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AO DOUTO JUÍZO DA ...

ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS -


SÃO PAULO.

CARLOS, nacionalidade, estado civil, portador da Cédula de


Identidade/RG ..., inscrito no CPF/MF nº …, endereço eletrônico ..., residente e
domiciliado em São Bernardo do Campo - SP, por seu advogado e bastante procurador,
que está subscreve nos termos da procuração, que se encontra anexa (doc. ...), com
escritório localizado em rua/Av. ..., n° ..., Cidade ..., Estado ..., CEP ..., em nome de quem
e para onde quer sejam remetidas as notificações, conforme art. 77, inciso v do CPC, vem,
respeitosamente à presença de vossa excelência, com base nos artigos 159, 186 e 927 do
Código Civil c/c artigos 815 e 821 do Código de Processo Civil, propor a presente:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM INDENIZAÇÃO


POR DANOS MORAIS

Em face de PIERRE, nacionalidade ..., estado civil ..., artista plástico,


portador da cédula de identidade RG de n° ..., inscrito no CPF de n° ..., endereço eletrônico
..., residente domiciliado em Campinas -SP, pelos motivos de fato e de direito abaixo
aduzidos:
I. DOS FATOS

A obrigação de fazer decorre do compromisso prestado via contratual entre


Carlos e Pierre, dispondo que Pierre, por ser um renomado artista internacional assumiria a
obrigação de pintar, ele próprio, duas telas com motivos alusivos á nova mansão campestre
adquirida pelo Autor.

Desse modo, o Autor providenciou de forma antecipada o pagamento de R$


100.000,00 (cem mil reais), para que Pierre desse início as pinturas das obras solicitadas,
ficando acordado que o prazo de entrega era de um ano.

O valor total cobrado pela pintura das duas telas ficou firmado em R$
200.000,00 (duzentos mil reais), como Carlos já havia adiantado metade do valor, restava
apenas R$ 100.000,00 (cem mil reais), para ser pago na tradição do objeto, a pintura das
duas telas.

Ocorre que, Pierre, sem qualquer justificativa, não produziu a pintura das
duas obras, permitindo que Jacnes, seu discípulo, elaborasse a pintura em seu lugar.
Enquanto o Autor, por sua vez, não recebeu as obras confeccionadas por Jacnes, pois a
pessoa do devedor não pode ser substituída por terceiros.

O caso em tela, trata-se de obrigação de fazer de caráter personalíssimo,


uma obrigação infungível, vez que o profissional Pierre não poderia ser alterado sem o
consentimento do Autor, pois o contrato foi pactuado para que o próprio Pierre elaborasse
as obras.

II. DO DIREITO

II.I DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO


Será o competente o juízo da ... Vara Cível da Comarca de Campinas, por
meio da regra prevista no art. 46 do NCPC/2015, que revela ser o domicílio do réu o foro
competente, quando houver ação fundada em direito real ou em direito pessoal sobre bens
móveis.
II.II DA AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER INFUNGÍVEL
E DO RESSARCIMENTO

As obrigações de fazer de natureza infungível são personalíssimas, isto é, só


podem ser realizadas pelo próprio devedor, no caso em tela, somente o profissional Pierre
deveria cumprir a obrigação de elaborar as duas obras, nesse sentido, os arts. 159, 186, 247
e 927, parágrafo único do Código Civil, dispõe:

CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002


Art. 159. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência,
violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a
prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,
nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida
pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Sendo assim, o devedor, Pierre, em razão do não cumprimento de entregar


coisa certa, obrigação de fazer de caráter personalíssimo, incorre na obrigação de indenizar
com perdas e danos o Autor.

O ressarcimento é devido ao Autor, posto que Pierre não cumpriu uma


obrigação personalíssima de natureza infungível prevista no contrato pactuado entre as
partes, violando assim o princípio da pacta sunt servanda.

Pois bem, para melhor análise do caso, faz-se necessário trazer a baila o
entendimento do Superior Tribunal de Justiça decidido com base no princípio da pacta sunt
servanda acerca de um contrato de obrigação de fazer, vejamos:
Informativo nº 582 Período: 29 de abril a 12 de maio de 2016.
TERCEIRA TURMA

(...) Já a força obrigatória dos contratos é o contraponto da liberdade contratual. Se o


agente é livre para realizar qualquer negócio jurídico dentro da vida civil, deve ser
responsável pelos atos praticados, pois os contratos são celebrados para serem
cumpridos (pacta sunt servanda).

REsp 1.409.849-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/4/2016,


DJe 5/5/2016.

Portanto, a jurisprudência é clara em dizer que o individuo não é obrigado a


celebrar contrato algum, mas se assim o fez de livre e espontânea vontade, será obrigado a
cumprir o que fora acordado, visto que a não observância do princípio da pacta sunt
servanda ocasionaria uma grave insegurança jurídica.

III. DOS PEDIDOS


Diante do exposto, requer a vossa excelência que sejam julgados totalmente
precedentes os pedidos:

III.I Que seja julgada procedente a Ação, requerendo assim o


ressarcimento com perdas e danos no valor de R$ 100.000,00 (cem mil
reais), corrigidos monetariamente e acrescido de juros de mora, conforme
arts. 159, 186, 247 e 927, parágrafo único do Código Civil;
III.II Citação do Réu para apresentar contestação no prazo de
quinze dias;
III.III Condenação em custas processuais;
III.IV Condenação em honorários advocatícios;
III.V Ônus de sucumbência;
III.VI A juntada de todos os documentos em anexo, na forma do art.
320 do NCPC/2015;
III.VII A produção de todas as provas em direito admitidas,
consoante ao art. 319, VI, do NCPC/2015.

IV. DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor total de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais)


Nos termos em que,
pede e espera deferimento.
Local ..., data....

NOME COMPLETO DO ADVOGADO E ASSINATURA


OAB/UF N°

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