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Paulo Bonifácio Phiri

Participação das Universidades no Desenvolvimento da Comunidade Local no Âmbito da


Extensão Universitária: caso da UP-Sagrada Família de Maxixe Inhambane
Licenciatura em Ciências de Educação com Habilitação em AGE.

Universidade Pedagógica
Maputo
2015
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Paulo Bonifácio Phiri

Participação das Universidades no Desenvolvimento da Comunidade Local no Âmbito da


Extensão: caso da UP-Sagrada Família de Maxixe Inhambane

Monografia científica, a ser apresentada ao


Departamento de Ciências da Educação,
Faculdade de Ciências da Educação e
Psicologia, UP - Sede Maputo, para efeitos de
obtenção do Grau de Licenciatura.
Supervisor:
Professor Doutor Daniel Daniel Nivagara

Universidade Pedagógica
Maputo
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2015
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I- Introdução
A Universidade é uma instituição ou organização formal produtiva, que deve
cumprir certas funções e tarefas em várias vertentes, como ensino, pesquisa e extensão,
contribuindo assim para o desenvolvimento intelectual, politico, cultural e socioeconómico.
Essa contribuição pode ser feita através da disponibilização de um suporte científico e
tecnológico.
Segundo a UNESCO (2009:7), ensino superior é uma força motriz para o
desenvolvimento cultural, social e económico das nações das pessoas, como factor
endógeno de aumento de capacidades e promotor dos direitos humanos, de solidariedade
intelectual internacional, de desenvolvimento sustentável, de democracia, de paz e de
justiça.
As instituições de ensino superior, como centros de pesquisa, ensino e debate
intelectual, desempenham um papel crucial na produção e partilha de conhecimentos, assim
como na preparação dos estudantes para uma ampla gama de profissões e responsabilidades
na sociedade.
No contexto da rápida evolução tecnológica, as instituições de ensino superior
devem dotar os estudantes de capacidades, habilidades e oportunidades que lhes permitam
adaptarem-se continuamente às exigências das sociedades e acima de tudo, a universidade
deve envolver-se em diversos projectos e actividades que visem desenvolver as
comunidades. (UNESCO 2009:7),
Com isso nos questionamos sobre o quê os estabelecimentos de ensino superior
fazem em prol da comunidade? Mas também com relação a como procedem, isto é, sobre a
dimensão ética do ensino superior e da pesquisa e sua respectiva responsabilidade e
comprometimento no plano de desenvolvimento social local ou comunitário?
A universidade, através de seu papel de ensino, pesquisa e extensão, dispõem de vários
elementos essenciais para este desenvolvimento. Mas para tal é preciso ter, a nível da
universidade, interesse, recursos humanos preparados e motivados para o efeito também é
preciso ter iniciativas, crença e colaboração com os estudantes assim como com essas
comunidades de forma que o trabalho colectivo seja possível.
O outro aspecto importante é o papel da universidade como dinamizador das
economias locais e regionais onde as mesmas estão instaladas, principalmente no seu
entorno, através da geração de emprego e renda, formação e capacitação, sensibilização da
população para a cidadania, colaborando significativamente no crescimento e
desenvolvimento das cidades e do país.
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A partir da importância das universidades como factor de desenvolvimento


internacional, nacional, regional e local, e da responsabilidade que ela está incumbida, o
presente projecto pretende analisar Como a Universidade Pedagógica, Delegação de
Maxixe, tem Participado no Desenvolvimento Local das Comunidade em que está inserida?

1.1. Objecto de estudo


O presente estudo pretende analisar a forma como se realiza a participação e
promoção de actividades ou acções que visam impulsionar o desenvolvimento das
comunidades locais ao nível das comunidades em que esta está. No caso concreto a análise
far-se-á a partir do exemplo das actividades da delegação da UP-Maxixe (UniSaF).

1.2. Localização Geográfica da Área de Estudo


O Município da Cidade de Maxixe é limitado a Norte pelo Distrito de Morrumbene
através do Rio Nhanombe, a Sul pelos Distritos de Jangamo e Homoíne, a Este pela Cidade
de Inhambane através da Baía do mesmo nome e a Oeste pelos Distritos de Homoíne através
do Rio Marombe. 32
O Município da Cidade de Maxixe é constituído por 5 localidades, nomeadamente
Nhaguiviga, Mabil, Chambone, Nhabanda e Bembe. Estas encontram-se subdivididas por
30 Bairros. Existem ainda 6 Bairros autónomos, isto é, que não pertencem a nenhuma
localidade, a saber: Macuamene, Macupula, Malalane, Nhamaxaxa, Nhambiho e Rumbana.1

1.4. Contextualização do Problema


A universidade é uma instituição educativa que tem a tarefa de ensinar, pesquisar e
fazer extensão, ou seja, mais do que oferecer cursos ou ensinar como pesquisar, elas devem
participar em projectos que visam o melhoramento da vida das populações (SANTOS,
2001:112). Dai que a extensão deve ser intermediária entre Ensino e Pesquisa.

1
Governo da Província de Inhambane: Plano Estratégico da Província de Inhambane
2010-2020. Inhambane. 2010. Disponível
em:http://www.portaldogoverno.gov.mz/Informacao/edu/subfo_inst_ens_sup/instituicoes_
super or_moc_2a 19 de Julho de 2014;
6

O mesmo autor questiona: De que vale as teses nas prateleiras das bibliotecas? Os
conhecimentos armazenados nos nossos cérebros se eles não provocarem reacções e
transformações na maneira de agir e actuar na sociedade? Ser vizinha de uma universidade
que só funciona dentro do murro e que não se faz sentir na vida dos seus vizinhos?
(SANTOS, 2001:112).

Com isso o autor desperta que a universidade tem muito a contribuir para o
melhoramento da vida das populações que vive na região em que a mesma funciona, mais
do que formar e pesquisar ela deve complementar essas duas tarefas com a intervenção.

Por outro lado, KARKOTLI & ARAGÃO (2004:45), considerando a universidade


como uma organização ou empresa, ela têm a responsabilidade social corporativa, que em
sentido restrito, deve ser entendida como a obrigação moral que a universidade tem como
organização de responder por acções próprias ou de quem a ela esteja ligada.

Por isso entende-se que a universidade deve ser agente de transformação social, em
sentido de que influencia e sofre influência dos actores da sociedade ( KARKOTLI &
ARAGÃO, 2004:46).

Com isso, podemos entender que mais do que tarefa que a universidade tem de
intervir na comunidade em que está inserida, também é obrigação moral ligada a
responsabilidade social empresarial. No entanto, as comunidades onde a UP-Maxixe está
inserida, ainda apresentam problemas sérios ligados ao analfabetismo, a desinformação
cívica, a falta de condições básicas para a comunidade, condições de saúde, higiene pessoal
e colectiva, a criminalidade, altas taxas de infecções de doenças sexualmente transmissíveis,
crise de valores morais, a pobreza, desemprego, desigualdade, alimentação entre outros.33

Segundo o relatório da Avaliação do Plano Estratégico da província de Inhambane


2000-2009 (2009:9), Embora a província tenha melhorado significativamente ainda
persistem desafios como a eliminação de cerca de 36% das crianças com menos de 5 anos
que sofrem de desnutrição crónica e cerca de 12% das crianças que padecem de insuficiência
de peso para além do aumento de 2004 a 2008 do desemprego de 2.137 a 10.074 incluindo
as zonas urbanas como Maxixe e Inhambane.

E por sua vez, o plano estratégico da província de Inhambane 2010-2020 (2010:13),


define as prioridades que devem ser consideradas para o desenvolvimento da Província de
Inhambane sob divididos em quatro grupos a saber:
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Desenvolvimento humano e social: Saúde, Educação, Ensino Técnico-profissional,


Educação geral, Obras Públicas e Habitação, Vias de comunicação, Habitação para jovens.
Desenvolvimento económico: agricultura, pecuária e pescas, agro-indústria,
Turismo e ambiente, recursos minerais e energia.
Boa governação: descentralização e desenvolvimento da administração Local e
Autárquica, Ordem, Segurança e tranquilidade pública e transparência.
Assuntos transversais: segurança alimentar e nutricional e HIV/SIDA.
Segundo GUAMBE (2007:28) citando HIRSCHMAN (1988), “o desenvolvimento,
depende não tanto da combinação óptima de recursos mas sim, os factores de produção
como de fazer aflorar e mobilizar recursos e capacidades escondidas, dispersas ou mal
utilizadas’’ em outras palavras ‘’ não há territórios condenados, mas apenas territórios
sem projectos”

Posto isto e em função do tema nos indagamos sobre Como a Universidade


Pedagógica, Delegação de Maxixe, tem Participado no Desenvolvimento Local das
Comunidade em que está inserida?

Trata-se, neste sentido, ver, no âmbito de Ensino, Pesquisa e Extensão, a forma como
é que a UP Maxixe é vista como parte da solução dos problemas de desenvolvimento local
e, ao mesmo tempo, fazer o levantamento das principais actividades que tem relevância
social para o desenvolvimento local.

1.5. Justificativa
Durante a minha estadia em algum bairro da cidade de Maputo como é o caso do
bairro da Polana Caniço B, Kamaxaquene, Central e Chamancúlo, notou-se um
distanciamento em termos práticos, no que tange á participação e promoção de actividades
ou projectos que visem o desenvolvimento da Comunidade local como forma de
desempenhar um papel efectivo da Universidade, preocupando-se apenas com a produção
de conhecimentos científicos. Ou seja, as universidades têm apenas o seu funcionamento
dentro dos murros universitários, não se fazendo sentir, desta forma, na vida das
comunidades em que estas instituições estão rodeadas.
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E durante as conversas com estudantes e docentes de algumas universidades e os


moradores de vários bairros/comunidades em que tem em funcionamento uma ou mais
universidades, constatou-se por um lado, o desconhecimento da existência de universidade
em seu redor e por outro lado para os que sabem da existência não sentem o impacto de
forma directa devido a falta de projecto ou actividades da mesma dentro da sua comunidade,
dai que, urge compreender até que ponto a universidade é necessária para as comunidades?
Com base nisso e ciente de que a universidade não só deve formar o Homem do ponto de
vista científico, mas também deve ajudar as pessoas a melhorarem as suas vidas,
promovendo acções socioeconómicas como a saúde, educação, sexualidade, cidadania,
projectos de sustentabilidade económica, promoção cultural, entre outras, que não só fazem
parte da suas funções mas também, trata-se de uma obrigação moral de qualquer
organização socialmente responsável.

Assim, surgiu o interesse em estudar ou analisar como a UP-Maxixe (UniSaF)


cumpre esse papel e dever moral que as universidades têm para com as comunidades locais.

Por um lado, esta pesquisa será importante na medida em que promoverá as acções da UP-
Maxixe (UniSaF) no concernente a suas actividades em prol do melhoramento da vida das
populações que vivem dentro das comunidades em que a universidade está inserida. Por
outro lado, pensamos que os resultados deste estudo vão ajudar a comunidade universitária
a agir de forma responsável do ponto de vista social. Enquanto isso, consideramos que a
pesquisa vai ajudar a perceber de forma profunda a actuação da delegação da universidade
em Maxixe no que tange a participação e a promoção de projectos que podem melhorar a
vida da comunidade local. Dependendo dos resultados e da experiência, será do interesse
geral. O estudo permitirá identificar as potencialidades existentes em Maxixe para que a UP
Maxixe/UniSaF tenha mais papel interventivo no desenvolvimento local, quer pelo ensino
e pesquisa, mas sobre tudo através da extensão universitária. E as boas práticas poderão ser
usadas como exemplos para outras delegações no sentido de potencializar a experiencia da
UP-Maxixe para o melhoramento das suas práticas inerentes a extensão universitária.

1.6. Objectivos

1.6.1 Objectivo Geral


 Analisar a participação da Universidade Pedagógica no desenvolvimento da
comunidade local;
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1.6.2 Objectivos Específicos


 Identificar as principais áreas da actuação da Universidade Pedagógica, Delegação
da Maxixe/ UniSaF no desenvolvimento da comunidade local;
 Descrever actividades ou projectos que a Universidade Pedagógica, Delegação da
Maxixe/UniSaF promove ou participa em prol do desenvolvimento da comunidade
local;
 Avaliar o impacto da participação da Universidade Pedagógica-Maxixe/UniSaF no
desenvolvimento da comunidade local;
 Identificar potencialidades locais para maior e melhor intervenção da UP-Maxixe no
desenvolvimento local.

1.7. Hipóteses

De acordo com ANDRADE (2007, p.131), hipótese é uma solução provisória que se
propõe para o problema formulado. Trata-se de solução provisória porque o
desenvolvimento da pesquisa determinará sua validade: pode ser confirmada ou refutada.

Hipótese: é uma proposição enunciada para responder tentativamente a um problema


(PARDINAS citado por LAKATOS E MARKON. 1992:123).

Com isso, são propostas as seguintes hipóteses para a pesquisa:


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H1: O excesso da carga horária dos docentes, limita a intervenção dos mesmos na
participação em actividades de extensão universitária que visam o desenvolvimento da
comunidade local;

H2: A insuficiência dos recursos, dificulta a participação dos estudantes e docentes


em actividades de extensão universitária que visam o desenvolvimento da comunidade
local;

H3: A não conversão das actividades de extensão universitária em créditos


académicos desmotiva a participação dos estudantes nas acções de extensão universitária
que visam o desenvolvimento da comunidade local;

H4: A realização de pesquisas para obtenção dos graus de pós-graduação (Mestrados


e Doutoramentos), é a razão da participação dos docentes em actividades de extensão
universitária que visam o desenvolvimento da comunidade local.

1.8. Descrição da Estrutura do Trabalho

O presente trabalho está organizada da seguinte forma: para além da parte


introdutória, onde se faz conhecer a delimitação do tema os objectivos do trabalho, a
justificativa para a escolha do tema e as hipóteses, apresenta quatro capítulos onde o
primeiro aborda a revisão da Literatura, trata-se da síntese das consultas bibliográficas dos
principais aspectos envolvidos no processo relativo ao tema.

O segundo capítulo é relativas as metodologias, dedicado a escolha do tipo de


pesquisa, dos instrumentos e técnicas de recolha de dados, materiais e procedimentos
adaptados para a recolha e processamento de dados, do tempo de duração do processo e dos
custos envolvidos.

O terceiro capítulo será dedicado aos resultados da pesquisa e a discussão dos


mesmos onde far-se-á a análise dos resultados.

Por fim o último capítulo referirá as conclusões e sugestões do trabalho baseadas na


análise feita aos resultados da pesquisa.
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Capítulo I

2.Fundamentação teórica

2.1. Definição de Conceitos


No decurso deste trabalho observar-se-á o uso frequente de alguns termos que são
considerados mais incidentes para o tema em abordagem, a ser isso verdade passa-se a
apresentar seus conceitos.

Universidade: é uma instituição de ensino superior que engloba diversas faculdades


e Institutos em diferentes áreas do conhecimento que realizam actividades de ensino
(graduação e pós-graduação), pesquisa (linhas de pesquisa podendo desenvolver novos
produtos e serviços para com a comunidade universitária ou não, assim como cursos não
superiores, serviços de hospitais, palestras arte, desporto etc. (CHARLE & VERGER,
1996:33)
12

Instituto superior: é uma instituição do ensino superior que realiza actividades de


ensino em uma única área ou curso mas que realiza as suas actividades de forma integrada:
ensino, pesquisa e extensão. (Idem)

Entre essas duas definições, podemos constatar que existem uma relação na medida
em que as duas exercem de forma integrada o ensino, a pesquisa e extensão. Escola
Superior ou Faculdade: trata-se de uma instituição do ensino superior que realiza
actividades de ensino em uma única área ou curso () Ex: Faculdade de Ciências social e
Humanas (SANTOS, 2001: 56).

2.2. História e Concepções das Universidades


As primeiras universidades surgiram em Bolonha, no início do século XII, onde
existiam escolas privadas e independentes, bem como pequenas societates. (CHARLE &
VERGER, 1996:31).
Nesse período ocorreu uma mudança muito importante. Os estudantes começaram a
se reagrupar de acordo com sua origem geográfica, constituindo desse modo às conhecidas
”nações”, que pouco a pouco se tornaram “universidades”, havendo inclusive eleição para
reitor anualmente. Houve oposição a essa situação por parte da comuna, no entanto com a
aprovação do papa, as constituições de universidades estudantis, foram reconhecidas
oficialmente, inclusive com alguns privilégios. As primeiras instituições universitárias não
seguiram um modelo único. (Idem)

2.2.1 As Universidades na Idade Média


Na região norte da Europa (Paris, Oxford) tinha-se universidades formadas por
associações de mestres, onde as disciplinas dominantes eram as artes liberais e a teologia.
Os alunos eram em sua maioria muito jovens. Já nas regiões mediterrâneas as associações
eram de estudantes, sendo o direito e medicina as principais disciplinas ensinadas. Os alunos
possuíam idade mais avançada em relação aos da região norte e possuíam também um nível
social mais elevado. (SANTOS, 2001: 53).
Podem-se identificar características comuns aos dois modelos de instituição universitária.
Entre elas estão: Estabelecimento de estatutos; representantes eleitos; auxílio mútuo;
secularidade de protecção diante das ameaças possíveis da população e das autoridades
locais; regulamentação do exercício autónomo da actividade. A saída do quadro diocesano,
ou seja, a plena liberdade de ensino também era comum aos dois modelos. (Idem)
13

“Segundo CHARLE & VERGER, (1996:39) “Nos séculos XIV e XV as


universidades se proliferaram. No entanto, a fundação de uma nova universidade
dependia de decisão política. Os príncipes ou as cidades decidiam, e em
concordância com o papado à autorização era concedida. Caracteriza-se nesse
período o início do interesse por parte das cidades e dos Estados em controlar as
universidades, impondo restrições ao exercício da liberdade e privilégios que
possuíam. Já submissas, passaram a ministrar um ensino ortodoxo, tendo como
finalidade a formação de futuras elites locais contribuindo para a ordem social e
política estabelecida” (CHARLE & VERGER, 1996:40).
A multiplicação das universidades se espalhou por toda a Europa estendendo-se
também para as colónias americanas, tendo sempre como modelo as instituições mais
antigas. Algumas grandes cidades provavelmente por desconfiança do governo e das elites
burguesas ficaram fora dessa expansão. Essa multiplicação pode ser explicada pela
emergência dos Estados Nacionais, ou na Alemanha e na Itália, dos principados territoriais.
O grande cisma religioso provocado pela Reforma, também foi um factor para que as quatro
(04) universidades se multiplicassem e a partir dele tanto protestantes quanto católicos
passaram a estabelecer uma rede própria de ensino. (SANTOS, 2001:58).
A evolução institucional das universidades se caracterizou principalmente pelo
controle cada vez mais rigoroso exercido sobre elas pelos poderes políticos. O crescimento
dos estudos superiores na Europa contribuiu significativamente para formatar o contexto
social e intelectual do qual a Revolução Francesa teve início. (Idem)
As universidades se nacionalizaram ou até mesmo atenderam a uma regionalização.
Em alguns países, entre eles, Inglaterra, França, Alemanha, União Soviética e os Estados
Unidos, foram idealizadas concepções de universidade, as quais se identificaram com a
sociedade ou com o governo na qual foi desenvolvida. (Ibid: 59).
Na Inglaterra, a aspiração do indivíduo ao saber foi à base da concepção da
universidade, sendo esta, lugar de ensino do saber universal e tendo como objectivos a
difusão e a extensão desse saber. A formação do indivíduo visava tanto à perfeição
intelectual quanto sua formação moral, caracterizando-se assim uma formação humanística.
A relação pedagógica entre os alunos e seus “tutors” acontece através de reuniões semanais.
No modelo inglês, segundo DRÉZE & DEBELLE (1983, p.43):
“A Universidade é antes de tudo, um centro de educação; centro mais que instituição, de
educação antes que de pesquisa; esse meio é de preferência residencial, a educação de
preferência “liberal e geral”.
14

A concepção de universidade proposta na Alemanha por K.JASPERS, um dos


representantes intelectuais das ideias concebidas por WILHELM VON HUMBOLDT na
primeira década do século XIX, tem como finalidade a aspiração da humanidade à verdade.
(SANTOS, 2001:61).
A Universidade é local de descoberta da verdade e do reconhecimento da
necessidade da pesquisa científica. Os estudantes formam-se num ambiente de pesquisa e o
ensino verdadeiro é privilégio do pesquisador. (CHARLE & VERGER, 1996:58).
Na concepção francesa ou napoleónica, a educação é fortemente centralizada e dada
pelo Estado. O ensino universitário tem como função conservar a ordem social e assegurar
o ensino profissional. Tais características provêm da universidade imperial, que elabora e
dirige a execução do plano relativo ao ensino. A uniformidade não se dá apenas pela
subordinação das universidades a uma administração, mas também por conta de todos os
estudantes de todas as universidades serem candidatos aos mesmos concursos, obedecendo
a um mesmo programa nacional pré-estabelecido.
Assegurar através do diploma universitário uma etapa na ascensão social, também é
uma característica do modelo napoleónico e apesar das alterações sofridas pela universidade
em toda sua história, essa secularidade ainda é evidente. (Idem)
A pesquisa acontece fora do domínio universitário. Ocorre em estabelecimentos
conhecidos sob diversas denominações – Escolas Politécnicas, Escolas Normal Superior,
Escola de Altos Estudos, Escolas nacionais de Engenheiros (Idem) .
Não foi só na Europa que surgiu novos modelos de universidade. Nos Estados
Unidos, o anseio da sociedade pelo progresso dá origem a um modelo de universidade onde
cultura e ciências convergem na acção. A inteligência deve ser útil. A simbiose da pesquisa
e do ensino provém do trabalho em conjunto entre a juventude imaginativa e a experiência
dos docentes. A educação universitária esclarece as ideias gerais e estuda sua aplicação a
casos concretos (SANTOS, 2001:62).
Um dos questionamentos surgidos na implantação desse modelo é: a universidade é
local de difusão do progresso ou local de educação permanente dos adultos? (Idem).
Na União Soviética a doutrina do marxismo-leninismo define a finalidade das
universidades e colégios e fundamentam a concepção geral do ensino superior neste país,
reafirmando dessa forma o papel do mesmo como factor estratégico na construção e na
transformação da sociedade. Como princípio fundamental está o ensinamento ao estudante
que deve sempre continuar buscando o aperfeiçoamento, sua verificação e aplicação. Existe
a preocupação em assegurar uma ligação entre a escola e a vida. Para isso, formam-se
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especialistas, seleccionados de forma a fazerem parte de uma elite, em função das


necessidades da economia nacional, (CHARLE & VERGER, 1996:40).

As concepções descritas anteriormente serviram de modelo para a estruturação das


universidades em todo o resto do mundo (CHARLE & VERGER, 1996:39).

Desde então o que se viu foram reformas, no sentido de transformá-las em uma instituição
que pudesse de facto exercer as funções que a sociedade lhe atribui. As reformas que se
aplicam às instituições universitárias não devem ser interrompidas e nem finalizadas, pois
a constante mutação da sociedade requer esta dinâmica, sempre que necessário, para que
efectivamente proporcionem um bom desempenho das instituições. (Idem).
Portanto essa evolução e expansão das universidades abrangiu todos os continentes
como a Ásia e África entre outros.

2.2.2. Universidades em África


O ensino superior em África é referido que surge no norte do continente,
nomeadamente em Marrocos (Universidade Karneein na cidade de Fez) e no Egipto
(Universidade Al-Azhar, na cidade de Cairo) nos séculos IX e X respectivamente.
(RODNEY) citado por (TAIMO, 2010:77).
Com a presença colonial, os países que foram dominados por Inglaterra,
maioritariamente as instituições de ensino superior tiveram base em instituições
educacionais de ensino secundário oriundas das igrejas e os países da colonização francesa
e belga tiveram o mesmo caminho, (TAIMO 2010:78).

2.2.3.Historial do Ensino superior em Moçambique


Em Moçambique, a história do ensino superior é marcada pelo surgimento da
Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane que existe desde 1971 e
funcionava no 3º Andar do edifício da Reitoria, actualmente funciona no Campus
Universitário da UEM, (TAIMO, 2010:79).
Com o crescimento da população estudantil no Ensino Superior é publicado em 1991
o diploma ministerial que institui os exames de admissão ao Ensino Superior, e em 1993 é
aprovado pela assembleia popular a lei do ensino superior, criando assim o quadro legal
para a aprovação dos estatutos Orgânicos de cada instituição (DO ROSÁRIO 2013:7.CP)
16

Em 1987, com a introdução da economia de mercado criou-se um sector privado no


Ensino Superior, foi deste modo que se começou a criar as instituições privadas. A primeira
instituição privada foi designada como Universidade católica de Moçambique. (Do
ROSÁRIO, 2013:7.cp).

2.2.4. Universidade Pedagógica de Moçambique/Instituto Superior Pedagógico


Em 1985 foi criado por despacho Ministerial nº 73/85 do Ministério da Educação
o Instituto Superior Pedagógico (ISP) pelas necessidades de elevação do nível de entrada
dos estudantes e do aumento de duração dos cursos, para além de que, dado o seu tamanho,
ela se tornaria incomportável dentro da UEM. Em 1995, o ISP foi transformado em
Universidade Pedagógica, estabelecendo-se assim a segunda universidade pública do país e
de seguida surgiram outras como o Instituto de Relações Internacionais (ISRI) entre outras.

2.2.5.A Universidade Pedagógica Delegação Sagrada Família da (UP-Maxixe, UniSaF)


Surgiu da parceria entre a Universidade Pedagógica de Moçambique e a
Congregação da Sagrada Família, vocacionada para a formação de professores. Criada em
2006, apesar da sua vocação inicial para a formação de professores, a UP-
Maxixe/UniSaFabraçou um projecto formativo que abraça outras áreas, como é o caso
da Faculdade de direito , em funcionamento desde o ano académico 2013 .

UniversidadePedagógica - Maxixe

UniSaF

2.3. Objectivos da Universidade


Os objectivos da universidade são múltiplos, mais vão as seguir, consignados os que se
afiguram mais prementes (NÉRCI, 1993: 41):

 Formar profissional do nível superior, que sabe da sua actuação e que tem
capacidades, de avaliar as consequências de seus actos teórica e eticamente,
(NÉRCI, 1993: 41)
 Formar pesquisador, um indivíduo em busca contínua de aprofundamento no seu
campo de acção para esta cada vez mais próximo da verdade portanto, desenvolver
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a mentalidade científica actuante, devido a crença no princípio de causa e efeito,


(NÉRCI, 1993: 41).
 Formar a criatura humana capaz de reflectir com mais profundidade sobre os
problemas da sua especialidade e sobre os problemas da natureza, social, cultural,
económica etc, (NÉRCI, 1993: 41).
 Orientar para a prática dos conhecimentos obtidos pela pesquisa pura (tecnologia),
portanto uma das obrigações da Universidade é promover o desenvolvimento e a
independência nacionais por meio de pesquisa aplicada, criadora da tecnologia
(NÉRCI, 1993: 41).
 Orientar para estudos regionais, nacionais e universais, por isso, a Universidade deve
inspirar-se no local/regional, subir ao universal e depois voltar para prestar serviços
ao regional encaminhando-se para o nacional, e na medida do possível para o
universal, (NÉRCI, 1993: 41).
 Estimular estudos que possibilitem melhor compreender o homem e a sociedade, a
fim de encaminhar para uma vida melhor, mais ajustada a realidade humana e as
possibilidades do meio, (NÉRCI, 1993: 41).
 Formar líderes democráticos para as diversas áreas das acções humanas, (NÉRCI,
1993: 41)
 Incentivar a cultura nacional e universal, (NÉRCI, 1993: 41).
 Prever os problemas do futuro, como forma de serem evitadas situações negativas
para a vida do cidadão e da sociedade (prospecção para o futuro), (NÉRCI, 1993:
41) e;
 Atenção maior para com o estudante, por meio de tutória ou outra forma de
aproximação com o mesmo, afim de melhor conhece-lo para melhor orientá-lo a
decidir-se em função das suas reais possibilidades e interesses como: o exercício
profissional, pesquisa pura e aplicada e magistério (Ibid.43).

Segundo SANTOS (2001:112), a Universidade tem muito a oferecer à sociedade


civil neste momento histórico em que estamos construindo um processo político
participativo, o processo legislativo assegurar instrumentos legais para a participação
popular.

Portanto compreende-se que a universidade tem e deve ter a visão de criar, promover
e desenvolver actividades diversificadas em prol do melhoramento da vida da sociedade.
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2.4.Compromissos da Universidade
Os três grandes compromissos da Universidade são: Ensino, Pesquisa e extensão
(NÉRCI:1993).

Ensino: A universidade deve proporcionar ensino eficiente nos campos científico,


humanístico e profissional, com predominância de um desses campos, é claro, conforme a
área de especialização para que esteja voltado, sem separações radicais entre estas três áreas;

Pesquisa: a pesquisa propiciada pela Universidade deve estender-se a todos os


cursos ou áreas de estudo, em algumas áreas com mais e outras com menos intensidade (Id).

Portanto em todos os cursos do ensino superior, deveria ser ministrada uma


preparação básica em pesquisa considerando que em todas áreas, há problemas que precisam
de soluções consequentes da pesquisa, porque esta, fornece meios para a busca de
explicações para essas possíveis dúvidas.

A formação em pesquisa propiciaria a atenderia três modalidades de pesquisa que são:


pesquisa pura, pesquisa aplicada e pesquisa futurológica.

a) Pesquisa pura: serve para compreender uma determinada realidade e é mais


realizada nas ciências puras.
b) Pesquisa aplicada: constitui a tecnologia e que se traduz na aplicação prática das
verdades descobertas pela pesquisa pura, visando a atender a necessidade de
sobrevivência, crescimento e lazer da criatura humana isoladamente ou em
comunidade.
c) Pesquisa futurológica ou pesquisa de adaptação: estuda as mudanças que se
fizeram necessárias, em função de alterações de necessidades e surgimento de outras
que a criatura humana individualmente ou em grupo venha a sofrer devido a
alterações, também na realidade sócio-fisico cultural que venha a ocorrer. Ajuda a
prevenir possíveis males para a humanidade e para a própria natureza.

Assim, é dever da universidade actuar u vocacionar-se para estas três modalidades


de pesquisa.

Extensão Universitária: consiste no compromisso da universidade em estender as


suas acções `a sua comunidade, visando `a prestação de serviços, de divulgação de dados
de actualização, de assistência, de acompanhamento, de previsão, etc. (NÉRECI, 1993: 44).
19

Em verdade, a função de extensão é necessária para a comunidade, na medida em que


melhor conhece e tenta resolver ou minorar as suas dificuldades como também para resolver
novas verdades e novas perspectivas para a comunidade. Assim ter-se-ia a universidade
prestando serviços a comunidade próxima por um lado, e por outro lado é necessária para a
universidade na medida em que tornaria uma oportunidade as práticas dos estudantes e
docentes enriquecendo o seu desempenho colocando o estudante em situação concreta da
futura realidade profissional. (Idem).

Actualmente muitos autores propõem que os institutos politécnicos também podem


ser chamados de universidade.

Para o nosso de estudo, propomos que se entenda a universidade como, todas


instituições que fornecem o ensino superior.

2.5. Alguns princípios da Extensão Universitária, formulados a partir do documento


de Política de Extensão Universitária (JOÃO et all citando. FORPROEX, 2012, p.21-22).
 A Universidade... deve ser sensível aos problemas e apelos da sociedade, sejam os
expressos pelos grupos sociais com os quais interage, sejam aqueles definidos ou
apreendidos por meio de suas actividades próprias de Ensino, Pesquisa e Extensão;
 A acção cidadã das Universidades não pode prescindir da efectiva difusão e
democratização dos saberes nelas produzidos, de tal forma que as populações, cujos
problemas se tornam objecto da pesquisa académica, sejam também consideradas
sujeito desse conhecimento, tendo, portanto, pleno direito de acesso às informações
resultantes dessas pesquisas;
 A prestação de serviços deve ser produto de interesse académico, científico,
filosófico, tecnológico e artístico do Ensino, Pesquisa e Extensão, devendo ser
encarada como um trabalho social... que visem à transformação social.
O desejo da Extensão Universitária é que tenhamos certamente uma Universidade
voltada à “Pertinência Social”, pois este Modelo Académico visualiza o mesmo
objectivo da extensão, ou seja formar cidadãos críticos, encorajados a entenderem
os fenómenos situados num complexo contexto social, socializando/partilhando
com a comunidade externa conhecimentos adquiridos na Universidade, onde os
projectos de extensão são vistos como possíveis espaços de educação crítica para a
cidadania e onde é possível desenvolver a praxis, entendida não somente como
intervenção na realidade, mas como intervenção reflectida teoricamente.
(QUIMELLI, citado por JOÃO et all:5).
20

Entenda-se pertinência social como sendo a “participação na busca de solução para


os problemas principais da comunidade onde [a Universidade] está inserida...” (Dias,
2001, p. 1).

2.6. Identificação de prioridades na comunidade


Portanto como é óbvio existem muitas situações que ocorrem na comunidade que nos
remete a dúvidas sobre o que é prioridade?
Muitas vezes as áreas são seleccionadas sem o estabelecimento de critérios claros, mas
na onda da oportunidade e também do acaso. O critério conhecimento / preferência pessoal
muitas vezes acaba prevalecendo nesta periodização. Em outras palavras, o que define
aquela comunidade (município e/ou bairro) para o projecto extensionista acaba sendo os
interesses frente aos conhecimentos, a proximidade e as preferências pessoais dos possíveis
executores.
Contudo é necessário antes de mais responder as seguintes questões: quais são estas
demandas sociais? Quem se beneficia e / ou quem perde nesses processos de escolha?
O estabelecimento de uma Política de Extensão da Universidade poderia consolidar,
princípios, critérios e indicadores de demanda para selecção de projectos extensionistas,
fornecendo uma base clara e credível. Isto porque, não é possível a qualquer Coordenação
de Extensão abarcar todas as acções demandadas pela sociedade, sob pena de cair-se em um
activismo desmesurado e não reflexivo.
Neste contexto, o papel do departamento de Extensão ou Coordenação de Extensão
dentro de uma Universidade constitui-se em ponto nevrálgico da extensão social realizada
pela Universidade, sendo de capital importância, tanto na estrutura da Universidade quanto
para a sociedade que interage.
“Os responsáveis de Extensão ou órgãos similares teriam sua existência vinculada a
uma acção táctica de articulação, sensibilização e coordenação, no contexto estratégico de
construção processual da abertura e do confronto universidade-sociedade.” (NOGUERIA,
2000:23).
Portanto é necessário aliar a extensão a pesquisa, deve-se realizar investigações
serias nas comunidades de forma a apurar as reais necessidades da comunidade em
conformidade com as capacidades e anseios que a universidade possui.
Pensar e organizar esta acção extensionista, estruturando-a com uma equipe
capacitada, qualitativa e quantitativamente suficiente parece ser ponto essencial se
realmente se quer desenvolver uma extensão social qualificada.
21

Note-se bem, entretanto, que o papel deste profissional não se constitui em


simplesmente apoiar administrativamente os projectos, mas possui essencialmente
Aproximar esta acção enquanto currículo também se faz necessário. Pode-se pensar uma
equipe um carácter técnico-pedagógico:
 Coordenando;
 Articulando;
 Planejando;
Efectivando os contactos pertinentes aos projectos, executando e avaliando as acções
realizadas.

2.7. Limitações do funcionamento das universidades


Segundo NÉRCI, (1993:45) a universidade apresenta uma série de deficiências,
conforme se segue abaixo:
a) Ensino Muito académico: mais preocupado em erudição detalhes do que com a
funcionalidade dos conhecimentos.
b) Maior preocupação em transmitir conhecimentos: do que incentivar a procura
dos mesmos ao invés de desenvolver o espírito de pesquisa dos estudantes.
c) Dissintonia com a realidade nacional: pelo que a universidade devia se concentrar
no nacional e no regional.
d) Mal aparelhado para a pesquisa: a falha se revela através da falta de preparação
dos doentes, falta de bibliotecas e instalações adequadas e falta de tempo para
encontros entre os docentes e discentes o que podia permitir uma aproximação entre
ambos.
e) Ensino mais teórico do que prático: divorciado assim da aplicação e da acção
objectiva que tanto auxilia na compreensão e fixação da aprendizagem.
f) Deficiente preparo didáctico dos docentes: o que tem como consequência a má
formação do quadro superior.
g) Retorno didáctico: que consistiria em estimular os recém-graduados a retornarem
`a universidade em pessoas ou por escrito relatando as dificuldades encontradas no
inicio das suas carreiras profissionais assim como as deficiência de preparação que
enfrentaram isso ajudaria nas reformas curriculares, programas, estágios bem como
procedimentos didácticos que auxiliassem a melhorar a formação de futuros
profissionais.
22

2.8.Desenvolvimento
O conceito de desenvolvimento, é relativamente recente (pós-guerras mundiais), e
não há uma definição universalmente aceite, pós ainda se encontra em fase de criação.
(GUAMBE, 2007:26).

Segundo a ONU citada por Gómes et all, (2007:8), o desenvolvimento é um


processo global económico, social, cultural e político que tende para a melhoria constante
do bem-estar de toda a população e de todos os indivíduos com base na sua participação
activa livre e significativa no próprio desenvolvimento e na distribuição justa dos benefícios
que dele deriva.

O desenvolvimento é o processo de acumulação de capital e incorporação de


progresso técnico ao trabalho e ao capital que leva ao aumento da produtividade, dos
salários, e do padrão médio de vida da população. A medida mais geral de desenvolvimento
económico é a do aumento da renda por habitante porque esta mede aproximadamente o
aumento geral da produtividade (Pereira, 2008:1).

Segundo SCHUMPER citado por PEREIRA (2008:3), desenvolvimento implica


mudanças estruturais e institucionais, em que existe uma contradição que rejeita a
identificação do desenvolvimento económico.
Para DE ARAÚJO & TÉOPHILO (2012:1):
“O desenvolvimento pressupõe uma transformação da realidade, a busca pelo bem-
estar, pela melhoria nas condições de vida. Aspectos económicos, políticos,
culturais, sociais, dentre outros, estão presentes nessa reflexão, colaborando para a
construção conceitual dessa temática. No entanto, a sua trajectória veio ganhando
novas dimensões, que se relacionam entre si, ampliando a liberdade do ser humano,
significando a capacidade de fazer escolhas”.
De acordo com SACHS, (2004), o Desenvolvimento pretende habilitar cada ser
humano a manifestar potencialidades, talentos e imaginação, na procura da auto-realização
e da felicidade, mediante empreendimentos individuais e colectivos, numa combinação de
trabalho autónomo e heterónimo e de tempo dedicado a actividades não produtivas.
A boa sociedade é aquela que maximiza essas oportunidades, enquanto cria,
simultaneamente, um ambiente de convivência e, em última instância, condições para a
produção de meios de existência viáveis, suprindo as necessidades materiais básicas da vida
comida, abrigo, roupas – numa variedade de formas e de cenários – famílias, parentela,
redes, comunidades.
23

Portanto mais do que a existência ou o crescimento económico das comunidades em


termos das infra-estruturas, instituições sociais, económicas, esse crescimento deve ser
revertido para a vida de cada cidadão e para além do disso, o desenvolvimento também deve
significar a mudança de mentalidade, a consciência dos valores sociais, como o respeito ao
próximo, o sentido de cidadania, a participação da sociedade nos processos de tomada de
decisão, a escolarização etc.,

2.8.1. Características do Desenvolvimento


a) Garantia da sustentabilidade: compreensão conjunta do processo em todas as
suas dimensões fundamentais (económica, social, política e ambiental) (CASAROTTO
FILHO & Pires) citados por (DUNIAK, 2002:35);
b) Visão de longo prazo: análise e planeamento operativo, com ampla visão
temporal e capacidade de análise e identificação das prioridades imediatas e futuras (idem).
c) Descentralização e participação social: revisão do papel institucional da
administração e da representatividade social e os necessários mecanismos que garantam a
adesão social (relevância do papel do poder instituído como catalisador das iniciativas
sociais, sejam estas privadas ou comunitárias, além do planeamento participativo do esforço
de implementação). Idem.

2.8.2.Desenvolvimento sustentável
(SCHARF, 2004, p.19).) , O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu durante a
Comissão de Brundtland, na década de 1980, onde foi elaborado o relatório Our Commom
Future, quando a primeira-ministra norueguesa, Gro Harlem Brundtland, apresentou a
seguinte definição para o conceito:
“É a forma como as actuais gerações satisfazem as suas necessidades sem, no
entanto, comprometer a capacidade de gerações futuras satisfazerem as suas próprias
necessidades” (BRUNDTLAND, 1980) citada por (SCHARF, 2004, p.19).
Na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em
Estocolmo, em 1972, ressaltou-se que a questão ambiental havia se tornado cada vez mais
objecto de políticas socioeconómicas, em nível nacional ou internacional. Em 1987, a World
Commission on Environment and Development (WCED), definiu o desenvolvimento
sustentável que se tornaria clássica (BRUNTLAND, 1987), como sendo:
"Desenvolvimento económico e social que atenda as necessidades da
geração actual sem comprometer a habilidade das gerações futuras atender
a suas próprias necessidades."
24

Numa outra abordagem, considera-se que desenvolvimento Sustentável: é um


desenvolvimento que satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer a
capacidade das gerações futuras em satisfazer as suas. (GÓMES et all 2007: 8).
Significa que é um desenvolvimento que não altera os ecossistemas para além do
imprescindível, que preserve a vida de outros seres e a dos cenários que a torna possível em
toda a sua diversidade.
Por sua vez, RIVAS (1997:51), define o desenvolvimento sustentável como sendo
um processo de mudança contínua no qual a utilização dos recursos, a orientação da
evolução tecnológica e a modificação das instituições estão de acordo com o potencial actual
e futuro das necessidades humanas.
O mesmo autor defende que o desenvolvimento sustentável é comprometido com as
dimensões ecológicas, económicas, sociais e ética.
CAMARGO (2003) citado por ESTENDER & PITTA (s/d:5) outra definição para o
termo também apresentado na Comissão de BUNDTLAND:
“Em essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de
transformação no qual a exploração dos recursos, a direcção dos
investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança
institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim
de atender às necessidades e aspirações humanas”.

2.8.2.1 Pilares de desenvolvimento sustentável


a) Pilar Económico
De acordo com ELKINGTON (2001:77), na visão convencional, o pilar económico
se resume ao lucro da empresa/instituição, portanto para calculá-lo os contadores utilizam
apenas dados numéricos. A abordagem que será feita desse pilar, entretanto, requer uma
busca de sustentabilidade económica da empresa a longo prazo. E precisa entender como as
empresas avaliam se suas actividades são economicamente sustentáveis e isso passa
necessariamente pela compreensão do significado de capital económico.
Em uma visão simplista, ainda segundo o autor, o capital de uma empresa é a
diferença entre seus activos e suas obrigações e pode ser encontrado de duas formas
principais: capital físico e capital financeiro (ESTENDER & PITTA, S/d).
Ao avaliar este pilar, levando-se em consideração o conceito de DS, será preciso
incutir na ideia de capital económico, o capital humano e intelectual, conceitos que,
conforme ELKINGTON (2001), gradativamente foram incorporados ao entendimento de
25

capital económico, sem mencionar os conceitos de capital natural e social, que a longo prazo
passam a ser fundamentais para a avaliação deste pilar.

b) O Pilar Social
O que é pensado por esses autores, é que, se o sistema social não estiver equalizador,
isto é, estiver progredindo como um todo, a questão ambiental e também a economia não
irão progredir de maneira desejada.
ELKINGTON (2001) trata dessa questão como “em parte ela (capital social)
considera o capital humano, na forma de saúde, habilidades e educação, mas também deve
abranger medidas mais amplas de saúde da sociedade e do potencial de criação de
riqueza”.FRANCIS FUKUYAMA, autor do livro Trust: the social virtudes and the criation
of prosperity, afirma que “o capital social é uma capacidade que surge da prevalência da
confiança em uma sociedade ou em partes dela”.
E, “capacidade de as pessoas trabalharem juntas, em grupos ou organizações, para
um objectivo comum”. Essa união da sociedade para tentar se desenvolver pode ser benéfica
para que os objectivos das acções sejam atingidos.
Ainda o autor menciona que se a sociedade trabalhar junta, em contacto com as
normas e regras, a obtenção do objectivo-resultados, será atingida de maneira mais facilitada
(Id.)
A sustentabilidade a longo prazo pode ser verificada através da relação entre os
membros da organização com os seus consumidores. Essa relação de transparência gera
maiores resultados para a organização, pois com a consciência adquirida pela sociedade
actual faz com que a relação entre ambos seja estreita e ainda aumente o anseio de as
empresas participarem cada vez mais de acções em prol social e assim aumentar a
capacidade de disseminar a desigualdade social, (ESTENDER & PITTA, s/d).
O próximo pilar a ser tratado será o ambiental, que se relaciona com a questão social e
também com a económica.
c) Pilar Ambiental
Segundo ELKINGTON (2001:81), quando se pensa na pobreza, na escravidão e no
trabalho infantil, pode-se considerar que as iniciativas sociais tenham uma história mais
ampla que as iniciativas ambientais. No entanto, o autor afirma que apesar de uma série de
interesses sobre a questão social e auditoria na década de 1970, a agenda ambiental deve
ganhar destaque naturalidade.
26

2.8.2.2.Indicadores da sustentabilidade do desenvolvimento


Ainda no entendimento de SCHARF, para que a empresa seja sustentável, é preciso
minimizar seus riscos, criando condições para um futuro mais estável, garantindo a
continuidade do negócio e o relacionamento amigável com a sociedade. A autora identifica
onze indicadores de sustentabilidade:
 Mantém uma perspectiva de rentabilidade económica no médio-longo prazo;
 Opera dentro da lei, sem passivos que possam gerar prejuízos inesperados;
 Minimiza sua dependência de recursos esgotáveis ou sujeito a escassez;
 Minimiza seus impactos sobre os recursos naturais e a Paisagem;
 Desenvolve produtos ou serviços que contribuem para o que é percebido pela
sociedade como um benefício social e ambiental;
 Estabelecer uma relação de respeito e minimiza o conflito com seus funcionários,
fornecedores, clientes, accionistas, e outros stakeholders – ou seja, os diversos
actores que têm interesses directos ou indirectos no empreendimento;
 Cultiva a eficiência no uso dos recursos renováveis e não-renováveis – com
investimentos em tecnologia avançada e soluções de longo prazo – assim como se
preocupa com os impactos de seus bens e serviços ao longo de todo o seu ciclo de
vida;
 Reduz os resíduos e recicla os materiais que descarta;
 Tem transparência na gestão independente de possuir capital aberto, promovendo
assim a confiança dos accionistas, investidores, fornecedores, clientes, etc;
 Evita o uso de formas de propaganda maliciosa que induzam o público a confundir
a verdadeira actuação da empresa com acções beneficentes que não influenciam sua
actuação;
 Relaciona-se com demandas de ordem global (o aquecimento do planeta ou o
surgimento de consumidores engajados em outros continentes e local a comunidade
que a sua actuação afecta).
Para a autora, o desenvolvimento sustentável se tornou imprescindível para a
sobrevivência das empresas e do próprio planeta Terra.
Por isso que seja qual for a entidade ou instituição que pretende realizar actividades
inerentes aos desenvolvimento, deve levar em consideração a realidade da comunidade e a
sustentabilidade desse projecto ou acção.
27

2.9. Comunidade
Entende-se a Comunidade como sendo: uma entidade social e espacial determinada
por um território e pelos seus habitantes, por uma estrutura social e códigos culturais
singulares (GÓMES et all, 2007:132).
Por sua vez, ANDER-EGG (1982:21) citado por GÓMES et all (2007:132), define a
comunidade como sendo uma unidade social cujo os membros participam de algum
interesse, elemento ou função comum, com coincidência de pertença, situados numa
determina área geográfica na qual a pluralidade de pessoas interagem mais intensamente
entre si do que noutro contexto.
Para FRANCISCO (2010:78), citando SOUZA (1999:67), é conjunto de grupos e subgrupos
de uma mesma classe social, que tem interesse e preocupações comuns sobre condições de
vivência no espaço residencial e que, dadas as condições fundamentais de existência,
tendem a ampliar continuamente o âmbito de repercussão dos seus interesses, preocupações
e enfrentamentos comuns.

KALINA E KOVADLOFF, citados por SOUZA (1999:59), concebem a comunidade como


uma organização cujos assuntos são do interesse colectivo.

As aglomerações humanas situadas numa dada base territorial constituem uma comunidade
na medida em que a organização do quotidiano leva à criação de canais particulares de
expressão, assim como cria relações que, de modo limitado, cumprem diversas funções. A
comunidade é o quotidiano dos indivíduos que partilham de condições sociais comuns e,
face a elas, organiza o seu ambiente de relações dentro de uma dinâmica própria.

2.9.1. Características da Comunidade


Para CARIDE (1997) citado por (GÓMES et all, 2007:132-133 ), defende que os
aspectos comuns que caracteriza uma comunidade são:
 Existência de um conjunto humano (população), que forma a estrutura social;
 O território que é um suporte geográfico da comunidade;
 Existência de Organizações sociais, que são entidades que agrupam e outorgam um
sentido de unidade a comunidade (família, igrejas, etc.);
 Existência de organizações económicas que é inerente `a vida de toda a
comunidade. Visa regular e organizar as relações de produção, distribuição e
utilização dos recursos materiais e sociais próprias da comunidade;
 Interacções estáveis interpessoais do grupo e sociais são uma exigência central para
a estruturação da comunidade;
28

 Consciência de pertença-te que existir um sentimento individual e colectivo de


participação e identidade que se fundamenta nas relações comunicativas, que
facilita a integração dos sujeitos no colectivo;
 Os interesses comuns constituem uma qualidade de toda a comunidade, dado que
pela convivência próxima, pelo cultivo de uma identidade comum e pela
delimitação da vida a um território e membros da comunidade são interdependentes;
 A fluidez na comunicação faz referência a essa capacidade, humana de
entendimento, através da utilização de uma linguagem compreensível, que serve de
meio para intercâmbio de ideias, a utilização comum dos significados e fluxo
adequado de mensagens como índices substantivas para a construção do sentido da
comunidade.

2.10.Desenvolvimento Local/Comunitário
A forma de intervenção social conhecida por Desenvolvimento Comunitário (DC ou
DL) foi consagrada em 1950 num documento das Nações Unidas intitulado O progresso
social através do Desenvolvimento Comunitário (SILVA, 1962).

De acordo com ANDER-EGG (1980), citado por CARMO (2001:4) o


Desenvolvimento Comunitário caracteriza-se como uma técnica social de promoção do
homem e de mobilização de recursos humanos e institucionais, mediante a participação
activa e democrática da população, no estudo, planeamento, e execução de programas ao
nível de comunidades de base, destinados a melhorar o seu nível de vida.

Por sua vez, BORJA citado por NHACOTA (2003:21), o Desenvolvimento Local
(DL) é entendido como um processo de desenvolvimento endógeno e descentralizado,
compatível com a reivindicação de diversidade, flexibilidade e participação activa da
sociedade na tomada de decisões e iniciativas em geral.

Na mesma linha, GÓMES et all (2007:8), nas comunidades ou no seio comunitário,


pode e deve transferir as suas iniciativas e realizações em nomes e rostos concretos
reivindicando e possibilitando a participação activa das pessoas nos processos de mudança
que se precisam e induzem para que cada um deles seja o sujeito da acção social e não
objecto.

Por sua vez, MASCAREÑAS (1996), citado por GÓMES et all, (2007:120) resume o
Desenvolvimento comunitário através das seguintes aspectos características:
29

 É um processo educativo destinado a conseguir mudanças qualitativas nas


atitudes e comportamento da povoação;
 É uma técnica de acção social. Portanto necessita de intervenção ou
colaboração de agentes com um certo grau de especialização;
 Dirige-se aquelas comunidades que se encontram em situações de
subdesenvolvimento (sociocultural ou económico) ou de insuficiente
utilização de recursos disponíveis;
 O seu objectivo primordial consiste na consecução do bem-estar social e,
consequentemente na melhoria da qualidade de vida da povoação ou
comunidade objecto da intervenção e;
 Requer a participação voluntaria, consciente e responsável dos indivíduos
na solução dos seus próprios problemas.
Em suma, desenvolvimento comunitário/local pode ser entendida como um processo de
melhoria das condições de vida de uma determinada comunidade.
Pelo que desenvolvimento comunitário é um processo humano dinâmico que se caracteriza
no tempo e espaço em que há participação e implicação dos elementos comunitários
fundamentais (a população, a administração local e os recursos técnicos, profissionais e
científicos existentes), enquanto protagonistas e destinatários do processo. (CAMARA
1999) citado por (GÓMES et all, 2007:122).
Quadro resumo do dos conceitos do desenvolvimento comunitário
Autores Termin Linhas definidoras
ologia
-Processo fundamentalmente Educativo.
Desenvolvi

Comunitári
Mascareña
Nogueiras

-Necessita da colaboração de agentes exteriores.


-Dirigido ao desenvolvimento económico, cultural e social da comunidade.
(1996)

mento

-Contribui para a melhoria do bem-estar e qualidade de vida da comunidade.


o
s

-Participação voluntaria, consciente e responsável dos indivíduos


- Contribui para a melhoria do bem-estar e a qualidade de vida da comunidade.
Caballo Candia (1997)

-Incentiva o desenvolvimento endógeno das potencialidades comunitárias.


-Equilíbrio entre opções de natureza qualitativa e quantitativa.
Desenvolvimento

-Iniciativa da própria comunidade.


Comunitário

-Intervenção exógena.
-Concretiza-se em situações de necessidade e social e marginalidade/deficit de
recursos.
-Exige a participação consciente e livre da povoação implicada

-Melhoria contínua das condições de vida.


Marchion (1999)

Desenvolviment

-Protagonismo dos elementos comunitários fundamentais (população, autoridades


o Comunitário

locais, recursos técnicos, profissionais e científicos).


- O uso equilibrado e coordenado dos recursos comunitários.
-Relações abertas e democráticas.
-Execução de um projecto colectivo.

-Motivação da participação comunitária.


Desenvolvim

Comunitário

-Consciencialização e conhecimento da realidade.


Rodriguez

-Formação comunitária: processo de acção-reflexão.


Cámara
(1999)

-Capacitação comunitária: desenho e desenvolvimento das estratégias.


Local
ento

-Organização para a mudança.


30

- Perspectiva social e humana.


-Executado por e para a comunidade.

Comunitário Local
-Parte das necessidades específicas.

Desenvolvimento
Participação active e determinada das comunidades.
Orduna (2000)

-Organização em grupos.
-Melhoria da qualidade de vida.
-Aproveitamento sustentável dos recursos.
-Optimização dos recursos.
-Ajuda exógena
- Técnica social de promoção do homem.
Desenvolvime
Carmo (2001)

Comunitário

-Mobilização de recursos humanos e institucionais.


-Participação activa e democrática da população.
Lcal
nto

-Destinados a melhorar o seu nível de vida.


Fonte: Adaptado em Gómes et all (2007:124)

A partir de conceitos acima apresentados, podemos definir o desenvolvimento


comunitário/local como um processo educativo que implica existência de pessoas externas
que possuem alguns conhecimentos específicos “especialistas”, que ajudam a mesma na
criação de planos e estratégias que implicam actividades inerentes a melhoria da qualidade
de vida dos membros da comunidade e que a mesma deve participar em todos passos desse
processo educativo.

Portanto, olhando para a universidade pedagógica de Maxixe-UniSaF, ela possui um


conjunto de conhecimentos em diversas áreas que podem satisfazer as
necessidades/problemas que a comunidade da Maxixe enfrenta e que através dos seus
docentes e estudante podem em colaboração com a comunidade criar projectos ou acções
que de certa forma pode ajudar esta comunidade a melhora a sua qualidade de vida.

2.10.1. Princípios do Desenvolvimento Local/Comunitário


CARMO (2001:6) defende que, ao longo do percurso descrito, foi emergindo um
conjunto de princípios que configuram todas as estratégias de Desenvolvimento
local/comunitário, ainda hoje, o sucesso do desenvolvimento local ou comunitário depende
dos mesmos que são:
a) Princípio das necessidades sentidas: que defende que todo o projecto de
desenvolvimento comunitário deve partir das necessidades sentidas pela população
e não apenas das necessidades consciencializadas pelos técnicos;
b) Princípio da participação; que afirma a necessidade do envolvimento profundo da
população no processo do seu próprio Desenvolvimento;
c) Princípio da cooperação: que refere como imperativo de eficácia a colaboração
entre sector público e privado nos projectos de Desenvolvimento Comunitário;
31

d) Princípio da auto-sustentação: que defende que os processos de mudança planeada


sejam equilibrados e sem rupturas, susceptíveis de manutenção pela população-alvo
e dotados de mecanismos que previnam efeitos perversos ocasionados pelas
alterações provocadas;
e) Princípio da universalidade: que afirma que um projecto só tem probabilidades de
êxito se tiver como alvo de Desenvolvimento uma dada população na sua
globalidade (e não apenas subgrupos dessa população) e como objectivo a alteração
profunda das condições que estão na base da situação de subdesenvolvimento.

2.10.2. Modelos de actuação para o desenvolvimento comunitário


Na década de oitenta JACK ROTHMAN (1987) propôs uma tipologia
particularmente útil de práticas de intervenção comunitária, recorrendo ao critério dos
estilos de intervenção, sugerindo a existência de três modelos:
Modelo de Desenvolvimento Local, caracterizado por uma intervenção muito
localizada (perspectiva micros social), orientada para o processo de criação de grupos de
auto-ajuda em que o interventor assume um papel facilitador com uma forte componente
socioeducativa;
Modelo de Planeamento Social caracterizado por uma intervenção de componente
meso e macro mais acentuada, voltada para a resolução de problemas concretos, (orientação
para o resultado) em que o interventor assume um papel de gestor de programas sociais;
Modelo de Acção Social caracterizado por uma intervenção de perspectiva integrada
(macro, meso, micro), orientada para a alteração dos sistemas de Poder em presença em que
o interventor assume um papel de activista, advogado do sistema-cliente e negociador,
aproximando-se da figura do militante; Nesse sentido, o nosso estudo centraliza-se no
primeiro modelo (desenvolvimento local), concretamente no município da Maxixe.
Para BORJA citado por NHACOTA (2003:22), uma estratégia de desenvolvimento
local, assenta sobre três pilares

(i) Uma estratégia global que borde de uma forma realista e coerente os principais
problemas que a comunidade enfrenta;
(ii) A mobilização da sociedade civil local em prol do desenvolvimento;
(iii) Concentração e o consenso entre os diferentes actores sociais, políticos,
económicos existentes nesse território.
32

2.10.3. Teorias do Desenvolvimento Local


CACHÓN (1990), traçou um quadro teórico sobre o desenvolvimento local
constituído por quatro (04) teorias denominadas de “vias” nomeadamente: via Norte, via
Este, via oeste e via Sul.

A primeira teoria ou a via Norte, da ênfase aos aspectos económicos no processo de


desenvolvimento local. Segundo a qual, o desenvolvimento económico só será possível
através dos mecanismos da economia local, pelo facto de partir do princípio de que a
sociedade civil esta suficientemente estruturada (CACHÓN, 1990).

Há que salientar que esta teoria tem o mérito de enfatizar aspectos económicos, que
neste caso seria equivalente dizer que o desenvolvimento das comunidades assentam nos
seus potenciais económicos, o que reduziria o fenómeno de desenvolvimento local apenas
aos aspectos económicos ignorando assim os restantes factores que em conjunto garantem
o desenvolvimento Local;

A segunda teoria ou via Este, enfatiza fundamentalmente aos aspectos de inovação


tecnológica, ora, por um lado esta via também torna insatisfaciente por acentuar
demasiadamente os aspectos tecnológicos. Por outro, esta teoria não se adequa a realidade
das comunidades moçambicanas incluindo a em estudo Município de Maxixe, pois
significaria um elevado nível de investimento financeiro acima das capacidades das
autoridades locais e até centrais. Idem.

A terceira teoria ou a via Oeste caracteriza-se pela prioridade dada aos aspectos
políticos directamente ligados ao desenvolvimento local, acentua-se aqui a formulação de
políticas de desenvolvimento local, quer localmente, quer a nível central, a formulação de
políticas de desenvolvimento poderia reflectir a interesses da população local, mas a nível
central, poderia não reflectir aos reais interesses da população em termos de
desenvolvimento. (Idem);

A quarta e a ultima ou a via Sul esta teoria, parece adequar-se mais ao nosso trabalho
pois, sem esquecer os aspectos económicos, políticos e de inovação tecnológica, realça em
especial o fortalecimento do tecido social, da sociedade civil a fim de favorecer o arranque
de estratégias de desenvolvimento local fruto de concentração e, portanto sustentáveis no
tempo (Idem).
33

Esta teoria tem o mérito de, para além de incluir os diversos factores enfatizados
pelas restantes teorias no desenvolvimento local, dar ênfase a necessidade de uma real e
efectiva participação comunitária nos processos de desenvolvimento.

A partir de um exame de várias experiencias em matéria de desenvolvimento local,


CACHÓN citado por NHACOTA (2003:27) evidencia a existência de certas chaves para o
êxito que se repete em todos os locais onde se escolheu o caminho participativo, ou seja
onde se ensaiou a utilização da denominada via Sul.

Podemos resumir tais chaves em algumas acções e temas a ter em conta e que têm
sido abordadas em diversas ocasiões por alguns autores:

- O papel dos Actores sociais cabe as estruturas locais criar um clima que favoreça a
participação e o envolvimento de todos os possíveis actores de desenvolvimento no
processo. As redes que se estabelecem nesta cooperação são a chave para consolidar um
tecido social económico, ou seja, para reflectir a colectividade em redor de um projecto de
desenvolvimento comum (Idem).

É conveniente envolver o maior número possível de actores porque estes podem


proporcionar informações e/ou apoio pessoal de carácter distinto pelo pode existir vários
níveis de participação e compromisso nessa cooperação.

CACHÓN citado por NHACOTA (2003:30) Dentre os actores devem participar no


processo de elaboração e implementação das estratégias de desenvolvimento local,
encontram-se:

 Todas as personalidades e estruturas politicam implantadas no território;


 Todos os agentes económicos (incluindo as redes de comércio formal e informal);
 Sector associativo (ONGs e Associações de nível central, regional e local);
 A população local que deve não apenas conhecer a estratégia de desenvolvimento
para a sua comunidade como também considera-la sua; e
 As redes de formação e ensino (pela capacidade no domínio da investigação e do
desenvolvimento, podem apresentar-se como agentes inovadores, formadores e
agentes directos do processo).

2.10.4. A Universidade como Factor de Desenvolvimento comunitário/Local


Por um lado as cidades, tal como, é o caso da Maxixe, a maior parte da circulação
de recursos financeiros feitas através dos pagamentos dos salários dos funcionários e
34

professores, somados à necessidade de obras, equipamentos e despesas de custo e


manutenção das instituições de ensino, são de grande importância para o meio
socioeconómico onde os campus universitários se encontram. (NHACOTA, 2003:41).
CARIDES e VERGAS citados por GÓMES et all, (2007:8) ao mostrar a relação entre a
educação e o desenvolvimento afirma que:
“Toda a prática pedagógica é uma acção a favor do desenvolvimento das pessoas
e grupos sociais, da mesma forma. Todo o processo de desenvolvimento é ou deveria
ser pela sua própria natureza um acto educativo, pois ao educar-se, ao educar ao
aprender e a partilhar conhecimentos, as pessoas estão a fomentar e a praticar uma
forma de interpretar e transformar o mundo de aceitar ou recusar um modelo de
vida e de desenvolvimento já que neles se pressupõem e até impõe uma determinada
forma de encarar a educação e, com ela determinados modos de imaginar o
desenvolvimento humano (CARIDES & VERGA, 2002) citados por GÓMES et all,
2007:8) ”.
Além disso, os gastos com estudantes que procedem de outras localidades também
fomentam as actividades locais, principalmente os serviços prestados e relacionados ao
meio académico, sendo que o número destes alunos oriundos de outras cidades tendem a
aumentar, conforme o aumento de vagas oferecidas pelas universidades. (Idem).
Estas condições constituem um conjunto de factores com um papel importante na
questão económica local, pois passa a exercer um “efeito dinamizador e multiplicador sobre
as actividades económicas locais” (BOVO, et all 1996, p.71).
Neste contexto, diversos serviços são acrescidos ao meio universitário, tais como, as
livrarias, actividades de lazer, restaurantes, bares e infra-estrutura de alojamento e transporte
entre outros, desencadeando um processo de desenvolvimento e geração de empregos,
principalmente próximo ao local onde se encontra inserida a universidade. De modo geral
cria uma forma extraordinária de atracção de diversidades culturais e de lazer.
Segundo SCHNEIDER (2002), tem-se na universidade, um importante atractivo
para o estabelecimento de novos investimentos no município, pois através desta instituição
de ensino recursos são injectados, ou através dos salários dos professores e funcionários, ou
através dos gastos dos alunos, sendo que estes recursos actuam no mercado como um
multiplicador, desencadeando efeitos para a economia da cidade.
Por outro lado porque o desenvolvimento é mais do que crescimento económico, dai
que no contexto actual, a universidade passou a ser uma organização com vinculação com
o sector produtivo, onde as necessidades socioeconómicas locais, regionais e até nacionais,
35

devem fazer parte dos objectivos destas instituições, pois são um espaço próprio para o
desenvolvimento e transferência de conhecimento e tecnologia gerados no meio académico
e nos laboratórios.
Como afirma BOVO, et all (1996), as Constituição de muitos países que as
universidades deverão obedecer ao princípio da não separação entre ensino, pesquisa e
extensão, significando que a universidade tem a função de pesquisar, atender aos anseios e
problemas da comunidade na qual se encontra inserida desde os económicos, sociais,
culturais entre outros, além do seu papel principal de formador de recursos humanos.
O mesmo autor afirma que um factor importante para o desenvolvimento da
capacidade competitiva de determinadas regiões e até de países tem sido o seu crescimento
económico e seu desenvolvimento social, advindo do melhoramento da educação. (Idem).

Mas do lado social, se olharmos a universidade como uma entidade educadora e


promotora da educação tanto formal, não formal assim como informalmente
compreendemos que ela proporciona instrumentos que melhora a convivência social e a
integração dos indivíduos na sociedade e na promoção da coesão social.

Essa ideia também é compartilhada por Paulo Freire (1996) ao afirmar que a
educação, "trata-se de aprender a ler a realidade (conhecê-la), não apenas para adaptar-se,
mas para poder recriá-la e transformá-la”. Em seu método de educação, a aprendizagem é o
meio para transformar a realidade, com consciência. Primeiro, o educando deve adquirir a
capacidade de “ler o mundo à sua volta”, para depois transformá-lo. É exactamente ao saber
“ler a realidade”, consciente de sua responsabilidade e de seu papel na sociedade.
Portanto a universidade como entidade educativa, ela proporciona uma melhor
integração, participação, cooperação, envolvimento etc., para o bem-estar da comunidade,
ou seja educar é dar uma segunda criação mais excelente d que a primeira (CERIOLLI,)
citado por FRANCO (2014:Cp).

Para que este processo seja continuo, é necessário que o ensino superior, através de
seus programas de ensino, tenham também uma função social, criando oportunidades para
o desenvolvimento intelectual dos académicos e, por consequência, gerando
desenvolvimento para a sociedade, permitindo o acesso a este conhecimento por parte da
sociedade (Idem).

O que significa que a medida em que a universidade pró move projectos dentro das
comunidades em prol do desenvolvimento destas, ao mesmo tempo da aos seus estudantes
36

as oportunidade de adquirirem mais conhecimentos e capacidades garantindo assim para


eles uma formação de qualidade e baseada em situações concretas. (CHARLE, 1996:45).
Ressalta-se aqui o aspecto qualitativo do ensino superior, e não o quantitativo, pois
se tem visto na nossa cidade, a abertura de um elevado número de faculdades e
universidades, com o argumento de transmitir conhecimento e favorecer o desenvolvimento
local e regional, o que muitas vezes não condiz com a realidade, sendo o objectivo destas
instituições somente a receita financeira como prestadora de serviços, ou seja, vendendo o
ensino, e as demais funções da universidade de ampliar o espectro de acção vinculado com
um compromisso social-econômico, fica num plano inferior. (Idem).

Por isso que as universidades devem desempenhar papéis importantes no


desenvolvimento socioeconómico nacional, contribuindo para o desenvolvimento,
cidadania e melhoria da qualidade de vida.
Porém Para Valá (1998), a Participação Comunitária: é um processo segundo o qual os
membros de uma determinada comunidade participam de forma activa e organizada na
identificação e análise dos seus problemas; buscam conjuntamente soluções alternativas dos
seus problemas; mobilizam recursos para a realização de intervenção de desenvolvimento
assim como participam na monitoria e avaliação das mesmas

2.11. O Capital Humano


Capital humano: é o conjunto de capacidades, conhecimentos, competências e
atributos de personalidade que favorecem a realização de trabalho de modo a produzir valor
económico. (ALVES, 2005).
Segundo SOUZA (1999), São os atributos adquiridos por um trabalhador por meio
da educação, perícia e experiência. O capital humano é “o valor acumulado de
investimentos em treinamento, competência e futuro de um funcionário. Também pode ser
descrito como competência do funcionário, capacidade de relacionamento e valores.” As
organizações também podem agregar valor ao seu capital humano, proporcionando
treinamento com o intuito de que possam trazer retorno com maior produtividade e menor
desperdício. (Idem).

2.11.1.Teoria do Capital Humano


CRAWFORD (1994), a origem desta está ligada ao surgimento da
disciplina Economia da Educação, nos Estados Unidos, em meados dos anos 1950.
Theodore W. Schultz, professor do departamento de economia da Universidade de Chigago
37

à época, é considerado o principal formulador dessa disciplina e da ideia de capital humano


(SOUZA. 1999). Esta disciplina específica surgiu da preocupação em explicar os ganhos de
produtividade gerados pelo “factor humano” na produção. (Idem)

A conclusão de tais esforços redundou na concepção de que o trabalho humano,


quando qualificado por meio da educação, era um dos mais importantes meios para a
ampliação da produtividade económica, e, portanto, das taxas de lucro do capital (ALVES,
2005).

Além disso, legitima a ideias de que os investimentos em educação sejam


determinados pelos critérios do investimento capitalista, uma vez que a educação é o factor
económico considerado essencial para o desenvolvimento. Em 1968, Schultz recebeu o
prémio Nobel de Economia pelo desenvolvimento da teoria do capital humano (
CRAWFORD 1994)

A teoria do capital humano postula que o conhecimento proporciona aos indivíduos


um aumento de suas competências e habilidades cognitivas, o que pode resultar em mais
produtiva e eficiente actividade potencial (SCHULTZ, et al, citados por FERREIRA 2003).
Nesse contexto, podemos compreender que diante de um cenário de oportunidades rentáveis
para novas actividades económicas, os indivíduos com mais capital humano são os que
melhor percebem a exploração de oportunidades de sucess0.

2.11.2.A Importância do Capital Humano


Segundo FERREIRA (2003), o capita humano, permite a evolução da sociedade, ou
seja, a evolução da sociedade está ligada a evolução do conhecimento; Valorizar o capital
humano pode ser garantia de melhores resultado. Muitas empresas já perceberam que mais
importante do que seus activos tangíveis, são os seus activos intangíveis dentre eles o
Capital Humano. A capacidade de criação e evolução de seus colaboradores pode garantir
melhores vantagens competitivas do que seus activos tangíveis (Idem)

Para CRAWFORD (1994) o capital humano é de suma importância nas


organizações, sendo um factor que proporcione vantagem competitiva. O mesmo autor,
salienta que as empresas estão se preocupando cada vez mais com o bem-estar de seus
funcionários, proporcionando não apenas bons salários, mas vários outros benefícios, um
bom ambiente de trabalho e cada vez mais intensificando programas de treinamentos
voltados a aumentar o potencial de seus recursos humanos, tudo isto visando reduzir a
38

rotatividade e a formação de empreendedores que possuam persistência, iniciativa, visão e


liderança (Idem).

2.11.3. A Relação entre o Capital Humano e o Crescimento Económico


É importante é atender a demanda de formação de capital humano, quase metade dos
indicadores, utilizado pelo Banco Mundial, para aferir o desenvolvimento de um país está
relacionada à educação ou formação de capital humano (FERREIRA 2003).

Dentre eles, tem-se que o percentual de homens e mulheres alfabetizados, o


percentual de pessoal no ensino de 1º. Grau, o percentual de pessoas no ensino de 2º. Grau,
o percentual de pessoas no 3º. Grau, o percentual do PIB investido na educação, o percentual
de pessoas (cientistas/engenheiros) envolvidas em actividades de P&D (Pesquisa e
Desenvolvimento), etc, etc. Observe que tudo gira em torno da formação do indivíduo
(FERREIRA 2003), Trata-se de um factor determinante para o avanço de uma nação (Idem).

Dai a interligação entre o desenvolvimento local está intimamente ligado ao


desenvolvimento do capital Humano.

Os estudos realizados por um grupo de autores constataram o seguinte: O capital humano,


dimensionado pelo nível de educação e conhecimento da população, passa a ser uma
variável importante no conceito e nos modelos de crescimento económico, pois o aumento
da produtividade da população está relacionado não somente à acumulação de capital físico,
mas também de capital humano, que serviria de suporte para minimizar os rendimentos
decrescentes advindos do capital físico (Benhabib e Spiegel, citado por Souza 1999)

Isso faz sentido segundo SOUZA (1999), na medida em que o desenvolvimento


comunitário é determinado pelos factores de produção: (terras cultiváveis, urbanas e
recursos naturais); capital (edificações, máquinas e equipamentos) e trabalho (faculdades
físicas e intelectuais dos seres humanos).

Segundo, CRAWFORD (1994) os factores que determinam o desenvolvimento comunitário


são:

a) Capital natural: constituído pelos recursos naturais existentes em cada


país ou região, bem como a proporção de terras com boas condições de
cultivo, extracção vegetal e mineral, entre outros aspectos; b) Capital
construído (capital físico), o qual inclui a infra-estrutura, bens de capital,
39

capital financeiro e comercial; c) Capital humano, caracterizado pelos


níveis de nutrição, saúde e educação da população, além dos investimentos
inseridos nessa área; d) Capital social, determinado pelo nível de
associação entre os indivíduos, estudado recentemente como uma forma
determinada do crescimento económico, tanto de base local, quanto
regional. Dentre tais variáveis, o autor ressalta que o capital humano e o
capital social têm obtido participação maioritária no desempenho
econômico-regional, (Idem)

Para Almeida e Pereira (2000), a melhoria do nível de educação ou de habilidades


dos trabalhadores, adquiridas por meio de treinamento ou de conhecimentos específicos,
são factores importantes para o crescimento económico. E esses conhecimentos aplicados
para a comunidade através de projectos interventivos da universidade podem garantir que
esse crescimento económico seja reflectido na vida da população local.

Para os autores, a inserção do capital humano no espaço geográfico têm sido um


dos principais métodos, politicamente utilizados, para a redução da pobreza e dos
diferenciais de renda. Assim, além da redução das desigualdades sociais, o capital humano
é um importante dispositivo para amenizar as disparidades regionais, homogeneizando o
crescimento e o desenvolvimento socioeconómico entre regiões e entre comunidades.
(Idem).

2.11.4. Capital humano e Educação

De acordo com SCHULTZ citado por Alves (2005), o investimento básico no ser
humano se dá por meio da educação. Segundo o autor, as pessoas valorizam as suas
capacidades, tanto como produtores, quanto como consumidores, pelo investimento que
fazem em si mesmas. Sendo a educação a melhor forma de se investir em capital humano,
pois, enquanto o nível de bens de produção tem declinado em relação à renda, o capital
humano tem aumentado.
A educação, determinada pelo nível de qualificação da população, surge como
alternativa para a redução das disparidades económicas e ao fortalecimento das economias
40

regionais, influenciando ganhos à população, elevando a produtividade do capital humano


e também o nível de produtividade do capital físico. ( ALVES, 2005).
Para GÓMES et all 2007:309);
“Cabe a educação, capacitar a sociedade e criação de um desenvolvimento
equitativos e sustentável, que além de permitir concretizar aspirações de
uma educação para todos, deverá ser convergente com os objectivos e as
finalidades contempladas n marco da acção avançado pelo Fórum Mundial
sobre a Educação em Dakar em Abril de 2000, particularmente, os dizem
respeito a erradicação ou redução da pobreza, analfabetismo, promoção do
ensino técnico profissional, a melhoria da saúde infantil, a correcção das
desigualdades entre homens e mulheres, a obtenção da paz e da democracia,
a protecção do meio ambiente e pelo respeito `a diversidade cultural”.
Portanto, esta pesquisa, procura compreender o nível de participação da UP-
Maxixe/UniSaF no melhoramento de alguns aspectos acima citados, dai que torna
importante a participação das universidades como instituição educativa, no
desenvolvimento da população local. Tendo em conta que ela possui um elevado capital
humano e pode colaborar para o desenvolvimento do capital humano de outros
intervenientes sociais garantindo assim a melhoria das condições de vida da comunidade.

A teoria do capital humano relata que a educação torna as pessoas mais produtivas,
aumenta seus salários e influencia o crescimento económico. Assim a nossa pesquisa
fundamenta-se pelo facto de que o desenvolvimento local está dependente do
desenvolvimento do capital humano nos variados intervenientes do processo e por outro
lado, esse desenvolvimento surge como consequência da educação, o que demonstra a
interdependência existente entre a educação, o desenvolvimento local e o crescimento
económico (PEREIRA, 2001).

Assim, os projectos educativos dentro das comunidades podem permitir o


melhoramento do desempenho das pessoas nas suas actividades profissionais garantindo
assim, um desenvolvimento pessoal e colectivo, ou seja desenvolvimento local.

A conferência mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o


Desenvolvimento denominado “Cimeira da Terra” realizada no rio de Janeiro em 1992,
considerou na sua agenda 21, recomenda que os estados, devem dar prioridade a educação
como meio de concretizar num modelo de reorientação a que a educação deveria submeter-
se no sentido de favorecer valores e atitudes congruentes com essa meta, desenhando
estratégias claras para o alcance dos resultados (Gómes et all 2007:309).
41

Tanto na Cimeira Mundial para o desenvolvimento sustentável realizado em


Joanesburgo em Setembro de 2002, onde procurou-se dar respostas a crise ambiental, assim
como na solução 57/254 da assembleia-geral das Nações Unidas onde declarou-se o decénio
da educação (1.01.2005-31.12.201), reconhecem e propôs-se que a educação é um factor
importante para o desenvolvimento sustentável das sociedades e que essa relação deve ser
traduzida no compromisso que os Estados devem assumir para garantir esse
desenvolvimento.

Fundamentalmente, a educação relaciona-se com o desenvolvimento na medida em


que ambos tem objectivos de melhorar as condições e garantir uma maior humanização
(GÓMES et all 2007).

CÁRIDE (2000) citado por GÓMES et all (2007:178), defende duas vertentes da relação
entre a educação e o desenvolvimento a saber:

a) A educação como consequência, efeito, ou benefício do desenvolvimento.


b) A educação como factor decisivo para o desenvolvimento.

Na primeira vertente entende-se que uma sociedade é desenvolvida quando possui


serviços como infra-estruturas, e os elementos económicos suficientes que favorecem os
melhores resultados educativos (GÓMES et all 2007: 179). Entende-se que considera-se
que uma sociedade desenvolvida é aquela que tem mais recursos que garante a existência
de uma educação de qualidade.

Na segunda vertente, é que o investimento no capital humano elevaria as possibilidades


do desenvolvimento económico e do bem-estar material e social, (GÓMES et all 2007: 179).
Isso quer dizer que só se investirmos no capital humano alcançaremos o desenvolvimento.
Portanto aqui a relação entre a educação e desenvolvimento é vista em no sentido de o que
depende de o que pelo que seria na nossa opinião impossível desenvolver sem educação.

A UNESCO por sua vez citada por GÓMES (2007:180), defende que a educação deve
estar ao serviço do homem e do seu desenvolvimento integral, preocupada com a realidade
do meio ambiente complementada com a vida familiar e social, direccionada para acção
política laboral, económica, social e cultural.
42

Enquanto para MALASSIS citado por GÓMES (2007:180), a educação é


simultaneamente causa e consequência do desenvolvimento. Ou seja ela promove o
desenvolvimento e torna mais eficiente e eficaz quando é realizada numa sociedade
desenvolvida.

Nessa linha, CARIDE (1983:303), considera que a educação não é um simples sector
de desenvolvimento, paralelo por exemplo a indústria, agricultura pois, ela esta presente em
todos os sectores de desenvolvimento. Daí que Carnoy citado por GÓMES et all 2007:183)
concluiu que “o próprio processo de desenvolvimento é uma educação e a educação é uma
parte orgânica do desenvolvimento”. Mesmo em termos históricos, na antiguidade clássica,
os economistas como Smith, Mil reconheceram a importância da educação para o
desenvolvimento. (Id.).

2.11.5.Críticas à teoria do capital humano

De acordo com SCHULTZ citado por (ALMEIDA E PEREIRA. 2000), diversos


autores são contrários à sua teoria, pois consideram desaconselhável tratar o homem como
capital humano, aplicando conceitos de investimento e de capital, sendo que, para eles, esta
é uma atitude moralmente errada.

Para SEN (1997), a Economia do Bem-Estar fundada na moral utilitária combina


uma fase informacional pobre, uma análise estreita do comportamento humano e uma falta
de distinção entre os meios e os fins, bem como da relação entre eles.

Foi criticada sob duas formas: a primeira seria que a educação significa somente
uma forma de qualificação da mão-de-obra para inserção no mercado de trabalho, servindo
como uma ferramenta para aproveitar o excedente do trabalhador ao sistema capitalista; a
outra considera que existem outros factores que influenciam na renda dos indivíduos, além
da escolaridade, como sua própria inteligência individual, seu nível social e, até mesmo, a
segmentação dos mercados (ALMEIDA e PEREIRA, 2000).

O nosso ponto de vista, é que embora aja essas críticas, a educação é uma alavanca
forte para o desenvolvimento das comunidades, seja no sector formal assim como informal
porque permite melhorar aspectos que estão intimamente ligados aos indicadores ligados a
ao IDH- Índice de desenvolvimento humano, ela pode não ser absoluta mas tem uma grande
influência.
43

Capítulo II

3.1.Metodologia

3.1.1 Tipo de Pesquisa


Quanto aos objectivos a pesquisa será descritiva explicativa, e quanto ao tipo será
qualitativa.

Pesquisa qualitativa: Tem por objectivo procurar compreender de forma detalhada


as características de um fenómeno social, isto é, o porquê do seu acontecimento na
perspectiva dos participantes (GIL, 2002: 35).

No que respeita aos procedimentos escolhe-se a pesquisa bibliográfica, que


acompanhará todo o processo, sendo assim, de suma importância que seja citado nesta
secção. Na pesquisa bibliográfica procura-se uma base teórica que conduzirá,
44

principalmente, a solução do problema. Também será uma pesquisa de campo e estudo de


caso.

3.2 População

Segundo HILL (2009:41), população ou universo é o conjunto de valores de uma


variável sobre a qual pretendemos tirar conclusões.

A população em estudo é composta por residentes do Município da Maxixe,


Província de Inhambane e comunidades circo vizinhas.

3.3.Amostragem

GIL (1999:100), define amostra como um subconjunto do universo ou população,


por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou
população.

“Amostra é um subconjunto da população que é usado para obter informações acerca


de um todo, e que cuja informação recolhida por uma amostra é generalizada a toda
população”.

A escolha da amostra será aleatória visto que, cada elemento da população terá a
probabilidade de ser escolhida. Outra questão importante é de que a mesma será feita de tal
forma que assegure fielmente a sua representatividade, de modo a garantir que as conclusões
a inferir sejam generalizáveis

Assim, para responder o problema apresentado, a amostra será constituída por sem
(100) elementos dentre os quais três (15) representantes e docentes da Universidade
Pedagógica sagrada família Maxixe, vinte (20) estudantes de diversos cursos da
universidade em estudo, (03) representantes das associações que trabalham em diversas
áreas e com vários assuntos ligados ao desenvolvimento local, seis (06) secretários dos
bairros, seis (06) chefes do quarteirão, e cinquenta (50) moradores de diversos Bairros da
cidade de Maxixe e comunidades circo vizinhas. Tabela de Distribuição dos 100 elementos
da Amostra Prevista.

3.4.Tabela de Distribuição dos 100 Elementos da Amostra


45

Elementos Quantidade
Director da Delegação 01
Director adjunto de Pesquisa Extensão e Pós- Graduação 02
Directores dos cursos 05
Gestores do centro da criança O2
Gestor do centro de Infantil e de Formação Profissional de Móngue 02
Gestores do Centro Juvenil 02
Gestores da Escola Secundária Pré-Universitária sagrada Família 02
Estudantes 20
Representantes das associações locais 03
Secretários dos Bairros 06
Membros directivos da Associação dos estudantes 02
Moradores de diversos Bairros 50
Líderes Religiosos 03
Total 100

3.5 Instrumentos e Técnicas de Recolha de dados

Para a realização da presente pesquisa, será feita uma entrevista, que segundo
MARCONI & LAKATOS (2010, p.278), trata-se de uma conversa oral entre duas pessoas
das quais uma delas é o entrevistador e a outra é o entrevistado.

A entrevista será semi-estruturada, direccionada aos gestores da universidade


convista a apurar se existe projectos ou programa ligado a extensão e perceber como é que
funcionam, ou seja se existe actividades contínuas que visam melhorar as condições de vida
das comunidades locais, para além de Ensino que a mesma oferece dentro da instituição.
Para além disso, a entrevista envolveu também gestores e colaboradores evolvidos nas
diversas actividades que a UP-Maxixe/UniSaF promove ou participa.

Também serão entrevistados os representantes das comunidades (secretários do bairro e


chefes do Quarteira), para fornecerem-nos as suas percepções no que tange a participação
da UP Maxixe no desenvolvimento das suas comunidades, através da extensão universitária.

Também será feita com o restante dos constituintes da amostra para apurar o nível
de satisfação pela existência e a prática da universidade em estudo. Foram feitas visitas
alguns projectos que a UP-Maxixe/UniSaF está a desenvolver como é o caso do Centro da
46

Criança, Centro Juvenil, Escola Pré-Universitária Sagrada Família, Centro infantil e de


formação profissional de Móngue e a associação para a educação comunitária de Manamba
no distrito de Massinga o que permitiu a observação de aspectos relacionados com a
realização dessas actividades nesses pontos.

Foi feita a análise parcial dos documentos, para apurar a existência ou não de planos
ou programas na instituição em estudo, que visem a extensão universitária.

A técnica acima será acompanhada pelo questionário, que de acordo com CERVO
(1983:159) “ é uma técnica de obter respostas às questões por meio de uma fórmula que o
próprio informante preenche”. Ele contém um conjunto de questões, todas logicamente
relacionadas com problema central. Por sua vez (GIL, 1999:128) é uma técnica de obtenção
de dados composta por um certo número de questões apresentadas por escrito às pessoas,
tendo por objectivo o sentimento individual, interesse, expectativas, situações vivenciais,
etc.

Essas todas técnicas contarão com a técnica de observação como a principal e que
acompanhará todo o processo de investigação tendo em conta que ALARCÃO, (1987: 83),
define observação como sendo um conjunto de actividades destinadas a ter dados e
informações que se passa num PEA com a finalidade de mais tarde se proceder numa dada
variável seleccionada.

3.6 Análise e Interpretação dos Dados

Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, também aplicaremos programas


estatísticos como forma de apuramento dos resultados seguida de uma análise dos mesmos.
Como a entrevista também será qualitativa, será feita a confrontação das hipóteses para
validação ou não destas, e finalmente será feita uma comparação entre os resultados obtidos
do inquérito e das entrevistas como forma de obter resultados mais consistentes.
47

3.7 Cronograma
Actividade Período:2013-2014-2015

Nov De Já Fe Mar Ab Mai Ju Jul Ag S Out No De


et

Revisão

Literária

Elaboração

Do projecto
48

Apresentação
do projecto ao
Supervisor

Correcção do
projecto

Recolha de
dados

Processamento

De dados

Análise dos
dados

Revisão e
cabimentos do
trabalho

Entrega e
Defesa do
Trabalho

3.8 Orçamento
Orçamento: “o custo de um projecto ou orçamento consiste numa resposta a questão
quanto? O orçamento distribui os gastos por vários, itens, que devem necessariamente ser
separados”. MARCONI e LAKATOS( 1999: 54).

Custo
Despesa/Iten Quantidade Unitário Total
Resmas 001 130Mts 130Mts
Cópias 550 1Mts 550Mts
Transporte 06 600Mts 3600Mts
Chapa 10 10Mts 100Mts
Alimentação 45 100Mts 4500Mts
49

Internet 10Gbts 250Mts/Gb 2500Mts


Impressão 350 2Mts 700Mts
Disco/CD 001 25Mts 25Mts
Encadernação 12 30Mts 320Mts
Sub-Total 12.425 Mts
Contingências 10% 1.242.5 Mts
Total 13.667.5 Mts

CAPITULO III: Apresentação e discussão dos resultados de pesquisa

A seguir iremos apresentar os dados obtidos na província de Inhambane Município


de Maxixe onde foi levada a cabo a pesquisa analisando-os à luz do quadro conceptual e
teórico. Trata-se de analisar a participação da Universidade Pedagógica-Maxixe (UniSaF),
através da extensão universitária no desenvolvimento da comunidade local. O que se
pretende analisar são as formas e os mecanismos da participação da UP-Maxixe através de
acções para o desenvolvimento das comunidades que circundam aquela instituição de
ensino. Iremos proceder a análise tendo em conta:
50

(i): As principais áreas da actuação da actuação da Universidade Pedagógica-Maxixe


(UniSaF) no desenvolvimento da comunidade local. Pretende-se assim, analisar a inclinação
e o âmbito em que a UP-Maxixe (UniSaF) realiza as actividades.

(ii): Principais actividades ou projectos que a universidade pedagógica-Maxixe


promove ou participa em prol do desenvolvimento da comunidade local;

(iii): Contribuições ou impacto que as acções da Universidade Pedagógica-Maxixe


(UniSaF) no desenvolvimento da comunidade local; e

(iv): As novas oportunidades ou potencialidades que o município da Maxixe


apresenta ou oferece e que possa permitir melhorias nas intervenções da UP-Maxixe
(UniSaF) em prol do desenvolvimento local.

Foto 1.Campus da UP-Maxixe/ Foto 2.UniSaF Novo campus da UP-Maxixe/UniSaF(Ex-Palmar)

4.1. Caracterização geral das actividades de extensão para o desenvolvimento da


comunidade local
A Universidade é um espaço de aprendizagem e desenvolvimento de competências
que elevam a empregabilidade dos seus graduados, mas ao mesmo tempo desenvolve
actividade de pesquisa e extensão.

As actividades de extensão têm se mostrado relevantes para o desenvolvimento


da comunidade. E vemos, por exemplo, que a UP Maxixe desenvolve várias actividades
nesse sentido, as quais abrangem diversas áreas como:

(i) Educação: em que a universidade desenvolve actividades desde a educação pré-


escolar por exemplo em parceria com o centro da criança (congregação Sagrada
Família) em que actua nas sete comunidades da Maxixe através de três (03)
51

centros infantis e cinco (05) escolinhas comunitárias. Nesses centros fornecem


actividades em desenvolve-se actividades educativas como ensinar as crianças a
ler, escrever, fazer operações básicas de matemática, o respeito pelos outros, o
temor a Deus, amor com os próximos, canto, dança, jogos, e brincadeiras que
estimulam o desenvolvimento integral das crianças.

Portanto, essas actividades contribuem para o desenvolvimento das comunidades na medida


em que desenvolvem nas crianças conhecimentos sobre a importância da educação, normas
sociais e morais, conhecimentos matemáticos que estimulam a capacidade de reflexão e
resolução de problemas, conhecimento da língua portuguesa, que vai permitir melhor
compreensão dos conteúdos nos níveis subsequentes. Para além de desenvolveres valores
que permitem a sua integração social promovendo assim a justiça, honestidade, inteligência,
espírito democrático e ao mesmo tempo contribuem para a redução do analfabetismo, a
criminalidade, a inveja, ignorância pelo qe assim sendo possibilita a existência de uma
sociedade sã e livre de preconceitos e ignorância (desenvolvimento social).

Por outro lado, no momento em que as crianças ficam ocupadas com actividades do centro
da criança, os pais e encarregados da educação aproveitam desenvolver actividades
económicas como o comércio, agricultura, prestação de alguns serviços de forma individual
ou através de instituições em eles trabalham e isso permitem a melhoria das suas vidas
através dos salários, lucros das suas actividades comerciais e do aumento da sua produção
promovendo assim o desenvolvimento económico, e reduzindo a pobreza.

Para além dessas actividades no nível pré-escolar, o entro desenvolve actividades que
contribuem para desenvolvimento da comunidade como é o casos dos cursos de formacao
profissional da CEDEP e Móngue, dá apoio pedagógico a algumas escolas secundarias
através das parcerias com as escolas primarias e secundarias fornecendo os formandos para
aprenderem praticando, mas também ajudarem as escolas com os seus conhecimentos em
termos metodologiacos, psicopedagogico etc.

Para alem do seu envolvimentos na educacao formal, também desenvolve actividades


educativas através das palestras com conteúdos ligados a ética, a moral, a sexualidade e
género, importância da educação para o desenvolvimento da comunidade, o que ajuda as
comunidades a compreenderem cobre a importância a educação para eles e os seus filhos,
criando assim a possibilidade para reduzir o índice de analfabetismo, consciencializar a
52

comunidade para apoiarem os seus filhos nos estudos desde nível primário, secundário, até
superior.

A título de exemplo é a Associação para o desenvolvimento das comunidades de Malamba


(ADECOMA) que trabalho no distrito de Massinga localidade de Malamba, convista a contribuir
para a reducao do índice do analfabetismo, a inolerancia, a criminalidade e migracao para África do
sul e elevados índices de desistências nas escolas registados em consequência dessa migracao

a) Cultura;
b) Desporto;
c) Recriação;
d) Género;

4.1.1. As principais actividades/projectos de extensão que a UP promove ou


participam
Em termos de projectos de extensão em que a UP-Maxixe desenvolve, é preciso
antes de mais compreender que o recomendável, é que a Universidade deve promover ou
participar em actividades de extensão em que ela possui um mínimo de conhecimentos e
que tenha estudantes ou formando em áreas afins. Não significa pois “Educar e educar-se,
na prática da liberdade, não é estender algo desde a “sede do saber”, até a “sede da
ignorância” para “salvar”, com este saber, os que habitam nesta.
Ao contrário, educar e educar-se, na prática da liberdade é tarefa daqueles
que sabem que pouco sabem - por isto sabem que sabem algo e podem assim
chegar a saber mais em diálogo com aqueles que, quase sempre, pensam
que nada sabem, para que estes, transformando seu pensar que nada sabem
em saber que pouco sabem, possam igualmente saber mais.” (FREIRE,
2006:25)
Por isso, Todo o processo desenvolvido com vistas a oferecer/construir com discentes e
docentes espaços de formação para práticas de extensão qualificadas, parte da seguinte
compreensão sobre o que é extensão:
“[...] uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade académica,
que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaboração da praxis de um conhecimento
académico. No retorno à Universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que,
submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento”. Esse fluxo, que
estabelece a troca de saberes sistematizados, académicos e popular, terá como
consequências a produção do conhecimento resultante do confronto com a realidade e
53

regional ao mesmo tempo que a comunidade se beneficiará dos conhecimentos que a


universidade leva a comunidade, (NOGUEIRA, 2000).

4.1.2.Principais parceiros para actividades de extensão Universitária da UP-Maxixe


(UniSaF)
Parceiros Tipos de Apoio
Congregação Sagrada Financeiro, nos Recursos Humanos, Desenvolvimento
Família de competência dos docentes (Bolsas), espaço.
Itália (irmãos da Financeiro, recursos Humanos.
congregação)
Malhalhe (ONG) Financia eventos científicos

VSO (ONG) Fornece voluntários a UP-Maxixe (UniSaF)

DPE: Direcção Provincial ???


da Educação de Inhambane
Conferência episcopal Financeiro
italiana e espanhola
O governo Concessão dos espaços da própria UP-Maxixe/UniSaF
nos seus dois campus;
O conselho municipal, Logístico nas actividades desportivas e recriação
(Transportes para jovens e para limpeza do campo)

A universidade Pedagógica-Maxixe (UniSaF) por exemplo por ser uma instituição


vocacionada é formar a nível superior, professores para todo o ensino (infantil, primário,
secundário, especial, técnico, profissional e superior) e técnicos para as áreas educacional e
outras áreas afins (cultural, social, económica, desportiva, entre outras). Razão pela qual,
essas actividades devem ajudar a comunidade a ultrapassar as dificuldades que as
comunidades enfrentam no seu dia-a-dia. Isso justifica a existência dos seguintes projectos
ou actividades:

(i) O centro da criança (Escolinhas e Centros Infantis);


(ii) O centro juvenil da Maxixe (Desporto, cultura, recriação, núcleo de estudos, grupo
coral, grupo de Jornal: Horizonte Juvenil, grupos de catequeses, grupo de acólitos);
(iii)Escola Pré-universitária Sagrada Família (ensino secundário geral e CEDEC);
54

(iv) Centro Infantil e de Formação Técnico Profissional de Móngue;


(v) Centro de pesquisa de Móngue (ligado a comunidade);
(vi) Projecto sobre a interferência linguística;
(vii) Projecto de educação comunitária de Malamba distrito de Massinga;
(viii) Projecto para o combate ao assédio sexual dentro da UP-Maxixe/UniSaF
para posterior expansão na comunidade.

4.1.3.1. Em relação ao centro da criança


As actividades do centro da criança, fundamentam-se na lei 6/92 que estabelece que:

“O ensino pré-escolar é actualmente oferecido por creches e escolinhas do


Ministério da mulher e Acção Social (MMAS), das organizações não-
governamentais ou comunitárias e pelo sector privado. Este subsistema,
coordenado pelo MMAS, divide-se em dois níveis: o nível das creches, que cobre as
crianças dos 0 aos 2 anos, e o nível dos jardins-de-infância que atende crianças
entre os 2 e os 5 anos. A frequência é facultativa”. (PEE, 2012-2016, 2012:12).
O centro da criança, é uma instituição religiosa tutelada pela congregação sagrada
família, no âmbito das actividades desenvolvidas pela igreja católica, actua na
evangelização mas também na área educativa através das escolinhas e centros infantis
comunitários, tem três (03) centros infantis e cinco (05) escolinhas comunitárias
nomeadamente, centros infantis São Paulo em Matadouro, Aldo Radaelli em Macupula e
São Lourenço em Macoamene e as escolinhas comunitárias São João de Deus em Barame,
Marinella em Nhapata de Palha, santa Paula em Mabil, Cristo rei em Gigune e São Paulo
em Malavane. Portanto, há que salientar que todas estas comunidades estão dentro do
município da Maxixe o que demonstra que a UP-Maxixe/Sagrada Família está preocupada
com o desenvolvimento das comunidades locais.

Em termos de organograma, o centro possui uma directora (Irmã), um coordenador


Pedagógico, e um secretário e por fim os educadores.
55

Direcção do centro da criança de Maxixe-Inhambane

4.1.4.Participantes (executores e beneficiários)


Em termos de participantes, este projecto até Dezembro de 2014 conta com um total
de quatrocentos vinte e oito (428) beneficiários directos que são crianças distribuídas em
vinte e quarto (24) salas e acompanhadas por vinte e sete (27) monitores ou educadores. O
centro infantil de São Paulo de matadouro, possui cento e vinte (120) crianças, entre elas
sessenta (60) do sexo masculino e sessenta (60) do sexo feminino, o centro possui seis (06)
salas e são educadas por 10 educadores dos quais três (03) do sexo masculino e sete (07) do
sexo feminino.

Portanto razão para dizer que o centro da criança, participa grandemente na melhoria
da qualidade de educação, embora os números estejam longe de satisfazer todas as crianças
mas esta a sua forma de contribuir para a redução do analfabetismo e contribuir para a
concretização dos objectivos da Agenda 2025 (formação do capital humano e dos objectivos
propostos em Dakar na conferencia denominada de conferencia da educação para todos
onde se estabeleceu que os países devem garantir que todas as sociedades tenham acesso a
educação primaria até 2015, porque essas actividades proporcionam qualidade nos
educando e estimula tanto para os pais assim como para as crianças, o interesse pela
educação).
56

O centro infantil Aldo Radaelli de Macupula possui quarenta e oito (48) crianças,
sendo 30 do sexo masculino e dezoito (18) do sexo feminino, acompanhadas por três (03)
educadoras e distribuídas em quatro (04) salas.

No centro infantil São Lourenço de Macumene beneficiam-se quarenta e sete (47)


crianças sendo vinte e cinco (25) do sexo masculino e vinte e dois (22) do sexo feminino,
acompanhadas por três (03) educadoras distribuídas em três (03) salas.

Em termos de escolinhas comunitárias, a começar pela escolinha São João de Deus


de Barrame funciona com quarenta e uma crianças sendo que dezasseis (16) do sexo
masculino e vinte e cinco (25) do sexo feminino, acompanhadas por duas (02) educadoras
em duas salas.

A escolinha comunitária de Nhapata de Palha funciona com um total de quarenta e


duas crianças dentre elas, 20 do sexo masculino e vinte e duas do sexo feminino,
acompanhadas por três (03 educadores), sendo um (01) do sexo masculino e duas (02) do
sexo feminino distribuídas em três salas.

A escolinha comunitária Santa Paula de Mabil funciona com quarenta e cinco (45)
crianças, sendo vinte e duas (22) do sexo masculino e vinte e três (23) do sexo feminino,
conta com duas (02) educadoras e estão distribuídas em duas (02) salas.

Na escolinha comunitária Cristo Rei de Gigune, aprendem quarenta e sete (47)


crianças dentre as quais, dezanove (19) do sexo masculino e vinte e oito (28) do sexo
feminino, com um total de dois (02) educadores sendo um (01) do sexo masculino e uma
(01) do sexo feminino, distribuídas em duas salas de aulas.

Por último, na escolinha comunitária São Paulo de Malavana, beneficiam-se trinta e


oito (38) crianças, monitoradas por duas (02) educadoras, distribuídas em duas salas de
aulas.
57

4.1.3.2. Gráfico: Distribuição dos centros Infantis e Escolinhas Comunitárias com os


Respectivos Envolvidos
140
120
120 Nmero de Crianças
100
Masculinas
80
60
60
60 48 47 45 47
41 42 38 Femininas
40 30 25 25 28
18 22 22
20 23
22 19 23
16 15
20 1076 Numero de
3 3034 3033 2022 3123 2022 2112 2022
educadores/Monitores
0
Masculios

Femininos

Numero de Salas de Aulas

Portanto é notável a diferença de participação nessas actividades em termos de


género, por exemplo, nesses três 1ºs centros, podemos constatar que há maior participação
de crianças do sexo masculino em comparação com o sexo feminino e que segundo o
coordenador pedagógico, isso deve-se ao facto de que os pais apostam mais na educação
dos filhos em detrimento das filhas. Contudo nas escolinhas comunitárias as crianças de
género feminino aparecem em grande número.

Contudo, há que salientar que essa forma de pensar influencia negativamente no


processo de desenvolvimento da comunidade na medida em que a equidade de género nos
processos educativos ajudam tanto aos homens assim como as mulheres a adquirirem
competência úteis para a solução dos problemas do seu contexto, como financeiros,
capacidades para gestão dos negócios, possibilidade de serem empregados,
(desenvolvimento económico) e por outro lado, ajuda as mulheres a participarem nos
processos de tomada de decisão nas suas famílias e comunidades, desenvolvem valores do
bem-estar social como a moral, a solidariedade, o respeito as culturas, o espírito de
democracia, a cidadania (desenvolvimento social).

Como mostra a tabela, o centro de criança possui maior número de beneficiários no


bairro do Matadouro (Aldo Radaelli) beneficiando 28% (n=428), das crianças e o bairro de
Malavane possui o menor número, representando aproximadamente 9% (n=428). Segundo
58

o coordenador pedagógico, os números dos alunos estão relacionados com o nível de


aderência das comunidades aos seus centros. Há que salientar que nesse centro podemos
verificar a igualdade de género em termos de crianças beneficiárias o que de algum modo
ajuda a sociedade na mudança de mentalidade em relação a importância da educação tanto
para os homens e as mulheres.

O centro infantil Aldo Radaelli, possui maior desproporção em relação ao género


pelo que possui 63% (n=48) de crianças do sexo Masculino e as crianças do sexo feminino
representam 37% (n=48). Tendo em conta que a população moçambicana é
maioritariamente feminina (Senso Populacional de Moçambique, 2007), esse desequilíbrio
pode de certa forma influenciar para um desenvolvimento desequilibrado entre os homens
e as mulheres, e considerando que a igualdade de género no desenvolvimento comunitário
é fundamental para a redução do machismo e das desigualdades sociais, torna necessária a
sensibilização da comunidade de Macupula sobre a importância da educação para a
sociedade independentemente do género.

Há que salientar que os educadores são na maior parte do sexo feminino, num total
de 27 educadores, 22 correspondendo a 81% e os restantes 5 correspondentes à 17% são do
sexo masculino, segundo a direcção do projecto, isso deve-se ao facto de que nessa fase de
ensino, as crianças precisam de mais cuidados, pelo que as mulheres devido a sua
experiencia de mãe desempenham melhor esse papel e por outro lado trata-se também de
uma forma de ajudar as mulheres necessitadas afim garantir uma fonte de sobrevivência das
mesmas a medida em que ajudam outros membros educando os seus filhos.

Contudo, há que se trabalhar no sentido de ajudar as comunidades a compreenderem


a importância do equilíbrio do género ou seja, deve-se desenvolver na comunidade
conhecimentos que os possibilite a compreender que a educação é importante para todas as
pessoas independentemente do género e que só assim é possível combater a pobreza
económica e mental das mesmas.

Contrariamente aos centros infantis, nas escolinhas há maior participação de


crianças do sexo feminino em relação as crianças do sexo masculino. Contudo, de uma
forma geral beneficiam-se das actividades do centro da criança quatrocentas, vinte e oito
(428) sendo que duzentas e sete (207) do sexo masculino correspondente a 48,36% e
duzentas e vinte e um (221), do sexo feminino correspondentes a 51.64 %.
59

Com esses dados podemos concluir que os beneficiários directos desse projecto são
crianças com maior enfoque para as vulneráveis com idades compreendidas entre dois (02)
a cinco (05) anos nas escolinhas comunitárias e de dois (02) a onze anos nos centros infantis
visto que nestas existem crianças que beneficiam-se de apoio pedagógico como aulas de
explicação, leitura, escrita e operações básicas de matemática e que na sua maioria são do
sexo feminino. Os pais e encarregados da educação assim como a comunidade em geral
beneficia-se directamente das palestras que são proferidas pela coordenação do centro da
criança junto com os seus convidados e parceiros (estudantes e docentes da universidade
pedagógica da Maxixe e outras delegações.

Acredita-se que essas actividades contribuem de certa forma na melhorar da


qualidade da Educação naquele município na medida em que segundo a UNESCO (???) um
dos problemas que contribuiu para o não alcance da educação para todos sobre tudo nos
países africanos foi a falta do ensino pré-escolar, mostrando dessa feita a importância dessas
actividades para os níveis subsequentes da educação e como consequência, melhora as
condições sociais e económicas dos envolvidos directamente e da sua comunidade em geral.

Há que salientar que esses e educadores são capacitados pela universidade


pedagógica através das suas actividades de extensão, a capacitação é feita por estudantes e
docentes, assim como a produção de material pedagógico e didáctico.

Actualmente está-se em curso a elaboração de um currículo para a educação infantil


que tenha uma relação com as necessidades da comunidade no geral e em especial na termos
da educação
60

Capacitação dos educadores do centro da criança Gestores do projecto (Mestre zunguze


(UP) coordenador das capacitações de Educadores de Infância e dr. Leonel (CSF),
coordenador pedagógico do centro da criança).

4.1.3.2.Desenvolvimento das Actividades do centro da Criança


Os centros infantis e as escolinhas comunitárias funcionam a partir de Fevereiro até
finais de Novembro de segunda a sexta-feira no período das 7:00hs-15:30hs.

Tanto nos centros infantis assim como nas escolinhas comunitárias, as crianças
aprendem conteúdos normais propostos pela então Direcção Provincial da Mulher e da
Acção Social como o abecedário para posterior leitura e escrita e operações básicas de
Matemática patentes no manual distribuído por esta instituição e em uso em todo país para
além da educação musical, danças, teatros, poesias etc. (LEONEL 10.12.2014, Cp.).

A equipa coordenadora (directora, coordenador pedagógico e parceiros da UP),


trabalham também com os adultos concretamente os pais e encarregados destas crianças
realizando palestras em aspectos de higiene, cuidados a ter com as crianças e os pais
participam de forma indirecta.

As aulas são planificadas mensalmente em conjunto com todos os 27 educadores, a


directora, o coordenador pedagógico e o secretário do centro. Essa planificação tem sido
acompanhada pelas formações.

“A avaliação do projecto é realizada ao longo do processo mas também através do


feedback que os professores dessas crianças no ensino primário. Segundo
informações reveladas por professores primários, as crianças que passaram destes
centros destacam-se em termos de participação nas aulas, pontualidade, assiduidade
aproveitamento e comportamento o que revela que o processo está a ser produtivo
e que para além de aprenderem a ciência, os conteúdos sobre a moral ajudam a eles
a desenvolver uma personalidade que lhes confere o saber ser e estar no meio dos
outros. “é essa a nossa forma fraca de avaliar” (LEONEL, 2014 Cp).

As escolas primárias por iniciativa própria, colaboram com o centro da criança para
garantir a continuidade das crianças na 1ª classe após a conclusão do 5º ano e devida
certificação e graduação. Essa colaboração é consequente das visitas que a direcção do
centro junto com parceiros da Universidade Pedagógia-Maxixe/UniSaF realizam nas
escolas para que junto com os directores saber qual é a possibilidade de enquadrar essas
61

crianças, razão pela qual, é pouco provável que uma criança que gradua no centro fique fora
do sistema.

Embora seja uma iniciativa da congregação Sagrada Família aliada `a igreja católica,
as crianças que frequentam a área educativa não são obrigadas ou exigidas que seja filhos
de pais crentes da igreja católica. Essa postura enquadra-se no facto do estado moçambicano
ser laico mas também fundamenta-se na razão de ser da congregação que é proporcionar a
comunidade acções que visem o desenvolvimento através de varias acções dentre elas a
educação. Nesse âmbito é impotente recordar que CSF baseia-se na premissa de que:
“Educar é dar uma segunda criação mais excelente do que a primeira” (CERIOLLI),
citada por (BONO 2014:2).

Os educadores são responsáveis por facilitar os conteúdos e actividades de recriação


com as crianças assim como de preparar a alimentação para as mesmas ao longo das aulas.

O facto de os educadores serem locais, enquadra-se na ideia de contextualização do


processo na medida em que esses educadores tem maior domínio da realidade o que também
transmite confiança aos pais e os beneficiários. Mas também isso de certa for possui um teor
de sustentabilidade na medida em que torna possível a comunhão desses saberes para outras
mães da comunidade permitindo assim a desenvolvimento da mesma.

A UP-Maxixe, acredita que investindo na educação pré-escolar das crianças


significa criar condições e prevenir problemas que possam surgir nos níveis subsequentes e
por sua vez a congregação acredita que esses projectos tornam uma forma especial de
cumprir a sua missão e sobretudo oferecendo uma segunda criação mais excelente a
comunidade.

Contudo o maior desafio reside no facto de ainda não conseguir ter abrangência das
restantes comunidades que também possuem essas necessidades por um lado e por outro
lado que essa tarefa deve ser compreendida não só como projecto da UP-Maxixe e CSF,
mas sim de todos pelo que, o governo, as ONGs, as associações económicas e singulares
devem para o bem da comunidade engajarem-se nessas iniciativas com maior atenção
sensibilidade o que não tem acontecido até então.
62

Actividades dos centros infantis e escolinhas do centro da criança e cerimónias de


graduação

Essas actividades, mostram uma clara contribuição para o desenvolvimento tanto


social assim como económico na medida em que a educação pré-escolar ajuda no
desenvolvimento de valores, padrões de comportamento para melhor inserção na
comunidade mas por outo lado, se estamos a dizer que a educação pré-escolar contribui para
o sucesso dos níveis subsequentemente, então ajuda essas crianças a construir um percurso
académico de qualidade e ao mesmo tempo o sucesso se transcende para o mercado de
emprego melhorando assim a qualidade de vida.

Ora vejamos:
63

“Toda a prática pedagógica é uma acção a favor do desenvolvimento das pessoas


e grupos sociais, da mesma forma. Todo o processo de desenvolvimento é ou deveria
ser pela sua própria natureza um acto educativo, pois ao educar-se, ao educar ao
aprender e a partilhar conhecimentos, as pessoas estão a fomentar e a praticar uma
forma de interpretar e transformar o mundo de aceitar ou recusar um modelo de
vida e de desenvolvimento já que neles se pressupõem e até impõe uma determinada
forma de encarar a educação e, com ela determinados modos de imaginar o
desenvolvimento humano (CARIDES & VERGA, 2002) citados por (GÓMES et all,
2007:8) ”.

Porem, é importante que essas actividades garantam uma permanência das crianças
no sistema educativo porque só assim é que a mesma pode ser transformadora económica e
social desta.

4.1.3.2.Critérios usados para a identificação das crianças


Os critérios para identificação crianças para estes centros infantis e escolinhas
comunitárias é o nível de vulnerabilidade das mesmas porque a intenção é ajudar a quem
mais necessita, usa-se assistências comunitárias através de membros da comunidade local
que ajudam a identificar essas pessoas (são educadores que também fazem o trabalho de
campo em termos de sensibilização dessas pessoas).

4.1.3.3.Parceiros deste projecto


Pelo da congregação ser uma organização sem fins lucrativas, essas actividades tem sofridos
alguns problemas relacionados com os fundos e outro tipo de apoio de forma a manter as
respectivas actividades, com isso é sempre necessário, a existência de algum tipo de apoio
e neste aspecto, toda a sociedade é convidada a participar nesses projectos, desde o governo,
as empresas privadas, as ONGs, e outras individualidade, com tudo para o caso do centro
da criança, em termos de Apoio, estas actividades contam com:

Parceiros Tipo de Apoio


UP Capacitação dos educadores
Planificações anuais e semestrais
Produção de Material Didáctico
64

Assistência técnica na montagem e administração das


oficinas pedagógicas do centro.
Handling Financeiro e ??
Pastoral da criança (Itália) Financeiro e ??
Pais e encarregados da Financeiro
educação Sensibilização dos outros pais
Disponibilização das crianças

Esta actividade conta com o apoio de organizações da Itália, a nível nacional, temos
como parceiros para além da cooperação entre a congregação Sagrada Família e a
Universidade Pedagógica-Maxixe/UniSaF, contam com o apoio da Handling. Embora esta
ultimamente tem reduzido o seu apoio por motivos desconhecidos. Daí que tentamos
incentivar os pais para darem mais contribuição.

Neste projecto, a Universidade Pedagógica -Maxixe/UniSaF, participa com o apoio


pedagógico nas capacitações dos educadores e projecção de actividades assim como na
produção de material didáctico, por exemplo foi inaugurada a oficina pedagógica em
Macupula perto da escola nova que contou com a participação de estudantes e docentes da
UP-Maxixe e UP-Sede (Maputo). Porém para o ano de 2015 pretende-se expandir essas
oficinas em todos os centros e escolinhas comunitárias. A ideia é Expandir essas oficinas
em todos os centros e escolinhas comunitárias.

Os cursos de Ciências da Educação, Psicologias, Educação de Infância realizam as


suas práticas e por outro lado, ajudam os centros e escolinhas na capacitação dos seus
recursos humanos, por exemplo, em Fevereiro, dá-se formação dos educadores mas também
a UP-Maxixe/UniSaF ajuda na produção do material didáctico para as oficinas pedagógicas
para a produção de material didáctico porque deve ser específico tendo em conta a idade
das crianças.
65

Inauguração da oficina pedagógica Aldo Radaelli de Macupula

Inauguração da oficina pedagógica Aldo Radaelli de Macupula


66

4.1.3.4.Capacitação dos educadores das escolinhas e centros infantis e Apoio as crianças


com NEE

Consistem num projecto que tem como objectivo, capacitar os educadores das
escolinhas e centros comunitários do município da comunidade de Maxixe por um lado
em metodologias de ensino, elaboração de matérias de ensino, e organização e dar apoio
na criação de oficinas pedagógicas e por outro lado, consciencializar a comunidade e aos
educadores sobre a necessidade de criar estratégias que possam ajudar as crianças com
necessidades educativas especiais a ingressarem e manterem-se na escola ou por outra
pretende junto com a comunidade e os educadores garantir o acesso e acessibilidade das
crianças nas escolas.

4.1.3.5.Motivação para a sua concepção ou seja que demanda de desenvolvimento local


visa responder
A motivação para a concepção deste projecto, por parte da UP-Maxixe, enquadra-se
na sua missão que é formar a nível superior, professores para todo o ensino (infantil,
primário, secundário, especial, técnico, profissional e superior) e técnicos para as áreas
educacional e outras áreas afins (cultural, social, económica, desportiva, entre outras).

Razão pela qual, essas actividades devem ajudar a comunidade a ultrapassar as


dificuldades que as comunidades enfrentam no seu dia-a-dia, porém também enquadram-se
no seu compromisso de pesquisa e extensão, ou seja, estão em conformidade com a sua
função de extensão universitária ou por outra, pela obrigação moral que a universidade tem
de intervir na comunidade de forma promover o desenevoamento das comunidades
circunvizinhas e regionais.

Mas também sabe-se que, o magnífico reitor incentiva os directores das delegações
e faculdades a desenvolver actividades de extensão como o desporto, cultura, recriação, mas
também em projectos educativos, um conjunto de actividades para académicos de forma a
ajudar a comunidade a desenvolver-se (BONO, 2014.CP).

Relação deste projecto com a filosofia ou princípios da congregação sagrada Família


Em principio, há que considerar que a congregação da Sagrada Família é uma
instituição católica, internacional vocacionada a educação das novas gerações presente em
Moçambique desde 1997, essa parceria e engajamento da congregação nesses projectos
fundamentam-se a partir dai razão pela qual existe esse casamento entre a UP e a
congregação pelo facto de as duas instituições estarem focadas a educação da sociedade e
67

acreditarem que esta, é a forma mais eficiente de promover o desenvolvimento em todas


dimensões (espiritual, social, económico, cultural, ambiental etc).

Por parte da congregação a motivação surge da fundadora da mesma Santa Paula


Isabel CEREOLLI pelo seu exemplo de ajudar o próximo principalmente por ter sido uma
pessoas que se preocupou com a educação da sociedade. Isso fundamenta-se na seguinte
frase “Educar é dar uma segunda criação mais excelente do que a primeira” (CERIOLLI,).

4.1.3.6.Que opinião tem os beneficiários, executantes e outros sobre este impacto


Os executantes (UP-Maxixe), consideram que este projecto é importante no processo
do desenvolvimento da comunidade da Maxixe assim como para todo o país na medida em
que educação é a chave do desenvolvimento e o ensino pré-escolar está aprovada que
garante uma continuação com sucesso dos outros níveis de ensino. Por sua vez a
congregação sagrada família também acha o mesmo e acrescenta que para além de ajudar
as crianças também ajuda os adultos no seu desenvolvimento educando-os directamente
com as palestras e indirectamente através da educação dos seus filhos, para além de que a
medida em que as crianças ficam na escolinha, os pais tem mais tempo para realizarem
outras actividades que podem impulsionar o desenvolvimento.

Os membros da comunidade, por nós entrevistados, consideram que as actividades


que o centro da criança desenvolve são necessárias e importantes para a comunidade da
Maxixe, e que desde que a UP-Maxixe/ UniSaF e a Congregação Sagrada Família está
naquela província, registou-se crescimento e desenvolvimento em várias dimensões, fruto
da evolução da educação e que o projecto das escolinhas tem tido maior significado na vida
da comunidade de Maxixe.
68

4.1.3.7.Potencialidades
 Existem mais comunidades que precisam de ter o projecto de escolinhas e centros
infantis;
 Existem um espaço para a UP trabalhar dentro da comunidade para a sensibilização
da comunidade sobre a importância da educação pré-escolar visto que tem sido um
problema para os pais mandarem os seus filhos para os centros infantis e escolinhas
comunitárias.
 Uma comunidade que precisa saber que as crianças com NEE têm possibilidades de
aprenderem e formarem-se em diversas áreas que podem permitir o
desenvolvimento da comunidade, a considerar que o centro da criança constatou que
muitas crianças com essas especificidades não são mandados aos centros e
escolinhas devido ao conformismo pessimista dos seus países.
 Existências de várias áreas como o desemprego, a criminalidade, o saneamento do
meio, que são indicadores do desenvolvimento que a universidade pode explorar e
com os seus estudantes podem realizar várias actividades de extensão que pode
contribuir para o desenvolvimento da comunidade local.

4.1.3.8.Que fraquezas
 Falta de recursos financeiros o que torna barreira das eficiências das nossas
actividades e em alguns meses torna difícil subsidiar os colaboradores do projecto.
 O não entendimento dos pais sobre a importância da educação pré-escolar dificulta
o recrutamento das crianças para os nossos centros, principalmente quando se trata
de crianças com NEE, os pais pensam que é impossível desenvolver a aprendizagem
nos seus filhos;
 Fraca aderência da comunidade nas campanhas de sensibilização da comunidade
sobre a importância da educação pré-escolar. Isso faz com que se enfrente escassez
de crianças interessadas para os centros infantis e as escolinhas comunitárias;
 O facto da igreja católica ser promotora torna um pouco difícil na aderência da
comunidade que é crente nas outras igrejas;
 O não enquadramento do ensino pré-escolar no então MINED faz com que não haja
espaço para prestação de apoio financeiro e material e humano em projectos
semelhantes razão pela qual MINED não apoia alegando que não tem
enquadramento deste nível de ensino SNE (Sistema Nacional da educação).
 A falta de apoio do governo Municipal a estes projectos dificulta o seu andamento;
69

 A não abertura do conselho municipal nos projectos da educação infantil ou pré-


escolar cria dificuldades em aspectos burocráticos.

4.1.3.9.Sugestões
De acordo com as dificuldades encontradas no exercício das actividades do centro da
criança, acredita-se que essa situação pode ser minimizada através das seguintes
recomendações:

 Considerando que a Direcção Provincial da Mulher e da Acção Social é órgão que


tutela esse nível de ensino, poderia apoiar em recursos materiais e financeiros não
obstante a oferta que fez do manual, a iniciativas de género ou por outra, criar
incentivos para encorajar iniciativas do género para garantir a desenvolvimento da
comunidade de Maxixe. (LEONEL 10.12.2014, Cp.).
 A direcção Provincial da Educação poderia criar uma plataforma que abra espaço
para prestação de apoio a projectos educativos em todos os níveis de ensino.
Considerando que a educação é um dos factores importantes no desenvolvimento de
qualquer comunidade como afirma.
 Que o conselho Municipal através da vereação da educação crie estratégias de apoio
a educação pré-escolar, por exemplo na concessão dos espaços para estas
actividades.

4.1.4.10.Perspectivas
 Futuramente pretende-se aumentar as escolinhas para mais comunidades e ampliar
em termos dos beneficiários das nossas actividades;
 Segundo o coordenador pedagógico do centro da criança seria bom que as
capacitações que a Universidade Pedagógica oferece aos educadores, fossem
transformadas e formações de raiz para permitir o desenvolvimento de maiores
resultados e eficiência do processo. (LEONEL, 2014: Cp).

O projecto começou com cinco (05) estudantes para actuarem em todas comunidades que
os centros infantis e escolinhas tuteladas pelo centro da criança funcionam, e actualmente
estão envolvidos, 15 estudantes. Porém, a UP-Maxixe/UniSaF tem como preocupação,
apoiar com maior eficácia, crianças com NEE sobre tudo os próprios pais.
70

4.1.4.Quanto ao centro juvenil

Moçambique é um pais com uma população mais jovem e que esta camada
representa mais de 60% da população Moçambicana, este facto varia de província para
província em termos de números concretos, mas o denominador comum é que em todas elas
os jovens estão em grande número.
Desta forma há toda uma necessidade de redobrar o esforço no sentido de investir
neles por varias razoes, pois eles serão adultos do amanha e o futuro de todo um pais estará
nas mãos deles.

A título de exemplo da consciência dessas necessidades, a UP-MAXixe e a


Congregação Sagrada Família, colaboram na implementação de vários
projectos/actividades realizadas no centro juvenil da Maxixe que agrega jovens com todas
características e na medida do possível ajuda esses jovens a dar sentido a sua vida através
de várias actividades.

4.1.4.1.Historial do Centro Juvenil


O centro Juvenil de Moçambique em Maxixe, foi criado em 1999 por padres da
congregação sagrada família com o propósito de que para além da formação espiritual,
proporcionar uma formação integrar dos jovens de forma geral.

Quando se criou, começou com o desenvolvimento de actividades como o desporto,


cultura e recriação, acólitos, catequese. Mais tarde, com o surgimento da Universidade
Pedagógica/ UniSaF as actividades do centro continuaram e melhorando a qualidade das
71

mesmas e que a sua participação permitiu um crescimento do centro tanto em qualidade e


quantidade.

A Universidade Pedagógica é importante para o centro porque em primeiro lugar,


oferecem bolsas aos membros do Centro Juvenil, para além disso, financia o desporto e
cultura em 50 %. (NHAUTOME, 2014Cp).

Com esse fundo, realizam-se actividades de entretenimento e recriação para os


jovens e em termos de desporto torna possível colocar as equipas do clube de desportos
compostos por jovens do centro em competições nacionais e provinciais. Embora em 2014
não tenham participado nesses últimos jogos devido a coincidência com o período dos
exames (Apoios em termos materiais como o aparelhagem toda como a bateria, piano,
guitarra, e as vezes ate dão ajuda espacial, e a universidade acreditando que a educação
moral também é importante, a UP-Maxixe (UniSaF) apoia a impressão e cópias do
catecismo e fascismo assim como a edição do Jornal do centro juvenil chamado Horizonte
que é um jornal mensal que depois é vendido e a receita é convertida em beneficio do centro
ou seja, a UP-Maxixe não recebe algo em troca após a venda do jornal cabendo aos jovens
do centro a elaboração dos mesmos (Idem).

Dentre actividades culturais, realiza-se competição de cantos denominada First


Coros que é organizada graças a apoio da Universidade Pedagógica. Esse concurso, ajudam
com isso ajudamos muita gente sobre tudo os jovem perdidos para que voltem para escola
e outros continuam com os estudos mas também a inverter-se e a ocuparem-se para além de
desenvolverem o talento artístico.

Para além dessas actividades, realizam-se trabalha-se com jovens em situação crítica
como o desemprego, jovens fora da escola, jovens mergulhados em vícios entres outras
situações.

Participantes (executores e beneficiários)


Os executores destas actividades, são jovens da congregação, jovens da comunidade
para além de outros jovens da comunidade que não tem nenhuma relação com a
congregação, a igreja e a UP Maxixe o que fundamenta a ideia de que estas actividades tem
como propósito, ajudar todos os jovens da comunidade a terem uma formação integral que
permita o seu desenvolvimento e posteriormente desenvolvimento da comunidade em geral.
72

Em termos de beneficiários, são todos jovens da comunidade tanto os que entram no


frequentam o centro juvenil por iniciativa própria ou os que são convidados e convencidos
por outros jovens do centro. Portanto este projecto tem ajudado as pessoas tanto para os que
frequentam a catequese tem desenvolvido a sua vida espiritual e essa educação permite o
enquadramento eficiente e produtivos para a sociedade dos mesmos.

Como afirma GOMES et all (2007), educação moral ajuda na redução da


criminalidade, inveja, entre outros males permitindo assim um rápido desenvolvimento
desta.

Esses beneficiários são todos jovens, independentemente do sexo, raça, confissão


religiosa, embora haja um grupo essencialmente constituído por mulheres assim como de
actividades meramente católicas como é o caso da catequese.

4.1.4.2. Parceiros
 A Universidade Pedagógica tem sido um parceiro do centro juvenil importante na
medida em que financia em 50% as actividades do mesmo, para além de dar apoios
materiais e disponibilizarem as impressoras e as máquinas fotocopiadoras para os
documentos diversos que o centro possa precisar. Além desse apoio, a UP-Maxixe
disponibiliza espaço para a realização de actividades desportivas por exemplo o
campo do antigo Motel Palmar, actual 2º campus universitário assim como o
pavilhão de desportos para a realização do concurso coral, First Coros, o sucesso do
73

centro em suma é consequência da parceria entre a UP-Maxixe e a Congregação


Sagrada Família (Padicêncio: cp. 2014)
 Isso para além do apoio da congregação que é a fundadora que participa nas despesas
em 50% e da tudo quanto é possível necessário para a realização das nossas
actividades, tanto religiosas assim como as que não são necessariamente religiosas
como o desporto, a actividades culturais entre outros. Os valores dados pela UP
assim como pela Congregação para além de serem usados nas despesas do centro,
servem para pagar os subsídios dos colaboradores do mesmo.
 O município também tem sido parceiro importante a título do exemplo, dão-nos
apoio em dinheiro para aluguer de transporte ou transporte para qualquer área
actividade mediante a uma solicitação (. BONO & NHAUTOME 2014 Cp.).

4.1.4.3. Actividades desenvolvidas no centro


Área Actividades Executores Beneficiários
Cultura Grupo Teatral Jovens da UP e da Munícipes da Maxixe
Congregação
Grupo coral Jovens da UP Munícipes da Maxixe
Maxixe e da
Congregação
Desporto Equipas de Futebol Jovens (UP, CSF, e Munícipes da Maxixe
Masculino e feminino outros). e outros.
Basquetebol masculino e Jovens (UP, CSF, e Munícipes da Maxixe
feminino outros e outros.
Comunica Jornal Horizonte Jovens do Centro Munícipes da Maxixe
ção Juvenil e outros.
Locução na rádio Maria Jovens do Centro Munícipes da Maxixe
e outros distritos
Núcleo de Explicação em todas Jovens do Centro Adolescentes e Jovens
Estudos/E disciplinas do nível da Maxixe
ducacional primário e secundário
geral
74

Aconselhamento e Jovens do Centro Adolescentes e Jovens


orientação educacional, da Maxixe
Aconselhamento Jovens do Centro Adolescentes e Jovens
psicossocial da Maxixe
Espiritual Catequese Jovens da CSF Adolescentes e Jovens
da Maxixe

Tabela …. Fonte: O autor

4.1.4.4. Como decorrem


 O centro juvenil está composto por grupos dentre eles destacam-se na cultura, o
grupo teatral, o grupo coral, que de forma regular realiza os seus ensaios e fazem
várias apresentações a nível do município da Maxixe assim como representa a UP-
Maxixe em vários eventos culturais para além de actuar nas cerimónias internas da
universidade.
 No que tange ao desporto, o centro possui equipas de futebol feminino e masculino,
basquetebol feminino e masculino e outras modalidades, por exemplo, o clube de
desportos participou em Dezembro de 2014 em Xai-Xai no torneio da UP zona Sul
onde conquistou medalhas em várias modalidades, portanto a que salientar que as
actividades são organizadas em colaboração de a UP-Maxixe/ UniSaF e o centro
juvenil, pelo que, pretende-se competir a nível provincial para posterior regional de
forma a conseguir o acesso para o campeonato nacional de futebol (Moçambola) no
ano de 2015. Contudo, essas actividades são desenvolvidas por jovens da
comunidade que estejam interessadas ou que se beneficiaram das nossas actividades
de resgate.
 Grupo de jornal foi criado em 1999, jovens desta área, trabalha na recolha de
informações assim como na sistematização dos conteúdos e toda produção que após
a produção a UP-Maxixe através da editora sagrada família. Em termos de conteúdos
do jornal, o jornal Horizonte trata de assunto que constituem preocupação social
sobre tudo inerente aos jovens, mas também é composto pela parte religiosa que
aborda sobre a vida crista, os programas das actividades da paróquia assim como da
congregação sagrada família e também procura abordar a vida da UP-
Maxixe/Sagrada Família. Comporta também entrevistas com pessoas que podem
servir de exemplo para tornar os jovens bem comportados e batalhadores para
garantir o seu bem-estar ou seja exemplo de pessoas que os seus exemplos podem
75

ser seguidos pelos jovens do centro assim como da comunidade em geral, o que pode
de certa forma impulsionar o desenvolvimento desta comunidade;
 Núcleo de estudos: este núcleo trabalha com os jovens que precisam de explicação
ou uma orientação educacional em qualquer área ou disciplina, essas actividades sao
desenvolvidas por estudantes da UP-Maxixe/UniSaF, assim como estudantes
graduados da mesma instituição, o objectivo deste núcleo, é prestar apoio a
comunidade sobre tudo os jovens do município da Maxixe que estejam a enfrentar
dificuldades nas suas actividades académicas ou que queiram saber sobre o
funcionamento do ensino superior ou que queiram aconselhamentos para a tomada
de decisão da área profissional a seguir no ensino superior.
 O centro também possui o grupo de catequese em que os adolescentes e jovens
beneficiam-se da educação religiosa católica para a sua melhor integração no
cristianismo católico, isso ajuda a esta faixa etária a conhecer os princípios para
viver em harmonia com Deus, consigo mesmo e com o próximo baseada nos
princípios bíblicos.

Portanto, como a Gomes et all (2007) a educação espiritual pode ser arma principal para
o combate a comportamentos nocivos a sociedade promovendo assim o desenvolvimento
desta comunidade.

A educação religiosa é fundamental na promoção da paz, na medida em que reduzem as


condutas xenófobas, racistas, promoção da justiça, tolerância, a solidariedade, a empatia ao
mesmo tempo que actua contra os valores da discriminação, da intolerância, da indiferença
do conformismo e muitos outros antitéticos da cultura da Paz (GÓMES et all, 2007:231).

Portanto, não existe nem o desenvolvimento económico e nem o desenvolvimento social


num contexto que não tenha esses valores, pelo que a educação religiosa ela contribui para
o desenvolvimento na medida em que ajuda a criar um ambiente favorável para as
transformações do antes para o depois mais melhor. Por exemplo numa sociedade que existe
guerra, hostilidades, criminalidade, intolerância etc, é impossível desenvolver, então para a
comunidade da Maxixe essa educação religiosa levada a cabo pela CSF em parceria com a
UP, torna relevante para o desenvolvimento local.

Todos os jovens do centro, tem a responsabilidade de se comportar como exemplo na


sociedade e sensibilizar e persuadir outros jovens que necessitem das actividades
desenvolvidas no centro sem necessariamente falar da igreja católica devido ao seu carácter
76

generalista no apoio aos adolescentes e jovens. Com isso procura-se esses jovens e fala-se
das actividades do centro sem meter o nome da igreja para não afugenta-los caso não sejam
católicos.

Como afirma GÓMES et all, (2007:232), a paz, a igualdade dos direitos e de


oportunidades, a conservação do meio ambiente, uma vida mais saudável, o
desenvolvimento das ligações afectivas e interpessoais, etc., sejam os temas e conteúdos
que traduzam as maiores preocupações e expectativas do presente e em torno das quais
possam girar as milenárias áreas curriculares, legadas dos intelectuais gregos e romanos.

Também existem outros grupos como de acólitos, mas também o centro tem parceria
com a Rádio Maria, onde alguns jovens desenvolvem actividades de locução na rádio
Maria.

Essa actividade torna importante na medida em que os jovens aproveitam a rádio para
promoção da educação intelectual e espiritual dos jovens e este torna um meio para ampliar
o número de beneficiários das actividades do centro, para além de que ajuda os jovens
envolvidos a desenvolverem competência na área de comunicação.

4.1.4.5. Marco histórico do projecto


 Em termos conquistas, já conseguimos realizar um campeonato masculino
envolvendo todas comunidades da Maxixe e os vencedores foram premiados graças
a ajuda da congregação e a UP/UniSaF;
 Realizamos também palestras nas comunidades e sempre que o assunto é realizado
com a educação, os estudantes da UP é que da e também apoiam em explicação e
orientação educacional dos jovens em varias área;
 Para além de jovens que já são licenciados a trabalhando nas diversas instituições,
dois jovens já são locutores das rádios comunitárias dos distritos da província de
Inhambane graças a parceria existente com a Rádio Maria.

4.1.4.6. Motivação para a sua concepção ou seja que demanda de desenvolvimento local
visa responder
O centro, visa apoiar os jovens da Maxixe s como de outras comunidades, em termos
da educação, desporto, cultura, recriação e prestar qualquer apoio possível que possa
garantir o desenvolvimento integral dos jovens, tanto físico, intelectual, emocional e
espiritual com a traduzir é de que o investimento desse sentido possa se traduzir no
desenvolvimento sustentável dos mesmos e toda a comunidade.
77

A motivação para a concepção deste projecto, por parte da UP-Maxixe, enquadra-se


na sua missão como uma instituição formadora e na sua função social de ajudar as
comunidades a desenvolverem-se então acredita-se que se tem uma juventude Sá torna fácil
o desenvolvimento da comunidade.

4.1.4.7. Relação deste projecto com a filosofia ou princípios da congregação


mantenedora da UP-Maxixe Congregação Sagrada Família
Por parte da congregação a motivação surge da fundadora da mesma Santa
Paula Isabel Ceriolli pela seu exemplo de ajudar o próximo principalmente
por ter sido uma pessoas que se preocupou com a educação da sociedade
mas também por aquilo que é o principio básico da igreja católica “Amai
ao outro com a si mesmo” e esse amor pela igreja católica é manifestada de
diversas maneiras entre elas, a promoção do desenvolvimento harmonioso
e sustentável da comunidade e em Maxixe, uma das formas encontradas para
o efeito, foi a criação deste centro e promover as actividades que estão a ser
desenvolvidas. Isso fundamenta-se na frase da fundadora da congregação
“Educar é dar uma segunda criação mais excelente do que a primeira”
(CERIOLLI), citada pela (UP-Maxixe, 2014:2).

4.1.4.8. Que opinião tem os beneficiários, executantes e outros sobre este impacto
Sobre estas actividades, os executores nesse caso a UP-Maxixe e a Congregação
Sagrada Família consideram o centro como uma forma de impulsionar o desenvolvimento
e sublinham os resultados positivos alcançados em várias actividades como o reajuste do
comportamento dos jovens as normas sociais, o desenvolvimento intelectual assim como
espiritual de muitos jovens, a diversão proporcionada aos jovens nas suas actividades de
desporto e cultura, a formação académica de muitos jovens e a promoção da cidadania nos
cidadãos da Maxixe através de palestras, jornal, entre outras.

Por parte da sociedade consideram que o centro tem proporcionado o bem-estar para
a comunidade e contribui bastante para o desenvolvimento de vários jovens. “Conheço
muitas pessoas (jovens) que estavam perdidas mas quando entraram para o centro, tanto
para jogar bola assim como para participar nos debates, mesmo os que aprendem
catequese depois mudaram para o melhor, outros estudaram, outros admitiram exames da
admissão e outros até trabalham mas tudo isso foi graças ao centro juvenil” disse uma
entrevistada.
78

Embora cada um com seus argumentos, tanto os executores assim como os


beneficiários, são unânimes em afirmar que o centro tem desenvolvido muitas actividades
que ajuda os jovens a crescerem em todos os sentidos.

4.1.4.9. Que fraquezas


 A falta de espaço para a realização de algumas actividades culturais e desportivas, o
que torna difícil a implementação de alguns desportos;
 Falta de recursos financeiros para subsidiar os jogadores de futebol;

4.1.4.10. Perspectivas
Há intenções de fundar uma academia de desportos porque a UP esta para introduzir
o curso de educação física.

4.1.4.11. Sugestões
 A UP-Maxixe poderia aproveitar os cursos que tem como tem a filosofia e torna-la
interventiva para ajudar a resolver conflitos sociais criando assim o desenvolvimento
da comunidade local ou seja do município da Maxixe. Para além disso, tem o curso
de psicologia educacional que a UP através dos seus estudantes podiam criar um
centro ou núcleo para ajudar algumas instituições, uma espécie de prestação de
serviços as empresas o que por um lado poderia ajudar a por outro lado ajudaria a
por em prática as teorias aprendidas durante as aulas.
 Através do curso de HIPOGEP e ensino de história para a valorização da nossa
própria história, sem excluir o global. O curso de português podia ajudar fazendo
palestras para sensibilizar a comunidade sobre a importância das nossas línguas
locais. O inglês podia-se realizar palestras s para mostrar que o facto de aprender a
língua inglesa não significa despir-se das nossas línguas sim que eh importante para
nos comunicarmos com o resto do mundo. Nas nossas comunidades capacitando-a
em termos de impreendedorismo e gestão de comércio;
 Em suma, as comunidades circunvizinhas da UP-Maxixe/Sagrada Família
enfrentam vários problemas que a sua solução pode ser encontrada dentro dos cursos
e os recursos humanos que a esta instituição de ensino possui.

4.1.4.12. Potencialidade
 Tratando-se de que a sociedade moçambicana em geral particularmente do
município da Maxixe está a passar por uma crise de valores, e porque a UP local tem
uma vasta gama de curso que podem contribuir para resolver este problema e ajudar
a sociedade a compreender que a globalização não é receber ou despir-se da sua
79

cultura mas sim é uma comunicação entre as culturas, ou por outra temos que viver
a globalização e glolocalização;
 Os problemas relacionados com a qualidade da educação que também afectam a
comunidade da Maxixe, é uma oportunidade de extensão que a UP-Maxixe/Sagrada
Família em conjunto com os docentes e estudantes de 3º ano em diante, pode
aproveitar para ajudar para combater esse mal e proporcionar desta forma, a
qualidade da educação o que contribuiria bastante para o desenvolvimento da
comunidade local, isso seria possível através de intervenção de docentes e estudantes
dos cursos de Ciências da educação, Psicologia educacional, e educação de infância
intervir junto aos serviços da educação para ajudar a mudar o cenário educativos que
é lastimável segundo o animador geral do centro juvenil, mas também pode-se
capacitar os professores sobre a importância de desenvolver boas relações com os
alunos e desenvolvimento metodológicos dos mesmos mas também ajudar a
comunidade a valorizar os professores e fazer com que os próprios estudantes
assumam uma postura que lhe confira respeito e dignidade.
 Administração de comércio e finanças deviam intervir para formar a comunidade
em matéria de empreendedorísmo e gestão de comércio para ajudar a mesma a lutar
contra a pobreza que as nossas comunidades enfrentam.

4.1.5. Quanto a Escola Pré-Universitária Sagrada Família-Maxixe


Uma das chaves se não a mais eficiente para o desenvolvimento da comunidade local
é a educação, com a educação as pessoas adquirem conhecimentos que se traduzem em
competências e que por sua essas competências ajudam a desenvolver certas actividades
que podem render o capital monetária (dinheiro) ou mesmo serem empregados
desenvolvendo-se economicamente e por outro lado, essa educação ajuda as pessoas na
melhor utilização dos recurso adquiridos ou existentes, promove o seu nível e participação
na resolução dos problemas melhorando e promovendo assim o desenvolvimento
socioeconómico das mesmas.

Dai que a UP-Maxixe (UniSaF), procura investir na educação em todos níveis de


ensino, a título de exemplo é a Escola Secundaria Sagrada Família participa contribui no
processo da formação da sociedade através do ensino secundário geral e dos cursos técnico
profissionais.
80

A escola Pré-universitária da Maxixe é uma instituição privada da congregação


Sagrada Família. Foi criada em 2004, convista a proporcionar uma educação de qualidade
para alunos do 2º ciclo. A mesma tem como patrono, a congregação da Sagrada Família
sedeada na Itália.

Para o ingresso nesta escola, realiza-se um exame de admissão e mediante ao número


necessário, admite-se os melhores.

Escola Pré-universitária Sagrada Família-Maxixe Director e docente da Escola e da UP-


Maxixe.
81

70

60 56
51 50
50

40
30 Letras
30 Ciencias

20 Polinomial (Letras)
Linear (Ciencias)
10

0
Estudantes da Estudantes da
-10 11a classe 12a classe

-20

Actualmente a escola conta com um total 187 estudantes, sendo que. 51 Frequentam
11ª secção letras e 50 de ciências com biologia, por sua vez, na 12ª 56 estudantes na secção
de letras e 30 estão na secção de ciências.

Portanto por um lado é notável que a aderência é maior, contudo há que salientar
que numa altura em que as preocupações educacionais no nosso país tendem a incentivar
para que se adira ao ensino técnico profissional o que para tal tem-se como requisito a
frequência das secções com ciências o que nesta escola, a maior parte d os alunos tendem a
frequentar o grupo A (Letras) na medida em que dos alunos que ingressaram em 2014,
aproximadamente a 65% frequentam a secção de letras e o restante 34% frequentam a
secção de ciências com biologia.

A pensar nisso, a escola Pré-Universitária Sagrada Família introduziu cursos


técnicos profissionais de curta duração com intenção de desenvolver competências que
possam ajudar os beneficiários a auto-empregarem-se mas também a serem empregados em
diversas áreas.

4.1.5.1. Quanto ao Centro de Desenvolvimento Profissional da Escola Pré-Universitaria


Sagrada Família
Para além do ensino secundário, existem dentro da Escola Pré-universitária um
projecto designado CEDC: (Centro de Desenvolvimento da Educação Comunitário).
82

Com esse centro, qualquer membro d comunidade que queira e que possua requisitos
exigidos, goza esta oportunidade. Neste sentido, o centro já graduou mais de mil (1000)
formados em diversas áreas como demonstra a tabela abaixo.

Tabela sobre o número de graduados e as respectivas áreas

Como qualquer organização escolar, a Escola Pré-universitária sagrada Família em


termos dos recursos humanos, conta com um contingente total de 23 colaboradores
distribuídos em função dos cargos como demonstra o gráfico a baixo.

Distribuição dos funcionáris da Escola


1 1 1
2 Director 1
1
1 Director adjunto pedagogico 1

2 Director Administrativo 1
Professores 16

2 Agentes de servico 1
Jardineiros 2
1 Guardas 2
Electricista 1
16 Secretarias 2
Tecnico de Informatica 1

Nesse caso podemos notar que a escola apresenta uma estrutura xigida para o
exercicio das actividades normais de uma escola para além de que esta em relacao `a outras
escolas, possui uma vantagem na medida em que possui técnicos para servicos de apoio dos
servicos técnicos como é o caso do electricista e técnico de informática, o que para constitui
uma vantagem em relacao as outras escolas principalmente públicas.

Porém, isso só será uma verdadeira vantagem se esses técnicos desempenharem


correctaente as suas funcoes que os competem.

Em termos de propinas (Matriculas e Mensalidades), verifica-se no quadro a abaixo.

Curso/ classe /Matriculas/Inscrição Mensalidades Duração


11ª 300,00 Mtn 750,00 Mtn 1 Ano
12ª 300,00 Mtn 700,00 Mtn 1 Ano
83

Inglês prático oral 00,00 Mtn 750,00 Mtn 3 Meses


Contabilidade e Finanças 00,00 Mtn 3.750,00 Mtn 4 Meses
Serviços Bancários 00,00 Mtn 3.750,00 Mtn 4 Meses
Montagem e reparação de 00,00 Mtn 3.750,00 Mtn 4 Meses
Computadores
Informática Básica 00, 00 Mtn 1500,00 Mtn 2 Meses
Culinária 00,00 Mtn 3.000,00 Mtn 40 Dias
Fonte: o autor, dados fornecidos pelo Shaun Chance Bisset (Director da Escola pré-
universitária)

Nesta tabela podemos verificar a diversidade existente em termos de cursos técnicos


que de certa forma proporciona competências que podem ajudar a disputar o mercado de
emprego e por outro lado habilita os beneficiários para a criação dos seus próprios empregos
e empregar os outros, o que de certa forma ajuda a desenvolver a comunidade.

Porém é notável que nem todos têm a capacidade para suportar os pagamentos
cobrados nesses cursos com tudo, segundo a direcção da escola, esses valores são cobrados
para garantir a manutenção da escola e pagamentos dos funcionários e outras despesas.

Porém essas actividades visam responder visam por um lado responder o artigo 13
ponto 1 da lei 6/92 do Sistema Nacional da Educação que salienta que: O ensino Técnico
profissional constitui o principal instrumento para a formação profissional da forca do
trabalho qualificada, necessária para o desenvolvimento económico e social do país.

E o seu regime, estas actividades decorrem em conformidade com o ponto 2 do


mesmo artigo que destaca que: o ensino-técnico profissional compreende os níveis:
elementar, Básico e Médio, pelo que aa UP-Maxixe colabora para a formacao de técnicos
do nível elementar e Básico. Por outro lado, a formacao técnico profissional oferecida pela
Escola Pré-Universitaria Sagrada Familia da qual a UP-Maxixe é partceiro visa responder
uma das prioridades definidas pelo (PEPI) Plano Estratégico da Província de Inhambane
(20010-2020) que concerne no desenvolvimento humano e social onde uma das
preocupações é aumentar em quantidade e qualidade a formacao-técnico profissional de
forma a contribuir para o melhoramento da qualidade de vida da população.

Portanto é desta forma que essas actividades ornam-se fundamentais para o


desenvolvimento da comunidade local na medida em que visam contribuir para o
84

desenvolvimento da comunidade local em colaboração com o governo local e actuando


dentro dos parâmetros nacionais visando melhorar a qualidade de vida da população da
Maxixe particularmente e de todo pais de uma forma geral.

4.1.5.2. Participação da UP-Maxixe/UniSaF neste projecto


A UP-Maxixe, comprometida com o desenvolvimento da comunidade, colabora com a
Congregação Sagrada Família. Como afirma FREITAS & PERES (2006) citados por
GÓMES et all, 2007: 140) “ao pretendermos desenvolver as comunidades, devemos ter
consciência de que todo o trabalho comunitário pressupõe atender, primeiramente as
comunidades e as pessoas como agentes da mudança, grupos e pessoas com capacidades de
alterar a sua vida pessoal, os seus hábitos, atitudes e comportamentos e de influenciar a
dinâmica cultural”.

E cientes de que as actividades desenvolvidas na Escola Pré-Universitária Sagrada


Família visa atender essas necessidades da comunidade, a participação da UP-Maxixe
centra-se nos seguintes moldes:

a) Os estudantes da Pré-Universitária 12ª tem a oportunidade de participar nas


actividades académicas da UP-Maxixe (em aulas e outros eventos), de forma a terem
noção da dinâmica universitária e isso também serve de orientação vocacional na
medida em que esses estudantes podem assistir aulas de cursos diferentes o que lhes
permite fazer uma avaliação sobre possível curso a seguir após a conclusa do nível
básico;

O que de certa forma ajuda os estudantes a estabelecerem contacto com o ambiente


universitário e tendo em conta que, o nosso país ainda não possui serviços de orientação
educacional e profissional para o público em geral, esse contacto permite esses estudantes
a compreender superficialmente as tendências de alguns cursos e por sua vez contribui para
o esclarecimento dos mesmos evitando assim aquilo que se tem verificados todos anos a
quando as inscrições para os exames de admissão onde encontramos maior numero a
concorrerem para cursos desconhecidos e sem visão clara do porque escolher a referida área.

b) Há um intercâmbio e uma relação de irmandade na medida em que os estudantes da


UP-Maxixe/UniSaF realizam as suas práticas na escola pré-universitária Sagrada
Família;
85

Partindo do principio de que é importante que qualquer formação seja acompanhada ou


realizada nas condições concretas que se pretende actuar futuramente ou seja que a formação
deve ser não só teórica mas também pratica s a serem desenvolvidas em instituições da
especialidade.

E por outro lado, atendendo que as práticas (DIAS et all, 2010) visam: Integrar,
progressivamente, o estudante em contextos reais de ensino e aprendizagem de uma certa
disciplina e Contribuir para a informação de um professor que possua saberes teóricos
práticos, um professor que saiba fazer a gestão de um currículo, que saiba diferenciar as
aprendizagens e orientar a sua auto-formação.

Pelo que essas actividades tornam de estrema importância para a EPUSF ao partilhar a
experiencia dos formandos em vários cursos e os professores desta escola e para a UP-
Maxixe, na medida em que esses formando, no processo de desenvolvimento de
competências alia a teórico-práticas (Praxis), o que permite formar profissionais reflexivos.

c) Proporcionar a aquisição das habilidades e competências que possibilitem a


intervenção, a investigação e a prática de projectos pedagógicos;

Contribuir com as suas variadas actividades para a formação de um professor que saiba ser
autónomo, que saiba diferenciar o ensino e aprendizagem, gerindo de forma adequada as
várias situações de ensino e aprendizagem

d) 80 % dos docentes da escola pré-universitária são formados na UP-Maxixe excepto


os da área das ciências.
e)

4.1.5.3. Dificuldades que a escola enfrenta e que acha que UP podia ajudar a
ultrapassarem
 Falta de material didáctico;

4.1.5.4. Potencialidades
É uma das escolas mais concorridas, tem uma qualidade que atrae os alunos;

Porém para a UP-Maxixe, a falta do material didáctico nesta escola pode por um
lado servir de oportunidade para a implementação de actividades que visem resolver este
problema como a extensão das oficinas pedagógicas a esse nível através de uso de material
86

recilado o que também garante a sustentabilidade por constitui uma forma de preservação
do meio ambiente.

4.1.5.5. Perspectivas
 Que futuramente a UP-Maxixe de acesso directo aos melhores estudantes da pré-
universitária Sagrada Família;
 Que haja maior participação da UP-Maxixe por exemplo através de seus estudantes,
organizarem palestras com temas de interesse social e envolverem estudantes da pré-
universitária para entrar nas comunidades e sensibilizar/educar as comunidades;
 Esclarecer os estudantes da pré-universitária sobre a importância do ensino superior;
 Continuar a criar projectos virados a comunidade em diversas áreas para além das
que actua.

4.1.6. Quanto ao Centro Infantil e de Formação Técnico Profissional de Móngue

4.1.6.1. Historial
O centro foi criado em 2004 e numa 1ª fase foi feito de forma a expandir a realização de
missas e dois anos depois (2006), o pastoral da criança introduziu o programa de ajuda a
mulheres grávidas e construiu-se a escolinha, mais tarde foi criado o centro de formação
profissional que com abertura da oficina, começou-se a formar técnicos em marcenaria e
serralharia e carpintaria. Outro grupo frequenta o curso de informática e as senhoras
frequentam o curso de corte e costura. Portanto, trata-se de 8 anos de parceria entre a UP e
a Congregação da Sagrada Família neste projecto.

4.1.6.2. Principais actividades


Actividades de Extensão Número de Beneficiários (2014)
Escolinha 160

Formação Técnico Profissional (Serralharia)

Formação Técnico Profissional (Mercenaria)

Informática

Corte e Costura
87

Sala de informática Irmão Franco (director geral do centro de Móngue).

4.1.6.3. Quanto a Escolinha


O artigo 7 da lei 6/92 do Sistema Nacional da Educação no seu ponto 2, salienta que
o objectivo do ensino pré-escolar tem o objectivo de estimular o desenvolvimento psíquico,
físico e intelectual das crianças e contribuir para a formação da sua personalidade,
integrando as crianças num processo harmonioso de socialização favorável ao pleno
desabrochar das aptidões e capacidades.

O ponto 3 do mesmo artigo, destaca que a rede do ensino pré-escolar é constituída


por instituições e iniciativas dos órgãos centrais, provinciais ou locais e de outras entidades
colectivas ou individuais nomeadamente: associações de pais e de moradores, empresas,
sindicatos, organizações civis, confessionais e de solidariedade.

Por sua vez, o pastoral da criança é uma organização religiosa da igreja católica da
Congregação da Sagrada Família, que por objectivo, ajudar as crianças sobretudo
desfavorecidas no seu desenvolvimento integral e sobretudo na educação das mesmas, visto
88

que a sua fundadora, sempre defendeu que “educar é dar uma segunda criação mais
excelente do que a primeira”.

É nesta perspectiva que em 2006 foi criada a escolinha no sentido de dar


continuidade as actividades prestadas as mulheres grávidas anteriormente, no sentido de
ajudar as comunidades na criação e educação dos seus filhos proporcionando-lhes
conhecimentos favoráveis e que possam lhes ajudar a continuação dos seus estudos nos
níveis subsequentes e acima de tudo, que possa contribuir para a formação de atitudes
positivas conducentes a uma personalidade munida de valores e conhecimentos que possam
garantir o bem-estar social da comunidade.

4.1.6.3.1. Como decorrem


As crianças que frequentam a escolinha são oriundas da comunidade e os critérios
de selecção é o nível de vulnerabilidade a que as crianças estão expostas, por tratar-se
menores de idade, elas são levadas nas aldeias por um camião adaptado para o efeito,
chegado ao centro recebem pequeno-almoço, de seguida estudam conteúdos do ensino pré-
escolar e depois das aulas, almoçam e são levadas de volta para as casas.

Por se tratar de um número considerável (160), estão divididas em duas salas e


possuem dois monitores, no quinto (5º) ano aprendem o inglês duas vezes por semana,
porém estão em construção, cinco (05) salas de aulas convista a aumentar o número de
beneficiários.

Futuras salas de aulas do centro

4.1.6.3.2. Marco Histórico


A escolinha começou com 70 crianças porque o carro usado para o transporte das
mesmas era pequeno mas agora (2014) o número aumentou para 160 crianças da
89

comunidade com a aquisição do novo carro que é mais grande podendo assim transportar
maior número de crianças.

Gráfico 1: Evolução do número de beneficiários da Escolinha de Móngue

180
180
160
140
120
100
70
80
Numero de Criancas
60
40
20
0
2006
2014
90

Antigo carro usado para transportar beneficiários Novo carro usado para transportar
beneficiários

4.1.6.3.3. Beneficiários da Escolinha


Os beneficiários da escolinha são crianças de idade compreendida entre 3 `a 5 anos;

“Quando começamos o projecto todos monitores tinham a 10ª classe, mas


actualmente temos monitores do nível médio (12ª classe) e licenciados ”. (FRANCO,
2014:CP).

4.1.6.4. Quanto a formação Técnica e Profissional


A formação técnica profissional, constitui uma forma de desenvolvimento de
competências para a realização de um trabalho especializado, que por sua vez, proporciona
a criação do auto emprego assim a empregabilidade. Razão pela qual, foi definida como
prioridade até 2020 no sentido de que esta constitui um instrumento primordial no combate
a pobreza e na redução do nível de desemprego e consequentemente na elevação da
empregabilidade no nosso país.

Contudo, numa altura em que o pais clama por falta de técnicos especializados para
corresponder demanda do mercado moçambicano como forma de promoção do
desenvolvimento, e por outro lado considerando que um dos 5pilares da educação é o saber
fazer, torna de estrema importância, qualquer actividade que visa o desenvolvimento de
competências investindo assim no capital humano, o que de certa forma contribui para a
redução do índice de desemprego, o aumento da renda familiar o que constitui indicadores
de desenvolvimento, portanto uma das estratégias encontradas pela UP-Maxixe (UniSaF) e
a Congregação Sagrada Família (CSF), foi investir em projectos de formação técnico
91

profissional em Móngue mas também na escola Pré-universitária sagrada Família através


da CEDEC.

4.1.6.4.1. Beneficiários Executores


A execução das actividades é da responsabilidade da congregação junto com a
universidade através da formação dos seus educadores.

Para o centro de formação profissional, os beneficiários são adolescentes, jovens e


adultos que tenham pelo menos 8ª classe feita a frequentar a 9ª porque considera-se que com
este nível, o indivíduos possui conhecimentos básicos para profissionalizar-se e isso
também garante a melhor comunicação entre os membros.

4.1.6.4.2. Como Decorrem


Os cursos de formação profissionalizante é reconhecido pela INEFP e os formandos
dos cursos de marcenaria e serralhar assim como a carpintaria, aprendem em dois anos sendo
1 ano de teoria e 1 ano de prática, os cursos de informática tem a duração de 4 meses e por
sua vez o curso e corte e costura tem a duração de um (01) ano.

Tanto para o curso de Marcenaria assim como Serralharia, os beneficiários somente


fazem o pagamento de Inscrição que varia entre 300-400mt dependendo de cada ano.

O curso de informática, é assegurado por um professor/monitor formado por


voluntários italianos e actualmente tem ajuda de outros voluntários italianos que facilitam
as técnicas de informática duas vezes por semana por falta de energia. Pelo que a energia
usada é com base em geradores e painéis com auxílio de acumuladores.

Os cursos de Marcenaria, serralharia, possuem dois professores sendo um para teoria


e outro para prática respectivamente e o curso de corte e costura tem duas monitoras.

A Maxixe/UniSaF participa nestas actividades através da formação e capacitação


dos professores/monitores para além de que alguns colaboradores do centro são formados
pela universidade pedagógica.
92

Artigos fabricados pelos formandos

Em termos dos níveis académicos dos recursos humanos, essas actividades contam
com dois (02) licenciados uma delas é a coordenadora da escolinha, e o resto tem 12a classe.

Em termos de avaliação os executores afirmam quem tem notado a diferença que


essas crianças têm perante outras que não se beneficiam deste nível de ensino.

4.1.6.4.3. Potencialidades da comunidade ou a contribuição da comunidade para estas


actividades
 A colaboração reflecte-se na medida em que os pais mandam os seus filhos para as
actividades e participam nas formações. Mas há muitas dificuldades na medida em
que esse povo vive de mandioca e peixe portanto, não tem como conservar pelo que
constitui uma oportunidade de desenvolvimento de um projecto por exemplo ligando
a processamento e conservação de produtos pesqueiros, (Franco, 20114. CP).
 Em termos financeiros, para as escolinhas, os pais pagam 500,00Mtn/ano com
direito a transporte, alimentação, uniforme para os que vão a 1ª classe. Com tudo, as
mais necessitadas estão isentas dessas taxas, razão pela qual, actualmente 30% das
crianças não pagam pelo facto de se encontrarem em situações económicas difíceis.
 O centro possui uma fábrica de óleo de coco que é vendido para uma firma sul-
africana, o que reforça a base de sustento do centro e ajuda nas despesas da escolinha
93

como pagar trabalhadores, comprar comida para crianças etc. Os restos do processo
de fabricação os servem de ração para animais e é vendida para criadores de gado.
Contudo há que salientar que é urgente que se ligue estabeleça a ligação da energia
eléctrica, até porque segundo a instituição, os fios passam por cima do centro
faltando apenas a vontade do governo visto que todos os pagamentos foram feitos.
Porém a operar nas condições em que está, em termos ambientais, torna-se menos
sustentável na medida em que tanto a sala de informática, as oficinas, a fábrica e o
centro em geral, funciona com base em geradores que libertam fumos nocivos ao
meio ambiente e que a médio e longo prazo contribui para o aquecimento global e
que esses gases resultantes da combustão de gasóleo, também podem trazer efeitos
colaterais a comunidade. Dai que torna-se necessário a substituição dessas fontes de
energias para outras menos poluidoras, não obstante ao uso de painéis solares,
persiste a necessidade da existência da energia eléctrica, ou através de uso de gás
natural como fonte da mesma.

Fábrica de óleo de coco (uma das fontes de receita para as actividades do centro)
94

Uma parcela dos 22 equitáres do centro de Móngue

As crianças que frequentam a escolinha passam uma refeição e o resto é da responsabilidade


da escolar, os alimentos são variados o que torna uma vantagem para as famílias.

4.1.6.4.4. Parceiros
As actividades decorem em pareceria entre CSF, UP-Maxixe/UniSaF com apoio da sede da
congregação sagrada família na Itália e o padre Ezio também ajuda com o seu salário.

“O governo não faz nada de diferente em consideração das nossas


actividades, a sete (07) anos que esperamos a ligação da energia, agora tem
fios por cima do centro mas o expediente para a ligação da corrente ainda
não tem resultados não parece que o governo tenha interesse em desenvolver
esta comunidade”. (FRANCO CP.2014).

Isso constitui uma fraqueza na medida em que essas actividades devem ou deveriam
complementar as actividades do governo no sentido de que as actividades de extensão
devem ser inspiradas nos anseios do governo e se esse mesmo governo mostra-se actgoverno
deveria aparecer como uma entidade que supervisiona, que regula e acima de tudo deve
apoiar essas actividades porque elas visam a materialização dos projectos deste mesmo
governo.

4.1.6.4. 5. Principal Motivação para o desenvolvimento das actividades do centro de Móngue


A ideia principal é possibilitar as pessoas a desenvolverem-se a deixar de serem monótonas,
devem acompanhar o desenvolvimento e elas também devem evoluir individualmente, por
exemplo “devem deixar de comer mandioca sempre”. Por outro lado, a inspiração vem da
95

fundadora da Congregação Sagrada Família que afirma que “Educar é dar uma segunda
criação mais excelente que a primeira (Ceriolli citado por BONO, 2014:2) ”

4.1.6.4.6. Perspectivas do centro de Móngue


 Continuar a crescer e abranger mais beneficiários;
 Com a introdução de novos cursos na UP-Maxixe/UniSaF como licenciatura em
Medicina Humana, esperamos maior intervenção na comunidade e melhorias de
condições de saúde da comunidade;
 A abertura de cursos de engenharia que se tem em plano na UP-Maxixe/UniSaF
pode ajudar o centro de formação profissional leccionando e capacitando os
monitores o que pode acelerar o desenvolvimento da comunidade.

4.1.6.4.7. Sugestão
 A UP-Maxixe/ UniSaF podia explorar a baia de Móngue para garantir que o povo
desenvolva a cultura de peixe e mariscos porque no entendimento da direcção do
centro, o turismo seria a solução de Moçambique.
 A faculdade deve ajudar a comunidade a compreender que é importante viver o
presente mas pensando no futuro através das planificações das suas vidas.

4.1.6.4.8. Dificuldades
Não há engajamento por parte do governo com essas actividades, visto que não existem
politicas.

“Não parece que nós estamos a ajudar a população no processo de


desenvolvimento, não parece que isso também é do interesse das autoridades
governamentais, para todo que nos precisamos por parte do governo, temos
que pagar da mesma forma como se estivéssemos a realizar actividades
comerciais ou lucrativas, mesmo pagando, aqui no nosso centro a 5 anos
que os fios de energia passam por cima das nossas instalações mas até hoje
não temos energia, aqui no centro temos uma fabrica de óleo que a receita
serve para sustentar as nossas actividades, temos salas de informática,
temos maquinas para a formação mecânica e mercenárias, todas essas
actividades funcionam através de geradores e painéis solares” (FRANCO
CP.2014).

Essa falta de envolvimento do governo nas actividades desenvolvidas pelo centro de


Móngue, até certo ponto fazem com que torne esse projecto insustentável na medida em que
96

os combustíveis são caros, mas por outro lado por a energia em uso (geradores) são agentes
poluentes do ambiente o que de certa forma contribui para as mudanças climáticas.

Porém, há que salientar que a acção extensionista, nas comunidades, se efectivaria


no trabalhar de forma profundamente articulada com as políticas públicas existentes nas
diferentes áreas de actuação; respeitando-se o carácter executor do nível municipal da
administração pública e coadunando sua acção executiva à esta esfera de governo, de forma
bastante estreita. Neste sentido, NOGUEIRA (2000:119) afirma:
“É importante ressaltar que a intervenção na realidade não visa levar a
universidade a substituir funções de responsabilidade do Estado mas sim produzir
saberes tanto científicos e tecnológicos quanto artísticos e filosóficos, tornando-os
acessíveis à população”.
Pelo que os governos e a Universidade devem estar em contínua parceria de
modo a criarem políticas que tornem possível a mudança, a transformação das comunidades
para que alcancem o desenvolvimento social e económico, por exemplo o governo pode
criar politicas redistributivas para área da educação na medida em que segundo o plano
quinquenal do governo 2015-2019, a educação constitui uma prioridade e é considerada
como a chave para o desenvolvimento. como afirmou o ministro a quando a cerimónia de
homenagem as mulheres no MEDH ( FERRÃO, 2015:CP):
“Os outros subsistemas de ensino terão que nos entender, mas a prioridade
para os nossos primeiros 5 anos é melhorar a qualidade do ensino básico e
todos fazedores da educação, a todos níveis, se alguém vos perguntar sobre
o plano para este quinquénio, respondam que estamos a fazer tudo
periodizando o ensino básico convista a melhorar a qualidade, pelo facto de
ser um subsistema muito sensível e que a ma qualidade deste, pode significar
uma destruição da sociedade”,
Porém uma das estratégias para a melhoria deste subsistema é através do ensino pré-
escolar, prepara os alunos para que tenham pressupostos básicos para o desenvolvimento
dos conteúdos no ensino primários, contudo mais do que preparar os próprios alunos, é
importante que este sentimento, preocupação do MEDH seja compreendido pelos pais de
forma a colaborarem para o efeito e sobretudo para que os pais mandem os seus filhos a
escola e incentivem para a sua permanência.
97

4.1.7. Quanto ao projecto ADECOMA (Associação para o desenvolvimento das


comunidades de Malamba)
Sabe-se por exemplo que a educação é um instrumento primordial para a
formação da coesão social. Portanto a educação tem a função sociocultural no sentido de
que através dela torna possível a transmissão de valores, normas sociais que guiam o
comportamento do indivíduo e o permite a sua integração no meio social. E por outro lado
a educação tem a função político-ideológica no sentido de que ela garante a continuidades
dos ideias políticos e da elite de um determinados país mas também contribui para o
desenvolvimento de sentimentos de patriotismo e por fim tem a função económica no
sentido de que ajuda a comunidade a adquirir competências que lhes permite fazer algumas
actividades que rendem algum dinheiro ou ainda desenvolve competências que permitem as
pessoas a serem empregadas.
É desta feita que surgiu a ADECOMA, no sentido de potenciar a comunidade em
matérias de desenvolvimento da mesma, sobretudo que passa pela consciencialização da
comunidade sobre a importância da educação mas também através da construção da
cidadania através de várias formas da educação seja por debates, palestras assim como o
desporto entre outras actividades.

ADECOMA é uma organização surgida e em funcionamento sob orientação do


NEPE (Núcleo de Estudos e Políticas Educativas), da delegação de Maxixe. Trata-se de
actividades concretizadoras do projecto “Educando, Desenvolvendo e Modernizando as
Comunidades”, mercê das constatações havidas durante a materialização duma pesquisa
exploratória nalgumas comunidades da Localidade Malamba, donde alguns dos
pesquisadores são naturais. (ZUNGUZE, 2014: CP).

A intenção primordial do projecto é a consciencialização da necessidade de


realização de actividades comunitárias, responsabilizando-se pelo desenvolvimento
contínuo e sustentável da Localidade. A actividade fulcral da associação cinge-se na
promoção, valorização e materialização do processo educativo, instrumento chave para o
envolvimento dos naturais e residentes no processo de identificação e descoberta de
problemas, dificuldades, preocupações e necessidades das comunidades, bem como na
apresentação e concretização de propostas de solução, (IDEM).
98

Insistentemente, são destacados os papéis da participação, formação; informação,


autoformação e liderança organizacional como condições essenciais para o
desenvolvimento e modernização das comunidades, (Idem).

4.1.7.1. Como decorrem actividades da ADECOMA


As actividades caracterizadas por encontros que são realizados mensalmente onde
se debate vários problemas sociais mas também há momentos de partilha de experiências
entre os membros da associação assim como com docentes da UP-Maxixe (UniSaF).

Para além desses encontros educativos, também existem uma equipe de futebol que
através de desporto, torna possível desenvolver certos valores como amizade, respeito pelo
outro, cooperação, espírito de trabalho em equipa e ao mesmo tempo torna-se uma forma
de criar divertimento para a comunidade assim como ajuda a juventude a não optar por
outros tipos da actividades como o consumo de álcool e outras drogas entre outras.
Por exemplo: Em 11 de Julho, aconteceu o primeiro encontro. Em 08 de Setembro,
o segundo, em 04 de Outubro, o terceiro e em 22 de Novembro o quarto. Em 13 de
Dezembro, realizamos o quinto, o qual coincidiu com a realização da I Assembleia Geral
da Associação e do I Seminário de Capacitação (esse ultimo contou com mais de sete (07)
comunicações dos docentes da UP-Maxixe em vários temas ligados ao papel da educação
para o desenvolvimento comunitário, género, a ética e a moral, donde fiz parte), orientada
pela UP-Maxixe (UniSaF).
Nisso, a preocupação, a procura constante das causas e soluções dos problemas
colectivos, bem como o contributo de cada uma das partes, devem partir e se fundamentar
nos próprios actores, para que a gestão seja cada vez mais efectiva, inclusiva e moderna.
Razão pela qual nos encontros procura-se compreender as dificuldades ou os
problemas que assolam a comunidade e em conjunto procura-se reflectir em torno disso e
criar soluções conjuntas. Por isso, considera-se essa atitude necessária por parte dos
coordenadores da associação, há que salientar que esta associação é coordenada por
membros locais de forma a focalizar-se nos verdadeiros problemas locais e garantir que essa
coordenação se torne o elo de ligação entre a UP-Maxixe (UniSaF) e a comunidade.

4.1.7.2. Marco Histórico


Um facto histórico memorável prende-se com a participação, pela primeira vez,
duma equipa da localidade Malamba, no campeonato distrital de Futebol, de Fevereiro a
Dezembro. É gratificante anunciar que até o final da competição a equipe posicionou-se em
99

quarto lugar e um dos jogadores da mesma, foi considerado o melhor marcador com 30
golos, numa competição de 11 equipas, sendo que trata-se da primeira participação.
Sem dúvidas, foi a equipa revelação e esses resultados constituem para a UP-Maxixe
(UniSaF) motivos de alegria e bastante orgulho. Efectivou-se muitas aprendizagens,
caracterizadas por domínio e internalização de regras e normas de futebol, essa é
modernização do futebol e das comunidades.
“Reafirmamos a nossa disponibilidade de continuar a enfrentar dificuldades e
participarmos novamente no próximo campeonato, já coesos e com efusiva energia, de
forma envolvente”. (NEPE,2014:8 )

4.1.7.3. Perspectivas
O maior desejo é a socialização, nacionalização ou internacionalização da
associação. Roga-se para que cada um se sinta convidado para ser amigo da associação.
Espera-se, incrementar e sustentar o nível de colaboração efectiva entre os diferentes
segmentos populacionais, na planificação e execução de projectos comunitários, em prol
dum desenvolvimento sério, envolvente e permanente.
Ademais, tenciona-se que inculque nas comunidades a valorização do processo
educativo, em todas as suas facetas, desde da família até a escola, sem excluir a religião e
outras organizações humanas.

4.1.7.4. Razões que fundamentam a promoção e envolvimento da UP-Maxixe (UniSaF)


nessas actividades
A universidade está-se ciente de que a comunidade da Maxixe enfrenta várias
dificuldades ligadas ao desenvolvimento individual e colectivo mas a UP-Maxixe/UniSaF,
actua nessas áreas pela sua identidade educativa e pedagógica, portanto são áreas em que
tem mais potencialidades em termos de recursos tanto materiais assim como humanos para
poder intervir da melhor forma para o desenvolvimento destas comunidades.

Por isso que se tivesse que recomeçar, o caminho seria sempre esse porque
compreende-se que essas actividades respondem demandas da comunidade relacionadas ao
desenvolvimento como o combate ao analfabetismo, a formação da cidadania, promoção de
igualdade de género, o desenvolvimento da juventude, o que contribui para a reeducação de
comportamentos marginais aos princípios sociais, daí que a educação é um dos pilares do
desenvolvimento.
100

“Portanto sabemos educar, é desta forma que podemos intervir na


comunidade para contribuir rumo ao desenvolvimento das mesmas, pelo que
não que não pretendemos actuar em outras áreas, do momento achamos
melhor e temos como desafio fazer bem essas actividades para depois
projectar-se outras. Porque somos uma universidade pedagógica que tem a
missão pedagógica, então estamos interessados na educação mas também
corroborando com a congregação sagrada família que tem a mesma missão
razão pela qual, estamos nessa área” ( BONO, 2014: Cp).

Como afirma OLIVEIRA, (2004:3) seria necessário para a realização da extensão


universitária, no mínimo, um conhecimento razoável do que preconiza as diversas políticas
para as diferentes áreas, sob a pena de que o trabalho expansionista venha a colaborar na
desconstrução de todo um projecto de política pública.
Pelo que faz sentido que a UP-Maxixe actue em áreas que tem maior domínio para
garantir que a sua intervenção se traduza numa melhoria da qualidade de vida da sociedade.
Mas também essas escolhas vão de acordo com que a educação concebe-se como
um elemento que gera desenvolvimento e que o investimento no capital humano eleva as
possibilidades de desenvolvimento económico, do bem-estar material e social, (GÓMES et
all 2007:179).
Portanto até certo ponto podemos afirmar que o engajamento da UP-Maxixe
(UniSaF) na educação ajuda a promover o desenvolvimento económico e social na medida
em que aumenta as oportunidades pessoais e colectivas, estimula a mobilidade social,
melhora os investimentos económicos e promove a distribuição menos desigual da riqueza
(CARIDE, 1983) citado por (GÓMES, 2007:179).
Em poucas palavras a UP-Maxixe (UniSaF) actuando na área da educação, estaria
a contribuir e assim o esta a fazer, para a superação do subdesenvolvimento das
comunidades e reduzir o índice da pobreza e insegurança social, por exemplo com o projecto
de Malamba que a Associação procura debater sobre valores de convivência entre irmãos,
a importância da educação para o seu próprio desenvolvimento e a promoção de desporto
assim como os projectos do centro da criança e projectos do centro juvenil e de Móngue.

Toda esta acção, precisa ser acompanhada de perto pelos coordenadores dos
projectos (sejam docentes ou técnico-administrativo), estabelecendo os laços entre
realidades, aprendizagens, pesquisa e sala de aula. Este fazer, este repensar, precisa
retornar à Universidade e oxigenar os atores da mesma e, consequentemente, os currículos.
101

Há que se estabelecer, entretanto, que a extensão precisa, além de conjugar-se à


políticas públicas; estar também profundamente articulada com o Projecto Académico da
Universidade, tendo em vista que a indissolubilidade entre ensino, pesquisa e extensão tem
de estar alicerçada no perfil de Profissional ou cidadão que se quer formar.
As acções de Extensão, como também as de Pesquisa, ao serem seleccionadas para
fazerem parte da Estrutura Curricular, devem manter uma estreita vinculação com o núcleo
epistemológico do curso, a partir do Perfil do Profissional, Cidadão delineado no projecto
pedagógico.”

4.1.8. Outros Projectos de Extensao Universitária levados a cabo pela UP-Maxixe


(UniSaF)

4.1.8.1. Projectos
Existe na UP-Maxixe/UniSaF, o NEP: Núcleo dos Estudos Educativos e Pesquisa em
coordenação com a congregação que desenvolve actividades como:

 Projecto da elaboração de um currículo para a educação infantil que tenha uma


relação com as necessidades da comunidade no geral e em especial na termos da
educação;
 O projecto Móngue que está a ser desenvolvido numa zona costeira sobre o mangal.
A população sobrevive tirando lenha mas também realiza a pesca e com redes
inadequadas e o nível de pobreza é alarmante, o objectivo principal do projecto é
desenvolver actividades que possam ajudar a desenvolver e preservar o ecossistema
razão pela qual actualmente, está-se em colaboração com a SADECA. Trata-se de
uma zona turística e que nos últimos dias, tem sido uma região concorrida para a
aquisição de terrenos com isso, a UP-Maxixe/UniSaF pretende também ajudar a
comunidade a adquirir os DUATs para impedir que eles percam os seus espaços;
 Existe também um projecto em que trabalha-se nas escolas primárias através dos
cursos de licenciatura em Ensino de Português que consiste em ensinar a ler e
escrever, trabalha-se igualmente com as escolas secundárias, por exemplo na Pré-
Universitária o projecto de formação através da CEDEC e por outro lado, a UP-
Maxixe/UniSaF é solicitado para dar a capacitação dos educadores das outras
escolinhas.
102

5. Conclusão
Feito o trabalho, podemos concluir que a Universidade Pedagógica delegação da Maxixe
(UP-Maxixe/UniSaF) é uma instituição que tendem a cumprir as suas funções no sentido de
que ela para além de ensinar ou formar ou ainda desenvolver competências para o saber
fazer em diversas áreas, ela também está engajada na pesquisa, tanto pura assim como
aplicada e que essas pesquisas influenciam grandemente para o desenvolvimento das
actividades de extensão que diz respeito a intervenção que esta tem na comunidade vizinha
convista a proporcionar melhorias de qualidade de vida dos cidadãos.

Em termos de áreas da actuação, a UP-Maxixe (UniSaF), tem 99% dos seus projectos
virados a áreas da educação e isso deve-se ao facto da missão e visão que a própria UP-
Maxixe possui mas também porque as actividades de extensão universitária devem envolver
os docentes e os formandos, então ela tem que actuar em áreas que possui conhecimentos.

Portanto a actuação na área da educação é fundamentada pela visão da congregação que


é uma instituição católica internacional vocacionada a educação das novas gerações,
fundada na Itália em 1863 por santa Paula Isabel Ceriolli (Canonizada pelo Santo padre o
Papa João Paulo II a 16 de Maio de 2004) e presente em Moçambique desde 1997 (UP-
Maxixe/UniSaF, 2014:2).

“Pelo que, a motivação surge da fundadora da mesma Santa Paula Isabel Ceriolli pelo seu
exemplo de ajudar o próximo principalmente por ter sido uma pessoa que se preocupou
com a educação da sociedade. Isso fundamenta-se na seguinte frase “Educar é dar uma
segunda criação mais excelente do que a primeira” (CERIOLLI), citada por (BONO
2014:2). Com isso, percebe-se o compromisso que a congregação sagrada família tem em
educar e desenvolver as comunidades”. E por outro lado da consciência que a UP-Maxixe
sobre as prioridades mas acima de tudo pelas suas capacidades e potencialidades no sentido
de que sabemos um pouco mais sobre a educação então é através dela que podemos
contribuir para o desenvolvimento da comunidade.
103

Concluiu-se também que a comunidade apresenta potencialidades para a actuacao,


dada a sua abertura para os projectos que visam o desenvolvimento das mesmas mas
também existe vontade por parte dos estudantes assim como os docentes, contudo clama-
se pelos incentivos e criação de mecanismo de apoio de forma a incentivar a participação
da comunidade universitária, não obstante a falta de recursos financeiros e materiais
manifestada pelos executores embora reconheçam o esforço levado a cabo pela UP a nível
central. Para além da necessidade da criação dos recursos para suporte das actividades de
extensão universitária, concluímos também que há necessidade de se adequar os horários
ou as cargas horárias em que os docentes possuem visto que segundo eles o tempo tem sido
a preocupação para o exercício das mesmas.

Portanto existe professores que ainda não compreendem a importância das


actividades de extensão, pensando que o mais importante é estar na sala de aulas do que
estar na comunidade a desenvolver certas actividades.
104

6. Bibliografia

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108

7. Anexos
Projectos de Extensão

Titulo do Nucleo de Coordenador Inicio 1º estagio 2º estagio


projecto pesquisa/Curso

Projecto de NEPE MA. Rafael Desd


Formação Zunguz e
de 2010
Educadore
s de
Infância
Projecto de NEMEC MA. Rafael Desd
Produção Zunguze e
de material 2012
didático
para a
educação
de infância
Projecto DPPE e MA. António
Workshops CEDEP Mabota e
para o Shon Bissett
melhorame
nto do
desempenh
o
profissiona
l
Projecto Curso de Horácio 13 de
Workshops português Mucivame Junho
Sobre o de
Ensino da 2014
Língua
Portuguesa
109

Índice
I- Introdução.......................................................................................................................... 4

1.1. Objecto de estudo ................................................................................................... 5

1.2. Localização Geográfica da Área de Estudo ........................................................... 5

1.4. Contextualização do Problema ................................................................................... 5

1.5. Justificativa................................................................................................................. 7

1.6. Objectivos................................................................................................................... 8

1.6.1 Objectivo Geral..................................................................................................... 8

1.6.2 Objectivos Específicos ......................................................................................... 9

1.7. Hipóteses .................................................................................................................... 9

1.8. Descrição da Estrutura do Trabalho ......................................................................... 10

Capítulo I ............................................................................................................................ 11

2.Fundamentação teórica .................................................................................................... 11

2.1. Definição de Conceitos ............................................................................................ 11

2.2. História e Concepções das Universidades ................................................................ 12

2.2.1 As Universidades na Idade Média ...................................................................... 12

2.2.2. Universidades em África ................................................................................... 15

2.2.4. Universidade Pedagógica de Moçambique/Instituto Superior Pedagógico ....... 16

2.2.5.A Universidade Pedagógica Delegação Sagrada Família da (UP-Maxixe,


UniSaF) ........................................................................................................................ 16

2.3. Objectivos da Universidade ..................................................................................... 16

2.4.Compromissos da Universidade ................................................................................ 18


110

2.5. Alguns princípios da Extensão Universitária, formulados a partir do documento de


Política de Extensão Universitária (JOÃO et all citando. FORPROEX, 2012, p.21-22).
......................................................................................................................................... 19

2.6. Identificação de prioridades na comunidade ............................................................ 20

2.7. Limitações do funcionamento das universidades ..................................................... 21

2.8.Desenvolvimento ....................................................................................................... 22

2.8.1. Características do Desenvolvimento ................................................................. 23

2.8.2.Desenvolvimento sustentável ............................................................................. 23

2.9. Comunidade ............................................................................................................. 27

2.9.1. Características da Comunidade ......................................................................... 27

2.10.Desenvolvimento Local/Comunitário ..................................................................... 28

2.10.1. Princípios do Desenvolvimento Local/Comunitário ....................................... 30

2.10.2. Modelos de actuação para o desenvolvimento comunitário ............................ 31

2.10.3. Teorias do Desenvolvimento Local ................................................................. 32

2.10.4. A Universidade como Factor de Desenvolvimento comunitário/Local .......... 33

2.11. O Capital Humano .................................................................................................. 36

2.11.1.Teoria do Capital Humano ............................................................................... 36

2.11.2.A Importância do Capital Humano ................................................................... 37

2.11.3. A Relação entre o Capital Humano e o Crescimento Económico ................... 38

2.11.5.Críticas à teoria do capital humano .................................................................. 42

Capítulo II ........................................................................................................................... 43

3.1.Metodologia .............................................................................................................. 43

3.1.1 Tipo de Pesquisa ................................................................................................. 43

3.2 População .................................................................................................................. 44

3.3.Amostragem .............................................................................................................. 44

3.5 Instrumentos e Técnicas de Recolha de dados .......................................................... 45

3.6 Análise e Interpretação dos Dados ............................................................................ 46

3.7 Cronograma ............................................................................................................... 47


111

3.8 Orçamento ................................................................................................................. 48

4.1. Actividades de extensão para o desenvolvimento da comunidade .......................... 50

4.1.1. As principais actividades/projectos de extensão que a UP promove ou participam


..................................................................................................................................... 52

4.1.2.Principais parceiros para actividades de extensão Universitária da UP-Maxixe


(UniSaF) ...................................................................................................................... 53

4.1.3.1. Em relação ao centro da criança ..................................................................... 54

4.1.4.Participantes (executores e beneficiários) .......................................................... 55

4.1.4.Quanto ao centro juvenil..................................................................................... 70

4.1.4.3. Actividades desenvolvidas no centro ............................................................. 73

4.1.5. Quanto a Escola Pré-Universitária Sagrada Família-Maxixe ............................ 79

4.1.6. Quanto ao Centro Infantil e de Formação Técnico Profissional de Móngue .... 86

4.1.7. Quanto ao projecto ADECOMA (Associação para o desenvolvimento das


comunidades de Malamba) .......................................................................................... 97

4.1.8. Outros Projectos de Extensao Universitária levados a cabo pela UP-Maxixe


(UniSaF) .................................................................................................................... 101

5. Conclusão...................................................................................................................... 102

6. Bibliografia ................................................................................................................... 104

7. Anexos .......................................................................................................................... 108

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