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POLÍTICAS PÚBLICAS

O Processo de Elaboração de
Políticas

Livro Eletrônico
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penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
240115428152

ADRIEL SÁ

Professor de Direito Administrativo, Administração Geral e Administração Pública


em diversos cursos presenciais e telepresenciais. Servidor público federal da área
administrativa desde 1999 e, atualmente, atuando no Ministério Público Federal.
Formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Santa Catarina,
com especialização em Gestão Pública. Foi militar das Forças Armadas por 11 anos,
sempre atuando nas áreas administrativas. É coautor da obra “Direito Administrativo
Facilitado” e autor da obra “Administração Geral e Pública - Teoria Contextualizada
em Questões”, ambas publicadas pela Editora Juspodivm.

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Políticas Públicas
O Processo de Elaboração de Políticas
Adriel Sá

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Processo de Elaboração de Políticas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1. O Papel do Estado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1. Noções Básicas sobre Papéis de Estado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2. O Estado Regulador e o Estado do Bem-Estar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2. A Burocracia e o Estado; Poder, Racionalidade e Tomada de Decisões; o Papel da
Burocracia e a Discricionariedade no Processo de Formulação e Implementação
de Políticas Públicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.1. Conceitos Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2. Tipologias da Burocracia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.3. Origem e Características. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.4. Vantagens e Desvantagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.5. Administração Burocrática no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.6. Decreto-Lei n. 200/1967. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.7. Tomada de Decisão: Modelo Racional, Modelo de Racionalidade Limitada
e Modelo Intuitivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3. Implementação de Políticas Públicas: Problemas, Dilemas e Desafios; Arranjos
Institucionais para Implementação de Políticas Públicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1. Implementação de Políticas Públicas: Problemas, Dilemas e Desafios . . . . . 21
3.2. Exemplos Práticos no Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.3. Arranjos Institucionais para Implementação de Políticas Públicas . . . . . . . . 24
3.4. Ouvidorias, Consultas Públicas, Conferências Públicas e Audiências
Públicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4. Avaliação de Políticas Públicas. Principais Componentes do Processo de
Avaliação. Custo-benefício, Escala, Efetividade, Impacto das Políticas Públicas.
Pesquisa e Avaliação Qualitativa e Quantitativa.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.1. Avaliação de Larga Escala. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.2. Pesquisa e Avaliação Qualitativa e Quantitativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

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Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

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APRESENTAÇÃO
Olá, tudo bem com você? Espero que sim! Receba as minhas boas-vindas a nossa aula
sobre o tema Políticas Públicas, uma aula que complementa alguns tópicos já abordados
no conteúdo de Conhecimentos Gerais para todos os blocos (exceto bloco 8).
Primeiramente, siga o meu perfil no Instagram: @profadrielsa (https://www.instagram.
com/profadrielsa/), onde compartilho dicas muito legais e incríveis mapas mentais para
desmistificar a disciplina de Administração e transformá-la num conteúdo leve para a sua prova.
As provas de concursos que cobram o assunto “Políticas Públicas” tendem a avaliar o
conhecimento dos candidatos em diversos aspectos e disciplinas relacionadas ao processo
de formulação, implementação, avaliação e análise das políticas públicas.

Como assim, Adriel? Diversas disciplinas?

A resposta para essa pergunta envolve assumir que a banca considera diversos temas
esparsos por diferentes outros tópicos do edital. Por isso, não se estresse se não seguirmos
exatamente os tópicos do edital. O nosso trabalho, quando montamos essa aula, foi
bem grande, considerando uma visita a centenas de questões da banca para termos um
direcionamento preciso do que pode vir a ser cobrado em sua prova, ok?
Fique tranquilo! Temos certeza de que você estará pronto para resolver as questões da
sua prova! Qualquer dúvida, não hesite em me chamar no fórum dessa aula.

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PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS

1. O PAPEL DO ESTADO
1.1. NOÇÕES BÁSICAS SOBRE PAPÉIS DE ESTADO
No contexto do tema “Políticas Públicas”, o PAPEL DO ESTADO é de garantir o bem-
estar social e o desenvolvimento da sociedade. Para isso, o Estado pode atuar por meio
de políticas públicas, que são ações governamentais voltadas para a solução de problemas
ou a promoção de objetivos específicos.
O papel do Estado no desenvolvimento de políticas públicas é fundamental, pois ele
é o único agente capaz de agir de forma abrangente e coordenada para atender às
necessidades da sociedade.
No entanto, como já vimos, é importante ressaltar que o Estado não deve ser o único
agente envolvido no desenvolvimento de políticas públicas. A participação da sociedade
civil é fundamental para garantir que as políticas públicas sejam desenvolvidas de forma
democrática e que atendam às reais necessidades da população.

1.1.1. O ESTADO OLIGÁRQUICO E PATRIMONIAL


O ESTADO OLIGÁRQUICO E PATRIMONIAL é um conceito que descreve um tipo de
organização política em que o poder é concentrado nas mãos de uma pequena elite,
conhecida como oligarquia, que exerce controle sobre o Estado e seus recursos como se
fossem propriedade privada.
Nesse modelo, as decisões são tomadas visando principalmente aos interesses dessa
elite, em detrimento do bem-estar da sociedade em geral.
Algumas características-chave desse tipo de Estado incluem:
Características Descrição
Pequeno grupo de elite que detém o controle do governo e das
Oligarquia
instituições estatais.
Recursos e bens do Estado são tratados como propriedade pessoal da
Patrimonialismo
oligarquia governante.
Prática de nepotismo e corrupção é comum, beneficiando a
Corrupção e nepotismo
elite governante.
A população tem pouca influência nas decisões políticas, com
Falta de participação popular
restrições à participação cívica.
A elite desfruta de privilégios e riqueza, enquanto a maioria enfrenta
Desigualdade social
condições precárias.
Conflitos internos entre facções da oligarquia podem levar à
Instabilidade política
instabilidade política.
Investimento limitado em infraestrutura, educação e serviços públicos
Falta de desenvolvimento
para a população em geral.

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1.1.2. O ESTADO AUTORITÁRIO E BUROCRÁTICO

O ESTADO AUTORITÁRIO E BUROCRÁTICO refere-se a um sistema de governo no qual


o poder é centralizado nas mãos de uma autoridade central forte, e o funcionamento
administrativo é caracterizado por uma estrutura burocrática rigorosa.
Nesse modelo, a autoridade do Estado é exercida de maneira autoritária, com pouco
espaço para a participação popular ou a tomada de decisões descentralizadas.
Algumas características-chave desse sistema incluem:
Características Descrição
Concentração do poder nas mãos de uma autoridade central forte.
Centralização do poder
Decisões importantes são tomadas de cima para baixo.
Controle rígido sobre a população, restrições às liberdades individuais e
Autoritarismo
supressão da dissidência política.
Estrutura administrativa hierárquica, com regras e regulamentos
Burocracia
rigorosos. Ênfase na eficiência e obediência às normas.
Intervenção estatal na economia, com regulamentações e controle sobre
Controle sobre a economia
empresas e indústrias.
Foco na estabilidade Priorização da manutenção da estabilidade e da ordem pública,
e ordem frequentemente à custa das liberdades individuais.
Limitada participação
Participação limitada da sociedade civil e tomada de decisões centralizada.
popular

1.2. O ESTADO REGULADOR E O ESTADO DO BEM-ESTAR


O ESTADO REGULADOR, também conhecido como Estado de regulação, é um modelo de
organização estatal que tem como principal função regular e supervisionar as atividades
econômicas e sociais, garantindo o equilíbrio, a justiça, a eficiência e a proteção dos
interesses públicos.
Nesse modelo, o Estado não atua apenas como provedor de serviços, mas exerce um
papel ativo na criação e fiscalização de normas, regras e políticas que orientam a atuação
dos setores público e privado.
As características-chave do Estado regulador incluem:
Características Descrição
Intervenção estatal para garantir concorrência justa, evitar monopólios
Regulação econômica
e assegurar preços e qualidade adequados.
Criação de agências reguladoras para monitorar setores estratégicos e
Fiscalização e controle
garantir o cumprimento de normas e padrões.
Equilíbrio entre desenvolvimento econômico e promoção de serviços
Promoção do bem-estar social
públicos essenciais para o bem-estar da sociedade.

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Características Descrição
Uso de subsídios, incentivos fiscais e financiamentos para impulsionar
Incentivos e estímulos
setores estratégicos ou objetivos específicos.
Atuação estatal como árbitro em disputas entre empresas ou empresas
Arbitragem de conflitos
e consumidores, visando soluções justas.
Garantia de direitos e Regulação para proteger consumidores, meio ambiente, segurança
proteção pública e outros interesses coletivos.

Embora haja uma relação entre o Estado do bem-estar social e o Estado regulador,
eles não são sinônimos. O Estado do bem-estar social foca na provisão direta de serviços
públicos e na garantia de benefícios sociais para a população, visando reduzir as desigualdades
sociais e proporcionar um padrão mínimo de vida para todos os cidadãos. Por outro lado, o
Estado regulador concentra-se na definição de regras, padrões e diretrizes para orientar a
atuação de empresas e instituições nos setores econômicos e sociais, garantindo a eficiência,
a competição justa e a proteção dos direitos dos cidadãos.

1.2.1. O ESTADO NEOLIBERAL

O ESTADO NEOLIBERAL é aquele que defende a diminuição do seu papel na economia


e na sociedade. Para os neoliberalistas, o Estado deve se limitar a garantir a segurança e a
ordem pública, deixando o mercado livre para regular a economia e a sociedade.
As características-chave do Estado neoliberal incluem:
Características Descrição
Reduzir o tamanho do seu aparato burocrático e o seu gasto público
Redução do tamanho do Estado
(privatizações, desregulamentação e cortes de gastos sociais).
A privatização é vista como uma forma de aumentar a eficiência e
Privatização de serviços públicos
a qualidade dos serviços públicos.
Busca desregulamentar a economia, diminuindo a intervenção do
Desregulamentação da economia
Estado na atividade econômica.
Libertação dos mercados Busca liberar os mercados financeiros, diminuindo a intervenção
financeiros do Estado na regulação do sistema financeiro.

001. (CESGRANRIO/2011/PROFISSIONAL PETROBRAS DE NÍVEL SUPERIOR/PETROBRAS/


SERVIÇO SOCIAL/PSP–RH–1) A frágil intervenção do Estado na garantia dos direitos sociais,
até o início do século XX, deveu-se à forte influência do pensamento neoliberal que define,
como uma perspectiva central, a(o)
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a) coletividade como sujeito de direito.


b) diminuição do papel do Estado.
c) desnaturalização da miséria.
d) socialização da riqueza produzida.
e) mercado regulável e institucionalizado.

O gabarito é a letra B. O pensamento neoliberal defende a diminuição do papel do Estado


na economia e na sociedade. Para os liberais, o Estado deve se limitar a garantir a segurança
e a ordem pública, deixando o mercado livre para regular a economia e a sociedade.
Essa perspectiva é contrária à ideia de que o Estado deve intervir na sociedade para garantir
os direitos sociais, como saúde, educação, assistência social e previdência social.
No século XIX, os Estados Unidos adotaram uma política de laissez-faire, ou seja, de não
intervenção do Estado na economia. Essa política levou a graves problemas sociais, como
a pobreza, a fome e a exploração dos trabalhadores.
Sobre as demais alternativas incorretas:
a) Errada. O pensamento neoliberal não defende a coletividade como sujeito de direito,
mas sim os indivíduos.
c) Errada. O pensamento neoliberal considera a miséria um resultado natural do funcionamento
do mercado e não a desnaturaliza.
d) Errada. O pensamento neoliberal defende a propriedade privada dos meios de produção,
e não a socialização da riqueza produzida.
e) Errada. O pensamento neoliberal defende o mercado livre e não o mercado regulável
e institucionalizado.
Letra b.

2. A BUROCRACIA E O ESTADO; PODER, RACIONALIDADE


E TOMADA DE DECISÕES; O PAPEL DA BUROCRACIA E A
DISCRICIONARIEDADE NO PROCESSO DE FORMULAÇÃO E
IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

2.1. CONCEITOS INICIAIS


Primeiramente, vamos entender os conceitos de cada um dos termos presentes no edital.
A BUROCRACIA é um elemento essencial do Estado e é composta por um conjunto de normas,
procedimentos e agentes públicos que são responsáveis por executar as tarefas do Estado. Ela
é necessária para garantir que as políticas públicas sejam implementadas de forma uniforme
e consistente, independentemente das mudanças de governo ou de pessoal.

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O PODER é um conceito central em políticas públicas. Ele é definido como a capacidade


de um indivíduo ou grupo de influenciar o comportamento de outros. O poder pode ser
exercido de diversas formas, incluindo a força, a coerção, a persuasão e a influência.
A RACIONALIDADE é um conceito que se refere à capacidade de um indivíduo ou grupo
de tomar decisões de forma lógica e consistente. A racionalidade é um pressuposto
importante da teoria das políticas públicas, que assume que os atores políticos tomam
decisões de forma racional, buscando maximizar seus objetivos.
A TOMADA DE DECISÃO é o processo de escolha entre alternativas. É também um
componente essencial do processo de políticas públicas, pois é o processo pelo qual os
atores políticos escolhem as ações que serão tomadas para resolver problemas públicos.
A DISCRICIONARIEDADE é a capacidade da burocracia de tomar decisões em situações
que não estão claramente definidas pelas leis ou regulamentos.
Assim, a discricionariedade pode ser um instrumento importante para a burocracia,
permitindo que ela se adapte às mudanças e responda às necessidades da população.
No entanto, a discricionariedade também pode ser um problema, pois pode levar a
abusos de poder e à corrupção. É importante que a discricionariedade da burocracia seja
limitada por mecanismos de controle, como a transparência, a prestação de contas e a
participação da sociedade civil.

2.2. TIPOLOGIAS DA BUROCRACIA


A BUROCRACIA é um sistema organizacional caracterizado por regras formais, hierarquia
estruturada, divisão de trabalho e procedimentos padronizados. O termo foi cunhado pelo
sociólogo alemão Max Weber, que estudou a burocracia como uma forma de organização
eficiente e racional.
O tripé da burocracia, também conhecido como os princípios da burocracia, é uma
abordagem que se concentra em três aspectos essenciais para a organização e gestão eficazes:

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Weber (1991)1 defendia que a burocracia era um referencial teórico ancorado em um


esquema conceitual de tipos de dominação. Dominação é definida como a probabilidade de
encontrar obediência a uma norma de determinado conteúdo, entre determinadas pessoas.
Nesse sentido, temos três conceitos de dominação (tradicional, carismática e racional-
legal) que foram desenvolvidos pelo sociólogo para descrever diferentes formas de autoridade
e poder nas sociedades.
Vejamos um resumo de cada um desses tipos:
TIPO CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
A obediência
Baseia-se na legitimidade do poder em costumes, tradições e
esperada dos filhos
normas transmitidas de geração em geração.
Dominação aos pais, por uma
É estabelecida por meio de uma estrutura de poder hierárquica.
Tradicional relação há muito
A obediência é geralmente justificada pela crença de um líder
estabelecida e
sagrado ou na ordem social estabelecida há muito tempo.
respeitada.
Baseia-se no carisma, na personalidade e nas qualidades do líder.
As pessoas são influenciadas e seguem o líder devido à sua Uma liderança
Dominação
capacidade de inspirar e cativar. religiosa que
Carismática
A legitimidade é mantida enquanto as pessoas acreditarem influencia multidões.
nas características e nas habilidades únicas do líder.
Funcionário que
Baseia-se nas normas e regras estabelecidas.
recebe ordens de um
Dominação A autoridade é atribuída a indivíduos ou posições específicas.
superior, de acordo
Racional-Legal A obediência é motivada pela crença de que as decisões
com cláusulas de
(burocrática) são tomadas de acordo com os princípios legais e
contrato assinado ou
procedimentos estabelecidos.
de uma norma.

1
WEBER, M. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília: Editora da Universidade de
Brasília, 1991, vol. I.

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2.3. ORIGEM E CARACTERÍSTICAS


O modelo de administração pública burocrática surge na época do modelo estatal
conhecido por Estado liberal, e tinha como propósito defender a coisa pública, combatendo
a corrupção e o nepotismo patrimonialista.
Nesse modelo, a ideia base é a eficiência, por isso, é necessário que tudo seja detalhado
antecipadamente. Vejamos as suas principais características:
• Almeja defender a coisa pública contra o patrimonialismo, exercendo rígido controle
sobre os possíveis abusos contra o patrimônio público.
• É orientado para a racionalidade absoluta. O caráter “racional” da burocracia significa
escolher, racionalmente, os meios adequados para o alcance dos fins desejados,
privilegiando o aspecto organizacional.
• Prevê o controle rígido e antecipado dos processos e procedimentos (controle a
priori) como o meio mais seguro para evitar o nepotismo e a corrupção. Esse controle
passo a passo tem o pressuposto da desconfiança total. Daí surge a autorreferência
da burocracia, que se concentra no processo, em suas próprias necessidades e
perspectivas, sem considerar outras perspectivas externas. A autorreferência significa
que o modelo burocrático não considera o ambiente onde está inserido, tornando-se
um sistema fechado sobre si mesmo.
• Baseia-se em regras, normas e regulamentos (legalidade), visando economia
de esforços, padronização dentro da organização, redução de custos e de erros,
formalidade dos processos, completa previsibilidade de funcionamento, dentre
outros – formalismo, rigidez e rigor técnico.
• Enfatiza a impessoalidade nas relações, com a distribuição de atividades feita em
termos de cargas e funções, e não de pessoas envolvidas. Para a burocracia, as pessoas
vêm e vão, mas os cargos e funções permanecem.
• Promove a hierarquia, estabelecendo os cargos segundo princípios escalares (estrutura
fortemente verticalizada), onde cada cargo inferior deve estar sob controle e supervisão
de um posto superior. Nenhum cargo fica sem controle ou supervisão.
• Utiliza a separação entre planejamento e execução das atividades no contexto
organizacional. A separação entre planejamento e execução dá contornos práticos
à distinção entre os políticos e os burocratas, na qual a política é responsável pela
elaboração de objetivos e a administração pública é responsável por transformar as
decisões em ações concretas.
• A escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica. Daí a necessidade
de exames, concursos, testes e titulações para a admissão de pessoal.
• A estabilidade do servidor público é entendida como a garantia para o exercício
isento da função. É vista como algo necessário ao desempenho das atribuições do
cargo, como forma de livre exercício, isento e livre de pressões políticas ou qualquer
outro tipo de ingerência.

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Podemos resumir graficamente essas características da seguinte forma:

Por fim, é importante destacar que a burocracia busca a profissionalização, ou seja,


a especialização de seu pessoal. Desse contexto, surgem algumas características dos
ocupantes dos cargos públicos:
• são pessoalmente livres, obedecem somente às obrigações objetivas de seu cargo;
• são nomeados (e não eleitos) numa hierarquia rigorosa dos cargos;
• têm competências funcionais fixas;
• são remunerados com salários fixos em dinheiro, na maioria dos casos com direito
à aposentadoria;
• o salário está escalonado segundo a posição na hierarquia, segundo a responsabilidade
do cargo e o princípio da correspondência à posição social;
• o cargo é exercido como profissão única ou principal;
• têm a perspectiva de uma carreira: progressão por tempo de serviço ou eficiência,
ou ambas as coisas, dependendo do critério dos superiores;
• trabalham em “separação absoluta dos meios administrativos” e sem apropriação do cargo; e
• estão submetidos a um sistema rigoroso e homogêneo de disciplina e controle do serviço.

2.4. VANTAGENS E DESVANTAGENS


As VANTAGENS são as consequências positivas das características do modelo. Podem
ser citadas como principais vantagens da burocracia:
Capacidade de tomar decisões e agir de acordo com critérios lógicos, baseados
Racionalidade
em informações disponíveis e objetivos estabelecidos.
Exatidão e confiabilidade na definição do cargo e na operação, pelo
Precisão
conhecimento exato dos deveres.
Cada indivíduo conhece o que deve ser feito e por quem, e as ordens e papéis
Rapidez nas decisões
tramitam através de canais preestabelecidos.
Univocidade de Garantida pela regulamentação específica e escrita, fornecida apenas a quem
interpretação deve recebê-la.
Uniformidade
Homogeneidade que favorece a padronização, redução de custos e de erros, pois
de rotinas e
os procedimentos são definidos por escrito.
procedimentos

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Continuidade da A substituição do pessoal que é afastado se baseia na capacidade e na


organização competência técnica.
Redução do atrito Cada indivíduo conhece aquilo que é exigido dele e quais são os limites entre suas
entre as pessoas responsabilidades e as dos outros.
Constância Os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas circunstâncias.
As decisões são previsíveis e o processo decisório, por ser despersonalizado
Confiabilidade no sentido de excluir sentimentos irracionais, como amor, raiva, preferências
pessoais, elimina a discriminação pessoal.
A hierarquia é formalizada, o trabalho é dividido entre as pessoas de maneira
Benefícios para
ordenada, as pessoas são treinadas para se tomarem especialistas em seus
as pessoas na
campos particulares, podendo encarreirar-se na organização em função de seu
organização
mérito pessoal e competência técnica.

As consequências negativas da burocracia são conhecidas como as DESVANTAGENS


ou DISFUNÇÕES (buropatologias):
Rigidez Internalização das regras e exagerado apego aos regulamentos.
Inflexibilidade Resistência às mudanças.
Distanciamento Despersonalização dos relacionamentos.
Classificação Categorização como base do processo decisorial.
Rigor Superconformidade às rotinas e regulamentos.
Autoritarismo Exibição de sinais de autoridade.

Sobre isso, Chiavenato (2003)2 apresenta um esquema que vale mais do que mil palavras. Observe:

2
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das orga-
nizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

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2.5. ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA NO BRASIL

2.5.1. CRIAÇÃO DO DASP


A criação do DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO DO SERVIÇO PÚBLICO (Dasp) pelo
Decreto-lei n. 579, de 30 de julho de 1938, no governo Getúlio Vargas, representou a primeira
reforma administrativa do Estado brasileiro (modelo burocrático), tendo como foco a
modernização da gestão pública.
A autora Wahrlich (1984)3 apresenta as principais realizações do Dasp e suas principais
falhas na implementação do modelo burocrático de gestão:
Principais realizações Principais falhas
Tentou ser, ao mesmo tempo, global e imediata, em
vez de preferir gradualismo e seletividade.
Ingresso no serviço público por concurso. Deu mais ênfase a controles, não à orientação e à
Critérios gerais e uniformes de classificação de assistência.
cargos. A estrita observância de normas gerais e inflexíveis
Organização dos serviços de pessoal e de seu desencorajava quaisquer tentativas de atenção
aperfeiçoamento sistemático. às diferenças individuais e às complexas relações
Administração orçamentária. humanas.
Padronização das compras do Estado. O estilo da reforma administrativa foi ao mesmo
Racionalização geral de métodos. tempo prescritivo, pois se harmonizava com a
teoria administrativa corrente e coercitiva, na linha
do caráter político do regime Vargas.

2.6. DECRETO-LEI N. 200/1967


O DECRETO-LEI 200/67, apesar de estar no contexto da gestão burocrática, é considerado
a primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública brasileira, ou seja,
um marco na tentativa de superação da rigidez burocrática.
De fato, a principal característica da reforma administrativa proposta pelo Decreto-
lei n. 200/67 foi a descentralização e flexibilização administrativa proporcionada por
intermédio das entidades da Administração Indireta.
Algumas das principais disposições do Decreto-lei n. 200/67 são as seguintes:
Previu a descentralização das atividades administrativas, incentivando
Descentralização a criação de entidades da administração indireta, como autarquias,
administrativa empresas públicas e sociedades de economia mista, com o objetivo de
conferir maior agilidade e eficiência às ações do Estado.
Estabeleceu a necessidade de um planejamento sistemático e
integrado para a Administração Pública, com a criação do Sistema de
Planejamento
Planejamento Federal, que tinha a finalidade de orientar e coordenar as
ações do governo.

3
WAHRLICH, B. M. de S. A Reforma administrativa no Brasil: experiência anterior, situação atual e perspectivas - uma
apreciação geral. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, 1984.

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Enfatizou a importância da cooperação entre os diferentes níveis de


Cooperação entre os níveis
governo (federal, estadual e municipal) para o desenvolvimento de
de governo
ações conjuntas e o alcance de objetivos comuns.
Buscou simplificar os processos administrativos, reduzindo a burocracia
Desburocratização e promovendo maior agilidade e eficiência na prestação de serviços
públicos.
Estabeleceu a necessidade de seleção e ingresso no serviço público
Profissionalização do
com base em critérios de mérito e capacitação técnica, buscando uma
serviço público
administração mais profissional e eficiente.
Instituiu mecanismos de controle e avaliação das atividades
Controle e avaliação governamentais, como a criação do Sistema de Controle Interno e a
obrigatoriedade de avaliação de programas e projetos.
Reforçou a importância da ética e da responsabilidade no exercício
Ética e responsabilidade das funções públicas, estabelecendo-se princípios de conduta para os
servidores e gestores públicos.

Vejamos os principais temas da burocracia no Brasil:

002. (CESGRANRIO/2019/ADMINISTRADOR/UNIRIO) A burocracia na gestão pode apresentar


um conjunto de disfunções na administração pública que justificaram a reforma do Estado
em diferentes países.
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O excesso de burocracia gera nas organizações a


a) ampliação da liberdade de ação.
b) internalização de normas e formalismo.
c) personalização de tarefas e cargos.
d) redução de autoridade hierárquica.
e) restrição de documentação formal.

O gabarito é a letra B. A burocracia é um conjunto de normas, procedimentos e agentes


públicos que são responsáveis por executar as tarefas do Estado.
O excesso de burocracia pode gerar a internalização de normas e formalismo. Isso ocorre
porque os agentes públicos passam a se preocupar mais com o cumprimento das normas
e procedimentos do que com a realização dos objetivos da organização.
Sobre as demais alternativas incorretas:
a) Errada. O excesso de burocracia não gera a ampliação da liberdade de ação, mas o contrário,
restringindo a liberdade de ação dos agentes públicos, que passam a estar limitados pelas
normas e procedimentos burocráticos.
b) Errada. O excesso de burocracia não gera a personalização de tarefas e cargos, mas
padroniza as tarefas e cargos, tornando-os mais uniformes e consistentes.
d) Errada. O excesso de burocracia não reduz a autoridade hierárquica, mas reforça a
autoridade hierárquica, tornando os agentes públicos mais dependentes da aprovação de
seus superiores.
e) Errada. O excesso de burocracia não restringe a documentação formal, mas aumenta
a necessidade de documentação formal, para garantir o cumprimento das normas e
procedimentos burocráticos.
Letra b.

2.7. TOMADA DE DECISÃO: MODELO RACIONAL, MODELO DE RACIONALIDADE


LIMITADA E MODELO INTUITIVO
Como vimos, o poder, a racionalidade e a tomada de decisão são conceitos interligados
que influenciam a maneira como as pessoas tomam decisões. A TOMADA DE DECISÃO, lá
nos seus primórdios, vislumbrava a capacidade máxima do tomador de decisão em escolher
a alternativa 100% correta!
Você acha que toda a dinâmica do ambiente organizacional permite que isso seja uma
realidade constante nos tempos atuais?
A resposta é um sonoro NÃO! Com isso, no decorrer da história do desenvolvimento
teórico do processo de tomada de decisão, encontramos três modelos básicos de tomada
de decisão4:

4
ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

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MODELO DA RACIONALIDADE
MODELO RACIONAL
LIMITADA MODELO INTUITIVO
(modelo clássico)
(Modelo de Carnegie)
O indivíduo tem uma capacidade
limitada de processar
O indivíduo toma decisões O indivíduo confia em sua
informações.
com o objetivo de maximizar intuição para tomar decisões. A
Assim, ele busca tomar
os resultados, por meio de intuição refere-se a uma forma
“DECISÕES SATISFATÓRIAS
escolhas coerentes. complexa de raciocínio, baseada
E SUFICIENTES”, mas não
Busca-se, portanto, tomar em TEMPO DE APRENDIZADO E
necessariamente “decisões
“DECISÕES ÓTIMAS”. EXPERIÊNCIA (feeling).
ótimas”. Palavra-chave:
EVIDÊNCIAS.
• O tomador de decisões tem o
objetivo claro;
• o problema é bem diagnosticado
e definido e as alternativas e • O indivíduo tem uma capacidade • Apoia-se em associações
critérios de decisão são conhecidos limitada de processar informações holísticas ou conexões difusas
e bem definidos; (capacidade cognitiva limitada); entre informações divergentes;
• o tomador de decisões tem • leva em consideração os “desvios • o tomador de decisões se baseia
todas as informações possíveis de percepção” existentes entre em experiências passadas e
sobre o assunto a ser decidido e diferentes indivíduos (ou seja, hábitos para tomar as decisões;
as informações são confiáveis, cada indivíduo pode perceber a • é um processo inconsciente
precisas e mensuráveis; situação de maneira diferente); (ou seja, acontece “fora” do
• ele é capaz de identificar todas • as informações são insuficientes, pensamento consciente);
as opções relevantes (cursos variáveis ou imperfeitas; • as decisões são rápidas e
de ação) de forma imparcial e • as situações são complexas. influenciadas por componentes
racional (utilizando a razão); e • Conceito de homem afetivos (ou seja, normalmente
• o tomador de decisões é capaz de administrativo. envolve emoções).
escolher a opção que maximiza
os resultados.
• Conceito de homem econômico.
Agora, vamos supor que você deseja COMPRAR UM CARRO e tem à disposição esses
modelos de tomada de decisão. Qual seria o melhor modelo a ser adotado?

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MODELO RACIONAL MODELO DA RACIONALIDADE


MODELO INTUITIVO
(modelo clássico) LIMITADA
Decisão sobre a compra de um Decisão sobre a compra de um Decisão sobre a compra de um
CARRO NOVO CARRO USADO CARRO USADO
Você irá seguir uma série de
passos lógicos para chegar a
uma escolha, como:
1. Identificação do problema:
você percebe que precisa de
um carro novo para atender às Você pode decidir avaliar
suas necessidades diárias de apenas alguns modelos de
Você precisa tomar uma decisão
locomoção. carros usados que são de sua
sobre a compra de um carro usado,
2. Identificação dos objetivos: preferência pessoal, limitando
mas não tem tempo suficiente
você lista os objetivos que assim o conjunto de opções a
nem informações completas para
deseja atingir com a compra serem consideradas.
avaliar todas as opções disponíveis.
do carro novo, como economia Ainda, pode optar por não
Assim, você pode tomar a decisão
de combustível, espaço para considerar outras marcas ou
baseado em sua experiência,
acomodar sua família, conforto, modelos de carros usados,
intuição e julgamento pessoal. Em
segurança etc. porque não tem informações
outras palavras, você pode confiar
3. Identificação das alternativas: suficientes sobre esses carros
em sua “sensação” sobre qual carro
você, com tempo disponível, ou não quer investir tempo
comprar, em vez de seguir um
pesquisa diferentes opções de e esforço em aprender mais
processo sistemático de avaliação
carros disponíveis no mercado sobre eles.
de opções.
que atendam aos seus objetivos. Além disso, você pode usar
Por exemplo, é possível visitar uma
4. Avaliação das alternativas: outras heurísticas, como
concessionária de carros usados,
você analisa cada opção, confiar na recomendação de um
conversar com o vendedor e fazer
considerando critérios amigo ou familiar, ou escolher
um test drive em alguns carros
como preço, consumo de o carro que parece ser o mais
diferentes.
combustível, espaço interno, atraente visualmente. Essas
Você pode não ter feito uma análise
nível de segurança, facilidade de heurísticas podem não levar
detalhada de todas as opções
manutenção etc. em conta todas as informações
disponíveis ou considerado todas as
5. Escolha da melhor alternativa: relevantes, mas são usadas
informações relevantes, mas tomou
você compara todas as opções como uma maneira rápida e
uma decisão com base em sua
e escolhe o carro que melhor fácil de tomar uma decisão.
intuição e julgamento pessoal.
atende aos seus objetivos e Assim, o modelo de
Sua decisão baseada na intuição
critérios de avaliação. racionalidade limitada sugere
e experiência pode ser eficaz e
6. Implementação da decisão: que você tome essa decisão
eficiente, especialmente quando
você realiza a compra do carro usando atalhos mentais e
o tempo e a informação são
escolhido e o utiliza para simplificações para lidar com
limitados.
atender às suas necessidades a complexidade da tomada de
diárias de locomoção. decisão na vida cotidiana.
7. Avaliação dos resultados:
após utilizar o carro por um
período de tempo, você avalia
se a escolha foi acertada e se os
objetivos foram alcançados.

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Em suma, temos:

003. (CESGRANRIO/2018/PROFISSIONAL TRANSPETRO DE NÍVEL SUPERIOR/TRANSPETRO/


ADMINISTRAÇÃO) Mesmo que as perspectivas da tomada de decisão racional já existam há décadas,
alguns especialistas recentemente chamaram a atenção para um novo enfoque da racionalidade.
Esse novo enfoque refere-se ao comprometimento em identificar e utilizar a melhor teoria
e informações disponíveis para tomar decisões e tem sido chamado de gestão baseada em
a) alternativas.
b) metas.
c) problemas.
d) contingências.
e) evidências.

O gabarito é a letra E. Pode ficar tranquilo, que não tem nada de complexo nessa questão.
Quer ver?
Lembra que dissemos que, na racionalidade limitada, os tomadores de decisão possuem
limitações cognitivas, como restrições de tempo, informações incompletas e habilidades
limitadas para processar informações complexa?
Dessa forma, as decisões são tomadas com base em critérios satisfatórios, ou seja, busca-
se uma solução que seja suficientemente boa, mesmo que não seja a ideal.
Como você percebe que uma solução seja suficientemente boa? Por meio de critérios
satisfatórios, não é mesmo? E como você concluiu que tais critérios eram satisfatórios?
Por evidências!

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A gestão baseada em evidências é uma abordagem que utiliza informações factuais e


baseadas em dados para embasar a tomada de decisão. Nessa perspectiva, prioriza-se a
busca por evidências concretas, por meio de pesquisas, análise de dados e avaliações, a
fim de embasar o processo decisório. Ao utilizar a gestão baseada em evidências, evita-se
a tomada de decisões apenas com base em suposições, intuições ou opiniões pessoais.
Agora, vamos comentar as demais alternativas:
a) Errada. Não faz referência à busca de informações concretas e embasadas para a tomada
de decisão.
b) Errada. A gestão baseada em metas concentra-se na definição e monitoramento de
objetivos específicos a serem alcançados, não necessariamente envolvendo a busca por
informações e evidências para embasar a tomada de decisão.
c) Errada. A gestão baseada em problemas concentra-se na identificação e resolução de
problemas, mas não necessariamente enfatiza o uso de informações concretas e baseadas
em evidências para apoiar a tomada de decisão.
d) Errada. A gestão baseada em contingências concentra-se na adaptação às circunstâncias e
mudanças no ambiente externo, levando em consideração os diferentes cenários e possíveis
situações futuras. Não enfatiza necessariamente o uso de evidências ou informações
concretas para embasar a tomada de decisão.
Letra e.

3. IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: PROBLEMAS,


DILEMAS E DESAFIOS; ARRANJOS INSTITUCIONAIS PARA
IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

3.1. IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: PROBLEMAS, DILEMAS E DESAFIOS


A IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS é um processo complexo e desafiador. Envolve
uma série de atores e fatores, suscetível a uma variedade de problemas, dilemas e desafios.

3.1.1. PROBLEMAS
Alguns dos problemas mais comuns associados à implementação de políticas
públicas incluem:
As políticas públicas geralmente exigem recursos financeiros, humanos e materiais
Falta de recursos para serem implementadas. A falta desses recursos pode dificultar ou impedir a
implementação eficaz das políticas.
As pessoas podem resistir à mudança, mesmo quando ela é necessária. Essa
Resistência à resistência pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo medo do
mudança desconhecido, falta de confiança nos agentes de mudança ou insegurança sobre
os resultados da mudança.

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A implementação de políticas públicas pode envolver a coordenação de diferentes


Conflitos de
atores, cada um com seus próprios interesses. Esses conflitos de interesses
interesses
podem dificultar a tomada de decisões e a execução de ações.
As políticas públicas são muitas vezes complexas e envolvem uma série de
Complexidade das
variáveis. Essa complexidade pode dificultar a compreensão e a implementação
políticas
das políticas.

3.1.2. DILEMAS

A implementação de políticas públicas também envolve uma série de dilemas, que


são escolhas difíceis que devem ser feitas entre alternativas igualmente desejáveis ou
indesejáveis. Alguns dos dilemas mais comuns associados à implementação de políticas
públicas incluem:
A implementação de políticas públicas pode ser mais eficiente se for
direcionada para um pequeno grupo de pessoas, mas isso pode prejudicar a
Eficiência versus
equidade. Por outro lado, a implementação de políticas públicas pode ser mais
equidade
equitativa se for direcionada para um grande grupo de pessoas, mas isso pode
prejudicar a eficiência.
A implementação de políticas públicas pode ser centralizada no governo
federal ou descentralizada para os governos estaduais ou municipais. A
Centralização versus centralização pode garantir a uniformidade da implementação, mas pode
descentralização dificultar a adaptação das políticas às necessidades locais. A descentralização
pode facilitar a adaptação das políticas às necessidades locais, mas pode
dificultar a coordenação da implementação.
A implementação de políticas públicas pode ser controlada rigidamente
pelo governo ou ser mais flexível. O controle rígido pode garantir que as
Controle versus políticas sejam implementadas de acordo com as intenções do governo, mas
flexibilidade pode dificultar a adaptação das políticas às mudanças nas circunstâncias.
A flexibilidade pode facilitar a adaptação das políticas às mudanças nas
circunstâncias, mas pode dificultar o controle da implementação.

3.1.3. DESAFIOS

Além dos problemas e dilemas, a implementação de políticas públicas também


enfrenta uma série de desafios, que são fatores externos que podem dificultar ou impedir
a implementação eficaz das políticas. Alguns dos desafios mais comuns associados à
implementação de políticas públicas incluem:
Instabilidade
A instabilidade política pode dificultar a tomada de decisões e a execução de ações.
política
A crise econômica pode reduzir os recursos disponíveis para a implementação de
Crise econômica
políticas públicas.
A globalização pode dificultar a implementação de políticas públicas nacionais,
Globalização
pois os países estão cada vez mais interconectados.

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3.2. EXEMPLOS PRÁTICOS NO BRASIL


No Brasil, a implementação de políticas públicas é um desafio constante. Vejamos
alguns exemplos práticos de problemas, dilemas e desafios associados à implementação
delas no Brasil:
A reforma agrária é uma política pública que visa redistribuir a terra improdutiva para
A reforma famílias de agricultores pobres. No entanto, a reforma agrária tem enfrentado grandes
agrária dificuldades de implementação no Brasil, devido à resistência dos proprietários de
terras, à falta de recursos e à complexidade da legislação.
A educação pública brasileira é considerada uma das piores do mundo. A implementação
A educação
de políticas públicas voltadas para a melhoria da educação pública tem enfrentado
pública
dificuldades, devido à falta de recursos, à corrupção e à falta de vontade política.
O sistema de saúde brasileiro é universal, mas o acesso aos serviços de saúde ainda
é desigual. A implementação de políticas públicas voltadas para a redução das
A saúde
desigualdades no acesso aos serviços de saúde tem enfrentado dificuldades, devido
pública
à falta de recursos, à falta de coordenação entre os diferentes níveis de governo e à
resistência dos setores privados.
A segurança pública brasileira é um problema grave. A implementação de políticas públicas
A segurança
voltadas para a redução da violência tem enfrentado dificuldades, devido à corrupção, à
pública
falta de recursos e à falta de integração entre as diferentes forças de segurança.
O Brasil é um país com grande biodiversidade, mas a proteção ambiental tem
A proteção enfrentado dificuldades. A implementação de políticas públicas voltadas para a
ambiental proteção do meio ambiente tem enfrentado dificuldades, devido à falta de recursos, à
falta de vontade política e à resistência de setores econômicos.

004. (CEBRASPE (CESPE)/2023/AUDITOR DE CONTROLE INTERNO/CGDF/PLANEJAMENTO


E ORÇAMENTO) No que se refere à implementação de políticas públicas, assinale a opção
que apresenta mecanismos eficientes no combate à corrupção.
a) Fortalecimento do clientelismo; nepotismo; fortalecimento das práticas de controle
interno e externo; melhorias no acesso às informações públicas.
b) Fortalecimento do clientelismo; nepotismo; melhorias no acesso às informações públicas;
fortalecimento do princípio da pessoalidade.
c) Transparência dos atos promovidos pela administração pública; melhorias no acesso às
informações públicas; fortalecimento do princípio da pessoalidade.
d) Transparência dos atos promovidos pela administração pública; fortalecimento de práticas
de controle interno e externo; melhorias no acesso às informações públicas.

O gabarito é a letra d. A alternativa é a correta porque apresenta mecanismos eficientes


no combate à corrupção na implementação de políticas públicas.
– Transparência: a transparência permite que a sociedade civil tenha acesso às informações
sobre a implementação de políticas públicas, o que facilita o controle social e a identificação
de possíveis irregularidades.

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– Controle interno e externo: o controle interno e externo é fundamental para identificar


e punir irregularidades na implementação de políticas públicas.
– Acesso às informações: o acesso às informações públicas permite que a sociedade civil
participe do processo de implementação de políticas públicas, o que pode contribuir para
a prevenção da corrupção.
Sobre as demais alternativas incorretas:
a) Errada. O fortalecimento do clientelismo e do nepotismo são práticas que podem levar à
corrupção, pois favorecem a nomeação de pessoas sem qualificação ou competência para
cargos públicos.
b) e c) Erradas. Além das alternativas incorretas já mencionadas anteriormente, o
fortalecimento do princípio da impessoalidade (e não pessoalidade) é que é uma medida
importante para o combate à corrupção.
Letra d.

3.3. ARRANJOS INSTITUCIONAIS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS


PÚBLICAS
Os ARRANJOS INSTITUCIONAIS para implementação de políticas públicas são as
estruturas e processos que são usados para colocar as políticas públicas em prática. Eles
incluem as organizações, os processos e os recursos que são necessários para que as
políticas públicas sejam eficazes.
Os arranjos institucionais podem variar de acordo com o tipo de política pública. Por
exemplo, as políticas públicas que são de natureza técnica, como a construção de uma ponte,
geralmente requerem arranjos institucionais mais formais e estruturados. Já as políticas
públicas que são de natureza mais complexa, como a redução da pobreza, geralmente
requerem arranjos institucionais mais flexíveis e adaptáveis.

005. (CEBRASPE (CESPE)/2018/ANALISTA I/IPHAN/ÁREA 4) No que se refere aos mecanismos e


arranjos de governança e financiamento de políticas públicas no Brasil, julgue o item a seguir.
Os arranjos institucionais dizem respeito a estruturas, processos, mecanismos, princípios,
regras e normas que influenciam a governança em política pública.

O item está certo. Como vimos, os arranjos institucionais são as estruturas, processos,
mecanismos, princípios, regras e normas que influenciam a governança em política pública.
Eles são os elementos que definem como as políticas públicas são formuladas, implementadas
e avaliadas.
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Alguns elementos comuns dos arranjos institucionais incluem:


– Organizações governamentais: as organizações governamentais são responsáveis pela
formulação e implementação de políticas públicas. Elas incluem ministérios, secretarias,
agências e autarquias.
– Organizações não governamentais (ONGs): as ONGs são organizações privadas que trabalham
para promover o bem-estar social. Elas podem desempenhar um papel importante na
implementação de políticas públicas, fornecendo serviços diretos aos beneficiários ou
trabalhando em colaboração com organizações governamentais.
– Organizações do setor privado: o setor privado pode desempenhar um papel importante
na implementação de políticas públicas, fornecendo bens e serviços ou trabalhando em
colaboração com organizações governamentais.
– Organizações internacionais: as organizações internacionais, como a Organização das
Nações Unidas (ONU) e o Banco Mundial, podem desempenhar um papel importante na
implementação de políticas públicas em nível global ou regional.
Certo.

006. (VUNESP/2015/ANALISTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL/PREF


SP) Há, atualmente, novos arranjos institucionais em operação no governo federal brasileiro,
definidos como o conjunto de regras, mecanismos e processos que determinam como se
coordenam os atores e interesses na implementação de uma política específica. A respeito
desses novos arranjos institucionais, assinale a alternativa correta.
a) Os novos arranjos têm tido sucesso em institucionalizar: práticas participativas, a dimensão
territorial das políticas e mecanismos de formulação e implementação intersetoriais.
b) Os novos arranjos institucionais são voltados a introduzir, na gestão pública brasileira,
os princípios do New Public Management.
c) A análise dos novos arranjos institucionais demonstra que tem havido uma homogeneidade
nas políticas conduzidas pelo governo federal no Brasil, buscando reduzir a desigualdade
entre municípios.
d) Há uma grande heterogeneidade nos novos arranjos institucionais, que tentam incorporar
questões como intersetorialidade, participação social e relações federativas.
e) Os novos arranjos institucionais têm avançado em dimensões como aumento da eficiência
e corte de custos das políticas públicas brasileiras.

O gabarito é a letra d. Os novos arranjos institucionais no governo federal brasileiro são


caracterizados por uma grande heterogeneidade. Eles envolvem uma ampla gama de
atores, incluindo organizações governamentais, não governamentais e privadas. Também
abordam uma ampla gama de questões, incluindo intersetorialidade, participação social
e relações federativas.

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Alguns exemplos de novos arranjos institucionais no governo federal brasileiro incluem:


Consórcios intermunicipais: os consórcios intermunicipais são organizações criadas por
municípios para compartilhar recursos e serviços. Eles são uma forma de promover a
descentralização e a eficiência na prestação de serviços públicos.
Parcerias público-privadas: as parcerias público-privadas (PPPs) são contratos entre o
governo e o setor privado para a execução de obras ou serviços públicos. Elas são uma forma
de promover a eficiência e a inovação na prestação de serviços públicos.
Programas de participação social: os programas de participação social são mecanismos que
permitem que a sociedade civil participe da formulação e implementação de políticas públicas.
Eles são uma forma de promover a legitimidade e a efetividade das políticas públicas.
A heterogeneidade dos novos arranjos institucionais pode ser explicada por uma série de
fatores, incluindo:
A complexidade das políticas públicas: as políticas públicas modernas são cada vez mais
complexas e requerem a colaboração de diferentes atores.
A diversidade do contexto brasileiro: o Brasil é um país com uma grande diversidade
cultural, social e econômica. Essa diversidade exige que os arranjos institucionais sejam
capazes de adaptar-se a diferentes realidades.
A mudança no papel do Estado: o Estado brasileiro está passando por um processo de
mudança, que envolve uma maior participação da sociedade civil e do setor privado na
implementação de políticas públicas.
Sobre as demais alternativas incorretas:
a) Errada. Embora os novos arranjos institucionais tenham incorporado práticas participativas,
a dimensão territorial das políticas e mecanismos de formulação e implementação
intersetoriais, ainda há desafios para a institucionalização desses princípios.
b) Errada. Os novos arranjos institucionais não estão necessariamente voltados a introduzir
os princípios do New Public Management. Na verdade, alguns desses arranjos podem estar
em conflito com esses princípios.
c) Errada. A análise dos novos arranjos institucionais demonstra que não tem havido uma
homogeneidade nas políticas conduzidas pelo governo federal no Brasil. Pelo contrário, esses
arranjos têm sido usados para implementar uma ampla gama de políticas, com objetivos
e resultados diferentes.
e) Errada. Os novos arranjos institucionais ainda estão em desenvolvimento e não é possível
afirmar que eles tenham avançado em dimensões como aumento da eficiência e corte de
custos. Em alguns casos, esses arranjos podem até mesmo aumentar a complexidade e o
custo das políticas públicas.
Letra d.

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3.3.1. GOVERNABILIDADE E GOVERNANÇA


Que tal começarmos com uma ideia geral, antes de partirmos para as características
mais distintivas entre esses termos?
É a análise da situação geral, a análise de cenário do governo
Governabilidade
(favorável ou desfavorável).
Governança É a prática das ações, a capacidade técnica do governo.

Imagine você e sua família na plateia de uma apresentação da Orquestra Real do Concertgebouw
(Holanda), uma das melhores sinfônicas do mundo. De repente, o maestro passa mal e
precisa ser conduzido ao hospital.
Você, que naquela semana havia iniciado um curso básico de violão, grita algo do tipo “deixa
comigo!”, achando-se plenamente capaz de assumir o lugar do maestro!
Sua família coloca-se em pé em manifesto de apoio total à sua decisão “maluca”. Além
disso, toda a plateia, tomada de surpresa e desconhecendo suas capacidades, também
começa a apoiá-lo.
Mas, mesmo com o total apoio de sua família e da plateia, você teria condições de conduzir
a sinfônica pelo restante do espetáculo? Não!
Pois é, você possui apoio de sua família e da plateia (governabilidade), mas não tem
condições técnicas e prática necessária para conduzir a orquestra (governança).

Vamos comparar os conceitos de governabilidade aos de governança, para que tudo


fique mais claro!
Governabilidade Governança
Condições substantivas, sistêmicas, materiais Capacidade que um determinado governo tem para
e institucionais de exercício do poder e de formular e implementar as suas políticas – regulação
legitimidade do Estado. de transações e operacionalização de soluções.
Capacidade política de decidir e governar. Capacidade técnica de gerir os recursos públicos.
Surgem e se desenvolvem as condições acordadas
Capacidade para agregar múltiplos interesses da
com a sociedade – capacidade de representar os
sociedade e apresentar-lhes um objetivo comum.
interesses da sociedade.
Envolve o sistema de intermediação de interesses,
Mecanismos formais e informais para
as características do sistema político, a forma de
operacionalizar as políticas públicas.
governo e as relações entre os Poderes.
Termo que possui como fonte ou origem os cidadãos, Termo que possui como fonte ou origem os próprios
além dos partidos políticos, as associações e demais agentes públicos ou servidores do Estado que
grupos representativos da sociedade. possibilitam a implementação das políticas públicas.
Relaciona-se com processo. Relaciona-se com estrutura.
Conceito mais simples e restrito. Conceito mais complexo e amplo.

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No entanto, o conceito de governança não se restringe aos aspectos gerenciais e administrativos


do Estado nem ao funcionamento eficaz do aparelho de Estado, mas também inclui a articulação
e cooperação entre atores sociais e políticos e arranjos institucionais, incluindo-se aí não apenas
os mecanismos tradicionais de agregação e articulação de interesses, tais como os partidos
políticos e grupos de pressão, mas também as redes sociais informais.
Segundo o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa5, os PRINCÍPIOS
BÁSICOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA devem permear, em maior ou menor grau, todas
as práticas da organização. São eles:

Falar em PRINCÍPIOS DA GOVERNANÇA PÚBLICA é falar de uma lista exemplificativa.


Pense da seguinte forma: com certeza, nem todos os princípios que você adota aí na sua
casa necessariamente eu adoto aqui na minha casa. Ou seja, é uma questão de contexto!
Por exemplo, conforme sugerido pelo Banco Mundial, atualmente, podemos considerar
como princípios da boa governança:
Princípio Descrição
Princípio que vai além da legalidade, avaliando se o interesse público foi
Legitimidade alcançado. Nem sempre o que é legal é legítimo, buscando a efetividade das
ações públicas.
Garantir igualdade de acesso aos direitos civis, políticos e sociais para todos,
Equidade incluindo liberdade de expressão, educação, saúde e igualdade de gênero,
visando a justiça e a inclusão social.

5
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), uma organização sem fins lucrativos, é a principal
referência para o desenvolvimento das melhores práticas sobre o tema.

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Princípio Descrição
Zelar pela sustentabilidade das organizações, incorporando aspectos
Responsabilidade sociais e ambientais nos negócios, garantindo sua longevidade e contribuindo
para a comunidade.
Realizar as ações com qualidade apropriada ao menor custo possível, otimizando
Eficiência
recursos e buscando a melhor relação entre qualidade do serviço e custo.
Dever dos servidores públicos de agir com integridade, respeito às regras
Probidade e procedimentos, ao gerenciar bens e valores públicos, demonstrando ser
dignos de confiança na administração pública.
Garantir acesso a todas as informações relacionadas à organização pública,
Transparência promovendo um ambiente de confiança interno e externo, sendo um
requisito de controle e fortalecimento do Estado pela sociedade.
Obrigação de prestar contas sobre a responsabilidade fiscal, gerencial e
programática dos recursos confiados, incluindo empresas e organizações
Accountability
públicas, assumindo consequências dos atos e omissões diante de quem
delegou tais responsabilidades.

Já o autor Matias-Pereira (2008)6 diz que a governança pública está apoiada em


quatro princípios:
Princípio Descrição
Dizem respeito a permissões de ações, cujo parâmetro limitador é a não
Relações éticas
nocividade social.
Conformidade Refere-se à compatibilidade dos procedimentos com as leis e regulamentos.
Visa disponibilizar, às partes interessadas, informações que sejam de seu
Transparência
interesse, e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos.
Prestação de contas É o dever dos agentes de governança nas justificativas de suas atuações,
(Accountability) assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões.

007. (CESGRANRIO/2023/ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO/AGERIO) A diretoria da


empresa X se reuniu para conhecer mais detalhadamente o método utilizado na implantação
do novo modelo de processo produtivo. Depois de discutirem os custos do novo modelo,
o cumprimento de prazos e a alocação de atividades materiais, solicitaram ao analista de
OSM que ele apresentasse a frequência com que os instrumentos de avaliação e controle
seriam utilizados. Adicionalmente, o analista de OSM chamou a atenção dos diretores para
verificação de compliance.
Com isso, o analista de OSM está apontando a necessidade de verificar se as atividades da organização

6
MATIAS-PEREIRA, J. Administração pública comparada: uma avaliação das reformas administrativas do Brasil, EUA e União
Europeia. Revista de Administração Pública, vol. 42, n. 1, 2008.

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a) estão de acordo com as leis, padrões éticos e regulamentos internos e externos.


b) são avaliadas por profissionais certificados de outros setores produtivos bem-sucedidos.
c) podem ser revertidas sem prejuízos aos acionistas em caso de não serem adequadas.
d) geram lucros e dividendos aos acionistas maiores do que as demais empresas do mesmo ramo.
e) geram produtos e serviços com qualidade e preços comparáveis ou superiores aos da concorrência.

O gabarito é a letra a. O analista de OSM está se referindo à conformidade da empresa com


todas as normas e regulamentos aplicáveis ao seu contexto.
Isso significa que as atividades devem ser realizadas em conformidade com as leis,
regulamentos e padrões éticos vigentes, tanto internos da empresa quanto externos,
estabelecidos por órgãos reguladores e entidades competentes.
Letra a.

3.3.2. CONSELHOS GESTORES DE POLÍTICAS PÚBLICAS


Os CONSELHOS DE GESTORES DE POLÍTICAS PÚBLICAS7 correspondem à novidade
mais substantiva das políticas públicas ao longo da década de 1990.
Dotados de caráter interinstitucional, esses conselhos são instrumentos mediadores
da relação Estado-sociedade, sendo compostos tanto por representantes (os conselheiros)
do poder público quanto da sociedade civil organizada. Portanto, são instâncias
institucionalizadas de expressão, de representação e de participação social.
Os conselhos gestores viabilizam a participação de segmentos sociais na formulação,
na implementação e na avaliação de políticas públicas e possibilitam à população o acesso
aos espaços nos quais se tomam as decisões políticas.

7
RUA, M. G.; ROMANINI, R. Para aprender políticas públicas. Brasília: IGEPP, 2013.

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O CEBRASPE, em especial, já cobrou várias vezes em suas provas aspectos do Conselho


de Gestão Fiscal (CGF), previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar
101/2000). Vejamos abaixo:

Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade


da gestão fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes
de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas
representativas da sociedade, visando a:
I – harmonização e coordenação entre os entes da Federação;
II – disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do gasto
público, na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transparência da gestão fiscal;
III – adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações de
contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar,
normas e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como outros, necessários
ao controle social;
IV – divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
§ 1º O conselho a que se refere o caput instituirá formas de premiação e reconhecimento
público aos titulares de Poder que alcançarem resultados meritórios em suas políticas de
desenvolvimento social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal pautada pelas normas
desta Lei Complementar.

Fique atento!

008. (CESGRANRIO/2010/ANALISTA/IBGE/GESTÃO E INFRAESTRUTURA) No Brasil,


paralelamente à evolução da Administração Pública de um modelo burocrático para um
modelo gerencial, percebe-se que cada vez mais a população se aproxima dos aparelhos
governamentais. Assim, inicia-se um processo de busca por uma democracia participativa
na qual a população exerce o poder não apenas por meio de seus representantes, mas
também por meio de uma participação direta.
Pode(m) ser considerado(s) instrumento(s) de participação, controle e avaliação social da
ação governamental
a) o Supremo Tribunal Federal.
b) as associações de moradores.
c) os sindicatos.
d) os conselhos de gestão.
e) os tribunais de conta.

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O gabarito é a letra d. Os conselhos de gestão são órgãos colegiados compostos por


representantes da sociedade civil e do governo. Eles são responsáveis por auxiliar na gestão
de políticas públicas, garantindo a participação da sociedade na tomada de decisões.
Os conselhos de gestão podem ser considerados instrumentos de participação, controle e
avaliação social da ação governamental, pois:
Participação: os conselhos permitem que a sociedade civil participe da gestão de políticas
públicas, contribuindo para a definição de objetivos, metas e estratégias.
Controle: os conselhos podem fiscalizar a execução de políticas públicas, garantindo que
elas sejam realizadas de acordo com os objetivos estabelecidos.
Avaliação: os conselhos podem avaliar os resultados de políticas públicas, fornecendo
informações para a tomada de decisões.
Análise das demais alternativas incorretas:
a) Errada. O Supremo Tribunal Federal é um órgão do Poder Judiciário, responsável pela
interpretação da Constituição Federal. Ele não é um instrumento de participação, controle
ou avaliação social da ação governamental.
b) Errada. As associações de moradores são organizações da sociedade civil que representam
os interesses de moradores de uma determinada área. Elas podem participar da gestão de
políticas públicas, mas não são órgãos oficiais do governo.
c) Errada. Os sindicatos são organizações da sociedade civil que representam os interesses
de trabalhadores de uma determinada categoria profissional. Eles podem participar da
gestão de políticas públicas, mas não são órgãos oficiais do governo.
e) Os tribunais de conta são órgãos do Poder Legislativo, responsáveis pelo controle da
gestão financeira e orçamentária do governo. Eles podem avaliar a ação governamental,
mas não são instrumentos de participação social.
Letra d.

009. (CEBRASPE (CESPE)/2022/AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO/TCE–SC/


ADMINISTRAÇÃO) Acerca da administração pública brasileira, julgue o item a seguir.
Constitui exemplo de processo participativo de gestão pública a participação de cidadãos
em conselhos gestores, nos quais pode haver participação paritária de membros do Estado
e da sociedade civil.

Inicialmente, a banca considerou o item como certo. Após recursos, houve anulação da
questão. E, de fato, a questão mereceu ser anulada, já que a composição dos conselhos deve
ser de participação paritária, ou seja, deve ocorrer o equilíbrio entre os representantes.
Logo, a expressão “pode haver” acabou comprometendo o julgamento objetivo do item.
Anulado.

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010. (CEBRASPE (CESPE)/2022/ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA/DP–DF/


ADMINISTRAÇÃO) A respeito de transparência, accountability e representação social, julgue
o item subsequente.
A participação cidadã na gestão pública por meio de conselhos municipais, por exemplo, é
uma estratégia para a promoção da legitimidade das políticas públicas.

Como vimos, o objetivo dos conselhos centra-se na aproximação do Estado e sociedade,


com foco de integração, participação, fortalecimento, fiscalização e controle de pautas de
efetivação de direitos fundamentais.
No caso dos conselhos municipais, esses são formados, basicamente, por representantes
do Poder Público e da sociedade civil, que contribuem para a definição dos planos de ação
da cidade, por meio de reuniões periódicas e discussões. Cada conselho atua de maneira
diferente, de acordo com a realidade local e com a sua especificação.
Certo.

011. (CEBRASPE (CESPE)/2008/ADMINISTRADOR/MTE) A respeito dos processos participativos


de gestão pública, julgue o próximo item.
O Conselho de Gestão Fiscal (CGF), nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ao
institucionalizar a participação da sociedade civil na avaliação da gestão fiscal, constitui
espaço de interseção entre o aparelho administrativo estatal e o público não estatal, como
um instrumento de controle social do Estado.

Ainda que não tenha sido implementado até o momento, o Conselho de Gestão Fiscal
(CGF) está previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. Todavia, a questão não entrou nesse
mérito, solicitando apenas informações sobre o que está previsto. Então, segundo a LRF
(Lei Complementar 101/2000), temos:

Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade


da gestão fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes
de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas
representativas da sociedade, visando a:
I – harmonização e coordenação entre os entes da Federação;
II – disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do gasto
público, na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transparência da gestão fiscal;
III – adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações de
contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar,
normas e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como outros, necessários
ao controle social;
IV – divulgação de análises, estudos e diagnósticos.

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§ 1º O conselho a que se refere o caput instituirá formas de premiação e reconhecimento


público aos titulares de Poder que alcançarem resultados meritórios em suas políticas de
desenvolvimento social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal pautada pelas normas
desta Lei Complementar.
§ 2º Lei disporá sobre a composição e a forma de funcionamento do conselho (grifos meus).

Nesse sentido, o CGF é um espaço de interseção entre:


Aparelho administrativo estatal: “[…] representantes de todos os Poderes e esferas de
Governo, do Ministério Público […]”; e
Público não estatal: “[…] entidades técnicas representativas da sociedade”.
Certo.

3.3.3. ORÇAMENTO PARTICIPATIVO


O ORÇAMENTO PARTICIPATIVO surge no país ainda na fase do regime militar instalado
em 1964. No final dos anos 70, experimentos em Lages (SC), Vila Velha (ES) e Pelotas (RS)
tiveram pouca visibilidade, dadas as condições restritivas do contexto político.
A previsão constitucional mais evidente desse tipo de participação social está no art.
29, inciso XII, da CF/88:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado
e os seguintes preceitos:
[…]
XII – cooperação das associações representativas no planejamento municipal; (Renumerado
do inciso X, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de
bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado
do inciso XI, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992). (grifos meus)

A partir da promulgação da Constituição de 88, a experiência mais incisiva desse modelo


foi a registrada no município de Porto Alegre (RS), a partir de 1989.
Participação aberta a todos os cidadãos do A decisão de alocação de recurso
município, na implementação de assembleias municipal estará sob poder dos
Orçamento
em que a atuação da sociedade civil ocorre de indivíduos participantes da sociedade,
Participativo
forma direta e, em outro momento, por meio mas tal decisão estará firmada junto a
da forma de representação. critérios técnicos e gerais.

O Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/2001) foi editado para regulamentar os artigos


182 e 183 da Constituição Federal de 1988, que dispõe, respectivamente, sobre a função
social da propriedade urbana e sobre a função social da propriedade rural. No entanto,
temos diversos dispositivos que se relacionam com o orçamento participativo. Vejamos:

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Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais
da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
[…]
II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas
dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano;
[…]
Art. 4º Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:
[…]
III – planejamento municipal, em especial:
[…]
f) gestão orçamentária participativa;
[…]
Art. 43. Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser utilizados, entre outros, os
seguintes instrumentos:
I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, estadual e municipal;
II – debates, audiências e consultas públicas;
III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal;
IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;
V – (VETADO)
Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa de que trata a alínea f do inciso
III do art. 4º desta Lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as
propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, como
condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal (grifos meus).

012. (CEBRASPE (CESPE)/2022/AUDITOR DO ESTADO/SECONT–ES/ADMINISTRAÇÃO) Em


relação aos processos participativos de gestão pública, julgue o item seguinte.
O orçamento participativo municipal pode ser organizado mediante dois ciclos distintos:
o preparatório e o consultivo.

Fique ligado! Não existe uma receita universal para o funcionamento do orçamento
participativo. Cada situação local será diferente da outra. No entanto, é bem comum o
ciclo envolver discussão, negociação e elaboração do orçamento.
Nesse sentido, vejamos o que prevê o Estatuto das Cidades (Lei n. 10.257/2001):
Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa de que trata a alínea f do
inciso III do art. 4º desta Lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas
sobre as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual,
como condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal. (Grifos meus)

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Por fim, cabe destacar que a banca pode ter usado como base para essa questão o caso
da Prefeitura de Fortaleza que, por meio da Coordenadoria do Orçamento Participativo e
das Secretarias Executivas Regionais, iniciou o processo de construção dos mecanismos
de participação popular na elaboração do PPA, denominado PPA participativo, realizado
em dois ciclos:
– Preparatório: são apresentadas informações sobre o PPA e o planejamento público municipal.
– Deliberativo: os participantes têm a oportunidade de apresentar propostas de programa
e ações para o PPA do município e definir, por meio do voto, as principais prioridades de
cada região e segmento.
Logo, pode ser que além do erro apontado no início do comentário, essa seja a referência
da banca para a questão.
Errado.

3.3.4. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO


A denominação TERCEIRO SETOR é conferida às entidades não estatais sem fins lucrativos,
que desenvolvem atividades de interesse público. Nesse universo de pessoas jurídicas de
direito privado, destacam-se as entidades paraestatais. Etimologicamente, paraestatal
é quem se coloca ao lado do Estado, mas não o integra.
Considerando o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE) (instrumento
que guiou a reforma administrativa de 1995) e a doutrina, temos a seguinte ideia principal:

O surgimento do Terceiro Setor possui relação direta com o aumento das carências e
das ameaças de falência do Estado, com a consequente preocupação da iniciativa privada
com essas questões sociais.
As mais importantes entidades paraestatais são as Organizações Sociais (OS) e as
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).

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013. (CEBRASPE (CESPE)/2018/ANALISTA JUDICIÁRIO/STJ/JUDICIÁRIA) Acerca das


organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip) e dos atos administrativos,
julgue o item seguinte.
A concessão, pelo poder público, da qualificação como Oscip de entidade privada sem fins
lucrativos é ato vinculado ao cumprimento dos requisitos legais estabelecidos para tal.

Segundo a Lei n. 9.790, de 23 de março de 1999, para se ter o requerimento de qualificação


como Oscip aprovado pelo Ministério da Justiça, a entidade deverá preencher certos requisitos
que, uma vez cumpridos, ela terá o direito de exigir tal qualificação, configurando-se, assim,
como ato vinculado à concessão dessa qualificação.
Certo.

3.3.5. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS)

No âmbito federal, as ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS), disciplinadas pela Lei n. 9.637/1998,


são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas, em regra, por
iniciativa de particulares, qualificadas pelo Poder Executivo como OS e cujas atividades
se destinem taxativamente às seguintes atuações:

Nenhuma entidade nasce com o nome de organização social. A entidade é criada como
associação ou fundação e, habilitando-se perante o Poder Público (ato discricionário),
recebe a qualificação. Trata-se de título jurídico outorgado e cancelado pelo Poder Público.

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Vejamos as principais características da organização social:


Personalidade e
É pessoa jurídica de direito privado, criada por particulares sem fins lucrativos.
finalidade
Habilita-se perante a administração pública para obter a qualificação de
Qualificação organização social. Uma vez declarada como OS, intitula-se “entidade de interesse
social e utilidade pública”.
Pode atuar nas áreas de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento
Atuação
tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.
Possui órgão de deliberação superior, com a necessidade da composição por
Composição representantes do Poder Público e membros da comunidade, de notória
capacidade profissional e idoneidade moral.
O contrato de gestão é o instrumento que declara as atribuições,
responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social,
especificando, ainda, o programa de trabalho proposto pela organização social,
Acordo
as metas a serem atingidas, os respectivos prazos de execução, bem como os
critérios objetivos de avaliação de desempenho, inclusive mediante indicadores de
qualidade e produtividade.
Supervisão do contrato de gestão pelo órgão ou entidade supervisora da área de
Controle
atuação correspondente à atividade desenvolvida (controle de resultado).
Recursos Recebe recursos orçamentários e bens necessários ao cumprimento da atividade.
Cessão de
Aloca servidores públicos, com ônus para o órgão de origem.
servidores

014. (CEBRASPE (CESPE)/2018/DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO)


Considerando-se as novas formas de desestatização da prestação de serviços públicos de
caráter social, as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que, atendidos
os requisitos previstos em lei, firmam parceria com o Poder Público, por instrumento de
contrato de gestão, para a execução de atividades de interesse público – especialmente
ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio
ambiente, cultura e saúde – recebem a qualificação de
a) agência executiva.
b) fundação pública.
c) organização social.
d) organização da sociedade civil de interesse público.
e) serviço social autônomo.

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O gabarito é a letra C.
Analisando o enunciado da questão, temos:
– Pessoas jurídicas de direito privado – excluímos, portanto, a agência executiva, já que essa
é uma qualificação dada a uma entidade autárquica.
– Sem fins lucrativos – todas as alternativas, com exceção da letra a, trazem entidades
sem fins lucrativos.
– Firmam parceria […] por instrumento de contrato de gestão – Bingo! Já temos o gabarito!
O contrato de gestão é o instrumento destinado (dentre outras coisas) a formalizar a
parceria de uma OS com o poder público.
Letra c.

3.3.6. ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIPS)


As ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (Oscips), disciplinadas
pela Lei n. 9.790/1999, regulamentada pelo Decreto 3.100/1999, são constituídas por
iniciativa de particulares, sob o regime jurídico de direito privado e sem o intuito de lucro.
São prestadoras de serviços sociais não exclusivos do Estado, com incentivo e
fiscalização do Poder Público e com vínculo jurídico por meio de termo de parceria.
Assim, é fácil verificar que as Oscips possuem conceito semelhante ao das OSs. No
entanto, embora organizações assemelhadas, veremos que não são iguais.
Pontos OS Oscip
Diploma legal Lei n. 9.637/1998 Lei n. 9.790/1999
Personalidade Direito privado Direito privado
Acordo Contrato de gestão Termo de parceria
Natureza do acordo Convênio Convênio
Finalidade Entidade sem fins lucrativos Entidade sem fins lucrativos
Qualificação Decreto do Executivo Portaria ministerial
Cessão de servidores, permissão
Prerrogativas de uso de bens e repasses Não há previsão legal
orçamentários
Remuneração de dirigentes Vedada (inc. VII do art. 3º) Garantida (inc. VI do art. 4º)
Participação do Poder Público
Obrigatória Facultativa
no Conselho de Administração
Ensino, cultura, saúde, pesquisa Promoção: educação gratuita,
científica, desenvolvimento saúde gratuita, cultura,
Área de atuação
tecnológico e preservação do assistência social, assistência
meio ambiente jurídica complementar e outras

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Pontos OS Oscip
Não é proveniente de órgãos da
Podem provir da extinção de
Criação administração, pois é entidade
instituições públicas
com patrimônio preexistente
Controle pelo Tribunal de
Processos específicos Processos específicos
Contas
Responsabilidade Solidária Solidária
Licitação Regulamento próprio Regulamento próprio

015. (CESGRANRIO/2010/ANALISTA/IBGE/GESTÃO EM PESQUISA) João trabalha em uma


Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) voltada para programas sociais
e educacionais. Quando há recebimento de verbas públicas ou quando a instituição decide
avaliar um programa social, é realizada uma assembleia para que todos os profissionais
envolvidos participem das tomadas de decisão. Esse modelo de gestão participativa se
caracteriza como um modelo em que os objetivos são
a) alcançados, eliminando-se os processos de planejamento por estarem identificados com
modelos centralizadores.
b) alcançados por meio de um modelo de gestão financeira que prescinde da presença de
cargos de direção.
c) estabelecidos visando ao aumento de produtividade, fazendo com que cada profissional
seja envolvido no projeto e, assim, se comprometa com o sucesso da empresa.
d) estabelecidos visando ao exercício da autonomia por cada membro da instituição,
segmentando iniciativas, interesses e decisões.
e) estabelecidos a partir do conceito de participação, no qual a formação dos membros
da instituição se processa no exercício da autonomia, sendo compartilhada a tomada de
decisões.

O gabarito é a letra e. A gestão participativa é um modelo de gestão que promove a


participação de todos os membros de uma organização na tomada de decisões.
Nesse modelo, os objetivos são estabelecidos a partir do conceito de participação, no qual
a formação dos membros da instituição se processa no exercício da autonomia, sendo
compartilhada a tomada de decisões.
No caso da Oscip descrita no enunciado, os objetivos são alcançados por meio da participação
de todos os profissionais envolvidos nas assembleias. Essas assembleias permitem que os
profissionais contribuam para a definição dos objetivos, metas e estratégias da instituição.
As demais alternativas estão incorretas:

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a) Errada. A gestão participativa não elimina os processos de planejamento. Pelo contrário,


ela promove a participação dos membros da organização na definição dos objetivos e metas
da organização, o que é um processo de planejamento.
b) Errada. A gestão participativa não prescinde da presença de cargos de direção, mas pode
ser implementada em organizações que tenham cargos de direção, desde que esses cargos
sejam compartilhados com os membros da organização.
c) Errada. A gestão participativa não visa apenas ao aumento de produtividade, mas também
a outros objetivos, como a melhoria da qualidade dos serviços prestados, a satisfação dos
clientes e a sustentabilidade da organização.
d) Errada. A gestão participativa não visa ao exercício da autonomia por cada membro da
instituição de forma segmentada. Pelo contrário, ela visa à construção de uma autonomia
compartilhada, na qual todos os membros da organização trabalham juntos para alcançar
os objetivos comuns.
Letra e.

016. (CEBRASPE (CESPE)/2018/AUDITOR MUNICIPAL DE CONTROLE INTERNO/CGM–JOÃO


PESSOA/AUDITORIA, FISCALIZAÇÃO, OUVIDORIA E TRANSPARÊNCIA/GERAL) No tocante às
organizações da sociedade civil de interesse público e aos consórcios públicos, julgue o
item subsequente.
O instrumento que estabelece o vínculo entre o poder público e as organizações da sociedade
civil de interesse público é o termo de parceria.

O Terceiro Setor é um setor integrado por pessoas jurídicas de direito privado e sem fins
lucrativos. Essas pessoas formalizam parcerias com o Estado, para o desempenho de
atividades de interesse coletivo. Nesse sentido, podem ser mencionadas as Oscips.
Em se tratando do termo de formalização com o Estado, as OSs acham-se aptas à celebração de
contratos de gestão e as entidades de apoio de convênios. As Oscips, por sua vez, devidamente
qualificadas pelo Ministério da Justiça, podem vir a celebrar o termo de parceria.
Certo.

3.3.7. AGÊNCIAS REGULADORAS OU CONTROLADORAS


As AGÊNCIAS REGULADORAS são entidades encarregadas da fiscalização e do controle
de determinadas atividades ou setores.
Tendo em vista necessitarem de uma maior autonomia para exercer as atividades de
fiscalização e controle, as agências reguladoras existentes em nosso ordenamento são
instituídas sob a forma de autarquias em regime especial.

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As principais características das agências reguladoras estão ligadas, diretamente, à


autonomia e aos poderes a elas atribuídos:
• possuem autonomia em sua gestão;
• não estão subordinadas hierarquicamente a qualquer instância de governo;
• suas decisões não estão sujeitas a revisão, ressalvada a apreciação judicial e o
recurso hierárquico impróprio (é aquele endereçado à autoridade administrativa que
não é hierarquicamente superior àquela que editou o ato administrativo);
• a indicação de seus dirigentes deve ser pautada por critérios técnicos;
• possuem a prerrogativa de aplicar sanções, tais como advertências, multas ou
cassação de licenças.

017. (CEBRASPE (CESPE)/2022/ATIVIDADES DE FISCALIZAÇÃO/ANP/PRODUÇÃO DE


COMBUSTÍVEIS I) Determinada agência reguladora celebrou contrato administrativo com
empresa prestadora de serviços contínuos em regime de dedicação exclusiva de mão de
obra. João, empregado da empresa contratada, alegando que algumas verbas trabalhistas
não foram pagas, requereu seu adimplemento à agência reguladora.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A agência reguladora, entidade da administração pública indireta, é considerada uma
autarquia especial.
A Lei n. 13.848/2019 consagrou essa natureza especial das agências reguladoras:

Art. 2º […]
Parágrafo único. Ressalvado o que dispuser a legislação específica, aplica-se o disposto nesta
Lei às autarquias especiais caracterizadas, nos termos desta Lei, como agências reguladoras e
criadas a partir de sua vigência.
Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou
de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela
investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais
disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação.

Certo.

3.3.8. AGÊNCIAS EXECUTIVAS


As AGÊNCIAS EXECUTIVAS foram introduzidas em nosso ordenamento jurídico com a Lei n.
9.649, de 1998, que estabeleceu a possibilidade de as autarquias e fundações públicas firmarem
contrato de gestão com o poder público e, assim, se qualificarem como agências executivas.

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Dessa forma, podemos concluir que tais agências nada mais são do que uma faculdade
conferida às autarquias e às fundações públicas de se submeterem a um regime
diferenciado, aumentando a produtividade e a eficiência de sua gestão.
Normalmente, a qualificação como agência executiva é feita por meio de decreto
expedido pelo chefe do Poder Executivo.

Para se qualificar como agências executivas, as autarquias e fundações devem atender a


dois requisitos:
1) ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
2) ter celebrado contrato de gestão com o respectivo ministério superior, que terá
periodicidade mínima de um ano e estabelecerá os objetivos, metas e indicadores de
desempenho da entidade.

Vejamos as principais diferenças entre as agências executivas e as agências reguladoras.


Agências executivas Agências reguladoras
São uma qualificação jurídica atribuída às
São autarquias em regime especial
autarquias e fundações públicas
Objetivam aumentar a eficiência e a Objetivam conferir maior autonomia e poder às
produtividade das entidades entidades
Reguladas por norma específica Conceito atribuído pela doutrina
Não existe uma área específica em que elas atuam Atuam especificamente na área da regulação
Não são uma qualificação, sendo que a própria
São qualificadas por meio de decreto lei que cria a autarquia estabelece o nível de
autonomia da entidade

018. (CEBRASPE (CESPE)/2022/AUDITOR DO ESTADO/SECONT–ES/ADMINISTRAÇÃO) No que diz


respeito às mudanças institucionais ocorridas no setor público, julgue o item subsequente.
Agência executiva constitui qualificação concedida, por decreto do chefe do Poder
Executivo específico, a autarquias e fundações públicas responsáveis por atividades e
serviços exclusivos do Estado.

Agência Executiva é a denominação dada à qualificação concedida, por decreto específico,


às autarquias ou fundações que celebrem contrato de gestão com a administração a que
se achem vinculadas, para melhorar a eficiência e reduzir custos.

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Decreto n. 2.487, de 2 de fevereiro de 1998:

Art. 1º As autarquias e as fundações integrantes da Administração Pública Federal poderão,


observadas as diretrizes do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, ser qualificadas
como Agências Executivas.
§ 1º A qualificação de autarquia ou fundação como Agência Executiva poderá ser conferida
mediante iniciativa do Ministério supervisor, com anuência do Ministério da Administração Federal
e Reforma do Estado, que verificará o cumprimento, pela entidade candidata à qualificação, dos
seguintes requisitos:
a) ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor;
b) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional, voltado para a
melhoria da qualidade da gestão e para a redução de custos, já concluído ou em andamento.

Certo.

3.4. OUVIDORIAS, CONSULTAS PÚBLICAS, CONFERÊNCIAS PÚBLICAS E


AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
As OUVIDORIAS são canais de comunicação entre o cidadão e a administração pública,
objetivando receber manifestações, sugestões, reclamações, denúncias e elogios. É um
instrumento que se baseia na gestão ética, democrática e transparente.
Como exemplo, citamos a ouvidoria do Ministério Público Federal (MPF), a quem compete
receber, analisar e dar o encaminhamento devido às manifestações acerca das atividades
desenvolvidas pelos órgãos, membros, servidores e serviços auxiliares do MPF.
O processo de CONSULTA PÚBLICA é aquele pelo qual a administração submete um
projeto de lei, de decreto, ou mesmo um pacote de medidas, à manifestação de qualquer
pessoa. É uma ação caracterizada pela formalidade.
As CONFERÊNCIAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS são definidas como espaços institucionais
(ou seja, espaços oficiais) de participação e deliberação acerca das diretrizes gerais de
uma determinada política pública. Geralmente, ocorrem com periodicidade específica
(geralmente bianual) nos quais as principais questões e direcionamentos normativos de
áreas temáticas em políticas públicas são determinadas.
Uma AUDIÊNCIA PÚBLICA é uma reunião pública informal, ou seja, um instrumento
de participação popular, garantido pela Constituição Federal de 1988. É um espaço onde
os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário podem expor um tema ou debater com a
população sobre a formulação de uma política pública, a elaboração de um projeto de lei ou
a realização de empreendimentos que podem gerar impactos à cidade, à vida das pessoas
e ao meio ambiente.
Em suma, temos:

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Instrumento Conceito Exemplo


Canal de comunicação entre o cidadão Um cidadão entra em contato
e a administração pública, objetivando com a ouvidoria do INSS para
Ouvidoria
receber manifestações, sugestões, fazer uma reclamação sobre um
reclamações, denúncias e elogios. atendimento prestado.
Processo de consulta pública é aquele
O governo realiza uma consulta
pelo qual a administração submete um
pública on-line sobre um projeto de
projeto de lei, de decreto, ou mesmo
lei para que os cidadãos expressem
Consulta pública um pacote de medidas, à manifestação
suas opiniões e sugestões sobre o
de qualquer pessoa.
assunto, influenciando na tomada
É uma ação caracterizada pela
de decisões.
formalidade.
Espaço institucional (oficial) de
participação e deliberação acerca das Uma conferência municipal é
diretrizes gerais de uma determinada realizada para discutir políticas de
política pública. educação, onde representantes do
Conferência pública Geralmente, ocorre com periodicidade governo, educadores, estudantes
específica (geralmente bianual) no qual e pais se reúnem para propor
as principais questões e direcionamentos soluções e melhorias para o
normativos de áreas temáticas em sistema de ensino.
políticas públicas são determinadas.
Espaço mais informal (quando
comparado à consulta pública) onde os Uma audiência pública é convocada
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para discutir a construção de uma
podem expor um tema ou debater nova estrada em uma determinada
com a população sobre a formulação região. Os moradores locais têm a
Audiência pública
de uma política pública, a elaboração oportunidade de expressar suas
de um projeto de lei ou a realização de preocupações, sugerir alternativas
empreendimentos que podem gerar e influenciar a decisão final em
impactos à cidade, à vida das pessoas e relação ao projeto.
ao meio ambiente.

019. (VUNESP/2022/AUDITOR PÚBLICO INTERNO/PREF GUARATINGUETÁ/ADMINISTRAÇÃO)


São associações formadas entes federados iguais (como estados e estados) ou diferentes
(estados e municípios), mediante autorização legislativa, para a gestão associada de serviços
públicos. Essa definição refere-se a:
a) Consórcios públicos.
b) Parcerias público-privadas.
c) Redes e parcerias.
d) Associações governamentais.
e) Arranjos institucionais.

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O gabarito é a letra a. A definição dada se refere aos consórcios públicos.


Os consórcios públicos são associações formadas por entes federados iguais (como estados
e estados) ou diferentes (estados e municípios), mediante autorização legislativa, para a
gestão associada de serviços públicos.
A definição dada também atende aos requisitos legais para a formação de um consórcio
público. De acordo com a Lei n. 11.107/2005, que dispõe sobre os consórcios públicos,
os entes federados consorciados devem ser partes de um mesmo contrato de consórcio
público, que deve ser aprovado por lei.
Um exemplo de consórcio público é o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região
Metropolitana de São Paulo (CIS–RMSP). O CIS–RMSP é formado por 39 municípios da região
metropolitana de São Paulo e tem como objetivo a gestão compartilhada do sistema de
saúde da região.
Sobre as demais alternativas incorretas:
b) Errada. As parcerias público-privadas (PPPs) são contratos entre o governo e o setor
privado para a execução de obras ou serviços públicos. Elas não são necessariamente
formadas por entes federados.
c) Errada. As redes e parcerias são formas genéricas de colaboração entre diferentes atores,
incluindo entes federados. A definição dada é mais específica e refere-se especificamente
aos consórcios públicos.
d) Errada. As associações governamentais são organizações criadas pelo governo para
realizar atividades ou prestar serviços públicos. Elas não são necessariamente formadas
por entes federados.
e) Errada. Os arranjos institucionais são estruturas, processos, mecanismos, princípios,
regras e normas que influenciam a governança em política pública. A definição dada é mais
específica e refere-se especificamente aos consórcios públicos.
Letra a.

020. (CEBRASPE (CESPE)/2022/AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO/TCE–SC/


ADMINISTRAÇÃO) Julgue o próximo item, que diz respeito às principais abordagens da
administração, à transparência na administração pública, aos processos participativos de
gestão pública e ao plano de reforma do aparelho do Estado.
Considere-se que o Governo do Estado de Santa Catarina pretenda realizar encontros
presenciais para ouvir as opiniões e demandas populares referentes ao tema preservação
das florestas. Nessa situação, no contexto dos processos participativos de gestão pública,
a iniciativa adequada é a constituição de um conselho de política pública.
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Note que o enunciado fala em “ouvir as opiniões e demandas populares”. Vimos que é a
audiência pública que tem a finalidade de ser um espaço onde o Poder Público pode expor
um tema ou debater com a população. Possui um caráter mais informal.
Na audiência pública, a sociedade é chamada a participar do processo decisório sobre algo
que é de interesse coletivo, mas quem tem o poder de decisão sobre aquela matéria é a
autoridade pública correspondente.
Diferentemente, um conselho de política pública é mais formal, sendo uma instância
institucionalizada de expressão, de representação e de participação social. Em comparação
com uma audiência pública, é possível afirmar que essa instância possui maior poder
deliberativo e até de influenciar decisões no âmbito das políticas públicas.
Errado.

021. (CEBRASPE (CESPE)/2014/ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO SUFRAMA/GERAL)


Julgue o item seguinte, relativo aos processos participativos de gestão pública.
As conferências públicas destinam-se a críticas, sugestões, reclamações e denúncias
individuais em relação às ações do Estado.

O item apresenta, na verdade, o conceito de ouvidorias, e não de conferências públicas.


Errado.

4. AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS. PRINCIPAIS


COMPONENTES DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO.
CUSTO-BENEFÍCIO, ESCALA, EFETIVIDADE, IMPACTO
DAS POLÍTICAS PÚBLICAS. PESQUISA E AVALIAÇÃO
QUALITATIVA E QUANTITATIVA.
Na nossa aula de políticas públicas, que vimos lá no conteúdo de conhecimentos gerais,
estudamos todos os pormenores da etapa de avaliação de políticas públicas. Inclusive, vimos os
tipos Análise Custo-Benefício (ABC), Análise Custo-Efetividade (ACE) e Análise de Impactos.
Nesse tópico, nosso objetivo é analisar os listados no edital, quais sejam: Avaliação de
Escala e Pesquisa e Avaliação Qualitativa e Quantitativa.

4.1. AVALIAÇÃO DE LARGA ESCALA


As avaliações de políticas públicas em LARGA ESCALA (também chamadas de avaliações
externas) são pesquisas que coletam dados sobre o impacto de uma política pública em
um grande número de pessoas. Esses dados são usados ​​para avaliar se a política está
alcançando seus objetivos e para identificar áreas de melhoria.
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As avaliações de políticas públicas em larga escala podem ser usadas para avaliar uma
ampla gama de políticas, incluindo políticas educacionais, políticas de saúde, políticas
sociais e políticas econômicas. Elas podem ser usadas para avaliar o impacto de uma política
nova ou existente ou para comparar o impacto de diferentes políticas.
Vejamos alguns exemplos de avaliações de políticas públicas em larga escala:
• O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) avalia o desempenho dos
alunos da educação básica brasileira.
• O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é um indicador que agrega
dados do Saeb para avaliar o desempenho das escolas e dos sistemas de ensino.
• O Programa BOLSA FAMÍLIA avalia o impacto do programa no combate à pobreza e
à desigualdade.

4.2. PESQUISA E AVALIAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA


A PESQUISA E A AVALIAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA são duas abordagens
complementares que podem ser usadas para investigar políticas públicas.
• Pesquisa qualitativa é uma abordagem que se concentra na compreensão do
significado e da experiência humana. Ela geralmente usa métodos como entrevistas,
grupos focais e observação participante para coletar dados. A pesquisa qualitativa
pode ser usada para entender as perspectivas dos beneficiários de políticas públicas,
os desafios e as oportunidades enfrentados pela implementação de políticas públicas,
e os impactos de políticas públicas nas pessoas e nas comunidades.
• Pesquisa quantitativa é uma abordagem que se concentra na medição de variáveis​​
e na análise de padrões. Ela geralmente usa métodos como questionários, censos
e experimentos para coletar dados. A pesquisa quantitativa pode ser usada para
medir o impacto de políticas públicas, comparar o impacto de diferentes políticas e
identificar fatores que influenciam o impacto de políticas públicas.
Vejamos um exemplo de pesquisa e a avaliação qualitativa:
Avaliação qualitativa do impacto do programa Bolsa Família
Uma avaliação qualitativa poderia ser usada para avaliar o impacto do programa Bolsa Família
no combate à pobreza e à desigualdade. O estudo poderia entrevistar beneficiários do programa
Bolsa Família sobre suas experiências com o programa, como o impacto do programa em suas
vidas e em suas famílias. O estudo também poderia observar beneficiários do programa Bolsa
Família em seu ambiente natural, como em suas casas ou em suas comunidades.
Os resultados desse estudo poderiam ser usados ​​para melhorar o programa Bolsa
Família. Por exemplo, os resultados poderiam ser usados ​​para identificar novas maneiras
de melhorar o impacto do programa nos beneficiários, ou para melhorar a forma como o
programa é administrado.

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Vejamos um exemplo de pesquisa e a avaliação quantitativa:


Avaliação quantitativa para medir o impacto do programa Bolsa Família
Um estudo quantitativo poderia ser usado para medir o impacto do programa Bolsa
Família no combate à pobreza e à desigualdade. O estudo poderia coletar dados sobre a renda,
a escolaridade, a saúde e a qualidade de vida de famílias beneficiárias e não beneficiárias
do programa. O estudo poderia comparar esses dados para identificar diferenças entre as
duas populações.
Os resultados desse estudo poderiam ser usados para
​​ avaliar a eficácia do programa Bolsa
Família. Se os resultados mostrarem que o programa está tendo um impacto positivo, isso
poderia apoiar a continuidade do programa ou a expansão dele para alcançar mais famílias.

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RESUMO
• O papel do Estado
− Estado oligárquico e patrimonial: tipo de organização política em que o poder
é concentrado nas mãos de uma pequena elite, conhecida como oligarquia, que
exerce controle sobre o Estado e seus recursos como se fossem propriedade privada.
− Estado autoritário e burocrático: sistema de governo no qual o poder é centra-
lizado nas mãos de uma autoridade central forte, e o funcionamento adminis-
trativo é caracterizado por uma estrutura burocrática rigorosa.
− Estado regulador: concentra-se na definição de regras, padrões e diretrizes para
orientar a atuação de empresas e instituições nos setores econômicos e sociais,
garantindo a eficiência, a competição justa e a proteção dos direitos dos cidadãos.
− Estado do bem-estar social: foca na provisão direta de serviços públicos e na
garantia de benefícios sociais para a população, visando reduzir as desigualdades
sociais e proporcionar um padrão mínimo de vida para todos os cidadãos.
− Estado neoliberal: defende a diminuição do seu papel na economia e na socie-
dade. Para os neoliberalistas, o Estado deve se limitar a garantir a segurança e a
ordem pública, deixando o mercado livre para regular a economia e a sociedade.
• A burocracia e o Estado. Poder, racionalidade e tomada de decisões. O papel da
burocracia e a discricionariedade no processo de formulação e implementação
de políticas públicas.
− Burocracia: conjunto de normas, procedimentos e agentes públicos que são
responsáveis por executar as tarefas do Estado.
− Dominação racional-legal (burocrática): baseia-se nas normas e regras estabe-
lecidas. A obediência é motivada pela crença de que as decisões são tomadas de
acordo com os princípios legais e procedimentos estabelecidos.
− Vantagens da burocracia
Capacidade de tomar decisões e agir de acordo com critérios lógicos, baseados
Racionalidade
em informações disponíveis e objetivos estabelecidos.
Exatidão e confiabilidade na definição do cargo e na operação, pelo
Precisão
conhecimento exato dos deveres.
Cada indivíduo conhece o que deve ser feito e por quem, e as ordens e papéis
Rapidez nas decisões
tramitam através de canais preestabelecidos.
Univocidade de Garantida pela regulamentação específica e escrita, fornecida apenas a quem
interpretação deve recebê-la.
Uniformidade
Homogeneidade que favorece a padronização, redução de custos e de erros, pois
de rotinas e
os procedimentos são definidos por escrito.
procedimentos

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Continuidade da A substituição do pessoal que é afastado se baseia na capacidade e na


organização competência técnica.
Redução do atrito Cada indivíduo conhece aquilo que é exigido dele e quais são os limites entre suas
entre as pessoas responsabilidades e as dos outros.
Constância Os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas circunstâncias.
As decisões são previsíveis e o processo decisório, por ser despersonalizado no
Confiabilidade sentido de excluir sentimentos irracionais, como o amor, raiva, preferências
pessoais, elimina a discriminação pessoal.

Benefícios para A hierarquia é formalizada, o trabalho é dividido entre as pessoas de maneira


as pessoas na ordenada, as pessoas são treinadas para se tomarem especialistas em seus
organização campos particulares, podendo encarreirar-se na organização em função de seu
mérito pessoal e competência técnica.

− Desvantagens da burocracia
Rigidez Internalização das regras e exagerado apego aos regulamentos.
Inflexibilidade Resistência às mudanças.
Distanciamento Despersonalização dos relacionamentos.
Classificação Categorização como base do processo decisorial.
Rigor Superconformidade às rotinas e regulamentos.
Autoritarismo Exibição de sinais de autoridade.

− Modelos de tomada de decisão


MODELO DA RACIONALIDADE
MODELO RACIONAL LIMITADA MODELO INTUITIVO
(modelo clássico) (Modelo de Carnegie)
O indivíduo tem uma capacidade
limitada de processar
O indivíduo toma decisões O indivíduo confia em sua
informações.
com o objetivo de maximizar intuição para tomar decisões. A
Assim, ele busca tomar
os resultados, por meio de intuição se refere a uma forma
“DECISÕES SATISFATÓRIAS
escolhas coerentes. complexa de raciocínio, baseada
E SUFICIENTES”, mas não
Busca-se, portanto, tomar em TEMPO DE APRENDIZADO E
necessariamente “decisões
“DECISÕES ÓTIMAS”. EXPERIÊNCIA (feeling).
ótimas”. Palavra-chave:
EVIDÊNCIAS.
• O tomador de decisões tem o
objetivo claro;
• o problema é bem diagnosticado
• O indivíduo tem uma capacidade
e definido e as alternativas • Apoia-se em associações
limitada de processar
e critérios de decisão são holísticas ou conexões difusas
i n fo r m a ç õ e s ( c a p a c i d a d e
conhecidos e bem definidos; entre informações divergentes;
cognitiva limitada);
• o tomador de decisões tem • o tomador de decisões se baseia
• leva em consideração os “desvios
todas as informações possíveis em experiências passadas e
de percepção” existentes entre
sobre o assunto a ser decidido e hábitos para tomar as decisões;
diferentes indivíduos (ou seja,
as informações são confiáveis, • é um processo inconsciente
cada indivíduo pode perceber a
precisas e mensuráveis; (ou seja, acontece “fora” do
situação de maneira diferente);
• ele é capaz de identificar todas pensamento consciente);
• as informações são insuficientes,
as opções relevantes (cursos • as decisões são rápidas e
variáveis ou imperfeitas;
de ação) de forma imparcial e influenciadas por componentes
• as situações são complexas.
racional (utilizando a razão); e afetivos (ou seja, normalmente
• Conceito de homem
• o tomador de decisões é capaz de envolve emoções).
administrativo.
escolher a opção que maximiza
os resultados.
• Conceito de homem econômico.

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• Arranjos institucionais para implementação de políticas públicas: incluem as


organizações, os processos e os recursos que são necessários para que as políticas
públicas sejam eficazes.
− Governabilidade e governança
Governabilidade Governança
Condições substantivas, sistêmicas, materiais Capacidade que um determinado governo tem para
e institucionais de exercício do poder e de formular e implementar as suas políticas – regulação
legitimidade do Estado. de transações e operacionalização de soluções.
Capacidade política de decidir e governar. Capacidade técnica de gerir os recursos públicos.
Surgem e se desenvolvem as condições acordadas
Capacidade para agregar múltiplos interesses da
com a sociedade – capacidade de representar os
sociedade e apresentar-lhes um objetivo comum.
interesses da sociedade.
Envolve o sistema de intermediação de interesses,
Mecanismos formais e informais para
as características do sistema político, a forma de
operacionalizar as políticas públicas.
governo e as relações entre os Poderes.
Termo que possui como fonte ou origem os cidadãos, Termo que possui como fonte ou origem os próprios
além dos partidos políticos, as associações e demais agentes públicos ou servidores do Estado que
grupos representativos da sociedade. possibilitam a implementação das políticas públicas.
Relaciona-se com processo. Relaciona-se com estrutura.
Conceito mais simples e restrito. Conceito mais complexo e amplo.

− Conselhos gestores de políticas públicas: são instrumentos mediadores da


relação Estado-sociedade, sendo compostos tanto por representantes (os con-
selheiros) do poder público quanto da sociedade civil organizada.
− Orçamento participativo: participação aberta a todos os cidadãos do município,
na implementação de assembleias em que a atuação da sociedade civil ocorre de
forma direta e, em outro momento, por meio da forma de representação.
− Organizações sociais (OSs): disciplinadas pela Lei n. 9.637/1998, são pessoas jurí-
dicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas, em regra, por iniciativa
de particulares, qualificadas pelo Poder Executivo.
− Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips): disciplinadas pela
Lei n. 9.790/1999, regulamentada pelo Decreto n. 3.100/1999, são constituídas
por iniciativa de particulares, sob o regime jurídico de direito privado e sem o
intuito de lucro.
Pontos OS Oscip
Diploma legal Lei n. 9.637/1998 Lei n. 9.790/1999
Personalidade Direito privado Direito privado
Acordo Contrato de Gestão Termo de Parceria
Natureza do acordo Convênio Convênio
Finalidade Entidade sem fins lucrativos Entidade sem fins lucrativos

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Pontos OS Oscip
Qualificação Decreto do Executivo Portaria Ministerial
Cessão de servidores, permissão
Prerrogativas de uso de bens e repasses Não há previsão legal
orçamentários
Remuneração de dirigentes Vedada (inc. VII do art. 3º) Garantida (inc. VI do art. 4º)
Participação do Poder Público
Obrigatória Facultativa
no Conselho de Administração
Ensino, cultura, saúde, pesquisa Promoção: educação gratuita,
científica, desenvolvimento saúde gratuita, cultura,
Área de atuação
tecnológico e preservação do assistência social, assistência
meio ambiente jurídica complementar e outras
Não é proveniente de órgãos da
Podem provir da extinção de
Criação administração, pois é entidade
instituições públicas
com patrimônio preexistente
Controle pelo Tribunal de
Processos específicos Processos específicos
Contas
Responsabilidade Solidária Solidária
Licitação Regulamento próprio Regulamento próprio

− Agências executivas e agências reguladoras


Agências executivas Agências reguladoras
São uma qualificação jurídica atribuída às
São autarquias em regime especial
autarquias e fundações públicas
Objetivam aumentar a eficiência e a Objetivam conferir maior autonomia e poder às
produtividade das entidades entidades
Reguladas por norma específica Conceito atribuído pela doutrina
Não existe uma área específica em que elas atuam Atuam especificamente na área da regulação
Não são uma qualificação, sendo que a própria
São qualificadas por meio de decreto lei que cria a autarquia estabelece o nível de
autonomia da entidade
− Ouvidorias, consultas públicas, conferências públicas e audiências públicas
Instrumento Conceito Exemplo
Canal de comunicação entre o cidadão e a Um cidadão entra em contato
administração pública, objetivando receber com a ouvidoria do INSS para
Ouvidoria
manifestações, sugestões, reclamações, fazer uma reclamação sobre um
denúncias e elogios. atendimento prestado.
O governo realiza uma
Processo de consulta pública é aquele pelo qual consulta pública on-line sobre
a administração submete um projeto de lei, de um projeto de lei para que
Consulta
decreto, ou mesmo um pacote de medidas, à os cidadãos expressem suas
pública
manifestação de qualquer pessoa. opiniões e sugestões sobre
É uma ação caracterizada pela formalidade. o assunto, influenciando na
tomada de decisões.

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Instrumento Conceito Exemplo


Espaço institucional (oficial) de participação e Uma conferência municipal é
deliberação acerca das diretrizes gerais de uma realizada para discutir políticas de
determinada política pública. educação, onde representantes do
Conferência
Geralmente, ocorrem com periodicidade específica governo, educadores, estudantes
pública
(geralmente bianual) nos quais as principais e pais se reúnem para propor
questões e direcionamentos normativos de áreas soluções e melhorias para o
temáticas em políticas públicas são determinadas. sistema de ensino.
Espaço mais informal (quando comparado à Uma audiência pública é convocada
consulta pública) onde os Poderes Executivo, para discutir a construção de uma
Legislativo e Judiciário podem expor um tema ou nova estrada em uma determinada
Audiência debater com a população sobre a formulação de região. Os moradores locais têm a
pública uma política pública, a elaboração de um projeto de oportunidade de expressar suas
lei ou a realização de empreendimentos que podem preocupações, sugerir alternativas
gerar impactos à cidade, à vida das pessoas e ao e influenciar a decisão final em
meio ambiente. relação ao projeto.

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QUESTÕES DE CONCURSO

001. (FGV/2015/ANALISTA DA PROCURADORIA/PGE–RO/ADMINISTRADOR) Analise o


trecho a seguir.
“A administração pública brasileira, mesmo quando incipiente, esteve sempre marcada pelo
desempenho de funções vicárias e compensatórias, desempenhando um papel de segurar
posição e função a significativo contingente de pessoas, colaborando para a formação de
parte expressiva das elites nacionais. Este processo acabou por deformá-la, atrelando-a
ao cumprimento de encargos não administrativos e vinculando toda a sua sistemática aos
mecanismos de trocas políticas e legitimação do Estado.”
A administração pública descrita associa-se à noção de Estado:
a) autoritário e burocrático;
b) participativo e do bem-estar;
c) oligárquico e patrimonial;
d) profissional e pós-burocrático;
e) empreendedor e regulador.

002. (FGV/2019/TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO/DPE–RJ/ECONOMIA) Em relação ao


tópico “Estado Regulador”, trata-se dos principais objetivos da regulação, EXCETO:
a) Bem-estar do consumidor.
b) Melhoria da eficiência alocativa, distributiva e produtiva do setor.
c) Segurança e proteção ambiental.
d) Prestação direta dos serviços, com vistas à universalização.
e) Interconexão entre os diferentes provedores.

003. (FGV/2014/ANALISTA DE GESTÃO/COMPESA) Assinale a opção que apresenta o conceito


correto de burocracia.
a) Conjunto organizado de normas assumidas pelo Estado e suas organizações.
b) Estrutura organizacional de controle da sociedade civil, por meio de técnicas específicas.
c) Sistema de condutas técnicas e racionais que deve viabilizar as ações desenvolvidas
nas organizações.
d) Princípios e diretrizes que orientam as ações implementadoras das políticas sociais.
e) Pressupostos hierarquizados que organizam o fluxo administrativo da política social.

004. (FGV/2023/ANALISTA TÉCNICO/AGENERSA) A administração burocrática foi implementada


no Brasil com a intenção de acabar com as práticas patrimonialistas na administração
pública, consideradas prejudiciais para o desenvolvimento do país.
Acerca das ações adotadas pela administração burocrática, assinale a afirmativa correta.

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a) São guiadas pela busca da impessoalidade tanto nos critérios quanto nos relacionamentos.
b) Utilizam de acordos clientelistas na seleção dos cargos de modo a garantir a manutenção
do poder.
c) Buscam a proximidade entre os funcionários por meio da eliminação de autoridades.
d) Recorrem a regras flexíveis, o que permite o ajustamento dos objetivos.
e) Estabelecem mecanismos sociais de controle que priorizam os resultados.

005. (CESGRANRIO/2006/ANALISTA DE GESTÃO CORPORATIVA/EPE/ADMINISTRAÇÃO DE


EMPRESAS) Burocracia é uma forma de organização de trabalho que apresenta funções e
disfunções, em maior ou menor grau. É considerado(a) disfunção o(a):
a) Ritualismo.
b) Impessoalidade.
c) Hierarquia.
d) Divisão do trabalho.
e) Formalidade.

006. (CESGRANRIO/2011/PROFISSIONAL BÁSICO/BNDES/ADMINISTRAÇÃO) A prerrogativa de


direito público que confere ao administrador público a possibilidade de escolher a conduta
a ser praticada de acordo com critérios de conveniência e oportunidade denomina-se
a) discricionariedade administrativa.
b) vinculação administrativa.
c) polícia administrativa.
d) intervencionismo administrativo.
e) consensualidade administrativa.

007. (VUNESP/2019/ANALISTA TÉCNICO CIENTÍFICO/MPE–SP/ADMINISTRADOR) Os arranjos


institucionais caracterizam-se como novas formas de as organizações buscarem êxito
em suas ações, haja vista a percepção de que existem problemas que podem ser melhor
resolvidos a partir da colaboração mútua e gestão compartilhada de esforços. Nesse sentido,
assinale a alternativa correta em relação aos arranjos institucionais.
a) A execução de uma política pública via arranjo institucional só é possível se os atores
forem do mesmo nível de governo.
b) As organizações que se arranjam em torno de uma política dependem de autorização
legislativa para efetivar suas ações.
c) A partir da desconcentração de poder via arranjos há maiores possibilidades de se obter
sucesso na capacidade de resolução de problemas.
d) A capacidade técnica deve sobrepor-se à capacidade política dos atores para o alcance
dos resultados esperados por todos os stakeholders.
e) No atual contexto político-institucional, essa forma de organização é desaconselhável
por conta das decisões do judiciário.

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008. (CEBRASPE (CESPE)/2018/ANALISTA I/IPHAN/ÁREA 4) Julgue o item subsequente, relativo


à participação social nos processos de gestão na administração pública e ao controle social.
O controle social é exercido de forma complementar ao controle institucional realizado
pelos órgãos que fiscalizam os recursos públicos.

009. (CEBRASPE (CESPE)/2021/ANALISTA EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL/CODEVASF/


ADMINISTRAÇÃO) Julgue o próximo item, no que se refere às reformas administrativas,
à reforma do aparelho do Estado, ao Estado regulador e aos processos participativos de
gestão pública.
A influência nas decisões sobre o destino da organização é uma forma de democratização
que pode ser observada em um processo participativo de gestão pública.

010. (CEBRASPE (CESPE)/2021/ANALISTA JURÍDICO/PGDF/ADMINISTRAÇÃO) Acerca das


reformas administrativas, do paradigma pós-burocrático, do papel do Estado regulador e
dos processos participativos de gestão pública, julgue o item subsequente.
A participação popular na elaboração de políticas públicas constitui uma forma de legitimação
das ações governamentais pelos cidadãos.

011. (CEBRASPE (CESPE)/2021/ANALISTA JURÍDICO/PGDF/ADMINISTRAÇÃO) Acerca das


reformas administrativas, do paradigma pós-burocrático, do papel do Estado regulador e
dos processos participativos de gestão pública, julgue o item subsequente.
Os conselhos municipais, denominados conselhos de políticas públicas, atuam em áreas como
assistência social e segurança e constituem formas de participação popular na gestão pública.

012. (CEBRASPE (CESPE)/2019/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS/SLU–DF/


ADMINISTRAÇÃO) A respeito de processos participativos e de gestão da qualidade na
administração pública brasileira, julgue o item seguinte.
Os conselhos gestores são exemplos de mecanismos de participação cidadã na gestão
pública que ainda não são adotados nos municípios brasileiros.

013. (CEBRASPE (CESPE)/2019/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS/SLU–DF/


ADMINISTRAÇÃO) A respeito de processos participativos e de gestão da qualidade na
administração pública brasileira, julgue o item seguinte.
Nos conselhos gestores, a capacidade deliberativa do Estado tem preferência sobre a
participação da sociedade civil, que é prevista de forma secundária.

014. (EBRASPE (CESPE)/2022/ANALISTA EM GESTÃO EDUCACIONAL/SEE–PE/GERAL) No que


concerne à organização administrativa do Estado, julgue o item a seguir.
Agência executiva é uma categoria específica de pessoa jurídica integrante da administração
pública indireta que, assim como as autarquias e fundações, é dotada de autonomia de
gestão e disponibilidade de recursos financeiros próprios.

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015. (CEBRASPE (CESPE)/2022/AUDITOR CONSELHEIRO SUBSTITUTO/TCE–PB) Julgue o item


que se segue, a respeito de temas contemporâneos da gestão pública brasileira.
Agências reguladoras são exemplos de fundações públicas de direito privado.

016. (CEBRASPE (CESPE)/2022/AUDITOR DO ESTADO/SECONT–ES/ADMINISTRAÇÃO) Em


relação aos processos participativos de gestão pública, julgue o item seguinte.
Em segmentos como saúde, assistência social e educação, os conselhos de gestão se
transformaram em mecanismos de controle social, planejamento e implementação de
políticas públicas.

017. (CEBRASPE (CESPE)/2009/AUDITOR DO ESTADO/SECONT–ES/ADMINISTRAÇÃO) Julgue


o item a seguir acerca de empreendedorismo governamental e processos participativos de
gestão pública.
É possível ao gestor público instituir um conselho de gestão voltado para a área de habitação.

018. (CEBRASPE (CESPE)/2009/AUDITOR DO ESTADO/SECONT–ES/ADMINISTRAÇÃO) Julgue


o item a seguir acerca de empreendedorismo governamental e processos participativos de
gestão pública.
Os conselhos de gestão estão inseridos na estrutura do Poder Executivo e são subordinados
à secretaria pertinente ao tema ou área de que tratam.

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GABARITO

1. c
2. d
3. c
4. a
5. a
6. a
7. c
8. C
9. C
10. C
11. C
12. E
13. E
14. E
15. E
16. C
17. C
18. E

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GABARITO COMENTADO

001. (FGV/2015/ANALISTA DA PROCURADORIA/PGE–RO/ADMINISTRADOR) Analise o


trecho a seguir.
“A administração pública brasileira, mesmo quando incipiente, esteve sempre marcada pelo
desempenho de funções vicárias e compensatórias, desempenhando um papel de segurar
posição e função a significativo contingente de pessoas, colaborando para a formação de
parte expressiva das elites nacionais. Este processo acabou por deformá-la, atrelando-a
ao cumprimento de encargos não administrativos e vinculando toda a sua sistemática aos
mecanismos de trocas políticas e legitimação do Estado.”
A administração pública descrita associa-se à noção de Estado:
a) Autoritário e burocrático.
b) Participativo e do bem-estar.
c) Oligárquico e patrimonial.
d) Profissional e pós-burocrático.
e) Empreendedor e regulador.

Note que no enunciado é mencionado que a administração pública brasileira desempenhou


funções vicárias e compensatórias, segurando posições e funções para um contingente
significativo de pessoas, colaborando assim para a formação de parte das elites nacionais.
O texto também destaca que esse processo deformou a administração pública, vinculando-a
ao cumprimento de encargos não administrativos e aos mecanismos de trocas políticas e
legitimação do Estado.
Ao associar essas características à noção de Estado, podemos concluir que a administração
pública descrita está mais alinhada com um Estado oligárquico e patrimonial, como indicado
na alternativa c.
Isso ocorre porque o papel de segurar posição e função para um contingente de pessoas
colabora para a formação de elites nacionais, o que implica em um sistema de poder
concentrado em um pequeno grupo e onde o Estado é tido como um patrimônio pessoal
ou de um grupo específico.
Letra c.

002. (FGV/2019/TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO/DPE–RJ/ECONOMIA) Em relação ao


tópico “Estado Regulador”, trata-se dos principais objetivos da regulação, EXCETO:
a) Bem-estar do consumidor.
b) Melhoria da eficiência alocativa, distributiva e produtiva do setor.
c) Segurança e proteção ambiental.
d) Prestação direta dos serviços, com vistas à universalização.
e) Interconexão entre os diferentes provedores.

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O gabarito é a letra d. Como vimos, no contexto do “Estado Regulador”, é relevante entender


os principais objetivos da regulação. A regulação refere-se à intervenção do Estado para
estabelecer regras, normas e políticas que governam as atividades de um setor específico,
como telecomunicações, energia, transporte, entre outros. Essa intervenção tem como
objetivo garantir o interesse público e promover um ambiente regulatório favorável ao
desenvolvimento econômico e social.
A letra d é o nosso gabarito (é exceção aos objetivos da regulação). Isso ocorre porque a
regulação não tem como finalidade direta a prestação direta de serviços pelo Estado. Em
vez disso, ela se concentra em estabelecer e monitorar as regras e condições para a atuação
dos agentes privados que prestam serviços, visando à eficiência, qualidade, segurança e
promoção da concorrência.
Agora, vejamos as demais alternativas corretas:
a) Errada. Bem-estar do consumidor: esse é um objetivo importante da regulação. A
regulação busca garantir que os serviços e produtos oferecidos atendam às necessidades
e sejam seguros para os consumidores.
b) Errada. Melhoria da eficiência alocativa, distributiva e produtiva do setor: esse também
é um objetivo central da regulação. Por meio das regras e normas estabelecidas, procura-
se promover uma alocação eficiente de recursos, uma distribuição justa dos benefícios e
uma melhoria na produtividade do setor regulado.
c) Errada. Segurança e proteção ambiental: a regulação também tem a função de garantir a
segurança dos indivíduos e a proteção do meio ambiente. Ela estabelece padrões e normas
para prevenir riscos e impactos negativos relacionados às atividades reguladas.
e) Errada. Interconexão entre os diferentes provedores: a regulação frequentemente busca
promover a interconexão entre os provedores de serviços, especialmente em setores de
infraestrutura, como telecomunicações e energia. Isso é fundamental para garantir a
eficiência operacional e a prestação adequada dos serviços aos usuários.
Letra d.

003. (FGV/2014/ANALISTA DE GESTÃO/COMPESA) Assinale a opção que apresenta o conceito


correto de burocracia.
a) Conjunto organizado de normas assumidas pelo Estado e suas organizações.
b) Estrutura organizacional de controle da sociedade civil, por meio de técnicas específicas.
c) Sistema de condutas técnicas e racionais que deve viabilizar as ações desenvolvidas
nas organizações.
d) Princípios e diretrizes que orientam as ações implementadoras das políticas sociais.
e) Pressupostos hierarquizados que organizam o fluxo administrativo da política social.

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Como vimos, a burocracia é um sistema racional em que a divisão do trabalho é racionalmente


realizada, tendo em vista os fins visados.
Na definição de Weber, a burocracia considera um quadro de funcionários que, organizados
dentro de uma forma específica e submetidos a normas de conduta também específicas
e determinadas, exercem autoridade legal.
Logo, nosso gabarito é a letra c.
Sobre as demais alternativas incorretas:
a) Errada. O conjunto de normas na burocracia é aplicado à organização e às pessoas, e não
assumido pelo Estado, como afirma a alternativa.
b) Errada. A estrutura organizacional da burocracia é aplicada às organizações, com controle
de procedimentos, com vistas aos objetivos definidos, e não ao controle da sociedade civil,
como afirma a alternativa.
d) Errada. A burocracia tem ênfase na estrutura das organizações, e não em ações
implementadoras de políticas públicas.
e) Errada. Novamente, conforme enfatizamos anteriormente, a burocracia tem ênfase na
estrutura das organizações, e não em políticas sociais. O modelo burocrático é ligado a
normas, regulamentos, controle de procedimentos, divisão racional do trabalho, formalismo
e meritocracia dentro das estruturas da organização.
Letra c.

004. (FGV/2023/ANALISTA TÉCNICO/AGENERSA) A administração burocrática foi implementada


no Brasil com a intenção de acabar com as práticas patrimonialistas na administração
pública, consideradas prejudiciais para o desenvolvimento do país.
Acerca das ações adotadas pela administração burocrática, assinale a afirmativa correta.
a) São guiadas pela busca da impessoalidade tanto nos critérios quanto nos relacionamentos.
b) Utilizam de acordos clientelistas na seleção dos cargos de modo a garantir a manutenção
do poder.
c) Buscam a proximidade entre os funcionários por meio da eliminação de autoridades.
d) Recorrem a regras flexíveis, o que permite o ajustamento dos objetivos.
e) Estabelecem mecanismos sociais de controle que priorizam os resultados.

O gabarito é a letra a. A administração burocrática busca estabelecer regras claras e


impessoais para o funcionamento da administração pública, de forma a evitar o nepotismo
e o favoritismo. Ela se baseia em critérios objetivos e impessoais na seleção e promoção
de funcionários, levando em consideração méritos, qualificações e competências, e não
relações pessoais.

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Além disso, as relações entre os membros da administração devem ser profissionais e


pautadas pela imparcialidade.
Sobre os erros das demais alternativas:
b) Errada. A administração burocrática é contrária a práticas clientelistas, que envolvem
o favorecimento de indivíduos com base em relações pessoais e políticas, em detrimento
de critérios objetivos.
c) Errada. A administração burocrática não busca eliminar autoridades, mas estabelecer
uma estrutura hierárquica clara, com divisão de responsabilidades e autoridades definidas.
d) Errada. A administração burocrática é baseada em regras e procedimentos rígidos,
com pouca flexibilidade, justamente para garantir a uniformidade e a imparcialidade no
tratamento dos casos.
e) Errada. Embora a administração burocrática busque resultados eficientes, ela se baseia
em mecanismos formais de controle, como regras e hierarquia, e não em mecanismos
sociais de controle.
Letra a.

005. (CESGRANRIO/2006/ANALISTA DE GESTÃO CORPORATIVA/EPE/ADMINISTRAÇÃO DE


EMPRESAS) Burocracia é uma forma de organização de trabalho que apresenta funções e
disfunções, em maior ou menor grau. É considerado(a) disfunção o(a):
a) Ritualismo.
b) Impessoalidade.
c) Hierarquia.
d) Divisão do trabalho.
e) Formalidade.

O gabarito é a letra a. O ritualismo é uma disfunção da burocracia que ocorre quando


os agentes públicos passam a se preocupar mais com o cumprimento das normas e
procedimentos do que com a realização dos objetivos da organização. Isso pode levar a
uma perda de eficiência, de flexibilidade e de foco na missão da organização.
Sobre as demais alternativas incorretas:
b) Errada. A impessoalidade é um princípio da burocracia que garante que as decisões
sejam tomadas com base em critérios objetivos e não em relações pessoais. Portanto, a
impessoalidade não é uma disfunção da burocracia.
c) Errada. A hierarquia é um princípio da burocracia que garante que as decisões sejam
tomadas pelos níveis superiores da organização. Portanto, a hierarquia não é uma disfunção
da burocracia.

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d) Errada. A divisão do trabalho é um princípio da burocracia que garante que as tarefas


sejam divididas entre os agentes públicos de forma a garantir a eficiência e a produtividade.
Portanto, a divisão do trabalho não é uma disfunção da burocracia.
e) Errada. A formalidade é um princípio da burocracia que garante que as decisões sejam tomadas
de forma clara e objetiva. Portanto, a formalidade não é uma disfunção da burocracia.
Letra a.

006. (CESGRANRIO/2011/PROFISSIONAL BÁSICO/BNDES/ADMINISTRAÇÃO) A prerrogativa de


direito público que confere ao administrador público a possibilidade de escolher a conduta
a ser praticada de acordo com critérios de conveniência e oportunidade denomina-se
a) discricionariedade administrativa.
b) vinculação administrativa.
c) polícia administrativa.
d) intervencionismo administrativo.
e) consensualidade administrativa.

O gabarito é a letra a. A discricionariedade administrativa é a prerrogativa de direito público


que confere ao administrador público a possibilidade de escolher a conduta a ser praticada
de acordo com critérios de conveniência e oportunidade (dois termos essenciais do conceito
de discricionariedade).
A discricionariedade administrativa é uma exceção ao princípio da legalidade, que determina
que a administração pública deve agir de acordo com a lei. A discricionariedade é permitida
quando a lei não determina claramente qual deve ser a conduta do administrador público.
Alguns exemplos de discricionariedade administrativa incluem:
a concessão de licenças e autorizações;
a aplicação de penalidades administrativas;
a celebração de contratos administrativos;
a fixação de preços públicos.
Sobre as demais alternativas incorretas:
b) Errada. A vinculação administrativa é a situação em que a administração pública está
obrigada a agir de acordo com a lei. Portanto, a vinculação é o oposto da discricionariedade.
c) Errada. A polícia administrativa é o poder de polícia, que é o poder de limitar a liberdade
individual para proteger a ordem pública, a segurança pública e a saúde pública. A polícia
administrativa não é uma prerrogativa de direito público, mas sim um poder-dever do Estado.
d) Errada. O intervencionismo administrativo é a intervenção do Estado na economia. O
intervencionismo administrativo não é uma prerrogativa de direito público, mas sim uma
política governamental.

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e) Errada. A consensualidade administrativa é a possibilidade de a administração pública


celebrar acordos com particulares. A consensualidade administrativa não é uma prerrogativa
de direito público, mas uma faculdade da administração pública.
Letra a.

007. (VUNESP/2019/ANALISTA TÉCNICO CIENTÍFICO/MPE–SP/ADMINISTRADOR) Os arranjos


institucionais caracterizam-se como novas formas de as organizações buscarem êxito
em suas ações, haja vista a percepção de que existem problemas que podem ser melhor
resolvidos a partir da colaboração mútua e gestão compartilhada de esforços. Nesse sentido,
assinale a alternativa correta em relação aos arranjos institucionais.
a) A execução de uma política pública via arranjo institucional só é possível se os atores
forem do mesmo nível de governo.
b) As organizações que se arranjam em torno de uma política dependem de autorização
legislativa para efetivar suas ações.
c) A partir da desconcentração de poder via arranjos há maiores possibilidades de se obter
sucesso na capacidade de resolução de problemas.
d) A capacidade técnica deve sobrepor-se à capacidade política dos atores para o alcance
dos resultados esperados por todos os stakeholders.
e) No atual contexto político-institucional, essa forma de organização é desaconselhável
por conta das decisões do judiciário.

O gabarito é a letra c. Os arranjos institucionais, por definição, são formas de desconcentração


de poder. Eles permitem que diferentes atores, com diferentes competências e recursos,
trabalhem juntos para resolver problemas públicos.
Essa desconcentração de poder pode levar a uma maior eficácia na resolução de problemas,
pois permite que os atores envolvidos concentrem seus esforços nas áreas em que têm
maior expertise.
Sobre as demais alternativas incorretas:
a) Errada. Os arranjos institucionais podem envolver atores de diferentes níveis de
governo. Por exemplo, um arranjo institucional para a redução da pobreza pode envolver
organizações governamentais federais, estaduais e municipais, bem como organizações
não governamentais.
b) Errada. As organizações que se arranjam em torno de uma política pública geralmente não
precisam de autorização legislativa para efetivar suas ações. No entanto, é possível que uma lei
estabeleça o marco legal para a criação ou o funcionamento de um arranjo institucional.

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d) Errada. A capacidade técnica e a capacidade política são complementares. Ambas são


necessárias para o alcance dos resultados esperados por todos os stakeholders.
e) Errada. Os arranjos institucionais são uma forma de organização que pode ser benéfica
em qualquer contexto político-institucional. No entanto, é importante que os arranjos
institucionais sejam bem planejados e executados para que sejam eficazes.
Letra c.

008. (CEBRASPE (CESPE)/2018/ANALISTA I/IPHAN/ÁREA 4) Julgue o item subsequente, relativo


à participação social nos processos de gestão na administração pública e ao controle social.
O controle social é exercido de forma complementar ao controle institucional realizado
pelos órgãos que fiscalizam os recursos públicos.

O item está certo. O controle social pode ser entendido como a participação do cidadão na
gestão pública, um mecanismo de prevenção da corrupção e de fortalecimento da cidadania.
Assim, o controle social revela-se como complemento indispensável ao controle institucional,
exercido pelos órgãos fiscalizadores.
O controle principal da gestão pública é realizado pelas instituições públicas que exercem
essa função, como o TCU e a CGU. O controle social tem ganhado ampliação de instrumentos
que permitem uma participação social mais ativa e direta. No entanto, revela-se como um
complemento ao controle institucional.
Certo.

009. (CEBRASPE (CESPE)/2021/ANALISTA EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL/CODEVASF/


ADMINISTRAÇÃO) Julgue o próximo item, no que se refere às reformas administrativas,
à reforma do aparelho do Estado, ao Estado regulador e aos processos participativos de
gestão pública.
A influência nas decisões sobre o destino da organização é uma forma de democratização
que pode ser observada em um processo participativo de gestão pública.

O item está certo. O processo de democratização vivenciado pelo Brasil após a década de
1980 alterou a configuração dos processos de gestão pública. Inúmeras organizações surgem
nesse contexto de desenvolvimento da cidadania, como, por exemplo, as organizações
sociais, as associações, os movimentos, os conselhos, os fóruns, dentre outros.
O poder entre Estado e sociedade, que antes era visto de forma vertical, tende a ser substituído
e complementado por relações mais horizontais, privilegiando o diálogo e a negociação.
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Assim, considerando que os instrumentos institucionais de controle nem sempre são tão
efetivos, muitas vezes, a solução para as demandas da administração parte da intervenção
dos cidadãos nas coisas públicas.
Certo.

010. (CEBRASPE (CESPE)/2021/ANALISTA JURÍDICO/PGDF/ADMINISTRAÇÃO) Acerca das


reformas administrativas, do paradigma pós-burocrático, do papel do Estado regulador e
dos processos participativos de gestão pública, julgue o item subsequente.
A participação popular na elaboração de políticas públicas constitui uma forma de legitimação
das ações governamentais pelos cidadãos.

O item está certo. A própria Constituição Federal de 1988 veio consolidar direitos e prever a
participação do cidadão na formulação, implementação e no controle social das políticas públicas.
Os conselhos sociais, por exemplo, têm a função de abrir espaço para a participação popular
na gestão pública.
Ao contar com a sociedade na elaboração das políticas públicas, há maior chance de elas
serem consistentes e eficazes, melhorando o desempenho administrativo. Por isso, essa
nova estratégia de governar compreende que é imprescindível, para uma boa administração,
manter os cidadãos ao seu lado.
Certo.

011. (CEBRASPE (CESPE)/2021/ANALISTA JURÍDICO/PGDF/ADMINISTRAÇÃO) Acerca das


reformas administrativas, do paradigma pós-burocrático, do papel do Estado regulador e
dos processos participativos de gestão pública, julgue o item subsequente.
Os conselhos municipais, denominados conselhos de políticas públicas, atuam em áreas como
assistência social e segurança e constituem formas de participação popular na gestão pública.

O item está certo. Os conselhos municipais, também conhecidos como conselhos de políticas
públicas, são instâncias de participação popular na gestão pública que atuam em diversas
áreas, como assistência social, segurança, educação, saúde, meio ambiente, entre outras.
Eles são compostos por representantes da sociedade civil e do poder público, e têm o
propósito de promover a discussão, formulação e acompanhamento das políticas públicas
em determinadas áreas.
Essa participação dos cidadãos por meio dos conselhos contribui para uma gestão mais
democrática, transparente e orientada para atender às necessidades e demandas da população.
Certo.

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012. (CEBRASPE (CESPE)/2019/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS/SLU–DF/


ADMINISTRAÇÃO) A respeito de processos participativos e de gestão da qualidade na
administração pública brasileira, julgue o item seguinte.
Os conselhos gestores são exemplos de mecanismos de participação cidadã na gestão
pública que ainda não são adotados nos municípios brasileiros.

O item está errado. Como já sabemos, os conselhos gestores de políticas públicas são
institutos importantes de participação pública decorrentes do próprio texto da Constituição
Federal de 1988. O objetivo principal desses conselhos, de composição plural e paritária, é
aproximar a sociedade do Estado e influenciá-lo numa atuação segundo demandas sociais.
Assim, devem funcionar como um colegiado institucionalizado, federal, estadual ou municipal, de
forma a incentivar troca de experiências e fiscalização, onde a sociedade pode cobrar e colaborar
com programas, projetos e ações voltadas à implantação e efetivação de políticas públicas.
Errado.

013. (CEBRASPE (CESPE)/2019/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS/SLU–DF/


ADMINISTRAÇÃO) A respeito de processos participativos e de gestão da qualidade na
administração pública brasileira, julgue o item seguinte.
Nos conselhos gestores, a capacidade deliberativa do Estado tem preferência sobre a
participação da sociedade civil, que é prevista de forma secundária.

O item está errado. Não há essa relação de precedência na capacidade deliberativa do


Estado. O objetivo principal desses conselhos, de composição plural e paritária, é aproximar
a sociedade do Estado e influenciá-lo numa atuação segundo demandas sociais.
Errado.

014. (CEBRASPE (CESPE)/2022/ANALISTA EM GESTÃO EDUCACIONAL/SEE–PE/GERAL) No


que concerne à organização administrativa do Estado, julgue o item a seguir.
Agência executiva é uma categoria específica de pessoa jurídica integrante da administração
pública indireta que, assim como as autarquias e fundações, é dotada de autonomia de
gestão e disponibilidade de recursos financeiros próprios.

O item está errado. As agências reguladoras é que são uma categoria específica de pessoa jurídica.
As agências reguladoras são criadas como tal, constituindo uma entidade autárquica em si.
Já as agências executivas não são entidades autônomas, mas uma faculdade conferida às
autarquias e às fundações públicas de se submeterem a um regime diferenciado, aumentando
a produtividade e a eficiência de sua gestão.
Errado.

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015. (CEBRASPE (CESPE)/2022/AUDITOR CONSELHEIRO SUBSTITUTO/TCE–PB) Julgue o item


que se segue, a respeito de temas contemporâneos da gestão pública brasileira.
Agências reguladoras são exemplos de fundações públicas de direito privado.

O item está errado. Nada disso! A agência reguladora é uma pessoa jurídica de direito
público interno, geralmente constituída sob a forma de autarquia especial ou outro ente da
administração indireta, cuja finalidade é regular e/ou fiscalizar a atividade de determinado
setor da economia de um país.
Errado.

016. (CEBRASPE (CESPE)/2022/AUDITOR DO ESTADO/SECONT–ES/ADMINISTRAÇÃO) Em


relação aos processos participativos de gestão pública, julgue o item seguinte.
Em segmentos como saúde, assistência social e educação, os conselhos de gestão se
transformaram em mecanismos de controle social, planejamento e implementação de
políticas públicas.

O item está certo. Os conselhos de gestão têm o propósito de promover a participação


direta da sociedade civil na tomada de decisões e na formulação de políticas relacionadas
a áreas essenciais, como saúde, assistência social e educação.
Eles permitem que os cidadãos influenciem no planejamento, na alocação de recursos e na
avaliação das políticas e programas públicos nessas áreas.
Por meio dos conselhos de gestão, os cidadãos podem expressar suas necessidades, opinar
sobre prioridades, monitorar a efetividade das ações governamentais e contribuir para
garantir que os serviços públicos atendam de fato às demandas da população.
Certo.

017. (CEBRASPE (CESPE)/2009/AUDITOR DO ESTADO/SECONT–ES/ADMINISTRAÇÃO) Julgue


o item a seguir acerca de empreendedorismo governamental e processos participativos de
gestão pública.
É possível ao gestor público instituir um conselho de gestão voltado para a área de habitação.

O item está certo. Os conselhos de gestão são instâncias que possibilitam a participação direta
da sociedade civil na tomada de decisões e na definição de diretrizes de determinada área.
No caso específico da habitação, um conselho de gestão poderia ser composto por
representantes da sociedade civil, especialistas, profissionais da área e outros interessados
no tema habitação.
Certo.

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018. (CEBRASPE (CESPE)/2009/AUDITOR DO ESTADO/SECONT–ES/ADMINISTRAÇÃO) Julgue


o item a seguir acerca de empreendedorismo governamental e processos participativos de
gestão pública.
Os conselhos de gestão estão inseridos na estrutura do Poder Executivo e são subordinados
à secretaria pertinente ao tema ou área de que tratam.

O item está errado. Os conselhos de gestão, apesar de estarem relacionados às ações do


Poder Executivo, não estão necessariamente inseridos na estrutura desse poder e nem
sempre são subordinados a uma secretaria específica.
Na verdade, os conselhos de gestão são instâncias colegiadas compostas por representantes da
sociedade civil, do governo e de outros segmentos relevantes, com o objetivo de participar na
formulação, implementação, monitoramento e avaliação de políticas públicas em áreas específicas.
Muitas vezes, sua composição busca diversidade e representatividade, envolvendo diferentes
partes interessadas, especialistas e setores da sociedade.
Errado.

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REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da


moderna administração das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

MATIAS-PEREIRA, J. Administração pública comparada: uma avaliação das reformas


administrativas do Brasil, EUA e União Europeia. Revista de Administração Pública, vol. 42,
n. 1, 2008.

ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

RUA, M. G.; ROMANINI, R. Para aprender políticas públicas. Brasília: IGEPP, 2013.

WAHRLICH, B. M. de S. A Reforma administrativa no Brasil: experiência anterior, situação


atual e perspectivas – uma apreciação geral. Revista de Administração Pública, Rio de
Janeiro, v. 18, n. 1, 1984.

WEBER, M. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília:


Editora da Universidade de Brasília, 1991, vol. I.

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