
21,3%
para situações
dos/das Ainda de as
entre ameaça
profissionais das de morte
equipes
profissionais que ou
técnicas,violência,
48,4%
relataram 24,4%
das
que dos/das
háconselheiras
protocolo coordenadores/as,
de municipais
notificação e 25%
no das21,3%
município
dos/das profissionais
para situações das equipes
de ameaça técnicas,
de morte 48,4% das
ou violência, conselheiras
24,4% municipais e 25% 21,3%
dos/das coordenadores/as, das
dos/das profissionais das equipes técnicas, 48,4% das conselheiras municipais e 25% das
173
gestoras municipais de assistência social afirmaram que o principal órgão responsável pelo
recebimento de denúncias para as situações de ameaça de morte ou violência é o Conselho
Tutelar. E ainda, 20,6% dos/das coordenadores/as e 17% dos/das profissionais das equipes
PESQUISA MEIO ABERTO
técnicas afirmaram que a denúncia encaminhada para a Vara da Infância de Juventude.
Delegacia
Qual o principal órgão da Criança pelo
responsável e do Adolescente
recebimento de denúncias para as situações de ameaça de
morte ou violência?
Delegacia Comum Equipe Técnica Conselho Gestor Municipal
Coordenador CREAS Municipal de Assistência
Órgão deCREAS
Direitos Humanos Social
Delegacia da Criança e
do Adolescente Vara12
da Infância 9,16%
de Juventude22 7,97% 8 4,04% 2 8,33%
Delegacia Comum 6 4,58% 30 10,87% 16 8,08% 3 12,50%
Órgão de Direitos Ministério Público
5 3,82% 18 6,52% 3 1,52% 0 0,00%
Humanos
Vara da Infância de Conselho Tutelar
27 20,61% 47 17,03% 3 1,52% 2 8,33%
Juventude
Ministério Público 17 12,98% CREAS 38 13,77% 19 9,60% 1 4,17%
48,48
32 de Assistência
Secretaria 24,43% Social 59 21,38% 96 6 25,00%
Conselho Tutelar %
CREAS
Programas de proteção a crianças e7adolescentes
5,34%
(PPCAAM, 6 2,17% 4 2,02% 5 20,83%
Secretaria de Assistência
PPVDA...)
2 1,53% 0 0,00% 3 1,52%
Social 0,00% 0,00%
CMDCA
Programas de proteção a
crianças e adolescentes 3 2,29% 16 5,80% 0,00
(PPCAAM, PPVDA...) Não sabe informar % 0,00% 0,00% 0,00%
0,00
0,00% 0,00%
Prefere Não responder 0,00% 4 2,02%
CMDCA % 0,00% 0,00%
Não sabe informar 6 4,58% 14 5,07% 11 5,56% 0 0,00%
Outro. Qual?
Prefere Não responder 0 0,00% 0 0,00% 1 0,51% 0 0,00%
15,15
14 10,69% 0% 10% 20%
26 30% 40% 30
9,42% 50% 60% 70% 80% 90%
5 100% 20,83%
Outro. Qual? %
Total Gestor Municipal de Assistência
131 Social Conselho276
Municipal Equipe Técnica
198 CREAS Coordenador
24 CREAS
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
175
quase 31% das conselheiras municipais dos direitos da criança e do adolescente e cerca de 29%
das gestoras municipais de assistência social afirmam estarem insatisfeitos(as) com este fluxo
PESQUISA MEIO ABERTO
de interação entre os órgãos de denúncia e notificação de violências.
Gestor Municipal de Assistência Social Conselho Municipal Equipe Técnica CREAS Coordenador CREAS
Existe Programa0%
de Proteção
10% 20% a Crianças e Adolescentes
30% 40% 50% 60%Ameaçados
70% 80%de 90% 100%
Morte (PPCAAM) ou outro Programa de Proteção no Município?
Existe Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte no município?
Existe Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM) ou outro Programa de Proteção no
Município? Equipe Técnica CREAS Gestor Municipal de
Sim, PPCAAM Coordenador
27,98%CREAS 72 22,43% Assistência Social
Sim Sim
Sim,
Sim, outro Programa PPCAAM
de Proteção 132 22,43%
46,15% 46,78%
298 1946,78% 5,92%47 27,98%
Não
Não
115 40,21%
46,15%
210
134
32,97%
41,74%
99 58,93%
Não sabe informar 95 29,60%
Não sabePrefere
informar 38 13,29% 127 19,94% 0,31%22 13,10%
Sim, outro Programa de Proteção
Não responder 5,92% 58,93%
1
Prefere Não
TotalresponderNão 1 32,97%
0,35% 2 0,31%
321 0 0,00%
Total 286 40,21%637 168
Não 41,74%
13,10%
Não sabe informar 19,94%
Não sabe informar 13,29% 29,60%
0,00%
Prefere Não responder
Prefere 0,31%
Não responder 0,31%
0,35%
0% 10%0% 10%
20% 20%
30% 30%
40% 40%
50% 50%60%60% 70%70% 80%
80% 90% 100%
90% 100%
177
PESQUISA MEIO ABERTO
Qual seu grau de satisfação com o fluxo de comunicação e interação com o PPCAAM ou
5,36%
outro programa
Muito de proteção?
insatisfeito(a) 9,29%
8,10%
9,34% Gestor
14,88% Equipe
Insatisfeito(a)
Coordenador Técnica
30,71% Conselho Municipal de
CREAS 20,48% Municipal Assistência
23,08% CREAS
25,00%
Social
Satisfeito(a) 30,71% 9,29
34,76%
36,26%
Muito insatisfeito(a) 17 9,34% 17 8,10% 13 % 9 5,36%
1,79%
Muito satisfeito(a) 1,43% 23,08 20,48 30,71
2,86%
Insatisfeito(a) 2,75%42 % 43 % 43 % 25 14,88%
36,26 34,76
44,05% 30,71
Não sabe informar 23,57%
Satisfeito(a) 66 % 26,67%73 % 43 % 42 25,00%
20,88%
1,43
8,93%
Muito
Preferesatisfeito(a)
não responder 4,29%5 2,75% 6 2,86% 2 % 3 1,79%
7,14%
7,69% 20,88 26,67 23,57
Não sabe informar 0% 10%38 20% % 30% 56 40% %
50% 60%33 70% % 80% 7490% 44,05%
100%
4,29
Gestor Municipal de Assistência Social Conselho Municipal
Prefere Não responder 14 7,69% 15 7,14% 6 % 15 8,93%
Total Equipe Técnica182
CREAS 210 Coordenador CREAS
140 168
178
Em relação ao grau de satisfação quanto ao fluxo de comunicação e interação com o
PPCAAM à nível estadual, 50% das gestoras estaduais de assistência social não souberam
atendido?
Satisfeito(a) 16,67%
Gestoras estaduais
Muito satisfeito(a) 0,00% de assistência
Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
Muito insatisfeito(a) 2 8,33%
Não sabeQual éInsatisfeito(a)
seu grau de satisfação quanto ao fluxo
informar 4 de50,00% 16,67% e interação
comunicação
com Satisfeito(a)
o Programa de Proteção à Criança e4ao Adolescente 16,67% Ameaçado de
Morte pelo qual é atendido
Muito satisfeito(a)
Prefere Não responder 8,33% 0 0,00%
Não sabe informar 12
Qual é seu grau de satisfação quanto ao fluxo de
50,00%
Prefere Não 8,33%
Muito Insatisfeito(a)
insatisfeito(a)
comunicação responder
e interação
16,67% com o Programa 2 8,33% à
de Proteção
Total e ao Adolescente Ameaçado
Criança 24 de Morte pelo qual é
0%
atendido?
Satisfeito(a) 10% 20%
16,67%30% 50% 40%
60% 70% 80% 90% 100%
Gestoras estaduais
Muito satisfeito(a) 0,00% de assistência
Muito insatisfeito(a) 2
Tendo em vista que mais da metade dos atores do sistema 8,33%
de justiça afirmaram existir
Não sabe Insatisfeito(a)
PPCAAM no município, metade destes (47,3% dos juízes,
informar 4 16,67%
57,6% dos promotores e 55% dos
50,00%
defensores públicos) Satisfeito(a)
também relataram que a vara4 (quando perguntado
16,67% ao juiz), promotoria
(quando perguntado
Prefere Não Muito satisfeito(a)
responder ao promotor) 0 0,00%
8,33%e defensoria (quando perguntado do defensor) afirmaram que
não mantém fluxo Não sabedeinformar
ativo 12
acompanhamento e interação 50,00%
com o Programa de Proteção a
Prefere Não
Muito insatisfeito(a)
Crianças e Adolescentes responder
Ameaçados
8,33% 2
de Morte (PPCAAM) ou com8,33%
outro programa de proteção.
Em contraposição, Total
44,5% dos juízes, cerca de 36% 24dos promotores e 36,6% dos defensores
0%
afirmaram que mantém um 10% 20%
fluxo ativo de 30% 40%
interação com50% 60%
o PPCAAM. 70% 80% 90% 100%
179
PESQUISA MEIO ABERTO
Tendo em vista que mais da metade dos Contudo, ao responder sobre a frequên-
atores do Sistema de Justiça afirmaram existir cia com que a Promotoria de Justiça, a Vara e
PPCAAM no município, metade destes (47,3% a Defensoria Pública acionaram o Programa de
dos/das juízes/as, 57,6% dos/das promotores/ Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados
as de justiça 55% dos/das defensores/as públi- de Morte (PPCAAM) em 2018, após o/a adoles-
cos/as) também relataram que a Vara (quando cente relatar ameaça durante oitiva ou audiência
perguntado ao/à juiz/a, Promotoria (quando de apresentação, 35,1% dos/das juízes/as, 24,1%
perguntado ao/à promotor/a de justiça e dos/das promotores/as, 33,3% dos/das defenso-
Defensoria (quando perguntado ao/à defensor/a res afirmaram que nunca acionaram o PPCAAM
público/a afirmaram que não mantêm fluxo e 39,1% dos/das juízes/as, 20,6% dos/das
ativo de acompanhamento e interação com o promotores/as e 28,3% dos/das defensores/as
Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes relataram que raramente acionaram o PPCAAM.
Ameaçados de Morte (PPCAAM) ou com outro Em contraposição, 16,2% dos/das juízes/as,
programa de proteção. Em contraposição, 44,5% 27,5% dos/das promotores/as e 13,3% dos defen-
dos/das juízes/as, cerca de 36% dos/das promo- sores/as afirmaram que sempre acionaram o
tores/as de justiça e 36,6% dos/das defensores/ PPCAAM após o/a adolescente relatar ameaça
as públicos/as afirmaram que mantém um fluxo de morte em oitiva ou audiência de apresentação
ativo de interação com o PPCAAM. e 4% dos/das juízes/as, 10,3% dos/das promoto-
res/as e 13,3% dos/das defensores/as relataram
que acionaram o PPCAAM frequentemente, em
8.5.2. ENTRE O RELATO DE AMEAÇAS E O 2018.
ENCAMINHAMENTO PARA O PROGRAMA Quanto à frequência da suspen-
DE PROTEÇÃO OU SUSPENSÃO DO são do processo ou da execução da Medida
PROCESSO Socioeducativa, em 2018, para a inclusão do/da
adolescente no Programa de Proteção a Crianças
Mesmo que a maioria dos/as entrevista- e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM),
dos tenha afirmado a existência do PPCAAM em 55,4% dos/das juízes/as, 34,4% dos/das
seus municípios, o encaminhamento não acon- promotores/as e 25% dos/das defensores/as e
tece ou acontece raramente entre promotores/as afirmaram que o processo ou a execução de MSE
(41%), juízes/as (74%) e defensores/as (61,66%). nunca foram suspensos para este fim e 20,2%
Como se vê, os atores de justiça, porta de entrada dos/das juízes/as, 24,1% dos/das promotores/
do PPCCAM, são os que menos denunciam as as e 41,6% dos/das defensores/as relataram que
violências que os adolescentes sofrem e também raramente o processo ou execução de MSE foram
são os que menos encaminham para o programa suspensos. Em contrapartida, cerca de 15% dos/
de proteção. das juízes/as, 17,2% dos/das promotores/as e
Nota-se alto número de relatos de ameaça 26,6% dos/das defensores/as relataram que
de morte ou violência pelo/a adolescente quando sempre/ frequentemente ocorreu a suspensão do
este está em contato com o/a juiz/juíza, de processo ou da execução de MSE, para a inclusão
acordo com a fala dos entrevistados, porém do/a adolescente no PPCAAM.
em sua maioria não são encaminhados para
o PPCAAM nem tampouco têm seu processo
suspenso para ser protegido devidamente pelo 8.5.3. A INTERNAÇÃO COMO RESPOSTA A
programa: ao responder sobre ameaça de morte AMEAÇAS DE MORTE E DE VIOLÊNCIA
ou violência relatada pelo/a adolescente durante
os procedimentos de oitiva ou audiência de apre- Diante do cenário de ameaça de violên-
sentação, 61,3% dos/das promotores/as e 71% cia que os/as adolescentes sofrem, foi possível
dos/das defensores/as afirmaram que houve observar com a afirmação dos/as profissionais
alerta. Sobre a frequência de relatos de ameaça que os meninos e meninas estão sofrendo muita
de morte durante oitiva em 2018, 60,7% dos/ violência policial, nas unidades de interna-
das promotores/as afirmaram raramente rece- ção e também nos territórios em que vivem.
ber relato de ameaça de morte e cerca de 24% Desta forma, considera-se necessário que exis-
afirmaram receber relato de ameaça de morte tam programas de proteção, e, ainda, que haja
sempre/frequentemente. um fluxo de comunicação, interação e monito-
ramento entre o Sistema de Justiça, os CREAS e
180
de morte. Em
relataram quecontraposição, 20,2%
os adolescentes dos juízes
raramente e quase
receberam MSE 30% de dos defensores
internação, afirmaram
nos casos que os
de ameaça
adolescentes receberam sempre/frequentemente medida de internação,
de morte. Em contraposição, 20,2% dos juízes e quase 30% dos defensores afirmaram que os quando estavam
ameaçados de morte.
adolescentes receberam sempre/frequentemente medida
Parte I: Panorama da política de Atendimentode internação,
Socioeducativo quando
em Meio Aberto estavam
(2017 e 2018)
ameaçados de morte.
Com que frequência V. Exa. aplicou medida de internação provisória, em
2018, nas situações em que o/a adolescente estava ameaçado de morte?
Sempre 4,35%
Com que frequência V. Exa. aplicou
4,35%
Sempre provisória,
medida
Com que defrequência
internação em
V. Exa. aplicou
2018,Frequentemente
nas situações em que o 15,94%
medida de internação provisória, em
2018,Frequentemente
adolescente em que o de15,94%
estava ameaçado
nas situações
Raramente
adolescente estava ameaçado de ,94%
morte?
morte? Raramente ,94%
Nunca Com que 50,72%
frequência o adolescente
Nunca recebeu
Com que50,72%
medida socioeducativa
frequência o adolescentede
Não sabe informar 7,25% recebeu medida
internação, socioeducativa
em 2018, de
quando estava
Sempre 3 4,35%
Não sabe informar
Frequentemente
Sempre 117,25%15,94%
3 4,35% ameaçado
internação, de
em morte?
2018, quando estava
Prefere Não responder
Raramente
Frequentemente 5,8
110% 15,94%
11 15,94% Sempre
ameaçado de morte? 4 7,02%
Prefere
Nunca Não
Raramente responder 5,8
35 0%
11 50,72%
15,94% Sempre 4 22,81
7,02%
0% 10% 20% 30% 40%Frequentemente 50% 60% 70% 80% 1390%22,81 100%
%
Nunca
Não sabe informar 35
5 50,72%
7,25%
0% 10% 20% 30% 40%Frequentemente 50% 60% 70% 80% 1390% 57,89 %100%
Não sabe
Prefere Não informar
responder 45 7,25%
5,80%
Prefere NãoGrau
Total responder
de satisfação
694 com 5,80% Raramente com o PPCAAM33 57,89
o fluxo de de comunicação %
Total 69 Nunca
Raramente 332 3,51%
%
Não
Nuncasabe informar 24 7,02%
3,51%
Sempre 7,02% Não sabe
Prefere Nãoinformar
responder 41 7,02%
1,75%
Sempre 7,02% Prefere Não responder
Total 1
57 1,75%
Frequentemente 22,81% Total 57
Frequentemente 22,81%
Raramente 57,89%
Raramente 57,89%
Nunca 3,51%
Nunca 3,51%
Não sabe informar 7,02%
Não sabe informar 7,02%
Prefere Não responder 1,75%
Prefere Não responder 1,75%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
o Programa e que estas ações sejam tomadas de indício de que a opção pela internação acontece
maneira imediata ao relato do caso, temas abor- em certa medida quando não está sendo ofere-
dados nas páginas a seguir. cida proteção para os/as adolescentes. Por outro
De acordo com os dados, foi possível lado, 65% raramente/nunca aplica esta medida
observar que 20% dos/das juízes/as afirmam quando há este tipo de relato, o que pode ser um
aplicar medida de internação provisória quando fator positivo a respeito desse tema.
o/a adolescente relata estar sendo ameaçado/a Como visto anteriormente, a terceira
de morte, e 29% dos/as defensores/as afirmam forma de violência mais sofrida pelos/as adoles-
que é aplicada esta medida, o que pode ser um centes é em unidades de internação, desta
181
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Parte I: Panorama da política de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto (2017 e 2018)
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