EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA
___CÍVEL DA COMARCA DE BRUSQUE DO ESTADO DE SANTA
CATARINA.
PAULO, brasileiro, viúvo, militar em reserva , portador da carteira de
identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº..., residente e domiciliado na rua.. Rua Bauru, 371, Brusque /SC, CEP..., e-mail..., neste ato representado por seu advogado legalmente constituído que para fins do artigo 106, I, do CPC, indica o endereço profissional na rua..., nº..., bairro..., cidade..., estado..., CEP..., e-mail..., e vem respeitosamente perante Vossa Excelência propor a presente:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO
Pelo rito comum em face de JUDITE, brasileira , advogada, solteira,
portador da carteira de identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº..., residente e domiciliado na Rua dos Diamantes ,123, Brusque/SC, CEP..., e-mail..., JULIANA, brasileira, profissão, casada, portador da carteira de identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº..., residente e domiciliado na Rua Jirau, 366, Florianópolis/SC, CEP..., e-mail... e JOANTAS, espanhol, comerciante, casado, portador da carteira de identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº..., residente e domiciliado na Rua Jirau, 366, Florianópolis/SC, CEP..., e-mail..., pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe:
DOS FATOS
O autor era proprietário do imóvel de veraneio situado na Rua Rubi, nº
350, Balneário Camboriú/SC, juntamente com a primeira parte ré que é sua irmã. A primeira parte ré possuía uma procuração outorgada pelo autor em novembro de 2011 que lhe concedia poderes especiais e expressos para a alienação e com esse direito de alienação a primeira parte ré vendeu no dia 15/12/2016 o bem imóvel para a segunda e terceira parte ré no valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). Ocorre que o autor revogou tal procuração no dia 16/11/2016, sendo certo que o titular do Cartório do 1º Ofício de Notas onde foi lavrada a procuração, bem como a primeira parte ré foram devidamente notificados da revogação em 05/12/2016, ou seja, dez dias antes da alienação. O autor somente teve conhecimento sobre a alienação do do imóvel no dia 01/02/2017, quando chegou no imóvel e viu que esse se encontrava ocupado pela segunda e terceira parte ré.
DOS FUNDAMENTOS
O negócio jurídico em questão é plenamente anulável, pois foi realizado
pela primeira parte ré sem mandato específico para tal, e não houve ratificação expressa da parte autora.
O artigo 682 do código civil dispõe que cessa o mandato pela
revogação, o que de fato ocorreu no dia 16 de novembro de 2016, sendo a primeira parte ré devidamente notificada no dia 05 de dezembro de 2016, ou seja, 10 dias antes da alienação.
Art. 482.A compra e venda, quando
pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Importante ressaltar ainda que a segunda e a terceira parte ré em
nenhum momento podem alegar que desconheciam a revogação do mandato, já que, devido à notificação do titular do Cartório do 1º Ofício de Notas no qual o documento foi lavrado, ocorrida no dia 05/12/2016, era dever deles procederem a todas diligências necessárias para atestarem a validade do contrato de compra e venda.
A celebração de negócio jurídico por quem não tenha mandato ou sem
poderes suficientes é ineficaz em relação aquele em cujo nome foi praticado, nos termos do artigo 662 do Código Civil.
Art. 462. O contrato preliminar, exceto
quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.
Em que pese o fato de que a primeira parte ré era coproprietária do
imóvel juntamente à parte autora, em nenhum momento houve, por parte desta, o consentimento quanto à celebração do contrato de compra e venda. Diante dos fatos apresentados, depreende-se que há razões suficientes para que se declare a anulação do negócio jurídico celebrados pelos réus. DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer Vossa Excelência:
I- A prioridade na tramitação de procedimentos judiciais, nos
termos do art. 1.048 do Código de Processo Civil e art. 71 do Estatuto do Idoso
II- A citação do réu para comparecer à audiência de conciliação
designada por este juízo estando ciente que em caso de não composição de acordo deverá o réu responder a presente ação sob pena de confissão e revelia.
III- Sejam julgados procedentes todos os pedidos formulados pela
autora e declarados por sentença.
IV- Sejam anulados o negócio jurídico celebrado entre as partes.
V- Seja o réu condenado ao pagamento de 20% sob o valor da causa
a título de honorários sucumbenciais e as custas processuais.
DAS PROVAS
Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitido, em
especial documental superveniente, testemunhal, pericial e depoimentos e depoimento pessoal das partes com fulcro no artigo 369 e seguintes do CPC.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).
Ação anulatória de execução de imóvel extrajudicial - anulação de procedimento cartorial para retomada de imóvel de acordo com a lei de alienação fiduciária.docx