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Desenvolvimento

Comunitário
Curso de Licenciatura em Administração e Gestão da Educação

Faculdade de Ciências de Educação e Psicologia (FACEP)

Departamento de AGE

Universidade Pedagógica
Rua João Carlos Raposo Beirão nº 135, Maputo
Telefone: (+258) 21-320860/2 ou 21 – 306720
Fax: (+258) 21-322113

Centro de Educação Aberta e à Distancia


Programa de Formação à Distância
Av. de Moçambique, Condomínio Vila Olímpica, bloco 22 edifício 4, R/C, Zimpeto
Telefone: (+258) 82 3050353
e-mail: cead@up.ac.mz / up.cead@gmail.com
Ficha técnica

Autoria: José Lourenço Neves

Revisão Científica: Suzete Buque

Revisão da Engenharia de EAD e Desenho Instrucional: Suzete Buque

Edição Linguistica: Salomão Massingue

Edição técnica/Maquetização: Valdinácio Florêncio Paulo

Layout da Capa: Valdinácio Florêncio Paulo


Imagem base da Capa: Gaël Epiney

Primeira Edição © 2017

Impresso e Encadernado por

© Todos os direitos reservados. Não pode ser publicado ou reproduzido em nenhuma forma ou meio – mecânico ou
eletrónico- sem a permissão da Universidade Pedagógica.
Índice
Visão Geral do Módulo i

Unidade 1: Noções Gerais do Desenvolvimento Comunitário 1

Lição n° 1 3
Evolução Histórica do Desenvolvimento Comunitário .................................................... 3
Conceitualização e evolução histórica do Desenvolvimento Comunitário ............. 4

Lição n° 2 8
Principais Conceitos Inerentes ao Desenvolvimento Comunitário................................... 8
Desenvolvimento, Comunidade, Grupos Sociais, Intervenção social. .................... 9

Unidade 2: Áreas de Actuação do Desenvolvimento Comunitário 21

Lição n° 1 23
Relação Desenvolvimento Comunitário e Educação ...................................................... 23
Relação Desenvolvimento Comunitário e Educação ............................................ 23

Lição n° 2 27
Relação Desenvolvimento Comunitário e Saúde............................................................ 27
Desenvolvimento Comunitário na Saúde .............................................................. 28

Lição n° 3 31
Relação entre Desenvolvimento Comunitário e Exclusão Social ................................... 31
Desenvolvimento Comunitário e Exclusão Social ................................................ 31

Lição n° 4 36
Relação entre Desenvolvimento Comunitário e Acção Macro-Social ........................... 36
Desenvolvimento Comunitário e Acção Macro-Social ......................................... 36

Unidade 3: Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos 45

Lição n° 1 47
Educação VS Desenvolvimento...................................................................................... 47
Conceitualização ................................................................................................... 47
Lição n° 2 53
Desenvolvimento Comunitário Vs Educação de Adultos............................................... 53
Desenvolvimento Comunitário Vs Educação de Adultos ..................................... 54

Unidade 4: O Processo de Desenvolvimento das Comunidades 61

Lição n° 1 63
Etapas de Desenvolvimento Comunitário....................................................................... 63
Etapas de Desenvolvimento Local Comunitário (DLC) ....................................... 63

Unidade 5: O Processo de Intervenção Social na Saúde das Comunidades 71

Lição n° 1 73
As Estratégias de Intervenção Social .............................................................................. 73
As Estratégias de Intervenção Social no Desenvolvimento da saúde das
Comunidades ......................................................................................................... 74

Lição n° 2 77
TÉCNICAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE DA COMUNIDADE - Um Exemplo
Prático: Diagnóstico Participativo e Priorização dos Problemas .................................... 77
Técnicas de Promoção da Saúde da Comunidade: Diagnóstico Participativo e
Priorização dos Problemas .................................................................................... 78

Lição n° 3 82
Sistematização das informações que envolvem a priorização dos problemas e o desenho
da Rede de desafios......................................................................................................... 82
Sistematização das informações, que envolvem a priorização dos problemas e o
desenho da Rede de desafios. ................................................................................ 83

Lição n° 4 89
A Socialização de informação e o Planeamento Participativo da Intervenção
Comunitária. ................................................................................................................... 89
Socialização das Informações. .............................................................................. 89
Elaboração do Plano de Intervenção Comunitária ................................................ 90
1º Mobilização Social ............................................................................................ 91

Lição n° 5 94
Educomunicação ............................................................................................................. 94
2º Educomunicação .............................................................................................. 95
3º Formação de educadores ambientais em saúde e saneamento .......................... 97
Lição n° 6 101
Monitoramento e Avaliação do Processo ..................................................................... 101
Monitoramento e Avaliação do Processo ............................................................ 101

Lição n° 7 107
Sistematização do Processo .......................................................................................... 107
Sistematização do Processo ................................................................................. 107

Unidade 6: Experiências de Desenvolvimento Macro - Social no Mundo e o Caso de


Moçambique 113

Lição n° 1 115
Paradigma da Modernização – Modelos Dualistas e o Paradigma da Pobreza – Modelos
Produtivistas.................................................................................................................. 115
Paradigma da Modernização - Modelos Dualistas .............................................. 116
Paradigma da Pobreza – Modelos Produtivistas ................................................. 117

Lição n° 2 120
O Paradigma da Dependência –Proteccionistas e Paradigma do Mercado e os Modelos
Neo-liberais ................................................................................................................... 120
O Paradigma da Dependência e os Modelos Proteccionistas .............................. 121
Paradigma do Mercado e os Modelos Neo-liberais............................................. 122

Leituras complementares para o Módulo 125


Visão Geral do Módulo
Introdução
SEJA BEM-VINDO AO MÓDULO DE
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

O Módulo Desenvolvimento Comunitário no Curso de


Administração e Gestão Escolar (AGE) constitui uma introdução a
conhecimentos básicos do Desenvolvimento Comunitário.

Na verdade, a análise dos processos de desenvolvimento das


comunidades é fundamental para perceber os problemas que afectam
a educação, pois, o desenvolvimento das comunidades depende da
educação.

Este módulo vai-lhe permitir desenvolver técnicas e conhecimentos


para poder interpretar e analisar os diferentes factores que intervem
no processo de desenvolvimento das comunidades e pensar
criticamente a realidade, tendo em vista a transformação dos vários
sectores de desenvolvimento, incluindo o de educação, na promoção
da melhoria da qualidade de vida.

Prezado estudante, tal como você pode perceber, esta disciplina


participa da formação humana, social e técnica do indivíduo, através
do desenvolvimento de conhecimentos básicos de teorização e da
planificação do desenvolvimento nas comunidades.

Assim, para melhor compreender os conteúdos, o módulo está


estruturado em 5 unidades e 19 lições contidas dentro daquelas
unidades em que você poderá desenvolver a aprendizagem sobre o
Desenvolvimento Comunitário.

i
Objectivos do Módulo
Quando você terminar o estudo deste Módulo deverá ser capaz de:

 Identificar o objecto e as bases teórico-metodológicas de


estudo do Desenvolvimento Comunitário;
 Explicar a evolução do Desenvolvimento Comunitário;

 Discutir a relação entre desenvolvimento comunitário,


funções económicas e sociais do estado e a cidadania;

 Avaliar os conceitos básicos de desenvolvimento


comunitário;

 Caracterizar os diferentes modelos de desenvolvimento


comunitário;
 Aplicar as metodologias de desenvolvimento comunitário
na resolução de problemas locais;
 Construir a metodologia do desenvolvimento comunitário
nas suas diversas fases;

A quem se destina o Módulo


Este Módulo foi concebido para todos aqueles que estão inscritos no
Curso de Licenciatura em Administração e Gestão da Educação à
distância, fornecido pela Faculdade de Ciências de Educação e
Psicologia (FACEP).

Avaliação
Os estudantes poderão resolver obrigatoriamente os exercícios que
lhes são apresentados no final de cada lição e apresentar na semana
de preparação para o exame uma ficha contendo todos os exercícios

ii
resolvidos. De referir que, os trabalhos devem ser entregues ao tutor
local.

Para avaliar o nível de assimilação da matéria será realizado um teste


escrito no final de cada secção de tutoria de especialidade totalizando
2 testes escritos e por fim teremos exame no fim do semestre (normal
e de recorrência).

Ícones de Actividades

Caro estudante, para lhe ajudar a orientar-se no estudo deste módulo e


facilmente foram usados marcadores de texto do tipo ícones. Os ícones
foram escolhidos pelo CEMEC (Centro de Estudos Moçambicanos e
Etnociência) da Universidade Pedagógica. Tomou-se em consideração a
diversidade cultural Moçambicana. Encontre, a seguir, a lista de ícones, o
que a figura representa e a descrição do que cada um deles indica no
módulo:

1. Exercício 2. Actividade 3. Auto-Avaliação

[peneira]
[colher de pau com
[enxada em actividade] alimento para provar]
4. Exemplo/estudo de 5. Debate 6. Trabalho em grupo
caso

[Jogo Ntxuva]
[fogueira] [mãos unidas]

iii
7. Tome nota/Atenção 8. Objectivos 9. Leitura

[batuque soando] [estrela cintilante] [livro aberto]

10. Reflexão 11. Tempo 12. Resumo

[sentados à volta da fogueira]

[sol]
[embondeiro]
13. Terminologia 14. Video/Plataforma 15. Comentários
Glossário

[Dicionário] [computador]
[Balão de fala]

1. Exercício (trabalho, exercitação) – A enxada relaciona-se com um


tipo de trabalho, indica que é preciso trabalhar e pôr em prática ou
aplicar o aprendido.
2. Actividade - A colher com o alimento para provar indica que é
momento de realizar uma actividade diferente da simples leitura, e
verificar como está a ocorrer a aprendizagem.
3. Auto-Avaliação – A peneira permite separar elementos, por isso
indica que existe uma proposta para verificação do que foi ou não
aprendido.

iv
4. Exemplo/Estudo de caso – Indica que há um caso a ser resolvido
comparativamente ao jogo de Ntxuva em que cada jogo é um caso
diferente.
5. Debate – Indica a sugestão de se juntar a outros (presencialmente ou
usando a plataforma digital) para troca de experiências, para novas
aprendizagens, como é costume fazer-se à volta da fogueira.
6. Trabalho em grupo – Para a sua realização há necessidade de
entreajuda, que se apoiem uns aos outros
7. Tome nota/Atenção – Chamada de atenção
8. Objectivos – orientação para organização do seu estudo e daquilo
que deverá aprender a fazer ou a fazer melhor
9. Leitura adicional – O livro indica que é necessário obter
informações adicionais através de livros ou outras fontes.
10. Reflexão – O embondeiro é robusto e forte. Indica um momento para
fortalecer as suas ideias, para construir o seu saber.
11. Tempo – O sol indica o tempo aproximado que deve dedicar á
realização de uma tarefa ou actividade, estudo de uma unidade ou
lição.
12. Resumo – Representado por pessoas sentadas à volta da fogueira
como é costume fazer-se para se contar histórias. É o momento de
sumarizar ou resumir aquilo que foi tratado na lição ou na unidade.
13. Terminologia/Glossário – Representado por um livro de consulta,
indica que se apresenta a terminologia importante nessa lição ou
então que se apresenta um Glossário com os termos mais
importantes.
14. Vídeo/Plataforma – O computador indica que existe um vídeo para
ser visto ou que existe uma actividade a ser realizada na plataforma
digital de ensino e aprendizagem.
15. Balão com texto – Indica que existem comentários para lhe ajudar a
verificar as suas respostas às actividades, exercícios e questões de
auto-avaliação.

v
Conteúdos
Noções Gerais do
Lição n° 1 3 Desenvolvimento
Evolução Histórica do Desenvolvimento
Comunitário........................................................................ 3 Comunitário
Conceitualização e evolução histórica do
Desenvolvimento Comunitário ....................... 4

UNIDADE
Lição n° 2 8
Principais Conceitos Inerentes ao

1
Desenvolvimento Comunitário ....................................8
Desenvolvimento, Comunidade, Grupos
Sociais, Intervenção social. ............................ 9

Pág. 2 - 19

Unidade 1: Noções Gerais do Desenvolvimento Comunitário

1
Introdução
Caro estudante, nesta unidade, você vai poder aprender conteúdos
sobre a evolução histórica do Desenvolvimento Comunitário, como
área de interesse económico-social e científico-académico; poderá
aprender, igualmente, a discussão à volta dos conceitos básicos desta
área de conhecimento.

Outrossim, é que terá oportunidade de conhecer a relação existente


entre o Desenvolvimento Comunitário com outras áreas de saber,
especialmente a Administração e Gestão Escolar.”

Objectivos da unidade
Assim, ao terminar esta unidade você será capaz de:

 Identificar a importância do conhecimento Histórico;


 Explicar a evolução histórica do Desenvolvimento
Comunitário.
 Caracterizar o objecto de estudo do Desenvolvimento
Comunitário como disciplina curricular;
 Definir os principais conceitos inerentes ao
Desenvolvimento Comunitário;
 Explicar a importância de estudo do Desenvolvimento
Comunitário no processo de planificação, Administração
e Gestão da educação.

Desenvolvimento Comunitário, Evolução Histórica, Ciências da


Educação.

Terminologia

2
Lição n° 1
Evolução Histórica do Desenvolvimento Comunitário

Introdução
Nesta lição, você vai poder aprender sobre o historial do estudo do
Desenvolvimento Comunitário no contexto universal.

É importante que você aprenda sobre este historial para conhecer a


origem do conceito e da acção de promover o desenvolvimento a
nível das comunidades.

Este conhecimento permitirá que, na qualidade de Gestor e


Planificador da Educação tenha o conhecimento e discernimento
para melhor planificar, considerando a necessidade de desenvolver
as comunidades.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Explicar a evolução histórica do Desenvolvimento


Comunitário;
 Identificar os factores que impulsionaram a emergência do
Desenvolvimento Comunitário;
 Definir os conceitos básicos do Desenvolvimento
Comunitário.
Objectivos

 Conceitualização, evolução histórica, conceitos básicos,


objecto de estudo.

Terminologia

3
Conceitualização e evolução histórica do
Desenvolvimento Comunitário
Quando falamos em Desenvolvimento Comunitário nos meios
técnicos ou académicos é comum ouvir uma expressão de ironia ou
desconfiança como por exemplo “já ouvi isso antes” ou “mais um
programa para enganar o povo”. De facto, a expressão não é nova e,
durante muito tempo, marcou a implementação dos programas
governamentais.

A ideia de desenvolvimento comunitário como programa


governamental surgiu no período pós segunda guerra mundial, com
a divisão do mundo nos blocos capitalista e socialista, e com o início
da guerra fria, como estratégia dos países capitalistas para garantir
sua ordem social.

Fundamentando-se na ideia de que a pobreza tornava os povos


receptivos à propaganda comunista e de que a ajuda aos povos
subdesenvolvidos reverteria em benefícios económicos aos EUA, a
acção prática proposta para o desenvolvimento comunitário consistia
na implementação de programas de assistência técnica e social nos
países pobres, principalmente na América Latina.

“Foi, depois da segunda guerra mundial que o desenvolvimento


comunitário se estabeleceu como método complementar de
intervenção social para fazer face aos problemas sociais da
conjuntura”. (Carmo, 1999: 78). Isto demonstra que, com o
agravamento das questões sociais depois de 1945, a sociedade em
geral passa a preocupar-se com o seu futuro, originando o
desenvolvimento comunitário como uma forma de intervenção
social.

A partir dos anos 50, a ONU empenhou-se em sistematizar e divulgar


o desenvolvimento comunitário como “processo através do qual
cada povo participa do planeamento e da realização de programas
que se destinam a elevar o padrão de suas vidas. Isso implica na
colaboração indispensável entre os governos e o povo para tornar

4
eficazes os esquemas de desenvolvimento viáveis e equilibrados”
(FRANCISCO, 2007).

Perceba que esta definição traduz a essência dos componentes


actuais da análise do desenvolvimento, como a participação
comunitária activa, a planificação participativa, capacitação e a
articulação entre a sociedade civil e o poder público.

Actividade

Situação A – “O Governo distrital de Massingir foi abrir furos de


água no povoado de Banga, porque este só obtinha o precioso
líquido no rio dos elefantes, onde ocorria o conflito homem animal.
Contudo, a comunidade continua a ir buscar água no rio,
alegadamente porque quem beber da água dos fontanários estaria a
trazer para si e à sua família todos os espíritos dos mortos e seus
problemas. Este facto poderia ter sido evitado se a abertura dos
fontanários fosse realizado depois da consulta aos mortos e estes
autorizarem, o que não sucedeu”.

Situação B – “A FDC construiu junto a comunidade uma unidade


sanitária no povoado de Matutuine. O Processo envolveu, para além
das estruturas administrativas do distrito, os líderes tradicionais,
médicos tradicionais locais e a população local. Dentre muitos
aspectos que envolveram a comunidade, há que destacar uma
formação dirigida às idosas da comunidade que que exerciam o
papel de parteiras tradicionais para passarem a prestar serviços de
parto na unidade sanitária. Assim, a comunidade sentiu-se bastante
engajada no processo, de tal forma que hoje os partos são realizados
na unidade sanitária”.

Da leitura que fez às duas situações acima apresentadas, qual delas


espelha o real sentido de promoção do desenvolvimento
comunitário? Justifique a sua resposta.

Comentários da actividade

5
Seria possível que as acções levadas a cabo para promover o
desenvolvimento na sua comunidade levassem em consideração as
reais necessidades desta, sem que esta participe da planificação e
tomada de decisão sobre o que fazer. Suponho que não, e concordaria
comigo.

É deste modo que eu e você podemos concluir que o


desenvolvimento comunitário é factor importante no
desenvolvimento de um país, visto que é uma forma de garantir o
bem-estar social dos membros pertencentes às próprias
comunidades. Neste sentido, entendemos que é relevante a
participação da comunidade no seu processo.

Deste modo, o desenvolvimento comunitário constitui-se como:


Uma técnica de promoção do homem e de mobilização de recursos
humanos institucionais, mediante a participação activa e
democrática da população, no estudo, planeamento e execução de
programas ao nível de comunidades de base, destinas a melhorar o
seu nível de vida (CARMO, 1999).

Veja que, no processo do desenvolvimento comunitário, deve existir


uma interligação entre as instituições sociais/ONG’s/associações
comunitárias e as comunidades beneficiárias dos projectos que
visam promover o seu desenvolvimento.

Deste modo, o desenvolvimento comunitário vem ganhando o seu


atributo e desempenhando o seu papel que é sobretudo desenvolver
a comunidade através de projectos sociais. Para que tal aconteça, o
planeamento é fundamental para uma boa actuação profissional por
parte dos Assistentes Sociais, tornando-se um instrumento de
trabalho para a promoção do desenvolvimento comunitário.

Tudo o que se processa requer um plano bem organizado, com


tarefas e objectivos bem definidos, justificando o significado
atribuído ao conceito de desenvolvimento. Com isto, o
desenvolvimento da comunidade é um processo de mudança social
planeado e concebido para promover o bem-estar da população

6
como um todo em conjunção com o processo dinâmico de
desenvolvimento.

Resumo da lição
Desenvolvimento Comunitário é o processo através do qual cada
povo participa do planeamento e da realização de programas que
se destinam a elevar o padrão de suas vidas. Este, ocorre onde é
preciso reunir os recursos económicos, humanos, sociais,
culturais e políticos existentes dentro da própria comunidade que
nos permitam avaliar como se processa o desenvolvimento da
mesma. Com isso organizar-se, consciencializar-se, planificar de
forma participativa, capacitar-se, de tal forma que seja a
comunidade a escolher as prioridades de desenvolvimento,
monitorar e avaliar o processo e o usufruto colectivo dos
benefícios de uma contínua e progressiva.

Auto-avaliação
1. O que entende por Desenvolvimento Comunitário?
2. Quais são os factores que impulsionaram a emergência do
Desenvolvimento Comunitário?
3. Fale das finalidades do Desenvolvimento Comunitário.

7
Lição n° 2
Principais Conceitos Inerentes ao Desenvolvimento
Comunitário

Introdução
Nesta lição, você irá aprender sobre os principais conceitos
que permitem a compreensão do sentido da promoção do
Desenvolvimento Comunitário.

Este conhecimento vai permitir-lhe aplicar cada conceito a


sua real significância no processo de planificação.

Ao completer esta lição, você será capaz de:

Ao completar esta lição, você deverá ser capaz de:

 Explicar os conceitos de desenvolvimento, comunidade, grupos


sociais, Intervenção social;
 Diferenciar os conceitos de desenvolvimento, comunidade,
grupos sociais, Intervenção social.
Objectivos

Desenvolvimento, Comunidade, Grupos sociais, Intervenção social.

Terminologia

8
Desenvolvimento, Comunidade, Grupos Sociais,
Intervenção social.

Conceito de Desenvolvimento

O desenvolvimento é um conceito muito amplo, abarca os factores


económicos, sociais, culturais, políticos e religiosos.

O desenvolvimento é um processo de transformação económica,


política e social, através do qual o crescimento do padrão de vida
tende a tornar-se automático e autónomo. Trata-se de um processo
social global, em que as estruturas económicas, políticas e sociais de
um país sofrem contínuas e profundas transformações (PNUD,
2002).

O desenvolvimento visa alargar as possibilidades do homem em


obter os recursos para a satisfação das suas necessidades, em poder
participar na vida social e política de um estado. Deste modo,

“O desenvolvimento é um processo de transformação económica,


política e social, através do qual o crescimento do padrão de vida
tende a tornar-se automático e autónomo. Trata-se de um processo
social global, em que as estruturas económicas, políticas e sociais
de um país sofrem contínuas e profundas transformações. Não tem
sentido falar-se em desenvolvimento apenas económico, ou político,
ou apenas social... se o desenvolvimento não trouxer consigo
modificações de carácter social e político, se o desenvolvimento
social e político não for a um tempo o resultado e a causa de
transformações económicas, será por que de facto não tivemos
desenvolvimento. As modificações verificadas em um desses
sectores terão sido tão superficiais, tão epidérmicas, que não
deixarão traços” (Brsser-Pereira, 2003, Apud Tenório, 2007: 72).

Como pode notar, o desenvolvimento actualmente defendido vai


mais além do simples crescimento económico, ou pensar no

9
desenvolvimento social separado, pois incorpora múltiplas
dimensões onde o centro é o homem – desenvolvimento.

Assim, este desenvolvimento deve garantir os acessos a educação,


saúde, habitação, segurança, renda familiar, usufruto das liberdades
políticas e pleno exercício da cidadania entre outros.

Leia o texto:

Pense no seguinte: a família Mangue tem 6 membros (pai, mãe, 4 filhos),


cujo pai é um gestor sénior de uma empresa e aufere um salário de 45
Actividade
mil meticais, com direito a viatura pessoal, a Mãe doméstica. O filho
mais velho de 21 anos frequenta o 2º ano de Alfabetização e os 3 filhos
mais novos não vão a escola porque o pai não cria condições. Muitas
vezes a compra de alimentos, despesas hospitalares e vestuário
dependem somente do salário de 4 mil meticais do filho mais velho.

A partir do que acabas de estudar sobre desenvolvimento, será que o


cenário da família Mangue reflecte o sentido do conceito
desenvolvimento? Por que?

Espero que a sua resposta tenha sido não, com certeza. Porquê? Porque
há muita riqueza gerada na família, que são 49 mil meticais, mas não se
reflectem no bem-estar da mesma.
Comentários
Quer dizer a maior parte da riqueza gerada tem um destino obscuro,
apenas uma pequena parte se reverte na satisfação dos indicadores de
bem-estar da família e, por ser insuficiente, esta se encontra em
dificuldades.

10
Moçambique é considerado hoje, como um país em vias de
desenvolvimento pelo facto de estar a exercer esforço, ou
políticas com vista a garantir um acesso a condições básicas de
saúde, educação, habitação, e outros a toda população, embora
Exemplo
ainda insuficiente.

Dando continuidade a nossa lição, vamos de seguida ver mais


conceitos fundamentais do módulo.

Comunidade

É frequente ouvirmos ou lermos o termo comunidade aplicado para


designar pequenos agregados rurais (aldeias) ou urbanos
(quarteirões, bairros), mas também a grupos profissionais (ex:
comunidade médica, comunidade científica), a organizações
(comunidade escolar), ou a sistemas mais complexos como países
(comunidade nacional), regiões (comunidade europeia) ou mesmo o
mundo visto como um todo (comunidade internacional ou mundial)
(CARMO, 1999: 72).

Porém, “Uma característica que une todas as designações é a


presença de uma dada semelhança que confere uma identidade ao
sistema designado por comunidade, que determina uma fronteira
entre os elementos que lhe pertencem dos que lhe são
alheios”(Idem.).

Assim, uma comunidade tem de ter características que a defina,


numa determinada área geográfica, unida pelos sentimentos que
manifestam os seus hábitos, ideias, costumes e valores que a
representam, com o intuito de procurar e promover o
desenvolvimento da mesma.

11
Leia o texto a seguir:

“Atrevemo-nos, pois, a expor comunidade como o ponto de encontro do


cidadão com o colectivo no pátio da vida social, interagindo,
Actividade
partilhando laços solidários, interesses comuns, crenças, um sentimento
de bem-estar, de pertença e de inclusão. Ela é o ponto de referência da
acção e da intervenção social. Ela é o núcleo da actividade grupal, da
organização institucional e do desenvolvimento da personalidade
humana”.

Com base no enunciado acima, perguntaria: a que comunidade você


pertence? Porquê?

De certeza, relaciona a sua comunidade com o lugar onde vive, seja ele
uma cidade, uma vila, uma aldeia ou apenas um bairro mas do qual
fazem parte um património económico, material e sociocultural
Comentários comum.

O factor primordial a ela inerente é, sem dúvida, uma participação


verdadeira dos seus membros na vida pública através do trabalho
comunitário e da própria organização da sua comunidade. Para que
você seja activo na sua comunidade tem de a conhecer intimamente de
modo a poder intervir sobre a mesma.

Ainda dentro da nossa lição, vamos de seguida ver mais conceitos


fundamentais do módulo.

Grupos Sociais:

Os grupos sociais são definidos pela interacção estabelecida entre as


pessoas e o sentimento de identidade existente; em outros termos, é
a forma básica de associação humana.

12
Contudo, o que difere os grupos sociais dos chamados “agregados
sociais” é justamente a forma de interacção entre as pessoas, ou seja,
uma multidão numa passeata corresponde a um agregado social e
não necessariamente a um grupo social, visto que compartilham, de
alguma forma, um ideal, uma curiosidade, contudo, durante sua
efectivação, estabelecem o mínimo de comunicação e de relações
sociais.

Os Grupos sociais são aqueles em que as componentes possuem


laços estreitos ou alargados, dai a existência de grupos primários e
secundários.

Grupos Primários – aqueles em que as componentes possuem laços


mais estreitos, mais próximos, proporcionando maior intimidade e
coesão, dentro dos quais os interesses comuns se estendem por longo
prazo, sendo, por vezes, substituídos por afectividade.

1.

A sua família é um grupo primário para você. Nela, mesmo que


um dos membros mude os seus interesses, não deixa de pertencer
Exemplo
ao grupo.

Grupos Secundários: são formados por indivíduos com interesses


comuns que depois de satisfeitos, dentro de certo prazo, podem
terminar com a dissolução do grupo. Por exemplo: colegas de
turma, têm o interesse comum de concluir o curso, depois desse
período o grupo dissolve-se.

Conforme os grupos crescem, podem-se tornar formais ou


informais, isto é, com regras explícitas ou implícitas. Um grupo
pode-se transformar numa organização, isto é, um grupo de
pessoas unidas em torno de um objectivo, formando uma

13
combinação de esforços individuais em prol de propósitos
colectivos.

2.

No nosso país podemos encontrar Partidos Políticos, ou ainda


uma equipa de futebol, a instituição de ensino que frequenta – a
UP, e muito mais, como grupos secundários.

Leia o texto a seguir:

“O Sr. João, pai de três filhos, casado com a Sra Joana há 17 anos, é
funcionário do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano e
Actividade
mora no Bairro T3 junto a família. Ele adora o Futebol, de tal forma
que é um dos Sócios do Clube Desportivo da Matola. Frequentemente
tem estado no campo com muitos outros adeptos para assistir aos jogos
da equipe preferida”.

Com base no texto acima, pode distinguir qual é o Grupo Social


primário, secundário e um agregado social?

Já descobriu os grupos? Se não descobriu pode voltar a ler a lição sobre


os grupos sociais. Pode ler também Sobre grupos Sociais no endereço.
https://www.todamateria.com.br
Comentários
Por fim, ainda dentro da nossa lição vamos de seguida ver o último
conceito fundamental do módulo.

Intervenção Social

Este conceito surgiu na Europa, devido a influência dos partidos


socialistas sobre a sociedade dos países de índole capitalista.

14
Ela é definida como sendo “uma acção sobre as situações sociais
que geram ou foram geradas por factores que directa ou
indirectamente contribuem para o desequilíbrio do sistema social ou
para uma desafectação das pessoas relativamente às formas de
organização social e económica”(Moura, 2016).

Este visava essencialmente colmatar os problemas sociais que


resultavam do sistema capitalista como, por exemplo, difícil acesso
aos serviços básicos de saúde, educação, habitação, pensão a velhice,
etc, com que a maior parte da população proletária se deparava.

Como solução, os governos decidiram aplicar esta política


intervindo nas áreas em que a população se ressentia das
necessidades, canalizando, deste modo, os recursos para estes.
Contudo, neste processo não havia uma participação efectiva da
população visada, ou por outra, a planificação era centralizada e as
comunidades participavam como meros receptores, ou benificiários.

É nesta ordem de ideias, que vistas algumas deficiências da


intervenção social nestes moldes, surgiu o desenvolvimento
comunitário, uma nova intervenção social que autonomiza os
seguimentos da população no processo de promoção do bem-estar
local.

Leia o texto que segue:

Segundo Moura (2006:77) acção da Intervenção Social é identificada


como uma forma de agir sobre:
Actividade
 “Situações episódicas, temporárias ou crónicas de perigo que
tanto podem ter um carácter individual, como grupal,
comunitário, territorial;
 Situações reconhecidas de risco social que tanto podem
apresentar um carácter local como global”.

15
A partir da compreensão que teve do texto acima, apresente exemplos
concretos que respondam às situações episódicas na comunidade.

a) Situações de risco social de carácter local e explique porque


considera de tal forma?

Conseguiu identificar? Procedeu com a explicação? Caso não tenha


conseguido, note que para tal deve ter em consideração os significados
dos conceitos de situações episódicas, dentro da comunidade e de
Comentários situações de risco social de carácter local. Findo este exercício,
procure enquadrar no contexto de intervenção social.

Finalmente, aconselho a consultar esta referência bibliográfica.


MOURA, Maria Helena Fernandes. Serviço Social e Modelos de
Intervenção: da sociedade industrial à sociedade do risco. Porto, Porto,
Universidade do Porto. 2006, pp 76-89. Disponivel em
https://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/.../Servicosocialemodelosdeintervencao.pdf.
Capturado em 24/10/2016. Compare com as respostas das suas
colegas.

As crianças de uma comunidade de pastores e agricultores não vão a


escola devido a ausência da mesma. O estado, como forma de resolver,
constrói uma escola primária completa. Isso é uma intervenção social a
uma situação de risco social local. Mas, pode suceder que as crianças
Exemplo
continuem não indo a escola. Porquê? Por que a comunidade não
participou como decisora do que realmente necessitava, pois foi uma
intervenção externa.

Se a comunidade tivesse feito parte da escolha das prioridades na área


de educação, talvez escolheria uma escola com uma componente de arte
e ofícios, ou técnico profissional que prepararia melhor os seus filhos
sobre a agro-pecuária. Ou talvez escolheria uma outra prioridade que

16
poderia se aliar à necessidade de educação dos seus filhos. Esta última
é o desenvolvimento comunitário.

Resumo da lição
O Conceito de Desenvolvimento actualmente defendido é aquele que
coloca o Homem no centro do mesmo, isto é, falar de desenvolvimento
é falar da melhoria da qualidade de vida do Homem.

A Comunidade, embora o factor geográfico seja importante, ela deve


ser unida pelos sentimentos hábitos, ideias, costumes e valores que a
representam, com objectivos e aspirações comuns.

Os Grupos Sociais são aqueles em que as componentes possuem laços


estreitos ou alargados ou ainda momentâneos, daí a existência de
grupos primários e secundários.

A Intervenção Social visa, actualmente, a autonomização dos


seguimentos da população no processo de promoção do bem-estar
local, através de um processo de desenvolvimento comunitário.

Auto-avaliação
1. Comente a seguinte afirmação: Desenvolvimento não é
crescimento económico?

2. O que entende por comunidade?

3. A que grupo social pertences pelo facto de frequentar o curso de


AGE? Explique a sua escolha.

17
Comentários da auto – avaliação da unidade I
Exercícios da Lição – 1

A sua resposta para a pergunta 1 deve conter os seguintes aspectos: a


participação da comunidade e de todos os actores envolvidos, a
planificação de acções que visam a melhoria do bem-estar. Para a
pergunta 2 você deve destacar o que ocorreu com a divisão do mundo
em blocos capitalista e socialista, o papel da ONU em prol do
desenvolvimento comunitário. Par a questão 3 destaque as questões
destinadas a melhorar a qualidade de vida da comunidade.

Exercícios da Lição – 2

Para responder a pergunta 1 deve diferenciar estes dois conceitos,


destacando, para o conceito de Desenvolvimento o homem como o
centro, a necessidade de promover o bem-estar relacionado com os
indicadores desenvolvimento, enquanto crescimento económico está
relacionado com a riqueza.

A sua resposta da pergunta 2 deve destacar o sentido pertença de um


grupo, a ocupação de um determinado território, os objectivos do grupo
os problemas enfrentados pelo mesmo. Para a pergunta 3 veja a
explicação do Grupo Secundário. Daí, busque esclarecer a sua escolha.

18
Leituras complementares da Unidade
CARMO, Hermano. Desenvolvimento Comunitário: Universidade
Aberta. Lisboa. 1999.

FRANCISCO, António Álvaro. Desenvolvimento Comunitário Em


Moçambique. Contribuição Para A Sua Compreensão Crítica.
Maputo, Ciedima, 2007.

MOURA, Maria Helena Fernandes. Serviço Social e Modelos de


Intervenção: da sociedade industrial à sociedade do risco. Porto,
Universidade do Porto. 2006, pp 76-89. Disponivel em
https://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/.../Servicosocialemodelosdeintervencao.pdf,
captura em 24/10/2016

PNUD. Moçambique: Relatório de Desenvolvimento Humano.


Moçambique, Maputo, Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento, 2002.

TONÓRIO, Fernando G. Cidadania e Desenvolvimento Local. Rio


Grande do Sul, Unijuí, Associação Brasileira das Editoras
Universitárias. 2007.

19
Conteúdos

Áreas de Actuação
Lição n° 1 23
Relação Desenvolvimento Comunitário e
do Desenvolvimento
Educação .......................................................................... 23
Relação Desenvolvimento Comunitário e
Comunitário
Educação ............................................................. 23

UNIDADE
Lição n° 2 27
Relação Desenvolvimento Comunitário e

2
Saúde ..................................................................................27
Desenvolvimento Comunitário na Saúde 28

Lição n° 3 31
Relação entre Desenvolvimento Comunitário e
Exclusão Social ............................................................... 31
Desenvolvimento Comunitário e Exclusão
Social ..................................................................... 31

Lição n° 4 36
Relação entre Desenvolvimento Comunitário e
Acção Macro-Social ..................................................... 36
Desenvolvimento Comunitário e Acção
Macro-Social...................................................... 36

Pág. 22 - 43

Unidade 2: Áreas de Actuação do Desenvolvimento Comunitário

21
Introdução
Nesta unidade, você vai aprender sobre a actuação do
Desenvolvimento Comunitário na Educação, Saúde, exclusão social,
acção macro - social.

Assim, poderá aprender também sobre a relação que existe entre o


Desenvolvimento Comunitário com a Educação, a Saúde, a exclusão
social, e com a acção macro - social.

Objectivos da unidade
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

Relacionar o Desenvolvimento Comunitário e Educação;

Relacionar o Desenvolvimento Comunitário e a Saúde;

Relacionar o Desenvolvimento Comunitário e Exclusão Social;

Relacionar o Desenvolvimento Comunitário e Acção Macro - social.

Desenvolvimento Comunitário, Educação, Saúde, Exclusão


Social, Ação Macro - social.
Terminologia

22
Lição n° 1
Relação Desenvolvimento Comunitário e Educação

Introdução
Nesta lição, você irá aprender sobre a importância de estudo do
Desenvolvimento Comunitário no processo de planificação e gestão
da educação.

Deste modo, poderá aprender a relacionar o Desenvolvimento


Comunitário com o processo de planificação e gestão da educação.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Descrever a importância do Desenvolvimento Comunitário


na Educação;
 Explicar a importância do conhecimento dos factores e

Objectivos fenómenos que influenciam o desenvolvimento das


comunidades para uma melhor planificação e gestão da
educação.

Desenvolvimento Comunitário, Educação.

Terminologia

Relação Desenvolvimento Comunitário e Educação


A compreensão da dinâmica dos processos, factores e fenómenos
que influenciam o desenvolvimento das comunidades, tem uma
importância crucial na investigação das características educacionais
de uma população.

23
O conhecimento sobre as comunidades pelo pessoal da educação é
muito importante para o melhor desempenho das suas funções, assim
como é um factor importante para a planificação curricular, tendo
em conta a realidade social de cada comunidade onde a escola está
inserida.

Este conhecimento tem em vista a adequação do currículo a cada


situação social e às estratégias de desenvolvimento usadas pelas
comunidades no sentido da escola passar a ter uma utilidade prática
no dia-a-dia das comunidades.

Na actualidade, a planificação educacional incorpora, nas suas


acções a participação activa das comunidades na gestão da educação
a nível da produção dos currículos até a gestão da escola na
comunidade, bem como o aproveitamento da escola para potenciar a
comunidade em matérias relacionadas com o desenvolvimento local.

Por exemplo, o currículo local introduzido no Sistema Nacional de


Educação em Moçambique, tem por objectivo formar cidadãos
capazes de contribuir para a melhoria da sua vida, a vida da sua
família, da comunidade e do país, partindo da consideração dos
saberes locais das comunidades onde a escola se situa (INDE, 2003
Apud CASTIANO, 2005).

Portanto, este é um dos exemplos de estrita relação entre o


Desenvolvimento Comunitário e Educação. Pois o currículo local
constitui um espaço de convergência dos saberes formalmente
constituídos nos programas de ensino com saberes da comunidade
com vista a melhorar a qualidade de vida da comunidade.

Produza um pequeno texto referente a relação escola comunidade


do seu bairro, vila, posto administrativo ou aldeia. Depois de
produzir o texto, socialize com o dos seus colegas, para ver a
Actividade diversidade de acções levadas a cabo na comunidade de cada um de
vocês, frutos da relação escola e comunidade.

24
Ao produzir o texto sobre uma acção levada a cabo resultante da
interacção comunidade escola, pode não encontrar algo escrito, mas
pode consultar a escola local, os residentes, o representante dos Pais e
Comentários Encarregados de Educação no conselho da Escola. Para sua orientação,
fale do nome da escola, programa (objectivos, acções, os envolvidos)
resultados alcançados.

A escola inserida na sua comunidade pode desenvolver projectos


pedagógicos que visam capacitar as comunidades em técnicas que
visam uma melhor e racional exploração dos recursos disponíveis,
tendo como base o desenvolvimento integrado e sustentável.
Exemplo
Você pode participar nesse processo, supondo que a principal
actividade na sua comunidade é a agricultura, a escola junto com a
comunidade podem capacitar os camponeses locais sobre as melhores
técnicas de combater as queimadas descontroladas, as melhores
culturas para o tipo de solo e clima lá existente, e outros aspectos.

Assim, todas as mudanças que possam ocorrer na esfera social,


económica, política e cultural da comunidade merecem atenção no
processo da planificação educacional com vista a dar melhores
respostas aos desafios da educação e das comunidades.

Desse modo, fica evidenciada a necessidade de uma maior


compreensão da situação real sobre as alternativas de desenvolvimento
que as comunidades usam, as expectativas da sociedade sobre a
educação e seu contributo no desenvolvimento das comunidades.

25
Resumo da lição
O conhecimento do Desenvolvimento Comunitário é de extrema
importância para o processo de Administração, planificação e gestão
da educação, pois, este possibilitará dar melhores respostas aos
desafios da educação e das comunidades.

Auto-avaliação
1. Descreva a importância do Desenvolvimento Comunitário
na Educação?
2. Atente para a seguinte afirmação:
“Desenvolvimento Comunitário é uma disciplina
indispensável para que o futuro gestor da educação possa
desempenhar sem restrições as suas funções”
a) Comente

26
Lição n° 2
Relação Desenvolvimento Comunitário e Saúde

Introdução
Nesta lição, você irá aprender sobre a importância do estudo do
Desenvolvimento Comunitário no processo de promoção da Saúde.

Assim, poderá aprender a relacionar o Desenvolvimento


Comunitário e o processo de promoção de Saúde Comunitária.

Este conhecimento é importante, pois você terá subsídios teórico-


científicos que – lhe permitem promover a saúde na comunidade,
através da incorporação de actividades viradas a promoção da saúde
a nível da comunidade, na sua planificação como gestor da educação.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Descrever a importância do Desenvolvimento Comunitário


na Saúde;

 Explicar a relação existente entre o Desenvolvimento


Objectivos Comunitário e a Saúde comunitária.

Desenvolvimento Comunitário, Saúde.

Terminologia

27
Desenvolvimento Comunitário na Saúde
O Conhecimento da dinâmica dos processos, factores e fenómenos
que influenciam na saúde das comunidades, tem uma importância
crucial na investigação das características da saúde das
comunidades.

Este Conhecimento vai permitir planificar acções a levar a cabo


sobre os planos de saúde da comunidade com vista a melhorar o
bem-estar.

Os factores determinantes de saúde numa dada comunidade como os


psíquicos, biológicos e sociais (desigualdades sociais, conflitos
sociais, actividades praticadas, etc), podem ser individuais e/ou
colectivas.

Assim, a realização do levantamento epidemiológico e ambiental de


uma localidade possibilita o conhecimento da taxa de incidência de
doenças relacionadas à falta de infra -estrutura sanitária.

Outro aspecto importante a destacar é o facto de que saúde/doença


são construções sociais nas quais a sociedade inscreve a sua visão do
mundo e impõe a marca da sua organização. Para além da sua
realidade biológica, o entendimento da saúde e da doença é relativo,
variável com as sociedades e épocas históricas (SILVA, 2001).

Portanto, a verdade é que a vivência da saúde e da doença e os


comportamentos a ela referidos são condicionados pelas
circunstâncias da existência e pelas formas ou estilos de vida que
nelas se modelam.

Assim, com o estudo sobre a saúde na comunidade descobre-se


também a influência das representações sociais do senso comum na
tendência médica diferencial para classificação como doença,
atribuição de diagnósticos e definição de tratamentos, segundo os
grupos sociais.

Quer dizer, a percepção sobre a saúde e, por exemplo, de certa


doença na sua comunidade, pode ser diferente com a de outras

28
comunidades. Assim, a estratégia educativa da promoção da saúde,
assenta no diagnóstico e levantamento participativo da comunidade
local.

Este processo pode ser desencadeado numa parceria escola, saúde e


a comunidade. Aí pode se desenvolver esforços colectivos com vista
a ultrapassar eventuais problemas da saúde na comunidade. O
Conselho da escola constitui um meio e espaço de convergência de
opiniões e apresentação de propostas de actividades com vista a
encontrar melhores soluções para a escola e para a saúde da
comunidade.

Numa parceria escola, centro de saúde e comunidade, pode se realizar


o levantamento das doenças que estão associadas à veiculação hídrica,
à falta de colecta e tratamento de esgoto e de lixo, assim como as
Exemplo derivadas da drenagem inadequada das águas das chuvas na sua
comunidade.

Deste modo, podemos concluir que a educação para a saúde


comunitária dá ênfase o empoderamento dos agentes individuais e
colectivos com vista ao aumento da consciência sobre a saúde, as
doenças e suas causas. Permitindo, deste modo, desenvolver a
capacidade de escolher e de decidir sobre o que fazer para prevenir
situações que possam comprometer negativamente a saúde da
comunidade.

Faça uma lista dos problemas relacionados a saúde ambiental na sua


comunidade, bairro ou aldeia.

Explica como poderia incluir no plano de actividade da escola.


Actividade
Responda essa pergunta e socialize com a dos seus colegas, para ver
a diversidade de problemas que cada um encontrou na sua

29
comunidade e de que forma propôs a incorporação destes na agenda
escolar.

Nesta actividade busque alistar apenas os problemas que afectam a sua


comunidade e ver os instrumentos que regulam a planificação escolar,
o funcionamento da escola e dos órgãos colegiais da escola. Assim,
Comentários encontre neles o espaço de colocação destes problemas como sendo
um dos aspectos a serem abordados nos encontros colegiais da escola.

Resumo da lição
A promoção da saúde apoia o desenvolvimento pessoal e social da
comunidade mediante a passagem de informação, a educação para a
saúde e o desenvolvimento das competências para a vida.

Desta forma, aumenta as opções disponíveis para que as pessoas


exerçam maior controlo sobre a sua própria saúde e sobre a saúde do
ambiente que as rodeia, assim como façam opções que conduzem à
saúde.

Auto-avaliação
1. Explique a relação existente entre o Desenvolvimento
Comunitário e Saúde.
2. Quais são os factores determinantes de saúde numa dada
comunidade.

30
Lição n° 3
Relação entre Desenvolvimento Comunitário e
Exclusão Social

Introdução
Nesta lição, você poderá a prender a relação existente entre o
Desenvolvimento Comunitário e a Exclusão Social.

Poderá ainda conhecer a importância do Desenvolvimento


Comunitário na solução dos problemas resultantes da Exclusão
Social.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Explicar a relação existente entre o Desenvolvimento


Comunitário e a Exclusão Social;

 Descrever a importância do Desenvolvimento Comunitário


Objectivos na solução dos problemas resultantes da Exclusão Social.

Desenvolvimento Comunitário, Exclusão Social

Terminologia

Desenvolvimento Comunitário e Exclusão Social


A concepção de exclusão e inclusão social evolui conforme a época
e situação, caracterizando-se por uma definição aberta e flexível
(Lopes, 2006; Wixey et al., 2005 apud BORBA e LIMA, 2011).

31
Numa primeira acepção, a exclusão social pode referir-se a noção de
«ficar à margem». Talvez fosse necessário começar por constatar
que a exclusão está relacionada com a insatisfação, o mal-estar de
todo o ser humano quando se encontra em situações nas quais não
pode realizar aquilo que deseja e ambiciona para si próprio e para a
sua família (ESTIVILL, 2003).

Partindo deste ponto de vista, a exclusão teria uma certa carga


subjectiva, apoiada em acções materiais e simbólicas. Será
igualmente necessário recordar que, por vezes, a exclusão segue
determinadas modas, hábitos ou ideias dominantes.
Você, por exemplo, pode sentir - se excluído de certos benefícios
como a falta de uma estrada pavimentada no seu bairro. Esta
exclusão é por si vivida de forma negativa.

Contudo, há uma convergência conceitual de exclusão social que


aponta a principal razão a internacionalização da economia
neoliberal que ultrapassa o controlo do indivíduo, além do carácter
multidimensional que se manifesta com as privações de direitos
(Lopes, 2006; Barry, 1998; Hunter, 2000; Kowarick, 2003;
Lesbaupin, 2000; Mazza, 2005; Proença, 2005; Sen, 2000; Silver,
2005 apud BORBA e LIMA, 2011).
Para você entender melhor este conceito pode aceder ao endereço
http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n106/n106a03.pdf, onde poderá
encontrar as várias definições da exclusão social, os factores e os
mecanismos de combate.

O fenómeno de exclusão social é um processo que abrange a todos


com condições e níveis diferenciados. Tal processo sugere que a
sociedade é susceptível à exclusão social. Além dos recursos
financeiros e materiais, a exclusão social engloba aqueles que são
limitados por uma causa ou uma diversidade de obstáculos, tais
como: a discriminação, a falta de oportunidades de emprego local,

32
baixas qualificações, doença crónica, medo do crime e isolamento
geográfico (BARRY, 1998; RODRIGUES ET AL., 1999; WIXEY
ET AL., 2005 apud BORBA e LIMA, 2011).

A exclusão pode também ser positiva para uma pessoa, um grupo,


uma comunidade, reforçando assim a sua coesão interna, que resulta
deste sentimento, propiciando um ambiente de busca de alternativas
para solucionar os problemas decorrentes da exclusão (ESTIVILL,
2003).

Noutras ocasiões, a auto exclusão pode ser uma das condições para
estimular a criatividade artística e intelectual ou uma vida e reflexão
mais filosófico-religiosa.

Os artistas produzem objectos de arte que retractam várias facetas


da exclusão social como pobreza, fome, entre outros.
Portanto, o serviço social inserido no desenvolvimento da
comunidade é uma plataforma que trabalha com crianças, jovens,
Exemplo
adultos e idosos no processo de intervenção social, com objectivo
de defender a garantia dos direitos humanos e cidadania.

Assim, o Assistente Social inserido nos programas de


Desenvolvimento Comunitário tem um importante papel,
fundamentalmente na elaboração, excussão e avaliação das políticas
sociais junto dos órgãos administrativos, entidades e organizações
com vista a satisfazer as necessidades das comunidades que se
sentem excluídas.

Nesta perspectiva, pode coordenar projectos sociais e trabalhar na


assessoria das organizações públicas directa ou indirectamente,
empresas públicas e privadas, associações comunitárias, ONG’s,
instituições sociais e outras entidades em matéria do Serviço Social
procurando eliminar as exclusões sociais.

33
Nesse contexto, pense no seguinte: se na sua comunidade não
houvesse o serviço de saúde materno - infantil, você sendo um
Assistente Social. Que papel exerceria para reverter a situação?
Actividade Responda essa pergunta e socializa com os seus colegas para ver a
diversidade de intervenções a partir do que cada um de vocês pensou.

Em todas as respostas de certeza que vocês falaram da necessidade


de advogar junto aos representantes locais do estado a necessidade
de instalação deste serviço para garantir que a comunidade se
Comentários beneficie do mesmo. O que diferencia é a estratégia que cada um vai
adoptar.

Assim, o recurso a mediação social como parte do processo do


Serviço Social inserido no desenvolvimento da comunidade, procura
minimizar os conflitos ou problemas sociais existentes dentro de
uma determinada comunidade.

Deste modo, podemos afirmar que ela se constitui como uma das
estratégias utilizadas para intervir numa determinada demanda social
e resolver os conflitos entre as partes envolvidas, ou criar condições
para a alocação de recursos às comunidades excluídas.

34
Resumo da lição
A exclusão social está relacionada com a insatisfação, o mal-estar de
todo o ser humano quando se encontra em situações nas quais não
pode realizar aquilo que deseja e ambiciona para si próprio e para a
sua família. Partindo deste ponto de vista, a exclusão teria uma certa
carga subjectiva, simbólica ou apoiada em acções materiais.

Por sua vez, o Serviço Social inserido no desenvolvimento da


comunidade é uma plataforma que trabalha com crianças, jovens,
adultos e idosos no processo de intervenção social, com objectivo de
defender a garantia dos direitos humanos e cidadania.

Auto-avaliação
1. Explique em que consiste a Exclusão Social.
2. Descreva a importância do Desenvolvimento Comunitário na
solução dos problemas resultantes da Exclusão Social.

35
Lição n° 4
Relação entre Desenvolvimento Comunitário e
Acção Macro-Social

Introdução
Nesta lição, você poderá amprender sobre a relação existente entre o
Desenvolvimento Comunitário e a Acção Macro-Social.

Poderá ainda aprender sobre a diferença existente entre as acções


macro, meso e micro sociais.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Diferenciar as acções macro, meso e micro sociais.

 Explicar a relação existente entre o Desenvolvimento


Comunitário e a Acção Macro -Social;
Objectivos

Desenvolvimento Comunitário, Acção Macro-Social.

Terminologia

Desenvolvimento Comunitário e Acção Macro-Social

A escala macro da acção social do desenvolvimento comunitário


contempla fundamentalmente os factores estruturais e institucionais
que persistem na organização e estruturação dos diferentes sistemas
sociais e económicos e/ou estados.

36
Como você sabe, por exemplo, o estado Moçambicano é composto
por um sistema político, uma estrutura de governação e sistema
social e económico.

A escala meso constitui estruturas imediatamente inferiores a macro,


contudo com características representativas da macro, como por
exemplo, as estruturas governamentais de uma província ou um
distrito.

Por seu turno, a escala micro incorpora factores de ordem relacional


cuja durabilidade se revela, entre outros aspectos, em plataformas
sociais comunitárias de interacção.

Por exemplo, a comunidade onde mora, marcada por relações de


grande proximidade no enfrentamento de desafios.

Ambos os níveis são compostos por mecanismos de maior ou menor


formalidade nas diversas modalidades de intervenção e de actuação.
Porém, a nível macro e meso tendem a ser mediados por suportes
burocráticos administrativos e de representação institucional e
organizacional. Enquanto ao nível micro, as interacções entre
agentes tendem a ser determinadas por processos relacionais mais
directos e personalizados na comunidade.

Como é óbvio, para assegurar um desenvolvimento nas comunidades


deve-se entre os três níveis, se desenvolver uma espécie de contínuo
inter-relacionamento entre diferentes escalas de intervenção.

Assim, uma sociedade mais coesa é aquela em que os indivíduos


detêm as condições necessárias para se apropriarem de um conjunto
de oportunidades de modo a poderem alcançar um melhor bem-estar
social e económico.

Os factores indutores e/ou promotores de uma acção macro - social,


referem-se aos pilares que sustentam a acção do Estado Social.
Daqui se definem duas dimensões fundamentais:

37
1ª As políticas de incremento – que resultam das macropolíticas de
redistribuição e de relação estabelecida com o nível de riqueza
produzida pela economia, destacando o incremento da capacidade de
redistribuição equitativa dos recursos pelos diferentes estratos
populacionais (destacando os grupos mais desfavorecidos) e o
investimento no capital humano.

Numa comunidade potencialmente agrícola, com dificuldades de


processamento, armazenamento e transporte de cereais, os
representantes locais do poder do Estado podem financiar, com o
Fundo de Investimento de Iniciativas Locais (FIIL), projectos que
Exemplo
visam instalar um centro de processamento dos cereais,
incrementar um sistema de transporte destes para os locais onde
há necessidade, ou para os mercados locais, regionais ou
nacionais.

Como você pode notar o FIIL visa financiar projectos das


comunidades desfavorecidas que precisam de um apoio. Esta é uma
prática que gera uma redistribuição da renda entre as cadeias de valor
produtivo, garantindo, deste modo, uma dinâmica na economia local
e regional, favorecendo as comunidades locais.

2ª As políticas de Conectividade – estas derivam da necessidade de


induzir boas práticas e boas relações entre os cidadãos e respectivas
comunidades que passa pela re/qualificação das acções de prestação
de serviços públicos directos a comunidade. Esta política incorpora
acções mais vocacionadas e programas de intervenção directa na
comunidade como resultado da acção macro-social.

38
O estado preocupa - se em garantir a educação dos
moçambicanos, planificando e implementando programas de
alargamento da rede escolar aos locais mais distantes do país e
formação de professores qualificados para o ensino nestes locais.
Exemplo

Como você pode notar, a escola que existe na sua comunidade, e


todas as outras resultam de programas de intervenção directa na
comunidade incrementar a formação dos moçambicanos com
qualidade.

Apresenta uma acção resultante de uma política de incremento e outra


que resulta da política de Conectividade, no seu distrito e na sua
comunidade respectivamente. Socializa com as respostas dos seus
Actividade colegas, para ver a diversidade de acções a partir do que cada um de
vocês pensou.

Na solução da actividade leve em consideração as acções levadas a


cabo pelo estado moçambicano por si conhecidas no seu distrito,
localidade, comunidade ou aldeia. Explique também como garantem
Comentários a resolução dos problemas que minam o bem-estar nestes locais.

Para mais subsídios, pode consultar a seguinte referência


bibliográfica CARMO, Renato Miguel do. Notas Sobre Avaliação:
Componentes e Processos. CIES-ISCTE, Instituto Universitário de
Lisboa. 2009. Disponível em observatorio-das-
desigualidades.cies.iscte.pt capturado em 10/07/2016

39
Resumo da lição
A acção macrosocial contempla fundamentalmente os factores
estruturais e institucionais que persistem na organização e
estruturação dos diferentes sistemas sociais e económicos e/ou
estados.

O sucesso da acção macrosocial depende da inter-relação com a


escala meso e micro, onde se verifica uma apropriação das
estratégias de desenvolvimento pelas comunidades e onde as acções
de desenvolvimento se direccionam.

Auto-avaliação
1. Explique como é que a acção macrosocial se apoia nos
factores estruturais e institucionais com vista a promover
o desenvolvimento comunitário?
2. De que depende o sucesso da Acção MacroSocial.

Comentários da auto–avaliação da Unidade II


Exercícios da Lição – 1

A resposta da pergunta 1 deve destacar a compreensão da


dinâmica dos processos, factores e fenómenos que influenciam o
desenvolvimento das comunidades.

40
Para a pergunta 2 destaque as mudanças que possam ocorrer na
esfera social, económica, política e cultural da comunidade
merecem atenção no processo da planificação educacional.

Exercícios da Lição – 2
Nesta lição, para pergunta 1 leve em consideração os factores e
fenómenos que influenciam a saúde das comunidades. Para a
pergunta 2 é só identificar os factores que determinam a saúde
numa dada comunidade.

Exercícios da Lição – 3

Para esta lição, na pergunta 1 destaque o sentimento de excluído


e ficar à margem, considerando a dimensão simbólica e material.
Para o número 2 destaque o papel e o objectivo do Serviço Social
inserido no desenvolvimento da comunidade.

Exercícios da Lição – 4

Nesta lição, a resposta da pergunta 1 contempla os factores


estruturais e institucionais na organização dos diferentes sistemas
sociais e económicos e/ou estados. A resposta da pergunta 2 deve
destacar a complementaridade entre a acção macro-social com a
escala meso e micro.

41
Leituras complementares
CARMO, Renato Miguel do. Notas Sobre Avaliação: Componentes e
Processos. CIES-ISCTE, Instituto Universitário de Lisboa. 2009.
Disponível em observatorio-das-desigualidades.cies.iscte.pt
capturado em 10/07/2016

CONANT, Jeff e FADEM Pam. Guia Comunitário de Saúde


Ambiental. África do Sul. 2013.

ESTIVILL, Jordi. Panorama da Luta Contra a Exclusão Social.


Conceitos E Estratégias. Suiça, Genebra. 2003

FRANCISCO, António Álvaro. Desenvolvimento Comunitário Em


Moçambique. Contribuição Para A Sua Compreensão Crítica.
Maputo, Ciedima, 2007.

MARTINS, Maria José Seixas. O Desenvolvimento Comunitário e a


sua vertente educativa: Estudo Comparativo entre Peterborough e
Chaves. Chaves, 2012.

MOURA, Maria Helena Fernandes. Serviço Social e Modelos de


Intervenção: da sociedade industrial à sociedade do risco. Porto,
Universidade do Porto. 2006, pp 76-89. Disponível em
https://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/.../Servicosocialemodelosdeintervencao.pdf,
captura em 24/10/2016

MORENO, Celestino Jorge Fortes. Desenvolvimento Comunitário,


Serviço Social e Mediação Social: Papel do Assistente Social como
Mediador Social no Processo de Desenvolvimento Comunitário.
Cidade da Praia. Universidade Jean Piaget de Cabo Verde, 2012.

42
NUNES, Nuno “Desigualdades sociais e ação colectiva nas sociedades
contemporâneas: a fecundidade teórica de Pierre Bourdieu e de Nicos
Mouzelis” In: Sociologia, Revista da Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, Vol. XXV, 2013.

PEAMSS. Caderno Metodológico Para Acções de Educação


Ambiental e Mobilização Social em Saneamento. Ministério das
Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, PEAMSS.
Brasília, 2009.

SILVA, Luísa Ferreira Da. Saúde Comunitária: A Participação numa


Estratégia Reguladora. 2001.

BORBA, Andreilcy Alvino e LIMA, Herlander Mata. Exclusão e


inclusão social nas sociedades modernas:um olhar sobre a situação
em Portugal e na União Europeia. São Paulo, n. 106, p. 219-240,
abr./jun. 2011. Disponível em
http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n106/n106a03.pdf capturado a
25/11/2016.

43
Conteúdos

Desenvolvimento
Lição n° 1 47
Educação VS Desenvolvimento .................................47
Comunitário e Educação
Conceitualização ...............................................47 de Adultos
Lição n° 2 53

UNIDADE
Desenvolvimento Comunitário Vs Educação de
Adultos............................................................................... 53
Desenvolvimento Comunitário Vs

3
Educação de Adultos ....................................... 54

Pág. 46 - 59

Unidade 3: Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos

45
Introdução
Nesta unidade você vai aprender sobre a relação entre o
Desenvolvimento e Educação e Desenvolvimento Comunitário e
Educação de Adultos.

Este conhecimento é importante pois, você também poderá aprender


a integrar na planificação da educação acções que visam desenvolver
as comunidades, fazendo o proveito da Educação de Adultos.

Objectivos da unidade
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Definir o conceito de Educação;

 Explicar a relação entre o Desenvolvimento e Educação;

 Explicar a relação entre o Desenvolvimento Comunitário e


Educação de Adultos.

Desenvolvimento Comunitário, Educação de Adultos.

Terminologia

46
Lição n° 1
Educação VS Desenvolvimento

Introdução
Nesta lição, você vai aprender sobre a relação entre a Educação e o
Desenvolvimento.

O conhecimento desta relação é de extrema importância para você


como planificador e gestor da educação pois, o desenvolvimento da
sociedade depende da instrução que o sistema de educação oferece
aos seus membros.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Explicar o papel da educação para o desenvolvimento.


 Relacionar a educação e o desenvolvimento.

Objectivos

Educação, desenvolvimento.

Terminologia

Conceitualização
A importância da educação reconhecida no século XX tem
continuado a merecer a devida atenção por parte de importantes
organizações mundiais (veja-se UNESCO, 2005, United Nations
Development Programme, 2008, e, sobre África em particular,
UNESCO, 2008 citado por CALERO).

47
Por exemplo, de acordo com a UNESCO, os 4 pilares educacionais
para o século XXI deverão ser:
1º Aprender a Ser. Esta competência pessoal tem que ver com o
conhecimento de si próprio, o qual permite criar uma identidade
própria e única enquanto base para um projecto de vida ao longo da
qual se deve continuar este tipo de aprendizagem.
2. Aprender a Viver em Conjunto. Esta competência social tem
que ver com o desenvolvimento de atitudes e valores que permitam
um relacionamento positivo com os outros (familiares, amigos,
colegas, etc.) e com o meio ambiente (comunidade, cidade, país,
etc.).
3. Aprender a Fazer. Esta competência produtiva tem que ver com
a capacidade de criar e desenvolver transformações nas esferas
ambiental, cultural, política e económica, para que, por exemplo, se
desenvolvam competências capazes de enfrentar o mercado de
trabalho.
4. Aprender a Conhecer. Esta competência cognitiva tem que ver
com o reconhecimento de todo o conhecimento acerca de aprender a
aprender (‘learning to learn’), ensinar a ensinar (‘teaching to teach’)
e conhecer como conhecer (‘knowing to know’).

Como se pode depreender dos pilares da UNESCO, a educação


constitui a fonte de desenvolvimento de competência para a vida.

Segundo CALLEJA (2008:115) a educação “é, antes de tudo, um


processo de transformação humana mediante a instrução”. Esta curta
e profunda definição coloca-nos perante a essência da educação - a
instrução.

Por sua vez CARIDE (1983) citado por MARTINS (2012), afirma
que a educação é criadora de desenvolvimento tem influência tanto
nas oportunidades individuais como grupais, impulsiona a
mutabilidade social, aperfeiçoa os cometimentos financeiros e
fomenta o repartir da riqueza duma maneira mais equitativa, ou seja

48
proporciona conjunturas ajustadas ao desenvolvimento económico e
bem-estar social.

A educação é juntamente razão e efeito do desenvolvimento, da


mesma maneira, o desenvolvimento é de igual modo razão e efeito
da educação.

Na realidade, o próprio processo de desenvolvimento é sustentado


pela educação, assim, a educação é uma parte orgânica do processo
de desenvolvimento de uma sociedade, contudo ela podendo ser
forma ou informal.

A Educação pode ser Formal, aquela que consiste num processo de


treinar e desenvolver as pessoas em conhecimento, competências,
profissionalmente e carácter num programa estruturado e certificado.

Você frequenta o curso de AGE, está perante uma educação


formal. O sistema de ensino existente no país, desde a planificação
central no Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano,
até as escolas secundárias e primárias, fazem parte da educação
Exemplo
formal.

A educação também pode ser informal, aquela que não possui um


programa estruturado em um currículo, ela se processa para o nível
da família, comunidade, etnia, no dia-a-dia.

Você, por exemplo, tem uma instrução resultante da educação dos


seus pais em casa, pode educar os seus filhos não precisando de um
currículo para tal.

Portanto, a educação é a forma que a sociedade tem de garantir


homens qualificados para promoverem o desenvolvimento.

49
Por sua vez, o desenvolvimento fomenta a educação. Ora vejamos,
você está se formando neste curso porque há uma necessidade de
pessoas qualificadas em AGE.

Leia o texto que se segue extraído na obra de CALEIRO, António.


Educação e Desenvolvimento: que tipo de relação existe? Évora.
Universidade de Évora. Disponível em
Actividade www.ela.uevora.pt/download/ELA_ensino_investigacao capturado
a 21/11/2016:

“Em termos da competitividade económica, tal significa que as


vantagens de um determinado país não passam necessariamente
pela quantidade de recursos naturais e do trabalho barato, e, sim,
do factor trabalho que, sendo melhor educado/formado, pode
aproveitar ao máximo, ou melhor, a tecnologia existente. Assim, um
aumento na produtividade poderá levar a um maior crescimento
económico, em resultado de aumentos no nível de educação”.

1. Com base no texto acima, faça um comentário sobre a relação


entre educação e desenvolvimento, olhando para o nosso
país. Depois socialize as respostas com os seus colegas, para
ver a diversidade de acções a partir do que cada um de vocês
pensou.

Para a resolução do seu exercício deve olhar para os indicadores


baseando-se num período, pode ser de 10 anos ou mais. Para isso
recorra aos Relatórios de Desenvolvimento Humano da PNUD
Comentários (1995), PNUD (2005) ou PNUD (2015). Compare a taxa de
analfabetismo de 1995 e a de 2005 ou de 2015. Veja também os
outros e ctores como saúde, habitação. Por fim, compare os níveis de

50
subdesenvolvimento quando a taxa global de analfabetismo era
muito alta, em relação ao momento em que esta vai baixando.

Mediante esta perspectiva, poder-se-ia, então dizer que a educação


seria um plano apropriado para ultrapassar as dificuldades das
comunidades subdesenvolvidas, atenuando, assim, situações de
penúria e falta de segurança social.

É neste quadro que a educação serve para resolver os problemas do


subdesenvolvimento pela instrução, capacitação e preparo para o
futuro na base do conhecimento do passado e experiências do
presente.

Pode também consultar a obra de CALEIRO, António. Educação e


Desenvolvimento: que tipo de relação existe? Évora. Universidade
de Évora. Disponível em
www.ela.uevora.pt/download/ELA_ensino_investigacao Capturado
a 21/11/2016

Resumo da lição
A educação é juntamente razão e efeito do desenvolvimento. Da
mesma maneira, o desenvolvimento é de igual modo razão e efeito
da educação. Na realidade, o próprio processo de desenvolvimento
é sustentado pela educação, assim, a educação é parte orgânica do
processo de desenvolvimento de uma sociedade.

51
Auto-avaliação
1. Diferencie a educação formal da informal.
2. Explique como é que a educação se interrelaciona com o
desenvolvimento.
3. Busque, na sua comunidade, exemplos que elucidam a
interrelação da educação com o desenvolvimento.

52
Lição n° 2
Desenvolvimento Comunitário Vs
Educação de Adultos

Introdução
Nesta lição, você vai aprender a relação entre o Desenvolvimento
Comunitário e a Educação de Adultos.

Deste modo, você poderá aprender a relacionar a Educação de


Adultos com o Desenvolvimento Comunitário no processo de
planificação e gestão da educação.

Você poderá ainda saber aproveitar os saberes e preocupações dos


adultos para a planificação escolar, considerando que a Educação de
Adultos constitui uma oportunidade de promover o
desenvolvimento.

Ao completar esta lição, você será capaz de:


 Explicar a relação entre educação de adultos e o
desenvolvimento comunitário;

 Propor acções pedagógicas da escola destinadas a capacitar


Objectivos estudantes adultos em conhecimento que visa promover o
Desenvolvimento Comunitário.

Educação de adultos, desenvolvimento comunitário.

Terminologia

53
Desenvolvimento Comunitário Vs Educação de
Adultos

A educação de adultos caracteriza-se como uma proposta


pedagógica flexível que considera as diferenças individuais e os
conhecimentos informais dos alunos, adquiridos a partir de vivências
diárias e no mundo do trabalho.

O indivíduo adulto já traz a sua experiência de vida, por isso há uma


mudança daquilo que vai ser ensinado com o intuito de torná-lo
significativo e atractivo para cativar o adulto.

A Educação de Adultos não nos remete apenas para uma questão de


especificidade etária, ela nos remete para uma questão de
especificidade cultural, considerando que o adulto que procura este
tipo de educação é um indivíduo em situação de desemprego, é um
trabalhador à procura de melhores condições de vida e que luta para
superar as condições precárias em que vive.

Na sua comunidade ou bairro, existem muitas famílias, supondo que


em cada uma delas um membro vai frequentar a educação de
adultos. A turma seria composta por pessoas com mesma situação
social económica? Com certeza, a sua resposta seria não.
Exemplo

Assim, o educador de adultos deve estar preparado para trabalhar


com cada tipo de vida inserida na sala de aula no sentido de aplicar
o conhecimento na comunidade e ter implicações na melhoria da
qualidade de vida.

A boa interacção educador-adulto contribui no processo educativo


de adultos, potenciando assim o desenvolvimento do adulto e do
educador.

Para além disso, o educador deve estar preparado para as diferentes


idades que vai encontrar, pois é necessário conseguir juntá-los para
formar um grupo de cultura dentro da educação de adultos.

54
Logo que obtenha os resultados pretendidos deve pressupor um
passo em frente para a planificação social e a dimensão participativa.
Aqui surgem três componentes implicados:

1. a comunidade – expressa os problemas e as necessidades que


julga mais importantes;

2. a esfera técnica – cabe-lhe propor uma série de objectivos, como


consequência dos problemas descobertos pela investigação;

3. o poder político ou autoridade administrativa – selecciona os


objectivos gerais no modelo global da política, tendo em conta o
contexto específico da comunidade.

É a participação social concertada na educação de adultos que torna


viável a intervenção comunitária e pode fortalecer e criar novas
instâncias organizativas, grupais, institucionais e comunitárias.

Estas novas instâncias grupais que passam a olhar os problemas da


comunidade em comum é que podem assegurar a continuidade das
acções empreendidas e novas que transformem condutas,
conhecimentos e habilidades para papéis sociais produtivos, que
permitam a afirmação da personalidade individual dos membros
como colectiva da comunidade.

É aí que a Educação de adultos é vista como uma oportunidade de


promover o desenvolvimento comunitário. Assim, a planificação
educativa da escola já deve prever acções que visem buscar as
experiências e preocupações dos alunos adultos, e uma plataforma
de interacção, com estes, não apenas como alunos, mas como
membros representantes de famílias de uma comunidade, cuja
preocupação é garantir o bem-estar destas.

Deste modo, o conselho de escola junto aos adultos pode identificar


os problemas e potenciais soluções individuais e colectivos, e na
medida do possível, agir sobre elas com vista a desencadear
mudanças positivas e significativas na comunidade.

55
Como um Planificador e Gestor da Educação, apresente um projecto
escola - comunidade, por via dos educandos adultos, na escola ou
instituição educativa em que futuramente trabalhará. Depois
Actividade socialize as respostas com as dos seus colegas, para ver a
diversidade de acções a partir do que cada um de vocês pensou.

Para esta actividade você deve apresentar uma ideia que inclui uma
escola, um conjunto de problemas que a comunidade enfrenta e que
os alunos adultos foram apresentando durante a leccionação e
Comentários discussão dos conteúdos das diversas matérias.

Assim, o professor leva estas preocupações à direcção da escola e ao


conselho da escola onde são apresentados. Mas para isso, a escola
deve já ter incluído, na sua planificação, um projecto ou actividade
que visa atender às preocupações dos adultos com vista a promover
o desenvolvimento na comunidade.

Você pode sugerir e participar de um projecto de capacitação dos


pescadores da comunidade, em matéria de pesca sustentável, se for
o caso. Muitos outros exemplos podem ser sugeridos.

Exemplo Mas para que tal aconteça, a escola ou instituição educativa deve
estar atenta aos problemas enfrentados pela comunidade,
aproveitando a presença de adultos da comunidade como alunos da
escola. Por esta via, junto à comunidade e, com ela, desenhar
propostas de soluções colectivamente.

56
Resumo da lição
O Desenvolvimento comunitário e educação de adultos caminham
os dois de mãos dadas com o único objectivo de colaborar para o
desenvolvimento sustentado da sociedade global.

A educação de adultos é uma ferramenta ao serviço do


desenvolvimento comunitário, sendo este o principal objectivo do
processo de educação de adultos.

Como foi comprovado ao longo dos tempos, tanto os adultos


como as crianças, necessitam de estar em constante aprendizagem
como forma de se adaptarem às mudanças que a evolução
socioeconómica vai trazendo com o passar dos tempos.

Auto-avaliação
1. O que é educação de adultos?
2. Explique como é que a Educação de Adultos contribui
para o desenvolvimento comunitário.

57
Comentários da auto – avaliação da Unidade III
Exercícios da Lição – 1
Para a pergunta 1, destaque a questão da formalidade do processo
na educação formal, que não existe na informal. Para a pergunta 2
destaque os efeitos que a educação tem sobre o desenvolvimento e
o inverso. O texto da actividade contido na lição 1 desta unidade
também podem ajudar-lhe a responder. Para a questão 3 busque
factos que ilustram a relação educação e desenvolvimento, que são
muitos de certeza.

Exercícios da Lição – 2
Para responder à pergunta 1 leva em consideração a característica
da educacação de adultos. Para a pergunta 2 evidencie as
preocupações da comunidade que os adultos levam à sala, a
instituição educativa e a planificação que esta pode desenvolver que
inclui acções que visam apoiar a comunidade.

58
Leituras complementares
CALEIRO, António. Educação e Desenvolvimento: que tipo de
relação existe? Évora. Universidade de Évora. Disponível em
www.ela.uevora.pt/download/ELA_ensino_investigacao
Capturado a 21/11/2016

CALLEJA, José M. R. “Os Professores deste Século. Algumas


Reflexões”. In. Revista Institucional Universidade Tecnológica del
Chocó. 2008, pp. 109-107. Disponível em
https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/2705047.pdf Capturado
em 12/08/2016.

FONSECA, Fátima. Desenvolvimento Comunitário e Educação de


Adultos. Vila Nova de Gaia. Instituto Piaget.

MARTINS, Maria José Seixas. O Desenvolvimento Comunitário e a


Sua Vertente Educativa: Estudo Comparativo Entre Peterborough e
Chaves. Chaves, 2012.

SANTOS Henrique. Desenvolvimento Comunitário Vs. Educação:


Duas Faces da Mesma Moeda? 2002.

59
Conteúdos

O Processo de
Lição n° 1 63
Desenvolvimento das
Etapas de Desenvolvimento Comunitário ............ 63
Etapas de Desenvolvimento Local Comunidades
Comunitário (DLC) ........................................... 63

UNIDADE
4
Pág. 62 - 70

Unidade 4: O Processo de Desenvolvimento das Comunidades

61
Introdução
Nesta unidade você vai aprender sobre as etapas do desenvolvimento
comunitário que poderão auxiliar na planificação e gestão da
educação, num olhar atento aos problemas das comunidades onde as
escolas estão inseridas.

Poderá aprender também sobre como se desenvolve o processo de


envolvimento das comunidades com vista a identificar problemas e
soluções a nível comunitário, com base na participação activa da
mesma comunidade.

Objectivos da unidade
Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Identificar as etapas de Desenvolvimento Comunitário;

 Explicar as etapas de Desenvolvimento Comunitário.

Desenvolvimento comunitário; etapas do desenvolvimento


comunitário.

Terminologia

62
Lição n° 1
Etapas de Desenvolvimento Comunitário

Introdução
Nesta lição, você vai aprender sobre as etapas do desenvolvimento
comunitário. Este conhecimento é importante na planificação e
gestão da educação, pois permitirá que você saiba integrar
actividades de promoção do desenvolvimento comunitário ao
planificar acções educativas.

Mas também, como membro de uma comunidade, poderá aprender


como se engajar no processo de desenvolvimento da sua
comunidade.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Identificar as etapas do processo de desenvolvimento


comunitário;

 Explicar as etapas do processo de indução do


Objectivos desenvolvimento comunitário.

Etapas de desenvolvimento comunitário.

Terminologia

Etapas de Desenvolvimento Local Comunitário (DLC)

O processo de desenvolvimento comunitário é um assunto tratado


por vários autores, que apresentam propostas metodológicas

63
diferentes e outras consensuais no que tange a promoção do
desenvolvimento das comunidades.

Porém, no nosso entender, na metodologia do DLC para sua


aplicação, podemos apresentar as seguintes etapas:

a) Sensibilização e mobilização da comunidade local (mais


instruídos aos menos instruídos, lideranças locais, todos os extractos
sociais da comunidade – religiosos, políticos e económicos).

Esta fase é de extrema importância no processo, ela tem em vista


criar um despertar da comunidade local sobre a situação social local,
a perspectiva de desenvolvimento do país, província e do local
buscando encontrar sinergiais entre os actores sociais. Esta
actividade constitui-se como uma fase preliminar de todo o processo.

1. Considerando que a sua comunidade enfrenta problemas de falta de


água para o consumo doméstico, falta de uma unidade sanitária e um
posto policial. O que deve se fazer para que todos em conjunto possam
discutir em volta destes problemas e encontrar soluções?
Exemplo

Como você pode notar, é a sensibilização e mobilização da


comunidade local que vai criar esse momento, embora sejam
problemas conhecidos localmente, esta etapa constitui o momento
de tratamento dos mesmos como um grupo.

b) Assinatura do termo de um memorando entre a organização civil,


comunitária ou Organização não-governamental nacional ou
estrangeira e o Poder Público local envolvidas na actividade.

c) Contacto entre os Municípios e as Instituições Capacitadoras.

d) Capacitação e consciencialização dos atores locais em dois


blocos: Poder Público e lideranças sociais, buscando reforçar o papel
a ser desempenhado por eles, a importância do planeamento

64
participativo, e, também para as possibilidades de gestão do seu
próprio processo de desenvolvimento.

A consciência se desenvolve na base social, ela pode ser ingénua e


manipulada, pode ser crítica, problematizadora e objectiva. E isto se
constrói através do diálogo baseado na realidade, em factos e em
acções concretas.

Destacar também que as bases sociais, no entanto, podem


desenvolver uma consciência, assumindo a realidade objectiva do
mundo, do homem e das coisas, supondo um processo contínuo de
desenvolvimento da realidade e de acção sobre ela, tendo-se aí
consciência crítica (Sousa, 1999, apud. Francisco 2007).

Portanto, a capacitação constitui um momento de despertar os


actores comunitários sobre a sua realidade, sobre os problemas e
propostas de soluções dos mesmos, onde eles é devem escolher.

e) Formação do Conselho ou Fórum de DLC e escolha da Equipe


Gestora, o órgão responsável pela coordenação do DLIS na
localidade.

Este deve ser composto por consenso pelas principais lideranças


locais, eleitas na comunidade, além disso, deve ser representativo de
todos os sectores políticos e sociais presentes na localidade.

Participam também do Conselho ou Fórum DLC, três representantes


previamente determinados na estratégia: o(a) gestor(a) da
comunidade local, um representante do Governo do Estado e o
representante do município local.

f) Elaboração do Diagnóstico Participativo Local: refere-se ao


levantamento da realidade local, devendo conter os principais
problemas e potencialidades em todas as áreas (social, económica,
cultural, ambiental, físico-territorial e político-institucional).

65
Para a sua elaboração, conte com lideranças locais - reunidas no
Fórum ou Conselho de Desenvolvimento Local. A partir deste
diagnóstico é definido o Eixo de Desenvolvimento Local, linha de
acção identificada para o planeamento de acções de cunho social,
económico, ambiental, educacional, político.

g) Elaboração do Plano de Desenvolvimento Local, documento


composto pelos objectivos a serem postos em prática e suas acções
mais pertinentes, levando em consideração as acções de médio e
longo prazo.

Será através do Plano que as potencialidades locais, já identificadas


durante a realização do diagnóstico participativo local, serão
trabalhadas de forma a desenvolver e superar os problemas
detectados.

h) Elaboração da Agenda Local, documento contendo as acções


extraídas do plano e que serão priorizadas e articuladas com os
parceiros.

A Agenda decorre do Plano, mas não se confunde com ele. O Plano


contém acções de curto, médio e longo prazos, enquanto cada
Agenda é feita apenas para o curto prazo.

i) Preparação autónoma do funcionamento do Conselho ou Fórum


de DLC. Neste momento, a Instituição Capacitadora inicia o
processo de desvinculação do programa e realiza a última
capacitação no local.

Este momento é reservado para repassar as últimas questões


pertinentes à estratégia, principalmente verificar se o Conselho ou
Fórum está preparado para negociar as acções privilegiadas na
Agenda local, garantido que a comunidade local possa, por si só, e
continuamente desenvolver actividades que garantam a
sustentabilidade do projecto.

66
Você percebe com certeza que desde a fase 1 até agora, a
comunidade local esteve sempe acompanhada com representantes
locais do estado ou município, incluindo os técnicos capacitadores.

Das acções desenvolvidas até a actualidade com essa colectividade,


a comunidade é levada a despertar a sua atenção, maximizando o seu
conhecimento e entendimento sobre o desenvolvimento local e
técnicas específicas de solução dos problemas em causa.

E esta fase visa essencialmente deixar que a comunidade já possa


por si só caminhar.

j) Negociação das acções da Agenda Local; será neste momento que


as acções da agenda serão articuladas junto ao Governo distrital,
Municipal, organizações não-governamentais, organizações
internacionais, empresas, através da intermediação da Coordenação
Estadual do programa que, a partir deste momento, passa a exercer
o papel de agente articulador da estratégia, fazendo a ponte entre o
Conselho ou Fórum e os demais parceiros.

k) Monitoria e avaliação dos resultados. Quanto a este ponto, ele se


processa continuamente, pois desde a etapa 1 até a etapa actual a
monitoria é permanente, e constitui momentos de avaliação em
acção.

2. Embora no final do semestre você faça um exame final na disciplina


de Desenvolvimento Comunitário, ao longo do mesmo fará outras de
controlo.
Estas servem para aferir o grau de compressão da matéria, os
Exemplo
conteúdos compreendidos, os erros e falhas no sentido de eliminar os
erros e aprimorar o conhecimento.
É assim que os projectos devem ser desenvolvidos. Uma avaliação
contínua que verifica os sucessos e as falhas, estamos perante a

67
monitoria e, por fim, uma avaliação global do projecto, no fim de todo
o processo concebido no âmbito do projecto.

Tomando em consideração uma realidade específica, ou a sua


comunidade, onde se propõem desenvolver um projecto comunitário,
faça um esquema, ou uma tabela contendo duas colunas. A 1ª coloca as
Actividade fases ou etapas de desenvolvimento de um projecto comunitário, e a 2ª
coloca as actividades a serem desenvolvidas para cada etapa.

N.B. Seja sinttico, isto é, coloque apenas duas actividades para cada fase.

Depois de produzir a sua tabela, socializa as respostas com as dos seus


colegas, para ver a diversidade de acções a partir do que cada um de
vocês pensou.

Para compor a tabela com actividades, leve em consideração os


objectivos de cada etapa, colocando apenas duas actividades para
cada uma.
Comentários
Conseguiu elaborar a tabela? Se não, consulte as obras indicadas na
bibliografia, elas apoiar-lhe-ão na resolução da actividade.

Resumo da lição
Na metodologia do DLC o sucesso depende, sobretudo, da mobilização,
consciencialização e autonomização da comunidade local e a
manutenção de espaços de diálogo e acção com os atores externos. Sem
a consciência colectiva e a autonomização da população, seria
impossível que esta seja a autora e actora do seu próprio
desenvolvimento.

A consciencialização deve estar vinculada à uma realidade específica,


e encará-la como particular e vincada à teoria, à prática, o verbalismo e
acção. Pois o discurso sem acção é “morto”, “não vale nada”. Neste

68
processo, o diálogo exerce um papel fundamental, pois funciona como
o veículo de troca de mensagens e de informações da situação
específica.

Auto-avaliação
1. Fale da importância da consciencialização no processo de
desenvolvimento Local Comunitário.
2. Explique o papel do diagnóstico participativo.
3. Explique a diferença entre a agenda e o plano.

Comentários da auto – avaliação da Unidade IV


Exercícios da Lição – 1

Para responder a pergunta 1 destaca o desenvolvimento de uma


consciência esclarecida sobre a realidade do cidadão ou membro de
uma comunidade.

Na resposta da pergunta 2 destaca a participação de todos os envolvidos


e a relevância dos resultados deste levantamento. Para a questão 3
destaca a relação da agenda e do plano e desta relação se encontra a
diferença relacionada com os aspectos a levar a cabo e tempo previsto
em cada um deles.

69
Leituras complementares
CARMO, Hermano. Desenvolvimento Comunitário: Universidade
Aberta. Lisboa. 1999.

FRANCISCO, António Álvaro. Desenvolvimento Comunitário Em


Moçambique. Contribuição Para a Sua Compreensão Crítica. Maputo,
Ciedima, 2007.

PNUD. Moçambique: Relatório de Desenvolvimento Humano.


Moçambique, Maputo, Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento, 2002.

70
Conteúdos

Lição n° 1 73
O Processo de
As Estratégias de Intervenção Social ............................................... 73 Intervenção Social na
As Estratégias de Intervenção Social no Desenvolvimento
da saúde das Comunidades ................................................ 74 Saúde das Comunidades
Lição n° 2 77
TÉCNICAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE DA COMUNIDADE - Um Exemplo

UNIDADE
Prático: Diagnóstico Participativo e Priorização dos Problemas .... 77
Técnicas de Promoção da Saúde da Comunidade:
Diagnóstico Participativo e Priorização dos Problemas.... 78

5
Lição n° 3 82
Sistematização das informações que envolvem a priorização dos
problemas e o desenho da Rede de desafios. ................................... 82
Sistematização das informações, que envolvem a
priorização dos problemas e o desenho da Rede de
desafios. .............................................................................. 83

Lição n° 4 89
A Socialização de informação e o Planeamento Participativo da
Intervenção Comunitária. .................................................................. 89
Socialização das Informações. ........................................... 89
Elaboração do Plano de Intervenção Comunitária ............. 90
1º Mobilização Social ............................................................ 91

Lição n° 5 94
Educomunicação ................................................................................ 94
2º Educomunicação ............................................................ 95
3º Formação de educadores ambientais em saúde e
saneamento ......................................................................... 97

Lição n° 6 101
Monitoramento e Avaliação do Processo .......................................... 101
Monitoramento e Avaliação do Processo ........................... 101

Lição n° 7 107
Sistematização do Processo ............................................................ 107
Sistematização do Processo ............................................. 107

Pág. 72 - 112

Unidade 5: O Processo de Intervenção Social na Saúde das Comunidades

71
Introdução
Nesta unidade você vai aprender sobre as estratégias de acção na
intervenção sobre a saúde da comunidade e as técnicas de
intervenção social em Cuidados Primários de saúde na comunidade.

Este conhecimento é de extrema importância para que você saiba:


primeiro, integrar esta componente no processo de planificação de
actividades deste género na instituição educativa na qual trabalha e;
segundo, para melhor desenvolver junto da comunidade e técnicos
de saúde, acções com vista a melhorar a saúde ambiental da
comunidade.

Assim, você irá aprender, com base nos exemplos apresentados na


unidade, como implementar uma acção de promoção de saúde na
comunidade.

Objectivos da unidade
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Identificar os pilares da estratégia de intervenção social na


comunidade;
 Explicar as técnicas de intervenção social na comunidade;
 Participar de actividades de promoção de cuidados Primários de
saúde na comunidade.

Técnicas de intervenção social, saúde na comunidade.

Terminologia

72
Lição n° 1
As Estratégias de Intervenção Social

Introdução
Nesta lição, você vai aprender sobre as estratégias de intervenção
social. Este conhecimento é importante para você porque lhe vai dar
bases necessárias para a implementação de projectos de intervenção
social nas comunidades que poderão ser desenvolvidos pela
instituição educativa que nela trabalha.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Identificar os pilares da estratégia de intervenção social;

 Explicar os pilares básicos de intervenção social na


comunidade.
Objectivos

Estratégias, Intervenção Social.

Terminologia

73
As Estratégias de Intervenção Social no
Desenvolvimento da saúde das Comunidades
A intervenção social em Comunidades deve ser ajustada
permanentemente de acordo com os diferenciados contextos e suas
transformações. Trata-se de um processo intencional e contínuo de
pesquisa – acção, em que se aprende pela participação e pela
experiência. As acções e estratégias propostas no Plano de Actuação
estão divididas em 5 pilares.

1º - A importância da participação social e organização comunitária,


que aborda a necessidade de articulação entre os diversos atores
sociais envolvidos e apresenta algumas possibilidades de
contribuição desses atores no desenvolvimento dos trabalhos de
educação ambiental em saneamento;

Se na sua comunidade fosse desenvolvido um projecto de promoção e


você fosse excluído, como se sentiria? É por isso que a participação de
todos em todas etapas inclusas neste e nos pilares seguintes é um dos
eixos principais do processo.
Exemplo

2º - O planeamento do diagnóstico participativo, que destaca


algumas informações sobre a realização de diagnósticos e apresenta
uma proposta metodológica calcada em temas-geradores, que
abordam as diferentes dimensões do saneamento, e buscam
proporcionar a investigação de informações e subsídios necessários
ao aferido conhecimento da realidade, assim como um adequado
planeamento das intervenções;

3º - O plano de intervenção participativo, que esclarece o que são


intervenções de educação ambiental em saneamento e apresenta
algumas sugestões de acções baseadas em um cenário hipotético,
considerando enquanto possibilidades de intervenção a mobilização

74
social, a formação de educadores ambientais populares, a
“educomunicação” socioambiental e a implementação de práticas e
tecnologias sociais;

4º - O monitoramento e avaliação do processo, que destaca a


necessidade e importância de sua realização, e apresenta questões
orientadoras na construção de indicadores de monitoramento, bem
como alguns questionamentos que buscam aferir os critérios de
avaliação dos trabalhos;

5º - A sistematização do processo, que aponta para a necessidade e


os benefícios de se realizar a sistematização analítica das
experiências desenvolvidas.

Este tem como objectivo subsidiar novas iniciativas e oportunizar o


surgimento de referências positivas. Contudo, o processo deve ser
contínuo e, perante, pois, a existência de um bom quadro de saúde
da comunidade depende da continuidade dos projectos comunitário.

Faça um esquema, ou uma tabela contendo duas colunas. A 1ª coloca as


5 estratégias e a 2ª coloca as acções a serem desenvolvidas para cada
estratégia. Depois de produzir a sua tabela, socializa com as respostas
Actividade dos seus colegas, para ver a diversidade de acções a partir do que cada
um de vocês pensou.

Para compor a tabela com actividades, leve em consideração a


essência de cada estratégia e idealiza as acções com base na situação
da saúde na sua comunidade.
Comentários
Conseguiu executar a actividade? Agora, faça o trabalho com outros
dois colegas, partilhando as acções que cada um pensou, e escolham
duas melhores para cada estratégia e preencham novamente a tabela.

75
Resumo da lição
A metodologia da intervenção na melhoria da saúde da comunidade,
sempre passa necessariamente pelos cinco pilares, a saber: a
importância da participação social e organização comunitária, o
planeamento do diagnóstico participativo, o plano de intervenção
participativo, o monitoramento e avaliação do processo e a
sistematização do processo.

Contudo, mais uma vez a consciência colectiva e a autonomização da


população, constitui a chave do sucesso do processo. Pois, a iniciativa
própria da população em resolver os problemas de saúde, partindo pelo
reconhecimento do quadro em saúde da comunidade pela própria
comunidade é a chave de todo o processo.

Auto-avaliação
1. Identifique os cinco pilares para a promoção da saúde da
comunidade.

76
Lição n° 2
TÉCNICAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE DA COMUNIDADE -
Um Exemplo Prático: Diagnóstico Participativo e
Priorização dos Problemas

Introdução
Nesta lição, você poderá aprender com base num exemplo prático
um dos passos fundamentais na promoção da saúde da comunidade,
que é a realização do Diagnóstico Participativo e Priorização dos
Problemas.

Mais uma vez, este conhecimento é importante, porque te vai dotar


de bases necessárias para desenvolver, junto da comunidade e
técnicos de saúde, acções com vista a melhorar a saúde ambiental da
comunidade.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Explicar a técnica de levantamento de informações e


identificação de cenários (Diagnóstico Participativo);

 Aplicar a técnica de levantamento de informações e


Objectivos identificação de cenários (Diagnóstico Participativo).

Diagnóstico Participativo.

Terminologia

77
Técnicas de Promoção da Saúde da Comunidade:
Diagnóstico Participativo e Priorização dos Problemas

Tema Sugerido - Saneamento e Saúde Pública

Objectivos - Identificar os aspectos epidemiológicos, principais


doenças e agravos relacionados à falta de saneamento, bem como a
estrutura de promoção da saúde existente.

a) Levantamento de informações e identificação de cenários


(Diagnóstico Participativo)

A realização do levantamento epidemiológico e ambiental de uma


localidade possibilita o conhecimento da taxa de incidência de
doenças relacionadas à falta de infra-estrutura sanitária.

Assim, levantar as doenças na sua comunidade que estão associadas


à veiculação hídrica, à falta de colecta e tratamento de esgoto e de
lixo, assim como as derivadas da drenagem inadequada das águas
das chuvas é o objectivo da realização do diagnóstico para este tema.

Para a realização do levantamento da saúde ambiental de uma


comunidade se pode questionar o seguinte:
Exemplo

O que é necesário conhecer? Perguntas que Orientam


Já foi realizado algum diagnóstico de saúde na
localidade? Quais as doenças de maior incidência?
O perfil epidemiológico da
As doenças existentes na comunidade estão
comunidade;
associadas à falta de saneamento?
Quais as doenças mais freqüentes registadas nos
postos de saúde? Quais os principais sintomas

78
A existência de unidades de apresentados? Há algum programa ligado à
atenção à saúde na prevenção dessas doenças?
comunidade; Há unidades de saúde na comunidade? A
capacidade de atendimento é suficiente? Quantas
pessoas são atendidas com doenças relacionadas à
falta de infra-estrutura sanitária?
Os programas de
Há alguma equipa técnica que realiza diagnóstico e
atendimento à saúde, com
acções de melhorias sanitárias na comunidade?
atenção especial às doenças
Existem agentes de saúde atuando na comunidade?
de veiculação hídrica e
derivadas da falta de Há programas de saúde para atendimento especial
às doenças derivadas da falta de saneamento?
saneamento.

Como você pode notar, nesta etapa (realização de diagnóstico), as


questões estão preocupadas com a promoção da saúde humana e com
a integridade dos ecossistemas naturais, contudo, uma série de
problemas, derivados da falta de saneamento e de educação
ambiental também, podem ter sido identificados.

Por exemplo problemas como a falta de limpeza da água e de bacias


hidrográficas, existência de doenças de veiculação hídrica, fraco
acesso a informações sobre saneamento e recursos hídricos, etc.

A tabela do exemplo acima apresenta duas colunas com questões


essenciais no levantamento da saúde ambiental da sua
comunidade/bairro ou vila. Acrescenta uma coluna com respostas
Actividade baseadas na sua comunidade.

Depois de produzir a sua tabela, socializa as respostas com as dos seus


colegas, para ver a diversidade e especificidades da situação da saúda
ambiental da comunidade/bairo/localidade de cada um de vocês.

79
Para resolver o exercício, elabore a tabela com as 3 colunas, como
vem a baixo e preencha com base no real cenário da sua
comunidade/bairro/localidade.
Comentários

O que é necessário Perguntas que Respostas/situação da


comunidade
conhecer? Orientam

Depois de partilhar com os teus colegas, verá as diferenças, mas é


possível que, em determinados casos, o diagnóstico tenha apontado
problemas semelhantes.

Assim, com base na realidade encontrada se passa para a busca de


estratégias para resolver tais problemas; entretanto, para
compreendê-los melhor e buscar possíveis soluções é necessário
organizar os dados colectados.

Com as informações sistematizadas será mais fácil identificar os


problemas mais significativos na localidade e elaborar um Plano de
Intervenção para o seu enfrentamento.

Assim, propomos para a próxima lição as seguintes acções de


sistematização das informações: a Priorização dos Problemas ou das
Soluções e o Desenho da Rede de Desafios.

80
Resumo da lição
A realização do levantamento epidemiológico e ambiental por meio da
participação activa de todos numa localidade possibilita o
conhecimento da taxa de incidência de doenças relacionadas à falta de
infra-estrutura sanitária.

Levantar as doenças que estão associadas à veiculação hídrica, à falta


de colecta e tratamento de esgoto e de lixo, assim como as derivadas da
drenagem inadequada das águas das chuvas e outros problemas.

Auto-avaliação
1. Explique o papel do levantamento de informações e
identificação de cenários (Diagnóstico - Participativo).
2. Qual é o objectivo da realização do diagnóstico para o
saneamento e saúde pública?

81
Lição n° 3
Sistematização das informações que envolvem a priorização
dos problemas e o desenho da Rede de desafios.

Introdução
Nesta lição, você vai aprender sobre a Sistematização das
informações, que envolvem a priorização dos problemas e o desenho
da Rede de desafios.

Este conhecimento é importante, pois constitui mais uma etapa de


um conjunto de acções levadas a cabo com vista a melhorar a saúde
ambiental da comunidade.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Explicar o processo de Sistematização das informações


resultantes do diagnóstico participativo;

 Priorizar os problemas no desenho da Rede de desafios


Objectivos resultante do diagnóstico dos problemas da sua comunidade.

Sistematização das informações.

Terminologia

82
Sistematização das informações, que envolvem a
priorização dos problemas e o desenho da Rede de
desafios.

Priorização dos Problemas

Uma vez obtidas as informações a cerca da comunidade, nos


diferentes aspectos relacionados à educação ambiental e ao
saneamento, tem-se o conjunto de problemas identificados em cada
tema-gerador.

Quando existem muitos problemas e objectivos a serem atingidos,


para resolvê-los ou minimizá-los, há necessidade de se priorizar os
mais relevantes.

Você, com certeza, embora tenha muitos assuntos a resolver no dia-a-


dia, estabelece prioridades em função das necessidades mais urgentes e
condições existentes para solucioná-los.

Exemplo Essas condições seriam critérios que norteiam as decisões que você
toma para solucionar os problemas. Assim também se desenvolve um
projecto que visa beneficiar a comunidade, colocando-se questões e
critérios para seleccionar as prioridades.

Deste modo, para fazer essa selecção é importante levar em conta


algumas questões: Quais os riscos reais que a continuidade dos
problemas identificados podem causar à saúde da colectividade ou à
integridade dos ecossistemas, em curto, médio e longo prazo?

Ou ainda, quais os impactos que, ao serem solucionados ou


minimizados, poderão causar benefício a todos? De que forma essas
questões interferem na nossa realidade?

É necessário que sejam estabelecidos critérios para priorizar o


ordenamento das soluções dos problemas. Tais critérios deverão ser
estabelecidos e pactuados pelos grupos que estão conduzindo os

83
trabalhos. Critérios sociais, económicos, culturais, políticos,
ambientais e técnicos devem ser considerados.

No critério económico, é importante saber quanto custa para resolver


ou minimizar determinado problema, e se esses custos valem a pena
em relação aos benefícios que serão obtidos, com o intuito de se fazer
uma análise de custo-benefício para cada alternativa.

No critério social é importante saber se as soluções pensadas para o


problema vão abranger toda a colectividade ou, pelo menos, às
pessoas que estão sendo afectadas pelo mesmo problema, reflectindo
sobre até que ponto tais soluções fomentam equidade e justiça social.

Em relação ao critério político, é relevante destacar se a comunidade


e as autoridades locais darão apoio à empreitada e à sua
continuidade, tendo em vista o anseio pelo bem-estar dos cidadãos.

É fundamental conhecer os conflitos existentes, até mesmo aqueles


que permanecem ocultos, velados por interesses pessoais, uma vez
que podem em muitos casos resultar em processos legítimos, nos
quais a colectividade seria beneficiada.

Quanto ao critério ambiental, cabe saber se o investimento trará


maior protecção aos recursos naturais que estão de alguma maneira
sendo impactados ou ameaçados.

É importante para a sustentabilidade das intervenções que as


tecnologias utilizadas tenham de fato a preocupação em cumprir tal
papel.

Rede de Desafios

84
A identificação e priorização dos desafios é uma etapa relevante para
dar seguimento às novas acções. Somente com a realização desta
etapa será possível obter uma visão do conjunto dos problemas.

As estratégias delineadas para a solução ou minimização de um


problema devem levar em conta os efeitos que serão produzidos nos
demais problemas inter-relacionados.

Por isso, é importante ter clareza da rede de relações entre eles,


desenhando-a de forma coerente para propor estratégias mais
assertivas.

A lista de prioridades identificada deverá orientar a elaboração da Rede


de Desafios e dos possíveis caminhos a serem percorridos. A seguir,
está exemplificado o desenho de uma Rede de Desafios hipotética,
relacionada com problemas hipotéticos encontrados no levantamento
Exemplo
da saúde ambiental da uma comunidade realizada na lição 2. Tais como:

 Água poluída das bacias hidrográficas,


 Existência de doenças de veiculação hídrica,
 Fraco acesso a a informações sobre saneamento e recursos
hídricos, etc.

Rede de desafios R Rede de Desafiosde Desafios

PRIORIDADE/DESAFIO: Possíveis caminhos


(Realidade a ser enfrentada) (Agenda positiva)

Limpeza da água e de bacias Adopção de medidas por parte dos agentes


hidrográficas poluidores, por meio do princípio poluidor-
pagador por exigência dos órgãos ambientais ou
do ministério público.
Erradicação de doenças de Busca por investimentos dimensionados às
demandas locais para a redução do déficit de
veiculação hídrica
infra-estrutura de saneamento e busca pela

85
universalização do acesso aos serviços de
saneamento. Realização de campanhas.
Acesso a informações sobre Desenvolvimento de processos educativos
saneamento e recursos direccionados ao esclarecimento sobre os
serviços de saneamento, a infra-estrutura
hídricos
necessária, as questões de saúde pública.
Fortalecimento de processos • Constituição de grupos de actuação local
de mobilização social • Realização de reuniões comunitárias
• Realização de audiências públicas
• Fortalecimento dos conselhos municipais
• Realização de Conferências municipais
• Fortalecimento do Fórum Lixo e Cidadania
• Fortalecimento das bases associativas
(cooperativas, associações, comissões entre
outras.)
Criação de mecanismos de Processos educativos voltados para a reflexão
organização social sobre os direitos, deveres e as possibilidades de
organização e participação social, trazendo para
a pauta a importância da organização social para
minimização das assimetrias sociais
Utilização de tecnologias Articulação e desenvolvimento de programas
socioambientais adequadas à junto às:
realidade local
• Universidades
• Centros de Pesquisa
• Institutos de permacultura
• Conhecimento popular
Recuperação de áreas Envolvimento da população adjacente no
degradadas processo de estudo das condições locais,
adequação e implementação de técnicas de
recuperação.
Exercício do controlo social na • Orçamento participativo
fiscalização dos gastos
• Actuação nos conselhos existentes
públicos e no cumprimento da
legislação • Fortalecimento dos comités de bacia

vigente • Articulação junto à Câmara de Vereadores

Como você pode ver, com esta etapa torna-se possível a interligação
entre os problemas que podem ser identificados na tabela da licção

86
2, e a definição dos desafios que serão propostos uma vez que
certamente não estão isolados. Eles fazem parte de uma rede de
múltiplas relações, onde um é causa ou consequência de outros.

Com base nos problemas encontrados do levantamento da saúde


ambiental da sua comunidade, feito na lição anterior, elabore uma tabela
de rede de desafios.
Actividade
Depois de produzir a sua tabela, socializa as respostas com as dos seus
colegas, para ver a diversidade de prioridades a cada situação da saúde
ambiental da comunidade/bairro/localidade de cada um de vocês.

Para resolver o exercício, elabore a tabela com as 5 colunas, como


vem a baixo e preencha com base no cenário encontrado no
levantamento da saúde ambiental da sua comunidade sua
Comentários comunidade/bairro/localidade na lição 2.


1ª 2ª 4ª 5ª

Respostas/situ
O que é Perguntas PRIORIDADE Possíveis
ação
necessário que /DESAFIO: caminhos
conhecer? Orientam
da comunidade (Realidade a (Agenda
ser enfrentada) positiva)

Preste atenção e recorde-se que você já resolveu na lição 2 da 1ª a 3ª


coluna. Assim, este exercício constitui uma continuidade.

87
Resumo da lição
Na sistematização das informações resultantes do diagnóstico
participativo, havendo muitos problemas e objectivos a serem
atingidos, para resolvê-los ou minimizá-los, há necessidade de se
priorizar os mais relevantes.

Contudo, a lista de prioridades identificada deverá orientar a elaboração


da Rede de Desafios e dos possíveis caminhos a serem percorridos.

Auto-avaliação
1. Explique a importância da priorização dos problemas e o
desenho da Rede de desafios.

88
Lição n° 4
A Socialização de informação e o Planeamento
Participativo da Intervenção Comunitária.

Introdução
Nesta lição como continuidade da lição 3 desta unidade, você vai
aprender sobre a socialização de Informação. Poderá aprender
também sobre o planeamento participativo da intervenção na
promoção da saúde comunitária.

Este conhecimento é de extrema importância para você como futuro


planificador de educação pela necessidade de pautar por um
planeamento participativo, não apenas em projectos comunitários
mas também nas actividades educativas escolares.

Assim, ao completar esta lição, você será capaz de:

 Explicar a importância da socialização de Informação;

 Descrever o processo de planeamento participativo na


Intervenção Comunitária.

Objectivos

Socialização de informação, planeamento participativo da


Intervenção Comunitária.

Terminologia

Socialização das Informações.


Após a identificação dos problemas prioritários a serem
solucionados e feito o desenho da rede de relações a que eles

89
pertencem, é necessário que sejam socializadas as informações
obtidas até aqui.

Você gostaria de se inteirar das informações resultantes de um


diagnóstico para a pomoção da saúde na sua comunidade. Eu também.
Portanto, socializar a informação é colocá-la à disposição de todos
aqueles que estão interessados e que delas podem fazer uso.
Exemplo
Constitui-se em uma etapa que busca, ainda, esclarecer a comunidade
sobre o que foi realizado, colocando-a a par dos problemas a serem
enfrentados, sensibilizando-a e mobilizando-a para contribuir na
elaboração do plano de intervenção e na implementação das acções
futuras.

Assim, é fundamental utilizar os meios de comunicação existentes,


valorizando a “educomunicação” como processo para sensibilizar e
organizar a comunidade para a participação na elaboração do plano
de intervenção e acompanhamento dos trabalhos que estão sendo
feitos ou que ainda serão realizados.

É necessário também garantir espaços para a divulgação de


informações, para a realização de debates e de oficinas. Oportunizar
encontros que chamem a comunidade para a efectiva participação na
solução dos problemas a instrumentalização para as acções futuras e
para o compromisso com acções proactivas.

Elaboração do Plano de Intervenção Comunitária

Com as informações obtidas, derivadas da realização do diagnóstico,


um plano de intervenção comunitária deve ser estruturado.

Juntos, sociedade civil organizada, poder público, escolas, órgãos


governamentais, sector privado, comunidade local e outras formas
de organização da sociedade civil podem planear acções em

90
educação ambiental e mobilização social em saneamento, com o
intuito de atender as prioridades levantadas no diagnóstico e os
desafios identificados. Com seguintes acções:

 Mobilização social;
 “Educomunicação”;
 Formação de educadores ambientais em saneamento,
 Implementação de práticas e tecnologias socioambientais.

1º Mobilização Social

O primeiro passo para a realização de acções de educação ambiental


que busquem a emancipação da população e tenham o espírito crítico
e transformador como referência é articular a participação dos
diversos actores sociais envolvidos.

O objectivo é fortalecer ou constituir grupos, comissões, conselhos,


fóruns e colegiados de representação social. A constituição de
espaços qualificados de discussão, participação e controlo social é
fundamental para uma actuação qualificada.

Depois da realização do diagnóstico sócio - ambiental do Bairro Luis,


priorização dos problemas e socialização das informações referentes ao
bairro Luis Cabral, a comunidade local, junto da equipa técnica do
Municipio, do Instituto Nacional de Aviação passaram a elaborar o
Exemplo
plano de intervenção. Este tem como a 1ª acção a mobilização da
comunidade local no sentido de continuamente estar atenta ao projecto.

Mas também, este constituiu um momento de fortalecimento grupal


em torno do objectivo de promover a saúde da comunidade local, o

91
tornou mais fácil o processo seguinte de educomunicação, pois a
comunidade local se sentia envolvida permanentemente.

Como você pode perceber, a comunidade só pode estar envolvida


continuamente se for vinculada permanentemente com o processo,
fazendo perecer que esta acção só resultará se for internalizado por
esta.

Relacione a socialização das informações resultantes do diagnóstico


participativo com a mobilização social na etapa da construção do plano
de intervenção comunitária.
Actividade
Depois de resolver a actividade, socialize as respostas com as dos seus
colegas, para ver o que cada um de vocês respondeu.

Para resolver a actividade deve entender a socialização das


informações e a elaboração do Plano de Intervenção Comunitária.

Já respondeu? Caso não o tenha feito ainda, volte a ler a lição, depois
Comentários
resolva. Para aprimorar mais o seu conhecimento leia a obra
PEAMSS. Caderno Metodológico Para Acções de Educação
Ambiental e Mobilização Social em Saneamento. Ministério das
Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, PEAMSS.
Brasília, 2009. Disponível em www.conder.ba.gov.br capturado em
21/02/2015

92
Resumo da lição
Depois da identificação dos problemas prioritários a serem
solucionados e feito o desenho da rede de relações a que eles pertencem,
é necessário que sejam socializadas as informações obtidas até aqui à
disposição de todos aqueles que estão interessados e que delas podem
fazer uso.

O seguinte passo é o planeamento participativo com o intuito de atender


as prioridades levantadas no diagnóstico e os desafios identificados,
cujas acções a serem levadas a cabo são a Mobilização social;
Educomunicação; Formação de educadores ambientais em saneamento
e, Implementação de práticas e tecnologias socioambientais.

Auto-avaliação
1. Por que é importante socializar as informações?
2. Quais são as acções que devem ser levadas a cabo no
planeamento participativo?

93
Lição n° 5
Educomunicação

Introdução
Nesta lição você vai aprender sobre como proceder a
Educomunicação e a Formação de educadores ambientais num
projecto de promoção da saúde da comunidade.

Este conhecimento vai permitir que você tenha bases sobre como
promover a educação comunicativa num projecto de promoção da
saúde da comunidade.

Poderá aplicar este conhecimento na execução de futuros projectos


comunitários implantados pela instituição educativa em que nela for
trabalhar.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Aplicar Educomunicação na promoção da saúde da


comunidade.

 Identificar as actividades essenciais na Formação de educadores


Objectivos ambientais na promoção da saúde da comunidade.

Educomunicação, Formação de educadores ambientais.

Terminologia

94
2º Educomunicação
A Educomunicação é um aspecto fundamental a ser observado em
intervenções educativas, sejam elas práticas ou de formação, é a
necessidade de se comunicar, de interagir com a população para
transmitir informações sobre as acções a serem desenvolvidas e as
razões, benefícios e consequências de sua execução.

No entanto, esse não pode ser um processo burocrático, no qual a


informação é simplesmente passada de forma pré editada, sem uma
reflexão acompanhada.

O Plano de Educomunicação não pode ser reduzido a um meio de


divulgação das acções práticas e experiências desenvolvidas, nem a
um serviço profissional externo a ser contratado.

A divulgação e o assessoramento comunicativo são importantes, mas


é necessário ser parte da dinâmica pedagógica adoptada, integrada
como oportunidade de aprendizado.

A síntese revela - se de facto aquilo que foi encontrado, discutido e


aprovado constitui realmente o conteúdo do pograma ou acção. Daí
que qualquer membro da comunidade se sentiria envolvido no
processo se for a participar no momento de comunicação e reflexão
Exemplo
em volta das questões sintetizadas. Mas do contrário não se sentiria
envolvido.

Assim, na Educomunicação é necessário envolver a população,


buscando desencadear processos de construção colectiva, nos quais
a comunicação tenha uma perspectiva educadora e os atores sociais
envolvidos participem desde sua elaboração até a escolha dos meios
e instrumentos utilizados, actuando como emissores e receptores das
informações.

95
Este processo deve ser caracterizado pelo esclarecimento da
população e utilização das diversas possibilidades de comunicação
existentes como mecanismos de aprendizagem.

Na Educomunicação neste tema em causa, é imperativo elaborar de


modo participativo com a comunidade, e veicular, nos diversos
meios disponíveis, campanhas com o foco direccionado a questões
específicas como:

1º Cuidados e medidas necessárias para o combate às doenças de


veiculação hídrica, à dengue e outras epidemias;

2º Estímulo à produção de mudas para o plantio de árvores nativas


frutíferas, medicinais, condimentares e ornamentais nos pátios e
quintais, buscando contribuir para a descompactação do solo e a
consequente melhoria na drenagem urbana;

3º Separação e colecta selectiva dos resíduos sólidos produzidos;

4º Compostagem e outras formas de reaproveitamento dos resíduos


orgânicos;

5º Estímulo e fomento à implementação e utilização de fossas


sépticas, banheiros secos e outras tecnologias apropriadas para o
esgotamento sanitário;

6º Captação, armazenamento e utilização da água da chuva.

A elaboração das questões de forma participativa torna a actividade


mais prática, pois os alvos do processo são os que escolherão as
acções a serem desenvolvidas com vista a solucionar os problemas.

96
3º Formação de educadores ambientais em saúde e
saneamento

É fundamental envolver as pessoas, grupos e instituições que actuam


em processos formativos na região, destacando as universidades,
Colectivos Educadores, centros de pesquisa, Escolas Técnicas,
Ongs, associações, movimentos sociais, entre outros grupos, no
sentido de promover a formação dos diversos atores sociais
envolvidos, seja por meio de disciplinas regulares, cursos de
extensão, oficinas temáticas, visitas técnicas coordenadas, cursos
modulares, e inúmeras outras possibilidades.

Os processos de formação desencadeados devem buscar uma


perspectiva de continuidade e permanência, independente da
pontualidade dos recursos investidos. Devem ser elaborados,
implementados e avaliados com a comunidade como um todo.
Portanto, não deve ser um processo idealizado para a comunidade,
e, sim construído na e pela comunidade.

Listamos a seguir algumas possibilidades de actividades que podem


compor um processo continuado de formação de educadores
ambientais para a comunidade, destacando seguintes actividades:

Exemplo

1º Realizar um mapeamento socioambiental da região contendo as


instituições que atuam com educação ambiental e saneamento;

2º Interagir com os municípios/comunidades/povoados vizinhos


para a constituição de um grupo mais amplo com experiência em
educação ambiental, mobilização social, saúde e saneamento;

3º Promover oficinas, minicursos e workshops temáticos em carácter


permanente, para fomentar e animar a acção dos educadores
ambientais populares.

97
4º Estimular os educadores ambientais para que actuem na formação
de outros educadores que, por sua vez, estarão actuando
directamente em seu bairro.

5º Identificar os actores sociais a serem envolvidos no processo de


formação, definindo o número de pessoas, estratégia para
potencializar a abrangência das actividades, assim como, a
capilaridade do processo de formação.

6º Mapear a estrutura pública disponível no município e a


possibilidade de apoio institucional para disponibilização de espaço
para realização de actividades.

7º Legitimar o processo de formação desencadeado, procurando


envolver universidades e outras instituições que possam emitir
certificados de participação no processo.

8º Estimular e apoiar a constituição de grupos populares em cada


bairro, que se proponham a estudar a questão socioambiental da
região, reflectir colectivamente e intervir em sua realidade.

9º Elaborar materiais didácticos contextualizados à realidade local.

Com base nos problemas resultantes do diagnóstico da lição 2 e nas


prioridades identificadas na lição 3, identifica na sua
comunidade/bairro/localidade os actores sociais a serem envolvidos no
Actividade processo de formação, definindo o número de pessoas, estratégia para
potencializar a abrangência das actividades, assim como, a capilaridade
do processo de formação.

Faça um mapa da estrutura pública disponível no seu


bairro/vila/comunidade e a possibilidade de apoio institucional para
disponibilização de espaço para realização de actividades.

98
Depois de identificar os actores sociais e mapear a estrutura pública
disponível no seu bairro/vila/comunidade, socialize as respostas com as
dos seus colegas, para ver o que cada um de vocês fez.

Para resolver a actividade tome como base os problemas resultantes


do diagnóstico da lição 2 e nas prioridades identificadas na lição 3 e
da continuidade na implementação do projecto de promoção da
Comentários saúde da comunidade do seu bairro.

Conseguiu identificar os actores sociais a serem envolvidos no


processo de formação e produzir o mapa local da estrutura pública
disponível? Se não, tente de novo, e socialize a informação com os
colegas, e em grupo de dois resolvam o exercício.

Resumo da lição
O Plano de Educomunicação não pode ser reduzido a um meio de
divulgação das acções práticas e experiências desenvolvidas, nem
a um serviço profissional externo a ser contratado. Esta divulgação
e o assessoramento comunicativo são importantes, mas é
necessário ser parte da dinâmica pedagógica adoptada, integrada
como oportunidade de aprendizado.

Os processos de formação desencadeados devem buscar uma


perspectiva de continuidade e permanência, independente da
pontualidade dos recursos investidos. Devem ser elaborados,
implementados e avaliados com a comunidade como um todo.

99
Auto-avaliação

1. Explique em que consiste o Plano de Educomunicação?


2. Qual é a perspectiva da formação de educadores ambientais
em saúde e saneamento.

100
Lição n° 6
Monitoramento e Avaliação do Processo

Introdução
Nesta lição, você vai aprender sobre como exercer o Monitoramento
e a Avaliação do Processo na promoção da saúde da comunidade.

É importante que você aprenda sobre esta etapa pois quer os planos
educativos, quer os planos concebidos e desenvolvidos em projectos
comunitários necessitam da monitoria e avaliação.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Explicar o que é Monitoramento e Avaliação do Processo na


promoção da saúde da comunidade;

 Explicar a importância de estabelecer critérios de


Objectivos Monitoramento e Avaliação do Processo na promoção da saúde
da comunidade.

Monitoramento e Avaliação.

Terminologia

Monitoramento e Avaliação do Processo

É importante desenvolver métodos e técnicas para o monitoramento


e a avaliação dos trabalhos durante e depois da realização do
diagnóstico e da intervenção.

101
Monitorar um trabalho significa acompanhar o processo de execução
das acções. O monitoramento possibilita apontar o que deu certo e
aquilo que necessita ser modificado para se chegar ao objectivo
desejado; ou seja, o monitoramento possibilita a avaliação.

Você fazendo parte de uma comunidade em que está se


desenvolvendo uma actividade de desenvolvimento comunitário, de
certeza estará atento ao seu densorolar.

Exemplo Mas para que melhor possa acompanhar o desenrolar das actividades
é preciso que tenhas um plano de monitoria que contêm tudo o que
deve ser feito, como deve ser feito e que resultado se espera para cada
acção.

Assim, a medida que o processo vai se desenrolando terá a


possibilidade de apontar o que está certo e errado, e no momento,
sugerir alternativas para que se alcance o objectivo desejado.

Portanto, quando são criadas condições para o monitoramento é


possível realizar uma avaliação criteriosa e cuidadosa, possibilitando
uma revisão das acções até agora implementadas, e dar continuidade
aos trabalhos com mais segurança.

Contudo, para a realização do monitoramento e posterior avaliação,


é necessário criar indicadores. Os indicadores são parâmetros, que
uma vez definidos, indicam o que está acontecendo.

Em uma acção de capacitação em educação ambiental em


saneamento podem ser criados vários indicadores, como o número
de pessoas capacitadas, a abrangência territorial da capacitação,
habilidades e competências adquiridas etc.

Muitas vezes os indicadores podem ser apresentados em forma de


perguntas. Questões que possibilitem compreender se o que foi

102
planificado foi executado, são boas práticas para o monitoramento
das acções.

As sugestões de indicadores apresentadas abaixo se referem às


acções de educação ambiental em saneamento, onde são avaliadas as
acções de informação, mobilização e formação.

Indicadores e critérios de avaliação de desempenho para a acção


diagnóstica:

(1) O diagnóstico está sendo (ou foi) realizado em toda a


comunidade? Há (ou houve) dificuldades para realizá-lo? Qual é o
percentual da área diagnosticada?

(2) As questões sugeridas para a realização do diagnóstico nos


diferentes temas (infra-estrutura; qualidade de serviços; legislação;
programas e políticas públicas; participação e controlo social;
educação ambiental; impacto ambiental e tecnologias sociais) estão
sendo (ou foram) totalmente respondidas? Há (ou houve)
dificuldades para respondê-las? Qual é o percentual de questões
respondidas?

(3) Todos os atores sociais do Grupo de Trabalho estão (ou


estiveram) envolvidos na realização do diagnóstico? Todos estão
realizando (ou realizaram) as tarefas as quais se responsabilizaram?
Quantos participam (ou participaram)? Qual o percentual? A
composição do Grupo de Trabalho é paritária?

(4) Está havendo (ou houve) incorporação de outros atores sociais


durante a realização do diagnóstico? Quantas pessoas ingressaram
no Grupo de Trabalho? Qual o percentual?

(5) Está havendo (ou houve) a colaboração da comunidade na


realização do diagnóstico? Qual é o percentual de colaboração?

103
(6) O diagnóstico está sendo (ou foi) cumprido no tempo definido?

Indicadores e critérios de avaliação de desempenho para as


acções de implementação:

(1) Foram apresentadas no plano de implementação, acções para


solução ou minimização dos problemas comunitários diagnosticados
e priorizados?

(2) Os problemas identificados no diagnóstico participativo tiveram


processos de enfrentamento iniciados? Qual é o percentual atingido?

(3) As acções de educação ambiental estão sendo (ou foram)


realizadas da maneira como foram planificadas? Qual é o percentual
de acções desenvolvidas?

(4) Em relação aos trabalhos de capacitação em educação ambiental


– qual a quantidade e percentual de cursos, palestras e oficinas que
estão sendo desenvolvidos (ou foram desenvolvidos)? Atingiram os
objectivos propostos?

(5) Qual o percentual de pessoas que participam (ou participaram)


dos cursos, palestras e oficinas?

(6) As acções de educomunicação em educação ambiental estão


sendo (ou foram) executadas como planificadas?

(7) Quais os meios de comunicação (rádio, jornais, TV, panfletos


etc) que estão sendo (ou que foram) accionados a participar do
processo?

(8) As acções de controlo social sobre as intervenções em


saneamento estão sendo (ou foram) realizadas?

104
(9) A comunidade está (ou esteve) mobilizada a compartilhar das
acções em educação ambiental em saneamento promovidas?

(10) Todos os atores sociais do Grupo de Trabalho estão (ou


estiveram) envolvidos nas ações?

(11) Há (ou houve) recursos para a implementação das acções


plenamente? De onde vieram?

Uma vez respondidas as questões, pode-se estabelecer critérios


de avaliação de desempenho dos trabalhos, que devem ser
simples, claros e diretos. Um bom exemplo é utilizar percentual
de desempenho. Abaixo está destacado um exemplo:

 00% a 20% - Desempenho Muito Fraco;


 20% a 40% - Desempenho Fraco;
 40% a 60% - Desempenho Médio;
 60% a 80% - Desempenho Muito Bom;
 Acima de 80% - Desempenho Excelente.

Identifique dentro da sua comunidade um projecto de


desenvolvimento comunitário que possa ser em saúde comunitária,
de geração de renda ou outro. Pode ainda ser um projecto executado
Actividade pela escola do seu bairro/comunidade ou aldeia. Aplique as questões
dos Indicadores e critérios de avaliação de desempenho e
Indicadores e critérios de avaliação de desempenho para as acções
implementadas.

Depois de aplicar as questões, socialize as respostas com as dos seus


colegas, e façam em grupo de dois a avaliação de desempenho dos
trabalhos para ver o nível de cumprimento das exigências de um
projecto comunitário.

105
Acreditamos que na sua comunidade já houve projectos virados a
saúde, como construção de um centro de saúde, maternidade,
limpeza de valas, distribuição de redes mosquiteiras etc.
Comentários
Levando em consideração as questões dos Indicadores e critérios de
avaliação de desempenho e Indicadores e critérios de avaliação de
desempenho para as acções implementadas faça a avaliação.

Logo que terminar, partilhe com o seu colega para que este avalie
as suas respostas e você, as dele.

Resumo da lição
Monitorar um trabalho significa acompanhar o processo de execução
das acções. O monitoramento possibilita apontar o que deu certo e
aquilo que necessita ser modificado para se chegar ao objectivo
desejado; ou seja, o monitoramento possibilita a avaliação.

Em uma acção de capacitação em educação ambiental e em


saneamento devem ser criados vários indicadores para a monitoria e
avaliação, como o número de pessoas capacitadas, a abrangência
territorial da capacitação, habilidades e competências adquiridas.

Auto-avaliação
1. Qual é a importância do monitoramento e a avaliação dos
trabalhos durante e depois da realização do diagnóstico e da
intervenção. O que possibilita?
2. Qual é a importância de estabelecer critérios de
Monitoramento e Avaliação do Processo na promoção da
saúde da comunidade?

106
Lição n° 7
Sistematização do Processo

Introdução
Nesta lição, você irá aprender sobre como proceder a Sistematização
do Processo e a sua importância.

Ela é importante para você, porque constitui uma chave fundamental


para ter uma ideia global do processo, não apenas dos projectos
comunitários, mas também na própria planificação e gestão de
educação.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Explicar a Sistematização de todo o Processo de intervenção


no Desenvolvimento da saúde das Comunidades;

 Sistematizar todo o Processo de intervenção no


Objectivos Desenvolvimento da saúde na Comunidade.

Sistematização do Processo.

Terminologia

Sistematização do Processo
A partir do percentual de desempenho tem-se a ideia da qualidade de
trabalho executado e quanto se tem a caminhar para atingir todos os
objectivos.

107
Quando o desempenho é “Fraco” ou “Muito Fraco”, há muito a ser
corrigido, como, por exemplo, rever os objectivos numa discussão
colectiva com o Grupo de Trabalho, rever as estratégias e dar novos
rumos ao trabalho.

O desempenho “Excelente” significa que o caminho adoptado foi


correcto e deve ser mantido. Contudo, deve-se ressaltar que o
monitoramento e a avaliação devem ser constantes ao longo do
processo, para que o desempenho das acções se mantenha
satisfatoriamente.

A sistematização descritiva e analítica das acções desenvolvidas é


necessária para que o processo de educação ambiental desenvolvido
seja uma referência.

São informações sobre o histórico do processo, as metodologias


utilizadas, as comunidades assistidas, as principais dificuldades e
lacunas encontradas, além das experiências das comunidades que
contribuíram no processo.

A Direcção da Escola Secundária Nelson Mandela, no final de cada


ano elabora um plano de actividades para o ano seguinte. Este plano
tem como uma das bases o relatório de actividades do presente ano
que está a findar.
Exemplo
No relatório do presente ano, encontramos a síntese de tudo aquilo
que foi realizado na base do plano concebido no final do ano anterior,
para o presente ano. Assim, consta desta síntese do relatório de
avaliação de todo o processo bem como os pontos fracos e fortes.

Deste modo, este relatório constitui, também uma base para


planificações futuras. Esta é a importância da sistematização do
processo.

108
Em geral, a sistematização em projectos comunitários é uma etapa
negligenciada no processo. Contudo, promover referências que
podem ou não ser positivas, mas que certamente trarão aprendizado
a outros grupos que venham a desenvolver processos semelhantes é
essencial.

A evolução do processo está intimamente ligada à capacidade de


aprender com as experiências vividas. Nesse sentido, fica o estímulo
para que os grupos que venham a actuar com educação ambiental e
mobilização social em saneamento busquem sistematizar de forma
fiel, isenta e qualificada as experiências desenvolvidas.

Sistematize as actividades por si desenvolvidas nesta unidade.

Depois de produzir a sua síntese, socializa as respostas com os seus


colegas, para ver os aspectos que mereceram destaque nas suas
Actividade
respostas.

Para a resolução deste exercício, as possibilidades são diversas, e


podem ser expressas em textos, vídeos, entrevistas, gravações e o
que mais a criatividade permitir.
Comentários
Porém, deverá destacar os aspectos positivos, negativos, os pontos
fortes e fracos, e a atenção que se deve ter nas questões que falharam
para eventuais novos processos semelhantes.

109
Resumo da lição
A sistematização descritiva e analítica das acções deflagradas é
necessária para que o processo de educação ambiental
desenvolvido seja uma referência. São informações sobre o
histórico do processo, as metodologias utilizadas, as comunidades
assistidas, as principais dificuldades e lacunas encontradas, além
das experiências exitosas.

Auto-avaliação
1. Qual é a importância da Sistematização de todo o Processo
de intervenção no Desenvolvimento da saúde das
Comunidades.

Comentários da auto – avaliação da Unidade V


Exercícios da Lição – 1

Para responder a pergunta 1 apenas identifique os 5 pilares das acções


estratégicas propostas no plano de actuação na intervenção social na
comunidade.

110
Exercícios da Lição – 2

Para responder a pergunta 1, sobre a importância do levantamento


epidemiológico e ambiental de uma localidade/comunidade,
considere as vantagens que os resultados desta acção trazem em
relação ao conhecimento que a comunidade passa a ter da situação
real em relação às doenças e as causas associadas a estas.

Para a pergunta 2, que questiona o objectivo do diagnóstico


participativo- levantamento epidemiológico e ambiental de uma
localidade, aponte os possíveis resultados deste levantamento, pois,
a finalidade é obter dados.

Exercícios da Lição – 3

Na questão 1 desta lição, destaque os aspectos a levar em conta na


priorização dos problemas na sistematização das informações
resultantes do diagnóstico participativo. Considere também, a rede
de desafios que resulta do(s) problema(s) priorizado(s).

Exercícios da Lição – 4
Para a pergunta 1, sobre a importância da socialização da
informação, destaque a comunicação, esclarecimento e divulgação.

A resposta da pergunta 2 consiste em enumerar as etapas do


planeamento da intervenção comunitária.

Exercícios da Lição – 5
Na pergunta 1, veja o papel e como se processa a Educomunicação
(formação, comunicação participação).

Para a pergunta 2 destaque a relevância da Formação de educadores


ambientais da comunidade num projecto de promoção da saúde da
comunidade, que consiste em olhar para o presente e futuro.

111
Exercícios da Lição – 6

Na resposta da pergunta 1 que questiona a importância


monitoramento e a avaliação dos trabalhos durante e depois da
realização do diagnóstico e da intervenção, destaque a necessidade
de acompanhamento, do aperfeiçoamento, melhoramento.

Para a pergunta 2, destaque a necessidade de criar indicadores que


possibilitam o monitoramento e avaliação.

Exercícios da Lição – 7

Para a solução da única questão desta lição, aponte aspectos que


demostrem que a sistematização produz uma radiografia do
processo, destaque também as vantagens que ela tem para o presente
projecto e futuras iniciativas, bem como a possibilidade de
aprendizagem que esta proporciona qualquer interessado.

Leituras complementares
CONANT, Jeff e FADEM Pam. Guia Comunitário de Saúde
Ambiental. A África do Sul. 2013

PEAMSS. Caderno Metodológico Para Acções de Educação


Ambiental e Mobilização Social em Saneamento. Ministério das
Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, PEAMSS.
Brasília, 2009. Disponível em www.conder.ba.gov.br capturado em
21/02/2015

112
Conteúdos
Experiências de
Lição n° 1 115 Desenvolvimento Macro -
Paradigma da Modernização – Modelos Dualistas Social no Mundo e o Caso
e o Paradigma da Pobreza – Modelos
Produtivistas .................................................................. 115 de Moçambique
Paradigma da Modernização - Modelos
Dualistas .............................................................. 116

UNIDADE
Paradigma da Pobreza – Modelos
Produtivistas ..................................................... 117

6
Lição n° 2 120
O Paradigma da Dependência –Proteccionistas e
Paradigma do Mercado e os Modelos Neo-
liberais .............................................................................120
O Paradigma da Dependência e os Modelos
Proteccionistas ................................................ 121
Paradigma do Mercado e os Modelos Neo-
liberais ................................................................ 122

Pág. 114 - 124

Unidade 6: Experiências de Desenvolvimento Macro - Social no Mundo e o Caso de Moçambique

113
Introdução
Nesta lição você vai aprender sobre os Modelos de desenvolvimento
comunitário Macro - Social no mundo e em especial em Moçambique.

Este conhecimento é importante para você como gestor da educação,


porque poderá perceber as diferentes realidades e os contextos em que se
procurou promover o Desenvolvimento das Comunidades e os resultados
obtidos no nosso país até a actualidade.

Objectivos da unidade
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Caracterizar as experiências de Modelos desenvolvimento Macro


- social no Mundo e em Moçambique;

 Explicar as razões de Fracassos dos projectos de


Desenvolvimento Macro - social no Mundo e em Moçambique
em particular.

Modelos desenvolvimento, Mundo, Moçambique.

Terminologia

114
Lição n° 1
Paradigma da Modernização – Modelos
Dualistas e o Paradigma da Pobreza – Modelos
Produtivistas

Introdução
Nesta lição você vai aprender sobre as experiências de desenvolvimento no
Mundo e em Moçambique baseadas o Paradigma da Modernização –
Modelos Dualistas e o Paradigma da Pobreza – Modelos Produtivistas.

O conhecimente destes paradigmas de desenvolvimento aplicados no


passado, permitirá a você como planificador da educação conhecer os
sucessos e fracassos desses modelos para melhor planificar futuros
projectos de desenvolvimento.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Caracterizar os Modelos Dualistas e Modelos Produtivistas;

 Explicar as razões do Fracasso dos Modelos Dualistas e


Modelos Produtivistas.
Objectivos

Paradigma da Modernização – Modelos Dualistas e o Paradigma


da Pobreza – Modelos Produtivistas.

Terminologia

115
Paradigma da Modernização - Modelos Dualistas
Na década 1950-60 surgiu o paradigma da modernização e com ele os
modelos dualistas. O tradicional e o moderno, o rural e o urbano, a
agricultura e a indústria, que são algumas das versões do dualismo.

Na sua essência, as versões do dualismo, advogavam que se deveria investir


num sector moderno com uma economia orientada para o mercado e
alimentada com os excedentes de força de trabalho provenientes de um
outro sector onde se vivia baseado numa economia de subsistência.

Em Moçambique, este modelo foi implementado na altura da


administração colonial. O sector moderno estava na mão dos colonos
Portugueses nomeadamente a Indústria, a Agro-indústria, comercio,
serviços e a banca, orientados para o mercado.
Exemplo
O tradicional era ocupado pela população negra moçambicana que
praticava actividades de subsistência, como agricultura e pastorícia em
terras marginais pouco produtivas, uma vez que as terras férteis e ricas
em pasto estavam nas mãos do colonizador.

Esta população negra servia de força de trabalho para alimentar o sector


moderno: a agricultura de plantação, a indústria, comércio e outros.

Entre as limitações encontradas na aplicação destes modelos são de


salientar:

(i) O fluxo migratório para os centros urbanos é maior que a oferta de


emprego, consequentemente, a economia de subsistência torna-se cada vez
menos capaz de cumprir com a sua função de reprodução social e a procura
do produto do sector moderno tende a diminuir;

116
(ii) O rendimento anual per capita tende a decrescer, muito embora se possa
verificar um aumento do PIB per capita este está concentrado numa franja
da sociedade não significativa em termos globais;

(iii) O pressuposto de que havia tempo em excesso, lazer, que poderia ser
utilizado na produção de alimentos, não se verifica devido aos calendários
agrícolas e às relações de género no seio da unidade produtiva familiar, ou
seja o lazer não é automaticamente substituível pela produção de alimentos;

(iv) Por último verifica-se uma crescente marginalização da mulher que se


dedica à economia de subsistência.

Paradigma da Pobreza – Modelos Produtivistas


A ideia de que o desenvolvimento estava dependente da existência de ricos
detentores da modernização e de pobres fornecedores de força de trabalho,
foi sendo questionada e substituída pela ideia de que os pobres também
podiam fazer o desenvolvimento desde que a produtividade fosse
aumentada.

Tratava-se do Paradigma da Pobreza em que se basearam os Modelos


Produtivistas que deram origem, entre outros, à Revolução Verde, nos anos
1960-70 (MYRDAL, 1968 apud. NEGRÃO, 2001).

Na implementação, porém, surgiu uma série de contrariedades que não


tinham sido previstas aquando da concepção dos modelos, entre elas são de
mencionar:

(i) A exigência de grandes investimentos públicos na investigação e


disseminação de novas técnicas e tecnologias faz aumentar a taxa de
inflação;

117
(ii) A marginalização da mulher e das famílias mais pobres na distribuição
dos rendimentos devido à pressão para se repor o crédito em inputs recebido
nos pacotes tecnológicos;

(iii) Um aumento incontrolável do arrendamento de terras por acumulação


de dívidas dos mais pobres;

(iv) permanente tensão entre o Estado e o mercado na determinação dos


preços dos inputs e outputs para a produção agrícola (Idem).

Leia o texto a baixo:

“Este modelo foi aplicado em Moçambique logo após a independência


nacional. A política de desenvolvimento voltada para a socialização do
Actividade
campo, adoptou como estratégias a criação de machambas colectivas,
cooperativas de produção agro-pecuárias, machambas estatais, para
além das já existentes machambas dos camponeses (agro-pecuária
familiar), assim como alguns pequenos proprietários agrícolas (agro-
pecuária empresarial) que permaneceram apesar da reestruturação”.

1. A que modelo o texto acima se refere?

a) Justifique a sua resposta.

Para apresentar uma resposta acertada deve ler os dois paradigmas


apresentados na presente lição e ler com atenção o texto da
actividade. Assim, poderá relacionar o enunciado da actividade aos
Comentários paradigmas e justificar.

Para mais ajuda, leia NEGRÃO, José Guilherme. Como induzir o


desenvolvimento em África? Lisboa, CEsA, 2001. Disponível em
https://pascal.iseg.pt capturado em 21/02/2014

118
Resumo da lição
Na década 1950-60, surgiu o paradigma da modernização e com ele os
modelos dualistas. A ideia de que o desenvolvimento estava dependente
da existência de ricos detentores da modernização e de pobres
fornecedores de força de trabalho, foi sendo questionada e substituída
pela ideia de que os pobres também podiam fazer o desenvolvimento
desde que a produtividade fosse aumentada.

Tratava-se do Paradigma da Pobreza em que se basearam os Modelos


Produtivistas que deram origem, entre outros, à Revolução Verde, nos
anos 1960-70.

Auto-avaliação
1. Explique a razão da decadência dos modelos dualistas.
2. Quais são as razões da decadência dos Modelos Produtivistas.

119
Lição n° 2
O Paradigma da Dependência –Proteccionistas e
Paradigma do Mercado e os Modelos Neo-liberais

Introdução
Nesta lição você vai aprender sobre as experiências de desenvolvimento
Macro - social no Mundo e em Moçambique a destacar o Paradigma da
Dependência – Proteccionista e Paradigma do Mercado e os Modelos Neo-
liberais.

O conhecimento destes paradigmas de desenvolvimento aplicados no


passado, permitirá a você conhecer os sucessos e fracassos desses modelos
para melhor planificar futuros projectos de desenvolvimento.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Caracterizar o Paradigma da Dependência – Modelos


Proteccionistas o Paradigma do Mercado - Modelos Neo-
liberais;
 Explicar as razões de Fracassos do Paradigma da Dependência,
Objectivos modelos Proteccionistas;
 Explicar o quadro situacional do Paradigma do Mercado e os
Modelos Neo-liberais.

Paradigma da Dependência – Proteccionistas, Paradigma do


Mercado e os Modelos Neo-liberais.

Terminologia

120
O Paradigma da Dependência e os Modelos Proteccionistas
Como consequência o questionamento do papel do mercado na elaboração
teórica foi ganhando espaço. A interpretação marxista da economia, que até
agora fora monopólio dos países socialistas nas suas versões soviética e
chinesa, estendeu-se à América Latina e à África.

O marxismo renovou-se com a crítica ao mercado internacional e à


desigualdade dos termos de troca, as relações de classe foram analisadas à
escala mundial e surgiu o paradigma da dependência que deu corpo aos
modelos proteccionistas dos anos 1970-80 (PREBISH, 1984; BARAN,
1970 apud. NEGRÃO, 2001).

Enquanto os modelos estruturalistas radicais puseram em causa o mercado,


fosse qual fosse, e optaram pela implementação do socialismo, os suaves
advogaram que a dependência, derivada das relações desiguais entre a
periferia e o centro, exige rápida industrialização dos países do Sul para
substituir as importações dos produtos do Norte.

Entre as limitações identificadas aquando da implementação dos modelos


proteccionistas são de referir:

(i) O controlo das importações inflaciona os custos;


(ii) O proteccionismo só beneficia alguns e raramente se traduz em
investimento local;
(iii) A protecção da indústria baixa o preço de compra dos
produtores familiares;
(iv) os preços dos produtos agro-industriais protegidos dos países do
Sul não conseguem competir com os preços subsidiados dos
produtos agrícolas convencionais controlados pelo Norte
(Idem).

121
Paradigma do Mercado e os Modelos Neo-liberais
As dificuldades associadas à implementação dos modelos proteccionistas
alimentaram as teorias neo-clássicas em torno da reabilitação do
paradigma do mercado para qual população e poupança são as principais
determinantes no crescimento económico. Sobre este paradigma se
basearam os modelos neo-liberais dos anos 1980-1990.

Este modelo foi adoptado em Moçambique a partir da década de 80 quando


se aderiu ao FMI e Banco Mundial. Sob o lema “get the prices right” e os
mercados internacionais serão conquistados, fizeram-se os reajustamentos
estruturais, consolidou-se a propriedade privada dos meios de produção,
Exemplo
em lugar de pública, e globalizou-se o capital.

Assim, cria-se que em poucos anos o crescimento económico aconteceria e


paulatinamente daria lugar ao desenvolvimento onde as condições sociais
dos cidadãos acabariam por melhorar (FRIEDMAN,1980; WORLD
BANK,1989 apud. NEGRÃO, 2001).

Mas nem tudo correu conforme previam os modelos, a pobreza não diminui
ao ritmo desejado e em muitos casos nem se chegou a perspectivar a sua
erradicação, as convulsões sociais avolumaram-se tomando rapidamente as
cidades o que fez aumentar o risco e, consequentemente, reduzir o
imprescindível investimento.

Dentre as principais dificuldades na implementação dos modelos neo-


liberais são de mencionar:

(I) O contrário do pressuposto teórico, no mundo real os mercados são


imperfeitos, incipientes ou simplesmente inexistentes;

(II) A “mão invisível do mercado” só por si acarreta externalidades, em


particular contra a mulher (custo de oportunidade do tempo de trabalho) e
o meio-ambiente (“deseconomias” de escala);

122
(iii) Verifica-se a tendência para a poupança ser transformada em capital
mercantil, internacionalizando-se, em lugar do investimento produtivo ao
nível nacional;

(iv) As famílias rurais não têm acesso a poupança suficiente para tomarem
opções de acordo com a racionalidade económica dos sinais do mercado.

Entre as limitações identificadas abaixo, aquando da implementação dos


modelos, seleccione apenas os aspectos que interferiram negativamente
no sucesso dos modelos neo-liberais.
Actividade
“os mercados são imperfeitos, incipientes; o controlo das importações
inflaciona os custos; “mão invisível do mercado”; verifica-se a tendência
para a poupança ser transformada em capital mercantil; a protecção da
indústria baixa o preço de compra dos produtores ”

Para seleccionar os aspectos que interferiram negativamente no


sucesso dos modelos neo-liberais, leia com atenção os 4 modelos, e
conhecer as implicações que ditaram as dificuldades e os fracassos.
Comentários
Para mais ajuda, leia NEGRÃO, José Guilherme. Como induzir o
desenvolvimento em África? Lisboa, CEsA, 2001. Disponível em
https://pascal.iseg.pt capturado em 21/02/2014

Resumo da lição
O Paradigma da Dependência e os modelos Proteccionistas surgem
com marxismo que-se renovou com a crítica ao mercado internacional
e à desigualdade dos termos de troca, as relações de classe foram
analisadas à escala mundial e surgiu o paradigma da dependência que
deu corpo aos modelos proteccionistas dos anos 1970-80.

123
As dificuldades associadas à implementação dos modelos
proteccionistas alimentaram as teorias neo-clássicas em torno da
reabilitação do paradigma do mercado para qual população e poupança
são as princiapais determinantes no crescimento económico. Sobre este
paradigma se basearam os modelos neo-liberais dos anos 1980-1990.

Auto-avaliação
1. Explique a razão da decadência dos modelos Proteccionista.
2. Quais são as dificuldades que são apresentadas pela
implementação dos Modelos neo-liberais.

Comentários da auto – avaliação da Unidade VI


Exercícios da Lição – 1

Para as perguntas 1 e 2 a solução consiste em apresentar a série de


contrariedades na implementação dos Paradigmas que não tinham sido
previstas na concepção destes.

Exercícios da Lição – 2

Para os exercícios 1 e 2 desta lição, a solução também consiste em


apresentar as limitações e dificuldades encontradas na implementação
dos dois modelos.

124
Leituras complementares
FRANCISCO, António Álvaro. Desenvolvimento Comunitário Em
Moçambique. Contribuição Para A Sua Compreensão Crítica. Maputo,
Ciedima, 2007.

NEGRÃO, José Guilherme. Como induzir o desenvolvimento em


África? Lisboa, CEsA, 2001. Disponível em https://pascal.iseg.pt
capturado em 21/02/2014

Leituras complementares para o Módulo


Caro estudante, para além das leituras complementares indicadas ao longo
do módulo, apresentamos a seguir outras obras que lhe podem ser úteis.

CALEIRO, António. Educação e Desenvolvimento: que tipo de relação


existe?Evora. Universidade de Évora. Disponível em
www.ela.uevora.pt/download/ELA_ensino_investigacao... Capturado a
21/11/2016

CALLEJA, Jose M. R. “Os Professores deste Século. Algumas Reflexões”.


In. Revista Institucional Universidade Tecnologica del Chocó. 2008, pp.
109-107. Disponível em
https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/2705047.pdf Capturado em
12/08/2016.

CARMO, Hermano. Desenvolvimento Comunitário: Universidade Aberta.


Lisboa. 1999.

CONANT, Jeff e FADEM Pam. Guia Comunitário de Saúde Ambiental.A


África do Sul, 2013.

ESTIVILL, Jordi. Panorama da Luta Contra a Exclusão Social. Conceitos


E Estratégias. Suiça, Genebra, 2003.

125
FONSECA, Fátima. Desenvolvimento Comunitário e Educação de
Adultos.Vila Nova de Gaia. Instituto Piaget.

FRANCISCO, António Álvaro. Desenvolvimento Comunitário Em


Moçambique. Contribuição Para A Sua Compreensão Crítica. Maputo,
Ciedima, 2007..

MARTINS, Maria José Seixas. O Desenvolvimento Comunitário e a sua


vertente educativa: Estudo Comparativo entre Peterborough e Chaves.
Chaves, 2012.

MOURA, Maria Helena Fernandes. Serviço Social e Modelos de


Intervenção: da sociedade industrial à sociedade do risco. Porto,
Universidade do Porto. 2006, pp 76-89. Disponivel em https://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/.../Servicosocialemodelosdeintervencao.pdf,
captura em 24/10/2016

MORENO, Celestino Jorge Fortes. Desenvolvimento Comunitário, Serviço


Social e Mediação Social: Papel do Assistente Social como Mediador
Social no Processo de Desenvolvimento Comunitario. Cidade da Praia.
Universidade Jean Piaget de Cabo Verde, 2012.

NEGRÃO, José Guilherme. Como induzir o desenvolvimento em África?


Lisboa, CEsA, 2001. Disponível em https://pascal.iseg.pt capturado em
21/02/2014

NUNES, Nuno.“Desigualdades sociais e acção colectiva nas sociedades


contemporâneas: a fecundidade teórica de Pierre Bourdieu e de Nicos
Mouzelis” In: Sociologia. Revista da Faculdade de Letras da Universidade
do Porto, Vol. XXV, 2013.

PEAMSS. Caderno Metodológico Para Acções de Educação Ambiental e


Mobilização Social em Saneamento. Ministério das Cidades. Secretaria
Nacional de Saneamento Ambiental, PEAMSS. Brasília, 2009. Disponível
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