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a solução para o seu concurso!

CNU
CONCURSO NACIONAL UNIFICADO

Conhecimentos gerais
para os BLOCOS 1, 2, 3, 4,
5, 6 e 7
EDITAIS Nº 1, 2, 3, 4, 5, 6 E 7/2024

CÓD: SL-117JN-24
7908433247814
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Políticas Públicas
1. Introdução às políticas públicas: conceitos e tipologias............................................................................................................. 7
2. Ciclos de políticas públicas: agenda e formulação; processos de decisão; implementação, seus planos, projetos e programas;
monitoramento e avaliação........................................................................................................................................................ 17
3. Institucionalização das políticas em Direitos Humanos como políticas de Estado..................................................................... 18
4. Federalismo e descentralização de políticas públicas no Brasil: organização e funcionamento dos sistemas de programas
nacionai...................................................................................................................................................................................... 18

Desafios do Estado de Direito: Democracia e Cidadania


1. Estado de direito e a Constituição Federal de 1988: consolidação da democracia, representação política e participação cida-
dã................................................................................................................................................................................................ 23
2. Divisão e coordenação de Poderes da República........................................................................................................................ 23
3. Presidencialismo como sistema de governo: noções gerais, capacidades governativas e especificidades do caso brasileiro... 24
4. Efetivação e reparação de Direitos Humanos: memória, autoritarismo e violência de Estado.................................................. 25
5. Programa Nacional de Direitos Humanos PNDH-3 (Decreto nº 7.037/2009)............................................................................. 25
6. Combate às discriminações, desigualdades e injustiças: de renda, regional, racial, etária e de gênero.................................... 62
7. Desenvolvimento sustentável, meio ambiente e mudança climática......................................................................................... 63

Ética e Integridade
1. Princípios e valores éticos do serviço público, seus direitos e deveres à luz do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, e do
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994)............................ 67
2. Governança pública e sistemas de governança (Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017); Gestão de riscos e medidas
mitigatórias na Administração Pública........................................................................................................................................ 74
3. Integridade pública (Decreto nº 11.529/2023)........................................................................................................................... 80
4. Transparência e qualidade na gestão pública, cidadania e equidade social............................................................................... 83
5. Governo eletrônico e seu impacto na sociedade e na Administração Pública; Lei nº 14.129/2021........................................... 88
6. Acesso à informação; Lei nº 12.527/2011.................................................................................................................................. 97
7. Transparência e imparcialidade nos usos da inteligência artificial no âmbito do serviço público.............................................. 104

Diversidade e Inclusão na Sociedade


1. Diversidade de sexo, gênero e sexualidade; diversidade étnico-racial; diversidade cultural...................................................... 107
2. Desafios sociopolíticos da inclusão de grupos vulnerabilizados: crianças e adolescentes; idosos; LGBTQIA+; pessoas com
deficiências; pessoas em situação de rua, povos indígenas, comunidades quilombolas e demais minorias sociais.................. 110

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ÍNDICE

Administração Pública Federal


1. Princípios constitucionais e normas que regem a administração pública (artigos de 37 a 41 da Constituição Federal de
1988)........................................................................................................................................................................................... 115
2. Estrutura organizacional da Administração Pública Federal (Decreto Lei nº 200/1967)............................................................ 121
3. Agentes públicos: Regime Jurídico Único (Lei nº 8.112/1990 e suas alterações)....................................................................... 152

Finanças Públicas
1. Atribuições econômicas do Estado............................................................................................................................................. 195
2. Fundamentos das finanças públicas, tributação e orçamento.................................................................................................... 196
3. Financiamento das Políticas Públicas: estrutura de receitas e despesas do Estado brasileiro................................................... 196
4. Noções de orçamento público: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual
(LOA)........................................................................................................................................................................................... 197
5. Federalismo fiscal no Brasil; Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000)................................................. 244

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POLÍTICAS PÚBLICAS

INTRODUÇÃO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS: CONCEITOS E TIPOLOGIAS

Políticas Públicas são conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a
participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado
seguimento social, cultural, étnico ou econômico.
Para Seichi1 as Políticas Públicas, analiticamente, ocorrem com o monopólio de atores estatais, segundo esta concepção, o que
determina se uma política é ou não “pública” é a personalidade jurídica do formulador, em outras palavras, é política pública somente
quando emanada de ator estatal.
As Políticas Públicas são formadas para atender as demandas da sociedade nas mais diversas áreas ou seguimentos, a iniciativa
ocorre por parte dos poderes executivo e legislativo. A lei que institui uma política pública pode, se necessário, assegurar a participação
da sociedade na criação, no processo, no acompanhamento e na avaliação da lei, a participação pode ocorrer em forma de conselhos
estabelecidos no âmbito municipal, estadual ou federal.
O quadro a seguir apresenta alguns conceitos de Políticas Públicas dados por estudiosos da área, os conceitos se integram e completam
o significado ainda que em diferentes períodos:

Autor Definição de Políticas Públicas Ano


Campo dentro do estudo da política que analisa o governo
Mead 1995
à luz de grandes questões públicas.
Conjunto específico de ações do governo que irão produzir
Lynn 1980
efeitos específicos
Soma das atividades dos governos, que agem diretamente
Peters ou através de delegação, e que influenciam as vidas dos 1986
cidadãos.
Dye O que o governo escolhe fazer ou não fazer. 1984
Responder às seguintes questões: quem ganha o quê, por
Laswell 1958
que e que diferença faz.
Fonte: Oliveira (2012).

Assim as Políticas Públicas podem ainda ser consideradas como “outputs”2 como tratado na linguagem dos processos estabelecidos
em uma organização, elas são resultados das atividades políticas.
A política pública difere da decisão política, há uma necessidade de envolver diversas ações estratégicas para se implementar decisões
tomadas e não apenas uma escolha entre outras alternativas, sendo assim, nem todas as decisões políticas podem ser consideradas como
políticas públicas.
A complexidade da sociedade moderna ocorre devido a fatores como: idade, religião, sexo, estado civil, renda, escolaridade, profissão,
ideais, interesses, costumes, e tudo isso causa em algum momento uma série de conflitos.
O gerenciamento desses conflitos pode assegurar a sobrevivência e progresso da sociedade como um todo, e isto é estabelecido por
meio da política. Segundo Seichi3, organizações privadas, organizações não governamentais, organismos multilaterais, redes de políticas
públicas (policy networks), juntamente com atores estatais, são protagonistas no estabelecimento das políticas públicas.

Dica: Política Pública é um conceito que comporta diferentes expressões, existem várias definições esclarecedoras a respeito, que são
importantes para formar uma ideia geral sobre o que seja política e política pública.

1 SECCHI, L.; Políticas Públicas: Conceitos, Esquemas de Análise, Casos Práticos. SP: Cengage Learning, 2010.
2 Saídas
3 SECCHI, L.; Políticas Públicas: Conceitos, Esquemas de Análise, Casos Práticos. SP: Cengage Learning, 2010.
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Convém lembrar que Política Pública é diferente de política, A maneira pela qual a sociedade expressa os interesses e ne-
porque Política é ampla, envolve um conjunto de procedimentos cessidades é através de solicitações aos grupos organizados. Essas
formais e informais que expressam relações de poder e que se des- necessidades são apresentas aos vereadores/deputados/senado-
tinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a bens públicos, já res, e estes levam os interesses e demandas da sociedade aos pre-
Política Pública possui soluções/ações específicas. feitos/governadores/presidente da República, membros do Poder
Executivo escolhidos para representar a sociedade e atender ao
Os instrumentos que compõem as Políticas Públicas são: bem-estar coletivo.
- Planejamento: os planos são direcionados a estabelecerem Os grupos organizados podem ser chamados de Sociedade Civil
as diretrizes, prioridades e objetivos em geral, ao estabelecerem os Organizada, incluindo também sindicatos, associações, entidades
planos são firmadas metas estratégicas para períodos longos. empresariais, associações patronais e ONGs em geral.
- Execução: os programas são estabelecidos buscando atender Vivemos em uma sociedade que se caracteriza por uma grande
objetivos gerais com foco em um determinado tema, público, diversidade, ou seja, diferentes valores, cultura, costumes, religião,
conjunto ou área. idade, sexo, profissão, interesses e ainda por inúmeras necessida-
- Monitoramento: o monitoramento é realizado por meio de des com uma quantidade escassa de recursos.
ações que visam alcançar determinados objetivos preestabelecidos A formação de grupos que possuem interesses comuns é um
no programa. caminho muito comum para criar força e se organizar para reivindi-
- Avaliação: as atividades de avaliação são estabelecidas com car direitos e melhorias para a sociedade, é importante que essas
o objetivo de avaliar os resultados ou percursos alcançados a partir ações sejam sempre estabelecidas de acordo com as conformida-
dos objetivos preestabelecidos. des da legislação vigente.
Levando em conta que as necessidades são ilimitadas faz-se
Atores das Políticas Públicas necessário ao formulador de políticas públicas selecionar as prio-
Esse é o nome dado aos grupos que apresentam as ridades de modo que as políticas sejam então respostas que aten-
reivindicações que possivelmente poderão ser convertidas em dam as expectativas e demandas da sociedade voltando o governo
Políticas Públicas, as ações estabelecidas por este grupo levam aos para o atendimento dos interesses públicos da sociedade buscando
dirigentes os interesses da sociedade e promovem uma integração assim atender o bem-estar da sociedade.
dos grupos com o Sistema Político. Os interesses apresentados pelos grupos aos dirigentes do go-
Esses atores são todas as pessoas, grupos ou instituições que, verno podem ser específicos para atender uma parte específica do
direta ou indiretamente participam da formulação e implementação grupo de pessoas, como por exemplo a construção de uma creche,
de uma política. Os envolvidos no processo de discussão, criação ou um sistema de captação de águas, ou mesmo de interesse geral
e execução das Políticas Públicas podem ser classificados como da sociedade, como por exemplo, a necessidade de melhorias na
estatais ou privados: saúde pública ou na questão da segurança.
- Estatais: são os procedentes do Governo ou do Estado, alguns A apresentação das demandas e interesses não significa ne-
foram eleitos pela sociedade por um período determinado (os cessariamente que serão atendidas mas a força, justificativas ou
políticos eleitos) e outros atuarão de forma permanente exercendo o impacto com que as reivindicações chegam aos dirigentes pode
funções públicas no Estado (servidores). Os servidores teoricamente demonstrar a urgência e importância de tal ação para o grupo ou
deveriam atuar de forma neutra, sem agir de acordo com os a sociedade.
interesses pessoais, mas sim contribuindo de modo essencial para
um bom desempenho das ações governamentais. Modelos de Tomada de Decisão em Políticas Públicas
- Privados: são os procedentes da Sociedade Civil, eles não
possuem um vínculo direto com a administração do Estado, esse As decisões são escolhas entre diferentes cursos de ações pos-
grupo é formado por sindicatos de trabalhadores, sindicatos síveis, normalmente uma pessoa faz escolhas diariamente para
patronais, entidades de representação da Sociedade Civil diferentes situações ou circunstâncias e isso também ocorre no
Organizada, a imprensa, os centros de pesquisa, entre outros. contexto organizacional, essas decisões têm inúmeras implicações,
inclusive no alcance de resultados e no consumo de recursos da
Ao longo dos anos as mudanças que ocorreram na sociedade empresa.
como um todo levaram o Estado a ampliar seu papel de atuação O estudo sistemático do processo decisório pode maximizar as
que concentrava-se na segurança pública e defesa externa em caso chances de decisões boas a serem tomadas e minimizar as chances
de ataques inimigos. Essa ampliação foi tomada pela democracia e de serem tomadas decisões que tragam consequências negativas
pelas novas responsabilidades que levaram o Estado a atuar pelo para a organização.
bem-estar da sociedade como um todo. Com a finalidade de descobrir a melhor decisão para determi-
As atividades realizadas pelo Estado no exercício e busca pelo nadas situações, cabe ao indivíduo tomador de decisões construir
bem-estar comum são desenvolvidas nas mais diversas áreas como: o máximo de alternativas possíveis para que então possa escolher
saúde, trabalho, educação, meio ambiente, segurança, etc. o melhor caminho otimizando e possibilitando o crescimento e
Dessa forma, as políticas públicas são ações que buscam atingir desenvolvimento da empresa nesse contexto de competitividade
resultados nessas diversas áreas e consequentemente promover o agressiva.
bem-estar da sociedade, sendo assim, elas podem ser compreen-
didas como um conjunto de ações e decisões do governo, voltadas
para a solução (ou não) de problemas da sociedade, que é a soma
das ações, metas e planos que os governos estabelecem buscando
alcançar o bem-estar da sociedade.
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Etapas para Solução de Problemas São muitos os fatores que afetam uma decisão, tais como: cus-
Seguir critérios racionais e etapas estabelecidas pode ser um tos, fatores políticos, objetivos, riscos que podem ser assumidos,
caminho para resolução de problemas e tomada de decisões no tempo disponível para decidir, quantidade de informações disponí-
contexto organizacional. Abaixo foram litadas as etapas da solução veis, viabilidade das soluções, autoridade e responsabilidade do to-
de problemas e as principais técnicas de cada uma. mador de decisão, estrutura de poder da organização entre outros.
Deve-se primeiramente realizar a identificação do problema
ou da oportunidade, pode ser caracterizada pela existência de um Decisões Programadas e Não Programadas
obstáculo ao alcance de objetivos organizacionais, por uma nova As decisões podem ainda ser programadas ou não programa-
oportunidade, por um problema nos processos de trabalho ou por das, as programadas são aquelas para a qual a organização dispõe
um acontecimento qualquer que exija uma decisão e, subsequente- de soluções padronizadas e preestabelecidas. São tomadas com
mente, a adoção de determinadas ações. base em regras e procedimentos preestabelecidos aplicam-se a
O diagnóstico do problema consiste na caracterização do pro- problemas rotineiros, cujas soluções podem ser previstas. Neste
blema, devemos entender o problema, seu contexto, suas causas e caso, não seguiremos as etapas de decisão, pois o diagnóstico já
suas consequências ante de iniciar o processo de resolução. Chia- foi identificado, aconselha-se no contexto organizacional tomar o
venato destaca condições sob as quais a decisão pode ser tomada: 4 maior número possível de decisões programáveis.
1. Incerteza: situação em que o tomador de decisão tem pouca Já as decisões não programáveis ou não programadas são
ou nenhuma informação a respeito da probabilidade de ocorrência aquelas referentes a problemas inéditos, novos ou problemas que
de cada evento futuro. as soluções programadas não são capazes de resolver. As transfor-
2. Risco: é a situação em que sabemos a probabilidade de mações que ocorrem no mundo organizacional contribuem para
ocorrência de um evento, mas que tomamos diferentes decisões, que decisões não programáveis sejam frequentemente necessárias,
de acordo com os riscos que estamos dispostos a assumir. Por esse tipo de decisão exige que sejam seguidas todas as etapas de
exemplo: na prova desse concurso, se cair uma questão que trate tomada de decisão (identificação do problema, diagnóstico etc.).
de um assunto acercado do qual nunca ouvimos falar, e todas as
alternativas parecem igualmente plausíveis, temos 20% de chance Há tipos de decisão quanto ao nível organizacional em que ela
de acertar e 80% de chance de errar. Para marcar o gabarito, cada é tomada, assim:
um adotará uma tática, considerando os riscos e benefícios envolvi- - Decisões Estratégicas: são aquelas mais amplas, referentes à
dos. Neste caso, a intuição, que vimos anteriormente, também pode organização como um todo e sua relação com o ambiente, elas são
estar presente. tomadas nos níveis mais altos da hierarquia e possuem consequên-
3. Certeza: é a situação em que temos sob controle todos os cias de longo prazo.
fatores que afetam a tomada de decisão, aqui sabemos quais são - Decisões Táticas: ou chamadas também de administrativas,
os riscos e probabilidades de ocorrência de eventos, temos infor- são tomadas nos níveis das unidades organizacionais ou departa-
mações acerca de custo, sabemos quais são os fatores potenciali- mentos.
zadores e restritivos, e possuímos estudos de viabilidade das alter- - Decisões Operacionais: são aquelas tomadas no dia-a-dia,
nativas etc. relacionadas a tarefas e aspectos cotidianos da realidade organi-
4. Turbulência: é a condição para tomada de decisão que ocor- zacional.
re quando as metas não são claras ou quando o meio ambiente - Decisões Autocráticas: são decisões tomadas sem discussões,
muda muito depressa. acordos e debates. O tomador de decisão deve ser um gerente ou
alguém com responsabilidade e autoridade para tal. É uma forma
Decisões Racionais rápida de tomada de decisão e não devem ser questionadas. Muitas
As decisões ordenadas de forma lógica são chamadas de deci- vezes, são decisões de cunho estritamente técnico.
sões racionais, uma vez que seguem critérios para escolher a me- - Decisões Compartilhadas: são aquelas decisões tomadas de
lhor alternativa buscando os melhores resultados com os menores forma compartilhada, entre gerente e equipe. Têm características
custos, algumas características são a busca pelo resultado e evitar marcantes, tais como o debate, participação e busca de consenso.
a incerteza. Podem ser consultivas, quando a decisão é tomada após a consulta,
É necessário considerar que não é possível obter todas as in- ou participativa, quando a decisão é tomada de forma conjunta.
formações de modo a tomar uma decisão cem por cento racional, - Decisões Delegadas: são tomadas pela equipe ou pessoa que
considerando que nem todas as variáveis estão sob nosso total con- recebeu poderes para isso. As decisões delegadas não precisam ser
trole. aprovadas ou revistas pela administração. A pessoa ou grupo assu-
me plena responsabilidade pelas decisões, tendo para isso a infor-
Decisões Intuitivas mação, a maturidade, as qualificações e as atitudes suficientes para
As decisões baseadas em sentimentos, intuição, percepção são decidir da melhor maneira possível.
chamadas de decisões intuitivas, esse tipo de decisão normalmente
ocorre quando as informações, dados não são suficientes para se Serão apresentadas abaixo cinco etapas sequenciais no proces-
tomar uma decisão racional ou mesmo quando não há tempo para so de decisão, este processo começa com a identificação da situa-
se analisar todas as variáveis. ção e vai até monitoração e feedback.

1ª Etapa - Reconhecimento: ocorre aqui a identificação/


diagnóstico da situação, é a etapa mais difícil, pois é necessário
reconhecer um problema e/ou oportunidade. Ela é fundamental
4 CHIAVENATO, I.; Administração nos novos tempos. 2ª ed., RJ: Elsevier, 2004.
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POLÍTICAS PÚBLICAS

porque, se não for bem-feita, todo trabalho de uma equipe será Modelo Racional: segundo ainda informações do MPOG, nes-
perdido, essa etapa é considerada a mais difícil das cinco etapas do te modelo, a tomada de decisão segue as seguintes atividades se-
processo decisório. quenciais:
- Um objetivo para solucionar um problema é estabelecido.
2ª Etapa - Planejamento: nessa etapa acontece o desenvolvi- - Todas as estratégias alternativas para alcançar o objetivo são
mento de alternativas, ou seja, aqui são elaboradas as alternativas exploradas e listadas.
de ação. Faz-se necessária a elaboração de alternativas porque é a - Todas as sequências significantes de cada alternativa estraté-
partir delas que uma decisão deverá ser tomada, e sem elas, não gica são previstas e as probabilidades dessas consequências ocorre-
existe decisão a ser tomada. Para facilitar essa etapa, pode ser de- rem são estimadas.
senvolvido um instrumento gráfico, denominado “árvore de deci- - Por fim, a estratégia que parece resolver o problema ou que o
são”, que avalia as alternativas disponíveis (esse processo é normal- resolve com menor custo é selecionada.
mente usado quando há muitas alternativas a serem discutidas).
Esse modelo parte de um pressuposto ingênuo de que a infor-
3ª Etapa - Avaliação: ocorre aqui a avaliação e escolha das al- mação é perfeita e não considera limites cognitivos em se analisar
ternativas, que foram desenvolvidas na etapa anterior. Nesta etapa, todas as opções de políticas. Tampouco, considera adequadamente
deverá ser feita uma análise das vantagens e desvantagens das al- o peso das relações de poder na tomada de decisões. Os decisores,
ternativas desenvolvidas, e é importante destacar que realmente muitas vezes, são obrigados a selecionar políticas públicas em bases
deve-se avaliar as vantagens e as desvantagens de cada alternativa políticas, ideológicas ou aleatoriamente, sem referência a padrões
utilizando senso crítico ao avaliar as alternativas. de eficiência.

4ª Etapa - Decisão e implementação: faz-se a seleção e depois Tipos de Políticas Públicas


a implementação, ou seja, nessa etapa é o momento de selecio-
nar a melhor alternativa. Uma vez escolhida, deve-se anunciá-la Veja como Oliveira5 explica as os tipos de políticas públicas:
com confiança e de forma decisiva, pois caso contrário poderá ser
despertado um sentimento de insegurança nos outros. Para a im- Políticas Distributivas: referem-se a decisões alocativas,
plementação da alternativa escolhida, deve-se também, verificar sem contrapartidas fiscais, esse tipo de política implica nas ações
o momento oportuno de implementá-la, é um erro comum imple- cotidianas que todo e qualquer governo precisa fazer. Ela diz
mentar a alternativa escolhida na época errada. respeito à oferta de equipamentos e serviços públicos, mas sempre
feita de forma pontual ou setorial, de acordo com a demanda social
5ª Etapa - Controle: ocorre aqui a monitoração e o feedback, ou a pressão dos grupos de interesse.
para que se alcance os resultados desejados e para um bom contro- São exemplos de políticas públicas distributivas: as podas
le do andamento e do processo, faz-se necessário a avaliação dos de árvores, os reparos em uma creche, a implementação de um
resultados da decisão. Nessa etapa é necessário humildade, pois projeto de educação ambiental ou a limpeza de um córrego, dentre
em se verificando que os resultados não atingiram o esperado é outros. O seu financiamento é feito pela sociedade como um todo
preferível admitir o erro que manter a decisão, pois as consequên- através do orçamento geral de um estado.
cias poderão ser danosas.
Políticas Regulatórias: disciplinam aspectos da atividade social,
Modelos de Tomada de Decisão esse tipo consiste na elaboração das leis que autorizarão os governos
Com relação as Políticas Públicas, os modelos de tomada de a fazerem ou não determinada política pública redistributiva ou
decisão são classificados como: distributiva. Se estas duas implicam no campo de ação do poder
executivo, a política pública regulatória é, essencialmente, campo
Modelo Incremental: segundo informações do Ministério do de ação do poder legislativo.
Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), o modelo de tomada
de decisão incremental pode ser visto como um processo político Políticas Redistributivas: são aquelas que de várias formas
caracterizado pela barganha e pelo compromisso entre decisores (transferências, isenções, etc.) redistribuem recursos de qualquer
auto orientados. As decisões limitam-se a decisões sucessivas an- natureza, entre grupos sociais. Consistem em redistribuição de
teriores, sendo, portanto, apenas marginalmente diferentes das an- renda em forma de recursos e financiamentos de equipamentos e
teriores. Dessa forma, ocorreriam apenas mudanças incrementais serviços públicos.
no status quo. São exemplos de políticas públicas redistributivas: os
O modelo incremental traz duas constatações ao processo de programas de bolsa-escola, bolsa-universitária, cesta básica, renda
políticas públicas: cidadã, isenção de IPTU e de taxas de energia/água para famílias
1) Por mais adequada que seja a fundamentação técnica de carentes, dentre outros.
uma alternativa, a decisão envolve relações de poder;
2) Os governos democráticos não possuem efetivamente liber-
dade total na alocação de recursos públicos.

A principal crítica a este modelo se refere à sua pouca compa-


tibilidade com as necessidades de mudanças necessárias à gestão
de programas e projetos, podendo gerar prejuízos à eficiência do 5 OLIVEIRA, A.F. Políticas Públicas Educacionais: conceito e contextualização
Estado e legitimar um viés conservador no processo decisório. numa perspectiva didática. SINPRODF. 2012.
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Do ponto de vista da justiça social o seu financiamento deveria ser feito pelos estratos sociais de maior poder aquisitivo, de modo
que se pudesse ocorrer, portanto, a redução das desigualdades sociais. No entanto, por conta do poder de organização e pressão desses
estratos sociais, o financiamento dessas políticas acaba sendo feito pelo orçamento geral do ente estatal (união, estado federado ou
município).

Políticas Constitucionais: estabelecem procedimentos para a adoção de decisões públicas e relações entre os vários aparatos do
Estado. Cada tipo de política pressupõe uma arena de poder diferente, uma rede diferente de atores, uma diferente estrutura decisional
e um contexto institucional diferente.

Fases das Políticas Públicas

As fases das Políticas Públicas também são conhecidas como “Processo de Formulação de Políticas Públicas” ou “Ciclo das Políticas
Públicas”. Veja na tabela a seguir, as cincos fases das Políticas Públicas:

1ª Fase Formação da Agenda: seleção das prioridades.


2ª Fase Formação de Políticas: apresentação das alternativas ou soluções.
3ª Fase Processo de Tomada de Decisão: determinação ou escolha das ações.
4ª Fase Implementação: execução das ações.
5ª Fase Avaliação: verificação dos resultados alcançados.
Fonte: Elaborado com base no SEBRAE.

1ª Fase - Formação de Agenda: dá-se o nome de formação de agenda para o procedimento de escolha da lista com os principais pro-
blemas da sociedade a serem tratados. Estabelecer quais os assuntos ou questões serão tratadas pelo Governo é fundamental, uma vez
que, ilimitados são as reivindicações e interesses da sociedade em meio a uma limitada quantidade de recursos.
Faz-se necessário definir as questões a serem tratadas bem como reconhecer aquelas que não serão levadas adiante, alguns elemen-
tos poderão ser levados em conta para a inserção de um problema na Agenda Governamental. Veja os exemplos abaixo:

Exemplo 1: se um número elevado de pequenas empresas encerra os negócios nos primeiros meses de existência, uma política pública
voltada especificamente para esta situação poderia ser criada como medida de controle ou influência.

Exemplo 2: acontecimentos como crimes violentos podem levar a população a uma comoção, o impacto social causado por evento
específico pode levar os dirigentes do governo a estabelecerem ações que possam evitar a repetição do ato ocorrido.

O feedback das ações governamentais que podem contribuir para o apontamento de falhas em medidas adotadas pelo programa
avaliado ou outros programas que não receberam atenção governamental.
O período onde ocorre transição entre os governos pode ser considerado como um período onde a agenda passa por mudanças,
diante desta circunstância faz-se necessário valorizar e dedicar maior atenção aos temas já selecionados como mais relevantes entre as
demandas da sociedade.
Porém ainda que uma questão esteja selecionada na Agenda Governamental, isso não significa obrigatoriamente que será dedicada
uma atenção especial ou prioridade. Isso normalmente ocorrerá quando outros fatores são somados a esta questão como, por exemplo,
mobilização popular, vontade política, percepção dos custos de não se resolver a questão versus os custos de resolver.

2ª Fase - Formulação de Políticas: faz-se necessário definir quais caminhos ou ações deverão ser tomadas para solucionar uma situa-
ção já vista como um problema inserido na Agenda Governamental.
Diante da realidade mencionada anteriormente compreende-se que esse processo nem sempre é tomado como um processo pacífico,
embora as ações ou medidas tomadas sejam favoráveis e de interesse de determinado grupo/parte da sociedade, outros grupos poderão
considerar as ações não favoráveis aos seus interesses e necessidades.
Por isso, definir os objetivos da política, os programas e metas a serem desenvolvidas fazem-se importantes e necessárias, ainda que
provoque rejeições de várias propostas de ação.
As decisões devem ser tomadas após ouvir o corpo técnico da administração pública, considerando recursos materiais, econômicos,
técnicos, pessoais, e ainda após verificação do posicionamento dos grupos sociais.

Veja abaixo alguns importantes passos para a elaboração de Políticas Públicas:


- A conversão de estatísticas em informação relevante para o problema;
- Análise das preferências dos atores; e
- Ação baseada no conhecimento adquirido.

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POLÍTICAS PÚBLICAS

Deve haver uma comunicação entre o responsável pela elabo- monitoramento das medidas já definidas. Dependendo da postura
ração da Política Pública e os atores envolvidos no contexto com o do corpo administrativo a política poderá sofrer mudanças drásticas
propósito de facilitar a formulação de propostas, onde ela irá ser durante este período/fase. Mencionaremos aqui dois modelos de
implantada e requerer a eles uma proposta sobre qual seria a me- implementação das Políticas Públicas, o de cima para baixo e o de
lhor forma de proceder. As diversas opiniões poderão servir como baixo para cima.
um banco de ideias que poderão apontar o caminho desejado por De Cima para Baixo: aplicação descendente, do governo para
cada segmento social. população. Este modelo representa um modelo centralizado onde
Uma análise objetiva precisa ser realizada com relação as opi- um número muito pequeno de funcionários participa das decisões
niões do grupo e ainda considerar a viabilidade técnica, legal, fi- e pode opinar sobre a forma da implementação das Políticas Pú-
nanceira e política. Comparar e medir as alternativas, os riscos, a blicas. As decisões tomadas pela administração pública devem ser
eficácia e eficiência pode conduzir a um melhor atendimento aos cumpridas sem quaisquer questionamentos.
interesses e objetivos sociais. De Baixo para Cima: aplicação ascendente, da população para
o governo. Este modelo representa um modelo descentralizado.
3ª Fase - Processo de Tomada de Decisão: embora seja neces- Ocorre participação dos beneficiários ou usuário final das políticas
sário tomar decisões em todos os momentos no ciclo de Políticas em questão. O contato direto com aqueles que serão os beneficiá-
Públicas, esta fase concentra-se em um importante momento de rios, o cidadão, permite uma perspectiva participativa nas Políticas
ação em resposta aos problemas escolhidos para a Agenda. Defi- Públicas.
nem-se os recursos e o prazo temporal da ação política. As formali-
zações das escolhas são expressas por meio de leis, normas, resolu- Nesta fase deve-se chamar a atenção para fatores que podem
ções, decretos, e outros atos da administração pública. comprometer a eficácia das políticas, as disputas de poder entre
É importante ressaltar que na terceira fase ou processo de to- as organizações, os fatores internos e externos que podem afetar
mada de decisão, verificam-se os procedimentos a seguir antes de o desempenho das organizações, suas estruturas, sua preparação
tomar a decisão. Faz-se necessário decidir aqueles que participarão formal.
do processo e ainda se o mesmo será aberto ou fechado. Se for Dentre os fatores de disputas entre as organizações, desta-
aberto faz-se necessário verificar se ocorrerá participação dos be- cam-se a quantidade de agências ou organizações envolvidas no
neficiários, se a decisão será ou não tomada por votação, e em qual acompanhamento e controle das políticas e o grau de cooperação
grau direto ou indireto. ou lealdade entre elas.
As decisões serão fortemente influenciadas por diferentes for- Quanto maior o número de organizações envolvidas na execu-
mas de decisão e diferentes controladores da Agenda. ção de uma política, maior será o número de comandos ou ordens
Pesquisadores e estudiosos desenvolveram modelos que po- que tem de ser expedidas e, consequentemente, o tempo deman-
derão amenizar erros e elevar eficiência desse processo. Dentre os dado para a realização das tarefas, a extensão da cadeia de coman-
diversos modelos, cabe a Abordagem das Organizações, que pres- do mede-se pelo número de decisões que é necessário adotar para
supõe que o governo é um conjunto de organizações dos mais di- que o programa funcione.
versos níveis, dotadas de maior ou menor autonomia. A forma dos A extensão de comando afeta o grau de cooperação entre as
governos perceberem problemas são os sensores das organizações, organizações, tornando o controle e monitoração do processo de
e as informações fornecidas por tais sensores se constituem em re- implementação mais complexo e difícil. Dessa forma, quanto mais
curso para se solucionar os problemas inseridos nesse modelo, as elos (agências e organizações da administração pública envolvidas
Políticas Públicas passam a ser entendidas como resultado da atua- na execução de tarefas) tiver a cadeia de comando (canais de trans-
ção das organizações. missão das ordens para execução das tarefas) mais sujeita a defici-
Assim, os atores são as próprias organizações que concorrem ências estará a implementação de políticas.
em termos de poder e influência para promover a sua perspectiva Dentre os fatores internos que afetam as organizações, pode-
e interpretação dos problemas tratados. Sob este enfoque, expli- mos enumerar, em primeiro lugar, as características estruturais das
cam-se as decisões basicamente como o resultado de interações agências burocráticas (recursos humanos, financeiros e materiais) e
políticas entre as organizações burocráticas. As soluções ajustam-se a relação entre quantidade de mudanças exigidas por uma política
aos procedimentos operacionais padronizados, ou seja, às rotinas e extensão do consenso sobre seus objetivos e metas.
organizacionais. As características das agências abrangem aspectos objetivos
Segundo esse modelo, uma boa decisão seria aquela que per- (como tamanho, hierarquia, autonomia, sistemas de comunicação
mitisse a efetiva acomodação de todos os pontos de conflito envol- e de controle) e qualitativos (como a competência da equipe e a
vidos naquela Política Pública. Os principais atores, ou seja, aque- vitalidade de seus membros).
les que têm condições efetivas de inviabilizar uma Política Pública Essas características estruturais são responsáveis não apenas
devem ter a convicção de que saíram ganhando. Na pior hipótese, pela eficácia na execução das tarefas como também pela compre-
nenhum deles deve se sentir completamente prejudicado. Na práti- ensão mais ou menos precisa dos implementadores acerca da polí-
ca, isso requer que os atores que podem impedir a execução devem tica e pela abertura ou adaptabilidade da organização às mudanças.
sentir que poderão não ter ganhos reais mas, ao menos, não terão Quanto ao segundo fator interno, cabe destacar a existência
prejuízos com a política proposta. de consenso dentro da burocracia, com efeito, a relação entre a
quantidade de mudanças exigidas afeta inversamente o consenso
4ª Fase - Implementação: Na quarta fase, na implementação sobre a política, ou seja, quanto mais mudanças no padrão de inte-
ocorre a transformação do planejamento e das escolhas em atos. ração dos atores ou nas estruturas forem necessárias, menor será
O principal responsável pela execução da política ou ação direta é o consenso sobre como atingi-las. Isso afeta negativamente o grau
o corpo administrativo. Devem realizar a aplicação, o controle e o
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de cooperação entre as organizações e a lealdade da burocracia aos truturas de preferências. A avaliação de impacto analisa as modifi-
formuladores, provocando deficiências e deturpações na imple- cações na distribuição de recursos, a magnitude dessas modifica-
mentação das Políticas Públicas. ções, os segmentos afetados, as contribuições dos componentes da
Os fatores externos, por fim, também afetam as Políticas Pú- política na consecução de seus objetivos.
blicas, com efeito, a opinião pública, a disposição das elites, as con- A avaliação de uma política também deve enfocar os efeitos
dições econômicas e sociais da população e a posição de grupos que esses impactos provocam e que se traduzem em novas deman-
privados podem tornar problemática a execução das políticas. das de decisão por parte das autoridades, com o objetivo de anular
A indiferença e descaso gerais, a resistência passiva ou a mobili- ou reforçar a execução da medida. Também é importante analisar
zação intensa contra as medidas podem configurar uma conjuntura se a política produziu algum impacto importante não previsto ini-
negativa que prejudique a aplicação dos objetivos e metas propos- cialmente, bem como determinar quais são os maiores obstáculos
tas na política. Para melhor se entender isso, é importante ressaltar para o seu sucesso.
quais características possuem os indivíduos que podem contribuir Quanto às funções cumpridas pela política, a avaliação deve
para o aparecimento dos fatores externos. comparar em que medida a Política Pública, nos termos em que
Além da diferença na escala social (grupos de alta, média ou foi formulada e implementada, cumpre os requisitos de uma boa
baixa posição), as características mais importantes dos atores polí- política. Idealmente, uma boa política deve cumprir as seguintes
ticos são: a racionalidade, os interesses e as capacidades que pos- funções:
suem para agir. Se entendermos essas três características, entende- - Promover e melhorar os níveis de cooperação entre os atores
remos como ocorre a formulação de Políticas Públicas na prática. envolvidos;
A racionalidade é a capacidade de um Grupo Social (um ator) - Constituir-se num programa factível, isto é, implementável;
definir estratégias e cursos de ação para alcançar seus objetivos. Os - Reduzir a incerteza sobre as consequências das escolhas fei-
interesses representam as preferências de um dado ator por uma tas;
certa política com a qual possui mais afinidade em detrimento de - Evitar o deslocamento da solução de um problema político por
outras que desconhece ou não possui simpatia. meio da transferência ou adiamento para outra arena, momento
A capacidade reflete os recursos (carisma, possibilidade de mo- ou grupo;
bilização, liderança, unidade, acesso aos meios de comunicação) - Ampliar as opções políticas futuras e não presumir valores
que um ator possui na sua relação com seus representados, o que dominantes e interesses futuros nem predizer a evolução dos co-
faz com que a sociedade ouça seus argumentos e os leve em consi- nhecimentos. Uma boa política deveria evitar fechar possíveis alter-
deração (ou não). nativas de ação.

5ª Fase - Monitoramento ou Avaliação: o fato de que o “Mo- Para se determinar a relevância de uma política deve se per-
nitoramento e Avaliação” são classificados como a quinta fase não guntar se as ações desenvolvidas por ela são apropriadas para o
significa que suas atuações ocorram somente no final. A avaliação problema enfrentado.
pode ser realizada em todos os momentos do ciclo de Políticas Pú- Para se analisar a eficácia e eficiência de um programa, uma
blicas. O constante exercício do monitoramento e avaliação pode avaliação deve buscar responder se os produtos alcançados são ge-
contribuir para o sucesso das ações governamentais e para a maxi- rados em tempo hábil, se o custo para tais produtos são os meno-
mização dos resultados obtidos com os recursos. O monitoramento res possíveis e se esses produtos atendem aos objetivos da política.
e avaliação tem vital importância no processo de percepção sobre Quanto à sustentabilidade, uma política deve ser capaz de que seus
quais ações tendem a elevar melhores resultados. efeitos positivos se mantenham após o término das ações governa-
mentais na área foco da Política Pública avaliada.
O monitoramento e a avaliação permitem à administração: Por fim, é importante se apreender, dentre outras coisas, quais
- Corrigir e prevenir falhas; seriam outras alternativas de ações que poderiam ter sido adota-
- Prestar contas de seus atos; das – e que poderão ser em intervenções futuras – e quais lições
- Justificar as ações e explicar as decisões; se tirar da experiência – tanto daquilo que deu certo como do que
- Gerar informações úteis para futuras Políticas Públicas; deu errado.
- Fomentar a coordenação e a cooperação entre esses atores; A avaliação pode ser dividida de forma interna ou externa. A
- Identificar as barreiras que impedem o sucesso de um pro- primeira divisão se dá entre a avaliação interna – que é conduzida
grama; pela equipe responsável pela operacionalização do programa – e a
- Promover o diálogo entre os vários atores individuais e cole- externa – feita por especialistas que não participam do programa.
tivos envolvidos; e A vantagem da primeira se dá devido ao fato de que, ao es-
- Responder se os recursos, que são escassos, estão produzindo tarem inseridos no programa, a equipe terá maior conhecimento
os resultados esperados e da forma mais eficiente possível; sobre ele, além de acesso facilitado às informações necessárias, o
que diminui o tempo e os custos da avaliação.
O processo de avaliação de uma política leva em conta seus Em contrapartida, a equipe envolvida no programa pode não
impactos e as funções cumpridas pela política, busca determinar contar com a separação do objeto avaliado, necessária para se ga-
sua relevância, analisar a eficiência, eficácia e sustentabilidade das rantir a imparcialidade. Já a avaliação externa tem como ponto fra-
ações desenvolvidas, e ainda serve como um meio de aprendizado co o tempo necessário para se familiarizar com o objeto de estudo,
para os atores públicos. porém conta com imparcialidade maior.
Os impactos se referem aos efeitos que uma Política Pública
provoca nas capacidades dos atores e grupos sociais, por meio da
redistribuição de recursos e valores, afetando interesses e suas es-
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A segunda divisão se refere ao objetivo da avaliação, e pode Os elementos acima ganharam força na condução dos interes-
ser formativa, quando se busca informações úteis para a equipe na ses públicos, principalmente a partir dos fundamentos da Reforma
parte inicial do programa, ou a somativa, que busca gerar informa- Gerencial de 1995, com a Reforma Gerencial houve claro delinea-
ções sobre o valor ou mérito do programa a partir de seus resulta- mento sobre o papel da administração pública e o perfil de atuação
dos, para que a autoridade responsável possa tomar sua decisão do Estado na gestão de políticas públicas.
de manter, diminuir, aumentar ou encerrar as ações do programa. Nessa concepção a administração pública não se restringe à
execução de rotinas ou ao gerenciamento de órgãos públicos: ela
Controle Social é bem mais ampla que isso, compreende a estrutura organizacio-
nal do Estado, em seus três poderes. O Estado, por sua vez, é mais
Transparência e Participação social: Os novos Arranjos de Po- abrangente, compreende também o sistema constitucional-legal,
líticas e Políticas Públicas que regula a população nos limites de um território.
A complexidade das políticas públicas tem originado iniciati- Portanto, a concepção, a implementação e a avaliação de po-
vas pontuais, fragmentadas e descontinuadas no tempo, em face líticas públicas devem ser balizadas pelos condicionantes de um
das constantes mudanças decorrentes de influências políticas e da regime democrático. A gestão pública deixa de ser voltada para
incapacidade de resolver consistentemente os problemas que são somente rotinas e procedimentos burocráticos internos para se
postos pela sociedade para o Estado e para a Administração Públi- colocar também como meio para que governantes, políticos, ad-
ca, e essa é a imagem da política pública transmitida pelos meios ministradores e sociedade a utilizem para viabilização de políticas
de comunicação. públicas capazes de fortalecer a democracia por meio da elevação
No Brasil vigora e está em desenvolvimento um regime de- dos níveis de justiça social e fomentar o desenvolvimento econômi-
mocrático, os princípios democráticos refletem profundamente no co sustentável.
modo como as políticas públicas são desenvolvidas e implementa- A ampliação das discussões e a abertura de espaços para no-
das. Em regimes democráticos é importante considerar que existem vos participantes com influências na concepção e implementação
condições essenciais a serem observadas e respeitadas no que tan- de políticas públicas deve ser regra na democracia, pois “se demo-
ge à gestão de interesses públicos por meio de políticas públicas. cracia é participação dos cidadãos, uma participação insuficiente
debilita-a” (Bobbio et al., 1998).
Os fundamentos democráticos que contextualizam e parame-
trizam o desenvolvimento de políticas públicas são: Por que a participação é tão importante no processo de for-
a) o jogo político ocorre com base em regras preestabelecidas, mação de políticas públicas?
haja vista que as ações e decisões políticas são pautadas direta ou A falta de participação torna difícil para os agentes públicos e
indiretamente por regras constitucionais; governantes perceberem demandas não expressas pelo número re-
b) as eleições são periódicas e têm como base o sufrágio (voto) duzido de cidadãos que se manifestam nas esferas políticas, essa
universal – logo, constituem fontes de manifestação de preferências falta de percepção dos problemas enfrentados pela sociedade fra-
e escolhas do eleitorado sobre amplos programas de governo de giliza a produção legislativa que regula a distribuição de recursos
políticas públicas; entre grupos na sociedade.
c) os mandatos dos eleitos são limitados temporalmente e Numa situação como essa, existe a tendência de que os recur-
quanto ao alcance de decisões e ações, o que exige a definição de sos públicos sejam direcionados para os poucos cidadãos que par-
consistentes linhas de ação, preferencialmente, institucionalizadas ticipam dos processos políticos de elaboração de políticas públicas
em legislação e instrumentos orçamentários de longo prazo para em detrimento da maioria da população não participante, o que
que as políticas públicas tenham continuidade; gera falta de legitimidade dos governos perante a sociedade.
d) a prevalência da vontade da maioria da população, limitada Assim, como o nosso sistema é democrático, não há alternativa
por regras preestabelecidas, é que determinará que tipos de políti- diferente para compreender as políticas públicas e utilizá-las para
cas públicas serão priorizadas em cada governo; fazer cumprir o que constitucionalmente foi determinado. Veja a
e) a oposição tem participação legítima do jogo político e deve importância da participação que vem sendo atribuída na elabora-
ter condições de assumir o poder por meio do voto popular – logo, ção do Plano Plurianual federal e de alguns estados e municípios. É
sempre terá importância o seu papel de crítica sobre como estão o cidadão e a sociedade civil organizada obtendo um espaço para
sendo conduzidas políticas públicas e como propositora de diferen- priorizar a alocação de recursos orçamentários em políticas que
tes agendas a serem cumpridas caso venha a assumir o poder; consideram prioritárias.
f) os representantes são responsáveis frente ao eleitorado, de Antes de ser vista como coisa de políticos, a política deve ser
modo que ao cidadão sempre caberá o direito de cobrar a criação compreendida por servidores públicos, agentes políticos e cida-
de novas políticas púbicas de seu interesse e pela eficiência e eficá- dãos, para que consigam se instrumentalizar, se capacitar e se arti-
cia das já existentes; cular com eficiência com vistas a planejar e executar ações públicas
g) os clássicos direitos civis (direito à vida, liberdade, seguran- capazes de encontrarem um mínimo de legitimidade, eficiência e
ça, igualdade, dentre outros) são garantidos – logo, exigem ações eficácia perante a sociedade.
concretas dos governantes para manutenção de políticas públicas Como a Administração Pública trabalha para o público, não
permanentes para que os cidadãos os desfrutem na sua plenitude. pode esperar, principalmente dos que detêm cargos com capacida-
de decisória, que “um chefe” diga o que e como fazer política pú-
blica. Desenvolver políticas públicas é, portanto, atividade que en-
volve políticos, administradores e servidores públicos, e cidadãos.

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No processo de transformação de modos de governo centra- Nessa nova perspectiva de condução das atividades estatais, no
lizado para governos mais descentralizados, a governança passou Brasil apostou-se no controle social realizado por meio de comis-
a significar um modo de governo distinto do modelo de controle sões/conselhos de cidadãos para avaliação da qualidade de servi-
hierárquico, característico do Estado intervencionista. ços, possibilitando, deste modo, influir nas mudanças da gestão dos
A acepção atual de governança diz respeito a um novo estilo de equipamentos sociais.
governo, distinto do modelo de controle hierárquico. Está relacio- A gestão de serviços tende a ser deixada a cargo da comunida-
nada a governos que atuam procurando maior grau de cooperação de, das organizações não governamentais ou mesmo de especialis-
e de interação entre o Estado e os atores não estatais em redes tas e voluntários, com patrocínio parcial de empresas com objetivos
decisórias mistas situadas na intersecção entre o espaço público e de melhorar sua imagem e evitar efeitos negativos dos problemas
o espaço privado. sociais que pudessem atingi-las. Ao Estado caberia manter o fun-
A governança expande o foco para incluir atores públicos, pri- cionamento e controle dessas políticas por meio de uma burocracia
vados e da sociedade civil como componentes essenciais do proces- preparada para tal função.
so de governo, daí na nova governança a abertura de espaços e de Com a Reforma do Estado de 1995 foi dado início ao processo
canais institucionais para ampliação da participação nos processos de publicização, como incentivo à constituição de organizações hí-
de concepção e implementação de políticas públicas é consequên- bridas de propriedade pública não estatal, submetidas ao controle
cia lógica no processo de fortalecimento da democracia brasileira. social, para ocupar o espaço compreendido entre o Estado e a so-
ciedade para prestação de serviços sociais e competitivos.
DICA: A nova governança pública representa um novo modo Nesse sentido, a chamada Lei do Terceiro Setor (Lei n°
de governar: mais democrático, mais participativo, mais descen- 9.790/1999), instituiu o Termo de Parceria como instrumento de
tralizado e com maior número de atores participantes. regulação das relações entre o poder público e as entidades quali-
ficadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
A gestão pública brasileira vive um intenso processo de trans- O objetivo foi formar vínculos de cooperação entre as partes,
formação, ainda sob a influência principal da redemocratização do para o fomento e a execução de políticas públicas e de atividades
país e da reforma do Estado, que tem na descentralização um de de interesse público. Além disso, essa lei reforçou a atuação dos
seus eixos principais para aproximação da ação pública das reais Conselhos de Políticas Públicas nos diferentes níveis de governo ao
aspirações da sociedade. determinar a necessidade de consultas a eles quanto à intenção de
No âmbito local, surgem tendências de crescente constituição firmar Termos de Parceria com organizações privadas e do terceiro
de estruturas organizacionais em forma de rede envolvendo organi- setor.
zações estatais, não governamentais e privadas para atuarem coo- Um ponto positivo nesse processo de descentralização da ges-
perativamente em contextos de múltiplas e sobrepostas jurisdições. tão de políticas públicas foi instituição e ampliação da atuação dos
As relações entre tais organizações têm fundamentos que vão conselhos como espaços públicos (não estatais). Isso sinalizou para
além de simples relações contratuais. Num processo de negociação a possibilidade de representação de interesses coletivos na cena
contínua em longos períodos tende a haver formação de laços so- política e na definição da agenda pública, apresentando um caráter
ciopolíticos em que a confiança entre os atores assume papel rele- híbrido, uma vez que são, ao mesmo tempo, parte do Estado e da
vante; logo, as relações se diferenciam substancialmente daquelas sociedade.
constituídas em regras puras de mercado. Esses conselhos, como canais institucionalizados de participa-
Nessa linha, estudos têm mostrado que o resgate da importân- ção política, de controle público sobre a ação governamental, de
cia do município na definição e condução de políticas públicas e na deliberação legalmente aceita e de publicação das ações do gover-
gestão do território está, cada vez mais, exigindo a concepção de no, marcam uma reconfiguração das relações entre Estado e so-
novas formas de intervenção voltadas ao atendimento das necessi- ciedade que, idealmente, busca a corresponsabilização quanto ao
dades locais, assim como a incorporação de uma multiplicidade de desenho, monitoramento e avaliação de políticas públicas.
novos atores na articulação dos interesses da comunidade. Ao lado de vários outros conselhos já institucionalizados que
A qualidade da gestão local passa a depender da capacidade figuram como arena de manifestação da sociedade civil dentro de
de obtenção de equilíbrios dinâmicos nas articulações entre atores um novo espaço “público não estatal” de interseção entre Estado
internos, integrantes do próprio poder público, e externos, oriun- e a Sociedade, a Lei de Responsabilidade Fiscal ampliou as insti-
dos da iniciativa privada ou da sociedade em geral, participando da tuições democráticas, ao trazer a figura dos Conselhos de Gestão
concepção e implementação de políticas públicas. Fiscal.
As estruturas locais de governança são vistas mais como inicia- Tais conselhos são integrados por representantes do Estado,
tivas orgânicas que mecanicistas, logo, a forma de gestão de inicia- além de contar com a presença do Ministério Público e entidades
tivas locais tende a ser descentralizada e distribuída. Esta lógica da representativas da sociedade, que têm como função a promoção de
governança leva à constituição de configurações únicas de conjun- avaliação continuada da gestão.
tos de atores em torno de projetos específicos. Embora com funcionamento ainda precário, esses conselhos se
Os projetos, neste caso, apresentam a peculiaridade de ir além apresentam como instrumentos de controle social sobre o Estado
da atuação das organizações e, ao mesmo tempo, serem conduzi- ao viabilizarem um canal de participação da população na formula-
dos sob uma lógica própria de gestão desenvolvida em espaço de ção, implementação e no controle da execução de políticas públicas
intersecção de condicionantes do setor público e do setor privado mais concatenadas com as demandas dos segmentos sociais a que
local. se destinam.

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Os conselhos de políticas públicas funcionam como uma espé- Através dos novos arranjos institucionais assim constituídos
cie de fórum para negociação e captação de demandas de grupos tende a crescer a perspectiva de sustentabilidade de políticas públi-
sociais, possibilitando a participação pública de segmentos menos cas que, de outra forma, poderiam sofrer solução de continuidade
representativos. a cada mudança de governo.
O enraizamento das políticas em um espaço público que trans-
As principais dificuldades enfrentadas pelos conselhos são: cende a esfera estatal reforça a possibilidade de políticas de longo
- A desigualdade de condições entre seus participantes; prazo, com repercussões sobre a eficiência e a efetividade das polí-
- A ausência de garantia de que suas decisões sejam efetiva- ticas implantadas.9
mente implementadas; e Não obstante os conselhos e a formação de novos arranjos de
- A ausência de instrumentos jurídicos que imponham ao Poder governança e de gestão pública, ainda persistem profundamente
Executivo o cumprimento das decisões emanadas dos conselhos. arraigadas culturalmente tendências de condução dos interesses
públicos “a portas fechadas”.
Não obstante a precariedade, os conselhos como bem explici- Os espaços efetivos para os cidadãos se fazerem presentes ain-
tam Iglesias e Souza6 (Pinho et al, 2006), representam arranjos que da, por um lado, são bastante diminutos e, por outro, a maioria dos
podem vir a viabilizar caminhos para maior proximidade dos cida- cidadãos ainda não detêm suficiente clareza sobre os seus direitos
dãos em direção à formulação e implementação de políticas públi- em relação à administração e aos administradores públicos.
cas, bem como da prestação de serviços pelo governo.
Outros Aspectos de Políticas Públicas
DICA: Esses conselhos existem nas políticas públicas mais bem
estruturadas. Têm amparo legal com atribuições definidas e atuam Instituições Públicas
mais no planejamento e fiscalização. Em regra são paritários (50% Quase todas as políticas públicas são executadas por institui-
de participantes públicos e 50% não públicos), e nem todos são ções públicas, essas instituições têm papel decisivo: influenciam as
obrigatórios. decisões com seu poder, condicionam as decisões com sua estru-
tura, limitam as decisões com suas normas, e impõem seu estilo
O aumento das atividades associativas voluntárias propiciou a próprio de agir. Portanto, as instituições influenciam na escolha, na
distribuição mais equitativa de serviços do governo, e o fortaleci- forma e na implementação das políticas públicas.
mento da cidadania e da democracia no Brasil. Exemplo disso foi Instituições, políticos, gestores e servidores não são neutros:
a criação de mais de 170 projetos de orçamento participativo ins- cada um tem seus interesses e nem sempre esses interesses são
talados, a instalação de cerca de 5000 conselhos de saúde, e de harmônicos.
milhares de comissões de planejamento urbano.7
Além disso, são realizadas audiências públicas em diferentes DICA: As instituições impõem limites e procuram moldar o
âmbitos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para tratar comportamento dos atores na direção que lhes interessa.
de assuntos que afetam interesses coletivos.
No contexto das políticas há mudanças na concepção sobre a É comum abordar o aspecto da racionalidade nas instituições:
natureza dos serviços prestados e novas propostas são aplicadas A racionalidade substantiva utiliza valores absolutos e preocupa-
para fazer frente a novos desafios, como a ampliação de espaços de -se com a efetividade dos resultados, mas nessa ótica os fins não
cidadania, com atenção a minorias excluídas, aliadas à ampliação e justificam os meios. É utilizada por políticos e refere-se à ética da
reconstrução da esfera de atuação dos governos locais dentro de convicção.
um processo de reconstrução da esfera pública, orientado para a Na racionalidade instrumental, funcional ou da conveniência,
democratização da gestão das políticas públicas.8 os fins justificam os meios, nessa ótica os valores não são absolu-
A democracia brasileira vai, assim, deixando de ser uma demo- tos (os valores são conscientes), e busca-se selecionar os melhores
cracia de elites para se transformar em uma democracia de opinião meios que possibilitem alcançar os resultados desejados, é típica
pública na qual já podem ser percebidas características da demo- das Organizações e refere-se à ética da responsabilidade.
cracia participativa ou republicana, na medida em que se multipli-
cam os processos participativos oriundos de organizações da socie- Pluralismo e Elitismo: O pluralismo admite a existência de di-
dade civil, sejam elas públicas não estatais, de controle e advocacia versos grupos de poder e pressão e entende que as soluções podem
social, ou corporativas, como associações representativas de inte- ser diferentes para os mesmos problemas. O pluralismo beneficia as
resses e sindicatos. minorias organizadas.
Nesse sentido, os governos locais assumem assim um papel de O Elitismo compreende a tese de que apenas poucas pessoas
coordenação e de liderança, mobilizando atores governamentais detêm o poder, definem e controlam as políticas públicas com a
e não governamentais e procurando estabelecer um processo de finalidade de obter vantagens. É a denominada elite dominante, em
‘concertação’ de diversos interesses e de diferentes recursos em que os interesses da população são relegados a um segundo plano.
torno de objetivos comuns.
6 IGLESIAS, D.; e SOUZA, A. C. P. de; Governo Eletrônico, Transparência, Carona: Em políticas públicas, carona é aquele cidadão que se
Accountability e Participação: o que portais de governos estaduais no Brasil beneficia das políticas públicas sem ter concorrido para isso. Ex.:
mostram. 2005. políticas de preservação do meio ambiente, de controle da qualida-
7 AVRITZER, L. Sociedade Civil e Democratização. Belo Horizonte: Del Rey, de do ar, etc. Carona também é o cidadão que não paga os impostos
1994.
8 FARAH, M. F. S. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas no
nível local de governo. RAP- Revista de Administração Pública, 2001. 9 Idem
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que financiam a produção de bens/serviços pelo Estado e mesmo so de formulação, bem como as fases subsequentes de tomada de
assim utiliza esses bens/serviços produzidos. Ex.: serviços de saúde, decisão, implementação e avaliação das políticas públicas. Durante
de educação etc. essa fase, são realizadas reuniões, consultas públicas e audiências
O carona é irracional do ponto de vista da sociedade, mas racio- para analisar os cenários e considerar os aspectos jurídicos, admi-
nal sob a ótica do indivíduo/carona, visto que os cidadãos procuram nistrativos e financeiros relacionados à política pública. Essa etapa
obter os melhores benefícios com um mínimo de custo ou esforço. é crucial para o sucesso das fases subsequentes.
O carona também se aplica a entes estatais como Estados- 3) Processo Decisório: analisa quem será responsável por to-
-membros e Municípios. Ex.: Investir menos em programas sociais mar decisões e como isso será feito após o processo de formulação
para não atrair beneficiários de outros entes, ou, até mesmo, forçar de políticas públicas. Durante esta etapa, determina-se o curso de
cidadãos da comunidade a buscar atendimentos em outros Municí- ação a ser seguido.
pios e/ou Estados-membros. Existem alguns modelos que servem de base para a tomada de
decisão:
Empresário Político: São empresários/atores de origem diversa – Modelo de Racionalidade Absoluta: neste modelo, os atores
que têm disposição e recursos para investir em políticas públicas calculam os custos e benefícios de cada alternativa para encontrar
que lhes favoreçam ou gerem algum benefício. O empresário pode a melhor solução.
ser um político (eleito ou não), jornalistas, lobistas, servidores pú- – Modelo de Racionalidade Limitada: aqui, a decisão é base-
blicos, acadêmicos, etc. ada em opções satisfatórias, não necessariamente nas melhores.
– Modelo Incremental: este modelo considera mais o elemen-
DICA: O empresário político, em regra, não é um comercial/ to político do que o critério técnico. A melhor decisão é aquela que
industrial. garante o melhor acordo entre os envolvidos.
– Modelo de Fluxos Múltiplos: no modelo de fluxos múltiplos,
Equilíbrio Interrompido: utiliza-se esse termo para explicar as há uma convergência de problemas, soluções e situações favorá-
políticas públicas que são implementadas por longos períodos, mas veis.
que em determinado momento são interrompidas em face de insta- A tomada de decisão visa encontrar a melhor solução possível
bilidades que provocam mudanças nas políticas anteriores. com o mínimo uso de recursos disponíveis, com base em uma aná-
lise de custo-benefício.
Tipos de Demandas: considera três tipos de demandas: as de- 4) Implementação: uma vez que uma política é aprovada, ela
mandas novas resultam do surgimento de novos atores políticos ou entra na fase de implementação. Isso envolve a tradução das polí-
de novos problemas; as demandas recorrentes se referem a proble- ticas em ações concretas, alocação de recursos, definição de res-
mas não resolvidos ou mal resolvidos, que retornam com frequên- ponsabilidades e execução dos programas e serviços relacionados à
cia ao debate e à agenda governamental; e as demandas reprimidas política. Na fase de implementação, a política pública é efetivamen-
contemplam problemas já existentes que não foram considerados te colocada em prática, transformando as intenções políticas em
problemas, mas apenas um “estado de coisas”. ações concretas. Isso ocorre após a delimitação da política pública,
a tomada de decisão, a alocação de recursos e o desenho institu-
cional.
CICLOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS: AGENDA E FORMULA-
ÇÃO; PROCESSOS DE DECISÃO; IMPLEMENTAÇÃO, SEUS No entanto, esta fase pode enfrentar desafios, como:
PLANOS, PROJETOS E PROGRAMAS; MONITORAMENTO E – Desenho inadequado da política;
AVALIAÇÃO. – Caráter genérico da política;
– Envolvimento de várias organizações na implementação;
– Níveis de consenso em relação à opinião política.
Ciclo das Políticas Públicas Esses desafios podem impactar a eficácia da implementação da
Compreende cinco etapas: política pública.
1) Construção da Agenda: no início do ciclo, ocorre a identifi- 5) Avaliação: após a implementação da política pública, é ne-
cação e seleção de questões ou problemas que merecem atenção e cessário realizar uma avaliação para verificar se seus objetivos e
ação por parte do governo. Isso é influenciado por diversos atores metas estão sendo alcançados. Isso envolve verificar se a política
e fatores, como grupos de interesse, eventos atuais e necessidades está tendo um impacto positivo no público-alvo e se está cumprin-
da sociedade. A montagem da agenda de políticas públicas, con- do sua finalidade.
forme Wöhlke, começa com a identificação de um problema, sua A avaliação pode ocorrer tanto após a implementação da polí-
transformação em uma questão pública e sua inclusão nas priorida- tica, para corrigir possíveis problemas, quanto antes da implemen-
des do governo. Nesse processo, diversos atores sociais desempe- tação, para prevenir efeitos indesejados.
nham um papel crucial, incluindo atores formais, como os poderes Com base na avaliação, é possível tomar várias decisões, como:
legislativo e executivo, e atores informais, como sindicatos, ONGs e – Continuar a política pública sem alterações;
mídia, que influenciam a seleção dos temas públicos relevantes a – Fazer modificações em alguns aspectos da política;
serem transformados em políticas públicas. – Encerrar a política pública quando o problema foi resolvido
2) Formulação da Política: a fase de formulação de políticas ou quando a implementação se mostrou ineficaz.
públicas envolve o planejamento das ações que foram previamente
identificadas na agenda. Nesta etapa, é essencial realizar um diag-
nóstico do problema, a fim de elaborar alternativas viáveis. Estabe-
lecer objetivos claros é fundamental, pois eles orientarão o proces-
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS PÚBLICAS

É importante notar que, embora essas etapas sejam apresen- e outros atores relevantes. A participação ativa desses grupos asse-
tadas de forma sequencial, na prática, elas muitas vezes se sobre- gura que as políticas sejam inclusivas, representativas e sensíveis às
põem e interagem entre si. Além disso, o processo de políticas pú- necessidades de diferentes comunidades.
blicas envolve uma ampla gama de atores e interesses, tornando-o
complexo e sujeito a mudanças ao longo do tempo. Monitoramento e Responsabilidade
Para garantir a eficácia dessas políticas, é crucial ter mecanis-
As três principais causas que podem levar ao fim de uma Polí- mos de monitoramento e responsabilização. Isso pode ser realizado
tica Pública são: através de relatórios regulares, revisões independentes e a criação
a) Quando o problema público é resolvido; de órgãos de supervisão que possam avaliar o cumprimento dos
b) Quando a política pública se torna ineficaz para resolver o compromissos de direitos humanos e responsabilizar as autorida-
problema; des por falhas ou violações.
c) Quando o problema público, mesmo não resolvido, perde
sua importância na agenda política e no programa de governo. Desafios e Perspectivas Futuras
Apesar de sua importância, a institucionalização das políticas
de direitos humanos enfrenta desafios, incluindo resistências po-
INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS EM DIREITOS HU- líticas, limitações de recursos e a necessidade de harmonização
MANOS COMO POLÍTICAS DE ESTADO das práticas locais com padrões internacionais. A superação desses
desafios requer compromisso político, recursos adequados e uma
A institucionalização das políticas em direitos humanos como abordagem colaborativa entre diferentes setores da sociedade.
políticas de Estado representa um marco fundamental na promo- Em conclusão, a institucionalização das políticas em direitos
ção e proteção dos direitos fundamentais de todos os cidadãos. humanos como políticas de Estado é fundamental para a constru-
Este processo envolve a incorporação de princípios e normas de ção de sociedades justas e equitativas. Ela promove o respeito à
direitos humanos em todos os níveis de governança e em todas as dignidade humana, a proteção contra abusos e a promoção de uma
áreas da administração pública, assegurando que esses direitos se- cultura de respeito e valorização dos direitos humanos. Esta abor-
jam respeitados, protegidos e cumpridos pelo Estado. dagem não apenas fortalece o estado de direito e a democracia,
mas também contribui para a estabilidade social e o desenvolvi-
Fundamentos e Importância mento sustentável. Portanto, assegurar que os direitos humanos
Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres sejam uma prioridade nas políticas de Estado é um imperativo tanto
humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, ético quanto prático para governos comprometidos com o bem-es-
idioma, religião ou qualquer outra condição. A institucionalização tar de seus cidadãos e o progresso de sua nação.
desses direitos nas políticas de Estado visa garantir que as práticas
governamentais sejam consistentemente orientadas pelos padrões
internacionais de direitos humanos. Isso é essencial não apenas FEDERALISMO E DESCENTRALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚ-
para proteger os indivíduos contra abusos e violações, mas tam- BLICAS NO BRASIL: ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO
bém para promover o bem-estar e a dignidade de todas as pessoas. DOS SISTEMAS DE PROGRAMAS NACIONAIS

Políticas de Estado e Estruturas Institucionais


As políticas de Estado em direitos humanos requerem estru- O federalismo e a descentralização de políticas públicas no
turas institucionais sólidas. Isso inclui a criação de órgãos governa- Brasil representam aspectos fundamentais da organização política
mentais especializados, como comissões ou secretarias de direitos e administrativa do país. A estrutura federal brasileira é compos-
humanos, que são responsáveis por formular, implementar e mo- ta pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cada um com
nitorar políticas nesta área. Também é fundamental a existência de competências e responsabilidades específicas definidas pela Consti-
um quadro legal abrangente que alinhe a legislação nacional com as tuição de 1988. Essa estrutura visa equilibrar o poder entre diferen-
obrigações internacionais em matéria de direitos humanos. tes níveis de governo, ao mesmo tempo que promove a autonomia
regional e local.
Educação e Conscientização
A institucionalização efetiva também passa pela educação Federalismo Brasileiro
e conscientização. Isso significa integrar os direitos humanos nos O federalismo no Brasil é caracterizado pela distribuição de po-
currículos educacionais e promover campanhas de conscientização deres entre os diferentes níveis de governo. A União detém compe-
pública para informar os cidadãos sobre seus direitos e sobre como tências exclusivas em áreas como defesa nacional, política externa,
protegê-los. Uma população bem informada sobre seus direitos é e regulação do comércio internacional. Os Estados possuem compe-
mais capaz de reivindicá-los e defender-se contra abusos. tências residuais, ou seja, tudo aquilo que não é exclusivo da União
ou atribuído aos Municípios. Já os Municípios são responsáveis por
Participação Pública e Sociedade Civil questões de interesse local, como educação básica e serviços de
Outro aspecto chave é a participação pública e o envolvimento saúde de atenção primária.
da sociedade civil. Políticas eficazes de direitos humanos exigem um
diálogo aberto entre o governo e a sociedade, incluindo organiza- Descentralização de Políticas Públicas
ções não governamentais, grupos de defesa de direitos, acadêmicos A descentralização no Brasil foi intensificada com a Constitui-
ção de 1988, que ampliou as competências dos Estados e Municí-
pios, especialmente em áreas como saúde, educação e assistência
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POLÍTICAS PÚBLICAS

social. Essa mudança visou aproximar a administração dos serviços


públicos dos cidadãos, buscando maior eficiência e adequação às QUESTÕES
realidades locais. A descentralização é vista como um meio de pro-
mover a participação cidadã, aumentar a transparência e melhorar
a alocação de recursos.
1. (DETRAN-MT - Administrador – UFMT) Políticas Públicas con-
sistem em:
Organização e Funcionamento dos Sistemas de Programas
(A) Outputs resultantes da atividade política, em áreas como
Nacionais
emprego, educação, segurança e saúde.
No contexto desse federalismo descentralizado, os sistemas de
(B) Procedimentos formais e informais que expressam relações
programas nacionais são organizados de modo a assegurar a uni-
de poder na solução de conflitos.
formidade de diretrizes em todo o território nacional, ao mesmo
(C) Centros de competências instituídos para o desempenho de
tempo que permitem adaptações às especificidades locais e regio-
funções estatais, por meio de seus agentes.
nais. Por exemplo, no sistema de saúde, o Sistema Único de Saúde
(D) Procedimentos que permitem aos gestores públicos tornar
(SUS) estabelece diretrizes nacionais, mas permite que Estados e
públicas suas ações, garantindo-lhes transparência.
Municípios adaptem suas políticas e programas de acordo com as
necessidades locais.
2. (ANVISA - Técnico Administrativo – CETRO) A respeito das
A gestão desses programas envolve um constante processo de
Políticas Públicas, é correto afirmar que
negociação e coordenação entre os diferentes níveis de governo.
(A) geram bens públicos e privados.
Mecanismos como consórcios intermunicipais, conferências de po-
(B) são o resultado da atividade política.
líticas públicas e comissões intergestoras são exemplos de como
(C) não possuem aspecto coercitivo.
essa coordenação é realizada na prática. Esses mecanismos visam
(D) leis orgânicas municipais são políticas públicas.
promover a integração entre os diferentes níveis de governo e ga-
(E) Estados e Municípios priorizam a ocupação do que se con-
rantir a coerência e a efetividade das políticas públicas.
vencionou denominar a high politics.
Desafios e Perspectivas
3. (BANPARÁ - Assistente Social – EXATUS) Sobre conselhos de
Políticas Públicas, julgue as alternativas e assinale a INCORRETA:
Apesar dos benefícios potenciais, a descentralização enfrenta
(A) Os conselhos, nos moldes definidos pela Constituição Fe-
desafios significativos no Brasil. A variação na capacidade admi-
deral de 1988, são espaços públicos com força legal para atuar
nistrativa e financeira entre os Municípios e Estados pode levar a
nas políticas públicas, na definição de suas prioridades, de seus
desigualdades significativas na qualidade dos serviços públicos ofe-
conteúdos e recursos orçamentários, de segmentos sociais a
recidos. Além disso, a complexidade na coordenação entre os dife-
serem atendidos e na avaliação dos resultados.
rentes níveis de governo pode resultar em sobreposição de funções
(B) A composição plural e heterogênea, com representação da
e ineficiências.
sociedade civil e do governo em diferentes formatos, caracte-
Para enfrentar esses desafios, é necessário fortalecer mecanis-
riza os conselhos como instâncias de negociação de conflitos
mos de cooperação e coordenação, aprimorar a capacidade admi-
entre diferentes grupos e interesses, portanto, como campo de
nistrativa dos governos locais e regionais e garantir uma distribuição
disputas políticas, de conceitos e processos, de significados e
mais equitativa de recursos. Além disso, a avaliação contínua das
resultantes políticos.
políticas públicas e a promoção da transparência e da participação
(C) Os conselhos são canais importantes de participação cole-
cidadã são essenciais para assegurar a eficácia e a responsabilidade
tiva, que possibilitam a criação de uma nova cultura política e
na gestão pública.
novas relações políticas entre governos e cidadãos.
o federalismo e a descentralização de políticas públicas no Bra-
(D) Os conselhos representam o esvaziamento das responsa-
sil oferecem um quadro complexo, mas potencialmente eficaz, para
bilidades públicas do Estado, de qualificação das instâncias de
a gestão de serviços e programas em um país de dimensões conti-
representação coletivas, de fragmentação do espaço público,
nentais e de grande diversidade regional. Ao equilibrar a autono-
de despolitização da política e de processos que fragilizam a
mia dos governos locais com a coordenação e supervisão em nível
capacidade de a sociedade civil exercer pressão direta sobre os
federal, busca-se promover políticas públicas que sejam ao mesmo
rumos da ação estatal.
tempo uniformes em qualidade e adaptadas às necessidades locais.
(E) Em termos da tradição política brasileira, os conselhos de
A efetivação desse modelo, contudo, requer um compromisso con-
políticas públicas são arranjos institucionais inéditos, uma con-
tínuo com a melhoria da capacidade administrativa, a cooperação
quista da sociedade civil para imprimir níveis crescentes de de-
intergovernamental e a participação ativa da sociedade.
mocratização às políticas públicas e ao Estado, que em nosso
país têm forte trajetória de centralização e concentração de
poder.

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POLÍTICAS PÚBLICAS

4. (TJ-GO - Analista Judiciário – FGV) O conceito de política pú- 7. IBFC - 2020


blica e seus diversos significados seguem uma tradicional classifi- O ciclo de políticas públicas deve conter diversas etapas. Assi-
cação, que divide em ciclos essa atividade estatal e o seu processo. nale a alternativa que não compreenda uma das fases do ciclo de
A perspectiva “de cima para baixo” tem suas raízes no modelo de políticas públicas.
estágios, que devem ser claramente distintos. (A) Formulação da agenda
Um desses estágios é o da implementação da política pública, (B) Tomada de decisão
que pode ser definido como: (C) Implementação
(A) o processo de julgamentos deliberados sobre a validade de (D) Propaganda eleitoral
propostas para a ação pública;
(B) o processo de execução e efetuação, que pressupõe um ato 8. FGV - 2021
anterior e direcionado à consecução de objetivos; O conceito de política pública modificou-se ao longo das úl-
(C) a determinação do caminho definitivo para a solução do timas décadas. Atualmente considera-se que as políticas públicas
problema que a originou; têm uma natureza bastante complexa e controversa. O ciclo clássi-
(D) a discrepância entre o status quo e uma situação ideal pos- co de políticas públicas que englobava três etapas foi ampliado, no
sível; sentido de se compreender melhor seu processo.
(E) o conjunto de problemas ou temas que a comunidade políti- Considerando essa nova perspectiva, as fases e a respectiva or-
ca percebe como merecedor de intervenção pública. dem de desenvolvimento das políticas públicas são:
(A) agenda, formulação, estratégia, execução, implementação
5. (DPE-RJ - Técnico Superior Especializado – Administração – e monitoramento;
FGV) Os modelos de elaboração de Políticas Públicas que aspiram (B) formação da agenda, decisão de implementação, execução
à generalidade desconsideram o fato de que diferentes ambientes e monitoramento;
sociais, que configuram a situação em que é feita a escolha da polí- (C) agenda, elaboração, formulação, implementação, execução,
tica, aparentemente levam os tomadores de decisão a fazer opções acompanhamento e avaliação;
significativamente distintas. Deste modo, para que haja adequabili- (D) formulação, execução, implementação, acompanhamento
dade de um modelo teórico, deve-se levar em conta que: e avaliação;
(A) não existe diferença entre a busca de um modelo para os (E) agenda, formulação, execução, monitoramento e avaliação.
países desenvolvidos e os países em desenvolvimento.
(B) o analista deve vincular-se com rigidez a um modelo em 9. Qual é o principal objetivo da institucionalização das políti-
particular, não devendo, necessariamente, ter que observar os cas de direitos humanos como políticas de Estado?
aspectos do ambiente em estudo. (A) Assegurar que as práticas governamentais estejam orienta-
(C) nem sempre há necessidade de identificar e estruturar os das pelos padrões internacionais de direitos humanos.
aspectos da política a ser analisada. (B) Promover a supremacia do governo sobre as legislações in-
(D) esse modelo deve estar ligado às metas fixadas e como pro- ternacionais.
duto da participação das massas. (C) Limitar a participação da sociedade civil no processo legis-
(E) na elaboração de políticas, as percepções e os interesses lativo.
dos atores individuais estão presentes em todos os estágios. (D) Centralizar o poder legislativo em órgãos governamentais
especializados.
6. FGV - 2022
As políticas públicas resultam do processo decisório governa- 10. Por que a educação e a conscientização são essenciais na
mental. Nelas, são identificados problemas, prioridades, estratégias institucionalização das políticas de direitos humanos?
e atores que concorrem para sua execução. E sua avaliação permite (A) Para aumentar o controle do Estado sobre a população.
aprimorar, inovar e, até mesmo, mudar o rumo da ação governa- (B) Para informar os cidadãos sobre seus direitos e como pro-
mental. tegê-los.
O processo de formulação, implementação e avaliação das po- (C) Para reduzir a influência da sociedade civil e de organiza-
líticas públicas é complexo e dinâmico. No entanto, estudos trazem ções não governamentais.
a noção de ciclo de políticas públicas como um referencial para pen- (D) Para centralizar a formulação de políticas de direitos huma-
sar e pôr em prática as políticas públicas. Na perspectiva do ciclo, nos no governo.
cada etapa ressalta um aspecto desse processo, sem descartar pos-
sibilidades de interação entre cada uma delas. 11. Qual é o papel da sociedade civil na institucionalização das
Considerando o ciclo das políticas públicas, a teoria do equilí- políticas de direitos humanos como políticas de Estado?
brio pontuado, que ajuda a identificar momentos de estabilidade e (A) Reduzir a transparência e a prestação de contas do governo.
de mudanças incrementais no foco das políticas públicas, está me- (B) Assegurar que as políticas sejam inclusivas e representati-
lhor relacionada com a seguinte etapa do ciclo: vas das necessidades de diferentes comunidades.
(A) formulação de alternativas. (C) Centralizar as decisões de políticas de direitos humanos nas
(B) avaliação. mãos de grupos selecionados.
(C) tomada de decisão. (D) Promover uma agenda política específica, independente
(D) formação da agenda. dos direitos humanos.
(E) implementação.

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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS PÚBLICAS

12. Qual dos seguintes aspectos é um desafio significativo en- (D) implementação contribui para os esforços de efetivação da
frentado pela descentralização de políticas públicas no Brasil? ação governamental, mediante a verificação da pertinência,
(A) Uniformidade de diretrizes em todo o território nacional. viabilidade e eficácia potencial de um programa.
(B) Cooperação entre Estados e Municípios. (E) avaliação identifica o conjunto de assuntos e problemas
(C) Variação na capacidade administrativa e financeira entre que os gestores públicos e a comunidade política entendem
Municípios e Estados. como mais relevantes em um dado momento.
(D) Implementação de políticas de saúde em nível nacional.

13. No contexto do federalismo brasileiro, quais são as respon- GABARITO


sabilidades primárias dos Municípios?
(A) Defesa nacional e política externa.
(B) Regulação do comércio internacional.
1 A
(C) Educação básica e serviços de saúde de atenção primária.
(D) Gestão de políticas ambientais e recursos naturais. 2 B
3 D
14. Como os sistemas de programas nacionais são organizados
no federalismo descentralizado brasileiro? 4 B
(A) Através da centralização das decisões em um único nível 5 E
de governo.
(B) Mediante a eliminação total da autonomia dos governos 6 D
locais. 7 D
(C) Estabelecendo diretrizes nacionais, mas permitindo adapta-
8 C
ções às necessidades locais.
(D) Por meio da uniformidade estrita de implementação em to- 9 A
dos os estados e municípios. 10 B
15. FGV - 2023 - AL-MA - Técnico de Gestão Administrativa - Ci- 11 B
ências Sociais (Sociólogo) -O estudo das políticas públicas usa mo- 12 C
delos na forma de ciclos de etapas sucessivas, de modo a facilitar
sua análise e identificar uma possível intervenção, como no exem- 13 C
plo proposto a seguir. 14 C
15 A

ANOTAÇÕES

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Nesse modelo, a(s) etapa(s) ______________________________________________________
(A) identificação do problema e formação da Agenda corres-
pondem aos processos de reconhecimento de uma questão ______________________________________________________
social como problema público e de sua legitimação na pauta
pública, em determinado momento. ______________________________________________________
(B) formulação das alternativas consiste na escolha técnico-po-
______________________________________________________
lítica dos rumos a seguir, decidindo entre as alternativas formu-
ladas de ação efetiva ou não. ______________________________________________________
(C) tomada de decisão refere-se à capacidade de oferecer uma
solução consistente indicando os encaminhamentos e progra- ______________________________________________________
mas para o problema social diagnosticado.
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a solução para o seu concurso!
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO:
DEMOCRACIA E CIDADANIA

meio de iniciativas populares. A Constituição também estimulou a


ESTADO DE DIREITO E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: formação de associações civis, organizações não governamentais e
CONSOLIDAÇÃO DA DEMOCRACIA, REPRESENTAÇÃO PO- outros grupos de interesse, reconhecendo o papel vital que essas
LÍTICA E PARTICIPAÇÃO CIDADÃ entidades desempenham na articulação de interesses e na promo-
ção de mudanças sociais.

O Estado de Direito e a Constituição Federal de 1988 no Bra- Desafios e Avanços


sil estão intrinsecamente ligados à consolidação da democracia, à Apesar dos avanços significativos trazidos pela Constituição
representação política e à participação cidadã. A Constituição de Federal de 1988, a consolidação da democracia no Brasil continua
1988, frequentemente chamada de “Constituição Cidadã”, marca a enfrentar desafios. Questões como a corrupção, a desigualdade
um ponto de virada na história política brasileira, estabelecendo as social, e a efetiva implementação de políticas públicas permanecem
bases para um Estado democrático de direito e enfatizando os direi- como obstáculos significativos. No entanto, a Constituição forneceu
tos e garantias fundamentais. uma estrutura robusta para o enfrentamento desses desafios, es-
tabelecendo um sistema legal e institucional capaz de promover
Consolidação da Democracia reformas e garantir a justiça social.
A Constituição de 1988 foi promulgada após um longo período A Constituição Federal de 1988 foi um marco decisivo na his-
de regime militar autoritário, representando um forte movimento tória do Brasil, estabelecendo as fundações de um Estado de Di-
de redemocratização. Ela estabeleceu um sistema de governo de- reito democrático. Ela consolidou a democracia, reforçou a repre-
mocrático, baseado na separação de poderes - Executivo, Legisla- sentação política e ampliou a participação cidadã, tornando-se um
tivo e Judiciário - e no respeito aos direitos humanos e liberdades símbolo de uma nova era na política brasileira. Embora desafios
fundamentais. A Constituição também reforçou as instituições de- permaneçam, a Constituição de 1988 continua a ser um guia para
mocráticas, estabelecendo regras claras para eleições livres e justas, o desenvolvimento democrático e a justiça social no Brasil, ofere-
o funcionamento dos partidos políticos e a alternância de poder. cendo um caminho para um futuro mais inclusivo e representativo.
Esses elementos são essenciais para a consolidação da democracia, Através dela, os cidadãos têm não apenas direitos, mas também
pois garantem que o governo reflita a vontade do povo e que haja canais para participar ativamente na construção de uma sociedade
mecanismos para a accountability e a transparência. mais justa e igualitária. A experiência brasileira destaca a importân-
cia de uma constituição democrática não apenas como um docu-
Representação Política mento legal, mas como um compromisso vivo com os valores da
A representação política é um pilar central da democracia, e democracia, da justiça e da participação cidadã.
a Constituição Federal de 1988 abordou essa questão com grande
ênfase. Ela estabeleceu um sistema político representativo, no qual
os cidadãos elegem seus representantes para atuar em seu nome DIVISÃO E COORDENAÇÃO DE PODERES DA REPÚBLICA
nos níveis federal, estadual e municipal. A Constituição também
procurou garantir uma representação mais equitativa e plural, re-
conhecendo a diversidade da sociedade brasileira e incentivando a A divisão e coordenação de poderes da República são conceitos
participação de grupos historicamente marginalizados. Este aspecto fundamentais em qualquer democracia moderna, incluindo a Repú-
é crucial, pois a representação política efetiva é fundamental para blica Federativa do Brasil. Estes princípios estão arraigados na ideia
que todos os segmentos da sociedade tenham suas vozes ouvidas e de que para haver um governo eficiente e justo, é necessário dividir
seus interesses atendidos. Além disso, a representação política sob as funções estatais entre diferentes órgãos, garantindo, ao mesmo
a égide da Constituição de 1988 visa assegurar que os processos de tempo, a sua coordenação e equilíbrio.
tomada de decisão sejam responsivos e responsáveis, fortalecendo
assim os princípios democráticos. A Divisão de Poderes
O conceito de divisão de poderes foi popularizado por Montes-
Participação Cidadã quieu no século XVIII. Ele propôs que o poder do Estado deveria ser
A Constituição de 1988 também colocou um foco especial na dividido em três ramos independentes: o Legislativo, o Executivo e
participação cidadã como um meio de fortalecer a democracia. Ela o Judiciário. Essa divisão tem como objetivo evitar a concentração
reconheceu que a democracia vai além do simples ato de votar, en- de poder nas mãos de uma única entidade ou grupo, o que poderia
globando a participação ativa dos cidadãos na vida política e nas levar à tirania. Cada um desses poderes tem funções específicas e
decisões que afetam suas vidas. Isso se manifesta de várias formas, distintas:
incluindo a participação direta em plebiscitos e referendos, o enga-
jamento em audiências públicas e o direito de propor legislação por
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a solução para o seu concurso!
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA

• Poder Legislativo: É responsável pela elaboração e aprovação


das leis. No Brasil, este poder é bicameral, composto pela Câmara PRESIDENCIALISMO COMO SISTEMA DE GOVERNO: NO-
dos Deputados e pelo Senado Federal, que representam, respecti- ÇÕES GERAIS, CAPACIDADES GOVERNATIVAS E ESPECIFI-
vamente, o povo e os estados. CIDADES DO CASO BRASILEIRO
• Poder Executivo: Tem a função de executar as leis aprovadas
pelo Legislativo, além de administrar os assuntos do Estado e con-
duzir a política externa. No Brasil, é representado pelo Presidente O presidencialismo é um sistema de governo adotado por di-
da República, que é auxiliado por ministros de Estado. versos países, incluindo o Brasil, caracterizado pela eleição direta
• Poder Judiciário: Seu papel é interpretar as leis, garantindo do chefe de Estado e de governo, que é o presidente. Esse siste-
que sejam aplicadas de maneira justa e imparcial. No Brasil, o siste- ma difere significativamente do parlamentarismo, onde o chefe de
ma judiciário é complexo e inclui diversos tribunais, como o Supre- governo geralmente é diferente do chefe de Estado e é escolhido
mo Tribunal Federal (STF), que é a mais alta corte do país. pela maioria parlamentar. O presidencialismo possui especificida-
des e capacidades governativas que impactam diretamente a forma
Coordenação entre os Poderes como um país é administrado e suas políticas são implementadas.
Embora a divisão de poderes seja essencial, também é neces-
sário que haja uma coordenação entre eles para garantir o bom Noções Gerais do Presidencialismo
funcionamento do Estado. Essa coordenação é alcançada por meio No presidencialismo, o presidente é eleito diretamente pelo
de um sistema de “freios e contrapesos”, no qual cada poder tem povo, para um mandato fixo, e não pode ser destituído do cargo
a capacidade de limitar ou verificar os outros, prevenindo abusos e por uma votação parlamentar, a menos que seja por meio de um
garantindo um equilíbrio. processo de impeachment, que exige procedimentos legais e justifi-
Por exemplo, o Presidente da República pode vetar leis aprova- cativas sólidas. O presidente tem amplos poderes, incluindo a admi-
das pelo Congresso Nacional, mas o Congresso pode derrubar esse nistração do executivo, a condução da política externa, a nomeação
veto. Da mesma forma, o Judiciário pode declarar a inconstituciona- de ministros e altos funcionários do governo, e, em muitos casos, a
lidade de leis aprovadas pelo Legislativo ou atos do Executivo. Esse capacidade de vetar legislações aprovadas pelo legislativo.
sistema de checagens mútuas assegura que nenhum dos poderes
exceda suas prerrogativas constitucionais. Capacidades Governativas do Presidencialismo
O sistema presidencialista permite uma clara separação entre
Desafios na Coordenação de Poderes o Executivo e o Legislativo. Isso pode gerar uma estabilidade gover-
• A coordenação entre os poderes, embora ideal namental, pois o presidente, uma vez eleito, possui um mandato
mente projetada para garantir a harmonia e o equilíbrio, pode fixo. Por outro lado, essa separação pode levar a impasses políticos,
enfrentar desafios. Conflitos entre os poderes podem surgir, espe- especialmente se o presidente não possui apoio da maioria no le-
cialmente quando há interpretações divergentes da Constituição ou gislativo. O sistema presidencialista também é caracterizado pela
dos limites de autoridade de cada poder. Além disso, o sistema po- centralização do poder executivo, o que pode agilizar a tomada de
lítico pode ser desafiado por crises que exigem respostas rápidas e decisões e a implementação de políticas. No entanto, isso também
eficientes, colocando em teste a capacidade de coordenação entre coloca uma grande responsabilidade nas mãos de um único indiví-
os poderes. duo, o que pode ser um desafio em termos de checks and balances
democráticos.
• Importância da Interação e Respeito Mútuo
Para o bom funcionamento da República, é essencial que haja Especificidades do Caso Brasileiro
uma interação respeitosa entre os poderes. Embora independen- No Brasil, o presidencialismo foi adotado desde a proclamação
tes, eles devem trabalhar juntos para o benefício do país e de seus da república em 1889, com algumas interrupções durante períodos
cidadãos. O respeito mútuo e a colaboração são fundamentais para de regime militar. A Constituição Federal de 1988 reforçou o siste-
a resolução de conflitos e para a promoção do bem-estar social e do ma presidencialista, estabelecendo um equilíbrio de poderes entre
desenvolvimento. o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Uma característica marcan-
te do presidencialismo brasileiro é o sistema de coalizão, no qual o
A Constituição como Base da Divisão e Coordenação de Po- presidente muitas vezes precisa formar alianças com vários partidos
deres para garantir apoio legislativo. Isso é em parte devido ao grande
número de partidos políticos e à fragmentação do Congresso.
A Constituição do Brasil estabelece as bases para a divisão e
coordenação de poderes. Ela define não apenas as funções de cada Desafios do Presidencialismo Brasileiro
poder, mas também os limites de sua atuação. A Constituição é, Um dos principais desafios do presidencialismo no Brasil é a go-
portanto, o documento fundamental que assegura a manutenção vernabilidade. A necessidade de formar coalizões amplas e muitas
do equilíbrio entre os poderes e o respeito às suas funções e com- vezes heterogêneas pode levar a um alto custo político e à lentidão
petências. na implementação de políticas. Além disso, o sistema tem sido cri-
ticado por possibilitar um certo grau de “presidencialismo de coa-
lizão”, onde o presidente tem que negociar extensivamente com o
Congresso, muitas vezes concedendo cargos e favores políticos em
troca de apoio.

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Vantagens do Sistema Brasileiro frequentemente estabelecidos para investigar os abusos e promo-


Apesar dos desafios, o sistema presidencialista no Brasil tam- ver a justiça. Estes processos buscam equilibrar a necessidade de
bém tem suas vantagens. Ele permite uma representação direta da justiça com a promoção da reconciliação nacional.
vontade popular na escolha do líder executivo e oferece uma cer- Além da justiça legal, a reparação também pode incluir com-
ta estabilidade governamental, uma vez que o presidente tem um pensações financeiras, assistência médica e psicológica, e esforços
mandato fixo. Além disso, em situações de crise, o sistema pode para restaurar a dignidade das vítimas. A reabilitação das vítimas e a
permitir uma resposta rápida e coordenada, dada a centralização reconstrução de suas vidas são componentes essenciais para a cura
do poder executivo. das feridas deixadas pela violência e pela opressão.
o presidencialismo como sistema de governo apresenta tanto
desafios quanto oportunidades para a governança. No caso brasilei- Violência de Estado e Seus Legados
ro, essas particularidades são evidenciadas pela interação complexa A violência de Estado durante regimes autoritários deixa lega-
entre o presidente e um Congresso multipartidário. Enquanto o sis- dos duradouros que podem persistir mesmo após a transição para
tema permite uma representação direta e pode facilitar a estabili- a democracia. Estes legados incluem desconfiança nas instituições,
dade e a tomada de decisões rápidas, ele também exige habilidade trauma coletivo e divisões sociais profundas. Lidar com esses lega-
política significativa para a formação de coalizões e a condução de dos é um processo complexo que requer esforços contínuos de edu-
políticas efetivas. A experiência brasileira com o presidencialismo cação, diálogo e reformas institucionais para reconstruir a confiança
ilustra a importância do equilíbrio entre estabilidade e responsa- no Estado e em suas instituições.
bilidade democrática, bem como os desafios de governar em um
ambiente político diversificado e frequentemente fragmentado. Educação e Prevenção
A educação desempenha um papel vital na efetivação dos di-
reitos humanos e na prevenção de futuras violações. Isso envolve
EFETIVAÇÃO E REPARAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS: ME- educar as novas gerações sobre o passado, ensinando sobre os di-
MÓRIA, AUTORITARISMO E VIOLÊNCIA DE ESTADO reitos humanos e fomentando uma cultura de respeito e tolerância.
A inclusão da história do autoritarismo e das violações de direitos
humanos nos currículos escolares é crucial para garantir que as li-
A efetivação e reparação de direitos humanos são temas cen- ções do passado não sejam esquecidas.
trais no contexto de sociedades que vivenciaram períodos de au- A efetivação e reparação dos direitos humanos em contextos
toritarismo e violência de Estado. Essas questões abrangem não pós-autoritários são processos desafiadores, mas essenciais. Eles
apenas a necessidade de reconhecer e responder aos abusos come- requerem um compromisso contínuo com a verdade, a justiça e a
tidos, mas também a importância da memória para a construção de reparação. O papel da memória é fundamental, não apenas como
um futuro mais justo e democrático. um meio de honrar as vítimas, mas também como uma ferramen-
ta para construir uma sociedade mais justa e resiliente. Lidar com
Memória e Direitos Humanos o legado da violência e do autoritarismo é um passo crucial para
A memória desempenha um papel crucial na efetivação dos assegurar a dignidade de todos e para a construção de um futuro
direitos humanos, especialmente em contextos pós-autoritários. A democrático e respeitoso dos direitos humanos.
recordação de abusos e injustiças do passado não é apenas uma
forma de honrar as vítimas, mas também um meio de conscien-
tizar a sociedade sobre os perigos do autoritarismo. O processo PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS PNDH-3
de lembrar e reconhecer os erros históricos é fundamental para a (DECRETO Nº 7.037/2009)
construção de uma cultura de respeito aos direitos humanos e para
prevenir a repetição de tais abusos. Isso pode envolver a criação de
museus, memoriais, dias de lembrança, e a inclusão dessa história Política nacional é o instrumento que estabelece o patamar e
nos currículos educacionais. orienta as ações governamentais futuras, buscando o aperfeiçoa-
mento de alguma das esferas consideradas essenciais para a socie-
Autoritarismo e Violação de Direitos Humanos dade. No caso, o Brasil adota como uma de suas políticas nacionais
Regimes autoritários frequentemente perpetraram violações os direitos humanos, sendo que a aborda em detalhes em Progra-
graves de direitos humanos, incluindo tortura, desaparecimentos mas Nacionais de Direitos Humanos, reelaborados periodicamente
forçados, execuções extrajudiciais e supressão de liberdades civis. de acordo com as novas necessidades sociais.
Essas violações, muitas vezes cometidas em nome da segurança na- “A política nacional de direitos humanos do Estado brasileiro,
cional ou da estabilidade do Estado, deixaram cicatrizes profundas desenvolvida desde o retorno ao governo civil em 1985, e de forma
nas vítimas, suas famílias e na sociedade como um todo. A transição mais definida, desde 1995, pelo governo do Presidente Fernando
para um regime democrático requer não apenas o reconhecimento Henrique Cardoso, reflete e aprofunda uma concepção de direitos
dessas injustiças, mas também ações efetivas para reparar os danos humanos partilhada por organizações de direitos humanos desde a
causados. resistência ao regime autoritário nos anos 1970. Pela primeira vez,
entretanto, na história republicana, quase meio- século depois da
Reparação e Justiça Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, os direitos hu-
A reparação dos direitos humanos envolve várias medidas, in- manos passaram a ser assumidos como política oficial do governo,
cluindo a responsabilização dos perpetradores, compensações para num contexto social e político deste fim de século extremamente
as vítimas e garantias de não repetição. Processos de justiça de adverso para a maioria das não-elites na população brasileira. [...]
transição, como tribunais especiais ou comissões da verdade, são
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Em meados dos anos oitenta, já começava a ficar claro que o c) Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informa-
desenvolvimento econômico e social e a transição para democra- ções em Direitos Humanos e construção de mecanismos de avalia-
cia, ainda que necessários, não eram suficientes para conter o au- ção e monitoramento de sua efetivação;
mento da criminalidade e da violência no Brasil. Ficava patente que II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos:
esse fenômeno constituía um grande obstáculo e uma ameaça aos a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento sus-
processos de desenvolvimento e de consolidação da democracia. tentável, com inclusão social e econômica, ambientalmente equi-
A questão era saber se esta tendência de banalização da crimina- librado e tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente
lidade, da violência e da morte poderia ser controlada e revertida diverso, participativo e não discriminatório;
ou se ela acabaria por consumir os recursos humanos da sociedade b) Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito cen-
brasileira a ponto de inviabilizar os processos de desenvolvimento e tral do processo de desenvolvimento; e
de consolidação da democracia no país. [...] c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como
Com o objetivo de limitar, controlar e reverter as graves vio- Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras como sujeitos de
lações de direitos humanos e implementando uma recomendação direitos;
da Conferência Mundial de Direitos Humanos realizada em Viena III - Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto
em 1993 - na qual o Brasil teve papel muito atuante, pois foi o em- de desigualdades:
baixador Gilberto Sabóia quem coordenou o comitê de redação da a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma univer-
Declaração e Programa de Viena ¾ o governo Fernando Henrique sal, indivisível e interdependente, assegurando a cidadania plena;
Cardoso decidiu integrar como política de governo a promoção e b) Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes
realização dos direitos humanos propondo um plano de ação para para o seu desenvolvimento integral, de forma não discriminatória,
direitos humanos. Em 7 de setembro de 1995, o Presidente anun- assegurando seu direito de opinião e participação;
ciava: ‘Chegou a hora de mostrarmos, na prática, num plano nacio- c) Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais; e
nal, como vamos lutar para acabar com a impunidade, como vamos d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade;
lutar para realmente fazer com que os direitos humanos sejam res- IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e
peitados’. Combate à Violência:
Ao assumir esse compromisso, o governo brasileiro reconhece a) Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de
a obrigação do estado de proteger e promover os direitos humanos segurança pública;
e os princípios da universalidade e da indivisibilidade dos direitos b) Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema
humanos. [...]”.1 de segurança pública e justiça criminal;
O principal mecanismo utilizado para exteriorizar e planejar a c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e pro-
Política Nacional de Direitos humanos é o Programa Nacional de fissionalização da investigação de atos criminosos;
Direitos Humanos. d) Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na
erradicação da tortura e na redução da letalidade policial e carce-
DECRETO Nº 7.037, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009. rária;
e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de
Aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH-3 e proteção das pessoas ameaçadas;
dá outras providências. f) Diretriz 16: Modernização da política de execução penal,
priorizando a aplicação de penas e medidas alternativas à privação
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe de liberdade e melhoria do sistema penitenciário; e
confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição, g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível,
DECRETA: ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a defesa de direi-
Art. 1º Fica aprovado o Programa Nacional de Direitos Huma- tos;
nos - PNDH-3, em consonância com as diretrizes, objetivos estra- V - Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos Huma-
tégicos e ações programáticas estabelecidos, na forma do Anexo nos:
deste Decreto. a) Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da po-
Art. 2º O PNDH-3 será implementado de acordo com os seguin- lítica nacional de educação em Direitos Humanos para fortalecer
tes eixos orientadores e suas respectivas diretrizes: uma cultura de direitos;
I - Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e so- b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e
ciedade civil: dos Direitos Humanos nos sistemas de educação básica, nas insti-
a) Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade tuições de ensino superior e nas instituições formadoras;
civil como instrumento de fortalecimento da democracia participa- c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como
tiva; espaço de defesa e promoção dos Direitos Humanos;
b) Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como ins- d) Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos no
trumento transversal das políticas públicas e de interação demo- serviço público; e
crática; e e) Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática
e ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Di-
reitos Humanos; e
1 PINHEIRO, Paúlo Sérgio; MESQUITA NETO, Paulo de. Direitos huma- VI - Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade:
nos no Brasil: perspectivas no final do século. Disponível em: <http:// a) Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como
www.dhnet.org.br/direitos/militantes/pspinheiro/pspinheirodhbrasil. Direito Humano da cidadania e dever do Estado;
html>.
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b) Diretriz 24: Preservação da memória histórica e construção período. Paralelamente, surgiram iniciativas populares nos bairros
pública da verdade; e reivindicando direitos básicos como saúde, transporte, moradia e
c) Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada com pro- controle do custo de vida. Em um primeiro momento, eram inicia-
moção do direito à memória e à verdade, fortalecendo a democra- tivas atomizadas, buscando conquistas parciais, mas que ao longo
cia. dos anos foram se caracterizando como movimentos sociais orga-
Parágrafo único. A implementação do PNDH-3, além dos res- nizados.
ponsáveis nele indicados, envolve parcerias com outros órgãos fe- Com o avanço da democratização do País, os movimentos so-
derais relacionados com os temas tratados nos eixos orientadores ciais multiplicaram-se. Alguns deles institucionalizaram-se e passa-
e suas diretrizes. ram a ter expressão política. Os movimentos populares e sindicatos
Art. 3º As metas, prazos e recursos necessários para a imple- foram, no caso brasileiro, os principais promotores da mudança e
mentação do PNDH-3 serão definidos e aprovados em Planos de da ruptura política em diversas épocas e contextos históricos. Com
Ação de Direitos Humanos bianuais. efeito, durante a etapa de elaboração da Constituição Cidadã de
Art. 4º (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) 1988, esses segmentos atuaram de forma especialmente articula-
II - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) da, afirmando-se como um dos pilares da democracia e influencian-
III - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) do diretamente os rumos do País.
IV - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) Nos anos que se seguiram, os movimentos passaram a se con-
V - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) solidar por meio de redes com abrangência regional ou nacional,
§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) firmando-se como sujeitos na formulação e monitoramento das
I - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) políticas públicas. Nos anos 1990, desempenharam papel funda-
II - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) mental na resistência a todas as orientações do neoliberalismo de
III - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) flexibilização dos direitos sociais, privatizações, dogmatismo do
IV - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) mercado e enfraquecimento do Estado. Nesse mesmo período,
V - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) multiplicaram-se pelo País experiências de gestão estadual e muni-
VI - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) cipal em que lideranças desses movimentos, em larga escala, passa-
VII - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) ram a desempenhar funções de gestores públicos.
VIII - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) Com as eleições de 2002, alguns dos setores mais organizados
IX - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) da sociedade trouxeram reivindicações históricas acumuladas, pas-
X - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) sando a influenciar diretamente a atuação do governo e vivendo de
XI - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) perto suas contradições internas.
XII - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) Nesse novo cenário, o diálogo entre Estado e sociedade civil
XIII - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) assumiu especial relevo, com a compreensão e a preservação do
XIV - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) distinto papel de cada um dos segmentos no processo de gestão. A
XV - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) interação é desenhada por acordos e dissensos, debates de idéias
XVI - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) e pela deliberação em torno de propostas. Esses requisitos são im-
XVII - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) prescindíveis ao pleno exercício da democracia, cabendo à socieda-
XVIII - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) de civil exigir, pressionar, cobrar, criticar, propor e fiscalizar as ações
XIX - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) do Estado.
XX - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) Essa concepção de interação democrática construída entre os
XXI - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) diversos órgãos do Estado e a sociedade civil trouxe consigo resul-
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) tados práticos em termos de políticas públicas e avanços na inter-
§ 3º (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) locução de setores do poder público com toda a diversidade social,
§ 4º (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência) cultural, étnica e regional que caracteriza os movimentos sociais em
Art. 5º Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os órgãos nosso País. Avançou-se fundamentalmente na compreensão de que
do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Ministério Público, os Direitos Humanos constituem condição para a prevalência da
serão convidados a aderir ao PNDH-3. dignidade humana, e que devem ser promovidos e protegidos por
Art. 6º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. meio do esforço conjunto do Estado e da sociedade civil.
Art. 7º Fica revogado o Decreto nº 4.229, de 13 de maio de Uma das finalidades do PNDH-3 é dar continuidade à integra-
2002. ção e ao aprimoramento dos mecanismos de participação existen-
Brasília, 21 de dezembro de 2009; 188º da Independência e tes, bem como criar novos meios de construção e monitoramento
121º da República. das políticas públicas sobre Direitos Humanos no Brasil.
No âmbito institucional o PNDH-3, amplia as conquistas na área
ANEXO dos direitos e garantias fundamentais, pois internaliza a diretriz se-
gundo a qual a primazia dos Direitos Humanos constitui princípio
Eixo Orientador I: transversal a ser considerado em todas as políticas públicas.
As diretrizes deste capítulo discorrem sobre a importância de
• Interação democrática entre Estado e sociedade civil fortalecer a garantia e os instrumentos de participação social, o ca-
A partir da metade dos anos 1970, começam a ressurgir no Bra- ráter transversal dos Direitos Humanos e a construção de mecanis-
sil iniciativas de rearticulação dos movimentos sociais, a despeito mos de avaliação e monitoramento de sua efetivação. Isso inclui a
da repressão política e da ausência de canais democráticos de par- construção de sistema de indicadores de Direitos Humanos e a arti-
ticipação. Fortes protestos e a luta pela democracia marcaram esse culação das políticas e instrumentos de monitoramento existentes.
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O Poder Executivo tem papel protagonista na coordenação e Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
implementação do PNDH-3, mas faz-se necessária a definição de Presidência da República, Secretaria-Geral da Presidência da Repú-
responsabilidades compartilhadas entre a União, Estados, Municí- blica
pios e do Distrito Federal na execução de políticas públicas, tanto d)Criar base de dados dos conselhos nacionais, estaduais, dis-
quanto a criação de espaços de participação e controle social nos trital e municipais, garantindo seu acesso ao público em geral.
Poderes Judiciário e Legislativo, no Ministério Público e nas Defen- Responsáveis: Secretaria-Geral da Presidência da República;
sorias, em ambiente de respeito, proteção e efetivação dos Direitos Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Repú-
Humanos. O conjunto dos órgãos do Estado – não apenas no âm- blica
bito do Executivo Federal – deve estar comprometido com a imple- e)Apoiar fóruns, redes e ações da sociedade civil que fazem
mentação e monitoramento do PNDH-3. acompanhamento, controle social e monitoramento das políticas
Aperfeiçoar a interlocução entre Estado e sociedade civil de- públicas de Direitos Humanos.
pende da implementação de medidas que garantam à sociedade Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
maior participação no acompanhamento e monitoramento das po- Presidência da República; Secretaria-Geral da Presidência da Repú-
líticas públicas em Direitos Humanos, num diálogo plural e trans- blica
versal entre os vários atores sociais e deles com o Estado. Ampliar o f)Estimular o debate sobre a regulamentação e efetividade dos
controle externo dos órgãos públicos por meio de ouvidorias, moni- instrumentos de participação social e consulta popular, tais como
torar os compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasi- lei de iniciativa popular, referendo, veto popular e plebiscito.
leiro, realizar conferências periódicas sobre a temática, fortalecer e Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
apoiar a criação de conselhos nacional, distrital, estaduais e muni- Presidência da República; Secretaria-Geral da Presidência da Repú-
cipais de Direitos Humanos, garantindo-lhes eficiência, autonomia blica
e independência são algumas das formas de assegurar o aperfeiço- g)Assegurar a realização periódica de conferências de Direitos
amento das políticas públicas por meio de diálogo, de mecanismos Humanos, fortalecendo a interação entre a sociedade civil e o po-
de controle e das ações contínuas da sociedade civil. Fortalecer as der público.
informações em Direitos Humanos com produção e seleção de in- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
dicadores para mensurar demandas, monitorar, avaliar, reformular sidência da República
e propor ações efetivas, garante e consolida o controle social e a
transparência das ações governamentais. Objetivo estratégico II:
A adoção de tais medidas fortalecerá a democracia participati- Ampliação do controle externo dos órgãos públicos.
va, na qual o Estado atua como instância republicana da promoção Ações programáticas:
e defesa dos Direitos Humanos e a sociedade civil como agente ati- a)Ampliar a divulgação dos serviços públicos voltados para a
vo – propositivo e reativo – de sua implementação. efetivação dos Direitos Humanos, em especial nos canais de trans-
Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade civil parência.
como instrumento de fortalecimento da democracia participativa. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
Objetivo estratégico I: b)Propor a instituição da Ouvidoria Nacional dos Direitos Hu-
Garantia da participação e do controle social das políticas pú- manos, em substituição à Ouvidoria-Geral da Cidadania, com in-
blicas em Direitos Humanos, em diálogo plural e transversal entre dependência e autonomia política, com mandato e indicação pelo
os vários atores sociais. Conselho Nacional dos Direitos Humanos, assegurando recursos
Ações programáticas: humanos, materiais e financeiros para seu pleno funcionamento.
a)Apoiar, junto ao Poder Legislativo, a instituição do Conselho Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
Nacional dos Direitos Humanos, dotado de recursos humanos, ma- sidência da República
teriais e orçamentários para o seu pleno funcionamento, e efetuar c)Fortalecer a estrutura da Ouvidoria Agrária Nacional.
seu credenciamento junto ao Escritório do Alto Comissariado das Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário
Nações Unidas para os Direitos Humanos como “Instituição Nacio-
nal Brasileira”, como primeiro passo rumo à adoção plena dos “Prin- Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instru-
cípios de Paris”. mento transversal das políticas públicas e de interação democrá-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da tica.
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores Objetivo estratégico I:
b)Fomentar a criação e o fortalecimento dos conselhos de Promoção dos Direitos Humanos como princípios orientadores
Direitos Humanos em todos os Estados e Municípios e no Distrito das políticas públicas e das relações internacionais.
Federal, bem como a criação de programas estaduais de Direitos Ações programáticas:
Humanos. a)Considerar as diretrizes e objetivos estratégicos do PNDH-3
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- nos instrumentos de planejamento do Estado, em especial no Plano
sidência da República Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária
c)Criar mecanismos que permitam ação coordenada entre os Anual.
diversos conselhos de direitos, nas três esferas da Federação, visan- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
do a criação de agenda comum para a implementação de políticas Presidência da República; Secretaria-Geral da Presidência da Repú-
públicas de Direitos Humanos. blica; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

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DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA

b)Propor e articular o reconhecimento do status constitucional c)Articular a criação de base de dados com temas relacionados
de instrumentos internacionais de Direitos Humanos novos ou já aos Direitos Humanos.
existentes ainda não ratificados. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da sidência da República
Presidência da República; Ministério da Justiça; Secretaria de Rela- d)Utilizar indicadores em Direitos Humanos para mensurar de-
ções Institucionais da Presidência da República mandas, monitorar, avaliar, reformular e propor ações efetivas.
c)Construir e aprofundar agenda de cooperação multilateral Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
em Direitos Humanos que contemple prioritariamente o Haiti, os Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as
países lusófonos do continente africano e o Timor-Leste. Mulheres da Presidência da República; Secretaria Especial de Políti-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da cas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República;
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores Ministério da Saúde; Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
d)Aprofundar a agenda Sul-Sul de cooperação bilateral em Di- bate à Fome; Ministério da Justiça; Ministério das Cidades; Minis-
reitos Humanos que contemple prioritariamente os países lusófo- tério do Meio Ambiente; Ministério da Cultura; Ministério do Turis-
nos do continente africano, o Timor-Leste, Caribe e a América La- mo; Ministério do Esporte; Ministério do Desenvolvimento Agrário
tina. e)Propor estudos visando a criação de linha de financiamento
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da para a implementação de institutos de pesquisa e produção de es-
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores tatísticas em Direitos Humanos nos Estados.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
Objetivo estratégico II: sidência da República
Fortalecimento dos instrumentos de interação democrática
para a promoção dos Direitos Humanos. Objetivo estratégico II:
Ações programáticas: Monitoramento dos compromissos internacionais assumidos
a)Criar o Observatório Nacional dos Direitos Humanos para pelo Estado brasileiro em matéria de Direitos Humanos.
subsidiar, com dados e informações, o trabalho de monitoramento Ações programáticas:
das políticas públicas e de gestão governamental e sistematizar a a)Elaborar relatório anual sobre a situação dos Direitos Huma-
documentação e legislação, nacionais e internacionais, sobre Direi- nos no Brasil, em diálogo participativo com a sociedade civil.
tos Humanos. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
sidência da República b)Elaborar relatórios periódicos para os órgãos de tratados da
b)Estimular e reconhecer pessoas e entidades com destaque na ONU, no prazo por eles estabelecidos, com base em fluxo de infor-
luta pelos Direitos Humanos na sociedade brasileira e internacional, mações com órgãos do governo federal e com unidades da Fede-
com a concessão de premiação, bolsas e outros incentivos, na for- ração.
ma da legislação aplicável. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores c)Elaborar relatório de acompanhamento das relações entre o
c)Criar selo nacional “Direitos Humanos”, a ser concedido às Brasil e o sistema ONU que contenha, entre outras, as seguintes
entidades públicas e privadas que comprovem atuação destacada informações:
na defesa e promoção dos direitos fundamentais. • Recomendações advindas de relatores especiais do Conselho
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da de Direitos Humanos da ONU;
Presidência da República; Ministério da Justiça • Recomendações advindas dos comitês de tratados do Meca-
nismo de Revisão Periódica;
Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informação Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
em Direitos Humanos e construção de mecanismos de avaliação e Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
monitoramento de sua efetivação. d)Definir e institucionalizar fluxo de informações, com respon-
Objetivo estratégico I: sáveis em cada órgão do governo federal e unidades da Federação,
Desenvolvimento de mecanismos de controle social das políti- referentes aos relatórios internacionais de Direitos Humanos e às
cas públicas de Direitos Humanos, garantindo o monitoramento e a recomendações dos relatores especiais do Conselho de Direitos Hu-
transparência das ações governamentais. manos da ONU e dos comitês de tratados.
Ações programáticas: Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
a)Instituir e manter sistema nacional de indicadores em Direi- Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
tos Humanos, de forma articulada com os órgãos públicos e a so- e)Definir e institucionalizar fluxo de informações, com respon-
ciedade civil. sáveis em cada órgão do governo federal, referentes aos relatórios
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e às decisões da
sidência da República Corte Interamericana de Direitos Humanos.
b)Integrar os sistemas nacionais de informações para elabora- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
ção de quadro geral sobre a implementação de políticas públicas e Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
violações aos Direitos Humanos. f)Criar banco de dados público sobre todas as recomendações
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- dos sistemas ONU e OEA feitas ao Brasil, contendo as medidas ado-
sidência da República tadas pelos diversos órgãos públicos para seu cumprimento.

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DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA

Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da que os países vêm explorando os recursos naturais e direcionan-
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores do o progresso civilizatório, está na agenda do dia. Esta discussão
coloca em questão os investimentos em infraestrutura e modelos
Eixo Orientador II: de desenvolvimento econômico na área rural, baseados, em grande
Desenvolvimento e Direitos Humanos parte, no agronegócio, sem a preocupação com a potencial violação
O tema “desenvolvimento” tem sido amplamente debatido por dos direitos de pequenos e médios agricultores e das populações
ser um conceito complexo e multidisciplinar. Não existe modelo tradicionais.
único e preestabelecido de desenvolvimento, porém, pressupõe- O desenvolvimento pode ser garantido se as pessoas forem
-se que ele deva garantir a livre determinação dos povos, o reco- protagonistas do processo, pressupondo a garantia de acesso de
nhecimento de soberania sobre seus recursos e riquezas naturais, todos os indivíduos aos direitos econômicos, sociais, culturais e am-
respeito pleno à sua identidade cultural e a busca de equidade na bientais, e incorporando a preocupação com a preservação e a sus-
distribuição das riquezas. tentabilidade como eixos estruturantes de proposta renovada de
Durante muitos anos, o crescimento econômico, medido pela progresso. Esses direitos têm como foco a distribuição da riqueza,
variação anual do Produto Interno Bruto (PIB), foi usado como indi- dos bens e serviços.
cador relevante para medir o avanço de um país. Acreditava-se que, Todo esse debate traz desafios para a conceituação sobre os
uma vez garantido o aumento de bens e serviços, sua distribuição Direitos Humanos no sentido de incorporar o desenvolvimento
ocorreria de forma a satisfazer as necessidades de todas as pesso- como exigência fundamental. A perspectiva dos Direitos Humanos
as. Constatou-se, porém, que, embora importante, o crescimento contribui para redimensionar o desenvolvimento. Motiva a passar
do PIB não é suficiente para causar, automaticamente, melhoria do da consideração de problemas individuais a questões de interesse
bem estar para todas as camadas sociais. Por isso, o conceito de comum, de bem-estar coletivo, o que alude novamente o Estado e
desenvolvimento foi adotado por ser mais abrangente e refletir, de o chama à corresponsabilidade social e à solidariedade.
fato, melhorias nas condições de vida dos indivíduos. Ressaltamos que a noção de desenvolvimento está sendo ama-
A teoria predominante de desenvolvimento econômico o defi- durecida como parte de um debate em curso na sociedade e no go-
ne como um processo que faz aumentar as possibilidades de acesso verno, incorporando a relação entre os direitos econômicos, sociais,
das pessoas a bens e serviços, propiciadas pela expansão da capa- culturais e ambientais, buscando a garantia do acesso ao trabalho,
cidade e do âmbito das atividades econômicas. O desenvolvimento à saúde, à educação, à alimentação, à vida cultural, à moradia ade-
seria a medida qualitativa do progresso da economia de um país, quada, à previdência, à assistência social e a um meio ambiente sus-
refletindo transições de estágios mais baixos para estágios mais al- tentável. A inclusão do tema Desenvolvimento e Direitos Humanos
tos, por meio da adoção de novas tecnologias que permitem e fa- na 11a Conferência Nacional reforçou as estratégias governamen-
vorecem essa transição. Cresce nos últimos anos a assimilação das tais em sua proposta de desenvolvimento.
idéias desenvolvidas por Amartya Sem, que abordam o desenvol- Assim, este capítulo do PNDH-3 propõe instrumentos de avan-
vimento como liberdade e seus resultados centrados no bem estar ço e reforça propostas para políticas públicas de redução das desi-
social e, por conseguinte, nos direitos do ser humano. gualdades sociais concretizadas por meio de ações de transferência
São essenciais para o desenvolvimento as liberdades e os direi- de renda, incentivo à economia solidária e ao cooperativismo, à ex-
tos básicos como alimentação, saúde e educação. As privações das pansão da reforma agrária, ao fomento da aquicultura, da pesca e
liberdades não são apenas resultantes da escassez de recursos, mas do extrativismo e da promoção do turismo sustentável.
sim das desigualdades inerentes aos mecanismos de distribuição, O PNDH-3 inova ao incorporar o meio ambiente saudável e as
da ausência de serviços públicos e de assistência do Estado para a cidades sustentáveis como Direitos Humanos, propõe a inclusão do
expansão das escolhas individuais. Este conceito de desenvolvimen- item “direitos ambientais” nos relatórios de monitoramento sobre
to reconhece seu caráter pluralista e a tese de que a expansão das Direitos Humanos e do item “Direitos Humanos” nos relatórios am-
liberdades não representa somente um fim, mas também o meio bientais, assim como fomenta pesquisas de tecnologias socialmen-
para seu alcance. Em consequência, a sociedade deve pactuar as te inclusivas.
políticas sociais e os direitos coletivos de acesso e uso dos recursos. Nos projetos e empreendimentos com grande impacto socio-
A partir daí, a medição de um índice de desenvolvimento humano ambiental, o PNDH-3 garante a participação efetiva das populações
veio substituir a medição de aumento do PIB, uma vez que o Índice atingidas, assim como prevê ações mitigatórias e compensatórias.
de Desenvolvimento Humano (IDH) combina a riqueza per capita Considera fundamental fiscalizar o respeito aos Direitos Humanos
indicada pelo PIB aos aspectos de educação e expectativa de vida, nos projetos implementados pelas empresas transnacionais, bem
permitindo, pela primeira vez, uma avaliação de aspectos sociais como seus impactos na manipulação das políticas de desenvolvi-
não mensurados pelos padrões econométricos. mento. Nesse sentido, avalia como importante mensurar o impacto
No caso do Brasil, por muitos anos o crescimento econômico da biotecnologia aplicada aos alimentos, da nanotecnologia, dos
não levou à distribuição justa de renda e riqueza, mantendo-se ele- poluentes orgânicos persistentes, metais pesados e outros poluen-
vados índices de desigualdade. As ações de Estado voltadas para a tes inorgânicos em relação aos Direitos Humanos.
conquista da igualdade socioeconômica requerem ainda políticas Alcançar o desenvolvimento com Direitos Humanos é capa-
permanentes, de longa duração, para que se verifique a plena pro- citar as pessoas e as comunidades a exercerem a cidadania, com
teção e promoção dos Direitos Humanos. É necessário que o mode- direitos e responsabilidades. É incorporar, nos projetos, a própria
lo de desenvolvimento econômico tenha a preocupação de aperfei- população brasileira, por meio de participação ativa nas decisões
çoar os mecanismos de distribuição de renda e de oportunidades que afetam diretamente suas vidas. É assegurar a transparência dos
para todos os brasileiros, bem como incorpore os valores de pre- grandes projetos de desenvolvimento econômico e mecanismos de
servação ambiental. Os debates sobre as mudanças climáticas e o compensação para a garantia dos Direitos Humanos das populações
aquecimento global, gerados pela preocupação com a maneira com diretamente atingidas.
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DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA

Por fim, este PNDH-3 reforça o papel da equidade no Plano Plu- Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério dos Trans-
rianual, como instrumento de garantia de priorização orçamentária portes; Ministério da Integração Nacional; Ministério de Minas e
de programas sociais. Energia; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial da Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente;
Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento susten- Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministé-
tável, com inclusão social e econômica, ambientalmente equili- rio da Pesca e Aquicultura; Secretaria Especial de Portos da Presi-
brado e tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente dência da República
diverso, participativo e não discriminatório. j)Integrar políticas de geração de emprego e renda e políticas
Objetivo estratégico I: sociais para o combate à pobreza rural dos agricultores familiares,
Implementação de políticas públicas de desenvolvimento com assentados da reforma agrária, quilombolas, indígenas, famílias de
inclusão social. pescadores e comunidades tradicionais.
Ações programáticas: Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
a)Ampliar e fortalecer as políticas de desenvolvimento social e te à Fome; Ministério da Integração Nacional; Ministério do Desen-
de combate à fome, visando a inclusão e a promoção da cidadania, volvimento Agrário; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério
garantindo a segurança alimentar e nutricional, renda mínima e as- da Justiça; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualda-
sistência integral às famílias. de Racial da Presidência da República; Ministério da Cultura; Minis-
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate tério da Pesca e Aquicultura
à Fome k)Integrar políticas sociais e de geração de emprego e renda
b)Expandir políticas públicas de geração e transferência de ren- para o combate à pobreza urbana, em especial de catadores de ma-
da para erradicação da extrema pobreza e redução da pobreza. teriais recicláveis e população em situação de rua.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério
à Fome do Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
c)Apoiar projetos de desenvolvimento sustentável local para te à Fome; Ministério das Cidades; Secretaria dos Direitos Humanos
redução das desigualdades inter e intrarregionais e o aumento da da Presidência da República
autonomia e sustentabilidade de espaços sub-regionais. l)Fortalecer políticas públicas de fomento à aquicultura e à pes-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da ca sustentáveis, com foco nos povos e comunidades tradicionais de
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Agrário baixa renda, contribuindo para a segurança alimentar e a inclusão
d)Avançar na implantação da reforma agrária, como forma de social, mediante a criação e geração de trabalho e renda alternati-
inclusão social e acesso aos direitos básicos, de forma articulada vos e inserção no mercado de trabalho.
com as políticas de saúde, educação, meio ambiente e fomento à Responsáveis: Ministério da Pesca e Aquicultura; Ministério do
produção alimentar. Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário bate à Fome
e)Incentivar as políticas públicas de economia solidária, de co- m)Promover o turismo sustentável com geração de trabalho e
operativismo e associativismo e de fomento a pequenas e micro renda, respeito à cultura local, participação e inclusão dos povos
empresas. e das comunidades nos benefícios advindos da atividade turística.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério Responsáveis: Ministério do Turismo; Ministério do Desenvol-
do Desenvolvimento Agrário; Ministério das Cidades; Ministério do vimento, Indústria e Comércio Exterior
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
f)Fortalecer políticas públicas de apoio ao extrativismo e ao Objetivo estratégico II:
manejo florestal comunitário ambientalmente sustentáveis. Fortalecimento de modelos de agricultura familiar e agroeco-
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério do De- lógica.
senvolvimento Agrário; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Ações programáticas:
Comércio Exterior a)Garantir que nos projetos de reforma agrária e agricultura fa-
g)Fomentar o debate sobre a expansão de plantios de mono- miliar sejam incentivados os modelos de produção agroecológica e
culturas que geram impacto no meio ambiente e na cultura dos po- a inserção produtiva nos mercados formais.
vos e comunidades tradicionais, tais como eucalipto, cana-de-açú- Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Minis-
car, soja, e sobre o manejo florestal, a grande pecuária, mineração, tério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
turismo e pesca. b)Fortalecer a agricultura familiar camponesa e a pesca arte-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- sanal, com ampliação do crédito, do seguro, da assistência técnica,
sidência da República extensão rural e da infraestrutura para comercialização.
h)Erradicar o trabalho infantil, bem como todas as formas de Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Minis-
violência e exploração sexual de crianças e adolescentes nas ca- tério da Pesca e Aquicultura
deias produtivas, com base em códigos de conduta e no Estatuto da c)Garantir pesquisa e programas voltados à agricultura familiar
Criança e do Adolescente. e pesca artesanal, com base nos princípios da agroecologia.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Mi-
Presidência da República; Ministério do Turismo nistério do Meio Ambiente; Ministério da Agricultura, Pecuária e
i)Garantir que os grandes empreendimentos e projetos de in- Abastecimento; Ministério da Pesca e Aquicultura; Ministério do
fraestrutura resguardem os direitos dos povos indígenas e de comu- Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
nidades quilombolas e tradicionais, conforme previsto na Constitui-
ção e nos tratados e convenções internacionais.
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DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA

d)Fortalecer a legislação e a fiscalização para evitar a contami- Objetivo estratégico IV:


nação dos alimentos e danos à saúde e ao meio ambiente causados Garantia do direito a cidades inclusivas e sustentáveis.
pelos agrotóxicos. Ações programáticas:
Responsáveis: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci- a)Apoiar ações que tenham como princípio o direito a cidades
mento; Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Saúde; Minis- inclusivas e acessíveis como elemento fundamental da implemen-
tério do Desenvolvimento Agrário tação de políticas urbanas.
e)Promover o debate com as instituições de ensino superior e Responsáveis: Ministério das Cidades; Secretaria Especial dos
a sociedade civil para a implementação de cursos e realização de Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério do De-
pesquisas tecnológicas voltados à temática socioambiental, agro- senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
ecologia e produção orgânica, respeitando as especificidades de b)Fortalecer espaços institucionais democráticos, participati-
cada região. vos e de apoio aos Municípios para a implementação de planos di-
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do Desen- retores que atendam aos preceitos da política urbana estabelecidos
volvimento Agrário no Estatuto da Cidade.
Objetivo estratégico III: Responsável: Ministério das Cidades
Fomento à pesquisa e à implementação de políticas para o de- c)Fomentar políticas públicas de apoio aos Estados, Distrito Fe-
senvolvimento de tecnologias socialmente inclusivas, emancipató- deral e Municípios em ações sustentáveis de urbanização e regula-
rias e ambientalmente sustentáveis. rização fundiária dos assentamentos de população de baixa renda,
Ações programáticas: comunidades pesqueiras e de provisão habitacional de interesse
a)Adotar tecnologias sociais de baixo custo e fácil aplicabilida- social, materializando a função social da propriedade.
de nas políticas e ações públicas para a geração de renda e para a Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio Am-
solução de problemas socioambientais e de saúde pública. biente; Ministério da Pesca e Aquicultura
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério d)Fortalecer a articulação entre os órgãos de governo e os con-
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério do Meio sórcios municipais para atuar na política de saneamento ambiental,
Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério da com participação da sociedade civil.
Saúde Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio Am-
b)Garantir a aplicação do princípio da precaução na proteção biente; Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da Re-
da agrobiodiversidade e da saúde, realizando pesquisas que ava- pública
liem os impactos dos transgênicos no meio ambiente e na saúde. e)Fortalecer a política de coleta, reaproveitamento, triagem,
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Meio Am- reciclagem e a destinação seletiva de resíduos sólidos e líquidos,
biente; Ministério de Ciência e Tecnologia com a organização de cooperativas de reciclagem, que beneficiem
c)Fomentar tecnologias alternativas para substituir o uso de as famílias dos catadores.
substâncias danosas à saúde e ao meio ambiente, como poluentes Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Trabalho e
orgânicos persistentes, metais pesados e outros poluentes inorgâ- Emprego; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
nicos. Ministério do Meio Ambiente
Responsáveis: Ministério de Ciência e Tecnologia; Ministério f)Fomentar políticas e ações públicas voltadas à mobilidade ur-
do Meio Ambiente; Ministério da Saúde; Ministério da Agricultura, bana sustentável.
Pecuária e Abastecimento; Ministério do Desenvolvimento, Indús- Responsável: Ministério das Cidades
tria e Comércio Exterior g)Considerar na elaboração de políticas públicas de desenvolvi-
d)Fomentar tecnologias de gerenciamento de resíduos sóli- mento urbano os impactos na saúde pública.
dos e emissões atmosféricas para minimizar impactos à saúde e ao Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério das Cidades
meio ambiente. h)Fomentar políticas públicas de apoio às organizações de ca-
Responsáveis: Ministério de Ciência e Tecnologia; Ministério tadores de materiais recicláveis, visando à disponibilização de áreas
do Meio Ambiente; Ministério da Saúde; Ministério das Cidades e prédios desocupados pertencentes à União, a fim de serem trans-
e)Desenvolver e divulgar pesquisas públicas para diagnosticar formados em infraestrutura produtiva para essas organizações.
os impactos da biotecnologia e da nanotecnologia em temas de Di- Responsáveis: Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-
reitos Humanos. tão; Ministério das Cidades; Ministério do Trabalho e Emprego; Mi-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da nistério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério do Meio i)Estimular a produção de alimentos de forma comunitária,
Ambiente; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Mi- com uso de tecnologias de bases agroecológicas, em espaços ur-
nistério de Ciência e Tecnologia banos e periurbanos ociosos e fomentar a mobilização comunitária
f)Produzir, sistematizar e divulgar pesquisas econômicas e me- para a implementação de hortas, viveiros, pomares, canteiros de
todologias de cálculo de custos socioambientais de projetos de in- ervas medicinais, criação de pequenos animais, unidades de pro-
fraestrutura, de energia e de mineração que sirvam como parâme- cessamento e beneficiamento agroalimentar, feiras e mercados pú-
tro para o controle dos impactos de grandes projetos. blicos populares.
Responsáveis: Ministério da Ciência e Tecnologia; Ministério Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
de Minas e Energia; Ministério do Meio Ambiente; Secretaria de te à Fome; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Assuntos Estratégicos da Presidência da República; Ministério da
Integração Nacional

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DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA

Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito central Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-
do processo de desenvolvimento. tão
Objetivo estratégico I: b)Reforçar os critérios da equidade e da prevalência dos Direi-
Garantia da participação e do controle social nas políticas pú- tos Humanos como prioritários na avaliação da programação orça-
blicas de desenvolvimento com grande impacto socioambiental. mentária de ação ou autorização de gastos.
Ações programáticas: Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-
a)Fortalecer ações que valorizem a pessoa humana como su- tão
jeito central do desenvolvimento, enfrentando o quadro atual de c)Instituir código de conduta em Direitos Humanos para ser
injustiça ambiental que atinge principalmente as populações mais considerado no âmbito do poder público como critério para a con-
pobres. tratação e financiamento de empresas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente sidência da República
b)Assegurar participação efetiva da população na elaboração d)Regulamentar a taxação do imposto sobre grandes fortunas
dos instrumentos de gestão territorial e na análise e controle dos previsto na Constituição.
processos de licenciamento urbanístico e ambiental de empreendi- Responsáveis: Ministério da Fazenda; Secretaria Especial dos
mentos de impacto, especialmente na definição das ações mitiga- Direitos Humanos da Presidência da República
doras e compensatórias por impactos sociais e ambientais. e)Ampliar a adesão de empresas ao compromisso de responsa-
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério das bilidade social e Direitos Humanos.
Cidades Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
c)Fomentar a elaboração do Zoneamento Ecológico Econômico Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento, Indústria
(ZEE), incorporando o sócio e etnozoneamento. e Comércio Exterior
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio Am-
biente Objetivo estratégico III:
d)Assegurar a transparência dos projetos realizados, em todas Fortalecimento dos direitos econômicos por meio de políticas
as suas etapas, e dos recursos utilizados nos grandes projetos eco- públicas de defesa da concorrência e de proteção do consumidor.
nômicos, para viabilizar o controle social. Ações programáticas:
Responsáveis: Ministério dos Transportes; Ministério da Inte- a)Garantir o acesso universal a serviços públicos essenciais de
gração Nacional; Ministério de Minas e Energia; Secretaria Especial qualidade.
dos Direitos Humanos da Presidência da República Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Educação;
e)Garantir a exigência de capacitação qualificada e participati- Ministério de Minas e Energia; Ministério do Desenvolvimento So-
va das comunidades afetadas nos projetos básicos de obras e em- cial e Combate à Fome; Ministério das Cidades
preendimentos com impactos sociais e ambientais. b)Fortalecer o sistema brasileiro de defesa da concorrência
Responsáveis: Ministério da Integração Nacional; Ministério de para coibir condutas anticompetitivas e concentradoras de renda.
Minas e Energia; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Fazenda
sidência da República c)Garantir o direito à informação do consumidor, fortalecendo
f)Definir mecanismos para a garantia dos Direitos Humanos das as ações de acompanhamento de mercado, inclusive a rotulagem
populações diretamente atingidas e vizinhas aos empreendimentos dos transgênicos.
de impactos sociais e ambientais. Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvol-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- vimento, Indústria e Comércio Exterior; Ministério da Agricultura,
sidência da República Pecuária e Abastecimento
g)Apoiar a incorporação dos sindicatos de trabalhadores e cen- d)Fortalecer o combate à fraude e a avaliação da conformidade
trais sindicais nos processos de licenciamento ambiental de empre- dos produtos e serviços no mercado.
sas, de forma a garantir o direito à saúde do trabalhador. Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvi-
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério do mento, Indústria e Comércio Exterior
Trabalho e Emprego; Ministério da Saúde Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como
h)Promover e fortalecer ações de proteção às populações mais Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras como sujeitos de
pobres da convivência com áreas contaminadas, resguardando-as direitos.
contra essa ameaça e assegurando-lhes seus direitos fundamentais. Objetivo estratégico I:
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério das Afirmação dos direitos ambientais como Direitos Humanos.
Cidades; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ações programáticas:
Ministério da Saúde a)Incluir o item Direito Ambiental nos relatórios de monitora-
mento dos Direitos Humanos.
Objetivo estratégico II: Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Afirmação dos princípios da dignidade humana e da equidade Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente
como fundamentos do processo de desenvolvimento nacional. b)Incluir o tema dos Direitos Humanos nos instrumentos e rela-
Ações programáticas: tórios dos órgãos ambientais.
a)Reforçar o papel do Plano Plurianual como instrumento de Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
consolidação dos Direitos Humanos e de enfrentamento da concen- Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente
tração de renda e riqueza e de promoção da inclusão da população c)Assegurar a proteção dos direitos ambientais e dos Direitos
de baixa renda. Humanos no Código Florestal.
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DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA

Responsável: Ministério do Meio Ambiente Caso contrário, grupos sociais afetados pela pobreza, pelo racismo
d)Implementar e ampliar políticas públicas voltadas para a re- estrutural e pela discriminação dificilmente terão acesso a tais di-
cuperação de áreas degradadas e áreas de desmatamento nas zo- reitos.
nas urbanas e rurais. As ações programáticas formuladas visam enfrentar o desafio
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério das de eliminar as desigualdades, levando em conta as dimensões de
Cidades gênero e raça nas políticas públicas, desde o planejamento até a sua
e)Fortalecer ações que estabilizem a concentração de gases de concretização e avaliação. Há, neste sentido, propostas de criação
efeito estufa em nível que permita a adaptação natural dos ecossis- de indicadores que possam mensurar a efetivação progressiva dos
temas à mudança do clima, controlando a interferência das ativida- direitos.
des humanas (antrópicas) no sistema climático. Às desigualdades soma-se a persistência da discriminação, que
Responsável: Ministério do Meio Ambiente muitas vezes se manifesta sob a forma de violência contra sujeitos
f)Garantir o efetivo acesso a informação sobre a degradação e que são histórica e estruturalmente vulnerabilizados.
os riscos ambientais, e ampliar e articular as bases de informações O combate à discriminação mostra-se necessário, mas insufi-
dos entes federados e produzir informativos em linguagem acessí- ciente enquanto medida isolada. Os pactos e convenções que in-
vel. tegram o sistema regional e internacional de proteção dos Direitos
Responsável: Ministério do Meio Ambiente Humanos apontam para a necessidade de combinar estas medidas
g)Integrar os atores envolvidos no combate ao trabalho escra- com políticas compensatórias que acelerem a construção da igual-
vo nas operações correntes de fiscalização ao desmatamento e ao dade, como forma capaz de estimular a inclusão de grupos social-
corte ilegal de madeira. mente vulneráveis. Além disso, as ações afirmativas constituem
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da medidas especiais e temporárias que buscam remediar um passado
Presidência da República; Ministério do Trabalho e Emprego; Minis- discriminatório. No rol de movimentos e grupos sociais que deman-
tério do Meio Ambiente dam políticas de inclusão social encontram-se crianças, adolescen-
tes, mulheres, pessoas idosas, lésbicas, gays, bissexuais, travestis,
Eixo Orientador III: transexuais, pessoas com deficiência, pessoas moradoras de rua,
Universalizar direitos em um contexto de desigualdades povos indígenas, populações negras e quilombolas, ciganos, ribei-
A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma em seu rinhos, varzanteiros e pescadores, entre outros.
preâmbulo que o “reconhecimento da dignidade inerente a todos Definem-se, neste capítulo, medidas e políticas que devem ser
os membros da família humana e de seus direitos iguais e inaliená- efetivadas para reconhecer e proteger os indivíduos como iguais
veis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo”. na diferença, ou seja, para valorizar a diversidade presente na po-
No entanto, nas vicissitudes ocorridas no cumprimento da Declara- pulação brasileira para estabelecer acesso igualitário aos direitos
ção pelos Estados signatários, identificou-se a necessidade de reco- fundamentais. Trata-se de reforçar os programas de governo e as
nhecer as diversidades e diferenças para concretização do princípio resoluções pactuadas nas diversas conferências nacionais temáti-
da igualdade. cas, sempre sob o foco dos Direitos Humanos, com a preocupação
No Brasil, ao longo das últimas décadas, os Direitos Humanos de assegurar o respeito às diferenças e o combate às desigualdades,
passaram a ocupar uma posição de destaque no ordenamento ju- para o efetivo acesso aos direitos.
rídico. O País avançou decisivamente na proteção e promoção do Por fim, em respeito à primazia constitucional de proteção e
direito às diferenças. Porém, o peso negativo do passado continua promoção da infância, do adolescente e da juventude, o capítulo
a projetar no presente uma situação de profunda iniquidade social. aponta suas diretrizes para o respeito e a garantia das gerações fu-
O acesso aos direitos fundamentais continua enfrentando bar- turas. Como sujeitos de direitos, as crianças, os adolescentes e os
reiras estruturais, resquícios de um processo histórico, até secular, jovens são frequentemente subestimadas em sua participação polí-
marcado pelo genocídio indígena, pela escravidão e por períodos tica e em sua capacidade decisória. Preconiza-se o dever de assegu-
ditatoriais, práticas que continuam a ecoar em comportamentos, rar-lhes, desde cedo, o direito de opinião e participação.
leis e na realidade social. Marcadas pelas diferenças e por sua fragilidade temporal, as
O PNDH-3 assimila os grandes avanços conquistados ao longo crianças, os adolescentes e os jovens estão sujeitos a discrimina-
destes últimos anos, tanto nas políticas de erradicação da miséria e ções e violências. As ações programáticas promovem a garantia de
da fome, quanto na preocupação com a moradia e saúde, e aponta espaços e investimentos que assegurem proteção contra qualquer
para a continuidade e ampliação do acesso a tais políticas, funda- forma de violência e discriminação, bem como a promoção da ar-
mentais para garantir o respeito à dignidade humana. ticulação entre família, sociedade e Estado para fortalecer a rede
Os objetivos estratégicos direcionados à promoção da cidada- social de proteção que garante a efetividade de seus direitos.
nia plena preconizam a universalidade, indivisibilidade e interde-
pendência dos Direitos Humanos, condições para sua efetivação Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal,
integral e igualitária. O acesso aos direitos de registro civil, alimen- indivisível e interdependente, assegurando a cidadania plena.
tação adequada, terra e moradia, trabalho decente, educação, par- Objetivo estratégico I:
ticipação política, cultura, lazer, esporte e saúde, deve considerar a Universalização do registro civil de nascimento e ampliação
pessoa humana em suas múltiplas dimensões de ator social e sujei- do acesso à documentação básica.
to de cidadania. Ações programáticas:
À luz da história dos movimentos sociais e de programas de a)Ampliar e reestruturar a rede de atendimento para a emissão
governo, o PNDH-3 orienta-se pela transversalidade, para que a im- do registro civil de nascimento visando a sua universalização.
plementação dos direitos civis e políticos transitem pelas diversas
dimensões dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais.
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• Interligar maternidades e unidades de saúde aos cartórios, • Desenvolver estudo sobre a política nacional de documenta-
por meio de sistema manual ou informatizado, para emissão de re- ção civil básica.
gistro civil de nascimento logo após o parto, garantindo ao recém Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Desenvol-
nascido a certidão de nascimento antes da alta médica. vimento Social e Combate à Fome; Ministério do Planejamento,
• Fortalecer a Declaração de Nascido Vivo (DNV), emitida pelo Orçamento e Gestão; Ministério da Fazenda; Ministério da Justiça;
Sistema Único de Saúde , como mecanismo de acesso ao registro Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da Previdência Social;
civil de nascimento, contemplando a diversidade na emissão pelos Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Repú-
estabelecimentos de saúde e pelas parteiras. blica
• Realizar orientação sobre a importância do registro civil de d)Incluir no questionário do censo demográfico perguntas para
nascimento para a cidadania por meio da rede de atendimento identificar a ausência de documentos civis na população.
(saúde, educação e assistência social) e pelo sistema de Justiça e de Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
segurança pública. sidência da República
• Aperfeiçoar as normas e o serviço público notarial e de re-
gistro, em articulação com o Conselho Nacional de Justiça, para ga- Objetivo estratégico II:
rantia da gratuidade e da cobertura do serviço de registro civil em Acesso à alimentação adequada por meio de políticas estru-
âmbito nacional. turantes.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Desenvolvi- Ações programáticas:
mento Social e Combate à Fome; Ministério da Previdência Social; a)Ampliar o acesso aos alimentos por meio de programas e
Ministério da Justiça; Ministério do Planejamento, Orçamento e ações de geração e transferência de renda, com ênfase na partici-
Gestão; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da pação das mulheres como potenciais beneficiárias.
República Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
b)Promover a mobilização nacional com intuito de reduzir o nú- bate à Fome; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
mero de pessoas sem registro civil de nascimento e documentação Presidência da República
básica. b)Vincular programas de transferência de renda à garantia da
• Instituir comitês gestores estaduais, distrital e municipais segurança alimentar da criança, por meio do acompanhamento da
com o objetivo de articular as instituições públicas e as entidades da saúde e nutrição e do estímulo de hábitos alimentares saudáveis,
sociedade civil para a implantação de ações que visem à ampliação com o objetivo de erradicar a desnutrição infantil.
do acesso à documentação básica. Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
• Realizar campanhas para orientação e conscientização da po- te à Fome; Ministério da Educação; Ministério da Saúde
pulação e dos agentes responsáveis pela articulação e pela garantia c)Fortalecer a agricultura familiar e camponesa no desenvolvi-
do acesso aos serviços de emissão de registro civil de nascimento e mento de ações específicas que promovam a geração de renda no
de documentação básica. campo e o aumento da produção de alimentos agroecológicos para
• Realizar mutirões para emissão de registro civil de nascimen- o autoconsumo e para o mercado local.
to e documentação básica, com foco nas regiões de difícil acesso e Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Minis-
no atendimento às populações específicas como os povos indíge- tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
nas, quilombolas, ciganos, pessoas em situação de rua, institucio- d)Ampliar o abastecimento alimentar, com maior autonomia
nalizadas e às trabalhadoras rurais. e fortalecimento da economia local, associado a programas de in-
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Desenvolvi- formação, de educação alimentar, de capacitação, de geração de
mento Social e Combate à Fome; Ministério da Defesa; Ministério ocupações produtivas, de agricultura familiar camponesa e de agri-
da Fazenda; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da Jus- cultura urbana.
tiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
República bate à Fome; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
c)Criar bases normativas e gerenciais para garantia da universa- Ministério do Desenvolvimento Agrário
lização do acesso ao registro civil de nascimento e à documentação e)Promover a implantação de equipamentos públicos de segu-
básica. rança alimentar e nutricional, com vistas a ampliar o acesso à ali-
• Implantar sistema nacional de registro civil para interligação mentação saudável de baixo custo, valorizar as culturas alimentares
das informações de estimativas de nascimentos, de nascidos vivos regionais, estimular o aproveitamento integral dos alimentos, evitar
e do registro civil, a fim de viabilizar a busca ativa dos nascidos não o desperdício e contribuir para a recuperação social e de saúde da
registrados e aperfeiçoar os indicadores para subsidiar políticas pú- sociedade.
blicas. Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
• Desenvolver estudo e revisão da legislação para garantir o à Fome
acesso do cidadão ao registro civil de nascimento em todo o terri- f)Garantir que os hábitos e contextos regionais sejam incorpo-
tório nacional. rados nos modelos de segurança alimentar como fatores da produ-
• Realizar estudo de sustentabilidade do serviço notarial e de ção sustentável de alimentos.
registro no País. Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
• Desenvolver a padronização do registro civil (certidão de nas- à Fome
cimento, de casamento e de óbito) em território nacional. g)Realizar pesquisas científicas que promovam ganhos de pro-
• Garantir a emissão gratuita de Registro Geral e Cadastro de dutividade na agricultura familiar e assegurar estoques reguladores.
Pessoa Física aos reconhecidamente pobres.

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Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Comba- Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Desenvol-
te à Fome; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério da vimento Social e Combate à Fome
Agricultura, Pecuária e Abastecimento j)Apoiar o monitoramento de políticas de habitação de inte-
Objetivo estratégico III: resse social pelos conselhos municipais de habitação, garantindo
Garantia do acesso à terra e à moradia para a população de às cooperativas e associações habitacionais acesso às informações.
baixa renda e grupos sociais vulnerabilizados. Responsável: Ministério das Cidades
Ações programáticas: k)Garantir as condições para a realização de acampamentos ci-
a)Fortalecer a reforma agrária com prioridade à implementação ganos em todo o território nacional, visando a preservação de suas
e recuperação de assentamentos, à regularização do crédito fundi- tradições, práticas e patrimônio cultural.
ário e à assistência técnica aos assentados, atualização dos índices Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Grau de Utilização da Terra (GUT) e Grau de Eficiência na Exploração Presidência da República; Ministério das Cidades
(GEE), conforme padrões atuais e regulamentação da desapropria- Objetivo estratégico IV:
ção de áreas pelo descumprimento da função social plena. Ampliação do acesso universal a sistema de saúde de qualida-
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministé- de.
rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Ações programáticas:
b)Integrar as ações de mapeamento das terras públicas da a)Expandir e consolidar programas de serviços básicos de saú-
União. de e de atendimento domiciliar para a população de baixa renda,
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges- com enfoque na prevenção e diagnóstico prévio de doenças e defi-
tão ciências, com apoio diferenciado às pessoas idosas, indígenas, ne-
c)Estimular o saneamento dos serviços notariais de registros gros e comunidades quilombolas, pessoas com deficiência, pessoas
imobiliários, possibilitando o bloqueio ou o cancelamento adminis- em situação de rua, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais,
trativo dos títulos das terras e registros irregulares. crianças e adolescentes, mulheres, pescadores artesanais e popula-
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvi- ção de baixa renda.
mento Agrário Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí-
d)Garantir demarcação, homologação, regularização e desin- ticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República;
trusão das terras indígenas, em harmonia com os projetos de futu- Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
ro de cada povo indígena, assegurando seu etnodesenvolvimento e República; Ministério da Pesca e Aquicultura
sua autonomia produtiva. b)Criar programas de pesquisa e divulgação sobre tratamentos
Responsável: Ministério da Justiça alternativos à medicina tradicional no sistema de saúde.
e)Assegurar às comunidades quilombolas a posse dos seus ter- Responsável: Ministério da Saúde
ritórios, acelerando a identificação, o reconhecimento, a demarca- c)Reformular o marco regulatório dos planos de saúde, de
ção e a titulação desses territórios, respeitando e preservando os modo a diminuir os custos para a pessoa idosa e fortalecer o pacto
sítios de valor simbólico e histórico. intergeracional, estimulando a adoção de medidas de capitalização
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da para gastos futuros pelos planos de saúde.
Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da Cultura; Responsável: Ministério da Saúde
Ministério do Desenvolvimento Agrário d)Reconhecer as parteiras como agentes comunitárias de saú-
f)Garantir o acesso a terra às populações ribeirinhas, varzan- de.
teiras e pescadoras, assegurando acesso aos recursos naturais que Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí-
tradicionalmente utilizam para sua reprodução física, cultural e eco- ticas para as Mulheres da Presidência da República
nômica. e)Aperfeiçoar o programa de saúde para adolescentes, especi-
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Minis- ficamente quanto à saúde de gênero, à educação sexual e reprodu-
tério do Meio Ambiente tiva e à saúde mental.
g)Garantir que nos programas habitacionais do governo sejam Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Po-
priorizadas as populações de baixa renda, a população em situação líticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Es-
de rua e grupos sociais em situação de vulnerabilidade no espaço pecial dos Direitos Humanos da Presidência da República
urbano e rural, considerando os princípios da moradia digna, do de- f)Criar campanhas e material técnico, instrucional e educativo
senho universal e os critérios de acessibilidade nos projetos. sobre planejamento reprodutivo que respeite os direitos sexuais e
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Desenvol- reprodutivos, contemplando a elaboração de materiais específicos
vimento Social e Combate à Fome para a população jovem e adolescente e para pessoas com defici-
h)Promover a destinação das glebas e edifícios vazios ou subu- ência.
tilizados pertencentes à União, para a população de baixa renda, Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Po-
reduzindo o déficit habitacional. líticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Es-
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Planeja- pecial dos Direitos Humanos da Presidência da República
mento, Orçamento e Gestão g)Estimular programas de atenção integral à saúde das mulhe-
i)Estabelecer que a garantia da qualidade de abrigos e alber- res, considerando suas especificidades étnico-raciais, geracionais,
gues, bem como seu caráter inclusivo e de resgate da cidadania à regionais, de orientação sexual, de pessoa com deficiência, priori-
população em situação de rua, estejam entre os critérios de con- zando as moradoras do campo, da floresta e em situação de rua.
cessão de recursos para novas construções e manutenção dos exis-
tentes.

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Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Po- s)Investir na política de reforma psiquiátrica fomentando pro-
líticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Es- gramas de tratamentos substitutivos à internação, que garantam às
pecial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência pessoas com transtorno mental a possibilidade de escolha autôno-
da República; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à ma de tratamento, com convivência familiar e acesso aos recursos
Fome psiquiátricos e farmacológicos.
h)Ampliar e disseminar políticas de saúde pré e neonatal, com Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos Di-
inclusão de campanhas educacionais de esclarecimento, visando à reitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Cultura
prevenção do surgimento ou do agravamento de deficiências. t)Implementar medidas destinadas a desburocratizar os ser-
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Po- viços do Instituto Nacional de Seguro Social para a concessão de
líticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Es- aposentadorias e benefícios.
pecial dos Direitos Humanos da Presidência da República Responsável: Ministério da Previdência Social
i)Expandir a assistência pré-natal e pós-natal por meio de pro- u)Estimular a incorporação do trabalhador urbano e rural ao
gramas de visitas domiciliares para acompanhamento das crianças regime geral da previdência social.
na primeira infância. Responsável: Ministério da Previdência Social
Responsável: Ministério da Saúde v)Assegurar a inserção social das pessoas atingidas pela hanse-
j)Apoiar e financiar a realização de pesquisas e intervenções níase isoladas e internadas em hospitais-colônias.
sobre a mortalidade materna, contemplando o recorte étnico-racial Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
e regional. Presidência da República; Ministério da Saúde
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí- w)Reconhecer, pelo Estado brasileiro, as violações de direitos
ticas para as Mulheres da Presidência da República às pessoas atingidas pela hanseníase no período da internação e
k)Assegurar o acesso a laqueaduras e vasectomias ou reversão do isolamento compulsórios, apoiando iniciativas para agilizar as
desses procedimentos no sistema público de saúde, com garantia reparações com a concessão de pensão especial prevista na Lei no
de acesso a informações sobre as escolhas individuais. 11.520/2007.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
ticas para as Mulheres da Presidência da República sidência da República
l)Ampliar a oferta de medicamentos de uso contínuo, especiais x)Proporcionar as condições necessárias para conclusão do
e excepcionais, para a pessoa idosa. trabalho da Comissão Interministerial de Avaliação para análise
Responsável: Ministério da Saúde dos requerimentos de pensão especial das pessoas atingidas pela
m)Realizar campanhas de diagnóstico precoce e tratamento hanseníase, que foram internadas e isoladas compulsoriamente em
adequado às pessoas que vivem com HIV/AIDS para evitar o estágio hospitais-colônia até 31 de dezembro de 1986.
grave da doença e prevenir sua expansão e disseminação. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
Responsável: Ministério da Saúde sidência da República
n)Proporcionar às pessoas que vivem com HIV/AIDS programas Objetivo estratégico V:
de atenção no âmbito da saúde sexual e reprodutiva. Acesso à educação de qualidade e garantia de permanência na
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí- escola.
ticas para as Mulheres da Presidência da República Ações programáticas:
o)Capacitar os agentes comunitários de saúde que realizam a a)Ampliar o acesso a educação básica, a permanência na escola
triagem e a captação nas hemorredes para praticarem abordagens e a universalização do ensino no atendimento à educação infantil.
sem preconceito e sem discriminação. Responsável: Ministério da Educação
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos Di- b)Assegurar a qualidade do ensino formal público com seu mo-
reitos Humanos da Presidência da República nitoramento contínuo e atualização curricular.
p)Garantir o acompanhamento multiprofissional a pessoas Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial dos
transexuais que fazem parte do processo transexualizador no Siste- Direitos Humanos da Presidência da República
ma Único de Saúde e de suas famílias. c)Desenvolver programas para a reestruturação das escolas
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos Di- como pólos de integração de políticas educacionais, culturais e de
reitos Humanos da Presidência da República esporte e lazer.
q)Apoiar o acesso a programas de saúde preventiva e de prote- Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura;
ção à saúde para profissionais do sexo. Ministério do Esporte
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí- d)Apoiar projetos e experiências de integração da escola com a
ticas para as Mulheres da Presidência da República comunidade que utilizem sistema de alternância.
r)Apoiar a implementação de espaços essenciais para higiene Responsável: Ministério da Educação
pessoal e centros de referência para a população em situação de e)Adequar o currículo escolar, inserindo conteúdos que valo-
rua. rizem as diversidades, as práticas artísticas, a necessidade de ali-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da mentação adequada e saudável e as atividades físicas e esportivas.
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social e Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura;
Combate à Fome Ministério do Esporte; Ministério da Saúde
f)Integrar os programas de alfabetização de jovens e adultos
aos programas de qualificação profissional e educação cidadã,
apoiando e incentivando a utilização de metodologias adequadas
às realidades dos povos e comunidades tradicionais.
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Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do Desen- e)Integrar as ações de qualificação profissional às atividades
volvimento Social e Combate à Fome; Ministério do Trabalho e Em- produtivas executadas com recursos públicos, como forma de ga-
prego; Ministério da Pesca e Aquicultura rantir a inserção no mercado de trabalho.
g)Estimular e financiar programas de extensão universitária Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério
como forma de integrar o estudante à realidade social. do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Responsável: Ministério da Educação f)Criar programas de formação e qualificação profissional para
h)Fomentar as ações afirmativas para o ingresso das popula- pescadores artesanais, industriais e aquicultores familiares.
ções negra, indígena e de baixa renda no ensino superior. Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério
Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial de da Pesca e Aquicultura
Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da Repú- g)Combater as desigualdades salariais baseadas em diferenças
blica; Ministério da Justiça de gênero, raça, etnia e das pessoas com deficiência.
i)Ampliar o ensino superior público de qualidade por meio da Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria
criação permanente de universidades federais, cursos e vagas para Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
docentes e discentes. h)Acompanhar a implementação do Programa Nacional de
Responsável: Ministério da Educação Ações Afirmativas, instituído pelo Decreto no 4.228/2002, no âm-
j)Fortalecer as iniciativas de educação popular por meio da bito da administração pública federal, direta e indireta, com vistas
valorização da arte e da cultura, apoiando a realização de festivais à realização de metas percentuais da ocupação de cargos comissio-
nas comunidades tradicionais e valorizando as diversas expressões nados pelas mulheres, população negra e pessoas com deficiência.
artísticas nas escolas e nas comunidades. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura; sidência da República
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Repú- i)Realizar campanhas envolvendo a sociedade civil organizada
blica sobre paternidade responsável, bem como ampliar a licença-pa-
k)Ampliar o acesso a programas de inclusão digital para popu- ternidade, como forma de contribuir para a corresponsabilidade e
lações de baixa renda em espaços públicos, especialmente escolas, para o combate ao preconceito quanto à inserção das mulheres no
bibliotecas e centros comunitários. mercado de trabalho.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura; Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
Ministério da Ciência e Tecnologia; Ministério da Pesca e Aquicul- da Presidência da República; Ministério do Trabalho e Emprego
tura j)Elaborar diagnósticos com base em ações judiciais que envol-
l)Fortalecer programas de educação no campo e nas comuni- vam atos de assédio moral, sexual e psicológico, com apuração de
dades pesqueiras que estimulem a permanência dos estudantes denúncias de desrespeito aos direitos das trabalhadoras e trabalha-
na comunidade e que sejam adequados às respectivas culturas e dores, visando orientar ações de combate à discriminação e abuso
identidades. nas relações de trabalho.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do Desen- Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria
volvimento Agrário; Ministério da Pesca e Aquicultura Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidên-
cia da República; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
Objetivo estratégico VI: da Presidência da República; Secretaria Especial dos Direitos Huma-
Garantia do trabalho decente, adequadamente remunerado, nos da Presidência da República
exercido em condições de equidade e segurança. k)Garantir a igualdade de direitos das trabalhadoras e trabalha-
Ações programáticas: dores domésticos com os dos demais trabalhadores.
a)Apoiar a agenda nacional de trabalho decente por meio do Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria
fortalecimento do seu comitê executivo e da efetivação de suas Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República;
ações. Ministério da Previdência Social
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego l)Promover incentivos a empresas para que empreguem os
b)Fortalecer programas de geração de emprego, ampliando egressos do sistema penitenciário.
progressivamente o nível de ocupação e priorizando a população Responsáveis: Ministério da Fazenda; Ministério do Trabalho e
de baixa renda e os Estados com elevados índices de emigração. Emprego; Ministério da Justiça
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego m)Criar cadastro nacional e relatório periódico de empregabili-
c)Ampliar programas de economia solidária, mediante políticas dade de egressos do sistema penitenciário.
integradas, como alternativa de geração de trabalho e renda, e de Responsável: Ministério da Justiça
inclusão social, priorizando os jovens das famílias beneficiárias do n)Garantir os direitos trabalhistas e previdenciários de profis-
Programa Bolsa Família. sionais do sexo por meio da regulamentação de sua profissão.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.
d)Criar programas de formação, qualificação e inserção profis- ° Objetivo estratégico VII:
sional e de geração de emprego e renda para jovens, população em ° Combate e prevenção ao trabalho escravo.
situação de rua e população de baixa renda. Ações programáticas:
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do a)Promover a efetivação do Plano Nacional para Erradicação do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Educação Trabalho Escravo.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
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b)Apoiar a coordenação e implementação de planos estaduais, Responsável: Ministério do Esporte


distrital e municipais para erradicação do trabalho escravo. g)Ampliar o desenvolvimento de programas de produção au-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- diovisual, musical e artesanal dos povos indígenas.
sidência da República Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Justiça
c)Monitorar e articular o trabalho das comissões estaduais, dis- h)Assegurar o direito das pessoas com deficiência e em sofri-
trital e municipais para a erradicação do trabalho escravo. mento mental de participarem da vida cultural em igualdade de
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria oportunidade com as demais, e de desenvolver e utilizar o seu po-
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República tencial criativo, artístico e intelectual.
d)Apoiar a alteração da Constituição para prever a expropria- Responsáveis: Ministério do Esporte; Ministério da Cultura; Se-
ção dos imóveis rurais e urbanos nos quais forem encontrados tra- cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
balhadores reduzidos à condição análoga a de escravos. i)Fortalecer e ampliar programas que contemplem participação
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria de dos idosos nas atividades de esporte e lazer.
Relações Institucionais da Presidência da República; Secretaria Es- Responsáveis: Ministério do Esporte; Secretaria Especial dos
pecial dos Direitos Humanos da Presidência da República Direitos Humanos da Presidência da República
e)Identificar periodicamente as atividades produtivas em que j)Potencializar ações de incentivo ao turismo para pessoas ido-
há ocorrência de trabalho escravo adulto e infantil. sas.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria Responsáveis: Ministério do Turismo; Secretaria Especial dos
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República Direitos Humanos da Presidência da República
f)Propor marco legal e ações repressivas para erradicar a inter- Objetivo estratégico IX:
mediação ilegal de mão de obra. Garantia da participação igualitária e acessível na vida política.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria Ações programáticas:
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Secre- a)Apoiar campanhas para promover a ampla divulgação do
taria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial direito ao voto e participação política de homens e mulheres, por
g)Promover a destinação de recursos do Fundo de Amparo ao meio de campanhas informativas que garantam a escolha livre e
Trabalhador (FAT) para capacitação técnica e profissionalizante de consciente.
trabalhadores rurais e de povos e comunidades tradicionais, como Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Po-
medida preventiva ao trabalho escravo, assim como para imple- líticas para as Mulheres da Presidência da República
mentação de política de reinserção social dos libertados da condi- b)Apoiar o combate ao crime de captação ilícita de sufrágio,
ção de trabalho escravo. inclusive com campanhas de esclarecimento e conscientização dos
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria eleitores.
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República Responsável: Ministério da Justiça
h)Atualizar e divulgar semestralmente o cadastro de emprega- c)Apoiar os projetos legislativos para o financiamento público
dores que utilizaram mão-de-obra escrava. de campanhas eleitorais.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria Responsável: Ministério da Justiça
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República d)Garantir acesso irrestrito às zonas eleitorais por meio de
Objetivo estratégico VIII: transporte público e acessível e apoiar a criação de zonas eleitorais
Promoção do direito à cultura, lazer e esporte como elementos em áreas de difícil acesso.
formadores de cidadania. Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades
Ações programáticas: e)Promover junto aos povos indígenas ações de educação e ca-
a)Ampliar programas de cultura que tenham por finalidade pla- pacitação sobre o sistema político brasileiro.
nejar e implementar políticas públicas para a proteção e promoção Responsável: Ministério da Justiça
da diversidade cultural brasileira, em formatos acessíveis. f)Apoiar ações de formação política das mulheres em sua diver-
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério do Esporte sidade étnico-racial, estimulando candidaturas e votos de mulheres
b)Elaborar programas e ações de cultura que considerem os em todos os níveis.
formatos acessíveis, as demandas e as características específicas Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
das diferentes faixas etárias e dos grupos sociais. da Presidência da República
Responsável: Ministério da Cultura g)Garantir e estimular a plena participação das pessoas com
c)Fomentar políticas públicas de esporte e lazer, considerando deficiência no ato do sufrágio, seja como eleitor ou candidato, as-
as diversidades locais, de forma a atender a todas as faixas etárias segurando os mecanismos de acessibilidade necessários, inclusive
e aos grupos sociais. a modalidade do voto assistido.
Responsável: Ministério do Esporte Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
d)Elaborar inventário das línguas faladas no Brasil. sidência da República
Responsável: Ministério da Cultura
e)Ampliar e desconcentrar os pólos culturais e pontos de cul-
tura para garantir o acesso das populações de regiões periféricas e
de baixa renda.
Responsável: Ministério da Cultura
f)Fomentar políticas públicas de formação em esporte e lazer,
com foco na intersetorialidade, na ação comunitária na intergera-
cionalidade e na diversidade cultural.
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Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes c)Apoiar a capacitação dos operadores do sistema de garantia
para o seu desenvolvimento integral, de forma não discriminató- dos direitos para a proteção dos direitos e promoção do modo de
ria, assegurando seu direito de opinião e participação. vida das crianças e adolescentes indígenas, afrodescendentes e co-
Objetivo estratégico I: munidades tradicionais, contemplando ainda as especificidades da
Proteger e garantir os direitos de crianças e adolescentes por população infanto-juvenil com deficiência.
meio da consolidação das diretrizes nacionais do ECA, da Política Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos da Criança Presidência da República; Ministério da Justiça
e do Adolescente e da Convenção sobre os Direitos da Criança da d)Fomentar a criação de instâncias especializadas e regionali-
ONU. zadas do sistema de justiça, de segurança e defensorias públicas,
Ações programáticas: para atendimento de crianças e adolescentes vítimas e autores de
a)Formular plano de médio prazo e decenal para a política na- violência.
cional de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
adolescente. Presidência da República; Ministério da Justiça
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- e)Desenvolver mecanismos que viabilizem a participação de
sidência da República crianças e adolescentes no processo das conferências dos direitos,
b)Desenvolver e implementar metodologias de acompanha- nos conselhos de direitos, bem como nas escolas, nos tribunais e
mento e avaliação das políticas e planos nacionais referentes aos nos procedimentos judiciais e administrativos que os afetem.
direitos de crianças e adolescentes. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- sidência da República
sidência da República f)Estimular a informação às crianças e aos adolescentes sobre
c)Elaborar e implantar sistema de coordenação da política dos seus direitos, por meio de esforços conjuntos na escola, na mídia
direitos da criança e do adolescente em todos os níveis de governo, impressa, na televisão, no rádio e na Internet.
para atender às recomendações do Comitê sobre Direitos da Crian- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
ça, dos relatores especiais e do Comitê sobre Direitos Econômicos, Presidência da República; Ministério da Educação
Sociais e Culturais da ONU. Objetivo estratégico III:
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Proteger e defender os direitos de crianças e adolescentes com
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores maior vulnerabilidade.
d)Criar sistema nacional de coleta de dados e monitoramen- Ações programáticas:
to junto aos Municípios, Estados e Distrito Federal acerca do cum- a)Promover ações educativas para erradicação da violência na
primento das obrigações da Convenção dos Direitos da Criança da família, na escola, nas instituições e na comunidade em geral, im-
ONU. plementando as recomendações expressas no Relatório Mundial de
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- Violência contra a Criança da ONU.
sidência da República Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
e)Assegurar a opinião das crianças e dos adolescentes que es- sidência da República
tiverem capacitados a formular seus próprios juízos, conforme o b)Desenvolver programas nas redes de assistência social, de
disposto no artigo 12 da Convenção sobre os Direitos da Criança, na educação e de saúde para o fortalecimento do papel das famílias
formulação das políticas públicas voltadas para estes segmentos, em relação ao desenvolvimento infantil e à disciplina não violenta.
garantindo sua participação nas conferências dos direitos das crian- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
ças e dos adolescentes. Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério do
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
sidência da República c)Propor marco legal para a abolição das práticas de castigos
físicos e corporais contra crianças e adolescentes.
Objetivo estratégico II: Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Consolidar o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Presidência da República; Ministério da Justiça
Adolescentes, com o fortalecimento do papel dos Conselhos Tu- d)Implantar sistema nacional de registro de ocorrência de vio-
telares e de Direitos. lência escolar, incluindo as práticas de violência gratuita e reiterada
Ações programáticas: entre estudantes (bullying), adotando formulário unificado de re-
a)Apoiar a universalização dos Conselhos Tutelares e de Direi- gistro a ser utilizado por todas as escolas.
tos em todos os Municípios e no Distrito Federal, e instituir parâme- Responsável: Ministério da Educação
tros nacionais que orientem o seu funcionamento. e)Apoiar iniciativas comunitárias de mobilização de crianças
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- e adolescentes em estratégias preventivas, com vistas a minimizar
sidência da República sua vulnerabilidade em contextos de violência.
b)Implantar escolas de conselhos nos Estados e no Distrito Fe- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
deral, com vistas a apoiar a estruturação e qualificação da ação dos Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério do Es-
Conselhos Tutelares e de Direitos. porte; Ministério do Turismo
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- f)Extinguir os grandes abrigos e eliminar a longa permanência
sidência da República de crianças e adolescentes em abrigamento, adequando os serviços
de acolhimento aos parâmetros aprovados pelo CONANDA e CNAS.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome
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g)Fortalecer as políticas de apoio às famílias para a redução dos Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Educação;
índices de abandono e institucionalização, com prioridade aos gru- Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secreta-
pos familiares de crianças com deficiências. ria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da c)Desenvolver protocolos unificados de atendimento psicosso-
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social e cial e jurídico a vítimas de violência sexual.
Combate à Fome Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
h)Ampliar a oferta de programas de famílias acolhedoras para Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério do De-
crianças e adolescentes em situação de violência, com o objetivo senvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Especial de Po-
de garantir que esta seja a única opção para crianças retiradas do líticas para as Mulheres da Presidência da República
convívio com sua família de origem na primeira infância. d)Desenvolver ações específicas para combate à violência e à
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate exploração sexual de crianças e adolescentes em situação de rua.
à Fome Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
i)Estruturar programas de moradia coletivas para adolescentes Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social e
e jovens egressos de abrigos institucionais. Combate à Fome.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate e)Estimular a responsabilidade social das empresas para ações
à Fome de enfrentamento da exploração sexual e de combate ao trabalho
j)Fomentar a adoção legal, por meio de campanhas educativas, infantil em suas organizações e cadeias produtivas.
em consonância com o ECA e com acordos internacionais. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério do Trabalho e Emprego; Mi-
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores nistério do Turismo;
k)Criar serviços e aprimorar metodologias para identificação e f)Combater a pornografia infanto-juvenil na Internet, por meio
localização de crianças e adolescentes desaparecidos. do fortalecimento do Hot Line Federal e da difusão de procedimen-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- tos de navegação segura para crianças, adolescentes, famílias e
sidência da República educadores.
l)Exigir em todos os projetos financiados pelo Governo Federal Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
a adoção de estratégias de não discriminação de crianças e adoles- Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Edu-
centes em razão de classe, raça, etnia, crença, gênero, orientação cação
sexual, identidade de gênero, deficiência, prática de ato infracional Objetivo estratégico V:
e origem. Garantir o atendimento especializado a crianças e adolescentes
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- em sofrimento psíquico e dependência química.
sidência da República Ações programáticas:
m)Reforçar e centralizar os mecanismos de coleta e análise sis- a)Universalizar o acesso a serviços de saúde mental para crian-
temática de dados desagregados da infância e adolescência, espe- ças e adolescentes em cidades de grande e médio porte, incluindo
cialmente sobre os grupos em situação de vulnerabilidade, histori- a garantia de retaguarda para as unidades de internação socioedu-
camente vulnerabilizados, vítimas de discriminação, de abuso e de cativa.
negligência. Responsável: Ministério da Saúde
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- b)Fortalecer políticas de saúde que contemplem programas de
sidência da República desintoxicação e redução de danos em casos de dependência quí-
n)Estruturar rede de canais de denúncias (Disques) de violência mica.
contra crianças e adolescentes, integrada aos Conselhos Tutelares. Responsável: Ministério da Saúde
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- Objetivo estratégico VI:
sidência da República Erradicação do trabalho infantil em todo o território nacional.
o)Estabelecer instrumentos para combater a discriminação re- Ações programáticas:
ligiosa sofrida por crianças e adolescentes. a)Erradicar o trabalho infantil, por meio das ações interseto-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da riais no Governo Federal, com ênfase no apoio às famílias e educa-
Presidência da República ção em tempo integral.
Objetivo estratégico IV: Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério
Enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescen- da Educação; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presi-
tes. dência da República
Ações programáticas: b)Fomentar a implantação da Lei de Aprendizagem (Lei no
a)Revisar o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Se- 10.097/2000), mobilizando empregadores, organizações de traba-
xual contra Crianças e Adolescentes, em consonância com as reco- lhadores, inspetores de trabalho, Judiciário, organismos internacio-
mendações do III Congresso Mundial sobre o tema. nais e organizações não governamentais.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
sidência da República c)Desenvolver pesquisas, campanhas e relatórios periódicos
b)Ampliar o acesso e qualificar os programas especializados em sobre o trabalho infantil, com foco em temas e públicos que reque-
saúde, educação e assistência social, no atendimento a crianças e rem abordagens específicas, tais como agricultura familiar, trabalho
adolescentes vítimas de violência sexual e de suas famílias doméstico, trabalho de rua.

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Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria i)Fomentar a desativação dos grandes complexos de unidades
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; de internação, por meio do apoio à reforma e construção de novas
Ministério do Desenvolvimento Agrário; Secretaria Especial dos Di- unidades alinhadas aos parâmetros estabelecidos no SINASE e no
reitos Humanos da Presidência da República; Ministério do Desen- ECA, em especial na observância da separação por sexo, faixa etária
volvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Justiça e compleição física.
Objetivo estratégico VII: Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
Implementação do Sistema Nacional de Atendimento Socioe- sidência da República
ducativo (SINASE). j)Desenvolver campanhas de informação sobre o adolescente
Ações programáticas: em conflito com a lei, defendendo a não redução da maioridade
a)Elaborar e implementar um plano nacional socioeducativo penal.
e sistema de avaliação da execução das medidas daquele sistema, Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
com divulgação anual de seus resultados e estabelecimento de me- sidência da República
tas, de acordo com o estabelecido no ECA. k)Estabelecer parâmetros nacionais para a apuração adminis-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- trativa de possíveis violações dos direitos e casos de tortura em
sidência da República adolescentes privados de liberdade, por meio de sistema indepen-
b)Implantar módulo específico de informações para o sistema dente e de tramitação ágil.
nacional de atendimento educativo junto ao Sistema de Informação Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
para a Infância e Adolescência, criando base de dados unificada que sidência da República
inclua as varas da infância e juventude, as unidades de internação e Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais.
os programas municipais em meio aberto. Objetivo estratégico I:
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- Igualdade e proteção dos direitos das populações negras, his-
sidência da República toricamente afetadas pela discriminação e outras formas de into-
c)Implantar centros de formação continuada para os operado- lerância.
res do sistema socioeducativo em todos os Estados e no Distrito Ações programáticas:
Federal. a)Apoiar, junto ao Poder Legislativo, a aprovação do Estatuto
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da da Igualdade Racial.
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério do Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
Desenvolvimento Social e Combate à Fome Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria Especial
d)Desenvolver estratégias conjuntas com o sistema de justiça, dos Direitos Humanos da Presidência da República
com vistas ao estabelecimento de regras específicas para a aplica- b)Promover ações articuladas entre as políticas de educação,
ção da medida de privação de liberdade em caráter excepcional e cultura, saúde e de geração de emprego e renda, visando incidir di-
de pouca duração. retamente na qualidade de vida da população negra e no combate
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- à violência racial.
sidência da República Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
e)Apoiar a expansão de programas municipais de atendimento Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da Educa-
socioeducativo em meio aberto. ção; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvi-
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Comba- mento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
te à Fome; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência c)Elaborar programas de combate ao racismo institucional e
da República estrutural, implementando normas administrativas e legislação na-
f)Apoiar os Estados e o Distrito Federal na implementação de cional e internacional.
programas de atendimento ao adolescente em privação de liberda- Responsável: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
de, com garantia de escolarização, atendimento em saúde, esporte, Igualdade Racial da Presidência da República
cultura e educação para o trabalho, condicionando a transferência d)Realizar levantamento de informações para produção de
voluntária de verbas federais à observância das diretrizes do plano relatórios periódicos de acompanhamento das políticas contra a
nacional. discriminação racial, contendo, entre outras, informações sobre in-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da clusão no sistema de ensino (básico e superior), inclusão no merca-
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da do de trabalho, assistência integrada à saúde, número de violações
Saúde; Ministério do Esporte; Ministério da Cultura; Ministério do registradas e apuradas, recorrências de violações, e dados popula-
Trabalho e Emprego cionais e de renda.
g)Garantir aos adolescentes privados de liberdade e suas famí- Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
lias informação sobre sua situação legal, bem como acesso à defesa Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria Especial
técnica durante todo o período de cumprimento da medida socio- dos Direitos Humanos da Presidência da República
educativa. e)Analisar periodicamente os indicadores que apontam desi-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da gualdades visando à formulação e implementação de políticas pú-
Presidência da República; Ministério da Justiça blicas afirmativas que valorizem a promoção da igualdade racial.
h)Promover a transparência das unidades de internação de Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
adolescentes em conflito com a lei, garantindo o contato com a fa- Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria Especial
mília e a criação de comissões mistas de inspeção e supervisão. dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- Educação; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do Desen-
sidência da República volvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
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f)Fortalecer a integração das políticas públicas em todas as co- j)Garantir o acesso à educação formal pelos povos indígenas,
munidades remanescentes de quilombos localizadas no território bilíngues e com adequação curricular formulada com a participação
brasileiro. de representantes das etnias indigenistas e especialistas em edu-
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da cação.
Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da Cultura Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Educação
g)Fortalecer os mecanismos existentes de reconhecimento das k)Assegurar o acesso e permanência da população indígena no
comunidades quilombolas como garantia dos seus direitos especí- ensino superior, por meio de ações afirmativas e respeito à diversi-
ficos . dade étnica e cultural.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Minis- Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Educação
tério da Cultura; Secretaria Especial de Política de Promoção da l)Adotar medidas de proteção dos direitos das crianças indíge-
Igualdade Racial da Presidência da República nas nas redes de ensino, saúde e assistência social, em consonância
h)Fomentar programas de valorização do patrimônio cultural com a promoção dos seus modos de vida.
das populações negras. Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Saúde;
Responsável: Ministério da Cultura; Secretaria Especial de Pro- Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secreta-
moção da Igualdade Racial da Presidência da República ria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
i)Assegurar o resgate da memória das populações negras, me- Objetivo estratégico III:
diante a publicação da história de resistência e resgate de tradições Garantia dos direitos das mulheres para o estabelecimento das
das populações das diásporas. condições necessárias para sua plena cidadania.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Ações programáticas:
Igualdade Racial da Presidência da República a)Desenvolver ações afirmativas que permitam incluir plena-
mente as mulheres no processo de desenvolvimento do País, por
Objetivo estratégico II: meio da promoção da sua autonomia econômica e de iniciativas
Garantia aos povos indígenas da manutenção e resgate das produtivas que garantam sua independência.
condições de reprodução, assegurando seus modos de vida. Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
Ações programáticas: da Presidência da República
a)Assegurar a integridade das terras indígenas para proteger e b)Incentivar políticas públicas e ações afirmativas para a parti-
promover o modo de vida dos povos indígenas. cipação igualitária, plural e multirracial das mulheres nos espaços
Responsável: Ministério da Justiça de poder e decisão.
b)Proteger os povos indígenas isolados e de recente contato Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
para garantir sua reprodução cultural e etnoambiental. da Presidência da República
Responsável: Ministério da Justiça c)Elaborar relatório periódico de acompanhamento das políti-
c)Aplicar os saberes dos povos indígenas e das comunidades cas para mulheres com recorte étnico-racial, que contenha dados
tradicionais na elaboração de políticas públicas, respeitando a Con- sobre renda, jornada e ambiente de trabalho, ocorrências de assé-
venção no 169 da OIT. dio moral, sexual e psicológico, ocorrências de violências contra a
Responsável: Ministério da Justiça mulher, assistência à saúde integral, dados reprodutivos, mortalida-
d)Apoiar projetos de lei com objetivo de revisar o Estatuto do de materna e escolarização.
Índio com base no texto constitucional de 1988 e na Convenção no Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
169 da OIT. da Presidência da República
Responsável: Ministério da Justiça d)Divulgar os instrumentos legais de proteção às mulheres,
e)Elaborar relatório periódico de acompanhamento das políti- nacionais e internacionais, incluindo sua publicação em formatos
cas indigenistas que contemple dados sobre os processos de de- acessíveis, como braile, CD de áudio e demais tecnologias assistivas.
marcações das terras indígenas, dados sobre intrusões e conflitos Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
territoriais, inclusão no sistema de ensino (básico e superior), assis- da Presidência da República
tência integrada à saúde, número de violações registradas e apura- e)Ampliar o financiamento de abrigos para mulheres em situa-
das, recorrências de violações e dados populacionais. ção de vulnerabilidade, garantindo plena acessibilidade.
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
f)Proteger e promover os conhecimentos tradicionais e medici- da Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social
nais dos povos indígenas. e Combate à Fome
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde f)Propor tratamento preferencial de atendimento às mulheres
g)Implementar políticas de proteção do patrimônio dos povos em situação de violência doméstica e familiar nos Conselhos Gesto-
indígenas, por meio dos registros material e imaterial, mapeando os res do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social e junto ao
sítios históricos e arqueológicos, a cultura, as línguas e a arte. Fundo de Desenvolvimento Social.
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Justiça Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
h)Promover projetos e pesquisas para resgatar a história dos da Presidência da República; Ministério das Cidades; Ministério do
povos indígenas. Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Responsável: Ministério da Justiça g) Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a ga-
i)Promover ações culturais para o fortalecimento da educação rantia do acesso aos serviços de saúde. (Redação dada pelo Decreto
escolar dos povos indígenas, estimulando a valorização de suas pró- nº 7.177, de 2010)
prias formas de produção do conhecimento.
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Justiça
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Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Po- Objetivo estratégico II:


líticas para as Mulheres da Presidência da República; Ministério da Proteção e promoção da diversidade das expressões culturais
Justiça como Direito Humano.
h)Realizar campanhas e ações educativas para desconstruir os Ações programáticas:
estereótipos relativos às profissionais do sexo. a)Promover ações de afirmação do direito à diversidade das ex-
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres pressões culturais, garantindo igual dignidade e respeito para todas
da Presidência da República as culturas.
Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade. Responsável: Ministério da Cultura
Objetivo estratégico I: b)Incluir nos instrumentos e relatórios de políticas culturais a
Afirmação da diversidade para construção de uma sociedade temática dos Direitos Humanos.
igualitária. Responsável: Ministério da Cultura
Ações programáticas:
a)Realizar campanhas e ações educativas para desconstrução Objetivo estratégico III:
de estereótipos relacionados com diferenças étnico-raciais, etárias, Valorização da pessoa idosa e promoção de sua participação
de identidade e orientação sexual, de pessoas com deficiência, ou na sociedade.
segmentos profissionais socialmente discriminados. Ações programáticas:
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da a)Promover a inserção, a qualidade de vida e a prevenção de
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas de Pro- agravos aos idosos, por meio de programas que fortaleçam o conví-
moção da Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria vio familiar e comunitário, garantindo o acesso a serviços, ao lazer,
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; à cultura e à atividade física, de acordo com sua capacidade fun-
Ministério da Cultura cional.
b)Incentivar e promover a realização de atividades de valori- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
zação da cultura das comunidades tradicionais, entre elas ribeiri- Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério do Es-
nhos, extrativistas, quebradeiras de coco, pescadores artesanais, porte
seringueiros, geraizeiros, varzanteiros, pantaneiros, comunidades b)Apoiar a criação de centros de convivência e desenvolver
de fundo de pasto, caiçaras e faxinalenses. ações de valorização e socialização da pessoa idosa nas zonas ur-
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério do Desenvolvi- banas e rurais.
mento Social e Combate à Fome; Ministério do Esporte Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
c)Fomentar a formação e capacitação em Direitos Humanos, Presidência da República; Ministério da Cultura
como meio de resgatar a autoestima e a dignidade das comunida- c)Fomentar programas de voluntariado de pessoas idosas, vi-
des tradicionais, rurais e urbanas. sando valorizar e reconhecer sua contribuição para o desenvolvi-
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da mento e bem-estar da comunidade.
Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da Justiça; Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
Ministério da Cultura sidência da República
d)Apoiar políticas de acesso a direitos para a população cigana, d)Desenvolver ações que contribuam para o protagonismo da
valorizando seus conhecimentos e cultura. pessoa idosa na escola, possibilitando sua participação ativa na
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate construção de uma nova percepção intergeracional.
à Fome Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
e)Apoiar e valorizar a associação das mulheres quebradeiras sidência da República
de coco, protegendo e promovendo a continuidade de seu trabalho e)Potencializar ações com ênfase no diálogo intergeracional,
extrativista. valorizando o conhecimento acumulado das pessoas idosas.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
à Fome sidência da República
f)Elaborar relatórios periódicos de acompanhamento das polí- f)Desenvolver ações intersetoriais para capacitação continuada
ticas direcionadas às populações e comunidades tradicionais, que de cuidadores de pessoas idosas.
contenham, entre outras, informações sobre população estimada, Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Cultura
assistência integrada à saúde, número de violações registradas e g)Desenvolver política de humanização do atendimento ao ido-
apuradas, recorrência de violações, lideranças ameaçadas, dados so, principalmente em instituições de longa permanência.
sobre acesso à moradia, terra e território e conflitos existentes. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Se- Presidência da República; Ministério da Cultura
cretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da h)Elaborar programas de capacitação para os operadores dos
Presidência da República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos direitos da pessoa idosa.
da Presidência da República Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República.
i)Elaborar relatório periódico de acompanhamento das políti-
cas para pessoas idosas que contenha informações sobre os Cen-
tros Integrados de Atenção a Prevenção à Violência, tais como:
quantidade existente; sua participação no financiamento público;
sua inclusão nos sistemas de atendimento; número de profissionais
capacitados; pessoas idosas atendidas; proporção dos casos com
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DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA

resoluções; taxa de reincidência; pessoas idosas seguradas e apo- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sentadas; famílias providas por pessoas idosas; pessoas idosas em sidência da República
abrigos; pessoas idosas em situação de rua; principal fonte de ren- b)Apoiar projeto de lei que disponha sobre a união civil entre
da dos idosos; pessoas idosas atendidas, internadas e mortas por pessoas do mesmo sexo.
violência ou maus-tratos. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Justiça
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério da Previ- c)Promover ações voltadas à garantia do direito de adoção por
dência Social; Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvimento casais homoafetivos.
Social e Combate à Fome Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de
Objetivo estratégico IV: Políticas para as Mulheres da Presidência da República
Promoção e proteção dos direitos das pessoas com deficiên- d)Reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço
cia e garantia da acessibilidade igualitária. público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas,
Ações programáticas: gays, bissexuais, travestis e transexuais, com base na desconstrução
a)Garantir às pessoas com deficiência igual e efetiva proteção da heteronormatividade.
legal contra a discriminação. Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da tão
Presidência da República; Ministério da Justiça e)Desenvolver meios para garantir o uso do nome social de tra-
b)Garantir salvaguardas apropriadas e efetivas para prevenir vestis e transexuais.
abusos a pessoas com deficiência e pessoas idosas. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- sidência da República
sidência da República f)Acrescentar campo para informações sobre a identidade de
c)Assegurar o cumprimento do Decreto de Acessibilidade (De- gênero dos pacientes nos prontuários do sistema de saúde.
creto no 5.296/2004), que garante a acessibilidade pela adequação Responsável: Ministério da Saúde
das vias e passeios públicos, semáforos, mobiliários, habitações, es- g)Fomentar a criação de redes de proteção dos Direitos Huma-
paços de lazer, transportes, prédios públicos, inclusive instituições nos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT),
de ensino, e outros itens de uso individual e coletivo. principalmente a partir do apoio à implementação de Centros de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate à Homo-
Presidência da República; Ministério do Trabalho e Emprego; Mi- fobia e de núcleos de pesquisa e promoção da cidadania daquele
nistério das Cidades segmento em universidades públicas.
d)Garantir recursos didáticos e pedagógicos para atender às Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
necessidades educativas especiais. sidência da República
Responsável: Ministério da Educação h)Realizar relatório periódico de acompanhamento das polí-
e)Disseminar a utilização dos sistemas braile, tadoma, escrita ticas contra discriminação à população LGBT, que contenha, entre
de sinais e libras tátil para inclusão das pessoas com deficiência em outras, informações sobre inclusão no mercado de trabalho, as-
todo o sistema de ensino. sistência à saúde integral, número de violações registradas e apu-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da radas, recorrências de violações, dados populacionais, de renda e
Presidência da República; Ministério da Educação conjugais.
f)Instituir e implementar o ensino da Língua Brasileira de Sinais Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
como disciplina curricular facultativa. sidência da República
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Educação Objetivo estratégico VI:
g)Propor a regulamentação das profissões relativas à imple- Respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia
mentação da acessibilidade, tais como: instrutor de Libras, guia-in- da laicidade do Estado.
térprete, tradutor-intérprete, transcritor, revisor e ledor da escrita Ações programáticas:
braile e treinadores de cães-guia. a)Instituir mecanismos que assegurem o livre exercício das di-
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego versas práticas religiosas, assegurando a proteção do seu espaço
h)Elaborar relatórios sobre os Municípios que possuam frota físico e coibindo manifestações de intolerância religiosa.
adaptada para subsidiar o processo de monitoramento do cumpri- Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Cultura; Se-
mento e implementação da legislação de acessibilidade. cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Responsáveis: Ministério das Cidades; Secretaria Especial dos b)Promover campanhas de divulgação sobre a diversidade re-
Direitos Humanos da Presidência da República ligiosa para disseminar cultura da paz e de respeito às diferentes
crenças.
Objetivo estratégico V: Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Garantia do respeito à livre orientação sexual e identidade de Presidência da República; Ministério da Cultura; Secretaria Especial
gênero. de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da Re-
Ações programáticas: pública
a)Desenvolver políticas afirmativas e de promoção de cultura c) (Revogado pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
de respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero, favo- Responsável: (Revogado pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
recendo a visibilidade e o reconhecimento social.
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DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA

d)Estabelecer o ensino da diversidade e história das religiões, opinião pública e a maior fiscalização sobre o Estado, resultante do
inclusive as derivadas de matriz africana, na rede pública de ensino, processo de democratização, têm tornado possível a construção de
com ênfase no reconhecimento das diferenças culturais, promoção agenda de reformas na área.
da tolerância e na afirmação da laicidade do Estado. O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania
Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial dos (Pronasci) e os investimentos já realizados pelo Governo Federal na
Direitos Humanos da Presidência da República montagem de rede nacional de altos estudos em segurança pública,
e)Realizar relatório sobre pesquisas populacionais relativas a que têm beneficiado milhares de policiais em cada Estado, simboli-
práticas religiosas, que contenha, entre outras, informações sobre zam, ao lado do processo de debates da 1ª Conferência Nacional de
número de religiões praticadas, proporção de pessoas distribuídas Segurança Pública, acúmulos históricos significativos, que apontam
entre as religiões, proporção de pessoas que já trocaram de religião, para novas e mais importantes mudanças.
número de pessoas religiosas não praticantes e número de pessoas As propostas elencadas neste eixo orientador do PNDH-3 ar-
sem religião. ticulam-se com tal processo histórico de transformação e exigem
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- muito mais do que já foi alcançado. Para tanto, parte-se do pressu-
sidência da República posto de que a realidade brasileira segue sendo gravemente mar-
cada pela violência e por severos impasses estruturais na área da
Eixo Orientador IV: segurança pública.
Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência Problemas antigos, como a ausência de diagnósticos, de pla-
Por muito tempo, alguns segmentos da militância em Direitos nejamento e de definição formal de metas, a desvalorização pro-
Humanos mantiveram-se distantes do debate sobre as políticas fissional dos policiais e dos agentes penitenciários, o desperdício
públicas de segurança no Brasil. No processo de consolidação da de recursos e a consagração de privilégios dentro das instituições,
democracia, por diferentes razões, movimentos sociais e entidades as práticas de abuso de autoridade e de violência policial contra
manifestaram dificuldade no tratamento do tema. Na base dessa grupos vulneráveis e a corrupção dos agentes de segurança pública,
dificuldade, estavam a memória dos enfrentamentos com o aparato demandam reformas tão urgentes quanto profundas.
repressivo ao longo de duas décadas de regime ditatorial, a postu- As propostas sistematizadas no PNDH-3 agregam, nesse con-
ra violenta vigente, muitas vezes, em órgãos de segurança pública, texto, as contribuições oferecidas pelo processo da 11ª Conferência
a percepção do crime e da violência como meros subprodutos de Nacional dos Direitos Humanos e avançam também sobre temas
uma ordem social injusta a ser transformada em seus próprios fun- que não foram objeto de debate, trazendo para o PNDH-3 parte do
damentos. acúmulo crítico que tem sido proposto ao País pelos especialistas e
Distanciamento análogo ocorreu nas universidades, que, com pesquisadores da área.
poucas exceções, não se debruçaram sobre o modelo de polícia Em linhas gerais, o PNDH-3 aponta para a necessidade de am-
legado ou sobre os desafios da segurança pública. As polícias bra- pla reforma no modelo de polícia e propõe o aprofundamento do
sileiras, nos termos de sua tradição institucional, pouco aproveita- debate sobre a implantação do ciclo completo de policiamento às
ram da reflexão teórica e dos aportes oferecidos pela criminologia corporações estaduais. Prioriza transparência e participação popu-
moderna e demais ciências sociais, já disponíveis há algumas dé- lar, instando ao aperfeiçoamento das estatísticas e à publicação de
cadas às polícias e aos gestores de países desenvolvidos. A cultura dados, assim como à reformulação do Conselho Nacional de Segu-
arraigada de rejeitar as evidências acumuladas pela pesquisa e pela rança Pública. Contempla a prevenção da violência e da criminalida-
experiência de reforma das polícias no mundo era a mesma que de como diretriz, ampliando o controle sobre armas de fogo e indi-
expressava nostalgia de um passado de ausência de garantias indi- cando a necessidade de profissionalização da investigação criminal.
viduais, e que identificava na idéia dos Direitos Humanos não a mais Com ênfase na erradicação da tortura e na redução da letalida-
generosa entre as promessas construídas pela modernidade, mas de policial e carcerária, confere atenção especial ao estabelecimen-
uma verdadeira ameaça. to de procedimentos operacionais padronizados, que previnam as
Estavam postas as condições históricas, políticas e culturais ocorrências de abuso de autoridade e de violência institucional, e
para que houvesse um fosso aparentemente intransponível entre confiram maior segurança a policiais e agentes penitenciários. Re-
os temas da segurança pública e os Direitos Humanos. afirma a necessidade de criação de ouvidorias independentes em
Nos últimos anos, contudo, esse processo de estranhamento âmbito federal e, inspirado em tendências mais modernas de po-
mútuo passou a ser questionado. De um lado, articulações na so- liciamento, estimula as iniciativas orientadas por resultados, o de-
ciedade civil assumiram o desafio de repensar a segurança pública senvolvimento do policiamento comunitário e voltado para a solu-
a partir de diálogos com especialistas na área, policiais e gestores. ção de problemas, elencando medidas que promovam a valorização
De outro, começaram a ser implantadas as primeiras políticas públi- dos trabalhadores em segurança pública. Contempla, ainda, a cria-
cas buscando caminhos alternativos de redução do crime e da vio- ção de sistema federal que integre os atuais sistemas de proteção a
lência, a partir de projetos centrados na prevenção e influenciados vítimas e testemunhas, defensores de Direitos Humanos e crianças
pela cultura de paz. e adolescentes ameaçados de morte.
A proposição do Sistema Único de Segurança Pública, a moder- Também como diretriz, o PNDH-3 propõe profunda reforma da
nização de parte das nossas estruturas policiais e a aprovação de Lei de Execução Penal que introduza garantias fundamentais e no-
novos regimentos e leis orgânicas das polícias, a consciência cres- vos regramentos para superar as práticas abusivas, hoje comuns. E
cente de que políticas de segurança pública são realidades mais trata as penas privativas de liberdade como última alternativa, pro-
amplas e complexas do que as iniciativas possíveis às chamadas pondo a redução da demanda por encarceramento e estimulando
“forças da segurança”, o surgimento de nova geração de policiais, novas formas de tratamento dos conflitos, como as sugeridas pelo
disposta a repensar práticas e dogmas e, sobretudo, a cobrança da mecanismo da Justiça Restaurativa.

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Reafirma-se a centralidade do direito universal de acesso à Jus- b)Criar base de dados unificada que permita o fluxo de infor-
tiça, com a possibilidade de acesso aos tribunais por toda a popula- mações entre os diversos componentes do sistema de segurança
ção, com o fortalecimento das defensorias públicas e a moderniza- pública e a Justiça criminal.
ção da gestão judicial, de modo a garantir respostas judiciais mais Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
céleres e eficazes. Destacam-se, ainda, o direito de acesso à Justiça reitos Humanos da Presidência da República
em matéria de conflitos agrários e urbanos e o necessário estímulo c)Redefinir as competências e o funcionamento da Inspetoria-
aos meios de soluções pacíficas de controvérsias. -Geral das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
O PNDH-3 apresenta neste eixo, fundamentalmente, propos- Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Defesa
tas para que o Poder Público se aperfeiçoe no desenvolvimento de
políticas públicas de prevenção ao crime e à violência, reforçando Objetivo estratégico III:
a noção de acesso universal à Justiça como direito fundamental, Promoção dos Direitos Humanos dos profissionais do sistema
e sustentando que a democracia, os processos de participação e de segurança pública, assegurando sua formação continuada e
transparência, aliados ao uso de ferramentas científicas e à profis- compatível com as atividades que exercem.
sionalização das instituições e trabalhadores da segurança, assina- Ações programáticas:
lam os roteiros mais promissores para que o Brasil possa avançar no a)Proporcionar equipamentos para proteção individual efetiva
caminho da paz pública. para os profissionais do sistema federal de segurança pública.
Responsável: Ministério da Justiça
Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de b)Condicionar o repasse de verbas federais aos Estados, ao Dis-
segurança pública trito Federal e aos Municípios, à garantia da efetiva disponibilização
Objetivo estratégico I: de equipamentos de proteção individual aos profissionais do siste-
Modernização do marco normativo do sistema de segurança ma nacional de segurança pública.
pública. Responsável: Ministério da Justiça
Ações programáticas: c)Fomentar o acompanhamento permanente da saúde mental
a)Propor alteração do texto constitucional, de modo a conside- dos profissionais do sistema de segurança pública, mediante servi-
rar as polícias militares não mais como forças auxiliares do Exército, ços especializados do sistema de saúde pública.
mantendo-as apenas como força reserva. Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
Responsável: Ministério da Justiça d)Propor projeto de lei instituindo seguro para casos de aci-
b)Propor a revisão da estrutura, treinamento, controle, empre- dentes incapacitantes ou morte em serviço para os profissionais do
go e regimentos disciplinares dos órgãos de segurança pública, de sistema de segurança pública.
forma a potencializar as suas funções de combate ao crime e prote- Responsável: Ministério da Justiça;
ção dos direitos de cidadania, bem como garantir que seus órgãos e)Garantir a reabilitação e reintegração ao trabalho dos profis-
corregedores disponham de carreira própria, sem subordinação à sionais do sistema de segurança pública federal, nos casos de defi-
direção das instituições policiais. ciência adquirida no exercício da função.
Responsável: Ministério da Justiça Responsável: Ministério da Justiça;
c)Propor a criação obrigatória de ouvidorias de polícias inde- Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de
pendentes nos Estados e no Distrito Federal, com ouvidores pro- segurança pública e justiça criminal.
tegidos por mandato e escolhidos com participação da sociedade.
Responsável: Ministério da Justiça Objetivo estratégico I:
d)Assegurar a autonomia funcional dos peritos e a moderni- Publicação de dados do sistema federal de segurança pública.
zação dos órgãos periciais oficiais, como forma de incrementar sua Ação programática
estruturação, assegurando a produção isenta e qualificada da prova a)Publicar trimestralmente estatísticas sobre:
material, bem como o princípio da ampla defesa e do contraditório • Crimes registrados, inquéritos instaurados e concluídos, pri-
e o respeito aos Direitos Humanos. sões efetuadas, flagrantes registrados, operações realizadas, armas
Responsável: Ministério da Justiça e entorpecentes apreendidos pela Polícia Federal em cada Estado
e)Promover o aprofundamento do debate sobre a instituição da Federação;
do ciclo completo da atividade policial, com competências reparti- • Veículos abordados, armas e entorpecentes apreendidos e
das pelas polícias, a partir da natureza e da gravidade dos delitos. prisões efetuadas pela Polícia Rodoviária Federal em cada Estado
Responsável: Ministério da Justiça da Federação;
f)Apoiar a aprovação do Projeto de Lei no 1.937/2007, que dis- • Presos provisórios e condenados sob custódia do sistema pe-
põe sobre o Sistema Único de Segurança Pública. nitenciário federal e quantidade de presos trabalhando e estudan-
Responsável: Ministério da Justiça do por sexo, idade e raça ou etnia;
• Vitimização de policiais federais, policiais rodoviários fede-
Objetivo estratégico II: rais, membros da Força Nacional de Segurança Pública e agentes
Modernização da gestão do sistema de segurança pública. penitenciários federais;
Ações programáticas: • Quantidade e tipos de laudos produzidos pelos órgãos fede-
a)Condicionar o repasse de verbas federais à elaboração e revi- rais de perícia oficial.
são periódica de planos estaduais, distrital e municipais de seguran- Responsável: Ministério da Justiça
ça pública que se pautem pela integração e pela responsabilização Objetivo estratégico II:
territorial da gestão dos programas e ações. Consolidação de mecanismos de participação popular na ela-
Responsável: Ministério da Justiça boração das políticas públicas de segurança.
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Ações programáticas: c)Propor padronização de procedimentos e equipamentos a se-


a)Reformular o Conselho Nacional de Segurança Pública, asse- rem utilizados pelas unidades periciais oficiais em todos os exames
gurando a participação da sociedade civil organizada em sua com- periciais criminalísticos e médico-legais.
posição e garantindo sua articulação com o Conselho Nacional de Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
Política Criminal e Penitenciária. reitos Humanos da Presidência da República
Responsável: Ministério da Justiça d)Desenvolver sistema de dados nacional informatizado para
b)Fomentar mecanismos de gestão participativa das políticas monitoramento da produção e da qualidade dos laudos produzidos
públicas de segurança, como conselhos e conferências, ampliando nos órgãos periciais.
a Conferência Nacional de Segurança Pública. Responsável: Ministério da Justiça
Responsável: Ministério da Justiça e)Fomentar parcerias com universidades para pesquisa e de-
Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profis- senvolvimento de novas metodologias a serem implantadas nas
sionalização da investigação de atos criminosos. unidades periciais.
Responsável: Ministério da Justiça
Objetivo estratégico I: f)Promover e apoiar a educação continuada dos profissionais
Ampliação do controle de armas de fogo em circulação no da perícia oficial, em todas as áreas, para a formação técnica e em
País. Direitos Humanos.
Ações programáticas: Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
a)Realizar ações permanentes de estímulo ao desarmamento reitos Humanos da Presidência da República
da população.
Responsável: Ministério da Justiça Objetivo estratégico IV:
b)Propor reforma da legislação para ampliar as restrições e os Fortalecimento dos instrumentos de prevenção à violência.
requisitos para aquisição de armas de fogo por particulares e em- Ações programáticas:
presas de segurança privada. a)Elaborar diretrizes para as políticas de prevenção à violência
Responsável: Ministério da Justiça com o objetivo de assegurar o reconhecimento das diferenças gera-
c)Propor alteração da legislação para garantir que as armas cionais, de gênero, étnico-racial e de orientação sexual.
apreendidas em crimes que não envolvam disparo sejam inutiliza- Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Po-
das imediatamente após a perícia. líticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Es-
Responsável: Ministério da Justiça pecial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência
d)Registrar no Sistema Nacional de Armas todas as armas de da República
fogo destruídas. b)Realizar anualmente pesquisas nacionais de vitimização.
Responsável: Ministério da Defesa Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico II: c)Fortalecer mecanismos que possibilitem a efetiva fiscalização
Qualificação da investigação criminal. de empresas de segurança privada e a investigação e responsabili-
Ações programáticas: zação de policiais que delas participem de forma direta ou indireta.
a)Propor projeto de lei para alterar o procedimento do inquéri- Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
to policial, de modo a admitir procedimentos orais gravados e trans- reitos Humanos da Presidência da República
formar em peça ágil e eficiente de investigação criminal voltada à d)Desenvolver normas de conduta e fiscalização dos serviços
coleta de evidências. de segurança privados que atuam na área rural.
Responsável: Ministério da Justiça Responsável: Ministério da Justiça
b)Fomentar o debate com o objetivo de unificar os meios de e)Elaborar diretrizes para atividades de policiamento comuni-
investigação e obtenção de provas e padronizar procedimentos de tário e policiamento orientado para a solução de problemas, bem
investigação criminal. como catalogar e divulgar boas práticas dessas atividades.
Responsável: Ministério da Justiça Responsável: Ministério da Justiça
c)Promover a capacitação técnica em investigação criminal f)Elaborar diretrizes para atuação conjunta entre os órgãos de
para os profissionais dos sistemas estaduais de segurança pública. trânsito e os de segurança pública para reduzir a violência no trân-
Responsável: Ministério da Justiça sito.
d)Realizar pesquisas para qualificação dos estudos sobre técni- Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades
cas de investigação criminal. g)Realizar debate sobre o atual modelo de repressão e estimu-
Responsável: Ministério da Justiça lar a discussão sobre modelos alternativos de tratamento do uso e
Objetivo estratégico III: tráfico de drogas, considerando o paradigma da redução de danos.
Produção de prova pericial com celeridade e procedimento pa- Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
dronizado. reitos Humanos da Presidência da República; Gabinete de Seguran-
Ações programáticas: ça Institucional; Ministério da Saúde
a)Propor regulamentação da perícia oficial.
Responsável: Ministério da Justiça
b)Propor projeto de lei para proporcionar autonomia adminis-
trativa e funcional dos órgãos periciais federais.
Responsável: Ministério da Justiça

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Objetivo estratégico V: Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Po-


Redução da violência motivada por diferenças de gênero, raça líticas para as Mulheres da Presidência da República; Ministério da
ou etnia, idade, orientação sexual e situação de vulnerabilidade. Saúde; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Ações programáticas: República
a)Fortalecer a atuação da Polícia Federal no combate e na apu- i)Avaliar o cumprimento da Lei Maria da Penha com base nos
ração de crimes contra os Direitos Humanos. dados sobre tipos de violência, agressor e vítima.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Po-
reitos Humanos da Presidência da República líticas para as Mulheres da Presidência da República
b)Garantir aos grupos em situação de vulnerabilidade o conhe- j)Fortalecer ações estratégicas de prevenção à violência contra
cimento sobre serviços de atendimento, atividades desenvolvidas jovens negros.
pelos órgãos e instituições de segurança e mecanismos de denún- Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
cia, bem como a forma de acioná-los. Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da Justiça
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- k)Estabelecer política de prevenção de violência contra a popu-
reitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de lação em situação de rua, incluindo ações de capacitação de poli-
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria ciais em Direitos Humanos.
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidên- Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
cia da República reitos Humanos da Presidência da República
c)Desenvolver e implantar sistema nacional integrado das re- l)Promover a articulação institucional, em conjunto com a so-
des de saúde, de assistência social e educação para a notificação ciedade civil, para implementar o Plano de Ação para o Enfrenta-
de violência. mento da Violência contra a Pessoa Idosa.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério do De- Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério do De-
senvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Educação; senvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da m)Fomentar a implantação do serviço de recebimento e enca-
Presidência da República minhamento de denúncias de violência contra a pessoa idosa em
d)Promover campanhas educativas e pesquisas voltadas à pre- todas as unidades da Federação.
venção da violência contra pessoas com deficiência, idosos, mulhe- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
res, indígenas, negros, crianças, adolescentes, lésbicas, gays, bisse- sidência da República
xuais, transexuais, travestis e pessoas em situação de rua. n)Capacitar profissionais de educação e saúde para identificar
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da e notificar crimes e casos de violência contra a pessoa idosa e con-
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social e tra a pessoa com deficiência.
Combate à Fome; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria Especial de Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério da Edu-
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Ministério cação
da Justiça; Ministério do Turismo; Ministério do Esporte o)Implementar ações de promoção da cidadania e Direitos Hu-
e)Fortalecer unidade especializada em conflitos indígenas na manos das lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis, com
Polícia Federal e garantir sua atuação conjunta com a FUNAI, em foco na prevenção à violência, garantindo redes integradas de aten-
especial nos processos conflituosos de demarcação. ção.
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
f)Fomentar cursos de qualificação e capacitação sobre aspec- reitos Humanos da Presidência da República
tos da cultura tradicional dos povos indígenas e sobre legislação
indigenista para todas as corporações policiais, principalmente para Objetivo estratégico VI:
as polícias militares e civis especialmente nos Estados e Municípios Enfrentamento ao tráfico de pessoas.
em que as aldeias indígenas estejam localizadas nas proximidades Ações programáticas:
dos centros urbanos. a)Desenvolver metodologia de monitoramento, disseminação
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- e avaliação das metas do Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfi-
reitos Humanos da Presidência da República co de Pessoas, bem como construir e implementar o II Plano Nacio-
g)Fortalecer mecanismos para combater a violência contra a nal de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
população indígena, em especial para as mulheres indígenas víti- Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Turismo; Se-
mas de casos de violência psicológica, sexual e de assédio moral. cretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Se- República; Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria Especial
cretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da dos Direitos Humanos da Presidência da República
República b)Estruturar, a partir de serviços existentes, sistema nacional
h)Apoiar a implementação do pacto nacional de enfrentamen- de atendimento às vítimas do tráfico de pessoas, de reintegração e
to à violência contra as mulheres de forma articulada com os planos diminuição da vulnerabilidade, especialmente de crianças, adoles-
estaduais de segurança pública e em conformidade com a Lei Maria centes, mulheres, transexuais e travestis.
da Penha (Lei no 11.340/2006). Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as
Mulheres da Presidência da República; Ministério da Justiça

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c)Implementar as ações referentes a crianças e adolescentes Responsável: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
previstas na Política e no Plano Nacional de Enfrentamento ao Trá- reitos Humanos da Presidência da República
fico de Pessoas. e)Dotar as Corregedorias da Polícia Federal, da Polícia Rodovi-
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- ária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional de recursos
reitos Humanos da Presidência da República humanos e materiais suficientes para o desempenho de suas ativi-
d)Consolidar fluxos de encaminhamento e monitoramento de dades, ampliando sua autonomia funcional.
denúncias de casos de tráfico de crianças e adolescentes. Responsável: Ministério da Justiça
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- f)Fortalecer a inspetoria da Força Nacional de Segurança Públi-
reitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de ca e tornar obrigatória a publicação trimestral de estatísticas sobre
Políticas para as Mulheres da Presidência da República procedimentos instaurados e concluídos e sobre o número de poli-
e)Revisar e disseminar metodologia para atendimento de ciais desmobilizados.
crianças e adolescentes vítimas de tráfico. Responsável: Ministério da Justiça
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- g)Publicar trimestralmente estatísticas sobre procedimentos
sidência da República instaurados e concluídos pelas Corregedorias da Polícia Federal e
f)Fomentar a capacitação de técnicos da gestão pública, orga- da Polícia Rodoviária Federal, e sobre a quantidade de policiais in-
nizações não governamentais e representantes das cadeias produ- fratores e condenados, por cargo e tipo de punição aplicada.
tivas para o enfrentamento ao tráfico de pessoas. Responsável: Ministério da Justiça
Responsável: Ministério do Turismo h)Publicar trimestralmente informações sobre pessoas mortas
g)Desenvolver metodologia e material didático para capacitar e feridas em ações da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal
agentes públicos no enfrentamento ao tráfico de pessoas. e da Força Nacional de Segurança Pública.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsável: Ministério da Justiça
Presidência da República; Ministério do Turismo; Ministério da Jus- i)Criar sistema de rastreamento de armas e de veículos usados
tiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidên- pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de
cia da República Segurança Pública, e fomentar a criação de sistema semelhante nos
h)Realizar estudos e pesquisas sobre o tráfico de pessoas, in- Estados e no Distrito Federal.
clusive sobre exploração sexual de crianças e adolescentes. Responsável: Ministério da Justiça
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério do Turismo; Ministério da Jus- Objetivo estratégico II:
tiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidên- Padronização de procedimentos e equipamentos do sistema
cia da República de segurança pública.
Ações programáticas:
Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na a)Elaborar procedimentos operacionais padronizados para as
erradicação da tortura e na redução da letalidade policial e carce- forças policiais federais, com respeito aos Direitos Humanos.
rária. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
Objetivo estratégico I: reitos Humanos da Presidência da República
Fortalecimento dos mecanismos de controle do sistema de b)Elaborar procedimentos operacionais padronizados sobre re-
segurança pública. vistas aos visitantes de estabelecimentos prisionais, respeitando os
Ações programáticas: preceitos dos Direitos Humanos.
a)Criar ouvidoria de polícia com independência para exercer Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
controle externo das atividades das Polícias Federais e da Força reitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de
Nacional de Segurança Pública, coordenada por um ouvidor com Políticas para as Mulheres da Presidência da República
mandato. c)Elaborar diretrizes nacionais sobre uso da força e de armas de
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- fogo pelas instituições policiais e agentes do sistema penitenciário.
reitos Humanos da Presidência da República Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
b)Fortalecer a Ouvidoria do Departamento Penitenciário Na- reitos Humanos da Presidência da República
cional, dotando-a de recursos humanos e materiais necessários ao d)Padronizar equipamentos, armas, munições e veículos apro-
desempenho de suas atividades, propondo sua autonomia funcio- priados à atividade policial a serem utilizados pelas forças policiais
nal. da União, bem como aqueles financiados com recursos federais nos
Responsável: Ministério da Justiça Estados, no Distrito Federal e nos Municípios.
c)Condicionar a transferência voluntária de recursos federais Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
aos Estados e ao Distrito Federal ao plano de implementação ou à reitos Humanos da Presidência da República
existência de ouvidorias de polícia e do sistema penitenciário, que e)Disponibilizar para a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Fe-
atendam aos requisitos de coordenação por ouvidor com mandato, deral e para a Força Nacional de Segurança Pública munição, tecno-
escolhidos com participação da sociedade civil e com independên- logias e armas de menor potencial ofensivo.
cia para sua atuação. Responsável: Ministério da Justiça
Responsável: Ministério da Justiça
d)Elaborar projeto de lei para aperfeiçoamento da legislação
processual penal, visando padronizar os procedimentos da investi-
gação de ações policiais com resultado letal.

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Objetivo estratégico III: j)Estabelecer procedimento para a produção de relatórios anu-


Consolidação de política nacional visando à erradicação da ais, contendo informações sobre o número de casos de torturas e
tortura e de outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou de tratamentos desumanos ou degradantes levados às autoridades,
degradantes. número de perpetradores e de sentenças judiciais.
Ações programáticas: Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
a)Elaborar projeto de lei visando a instituir o Mecanismo Pre- sidência da República
ventivo Nacional, sistema de inspeção aos locais de detenção para • Objetivo estratégico IV:
o monitoramento regular e periódico dos centros de privação de • Combate às execuções extrajudiciais realizadas por agentes
liberdade, nos termos do protocolo facultativo à convenção da ONU do Estado.
contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos Ações programáticas:
ou degradantes. a)Fortalecer ações de combate às execuções extrajudiciais re-
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos alizadas por agentes do Estado, assegurando a investigação dessas
Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério das Re- violações.
lações Exteriores; Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
b)Instituir grupo de trabalho para discutir e propor atualização reitos Humanos da Presidência da República
e aperfeiçoamento da Lei no 9.455/1997, que define os crimes de b)Desenvolver e apoiar ações específicas para investigação e
tortura, de forma a atualizar os tipos penais, instituir sistema na- combate à atuação de milícias e grupos de extermínio.
cional de combate à tortura, estipular marco legal para a definição Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
de regras unificadas de exame médico-legal, bem como estipular reitos Humanos da Presidência da República
ações preventivas obrigatórias como formação específica das forças
policiais e capacitação de agentes para a identificação da tortura. Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- proteção das pessoas ameaçadas.
sidência da República Objetivo estratégico I:
c)Promover o fortalecimento, a criação e a reativação dos co- Instituição de sistema federal que integre os programas de
mitês estaduais de combate à tortura. proteção.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- Ações programáticas:
sidência da República a)Propor projeto de lei para integração, de forma sistêmica, dos
d)Propor projeto de lei para tornar obrigatória a filmagem dos programas de proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas, defen-
interrogatórios ou audiogravações realizadas durante as investiga- sores de Direitos Humanos e crianças e adolescentes ameaçados
ções policiais. de morte.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
reitos Humanos da Presidência da República sidência da República
e)Estabelecer protocolo para a padronização de procedimen- b)Desenvolver sistema nacional que integre as informações das
tos a serem realizados nas perícias destinadas a averiguar alegações ações de proteção às pessoas ameaçadas.
de tortura. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- sidência da República
reitos Humanos da Presidência da República c)Ampliar os programas de proteção a vítimas e testemunhas
f)Elaborar matriz curricular e capacitar os operadores do siste- ameaçadas, defensores dos Direitos Humanos e crianças e adoles-
ma de segurança pública e justiça criminal para o combate à tortura. centes ameaçados de morte para os Estados em que o índice de
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- violência aponte a criação de programas locais.
reitos Humanos da Presidência da República Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
g)Capacitar e apoiar a qualificação dos agentes da perícia ofi- sidência da República
cial, bem como de agentes públicos de saúde, para a identificação d)Garantir a formação de agentes da Polícia Federal para a pro-
de tortura. teção das pessoas incluídas nos programas de proteção de pessoas
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- ameaçadas, observadas suas diretrizes.
reitos Humanos da Presidência da República Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
h)Incluir na formação de agentes penitenciários federais curso reitos Humanos da Presidência da República
com conteúdos relativos ao combate à tortura e sobre a importân- e)Propor ampliação os recursos orçamentários para a realiza-
cia dos Direitos Humanos. ção das ações dos programas de proteção a vítimas e testemunhas
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- ameaçadas, defensores dos Direitos Humanos e crianças e adoles-
reitos Humanos da Presidência da República centes ameaçados de morte.
i)Realizar campanhas de prevenção e combate à tortura nos Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
meios de comunicação para a população em geral, além de cam- sidência da República
panhas específicas voltadas às forças de segurança pública, bem
como divulgar os parâmetros internacionais de combate às práticas
de tortura.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República

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Objetivo estratégico II: Objetivo estratégico IV:


Consolidação da política de assistência a vítimas e a testemu- Garantia de proteção dos defensores dos Direitos Humanos e
nhas ameaçadas. de suas atividades.
Ações programáticas: Ações programáticas:
a)Propor projeto de lei para aperfeiçoar o marco legal do Pro- a)Fortalecer a execução do Programa Nacional de Proteção aos
grama Federal de Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, Defensores dos Direitos Humanos, garantindo segurança nos casos
ampliando a proteção de escolta policial para as equipes técnicas de violência, ameaça, retaliação, pressão ou ação arbitrária, e a de-
do programa, e criar sistema de apoio à reinserção social dos usuá- fesa em ações judiciais de má-fé, em decorrência de suas ativida-
rios do programa. des.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
reitos Humanos da Presidência da República sidência da República
b)Regulamentar procedimentos e competências para a execu- b)Articular com os órgãos de segurança pública de Direitos Hu-
ção do Programa Federal de Assistência a Vítimas e Testemunhas manos nos Estados para garantir a segurança dos defensores dos
Ameaçadas, em especial para a realização de escolta de seus usu- Direitos Humanos.
ários. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- reitos Humanos da Presidência da República
reitos Humanos da Presidência da República c)Capacitar os operadores do sistema de segurança pública e
c)Fomentar a criação de centros de atendimento a vítimas de de justiça sobre o trabalho dos defensores dos Direitos Humanos.
crimes e a seus familiares, com estrutura adequada e capaz de ga- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
rantir o acompanhamento psicossocial e jurídico dos usuários, com sidência da República
especial atenção a grupos sociais mais vulneráveis, assegurando o d)Fomentar parcerias com as Defensorias Públicas dos Estados
exercício de seus direitos. e da União para a defesa judicial dos defensores dos Direitos Huma-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da nos nos processos abertos contra eles.
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
Mulheres da Presidência da República sidência da República
d)Incentivar a criação de unidades especializadas do Serviço de e)Divulgar em âmbito nacional a atuação dos defensores e mi-
Proteção ao Depoente Especial da Polícia Federal nos Estados e no litantes dos Direitos Humanos, fomentando cultura de respeito e
Distrito Federal. valorização de seus papéis na sociedade.
Responsável: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
reitos Humanos da Presidência da República sidência da República
e)Garantir recursos orçamentários e de infraestrutura ao Servi-
ço de Proteção ao Depoente Especial da Polícia Federal, necessários Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, prio-
ao atendimento pleno, imediato e de qualidade aos depoentes es- rizando a aplicação de penas e medidas alternativas à privação de
peciais e a seus familiares, bem como o atendimento às demandas liberdade e melhoria do sistema penitenciário.
de inclusão provisória no programa federal. Objetivo estratégico I:
Responsável: Ministério da Justiça Reestruturação do sistema penitenciário.
Ações programáticas:
Objetivo estratégico III: a)Elaborar projeto de reforma da Lei de Execução Penal (Lei no
Garantia da proteção de crianças e adolescentes ameaçados 7.210/1984), com o propósito de:
de morte. • Adotar mecanismos tecnológicos para coibir a entrada de
Ações programáticas: substâncias e materiais proibidos, eliminando a prática de revista
a)Ampliar a atuação federal no âmbito do Programa de Prote- íntima nos familiares de presos;
ção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte nas unidades • Aplicar a Lei de Execução Penal também a presas e presos
da Federação com maiores taxas de homicídio nessa faixa etária. provisórios e aos sentenciados pela Justiça Especial;
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- • Vedar a divulgação pública de informações sobre perfil psi-
sidência da República cológico do preso e eventuais diagnósticos psiquiátricos feitos nos
b)Formular política nacional de enfrentamento da violência le- estabelecimentos prisionais;
tal contra crianças e adolescentes. • Instituir a obrigatoriedade da oferta de ensino pelos estabe-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- lecimentos penais e a remição de pena por estudo;
sidência da República • Estabelecer que a perda de direitos ou a redução de acesso
c)Desenvolver e aperfeiçoar os indicadores de morte violenta a qualquer direito ocorrerá apenas como consequência de faltas de
de crianças e adolescentes, assegurando publicação anual dos da- natureza grave;
dos. • Estabelecer critérios objetivos para isolamento de presos e
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da presas no regime disciplinar diferenciado;
Presidência da República; Ministério da Saúde • Configurar nulidade absoluta dos procedimentos disciplina-
d)Desenvolver programas de enfrentamento da violência letal res quando não houver intimação do defensor do preso;
contra crianças e adolescentes e divulgar as experiências bem su- • Estabelecer o regime de condenação como limite para casos
cedidas. de regressão de regime;
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da • Assegurar e regulamentar as visitas íntimas para a população
Presidência da República; Ministério da Justiça carcerária LGBT.
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Responsável: Ministério da Justiça Objetivo estratégico II:


b)Elaborar decretos extraordinários de indulto a condenados Limitação do uso dos institutos de prisão cautelar.
por crimes sem violência real, que reduzam substancialmente a po- Ações programáticas:
pulação carcerária brasileira. a)Propor projeto de lei para alterar o Código de Processo Penal,
Responsável: Ministério da Justiça com o objetivo de:
c)Fomentar a realização de revisões periódicas processuais dos • Estabelecer requisitos objetivos para decretação de prisões
processos de execução penal da população carcerária. preventivas que consagrem sua excepcionalidade;
Responsável: Ministério da Justiça • Vedar a decretação de prisão preventiva em casos que envol-
d)Vincular o repasse de recursos federais para construção de vam crimes com pena máxima inferior a quatro anos, excetuando
estabelecimentos prisionais nos Estados e no Distrito Federal ao crimes graves como formação de quadrilha e peculato;
atendimento das diretrizes arquitetônicas que contemplem a exis- • Estabelecer o prazo máximo de oitenta e um dias para prisão
tência de alas específicas para presas grávidas e requisitos de aces- provisória.
sibilidade. Responsável: Ministério da Justiça
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Po- b)Alterar a legislação sobre abuso de autoridade, tipificando de
líticas para as Mulheres da Presidência da República modo específico as condutas puníveis.
e)Aplicar a Política Nacional de Saúde Mental e a Política para Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas no sistema reitos Humanos da Presidência da República
penitenciário. Objetivo estratégico III:
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde Tratamento adequado de pessoas com transtornos mentais.
f)Aplicar a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mu- Ações programáticas:
lher no contexto prisional, regulamentando a assistência pré-natal, a)Estabelecer diretrizes que garantam tratamento adequado às
a existência de celas específicas e período de permanência com pessoas com transtornos mentais, em consonância com o princípio
seus filhos para aleitamento. de desinstitucionalização.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Se- Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
cretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da b)Propor projeto de lei para alterar o Código Penal, prevendo
República que o período de cumprimento de medidas de segurança não deve
g)Implantar e implementar as ações de atenção integral aos ultrapassar o da pena prevista para o crime praticado, e estabele-
presos previstas no Plano Nacional de Saúde no Sistema Peniten- cendo a continuidade do tratamento fora do sistema penitenciário
ciário. quando necessário.
Responsável: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
h)Promover estudo sobre a viabilidade de criação, em âmbi- c)Estabelecer mecanismos para a reintegração social dos inter-
to federal, da carreira de oficial de condicional, trabalho externo e nados em medida de segurança quando da extinção desta, median-
penas alternativas, para acompanhar os condenados em liberdade te aplicação dos benefícios sociais correspondentes.
condicional, os presos em trabalho externo, em qualquer regime de Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Mi-
execução, e os condenados a penas alternativas à prisão. nistério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Planejamen-
to, Orçamento e Gestão Objetivo estratégico IV:
i)Avançar na implementação do Sistema de Informações Peni- Ampliação da aplicação de penas e medidas alternativas.
tenciárias (InfoPen), financiando a inclusão dos estabelecimentos Ações programáticas:
prisionais dos Estados e do Distrito Federal e condicionando os re- a)Desenvolver instrumentos de gestão que assegurem a sus-
passes de recursos federais à sua efetiva integração ao sistema. tentabilidade das políticas públicas de aplicação de penas e medi-
Responsável: Ministério da Justiça das alternativas.
j)Ampliar campanhas de sensibilização para inclusão social de Responsáveis: Ministério da Justiça
egressos do sistema prisional. b)Incentivar a criação de varas especializadas e de centrais de
Responsável: Ministério da Justiça monitoramento do cumprimento de penas e medidas alternativas.
k)Estabelecer diretrizes na política penitenciária nacional que Responsável: Ministério da Justiça
fortaleçam o processo de reintegração social dos presos, internados c)Desenvolver modelos de penas e medidas alternativas que
e egressos, com sua efetiva inclusão nas políticas públicas sociais. associem seu cumprimento ao ilícito praticado, com projetos temá-
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvi- ticos que estimulem a capacitação do cumpridor, bem como penas
mento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde; Ministério da de restrição de direitos com controle de frequência.
Educação; Ministério do Esporte Responsável: Ministério da Justiça
l)Debater, por meio de grupo de trabalho interministerial, d)Desenvolver programas-piloto com foco na educação, para
ações e estratégias que visem assegurar o encaminhamento para o aplicação da pena de limitação de final de semana.
presídio feminino de mulheres transexuais e travestis que estejam Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Educação
em regime de reclusão.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres da Presidência da República

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Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil g)Implementar mecanismos de monitoramento dos serviços
e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a defesa dos direitos. de atendimento ao aborto legalmente autorizado, garantindo seu
Objetivo estratégico I: cumprimento e facilidade de acesso.
Acesso da população à informação sobre seus direitos e sobre Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí-
como garanti-los. ticas para as Mulheres da Presidência da República
Ações programáticas:
a)Difundir o conhecimento sobre os Direitos Humanos e sobre Objetivo estratégico III:
a legislação pertinente com publicações em linguagem e formatos Utilização de modelos alternativos de solução de conflitos.
acessíveis. Ações programáticas:
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- a)Fomentar iniciativas de mediação e conciliação, estimulando
reitos Humanos da Presidência da República a resolução de conflitos por meios autocompositivos, voltados à
b)Fortalecer as redes de canais de denúncia (disque-denúncia) maior pacificação social e menor judicialização.
e sua articulação com instituições de Direitos Humanos. Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvi-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- mento Agrário; Ministério das Cidades
sidência da República b)Fortalecer a criação de núcleos de justiça comunitária, em
c)Incentivar a criação de centros integrados de serviços públi- articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e
cos para prestação de atendimento ágil à população, inclusive com apoiar o financiamento de infraestrutura e de capacitação.
unidades itinerantes para obtenção de documentação básica. Responsável: Ministério da Justiça
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da c)Capacitar lideranças comunitárias sobre instrumentos e téc-
Presidência da República; Ministério da Justiça nicas de mediação comunitária, incentivando a resolução de confli-
d)Fortalecer o governo eletrônico com a ampliação da disponi- tos nas próprias comunidades.
bilização de informações e serviços para a população via Internet, Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
em formato acessível. reitos Humanos da Presidência da República
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da d)Incentivar projetos pilotos de Justiça Restaurativa, como for-
Presidência da República ma de analisar seu impacto e sua aplicabilidade no sistema jurídico
Objetivo estratégico II: brasileiro.
Garantia do aperfeiçoamento e monitoramento das normas ju- Responsável: Ministério da Justiça
rídicas para proteção dos Direitos Humanos. e)Estimular e ampliar experiências voltadas para a solução de
Ações programáticas: conflitos por meio da mediação comunitária e dos Centros de Re-
a)Implementar o Observatório da Justiça Brasileira, em parce- ferência em Direitos Humanos, especialmente em áreas de baixo
ria com a sociedade civil. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e com dificuldades de
Responsável: Ministério da Justiça acesso a serviços públicos.
b)Aperfeiçoar o sistema de fiscalização de violações aos Direi- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
tos Humanos, por meio do aprimoramento do arcabouço de san- Presidência da República; Ministério da Justiça
ções administrativas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Objetivo estratégico IV:
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério da Justi- Garantia de acesso universal ao sistema judiciário.
ça; Ministério do Trabalho e Emprego Ações programáticas:
c)Ampliar equipes de fiscalização sobre violações dos Direitos a)Propor a ampliação da atuação da Defensoria Pública da
Humanos, em parceria com a sociedade civil. União.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- Responsável: Ministério da Justiça
reitos Humanos da Presidência da República b)Fomentar parcerias entre Municípios e entidades de prote-
d)Propor projeto de lei buscando ampliar a utilização das ações ção dos Direitos Humanos para atendimento da população com difi-
coletivas para proteção dos interesses difusos, coletivos e individu- culdade de acesso ao sistema de justiça, com base no mapeamento
ais homogêneos, garantindo a consolidação de instrumentos coleti- das principais demandas da população local e no estabelecimento
vos de resolução de conflitos. de estratégias para atendimento e ações educativas e informativas.
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
e)Propor projetos de lei para simplificar o processamento e jul- reitos Humanos da Presidência da República
gamento das ações judiciais; coibir os atos protelatórios; restringir c)Apoiar a capacitação periódica e constante dos operadores
as hipóteses de recurso ex officio e reduzir recursos e desjudicializar do Direito e servidores da Justiça na aplicação dos Direitos Huma-
conflitos. nos voltada para a composição de conflitos.
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
f)Aperfeiçoar a legislação trabalhista, visando ampliar novas reitos Humanos da Presidência da República
tutelas de proteção das relações do trabalho e as medidas de com- d)Dialogar com o Poder Judiciário para assegurar o efetivo
bate à discriminação e ao abuso moral no trabalho. acesso das pessoas com deficiência à justiça, em igualdade de con-
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério dições com as demais pessoas.
da Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Pre- Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
sidência da República reitos Humanos da Presidência da República

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e)Apoiar os movimentos sociais e a Defensoria Pública na ob- de processos metodológicos participativos e de construção coleti-
tenção da gratuidade das perícias para as demandas judiciais, indi- va, utilizando linguagens e materiais didáticos contextualizados; e)
viduais e coletivas, e relacionadas a violações de Direitos Humanos. o fortalecimento de políticas que gerem ações e instrumentos em
Responsável: Ministério da Justiça favor da promoção, da proteção e da defesa dos Direitos Humanos,
bem como da reparação das violações.
Objetivo estratégico V: O PNDH-3 dialoga com o Plano Nacional de Educação em Di-
Modernização da gestão e agilização do funcionamento do reitos Humanos (PNEDH) como referência para a política nacional
sistema de justiça. de Educação e Cultura em Direitos Humanos, estabelecendo os ali-
Ações programáticas: cerces a serem adotados nos âmbitos nacional, estadual, distrital e
a)Propor legislação de revisão e modernização dos serviços no- municipal.
tariais e de registro. O PNEDH, refletido neste programa, se desdobra em cinco
Responsável: Ministério da Justiça grandes áreas:
b)Desenvolver sistema integrado de informações do Poder Exe- Na educação básica, a ênfase do PNDH-3 é possibilitar, desde
cutivo e Judiciário e disponibilizar seu acesso à sociedade. a infância, a formação de sujeitos de direito, priorizando as popula-
Responsável: Ministério da Justiça ções historicamente vulnerabilizadas. A troca de experiências entre
Objetivo estratégico VI: crianças de diferentes raças e etnias, imigrantes, com deficiência
Acesso à Justiça no campo e na cidade. física ou mental, fortalece, desde cedo, sentimento de convivência
Ações programáticas: pacífica. Conhecer o diferente, desde a mais tenra idade, é perder
a)Assegurar a criação de marco legal para a prevenção e media- o medo do desconhecido, formar opinião respeitosa e combater o
ção de conflitos fundiários urbanos, garantindo o devido processo preconceito, às vezes arraigado na própria família.
legal e a função social da propriedade. No PNDH-3, essa concepção se traduz em propostas de mu-
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades danças curriculares, incluindo a educação transversal e permanente
b)Propor projeto de lei voltado a regulamentar o cumprimento nos temas ligados aos Direitos Humanos e, mais especificamente, o
de mandados de reintegração de posse ou correlatos, garantindo a estudo da temática de gênero e orientação sexual, das culturas in-
observância do respeito aos Direitos Humanos. dígena e afro-brasileira entre as disciplinas do ensino fundamental
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades; e médio.
Ministério do Desenvolvimento Agrário No ensino superior, as metas previstas visam a incluir os Direi-
c)Promover o diálogo com o Poder Judiciário para a elaboração tos Humanos, por meio de diferentes modalidades como discipli-
de procedimento para o enfrentamento de casos de conflitos fundi- nas, linhas de pesquisa, áreas de concentração, transversalização
ários coletivos urbanos e rurais. incluída nos projetos acadêmicos dos diferentes cursos de gradu-
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério da Justiça; ação e pós-graduação, bem como em programas e projetos de ex-
Ministério do Desenvolvimento Agrário tensão.
d) Propor projeto de lei para institucionalizar a utilização da A educação não formal em Direitos Humanos é orientada pe-
mediação nas demandas de conflitos coletivos agrários e urbanos, los princípios da emancipação e da autonomia, configurando-se
priorizando a oitiva do INCRA, institutos de terras estaduais, Minis- como processo de sensibilização e formação da consciência crítica.
tério Público e outros órgãos públicos especializados, sem prejuízo Desta forma, o PNDH-3 propõe inclusão da temática de Educação
de outros meios institucionais para solução de conflitos. (Redação em Direitos Humanos nos programas de capacitação de lideranças
dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010) comunitárias e nos programas de qualificação profissional, alfabe-
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Minis- tização de jovens e adultos, entre outros. Volta-se, especialmente,
tério da Justiça para o estabelecimento de diálogo e parcerias permanentes como o
vasto leque brasileiro de movimentos populares, sindicatos, igrejas,
Eixo Orientador V: ONGs, clubes, entidades empresariais e toda sorte de agrupamen-
Educação e cultura em Direitos Humanos tos da sociedade civil que desenvolvem atividades formativas em
A educação e a cultura em Direitos Humanos visam à formação seu cotidiano.
de nova mentalidade coletiva para o exercício da solidariedade, do A formação e a educação continuada em Direitos Humanos,
respeito às diversidades e da tolerância. Como processo sistemático com recortes de gênero, relações étnico-raciais e de orientação
e multidimensional que orienta a formação do sujeito de direitos, sexual, em todo o serviço público, especialmente entre os agentes
seu objetivo é combater o preconceito, a discriminação e a violên- do sistema de Justiça de segurança pública, são fundamentais para
cia, promovendo a adoção de novos valores de liberdade, justiça e consolidar o Estado Democrático e a proteção do direito à vida e
igualdade. à dignidade, garantindo tratamento igual a todas as pessoas e o
A educação em Direitos Humanos, como canal estratégico funcionamento de sistemas de Justiça que promovam os Direitos
capaz de produzir uma sociedade igualitária, extrapola o direito à Humanos.
educação permanente e de qualidade. Trata-se de mecanismo que Por fim, aborda-se o papel estratégico dos meios de comuni-
articula, entre outros elementos: a) a apreensão de conhecimentos cação de massa, no sentido de construir ou desconstruir ambiente
historicamente construídos sobre Direitos Humanos e a sua rela- nacional e cultura social de respeito e proteção aos Direitos Huma-
ção com os contextos internacional, regional, nacional e local; b) nos. Daí a importância primordial de introduzir mudanças que as-
a afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem segurem ampla democratização desses meios, bem como de atuar
a cultura dos Direitos Humanos em todos os espaços da socieda- permanentemente junto a todos os profissionais e empresas do
de; c) a formação de consciência cidadã capaz de se fazer presente
nos níveis cognitivo, social, ético e político; d) o desenvolvimento
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setor (seminários, debates, reportagens, pesquisas e conferências), Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
buscando sensibilizar e conquistar seu compromisso ético com a Presidência da República; Ministério da Educação
afirmação histórica dos Direitos Humanos. e)Garantir a continuidade da “Mostra Cinema e Direitos Huma-
Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nos na América do Sul” e o “Festival dos Direitos Humanos” como
nacional de educação em Direitos Humanos para fortalecer cultura atividades culturais para difusão dos Direitos Humanos.
de direitos. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
Objetivo estratégico I: f)Consolidar a revista “Direitos Humanos” como instrumento
Implementação do Plano Nacional de Educação em Direitos de educação e cultura em Direitos Humanos, garantindo o caráter
Humanos - PNEDH representativo e plural em seu conselho editorial.
Ações programáticas: Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
a)Desenvolver ações programáticas e promover articulação sidência da República
que viabilizem a implantação e a implementação do PNEDH. g)Produzir recursos pedagógicos e didáticos especializados
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da e adquirir materiais e equipamentos em formato acessível para a
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da educação em Direitos Humanos, para todos os níveis de ensino.
Justiça Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
b)Implantar mecanismos e instrumentos de monitoramento, Presidência da República; Ministério da Educação
avaliação e atualização do PNEDH, em processos articulados de mo- h)Publicar materiais pedagógicos e didáticos para a educação
bilização nacional. em Direitos Humanos em formato acessível para as pessoas com
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da deficiência, bem como promover o uso da Língua Brasileira de Si-
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da nais (Libras) em eventos ou divulgação em mídia.
Justiça Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
c)Fomentar e apoiar a elaboração de planos estaduais e muni- Presidência da República; Ministério da Educação.
cipais de educação em Direitos Humanos. i)Fomentar o acesso de estudantes, professores e demais pro-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da fissionais da educação às tecnologias da informação e comunicação.
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Justiça Presidência da República; Ministério da Educação
d)Apoiar técnica e financeiramente iniciativas em educação em
Direitos Humanos, que estejam em consonância com o PNEDH. Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da dos Direitos Humanos nos sistemas de educação básica, nas insti-
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da tuições de ensino superior e outras instituições formadoras.
Justiça Objetivo Estratégico I:
e)Incentivar a criação e investir no fortalecimento dos comitês Inclusão da temática de Educação e Cultura em Direitos Hu-
de educação em Direitos Humanos em todos os Estados e no Dis- manos nas escolas de educação básica e em outras instituições
trito Federal, como órgãos consultivos e propositivos da política de formadoras.
educação em Direitos Humanos. Ações Programáticas:
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da a)Estabelecer diretrizes curriculares para todos os níveis e mo-
Presidência da República; Ministério da Justiça dalidades de ensino da educação básica para a inclusão da temática
Objetivo Estratégico II: de educação e cultura em Direitos Humanos, promovendo o reco-
Ampliação de mecanismos e produção de materiais pedagógi- nhecimento e o respeito das diversidades de gênero, orientação se-
cos e didáticos para Educação em Direitos Humanos. xual, identidade de gênero, geracional, étnico-racial, religiosa, com
Ações programáticas: educação igualitária, não discriminatória e democrática.
a)Incentivar a criação de programa nacional de formação em Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
educação em Direitos Humanos. Presidência da República; Ministério da Educação; Secretaria Espe-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da cial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da b)Promover a inserção da educação em Direitos Humanos nos
Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presi- processos de formação inicial e continuada de todos os profissio-
dência da República nais da educação, que atuam nas redes de ensino e nas unidades
b)Estimular a temática dos Direitos Humanos nos editais de responsáveis por execução de medidas socioeducativas.
avaliação e seleção de obras didáticas do sistema de ensino. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Educação
Presidência da República; Ministério da Educação; c)Incluir, nos programas educativos, o direito ao meio ambien-
c)Estabelecer critérios e indicadores de avaliação de publica- te como Direito Humano.
ções na temática de Direitos Humanos para o monitoramento da Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Secretaria Espe-
escolha de livros didáticos no sistema de ensino. cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da da Educação
Presidência da República; Ministério da Educação d)Incluir conteúdos, recursos, metodologias e formas de avalia-
d)Atribuir premiação anual de educação em Direitos Humanos, ção da educação em Direitos Humanos nos sistemas de ensino da
como forma de incentivar a prática de ações e projetos de educação educação básica.
e cultura em Direitos Humanos.
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Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da • núcleos e comissões que atuam em Direitos Humanos;
Presidência da República; Ministério da Educação • educadores com ações no tema Direitos Humanos;
e)Desenvolver ações nacionais de elaboração de estratégias de • projetos de extensão em Direitos Humanos;
mediação de conflitos e de Justiça Restaurativa nas escolas, e outras Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial dos
instituições formadoras e instituições de ensino superior, inclusive Direitos Humanos da Presidência da República
promovendo a capacitação de docentes para a identificação de vio- d)Fomentar a realização de estudos, pesquisas e a implementa-
lência e abusos contra crianças e adolescentes, seu encaminhamen- ção de projetos de extensão sobre o período do regime 1964-1985,
to adequado e a reconstrução das relações no âmbito escolar. bem como apoiar a produção de material didático, a organização de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da acervos históricos e a criação de centros de referências.
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Justiça Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da
f)Publicar relatório periódico de acompanhamento da inclusão Justiça
da temática dos Direitos Humanos na educação formal que conte- e)Incentivar a realização de estudos, pesquisas e produção bi-
nha, pelo menos, as seguintes informações: bliográfica sobre a história e a presença das populações tradicio-
• Número de Estados e Municípios que possuem planos de nais.
educação em Direitos Humanos; Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
• Existência de normas que incorporam a temática de Direitos Presidência da República; Ministério da Educação; Secretaria Espe-
Humanos nos currículos escolares; cial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
• Documentos que atestem a existência de comitês de educa- República; Ministério da Justiça
ção em Direitos Humanos;
• Documentos que atestem a existência de órgãos governa- Objetivo Estratégico III:
mentais especializados em educação em Direitos Humanos. Incentivo à transdisciplinariedade e transversalidade nas ati-
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- vidades acadêmicas em Direitos Humanos.
sidência da República Ações Programáticas:
g)Desenvolver e estimular ações de enfrentamento ao bullying a)Incentivar o desenvolvimento de cursos de graduação, de
e ao cyberbulling. formação continuada e programas de pós-graduação em Direitos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Humanos.
Presidência da República; Ministério da Educação Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
h)Implementar e acompanhar a aplicação das leis que dispõem Presidência da República; Ministério da Educação; Secretaria Espe-
sobre a inclusão da história e cultura afro-brasileira e dos povos in- cial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
dígenas em todos os níveis e modalidades da educação básica. República; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Pre-
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da sidência da República
Presidência da República; Ministério da Educação b)Fomentar núcleos de pesquisa de educação em Direitos Hu-
manos em instituições de ensino superior e escolas públicas e priva-
Objetivo Estratégico II: das, estruturando-as com equipamentos e materiais didáticos.
Inclusão da temática da Educação em Direitos Humanos nos Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
cursos das Instituições de Ensino Superior . Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da Ci-
Ações Programáticas: ência e Tecnologia
a)Propor a inclusão da temática da educação em Direitos Hu- c)Fomentar e apoiar, no Conselho Nacional de Desenvolvimen-
manos nas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de gradua- to Científico e Tecnológico (CNPq) e na Coordenação de Aperfei-
ção. çoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a criação da área
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da “Direitos Humanos” como campo de conhecimento transdisciplinar
Presidência da República; Ministério da Educação e recomendar às agências de fomento que abram linhas de finan-
b)Incentivar a elaboração de metodologias pedagógicas de ca- ciamento para atividades de ensino, pesquisa e extensão em Direi-
ráter transdisciplinar e interdisciplinar para a educação em Direitos tos Humanos.
Humanos nas Instituições de Ensino Superior. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da
Presidência da República; Ministério da Educação Fazenda
c)Elaborar relatórios sobre a inclusão da temática dos Direitos d)Implementar programas e ações de fomento à extensão uni-
Humanos no ensino superior, contendo informações sobre a exis- versitária em direitos humanos, para promoção e defesa dos Direi-
tência de ouvidorias e sobre o número de: tos Humanos e o desenvolvimento da cultura e educação em Direi-
• cursos de pós-graduação com áreas de concentração em Di- tos Humanos.
reitos Humanos; Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
• grupos de pesquisa em Direitos Humanos; Presidência da República; Ministério da Educação
• cursos com a transversalização dos Direitos Humanos nos
projetos políticos pedagógicos;
• disciplinas em Direitos Humanos;
• teses e dissertações defendidas;
• associações e instituições dedicadas ao tema e com as quais
os docentes e pesquisadores tenham vínculo;
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Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
espaço de defesa e promoção dos Direitos Humanos. Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as
Objetivo Estratégico I: Mulheres da Presidência da República
Inclusão da temática da educação em Direitos Humanos na b)Apoiar iniciativas para a criação de museus voltados ao resga-
educação não formal. te da cultura e da história dos movimentos sociais.
Ações programáticas: Responsáveis: Ministério da Cultura; Secretaria Especial dos
a)Fomentar a inclusão da temática de Direitos Humanos na Direitos Humanos da Presidência da República
educação não formal, nos programas de qualificação profissional,
alfabetização de jovens e adultos, extensão rural, educação social Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos no
comunitária e de cultura popular. serviço público.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Objetivo Estratégico I:
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Formação e capacitação continuada dos servidores públicos
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da em Direitos Humanos, em todas as esferas de governo.
Presidência da República; Ministério da Cultura; Secretaria Especial Ações programáticas:
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República a) Apoiar e desenvolver atividades de formação e capacitação
b)Apoiar iniciativas de educação popular em Direitos Humanos continuadas interdisciplinares em Direitos Humanos para servido-
desenvolvidas por organizações comunitárias, movimentos sociais, res públicos.
organizações não governamentais e outros agentes organizados da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
sociedade civil. Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Justiça; Ministério da Saúde; Ministério do Planejamento, Orça-
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas de Pro- mento e Gestão; Ministério das Relações Exteriores
moção da Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria b)Incentivar a inserção da temática dos Direitos Humanos nos
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; programas das escolas de formação de servidores vinculados aos
Ministério da Cultura; Ministério da Justiça órgãos públicos federais.
c)Apoiar e promover a capacitação de agentes multiplicadores Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
para atuarem em projetos de educação em Direitos Humanos. Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre- Mulheres da Presidência da República; Secretaria Especial de Polí-
sidência da República ticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República
d)Apoiar e desenvolver programas de formação em comunica- c)Publicar materiais didático-pedagógicos sobre Direitos Hu-
ção e Direitos Humanos para comunicadores comunitários. manos e função pública, desdobrando temas e aspectos adequados
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da ao diálogo com as várias áreas de atuação dos servidores públicos.
Presidência da República; Ministério das Comunicações; Ministério Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
da Cultura Presidência da República; Ministério do Planejamento, Orçamento
e)Desenvolver iniciativas que levem a incorporar a temática da e Gestão
educação em Direitos Humanos nos programas de inclusão digital e
de educação à distância. Objetivo Estratégico II:
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Formação adequada e qualificada dos profissionais do siste-
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério das ma de segurança pública.
Comunicações; Ministério de Ciência e Tecnologia Ações programáticas:
f)Apoiar a incorporação da temática da educação em Direi- a)Oferecer, continuamente e permanentemente, cursos em Di-
tos Humanos nos programas e projetos de esporte, lazer e cultura reitos Humanos para os profissionais do sistema de segurança pú-
como instrumentos de inclusão social. blica e justiça criminal.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da reitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de
Cultura; Ministério do Esporte Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria
g)Fortalecer experiências alternativas de educação para os Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidên-
adolescentes, bem como para monitores e profissionais do sistema cia da República
de execução de medidas socioeducativas. b)Oferecer permanentemente cursos de especialização aos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da gestores, policiais e demais profissionais do sistema de segurança
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da pública.
Justiça Responsável: Ministério da Justiça
c)Publicar materiais didático-pedagógicos sobre segurança pú-
Objetivo estratégico II: blica e Direitos Humanos.
Resgate da memória por meio da reconstrução da história dos Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
movimentos sociais. reitos Humanos da Presidência da República
Ações programáticas: d)Incentivar a inserção da temática dos Direitos Humanos nos
a)Promover campanhas e pesquisas sobre a história dos mo- programas das escolas de formação inicial e continuada dos mem-
vimentos de grupos historicamente vulnerabilizados, tais como o bros das Forças Armadas.
segmento LGBT, movimentos de mulheres, quebradeiras de coco, Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
castanheiras, ciganos, entre outros. Presidência da República; Ministério da Defesa
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e)Criar escola nacional de polícia para educação continuada Objetivo Estratégico II:
dos profissionais do sistema de segurança pública, com enfoque Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à
prático. informação.
Responsável: Ministério da Justiça Ações Programáticas:
f)Apoiar a capacitação de policiais em direitos das crianças, em a)Promover parcerias com entidades associativas de mídia,
aspectos básicos do desenvolvimento infantil e em maneiras de li- profissionais de comunicação, entidades sindicais e populares para
dar com grupos em situação de vulnerabilidade, como crianças e a produção e divulgação de materiais sobre Direitos Humanos.
adolescentes em situação de rua, vítimas de exploração sexual e Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
em conflito com a lei. Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério das Co-
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- municações
reitos Humanos da Presidência da República b)Incentivar pesquisas regulares que possam identificar for-
mas, circunstâncias e características de violações dos Direitos Hu-
Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e manos na mídia.
ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Di- Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe-
reitos Humanos. cial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Objetivo Estratégico I: c)Incentivar a produção de filmes, vídeos, áudios e similares,
Promover o respeito aos Direitos Humanos nos meios de co- voltada para a educação em Direitos Humanos e que reconstrua a
municação e o cumprimento de seu papel na promoção da cultura história recente do autoritarismo no Brasil, bem como as iniciativas
em Direitos Humanos. populares de organização e de resistência.
Ações Programáticas: Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe-
a) Propor a criação de marco legal, nos termos do art. 221 da cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério
Constituição, estabelecendo o respeito aos Direitos Humanos nos da Cultura; Ministério da Justiça
serviços de radiodifusão (rádio e televisão) concedidos, permitidos
ou autorizados. (Redação dada pelo decreto nº 7.177, de 2010) Eixo Orientador VI:
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe- Direito à Memória e à Verdade
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério A investigação do passado é fundamental para a construção da
da Justiça; Ministério da Cultura cidadania. Estudar o passado, resgatar sua verdade e trazer à tona
b)Promover diálogo com o Ministério Público para proposição seus acontecimentos caracterizam forma de transmissão de expe-
de ações objetivando a suspensão de programação e publicidade riência histórica, que é essencial para a constituição da memória
atentatórias aos Direitos Humanos. individual e coletiva.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di- O Brasil ainda processa com dificuldades o resgate da memória
reitos Humanos da Presidência da República e da verdade sobre o que ocorreu com as vítimas atingidas pela
c)Suspender patrocínio e publicidade oficial em meios que vei- repressão política durante o regime de 1964. A impossibilidade de
culam programações atentatórias aos Direitos Humanos. acesso a todas as informações oficiais impede que familiares de
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe- mortos e desaparecidos possam conhecer os fatos relacionados aos
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério crimes praticados e não permite à sociedade elaborar seus próprios
da Justiça conceitos sobre aquele período.
d)(Revogado pelo decreto nº 7.177, de 2010) A história que não é transmitida de geração a geração torna-se
Responsáveis: (Revogado pelo decreto nº 7.177, de 2010) esquecida e silenciada. O silêncio e o esquecimento das barbáries
e)Desenvolver programas de formação nos meios de comuni- geram graves lacunas na experiência coletiva de construção da iden-
cação públicos como instrumento de informação e transparência tidade nacional. Resgatando a memória e a verdade, o País adquire
das políticas públicas, de inclusão digital e de acessibilidade. consciência superior sobre sua própria identidade, a democracia se
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe- fortalece. As tentações totalitárias são neutralizadas e crescem as
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério possibilidades de erradicação definitiva de alguns resquícios daque-
da Cultura; Ministério da Justiça le período sombrio, como a tortura, por exemplo, ainda persistente
f)Avançar na regularização das rádios comunitárias e promover no cotidiano brasileiro.
incentivos para que se afirmem como instrumentos permanentes O trabalho de reconstituir a memória exige revisitar o passado
de diálogo com as comunidades locais. e compartilhar experiências de dor, violência e mortes. Somente
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe- depois de lembrá-las e fazer seu luto, será possível superar o trau-
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério ma histórico e seguir adiante. A vivência do sofrimento e das perdas
da Cultura; Ministério da Justiça não pode ser reduzida a conflito privado e subjetivo, uma vez que se
g)Promover a eliminação das barreiras que impedem o aces- inscreveu num contexto social, e não individual.
so de pessoas com deficiência sensorial à programação em todos A compreensão do passado por intermédio da narrativa da he-
os meios de comunicação e informação, em conformidade com o rança histórica e pelo reconhecimento oficial dos acontecimentos
Decreto no 5.296/2004, bem como acesso a novos sistemas e tec- possibilita aos cidadãos construírem os valores que indicarão sua
nologias, incluindo Internet. atuação no presente. O acesso a todos os arquivos e documentos
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe- produzidos durante o regime militar é fundamental no âmbito das
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério políticas de proteção dos Direitos Humanos.
da Justiça

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Desde os anos 1990, a persistência de familiares de mortos e junto ao antigo “Coleginho” da Universidade Federal de Minas Ge-
desaparecidos vem obtendo vitórias significativas nessa luta, com rais (UFMG), onde estará disponível para pesquisas todo o acervo
abertura de importantes arquivos estaduais sobre a repressão po- da Comissão de Anistia.
lítica do regime ditatorial. Em dezembro de 1995, coroando difícil No âmbito da sociedade civil, foram levadas ao Poder Judiciário
e delicado processo de discussão entre esses familiares, o Minis- importantes ações que provocaram debate sobre a interpretação
tério da Justiça e o Poder Legislativo Federal, foi aprovada a Lei no das leis e a apuração de responsabilidades. Em 1982, um grupo de
9.140/95, que reconheceu a responsabilidade do Estado brasileiro familiares entrou com ação na Justiça Federal para a abertura de
pela morte de opositores ao regime de 1964. arquivos e localização dos restos mortais dos mortos e desapareci-
Essa Lei instituiu Comissão Especial com poderes para deferir dos políticos no episódio conhecido como “Guerrilha do Araguaia”.
pedidos de indenização das famílias de uma lista inicial de 136 pes- Em 2003, foi proferida sentença condenando a União, que recorreu
soas e julgar outros casos apresentados para seu exame. No art. 4o, e, posteriormente, criou Comissão Interministerial pelo Decreto no
inciso II, a Lei conferiu à Comissão Especial também a incumbência 4.850, de 2 de outubro de 2003, com a finalidade de obter informa-
de envidar esforços para a localização dos corpos de pessoas desa- ções que levassem à localização dos restos mortais de participantes
parecidas no caso de existência de indícios quanto ao local em que da “Guerrilha do Araguaia”. Os trabalhos da Comissão Interminis-
possam estar depositados. terial encerraram-se em março de 2007, com a divulgação de seu
Em 24 de agosto de 2001, foi criada, pela Medida Provisória no relatório final.
2151-3, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Esse marco Em agosto de 1995, o Centro de Estudos para a Justiça e o Direi-
legal foi reeditado pela Medida Provisória no 65, de 28 de agosto de to Internacional (CEJIL) e a Human Rights Watch/América (HRWA),
2002, e finalmente convertido na Lei no 10.559, de 13 de novembro em nome de um grupo de familiares, apresentaram petição à Co-
de 2002. Essa norma regulamentou o art. 8o do Ato das Disposições missão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), denunciando
Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição de 1988, que o desaparecimento de integrantes da “Guerrilha do Araguaia”. Em
previa a concessão de anistia aos que foram perseguidos em decor- 31 de outubro de 2008, a CIDH expediu o Relatório de Mérito no
rência de sua oposição política. Em dezembro de 2005, o Governo 91/08, onde fez recomendações ao Estado brasileiro. Em 26 de
Federal determinou que os três arquivos da Agência Brasileira de março de 2009, a CIDH submeteu o caso à Corte Interamericana
Inteligência (ABIN) fossem entregues ao Arquivo Nacional, subordi- de Direitos Humanos, requerendo declaração de responsabilidade
nado à Casa Civil, onde passaram a ser organizados e digitalizados. do Estado brasileiro sobre violações de direitos humanos ocorridas
Em agosto de 2007, em ato oficial coordenado pelo Presidente durante as operações de repressão àquele movimento.
da República, foi lançado, pela Secretaria Especial dos Direitos Hu- Em 2005 e 2008, duas famílias iniciaram, na Justiça Civil, ações
manos da Presidência da República e pela Comissão Especial sobre declaratórias para o reconhecimento das torturas sofridas por seus
Mortos e Desaparecidos Políticos, o livro-relatório “Direito à Me- membros, indicando o responsável pelas sevícias. Ainda em 2008,
mória e à Verdade”, registrando os onze anos de trabalho daquela o Ministério Público Federal em São Paulo propôs Ação Civil Pública
Comissão e resumindo a história das vítimas da ditadura no Brasil. contra dois oficiais do exército acusados de determinarem prisão
A trajetória de estudantes, profissionais liberais, trabalhadores ilegal, tortura, homicídio e desaparecimento forçado de dezenas de
e camponeses que se engajaram no combate ao regime militar apa- cidadãos.
rece como documento oficial do Estado brasileiro. O Ministério da Tramita também, no âmbito do Supremo Tribunal Federal,
Educação e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos formularam Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, proposta
parceria para criar portal que incluirá o livro-relatório, ampliado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que so-
com abordagem que apresenta o ambiente político, econômico, licita a mais alta corte brasileira posicionamento formal para saber
social e principalmente os aspectos culturais do período. Serão dis- se, em 1979, houve ou não anistia dos agentes públicos responsá-
tribuídas milhares de cópias desse material em mídia digital para veis pela prática de tortura, homicídio, desaparecimento forçado,
estudantes de todo o País. abuso de autoridade, lesões corporais e estupro contra opositores
Em julho de 2008, o Ministério da Justiça e a Comissão de Anis- políticos, considerando, sobretudo, os compromissos internacio-
tia promoveram audiência pública sobre “Limites e Possibilidades nais assumidos pelo Brasil e a insuscetibilidade de graça ou anistia
para a Responsabilização Jurídica dos Agentes Violadores de Direi- do crime de tortura.
tos Humanos durante o Estado de Exceção no Brasil”, que discutiu Em abril de 2009, o Ministério da Defesa, no contexto da deci-
a interpretação da Lei de Anistia de 1979 no que se refere à contro- são transitada em julgado da referida ação judicial de 1982, criou
vérsia jurídica e política, envolvendo a prescrição ou imprescritibili- Grupo de Trabalho para realizar buscas de restos mortais na região
dade dos crimes de tortura. do Araguaia, sendo que, por ordem expressa do Presidente da Re-
A Comissão de Anistia já realizou setecentas sessões de julga- pública, foi instituído Comitê Interinstitucional de Supervisão, com
mento e promoveu, desde 2008, trinta caravanas, possibilitando representação dos familiares de mortos e desaparecidos políticos,
a participação da sociedade nas discussões, e contribuindo para a para o acompanhamento e orientação dos trabalhos. Após três me-
divulgação do tema no País. Até 1o de novembro de 2009, já ha- ses de buscas intensas, sem que tenham sido encontrados restos
viam sido apreciados por essa Comissão mais de cinquenta e dois mortais, os trabalhos foram temporariamente suspensos devido às
mil pedidos de concessão de anistia, dos quais quase trinta e cinco chuvas na região, prevendo-se sua retomada ao final do primeiro
mil foram deferidos e cerca de dezessete mil, indeferidos. Outros trimestre de 2010.
doze mil pedidos aguardavam julgamento, sendo possível, ainda, Em maio de 2009, o Presidente da República coordenou o ato
a apresentação de novas solicitações. Em julho de 2009, em Belo de lançamento do projeto Memórias Reveladas, sob responsabili-
Horizonte, o Ministro de Estado da Justiça realizou audiência pú- dade da Casa Civil, que interliga digitalmente o acervo recolhido ao
blica de apresentação do projeto Memorial da Anistia Política do Arquivo Nacional após dezembro de 2005, com vários outros arqui-
Brasil, envolvendo a remodelação e construção de novo edifício
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DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA

vos federais sobre a repressão política e com arquivos estaduais de ria, com mandato e prazo definidos, para examinar as violações de
quinze unidades da federação, superando cinco milhões de páginas Direitos Humanos praticadas no contexto da repressão política no
de documentos (www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br). período mencionado, observado o seguinte:
Cabe, agora, completar esse processo mediante recolhimento • O grupo de trabalho será formado por representantes da
ao Arquivo Nacional de todo e qualquer documento indevidamente Casa Civil da Presidência da República, que o presidirá, do Minis-
retido ou ocultado, nos termos da Portaria Interministerial assinada tério da Justiça, do Ministério da Defesa, da Secretaria Especial dos
na mesma data daquele lançamento. Cabe também sensibilizar o Direitos Humanos da Presidência da República, do presidente da
Legislativo pela aprovação do Projeto de Lei no 5.228/2009, assina- Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, criada
do pelo Presidente da República, que introduz avanços democrati- pela Lei no 9.140/95 e de representante da sociedade civil, indicado
zantes nas normas reguladoras do direito de acesso à informação. por esta Comissão Especial;
Iimportância superior nesse resgate da história nacional está • Com o objetivo de promover o maior intercâmbio de informa-
no imperativo de localizar os restos mortais de pelo menos cento ções e a proteção mais eficiente dos Direitos Humanos, a Comissão
e quarenta brasileiros e brasileiras que foram mortos pelo apare- Nacional da Verdade estabelecerá coordenação com as atividades
lho de repressão do regime ditatorial. A partir de junho de 2009, desenvolvidas pelos seguintes órgãos:
a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República • Arquivo Nacional, vinculado à Casa Civil da Presidência da
planejou, concebeu e veiculou abrangente campanha publicitária República;
de televisão, internet, rádio, jornais e revistas de todo o Brasil bus- • Comissão de Anistia, vinculada ao Ministério da Justiça;
cando sensibilizar os cidadãos sobre essa questão. As mensagens • Comissão Especial criada pela Lei no 9.140/95, vinculada à
solicitavam que informações sobre a localização de restos mortais Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Repú-
ou sobre qualquer documento e arquivos envolvendo assuntos da blica;
repressão política entre 1964 e 1985 sejam encaminhados ao Me- • Comitê Interinstitucional de Supervisão instituído pelo Decre-
mórias Reveladas. Seu propósito é assegurar às famílias o exercício to Presidencial de 17 de julho de 2009;
do direito sagrado de prantear seus entes queridos e promover os • Grupo de Trabalho instituído pela Portaria no 567/MD, de 29
ritos funerais, sem os quais desaparece a certeza da morte e se per- de abril de 2009, do Ministro de Estado da Defesa;
petua angústia que equivale a nova forma de tortura. • No exercício de suas atribuições, a Comissão Nacional da Ver-
As violações sistemáticas dos Direitos Humanos pelo Estado dade poderá realizar as seguintes atividades:
durante o regime ditatorial são desconhecidas pela maioria da po- • requisitar documentos públicos, com a colaboração das res-
pulação, em especial pelos jovens. A radiografia dos atingidos pela pectivas autoridades, bem como requerer ao Judiciário o acesso a
repressão política ainda está longe de ser concluída, mas calcula-se documentos privados;
que pelo menos cinquenta mil pessoas foram presas somente nos • colaborar com todas as instâncias do Poder Público para a
primeiros meses de 1964; cerca de vinte mil brasileiros foram sub- apuração de violações de Direitos Humanos, observadas as disposi-
metidos a torturas e cerca de quatrocentos cidadãos foram mortos ções da Lei no 6.683, de 28 de agosto de 1979;
ou estão desaparecidos. Ocorreram milhares de prisões políticas • promover, com base em seus informes, a reconstrução da
não registradas, cento e trinta banimentos, quatro mil, oitocentos e história dos casos de violação de Direitos Humanos, bem como a
sessenta e duas cassações de mandatos políticos, uma cifra incalcu- assistência às vítimas de tais violações;
lável de exílios e refugiados políticos. • promover, com base no acesso às informações, os meios e
As ações programáticas deste eixo orientador têm como fina- recursos necessários para a localização e identificação de corpos e
lidade assegurar o processamento democrático e republicano de restos mortais de desaparecidos políticos;
todo esse período da história brasileira, para que se viabilize o dese- • identificar e tornar públicas as estruturas utilizadas para a
jável sentimento de reconciliação nacional. E para se construir con- prática de violações de Direitos Humanos, suas ramificações nos
senso amplo no sentido de que as violações sistemáticas de Direitos diversos aparelhos do Estado e em outras instâncias da sociedade;
Humanos registradas entre 1964 e 1985, bem como no período do • registrar e divulgar seus procedimentos oficiais, a fim de ga-
Estado Novo, não voltem a ocorrer em nosso País, nunca mais. rantir o esclarecimento circunstanciado de torturas, mortes e de-
saparecimentos, devendo-se discriminá-los e encaminhá-los aos
Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como órgãos competentes;
Direito Humano da cidadania e dever do Estado. • apresentar recomendações para promover a efetiva reconci-
Objetivo Estratégico I: liação nacional e prevenir no sentido da não repetição de violações
Promover a apuração e o esclarecimento público das viola- de Direitos Humanos.
ções de Direitos Humanos praticadas no contexto da repressão • A Comissão Nacional da Verdade deverá apresentar, anual-
política ocorrida no Brasil no período fixado pelo art. 8o do ADCT mente, relatório circunstanciado que exponha as atividades realiza-
da Constituição, a fim de efetivar o direito à memória e à verdade das e as respectivas conclusões, com base em informações colhidas
histórica e promover a reconciliação nacional. ou recebidas em decorrência do exercício de suas atribuições.
Ação Programática:
a)Designar grupo de trabalho composto por representantes da
Casa Civil, do Ministério da Justiça, do Ministério da Defesa e da Se-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República,
para elaborar, até abril de 2010, projeto de lei que institua Comis-
são Nacional da Verdade, composta de forma plural e suprapartidá-

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Diretriz 24: Preservação da memória histórica e construção Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada com pro-
pública da verdade. moção do direito à memória e à verdade, fortalecendo a demo-
Objetivo Estratégico I: cracia.
Incentivar iniciativas de preservação da memória histórica e Objetivo Estratégico I:
de construção pública da verdade sobre períodos autoritários. Suprimir do ordenamento jurídico brasileiro eventuais nor-
Ações programáticas: mas remanescentes de períodos de exceção que afrontem os
a)Disponibilizar linhas de financiamento para a criação de cen- compromissos internacionais e os preceitos constitucionais sobre
tros de memória sobre a repressão política, em todos os Estados, Direitos Humanos.
com projetos de valorização da história cultural e de socialização do Ações Programáticas:
conhecimento por diversos meios de difusão. a)Criar grupo de trabalho para acompanhar, discutir e articular,
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da com o Congresso Nacional, iniciativas de legislação propondo:
Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério da Cul- • revogação de leis remanescentes do período 1964-1985 que
tura; Ministério da Educação sejam contrárias à garantia dos Direitos Humanos ou tenham dado
b)Criar comissão específica, em conjunto com departamen- sustentação a graves violações;
tos de História e centros de pesquisa, para reconstituir a história • revisão de propostas legislativas envolvendo retrocessos na
da repressão ilegal relacionada ao Estado Novo (1937-1945). Essa garantia dos Direitos Humanos em geral e no direito à memória e
comissão deverá publicar relatório contendo os documentos que à verdade.
fundamentaram essa repressão, a descrição do funcionamento da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
justiça de exceção, os responsáveis diretos no governo ditatorial, Presidência da República; Ministério da Justiça; Secretaria de Rela-
registros das violações, bem como dos autores e das vítimas. ções Institucionais da Presidência da República
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da b)Propor e articular o reconhecimento do status constitucional
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da de instrumentos internacionais de Direitos Humanos novos ou já
Justiça; Ministério da Cultura existentes ainda não ratificados.
c) Identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as insti- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
tuições e as circunstâncias relacionados à prática de violações de di- Presidência da República; Ministério da Justiça; Secretaria de Re-
reitos humanos, suas eventuais ramificações nos diversos aparelhos lações Institucionais da Presidência da República; Ministério das
estatais e na sociedade, bem como promover, com base no acesso Relações Exteriores
às informações, os meios e recursos necessários para a localização e c) Fomentar debates e divulgar informações no sentido de que
identificação de corpos e restos mortais de desaparecidos políticos. logradouros, atos e próprios nacionais ou prédios públicos não re-
(Redação dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010) cebam nomes de pessoas identificadas reconhecidamente como
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da torturadores. (Redação dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
Presidência da República; Casa Civil da Presidência da República; Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Ministério da Justiça; Secretaria de Relações Institucionais da Presi- Direitos Humanos da Presidência da República; Casa Civil da Presi-
dência da República dência da República; Secretaria de Relações Institucionais da Presi-
d)Criar e manter museus, memoriais e centros de documenta- dência da República
ção sobre a resistência à ditadura. d) Acompanhar e monitorar a tramitação judicial dos processos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da de responsabilização civil sobre casos que envolvam graves viola-
Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério da Cultu- ções de direitos humanos praticadas no período fixado no art. 8º do
ra; Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição de
e)Apoiar técnica e financeiramente a criação de observatórios 1988. (Redação dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
do Direito à Memória e à Verdade nas universidades e em organiza- Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
ções da sociedade civil. Presidência da República; Ministério da Justiça
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Educação
f) Desenvolver programas e ações educativas, inclusive a pro- COMBATE ÀS DISCRIMINAÇÕES, DESIGUALDADES E INJUS-
dução de material didático-pedagógico para ser utilizado pelos TIÇAS: DE RENDA, REGIONAL, RACIAL, ETÁRIA E DE GÊNE-
sistemas de educação básica e superior sobre graves violações de RO
direitos humanos ocorridas no período fixado no art. 8º do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição de 1988.
(Redação dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010) O combate às discriminações, desigualdades e injustiças de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da renda, regionais, raciais, etárias e de gênero é um desafio global
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da que requer uma abordagem multifacetada e comprometimento
Justiça; Ministério da Cultura; Ministério de Ciência e Tecnologia contínuo de todos os setores da sociedade. Esta luta não é apenas
uma questão de justiça social, mas também um imperativo para o
desenvolvimento sustentável e a coesão social.

Discriminação e Desigualdade de Renda


A disparidade de renda é uma das formas mais visíveis e persis-
tentes de desigualdade. Ela se manifesta através da concentração
de riqueza nas mãos de poucos, enquanto uma grande parcela da
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população luta para atender às necessidades básicas. Esse fenôme- das e reforçadas. A criação de mecanismos de denúncia acessíveis
no tem raízes profundas em sistemas econômicos que favorecem e processos judiciais justos e sensíveis ao gênero são fundamentais
os já privilegiados, perpetuando ciclos de pobreza e privação. Para para garantir que essas leis não sejam apenas simbólicas, mas efe-
combatê-lo, é essencial implementar políticas econômicas inclusi- tivamente protejam os indivíduos contra a discriminação e a vio-
vas, promover a educação financeira, garantir salários justos e in- lência.
centivar modelos de negócios que distribuam mais equitativamente Além disso, é vital promover a equidade econômica entre os
os lucros. gêneros. Isso inclui abordar a diferença salarial de gênero e criar
oportunidades iguais de emprego e progressão na carreira para to-
Desigualdades Regionais dos, independentemente do gênero. Políticas de licença parental
As desigualdades regionais refletem disparidades no desenvol- igualitária e o fornecimento de serviços de cuidados infantis aces-
vimento, acesso a serviços e oportunidades entre diferentes áreas síveis também são cruciais para permitir que homens e mulheres
geográficas. Áreas rurais, por exemplo, frequentemente enfrentam compartilhem responsabilidades familiares de maneira igualitária.
falta de acesso a serviços de saúde, educação e infraestrutura bá- Por fim, a participação e o engajamento da comunidade são
sica, comparadas às regiões urbanas. Uma abordagem eficaz para essenciais para impulsionar a mudança. O apoio a organizações e
reduzir essas desigualdades inclui investimentos direcionados em movimentos que lutam pela igualdade de gênero, a participação em
infraestrutura, políticas de descentralização de serviços e incentivos campanhas de conscientização e a promoção de diálogos abertos
para negócios que promovam o desenvolvimento local. sobre questões de gênero podem criar um impacto significativo.
Além disso, é importante que cada indivíduo reflita sobre suas pró-
Discriminação Racial prias atitudes e comportamentos e se esforce para ser um aliado
A discriminação racial é um legado histórico que continua a ativo na luta contra a discriminação de gênero.
afetar milhões de pessoas ao redor do mundo. Ela se manifesta em O combate às discriminações e desigualdades de renda, regio-
diferentes formas, incluindo preconceitos implícitos, racismo ins- nais, raciais, etárias e de gênero é um esforço contínuo que requer
titucional e violência. O combate a essa discriminação exige uma uma abordagem holística. Políticas inclusivas, educação, legislação
mudança cultural profunda, que pode ser alcançada através da edu- apropriada, e a participação ativa da sociedade são fundamentais
cação, legislação anti-discriminatória e políticas de ação afirmativa. para alcançar uma sociedade mais justa e igualitária. Cada passo
Além disso, é crucial reconhecer e valorizar a diversidade cultural, dado nesta direção não apenas melhora a vida dos indivíduos afeta-
promovendo uma sociedade mais inclusiva e empática. dos, mas também fortalece o tecido social como um todo, criando
um mundo onde todos têm a oportunidade de prosperar e contri-
Desigualdades Etárias buir plenamente.
Desigualdades etárias se referem às diferentes formas como
jovens e idosos são tratados e percebidos na sociedade. Enquanto
os jovens podem enfrentar estereótipos e falta de oportunidades, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, MEIO AMBIENTE E
os idosos muitas vezes lidam com isolamento, discriminação e fal- MUDANÇA CLIMÁTICA
ta de acesso a cuidados adequados. Para enfrentar estas questões,
políticas de inclusão etária, programas de mentoria intergeracionais
e a garantia de direitos e serviços adequados para todas as faixas O desenvolvimento sustentável, o meio ambiente e a mudança
etárias são fundamentais. climática estão intrinsecamente ligados em um desafio global que
exige atenção imediata e ação coordenada. O desenvolvimento sus-
Discriminação de Gênero tentável busca atender às necessidades das gerações atuais sem
A discriminação de gênero é uma das formas mais profunda- comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas
mente enraizadas de desigualdade, afetando pessoas de todos os próprias necessidades. Isso implica equilibrar o crescimento econô-
gêneros em diversos aspectos da vida. Ela se manifesta através de mico com a conservação ambiental e a justiça social.
diferenças salariais, sub-representação em posições de liderança,
estereótipos de gênero e, em casos mais extremos, violência de gê- Desenvolvimento Sustentável
nero. O combate a essa forma de discriminação requer uma abor- O desenvolvimento sustentável aborda a interconexão entre
dagem holística que inclua a promoção da igualdade de gênero em três pilares fundamentais: econômico, social e ambiental. No con-
todos os níveis da educação, políticas de equidade salarial, legis- texto econômico, significa adotar práticas que promovam a prospe-
lação rigorosa contra a violência de gênero e a criação de espaços ridade sem esgotar recursos finitos. Socialmente, envolve garantir
seguros e inclusivos para todas as identidades de gênero. que todos tenham acesso a oportunidades, serviços e qualidade de
Uma estratégia fundamental nessa luta é a educação. A educa- vida adequados. E ambientalmente, implica a preservação e a res-
ção desempenha um papel crucial na mudança de atitudes e pre- tauração dos ecossistemas naturais que sustentam a vida na Terra.
conceitos de longa data. Ensinar desde cedo sobre igualdade de gê- Isso requer uma transição para uma economia mais verde,
nero, respeito pelas diferenças e a importância da diversidade pode onde a eficiência no uso de recursos, a produção de energia limpa e
moldar uma geração mais justa e igualitária. Além disso, a inclusão a redução das emissões de carbono sejam prioridades. Além disso,
de mulheres e indivíduos de gêneros não-binários em posições de o desenvolvimento sustentável exige a promoção da justiça social,
tomada de decisão garante que diversas perspectivas sejam consi- garantindo que os benefícios sejam distribuídos de forma equitati-
deradas nas políticas e práticas institucionais. va, incluindo a erradicação da pobreza e a redução das desigualda-
Outro aspecto importante é a legislação. Leis que protegem des.
contra a discriminação de gênero, assédio e violência são essenciais.
No entanto, estas leis precisam ser adequadamente implementa-
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Meio Ambiente 3. Qual é o objetivo principal da divisão de poderes em um Es-


O meio ambiente é o nosso lar comum, e sua saúde é crucial tado democrático, conforme proposto por Montesquieu e adotado
para a sobrevivência de todas as formas de vida. A degradação am- na Constituição Federal do Brasil?
biental, a perda de biodiversidade, a poluição e o esgotamento de (A) Centralizar o poder legislativo para eficiência na criação de
recursos naturais representam ameaças significativas. Para preser- leis.
var o meio ambiente, é necessário adotar práticas sustentáveis em (B) Prevenir a concentração de poder nas mãos de uma única
todos os setores, desde a agricultura até a indústria, e promover entidade ou grupo, evitando a tirania.
a conservação de ecossistemas críticos, como florestas, oceanos e (C) Facilitar a administração governamental delegando funções
rios. específicas.
Além disso, a gestão responsável dos resíduos e a redução do (D) Estabelecer o predomínio do Poder Judiciário sobre os de-
uso de plásticos descartáveis são medidas importantes para com- mais poderes.
bater a poluição e proteger os ecossistemas aquáticos e terrestres.
4. No contexto do sistema de freios e contrapesos na divisão
Mudança Climática de poderes, qual das seguintes afirmações descreve corretamente
A mudança climática é um dos maiores desafios enfrentados uma das funções do Poder Judiciário no Brasil?
pela humanidade. A emissão excessiva de gases de efeito estufa, (A) O Poder Judiciário pode vetar leis aprovadas pelo Poder Le-
principalmente provenientes da queima de combustíveis fósseis, gislativo.
tem causado o aumento da temperatura global, resultando em (B) O Poder Judiciário tem a capacidade de declarar a inconsti-
eventos climáticos extremos, derretimento de geleiras e elevação tucionalidade de leis ou atos do Executivo.
do nível do mar. Para enfrentar a mudança climática, é imperativo (C) O Poder Judiciário é responsável por promulgar e executar
reduzir as emissões de carbono e adaptar-se aos impactos já em as leis.
curso. (D) O Poder Judiciário pode propor emendas à Constituição Fe-
A transição para fontes de energia limpa, como a solar e a eóli- deral.
ca, é fundamental para reduzir as emissões de carbono. Além disso,
a conservação de florestas e a restauração de ecossistemas desem- 5. Qual é um dos principais desafios enfrentados pelo sistema
penham um papel vital na absorção de carbono atmosférico. presidencialista brasileiro?
O desenvolvimento sustentável, a preservação do meio am- (A) Dificuldades em formar coalizões governamentais devido à
biente e o combate à mudança climática são desafios complexos fragmentação do Congresso.
que exigem ação global e compromisso de todos os setores da so- (B) Centralização excessiva do poder legislativo.
ciedade. Essa é uma responsabilidade compartilhada para garan- (C) Eliminação da separação entre os poderes Executivo e Le-
tir um futuro sustentável e saudável para as gerações presentes e gislativo.
futuras. É necessário que governos, empresas e indivíduos atuem (D) Independência total do Poder Judiciário em relação às de-
de forma coletiva e imediatamente para enfrentar esses desafios cisões presidenciais.
cruciais.
6. No sistema presidencialista brasileiro, como é caracterizada
a relação entre o presidente e o Congresso Nacional?
QUESTÕES (A) O Congresso Nacional tem o poder de nomear o Presidente.
(B) O Presidente pode dissolver o Congresso Nacional a qual-
1. Qual foi um dos principais impactos da Constituição Federal quer momento.
de 1988 no sistema político brasileiro? (C) O Presidente necessita negociar com o Congresso para for-
(A) Aumento da centralização do poder no governo federal. mar coalizões e garantir apoio legislativo.
(B) Estabelecimento de um sistema de governo democrático e (D) O Congresso Nacional atua de forma totalmente indepen-
reforço das instituições democráticas. dente, sem interação com o Presidente.
(C) Redução da participação cidadã na política.
(D) Limitação das funções do Poder Judiciário. 7. Qual é o papel da memória no contexto da efetivação dos
direitos humanos em sociedades pós-autoritárias?
2. Como a Constituição Federal de 1988 abordou a questão da (A) Promover o esquecimento coletivo das violações para ace-
participação cidadã na democracia brasileira? lerar a reconciliação nacional.
(A) Restringindo o direito ao voto apenas a determinadas clas- (B) Conscientizar a sociedade sobre os perigos do autoritarismo
ses sociais. e prevenir a repetição de abusos.
(B) Enfatizando apenas a participação em eleições periódicas. (C) Justificar as ações tomadas pelos regimes autoritários.
(C) Promovendo a participação direta em plebiscitos e referen- (D) Focar exclusivamente no futuro, ignorando as injustiças do
dos e o engajamento em audiências públicas. passado.
(D) Proibindo a formação de organizações civis e grupos de in-
teresse.

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8. No processo de reparação de direitos humanos após um regi- dicação da pobreza.


me autoritário, qual das seguintes medidas é geralmente adotada?
(A) Indenização financeira e exoneração dos perpetradores de 14. Por que a gestão responsável de resíduos e a redução do
violações de direitos humanos. uso de plásticos descartáveis são medidas importantes para prote-
(B) Responsabilização dos perpetradores e compensação para ger o meio ambiente?
as vítimas. (A) Para promover a conveniência no descarte de resíduos.
(C) Promoção exclusiva de compensações financeiras, sem in- (B) Para combater a poluição e proteger ecossistemas aquáti-
vestigação das violações. cos e terrestres.
(D) Anistia geral para todos os envolvidos em abusos, sem qual- (C) Para aumentar a produção de plásticos descartáveis.
quer forma de compensação às vítimas. (D) Para aumentar a demanda por recursos naturais.

9. Qual é um dos principais desafios no processo de lidar com o 15. O que causa a mudança climática e quais são algumas das
legado da violência de Estado em regimes autoritários? medidas mencionadas no texto para enfrentá-la?
(A) Reconstruir a confiança nas instituições e lidar com o trau- (A) A mudança climática é causada pelo aumento da produção
ma coletivo e divisões sociais. agrícola, e a principal medida é a urbanização.
(B) Eliminar completamente todas as formas de governo auto- (B) A mudança climática é causada pela expansão da indústria
ritário futuras. de alimentos, e a principal medida é o desmatamento.
(C) Estabelecer um novo regime autoritário que seja mais be- (C) A mudança climática é causada pela emissão excessiva de
nevolente. gases de efeito estufa, e medidas incluem a transição para fon-
(D) Ignorar completamente o passado para evitar conflitos na tes de energia limpa e a conservação de florestas.
sociedade. (D) A mudança climática é causada pela pesca excessiva, e me-
didas incluem a redução do consumo de frutos do mar.
10. Qual das seguintes é uma abordagem eficaz para combater
as desigualdades regionais, conforme mencionado no texto?
(A) Redução do investimento em infraestrutura em áreas ur- GABARITO
banas.
(B) Incentivos para negócios que promovam o desenvolvimen-
to local. 1 B
(C) Centralização de serviços públicos em grandes cidades. 2 C
(D) Ignorar as disparidades de desenvolvimento entre áreas ru-
rais e urbanas. 3 B
4 B
11. De acordo com o texto, qual é um dos principais meios para
5 A
combater a discriminação racial?
(A) Aumento de barreiras comerciais entre países. 6 C
(B) Redução de investimentos em educação multicultural. 7 B
(C) Implementação de legislação anti-discriminatória e políticas
de ação afirmativa. 8 B
(D) Promoção de políticas de isolamento cultural. 9 A
12. No contexto da luta contra a discriminação de gênero, qual
a importância da educação, conforme discutido no texto? 10 B
(A) A educação é irrelevante para a questão da igualdade de 11 C
gênero.
12 B
(B) Educação sobre igualdade de gênero desde cedo pode mol-
dar uma geração mais justa e igualitária. 13 C
(C) Educação formal deve ser evitada para promover a igualda- 14 B
de de gênero.
(D) Educação em igualdade de gênero deve ser restrita ao en- 15 C
sino superior.

13. O que significa o conceito de desenvolvimento sustentável ANOTAÇÕES


e quais são seus três pilares fundamentais?
(A) Desenvolvimento sustentável refere-se apenas à preserva- ___________________________________________
ção ambiental. ___________________________________________
(B) Desenvolvimento sustentável é um termo usado exclusiva-
mente no contexto econômico. ___________________________________________
(C) Desenvolvimento sustentável busca equilibrar os pilares ___________________________________________
econômico, social e ambiental. ___________________________________________
(D) Desenvolvimento sustentável concentra-se apenas na erra-
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gados a deveres, como o cumprimento das obrigações funcionais, a


PRINCÍPIOS E VALORES ÉTICOS DO SERVIÇO PÚBLICO, atuação de acordo com os princípios éticos e a observância das leis
SEUS DIREITOS E DEVERES À LUZ DO ARTIGO 37 DA CONS- e regulamentos.
TITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, E DO CÓDIGO DE ÉTICA PRO- A Constituição Federal também estabelece que o servidor pú-
FISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXE- blico deve dedicar-se integralmente ao serviço, não se envolver em
CUTIVO FEDERAL (DECRETO Nº 1.171/1994) atividades político-partidárias e atuar com zelo e probidade.
Os princípios e valores éticos do serviço público, conforme deli-
neados pelo Artigo 37 da Constituição Federal de 1988, constituem
O serviço público desempenha um papel crucial na sociedade, a base para a construção de uma administração pública transpa-
proporcionando serviços essenciais, aplicando a lei e promovendo rente, eficiente e responsável. O cumprimento desses princípios e
o bem-estar geral. Para garantir que o serviço público seja eficiente, valores é essencial para garantir que o serviço público atenda aos
transparente e justo, a Constituição Federal de 1988, no Artigo 37, interesses da sociedade, promovendo o bem-estar e o desenvolvi-
estabelece princípios e valores éticos que devem orientar a atuação mento do país. É responsabilidade de todos os agentes públicos, em
dos agentes públicos. Este texto explorará os princípios, valores, di- todas as esferas de governo, agir de acordo com esses princípios e
reitos e deveres no contexto do serviço público brasileiro, conforme valores, contribuindo para uma gestão pública ética e eficaz.
estabelecido pelo Artigo 37 da Constituição.
Direitos e Deveres dos Servidores Públicos1
Princípios do Serviço Público Os direitos do servidor público estão consagrados, em grande
O Artigo 37 da Constituição Federal de 1988 estabelece diver- parte, na Constituição Federal (arts. 37 a 41); não há impedimento,
sos princípios fundamentais que devem nortear a atuação dos ser- contudo, para que outros direitos sejam outorgados pelas Consti-
vidores públicos. Alguns desses princípios incluem: tuições Estaduais ou mesmo nas leis ordinárias dos Estados e Mu-
• Legalidade: Os agentes públicos devem atuar de acordo com nicípios.
a lei, respeitando os limites e competências definidos por ela. Os direitos e deveres do servidor público estatutário constam
• Impessoalidade: A atuação do servidor público deve ser neu- do Estatuto do Servidor que cada unidade da Federação tem com-
tra, sem discriminação ou favorecimento pessoal. petência para estabelecer, ou da CLT, se o regime celetista for o es-
• Moralidade: A administração pública deve pautar-se pela éti- colhido para reger as relações de emprego. Em qualquer hipótese,
ca e probidade, buscando o bem comum. deverão ser observadas as normas da Constituição Federal.
• Publicidade: Os atos da administração pública devem ser Os estatutos promulgados antes da atual Constituição consig-
transparentes, de forma a permitir o controle social. nam os direitos e deveres do funcionário. A Lei nº 8.112/90, tam-
• Eficiência: O serviço público deve ser prestado com qualidade bém estabelece em seus artigos os direitos e deveres dos servido-
e de forma eficiente, visando ao melhor atendimento das necessi- res públicos.
dades da sociedade. Dentre os direitos, incluem-se os concernentes a férias, licen-
ças, vencimento ou remuneração e demais vantagens pecuniárias,
Valores Éticos no Serviço Público assistência, direito de petição, disponibilidade e aposentadoria, al-
Além dos princípios, o serviço público também é regido por va- guns deles já analisados no item concernente às normas constitu-
lores éticos fundamentais. Entre esses valores estão: cionais.
• Integridade: A honestidade e a retidão moral são valores es- Com relação à retribuição pecuniária (direito ao estipêndio), já
senciais para a atuação no serviço público. foi visto que a Emenda Constitucional nº 19/98 introduziu, ao lado
• Respeito: O respeito pelos direitos e dignidade das pessoas é do regime de remuneração ou vencimento, o sistema de subsídio.
fundamental para a construção de uma sociedade justa. Para estes, o estipêndio compõe-se de uma parcela única, vedado
• Responsabilidade: A responsabilidade na gestão dos recur- acréscimo de vantagens outras de qualquer espécie. Para os servi-
sos públicos e no cumprimento das atribuições é crucial. dores em regime de remuneração, continuam a existir as vantagens
• Accountability: A prestação de contas é um valor que assegu- pecuniárias acrescidas ao padrão fixado em lei.
ra a transparência e a responsabilização dos agentes públicos. A legislação ordinária emprega, com sentidos precisos, os vo-
cábulos vencimento e remuneração, usados indiferentemente na
Direitos e Deveres dos Servidores Públicos Constituição. Na lei federal, vencimento é a retribuição pecuniária
Os servidores públicos têm direitos garantidos pela Constitui- pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao padrão fixado
ção, como a estabilidade no emprego, remuneração digna e acesso em lei (art. 40 da Lei nº 8.112/90) e remuneração é o vencimento e
à capacitação. No entanto, esses direitos estão intrinsecamente li- mais as vantagens pecuniárias atribuídas em lei (art. 41). Provento
1 [ Pietro, Maria Sylvia Zanella D. Direito Administrativo. (36th edição).
Grupo GEN, 2023.]
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é a retribuição pecuniária a que faz jus o aposentado. E pensão é o Os vencimentos do servidor público (empregada a palavra em
benefício pago aos dependentes do servidor falecido. O vencimen- sentido amplo, para abranger também as vantagens pecuniárias)
to, o subsídio e a remuneração (inclusive as vantagens pecuniárias têm caráter alimentar e, por isso mesmo, não podem ser objeto
de qualquer espécie), os proventos e a pensão são definidos em lei de penhora, arresto ou sequestro, consoante artigos 649, IV, 821 e
(arts. 37, X, 40, §3º, 61, §1º, a e d, da Constituição). 823 do CPC. Pelo artigo 833, IV, do novo CPC, são impenhoráveis os
Com relação às vantagens pecuniárias, Hely Lopes Meirelles, vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações,
faz uma classificação que já se tornou clássica; para ele, “vantagens os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os mon-
pecuniárias são acréscimos ao vencimento do servidor, concedidas tepios. Pela mesma razão, o artigo 100 da Constituição e o artigo 33
a título definitivo ou transitório, pela decorrência do tempo de ser- de suas disposições transitórias, ao excluírem os créditos de natu-
viço (ex facto temporis), ou pelo desempenho de funções especiais reza alimentar do processo especial de execução contra a Fazenda
(ex facto officii), ou em razão das condições anormais em que se Pública, sempre foram interpretados de modo a incluir, na ressalva,
realiza o serviço (propter laborem), ou, finalmente, em razão de os vencimentos devidos aos servidores públicos. Esse entendimen-
condições pessoais do servidor (propter personam). As duas primei- to foi adotado, no Estado de São Paulo, pelo Decreto nº 29.463,
ras espécies constituem os adicionais (adicionais de vencimento e de 19-12-88, e pelo artigo 57, §3º, de sua Constituição. Agora, a
adicionais de função), as duas últimas formam a categoria das grati- matéria constitui objeto de preceito constitucional contido no ar-
ficações de serviço e gratificações pessoais”. A Lei nº 8.112/90, em tigo 100, §1º-A, da Constituição, com a redação dada pela Emenda
seu artigo 49, prevê as vantagens que podem ser pagas ao servidor, Constitucional nº 30/00; ficou expresso que “os débitos de natureza
incluindo, além dos adicionais e gratificações, também as indeniza- alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, venci-
ções, que compreendem a ajuda de custo, as diárias, o transporte e mentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios
o auxílio-moradia (definidos nos artigos subsequentes). previdenciários e indenizações por morte ou invalidez, fundadas na
São exemplos de adicionais por tempo de serviço os acréscimos responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em julga-
devidos por quinquênio e a sexta parte dos vencimentos, previstos do”.
na Constituição paulista (art. 129). Eles aderem ao vencimento e Ainda com relação aos direitos dos funcionários, é importan-
incluem-se nos cálculos dos proventos de aposentadoria. te lembrar que muitos deles correspondem a benefícios previstos
Os adicionais de função são pagos em decorrência da natureza para os integrantes da Previdência Social ou, mais amplamente, da
especial da função ou do regime especial de trabalho, como as van- Seguridade Social (que abrange previdência, saúde e assistência).
tagens de nível universitário e o adicional de dedicação exclusiva. Com efeito, em relação aos servidores, o Poder Público pode
Em regra, também se incorporam aos vencimentos e aos proventos determinar a sua inclusão na previdência social (ressalvados aque-
desde que atendidas as condições legais. les direitos, como aposentadoria e disponibilidade, que constituem
A gratificação de serviço é retribuição paga em decorrência das encargos que a Constituição atribui ao Estado) ou assumi-los como
condições anormais em que o serviço é prestado. Como exemplo, encargos próprios. A primeira opção normalmente é utilizada para
podem ser citadas as gratificações de representação, de insalubri- os servidores contratados pela legislação trabalhista e, a segunda,
dade, de risco de vida e saúde. para os estatutários.
As gratificações pessoais correspondem a acréscimos devidos Assim, examinando-se os Estatutos funcionais, normalmente,
em razão de situações individuais do servidor, como o salário-espo- encontram-se vantagens, como a licença para tratamento de saúde,
sa e o salário-família. licença-gestante, licença ao funcionário acidentado ou acometido
Embora a classificação citada seja útil, até para fins didáticos, de doença profissional e auxílio-funeral, entre outras. Na esfera fe-
o critério distintivo – incorporação dos adicionais aos vencimentos deral, com a Lei nº 8.112/90, essas vantagens passaram a ter cará-
e não incorporação das gratificações – nem sempre é o que decor- ter previdenciário (art. 185).
re da lei; esta é que define as condições em que cada vantagem
é devida e calculada e estabelece as hipóteses de incorporação. Em regra, os mesmos direitos dos trabalhadores da esfera pri-
É frequente a lei determinar que uma gratificação (por exemplo, vada se aplicam aos servidores públicos, como:
a de risco de vida e saúde) se incorpore aos vencimentos depois
de determinado período de tempo. É evidente, contudo, que, no – Garantia de salário nunca inferior ao mínimo, incluindo aque-
silêncio da lei, tem-se que entender que a gratificação de serviço les que recebem remuneração variável;
somente é devida enquanto perdurarem as condições especiais de – Décimo terceiro salário;
sua execução, não havendo infringência ao princípio constitucional – Remuneração do trabalho noturno superior ao diurno;
da irredutibilidade de vencimento na retirada da vantagem quando – Remuneração das horas extras em no mínimo 50% a mais da
o servidor deixa de desempenhar a função que lhe conferiu o acrés- hora normal;
cimo. As gratificações que não se incorporam não são incluídas nos – Salário família para os dependentes;
vencimentos para fins de cálculo dos proventos de aposentadoria e – Jornada de trabalho não superior a 8 horas diária e 44 sema-
de pensão dos dependentes. nais + repouso semanal remunerado;
O princípio da irredutibilidade de vencimentos diz respeito – Férias anuais remunerada com, pelo menos, um terço a mais
ao padrão de cada cargo, emprego ou função e às vantagens pe- do que o salário normal;
cuniárias já incorporadas; não abrange as vantagens transitórias, – Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
somente devidas em razão de trabalho que está sendo executado com duração de 120 a 180 dias;
em condições especiais; cessado este, suspende-se o pagamento – Licença paternidade, nos termos fixados em lei;
do acréscimo, correspondente ao cargo, emprego ou função. – Proteção do mercado de trabalho da mulher;
– Redução de riscos inerentes ao trabalho;
– Proibição de diferença de salários, idade, cor ou estado civil.
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ÉTICA E INTEGRIDADE

– No entanto, em todos esses direitos, é crucial verificar a lei drões legais e éticos impostos, estabelecendo a Lei 8.112/1990 um
que se aplica a você, porque a lei é diferente para servidor federal, rol, meramente exemplificativo, de deveres impostos aos agentes
estadual ou municipal. públicos. Vejamos:

Deveres dos Servidores Públicos a) Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo.
Os deveres dos servidores públicos vêm normalmente previs- b) Ser leal às instituições a que servir.
tos nas leis estatutárias, abrangendo, entre outros, os de assidui- c) Observar as normas legais e regulamentares.
dade, pontualidade, discrição, urbanidade, obediência, lealdade. O d) Cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta-
descumprimento dos deveres enseja punição disciplinar. mente ilegais.
e) Atender com presteza: ao público em geral, prestando as
Os deveres a serem abordados são: dever de agir, dever de informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; à ex-
eficiência, dever de probidade e dever de prestar contas. pedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclare-
O dever de agir se refere à obrigação do administrador públi- cimento de situações de interesse pessoal; às requisições para a
co de se desincumbir no tempo próprio das atribuições inerentes a defesa da fazenda pública.
cargo, função ou emprego público de que é titular. Tais atribuições f) Levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do
devem ser exercidas em sua plenitude e no momento legal. Sua cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver
omissão sujeita o agente público a punições de ordens administra- suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori-
tiva e penal (concussão e prevaricação). dade competente para apuração.
O dever de eficiência traz como mandamento ao agente pú- g) Zelar pela economia do material e a conservação do patri-
blico o rendimento em seu serviço, que deve ser demonstrado de mônio público.
maneira rápida e bem realizada. O serviço deve ser executado de h) Guardar sigilo sobre assunto da repartição.
forma que atenda ao interesse coletivo, em tempo hábil, e sem dei- i) Manter conduta compatível com a moralidade administrati-
xar de lado a qualidade. va.
O dever de probidade impõe ao agente público o desempenho j) Ser assíduo e pontual ao serviço.
de suas atribuições de forma que indique atitudes retas, leais, jus- k) Tratar com urbanidade as pessoas.
tas e honestas, características próprias da integridade de caráter do l) Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder:
ser humano. O administrador deve buscar sempre o melhor para a a representação será encaminhada pela via hierárquica e apreciada
Administração Pública. É elemento essencial para legitimar os atos pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegu-
do administrador público. O art. 37, §4o, da Constituição Federal rando-se ao representando ampla defesa.
preceitua que os atos de improbidade administrativa importarão
suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indispo- Servidores Públicos
nibilidade dos bens e ressarcimento ao erário na forma da lei. Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços
O dever de prestar contas se refere à própria gestão de bens, à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi-
direitos e serviços alheios. Portanto, não foge ao administrador pú- cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá-
blico a responsabilidade de prestar contas de sua atuação na gestão rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao
do patrimônio público, não se restringindo apenas aos atos de na- Distrito Federal ou aos Municípios.
tureza econômico-financeira, mas também aos planos de governo.
Os regimes jurídicos modernos impõem uma série de deveres As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas
aos servidores públicos como requisitos para o bom desempenho dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos:
de seus encargos e regular funcionamento dos serviços públicos.
A Lei de Improbidade Administrativa, de natureza nacional, diz que SEÇÃO II
constituem ato de improbidade administrativa que atenta contra os DOS SERVIDORES PÚBLICOS
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que
viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e leal- Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
dade às instituições. (Lei 8.429/92, art. 10 cap), as quais, para serem instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único
punidas, pressupõem que o agente as pratique com a consciência e planos de carreira para os servidores da administração pública
da ilicitude, isto é, dolosamente. direta, das autarquias e das fundações públicas.
O dever de lealdade exige do servidor maior dedicação ao ser- Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
viço e o integral respeito às leis e as instituições. instituirão conselho de política de administração e remuneração de
O dever de obediência impõe ao servidor o acatamento às or- pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po-
dens legais de seus superiores e sua fiel execução. deres.
Dever de conduta ética decorre do princípio constitucional da §1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
moralidade administrativa e impõem ao servidor de jamais despre- componentes do sistema remuneratório observará:
zar o elemento ético de sua conduta. I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos
Dever de eficiência, conforme acima explanado, decorre do in- cargos componentes de cada carreira;
ciso LXXVIII do art. 5º da CF, acrescentado pela EC 45/2004. II - os requisitos para a investidura;
Outros deveres são comumente especificados nos estatutos, III - as peculiaridades dos cargos.
procurando adequar a conduta do servidor. O servidor, por estar
submetido à hierarquia administrativa, deve atuar segundo os pa-

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§2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos de 2019)
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a §2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores
celebração de convênios ou contratos entre os entes federados. ao valor mínimo a que se refere o §2º do art. 201 ou superiores
§3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, Social, observado o disposto nos §§14 a 16. (Redação dada pela
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de admissão quando a natureza do cargo o exigir. §3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria
§4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, §4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, para concessão de benefícios em regime próprio de previdência
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, social, ressalvado o disposto nos §§4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos §4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência,
caso, o disposto no art. 37, XI. previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por
§6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e Constitucional nº 103, de 2019)
empregos públicos. §4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
§7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
provenientes da economia com despesas correntes em cada penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de §4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
produtividade. do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
§8º A remuneração dos servidores públicos organizados em diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades
carreira poderá ser fixada nos termos do §4º. sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos
§9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,
temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) §5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da
titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, aplicação do disposto no inciso III do §1º, desde que comprovem
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência §6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção
nº 103, de 2019) de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda
verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces- Constitucional nº 103, de 2019)
são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federa- §7º Observado o disposto no §2º do art. 201, quando se
tivo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do
de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a
e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; hipótese de morte dos servidores de que trata o §4º-B decorrente
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação
se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na §8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons- preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme
tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os critérios estabelecidos em lei.

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§9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou §20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora
o disposto nos §§9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os
correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os
§10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de
de tempo de contribuição fictício. que trata o §22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
§11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total de 2019)
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes §21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional
da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de nº 103, de 2019)
outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral §22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de
de previdência social, e ao montante resultante da adição de previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os
proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento
na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros
de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
§12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em 2019)
regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o
e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) tucional nº 103, de 2019)
§13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re-
de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído
ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela
§14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
regime de previdência complementar para servidores públicos denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência 2019)
social, ressalvado o disposto no §16. (Redação dada pela Emenda VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Inclu-
Constitucional nº 103, de 2019) ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§15. O regime de previdência complementar de que trata o §14 VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob-
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição servados os princípios relacionados com governança, controle in-
definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por terno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou de 2019)
de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indireta-
§16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto mente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nos §§14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado nal nº 103, de 2019)
no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela
correspondente regime de previdência complementar. Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§17. Todos os valores de remuneração considerados para o X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição
cálculo do benefício previsto no §3° serão devidamente atualizados, de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído
na forma da lei. pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime concurso público.
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual §1º O servidor público estável só perderá o cargo:
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
§19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo rada ampla defesa;
que tenha completado as exigências para a aposentadoria III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao §2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
Constitucional nº 103, de 2019) aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.

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§3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências
ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante
cargo. a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três
§4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão permanente.
instituída para essa finalidade. Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será co-
municada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da
– Estabilidade República, com a indicação dos respectivos membros titulares e su-
A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de plentes.
permanecer no cargo ou emprego público depois de ter sido apro- Art. 3º Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
vado em estágio probatório. Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106°
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilidade da República.
poder ser definida como a garantia constitucional de permanência
no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão de ANEXO
concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO
o transcurso de estágio probatório. CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL
A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efe-
tivo exercício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse CAPÍTULO I
é o estágio probatório citado pela lei.
Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado, SEÇÃO I
ele perderá o cargo somente nas hipóteses elencadas no Artigo 41, DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS
§1º da CF.
Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais varia- I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos
dos concursos públicos, segue a tabela explicativa: princípios morais são primados maiores que devem nortear o ser-
vidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já
que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus
Estabilidade do Servidor
atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preser-
Cargo de provimento efetivo/ocupado vação da honra e da tradição dos serviços públicos.
Requisitos para em razão de concurso público II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento
aquisição de 3 anos de efetivo exercício ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o
Estabilidade Avaliação de desempenho por comissão legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente,
instituída para esta finalidade o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e
Em virtude de sentença judicial transita- o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e §4°,
da em julgado da Constituição Federal.
Mediante processo administrativo em III - A moralidade da Administração Pública não se limita à dis-
Hipóteses em tinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que
que lhe seja assegurada ampla defesa
que o servidor o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a
Mediante procedimento de avaliação
estável pode finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar
periódica de desempenho, na forma de
perder o cargo a moralidade do ato administrativo.
lei complementar, assegurada ampla
defesa IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tribu-
Em razão de excesso de despesa tos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e
por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade adminis-
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 trativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil fator de legalidade.
do Poder Executivo Federal. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito
confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional
8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.
8.429, de 2 de junho de 1992, Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua
DECRETA: vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na
vida funcional.
Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações poli-
Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa. ciais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública,
a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso,
nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo

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constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços pú-
a negar. blicos;
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, res-
omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria peitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usu-
pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado ários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou
pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho
do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mes- político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes
mo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. dano moral;
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedica- h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de re-
dos ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar presentar contra qualquer comprometimento indevido da estrutu-
mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente ra em que se funda o Poder Estatal;
significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de
qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer fa-
por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações
equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências espe-
esperanças e seus esforços para construí-los. cíficas da defesa da vida e da segurança coletiva;
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solu- l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua
ção que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa-
a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na mente em todo o sistema;
prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual-
ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as provi-
usuários dos serviços públicos. dências cabíveis;
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, se-
de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, guindo os métodos mais adequados à sua organização e distribui-
assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso ção;
e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com
caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a reali-
pública. zação do bem comum;
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de tra- p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
balho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase exercício da função;
sempre conduz à desordem nas relações humanas. q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de ser-
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura or- viço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
ganizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções
e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possí-
a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento vel, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em
da Nação. boa ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de
SEÇÃO II direito;
DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais
que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos juris-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou dicionados administrativos;
emprego público de que seja titular; u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimen- ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mes-
to, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações mo que observando as formalidades legais e não cometendo qual-
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer ou- quer violação expressa à lei;
tra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe so-
exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; bre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri- cumprimento.
dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de
duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; SEÇÃO III
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição es- DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO
sencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu
cargo; XV - E vedado ao servidor público;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoan- a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, po-
do o processo de comunicação e contato com o público; sição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou
para outrem;

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a solução para o seu concurso!
ÉTICA E INTEGRIDADE

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servido- XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de
res ou de cidadãos que deles dependam; Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do fal-
com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética toso.
de sua profissão; XXIII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, en-
regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral tende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei,
ou material; contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu al- permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição
cance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer ór-
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, gão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas,
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de
público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hie- economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse
rarquicamente superiores ou inferiores; do Estado.
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo XXV - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou van-
tagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servi- GOVERNANÇA PÚBLICA E SISTEMAS DE GOVERNANÇA
dor para o mesmo fim; (DECRETO Nº 9.203, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2017); GES-
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encami- TÃO DE RISCOS E MEDIDAS MITIGATÓRIAS NA ADMINIS-
nhar para providências; TRAÇÃO PÚBLICA
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do aten-
dimento em serviços públicos;
A governança pública e os sistemas de governança são ele-
j) desviar servidor público para atendimento a interesse parti-
mentos cruciais para o funcionamento eficaz das sociedades e or-
cular;
ganizações em todo o mundo. Esses conceitos estão no centro da
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autoriza-
tomada de decisões, gestão de recursos e garantia do bem-estar da
do, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio
população. Vamos explorar mais profundamente o significado e a
público;
importância desses temas.
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito in-
terno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos
Governança Pública
ou de terceiros;
A governança pública refere-se ao processo pelo qual as de-
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitual-
cisões são tomadas e implementadas no âmbito do setor público.
mente;
Isso abrange uma ampla gama de instituições, desde governos lo-
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra
cais até organismos internacionais. A qualidade da governança pú-
a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
blica desempenha um papel fundamental na eficiência, transparên-
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a
cia e responsabilidade das ações do governo.
empreendimentos de cunho duvidoso.
Os princípios-chave da boa governança pública incluem a par-
ticipação cidadã, o Estado de direito, a transparência, a responsa-
CAPÍTULO II
bilidade e a eficácia. A participação cidadã envolve a consulta e a
DAS COMISSÕES DE ÉTICA
colaboração ativa dos cidadãos nas decisões que afetam suas vidas.
O Estado de direito garante que todas as ações governamentais es-
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública
tejam em conformidade com a lei e que os direitos dos cidadãos
Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer
sejam protegidos. A transparência refere-se à divulgação aberta de
órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder
informações governamentais. A responsabilidade exige que os go-
público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de
vernos sejam responsáveis por suas ações e usem recursos públicos
orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tra-
de forma eficaz. A eficácia está relacionada com a capacidade do
tamento com as pessoas e com o patrimônio público, competin-
governo de cumprir suas funções e fornecer serviços de qualidade
do-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento
à população.
susceptível de censura.
XVII -- (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
Sistemas de Governança
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos
Os sistemas de governança abrangem as estruturas, processos
encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os
e práticas que regem a tomada de decisões e a gestão em orga-
registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e funda-
nizações, sejam elas públicas, privadas ou do terceiro setor. Esses
mentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios
sistemas são essenciais para garantir que as organizações operem
da carreira do servidor público.
de maneira eficiente, ética e em conformidade com seus objetivos
XIX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
e valores.
XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
Os sistemas de governança geralmente envolvem a definição
XXI - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
clara de papéis e responsabilidades, o estabelecimento de regras
e regulamentos internos, a supervisão por parte de órgãos de con-
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a solução para o seu concurso!
ÉTICA E INTEGRIDADE

trole e a prestação de contas aos stakeholders. No contexto empre- Governança na linguagem empresarial e contábil significa um
sarial, a governança corporativa é um subconjunto importante da conjunto de princípios básicos para aumentar a efetividade de con-
governança, que se concentra na gestão de empresas e na proteção trole por parte de stakeholders3 e autoridades de mercado sobre
dos interesses dos acionistas. organizações privadas de capital aberto.
Exemplos de princípios institucionais de governança são: a arti-
A Importância da Boa Governança culação entre autoridades para controlar o respeito à legislação e a
Tanto a governança pública quanto os sistemas de governança garantia de integridade e objetividade pelas autoridades regulado-
desempenham um papel crítico na construção de sociedades jus- ras do mercado. Exemplos de princípios de governança para empre-
tas, eficientes e sustentáveis. A boa governança pública promove sas privadas são: a participação proporcional de acionistas na toma-
a confiança dos cidadãos nas instituições governamentais e ajuda da de decisão estratégica, a cooperação de empresas privadas com
a prevenir a corrupção, ao passo que os sistemas de governança organizações externas (sindicatos, credores etc.) e stakeholders
eficazes são essenciais para o sucesso e a sustentabilidade de orga- internos (empregados), além de transparência nas informações e
nizações e empresas. responsabilização dos executivos do quadro dirigente perante os
Além disso, a governança adequada desempenha um papel acionistas.
fundamental no desenvolvimento econômico, na estabilidade polí- A etiqueta “governance” denota pluralismo, no sentido que di-
tica e na garantia dos direitos humanos. Organizações com sistemas ferentes atores têm, ou deveriam ter, o direito de influenciar a cons-
de governança bem estruturados são mais capazes de inovar, tomar trução das políticas públicas. Essa definição implicitamente traduz-
decisões informadas e atender às expectativas de seus stakehol- -se numa mudança do papel do Estado (menos hierárquico e menos
ders. monopolista) na solução de problemas públicos. Por causa disso, a
governança pública (GP) também é relacionada ao neoliberalismo.
A governança pública e os sistemas de governança são ele- A GP também significa um resgate da política dentro da admi-
mentos essenciais para o funcionamento eficaz das instituições em nistração pública, diminuindo a importância de critérios técnicos
todas as esferas da sociedade. A busca constante por práticas de nos processos de decisão e um reforço de mecanismos participati-
governança transparentes, responsáveis e eficazes é fundamental vos de deliberação na esfera pública.
para construir um mundo mais justo, equitativo e sustentável. Os impulsionadores do movimento da GP são múltiplos. O pri-
meiro é que a crescente complexidade, dinâmica e diversidade de
— Governança pública nossas sociedades coloca os sistemas de governo sob novos desa-
A definição de governança não é livre de contestações. Isso fios e que novas concepções de governança são necessárias.
porque tal definição gera ambiguidades entre diferentes áreas do A segunda força por trás da GP é a ascensão de valores neoli-
conhecimento. As principais disciplinas que estudam fenômenos de berais e o chamado esvaziamento do Estado (hollowing out of the
“governance” são as relações internacionais, teorias do desenvol- state), em que a incapacidade do Estado em lidar com problemas
vimento, a administração privada, as ciências políticas e a adminis- coletivos é denunciada. Tal movimento ideológico desconfia da ha-
tração pública. bilidade estatal de resolver seus próprios problemas de forma au-
Estudos de relações internacionais concebem governança como tônoma e prega a redução das autoridades nacionais em favor de
mudanças nas relações de poder entre estados no presente cenário organizações internacionais (blocos regionais, Nações Unidas, FMI,
internacional. Os chamados teóricos globalizadores (globalizers), Banco Mundial), em favor de organizações não estatais (mercado e
de tradição liberal, veem governance como a derrocada do modelo organizações não governamentais) e em favor de organizações lo-
de relações internacionais vigente desde o século XVII, onde o Esta- cais (governos locais, agências descentralizadas etc.)
do-nação sempre foi tido como ator individual, e a transição a um A terceira força motriz da GP é a própria APG como modelo
modelo colaborativo de relação interestatal e entre atores estatais de gestão da administração pública nacional, estadual e municipal,
e não estatais na solução de problemas coletivos internacionais. focando maior atenção no desempenho e no tratamento dos pro-
Governança, nesse sentido, denota o processo de estabeleci- blemas do que nas perguntas “quem” deve implementar ou “como”
mento de mecanismos horizontais de colaboração para lidar com devem ser implementadas as políticas públicas. Na verdade, alguns
problemas transnacionais como tráfico de drogas, terrorismo e acadêmicos consideram a GP uma consequência do movimento da
emergências ambientais. Teorias do desenvolvimento tratam a go- APG, com a qual compartilha algumas características: há alguma se-
vernança como um conjunto adequado de práticas democráticas e melhança entre as duas perspectivas e parece claro que o recente
de gestão que ajudam os países a melhorar suas condições de de- interesse em governança, em parte, tem sido alavancado pela cres-
senvolvimento econômico e social. cente popularidade da administração pública gerencial e a ideia de
“Boa governança” é, portanto, a combinação de boas práti- formas genéricas de controle social.
cas de gestão pública. O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Delineiam-se os elementos inexoráveis da GP: estruturas e in-
Banco Mundial exigem “boa governança” como requisito para paí- terações. As estruturas podem funcionar por meio de mecanismos
ses em via de desenvolvimento receberem recursos econômicos de hierarquia (governo), mecanismos autorregulados (mercado) e
e apoio técnico. Áreas de aplicação das boas práticas são aquelas
envolvidas na melhora da eficiência administrativa, da accounta- uma funcionalidade genérica. Um framework pode atingir uma funcio-
bility democrática, e de combate à corrupção como exemplos de nalidade específica, por configuração, durante a programação de uma
elementos essenciais de um framework2 no qual economias conse- aplicação.
guem prosperar. 3 Stakeholder, é um dos termos utilizados em diversas áreas como
gestão de projetos, comunicação social administração e arquitetura de
2 Um framework em desenvolvimento de software, é uma abstração software referente às partes interessadas que devem estar de acordo
que une códigos comuns entre vários projetos de software provendo com as práticas de governança corporativa executadas pela empresa.
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a solução para o seu concurso!
ÉTICA E INTEGRIDADE

mecanismos horizontais de cooperação (comunidade, sociedade, de cachorros abandonados nos grandes centros urbanos, ou ainda
redes). As interações dos três tipos de estrutura são fluidas, com o grupo de empresários e organizações do terceiro setor que se or-
pouca ou nenhuma distinção clara entre elas. ganizam para encontrar soluções locais para combater a criminali-
Essa abordagem relacional, e o resgate das redes/comunida- dade.
des/sociedades como estruturas de construção de políticas públi- A relativa independência das redes de políticas públicas é sub-
cas, é a grande novidade proposta pelos teóricos da GP. A gover- linhada quando diz-se que as mesmas se auto-organizam. Trocando
nança não é mais baseada na autoridade central ou políticos eleitos em miúdos, auto-organização quer dizer que as redes são autô-
(modelo da hierarquia) e nem passagem de responsabilidade para nomas e autogovernáveis, redes se desvinculam da liderança go-
o setor privado (modelo de mercado), mas sim regula e aloca recur- vernamental, desenvolvem suas próprias políticas e moldam seus
sos coletivos por meio de relações com a população e com outros ambientes.
níveis de governo. O ideal subjacente a essa forma de organização é a substituição
Um aspecto de maior discordância dentro da comunidade epis- da agregação numérica de preferências (votos) pelo processo cíclico
têmica de administração pública é a questão do papel do Estado num e dialético de fertilização cruzada das preferências no momento de
contexto de GP. Por um lado, percebe-se uma diminuição do protago- elaborar políticas públicas. A GP também denota a coordenação de
nismo estatal no processo de elaboração de políticas públicas. atores estatais e não estatais nas operações de governo, e as parce-
A GP implica não apenas o envolvimento de atores não estatais rias público-privadas (PPPs) são os exemplos mais básicos.
no planejamento e implementação das políticas públicas, mas tam- Definem-se as PPPs como cooperação entre atores públicos
bém em todo o processo de coprodução e cogestão de políticas. O e privados de caráter temporário no qual os atores desenvolvem
Estado torna-se uma coleção de redes interorganizacionais compos- produtos mutuamente e/ou serviços e onde riscos, custos e benefí-
tas por atores governamentais e sociais sem nenhum ator soberano cios são compartilhados. As áreas de políticas públicas onde as PPPs
capaz de guiar e regular. têm sido intensamente adotadas são os setores de infraestrutura e
Alguns autores contestam esse tipo de entendimento, respon- proteção ambiental, e os contratos preveem mecanismos de con-
dendo que o Estado mantém seu papel de liderança na elaboração trole para mensurar resultados e impactos no ambiente econômico
de políticas públicas. De acordo com estes, a GP provoca a criação e social.
de centros múltiplos de elaboração da política pública, em nível lo-
cal, regional, nacional ou supranacional. — Gestão de riscos e medidas mitigatórias na Administração
O Estado, no entanto, não perde importância, mas sim deslo- Pública
ca seu papel primordial da implementação para a coordenação e o A gestão de riscos e medidas mitigatórias desempenha um pa-
controle. Essa abordagem centrada no Estado argumenta que a GP pel fundamental na administração pública, garantindo a eficiência,
cria instrumentos de colaboração e um modelo mais transparente transparência e responsabilidade na condução dos assuntos go-
e integrador de Estado, que serve como um veículo ao alcance de vernamentais. Neste contexto, é essencial compreender o que são
interesses coletivos. riscos na administração pública, como identificá-los, avaliá-los e, o
Tratando de questões mais práticas, a GP disponibiliza platafor- mais importante, como implementar medidas mitigatórias adequa-
mas organizacionais para facilitar o alcance de objetivos públicos das para proteger os interesses da sociedade.
tais como o envolvimento de cidadãos na construção de políticas,
fazendo uso de mecanismos de democracia deliberativa e redes de Definição de Riscos na Administração Pública
políticas públicas. As redes de políticas públicas (policy networks) Os riscos na administração pública referem-se a eventos ou
podem ser consideradas uma abordagem de pesquisa, uma filoso- circunstâncias que podem afetar negativamente a capacidade do
fia de mediação de interesses ou uma forma específica de interação governo de cumprir seus objetivos e entregar serviços públicos de
entre atores públicos e privados numa área de política pública. qualidade. Esses riscos podem ser de natureza financeira, opera-
A democracia deliberativa foi experimentada em indústrias ja- cional, estratégica, legal, reputacional ou política. Por exemplo, a
ponesas no pós-guerra como um procedimento adequado a apro- instabilidade econômica, desastres naturais, fraudes, decisões ju-
veitar o conhecimento e os frames cognitivos dos empregados no diciais desfavoráveis e escândalos políticos são exemplos de riscos
momento de decidir sobre produtos e processos produtivos. Essa que podem afetar a administração pública.
experiência organizacional também vem sendo usada na esfera go-
vernamental com o intuito de melhorar a interação entre atores pú- Identificação e Avaliação de Riscos
blicos e privados para a solução de problemas coletivos e a redução A identificação e avaliação de riscos na administração pública
de elos na cadeia de accountability. envolvem a análise minuciosa de todos os processos, atividades e
Os mecanismos de democracia deliberativa já foram experi- operações governamentais. Isso inclui a revisão de políticas, regula-
mentados em diferentes lugares e áreas de políticas públicas. Exem- mentos e procedimentos, bem como a análise de dados históricos e
plos desses mecanismos são o fortalecimento da comunidade na tendências. O objetivo é identificar possíveis ameaças e vulnerabili-
gestão do patrimônio público (community empowerment), os pla- dades que podem comprometer o desempenho do governo.
nejamentos e orçamentos participativos, os conselhos deliberativos Uma vez identificados, os riscos devem ser avaliados quanto à
nas diversas áreas de políticas públicas. sua probabilidade de ocorrência e impacto potencial. A avaliação
As redes de políticas públicas (policy networks) representam de riscos ajuda a priorizar quais riscos merecem maior atenção e
outra forma específica de interação entre atores públicos e priva- recursos para mitigação.
dos. A participação nas redes de políticas públicas é aberta a qual-
quer interessado e tal tipo de arena produz baixa externalidade
negativa ao ambiente externo. Um exemplo de rede desse gênero
seria o grupo de jovens que se organiza para resolver o problema
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a solução para o seu concurso!
ÉTICA E INTEGRIDADE

Medidas Mitigatórias II - valor público - produtos e resultados gerados, preservados


A implementação de medidas mitigatórias é uma etapa crucial ou entregues pelas atividades de uma organização que represen-
no processo de gestão de riscos na administração pública. Essas tem respostas efetivas e úteis às necessidades ou às demandas de
medidas visam reduzir a probabilidade de ocorrência de riscos ou interesse público e modifiquem aspectos do conjunto da sociedade
minimizar seu impacto quando ocorrem. Existem várias estratégias ou de alguns grupos específicos reconhecidos como destinatários
que podem ser adotadas, incluindo: legítimos de bens e serviços públicos;
III - alta administração - Ministros de Estado, ocupantes de car-
• Políticas de Controle Interno: Estabelecimento de políticas gos de natureza especial, ocupantes de cargo de nível 6 do Grupo-
robustas de controle interno para prevenir fraudes, corrupção e má -Direção e Assessoramento Superiores - DAS e presidentes e direto-
administração de recursos públicos. res de autarquias, inclusive as especiais, e de fundações públicas ou
• Seguro e Reservas Financeiras: Aquisição de seguros adequa- autoridades de hierarquia equivalente; e
dos e a criação de reservas financeiras para cobrir despesas impre- IV - gestão de riscos - processo de natureza permanente, es-
vistas, como desastres naturais ou crises econômicas. tabelecido, direcionado e monitorado pela alta administração, que
• Planos de Continuidade de Negócios: Desenvolvimento de contempla as atividades de identificar, avaliar e gerenciar potenciais
planos de continuidade de negócios para garantir a prestação contí- eventos que possam afetar a organização, destinado a fornecer se-
nua de serviços públicos em situações de emergência. gurança razoável quanto à realização de seus objetivos.
• Treinamento e Capacitação: Investimento em treinamento Art. 3º São princípios da governança pública:
e capacitação de servidores públicos para lidar com riscos específi- I - capacidade de resposta;
cos, como a implementação de medidas de segurança cibernética. II - integridade;
• Transparência e Prestação de Contas: Fortalecimento da III - confiabilidade;
transparência e prestação de contas, permitindo que a sociedade IV - melhoria regulatória;
acompanhe de perto as ações do governo e denuncie irregularida- V - prestação de contas e responsabilidade; e
des. VI - transparência.
Art. 4º São diretrizes da governança pública:
Monitoramento e Aperfeiçoamento Contínuo I - direcionar ações para a busca de resultados para a socieda-
A gestão de riscos na administração pública não é um proces- de, encontrando soluções tempestivas e inovadoras para lidar com
so estático, mas sim contínuo e iterativo. É essencial estabelecer a limitação de recursos e com as mudanças de prioridades;
sistemas de monitoramento para acompanhar a eficácia das me- II - promover a simplificação administrativa, a modernização da
didas mitigatórias e ajustá-las conforme necessário. Além disso, a gestão pública e a integração dos serviços públicos, especialmente
aprendizagem com experiências passadas e a incorporação de boas aqueles prestados por meio eletrônico;
práticas são elementos-chave para aprimorar a gestão de riscos ao III - monitorar o desempenho e avaliar a concepção, a imple-
longo do tempo. mentação e os resultados das políticas e das ações prioritárias para
A gestão de riscos e medidas mitigatórias desempenha um pa- assegurar que as diretrizes estratégicas sejam observadas;
pel vital na administração pública, permitindo que o governo atue IV - articular instituições e coordenar processos para melhorar
de forma mais eficiente, responsável e transparente. Ao identificar, a integração entre os diferentes níveis e esferas do setor público,
avaliar e implementar medidas adequadas, as organizações gover- com vistas a gerar, preservar e entregar valor público;
namentais podem proteger seus interesses e, o que é mais impor- V - fazer incorporar padrões elevados de conduta pela alta ad-
tante, garantir que os serviços públicos sejam entregues de maneira ministração para orientar o comportamento dos agentes públicos,
consistente e de alta qualidade à sociedade. Portanto, a incorpora- em consonância com as funções e as atribuições de seus órgãos e
ção de uma cultura de gestão de riscos na administração pública é de suas entidades;
essencial para o sucesso e a integridade do setor público. VI - implementar controles internos fundamentados na gestão
de risco, que privilegiará ações estratégicas de prevenção antes de
DECRETO Nº 9.203, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2017 processos sancionadores;
VII - avaliar as propostas de criação, expansão ou aperfeiçoa-
Dispõe sobre a política de governança da administração públi- mento de políticas públicas e de concessão de incentivos fiscais e
ca federal direta, autárquica e fundacional. aferir, sempre que possível, seus custos e benefícios;
VIII - manter processo decisório orientado pelas evidências,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe pela conformidade legal, pela qualidade regulatória, pela desburo-
confere o art. 84, caput , inciso VI, alínea “a”, da Constituição, cratização e pelo apoio à participação da sociedade;
DECRETA : IX - editar e revisar atos normativos, pautando-se pelas boas
práticas regulatórias e pela legitimidade, estabilidade e coerência
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a política de governança da do ordenamento jurídico e realizando consultas públicas sempre
administração pública federal direta, autárquica e fundacional. que conveniente;
Art. 2º Para os efeitos do disposto neste Decreto, considera-se: X - definir formalmente as funções, as competências e as res-
I - governança pública - conjunto de mecanismos de lideran- ponsabilidades das estruturas e dos arranjos institucionais; e
ça, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e XI - promover a comunicação aberta, voluntária e transparente
monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à das atividades e dos resultados da organização, de maneira a forta-
prestação de serviços de interesse da sociedade; lecer o acesso público à informação.
Art. 5º São mecanismos para o exercício da governança pública:

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a solução para o seu concurso!
ÉTICA E INTEGRIDADE

I - liderança, que compreende conjunto de práticas de natureza Art. 8º-B. O CIG se reunirá, em caráter ordinário, trimestral-
humana ou comportamental exercida nos principais cargos das or- mente e, em caráter extraordinário, sempre que necessário. (Inclu-
ganizações, para assegurar a existência das condições mínimas para ído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
o exercício da boa governança, quais sejam: §1º O quórum de reunião do CIG é de maioria simples dos
a) integridade; membros e o quórum de aprovação é de maioria absoluta. (Incluído
b) competência; pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
c) responsabilidade; e §2º Além do voto ordinário, o Coordenador do CIG terá o voto
d) motivação; de qualidade em caso de empate. (Incluído pelo Decreto nº 9.901,
II - estratégia, que compreende a definição de diretrizes, obje- de 2019)
tivos, planos e ações, além de critérios de priorização e alinhamen- Art. 9º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
to entre organizações e partes interessadas, para que os serviços e I - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
produtos de responsabilidade da organização alcancem o resultado II - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
pretendido; e III- (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III - controle, que compreende processos estruturados para mi- IV - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
tigar os possíveis riscos com vistas ao alcance dos objetivos institu- V - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
cionais e para garantir a execução ordenada, ética, econômica, efi- §1º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
ciente e eficaz das atividades da organização, com preservação da I - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
legalidade e da economicidade no dispêndio de recursos públicos. II - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 6º Caberá à alta administração dos órgãos e das entidades, §2º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
observados as normas e os procedimentos específicos aplicáveis, Art. 9º-A. Ao CIG compete: (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de
implementar e manter mecanismos, instâncias e práticas de gover- 2019)
nança em consonância com os princípios e as diretrizes estabeleci- I - propor medidas, mecanismos e práticas organizacionais para
dos neste Decreto. o atendimento aos princípios e às diretrizes de governança pública
Parágrafo único. Os mecanismos, as instâncias e as práticas de estabelecidos neste Decreto; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de
governança de que trata o caput incluirão, no mínimo: 2019)
I - formas de acompanhamento de resultados; II - aprovar manuais e guias com medidas, mecanismos e prá-
II - soluções para melhoria do desempenho das organizações; e ticas organizacionais que contribuam para a implementação dos
III - instrumentos de promoção do processo decisório funda- princípios e das diretrizes de governança pública estabelecidos nes-
mentado em evidências. te Decreto; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 7º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) III - aprovar recomendações aos colegiados temáticos para ga-
Art. 7º-A. O Comitê Interministerial de Governança - CIG tem rantir a coerência e a coordenação dos programas e das políticas de
por finalidade assessorar o Presidente da República na condução da governança específicos; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
política de governança da administração pública federal. (Incluído IV - incentivar e monitorar a aplicação das melhores práticas de
pelo Decreto nº 9.901, de 2019) governança no âmbito da administração pública federal direta, au-
Art. 8º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) tárquica e fundacional; e (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) V - editar as resoluções necessárias ao exercício de suas com-
II - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) petências. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) §1º Os manuais e os guias a que se refere o inciso II do caput
IV - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) deverão: (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§1º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) I - conter recomendações que possam ser implementadas nos
§2º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) órgãos e nas entidades da administração pública federal direta, au-
§3º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) tárquica e fundacional definidos na resolução que os aprovar; (In-
Art. 8º-A. O CIG é composto pelos seguintes membros titulares: cluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019) II - ser observados pelos comitês internos de governança, a que
I - Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da se refere o art. 15-A. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
República, que o coordenará; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de §2º O colegiado temático, para fins do disposto neste Decreto,
2019) é a comissão, o comitê, o grupo de trabalho ou outra forma de co-
II - Ministro de Estado da Economia; e (Incluído pelo Decreto legiado interministerial instituído com o objetivo de implementar,
nº 9.901, de 2019) promover ou executar políticas ou programas de governança rela-
III - Ministro de Estado da Controlaria-Geral da União. (Incluído tivos a temas específicos. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
pelo Decreto nº 9.901, de 2019) Art. 10. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§1º Os membros do CIG poderão ser substituídos, em suas au- §1º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
sências e seus impedimentos, pelos respectivos Secretários-Execu- §2º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
tivos. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019) Art. 10-A. O CIG poderá instituir grupos de trabalho específicos
§2º As reuniões do CIG serão convocadas pelo seu Coordena- com o objetivo de assessorá-lo no cumprimento das suas compe-
dor. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019) tências. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§3º Representantes de outros órgãos e entidades da adminis- §1º Representantes de órgãos e entidades públicas e privadas
tração pública federal poderão ser convidados a participar de reu- poderão ser convidados a participar dos grupos de trabalho consti-
niões do CIG, sem direito a voto. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, tuídos pelo CIG. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
de 2019)
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§2º O CIG definirá no ato de instituição do grupo de trabalho II - encaminhar ao CIG propostas relacionadas às competências
os seus objetivos específicos, a sua composição e o prazo para con- previstas no art. 9º-A, com a justificativa da proposição e da minuta
clusão de seus trabalhos. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019) da resolução pertinente, se for o caso. (Incluído pelo Decreto nº
Art. 10-B. Os grupos de trabalho: (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
9.901, de 2019) Art. 14. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - serão compostos na forma de ato do CIG; (Incluído pelo De- Art. 15. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
creto nº 9.901, de 2019) I - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
II - não poderão ter mais de cinco membros; (Incluído pelo De- II - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
creto nº 9.901, de 2019) III - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III - terão caráter temporário e duração não superior a um ano; IV - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
e (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019) Art. 15-A. São competências dos comitês internos de governan-
IV - estarão limitados a três operando simultaneamente. (Inclu- ça, instituídos pelos órgãos e entidades da administração pública
ído pelo Decreto nº 9.901, de 2019) federal direta, autárquica e fundacional: (Incluído pelo Decreto nº
Art. 11. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) 9.901, de 2019)
Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) I - auxiliar a alta administração na implementação e na manu-
I - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) tenção de processos, estruturas e mecanismos adequados à incor-
II - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) poração dos princípios e das diretrizes da governança previstos nes-
III - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) te Decreto; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
IV - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) II - incentivar e promover iniciativas que busquem implementar
V - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) o acompanhamento de resultados no órgão ou na entidade, que
Art. 11-A. A Secretaria-Executiva do CIG será exercida pela Se- promovam soluções para melhoria do desempenho institucional ou
cretaria Especial de Relações Governamentais da Casa Civil da Pre- que adotem instrumentos para o aprimoramento do processo deci-
sidência da República. (Redação dada pelo Decreto nº 10.907, de sório; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
2021) (vigência) III - promover e acompanhar a implementação das medidas,
Parágrafo único. Compete à Secretaria-Executiva do CIG: (Inclu- dos mecanismos e das práticas organizacionais de governança defi-
ído pelo Decreto nº 9.901, de 2019) nidos pelo CIG em seus manuais e em suas resoluções; e (Incluído
I - receber, instruir e encaminhar aos membros do CIG as pro- pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
postas recebidas na forma estabelecida no caput do art. 10-A e no IV - elaborar manifestação técnica relativa aos temas de sua
inciso II do caput do art. 13-A; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de competência. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
2019) Art. 16. Os comitês internos de governança publicarão suas
II - encaminhar a pauta, a documentação, os materiais de dis- atas e suas resoluções em sítio eletrônico, ressalvado o conteúdo
cussão e os registros das reuniões aos membros do CIG; (Incluído sujeito a sigilo.
pelo Decreto nº 9.901, de 2019) Art. 17. A alta administração das organizações da administra-
III - comunicar aos membros do CIG a data e a hora das reuni- ção pública federal direta, autárquica e fundacional deverá estabe-
ões ordinárias ou a convocação para as reuniões extraordinárias; lecer, manter, monitorar e aprimorar sistema de gestão de riscos e
(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019) controles internos com vistas à identificação, à avaliação, ao trata-
IV - comunicar aos membros do CIG a forma de realização da mento, ao monitoramento e à análise crítica de riscos que possam
reunião, que poderá ser por meio eletrônico ou presencial, e o lo- impactar a implementação da estratégia e a consecução dos obje-
cal, quando se tratar de reuniões presenciais; e (Incluído pelo De- tivos da organização no cumprimento da sua missão institucional,
creto nº 9.901, de 2019) observados os seguintes princípios:
V - disponibilizar as atas e as resoluções do CIG em sítio eletrô- I - implementação e aplicação de forma sistemática, estrutu-
nico ou, quando o seu conteúdo for classificado como confidencial, rada, oportuna e documentada, subordinada ao interesse público;
encaminhá-las aos membros. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de II - integração da gestão de riscos ao processo de planejamento
2019) estratégico e aos seus desdobramentos, às atividades, aos proces-
Art. 12. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) sos de trabalho e aos projetos em todos os níveis da organização,
Art. 12-A. A participação no CIG ou nos grupos de trabalho por relevantes para a execução da estratégia e o alcance dos objetivos
ele constituídos será considerada prestação de serviço público rele- institucionais;
vante, não remunerada. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019) III - estabelecimento de controles internos proporcionais aos
Art. 13. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) riscos, de maneira a considerar suas causas, fontes, consequências
I - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) e impactos, observada a relação custo-benefício; e
II - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) IV - utilização dos resultados da gestão de riscos para apoio à
Art. 13-A. Compete aos órgãos e às entidades integrantes da melhoria contínua do desempenho e dos processos de gerencia-
administração pública federal direta, autárquica e fundacional: (In- mento de risco, controle e governança.
cluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019) Art. 18 A auditoria interna governamental deverá adicionar
I - executar a política de governança pública, de maneira a in- valor e melhorar as operações das organizações para o alcance de
corporar os princípios e as diretrizes definidos neste Decreto e as seus objetivos, mediante a abordagem sistemática e disciplinada
recomendações oriundas de manuais, guias e resoluções do CIG; e para avaliar e melhorar a eficácia dos processos de gerenciamento
(Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019) de riscos, dos controles e da governança, por meio da:

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I - realização de trabalhos de avaliação e consultoria de forma • Transparência e Acesso à Informação: Garantir que informa-
independente, segundo os padrões de auditoria e ética profissional ções relevantes sobre as atividades governamentais sejam ampla-
reconhecidos internacionalmente; mente acessíveis ao público, tornando mais fácil para os cidadãos
II - adoção de abordagem baseada em risco para o planejamen- monitorar e avaliar o desempenho do governo.
to de suas atividades e para a definição do escopo, da natureza, da • Ética e Código de Conduta: Estabelecer códigos de ética e
época e da extensão dos procedimentos de auditoria; e conduta rigorosos para servidores públicos, definindo padrões de
III - promoção à prevenção, à detecção e à investigação de frau- comportamento e responsabilização.
des praticadas por agentes públicos ou privados na utilização de • Auditorias e Fiscalização: Realizar auditorias regulares e fis-
recursos públicos federais. calizações independentes para detectar e prevenir irregularidades
Art. 19. Os órgãos e as entidades da administração direta, au- e corrupção.
tárquica e fundacional instituirão programa de integridade, com o • Participação Cívica: Incentivar a participação ativa dos cida-
objetivo de promover a adoção de medidas e ações institucionais dãos na tomada de decisões e na supervisão das atividades gover-
destinadas à prevenção, à detecção, à punição e à remediação de namentais, através de consultas públicas e canais de comunicação
fraudes e atos de corrupção, estruturado nos seguintes eixos: abertos.
I - comprometimento e apoio da alta administração; • Educação e Capacitação: Oferecer treinamento e capacitação
II - existência de unidade responsável pela implementação no contínuos para servidores públicos sobre ética, integridade e pre-
órgão ou na entidade; venção de corrupção.
III - análise, avaliação e gestão dos riscos associados ao tema • Denúncias e Proteção de Denunciantes: Estabelecer meca-
da integridade; e nismos seguros para que denúncias de irregularidades possam ser
IV - monitoramento contínuo dos atributos do programa de in- feitas anonimamente e proteger os denunciantes de retaliação.
tegridade.
Art. 20. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019) A integridade pública é essencial para a credibilidade e a efi-
Art. 20-A. Revogado pelo Decreto nº 10.756, de 2021 Vigência ciência do governo. Ela promove a confiança dos cidadãos nas
Art. 21. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. instituições públicas, fortalece a democracia e garante o uso ade-
Brasília, 22 de novembro de 2017; 196º da Independência e quado dos recursos públicos. Ao adotar estratégias que enfatizem
129º da República. a transparência, a ética e a participação cívica, os governos podem
construir uma base sólida de integridade pública, que beneficie a
sociedade como um todo e ajude a criar um ambiente mais justo e
INTEGRIDADE PÚBLICA (DECRETO Nº 11.529/2023) responsável na administração pública.

DECRETO Nº 11.529, DE 16 DE MAIO DE 2023


A integridade na esfera pública é um princípio fundamental
para o funcionamento eficaz e confiável das instituições governa- Institui o Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à In-
mentais. Ela se refere à honestidade, ética e responsabilidade no formação da Administração Pública Federal e a Política de Trans-
exercício do poder e na prestação de serviços públicos. A promoção parência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal.
da integridade pública é vital para garantir a confiança dos cidadãos
nas instituições governamentais e na administração pública como O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe
um todo. Neste texto, exploraremos o conceito de integridade pú- confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,
blica, sua importância e as estratégias para promovê-la. DECRETA:
Definição de Integridade Pública CAPÍTULO I
A integridade pública vai além da ausência de corrupção. Ela DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
abrange a honestidade, a imparcialidade, a transparência e a ética
na tomada de decisões e na condução dos assuntos públicos. Isso Art. 1º Este Decreto dispõe, no âmbito da administração públi-
inclui a prestação de serviços públicos eficientes e equitativos, bem ca federal direta, autárquica e fundacional, sobre:
como a proteção dos interesses da sociedade em detrimento de I - o Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à Informa-
interesses pessoais ou políticos. ção da Administração Pública Federal; e
II - a Política de Transparência e Acesso à Informação da Admi-
Importância da Integridade Pública nistração Pública Federal.
A integridade pública desempenha um papel crucial na cons-
trução de uma sociedade justa e equitativa. Quando os governos CAPÍTULO II
e seus agentes são íntegros, os cidadãos têm maior confiança nas DO SISTEMA DE INTEGRIDADE, TRANSPARÊNCIA E ACESSO
instituições públicas, o que fortalece a democracia e promove a par- À INFORMAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL
ticipação cívica. Além disso, a integridade ajuda a garantir o uso efi-
ciente dos recursos públicos, evitando o desperdício e a corrupção. Art. 2º Fica instituído o Sistema de Integridade, Transparência
e Acesso à Informação da Administração Pública Federal - Sitai, no
Estratégias para Promover a Integridade Pública âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal
Promover a integridade pública requer a implementação de direta, autárquica e fundacional. (Vigência)
várias estratégias: Art. 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se: (Vi-
gência)
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I - programa de integridade - conjunto de princípios, normas, III - exercer a supervisão técnica das atividades relacionadas
procedimentos e mecanismos de prevenção, detecção e remedia- aos programas de integridade geridos pelas unidades setoriais, sem
ção de práticas de corrupção e fraude, de irregularidades, ilícitos prejuízo da subordinação administrativa dessas unidades ao órgão
e outros desvios éticos e de conduta, de violação ou desrespeito a ou à entidade da administração pública federal a que pertençam;
direitos, valores e princípios que impactem a confiança, a credibili- IV - coordenar as atividades que exijam ações conjuntas de uni-
dade e a reputação institucional; dades integrantes do Sitai;
II - plano de integridade - plano que organiza as medidas de V - monitorar e avaliar a atuação das unidades setoriais;
integridade a serem adotadas em determinado período, elaborado VI - realizar ações de comunicação e capacitação relacionadas
por unidade setorial do Sitai e aprovado pela autoridade máxima do às temáticas de integridade, transparência e acesso à informação;
órgão ou da entidade; e VII - dar ciência aos órgãos ou às entidades de fatos ou situa-
III - funções de integridade - funções constantes nos sistemas ções que possam comprometer o seu programa de integridade e
de corregedoria, ouvidoria, controle interno, gestão da ética, trans- recomendar a adoção das medidas de remediação necessárias;
parência e outras essenciais ao funcionamento do programa de in- VIII - planejar, coordenar, executar e monitorar a Política de
tegridade. Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Fe-
Parágrafo único. O programa de integridade tem o objetivo de deral;
promover a conformidade de condutas, a transparência, a priori- IX - estabelecer normas complementares necessárias ao fun-
zação do interesse público e uma cultura organizacional voltada à cionamento do Sitai;
entrega de valor público à sociedade. X - desenvolver e disponibilizar procedimentos, padrões, meto-
Art. 4º São objetivos do Sitai: (Vigência) dologias e sistemas informatizados que permitam a disseminação,
I - coordenar e articular as atividades relativas à integridade, à a obtenção, a utilização e a compreensão de informações públicas;
transparência e ao acesso à informação; XI - monitorar o atendimento às solicitações de acesso à infor-
II - estabelecer padrões para as práticas e as medidas de inte- mação e o cumprimento das obrigações de transparência ativa e de
gridade, transparência e acesso à informação; e abertura de dados;
III - aumentar a simetria de informações e dados nas relações XII - estimular e apoiar a adoção de medidas de integridade,
entre a administração pública federal e a sociedade. transparência e acesso à informação para o fortalecimento das po-
Art. 5º Compõem o Sitai: (Vigência) líticas públicas;
I - a Controladoria-Geral da União, como órgão central; e XIII - definir critérios e indicadores para a avaliação e o monito-
II - as unidades nos órgãos e nas entidades da administração ramento da implementação da Política de Transparência e Acesso à
pública federal direta, autárquica e fundacional responsáveis pela Informação da Administração Pública Federal;
gestão da integridade, da transparência e do acesso à informação, XIV - promover o uso dos dados e das informações públicas pela
como unidades setoriais. sociedade para a melhoria da gestão, das políticas e dos serviços; e
§1º Na administração pública federal direta, as unidades seto- XV - identificar bases de dados e de informações de interesse
riais do Sitai para a gestão da integridade, da transparência e do público e, conforme o caso, sugerir às unidades setoriais a abertura
acesso à informação são as assessorias especiais de controle inter- em transparência ativa.
no. Art. 8º Compete às unidades setoriais do Sitai: (Vigência)
§2º Na administração pública federal autárquica e fundacional, I - assessorar a autoridade máxima do órgão ou da entidade
as unidades setoriais do Sitai são aquelas responsáveis pela gestão nos assuntos relacionados com a integridade, a transparência e o
da integridade, da transparência e do acesso à informação. acesso à informação e com os programas e as ações para efetivá-
§3º O dirigente máximo das entidades de que trata o §2º desig- -los;
nará uma ou mais unidades responsáveis pela gestão da integrida- II - articular-se com as demais unidades do órgão ou da entida-
de, da transparência e do acesso à informação. de que desempenhem funções de integridade, com vistas à obten-
§4º O responsável pela unidade setorial de que trata o §1º será ção de informações necessárias à estruturação e ao monitoramento
designado para o exercício das atribuições previstas no art. 40 da do programa de integridade;
Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. III - coordenar a estruturação, a execução e o monitoramento
§5º Na hipótese de alteração de unidade setorial responsável, de seus programas de integridade;
as entidades da administração pública federal deverão informá-la IV - promover, em coordenação com as áreas responsáveis pe-
ao órgão central do Sitai. las funções de integridade, a orientação e o treinamento, no âmbito
Art. 6º As atividades das unidades setoriais do Sitai ficarão do órgão ou da entidade, em assuntos relativos ao programa de
sujeitas à orientação normativa e à supervisão técnica do órgão integridade;
central, sem prejuízo da subordinação administrativa ao órgão ou V - elaborar e revisar, periodicamente, o plano de integridade;
à entidade da administração pública federal a que pertençam. (Vi- VI - coordenar a gestão dos riscos para a integridade;
gência) VII - monitorar e avaliar, no âmbito do órgão ou da entidade, a
Art. 7º Compete ao órgão central do Sitai: (Vigência) implementação das medidas estabelecidas no plano de integridade;
I - estabelecer as normas e os procedimentos para o exercício VIII - propor ações e medidas, no âmbito do órgão ou da entida-
das competências das unidades integrantes do Sitai e as atribuições de, a partir das informações e dos dados relacionados com a gestão
dos dirigentes para a gestão dos programas de integridade; do programa de integridade;
II - orientar as atividades relativas à gestão dos riscos para a IX - avaliar as ações e as medidas relativas ao programa de inte-
integridade; gridade sugeridas pelas demais unidades do órgão ou da entidade;

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X - reportar à autoridade máxima do órgão ou da entidade b) previstas na Política Nacional de Governo Aberto, nos ter-
informações sobre o desempenho do programa de integridade e mos do disposto no Decreto nº 10.160, de 9 de dezembro de 2019;
informar quaisquer fatos que possam comprometer a integridade e
institucional; c) de Governo Digital e de eficiência pública, nos termos do dis-
XI - participar de atividades que exijam a execução de ações posto na Lei nº 14.129, de 29 de março de 2021;
conjuntas das unidades integrantes do Sitai; VIII - foco no cidadão para definição de prioridades de transpa-
XII - reportar ao órgão central as situações que comprometam rência ativa e abertura de dados e informações;
o programa de integridade e adotar as medidas necessárias para IX - participação da sociedade na formulação, na execução e no
sua remediação; monitoramento das políticas públicas e no controle da aplicação de
XIII - supervisionar a execução das ações relativas à Política de seus recursos;
Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Fe- X - utilização de tecnologias de informação e de comunicação
deral; para disseminação e incentivo ao uso de dados e informações;
XIV - monitorar o cumprimento das normas de transparência e XI - compartilhamento de informações com vistas ao estímulo
acesso à informação no âmbito dos órgãos e das entidades; à pesquisa, à inovação, à produção científica, à geração de negócios
XV - manter atualizadas as informações sobre os serviços de e ao desenvolvimento econômico e social do País;
informação ao cidadão; e XII - melhoria da gestão das informações disponibilizadas pela
XVI - manter atualizados o inventário de base de dados e a ca- administração pública federal para a provisão mais eficaz e eficien-
talogação dos dados abertos no Portal Brasileiro de Dados Abertos. te de serviços públicos e para a prestação de contas adequada à
Art. 9º O Sitai atuará de forma complementar e integrada aos sociedade;
demais sistemas estruturadores, principalmente aqueles que coor- XIII - combate à corrupção por meio da inibição da prática de
denem as atividades de instâncias que lhe prestem apoio, de forma atos ilícitos na administração pública federal e de desvios de condu-
a evitar a sobreposição de esforços, racionalizar os custos e melho- ta de agentes públicos; e
rar o desempenho e a qualidade dos resultados. (Vigência) XIV - respeito à proteção dos dados pessoais.
Art. 12. A transparência ativa será realizada por meio da divul-
CAPÍTULO III gação de dados e informações nos sítios eletrônicos oficiais dos ór-
DA POLÍTICA DE TRANSPARÊNCIA E ACESSO À gãos e das entidades da administração pública federal.
INFORMAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL Parágrafo único. A ações de transparência ativa de que trata o
caput se darão:
Art. 10. A Política de Transparência e Acesso à Informação da I - em cumprimento às normas vigentes;
Administração Pública Federal compreende a: II - por demanda ou interesse coletivo ou geral da sociedade; e
I - transparência passiva, para garantir a prestação de informa- III - por iniciativa dos órgãos e das entidades.
ções em atendimento a pedidos apresentados à administração pú- Art. 13. A Controladoria-Geral da União manterá o Portal da
blica federal com fundamento na Lei nº 12.527, de 2011; Transparência do Poder Executivo Federal para divulgar dados e in-
II - transparência ativa, para garantir a divulgação de informa- formações sobre a gestão de recursos públicos e sobre servidores
ções nos sítios eletrônicos oficiais; e públicos.
III - abertura de bases de dados produzidos, custodiados ou Art. 14. Os dados e as informações divulgados no Portal da
acumulados pela administração pública federal, para promover Transparência do Poder Executivo Federal compreenderão aqueles
pesquisas, estudos, inovações, geração de negócios e participação relativos à gestão de recursos do Governo federal, incluídos, no mí-
da sociedade no acompanhamento e na melhoria de políticas e ser- nimo:
viços públicos. I - o orçamento anual de despesas e de receitas públicas do
Art. 11. São princípios e objetivos da Política de Transparência e Poder Executivo federal;
Acesso à Informação da Administração Pública Federal: II - a execução das despesas e das receitas públicas, nos termos
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo do disposto na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000;
como exceção; III - os repasses de recursos federais aos Estados, aos Municí-
II - amplo acesso da sociedade às informações e aos dados pro- pios e ao Distrito Federal;
duzidos, custodiados ou acumulados pela administração pública IV - os convênios e as operações de descentralização de recur-
federal e livre utilização desses dados e dessas informações, inde- sos orçamentários em favor de pessoas naturais ou de organizações
pendentemente de autorização prévia ou de justificativa; não governamentais de qualquer natureza;
III - primariedade, integralidade, autenticidade e atualidade V - as licitações e as contratações realizadas pelo Poder Execu-
das informações disponibilizadas; tivo federal;
IV - tempestividade no provimento de informações; VI - as notas fiscais eletrônicas relativas às compras públicas
V - utilização de linguagem acessível e de fácil compreensão; disponíveis no Ambiente Nacional da Nota Fiscal Eletrônica, nos ter-
VI - ênfase na transparência ativa como forma de atender ao di- mos do disposto no art. 6º do Decreto nº 10.209, de 22 de janeiro
reito das pessoas físicas e jurídicas de terem acesso às informações de 2020;
e aos dados produzidos, custodiados ou acumulados pela adminis- VII - as informações sobre os servidores públicos federais e so-
tração pública federal; bre os militares, incluídos nome, detalhamento dos vínculos e re-
VII - observância das diretrizes: muneração;
a) previstas na Política de Dados Abertos do Poder Executivo
Federal, instituída pelo Decreto nº 8.777, de 11 de maio de 2016;

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VIII - as informações individualizadas relativas aos servidores Art. 17. Os pedidos de acesso à informação registrados no sis-
inativos, aos pensionistas e aos reservistas vinculados ao Poder Exe- tema eletrônico específico de que trata o art. 16 e suas respostas
cutivo federal, incluídos nome, detalhamento dos vínculos e remu- serão disponibilizados para consulta aberta na internet, resguarda-
neração; dos os dados pessoais e as informações protegidas por outras hipó-
IX - as viagens a serviço custeadas pela administração pública teses legais de sigilo.
federal; §1º A publicação de que trata o caput não incluirá dados do
X - a relação de empresas e de profissionais que sofreram san- solicitante de acesso à informação.
ções que tenham como efeito a restrição ao direito de participar em §2º Os órgãos e as entidades responsáveis pelo tratamento dos
licitações ou de celebrar contratos com a Administração; pedidos de informação indicarão a existência de dados pessoais ou
XI - a relação das entidades privadas sem fins lucrativos impe- de informações protegidas por outras hipóteses legais de sigilo que
didas de celebrar novos convênios, contratos de repasse, termos impeçam a sua disponibilização em transparência ativa.
de fomento, termos de colaboração ou termos de parceria com a Art. 18. Os órgãos e as entidades da administração pública fe-
administração pública federal; e deral que receberem atribuições por força de transferência de com-
XII - a relação dos servidores da administração pública federal petência de outros órgãos ou de outras entidades ficam responsá-
punidos com demissão, destituição ou cassação de aposentadoria. veis pelo atendimento às solicitações de acesso à informação em
§1º A Controladoria-Geral da União poderá incluir outras infor- andamento e pelo provimento das informações em transparência
mações de interesse coletivo e geral a serem divulgadas no Portal ativa.
da Transparência do Poder Executivo Federal.
§2º Cabe às unidades setoriais do Sitai fornecer os dados e as CAPÍTULO IV
informações necessários ao cumprimento do disposto neste artigo. DISPOSIÇÕES FINAIS
§3º Os órgãos e as entidades fornecerão acesso gratuito aos
dados necessários para a manutenção e a atualização do Portal da Art. 19. Ficam revogados:
Transparência do Poder Executivo Federal, nos prazos e nas formas I - o Decreto nº 5.482, de 30 de junho de 2005; e
acordadas com a Controladoria-Geral da União. II - o Decreto nº 10.756, de 27 de julho de 2021. (Vigência)
§4º Os órgãos e as entidades poderão solicitar à Controladoria- Art. 20. Este Decreto entra em vigor:
-Geral da União, mediante indicação do fundamento legal, a restri- I - em 17 de julho de 2023, quanto aos art. 2º a art. 9º e quanto
ção de publicação, no Portal da Transparência do Poder Executivo ao inciso II do caput do art. 19; e
Federal, de informações sigilosas por eles produzidas ou custodia- II - na data de sua publicação, quanto aos demais dispositivos.
das. Brasília, 16 de maio de 2023; 202º da Independência e 135º da
§5º A solicitação de que trata o §4º permanecerá à disposição República.
do público em seção específica do Portal da Transparência do Poder
Executivo Federal e conterá, no mínimo:
I - as características gerais da informação de cuja publicação foi TRANSPARÊNCIA E QUALIDADE NA GESTÃO PÚBLICA, CI-
solicitada a restrição; e DADANIA E EQUIDADE SOCIAL
II - os fundamentos legais da restrição de publicação.
§6º As unidades setoriais do Sitai que não tiverem as informa-
ções publicadas no Portal da Transparência do Poder Executivo Fe- Com o passar dos anos, a administração pública tem incorpo-
deral por não utilizarem sistemas estruturantes do Governo federal rado - e aplicado - alguns conceitos oriundos da administração pri-
publicarão as informações em seus sítios eletrônicos oficiais ou pro- vada, como:
verão os dados na forma e nos prazos estabelecidos pela Controla- • governabilidade, a qual diz respeito a uma capacidade po-
doria-Geral da União. lítica do Estado;
§7º Constará no Portal da Transparência do Poder Executivo Fe- • governança, que refere-se à capacidade da administração
deral a lista dos órgãos e das entidades que publicam informações de executar as políticas públicas; e
no sítio eletrônico e das informações publicadas. • accountability, que corresponde principalmente à pres-
Art. 15. A Controladoria-Geral da União é responsável pela ges- tação de contas da administração para a sociedade, mas não fica
tão do Portal Brasileiro de Dados Abertos. limitada a isto.
Parágrafo único. O Portal de que trata o caput tem a finalida-
de de prover o catálogo de referência para a busca e o acesso aos Governabilidade
dados públicos e a seus metadados, informações, aplicativos e ser- A governabilidade da administração pública tem forte relação
viços relacionados. com a afinidade de legitimidade do gestor público em relação à so-
Art. 16. A transparência passiva será realizada por sistema ele- ciedade. Sem legitimidade não há como se falar em governabilida-
trônico específico para registro e atendimento de pedidos de aces- de. Diz respeito a uma capacidade política do Estado, refletindo na
so à informação direcionados aos órgãos e às entidades da adminis- credibilidade e imagem pública da burocracia.
tração pública federal. Conforme Paludo (2013, p. 128), governabilidade significa tam-
Parágrafo único. Compete à Controladoria-Geral da União a bém que “o governo deve tomar decisões amparadas num processo
gestão do sistema eletrônico específico de que trata o caput. que inclua a participação dos diversos setores da sociedade, dos
poderes constituídos, das instituições públicas e privadas e segmen-
tos representativos da sociedade, para garantir que as escolhas efe-

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tivamente atendam aos anseios da sociedade, e contem com seu Podemos ainda classificar a accountability em dois tipos:
apoio na implementação dos programas/projetos e na fiscalização 1. Horizontal: não há hierarquia, pois corresponde a uma
dos serviços públicos”. mútua fiscalização e controle existente entre os poderes. Exemplos:
prefeitura recebe recursos do governo e a CGU faz uma auditoria;
A fonte ou origem da governabilidade é representada pelos atuação dos Tribunais de Contas, do Ministério Público;
cidadãos e pela cidadania organizada, os partidos políticos, as as- 2. Vertical: trata do controle da população sobre o gover-
sociações e demais agrupamentos representativos da sociedade no. É uma relação entre desiguais, pois o povo pode fiscalizar e
(PALUDO, 2013). punir as más gestões, principalmente através do voto em eleições
livres e justas. “É algo que depende de mecanismos institucionais,
Sendo assim, o desafio maior da governabilidade está em con- sobretudo da existência de eleições competitivas periódicas, e que
ciliar as divergências constantes nos interesses dos diversos atores é exercido pelo povo” (Miguel, 2005).
da sociedade, e uní-las em um ou vários objetivos comuns. Por-
tanto, a viabilização dos objetivos políticos do Estado está muito Conclusões
relacionada com a capacidade de articulação em alianças políticas A governabilidade, a governança e a accountability constituem
e pactos sociais. diferentes conceitos, mas que trabalhados conjuntamente corres-
pondem a fatores essenciais para a boa gestão de um Estado.
Governança
A governança possui um caráter mais amplo que a governabi- Para finalizar, cabe ressaltar que a governabilidade está forte-
lidade e refere-se a uma capacidade administrativa de executar as mente relacionada com a legitimidade; a governança é mais ampla
políticas públicas. que a governabilidade, e está relacionada com a capacidade de exe-
cução e com competência técnica; já a accountability está relacio-
Pereira (1997) explica que um governo pode ter governabilida- nada com o uso do poder e dos recursos públicos, em que o titular
de, na medida em que seus dirigentes contem com os necessários da coisa pública é o cidadão e não os políticos eleitos.
apoios políticos para governar, e no entanto pode governar mal por Sendo assim:
lhe faltar a capacidade da governança. Podemos dizer que a governança mostra a direção que uma
A governança no contexto da administração pública é um refle- empresa deve seguir para alcançar os resultados esperados.
xo da governança corporativa da administração privada. A governança corporativa tem suas bases fundamentadas na
Teoria da Agência, que trata das questões associadas à relação en-
As boas práticas de governança corporativa surgiram como tre principais e agentes.
uma busca para solucionar conflitos entre acionistas e gestores a Você deve estar se perguntando: “Tá, mas quem são essas pes-
respeito do desempenho do patrimônio, da sustentabilidade finan- soas?”
ceira e da transparência na gestão. A governança é também reflexo Atribui-se a posição de principais aos donos da empresa. Já os
das relações da organização com seus stakeholders (partes interes- agentes são as pessoas contratadas pelos donos para administrar o
sadas). negócio e representar seus interesses. Contudo, nem sempre é isso
De acordo com Paludo (2013), a governança é instrumental, o que acontece.
pois é o braço da governabilidade. Além disso, relaciona-se com Os administradores também possuem suas próprias demandas
competência técnica, abrangendo as capacidades gerencial, finan- e podem acabar cometendo deslizes, por diversos motivos. Mas,
ceira e técnica propriamente dita. você sabia que dá para evitar e contornar esses deslizes?

A fonte de origem da governança é, em sentido lato, os agentes Para que serve a governança corporativa?
públicos, e em sentido estrito os servidores públicos. A governança corporativa assegura que os interesses dos admi-
nistradores estejam alinhados aos interesses dos donos do negócio.
Accountability Ela garante que os processos e as estratégias estão sendo correta-
Por sua vez, a accountability trata da prestação de contas, mas mente seguidos, além de promover uma cultura de prestação de
não apenas isso. A accountability possui três planos: contas na empresa.
1. Prestação de contas: irá refletir na transparência do go-
verno com a população. Exemplo: o Relatório de Gestão Fiscal, ins- Afinal de contas, como as empresas dependem das pessoas
tituído pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF); para conduzir seus processos, é importante que haja um monito-
2. Responsabilização dos agentes: os agentes devem res- ramento para minimizar impactos em caso de deslizes. A regulação
ponsabilizar-se pela correta utilização dos recursos. Exemplo: a da relação entre administradores e donos é feita de três formas:
Lei de Improbidade Administrativa (LIA), que instituiu mecanismos através de regras, auditorias e restrições de autonomia.
para punir maus gestores;
3. Responsividade dos agentes: diz respeito à capacidade de 1. Regras
resposta do poder público às demandas sociais. Um governo res- Estabelecer regras significa estipular normas para estruturar a
ponsivo buscará satisfazer as necessidades da população e colocar organização e limitar o comportamento indesejável dos administra-
em prática as políticas escolhidas pelos cidadãos. dores, conduzindo as suas decisões.

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2. Auditorias mentais que tenham como finalidade a fiscalização do poder públi-


Fazer auditorias é fundamental para checar se as regras estabe- co e de outros órgãos estatais, como por exemplo os Tribunais de
lecidas previamente estão sendo cumpridas ou não, além de moni- Contas.
torar as ações dos administradores.
Vertical: são as atividades de fiscalização feitas pela sociedade
3. Restrições de autonomia procurando estabelecer formas de controle sobre o poder público.
Impor restrições de autonomia se trata de limitar a atuação dos Para grande parte dos autores, ela é exercida “de baixo para cima”,
administradores e determinar ações que eles estão autorizados a por pessoas e entidades da sociedade civil, geralmente sob a forma
fazer. de voto ou de mobilizações. Certo autor separou a vertical em duas:
- Eleitoral - os eleitores avaliam governos e fazem suas esco-
Vale lembrar que, dependendo da intensidade de como esse lhas;
controle é feito, pode-se obter diferentes efeitos, como veremos no - Societal - especificamente para o controle exercido por agen-
próximo tópico. tes ou entidades de representatividade social (conselhos, associa-
ções etc.), ou seja, grupos se mobilizam para impor suas deman-
Impactos da governança corporativa nas empresas das em relação à prevenção, reparação ou punição de ilegalidades.
Você já parou para pensar o que acontece quando os donos do Outro autor aventou a possibilidade de uma accountability vertical
negócio impõem muitas regras e restrições? Ou pior, quando não “de cima para baixo”, quando há direito de sanção a partir de uma
estabelecem regras e restrições suficientes? relação de hierarquia, ou seja, entre chefia e subordinados.
Em uma governança muito forte, o administrador não conse-
gue fazer seu trabalho, pois não possui autonomia para isso. Ele
Estado racionalizado Redução das tarefas do estado
está sempre “amarrado” à decisão de outras pessoas. Podemos ob-
servar esse tipo de governança na área pública e em grandes em- Separação dos níveis estratégicos e
Separação dos níveis
presas. operacional: a política decide O QUE
de decisão
Já em uma governança muito fraca, as chances do adminis- e a Administração COMO
trador usar de má-fé para buscar apenas seus próprios interesses Aplicação de gestão por objetivos,
aumentam significativamente. Ou, pode ser que ele não atue com hierarquia planejada, gestão por pro-
a competência necessária. Esse tipo de governança pode ser obser- Gestão racionalizada jetos, remuneração de acordo com o
vado em startups e em pequenas empresas. desempenho e métodos modernos
Encontrar um ponto de equilíbrio é o grande dilema da gover- de liderança
nança corporativa ideal! Por isso, é preciso cuidar para que os ins-
trumentos de controle não sejam mais caros que eventuais prejuí- Orientação de acordo com o cliente:
Nova atitude nos
zos dos administradores. satisfação como ponto central; mu-
serviços
O conceito de governança também pode ser aplicado em ou- dança de comportamento
tros campos de negócio, para além da esfera organizacional. Atitudes definidas por metas claras,
Novo sistema de
avaliação de resultados, transparên-
Eficiência: refere-se ao bom uso dos recursos disponíveis. É a controle
cia na aplicação de recursos
relação entre os insumos utilizados e os produtos/serviços gerados.
Tarefas, responsabilidade, compe-
Descentralização
tência
Eficácia: está relacionada ao alcance dos objetivos. É a relação
entre os resultados ovitidos e os resultados esperados. Garantia de serviços de qualidade de
Gestão de qualidade acordo com a formação, competên-
Efetividade: diz respeito ao impacto positivo gerado na socie- cia e pela transparência
dade. Descrição de todos os serviços
administrativos como “produtos”:
Accountability é a responsabilização dos agentes públicos pe- Enfoque no produto
recursos, custos, clareza no prazo de
los atos praticados e sua obrigação ética de prestar contas. Em ou- entrega
tras palavras, é o conjunto de mecanismos e procedimentos que
induzem os dirigentes governamentaisa prestar contas dos resul-
tados de suas ações à sociedade, garantindo, dessa forma, maior Gestão pública buro- Gestão pública ge-
Características
nível de transparência, participação da sociedade e exposição das crática rencial
políticas públicas. Quanto maior for a possibilidade de os cidadãos Modelo de
discernirem se o agente público está agindo em prol da coletividade Rígido e ineficiente Flexível e eficiente
gestão
e de sancioná- lo, mais accountable é um governo.
Formalismo e rigor Maior confiança e fle-
Ideologia
Horizontal: exercido por instituições do Estado devidamente técnico xibilidade de gestão
encarregadas da prevenção, reparação e punição de ações ilegais Rigidez nos procedi-
cometidas por agentes públicos. É feita pelos mecanismos institu- mentos, excesso de Maior autonomia e
cionalizados, abrangendo os Poderes e também agências governa- Atributos
normas e regulamen- responsabilidade
tos

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Foco Poder do Estado Cidadão / sociedade - Serviço orientado ao cidade: fazer o que deve ser feito - efe-
tividade, cidadania, equidade, Accountability.
Processos / procedi-
Ênfase Resultados
mentos GERENCIALISMO PURO
Efetividade, eficácia e
Indicadores Produção * Fazer mais com menos
eficiência
- Foco no aumento da eficiência
Decisão Centralizada Descentralizada - Redução de custos
Valorização do ser- - Melhoria da qualidade do gasto público
Servidor Pú- - Evitar o desperdício
Estabilidade vidor, investindo em
blico - Aumentar a produtividade
capacitação
“A priori” nos proces- “A posteriori” nos
Controle *Cidadão = taxpayer = contribuinte = financiador
sos resultados
Racionalidade aboslu- Campo de conflitos, CONSUMERISMO
Sociedade /
tada para ser impes- cooperação e incer-
ambiente
soal tezas * Fazer melhor - melhoria da qualidade dos serviços
Papel do Regulador, provedor - Uso de estratégia - análise de stakeholders
Executor - Descentralização administrativa e competição entre organiza-
Estado ou promotor
ções
- Paradigma do Consumidor - dar ao cidadão atendimento se-
NOVA GESTÃO PÚBLICA
melhante ao que ele teria como cliente em uma empresa privada
- visão liberal
*Antecendentes:
- Estados grandes, caros e ineficientes (burocráticos);
*Cidadão = cliente, consumidor, usuário dos serviços
- Crises Mundiais;
- Necessidade de reequilíbrio financeiro/fiscal;
CRÍTICAS AO MODELO DE CONSUMIDOR
- Desenvolvimento tecnológico e globalização - competição.

*Foco: *Relação cliente-fornecedor *Relação Cidadão-Servidor


- Superar a Administração Burocrática - Mais simples - Mais complexa
- Rompe com os princípios negativos, mantém os positivos.
- Melhorar a Administração Pública - Mais opções ao cliente X - Monopólio estatal
- Eficiência, Redução de Custos, Aumento da Qualidade (concorrência)
- Tratamentos diferenciados - Serviços compulsórios
*New Public Management: Modelo Pós-Burocrático - Modelo
- Equidade no tratamento
Gerencial
- Conjunto de doutrinas administrativas que orientaram as re-
formas da Adm. Pública em nível mundial. * Conceito de consumidor deve ser substituído pelo de cida-
- Incorporação, pelo serviço público, de alguns pressupostos e dão
inovações da administração gerencial - privada - Termo mais amplo
- Cuidado: não é exatamente igual à Adm. Privada. - Cidadania implica direitos e deveres
* Downsizing e Empowerment - Participação ativa na elaboração das políticas e na avaliação
* Descentralização e autonomia dos serviços públicos
* Redução do tamanho da máquina administrativa - Accountability
* Aumento da eficiência
* Criação de mecanismos voltados à responsabilização dos SERVIÇO ORIENTADO AO CIDADÃO
atores políticos
*Public Service Orientation
*Evolução: - Fazer o que deve ser feito
- Início: Neoliberalismo - diminuir o Estado, reduzir custos - Acrescenta conceitos ignorados até então pela visão geren-
- Após: Qualidade dos serviços cial: accountability, transparência, participação política, equidade e
Foco no cidadão justiça;

* Três fases (não são independentes, não há um núcleo co- *Cidadão é ciddadão - mais que um consumidor, titular da
mum): coisa pública
- Generalismo puro: fazer mais com menos - eificência e redu-
ção de custos;
- Consumerismo: fazer melhor - foco no cliente e na qualidade;

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NOVA GESTÃO PÚBLICA: OBJETIVOS As principais diretrizes da NPM são: administração visível e pro-
fissional, utilização de medidas e padrões de desempenho, maior
*Objetivo da Nova gestão Pública ênfase no controle de resultados, desagregação de unidades para
- modernizar o aparelho do Estado, tornando a administração melhor administrar, aumento da competição no setor público (prin-
pública mais eficiente, eficaz e efetiva e mais voltada para o cida- cipalmente, em licitações e parcerias), foco na utilização dos estilos
dão, buscando maior governança, controle por resultados e accou- de gestão da iniciativa privada, e maior disciplina e economia no
ntability. uso dos recursos públicos.
- Estado ganha dinamismo e reduz seu papel de executor ou Desde então, o serviço público caminha, cada vez mais, no sen-
prestador direto de serviço, mantendo-se, entretanto, no papel de tido de modernizar suas práticas de gestão. Para execução dessa
regulador, provador ou promotor. tarefa, a gestão da qualidade é uma importante aliada, pois traz con-
ceitos que auxiliam na consecução de objetivos com uma melhor uti-
• Eficiência lização de recursos. Na aplicação da gestão da qualidade em serviços
• Eficácia públicos, é importante que se alinhe esses conceitos com as políticas
• Efetividade a serem implementadas e com as expectativas dos cidadãos.
• Governança Dessa maneira, é preciso melhorar internamente, sem perder,
• Governabilidade porém, o foco externo. Portanto, além de boas políticas, é necessá-
• Accountability rio que as organizações adotem boas práticas de gestão, alinhadas à
- Horizontal estratégia traçada, com a possibilidade de medição de desempenho.
- Vertical: Societal e Eleitoral Aplicar a gestão da qualidade a serviços é um desafio, tanto
para o setor privado quanto para o público. Em uma pesquisa rea-
GOVERNANÇA lizada, onde usuários atribuíram notas a alguns serviços públicos e
privados oferecidos no Estado da Geórgia (EUA), apesar do estereó-
* Pilares: participação cidadã, tr4ansparência e medição de tipo consagrado de que os serviços públicos possuem um nível de
resultados. desempenho abaixo do nível privado, esses recebem notas seme-
- Participação de diversos atores (estado, terceiro setor, mer- lhantes às atribuídas à iniciativa privada em processos de prestação
cado etc.) no desenvolvimento, na gestão de políticas públicas e no de serviços.
provimento de serviços. Além disso, as notas atribuídas pelas pessoas que não utiliza-
- Amplia de forma sistemática as oportunidades individuais, ram o serviço público (baseadas apenas na sua percepção) foram
institucionais e regionais; menores do que as notas das pessoas que os haviam utilizado re-
- Promove a adoção de modelos de gestão pós ou neoburocrá- centemente. A melhoria na qualidade dos serviços públicos benefi-
ticos: redes, modelos de gestão orgânicos, mecanismos amplos de cia, além do cidadão, o funcionário público.
accountability, controle e permeabilidade. Estudos demonstraram, por meio de uma pesquisa realizada
com 274 gestores públicos, que a motivação dos funcionários está
*É um processo complexo de tomada de decisão que antecipa diretamente relacionada com o ambiente da organização. Uma
e ultrapassa o governo. organização pública que consegue manter um alto nível de motiva-
ção e uma boa imagem perante a sociedade facilita o recrutamento
*Quatro princípios: de novos funcionários e aumenta o comprometimento com o ser-
- relações éticas; viço público.
- conformidade, em todas as suas dimensões; Os agentes públicos tendem a ter um perfil pessoal e profissio-
- transparência; nal diferente daquelas que optam pela iniciativa privada. Gestores
- prestação responsável de contas - accountability públicos tendem a ser menos sensíveis a incentivos financeiros do
que os seus pares privados.
NOVA GESTÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS Para que ocorra a motivação dos agentes públicos, é necessário
- Reorientação dos mecanismos de controle que eles sintam que prestam um serviço que agrega valor à socieda-
- Foco na racionalização de recursos de, e não apenas servem à burocracia. Dessa forma, é importante
- Focalização da ação do Estado no cidadão um trabalho de comunicação que permita a esses agentes visualizar
- Flexibilidade administrativa os benefícios que trazem para a sociedade.
- Controle social - participação cidadã Nesse processo, a gestão da qualidade é válida, pois aumenta
- Valorização dos servidores a eficiência da prestação de serviços, melhora a comunicação orga-
- Transparência nizacional e focaliza resultados. Qualidade já é um requisito básico
para a existência das empresas da iniciativa privada.
— Prêmios da qualidade públicos Em alguns mercados, uma qualidade superior significa, ain-
A partir da década de 80, governos de diversos países da, um diferencial competitivo. A disseminação dessa filosofia nas
começaram a implementar um conjunto de ideias que ficou conhe- empresas ocorreu, em grande parte, devido à criação dos prêmios
cido como a „nova administração pública – NPM, do inglês, New da qualidade.
Public Management. O objetivo principal dessa doutrina é o de mo- Neste momento, para que os governos sirvam à população com
dernizar a administração pública de forma a propiciar mais benefí- qualidade, os prêmios da qualidade públicos estão sendo utilizados
cios ao cidadão4. enquanto estratégia gerencial. Um prêmio da qualidade público
4 https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/hand-
le/10183/97354/000919637.pdf?sequence=1
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pode ser definido como um instrumento que incentiva inovação e (usuários do serviço, sociedade, dentre outros). Os prêmios públi-
desempenho no setor público, por meio da identificação de organi- cos, em sua maioria, são compostos por modelos gerenciais, conhe-
zações públicas com excelência em serviços. cidos como modelos de excelência em gestão.
Dessa forma, introduz competição em setores que não pos- Esses modelos são focados numa gama de atividades geren-
suem concorrência e incentivam o aprendizado organizacional, ciais, comportamentos e processos que influenciam a qualidade
pois as companhias que se destacam mostram suas virtudes para dos produtos e serviços entregues pelas organizações e contêm
outras organizações, participantes ou não da premiação. Boa parte critérios a serem atendidos pelo setor. Eles estão baseados nos
das premiações da qualidade premiam tanto organizações privadas princípios, conceitos e linguagem próprios da natureza pública das
quanto as públicas. organizações.
O que motiva a criação de prêmios exclusivamente públicos é
o fato de as restrições desse ambiente serem diferentes das do am- — Cidadania e Equidade Social
biente privado. Fundamentalmente, o setor público pertence a uma A cidadania e equidade social estão interligadas e desempe-
comunidade, enquanto o setor privado pertence a um empresário nham papéis fundamentais no desenvolvimento de comunidades e
ou grupo de acionistas. sociedades mais justas e democráticas. Vou explicar cada um desses
Além disso, os serviços públicos são custeados, majoritaria- conceitos e como eles se relacionam:
mente, com recursos de impostos, enquanto que os serviços pri-
vados são sustentados pelos valores pagos pelos clientes. Assim, A cidadania
as organizações públicas são guiadas, principalmente, por forças É o estado e os direitos de uma pessoa como membro de uma
políticas ao invés de forças econômicas, gerando diferentes fontes comunidade, cidade, estado ou nação. Ela inclui direitos e respon-
de autoridade, que podem ser conflitantes. sabilidades como o direito de votar, a liberdade de expressão, o
Tais características influenciam no modo de administração. Na acesso à justiça, a igualdade perante a lei e a participação na vida
administração privada, os empresários ou sócios procuram contro- política e pública. Em uma democracia, a cidadania é fundamental
lar o negócio diretamente, e os administradores possuem benefí- porque envolve a participação ativa dos cidadãos no governo e na
cios financeiros diretos de um bom resultado da companhia, seja tomada de decisões.
através de ações ou de programas de incentivo. Na administração Além disso, a cidadania é associada ao senso de pertencimento
pública, geralmente, os administradores não obtêm benefícios fi- a uma comunidade e à responsabilidade de contribuir para o bem
nanceiros de um bom resultado alcançado na instituição. comum. A promoção da cidadania inclui garantir que os cidadãos
Outro entrave é a burocracia, que tende a ser maior no setor tenham acesso a educação, informação e recursos para exercer
público, devido à necessidade de controle sobre o patrimônio públi- seus direitos e deveres.
co. Muitas vezes, essa característica pode levantar barreiras à busca
de inovações, ou, ainda, uma preocupação excessiva com regras e Equidade Social
processos ao invés de resultados. Refere-se à busca de justiça e igualdade na distribuição de re-
Por fim, o horizonte de planejamento, geralmente é curto, cursos, oportunidades e benefícios na sociedade. Ela pressupõe
dada a instabilidade decorrente do fato de as forças políticas mu- que todas as pessoas, independentemente de sua origem, gênero,
darem periodicamente. Em relação à medição da qualidade em raça, orientação sexual, classe social ou outras características, de-
serviços públicos, definem-se dez dimensões principais: acesso ao vem ter a chance de alcançar seu pleno potencial e desfrutar de
serviço (p.ex., localização, tempo de espera, disponibilidade, dentre uma qualidade de vida decente.
outros), nível de comunicação (associado à linguagem simplifica- Ela implica a redução das desigualdades econômicas e sociais, a
da, mas que mantenha o rigor à legislação), sistema administrativo eliminação da discriminação e o acesso igualitário a serviços, como
inteligível (por meio de processos simplificados com informação saúde, educação, moradia e emprego. Ela é uma parte essencial da
suficiente e de boa qualidade), respostas flexíveis e rápidas (rea- justiça social e da construção de uma sociedade mais inclusiva e
lização de adaptação quando as necessidades dos cidadãos mu- coesa.
dam), receptividade aos serviços (privilegiando o envolvimento dos Esses conceitos estão interligados na medida em que uma boa
cidadãos na definição dos serviços), competência do pessoal que gestão local pode promover a cidadania ativa e a equidade social.
presta o serviço (habilidade técnica do servidor), polidez e gentileza Quando as autoridades locais são responsivas às necessidades de
do pessoal (que é um elemento-chave na qualidade de um serviço), suas comunidades, promovem a participação dos cidadãos na to-
credibilidade (no setor público, requer tratamento igualitário e pro- mada de decisões e garantem que os recursos sejam distribuídos
fissionalismo. de maneira justa, isso contribui para o fortalecimento da cidadania
Possui relação direta com a imagem da organização), confia- e a redução das desigualdades sociais. Uma gestão local eficaz é,
bilidade e responsabilidade (consistência e precisão na prestação portanto, fundamental para promover uma cidadania ativa e a equi-
do serviço), e segurança e qualidade dos aspectos tangíveis (ins- dade social em nível comunitário e municipal.
talações adequadas, acesso a pessoas deficientes, por exemplo, e
que passem uma imagem de serviço de qualidade, mobiliário, por
exemplo). GOVERNO ELETRÔNICO E SEU IMPACTO NA SOCIEDADE E
NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; LEI Nº 14.129/2021
Quanto à medição de desempenho, no setor privado ela ocorre
de forma mais simples, visto que pode-se utilizar resultados finan-
ceiros como forma de comparação, enquanto que, no setor públi- O avanço da tecnologia da informação e comunicação (TIC) tem
co, há que se considerar resultados para os diferentes interessados transformado profundamente a maneira como os governos intera-
gem com a sociedade e conduzem os assuntos públicos. O Gover-
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no Eletrônico, também conhecido como e-Gov ou e-Government, LEI Nº 14.129, DE 29 DE MARÇO DE 2021
refere-se à utilização das TICs para melhorar a eficiência, transpa-
rência e acessibilidade dos serviços governamentais. Neste texto, Dispõe sobre princípios, regras e instrumentos para o Gover-
exploraremos o impacto do Governo Eletrônico na sociedade e na no Digital e para o aumento da eficiência pública e altera a Lei nº
administração pública. 7.116, de 29 de agosto de 1983, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro
de 2011 (Lei de Acesso à Informação), a Lei nº 12.682, de 9 de julho
A Sociedade no Centro da Transformação de 2012, e a Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017.
O Governo Eletrônico coloca a sociedade no centro da trans-
formação digital do governo. Ele proporciona uma série de bene- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
fícios diretos aos cidadãos, como o acesso conveniente a serviços cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
públicos, redução de burocracia e a possibilidade de interagir com
o governo de forma mais eficiente. Por exemplo, a obtenção de do- CAPÍTULO I
cumentos, como carteiras de identidade ou passaportes, pode ser DISPOSIÇÕES GERAIS
realizada online, economizando tempo e recursos para os cidadãos.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre princípios, regras e instrumentos
A Transparência como Pilar Fundamental para o aumento da eficiência da administração pública, especial-
A transparência é um pilar fundamental do Governo Eletrôni- mente por meio da desburocratização, da inovação, da transforma-
co. A disponibilização de informações públicas de forma acessível ção digital e da participação do cidadão.
e compreensível promove a prestação de contas e a participação Parágrafo único. Na aplicação desta Lei deverá ser observado
cívica. Os cidadãos podem monitorar as atividades do governo, o disposto nas Leis nºs 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de
avaliar o desempenho de seus representantes e fiscalizar o uso dos Acesso à Informação), 13.460, de 26 de junho de 2017, 13.709, de
recursos públicos. A transparência fortalece a confiança na adminis- 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), e
tração pública e na democracia como um todo. 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), e na
Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001.
Eficiência na Administração Pública Art. 2º Esta Lei aplica-se:
O Governo Eletrônico também tem um impacto significativo na I - aos órgãos da administração pública direta federal, abran-
administração pública. A automação de processos e a digitalização gendo os Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, incluído o Tri-
de documentos reduzem a burocracia, diminuem os erros humanos bunal de Contas da União, e o Ministério Público da União;
e tornam as operações governamentais mais eficientes. Os servi- II - às entidades da administração pública indireta federal, in-
dores públicos podem se concentrar em tarefas mais estratégicas, cluídas as empresas públicas e sociedades de economia mista, suas
enquanto as operações rotineiras são realizadas de forma automa- subsidiárias e controladas, que prestem serviço público, autarquias
tizada. e fundações públicas; e
III - às administrações diretas e indiretas dos demais entes fe-
Participação Cidadã Ampliada derados, nos termos dos incisos I e II do caput deste artigo, desde
Além da transparência, o Governo Eletrônico também amplia a que adotem os comandos desta Lei por meio de atos normativos
participação cidadã. Os governos podem realizar consultas públicas próprios.
online, permitindo que os cidadãos expressem suas opiniões sobre §1º Esta Lei não se aplica a empresas públicas e sociedades de
políticas e regulamentações. Essa abordagem colaborativa contri- economia mista, suas subsidiárias e controladas, que não prestem
bui para a elaboração de políticas mais inclusivas e adequadas às serviço público.
necessidades da sociedade. §2º As referências feitas nesta Lei, direta ou indiretamente, a
Estados, Municípios e ao Distrito Federal são cabíveis somente na
Desafios e Considerações Éticas hipótese de ter sido cumprido o requisito previsto no inciso III do
Embora o Governo Eletrônico ofereça inúmeras vantagens, caput deste artigo.
também apresenta desafios, como questões de segurança ciber- Art. 3º São princípios e diretrizes do Governo Digital e da efici-
nética, privacidade de dados e exclusão digital. É fundamental que ência pública:
os governos adotem medidas rigorosas para proteger informações I - a desburocratização, a modernização, o fortalecimento e a
sensíveis e garantir que todos os cidadãos tenham acesso aos ser- simplificação da relação do poder público com a sociedade, me-
viços digitais, independentemente de sua capacidade tecnológica. diante serviços digitais, acessíveis inclusive por dispositivos móveis;
O Governo Eletrônico é uma revolução que está moldando a II - a disponibilização em plataforma única do acesso às infor-
maneira como os governos servem à sociedade e gerenciam seus mações e aos serviços públicos, observadas as restrições legalmen-
assuntos. Ele promove a transparência, eficiência e participação ci- te previstas e sem prejuízo, quando indispensável, da prestação de
dadã, fortalecendo a democracia e melhorando a qualidade de vida caráter presencial;
dos cidadãos. No entanto, é importante abordar os desafios éticos III - a possibilidade aos cidadãos, às pessoas jurídicas e aos ou-
e tecnológicos que surgem com essa transformação, para garantir tros entes públicos de demandar e de acessar serviços públicos por
que ela seja inclusiva e beneficie a todos. O Governo Eletrônico re- meio digital, sem necessidade de solicitação presencial;
presenta um passo importante na busca por um governo mais efi- IV - a transparência na execução dos serviços públicos e o mo-
ciente, responsável e orientado para o cidadão. nitoramento da qualidade desses serviços;
V - o incentivo à participação social no controle e na fiscalização
da administração pública;

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VI - o dever do gestor público de prestar contas diretamente à XXV - a adoção preferencial, no uso da internet e de suas apli-
população sobre a gestão dos recursos públicos; cações, de tecnologias, de padrões e de formatos abertos e livres,
VII - o uso de linguagem clara e compreensível a qualquer ci- conforme disposto no inciso V do caput do art. 24 e no art. 25 da Lei
dadão; nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da Internet); e
VIII - o uso da tecnologia para otimizar processos de trabalho XXVI - a promoção do desenvolvimento tecnológico e da inova-
da administração pública; ção no setor público.
IX - a atuação integrada entre os órgãos e as entidades en- Art. 4º Para os fins desta Lei, considera-se:
volvidos na prestação e no controle dos serviços públicos, com o I - (VETADO);
compartilhamento de dados pessoais em ambiente seguro quando II - autosserviço: acesso pelo cidadão a serviço público presta-
for indispensável para a prestação do serviço, nos termos da Lei nº do por meio digital, sem necessidade de mediação humana;
13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados III - base nacional de serviços públicos: base de dados que con-
Pessoais), e, quando couber, com a transferência de sigilo, nos ter- tém as informações necessárias sobre a oferta de serviços públicos
mos do art. 198 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código de todos os prestadores desses serviços;
Tributário Nacional), e da Lei Complementar nº 105, de 10 de janei- IV - dados abertos: dados acessíveis ao público, representados
ro de 2001; em meio digital, estruturados em formato aberto, processáveis por
X - a simplificação dos procedimentos de solicitação, oferta e máquina, referenciados na internet e disponibilizados sob licença
acompanhamento dos serviços públicos, com foco na universaliza- aberta que permita sua livre utilização, consumo ou tratamento por
ção do acesso e no autosserviço; qualquer pessoa, física ou jurídica;
XI - a eliminação de formalidades e de exigências cujo custo V - dado acessível ao público: qualquer dado gerado ou acumu-
econômico ou social seja superior ao risco envolvido; lado pelos entes públicos que não esteja sob sigilo ou sob restrição
XII - a imposição imediata e de uma única vez ao interessado de acesso nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011
das exigências necessárias à prestação dos serviços públicos, justifi- (Lei de Acesso à Informação);
cada exigência posterior apenas em caso de dúvida superveniente; VI - formato aberto: formato de arquivo não proprietário, cuja
XIII - a vedação de exigência de prova de fato já comprovado especificação esteja documentada publicamente e seja de livre co-
pela apresentação de documento ou de informação válida; nhecimento e implementação, livre de patentes ou de qualquer ou-
XIV - a interoperabilidade de sistemas e a promoção de dados tra restrição legal quanto à sua utilização;
abertos; VII - governo como plataforma: infraestrutura tecnológica que
XV - a presunção de boa-fé do usuário dos serviços públicos; facilite o uso de dados de acesso público e promova a interação
XVI - a permanência da possibilidade de atendimento presen- entre diversos agentes, de forma segura, eficiente e responsável,
cial, de acordo com as características, a relevância e o público-alvo para estímulo à inovação, à exploração de atividade econômica e à
do serviço; prestação de serviços à população;
XVII - a proteção de dados pessoais, nos termos da Lei nº VIII - laboratório de inovação: espaço aberto à participação
13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados e à colaboração da sociedade para o desenvolvimento de ideias,
Pessoais); de ferramentas e de métodos inovadores para a gestão pública, a
XVIII - o cumprimento de compromissos e de padrões de quali- prestação de serviços públicos e a participação do cidadão para o
dade divulgados na Carta de Serviços ao Usuário; exercício do controle sobre a administração pública;
XIX - a acessibilidade da pessoa com deficiência ou com mobi- IX - plataformas de governo digital: ferramentas digitais e ser-
lidade reduzida, nos termos da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 viços comuns aos órgãos, normalmente ofertados de forma centra-
(Estatuto da Pessoa com Deficiência); lizada e compartilhada, necessárias para a oferta digital de serviços
XX - o estímulo a ações educativas para qualificação dos servi- e de políticas públicas;
dores públicos para o uso das tecnologias digitais e para a inclusão X - registros de referência: informação íntegra e precisa oriunda
digital da população; de uma ou mais fontes de dados, centralizadas ou descentralizadas,
XXI - o apoio técnico aos entes federados para implantação e sobre elementos fundamentais para a prestação de serviços e para
adoção de estratégias que visem à transformação digital da admi- a gestão de políticas públicas; e
nistração pública; XI - transparência ativa: disponibilização de dados pela admi-
XXII - o estímulo ao uso das assinaturas eletrônicas nas intera- nistração pública independentemente de solicitações.
ções e nas comunicações entre órgãos públicos e entre estes e os Parágrafo único. Aplicam-se a esta Lei os conceitos da Lei nº
cidadãos; 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados
XXIII - a implantação do governo como plataforma e a promo- Pessoais).
ção do uso de dados, preferencialmente anonimizados, por pessoas
físicas e jurídicas de diferentes setores da sociedade, resguardado o
disposto nos arts. 7º e 11 da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018
(Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), com vistas, especialmen-
te, à formulação de políticas públicas, de pesquisas científicas, de
geração de negócios e de controle social;
XXIV - o tratamento adequado a idosos, nos termos da Lei nº
10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso);

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CAPÍTULO II Art. 10. A classificação da informação quanto ao grau de sigilo


DA DIGITALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DA e a possibilidade de limitação do acesso aos servidores autoriza-
PRESTAÇÃO DIGITAL DE SERVIÇOS PÚBLICOS - GOVERNO dos e aos interessados no processo observarão os termos da Lei nº
DIGITAL 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), e
das demais normas vigentes.
SEÇÃO I Art. 11. Os documentos nato-digitais assinados eletronicamen-
DA DIGITALIZAÇÃO te na forma do art. 7º desta Lei são considerados originais para to-
dos os efeitos legais.
Art. 5º A administração pública utilizará soluções digitais para a Art. 12. O formato e o armazenamento dos documentos digi-
gestão de suas políticas finalísticas e administrativas e para o trâmi- tais deverão garantir o acesso e a preservação das informações, nos
te de processos administrativos eletrônicos. termos da legislação arquivística nacional.
Parágrafo único. Entes públicos que emitem atestados, certi- Art. 13. A guarda dos documentos digitais e dos processos ad-
dões, diplomas ou outros documentos comprobatórios com vali- ministrativos eletrônicos considerados de valor permanente deverá
dade legal poderão fazê-lo em meio digital, assinados eletronica- estar de acordo com as normas previstas pela instituição arquivísti-
mente na forma do art. 7º desta Lei e da Lei nº 14.063, de 23 de ca pública responsável por sua custódia.
setembro de 2020.
Art. 6º Nos processos administrativos eletrônicos, os atos pro- SEÇÃO II
cessuais deverão ser realizados em meio eletrônico, exceto se o DO GOVERNO DIGITAL
usuário solicitar de forma diversa, nas situações em que esse proce-
dimento for inviável, nos casos de indisponibilidade do meio eletrô- Art. 14. A prestação digital dos serviços públicos deverá ocorrer
nico ou diante de risco de dano relevante à celeridade do processo. por meio de tecnologias de amplo acesso pela população, inclusive
Parágrafo único. No caso das exceções previstas no caput deste pela de baixa renda ou residente em áreas rurais e isoladas, sem
artigo, os atos processuais poderão ser praticados conforme as re- prejuízo do direito do cidadão a atendimento presencial.
gras aplicáveis aos processos em papel, desde que posteriormente Parágrafo único. O acesso à prestação digital dos serviços pú-
o documento-base correspondente seja digitalizado. blicos será realizado, preferencialmente, por meio do autosserviço.
Art. 7º Os documentos e os atos processuais serão válidos em Art. 15. A administração pública participará, de maneira inte-
meio digital mediante o uso de assinatura eletrônica, desde que grada e cooperativa, da consolidação da Estratégia Nacional de Go-
respeitados parâmetros de autenticidade, de integridade e de segu- verno Digital, editada pelo Poder Executivo federal, que observará
rança adequados para os níveis de risco em relação à criticidade da os princípios e as diretrizes de que trata o art. 3º desta Lei.
decisão, da informação ou do serviço específico, nos termos da lei. Art. 16. A administração pública de cada ente federado poderá
§1º Regulamento poderá dispor sobre o uso de assinatura editar estratégia de governo digital, no âmbito de sua competência,
avançada para os fins de que tratam os seguintes dispositivos: buscando a sua compatibilização com a estratégia federal e a de
I - art. 2º-A da Lei nº 12.682, de 9 de julho de 2012; outros entes.
II - art. 289 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;
III - art. 2º da Lei nº 13.787, de 27 de dezembro de 2018; SEÇÃO III
IV - art. 282-A da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Có- DAS REDES DE CONHECIMENTO
digo de Trânsito Brasileiro);
V - (VETADO); Art. 17. O Poder Executivo federal poderá criar redes de conhe-
VI - art. 8º da Lei nº 12.618, de 30 de abril de 2012; cimento, com o objetivo de:
VII - art. 38 da Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009. I - gerar, compartilhar e disseminar conhecimento e experiên-
§2º O disposto neste artigo não se aplica às hipóteses legais de cias;
anonimato. II - formular propostas de padrões, políticas, guias e manuais;
Art. 8º Os atos processuais em meio eletrônico consideram-se III - discutir sobre os desafios enfrentados e as possibilidades
realizados no dia e na hora do recebimento pelo sistema informati- de ação quanto ao Governo Digital e à eficiência pública;
zado de gestão de processo administrativo eletrônico do órgão ou IV - prospectar novas tecnologias para facilitar a prestação de
da entidade, o qual deverá fornecer recibo eletrônico de protocolo serviços públicos disponibilizados em meio digital, o fornecimento
que os identifique. de informações e a participação social por meios digitais.
§1º Quando o ato processual tiver que ser praticado em deter- §1º Poderão participar das redes de conhecimento todos os
minado prazo, por meio eletrônico, serão considerados tempestivos órgãos e as entidades referidos no art. 2º desta Lei, inclusive dos
os efetivados, salvo disposição em contrário, até as 23h59 (vinte e entes federados.
três horas e cinquenta e nove minutos) do último dia do prazo, no §2º Serão assegurados às instituições científicas, tecnológicas
horário de Brasília. e de inovação o acesso às redes de conhecimento e o estabeleci-
§2º A regulamentação deverá dispor sobre os casos e as condi- mento de canal de comunicação permanente com o órgão federal a
ções de prorrogação de prazos em virtude da indisponibilidade de quem couber a coordenação das atividades previstas neste artigo.
sistemas informatizados.
Art. 9º O acesso à íntegra do processo para vista pessoal do
interessado poderá ocorrer por intermédio da disponibilização de
sistema informatizado de gestão ou por acesso à cópia do docu-
mento, preferencialmente em meio eletrônico.

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SEÇÃO IV IX - nível de segurança compatível com o grau de exigência, a


DOS COMPONENTES DO GOVERNO DIGITAL natureza e a criticidade dos serviços públicos e dos dados utilizados;
X - funcionalidade para solicitar acesso a informações acerca do
SUBSEÇÃO I tratamento de dados pessoais, nos termos das Leis nºs 12.527, de
DA DEFINIÇÃO 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), e 13.709, de
14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais); e
Art. 18. São componentes essenciais para a prestação digital XI - implementação de sistema de ouvidoria, nos termos da Lei
dos serviços públicos na administração pública: nº 13.460, de 26 de junho de 2017.
I - a Base Nacional de Serviços Públicos; Art. 22. O painel de monitoramento do desempenho dos ser-
II - as Cartas de Serviços ao Usuário, de que trata a Lei nº viços públicos de que trata o inciso II do caput do art. 20 desta Lei
13.460, de 26 de junho de 2017; e deverá conter, no mínimo, as seguintes informações, para cada ser-
III - as Plataformas de Governo Digital. viço público ofertado:
I - quantidade de solicitações em andamento e concluídas anu-
SUBSEÇÃO II almente;
DA BASE NACIONAL DE SERVIÇOS PÚBLICOS II - tempo médio de atendimento; e
III - grau de satisfação dos usuários.
Art. 19. Poderá o Poder Executivo federal estabelecer Base Na- Parágrafo único. Deverá ser assegurada interoperabilidade e
cional de Serviços Públicos, que reunirá informações necessárias padronização mínima do painel a que se refere o caput deste artigo,
sobre a oferta de serviços públicos em cada ente federado. de modo a permitir a comparação entre as avaliações e os desem-
Parágrafo único. Cada ente federado poderá disponibilizar as penhos dos serviços públicos prestados pelos diversos entes.
informações sobre a prestação de serviços públicos, conforme dis- Art. 23. Poderá o Poder Executivo federal:
posto nas suas Cartas de Serviços ao Usuário, na Base Nacional de I - estabelecer padrões nacionais para as soluções previstas
Serviços Públicos, em formato aberto e interoperável e em padrão nesta Seção;
comum a todos os entes. II - disponibilizar soluções para outros entes que atendam ao
disposto nesta Seção.
SUBSEÇÃO III
DAS PLATAFORMAS DE GOVERNO DIGITAL SEÇÃO V
DA PRESTAÇÃO DIGITAL DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Art. 20. As Plataformas de Governo Digital, instrumentos ne-
cessários para a oferta e a prestação digital dos serviços públicos Art. 24. Os órgãos e as entidades responsáveis pela prestação
de cada ente federativo, deverão ter pelo menos as seguintes fun- digital de serviços públicos deverão, no âmbito de suas competên-
cionalidades: cias:
I - ferramenta digital de solicitação de atendimento e de acom- I - manter atualizadas:
panhamento da entrega dos serviços públicos; e a) as Cartas de Serviços ao Usuário, a Base Nacional de Serviços
II - painel de monitoramento do desempenho dos serviços pú- Públicos e as Plataformas de Governo Digital;
blicos. b) as informações institucionais e as comunicações de interesse
§1º As Plataformas de Governo Digital deverão ser acessadas público;
por meio de portal, de aplicativo ou de outro canal digital único e II - monitorar e implementar ações de melhoria dos serviços
oficial, para a disponibilização de informações institucionais, notí- públicos prestados, com base nos resultados da avaliação de satis-
cias e prestação de serviços públicos. fação dos usuários dos serviços;
§2º As funcionalidades de que trata o caput deste artigo de- III - integrar os serviços públicos às ferramentas de notificação
verão observar padrões de interoperabilidade e a necessidade de aos usuários, de assinatura eletrônica e de meios de pagamento di-
integração de dados como formas de simplificação e de eficiência gitais, quando aplicáveis;
nos processos e no atendimento aos usuários. IV - eliminar, inclusive por meio da interoperabilidade de da-
Art. 21. A ferramenta digital de atendimento e de acompanha- dos, as exigências desnecessárias ao usuário quanto à apresentação
mento da entrega dos serviços públicos de que trata o inciso I do de informações e de documentos comprobatórios prescindíveis;
caput do art. 20 desta Lei deve apresentar, no mínimo, as seguintes V - eliminar a replicação de registros de dados, exceto por ra-
características e funcionalidades: zões de desempenho ou de segurança;
I - identificação do serviço público e de suas principais etapas; VI - tornar os dados da prestação dos serviços públicos sob sua
II - solicitação digital do serviço; responsabilidade interoperáveis para composição dos indicadores
III - agendamento digital, quando couber; do painel de monitoramento do desempenho dos serviços públicos;
IV - acompanhamento das solicitações por etapas; VII - realizar a gestão das suas políticas públicas com base em
V - avaliação continuada da satisfação dos usuários em relação dados e em evidências por meio da aplicação de inteligência de da-
aos serviços públicos prestados; dos em plataforma digital; e
VI - identificação, quando necessária, e gestão do perfil pelo VIII - realizar testes e pesquisas com os usuários para subsidiar
usuário; a oferta de serviços simples, intuitivos, acessíveis e personalizados.
VII - notificação do usuário;
VIII - possibilidade de pagamento digital de serviços públicos e
de outras cobranças, quando necessário;

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Art. 25. As Plataformas de Governo Digital devem dispor de fer- III - certidão de óbito;
ramentas de transparência e de controle do tratamento de dados IV - Documento Nacional de Identificação (DNI);
pessoais que sejam claras e facilmente acessíveis e que permitam V - Número de Identificação do Trabalhador (NIT);
ao cidadão o exercício dos direitos previstos na Lei nº 13.709, de 14 VI - registro no Programa de Integração Social (PIS) ou no Pro-
de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais). grama de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep);
§1º As ferramentas previstas no caput deste artigo devem: VII - Cartão Nacional de Saúde;
I - disponibilizar, entre outras, as fontes dos dados pessoais, a VIII - título de eleitor;
finalidade específica do seu tratamento pelo respectivo órgão ou IX - Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS);
ente e a indicação de outros órgãos ou entes com os quais é rea- X - Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou Permissão para
lizado o uso compartilhado de dados pessoais, incluído o histórico Dirigir;
de acesso ou uso compartilhado, ressalvados os casos previstos no XI - certificado militar;
inciso III do caput do art. 4º da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de XII - carteira profissional expedida pelos conselhos de fiscaliza-
2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais); ção de profissão regulamentada;
II - permitir que o cidadão efetue requisições ao órgão ou à XIII - passaporte;
entidade controladora dos seus dados, especialmente aquelas pre- XIV - carteiras de identidade de que trata a Lei nº 7.116, de 29
vistas no art. 18 da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de agosto de 1983; e
de Proteção de Dados Pessoais). XV - outros certificados de registro e números de inscrição exis-
§2º A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) po- tentes em bases de dados públicas federais, estaduais, distritais e
derá editar normas complementares para regulamentar o disposto municipais.
neste artigo. §2º A inclusão do número de inscrição no CPF nos cadastros e
Art. 26. Presume-se a autenticidade de documentos apresenta- nos documentos de que trata o §1º deste artigo ocorrerá sempre
dos por usuários dos serviços públicos ofertados por meios digitais, que a instituição responsável pelos cadastros e pelos documentos
desde que o envio seja assinado eletronicamente. tiver acesso a documento comprobatório ou à base de dados ad-
ministrada pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do
SEÇÃO VI Ministério da Economia.
DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DA PRESTAÇÃO DIGITAL DE §3º A incorporação do número de inscrição no CPF à carteira de
SERVIÇOS PÚBLICOS identidade será precedida de consulta à base de dados administra-
da pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministé-
Art. 27. São garantidos os seguintes direitos aos usuários da rio da Economia e de validação de acordo com essa base de dados.
prestação digital de serviços públicos, além daqueles constantes §4º Na hipótese de o requerente da carteira de identidade não
das Leis nºs 13.460, de 26 de junho de 2017, e 13.709, de 14 de estar inscrito no CPF, o órgão de identificação realizará a sua ins-
agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais): crição, caso tenha integração com a base de dados da Secretaria
I - gratuidade no acesso às Plataformas de Governo Digital; Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério Economia.
II - atendimento nos termos da respectiva Carta de Serviços ao §5º (VETADO).
Usuário;
III - padronização de procedimentos referentes à utilização de CAPÍTULO IV
formulários, de guias e de outros documentos congêneres, incluí- DO GOVERNO COMO PLATAFORMA
dos os de formato digital;
IV - recebimento de protocolo, físico ou digital, das solicitações SEÇÃO I
apresentadas; e DA ABERTURA DOS DADOS
V - indicação de canal preferencial de comunicação com o pres-
tador público para o recebimento de notificações, de mensagens, Art. 29. Os dados disponibilizados pelos prestadores de servi-
de avisos e de outras comunicações relativas à prestação de servi- ços públicos, bem como qualquer informação de transparência ati-
ços públicos e a assuntos de interesse público. va, são de livre utilização pela sociedade, observados os princípios
dispostos no art. 6º da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei
CAPÍTULO III Geral de Proteção de Dados Pessoais).
DO NÚMERO SUFICIENTE PARA IDENTIFICAÇÃO §1º Na promoção da transparência ativa de dados, o poder pú-
blico deverá observar os seguintes requisitos:
Art. 28. Fica estabelecido o número de inscrição no Cadastro I - observância da publicidade das bases de dados não pessoais
de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica como preceito geral e do sigilo como exceção;
(CNPJ) como número suficiente para identificação do cidadão ou da II - garantia de acesso irrestrito aos dados, os quais devem ser
pessoa jurídica, conforme o caso, nos bancos de dados de serviços legíveis por máquina e estar disponíveis em formato aberto, respei-
públicos, garantida a gratuidade da inscrição e das alterações nes- tadas as Leis nºs 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso
ses cadastros. à Informação), e 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Pro-
§1º O número de inscrição no CPF deverá constar dos cadastros teção de Dados Pessoais);
e dos documentos de órgãos públicos, do registro civil de pessoas III - descrição das bases de dados com informação suficiente
naturais, dos documentos de identificação de conselhos profissio- sobre estrutura e semântica dos dados, inclusive quanto à sua qua-
nais e, especialmente, dos seguintes cadastros e documentos: lidade e à sua integridade;
I - certidão de nascimento; IV - permissão irrestrita de uso de bases de dados publicadas
II - certidão de casamento; em formato aberto;
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V - completude de bases de dados, as quais devem ser dispo- §1º O requerente poderá solicitar a preservação de sua identi-
nibilizadas em sua forma primária, com o maior grau de granulari- dade quando entender que sua identificação prejudicará o princípio
dade possível, ou referenciar bases primárias, quando disponibiliza- da impessoalidade, caso em que o canal responsável deverá res-
das de forma agregada; guardar os dados sem repassá-los ao setor, ao órgão ou à entidade
VI - atualização periódica, mantido o histórico, de forma a ga- responsável pela resposta.
rantir a perenidade de dados, a padronização de estruturas de in- §2º Os procedimentos e os prazos previstos para o processa-
formação e o valor dos dados à sociedade e a atender às necessida- mento de pedidos de acesso à informação, nos termos da Lei nº
des de seus usuários; 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação),
VII - (VETADO); aplicam-se às solicitações de abertura de bases de dados da admi-
VIII - respeito à privacidade dos dados pessoais e dos dados nistração pública.
sensíveis, sem prejuízo dos demais requisitos elencados, conforme §3º Para a abertura de base de dados de interesse público, as
a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de informações para identificação do requerente não podem conter
Dados Pessoais); exigências que inviabilizem o exercício de seu direito.
IX - intercâmbio de dados entre órgãos e entidades dos diferen- §4º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos de-
tes Poderes e esferas da Federação, respeitado o disposto no art. 26 terminantes da solicitação de abertura de base de dados públicos.
da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de §5º Os pedidos de abertura de base de dados públicos, bem
Dados Pessoais); e como as respectivas respostas, deverão compor base de dados
X - fomento ao desenvolvimento de novas tecnologias desti- aberta de livre consulta.
nadas à construção de ambiente de gestão pública participativa e §6º Consideram-se automaticamente passíveis de abertura as
democrática e à melhor oferta de serviços públicos. bases de dados que não contenham informações protegidas por lei.
§2º Sem prejuízo da legislação em vigor, os órgãos e as entida- Art. 31. Compete a cada ente federado monitorar a aplicação,
des previstos no art. 2º desta Lei deverão divulgar na internet: o cumprimento dos prazos e os procedimentos para abertura dos
I - o orçamento anual de despesas e receitas públicas do Poder dados sob seu controle.
ou órgão independente; Art. 32. (VETADO).
II - a execução das despesas e receitas públicas, nos termos dos Art. 32. A existência de inconsistências na base de dados não
arts. 48 e 48-A da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000; poderá obstar o atendimento da solicitação de abertura. (Promul-
III - os repasses de recursos federais aos Estados, aos Municí- gação partes vetadas)
pios e ao Distrito Federal; Art. 33. A solicitação de abertura da base de dados será consi-
IV - os convênios e as operações de descentralização de recur- derada atendida a partir da notificação ao requerente sobre a dis-
sos orçamentários em favor de pessoas naturais e de organizações ponibilização e a catalogação da base de dados para acesso público
não governamentais de qualquer natureza; no site oficial do órgão ou da entidade na internet.
V - as licitações e as contratações realizadas pelo Poder ou ór- Art. 34. É direito do requerente obter o inteiro teor da decisão
gão independente; negativa de abertura de base de dados.
VI - as notas fiscais eletrônicas relativas às compras públicas; Parágrafo único. Eventual decisão negativa à solicitação de
VII - as informações sobre os servidores e os empregados públi- abertura de base de dados ou decisão de prorrogação de prazo, em
cos federais, bem como sobre os militares da União, incluídos nome razão de custos desproporcionais ou não previstos pelo órgão ou
e detalhamento dos vínculos profissionais e de remuneração; pela entidade da administração pública, deverá ser acompanhada
VIII - as viagens a serviço custeadas pelo Poder ou órgão inde- da devida análise técnica que conclua pela inviabilidade orçamen-
pendente; tária da solicitação.
IX - as sanções administrativas aplicadas a pessoas, a empresas, Art. 35. No caso de indeferimento de abertura de base de da-
a organizações não governamentais e a servidores públicos; dos, poderá o interessado interpor recurso contra a decisão no pra-
X - os currículos dos ocupantes de cargos de chefia e direção; zo de 10 (dez) dias, contado de sua ciência. (Promulgação partes
XI - o inventário de bases de dados produzidos ou geridos no vetadas)
âmbito do órgão ou instituição, bem como catálogo de dados aber- Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarqui-
tos disponíveis; camente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá
XII - as concessões de recursos financeiros ou as renúncias de manifestar-se no prazo de 5 (cinco) dias. (Promulgação partes ve-
receitas para pessoas físicas ou jurídicas, com vistas ao desenvolvi- tadas)
mento político, econômico, social e cultural, incluída a divulgação Art. 36. Os órgãos gestores de dados poderão disponibilizar em
dos valores recebidos, da contrapartida e dos objetivos a serem transparência ativa dados de pessoas físicas e jurídicas para fins de
alcançados por meio da utilização desses recursos e, no caso das pesquisa acadêmica e de monitoramento e de avaliação de políticas
renúncias individualizadas, dos dados dos beneficiários. públicas, desde que anonimizados antes de sua disponibilização os
§3º (VETADO). dados protegidos por sigilo ou com restrição de acesso prevista, nos
Art. 30. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso
abertura de bases de dados da administração pública, que deverá à Informação).
conter os dados de contato do requerente e a especificação da base Art. 37. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, as disposi-
de dados requerida. ções da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de
que trata este Capítulo.

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SEÇÃO II CAPÍTULO V
DA INTEROPERABILIDADE DE DADOS ENTRE ÓRGÃOS DO DOMICÍLIO ELETRÔNICO
PÚBLICOS
Art. 42. Os órgãos e as entidades referidos no art. 2º desta Lei,
Art. 38. Os órgãos e as entidades responsáveis pela prestação mediante opção do usuário, poderão realizar todas as comunica-
digital de serviços públicos detentores ou gestores de bases de da- ções, as notificações e as intimações por meio eletrônico.
dos, inclusive os controladores de dados pessoais, conforme esta- §1º O disposto no caput deste artigo não gera direito subjetivo
belecido pela Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de à opção pelo administrado caso os meios não estejam disponíveis.
Proteção de Dados Pessoais), deverão gerir suas ferramentas digi- §2º O administrado poderá, a qualquer momento e indepen-
tais, considerando: dentemente de fundamentação, optar pelo fim das comunicações,
I - a interoperabilidade de informações e de dados sob gestão das notificações e das intimações por meio eletrônico.
dos órgãos e das entidades referidos no art. 2º desta Lei, respeita- §3º O ente público poderá realizar as comunicações, as notifi-
dos as restrições legais, os requisitos de segurança da informação e cações e as intimações por meio de ferramenta mantida por outro
das comunicações, as limitações tecnológicas e a relação custo-be- ente público.
nefício da interoperabilidade; Art. 43. As ferramentas usadas para os atos de que trata o art.
II - a otimização dos custos de acesso a dados e o reaproveita- 42 desta Lei:
mento, sempre que possível, de recursos de infraestrutura de aces- I - disporão de meios que permitam comprovar a autoria das
so a dados por múltiplos órgãos e entidades; comunicações, das notificações e das intimações;
III - a proteção de dados pessoais, observada a legislação vi- II - terão meios de comprovação de emissão e de recebimento,
gente, especialmente a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei ainda que não de leitura, das comunicações, das notificações e das
Geral de Proteção de Dados Pessoais). intimações;
Art. 39. Será instituído mecanismo de interoperabilidade com III - poderão ser utilizadas mesmo que legislação especial pre-
a finalidade de: veja apenas as comunicações, as notificações e as intimações pes-
I - aprimorar a gestão de políticas públicas; soais ou por via postal;
II - aumentar a confiabilidade dos cadastros de cidadãos exis- IV - serão passíveis de auditoria;
tentes na administração pública, por meio de mecanismos de ma- V - conservarão os dados de envio e de recebimento por, pelo
nutenção da integridade e da segurança da informação no trata- menos, 5 (cinco) anos.
mento das bases de dados, tornando-as devidamente qualificadas
e consistentes; CAPÍTULO VI
III - viabilizar a criação de meios unificados de identificação do DOS LABORATÓRIOS DE INOVAÇÃO
cidadão para a prestação de serviços públicos;
IV - facilitar a interoperabilidade de dados entre os órgãos de Art. 44. Os entes públicos poderão instituir laboratórios de ino-
governo; vação, abertos à participação e à colaboração da sociedade para o
V - realizar o tratamento de informações das bases de dados a desenvolvimento e a experimentação de conceitos, de ferramen-
partir do número de inscrição do cidadão no CPF, conforme previsto tas e de métodos inovadores para a gestão pública, a prestação de
no art. 11 da Lei nº 13.444, de 11 de maio de 2017. serviços públicos, o tratamento de dados produzidos pelo poder
Parágrafo único. Aplicam-se aos dados pessoais tratados por público e a participação do cidadão no controle da administração
meio de mecanismos de interoperabilidade as disposições da Lei nº pública.
13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Art. 45. Os laboratórios de inovação terão como diretrizes:
Pessoais). I - colaboração interinstitucional e com a sociedade;
Art. 40. Os órgãos abrangidos por esta Lei serão responsáveis II - promoção e experimentação de tecnologias abertas e livres;
pela publicidade de seus registros de referência e pelos mecanis- III - uso de práticas de desenvolvimento e prototipação de sof-
mos de interoperabilidade de que trata esta Seção. twares e de métodos ágeis para formulação e implementação de
§1º As pessoas físicas e jurídicas poderão verificar a exatidão, a políticas públicas;
correção e a completude de qualquer um dos seus dados contidos IV - foco na sociedade e no cidadão;
nos registros de referência, bem como monitorar o acesso a esses V - fomento à participação social e à transparência pública;
dados. VI - incentivo à inovação;
§2º Nova base de dados somente poderá ser criada quando VII - apoio ao empreendedorismo inovador e fomento a ecos-
forem esgotadas as possibilidades de utilização dos registros de re- sistema de inovação tecnológica direcionado ao setor público;
ferência existentes. VIII - apoio a políticas públicas orientadas por dados e com base
Art. 41. É de responsabilidade dos órgãos e das entidades refe- em evidências, a fim de subsidiar a tomada de decisão e de melho-
ridos no art. 2º desta Lei os custos de adaptação de seus sistemas rar a gestão pública;
e de suas bases de dados para a implementação da interoperabili- IX - estímulo à participação de servidores, de estagiários e de
dade. colaboradores em suas atividades;
X - difusão de conhecimento no âmbito da administração pú-
blica.
Art. 46. (VETADO).

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CAPÍTULO VII “Art. 3º . .....................................................................................


DA GOVERNANÇA, DA GESTÃO DE RISCOS, DO CONTROLE .........................
E DA AUDITORIA ....................................................................................................
.........................
Art. 47. Caberá à autoridade competente dos órgãos e das en- g) assinatura do dirigente do órgão expedidor;
tidades referidos no art. 2º desta Lei, observados as normas e os h) número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).
procedimentos específicos aplicáveis, implementar e manter meca- §1º A inclusão do número de inscrição no CPF na Carteira de
nismos, instâncias e práticas de governança, em consonância com Identidade, conforme disposto na alínea “h” do caput deste artigo,
os princípios e as diretrizes estabelecidos nesta Lei. ocorrerá sempre que o órgão de identificação tiver acesso a docu-
Parágrafo único. Os mecanismos, as instâncias e as práticas de mento comprobatório ou à base de dados administrada pela Secre-
governança referidos no caput deste artigo incluirão, no mínimo: taria Especial da Receita Federal do Brasil.
I - formas de acompanhamento de resultados; §2º A incorporação do número de inscrição no CPF à Carteira
II - soluções para a melhoria do desempenho das organizações; de Identidade será precedida de consulta e de validação com a base
III - instrumentos de promoção do processo decisório funda- de dados administrada pela Secretaria Especial da Receita Federal
mentado em evidências. do Brasil.
Art. 48. Os órgãos e as entidades a que se refere o art. 2º desta §3º Na hipótese de o requerente da Carteira de Identidade
Lei deverão estabelecer, manter, monitorar e aprimorar sistema de não estar inscrito no CPF, o órgão de identificação realizará a sua
gestão de riscos e de controle interno com vistas à identificação, à inscrição, caso tenha autorização da Secretaria Especial da Receita
avaliação, ao tratamento, ao monitoramento e à análise crítica de Federal do Brasil.” (NR)
riscos da prestação digital de serviços públicos que possam impac- Art. 52. O art. 12 da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011
tar a consecução dos objetivos da organização no cumprimento de (Lei de Acesso à Informação), passa vigorar com a seguinte redação:
sua missão institucional e na proteção dos usuários, observados os “Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de informação
seguintes princípios: é gratuito.
I - integração da gestão de riscos ao processo de planejamento §1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o va-
estratégico e aos seus desdobramentos, às atividades, aos proces- lor necessário ao ressarcimento dos custos dos serviços e dos ma-
sos de trabalho e aos projetos em todos os níveis da organização, teriais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da
relevantes para a execução da estratégia e o alcance dos objetivos informação exigir reprodução de documentos pelo órgão ou pela
institucionais; entidade pública consultada.
II - estabelecimento de controles internos proporcionais aos §2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no §1º deste
riscos, de modo a considerar suas causas, fontes, consequências e artigo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem
impactos, observada a relação custo-benefício; prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da
III - utilização dos resultados da gestão de riscos para apoio à Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983.” (NR)
melhoria contínua do desempenho e dos processos de governança, Art. 53. O caput do art. 3º da Lei nº 12.682, de 9 de julho de
de gestão de riscos e de controle; 2012, passa a vigorar com a seguinte redação:
IV - proteção às liberdades civis e aos direitos fundamentais. “Art. 3º O processo de digitalização deverá ser realizado de for-
Art. 49. A auditoria interna governamental deverá adicionar ma a manter a integridade, a autenticidade e, se necessário, a con-
valor e melhorar as operações das organizações para o alcance de fidencialidade do documento digital, com o emprego de assinatura
seus objetivos, mediante a abordagem sistemática e disciplinada eletrônica.
para avaliar e melhorar a eficácia dos processos de governança, de ....................................................................................................
gestão de riscos e de controle, por meio da: ...........” (NR)
I - realização de trabalhos de avaliação e consultoria de forma Art. 54. A Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017, passa a vigorar
independente, conforme os padrões de auditoria e de ética profis- com as seguintes alterações:
sional reconhecidos internacionalmente; “Art. 7º . .....................................................................................
II - adoção de abordagem baseada em risco para o planejamen- ............................
to de suas atividades e para a definição do escopo, da natureza, da ....................................................................................................
época e da extensão dos procedimentos de auditoria; .............................
III - promoção da prevenção, da detecção e da investigação de §6º Compete a cada ente federado disponibilizar as informa-
fraudes praticadas por agentes públicos ou privados na utilização de ções dos serviços prestados, conforme disposto nas suas Cartas de
recursos públicos federais. Serviços ao Usuário, na Base Nacional de Serviços Públicos, mantida
pelo Poder Executivo federal, em formato aberto e interoperável,
CAPÍTULO VIII nos termos do regulamento do Poder Executivo federal.” (NR)
DISPOSIÇÕES FINAIS “Art. 10-A. Para fins de acesso a informações e serviços, de
exercício de direitos e obrigações ou de obtenção de benefícios pe-
Art. 50. O acesso e a conexão para o uso de serviços públicos rante os órgãos e as entidades federais, estaduais, distritais e muni-
poderão ser garantidos total ou parcialmente pelo governo, com o cipais ou os serviços públicos delegados, a apresentação de docu-
objetivo de promover o acesso universal à prestação digital dos ser- mento de identificação com fé pública em que conste o número de
viços públicos e a redução de custos aos usuários, nos termos da lei. inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) será suficiente para
Art. 51. O art. 3º da Lei nº 7.116, de 29 de agosto de 1983, pas- identificação do cidadão, dispensada a apresentação de qualquer
sa a vigorar com a seguinte redação: outro documento.

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§1º Os cadastros, os formulários, os sistemas e outros instru- Responsabilização


mentos exigidos dos usuários para a prestação de serviço público A lei prevê medidas para responsabilizar aqueles que dificul-
deverão disponibilizar campo para registro do número de inscrição tem ou impeçam o acesso à informação, incluindo sanções adminis-
no CPF, de preenchimento obrigatório para cidadãos brasileiros e trativas e penais em casos de infrações.
estrangeiros residentes no Brasil, que será suficiente para sua iden-
tificação, vedada a exigência de apresentação de qualquer outro Proteção de Informações Sensíveis
número para esse fim. A LAI também prevê a proteção de informações sensíveis, como
§2º O número de inscrição no CPF poderá ser declarado pelo aquelas relacionadas à segurança nacional, a questões diplomáticas
usuário do serviço público, desde que acompanhado de documento e à privacidade individual.
de identificação com fé pública, nos termos da lei.
§3º Ato de cada ente federativo ou Poder poderá dispor sobre Empoderamento Cidadão
casos excepcionais ao previsto no caput deste artigo.” A transparência e a LAI buscam empoderar os cidadãos, permi-
Art. 55. Esta Lei entra em vigor após decorridos: tindo que participem ativamente da fiscalização do governo e con-
I - 90 (noventa) dias de sua publicação oficial, para a União; tribuam para uma gestão pública mais eficiente.
II - 120 (cento e vinte) dias de sua publicação oficial, para os
Estados e o Distrito Federal; Impacto na Governança e Democracia
III - 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial, para os A aplicação efetiva da transparência e da LAI contribui para for-
Municípios. talecer a governança, promover a confiança na administração públi-
Brasília, 29 de março de 2021; 200o da Independência e 133o ca e consolidar os princípios democráticos.
da República. Entender esses pontos essenciais é crucial para compreender
como a transparência e a LAI desempenham um papel vital na re-
lação entre governo e sociedade, promovendo uma administração
ACESSO À INFORMAÇÃO; LEI Nº 12.527/2011 pública mais aberta, responsável e participativa.
Assim, a transparência e a LAI são essenciais para fortalecer a
participação cidadã, e garantir o direito à informação. O acesso à
Lei de Acesso à Informação (LAI) informação pública contribui para uma sociedade mais informada,
A Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011 no Brasil) é empoderada e capaz de regular as ações governamentais.
um instrumento legal que regulamenta o direito dos cidadãos de Até janeiro de 2022, a Lei de Acesso à Informação (Lei nº
acessarem informações públicas. Ela estabelece procedimentos 12.527/2011) estava em vigor no Brasil. No entanto, é importante
claros e objetivos para a solicitação e a divulgação de informações observar que leis podem ser modificadas, atualizadas ou revogadas
públicas, promovendo a transparência e o princípio do acesso à in- ao longo do tempo.
formação como um direito fundamental. Recomenda-se, sempre verificar fontes oficiais, como o Diário
Oficial da União, o site oficial da Presidência da República, ou o site
— Principais pontos da LAI incluem do Senado Federal para obter informações atualizadas sobre a Lei
de Acesso à Informação. Essas fontes fornecerão os textos mais re-
Abrangência centes, emendas ou quaisquer mudanças na legislação.
A LAI se aplica a todos os órgãos e entidades públicas dos pode- Além disso, é possível que tenham ocorrido alterações legisla-
res Executivo, Legislativo e Judiciário, em todos os níveis de governo tivas após a minha última atualização em janeiro de 2022. Instruí-se
(federal, estadual e municipal), bem como a entidades privadas sem verificar fontes confiáveis e atualizadas para obter informações pre-
fins lucrativos que recebam recursos públicos. cisas sobre o estado atual da Lei de Acesso à Informação no Brasil.
Princípios LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
A lei estabelece princípios fundamentais, como a publicidade,
a autenticidade, a integridade e a primazia do interesse público, ga- Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
rantindo que as informações sejam disponibilizadas de forma fide- 5º , no inciso II do §3º do art. 37 e no §2º do art. 216 da Constituição
digna e que a proteção do interesse público prevaleça. Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a
Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159,
Procedimentos para Solicitação de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.
A LAI define procedimentos claros para solicitar informações
públicas, incluindo prazos para resposta, formas de disponibilização A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
e a possibilidade de recursos em caso de negativa de acesso. cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Divulgação Ativa CAPÍTULO I
Além das solicitações individuais, a LAI estabelece a obrigação DISPOSIÇÕES GERAIS
de os órgãos e entidades públicas divulgarem ativamente um con-
junto mínimo de informações, como dados orçamentários, contra- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem obser-
tos, licitações, estrutura organizacional, entre outros. vados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim
de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
5º , no inciso II do §3º do art. 37 e no §2º do art. 216 da Constituição
Federal.
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Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à infor-
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos mação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e
Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Ju- ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil com-
diciário e do Ministério Público; preensão.
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas,
as sociedades de economia mista e demais entidades controladas CAPÍTULO II
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu- DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO
nicípios.
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observa-
entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realiza- das as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a:
ção de ações de interesse público, recursos públicos diretamente I - gestão transparente da informação, propiciando amplo aces-
do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, so a ela e sua divulgação;
termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen- II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade,
tos congêneres. autenticidade e integridade; e
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as en- III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal,
tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even-
recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas tual restrição de acesso.
a que estejam legalmente obrigadas. Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreen-
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a as- de, entre outros, os direitos de obter:
segurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de
executados em conformidade com os princípios básicos da adminis- acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou
tração pública e com as seguintes diretrizes: obtida a informação almejada;
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo II - informação contida em registros ou documentos, produ-
como exceção; zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou
II - divulgação de informações de interesse público, indepen- não a arquivos públicos;
dentemente de solicitações; III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec- entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos
nologia da informação; ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
na administração pública; V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti-
V - desenvolvimento do controle social da administração pú- dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
blica. VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú-
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos adminis-
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti- trativos; e
lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em VII - informação relativa:
qualquer meio, suporte ou formato; a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro-
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem
que seja o suporte ou formato; como metas e indicadores propostos;
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, in-
para a segurança da sociedade e do Estado; cluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural VIII – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.345, de 2022)
identificada ou identificável; §1º O acesso à informação previsto no caput não compreende
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimen-
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, to científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segu-
transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena- rança da sociedade e do Estado.
mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa- §2º Quando não for autorizado acesso integral à informação
ção; por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser co- sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
nhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas au- parte sob sigilo.
torizados; §3º O direito de acesso aos documentos ou às informações ne-
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido les contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in- do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisó-
divíduo, equipamento ou sistema; rio respectivo.
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, in- §4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido for-
clusive quanto à origem, trânsito e destino; mulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos
com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. termos do art. 32 desta Lei.

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§5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado me-
interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura diante:
de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva docu- I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e
mentação. entidades do poder público, em local com condições apropriadas
§6º Verificada a hipótese prevista no §5º deste artigo, o res- para:
ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa-
10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que compro- ções;
vem sua alegação. b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res-
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in- pectivas unidades;
dependentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a infor-
acesso, no âmbito de suas competências, de informações de inte- mações; e
resse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à
§1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, de- participação popular ou a outras formas de divulgação.
verão constar, no mínimo:
I - registro das competências e estrutura organizacional, en- CAPÍTULO III
dereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendi- DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
mento ao público;
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recur- SEÇÃO I
sos financeiros; DO PEDIDO DE ACESSO
III - registros das despesas;
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, in- Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de
clusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º
contratos celebrados; desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, identificação do requerente e a especificação da informação reque-
projetos e obras de órgãos e entidades; e rida.
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. §1º Para o acesso a informações de interesse público, a identi-
§2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e enti- ficação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem
dades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legí- a solicitação.
timos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios §2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar
oficiais da rede mundial de computadores (internet). alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de
§3º Os sítios de que trata o §2º deverão, na forma de regula- seus sítios oficiais na internet.
mento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: §3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o determinantes da solicitação de informações de interesse público.
acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conce-
linguagem de fácil compreensão; der o acesso imediato à informação disponível.
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos §1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani- disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve-
lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta,
em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; efetuar a reprodução ou obter a certidão;
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura- II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou
ção da informação; parcial, do acesso pretendido; ou
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do
disponíveis para acesso; seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda,
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado co- interessado da remessa de seu pedido de informação.
municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entida- §2º O prazo referido no §1º poderá ser prorrogado por mais 10
de detentora do sítio; e (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili- o requerente.
dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. §3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações
17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po-
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar
pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008. a informação de que necessitar.
§4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) ha- §4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de infor-
bitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a mação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser infor-
que se refere o §2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, em mado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua
tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e fi- interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade compe-
nanceira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Com- tente para sua apreciação.
plementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade §5º A informação armazenada em formato digital será forneci-
Fiscal). da nesse formato, caso haja anuência do requerente.
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§6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou par-
em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de cialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classi-
acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o ficadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido
lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir pedido de acesso ou desclassificação;
a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa
ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi-
mesmo tais procedimentos. mentos previstos nesta Lei.
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é §1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo gido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apre-
órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior
cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo
custo dos serviços e dos materiais utilizados. (Vide Lei nº 14.129, de 5 (cinco) dias.
de 2021) (Vigência) §2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Contro-
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos ladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que ado-
no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fa- te as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto
zê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos nesta Lei.
termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. §3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da
Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de informação União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavalia-
é gratuito. (Redação dada pela Lei nº 14.129, de 2021) (Vigência) ção de Informações, a que se refere o art. 35.
§1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassifica-
valor necessário ao ressarcimento dos custos dos serviços e dos ma- ção de informação protocolado em órgão da administração públi-
teriais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da ca federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da
informação exigir reprodução de documentos pelo órgão ou pela área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reava-
entidade pública consultada. (Incluído pela Lei nº 14.129, de 2021) liação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.
(Vigência) §1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
§2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no §1º deste gido às autoridades mencionadas depois de submetido à aprecia-
artigo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à
prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças
Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. (Incluído pela Lei nº 14.129, Armadas, ao respectivo Comando.
de 2021) (Vigência) §2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta,
documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de- caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações
verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta prevista no art. 35.
confere com o original. Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classifica-
interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão ção de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação pró-
de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não pria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em
ponha em risco a conservação do documento original. seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido.
de negativa de acesso, por certidão ou cópia. Art. 19. (VETADO).
§1º (VETADO).
SEÇÃO II §2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor-
DOS RECURSOS marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do
Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou recurso, negarem acesso a informações de interesse público.
às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor re- Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº
curso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este
ciência. Capítulo.
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarqui-
camente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se CAPÍTULO IV
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti-
dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à SEÇÃO I
Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) DISPOSIÇÕES GERAIS
dias se:
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for ne- Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária
gado; à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.

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Parágrafo único. As informações ou documentos que versem I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do
sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos prati- Estado; e
cada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que
poderão ser objeto de restrição de acesso. defina seu termo final.
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo SEÇÃO III
industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômi- DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE INFORMAÇÕES
ca pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha SIGILOSAS
qualquer vínculo com o poder público.
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação
SEÇÃO II de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades,
DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO QUANTO AO GRAU E assegurando a sua proteção.(Regulamento)
PRAZOS DE SIGILO §1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação clas-
sificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham ne-
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie- cessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na
dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as infor- forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes
mações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: públicos autorizados por lei.
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida- §2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a
de do território nacional; obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as §3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a se-
relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas rem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a
em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; divulgação não autorizados.
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências ne-
ou monetária do País; cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi- conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu-
cos das Forças Armadas; rança para tratamento de informações sigilosas.
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen- Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em
volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades
instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; de tratamento de informações sigilosas adotará as providências ne-
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autori- cessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes
dades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou observem as medidas e procedimentos de segurança das informa-
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de in- ções resultantes da aplicação desta Lei.
vestigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a pre-
venção ou repressão de infrações. SEÇÃO IV
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públi- DOS PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO,
cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à RECLASSIFICAÇÃO E DESCLASSIFICAÇÃO
segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como
ultrassecreta, secreta ou reservada. Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da
§1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, administração pública federal é de competência:(Regulamento)
conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
de sua produção e são os seguintes: a) Presidente da República;
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; b) Vice-Presidente da República;
II - secreta: 15 (quinze) anos; e c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro-
III - reservada: 5 (cinco) anos. gativas;
§2º As informações que puderem colocar em risco a segurança d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônju- e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes
ges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob si- no exterior;
gilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos
em caso de reeleição. titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e socieda-
§3º Alternativamente aos prazos previstos no §1º , poderá ser des de economia mista; e
estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos
de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia,
do prazo máximo de classificação. nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento
§4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regula-
evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, au- mentação específica de cada órgão ou entidade, observado o dis-
tomaticamente, de acesso público. posto nesta Lei.
§5º Para a classificação da informação em determinado grau
de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e
utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:
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§1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere SEÇÃO V


à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS
pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão
no exterior, vedada a subdelegação. Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito
§2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecre- de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada,
to pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I de- honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias
verá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo individuais.
previsto em regulamento. §1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relati-
§3º A autoridade ou outro agente público que classificar infor- vas à intimidade, vida privada, honra e imagem:
mação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que tra- I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifica-
ta o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que ção de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da
se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento. sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de si- à pessoa a que elas se referirem; e
gilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por tercei-
seguintes elementos: ros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa
I - assunto sobre o qual versa a informação; a que elas se referirem.
II - fundamento da classificação, observados os critérios esta- §2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este
belecidos no art. 24; artigo será responsabilizado por seu uso indevido.
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou §3º O consentimento referido no inciso II do §1º não será exigi-
dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites do quando as informações forem necessárias:
previstos no art. 24; e I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver
IV - identificação da autoridade que a classificou. física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamen-
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no te para o tratamento médico;
mesmo grau de sigilo da informação classificada. II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi-
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela au- dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a
toridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente supe- identificação da pessoa a que as informações se referirem;
rior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previs- III - ao cumprimento de ordem judicial;
tos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução IV - à defesa de direitos humanos; ou
do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24.(Regulamento) V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
§1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar §4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada,
as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto- honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito
ridades ou agentes públicos. de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o
§2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa- titular das informações estiver envolvido, bem como em ações vol-
minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de tadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.
danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação. §5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para trata-
§3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, mento de informação pessoal.
o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua
produção. CAPÍTULO V
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pu- DAS RESPONSABILIDADES
blicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à
veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili-
regulamento: dade do agente público ou militar:
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos des-
últimos 12 (doze) meses; ta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
identificação para referência futura; II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutili-
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de zar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação
informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informa- que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conheci-
ções genéricas sobre os solicitantes. mento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou
§1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publi- função pública;
cação prevista no caput para consulta pública em suas sedes. III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso
§2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de in- à informação;
formações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir
dos fundamentos da classificação. acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de
terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou
por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in-
formação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo
de terceiros; e
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VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con- I - requisitar da autoridade que classificar informação como ul-
cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de trassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou inte-
agentes do Estado. gral da informação;
§1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se-
do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão con- cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada,
sideradas: observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como
transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios ne- ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu
les estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania
contravenção penal; ou nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às
II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro relações internacionais do País, observado o prazo previsto no §1º
de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão do art. 24.
ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela §2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única reno-
estabelecidos. vação.
§2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou §3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do §1º deve-
agente público responder, também, por improbidade administrati- rá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação
va, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos
e 8.429, de 2 de junho de 1992. ou secretos.
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver infor- §4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de
mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder Reavaliação de Informações nos prazos previstos no §3º implicará a
público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às desclassificação automática das informações.
seguintes sanções: §5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e
I - advertência; funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
II - multa; observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e de-
III - rescisão do vínculo com o poder público; mais disposições desta Lei.(Regulamento)
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe- Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tra-
dimento de contratar com a administração pública por prazo não tados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco-
superior a 2 (dois) anos; e mendações constantes desses instrumentos.
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Insti-
administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran- tucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Cre-
te a própria autoridade que aplicou a penalidade. denciamento (NSC), que tem por objetivos:(Regulamento)
§1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli- I - promover e propor a regulamentação do credenciamento
cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para
do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. tratamento de informações sigilosas; e
§2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive
quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti- aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com
dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado,
aplicada com base no inciso IV. acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo
§3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competên- das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais
cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, órgãos competentes.
facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, or-
de 10 (dez) dias da abertura de vista. ganização e funcionamento do NSC.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamen- Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de no-
te pelos danos causados em decorrência da divulgação não autori- vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurí-
zada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações dica, constante de registro ou banco de dados de entidades gover-
pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos namentais ou de caráter público.
casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso. Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à rea-
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa físi- valiação das informações classificadas como ultrassecretas e secre-
ca ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer na- tas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de
tureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa vigência desta Lei.
ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. §1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia-
ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições pre-
CAPÍTULO VI vistos nesta Lei.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS §2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Co-
Art. 35. (VETADO). missão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos
§1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa- desta Lei.
ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, so- §3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto
bre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da
competência para: legislação precedente.
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§4º As informações classificadas como secretas e ultrassecretas Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e
não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, au- 123º da República.
tomaticamente, de acesso público.
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência
desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da admi- TRANSPARÊNCIA E IMPARCIALIDADE NOS USOS DA INTE-
nistração pública federal direta e indireta designará autoridade que LIGÊNCIA ARTIFICIAL NO ÂMBITO DO SERVIÇO PÚBLICO
lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo ór-
gão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a A Inteligência Artificial (IA) é uma das tecnologias mais revolu-
informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei; cionárias do nosso tempo, e seu impacto na esfera pública é inegá-
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre- vel. À medida que governos e órgãos públicos exploram as possibi-
sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento; lidades oferecidas pela IA para melhorar a eficiência, a qualidade
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação dos serviços e a tomada de decisões, surgem desafios críticos rela-
e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao cionados à transparência e à imparcialidade. Este texto abordará a
correto cumprimento do disposto nesta Lei; e importância da transparência e imparcialidade na implementação
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cum- da IA no serviço público.
primento do disposto nesta Lei e seus regulamentos.
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis- A Revolução da Inteligência Artificial no Serviço Público
tração pública federal responsável: A IA oferece uma série de benefícios potenciais para o setor pú-
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo- blico, incluindo automação de tarefas rotineiras, análise de dados
mento à cultura da transparência na administração pública e cons- em grande escala e tomada de decisões baseadas em informações
cientização do direito fundamental de acesso à informação; precisas e rápidas. No entanto, a implantação da IA no serviço pú-
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao blico também traz desafios éticos e sociais, particularmente no que
desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na admi- diz respeito à transparência e imparcialidade.
nistração pública;
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da ad- Transparência na IA Governamental
ministração pública federal, concentrando e consolidando a publi- A transparência é um princípio fundamental para garantir que a
cação de informações estatísticas relacionadas no art. 30; IA no serviço público seja compreendida e confiável. Os algoritmos
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório e modelos de IA devem ser transparentes, com explicações claras
anual com informações atinentes à implementação desta Lei. sobre como tomam decisões e processam informações. Isso é es-
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei sencial para que os cidadãos compreendam como suas informações
no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua pu- são usadas e como as decisões são tomadas em seu nome.
blicação. A transparência também implica a divulgação de dados e práti-
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezem- cas de coleta, para que o público possa avaliar a qualidade e a inte-
bro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação: gridade dos sistemas de IA. Os governos devem adotar políticas que
“Art. 116. ................................................................... garantam a abertura de algoritmos e modelos, bem como permitir
............................................................................................ auditorias independentes.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver Imparcialidade na IA Governamental
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori- A imparcialidade é outro aspecto crítico na implementação da
dade competente para apuração; IA no serviço público. Os sistemas de IA devem ser projetados para
.................................................................................” (NR) evitar discriminação e viés. Isso requer a identificação e a correção
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990, de preconceitos nos dados usados para treinar os algoritmos. Caso
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A: contrário, a IA pode perpetuar ou amplificar injustiças e desigual-
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci- dades existentes.
vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su- A imparcialidade também envolve a garantia de que os siste-
perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra mas de IA não favoreçam determinados grupos ou interesses. Isso
autoridade competente para apuração de informação concernente requer a supervisão rigorosa e a regulamentação adequada para
à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, garantir que a IA seja usada de maneira justa e equitativa.
ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun-
ção pública.” Desafios e Soluções
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, A implementação da transparência e imparcialidade na IA go-
em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas vernamental enfrenta desafios significativos. Um deles é a com-
nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao dis- plexidade dos algoritmos de IA, que muitas vezes são difíceis de
posto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III. entender completamente. No entanto, pesquisas contínuas em IA
Art. 46. Revogam-se: explicável estão buscando abordar esse desafio, tornando os siste-
I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e mas de IA mais transparentes e compreensíveis.
II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após
a data de sua publicação.
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Outro desafio é a falta de regulamentação adequada e de pa- (D) restauração


drões éticos estabelecidos. Os governos devem trabalhar em estrei- (E) responsabilização
ta colaboração com especialistas em ética de IA, pesquisadores e a
sociedade civil para desenvolver políticas e regulamentos que ga- 4. CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR
rantam a transparência e imparcialidade na IA governamental. Segundo o Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012, que regu-
A IA tem o potencial de transformar positivamente o serviço lamenta a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, a Lei de Aces-
público, tornando-o mais eficiente e responsivo às necessidades so à Informação, os órgãos e as entidades do Poder Executivo fede-
dos cidadãos. No entanto, é imperativo que os governos priorizem ral assegurarão às pessoas naturais e jurídicas o direito de acesso
a transparência e imparcialidade ao implementar essas tecnolo- à informação, proporcionado mediante procedimentos objetivos,
gias. A falta de transparência pode minar a confiança do público, ágeis e transparentes, em linguagem clara e de fácil compreensão,
enquanto a parcialidade pode perpetuar injustiças. Portanto, o de- observados os princípios da Administração Pública e as diretrizes
senvolvimento e a aplicação responsáveis da IA no âmbito do servi- previstas nessa Lei. Essa informação é obtida por transparência ati-
ço público são essenciais para garantir que a tecnologia beneficie a va e por transparência passiva.
sociedade como um todo, de forma justa e ética. São exemplos de transparência ativa e de transparência passi-
va, respectivamente, o(s)
(A) atendimento pelo telefone e o atendimento presencial
QUESTÕES
(B) formulário eletrônico e as redes sociais
(C) formulário físico e o pedido no protocolo
1. CESGRANRIO - 2019 - UNIRIO - Administrador (D) serviço de informações ao cidadão e os sítios na internet
K, cidadão no pleno exercício dos seus direitos políticos, reque- (E) sítios na internet e o serviço de informações ao cidadão
reu a um certo órgão público o reconhecimento de determinado
benefício a que, no seu entender, faria jus. Ao procurar informações 5. CESGRANRIO - 2019 - UNIRIO
no órgão competente, recebeu a noticia de que seu requerimento K, cidadão no pleno exercício dos seus direitos políticos, reque-
tinha grande probabilidade de ser deferido, embora o agente pú- reu a um certo órgão público o reconhecimento de determinado
blico que havia fornecido tal informação já tivesse ciência de que benefício a que, no seu entender, faria jus. Ao procurar informações
houvera o seu indeferimento. no órgão competente, recebeu a noticia de que seu requerimento
Nesse caso, consoante as normas do Decreto n° 1.171/1994, o tinha grande probabilidade de ser deferido, embora o agente pú-
tal agente público que prestou essa informação a K violou o direito à blico que havia fornecido tal informação já tivesse ciência de que
(A) capacidade houvera o seu indeferimento.
(B) existência Nesse caso, consoante as normas do Decreto no 1.171/1994, o
(C) verdade tal agente público que prestou essa informação a K violou o direito à
(D) fraternidade (A) capacidade
(E) ambiência (B) existência
(C) verdade
2. CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR (D) fraternidade
Um cidadão resolve atualizar os seus cadastros em inúmeras (E) ambiência
plataformas, mediante a modificação de suas senhas, consideradas
fracas pelo sistema. 6. Quais são alguns dos valores éticos mencionados no texto
Nos termos da Lei nº 14.129/2021, fica estabelecido como nú- que devem guiar a atuação dos servidores públicos?
mero suficiente para identificação do cidadão nos bancos de dados (A) Ambição e concorrência.
de serviços públicos o número de inscrição no (B) Integridade, respeito, responsabilidade e accountability.
(A) Documento Nacional de Identificação (C) Secretismo e partidarismo.
(B) Cadastro de Pessoas Físicas (D) Lucro e eficiência.
(C) Documento de Identificação do Trabalhador
(D) Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público 7. Qual é um dos deveres dos servidores públicos mencionados
(E) Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica no texto que está relacionado à sua atuação política?
(A) Atuar com zelo e probidade.
3. CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR (B) Garantir a estabilidade no emprego.
Um cidadão requer acesso a documentos e informações guar- (C) Engajar-se em atividades político-partidárias.
dados por determinado órgão público e recebe, como resposta, que (D) Abster-se de dedicar-se integralmente ao serviço.
uma parte está protegida pelo sigilo, e a outra foi objeto de extravio.
Nos termos da Lei nº 12.527/2011, informado do extravio da 8. Quais são alguns dos desafios mencionados no texto relacio-
informação solicitada, poderá esse cidadão, para apurar o desa- nados à implementação da Inteligência Artificial no serviço público?
parecimento da respectiva documentação, requerer à autoridade (A) A falta de regulamentação e a ausência de algoritmos de IA.
competente a imediata abertura de (B) A complexidade dos algoritmos de IA e a falta de especialis-
(A) investigação tas em ética de IA.
(B) verificação (C) A falta de financiamento e a falta de apoio público à IA go-
(C) sindicância vernamental.
(D) A falta de interesse dos cidadãos na transparência e impar-
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a solução para o seu concurso!
ÉTICA E INTEGRIDADE

cialidade da IA no governo. ___________________________________________


___________________________________________
9.Qual é o objetivo principal do Governo Eletrônico, conforme
discutido no texto? ___________________________________________
(A) Facilitar o acesso dos servidores públicos aos documentos ___________________________________________
governamentais. ___________________________________________
(B) Tornar a administração pública mais burocrática.
(C) Melhorar a eficiência, transparência e acessibilidade dos ___________________________________________
serviços governamentais. ___________________________________________
(D) Restringir o acesso dos cidadãos à informação governamen- ___________________________________________
tal.
___________________________________________
10. Texto: “A integridade pública é essencial para a credibilida- ___________________________________________
de e a eficiência do governo. Ela promove a confiança dos cidadãos ___________________________________________
nas instituições públicas, fortalece a democracia e garante o uso ___________________________________________
adequado dos recursos públicos.”
De acordo com o texto, qual é a importância da integridade
___________________________________________
pública? ___________________________________________
(A) A integridade pública é importante apenas para garantir a ___________________________________________
eficiência do governo.
___________________________________________
(B) A integridade pública é essencial para a credibilidade do go-
verno, a confiança dos cidadãos e o uso adequado dos recursos ___________________________________________
públicos. ___________________________________________
(C) A integridade pública não tem relevância para a democra- ___________________________________________
cia.
(D) A integridade pública só afeta o setor privado, não o go- ___________________________________________
verno. ___________________________________________
___________________________________________
GABARITO ___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
1 C
___________________________________________
2 B
___________________________________________
3 C ___________________________________________
4 E ___________________________________________
5 C ___________________________________________
6 B ___________________________________________
7 C ___________________________________________
8 B ___________________________________________
9 C ___________________________________________
10 B
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
ANOTAÇÕES ___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
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DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE

Além disso, políticas públicas inclusivas são fundamentais para


DIVERSIDADE DE SEXO, GÊNERO E SEXUALIDADE; DIVERSI- garantir os direitos e a proteção de todas as pessoas, independente-
DADE ÉTNICO-RACIAL; DIVERSIDADE CULTURAL mente de sua identidade de gênero ou orientação sexual. Isso inclui
legislações contra discriminação, acesso a cuidados de saúde ade-
quados e representação igualitária em todos os aspectos da vida
A diversidade de sexo, gênero e sexualidade é um tema de cres- social, econômica e política.
cente reconhecimento e importância na sociedade contemporânea. A representação na mídia e na cultura popular também tem
Este tema abrange uma vasta gama de identidades e expressões um papel importante na normalização e celebração da diversidade.
que transcendem as tradicionais concepções binárias de masculino Quando filmes, programas de TV, livros e outras formas de mídia
e feminino, desafiando as normas e expectativas sociais estabeleci- retratam uma variedade de identidades de gênero e orientações
das. A compreensão e aceitação dessa diversidade é fundamental sexuais de maneira positiva e autêntica, eles ajudam a criar uma
para a promoção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa. cultura mais inclusiva e compreensiva.
Sexo, geralmente atribuído ao nascimento, refere-se a caracte- Por fim, é vital criar espaços seguros e de suporte para pessoas
rísticas biológicas e fisiológicas que definem humanos como mascu- de todas as identidades de gênero e orientações sexuais. Isso pode
linos, femininos ou intersexuais. Pessoas intersexuais nascem com incluir grupos de apoio, serviços de aconselhamento e eventos co-
características sexuais (como cromossomos, genitália e padrões munitários que celebram a diversidade. A promoção do diálogo
hormonais) que não se encaixam nas noções típicas de corpos mas- aberto e respeitoso, a educação continuada e a defesa dos direitos
culinos ou femininos. A diversidade no espectro do sexo biológico é são essenciais para avançar na compreensão e aceitação da diversi-
mais complexa do que a simples dicotomia. dade de sexo, gênero e sexualidade.
Gênero, por outro lado, é um constructo social e cultural re- A diversidade de sexo, gênero e sexualidade é um aspecto in-
lativo às características, comportamentos, atividades e papéis que trínseco da condição humana. Reconhecer, respeitar e celebrar essa
uma sociedade considera apropriados para homens e mulheres. A diversidade é essencial para a construção de uma sociedade mais
identidade de gênero é o senso pessoal de alguém sobre a própria justa, igualitária e empática, onde cada pessoa é valorizada e res-
identidade de gênero, que pode ou não corresponder ao sexo atri- peitada por sua singularidade.
buído ao nascimento. Além dos gêneros masculino e feminino, exis-
tem identidades de gênero não binárias, como agênero, bigênero, Diversidade étnico-racial
gênero-fluido, entre outras, que refletem a complexidade e variabi- A Constituição Federal determina:
lidade da experiência humana em relação ao gênero. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede-
A sexualidade, que engloba a orientação sexual e as práticas rativa do Brasil:
sexuais, também faz parte dessa diversidade. A orientação sexual I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
refere-se à atração afetiva, emocional ou sexual por indivíduos do II - garantir o desenvolvimento nacional;
mesmo sexo, de sexo oposto, de ambos os sexos, ou mais, incluindo III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-
atrações que não se baseiam no gênero. Portanto, abrange iden- gualdades sociais e regionais;
tidades como heterossexual, homossexual, bissexual, pansexual, IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
assexual, entre outras. raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Reconhecer e respeitar a diversidade de sexo, gênero e sexu-
alidade é crucial para o bem-estar e a dignidade de todos os indi-
víduos. A falta de reconhecimento e aceitação pode levar a discri-
minação, estigmatização e violência. É essencial que as sociedades
promovam a inclusão e a igualdade, proporcionando ambientes
seguros e acolhedores onde todas as pessoas possam expressar li-
vremente suas identidades e viver suas vidas sem medo de precon-
ceito ou marginalização.
A educação desempenha um papel crucial neste processo. En-
sinar sobre a diversidade de sexo, gênero e sexualidade nas escolas
pode ajudar a desmantelar estereótipos e preconceitos desde cedo.
A inclusão de tópicos sobre identidade de gênero e orientação sexu-
al em currículos educacionais promove a compreensão e o respeito
pelas diferenças, além de fornecer apoio essencial a jovens que es-
tão explorando ou questionando suas próprias identidades.

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DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE

O racismo pode ser dividido em diversas espécies, entre elas:

RACISMO INSTITUCIONAL RACISMO ESTRUTURAL RACISMO RELIGIOSO RACISMO AMBIENTAL


Ocorre no funcionamento das ins- Práticas corriqueiras nos Ofensa à religiões e cren- Exclusão dos lugares de
tituições e organizações. Provoca desi- costumes, e que provoca pre- ças. Inclui perseguição e into- tomada de decisão. Aniquila-
gualdade na distribuição de serviços, conceito. É comum em piadas lerância. ção do seu espaço, deslegiti-
benefícios e oportunidades. ofensivas. mação da fala e desqualifica-
ção dos membros.

O Racismo Sexual é definido como preconceito em relações sexuais. Surgiu em razão de um aplicativo de relacionamento amoroso, no
qual havia a opção de selecionar a etnia desejada.
A lei 7.716/89 define os crimes resultantes de preconceito de raça e cor:

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou proce-
dência nacional.

O STF incluiu a homofobia nesta lei:


1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados de criminalização definidos nos
incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aver-
são odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido este em sua
dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de incriminação definidos na
Lei nº 7.716, de 08.01.1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo
torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”);

2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o exercício da liberdade religiosa, qualquer
que seja a denominação confessional professada, a cujos fiéis e ministros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e
líderes ou celebrantes das religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito de pregar e de divulgar, livremente, pela palavra,
pela imagem ou por qualquer outro meio, o seu pensamento e de externar suas convicções de acordo com o que se contiver em seus livros
e códigos sagrados, bem assim o de ensinar segundo sua orientação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar e conquistar prosélitos
e praticar os atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou privado, de sua atuação individual ou coletiva,
desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio, assim entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a
hostilidade ou a violência contra pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero;

3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além de aspectos estritamente biológicos ou feno-
típicos, pois resulta, enquanto manifestação de poder, de uma construção de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justificar
a desigualdade e destinada ao controle ideológico, à dominação política, à subjugação social e à negação da alteridade, da dignidade e
da humanidade daqueles que, por integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao estamento que detém posição de
hegemonia em uma dada estrutura social, são considerados estranhos e diferentes, degradados à condição de marginais do ordenamento
jurídico, expostos, em consequência de odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva situação de exclusão do
sistema geral de proteção do direito.
STF. Plenário. ADO 26/DF, Rel. Min. Celso de Mello; MI 4733/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 13/6/2019 (Info 944).

Apesar da ampla diversidade étnico-racial, o Brasil é um dos países mais preconceituosos do mundo. É raro ver um negro no poder,
em razão da discriminação feita desde pequeno até o momento que vai para o mercado de trabalho.
As causas do racismo estão relacionadas à escravidão de povos de origem africana, e, também à tardia abolição da escravidão.
Além disso, a abolição da escravidão causou enorme marginalização, pois não assegurou um futuro aos libertados. Ou seja, houve
grande irresponsabilidade na organização da abolição, que não se preocupou com a inclusão dos ex-escravos na sociedade.
Para tentar corrigir a desigualdade histórica, o STF julgou constitucional o sistema de cotas, inclusive em concursos públicos:
Ementa: Direito Constitucional. Ação Direta de Constitucionalidade. Reserva de vagas para negros em concursos públicos. Consti-
tucionalidade da Lei n° 12.990/2014. Procedência do pedido.

1. É constitucional a Lei n° 12.990/2014, que reserva a pessoas negras 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provi-
mento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal direta e indireta, por três fundamentos.
1.1. Em primeiro lugar, a desequiparação promovida pela política de ação afirmativa em questão está em consonância com o princípio
da isonomia. Ela se funda na necessidade de superar o racismo estrutural e institucional ainda existente na sociedade brasileira, e garantir
a igualdade material entre os cidadãos, por meio da distribuição mais equitativa de bens sociais e da promoção do reconhecimento da
população afrodescendente.

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a solução para o seu concurso!
DIVERSIDADE E INCLUSÃO
MATÉRIA NA SOCIEDADE

1.2. Em segundo lugar, não há violação aos princípios do con- Diversidade cultural
curso público e da eficiência. A reserva de vagas para negros não A diversidade cultural refere-se à variedade de culturas exis-
os isenta da aprovação no concurso público. Como qualquer outro tentes no mundo e à forma como essas culturas se manifestam nas
candidato, o beneficiário da política deve alcançar a nota necessá- práticas, expressões, conhecimentos e habilidades das comunida-
ria para que seja considerado apto a exercer, de forma adequada e des, grupos e indivíduos. Esta diversidade é um patrimônio valioso
eficiente, o cargo em questão. Além disso, a incorporação do fator da humanidade, enriquecendo nossas vidas de várias maneiras e
“raça” como critério de seleção, ao invés de afetar o princípio da contribuindo para um maior entendimento global. Em um mundo
eficiência, contribui para sua realização em maior extensão, criando cada vez mais globalizado, onde as interações entre diferentes
uma “burocracia representativa”, capaz de garantir que os pontos culturas se tornam mais frequentes, entender e respeitar a di-
de vista e interesses de toda a população sejam considerados na versidade cultural é essencial para a convivência harmoniosa e o
tomada de decisões estatais. desenvolvimento sustentável das sociedades.
1.3. Em terceiro lugar, a medida observa o princípio da propor- A diversidade cultural abrange uma ampla gama de aspectos,
cionalidade em sua tríplice dimensão. A existência de uma política incluindo, mas não se limitando a, línguas, tradições, crenças,
de cotas para o acesso de negros à educação superior não torna a artes, histórias, formas de organização social, sistemas de valores
reserva de vagas nos quadros da administração pública desnecessá- e estilos de vida. Ela é influenciada por uma variedade de fatores,
ria ou desproporcional em sentido estrito. Isso porque: como história, geografia, religião, e interações sociais e políti-
(I) nem todos os cargos e empregos públicos exigem curso su- cas. Cada cultura oferece uma perspectiva única sobre o mundo,
perior; influenciando a maneira como seus membros veem a si mesmos,
(II) ainda quando haja essa exigência, os beneficiários da ação aos outros e ao ambiente ao seu redor.
afirmativa no serviço público podem não ter sido beneficiários das A promoção da diversidade cultural implica no reconhecimen-
cotas nas universidades públicas; e to e na valorização das diferenças culturais, bem como no incenti-
(III) mesmo que o concorrente tenha ingressado em curso de vo ao diálogo e ao intercâmbio entre culturas. Este respeito mútuo
ensino superior por meio de cotas, há outros fatores que impedem é fundamental para prevenir conflitos e para fortalecer a coesão
os negros de competir em pé de igualdade nos concursos públi- social. Além disso, a diversidade cultural é um motor essencial
cos, justificando a política de ação afirmativa instituída pela Lei n° para a inovação e a criatividade, contribuindo para o desenvolvi-
12.990/2014. mento social e econômico.
2. Ademais, a fim de garantir a efetividade da política em ques- A educação desempenha um papel crucial na promoção da
tão, também é constitucional a instituição de mecanismos para diversidade cultural. Educar as pessoas, especialmente os jovens,
evitar fraudes pelos candidatos. É legítima a utilização, além da au- sobre a riqueza e a importância das diferentes culturas ajuda a
todeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação (e.g., construir uma base de respeito e apreciação pela diversidade. A
a exigência de autodeclaração presencial perante a comissão do educação multicultural pode ajudar a desmantelar preconceitos
concurso), desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e e estereótipos, promovendo a empatia e o entendimento entre
garantidos o contraditório e a ampla defesa. pessoas de diferentes origens culturais.
3. Por fim, a administração pública deve atentar para os seguin- Além da educação, a proteção e promoção das expressões
tes parâmetros: culturais, através de políticas públicas e legislação, são fundamen-
(I) os percentuais de reserva de vaga devem valer para todas as tais. Isso inclui o apoio a linguagens minoritárias, a preservação de
fases dos concursos; sítios históricos, a promoção de festivais culturais e a proteção dos
(II) a reserva deve ser aplicada em todas as vagas oferecidas no direitos de autores e criadores de diferentes contextos culturais.
concurso público (não apenas no edital de abertura); Tais medidas não apenas ajudam a manter a diversidade cultural,
(III) os concursos não podem fracionar as vagas de acordo com mas também incentivam a contribuição de todos para o patrimô-
a especialização exigida para burlar a política de ação afirmativa, nio cultural comum da humanidade.
que só se aplica em concursos com mais de duas vagas; e A diversidade cultural também é reforçada pela mídia e tec-
(IV) a ordem classificatória obtida a partir da aplicação dos cri- nologias digitais, que têm um papel importante na disseminação e
térios de alternância e proporcionalidade na nomeação dos candi- no intercâmbio de expressões culturais. A internet, em particular,
datos aprovados deve produzir efeitos durante toda a carreira fun- oferece oportunidades sem precedentes para o acesso e a partilha
cional do beneficiário da reserva de vagas. de informação cultural, embora também apresente desafios rela-
4. Procedência do pedido, para fins de declarar a integral cionados à homogeneização cultural e à preservação das identida-
constitucionalidade da Lei n° 12.990/2014. Tese de julgamento: “É des culturais locais.
constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos No âmbito internacional, organizações como a UNESCO traba-
públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos lham para promover a diversidade cultural e o diálogo intercultural
no âmbito da administração pública direta e indireta. É legítima a através de convenções e programas. Estes esforços reconhecem
utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de he- que a diversidade cultural é uma parte essencial do desenvolvi-
teroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa hu- mento humano e uma necessidade para alcançar a paz e a susten-
mana e garantidos o contraditório e a ampla defesa”. tabilidade global.
(ADC 41, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, A diversidade cultural é uma riqueza imensurável que con-
julgado em 08/06/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-180 DIVULG tribui para a expansão do conhecimento, da compreensão e da
16-08-2017 PUBLIC 17-08-2017) tolerância no mundo. É através do reconhecimento, da valorização
e do respeito às diferentes culturas que podemos construir socie-
dades mais inclusivas e justas, onde a diversidade é vista não como
uma barreira, mas como uma fonte de força e beleza.
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a solução para o seu concurso!
DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE

os sem-terra, os imigrantes e os refugiados, dentre outros grupos


DESAFIOS SOCIOPOLÍTICOS DA INCLUSÃO DE GRUPOS aos quais chamamos de minorias e que são vítimas de injustiças e
VULNERABILIZADOS: CRIANÇAS E ADOLESCENTES; IDO- violações históricas de Direitos Humanos.
SOS; LGBTQIA+; PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS; PESSOAS
EM SITUAÇÃO DE RUA, POVOS INDÍGENAS, COMUNIDA- Direitos da mulher
DES QUILOMBOLAS E DEMAIS MINORIAS SOCIAIS A garantia desta igualdade sem uma proteção específica é
insuficiente, pois muitas mulheres ainda se encontram numa
posição subjugada da sociedade e, em casos extremos, vítimas
Apenas após a redemocratização do Brasil é que a participação do domínio masculino. Assim, as mulheres formam uma categoria
em organismos de proteção a direitos humanos se tornou efetiva. A vulnerável que merece proteção especial para que seja possível
CF/88 aflorou o processo de inclusão brasileiro na defesa e promo- garantir a igualdade material entre os sexos. A razão desta
ção dos direitos humanos. vulnerabilidade reside no fato de que as conquistas femininas de
Conhecida como Constituição Cidadã se preocupou com diver- independência pessoal e financeira são relativamente recentes na
sos grupos: história da humanidade.
Internacionalmente, esta fragilidade feminina é reconhecida,
notadamente, na Declaração da ONU sobre a Eliminação da
Art. 227. É dever da família, da Discriminação contra as Mulheres, de 7 de novembro de 1967;
sociedade e do Estado assegurar à na Convenção da ONU sobre a Eliminação de Todas as Formas de
criança, ao adolescente e ao jovem, Discriminação contra a Mulher, de 18 de dezembro de 1979; e
com absoluta prioridade, o direito à na Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
vida, à saúde, à alimentação, à edu- Violência contra a Mulher, de 9 de junho de 1994. Estes documentos
CRIANÇA E cação, ao lazer, à profissionalização, foram estudados anteriormente neste material.
ADOLESCENTE à cultura, à dignidade, ao respeito, Regionalmente, uma grande vitória das mulheres na busca
à liberdade e à convivência familiar de proteção foi a decisão da Comissão Interamericana de Direitos
e comunitária, além de colocá-los a Humanos que reconheceu a violação do direito feminino de
salvo de toda forma de negligência, proteção contra a violência doméstica e familiar, diante dos fatos
discriminação, exploração, violência, que cercaram o caso de Maria da Penha (a decisão é estudada
crueldade e opressão. no tópico 5.4.6.1.7.10). A decisão no âmbito regional gerou a
Art. 5º Todos são iguais perante aprovação, no plano nacional, da Lei nº 11.340, de 07 de agosto
a lei, sem distinção de qualquer na- de 2006, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e
tureza, garantindo-se aos brasileiros familiar contra a mulher.
e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à Direitos da criança e do adolescente
MULHERES
liberdade, à igualdade, à segurança e As crianças podem ser consideradas outro grupo vulnerável
à propriedade, nos termos seguintes: protegido no âmbito dos direitos humanos, tendo em vista a
I - homens e mulheres são iguais promoção da igualdade material.
em direitos e obrigações, nos termos Embora não exista um instrumento que aborde especificamente
desta Constituição; os direitos das crianças no Sistema Interamericano, normas
Art. 7º (...) genéricas do sistema permitem a proteção neste âmbito. Aliás,
XXXI - proibição de qualquer o artigo 16 do PCADH reforça as posturas ativas necessárias por
PESSOA COM parte do Estado, dos pais e da sociedade com os fins de garantir os
discriminação no tocante a salário e
DEFICIÊNCIA direitos da criança.
critérios de admissão do trabalhador
portador de deficiência; Contudo, há instrumentos internacionais específicos voltados à
proteção dos direitos da criança no âmbito das Nações Unidas, quais
Art. 4º A República Federativa do sejam a Declaração dos Direitos da Criança de 20 de novembro de
Brasil rege-se nas suas relações inter- 1959, e a Convenção sobre os Direitos da Criança 20 de novembro
nacionais pelos seguintes princípios: de 1989, confirmada no Brasil pelo Decreto Legislativo nº 28, de 14
VIII - repúdio ao terrorismo e ao de setembro de 1990.
racismo; No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe
RACISMO
importantes preceitos quanto à proteção da infância, devendo
Art. 5º (...)XLII - a prática do ra- garantir à criança a proteção de uma infância feliz e saudável, e
cismo constitui crime inafiançável e o seu crescimento num seio familiar amparado pelo afeto e um
imprescritível, sujeito à pena de re- ambiente seguro, garantindo também o Direito à educação, gratuita
clusão, nos termos da lei; e obrigatória e a prioridade de atendimento e socorro em caso de
necessidade.
Podem constituir grupos vulneráveis ou minorias as mulheres,
os negros e afrodescendentes, as crianças e adolescentes, os Direitos dos idosos
idosos, as pessoas com deficiência, as pessoas em situação de rua, O envelhecimento é um direito personalíssimo diretamente
os povos indígenas, os LGBTQIA+, os quilombolas, os sem-teto, relacionado ao direito à vida e a sua proteção é um direito social,
nos termos da Lei. É obrigação do Estado, da sociedade e da família
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DIVERSIDADE E INCLUSÃO
MATÉRIA NA SOCIEDADE

garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante a Internacionalmente, três documentos merecem destaque,
garantia de condições mínimas e a efetivação de políticas sociais quais sejam: Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos
públicas que permitam um envelhecimento saudável em atenção à das Pessoas com Deficiência, de 9 de dezembro de 1975,
sua dignidade, bem como liberdade, respeito, como pessoa huma- complementada pela Convenção Internacional sobre os Direitos das
na e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais. Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em
No âmbito da ONU, ainda não há Convenção específica de pro- Nova York, em 30 de março de 2007, e promulgados pelo Decreto
teção, mas apenas normativas principiológicas não diretamente nº 6.949 de 25 de agosto de 2009; e a Convenção Interamericana
coativas, que podem ser combinadas com normas genéricas como para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as
as dos Pactos Internacionais de 1966. Neste sentido, de forma mais Pessoas Portadoras de Deficiência, assinada na Guatemala, em 28
relevante, em 1991 sobrevieram os Princípios Das Nações Unidas de maio de 1999, promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956 de 8
para as Pessoas Idosas; e em 2002, na II Conferência Internacional de outubro de 2001.
de Madri sobre o Envelhecimento, surgiram a Declaração Política No âmbito das Nações Unidas, a Convenção Internacional sobre
e o Plano de Ação Internacional de Madri sobre Envelhecimento os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo
(MIPAA), estes de ordem um pouco mais pragmática. desponta como o mais relevante tratado internacional na matéria
Em janeiro de 2010, o Comitê Consultivo do Conselho de em estudo que foi ratificado pelo Brasil com status de Emenda
Direitos Humanos das Nações Unidas publicou estudo apontando Constitucional. como é o caso da Convenção sobre os Direitos da
a necessidade de uma convenção internacional específica, o que Pessoa com Deficiência. Essa convenção aproxima-se da realidade
indica que futuramente é possível que tal documento seja elaborado que se almeja alcançar.
e ratificado pelos países-membros da ONU.
Em relação à normativa brasileira, destaca-se o Estatuto do Proteção da diversidade sexual (LGBTQIA+)
Idoso (Lei nº 10.741/2003), que entrou em vigor no dia 1º de janeiro A Organização das Nações Unidas, no âmbito de seu Conselho
de 2004, em consonância com a já manifestada preocupação de Direitos Humanos, tem elaborado resoluções voltadas a este
brasileira em conferir proteção específica aos direitos dos idosos. grupo vulnerável, a exemplo dos Princípios de Yogyakarta, que são
Não se pode perder de vista, ainda, o texto constitucional, que princípios voltados à aplicação da legislação de direitos humanos
no título VII (Ordem Social) traz no capítulo VII a proteção da Família, em todo o planeta em relação à diversidade sexual e à identidade
da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso, sem prejuízo da de gênero, delimitando a igualitária aplicação dos direitos humanos
menção ao direito à assistência social feita anteriormente no artigo consagrados a pessoas que se encaixem em grupos com sexualidade
203, V. diferenciada. Outro documento a respeito que assume relevância é
a Declaração condenando violações dos direitos humanos com base
Direitos da pessoa com deficiência na orientação sexual e na identidade de gênero, de 18 de dezembro
A proteção à pessoa com deficiência é uma discussão de de 2008. O Brasil estava presente quando tal Declaração foi aceita
grande relevância na atualidade, à luz dos Direitos Humanos. A pela Assembleia Geral da ONU e votou a favor, tratando-se assim de
preocupação com a proteção das pessoas com deficiência e a eficácia documento corroborado pelo país no âmbito internacional.
desse caráter protetivo no plano nacional e internacional tornou-se Pode-se dizer que a maior conquista no âmbito interamericano
constante. No Brasil e no mundo, a eficácia e a aplicabilidade da é a recente Convenção Interamericana contra Toda Forma de
proteção às pessoas com deficiência dependem, principalmente, da Discriminação e Intolerância, de 5 de junho de 2013 (ainda não
efetividade da inclusão social, dever não só do Estado, mas também incorporada ao ordenamento interno brasileiro, mas já assinada
de toda a sociedade. É na integração entre Estados, que vemos pelo Brasil), que pode ser considerado o primeiro documento
surgir medidas mais eficazes de combate às desigualdades. internacional juridicamente vinculante a expressamente condenar
Há quatro fases históricas no desenvolvimento dos direitos a discriminação baseada em orientação sexual, identidade e
humanos da pessoa com deficiência: expressão de gênero.
a) Fase da intolerância: a deficiência simbolizava impureza,
pecado ou castigo divino; Proteção da população em situação de rua e sem teto
b) Fase da invisibilidade: ignorava-se a existência das pessoas Situação extremamente delicada é a da chamada população
com deficiência e de seus direitos; em situação de rua. Trata-se de grupo populacional que possui
c) Fase assistencialista: pautada na perspectiva médica e em comum a pobreza extrema, assim como os vínculos familiares
biológica de que era preciso encontrar uma cura para a deficiência, interrompidos ou fragilizados. Seja por conta da constante – e grave
que era exclusivamente vista como enfermidade; – crise econômica dos tempos atuais, e/ou do déficit de moradia, e/
d) Fase humanista: orientada pelo paradigma dos direitos ou tendo em vista conflitos pessoais (como questões familiares ou
humanos, na qual emergiram os direitos à inclusão social, com vícios em drogas), não se pode fechar os olhos para um problema
ênfase na relação da pessoa com deficiência e do meio em que ela cada vez maior, notadamente nos grandes e médios centros
se insere, além da necessidade de eliminar obstáculos e barreiras urbanos.
(culturais, físicos ou sociais) que possam ser superados. Em termos normativos internacionais, é fraca a proteção da
população em situação de rua, destacando-se relatório sobre uma
Destaca-se a inovação promovida pela Convenção da habitação adequada como elemento integrante do direito a um
ONU, que reconhece a deficiência como resultado da interação nível de vida adequado e sobre o direito de não discriminação a
entre indivíduos e seu meio ambiente, não residindo apenas este respeito, preparado em cumprimento à Res. nº 25/17 do
intrinsecamente no indivíduo. aludido Relatório propõe, inclusive, um enfoque tridimensional:

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DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE

A 1ª dimensão se refere à ausência de moradia – a ausência 2. Os Estados estabeleceram mecanismos eficazes para a
tanto do aspecto material de uma habitação minimamente prevenção e o ressarcimento de:
adequada quanto do aspecto social de um lugar seguro, para a) Todo ato que tenha por objeto ou consequência privar
estabelecer uma família ou relações sociais, e participar da vida em aos povos e as pessoas indígenas de sua integridade como povos
comunidade. distintos ou de seus valores culturais ou sua identidade étnica;
A 2ª dimensão considera a situação de rua como uma forma b) Todo ato que tenha por objeto ou consequência alhear-lhes
de discriminação sistêmica e de exclusão social, e reconhece que a suas terras, territórios ou recursos;
privação de um lar dá lugar a uma identidade social através da qual c) Toda forma de mudança forçada de local de povoado que
as pessoas em situação de rua formam um grupo social sujeito à tenha por objeto ou consequência a violação ou o menosprezo de
discriminação e estigmatização. qualquer de seus direitos;
A 3ª dimensão reconhece as pessoas em situação de rua como d) Toda forma de assimilação ou integração forçadas;
titulares de direitos que são resilientes na luta pela sobrevivência e e) Toda forma de propaganda que tenha como fim promover ou
dignidade. Com uma compreensão única dos sistemas que negam incitar à discriminação racial ou étnica dirigida contra eles.
seus direitos, deve-se reconhecer as pessoas em situação de rua
como agentes centrais da transformação social necessária para a O sentido do artigo 8º é aprofundado nos artigos 10, 11, 12,
realização do direito a uma moradia adequada. 13, 14, 15, 16, 24, 25, 26, 31, 32, 33, 34, 35, que conferem direitos
Internamente, o Decreto nº 7.053 de 23 de dezembro de 2009, específicos culturais, religiosos, medicinais, territoriais, de ensino,
institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e de autoadministração e outros aos indígenas. No mais, enquanto
seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, no artigo 8º garante-se a cultura, no artigo 9º garante-se o direito
dentre outras providências. de pertencer a uma comunidade. Nos termos dos artigos 18,
19, 23 e 27, assegura-se a representação política, notadamente
Proteção da população sem-terra participando de decisões que envolvam a comunidade indígena.
O Brasil é um dos países com maior concentração de terras do Portanto, o desenvolvimento social também é um direito,
mundo, onde se encontram os maiores latifúndios. A concentração que deve ser garantido sem discriminações, permitindo o
de terras deriva da exploração portuguesa no Brasil, com a melhoramento das condições econômicas e sociais, em áreas
escravidão e a monocultura voltada à exportação. Esse perfil de como educação, emprego, capacitação e adaptações profissionais,
ocupação de nossas terras gerou profundas raízes de desigualdade moradia, saneamento, saúde e seguridade social (artigo 21, DDPI).
social sentidas até hoje. Necessidades especiais de seus grupos vulneráveis, como idosos,
A proteção à população sem terra tem suas bases nos valores mulheres e crianças também devem ser respeitadas (artigo 22,
da solidariedade e do humanismo ante ao legado histórico da classe DDPI).
trabalhadora. A respeito da retirada de povos indígenas de suas terras
Nacionalmente o Brasil dispõe do Estatuto da Terra, que regula originais, embora seja colocada como exceção, pode ocorrer, caso
os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis rurais, para em que o povo local deve ser ouvido e em que é preciso garantir
os fins de execução da Reforma Agrária e promoção da Política a justa indenização (justa, imparcial e equitativa), que poderá
Agrícola. O uso da terra decorre do direito de propriedade e da ser paga em terras, territórios e recursos de igual qualidade aos
necessidade de esta atender à sua função social. Busca-se pela tomados (artigo 28, DDPI).
reforma agrária para que as terras do Estado não permaneçam As comunidades indígenas não devem ficar isoladas e alheias
improdutivas em grandes latifúndios, enquanto pequenos aos acontecimentos fora de seu âmbito, mesmo os que envolvam
produtores se vêm privados de sua subsistência. decisões estatais. Neste sentido, o artigo 36 volta-se ao direito
de manter e desenvolver contatos, relações e cooperação e suas
Proteção da população indígena atividades; o artigo 37 reforça questões sobre a possibilidade de
O direito de autodeterminação ou livre determinação dos celebrar tratados, acordos e pactos; o artigo 39 traz o direito à
povos indígenas está embasado nos postulados da igualdade, da assistência financeira e técnica; o artigo 40 trata dos procedimentos
liberdade e da fraternidade, e encontra embasamento no Direito para solucionar controvérsias que surjam etc. Reforça-se nos
Internacional, em especial no sistema internacional de proteção demais dispositivos a necessidade de adotar medidas para garantir
aos direitos humanos a garantir o desenvolvimento humano global. todos estes direitos.
A Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Nacionalmente, Constituição de 1988 pode ser considerada
Indígenas foi aprovada pela Assembleia da ONU em 07 de setembro um marco na conquista e garantia de direitos pelos indígenas no
de 2007. Brasil, por garantir o respeito e a proteção à cultura das populações
No artigo 1º é trazida a fórmula genérica que garante aos originárias, direitos esses expressos em capítulo específico do
indígenas, como povos ou pessoas, o desfrute pleno dos direitos Título Da Ordem Social, com preceitos que asseguram o respeito
humanos e liberdades fundamentais. O ideário da igualdade de à organização social, aos costumes, às línguas, crenças e tradições,
direitos e liberdades é reforçado pelo artigo 2º e pelos artigos 3º e além de estabelecer como obrigação da União, a proteção e a
4º (estes focados no direito à autodeterminação). Em seguimento, demarcação das terras indígenas.
garantem-se os direitos políticos no artigo 5º e o direito à
nacionalidade no artigo 6º. Outros direitos humanos são reforçados Proteção dos negros e quilombolas
no artigo 7º. Muito embora a sociedade brasileira seja pluralista e altamente
O artigo 8º tem o seguinte teor: miscigenada, ainda são comuns os casos de preconceito racial e
1. Os povos e as pessoas indígenas têm direito a não sofrer a étnico, o que coloca pessoas como negros, índios, quilombolas e
assimilação forçada ou a destruição de sua cultura.
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a solução para o seu concurso!
DIVERSIDADE E INCLUSÃO
MATÉRIA NA SOCIEDADE

membros de grupos étnicos minoritários em geral na situação de O refúgio e a migração não trazem em si o terrorismo e
vulnerabilidade que assegura uma especial proteção sob o viés da necessariamente o agravamento dos problemas sociais. Tal
igualdade material. perspectiva seria totalmente contrária aos preceitos de cidadania e
Há diversos documentos internacionais específicos voltados acolhimento para com outros povos.
à proteção deste grupo vulnerável, destacando-se: Declaração Em 1948, a Declaração dos Direitos Humanos da ONU
das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de reconheceu como direito humano a possibilidade de as pessoas
Discriminação Racial, de 20 de novembro de 1963; Convenção fugirem de situações de guerra e fome e migrarem para outros
Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de países. Internacionalmente, o Alto Comissariado das Nações Unidas
Discriminação Racial, de 21 de dezembro de 1965 (Decreto nº para os Refugiados – ACNUR é um órgão das Nações Unidas criado
65.810 de 8 de dezembro de 1969); e, recentemente, a Convenção pela Resolução nº 428 da Assembleia da ONU em 14 de dezembro
Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas de 1950 para dar apoio e proteção a refugiados de todo o mundo.
Correlatas de Intolerância, de 5 de junho de 2013 (ainda não Ainda internacionalmente a Convenção das Nações Unidas sobre o
incorporada ao ordenamento interno brasileiro, mas já assinadas Estatuto dos Refugiados ou Convenção de Genebra de 1951 e seu
pelo Brasil). Protocolo relativo ao Estatuto dos Refugiados de 1967 constituem
O racismo é a manifestação de um preconceito racial os principais instrumentos internacionais estabelecidos para a
em determinadas situações e constitui crime inafiançável e proteção dos refugiados e asseguram, que qualquer pessoa, em
imprescritível, previsto na Lei 7.716/1989. Diferencia-se do crime de caso de necessidade, possa exercer o direito de procurar e de
injúria racial, previsto no art. 140, § 3º do Código Penal brasileiro. gozar de refúgio em outro país, sendo altamente reconhecidos
internacionalmente.
Os povos quilombolas O Brasil é reconhecido internacionalmente como um país
Os quilombolas são pessoas das comunidades formadas por tolerante e aberto aos imigrantes e refugiados. O Brasil assinou
descendentes de africanos que fugiram da escravidão durante a Convenção de Genebra em 1952, relativa ao Estatuto dos
o período colonial – os quilombos, onde ao longo dos anos Refugiados, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 11, de 1960
conseguiram preservar algumas de suas tradições e costumes. e promulgada pelo Decreto nº 50.215/1961 e o Protocolo de
A população quilombola no Brasil é de 1,32 milhão de pessoas, Nova York de 1967, recepcionado pelo Decreto nº 70.946/1972 e
ou 0,65% do total de habitantes do país e assim como os indígenas, retificado pelos Decretos 98602/1989 e 99757/1990. Internamente,
tem o seu direito à terra reconhecido na Constituição Federal, a nova Lei de Migração – Lei 13.455/2017 revogou o antigo Estatuto
que também prevê a obrigação do Estado de demarcar e titular do Estrangeiro, Lei 6815/1980. O referido dispositivo é pautado
as terras ocupadas por essas comunidades. A Lei nº 12.288/2010, pelo princípio da não-discriminação.
conhecida como Estatuto da Igualdade Racial trata especificamente É importante mencionar que nem todo imigrante possui o
dos quilombolas e estabelece estabelece diretrizes e políticas status de refugiado e asilo político (individual) é diferente de
públicas para a promoção da igualdade racial. A legislação que Refúgio (coletivo).
trata especificamente dos quilombolas é a Lei nº 12.288/2010, No Brasil, o mecanismo do Refúgio é regido pela Lei 9.474/1997,
conhecida como Estatuto da Igualdade Racial. Essa lei estabelece que estabelece todo o procedimento para a determinação,
diretrizes e políticas públicas para a promoção da igualdade cessação e perda da condição de refugiado, os direitos e deveres
racial no Brasil, incluindo medidas de proteção e promoção dos dos solicitantes de refúgio e refugiados, bem como soluções
direitos dos povos quilombolas, com o objetivo promover o duradouras para essa população.
desenvolvimento sustentável dessas comunidades, garantindo- Portanto, não se deve confundir o asilo político, direito
lhes acesso a serviços básicos, como saúde, educação, saneamento individual, requerido e outorgado caso a caso, com o moderno
básico e infraestrutura, além da criação de políticas de reparação ramo do direito dos refugiados, que trata de fluxos maciços de
para os povos quilombolas, como ações afirmativas e programas populações deslocadas. Ambos institutos podem ocasionalmente
de inclusão social e econômica. Essas medidas visam compensar coincidir, já que cada refugiado pode requerer o asilo político
os séculos de discriminação e exclusão enfrentados por essas individualmente (BRASIL, 2020).
comunidades.

Proteção dos imigrantes e refugiados QUESTÕES


Refugiado é todo aquele que sofre algum tipo de perseguição
em seu país de origem numa situação de guerra e busca asilo em
1. Qual lei brasileira define os crimes resultantes de preconcei-
outro país.
to de raça e cor?
(A) Lei nº 10.741/2003 - Estatuto do Idoso.
Imigrante é todo aquele que sai de seu país de origem e vai
(B) Lei nº 11.340/2006 - Lei Maria da Penha.
para outro em busca de melhores condições de vida.
(C) Lei nº 7.716/1989.
Em ambos casos, são pessoas em locais que não são comuns
(D) Lei nº 12.288/2010 - Estatuto da Igualdade Racial.
a elas, convivendo com a população local já habituada. Episódios
envolvendo xenofobia e desigualdade no acesso a direitos são,
2. O que define o Racismo Institucional?
infelizmente, comuns. Cabe ao Estado propiciar que imigrantes
(A) Práticas de discriminação em ambientes educacionais.
e refugiados gozem de igual proteção jurídica aos seus direitos
(B) Desigualdade na distribuição de serviços, benefícios e opor-
fundamentais. Segundo a ONU, a questão dos refugiados nos
tunidades pelas instituições e organizações.
remete à pior crise humanitária do século.

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a solução para o seu concurso!
DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE

(C) Discriminação contra indivíduos em espaços públicos.


(D) Ofensa à liberdade de expressão religiosa. GABARITO

3. Como o STF classificou as condutas homofóbicas e transfóbi-


cas no contexto dos crimes de preconceito? 1 D
(A) Como crimes inafiançáveis e imprescritíveis.
2 B
(B) Como expressões de racismo, ajustando-se aos preceitos da
Lei nº 7.716/1989. 3 B
(C) Como infrações menores, sujeitas a penas administrativas. 4 B
(D) Como delitos que não se enquadram na legislação sobre
racismo. 5 B
6 C
4. Quais são as principais causas do racismo no Brasil, segundo
o texto? 7 C
(A) Diferenças culturais e falta de educação cívica. 8 B
(B) Escravidão de povos de origem africana e a tardia abolição
da escravidão. ANOTAÇÕES
(C) Falta de políticas públicas eficientes e problemas econômi-
cos. ______________________________________________________
(D) Diferenças linguísticas e barreiras geográficas.
______________________________________________________
5. Qual a decisão do STF em relação ao sistema de cotas em
concursos públicos? ______________________________________________________
(A) Declarou a inconstitucionalidade da reserva de vagas para ______________________________________________________
negros.
(B) Julgou constitucional a Lei n° 12.990/2014, que reserva 20% ______________________________________________________
das vagas para negros.
(C) Limitou o sistema de cotas apenas a instituições educacio- ______________________________________________________
nais.
(D) Ampliou o sistema de cotas para incluir outras minorias. ______________________________________________________

6. Qual grupo é reconhecido internacionalmente como vulne- ______________________________________________________


rável e merece proteção especial na busca pela igualdade material
______________________________________________________
entre os sexos?
(A) Pessoas com deficiência. ______________________________________________________
(B) Mulheres.
(C) Povos indígenas. ______________________________________________________
(D) Imigrantes e refugiados.
______________________________________________________
7. Como são consideradas as crianças no âmbito dos direitos
humanos? _____________________________________________________
(A) Como indivíduos plenamente capazes de decisões legais.
(B) Como responsáveis por suas ações na sociedade. _____________________________________________________
(C) Como outro grupo vulnerável protegido, promovendo a ______________________________________________________
igualdade material.
(D) Como participantes ativos nas decisões políticas. ______________________________________________________

8. Qual documento internacional é considerado o mais relevan- ______________________________________________________


te na proteção dos direitos das pessoas com deficiência?
(A) Declaração Universal dos Direitos Humanos. ______________________________________________________
(B) Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo. ______________________________________________________
(C) Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.
______________________________________________________
(D) Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos
Indígenas. ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

– Princípio da Impessoalidade
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E NORMAS QUE REGEM A Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ARTIGOS DE 37 A 41 DA CONS- servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidá-
TITUIÇÃO FEDERAL DE 1988) rias, não podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar de-
terminadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício de
sua função é sempre o interesse público.
Disposições gerais e servidores públicos
A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz – Princípio da Moralidade
a ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao inte- Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público
resse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos de
e pessoas que desempenham função pública. probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé.
Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administra- A moralidade se extrai do senso geral da coletividade represen-
ção Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que de- tada e não se confunde com a moralidade íntima do administrador
sempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou (moral comum) e sim com a profissional (ética profissional).
seja, que estão a serviço da coletividade. O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devi-
do a atos de improbidade administrativa:
Princípios da Administração Pública
Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração públi- Sanções ao cometimento de atos de improbidade administra-
ca direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, tiva
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política)
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Perda da função pública (responsabilidade disciplinar)
As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial)
memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memori- Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial)
zação, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica “LIM-
PE”. Observe o quadro abaixo: – Princípio da Publicidade
O princípio da publicidade determina que a Administração Pú-
Princípios da Administração Pública blica tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica,
salvo a hipótese de sigilo necessário.
L Legalidade
A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo e
I Impessoalidade tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e pos-
M Moralidade sibilitar o controle por todos os interessados.

P Publicidade – Princípio da Eficiência


E Eficiência Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa
deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional,
LIMPE evitando atuações amadorísticas.
Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir
Passemos ao conceito de cada um deles: com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto, a
– Princípio da Legalidade medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça
De acordo com este princípio, o administrador não pode agir o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico de
ou deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determinada. boa administração).
O quadro abaixo demonstra suas divisões. Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a
desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resul-
Princípio da Legalidade tados possíveis para os administrados. Portanto, a Administração
Pública será considerada eficiente sempre que o melhor resultado
Em relação à A Administração Pública
for atingido.
Administração Pública somente pode fazer o que a lei
permite → Princípio da Estrita
Legalidade
Em relação ao Particular O Particular pode fazer tudo
que a lei não proíbe
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a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

Disposições Gerais na Administração Pública VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú- para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
blica: sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
Administração Pública terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público;
Direta Indireta X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
Federal Autarquias (podem ser trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
Estadual qualificadas como agências lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-
Distrital reguladoras) gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
Municipal Fundações (autarquias de índices;
e fundações podem ser XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
qualificadas como agências ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
executivas) fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Sociedades de economia Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mista mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen-
Empresas públicas sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na-
Entes Cooperados tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Não integram a Administração Pública, mas prestam Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
serviços de interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
ONG’s Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Exe-
cutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do
As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elen- Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de
cadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos: Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
CAPÍTULO VII Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defen-
sores Públicos;
SEÇÃO I XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
DISPOSIÇÕES GERAIS Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
tivo;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora- serviço público;
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim acréscimos ulteriores;
como aos estrangeiros, na forma da lei; XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em-
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de apro- pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; qualquer caso o disposto no inciso XI:
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois a) a de dois cargos de professor;
anos, prorrogável uma vez, por igual período; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo- c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro- saúde, com profissões regulamentadas;
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa- XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira; e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi- economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
dores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem ou indiretamente, pelo poder público;
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e per- XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te-
centuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribui- rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência
ções de direção, chefia e assessoramento; sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso- XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
ciação sindical; autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo-
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último
definidos em lei específica; caso, definir as áreas de sua atuação;

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; III - a remuneração do pessoal.”
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
obrigações. cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona- exoneração.
mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
de autoridades ou servidores públicos. centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
da lei. § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá
ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
dos serviços; Constitucional nº 103, de 2019)
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
e XXXIII; inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que § 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas,
ressarcimento. inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus nº 109, de 2021)
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se-
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante guintes disposições:
de cargo ou emprego da administração direta e indireta que I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
possibilite o acesso a informações privilegiadas. ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera-
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus ção;
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili-
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
dispor sobre: ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
I - o prazo de duração do contrato; havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

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IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência produtividade.
social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de ori- § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
gem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter
Servidores Públicos temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de
Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela
à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi- Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá- Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
Distrito Federal ou aos Municípios. mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos: Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
SEÇÃO II social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
DOS SERVIDORES PÚBLICOS nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
planos de carreira para os servidores da administração pública dire- verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
ta, das autarquias e das fundações públicas. são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
instituirão conselho de política de administração e remuneração de II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
deres. e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
componentes do sistema remuneratório observará: se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
cargos componentes de cada carreira; idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
II - os requisitos para a investidura; tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
III - as peculiaridades dos cargos. demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores de 2019)
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores
para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores
convênios ou contratos entre os entes federados. ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de § 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria
admissão quando a natureza do cargo o exigir. serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, para concessão de benefícios em regime próprio de previdência
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência,
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por
caso, o disposto no art. 37, XI. equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão Constitucional nº 103, de 2019)
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
empregos públicos. do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de
provenientes da economia com despesas correntes em cada
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento
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que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime
Constitucional nº 103, de 2019) de previdência complementar para servidores públicos ocupantes
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado
sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, 103, de 2019)
vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos correspondente regime de previdência complementar.
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições na forma da lei.
para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
Constitucional nº 103, de 2019) superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente que tenha completado as exigências para a aposentadoria
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda
critérios estabelecidos em lei. Constitucional nº 103, de 2019)
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado de previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora
o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os
correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar
de tempo de contribuição fictício. de que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total 103, de 2019)
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da § 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de nº 103, de 2019)
outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de § 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de
previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os
de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros
nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em 2019)
regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o
e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) tucional nº 103, de 2019)
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re-
de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído
ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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V - condições para instituição do fundo com finalidade previ- Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais varia-
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur- dos concursos públicos, segue a tabela explicativa:
sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de Estabilidade do Servidor
2019)
VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Inclu- Requisitos para aquisição Cargo de provimento
ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) de Estabilidade efetivo/ocupado em razão de
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob- concurso público
servados os princípios relacionados com governança, controle inter- 3 anos de efetivo exercício
no e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, Avaliação de desempenho
de 2019) por comissão instituída para
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles esta finalidade
que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamen- Hipóteses em que o Em virtude de sentença
te, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional servidor estável pode perder judicial transitada em julgado
nº 103, de 2019) o cargo Mediante processo
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela administrativo em que lhe seja
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) assegurada ampla defesa
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição Mediante procedimento
de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído de avaliação periódica de
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) desempenho, na forma de lei
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- complementar, assegurada
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de ampla defesa
concurso público. Em razão de excesso de
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: despesa
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
rada ampla defesa; A CF/88 impôs aos Militares, regime especial e diferenciado do
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- servidor civil. Os direitos e deveres dos militares e dos civis não se
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. misturam a não ser por expressa determinação constitucional.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor Não pode o legislador infraconstitucional cercear direitos ou
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se impor deveres que a Constituição Federal não trouxe de forma taxa-
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, tiva, tampouco não se pode inserir deveres dos servidores civis aos
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com militares de forma reflexa.
remuneração proporcional ao tempo de serviço. A Emenda Constitucional nº 101/19, promulgada pelo Congres-
so Nacional, permite acúmulo de cargos públicos nas áreas de saú-
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o de e educação por militares. Através da referida Emenda, os Milita-
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração res poderão exercer funções de professor ou profissional da saúde
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento desde que haja compatibilidade de horário. Ou seja, aplicou-se a
em outro cargo. tais profissionais o disposto no art. 37, inciso XVI, da CF/88.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é Desde a promulgação da CF/88, o exercício simultâneo de
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão cargos era permitido apenas para servidores públicos civis e para
instituída para essa finalidade. militares das Forças Armadas que atuam na área de saúde. A acu-
mulação passou a ser possível, desde que haja compatibilidade de
– Estabilidade horários.
A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de
permanecer no cargo ou emprego público depois de ter sido apro- Vejamos as disposições do Art. 42 da CF/88:
vado em estágio probatório.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilidade SEÇÃO III
poder ser definida como a garantia constitucional de permanência DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E
no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão de DOS TERRITÓRIOS
concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após
o transcurso de estágio probatório. Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom-
A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efe- beiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e
tivo exercício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Ter-
é o estágio probatório citado pela lei. ritórios.
Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado, § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e
ele perderá o cargo somente nas hipóteses elencadas no Artigo 41, dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições
§ 1º da CF. do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo

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a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, O Estado pode ser conceituado como um ente, sujeito de
inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos direitos, que possui como elementos: o povo, o território e a
governadores. soberania. Nos dizeres de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito (2010, p. 13), “Estado é pessoa jurídica territorial soberana, formada
Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica pelos elementos povo, território e governo soberano”.
do respectivo ente estatal. O Estado como ente, é plenamente capacitado para adquirir
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e direitos e obrigações. Ademais, possui personalidade jurídica
dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da própria, tanto no âmbito interno, perante os agentes públicos e os
atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de cidadãos, quanto no âmbito internacional, perante outros Estados.
2019) Vejamos alguns conceitos acerca dos três elementos que
compõem o Estado:
Das Regiões – Povo: Elemento legitima a existência do Estado. Isso ocorre
De acordo com a CF/88 as políticas da União podem se dar de por que é do povo que origina todo o poder representado pelo
forma regionalizada e a disposição legal do Art. 43 visa reduzir as Estado, conforme dispões expressamente art. 1º, parágrafo único,
desigualdades regionais. Este tema será regulado por Lei Comple- da Constituição Federal:
mentar. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
Diz o Art. 43 da CF/88: meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
SEÇÃO IV O povo se refere ao conjunto de indivíduos que se vincula
DAS REGIÕES juridicamente ao Estado, de forma estabilizada.
Entretanto, isso não ocorre com estrangeiros e apátridas,
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular diferentemente da população, que tem sentido demográfico e
sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a quantitativo, agregando, por sua vez, todos os que se encontrem
seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. sob sua jurisdição territorial, sendo desnecessário haver quaisquer
§ 1º - Lei complementar disporá sobre: tipos de vínculo jurídico do indivíduo com o poder do Estado.
I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento; Com vários sentidos, o termo pode ser usado pela doutrina
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na como sinônimo de nação e, ainda, no sentido de subordinação a
forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais uma mesma autoridade política.
de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com No entanto, a titularidade dos direitos políticos é determinada
estes. pela nacionalidade, que nada mais é que o vínculo jurídico
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, estabelecido pela Constituição entre os cidadãos e o Estado.
na forma da lei: O Direito nos concede o conceito de povo como sendo o
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos conjunto de pessoas que detém o poder, a soberania, conforme
e preços de responsabilidade do Poder Público; já foi explicitado por meio do art. 1º. Parágrafo único da CFB/88
II - juros favorecidos para financiamento de atividades priori- dispondo que “Todo poder emana do povo, que exerce por meio
tárias; de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos Constituição”.
federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; — Território: pode ser conceituado como a área na qual o
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos Estado exerce sua soberania. Trata-se da base física ou geográfica
rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de de um determinado Estado, seu elemento constitutivo, base
baixa renda, sujeitas a secas periódicas. delimitada de autoridade, instrumento de poder com vistas a dirigir
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará o grupo social, com tal delimitação que se pode assegurar à eficácia
a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos do poder e a estabilidade da ordem.
e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas O território é delimitado pelas fronteiras, que por sua vez,
glebas, de fontes de água e de pequena irrigação. podem ser naturais ou convencionais. O território como elemento
do Estado, possui duas funções, sendo uma negativa limitante
de fronteiras com a competência da autoridade política, e outra
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚ- positiva, que fornece ao Estado a base correta de recursos materiais
BLICA FEDERAL (DECRETO LEI Nº 200/1967) para ação.
Por traçar os limites do poder soberanamente exercido, o
território é elemento essencial à existência do Estado, sendo, desta
— Estado forma, pleno objeto de direitos do Estado, o qual se encontra a
serviço do povo e pode usar e dispor dele com poder absoluto e
Conceito, Elementos e Princípios exclusivo, desde que estejam presentes as características essenciais
Adentrando ao contexto histórico, o conceito de Estado veio a das relações de domínio. O território é formado pelo solo,
surgir por intermédio do antigo conceito de cidade, da polis grega subsolo, espaço aéreo, águas territoriais e plataforma continental,
e da civitas romana. Em meados do século XVI o vocábulo Estado prolongamento do solo coberto pelo mar.
passou a ser utilizado com o significado moderno de força, poder A Constituição Brasileira atribui ao Conselho de Defesa
e direito. Nacional, órgão de consulta do presidente da República,
competência para “propor os critérios e condições de utilização
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de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e Assim sendo, em síntese, já verificados o conceito de Estado e
opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira os seus elementos. Temos, portanto:
e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos
naturais de qualquer tipo”. (Artigo 91, §1º, I I I , C F B / 8 8 ) . ESTADO = POVO + TERRITÓRIO + SOBERANIA
Os espaços sobre o qual se desenvolvem as relações sociais próprias
da vida do Estado é uma porção da superfície terrestre, projetada Obs. Os elementos (povo + território + soberania) do Estado
desde o subsolo até o espaço aéreo. Para que essa porção territorial não devem ser confundidos com suas funções estatais que
e suas projeções adquiram significado político e jurídico, é preciso normalmente são denominadas “Poderes do Estado” e, por sua
considerá-las como um local de assentamento do grupo humano vez, são divididas em: legislativa, executiva e judiciária
que integra o Estado, como campo de ação do poder político e
como âmbito de validade das normas jurídicas. Em relação aos princípios do Estado Brasileiro, é fácil encontra-
— Soberania: Trata-se do poder do Estado de se auto los no disposto no art. 1º, da CFB/88. Vejamos:
administrar. Por meio da soberania, o Estado detém o poder de Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
regular o seu funcionamento, as relações privadas dos cidadãos, indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-
bem como as funções econômicas e sociais do povo que o integra. se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
Por meio desse elemento, o Estado edita leis aplicáveis ao seu I - a soberania;
território, sem estar sujeito a qualquer tipo de interferência ou II - a cidadania;
dependência de outros Estados. III - a dignidade da pessoa humana;
Em sua origem, no sentido de legitimação, a soberania está IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
ligada à força e ao poder. Se antes, o direito era dado, agora é V - o pluralismo político.
arquitetado, anteriormente era pensado na justiça robusta, agora é
engendrado na adequação aos objetivos e na racionalidade técnica Ressalta-se que os conceitos de soberania, cidadania e
necessária. O poder do Estado é soberano, uno, indivisível e emana pluralismo político são os que mais são aceitos como princípios
do povo. Além disso, todos os Poderes são partes de um todo que do Estado. No condizente à dignidade da pessoa humana e aos
é a atividade do Estado. valores sociais do trabalho e da livre inciativa, pondera-se que
Como fundamento do Estado Democrático de Direito, nos estes constituem as finalidades que o Estado busca alcançar. Já os
parâmetros do art.1º, I, da CFB/88), a soberania é elemento conceitos de soberania, cidadania e pluralismo político, podem ser
essencial e fundamental à existência da República Federativa do plenamente relacionados com o sentido de organização do Estado
Brasil. sob forma política, e, os conceitos de dignidade da pessoa humana
A lei se tornou de forma essencial o principal instrumento de e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, implicam na
organização da sociedade. Isso, por que a exigência de justiça e de ideia do alcance de objetivos morais e éticos.
proteção aos direitos individuais, sempre se faz presente na vida
do povo. Por conseguinte, por intermédio da Constituição escrita, — Governo
desde a época da revolução democrática, foi colocada uma trava
jurídica à soberania, proclamando, assim, os direitos invioláveis do Conceito
cidadão. Governo é a expressão política de comando, de iniciativa
O direito incorpora a teoria da soberania e tenta compatibilizá- pública com a fixação de objetivos do Estado e de manutenção da
la aos problemas de hoje, e remetem ao povo, aos cidadãos e à ordem jurídica contemporânea e atuante.
sua participação no exercício do poder, o direito sempre tende O Brasil adota a República como forma de Governo e
a preservar a vontade coletiva de seu povo, através de seu o federalismo como forma de Estado. Em sua obra Direito
ordenamento, a soberania sempre existirá no campo jurídico, pois Administrativo da Série Advocacia Pública, o renomado jurista
o termo designa igualmente o fenômeno político de decisão, de Leandro Zannoni, assegura que governo é elemento do Estado e o
deliberação, sendo incorporada à soberania pela Constituição. explana como “a atividade política organizada do Estado, possuindo
A Constituição Federal é documento jurídico hierarquicamente ampla discricionariedade, sob responsabilidade constitucional e
superior do nosso sistema, se ocupando com a organização política” (p. 71).
do poder, a definição de direitos, dentre outros fatores. Nesse É possível complementar esse conceito de Zannoni com a
diapasão, a soberania ganha particular interesse junto ao Direito afirmação de Meirelles (1998, p. 64-65) que aduz que “Governo é a
Constitucional. Nesse sentido, a soberania surge novamente em expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos
discussão, procurando resolver ou atribuir o poder originário e seus do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente”. Entretanto,
limites, entrando em voga o poder constituinte originário, o poder tanto o conceito de Estado como o de governo podem ser definidos
constituinte derivado, a soberania popular, do parlamento e do sob diferentes perspectivas, sendo o primeiro, apresentado sob o
povo como um todo. Depreende-se que o fundo desta problemática critério sociológico, político, constitucional, dentre outros fatores.
está entranhado na discussão acerca da positivação do Direito em No condizente ao segundo, é subdividido em sentido formal sob um
determinado Estado e seu respectivo exercício. conjunto de órgãos, em sentido material nas funções que exerce e
em sentido operacional sob a forma de condução política.
O objetivo final do Governo é a prestação dos serviços públicos
com eficiência, visando de forma geral a satisfação das necessidades
coletivas. O Governo pratica uma função política que implica uma
atividade de ordem mediata e superior com referência à direção

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soberana e geral do Estado, com o fulcro de determinar os fins da A finalidade de todas essas funções é executar as políticas
ação do Estado, assinalando as diretrizes para as demais funções e de governo e desempenhar a função administrativa em favor do
buscando sempre a unidade da soberania estatal. interesse público, dentre outros atributos essenciais ao bom
andamento da Administração Pública como um todo com o
— Administração pública incentivo das atividades privadas de interesse social, visando
sempre o interesse público.
Conceito A Administração Pública também possui elementos que a
Administração Pública em sentido geral e objetivo, é a atividade compõe, são eles: as pessoas jurídicas de direito público e de direito
que o Estado pratica sob regime público, para a realização dos privado por delegação, órgãos e agentes públicos que exercem a
interesses coletivos, por intermédio das pessoas jurídicas, órgãos função administrativa estatal.
e agentes públicos.
A Administração Pública pode ser definida em sentido amplo e — Observação importante:
estrito, além disso, é conceituada por Di Pietro (2009, p. 57), como Pessoas jurídicas de direito público são entidades estatais
“a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob acopladas ao Estado, exercendo finalidades de interesse imediato
regime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução da coletividade. Em se tratando do direito público externo, possuem
dos interesses coletivos”. a personalidade jurídica de direito público cometida à diversas
Nos dizeres de Di Pietro (2009, p. 54), em sentido amplo, a nações estrangeiras, como à Santa Sé, bem como a organismos
Administração Pública é subdividida em órgãos governamentais e internacionais como a ONU, OEA, UNESCO.(art. 42 do CC).
órgãos administrativos, o que a destaca em seu sentido subjetivo, No direito público interno encontra-se, no âmbito da
sendo ainda subdividida pela sua função política e administrativa administração direta, que cuida-se da Nação brasileira: União,
em sentido objetivo. Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios (art. 41, incs. I, II
Já em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em e III, do CC).
órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que praticam funções No âmbito do direito público interno encontram-se, no campo
administrativas em sentido subjetivo, sendo subdividida também da administração indireta, as autarquias e associações públicas
na atividade exercida por esses entes em sentido objetivo. (art. 41, inc. IV, do CC). Posto que as associações públicas, pessoas
Em suma, temos: jurídicas de direito público interno dispostas no inc. IV do art. 41
do CC, pela Lei n.º 11.107/2005,7 foram sancionadas para auxiliar
Sentido amplo {órgãos ao consórcio público a ser firmado entre entes públicos (União,
SENTIDO SUBJETIVO governamentais e órgãos Estados, Municípios e Distrito Federal).
administrativos}.
Princípios da administração pública
Sentido estrito {pessoas De acordo com o administrativista Alexandre Mazza (2017),
SENTIDO SUBJETIVO jurídicas, órgãos e agentes princípios são regras condensadoras dos valores fundamentais de
públicos}. um sistema. Sua função é informar e materializar o ordenamento
Sentido amplo {função jurídico bem como o modo de atuação dos aplicadores e intérpretes
SENTIDO OBJETIVO do direito, sendo que a atribuição de informar decorre do fato de
política e administrativa}.
que os princípios possuem um núcleo de valor essencial da ordem
Sentido estrito {atividade jurídica, ao passo que a atribuição de enformar é denotada pelos
SENTIDO OBJETIVO
exercida por esses entes}. contornos que conferem à determinada seara jurídica.
Desta forma, o administrativista atribui dupla aplicabilidade
Existem funções na Administração Pública que são exercidas aos princípios da função hermenêutica e da função integrativa.
pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes da Administração que Referente à função hermenêutica, os princípios são
são subdivididas em três grupos: fomento, polícia administrativa e amplamente responsáveis por explicitar o conteúdo dos demais
serviço público. parâmetros legais, isso se os mesmos se apresentarem obscuros no
Para melhor compreensão e conhecimento, detalharemos cada ato de tutela dos casos concretos. Por meio da função integrativa,
uma das funções. Vejamos: por sua vez, os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais
a. Fomento: É a atividade administrativa incentivadora do lacunas legais observadas em matérias específicas ou diante das
desenvolvimento dos entes e pessoas que exercem funções de particularidades que permeiam a aplicação das normas aos casos
utilidade ou de interesse público. existentes.
b. Polícia administrativa: É a atividade de polícia administrativa. Os princípios colocam em prática as função hermenêuticas e
São os atos da Administração que limitam interesses individuais em integrativas, bem como cumprem o papel de esboçar os dispositivos
prol do interesse coletivo. legais disseminados que compõe a seara do Direito Administrativo,
c. Serviço público: resume-se em toda atividade que a dando-lhe unicidade e coerência.
Administração Pública executa, de forma direta ou indireta, Além disso, os princípios do Direito Administrativo podem ser
para satisfazer os anseios e as necessidades coletivas do povo, expressos e positivados escritos na lei, ou ainda, implícitos, não
sob o regime jurídico e com predominância pública. O serviço positivados e não escritos na lei de forma expressa.
público também regula a atividade permanente de edição de atos
normativos e concretos sobre atividades públicas e privadas, de
forma implementativa de políticas de governo.

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— Observação importante: ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
Não existe hierarquia entre os princípios expressos e podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
implícitos. Comprova tal afirmação, o fato de que os dois princípios promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’
que dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente
implícitos. – Princípio da Moralidade: Dispõe que a atuação administrativa
Regime Jurídico Administrativo: é composto por todos os deve ser totalmente pautada nos princípios da ética, honestidade,
princípios e demais dispositivos legais que formam o Direito probidade e boa-fé. Esse princípio está conexo à não corrupção na
Administrativo. As diretrizes desse regime são lançadas por dois Administração Pública.
princípios centrais, ou supraprincípios que são a Supremacia do O princípio da moralidade exige que o administrador tenha
Interesse Público e a Indisponibilidade do Interesse Público. conduta pautada de acordo com a ética, com o bom senso, bons
costumes e com a honestidade. O ato administrativo terá que
Conclama a necessidade da obedecer a Lei, bem como a ética da própria instituição em que o
Supremacia do agente atua. Entretanto, não é suficiente que o ato seja praticado
sobreposição dos interesses da
Interesse Público apenas nos parâmetros da Lei, devendo, ainda, obedecer à
coletividade sobre os individuais.
moralidade.
Sua principal função é
orientar a atuação dos agentes – Princípio da Publicidade: Trata-se de um mecanismo de
Indisponibilidade do
públicos para que atuem em controle dos atos administrativos por meio da sociedade. A
Interesse Público
nome e em prol dos interesses publicidade está associada à prestação de satisfação e informação
da Administração Pública. da atuação pública aos administrados. Via de regra é que a atuação
da Administração seja pública, tornando assim, possível o controle
Ademais, tendo o agente público usufruído das prerrogativas da sociedade sobre os seus atos.
de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a Ocorre que, no entanto, o princípio em estudo não é absoluto.
indisponibilidade do interesse público, com o fito de impedir que Isso ocorre pelo fato deste acabar por admitir exceções previstas
tais prerrogativas sejam utilizadas para a consecução de interesses em lei. Assim, em situações nas quais, por exemplo, devam ser
privados, termina por colocar limitações aos agentes públicos preservadas a segurança nacional, relevante interesse coletivo e
no campo de sua atuação, como por exemplo, a necessidade de intimidade, honra e vida privada, o princípio da publicidade deverá
aprovação em concurso público para o provimento dos cargos ser afastado.
públicos. Sendo a publicidade requisito de eficácia dos atos
administrativos que se voltam para a sociedade, pondera-se que
Princípios Administrativos os mesmos não poderão produzir efeitos enquanto não forem
Nos parâmetros do art. 37, caput da Constituição Federal, publicados.
a Administração Pública deverá obedecer aos princípios da
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. – Princípio da Eficiência: A atividade administrativa deverá
Vejamos: ser exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade e
– Princípio da Legalidade: Esse princípio no Direito economicidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém,
Administrativo, apresenta um significado diverso do que apresenta hodiernamente, foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88,
no Direito Privado. No Direito Privado, toda e qualquer conduta do com a EC n. 19/1998.
indivíduo que não esteja proibida em lei e que não esteja contrária
à lei, é considerada legal. O termo legalidade para o Direito São decorrentes do princípio da eficiência:
Administrativo, significa subordinação à lei, o que faz com que o a. A possibilidade de ampliação da autonomia gerencial,
administrador deva atuar somente no instante e da forma que a lei orçamentária e financeira de órgãos, bem como de entidades
permitir. administrativas, desde que haja a celebração de contrato de gestão.
b. A real exigência de avaliação por meio de comissão especial
— Observação importante: O princípio da legalidade considera para a aquisição da estabilidade do servidor Efetivo, nos termos do
a lei em sentido amplo. Nesse diapasão, compreende-se como lei, art. 41, § 4º da CFB/88.
toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo
art. 59 da Constituição Federal. Administração direta e indireta
A princípio, infere-se que Administração Direta é correspondente
– Princípio da Impessoalidade: Deve ser analisado sob duas aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas que
óticas: executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O
a) Sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a
aos administrados: Em sua atuação, deve o administrador pautar compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto
na não discriminação e na não concessão de privilégios àqueles que os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do
o ato atingirá. Sua atuação deverá estar baseada na neutralidade e Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade
na objetividade. administrativa de maneira centralizada.
b) Em relação à sua própria atuação, administrador deve Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas
executar atos de forma impessoal, como dispõe e exige o parágrafo criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as
primeiro do art. 37 da CF/88 ao afirmar que: ‘‘A publicidade dos atos, Administrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá de maneira descentralizada.
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Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser todos os regimentos internos dos ministérios são realizados por
exercidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com intermédio de decreto, pelo fato de tal ato se tratar de organização
personalidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições interna do órgão. Vejamos:
a particulares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de – Órgão: é criado por meio de lei.
direito público ou de direito privado para esta finalidade. Optando – Organização Interna: pode ser feita por DECRETO, desde
pela segunda opção, as novas entidades passarão a compor a que não provoque aumento de despesas, bem como a criação ou a
Administração Indireta do ente que as criou e, por possuírem extinção de outros órgãos.
como destino a execução especializado de certas atividades, são – Órgãos De Controle: Trata-se dos prepostos a fiscalizar e
consideradas como sendo manifestação da descentralização por controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Exemplo: Tribunal
serviço, funcional ou técnica, de modo geral. de Contas da União.

Desconcentração e Descentralização Pessoas administrativas


Consiste a desconcentração administrativa na distribuição Explicita-se que as entidades administrativas são a própria
interna de competências, na esfera da mesma pessoa jurídica. Assim Administração Indireta, composta de forma taxativa pelas
sendo, na desconcentração administrativa, o trabalho é distribuído autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de
entre os órgãos que integram a mesma instituição, fato que ocorre economia mista.
de forma diferente na descentralização administrativa, que impõe De forma contrária às pessoas políticas, tais entidades, nao
a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica. são reguladas pelo Direito Administrativo, não detendo poder
Ocorre a desconcentração administrativa tanto na administração político e encontram-se vinculadas à entidade política que as criou.
direta como na administração indireta de todos os entes federativos Não existe hierarquia entre as entidades da Administração Pública
do Estado. Pode-se citar a título de exemplo de desconcentração indireta e os entes federativos que as criou. Ocorre, nesse sentido,
administrativa no âmbito da Administração Direta da União, os uma vinculação administrativa em tais situações, de maneira que os
vários ministérios e a Casa Civil da Presidência da República; em entes federativos somente conseguem manter-se no controle se as
âmbito estadual, o Ministério Público e as secretarias estaduais, entidades da Administração Indireta estiverem desempenhando as
dentre outros; no âmbito municipal, as secretarias municipais e funções para as quais foram criadas de forma correta.
as câmaras municipais; na administração indireta federal, as várias
agências do Banco do Brasil que são sociedade de economia mista, Pessoas políticas
ou do INSS com localização em todos os Estados da Federação. As pessoas políticas são os entes federativos previstos na
Ocorre que a desconcentração enseja a existência de vários Constituição Federal. São eles a União, os Estados, o Distrito Federal
órgãos, sejam eles órgãos da Administração Direta ou das pessoas e os Municípios. Denota-se que tais pessoas ou entes, são regidos
jurídicas da Administração Indireta, e devido ao fato desses órgãos pelo Direito Constitucional, vindo a deter uma parcela do poder
estarem dispostos de forma interna, segundo uma relação de político. Por esse motivo, afirma-se que tais entes são autônomos,
subordinação de hierarquia, entende-se que a desconcentração vindo a se organizar de forma particular para alcançar as finalidades
administrativa está diretamente relacionada ao princípio da avençadas na Constituição Federal.
hierarquia. Assim sendo, não se confunde autonomia com soberania, pois,
Registra-se que na descentralização administrativa, ao invés ao passo que a autonomia consiste na possibilidade de cada um
de executar suas atividades administrativas por si mesmo, o Estado dos entes federativos organizar-se de forma interna, elaborando
transfere a execução dessas atividades para particulares e, ainda a suas leis e exercendo as competências que a eles são determinadas
outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado. pela Constituição Federal, a soberania nada mais é do que uma
Explicita-se que, mesmo que o ente que se encontre distribuindo característica que se encontra presente somente no âmbito da
suas atribuições e detenha controle sobre as atividades ou serviços República Federativa do Brasil, que é formada pelos referidos entes
transferidos, não existe relação de hierarquia entre a pessoa que federativos.
transfere e a que acolhe as atribuições.
Autarquias
Criação, extinção e capacidade processual dos órgãos públicos As autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno,
Os arts. 48, XI e 61, § 1º da CFB/1988 dispõem que a criação criadas por lei específica para a execução de atividades especiais e
e a extinção de órgãos da administração pública dependem de lei típicas da Administração Pública como um todo. Com as autarquias,
de iniciativa privativa do chefe do Executivo a quem compete, de a impressão que se tem, é a de que o Estado veio a descentralizar
forma privada, e por meio de decreto, dispor sobre a organização determinadas atividades para entidades eivadas de maior
e funcionamento desses órgãos públicos, quando não ensejar especialização.
aumento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos As autarquias são especializadas em sua área de atuação, dando
(art. 84, VI, b, CF/1988). Desta forma, para que haja a criação e a ideia de que os serviços por elas prestados são feitos de forma
extinção de órgãos, existe a necessidade de lei, no entanto, para mais eficaz e venham com isso, a atingir de maneira contundente a
dispor sobre a organização e o funcionamento, denota-se que sua finalidade, que é o bem comum da coletividade como um todo.
poderá ser utilizado ato normativo inferior à lei, que se trata do Por esse motivo, aduz-se que as autarquias são um serviço público
decreto. Caso o Poder Executivo Federal desejar criar um Ministério descentralizado. Assim, devido ao fato de prestarem esse serviço
a mais, o presidente da República deverá encaminhar projeto de público especializado, as autarquias acabam por se assemelhar
lei ao Congresso Nacional. Porém, caso esse órgão seja criado, sua em tudo o que lhes é possível, ao entidade estatal a que estiverem
estruturação interna deverá ser feita por decreto. Na realidade, servindo. Assim sendo, as autarquias se encontram sujeitas ao
mesmo regime jurídico que o Estado. Nos dizeres de Hely Lopes
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Meirelles, as autarquias são uma “longa manus” do Estado, ou II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
seja, são executoras de ordens determinadas pelo respectivo ente inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
da Federação a que estão vinculadas. trabalhistas e tributários;
As autarquias são criadas por lei específica, que de forma III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e
obrigacional deverá ser de iniciativa do Chefe do Poder Executivo alienações, observados os princípios da Administração Pública;
do ente federativo a que estiver vinculada. Explicita-se também IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de
que a função administrativa, mesmo que esteja sendo exercida Administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
tipicamente pelo Poder Executivo, pode vir a ser desempenhada, V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a
em regime totalmente atípico pelos demais Poderes da República. responsabilidade dos administradores
Em tais situações, infere-se que é possível que sejam criadas
autarquias no âmbito do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, Vejamos em síntese, algumas características em comum das
oportunidade na qual a iniciativa para a lei destinada à sua criação, empresas públicas e das sociedades de economia mista:
deverá, obrigatoriamente, segundo os parâmetros legais, ser feita – Devem realizar concurso público para admissão de seus
pelo respectivo Poder. empregados;
– Não estão alcançadas pela exigência de obedecer ao teto
— Empresas Públicas constitucional;
– Estão sujeitas ao controle efetuado pelos Tribunais de Contas,
Sociedades de Economia Mista bem como ao controle do Poder Legislativo;
São a parte da Administração Indireta mais voltada para o – Não estão sujeitas à falência;
direito privado, sendo também chamadas pela maioria doutrinária – Devem obedecer às normas de licitação e contrato
de empresas estatais. administrativo no que se refere às suas atividades-meio;
Tanto a empresas públicas, quanto as sociedades de economia – Devem obedecer à vedação à acumulação de cargos prevista
mista, no que se refere à sua área de atuação, podem ser divididas constitucionalmente;
entre prestadoras diversas de serviço público e plenamente – Não podem exigir aprovação prévia, por parte do Poder
atuantes na atividade econômica de modo geral. Assim sendo, Legislativo, para nomeação ou exoneração de seus diretores.
obtemos dois tipos de empresas públicas e dois tipos de sociedades
de economia mista. Fundações e outras entidades privadas delegatárias
Ressalta-se que ao passo que as empresas estatais exploradoras Identifica-se no processo de criação das fundações privadas,
de atividade econômica estão sob a égide, no plano constitucional, duas características que se encontram presentes de forma
pelo art. 173, sendo que a sua atividade se encontra regida pelo contundente, sendo elas a doação patrimonial por parte de um
direito privado de maneira prioritária, as empresas estatais instituidor e a impossibilidade de terem finalidade lucrativa.
prestadoras de serviço público são reguladas, pelo mesmo diploma O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de
legal, pelo art. 175, de maneira que sua atividade é regida de forma 1988 conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito
exclusiva e prioritária pelo direito público. predominantemente de direito privado, sendo que a Constituição
Federal dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às Sociedades
– Observação importante: todas as empresas estatais, sejam de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite autorização
prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade da criação, por lei e não a criação direta por lei, como no caso das
econômica, possuem personalidade jurídica de direito privado. autarquias.
O que diferencia as empresas estatais exploradoras de atividade Entretanto, a doutrina majoritária e o STF aduzem que
econômica das empresas estatais prestadoras de serviço público é a Fundação Pública poderá ser criada de forma direta por meio
a atividade que exercem. Assim, sendo ela prestadora de serviço de lei específica, adquirindo, desta forma, personalidade jurídica
público, a atividade desempenhada é regida pelo direito público, de direito público, vindo a criar uma Autarquia Fundacional ou
nos ditames do artigo 175 da Constituição Federal que determina Fundação Autárquica.
que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente – Observação importante: a autarquia é definida como
ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de serviço personificado, ao passo que uma autarquia fundacional é
licitação, a prestação de serviços públicos.” Já se for exploradora conceituada como sendo um patrimônio de forma personificada
de atividade econômica, como maneira de evitar que o princípio destinado a uma finalidade específica de interesse social.
da livre concorrência reste-se prejudicado, as referidas atividades
deverão ser reguladas pelo direito privado, nos ditames do artigo Vejamos como o Código Civil determina:
173 da Constituição Federal, que assim determina: Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:(...)
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
permitida quando necessária aos imperativos da segurança No condizente à Constituição, denota-se que esta não faz
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em distinção entre as Fundações de direito público ou de direito
lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da privado. O termo Fundação Pública é utilizado para diferenciar as
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem fundações da iniciativa privada, sem que haja qualquer tipo de
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de ligação com a Administração Pública.
prestação de serviços, dispondo sobre:
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
sociedade;
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No entanto, determinadas distinções poderão ser feitas, como VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente
por exemplo, a imunidade tributária recíproca que é destinada e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do
somente às entidades de direito público como um todo. Registra-se voluntariado;
que o foro de ambas é na Justiça Federal. VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e
combate à pobreza;
— Delegação Social IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos
socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio,
Organizações sociais emprego e crédito;
As organizações sociais são entidades privadas que recebem X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos
o atributo de Organização Social. Várias são as entidades criadas direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
por particulares sob a forma de associação ou fundação que XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos
desempenham atividades de interesse público sem fins lucrativos. Ao humanos, da democracia e de outros valores universais;
passo que algumas existem e conseguem se manter sem nenhuma XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias
ligação com o Estado, existem outras que buscam se aproximar do alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
Estado com o fito de receber verbas públicas ou bens públicos com técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
o objetivo de continuarem a desempenhar sua atividade social. Nos neste artigo.
parâmetros da Lei 9.637/1998, o Poder Executivo Federal poderá A lei das Oscips apresenta um rol de entidades que não podem
constituir como Organizações Sociais pessoas jurídicas de direito receber a qualificação. Vejamos:
privado, que não sejam de fins lucrativos, cujas atividades sejam Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
cultura e à saúde, atendidos os requisitos da lei. Ressalte-se que I – as sociedades comerciais;
as entidades privadas que vierem a atuar nessas áreas poderão II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação
receber a qualificação de OSs. de categoria profissional;
Lembremos que a Lei 9.637/1998 teve como fulcro transferir os III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação
serviços que não são exclusivos do Estado para o setor privado, por de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
intermédio da absorção de órgãos públicos, vindo a substituí-los por IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
entidades privadas. Tal fenômeno é conhecido como publicização. fundações;
Com a publicização, quando um órgão público é extinto, logo, outra V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar
entidade de direito privado o substitui no serviço anteriormente bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
prestado. Denota-se que o vínculo com o poder público para que VI – as entidades e empresas que comercializam planos de
seja feita a qualificação da entidade como organização social é saúde e assemelhados;
estabelecido com a celebração de contrato de gestão. Outrossim, VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
as Organizações Sociais podem receber recursos orçamentários, mantenedoras;
utilização de bens públicos e servidores públicos. VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não
gratuito e suas mantenedoras;
Organizações da sociedade civil de interesse público IX – as Organizações Sociais;
São conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado, sem X – as cooperativas;
fins lucrativos, nas quais os objetivos sociais e normas estatutárias
devem obedecer aos requisitos determinados pelo art. 3º da Lei Por fim, registre-se que o vínculo de união entre a entidade e o
n. 9.790/1999. Denota-se que a qualificação é de competência do Estado é denominado termo de parceria e que para a qualificação de
Ministério da Justiça e o seu âmbito de atuação é parecido com o da uma entidade como Oscip, é exigido que esta tenha sido constituída
OS, entretanto, é mais amplo. e se encontre em funcionamento regular há, pelo menos, três anos
Vejamos: nos termos do art. 1º, com redação dada pela Lei n. 13.019/2014. O
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em Tribunal de Contas da União tem entendido que o vínculo firmado
qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no pelo termo de parceria por órgãos ou entidades da Administração
respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será Pública com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, não é demandante de processo de licitação. De acordo com o
cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes que preceitua o art. 23 do Decreto n. 3.100/1999, deverá haver a
finalidades: realização de concurso de projetos pelo órgão estatal interessado
I – promoção da assistência social; em construir parceria com Oscips para que venha a obter bens e
II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio serviços para a realização de atividades, eventos, consultorias,
histórico e artístico; cooperação técnica e assessoria.
III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma
complementar de participação das organizações de que trata esta Entidades de utilidade pública
Lei; O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado trouxe
IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma em seu bojo, dentre várias diretrizes, a publicização dos serviços
complementar de participação das organizações de que trata esta estatais não exclusivos, ou seja, a transferência destes serviços para
Lei; o setor público não estatal, o denominado Terceiro Setor.
V – promoção da segurança alimentar e nutricional;
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Podemos incluir entre as entidades que compõem o Terceiro Controle exercido pela Administração Pública (controle
Setor, aquelas que são declaradas como sendo de utilidade pública, interno)
os serviços sociais autônomos, como SESI, SESC, SENAI, por exemplo, A princípio, infere-se que a teoria da separação dos poderes
as organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade civil de possui em sua essência, de acordo com Montesquieu, o objetivo
interesse público (OSCIP). certo de limitar arbítrios de maneira que venha a proteger os
É importante explicitar que o crescimento do terceiro setor direitos individuais. Isso por que, grande parte dos detentores do
está diretamente ligado à aplicação do princípio da subsidiariedade Poder tende a adquirir mais poder, situação tal, que, caso não esteja
na esfera da Administração Pública. Por meio do princípio da sujeita a controle, culminará no abuso, ou até no absolutismo.
subsidiariedade, cabe de forma primária aos indivíduos e às Para evitar esse tipo de distorção, Montesquieu propôs a teoria
organizações civis o atendimento dos interesses individuais e dos freios e contrapesos, por meio da qual os poderes constituídos
coletivos. Assim sendo, o Estado atua apenas de forma subsidiária possuem a incumbência de controlar, freando e contrabalanceando
nas demandas que, devido à sua própria natureza e complexidade, as atuações dos demais poderes, de maneira que cada um deles
não puderam ser atendidas de maneira primária pela sociedade. tenha autonomia, possua liberdade, porém, uma liberdade sob
Dessa maneira, o limite de ação do Estado se encontraria na vigilância. Nesse sentido, o Poder Legislativo edita leis que podem
autossuficiência da sociedade. ser vetadas ou freadas pelo Poder Executivo, que poderá ter seu
Em relação ao Terceiro Setor, o Plano Diretor do Aparelho do veto derrubado ou freado pelo Poder Legislativo. Ou seja, não
Estado previa de forma explícita a publicização de serviços públicos concordando o Executivo com a derrubada de um veto vindo a
estatais que não são exclusivos. A expressão publicização significa entender que a lei aprovada seja inconstitucional, deterá o poder
a transferência, do Estado para o Terceiro Setor, ou seja um setor de incumbir a matéria à análise do Poder Judiciário que irá dirimir
público não estatal, da execução de serviços que não são exclusivos o conflito, como por exemplo, uma ADI ajuizada pelo Presidente da
do Estado, vindo a estabelecer um sistema de parceria entre o República. O Judiciário contém os membros de sua cúpula (STF),
Estado e a sociedade para o seu financiamento e controle, como um que são indicados pelo chefe de outro Poder, no caso, o Presidente
todo. Tal parceria foi posteriormente modernizada com as leis que da República, sendo a indicação restrita à aprovação de uma das
instituíram as organizações sociais e as organizações da sociedade Casas do Parlamento (Senado Federal), o que acaba por ser uma
civil de interesse público. espécie de controle prévio.
O termo publicização também é atribuído a um segundo sentido Desta maneira, percebe-se que no Estado Democrático de
adotado por algumas correntes doutrinárias, que corresponde à Direito, o próprio ordenamento jurídico dispõe de mecanismos
transformação de entidades públicas em entidades privadas sem que possibilitam o controle de toda a atuação do Estado. Tais
fins lucrativos. instrumentos tem como objetivo, garantir que tal atuação se
No que condizente às características das entidades que mantenha sempre consolidada com o direito, visando ao interesse
compõem o Terceiro Setor, a ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro público e mantendo o respeito aos direitos dos administrados.
entende que todas elas possuem os mesmos traços, sendo eles: Em relação à localização do órgão de controle, infere-se que
1. Não são criadas pelo Estado, ainda que algumas delas pode ser interno ou externo. Vejamos:
tenham sido autorizadas por lei; – Controle interno: é realizado por órgãos de um Poder
2. Em regra, desempenham atividade privada de interesse sobrepondo condutas que são praticadas na direção desse
público (serviços sociais não exclusivos do Estado); mesmo Poder, ou, ainda, por um órgão de uma pessoa jurídica
3. Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público; da Administração indireta sobre atos que foram praticados pela
4. Muitas possuem algum vínculo com o Poder Público e, própria pessoa jurídica da qual faz parte. No controle interno o
por isso, são obrigadas a prestar contas dos recursos públicos à órgão controlador encontra-se inserido na estrutura administrativa
Administração que deve ser controlada.
5. Pública e ao Tribunal de Contas; Em alguns casos, o controle interno decorre da hierarquia,
6. Possuem regime jurídico de direito privado, porém derrogado pois esta possibilita aos órgãos hierarquicamente superiores
parcialmente por normas direito público; controlar os atos praticados pelos que lhe são subordinados. Em
resumo, o controle interno que venha a depender da existência de
Assim, estas entidades integram o Terceiro Setor pelo fato hierarquia entre controlador e controlado, é aquele exercido pelas
de não se enquadrarem inteiramente como entidades privadas e chefias sobre seus subordinados, sendo o tradicional “sistema de
também porque não integram a Administração Pública Direta ou controle interno” é organizado por lei incumbida de lhe definir as
Indireta. atribuições, não dependendo de hierarquia para o exercício de suas
Convém mencionar que, como as entidades do Terceiro Setor prerrogativas.
são constituídas sob a forma de pessoa jurídica de direito privado,
seu regime jurídico, normalmente, via regra geral, é de direito – Controle externo: é realizado por órgão estranho à estrutura
privado. Acontece que pelo fato de estas gozarem normalmente do Poder controlado. Verificamos tal fato, em termos práticos,
de algum incentivo do setor público, também podem lhes ser quando por exemplo, um Tribunal de Contas Estadual passa a julgar
aplicáveis algumas normas de direito público. Esse é o motivo pelo as contas no âmbito dos poderes legislativo ou judiciário.
qual a conceituada professora afirma que o regime jurídico aplicado
às entidades que integram o Terceiro Setor é de direito privado, Controle Judicial
podendo ser modificado de maneira parcial por normas de direito Registremos, a princípio, que o controle judicial da
público. Administração Pública, trata-se daquele exercido pelo Poder
Judiciário, quando em exercício de função jurisdicional, sobre os
atos administrativos do Poder Executivo, do Poder Legislativo e
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do próprio Poder Judiciário. O controle judicial é aquele por meio Explicita-se que o controle judicial da Administração, de modo
do qual, o Poder Judiciário, ao exercer de a função jurisdicional, geral, é sempre provocado, isso por que ele depende da iniciativa de
aprecia a juridicidade que engloba a regularidade, a legalidade e a alguma pessoa, que poderá ser física ou jurídica. Qualquer pessoa
constitucionalidade da conduta administrativa. que tenha a pretensão de provocar o controle da administração
Denota-se que o controle externo da Administração por meio pelo Poder Judiciário, deverá, de antemão, propor judicialmente a
do Poder Judiciário foi majorado e fortalecido pela Constituição ação cabível para o alcance desse objetivo.
Federal de 1988, tendo previsto novos instrumentos de controle, Por fim, diga-se de passagem, que existem várias espécies
como por exemplo, o mandado de segurança coletivo, o mandado de ações judiciais que permitem ao Judiciário apreciar lesão ou
de injunção e o habeas data. ameaça a direito decorrente de ato administrativo. Exemplos:
O Brasil, contemporaneamente adota o sistema de unidade o habeas corpus, o habeas data, o mandado de injunção, etc. A
de jurisdição, também conhecido por sistema de monopólio de relação das ações que dão possibilidade ao controle judicial da
jurisdição ou sistema inglês, por intermédio do qual o Poder Administração será sempre a título de exemplificação, tendo em
Judiciário possui a exclusividade da função jurisdicional, vindo a vista que o controle pode ser exercido, inclusive, por intermédio
inferir que somente as decisões judiciais fazem coisa julgada em de ação judicial ordinária sem denominação especial ou específica.
sentido próprio, vindo a tornar-se juridicamente insuscetíveis de
serem modificadas. – Nota: a Emenda Constitucional 45/2004 ao introduzir no
Desta maneira, percebe-se que a decisão que é proferida direito brasileiro o instituto das súmulas vinculantes, inaugurou um
pela Administração Pública ou, ainda, qualquer ato administrativo novo mecanismo de controle judicial da Administração Pública, ato
encontram-se passíveis de revisão pelo Poder Judiciário. por meio do qual passou-se a admitir o cabimento de reclamação
É importante registrar que o fundamento da adoção do ao STF contra ato administrativo que contrarie súmulas vinculantes
sistema de unidade jurisdicional no Brasil é a previsão que se editadas pela Corte Suprema.
encontra inserida no art. 5º, XXXV, da CFB/1988, por meio da qual
ficou estabelecido que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Controle Legislativo
Judiciário lesão ou ameaça a direito”. O controle legislativo é aquele executado pelo Poder Legislativo
Há países, que de forma diferente do Brasil, adotam o sobre as autoridades e os órgãos dos outros poderes, como ocorre
sistema de dualidade de jurisdição ou sistema do contencioso por exemplo, nos casos de convocação de autoridades com o
administrativo ou sistema francês. Denota-se que nesses países, a objetivo de prestar esclarecimentos ou, ainda, do controle externo
função jurisdicional é exercida por duas estruturas orgânicas que exercido pelo Poder Legislativo auxiliado pelo Tribunal de Contas.
são regidas de forma independente, sendo elas a Justiça Judiciária O controle legislativo, também denominado de controle
e a Justiça Administrativa, posto que cada uma profere decisão com parlamentar, se refere àquele no qual o Poder Legislativo exerce
força de coisa julgada no âmbito de suas competências. poder sobre os atos do Poder Executivo e sobre os atos do Poder
Referente à Justiça Administrativa, explica-se que no sistema Judiciário, sendo este último somente no que condiz ao desempenho
de dualidade de jurisdição, esta é composta por juízes e tribunais da função administrativa. Trata-se assim, o controle parlamentar de
administrativos cuja competência cuida-se em geral, de resolver um controle externo sobre os demais Poderes.
litígios nos quais o Poder Público seja parte. Pareando a Justiça Infere-se que a estrutura do Poder Legislativo Brasileira deve
Administrativa, está a Justiça Judiciária, composta por órgãos do ser verificada com atenção às peculiaridades de cada ente federado,
Poder Judiciário, tendo competência para julgar com definitividade posto que não somente o princípio da simetria, como também as
conflitos que envolvam somente particulares. regras específicas que a Constituição Federal predispõe para os
Pondera-se que o controle exercido pelo Poder Judiciário, via âmbitos federal, estadual, municipal e distrital.
de regra, será sempre um controle de legalidade ou legitimidade Em análise ao plano federal, verifica-se que vigora o
do ato administrativo. No exercício da função jurisdicional, os bicameralismo federativo, sendo o Poder Legislativo Federal
Magistrados não apreciam o mérito do ato administrativo, não composto por duas Casas: a Câmara dos Deputados que é composta
analisando a conveniência e a oportunidade da prática do ato. por representantes do povo e o Senado Federal que é composto por
Devido ao fato de se tratar de um controle de legalidade ou representantes dos Estados-membros e do Distrito Federal.
de legitimidade, sempre que o ato estiver eivado de algum vício, De acordo com o sistema constitucional, o controle parlamentar
a decisão judicial será revertida no sentido de anulação do ato pode ser exercido: a) por uma das Casas isoladamente; b) pelas
administrativo que se encontra viciado. Vale enfatizar que não duas Casas reunidas em sessão conjunta; c) pela mesa diretora
é cabível no exercício da função jurisdicional a revogação do ato do Congresso Nacional ou de cada Casa; d) pelas comissões do
administrativo, tendo em vista que esta pressupõe a análise do Congresso Nacional ou de cada Casa.
mérito do ato. Levando em conta o princípio da simetria de organização,
É de suma importância destacar que o controle judicial possui as regras mencionadas também devem ser aplicadas, no que
abrangência tanto em relação aos atos vinculados quanto aos lhes couber, ao Poder Legislativo em âmbito estadual, municipal
discricionários, posto que ambos devem obedecer aos requisitos de e distrital, desde que realizadas as devidas adaptações,
validade como a competência, a forma e a finalidade. Desta forma, principalmente aquelas que advém do fato de nos planos estadual,
é possível que tanto os atos administrativos vinculados quanto municipal e distrital a organização do Poder Legislativo serem do
os discricionários venham a apresentar vícios de legalidade ou tipo unicameral.
ilegitimidade, em decorrência dos quais poderão vir a ser anulados Com fundamento no princípio da autotutela, o Poder Legislativo
pelo Poder Judiciário quando estiver no exercício do controle também possui o poder de exercer o controle interno sobre os seus
jurisdicional. próprios atos. Nessa situação, aduz-se que o Poder Legislativo estará

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realizando um controle administrativo interno. Esse é o motivo pelo limites e condições para a concessão de garantia da União em
qual quando falamos no controle parlamentar, estamos abordando operações de crédito externo e interno; estabelecer limites globais
somente o controle externo exercido pelo Poder Legislativo. e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do
Destaca-se que o controle que o Poder Legislativo detém Distrito Federal e dos Municípios; aprovar, por maioria absoluta e
sobre a Administração Pública, encontra-se limitado às hipóteses por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da
previstas na Constituição Federal. Isso ocorre, por que porque República antes do término de seu mandato; aprovar previamente,
caso contrário, haveria inferiorização do princípio da separação por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:
dos poderes. Acontece que em razão disso, não podem leis – Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
ordinárias, complementares ou Constituições Estaduais predispor – Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo
outras modalidades de controle diversas das que são previstas na Presidente da República;
Constituição Federal, sob risco de ferir o mesmo princípio. – Governador de Território;
De modo geral, a doutrina diferencia dois tipos de controle – Presidente e diretores do Banco Central;
legislativo: o político e o financeiro. – Procurador-Geral da República;
O controle financeiro é exercido com o auxílio dos tribunais – Titulares de outros cargos que a lei determinar;
de contas. Já o controle político, alcança aspectos de legalidade – Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em
e de mérito, vindo a ser preventivo, concomitante ou repressivo, sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de
conforme o caso. caráter permanente.

– Formas de controle político: 3. Da competência privativa da Câmara dos Deputados (CF,


1. Da competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art. 51): autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração
art. 49): resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e
atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos os Ministros de Estado; proceder à tomada de contas do Presidente
gravosos ao patrimônio nacional; autorizar o Presidente da da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional
República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa.
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele 4. Outros controles políticos (CF, art. 50): a Câmara dos
permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões,
em lei complementar; autorizar o Presidente e o Vice-Presidente poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de
da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para
a quinze dias; aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas determinado, importando crime de responsabilidade a ausência
medidas; sustar os atos normativos do Poder Executivo que sem justificação adequada; as Mesas da Câmara dos Deputados
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de
legislativa; julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente informações a Ministros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos
da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos diretamente subordinados à Presidência da República, importando
de governo; fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de em crime de responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no
suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
indireta; apreciar os atos de concessão e renovação de concessão Por fim, em relação ao controle político legislativo, cabe
de emissoras de rádio e televisão; aprovar iniciativas do Poder especial destaque referente ao controle exercido pelas comissões
Executivo referentes a atividades nucleares; autorizar, em terras parlamentares de inquérito (CPIs).
indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos As CPIs são comissões temporárias designadas a investigar fato
e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; aprovar, previamente, a certo e determinado e fazem parte do contexto de uma das funções
alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois típicas do Parlamento que é a função de fiscalização.
mil e quinhentos hectares. De acordo com a Constituição Federal, as comissões
2. Da competência privativa do Senado Federal (CF, art. 52): parlamentares de inquérito possuem poderes de investigação que
processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos são próprios das autoridades judiciais, além de outros poderes que
crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os estão previstos nos regimentos das Casas Legislativa. As CPIs são
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, seja em
da mesma natureza conexos com aqueles; processar e julgar os conjunto ou de forma separada mediante pugnação de um terço
Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho de seus membros, com o objetivo de apurar fato determinado e
Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, por prazo certo, sendo que as suas conclusões, quando for preciso,
o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União serão encaminhadas ao Ministério Público, para que este órgão
nos crimes de responsabilidade; autorizar operações externas de promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores, nos
natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito termos dispostos no art. 58, § 3º da CFB/1988.
Federal, dos Territórios e dos Municípios; fixar, por proposta Em decorrência do exercício dos seus poderes de investigação,
do Presidente da República, limites globais para o montante da a CPI é dotada de ato próprio, sem a necessidade de autorização
dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e judicial para:
dos Municípios; dispor sobre limites globais e condições para as – Realizar as diligências que entender necessárias;
operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, – Convocar e tomar o depoimento de autoridades, inquirir
do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais testemunhas sob compromisso e ouvir indiciados;
entidades controladas pelo Poder Público federal; dispor sobre
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– Requisitar de órgãos públicos informações e documentos de Judiciário em desfavor da decisão final do Tribunal de Contas com
qualquer natureza; o fulcro de reformá-la, mas sim ajuizar processo autônomo perante
– Requerer ao Tribunal de Contas da União a realização de o órgão jurisdicional competente com o objetivo de anular o
inspeções e auditorias que entender necessárias. mencionado julgado.
Registra-se que em relação ao controle externo financeiro e
Ademais, conforme decisão do STF, por autoridade própria, a as atribuições dos tribunais de contas, a Constituição Federal criou
CPI pode sem necessidade de intervenção judicial, porém, sempre um sistema harmonizado de controle, que prevê a existência de um
por meio de decisão fundamentada e motivada, observadas todas controle externo associada a um controle interno executado por
as formalidades da legislação, determinar a quebra de sigilo fiscal, cada órgão sobre seus agentes e seus atos.
bancário e de dados do investigado. (MS 23.452/RJ). O controle exercido pelo Poder Legislativo é uma forma de
Em esquema básico, temos: controlar de maneira externa os atos dos órgãos dos outros Poderes
e das entidades da administração indireta. Esse controle, além de
Financeiro: é exercido com o controlar a parte financeira dos outros órgãos, também abrange
auxílio dos tribunais de contas. de forma ampla o controle contábil, financeiro, orçamentário,
operacional e patrimonial, levando em conta os aspectos da
CONTROLE LEGISLATIVO Político: alcança aspectos de legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
ESPÉCIES legalidade e de mérito, vindo a e renúncia de receitas.
ser preventivo, concomitante ou No campo contábil a análise abrange o registro dos fatos
repressivo. contábeis e a elaboração de demonstrativos. Em âmbito financeiro,
é verificado o verdadeiro ingresso das receitas, através de
Controle pelos Tribunais de Contas comprovantes de depósito ou transferência de recursos, bem como
Previstos na Constituição Federal, os Tribunais de Contas são a realização de forma efetiva de despesas, vindo a comprovar os
órgãos com a finalidade de auxiliar o Poder Legislativo na execução seus tradicionais estágios de licitação, empenho, liquidação e
do exercício do controle externo da Administração Pública. São pagamento. Por sua vez, o controle orçamentário é aquele que
órgãos especializados e não integram a estrutura administrativa acompanha a execução do orçamento, que é a legislação em
do Parlamento e também não mantém com ele mantém qualquer que se encontram as receitas previstas e também as despesas
espécie de relação hierárquica. fixadas. Em referência ao controle operacional, ressaltamos que
Denota-se que a Carta Magna de 1988 preservou a estrutura o mesmo trata de diversos aspectos do desempenho da atividade
de organização dos Tribunais de Contas vigente nos diversos entes administrativa, como por exemplo, numa auditoria operacional,
da federação à época de sua promulgação. Com isso, nos termos pode ser computado o tempo médio que o usuário usa esperando
do art. 31, § 4º da CFB/1988, tornou-se proibida a criação de novos por atendimento médico em uma unidade do sistema público de
tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais. saúde. Finalmente, temos o controle patrimonial, que cuida da
Em seguimento a essa diretriz, em âmbito federal, temos o fiscalização do patrimônio público.
TCU (Tribunal de Contas da União); no plano estadual, os Tribunais Analisando a legalidade do controle externo, observamos que
de Contas dos Estados; no Distrito Federal, o TCDF (Tribunal este investiga se a conduta administrativa está de acordo com as
de Contas do Distrito Federal), sendo que na esfera municipal, diversas normas jurídicas.
percebe-se a organização dos tribunais de contas não ocorre de O controle de legitimidade atua complementando o controle
maneira uniforme. Devido ao fato da maioria dos municípios ter de legalidade, permitindo a apreciação de outros aspectos além
criado até a CF/1988 o seu próprio Tribunal de Contas, a função da adequação formal da conduta à legislação pertinente. Nesse
de prestar auxílio ao Poder Legislativo municipal no exercício do diapasão, são passíveis de averiguação aspectos como a finalidade
controle externo é normalmente repassada ao Tribunal de Contas do ato e a obediência aos princípios constitucionais como a
do respectivo Estado que é dotado de atribuições de controle ao moralidade administrativa, por exemplo.
das administrações estadual e municipal. Em continuidade, o controle de economicidade é relativo à
Em relação à sua composição, verificamos com afinco que os utilização dos recursos de forma racional, uma vez que com ele,
Tribunais de Contas são órgãos colegiados, com quadro de pessoal pretende-se averiguar se a despesa realizada atende aos aspectos
próprio (inspetores, procuradores, analistas, técnicos etc.), sendo da melhor relação custo-benefício.
o TCU composto por nove ministros, ao passo que os demais Destaca-se que o controle externo também investiga se houve
Tribunais de contas são compostos, em regra, por sete conselheiros, a aplicação de forma correta das subvenções, que se tratam de
número sempre observado nos Estados, com exceção do Tribunal transferências de recursos feitas pelo governo com o fito de cobrir
de Contas do Município de São Paulo que conta com apenas cinco despesas de custeio das entidades beneficiadas.
conselheiros, nos parâmetros do art. 49 da Lei Orgânica daquele As subvenções podem ser de duas espécies. São elas:
Município. subvenções sociais e subvenções econômicas.
Embora, não obstante a existência dos chamados “tribunais” A) Subvenções sociais: são destinadas ao custeio de instituições
de contas, as cortes de contas também não exercem jurisdição em públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, que não
sentido próprio, isso por que suas decisões não possuem o caráter possuem finalidade lucrativa, nos ditames da Lei 4.320/1964, art.
de definitividade, vindo a sofrer a possibilidade de serem anuladas 12, § 3º, I.
pelo Poder Judiciário. Entretanto, o processo ajuizado com o fito B) Subvenções econômicas: são as destinadas ao custeio de
de anular a decisão da corte de contas é distinto do processo de empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial,
natureza administrativa em que foi proferida tal decisão. Desta agrícola ou pastoril, nos termos da Lei 4.320/1964, art. 12, § 3º, II.
forma, o interessado não poderá interpor um recurso para o
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Registra-se, que o controle externo também se incumbe – Aspectos importantes sobre as atribuições dos Tribunais de
de apreciar a regularidade da renúncia de receita. Há vários Contas
mecanismos que tornam possível a renúncia de receita, como Vejamos a diferença entre os atributos de “apreciar contas” e
por exemplo: a remissão, o subsídio, a isenção e a modificação da “julgar contas”.
alíquota ou da base de cálculo de tributo que implique sua redução. Em relação às contas do chefe do Poder Executivo, os Tribunais
Nos ditames constitucionais, a cargo de Congresso Nacional, o de Contas têm atribuição para “apreciá-las”, desde que haja a
controle externo, será exercido com a ajuda do Tribunal de Contas emissão de parecer conclusivo, que deverá ser elaborado no prazo
da União, ao qual compete, nos parâmetros do art. 71 da CFB/1988: de 60 dias a contar de seu recebimento (art. 71, I), sendo que é
A) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da competência do Poder
República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em Legislativo julgar as contas de cada ente federado. Desta
sessenta dias a contar de seu recebimento; maneira, as contas anuais do Presidente da República são julgadas
B) Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis pelo Congresso Nacional nos ditames do art. 49, IX, CF/1988; as dos
por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e Governadores, pela Assembleia Legislativa do respectivo Estado;
indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas a do Governador do Distrito Federal, pela Câmara Legislativa do
pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa Distrito Federal; e as contas dos Prefeitos, pelas respectivas câmaras
a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao municipais.
erário público; apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos Existe uma particularidade em relação ao parecer que o
de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta tribunal de contas do Estado ou do município emite a respeito
e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder das contas anuais do chefe do Poder Executivo municipal. Nos
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em termos do previsto no art. 31, § 2º, da CF/1988, o parecer prévio,
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas emitido pelo tribunal de contas sobre as contas que o Prefeito
e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão
fundamento legal do ato concessório; de dois terços dos membros da Câmara Municipal. Assim sendo,
C) Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, é por essa razão que grande parte da doutrina afirma que nessa
do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções hipótese, o parecer prévio é relativamente vinculante, não sendo
e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, absolutamente vinculante pelo fato de poder ser superado, porém,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos como a superação depende de quórum qualificado, tem-se uma
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades vinculação relativa.
referidas na letra b; Em relação a esse assunto, o STF explicou que a expressão “só
D) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais deixará de prevalecer”, contida no mencionado § 2º, não quer dizer
de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, que o parecer conclusivo do tribunal de contas poderia produzir
nos termos do tratado constitutivo; efeitos imediatos, que se poderiam se tornar permanentes em caso
E) Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela do silêncio da casa legislativa. Para a Suprema Corte, o parecer do
União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos Tribunal de Contas que rejeita as contas do chefe do executivo possui
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; natureza opinativa, só podendo produzir o efeito de inelegibilidade
F) Prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, do prefeito (LC 64/1990, art. 1º, I, alínea “g”) após transcorrido o
por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas julgamento das contas pela respectiva Câmara de Vereadores (RE
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 729.744/MG e RE 848.826/DF).
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e De outro ângulo, o parecer antecedente emitido pela Corte
inspeções realizadas; de Contas é indispensável ao julgamento das contas anuais
G) Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa dos Prefeitos. Foi justamente por esse motivo que o STF julgou
ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que inconstitucional dispositivo de constituição estadual que permitia
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano às Câmaras Legislativas apreciarem as contas anuais prestadas
causado ao erário; pelos prefeitos, independentemente do parecer do Tribunal de
H) Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as Contas do Estado, quando este não fosse oferecido no prazo de 180
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada dias. (ADI 3.077/SE).
ilegalidade; Os Tribunais de Contas possuem competência distinta para
I) sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado verba pública, bens e valores públicos da administração direta
Federal; e indireta, inclusive das fundações e sociedades instituídas e
J) Representar ao Poder competente sobre irregularidades ou mantidas pelo Poder Público, e ainda, as contas dos entes que
abusos apurados. ensejarem e derem causa à perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte prejuízo ao erário público, nos termos do disposto no
Observação: As normas retro mencionadas acima relativas art. 71, III da CFB/1988.
ao Tribunal de Contas da União aplicam-se, no que couber, à Outro ponto importante a ser destacado, é o fato de que
organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos ao julgar as contas dos gestores públicos e demais agentes que
Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos causarem danos ao erário, em diversos casos, os tribunais de contas
de Contas dos Municípios, onde houver, nos termos do art.75 da imputam débito com o objetivo de ressarcir o dano, ou multa com
CFB/1988. caráter de punição. Denota-se que decisões das Cortes de Contas
que imputam débito ou multa terão validade de título executivo nos
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termos do art. 71, § 3º da CFB/198. Ou seja, caso a pessoa a quem Existem instrumentos utilizados pelos particulares para
foi imputada a multa ou o débito não vier a adimplir a referida provocar o controle administrativo, entre eles estão:
importância dentro do prazo estipulado por lei, poderá sofrer a – Representação (denúncia de ilegalidade ou abuso de poder
cobrança judicial da importância diretamente por intermédio de perante a Administração);
uma ação de execução, sendo desnecessário o ajuizamento de uma – Reclamação administrativa (manifestação de discordância em
ação de conhecimento para rediscutir a matéria que já foi objeto de razão de atuação administrativa que atingiu direito do particular);
decisão da corte de contas. – Recurso hierárquico próprio e impróprio;
Pelo fato das decisões definitivas dos tribunais de contas – Pedido de revisão; e
que imputam débito ou aplicam multa terem, por si só, força de – Pedido de reconsideração (quanto aos três últimos
título executivo, sua execução independe da inscrição em dívida instrumentos, vide a seguir no Capítulo “Processo Administrativo”).
ativa. Entretanto, os entes federados têm o costume de inscrever
todos os seus créditos passíveis de execução em dívida ativa, o que Meios de Controle
ocorre por dois motivos. Em primeiro lugar, por que a inscrição O controle administrativo pode ser hierárquico ou não
dá possibilidade para que a execução siga o rito estabelecido na hierárquico.
Lei 6.830/1980, Lei das Execuções Fiscais, trazendo uma série de
vantagens para o exequente. Em segundo lugar, a inscrição acaba O Controle Hierárquico entre os órgãos da administração
por submeter o crédito a um controle mais amplo, na medida em direta que sejam escalonados verticalmente, em cada Poder, e
que ele fica registrado em sistemas informatizados criados para a existe controle hierárquico entre os órgãos de cada entidade da
administração, controle de prazos e cobrança dos valores inscritos. administração indireta que sejam escalonados verticalmente, no
âmbito interno da própria entidade.
— Controle Administrativo1
O Controle da Administração pode ser interno ou externo, Controle Ministerial
administrativo, legislativo e judiciário, conforme seja realizado De outra parte, existe controle administrativo não hierárquico.
ou não pela própria Administração ou pelos Poderes Executivo, Também chamado de controle finalístico, de supervisão ministerial,
Legislativo e Judiciário. de tutela administrativa, é o controle exercido pela administração
O Controle Administrativo é aquele realizado pela própria direta aos atos praticados pela administração indireta. É um
Administração Pública. Esse controle decorre do princípio da controle interno exercido sem que haja subordinação.
autotutela, ou seja, do poder que possui a Administração de anular O Controle ministerial é o exercido pelos Ministérios sobre os
os atos ilegais e de revogar os atos inconvenientes ou inoportunos órgãos de sua estrutura administrativa e também sobre as pessoas
ao interesse público. Ë denominado como o poder de fiscalização da Administração Indireta federal.
e correção que a Administração Pública (em sentido amplo) exerce
sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, O Direito de Petição, a doutrina em geral menciona diversos
por iniciativa própria ou mediante provocação. meios ou instrumentos passíveis de ser utilizados pelo administrado
É o controle exercido pelos órgãos com função administrativa para provocar o controle administrativo, todos eles espécie do
sobre seus próprios atos, no desempenho da autotutela. Portanto, abrangente direito fundamental previsto no art. 5.º, XXXIV, a, da
cabe ao Poder Executivo o amplo controle sobre suas próprias Constituição Federal, conhecido como “direito de petição”.
funções administrativas, extroversas e introversas, e aos demais
Poderes do Estado, bem como aos órgãos constitucionalmente Revisão Recursal
independentes, exercer o autocontrole no que toca às suas Como instrumento de controle administrativo, a revisão
respectivas funções administrativas. recursal significa a possibilidade de eventuais interessados se
Em relação ao objetivo, esta modalidade de controle visa, insurgirem formalmente contra certos atos da Administração,
genericamente, à juridicidade da ação administrativa pública, lesivos ou não a direito próprio, mas sempre alvitrando a reforma
destacadamente quanto à sua legitimidade e legalidade. de determinada conduta.
Abrange os órgãos da Administração Direta ou centralizada Esse meio de controle é processado através dos recursos
e as pessoas jurídicas que integram a Administração Indireta ou administrativos, matéria que, marcada por muitas singularidades,
descentralizada. será estudada em separado a seguir.

A Súmula n. 473 do STF prevê: Controle Social


A Administração pode anular seus próprios atos, quando As normas jurídicas, tanto constitucionais como legais, têm
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se contemplado a possibilidade de ser exercido controle do Poder
originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou Público, em qualquer de suas funções, por segmentos oriundos
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em da sociedade. É o que se configura como controle social, assim
todos os casos, a apreciação judicial. denominado justamente por ser uma forma de controle exógeno do
Poder Público nascido das diversas demandas dos grupos sociais.
Esse controle pode ser iniciado de ofício pela Administração
(independentemente de provocação do particular) ou mediante
requerimento do interessado.

1 Almeida, Fabrício Bolzan D. Manual de direito administrativo. Dispo-


nível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Editora Saraiva, 2022.
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Objetivos I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com perso-


São três os objetivos do controle administrativo: nalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar ati-
1 – O primeiro deles é o de confirmação, pelo qual atos e vidades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu
comportamentos administrativos são dados pela Administração melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descen-
como legítimos ou adequados. Exemplo: o ato de confirmação de tralizada.
autuação fiscal, quando o autuado alega ilegalidade do ato. II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurí-
2 – O segundo é o de correção, em que a Administração, dica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo
considerando ilegal ou inconveniente a conduta ou o ato, da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica
providencia a sua retirada do mundo jurídico e procede à nova que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou
conduta, agora compatível com a legalidade ou com a conveniência de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer
administrativas. Se o Poder Público, para exemplificar, revoga das formas admitidas em direito. (Redação dada pelo Decreto-Lei
autorização de estacionamento, está corrigindo o ato anterior nº 900, de 1969)
quanto às novas condições de conveniência para a Administração. III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de perso-
3 – Objetivo de alteração, através do qual a Administração nalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração
ratifica uma parte e substitui outra em relação ao que foi produzido de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas
por órgãos e agentes administrativos. Exemplo: portaria que altera ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a
local de atendimento de serviço público, mas mantém o mesmo entidade da Administração Indireta. (Redação dada pelo Decreto-
horário anterior. -Lei nº 900, de 1969)
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade ju-
DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967 rídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que
Dispõe sôbre a organização da Administração Federal, estabe- não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público,
lece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providên- com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos
cias. respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recur-
sos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
O Presidente da República , usando das atribuições que lhe con- § 1º No caso do inciso III, quando a atividade for submetida a
fere o art. 9°, § 2º, do Ato Institucional nº 4, de 7 de dezembro de regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas à
1966, decreta: União, em caráter permanente.
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Adminis-
TÍTULO I tração Indireta existentes nas categorias constantes deste artigo.
DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL § 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem
personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua
Art. 1º O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da Repúbli- constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes apli-
ca auxiliado pelos Ministros de Estado. cando as demais disposições do Código Civil concernentes às funda-
Art. 2º O Presidente da República e os Ministros de Estado exer- ções. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
cem as atribuições de sua competência constitucional, legal e regu-
lamentar com o auxílio dos órgãos que compõem a Administração TÍTULO II
Federal. DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 3º Respeitada a competência constitucional do Poder Le-
gislativo estabelecida no artigo 46, inciso II e IV, da Constituição , o Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos
Poder Executivo regulará a estruturação, as atribuições e o funcio- seguintes princípios fundamentais:
namento dos órgãos da Administração Federal. (Redação dada pelo I - Planejamento.
Decreto-Lei nº 900, de 1969) II - Coordenação.
Art. 4° A Administração Federal compreende: III - Descentralização.
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integra- IV - Delegação de Competência.
dos na estrutura administrativa da Presidência da República e dos V - Controle.
Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes ca- CAPÍTULO I
tegorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: DO PLANEJAMENTO
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas; Art. 7º A ação governamental obedecerá a planejamento que
c) Sociedades de Economia Mista. vise a promover o desenvolvimento econômico-social do País e a
d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987) segurança nacional, norteando-se segundo planos e programas
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administra- elaborados, na forma do Título III, e compreenderá a elaboração e
ção Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência atualização dos seguintes instrumentos básicos:
estiver enquadrada sua principal atividade. (Renumerado pela Lei a) plano geral de governo;
nº 7.596, de 1987) b) programas gerais, setoriais e regionais, de duração pluria-
§ 2 º (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987) nual;
§ 3 º (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987) c) orçamento-programa anual;
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: d) programação financeira de desembolso.
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CAPÍTULO II § 4º Compete à estrutura central de direção o estabelecimento


DA COORDENAÇÃO das normas, critérios, programas e princípios, que os serviços res-
ponsáveis pela execução são obrigados a respeitar na solução dos
Art . 8º As atividades da Administração Federal e, especialmen- casos individuais e no desempenho de suas atribuições.
te, a execução dos planos e programas de governo, serão objeto de § 5º Ressalvados os casos de manifesta impraticabilidade ou
permanente coordenação. inconveniência, a execução de programas federais de caráter niti-
§ 1º A coordenação será exercida em todos os níveis da admi- damente local deverá ser delegada, no todo ou em parte, mediante
nistração, mediante a atuação das chefias individuais, a realização convênio, aos órgãos estaduais ou municipais incumbidos de servi-
sistemática de reuniões com a participação das chefias subordina- ços correspondentes.
das e a instituição e funcionamento de comissões de coordenação § 6º Os órgãos federais responsáveis pelos programas conser-
em cada nível administrativo. varão a autoridade normativa e exercerão controle e fiscalização
§ 2º No nível superior da Administração Federal, a coordena- indispensáveis sobre a execução local, condicionando-se a liberação
ção será assegurada através de reuniões do Ministério, reuniões dos recursos ao fiel cumprimento dos programas e convênios.
de Ministros de Estado responsáveis por áreas afins, atribuição de § 7º Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento,
incumbência coordenadora a um dos Ministros de Estado (art. 36), coordenação, supervisão e controle e com o objetivo de impedir o
funcionamento das Secretarias Gerais (art. 23, § 1º) e coordenação crescimento desmesurado da máquina administrativa, a Adminis-
central dos sistemas de atividades auxiliares (art. 31). tração procurará desobrigar-se da realização material de tarefas
§ 3º Quando submetidos ao Presidente da República, os as- executivas, recorrendo, sempre que possível, à execução indireta,
suntos deverão ter sido previamente coordenados com todos os mediante contrato, desde que exista, na área, iniciativa privada su-
setores neles interessados, inclusive no que respeita aos aspectos ficientemente desenvolvida e capacitada a desempenhar os encar-
administrativos pertinentes, através de consultas e entendimentos, gos de execução.
de modo a sempre compreenderem soluções integradas e que se § 8º A aplicação desse critério está condicionada, em qualquer
harmonizem com a política geral e setorial do Governo. Idêntico caso, aos ditames do interesse público e às conveniências da segu-
procedimento será adotado nos demais níveis da Administração rança nacional.
Federal, antes da submissão dos assuntos à decisão da autoridade
competente. CAPÍTULO IV
Art. 9º Os órgãos que operam na mesma área geográfica serão DA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
submetidos à coordenação com o objetivo de assegurar a progra- (VIDE DECRETO Nº 83.937, DE 1979)
mação e execução integrada dos serviços federais.
Parágrafo único. Quando ficar demonstrada a inviabilidade de Art. 11. A delegação de competência será utilizada como ins-
celebração de convênio (alínea b do § 1º do art. 10) com os órgãos trumento de descentralização administrativa, com o objetivo de
estaduais e municipais que exerçam atividades idênticas, os órgãos assegurar maior rapidez e objetividade às decisões, situando-as na
federais buscarão com eles coordenar-se, para evitar dispersão de proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a atender.
esforços e de investimentos na mesma área geográfica. Art . 12 . É facultado ao Presidente da República, aos Ministros
de Estado e, em geral, às autoridades da Administração Federal de-
CAPÍTULO III legar competência para a prática de atos administrativos, conforme
DA DESCENTRALIZAÇÃO se dispuser em regulamento.
Parágrafo único. O ato de delegação indicará com precisão a
Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal autoridade delegante, a autoridade delegada e as atribuições ob-
deverá ser amplamente descentralizada. jeto de delegação.
§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos
principais: CAPÍTULO V
a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo- DO CONTROLE
-se claramente o nível de direção do de execução;
b) da Administração Federal para a das unidades federadas, Art. 13 O controle das atividades da Administração Federal de-
quando estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio; verá exercer-se em todos os níveis e em todos os órgãos, compreen-
c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante dendo, particularmente:
contratos ou concessões. a) o controle, pela chefia competente, da execução dos progra-
§ 2° Em cada órgão da Administração Federal, os serviços que mas e da observância das normas que governam a atividade espe-
compõem a estrutura central de direção devem permanecer libera- cífica do órgão controlado;
dos das rotinas de execução e das tarefas de mera formalização de b) o controle, pelos órgãos próprios de cada sistema, da obser-
atos administrativos, para que possam concentrar-se nas atividades vância das normas gerais que regulam o exercício das atividades
de planejamento, supervisão, coordenação e controle. auxiliares;
§ 3º A Administração casuística, assim entendida a decisão de c) o controle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda
casos individuais, compete, em princípio, ao nível de execução, es- dos bens da União pelos órgãos próprios do sistema de contabilida-
pecialmente aos serviços de natureza local, que estão em contato de e auditoria.
com os fatos e com o público. Art. 14. O trabalho administrativo será racionalizado mediante
simplificação de processos e supressão de controles que se eviden-
ciarem como puramente formais ou cujo custo seja evidentemente
superior ao risco.
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TÍTULO III Parágrafo único. No caso dos Ministros Militares a supervisão


DO PLANEJAMENTO, DO ORÇAMENTO-PROGRAMA E DA ministerial terá, também, como objetivo, colocar a administração,
PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA dentro dos princípios gerais estabelecidos nesta lei, em coerência
com a destinação constitucional precípua das Forças Armadas, que
Art. 15. A ação administrativa do Poder Executivo obedecerá a constitui a atividade afim dos respectivos Ministérios. (Incluído pelo
programas gerais, setoriais e regionais de duração plurianual, ela- Decreto-Lei nº 900, de 1969)
borados através dos órgãos de planejamento, sob a orientação e a Art. 22. Haverá na estrutura de cada Ministério Civil os seguin-
coordenação superiores do Presidente da República. tes Órgãos Centrais: (Vide Lei nº 6.228, de 1975)
§ 1º Cabe a cada Ministro de Estado orientar e dirigir a elabo- I - Órgãos Centrais de planejamento, coordenação e controle
ração do programa setorial e regional correspondente a seu Minis- financeiro.
tério e ao Ministro de Estado, Chefe da Secretaria de Planejamento, II - Órgãos Centrais de direção superior.
auxiliar diretamente o Presidente da República na coordenação, Art. 23. Os órgãos a que se refere o item I do art. 22, têm a
revisão e consolidação dos programas setoriais e regionais e na ela- incumbência de assessorar diretamente o Ministro de Estado e, por
boração da programação geral do Governo. (Redação dada pela Lei força de suas atribuições, em nome e sob a direção do Ministro, re-
nº 6.036, de 1974) alizar estudos para formulação de diretrizes e desempenhar funções
§ 2º Com relação à Administração Militar, observar-se-á a fina- de planejamento, orçamento, orientação, coordenação, inspeção e
lidade precípua que deve regê-la, tendo em vista a destinação cons- controle financeiro, desdobrando-se em: (Vide Decreto nº 64.135,
titucional das Forças Armadas, sob a responsabilidade dos respec- de 25.12.1969) (Vide Lei nº 6.228, de 1975)
tivos Ministros, que são os seus Comandantes Superiores. (Redação I - Uma Secretaria Geral.
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) II - Uma Inspetoria Geral de Finanças.
§ 3º A aprovação dos planos e programas gerais, setoriais e § 1º A Secretaria Geral atua como órgão setorial de planeja-
regionais é da competência do Presidente da República. mento e orçamento, na forma do Título III, e será dirigida por um
Art. 16. Em cada ano, será elaborado um orçamento-progra- Secretário-Geral, o qual poderá exercer funções delegadas pelo Mi-
ma, que pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser re- nistro de Estado.
alizada no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução § 2º A Inspetoria Geral de Finanças, que será dirigida por um
coordenada do programa anual. Inspetor-Geral, integra, como órgão setorial, os sistemas de admi-
Parágrafo único. Na elaboração do orçamento-programa se- nistração financeiro, contabilidade e auditoria, superintendendo o
rão considerados, além dos recursos consignados no Orçamento exercício dessas funções no âmbito do Ministério e cooperação com
da União, os recursos extraorçamentários vinculados à execução do a Secretaria Geral no acompanhamento da execução do programa
programa do Governo. e do orçamento.
Art. 17. Para ajustar o ritmo de execução do orçamento-pro- § 3º Além das funções previstas neste título, a Secretária-ge-
grama ao fluxo provável de recursos, o Ministério do Planejamento ral do Ministério do Planejamento e Coordenação Geral exercerá as
e Coordenação Geral e o Ministério da Fazenda elaborarão, em con- atribuições de Órgão Central dos sistemas de planejamento e orça-
junto, a programação financeira de desembolso, de modo a assegu- mento, e a Inspetoria-Geral de Finanças do Ministério da Fazenda,
rar a liberação automática e oportuna dos recursos necessários à as de Órgãos Central do sistema de administração financeira, con-
execução dos programas anuais de trabalho. tabilidade e auditoria. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de
Art. 18. Toda atividade deverá ajustar-se à programação gover- 1969)
namental e ao orçamento-programa e os compromissos financeiros Art. 24. Os Órgãos Centrais de direção superior (art. 22, item
só poderão ser assumidos em consonância com a programação fi- II) executam funções de administração das atividades específicas e
nanceira de desembolso. auxiliares do Ministério e serão, preferentemente, organizados em
base departamental, observados os princípios estabelecidos nesta
TÍTULO IV lei. (Vide Lei nº 6.228, de 1975)
DA SUPERVISÃO MINISTERIAL Art . 25. A supervisão ministerial tem por principal objetivo, na
(VIDE LEI Nº 6.036, DE 1974) área de competência do Ministro de Estado:
I - Assegurar a observância da legislação federal.
Art . 19. Todo e qualquer órgão da Administração Federal, di- II - Promover a execução dos programas do Governo.
reta ou indireta, está sujeito à supervisão do Ministro de Estado III - Fazer observar os princípios fundamentais enunciados no
competente, excetuados unicamente os órgãos mencionados no Título II.
art. 32, que estão submetidos à supervisão direta do Presidente da IV - Coordenar as atividades dos órgãos supervisionados e har-
República. monizar sua atuação com a dos demais Ministérios.
Art. 20. O Ministro de Estado é responsável, perante o Presi- V - Avaliar o comportamento administrativo dos órgãos super-
dente da República, pela supervisão dos órgãos da Administração visionados e diligenciar no sentido de que estejam confiados a diri-
Federal enquadrados em sua área de competência. gentes capacitados.
Parágrafo único. A supervisão ministerial exercer-se-á através VI - Proteger a administração dos órgãos supervisionados con-
da orientação, coordenação e controle das atividades dos órgãos tra interferências e pressões ilegítimas.
subordinados ou vinculados ao Ministério, nos termos desta lei. VII - Fortalecer o sistema do mérito.
Art. 21. O Ministro de Estado exercerá a supervisão de que trata VIII - Fiscalizar a aplicação e utilização de dinheiros, valores e
este título com apoio nos Órgãos Centrais. (Redação dada pelo De- bens públicos.
creto-Lei nº 900, de 1969) IX - Acompanhar os custos globais dos programas setoriais do
Governo, a fim de alcançar uma prestação econômica de serviços.
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X - Fornecer ao órgão próprio do Ministério da Fazenda os ele- III - Divisão de Segurança e Informações.
mentos necessários à prestação de contas do exercício financeiro. § 1º O Gabinete assiste o Ministro de Estado em sua represen-
XI - Transmitir ao Tribunal de Contas, sem prejuízo da fiscaliza- tação política e social, e incumbe-se das relações públicas, encarre-
ção deste, informes relativos à administração financeira e patrimo- gando-se do preparo e despacho do expediente pessoal do Ministro.
nial dos órgãos do Ministério. § 2º O Consultor Jurídico incumbe-se do assessoramento jurídi-
Art. 26. No que se refere à Administração Indireta, a supervisão co do Ministro de Estado.
ministerial visará a assegurar, essencialmente: § 3º A Divisão de Segurança e Informações colabora com a Se-
I - A realização dos objetivos fixados nos atos de constituição cretaria Geral do Conselho de Segurança Nacional e com o Serviço
da entidade. Nacional de Informações.
II - A harmonia com a política e a programação do Governo no § 4º No Ministério da Fazenda, o serviço de consulta jurídica
setor de atuação da entidade. continua afeto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e aos
III - A eficiência administrativa. seus órgãos integrantes, cabendo a função de Consultor Jurídico do
IV - A autonomia administrativa, operacional e financeira da Ministro de Estado ao Procurador-Geral, nomeado em comissão,
entidade. pelo critério de confiança e livre escolha, entre bacharéis em Direito.
Parágrafo único. A supervisão exercer-se-á mediante adoção
das seguintes medidas, além de outras estabelecidas em regula- TÍTULO V
mento: DOS SISTEMAS DE ATIVIDADES AUXILIARES
a) indicação ou nomeação pelo Ministro ou, se for o caso, elei-
ção dos dirigentes da entidade, conforme sua natureza jurídica; Art. 30. Serão organizadas sob a forma de sistema as atividades
b) designação, pelo Ministro dos representantes do Governo de pessoal, orçamento, estatística, administração financeira, con-
Federal nas Assembleias Gerais e órgãos de administração ou con- tabilidade e auditoria, e serviços gerais, além de outras atividades
trole da entidade; auxiliares comuns a todos os órgãos da Administração que, a crité-
c) recebimento sistemático de relatórios, boletins, balancetes, rio do Poder Executivo, necessitem de coordenação central. (Vide
balanços e informações que permitam ao Ministro acompanhar as Decreto nº 64.777, de 1969)
atividades da entidade e a execução do orçamento-programa e da § 1º Os serviços incumbidos do exercício das atividades de que
programação financeira aprovados pelo Governo; trata este artigo consideram-se integrados no sistema respectivo e
d) aprovação anual da proposta de orçamento-programa e da ficam, consequentemente, sujeitos à orientação normativa, à super-
programação financeira da entidade, no caso de autarquia; visão técnica e à fiscalização específica do órgão central do sistema,
e) aprovação de contas, relatórios e balanços, diretamente ou sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja estrutura adminis-
através dos representantes ministeriais nas Assembleias e órgãos trativa estiverem integrados.
de administração ou controle; § 2º O chefe do órgão central do sistema é responsável pelo fiel
f) fixação, em níveis compatíveis com os critérios de operação cumprimento das leis e regulamentos pertinentes e pelo funciona-
econômica, das despesas de pessoal e de administração; mento eficiente e coordenado do sistema.
g) fixação de critérios para gastos de publicidade, divulgação e § 3º É dever dos responsáveis pelos diversos órgãos competen-
relações públicas; tes dos sistemas atuar de modo a imprimir o máximo rendimento e
h) realização de auditoria e avaliação periódica de rendimento a reduzir os custos operacionais da Administração.
e produtividade; § 4° Junto ao órgão central de cada sistema poderá funcionar
i) intervenção, por motivo de interesse público. uma Comissão de Coordenação, cujas atribuições e composição se-
Art. 27. Assegurada a supervisão ministerial, o Poder Executivo rão definidas em decreto.
outorgará aos órgãos da Administração Federal a autoridade exe- Art. 31. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)
cutiva necessária ao eficiente desempenho de sua responsabilidade Art. 31. A estruturação dos sistemas de que trata o artigo 30 e
legal ou regulamentar. a subordinação dos respectivos Órgãos Centrais serão estabelecidas
Parágrafo único. Assegurar-se-á às empresas públicas e às so- em decreto. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
ciedades de economia mista condições de funcionamento idênticas
às do setor privado cabendo a essas entidades, sob a supervisão TÍTULO VI
ministerial, ajustar-se ao plano geral do Governo. DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Art. 28. A entidade da Administração Indireta deverá estar ha-
bilitada a: Art. 32. A Presidência da República é constituída essencialmen-
I - Prestar contas da sua gestão, pela forma e nos prazos estipu- te pelo Gabinete Civil e pelo Gabinete Militar. Também dela fazem
lados em cada caso. parte, como órgãos de assessoramento imediato ao Presidente da
II - Prestar a qualquer momento, por intermédio do Ministro de República: (Redação dada pela Lei nº 7.232, de 1984) Vide Lei nº
Estado, as informações solicitadas pelo Congresso Nacional. 7.739, de 20.3.1989 , Vide Decreto nº 99.180, de 1990 , Vide Lei nº
III - Evidenciar os resultados positivos ou negativos de seus tra- 8.490, de 1992 , Vide Lei nº 9.649, de 1998 , Vide Lei nº 10.683, de
balhos, indicando suas causas e justificando as medidas postas em 28.5.2003
prática ou cuja adoção se impuser, no interesse do Serviço Público. I - o Conselho de Segurança Nacional; (Redação dada pela Lei
Art. 29. Em cada Ministério Civil, além dos órgãos Centrais de nº 7.232, de 1984)
que trata o art. 22, o Ministro de Estado disporá da assistência di- II - o Conselho de Desenvolvimento Econômico; (Redação dada
reta e imediata de: pela Lei nº 7.232, de 1984)
I - Gabinete. III - o Conselho de Desenvolvimento Social; (Redação dada pela
II - Consultor Jurídico, exceto no Ministério da Fazenda. Lei nº 7.232, de 1984)
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IV - a Secretaria de Planejamento; (Redação dada pela Lei nº Ministério do Interior (Redação dada pela Lei nº 6.036, de
7.232, de 1984) 1º.5.1974)
V - o Serviço Nacional de Informações; (Redação dada pela Lei Ministério da Educação e Cultura (Redação dada pela Lei nº
nº 7.232, de 1984) 6.036, de 1974)
VI - o Estado-Maior das Forças Armadas; (Redação dada pela Ministério do Trabalho (Redação dada pela Lei nº 6.036, de
Lei nº 7.232, de 1984) 1974)
VII - o Departamento Administrativo do Serviço Público; (Reda- Ministério da Previdência e Assistência Social (Redação dada
ção dada pela Lei nº 7.232, de 1984) pela Lei nº 6.036, de 1974)
VIII - a Consultoria-Geral da República; (Redação dada pela Lei Ministério da Saúde (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)
nº 7.232, de 1984) Ministério das Comunicações (Redação dada pela Lei nº 6.036,
IX - o Alto Comando das Forças Armadas; (Redação dada pela de 1974)
Lei nº 7.232, de 1984) Ministério da Marinha (Redação dada pela Lei nº 6.036, de
X - o Conselho Nacional de Informática e Automação. (Redação 1974)
dada pela Lei nº 7.232, de 1984) Ministério do Exército (Redação dada pela Lei nº 6.036, de
Parágrafo único. O Chefe do Gabinete Civil, o Chefe do Gabinete 1974)
Militar, o Chefe da Secretaria de Planejamento, o Chefe do Servi- Ministério da Aeronáutica (Redação dada pela Lei nº 6.036, de
ço Nacional de Informações e o Chefe do Estado-Maior das Forças 1974)
Armadas são Ministros de Estado titulares dos respectivos órgãos. Parágrafo único. Os titulares dos Ministérios são Ministros de
(Redação dada pela Lei nº 7.232, de 1984) Estado (Art. 20). (Incluído pela Lei nº 6.036, de 1974)
Art. 33. Ao Gabinete Civil incumbe: Art. 36. Para auxiliá-lo na coordenação de assuntos afins ou
I - Assistir, direta e imediatamente, o Presidente da República interdependentes, que interessem a mais de um Ministério, o Pre-
no desempenho de suas atribuições e, em especial, nos assuntos sidente da República poderá incumbir de missão coordenadora um
referentes à administração civil. dos Ministros de Estado, cabendo essa missão, na ausência de de-
II - Promover a divulgação de atos e atividades governamen- signação específica ao Ministro de Estado Chefe da Secretaria de
tais. Planejamento. (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974) (Vide Lei
III - Acompanhar a tramitação de projetos de lei no Congresso nº 10.683, de 28.5.2003)
Nacional e coordenar a colaboração dos Ministérios e demais ór- § 1º O Ministro Coordenador, sem prejuízo das atribuições da
gãos da administração, no que respeita aos projetos de lei submeti- Pasta ou órgão de que for titular atuará em harmonia com as instru-
dos à sanção presidencial. (Vide Lei nº 8.028, de 1990) (Vide Lei nº ções emanadas do Presidente da República, buscando os elementos
10.683, de 28.5.2003) necessários ao cumprimento de sua missão mediante cooperação
Art. 34. Ao Gabinete Militar incumbe: dos Ministros de Estado em cuja área de competência estejam com-
I - Assistir, direta e imediatamente, o Presidente da República preendidos os assuntos objeto de coordenação. (Redação dada pela
no desempenho de suas atribuições e, em especial, nos assuntos Lei nº 6.036, de 1974) (Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003)
referentes à Segurança Nacional e à Administração Militar. § 2º O Ministro Coordenador formulará soluções para a decisão
II - Zelar pela segurança do Presidente da República e dos Palá- final do Presidente da República. (Redação dada pela Lei nº 6.036,
cios Presidenciais. de 1974) (Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003)
Parágrafo único. O Chefe do Gabinete Militar exerce as funções Art. 37. O Presidente da República poderá prover até 4 (quatro)
de Secretário-Geral do Conselho de Segurança Nacional. cargos de Ministro Extraordinário para o desempenho de encargos
temporários de natureza relevante. (Redação dada pelo Decreto-Lei
TÍTULO VII nº 900, de 1969) (Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003)
DOS MINISTÉRIOS E RESPECTIVAS ÁREAS DE COMPETÊN- Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)
CIA Art . 38. O Ministro Extraordinário e o Ministro Coordenador
disporão de assistência técnica e administrativa essencial para o
Art. 35 - Os Ministérios são os seguintes: (Redação dada pela desempenho das missões de que forem incumbidos pelo Presidente
Lei nº 6.036, de 1974) Vide Lei nº 7.739, de 20.3.1989 , Vide Lei nº da República na forma por que se dispuser em decreto. (Vide Lei nº
7.927, de 1989 , Vide Lei nº 8.422, de 1992 , Vide Lei nº 8.490, de 10.683, de 28.5.2003)
1992 , Vide Lei nº 9.649, de 1998 , Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003 Art. 39 Os assuntos que constituem a área de competência de
Ministério da Justiça (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974) cada Ministério são, a seguir, especificados: (Vide Lei nº 7.739, de
Ministério das Relações Exteriores (Redação dada pela Lei nº 20.3.1989) , (Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003)
6.036, de 1974) SETOR POLÍTICO (Suprimido pelo Decreto-Lei 900, de 1969)
Ministério da Fazenda (Redação dada pela Lei nº 6.036, de MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
1974) I - Ordem jurídica, nacionalidade, cidadania, direitos políticos,
Ministério dos Transportes (Redação dada pela Lei nº 6.036, de garantias constitucionais.
1974) II - Segurança interna. Polícia Federal.
Ministério da Agricultura (Redação dada pela Lei nº 6.036, de III - Administração penitenciária.
1974) IV - Ministério Público.
Ministério da Indústria e do Comércio (Redação dada pela Lei V - Documentação, publicação e arquivo dos atos oficiais.
nº 6.036, de 1974) MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES
Ministério das Minas e Energia (Redação dada pela Lei nº I - Política Internacional.
6.036, de 1974) II - Relações diplomáticas; serviços consulares.
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III - Participação nas negociações comerciais, econômicas, fi- IV - Saneamento básico.


nanceiras, técnicas e culturais com países e entidades estrangeiras. V - Beneficiamento de áreas e obras de proteção contra secas e
IV - Programas de cooperação internacional. inundações. Irrigação.
SETOR DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL (Suprimido pelo VI - Assistência às populações atingidas pelas calamidades pú-
Decreto-Lei 900, de 1969) blicas.
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL VII - Assistência ao índio.
I - Plano geral do Governo, sua coordenação. Integração dos VIII - Assistência aos Municípios.
planos regionais. IX - Programa nacional de habitação.
II - Estudos e pesquisas socioeconômicos, inclusive setoriais e SETOR SOCIAL (Suprimido pelo Decreto-Lei 900, de 1969)
regionais. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
III - Programação orçamentária; proposta orçamentária anual. I - Educação; ensino (exceto o militar); magistério.
IV - Coordenação da assistência técnica internacional. II - Cultura - letras e artes.
V - Sistemas estatístico e cartográfico nacionais. III - Patrimônio histórico, arqueológico, científico, cultural e ar-
VI - Organização administrativa. tístico.
SETOR ECONÔMICO (Suprimido pelo Decreto-Lei 900, de 1969) IV - Desportos.
MINISTÉRIO DA FAZENDA MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL (Vide Lei nº
I - Assuntos monetários, creditícios, financeiros e fiscais; pou- 6.036, de 1974)
pança popular. I - Trabalho; organização profissional e sindical; fiscalização.
II - Administração tributária. II - Mercado de trabalho; política de emprego.
III - Arrecadação. III - Política salarial.
IV - Administração financeira. IV - Previdência e assistência social.
V - Contabilidade e auditoria. V - Política de imigração.
VI - Administração patrimonial. (Redação dada pela Lei nº VI - Colaboração com o Ministério Público junto à Justiça do
6.228, de 1975) Trabalho.
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES MINISTÉRIO DA SAÚDE
I - Coordenação dos transportes. I - Política nacional de saúde.
II - Transportes ferroviários e rodoviários. II - Atividades médicas e paramédicas.
III - Transportes aquaviários. Marinha mercante; portos e vias III - Ação preventiva em geral; vigilância sanitária de fronteiras
navegáveis. e de portos marítimos, fluviais e aéreos.
IV - Participação na coordenação dos transportes aeroviários, IV - Controle de drogas, medicamentos e alimentos.
na forma estabelecida no art. 162. V - Pesquisas médico-sanitárias.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES
I - Agricultura; pecuária; caça; pesca. I - Telecomunicações.
II - Recursos naturais renováveis: flora, fauna e solo. II - Serviços postais.
III - Organização da vida rural; reforma agrária. SETOR MILITAR (Suprimido pelo Decreto-Lei 900, de 1969)
IV - Estímulos financeiros e creditícios. MINISTÉRIO DA MARINHA
V - Meteorologia; climatologia. (Art. 54)
VI - Pesquisa e experimentação. MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
VII - Vigilância e defesa sanitária animal e vegetal. (Art. 59)
VIII - Padronização e inspeção de produtos vegetais e animais MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA
ou do consumo nas atividades agropecuárias. (Art. 63)
MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO
I - Desenvolvimento industrial e comercial. TÍTULO VIII
II - Comércio exterior. DA SEGURANÇA NACIONAL
III - Seguros privados e capitalização.
IV - Propriedade industrial; registro do comércio; legislação me- CAPÍTULO I
trológica. DO CONSELHO DE SEGURANÇA NACIONAL
V - Turismo.
VI - Pesquisa e experimentação tecnológica. Art. 40. O Conselho de Segurança Nacional é o órgão de mais
MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA alto nível no assessoramento direto do Presidente da República, na
I - Geologia, recursos minerais e energéticos. formulação e na execução da Política de Segurança Nacional. (Re-
II - Regime hidrológico e fontes de energia hidráulica. dação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
III - Mineração. § 1º A formulação da Política de Segurança Nacional far-se-á,
IV - Indústria do petróleo. basicamente, mediante o estabelecimento do Conceito Estratégico
V - Indústria de energia elétrica, inclusive de natureza nuclear. Nacional.
MINISTÉRIO DO INTERIOR § 2º No que se refere a execução da Política de Segurança Na-
I - Desenvolvimento regional. cional, o Conselho apreciará os problemas que lhe forem propostos
II - Radicação de populações, ocupação do território. Migrações no quadro da conjuntura nacional ou internacional. (Redação dada
internas. pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
III - Territórios federais.
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Art. 41. Caberá, ainda, ao Conselho o cumprimento de outras CAPÍTULO II


tarefas específicas previstas na Constituição. DOS ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO DIRETO DO PRESI-
Art. 42. O Conselho de Segurança Nacional é convocado e presi- DENTE DA REPÚBLICA
dido pelo Presidente da República, dele participando, no caráter de
membros natos, o Vice-Presidente da República, todos os Ministros SEÇÃO I
de Estado, inclusive os Extraordinários, os Chefes dos Gabinetes Civil DO ALTO COMANDO DAS FORÇAS ARMADAS
e Militar da Presidência da República, o Chefe do Serviço Nacional
de Informações, o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e os Art. 47. O Alto Comando das Forças Armadas é um órgão de
Chefes dos Estados-Maiores da Armada, do Exército e da Aeronáu- assessoramento do Presidente da República, nas decisões relativas
tica. à política militar e à coordenação de assuntos pertinentes às Forças
§ 1º O Presidente da República poderá designar membros even- Armadas.
tuais, conforme a matéria a ser apreciada. Art. 48. Integram o Alto Comando das Forças Armadas os Mi-
§ 2° O Presidente da República pode ouvir o Conselho de Segu- nistros Militares, o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e
rança Nacional, mediante consulta a cada um dos seus membros os Chefes dos Estados-Maiores de cada uma das Forças singulares.
em expediente remetido por intermédio da Secretária-geral. Art. 49. O Alto Comando das Forças Armadas reúne-se quando
Art. 43. O Conselho dispõe de uma Secretária-geral, como órgão convocado pelo Presidente da República e é secretariado pelo Chefe
de estudo, planejamento e coordenação no campo da segurança do Gabinete Militar da Presidência da República.
nacional e poderá contar com a colaboração de órgãos complemen-
tares, necessários ao cumprimento de sua finalidade constitucional. SEÇÃO II
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.093, de 1970) DO ESTADO-MAIOR DAS FORÇAS ARMADAS

CAPÍTULO II Art. 50. O Estado-Maior das Forças Armadas, órgãos de asses-


DO SERVIÇO NACIONAL DE INFORMAÇÕES soramento do Presidente da República tem por atribuições: (Reda-
ção dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
Art. 44. O Serviço Nacional de Informações tem por finalidade I - Proceder aos estudos para a fixação da Política, da Estratégia
superintender e coordenar, em todo o território nacional, as ativida- e da Doutrina Militares, bem como elaborar e coordenar os planos
des de informação e contrainformação, em particular as que inte- e programas decorrentes; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900,
ressem à segurança nacional. de 1969)
II - Estabelecer os planos para emprego das Forças Combinadas
TÍTULO IX ou Conjuntas e de forças singulares destacadas para participar de
DAS FÔRÇAS ARMADAS operações militares no exterior, levando em consideração os estu-
dos e as sugestões dos Ministros Militares competentes; (Redação
CAPÍTULO I dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES III - Coordenar as informações estratégicas no Campo Militar;
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
Art. 45. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha de Guer- IV - Coordenar, no que transcenda os objetivos específicos e as
ra, pelo Exército e pela Aeronáutica Militar, são instituições nacio- disponibilidades previstas no Orçamento dos Ministérios Militares,
nais, permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia os planos de pesquisas, de desenvolvimento e de mobilização das
e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da Repú- Forças Armadas e os programas de aplicação de recursos decorren-
blica e dentro dos limites da lei. As Forças Armadas, essenciais à tes. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
execução da Política de Segurança Nacional, destinam-se à defesa V - Coordenar as representações das Forças Armadas no País e
da Pátria e à garantia dos Poderes constituídos, da Lei e da Ordem. no exterior; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) VI - Proceder aos estudos e preparar as decisões sobre assuntos
Parágrafo único. As Forças Armadas, nos casos de calamidade que lhe forem submetidos pelo Presidente da República. (Redação
pública, colaborarão com os Ministérios Civis, sempre que solicita- dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
das, na assistência às populações atingidas e no restabelecimento Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)
da normalidade. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) Art. 51. A Chefia do Estado-Maior das Forças Amadas é exercida
Art. 46. O Poder Executivo fixará a organização pormenorizada por um oficial-general do mais alto posto nomeado pelo Presidente
das Forças Armadas singulares - Forças Navais, Forças Terrestres da República, obedecido, em princípio, o critério de rodízio entre as
e Força Aérea Brasileira - e das Forças Combinadas ou Conjuntas, Forças Armadas. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
bem como dos demais órgãos integrantes dos Ministérios Militares, Art. 52. As funções de Estado-Maior e Serviços no Estado-Maior
suas denominações, localizações e atribuições. das Forças Armadas são exercidas por oficiais das três Forças sin-
Parágrafo único. Caberá, também, ao Poder Executivo, nos li- gulares.
mites fixados em lei, dispor sobre as Polícias Militares e Corpos de Art. 53. O Conselho de Chefes de Estado-Maior, constituído do
Bombeiros Militares, como forças auxiliares, reserva do Exército. Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e dos Chefes do Esta-
do-Maior das Forças singulares, reúne-se periodicamente, sob a
presidência do primeiro, para apreciação de assuntos específicos do
Estado-Maior das Forças Armadas e os de interesse comum a mais
de uma das Forças singulares.

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CAPÍTULO III I - Propor a organização e providenciar o aparelhamento e o


DOS MINISTÉRIOS MILITARES adestramento das Forças Terrestres, inclusive para integrarem For-
ças Combinadas ou Conjuntas.
SEÇÃO I II - Orientar e realizar pesquisas e desenvolvimento de interesse
DO MINISTÉRIO DA MARINHA do Exército, obedecido o previsto no item V do art. 50 da presente
lei.
Art. 54. O Ministério da Marinha administra os negócios da § 2º Ao Ministério do Exército compete ainda propor as medi-
Marinha de Guerra e tem como atribuição principal a preparação das para a efetivação do disposto no Parágrafo único do art. 46 da
desta para o cumprimento de sua destinação constitucional. presente lei.
§ 1º Cabe ao Ministério da Marinha; Art. 60. O Ministro do Exército exerce a direção geral das ativi-
I - Propor a organização e providenciar o aparelhamento e ades- dades do Ministério e é o Comandante Superior do Exército.
tramento das Forças Navais e Aeronavais e do Corpo de Fuzileiros Art. 61. O Exército é constituído do Exército ativo e sua Reserva.
Navais, inclusive para integrarem Forças Combinadas ou Conjuntas. § 1° O Exército ativo é a parte do Exército organizada e apare-
II - Orientar e realizar pesquisas e desenvolvimento de interesse lhada para o cumprimento de sua destinação constitucional e em
da Marinha, obedecido o previsto no item V do art. 50 da presente pleno exercício de suas atividades.
Lei. § 2° Constitui a Reserva do Exército todo o pessoal sujeito à in-
III - Estudar e propor diretrizes para a política marítima nacio- corporação no Exército ativo, mediante mobilização ou convocação,
nal. e as forças e organizações auxiliares, conforme fixado em lei.
§ 2º Ao Ministério da Marinha competem ainda as seguintes Art. 62. O Ministério do Exército compreende:
atribuições subsidiárias; I - Órgãos de Direção Geral
I - Orientar e controlar a Marinha Mercante Nacional e demais - Alto Comando do Exército.
atividades correlatas no que interessa à segurança nacional e pro- - Estado-Maior do Exército.
ver a segurança da navegação, seja ela marítima, fluvial ou lacustre. - Conselho Superior de Economia e Finanças.
II - Exercer a polícia naval. II - Órgãos de Direção Setorial, organizados em base departa-
Art. 55. O Ministro da Marinha exerce a direção geral do Minis- mental (art. 24)
tério da Marinha e é o Comandante Superior da Marinha de Guerra. III - Órgãos de Assessoramento
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) - Gabinete do Ministro.
Art. 56. A Marinha de Guerra compreende suas organizações - Consultoria Jurídica.
próprias, pessoal em serviço ativo e sua reserva, inclusive as forma- - Secretaria Geral.
ções auxiliares conforme fixado em lei. (Redação dada pelo Decre- - Outros Conselhos e Comissões.
to-Lei nº 900, de 1969) IV - Órgãos de Apoio
Art. 57. O Ministério da Marinha é constituído de: - Diretorias e outros órgãos.
I - Órgãos de Direção Geral. V - Forças Terrestres
- Almirantado (Alto Comando da Marinha de Guerra). - Órgãos Territoriais.
- Estado Maior da Armada.
II - Órgãos de Direção Setorial, organizados em base departa- SEÇÃO III
mental (art. 24). DO MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA
III - Órgãos de Assessoramento.
- Gabinete do Ministro. Art. 63. O Ministério da Aeronáutica administra os negócios da
- Consultoria Jurídica. Aeronáutica e tem como atribuições principais a preparação da Ae-
- Conselho de Almirantes. ronáutica para o cumprimento de sua destinação constitucional e a
- Outros Conselhos e Comissões. orientação, a coordenação e o controle das atividades da Aviação
IV - Órgãos de Apoio. Civil. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)
- Diretorias e outros órgãos. Parágrafo único. Cabe ao Ministério da Aeronáutica: (Redação
V - Forças Navais e Aeronavais (elementos próprios - navios e dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)
helicópteros - e elementos destacados da Força Aérea Brasileira). I - Estudar e propor diretrizes para a Política Aeroespacial Na-
- Corpo de Fuzileiros Navais. cional. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)
- Distritos Navais. II - Propor a organização e providenciar o aparelhamento e
- Comando do Controle Naval do Tráfego Marítimo. (Incluído o adestramento da Força Aérea Brasileira, inclusive de elementos
pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) para integrar as Forças Combinadas ou Conjuntas. (Redação dada
Art. 58. (Revogado pela Lei nº 6.059, de 1974) pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)
III - Orientar, coordenar e controlar as atividades da Aviação
SEÇÃO II Civil, tanto comerciais como privadas e desportivas. (Redação dada
DO MINISTÉRIO DO EXÉRCITO pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)
IV - Estabelecer, equipar e operar, diretamente ou mediante au-
Art. 59. O Ministério do Exército administra os negócios do torização ou concessão, a infraestrutura aeronáutica, inclusive os
Exército e tem, como atribuição principal a preparação do Exército serviços de apoio necessárias à navegação aérea. (Redação dada
para o cumprimento da sua destinação constitucional. pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)
§ 1º Cabe ao Ministério do Exército:

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V - Orientar, incentivar e realizar pesquisas e desenvolvimento b) nas matérias de relevância - em particular, de organização,
de interesse da Aeronáutica, obedecido, quanto às de interesse mili- administração e logística - dependentes de decisão ministerial;
tar, ao prescrito no item IV do art. 50 da presente lei. (Redação dada c) na seleção do quadro de Oficiais Generais.
pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)
VI - Operar o Correio Aéreo Nacional. (Redação dada pelo De- TÍTULO X
creto-Lei nº 991, de 1969) DAS NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E DE
Art. 64. O Ministro da Aeronáutica exerce a direção geral das CONTABILIDADE
atividades do Ministério e é o Comandante-em-Chefe da Força Aé-
rea Brasileira. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) Art. 68. O Presidente da República prestará anualmente ao
Art. 65. A Força Aérea Brasileira é a parte da Aeronáutica orga- Congresso Nacional as contas relativas ao exercício anterior, sobre
nizada e aparelhada para o cumprimento de sua destinação consti- as quais dará parecer prévio o Tribunal de Contas.
tucional. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) Art. 69. Os órgãos da Administração Direta observarão um pla-
Parágrafo único. Constituí a reserva da Aeronáutica todo o no de contas único e as normas gerais de contabilidade e da audito-
pessoal sujeito à incorporação na Força Aérea Brasileira, mediante ria que forem aprovados pelo Governo.
mobilização ou convocação, e as organizações auxiliares, conforme Art . 70. Publicados a lei orçamentária ou os decretos de aber-
fixado em lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) tura de créditos adicionais, as unidades orçamentárias, os órgãos
Art. 66. O Ministério da Aeronáutica compreende: (Redação administrativos, os de contabilização e os de fiscalização financeira
dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) ficam, desde logo, habilitados a tomar as providências cabíveis para
I - Órgãos de Direção Geral: (Redação dada pelo Decreto-Lei o desempenho das suas tarefas.
nº 991, de 1969) Art. 71. A discriminação das dotações orçamentárias globais de
- Alto Comando da Aeronáutica (Redação dada pelo Decreto- despesas será feita:
-Lei nº 991, de 1969) I - No Poder Legislativo e órgãos auxiliares, pelas Mesas da
- Estado-Maior da Aeronáutica (Redação dada pelo Decreto-Lei Câmara dos Deputados e do Senado Federal e pelo Presidente do
nº 991, de 1969) Tribunal de Contas.
- Inspetoria Geral da Aeronáutica (Redação dada pelo Decreto- II - No Poder Judiciário, pelos Presidentes dos Tribunais e de-
-Lei nº 991, de 1969) mais órgãos competentes.
II - Órgãos de Direção Setorial, organizados em base departa- III - No Poder Executivo, pelos Ministros de Estado ou dirigentes
mental (art. 24): (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) de órgãos da Presidência da República.
- Departamento de Aviação Civil (Redação dada pelo Decreto- Art. 72. Com base na lei orçamentária, créditos adicionais e
-Lei nº 991, de 1969) v seus atos complementares, o órgão central da programação finan-
- Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento (Redação ceira fixará as cotas e prazos de utilização de recursos pelos órgãos
dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) da Presidência da República, pelos Ministérios e pelas autoridades
III - Órgãos de Assessoramento: (Redação dada pelo Decreto- dos Poderes Legislativo e Judiciário para atender à movimentação
-Lei nº 991, de 1969) dos créditos orçamentários ou adicionais.
- Gabinete do Ministro (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, § 1º Os Ministros de Estado e os dirigentes de Órgãos da Presi-
de 1969) dência da República aprovarão a programação financeira setorial e
- Consultoria Jurídica (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, autorizarão às unidades administrativas a movimentar os respecti-
de 1969) vos créditos, dando ciência ao Tribunal de Contas.
- Conselhos e Comissões (Redação dada pelo Decreto-Lei nº § 2º O Ministro de Estado, por proposta do Inspetor Geral de
991, de 1969) Finanças, decidirá quanto aos limites de descentralização da admi-
IV - Órgãos de Apoio: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, nistração dos créditos, tendo em conta as atividades peculiares de
de 1969) cada órgão.
- Comandos, Diretorias, Institutos, Serviços e outros órgãos Art. 73. Nenhuma despesa poderá ser realizada sem a exis-
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) tência de crédito que a comporte ou quando imputada a dotação
V - Força Aérea Brasileira: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº imprópria, vedada expressamente qualquer atribuição de forneci-
991, de 1969) mento ou prestação de serviços cujo custo exceda aos limites pre-
- Comandos Aéreos (inclusive elementos para integrar Forças viamente fixados em lei.
Combinadas ou Conjuntas) - Comandos Territoriais. (Redação dada Parágrafo único. Mediante representação do órgão contábil se-
pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) rão impugnados quaisquer atos referentes a despesas que incidam
na proibição do presente artigo.
CAPÍTULO IV Art. 74. Na realização da receita e da despesa pública será uti-
DISPOSIÇÃO GERAL lizada a via bancária, de acordo com as normas estabelecidas em
regulamento.
Art. 67. O Almirantado (Alto Comando da Marinha de Guerra), § 1º Nos casos em que se torne indispensável a arrecadação de
o Alto Comando do Exército e o Alto Comando da Aeronáutica, a receita diretamente pelas unidades administrativas, o recolhimento
que se referem os arts 57, 62 e 66 são órgãos integrantes da Dire- à conta bancária far-se-á no prazo regulamentar.
ção Geral do Ministério da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
cabendo-lhes assessorar os respectivos Ministros, principalmente:
a) nos assuntos relativos à política militar peculiar à Força sin-
gular;
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§ 2º O pagamento de despesa, obedecidas as normas que re- § 1° Ordenador de despesas é toda e qualquer autoridade de
gem a execução orçamentária ( lei nº 4.320, de 17 de março de 1964 cujos atos resultarem emissão de empenho, autorização de paga-
), far-se-á mediante ordem bancária ou cheque nominativo, conta- mento, suprimento ou dispêndio de recursos da União ou pela qual
bilizado pelo órgão competente e obrigatoriamente assinado pelo esta responda.
ordenador da despesa e pelo encarregado do setor financeiro. § 2º O ordenador de despesa, salvo conivência, não é respon-
§ 3º Em casos excepcionais, quando houver despesa não aten- sável por prejuízos causados à Fazenda Nacional decorrentes de
dível pela via bancária, as autoridades ordenadoras poderão auto- atos praticados por agente subordinado que exorbitar das ordens
rizar suprimentos de fundos, de preferência a agentes afiançados, recebidas.
fazendo-se os lançamentos contábeis necessários e fixando-se pra- § 3º As despesas feitas por meio de suprimentos, desde que não
zo para comprovação dos gastos. impugnadas pelo ordenador, serão escrituradas e incluídas na sua
Art. 75. Os órgãos da Administração Federal prestarão ao Tri- tomada de contas, na forma prescrita; quando impugnadas, deve-
bunal de Contas, ou suas delegações, os informes relativos à admi- rá o ordenador determinar imediatas providências administrativas
nistração dos créditos orçamentários e facilitarão a realização das para a apuração das responsabilidades e imposição das penalida-
inspeções de controle externo dos órgãos de administração finan- des cabíveis, sem prejuízo do julgamento da regularidade das con-
ceira, contabilidade e auditorias. (Redação dada pelo Decreto-Lei tas pelo Tribunal de Contas.
nº 900, de 1969) Art. 81. Todo ordenador de despesa ficará sujeito a tomada de
Parágrafo único. As informações previstas neste artigo são as contas realizada pelo órgão de contabilidade e verificada pelo ór-
imprescindíveis ao exercício da auditoria financeira e orçamentária, gão de auditoria interna, antes de ser encaminhada ao Tribunal de
realizada com base nos documentos enumerados nos itens I e II do Contas (artigo 82 ).
artigo 36 do Decreto-lei número 199, de 25 de fevereiro de 1967 Parágrafo único. O funcionário que receber suprimento de fun-
, vedada a requisição sistemática de documentos ou comprovan- dos, na forma do disposto no art. 74, § 3º, é obrigado a prestar con-
tes arquivados nos órgãos da administração federal, cujo exame se tas de sua aplicação procedendo-se, automaticamente, a tomada
possa realizar através das inspeções de controle externo. (Incluído de contas se não o fizer no prazo assinalado.
pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) Art. 82. As tomadas de contas serão objeto de pronunciamento
Art. 76. Caberá ao Inspetor Geral de Finanças ou autoridade expresso do Ministro de Estado, dos dirigentes de órgãos da Presi-
delegada autorizar a inscrição de despesas na conta “Restos a Pa- dência da República ou de autoridade a quem estes delegarem com-
gar” ( Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964 ), obedecendo-se na petência, antes de seu encaminhamento ao Tribunal de Contas para
liquidação respectiva as mesmas formalidades fixadas para a admi- os fins constitucionais e legais. (Vide Decreto nº 99.626, de 1990)
nistração dos créditos orçamentários. § 1º A tomada de contas dos ordenadores, agentes recebedo-
Parágrafo Único. As despesas inscritas na conta de “Restos a res, tesoureiros ou pagadores será feita no prazo máximo de 180
Pagar” serão liquidadas quando do recebimento do material, da (cento e oitenta) dias do encerramento do exercício financeiro pelos
execução da obra ou da prestação do serviço, ainda que ocorram órgãos encarregados da contabilidade analítica e, antes de ser sub-
depois do encerramento do exercício financeiro. metida a pronunciamento do Ministro de Estado, dos dirigentes de
Art. 77. Todo ato de gestão financeira deve ser realizado por órgãos da Presidência da República ou da autoridade a quem estes
força do documento que comprove a operação e registrado na con- delegarem competência, terá sua regularidade certificada pelo ór-
tabilidade, mediante classificação em conta adequada. gão de auditoria.
Art. 78. O acompanhamento da execução orçamentária será § 2º Sem prejuízo do encaminhamento ao Tribunal de Contas, a
feito pelos órgãos de contabilização. autoridade a que se refere o parágrafo anterior no caso de irregula-
§ 1° Em cada unidade responsável pela administração de crédi- ridade, determinará as providências que, a seu critério, se tornarem
tos proceder-se-á sempre à contabilização destes. indispensáveis para resguardar o interesse público e a probidade na
§ 2° A contabilidade sintética ministerial caberá à Inspetoria aplicação dos dinheiros públicos, dos quais dará ciência oportuna-
Geral de Finanças. mente ao Tribunal de Contas.
§ 3 ° A contabilidade geral caberá à Inspetoria Geral de Finan- § 3° Sempre que possível, desde que não retardem nem dificul-
ças do Ministério da Fazenda. tem as tomadas de contas, estas poderão abranger conjuntamente
§ 4º Atendidas as conveniências do serviço, um único órgão a dos ordenadores e tesoureiros ou pagadores.
de contabilidade analítica poderá encarregar-se da contabilização Art. 83. Cabe aos detentores de suprimentos de fundos forne-
para várias unidades operacionais do mesmo ou de vários Minis- cer indicação precisa dos saldos em seu poder em 31 de dezembro,
térios. para efeito de contabilização e reinscrição da respectiva responsa-
§ 5° Os documentos relativos à escrituração dos atos da receita bilidade pela sua aplicação em data posterior, observados os prazos
e despesa ficarão arquivados no órgão de contabilidade analítica e assinalados pelo ordenador da despesa.
à disposição das autoridades responsáveis pelo acompanhamento Parágrafo único. A importância aplicada até 31 de dezembro
administrativo e fiscalização financeira e, bem assim, dos agentes será comprovada até 15 de janeiro seguinte.
incumbidos do controle externo, de competência do Tribunal de Art. 84. Quando se verificar que determinada conta não foi
Contas. prestada, ou que ocorreu desfalque, desvio de bens ou outra irre-
Art. 79. A contabilidade deverá apurar os custos dos serviços de gularidade de que resulte prejuízo para a Fazenda Pública, as au-
forma a evidenciar os resultados da gestão. toridades administrativas, sob pena de corresponsabilidade e sem
Art. 80. Os órgãos de contabilidade inscreverão como respon- embargo dos procedimentos disciplinares, deverão tomar imediatas
sável todo o ordenador da despesa, o qual só poderá ser exonerado providência para assegurar o respectivo ressarcimento e instaurar
de sua responsabilidade após julgadas regulares suas contas pelo a tomada de contas, fazendo-se as comunicações a respeito ao Tri-
Tribunal de Contas. bunal de Contas.
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Art. 85. A Inspetoria Geral de Finanças, em cada Ministério, V - Constituição de quadros dirigentes, mediante formação e
manterá atualizada relação de responsáveis por dinheiros, valores aperfeiçoamento de administradores capacitados a garantir a qua-
e bens públicos, cujo rol deverá ser transmitido anualmente ao Tri- lidade, produtividade e continuidade da ação governamental, em
bunal de Contas, comunicando-se trimestralmente as alterações. consonância com critérios éticos especialmente estabelecidos.
Art. 86. A movimentação dos créditos destinados à realização VI - Retribuição baseada na classificação das funções a desem-
de despesas reservadas ou confidenciais será feita sigilosamente penhar, levando-se em conta o nível educacional exigido pelos deve-
e nesse caráter serão tomadas as contas dos responsáveis. (Vide res e responsabilidade do cargo, a experiência que o exercício deste
ADPF nº 129) requer, a satisfação de outros requisitos que se reputarem essen-
Art. 87. Os bens móveis, materiais e equipamentos em uso fica- ciais ao seu desempenho e às condições do mercado de trabalho.
rão sob a responsabilidade dos chefes de serviço, procedendo-se pe- VII - Organização dos quadros funcionais, levando-se em conta
riodicamente a verificações pelos competentes órgãos de controle. os interesses de recrutamento nacional para certas funções e a ne-
Art. 88. Os estoques serão obrigatoriamente contabilizados, fa- cessidade de relacionar ao mercado de trabalho local ou regional o
zendo-se a tomada anual das contas dos responsáveis. recrutamento, a seleção e a remuneração das demais funções.
Art. 89. Todo aquele que, a qualquer título, tenha a seu cargo VIII - Concessão de maior autonomia aos dirigentes e chefes
serviço de contabilidade da União é pessoalmente responsável pela na administração de pessoal, visando a fortalecer a autoridade do
exatidão das contas e oportuna apresentação dos balancetes, ba- comando, em seus diferentes graus, e a dar-lhes efetiva responsabi-
lanços e demonstrações contábeis dos atos relativos à administra- lidade pela supervisão e rendimento dos serviços sob sua jurisdição.
ção financeira e patrimonial do setor sob sua jurisdição. IX - Fixação da quantidade de servidores, de acordo com as
Art. 90. Responderão pelos prejuízos que causarem à Fazenda reais necessidades de funcionamento de cada órgão, efetivamente
Pública o ordenador de despesas e o responsável pela guarda de comprovadas e avaliadas na oportunidade da elaboração do orça-
dinheiros, valores e bens. mento-programa, e estreita observância dos quantitativos que fo-
Art. 91.Sob a denominação de Reserva de Contingência, o or- rem considerados adequados pelo Poder Executivo no que se refere
çamento anual poderá conter dotação global não especificamente aos dispêndios de pessoal. Aprovação das lotações segundo crité-
destinada a determinado órgão, unidade orçamentária, programa rios objetivos que relacionam a quantidade de servidores às atribui-
ou categoria econômica, cujos recursos serão utilizados para aber- ções e ao volume de trabalho do órgão.
tura de créditos adicionais. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº X - Eliminação ou reabsorção do pessoal ocioso, mediante apro-
1.763, de 1980) veitamento dos servidores excedentes, ou reaproveitamento aos de-
Art. 92. Com o objetivo de obter maior economia operacional e sajustados em funções compatíveis com as suas comprovadas qua-
racionalizar a execução da programação financeira de desembolso, lificações e aptidões vocacionais, impedindo-se novas admissões,
o Ministério da Fazenda promoverá a unificação de recursos mo- enquanto houver servidores disponíveis para a função.
vimentados pelo Tesouro Nacional através de sua Caixa junto ao XI - Instituição, pelo Poder Executivo, de reconhecimento do
agente financeiro da União. (Vide Decreto nº 4.529, de 2002) mérito aos servidores que contribuam com sugestões, planos e pro-
Parágrafo único. Os saques contra a Caixa do Tesouro só pode- jetos não elaborados em decorrência do exercício de suas funções e
rão ser efetuados dentro dos limites autorizados pelo Ministro da dos quais possam resultar aumento de produtividade e redução dos
Fazenda ou autoridade delegada. custos operacionais da administração.
Art. 93. Quem quer que utilize dinheiros públicos terá de jus- XII - Estabelecimento de mecanismos adequados à apresenta-
tificar seu bom e regular emprego na conformidade das leis, re- ção por parte dos servidores, nos vários níveis organizacionais, de
gulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas suas reclamações e reivindicações, bem como à rápida apreciação,
competentes. pelos órgãos administrativos competentes, dos assuntos nelas con-
tidos.
TÍTULO XI XIII - Estímulo ao associativismo dos servidores para fins sociais
DAS DISPOSIÇÕES REFERENTES AO PESSOAL CIVIL e culturais.
Parágrafo único. O Poder Executivo encaminhará ao Congres-
CAPÍTULO I so Nacional mensagens que consubstanciem a revisão de que trata
DAS NORMAS GERAIS este artigo.
Art. 95. O Poder Executivo promoverá as medidas necessárias à
Art. 94. O Poder Executivo promoverá a revisão da legislação e verificação da produtividade do pessoal a ser empregado em quais-
das normas regulamentares relativas ao pessoal do Serviço Público quer atividades da Administração Direta ou de autarquia, visando
Civil, com o objetivo de ajustá-las aos seguintes princípios: a colocá-lo em níveis de competição com a atividade privada ou a
I - Valorização e dignificação da função pública e ao servidor evitar custos injustificáveis de operação, podendo, por via de decre-
público. to executivo ou medidas administrativas, adotar as soluções ade-
II - Aumento da produtividade. quadas, inclusive a eliminação de exigências de pessoal superiores
III - Profissionalização e aperfeiçoamento do servidor público; às indicadas pelos critérios de produtividade e rentabilidade. Vide
fortalecimento do Sistema do Mérito para ingresso na função públi- Decreto nº 67.326, de 05.10.1970
ca, acesso a função superior e escolha do ocupante de funções de Art . 96. Nos termos da legislação trabalhista, poderão ser con-
direção e assessoramento. tratados especialistas para atender às exigências de trabalho técni-
IV - Conduta funcional pautada por normas éticas cuja infração co em institutos, órgãos de pesquisa e outras entidades especializa-
incompatibilize o servidor para a função. das da Administração Direta ou autarquia, segundo critérios que,
para esse fim, serão estabelecidos em regulamento.

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Art . 97. Os Ministros de Estado, mediante prévia e específica Art. 102. É proibida a nomeação em caráter interino por in-
autorização do Presidente da República, poderão contratar os servi- compatível com a exigência de prévia habilitação em concurso para
ços de consultores técnicos e especialistas por determinado período, provimento dos cargos públicos, revogadas todas as disposições em
nos termos da legislação trabalhista. (Expressão substituída pelo contrário.
Decreto-Lei nº 900, de 1969) Art. 103. Todo servidor que estiver percebendo vencimento,
salário ou provento superior ao fixado para o cargo nos planos de
CAPÍTULO II classificação e remuneração, terá a diferença caracterizada como
DAS MEDIDAS DE APLICAÇÃO IMEDIATA vantagem pessoal, nominalmente identificável, a qual em nenhuma
hipótese será aumentada, sendo absorvida progressivamente pe-
Art. 98. Cada unidade administrativa terá, no mais breve prazo, los aumentos que vierem a ser realizados no vencimento, salário ou
revista sua lotação, a fim de que passe a corresponder a suas estri- provento fixado para o cargo nos mencionados planos.
tas necessidades de pessoal e seja ajustada às dotações previstas no Art. 104. No que concerne ao regime de participação na arre-
orçamento (art. 94 inciso IX). cadação, inclusive cobrança da Dívida Ativa da União, fica estabe-
Art. 99. O Poder Executivo adotará providências para a perma- lecido o seguinte:
nente verificação da existência de pessoal ocioso na Administração I - Ressalvados os direitos dos denunciantes, a adjudicação de
Federal, diligenciando para sua eliminação ou redistribuição ime- cota-parte de multas será feita exclusivamente aos Agentes Fiscais
diata. de Rendas Internas, Agentes Fiscais do Imposto de Renda, Agentes
§ 1º Sem prejuízo da iniciativa do órgão de pessoal da reparti- Fiscais do Imposto Aduaneiro, Fiscais Auxiliares de Impostos Inter-
ção, todo responsável por setor de trabalho em que houver pessoal nos e Guardas Aduaneiros e somente quando tenham os mesmos
ocioso deverá apresentá-lo aos centros de redistribuição e aprovei- exercido ação direta, imediata e pessoal na obtenção de elementos
tamento de pessoal que deverão ser criados, em caráter temporá- destinados à instauração de autos de infração ou início de processos
rio, sendo obrigatório o aproveitamento dos concursados. para cobrança dos débitos respectivos.
§ 2º A redistribuição de pessoal ocorrerá sempre no interesse II - O regime de remuneração, previsto na Lei n° 1.711, de 28
do Serviço Público, tanto na Administração Direta como em autar- de outubro de 1952 , continuará a ser aplicado exclusivamente aos
quia, assim como de uma para outra, respeitado o regime jurídico Agentes Fiscais de Rendas Internas, Agentes Fiscais do Imposto de
pessoal do servidor. Renda, Agentes Fiscais do Imposto Aduaneiro, Fiscais Auxiliares de
§ 3º O pessoal ocioso deverá ser aproveitado em outro setor, Impostos Internos e Guardas Aduaneiros.
continuando o servidor a receber pela verba da repartição ou enti- III - A partir da data da presente lei, fica extinto o regime de
dade de onde tiver sido deslocado, até que se tomem as providên- remuneração instituído a favor dos Exatores Federais, Auxiliares de
cias necessárias à regularização da movimentação. Exatorias e Fiéis do Tesouro.
§ 4° Com relação ao pessoal ocioso que não puder ser utilizado IV - (Revogado pela Lei nº 5.421, de 1968)
na forma deste artigo, será observado o seguinte procedimento: V - A participação, através do Fundo de Estímulo, e bem assim
a) extinção dos cargos considerados desnecessários, ficando os as percentagens a que se referem o art. 64 da Lei n° 3.244, de 14 de
seus ocupantes exonerados ou em disponibilidade, conforme gozem agosto de 1957 , o Art. 109 da Lei nº 3.470, de 28 de novembro de
ou não de estabilidade, quando se tratar de pessoal regido pela le- 1958 , os artigos 8º, § 2º e 9º da Lei nº 3.756, de 20 de abril de 1960
gislação dos funcionários públicos; , e o § 6º do art. 32 do Decreto-lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967
b) dispensa, com a consequente indenização legal, dos empre- , ficam também extintas.
gados sujeitos ao regime da legislação trabalhista. Parágrafo único. Comprovada a adjudicação da cota-parte de
§ 5º Não se preencherá vaga nem se abrirá concurso na Admi- multas com desobediência ao que dispõe o inciso I deste artigo, se-
nistração Direta ou em autarquia, sem que se verifique, previamen- rão passíveis de demissão, tanto o responsável pela prática desse
te, no competente centro de redistribuição de pessoal, a inexistência ato, quanto os servidores que se beneficiarem com as vantagens
de servidor a aproveitar, possuidor da necessária qualificação. dele decorrentes.
§ 6º Não se exonerará, por força do disposto neste artigo, fun- Art . 105. Aos servidores que, na data da presente lei estive-
cionário nomeado em virtude de concurso. rem no gozo das vantagens previstas nos incisos III, IV e V do artigo
Art. 100. Instaurar-se-á processo administrativo para a demis- anterior fica assegurado o direito de percebê-las, como diferença
são ou dispensa de servidor efetivo ou estável, comprovadamente mensal, desde que esta não ultrapasse a média mensal que, àquele
ineficiente no desempenho dos encargos que lhe competem ou de- título, receberam durante o ano de 1966, e até que, por força dos
sidioso no cumprimento de seus deveres. reajustamentos de vencimentos do funcionalismo, o nível de venci-
Art. 101. O provimento em cargos em comissão e funções grati- mentos dos cargos que ocuparem alcance importâncias correspon-
ficadas obedecerá a critérios a serem fixados por ato do Poder Exe- dente à soma do vencimento básico e da diferença de vencimento.
cutivo que: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) (Vide Lei nº 5.421, de 1968)
a) definirá os cargos em comissão de livre escolha do Presiden- Art. 106. Fica extinta a Comissão de Classificação de Cargos
te da República; (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) transferindo-se ao DASP, seu acervo, documentação, recursos orça-
b) estabelecerá os processos de recrutamento com base no Sis- mentários e atribuições.
tema do Mérito; e (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) Art. 107. A fim de permitir a revisão da legislação e das nor-
c) fixará as demais condições necessárias ao seu exercício. (In- mas regulamentares relativas ao pessoal do Serviço Público Civil,
cluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) nos termos do disposto no art. 94, da presente lei, suspendem-se
nesta data as readaptações de funcionários que ficam incluídas na
competência do DASP.

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Art. 108. O funcionário, em regime de tempo integral e dedica- III - Zelar pela observância dessas leis e regulamentos, orien-
ção exclusiva, prestará serviços em dois turnos de trabalho, quando tando, coordenando e fiscalizando sua execução, e expedir normas
sujeito a expediente diário. gerais obrigatórias para todos os órgãos.
Parágrafo único. Incorrerá em falta grave, punível com demis- IV - Estudar e propor sistema de classificação e de retribuição
são, o funcionário que perceber a vantagem de que trata este artigo para o serviço civil administrando sua aplicação.
e não prestar serviços correspondentes e bem assim o chefe que V - Recrutar e selecionar candidatos para os órgãos da Admi-
atestar a prestação irregular dos serviços. nistração Direta e autarquias, podendo delegar, sob sua orientação,
Art. 109. Fica revogada a legislação que permite a agregação fiscalização e controle a realização das provas o mais próximo pos-
de funcionários em cargos em comissão e em funções gratificadas, sível das áreas de recrutamento.
mantidos os direitos daqueles que, na data desta lei, hajam com- VI - Manter estatísticas atualizadas sobre os servidores civis,
pletado as condições estipuladas em lei para a agregação, e não inclusive os da Administração Indireta.
manifestem, expressamente, o desejo de retornarem aos cargos de VII - Zelar pela criteriosa aplicação dos princípios de administra-
origem. ção de pessoal com vistas ao tratamento justo dos servidores civis,
Parágrafo único. Todo agregado é obrigado a prestar serviços, onde quer que se encontrem.
sob pena de suspensão dos seus vencimentos. VIII - Promover medidas visando ao bem-estar social dos servi-
Art. 110. Proceder-se-á à revisão dos cargos em comissão e das dores civis da União e ao aprimoramento das relações humanas no
funções gratificadas da Administração Direta e das autarquias, para trabalho.
supressão daqueles que não corresponderem às estritas necessida- IX - Manter articulação com as entidades nacionais e estrangei-
des dos serviços, em razão de sua estrutura e funcionamento. ras que se dedicam a estudos de administração de pessoal.
Art. 111. A colaboração de natureza eventual à Administração X - Orientar, coordenar e superintender as medidas de aplica-
Pública Federal sob a forma de prestação de serviços, retribuída me- ção imediata (Capítulo II, deste Título).
diante recibo, não caracteriza, em hipótese alguma, vínculo empre- Art. 117. O Departamento Administrativo do Pessoal Civil pres-
gatício com o Serviço Público Civil, e somente poderá ser atendida tará às Comissões Técnicas do Poder Legislativo toda cooperação
por dotação não classificada na rubrica “PESSOAL”, e nos limites es- que for solicitada.
tabelecidos nos respectivos programas de trabalho. (Vide Decreto Parágrafo único. O Departamento deverá colaborar com o Mi-
nº 66.715, de 1970) nistério Público Federal nas causas que envolvam a aplicação da
Art. 112. O funcionário que houver atingido a idade máxima legislação do pessoal.
(setenta anos) prevista para aposentadoria compulsória não poderá Art. 118. Junto ao Departamento haverá o Conselho Federal de
exercer cargo em comissão ou função gratificada, nos quadros dos Administração de Pessoal, que funcionará como órgão de consulta
Ministérios, do DASP e das autarquias. e colaboração no concernente à política de pessoal do Governo e
Art. 113. Revogam-se na data da publicação da presente lei, os opinará na esfera administrativa, quando solicitado pelo Presidente
Arts. 62 e 63 da Lei n° 1.711, de 28 de outubro de 1952 , e demais da República ou pelo Diretor-Geral do DASP nos assuntos relativos
disposições legais e regulamentares que regulam as readmissões no à administração de pessoal civil, inclusive quando couber recurso
serviço público federal. de decisão dos Ministérios, na forma estabelecida em regulamento.
Art. 114. O funcionário público ou autárquico que, por força Art. 119. O Conselho Federal de Administração de Pessoal será
de dispositivo legal, puder manifestar opção para integrar quadro presidido pelo Diretor-Geral do Departamento Administrativo do
de pessoal de qualquer outra entidade e por esta aceita, terá seu Pessoal Civil e constituído de quatro membros, com mandato de
tempo de serviço anterior, devidamente comprovado, averbado na três anos, nomeados pelo Presidente da República, sendo: dois fun-
instituição de previdência, transferindo-se para o INPS as contribui- cionários, um da Administração Direta e outro da Indireta, ambos
ções pagas ao IPASE. com mais de vinte anos de Serviço Público da União, com experiên-
cia em administração e relevante folha de serviços; um especialista
CAPÍTULO III em direito administrativo; e um elemento de reconhecida experiên-
DO DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO DO PESSOAL CIVIL cia no setor de atividade privada.
§ 1° O Conselho reunir-se-á ordinariamente duas vezes por mês
Art. 115. O Departamento Administrativo do Pessoal Civil e, extraordinariamente, por convocação de seu presidente.
(DASP) é o órgão central do sistema de pessoal, responsável pelo § 2° O Conselho contará com o apoio do Departamento, ao qual
estudo, formulação de diretrizes, orientação, coordenação, supervi- ficarão afetos os estudos indispensáveis ao seu funcionamento e,
são e controle dos assuntos concernentes à administração do Pesso- bem assim, o desenvolvimento e a realização dos trabalhos compre-
al Civil da União. (Vide Lei nº 6.228, de 1975) endidos em sua área de competência.
Parágrafo único. Haverá em cada Ministério um órgão de pes- § 3º Ao Presidente e aos Membros do Conselho é vedada qual-
soal integrante do sistema de pessoal. quer atividade político-partidária, sob pena de exoneração ou perda
Art. 116. Ao Departamento Administrativo do Pessoal Civil de mandato.
(DASP) incumbe: (Vide Lei nº 6.228, de 1975) Art. 120. O Departamento prestará toda cooperação solicitada
I - Cuidar dos assuntos referentes ao pessoal civil da União, ado- pelo Ministro responsável pela Reforma Administrativa.
tando medidas visando ao seu aprimoramento e maior eficiência. Art. 121. As medidas relacionadas com o recrutamento, sele-
II - Submeter ao Presidente da República os projetos de regu- ção, aperfeiçoamento e administração do assessoramento superior
lamentos indispensáveis à execução das leis que dispõem sobre a da Administração Civil, de aperfeiçoamento de pessoal para o de-
função pública e os servidores civis da União. sempenho dos cargos em comissão e funções gratificadas a que se
referem o art. 101 e seu inciso II (Título XI, Capítulo II) e de outras
funções de supervisão ou especializadas, constituirão encargo de
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um Centro de Aperfeiçoamento, órgão autônomo vinculado ao De- TÍTULO XII


partamento Administrativo do Pessoal Civil. (Vide Lei nº 6.228, de (REVOGADO PELO DECRETO-LEI Nº 2.300, DE 1986)
1975)
Parágrafo único. O Centro de Aperfeiçoamento promoverá dire- Art. 125. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
ta ou indiretamente mediante convênio, acordo ou contrato, a exe- Art. 126. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
cução das medidas de sua atribuição. Art . 127. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
Art. 128. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
CAPÍTULO IV Art. 129. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
DO ASSESSORAMENTO SUPERIOR DA ADMINISTRAÇÃO Art. 130. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
CIVIL Art. 131. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
Art. 132. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
Art. 122. O Assessoramento Superior da Administração Civil Art. 133. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
compreenderá determinadas funções de assessoramento aos Minis- Art . 134. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
tros de Estado, definidas por decreto e fixadas em número limitado Art . 135. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
para cada Ministério civil, observadas as respectivas peculiaridades Art. 136. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
de organização e funcionamento. (Redação dada pelo Decreto-Lei Art. 137. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
nº 900, de 1969) (Vide Decreto-lei nº 2.280, de 1985) (Vide Lei nº Art. 138. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
7.419, de 1985) ( Vide Decreto-lei nº 2.310, de 1986 ) (Vide Decreto Art. 139. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
nº 2.365, de 1987) ( Vide Decreto-lei nº 2.367, de 1987 ) (Vide Lei Art. 140. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
nº 7.995, de 1990) Art. 141. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
§ 1º As funções a que se refere este artigo, caracterizadas pelo Art. 142. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
alto nível de especificidade, complexidade e responsabilidade, serão Art. 143. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
objeto de rigorosa individualização e a designação para o seu exer- Art. 144. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)
cício somente poderá recair em pessoas de comprovada idoneida-
de, cujas qualificações, capacidade e experiência específicas sejam TÍTULO XIII
examinadas, aferidas e certificadas por órgão próprio, na forma de- DA REFORMA ADMINISTRATIVA
finida em regulamento. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
§ 2º O exercício das atividades de que trata este artigo revestirá Art. 145. A Administração Federal será objeto de uma reforma
a forma de locação de serviços regulada mediante contrato indivi- de profundidade para ajustá-la às disposições da presente lei e, es-
dual, em que se exigirá tempo integral e dedicação exclusiva, não pecialmente, às diretrizes e princípios fundamentais enunciados no
se lhe aplicando o disposto no artigo 35 do Decreto-lei número 81, Título II, tendo-se como revogadas, por força desta lei, e à medida
de 21 de dezembro de 1966 , na redação dada pelo artigo 1º do que sejam expedidos os atos a que se refere o art. 146, parágrafo
Decreto-lei número 177, de 16 de fevereiro de 1967 . (Incluído pelo único, alínea b , as disposições legais que forem com ela colidentes
Decreto-Lei nº 900, de 1969) ou incompatíveis.
§ 3º A prestação dos serviços a que alude este artigo será re- Parágrafo único. A aplicação da presente lei deverá objetivar,
tribuída segundo critério fixado em regulamento, tendo em vista a prioritariamente, a execução ordenada dos serviços da Adminis-
avaliação de cada função em face das respectivas especificações, e tração Federal, segundo os princípios nela enunciados e com apoio
as condições vigentes no mercado de trabalho. (Incluído pelo Decre- na instrumentação básica adotada, não devendo haver solução de
to-Lei nº 900, de 1969) continuidade.
Art. 123. O servidor público designado para as funções de que Art. 146. A Reforma Administrativa, iniciada com esta lei, será
trata o artigo anterior ficará afastado do respectivo cargo ou em- realizada por etapas, à medida que se forem ultimando as providên-
prego enquanto perdurar a prestação de serviços, deixando de re- cias necessárias à sua execução.
ceber o vencimento ou salário correspondente ao cargo ou emprego Parágrafo único. Para os fins deste artigo, o Poder Executivo:
público. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) (Vide (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
Lei nº 7.419, de 1985) ( Vide Decreto-lei nº 2.310, de 1986 ) ( Vide a) promoverá o levantamento das leis, decretos e atos regu-
Decreto-lei nº 2.367, de 1987 ) lamentares que disponham sobre a estruturação, funcionamento e
Parágrafo único. Poderá a designação para o exercício das fun- competência dos órgãos da Administração Federal, com o propósito
ções referidas no artigo anterior recair em ocupante de função de de ajustá-los às disposições desta Lei;
confiança ou cargo em comissão diretamente subordinados ao Mi- b) obedecidas as diretrizes, princípios fundamentais e demais
nistro de Estado, caso em que deixará de receber, durante o período disposições da presente lei expedirá progressivamente os atos de
de prestação das funções de assessoramento superior, o vencimen- reorganização, reestruturação lotação, definição de competência,
to ou gratificação do cargo em comissão ou função de confiança. revisão de funcionamento e outros necessários a efetiva implanta-
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) ção da reforma. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
Art. 124. O disposto no presente Capítulo poderá ser estendido, c) (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)
por decreto, a funções da mesma natureza vinculadas aos Minis- Art . 147. A orientação, coordenação e supervisão das providên-
térios Militares e órgãos integrantes da Presidência da República. cias de que trata este Título ficarão a cargo do Ministério do Plane-
(Redação dada pela Lei nº 6.720, de 1979) (Vide Lei nº 7.419, de jamento e Coordenação Geral, podendo, entretanto, ser atribuídas
1985) ( Vide Decreto-lei nº 2.310, de 1986 ) (Vide Decreto nº 2.365, a um Ministro Extraordinário para a Reforma Administrativa, caso
de 1987) em que a este caberão os assuntos de organização administrativa.

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Art. 148. Para atender às despesas decorrentes de execução § 1º Com o objetivo de melhor aproveitar recursos e meios dis-
da Reforma Administrativa, fica autorizada a abertura pelo Minis- poníveis e de obter maior produtividade, visando a proporcionar
tério da Fazenda do crédito especial de NCr$20.000.000,00 (vinte efetiva assistência médico-social à comunidade, promoverá o Mi-
milhões de cruzeiros novos), com vigência nos exercícios de 1967 a nistério da Saúde a coordenação, no âmbito regional das atividades
1968. (Vide Decreto nº 61.383, de 1967) de assistência médico-social, de modo a entrosar as desempenha-
§ 1º Os recursos do crédito aberto neste artigo incorporar-se-ão das por órgãos federais, estaduais, municipais, do Distrito Federal,
ao “Fundo de Reforma Administrativa”, que poderá receber doações dos Territórios e das entidades do setor privado.
e contribuições destinadas ao aprimoramento da Administração Fe- § 2º Na prestação da assistência médica dar-se-á preferência à
deral. celebração de convênios com entidades públicas e privadas, existen-
§ 2° O Fundo de Reforma Administrativa, cuja utilização será tes na comunidade.
disciplinada em regulamento, será administrado por um órgão tem- § 3º (Revogado pela Lei nº 6.118, de 1974)
porário de implantação da Reforma Administrativa, que funcionará
junto ao Ministro responsável pela Reforma Administrativa. CAPÍTULO III
Art. 149. Na implantação da reforma programada, inicialmen- DO ABASTECIMENTO NACIONAL
te, a organização dos novos Ministérios e bem assim, prioritaria-
mente, a instalação dos Órgãos Centrais, a começar pelos de pla- Art. 157. As medidas relacionadas com a formulação e execu-
nejamento, coordenação e de controle financeiro (art. 22, item I) e ção da política nacional do abastecimento serão objeto de coorde-
pelos órgãos centrais dos sistemas (art. 31). nação na forma estabelecida em decreto. (Redação dada pelo De-
Art. 150. Até que os quadros de funcionários sejam ajustados creto-Lei nº 900, de 1969)
à Reforma Administrativa, o pessoal que os integra, sem prejuízo Art. 158. Se não considerar oportunas as medidas consubs-
de sua situação funcional para os efeitos legais, continuará a servir tanciadas no artigo anterior, o Governo poderá atribuir a formu-
nos órgãos em que estiver lotado, podendo passar a ter exercício, lação e coordenação da política nacional do abastecimento a uma
mediante requisição, nos órgãos resultantes de desdobramento ou Comissão Nacional de Abastecimento, órgão interministerial, cuja
criados em virtude da presente lei. composição, atribuições e funcionamento serão fixados por decreto
Art. 151. (Revogado pela Lei nº 5.843, de 1972) e que contará com o apoio da Superintendência Nacional do Abas-
Art. 152. A finalidade e as atribuições dos órgãos da Adminis- tecimento.
tração Direta regularão o estabelecimento das respectivas estrutu- Art. 159. Fica extinto o Conselho Deliberativo da Superinten-
ras e lotações de pessoal. dência Nacional do Abastecimento, de que trata a Lei Delegada n°
Art. 153. Para implantação da Reforma Administrativa poderão 5, de 26 de setembro de 1962 .
ser ajustados estudos e trabalhos técnicos a serem realizados por Art. 160. A Superintendência Nacional do Abastecimento ulti-
pessoas físicas ou jurídicas, nos termos das normas que se estabele- mará, no mais breve prazo, a assinatura de convênios com os Es-
cerem em decreto. (Vide Decreto nº 61.383, de 1967) tados, Prefeitura do Distrito Federal e Territórios com o objetivo de
Art . 154. Os decretos e regulamentos expedidos para execução transferir-lhes os encargos de fiscalização atribuídos àquela Supe-
da presente lei disporão sobre a subordinação e vinculação de ór- rintendência.
gãos e entidades aos diversos Ministérios, em harmonia com a área
de competência destes, disciplinando a transferência de repartições CAPÍTULO IV
e órgãos. DA INTEGRAÇÃO DOS TRANSPORTES

TÍTULO XIV Art. 161. Ficam extintos os Conselhos Setoriais de Transportes


DAS MEDIDAS ESPECIAIS DE COORDENAÇÃO que atualmente funcionam junto às autarquias do Ministério da
Viação e Obras Públicas, sendo as respectivas funções absorvidas
CAPÍTULO I pelo Conselho Nacional de Transportes, cujas atribuições, organiza-
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA ção e funcionamento serão regulados em decreto. (Expressão subs-
tituída pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
Art. 155. As iniciativas e providências que contribuem para o Art. 162. Tendo em vista a integração em geral dos transportes,
estímulo e intensificação das atividades de ciência e tecnologia, se- a coordenação entre os Ministérios da Aeronáutica e dos Transpor-
rão objeto de coordenação com o propósito de acelerar o desen- tes será assegurada pelo Conselho Nacional de Transportes que se
volvimento nacional através da crescente participação do País no pronunciará obrigatoriamente quanto aos assuntos econômico-fi-
progresso científico e tecnológico. (Redação dada pelo Decreto-Lei nanceiros da aviação comercial e, em particular, sobre:
nº 900, de 1969) a) concessão de linhas, tanto nacionais como no exterior;
§ 1° (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) b) tarifas;
§ 2° (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) c) subvenções;
d) salários (de acordo com a política salarial do Governo).
CAPÍTULO II Art. 163. O Conselho será presidido pelo Ministro de Estado dos
DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE Transportes e dele participará, como representante do Ministério
da Aeronáutica, o chefe do órgão encarregado dos assuntos da ae-
Art . 156. A formulação e Coordenação da política nacional de ronáutica civil.
saúde, em âmbito nacional e regional, caberá ao Ministério da Saú- Art. 164. O Poder Executivo, se julgar conveniente, poderá for-
de. mular a integração no Ministério dos Transportes, das atividades
concernentes à aviação comercial, compreendendo linhas aéreas
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regulares, subvenções e tarifas, permanecendo sob a competência TÍTULO XV


da Aeronáutica Militar as demais atribuições constantes do item IV DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
e as do item V do Parágrafo único do art. 63 e as relativas ao con-
trole de pessoal e das aeronaves. CAPÍTULO I
§ 1° A integração poderá operar-se gradualmente, celebrando- DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
-se, quando necessário, convênios entre os dois Ministérios.
§ 2° Promover-se-á, em consequência, o ajuste das atribuições Art. 170. O Presidente da República, por motivo relevante de in-
cometidas ao Conselho Nacional de Transportes nesse particular. teresse público, poderá avocar e decidir qualquer assunto na esfera
da Administração Federal.
CAPÍTULO V Art. 171. A Administração dos Territórios Federais, vinculados
DAS COMUNICAÇÕES ao Ministério do Interior, exercer-se-á através de programas pluria-
nuais, concordantes em objetivos e etapas com os planos gerais do
Art. 165. O Conselho Nacional de Telecomunicações, cujas atri- Governo Federal.
buições, organização e funcionamento serão objeto de regulamen- Art. 172. O Poder Executivo assegurará autonomia administra-
tação pelo Poder Executivo, passará a integrar, como órgão nor- tiva e financeira, no grau conveniente aos serviços, institutos e es-
mativo, de consulta, orientação e elaboração da política nacional tabelecimentos incumbidos da execução de atividades de pesquisa
de telecomunicações, a estrutura do Ministério das Comunicações, ou ensino ou de caráter industrial, comercial ou agrícola, que por
logo que este se instale, e terá a seguinte composição: suas peculiaridades de organização e funcionamento, exijam tra-
I - Presidente, o Secretário-Geral do Ministério das Comunica- tamento diverso do aplicável aos demais órgãos da administração
ções; direta, observada sempre a supervisão ministerial. (Redação dada
II - Representante do maior partido de oposição no CONGRESSO pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
NACIONAL; (Redação dada pela Lei nº 5.396, de 1968) § 1º Os órgãos a que se refere este artigo terão a denominação
III - Representante do Ministério da Educação e Cultura. genérica de Órgãos Autônomos. (Renumerado do Parágrafo Único
IV - Representante do Ministério da Justiça. pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
V - Representante do maior partido que apoia o Governo no § 2º Nos casos de concessão de autonomia financeira, fica o
CONGRESSO NACIONAL; (Redação dada pela Lei nº 5.396, de 1968) Poder Executivo autorizado a instituir fundos especiais de natureza
VI - Representante do Ministério da Indústria e Comércio. contábil, a cujo crédito se levarão todos os recursos vinculados às
VII - Representante dos Correios e Telégrafos. atividades do órgão autônomo, orçamentários e extraorçamentá-
VIII - Representante do Departamento Nacional de Telecomu- rios, inclusive a receita própria. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900,
nicações. de 1969)
IX - Representante da Empresa Brasileira de Telecomunicações. Art. 173. Os atos de provimento de cargos públicos ou que
X - Representante das Empresas Concessionárias de Serviços de determinarem sua vacância assim como os referentes a pensões,
Telecomunicações. aposentadorias e reformas, serão assinados pelo Presidente da Re-
XI - Representante do Ministério da Marinha; (Incluído pela Lei pública ou, mediante delegação deste, pelos Ministros de Estado,
nº 5.396, de 1968) conforme se dispuser em regulamento.
XII - Representante do Ministério do Exército; (Incluído pela Lei Art. 174. Os atos expedidos pelo Presidente da República ou Mi-
nº 5.396, de 1968) nistros de Estado, quando se referirem a assuntos da mesma natu-
XIII - Representante do Ministério da Aeronáutica. (Incluído reza, poderão ser objeto de um só instrumento, e o órgão adminis-
pela Lei nº 5.396, de 1968) trativo competente expedirá os atos complementares ou apostilas.
Parágrafo único. O Departamento Nacional de Telecomunica- Art . 175. Para cada órgão da Administração Federal, haverá
ções passa a integrar, como Órgão Central (art. 22, inciso II), o Mi- prazo fixado em regulamento para as autoridades administrativas
nistério das Comunicações. exigirem das partes o que se fizer necessário à instrução de seus
Art. 166. A exploração dos troncos interurbanos, a cargo da pedidos.
Empresa Brasileira de Telecomunicações, poderá, conforme as con- § 1º As partes serão obrigatoriamente notificadas das exigên-
veniências econômicas e técnicas do serviço, ser feita diretamente cias, por via postal, sob registro, ou por outra forma de comunica-
ou mediante contrato, delegação ou convênio. ção direta.
Parágrafo único. A Empresa Brasileira de Telecomunicações § 2º Satisfeitas as exigências, a autoridade administrativa de-
poderá ser acionista de qualquer das empresas com que tiver trá- cidirá o assunto no prazo fixado pelo regulamento, sob pena de res-
fego-mútuo. ponsabilização funcional.
Art. 167. Fica o Poder Executivo autorizado a transformar o Art. 176. Ressalvados os assuntos de caráter sigiloso, os órgãos
Departamento dos Correios e Telégrafos em entidade de Adminis- do Serviço Público estão obrigados a responder às consultas feitas
tração Indireta, vinculada ao Ministério das Comunicações. (Vide por qualquer cidadão, desde que relacionadas com seus legítimos
Decreto-Lei nº 509, de 20.3.1969) interesses e pertinentes a assuntos específicos da repartição.
Parágrafo único. Os chefes de serviço e os servidores serão so-
CAPÍTULO VI lidariamente responsáveis pela efetivação de respostas em tempo
DA INTEGRAÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS oportuno.
Art . 177. Os conselhos, comissões e outros órgãos colegiados
Art. 168. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968) que contarem com a representação de grupos ou classes econômi-
Art. 169. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968) cas diretamente interessados nos assuntos de sua competência, te-

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rão funções exclusivamente de consulta, coordenação e assessora- Art. 187. A Coordenação do Desenvolvimento de Brasília (CO-
mento, sempre que àquela representação corresponda um número DEBRÁS) passa a vincular-se ao Ministro responsável pela Reforma
de votos superior a um terço do total. Administrativa.
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo os ór- Art. 188. Toda pessoa natural ou jurídica - em particular, o de-
gãos incumbidos do julgamento de litígios fiscais e os legalmente tentor de qualquer cargo público - é responsável pela Segurança
competentes para exercer atribuições normativas e decisórias rela- Nacional, nos limites definidos em lei. Em virtude de sua natureza
cionadas com os impostos de importação e exportação, e medidas ou da pessoa do detentor, não há cargo, civil ou militar, específico de
cambiais correlatas. segurança nacional, com exceção dos previstos em órgãos próprios
Art. 178. As autarquias, as empresas públicas e as sociedades do Conselho de Segurança Nacional.
de economia mista, integrantes da Administração Federal Indireta, § 1º Na Administração Federal, os cargos públicos civis, de pro-
bem assim as fundações criadas pela União ou mantidas com re- vimento em comissão ou em caráter efetivo, as funções de pessoal
cursos federais, sob supervisão ministerial, e as demais sociedades temporário, de obras e os demais empregos sujeitos à legislação
sob o controle direto ou indireto da União, que acusem a ocorrência trabalhista, podem ser exercidos por qualquer pessoa que satisfaça
de prejuízos, estejam inativas, desenvolvam atividades já atendidas os requisitos legais.
satisfatoriamente pela iniciativa privada ou não previstas no objeto § 2º Cargo militar é aquele que, de conformidade com as dis-
social, poderão ser dissolvidas ou incorporadas a outras entidades, posições legais ou quadros de efetivos das Forças Armadas, só pode
a critério e por ato do Poder Executivo, resguardados os direitos ser exercida por militar em serviço ativo.
assegurados, aos eventuais acionistas minoritários, nas leis e atos
constitutivos de cada entidade. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº CAPÍTULO II
2.299, de 1986) DOS BANCOS OFICIAIS DE CRÉDITO
Art . 179. Observado o disposto no art. 13 da Lei n° 4.320, de
17 de março de 1964 , o Ministério do Planejamento e Coordena- Art. 189. Sem prejuízo de sua subordinação técnica à autori-
ção Geral atualizará, sempre que se fizer necessário, o esquema de dade monetária nacional, os estabelecimentos oficiais de crédito
discriminação ou especificação dos elementos da despesa orçamen- manterão a seguinte vinculação:
tária. I - Ministério da Fazenda
Art . 180. As atribuições previstas nos arts. 111 a 113, da Lei nú- - Banco Central da República (Vide Decreto-Lei nº 278, de
mero 4.320, de 17 de março de 1964 , passam para a competência 28.2.1967)
do Ministério do Planejamento e Coordenação Geral. - Banco do Brasil
Art . 181. Para os fins do Título XIII desta Lei, poderá o Poder - Caixas Econômicas Federais
Executivo: II - Ministério da Agricultura
I - Alterar a denominação de cargos em comissão. - Banco Nacional do Crédito Cooperativo (Vide Decreto nº
II - Reclassificar cargos em comissão, respeitada a tabela de 99.192, de 1990)
símbolos em vigor. III - Ministério do Interior
III - Transformar funções gratificadas em cargos em comissão, - Banco de Crédito da Amazônia
na forma da lei. - Banco do Nordeste do Brasil
IV - Declarar extintos os cargos em comissão que não tiverem - Banco Nacional da Habitação (Vide Del 2.291, de 21.11.1986)
sido mantidos, alterados ou reclassificados até 31 de dezembro de IV - Ministério do Planejamento e Coordenação Geral
1968. - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico.
Art . 182. Nos casos dos incisos II e III do art. 5º e no do inciso I
do mesmo artigo, quando se tratar de serviços industriais, o regime CAPÍTULO III
de pessoal será o da Consolidação das Leis do Trabalho; nos demais DA PESQUISA ECONÔMICO-SOCIAL APLICADA E DO FI-
casos, o regime jurídico do pessoal será fixado pelo Poder Executivo. NANCIAMENTO DE PROJETOS
Art . 183. As entidades e organizações em geral, dotadas de
personalidade jurídica de direito privado, que recebem contribui- Art. 190. É o Poder Executivo autorizado a instituir, sob a forma
ções para fiscais e prestam serviços de interesse público ou social, de fundação, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com
estão sujeitas à fiscalização do Estado nos termos e condições esta- a finalidade de auxiliar o Ministro de Estado da Economia, Fazenda
belecidas na legislação pertinente a cada uma. e Planejamento na elaboração e no acompanhamento da política
Art. 184. Não haverá, tanto em virtude da presente lei como em econômica e promover atividade de pesquisa econômica aplicada
sua decorrência, aumento de pessoal nos quadros de funcionários nas áreas fiscal, financeira, externa e de desenvolvimento setorial.
civis e nos das Forças Armadas. (Redação dada pela Lei nº 8.029, de 1990)
Art. 185. Incluem-se na responsabilidade do Ministério da In- Parágrafo único. O instituto vincular-se-á ao Ministério da Eco-
dústria e do Comércio a supervisão dos assuntos concernentes à nomia, Fazenda e Planejamento. (Redação dada pela Lei nº 8.029,
indústria siderúrgica, à indústria petroquímica, à indústria automo- de 1990)
bilística, à indústria naval e à indústria aeronáutica. Art. 191. Fica o Ministério do Planejamento e Coordenação
Art. 186. A Taxa de Marinha Mercante, destinada a proporcio- Geral autorizado, se o Governo julgar conveniente, a incorporar as
nar à, frota mercante brasileira melhores condições de operação e funções de financiamento de estudo e elaboração de projetos e de
expansão, será administrada pelo Órgão do Ministério dos Trans- programas do desenvolvimento econômico, presentemente afetos
portes, responsável pela navegação marítima e interior. ao Fundo de Financiamento de Estudos e Projetos (FINEP), criado
pelo Decreto nº 55.820, de 8 de março de 1965 , constituindo para
esse fim uma empresa pública, cujos estatutos serão aprovados por
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decreto, e que exercerá todas as atividades correlatadas de finan- c) Diretor do Centro de Aperfeiçoamento, no Departamento Ad-
ciamento de projetos e programas e de prestação de assistência ministrativo do Pessoal Civil (DASP).
técnica essenciais ao planejamento econômico e social, podendo d) Diretor-Geral do Departamento dos Serviços Gerais, no Mi-
receber doações e contribuições e contrair empréstimos de fontes nistério da Fazenda.
internas e externas. (Vide Decreto nº 61.056, de 1967) Parágrafo único. À medida que se forem vagando, os cargos de
Consultor Jurídico atualmente providos em caráter efetivo passarão
CAPÍTULO IV a sê-lo em comissão.
DOS SERVIÇOS GERAIS Art. 206. Ficam fixados da seguinte forma os vencimentos dos
cargos criados no Art. 205:
Art. 192. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968) I - Ministro de Estado: igual aos dos Ministros de Estado exis-
Art. 193. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968) tentes.
Art . 194. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968) II - Secretário-Geral e Inspetor-Geral de Finanças: Símbolo 1-C.
Art. 195. (Revogado pela Lei nº 9.636, de 1998) III - Consultor Jurídico: igual ao dos Consultores Jurídicos dos
Art. 196. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968) Ministérios existentes.
Art. 197. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968) IV - Diretor do Centro de Aperfeiçoamento: Símbolo 2-C.
V - Diretor -Geral do Departamento de Serviços Gerais: Símbolo
CAPÍTULO V 1-C.
DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Parágrafo único. O cargo de Diretor-Geral do Departamento
Administrativo do Serviço Público (DASP), Símbolo 1-C, passa a de-
Art. 198. Levando em conta as peculiaridades do Ministério das nominar-se Diretor-Geral do Departamento Administrativo do Pes-
Relações Exteriores, o Poder Executivo adotará a estrutura orgânica soal Civil (DASP), Símbolo 1-C.
e funcional estabelecida pela presente Lei, e, no que couber, o dis- Art. 207. Os Ministros de Estado Extraordinários instituídos no
posto no seu Título XI. Artigo 37 desta Lei terão o mesmo vencimento, vantagens e prerro-
gativas dos demais Ministros de Estado.
CAPÍTULO VI Art . 208. Os Ministros de Estado, os Chefes dos Gabinetes Civil
DOS NOVOS MINISTÉRIOS E DOS CARGOS e Militar da Presidência da República e o Chefe do Serviço Nacional
de Informações perceberão uma representação mensal correspon-
Art. 199. Ficam criados: dente a 50% (cinquenta por cento) dos vencimentos.
I - (Revogado pela Lei nº 6.036, de 1974) Parágrafo único. Os Secretários-Gerais perceberão idêntica re-
II - O Ministério do Interior, com absorção dos órgãos subordi- presentação mensal correspondente a 30% (trinta por cento) dos
nados ao Ministro Extraordinário para Coordenação dos Organis- seus vencimentos.
mos Regionais.
III - O Ministério das Comunicações, que absorverá o Conselho TÍTULO XVI
Nacional de Telecomunicações, o Departamento Nacional de Tele- DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
comunicações e o Departamento dos Correios e Telégrafos. (Vide
Decreto-Lei nº 509, de 20.3.1969) Art. 209. Enquanto não forem expedidos os respectivos regu-
Art. 200. O Ministério da Justiça e Negócios Interiores passa a lamentos e estruturados seus serviços, o Ministério do Interior, o
denominar-se Ministério da Justiça. Ministério do Planejamento e Coordenação Geral e o Ministério das
Art. 201. O Ministério da Viação e Obras Públicas passa a deno- Comunicações ficarão sujeitos ao regime de trabalho pertinente aos
minar-se Ministério dos Transportes. Ministérios Extraordinários que antecederam os dois primeiros da-
Art. 202. O Ministério da Guerra passa a denominar-se Minis- queles Ministérios no que concerne ao pessoal, à execução de servi-
tério do Exército. ços e à movimentação de recursos financeiros.
Art. 203. O Poder Executivo expedirá os atos necessários à efeti- Parágrafo único. O Poder Executivo expedirá decreto para con-
vação do disposto no Artigo 199, observadas as normas da presente solidar as disposições regulamentares que em caráter transitório,
Lei. deverão prevalecer.
Art. 204. Fica alterada a denominação dos cargos de Ministro Art. 210. O atual Departamento Federal de Segurança Públi-
de Estado da Justiça e Negócios Interiores, Ministro de Estado da ca passa a denominar-se Departamento de Polícia Federal, consi-
Viação e Obras Públicas e Ministro de Estado da Guerra, para, res- derando-se automaticamente substituída por esta denominação a
pectivamente, Ministro de Estado da Justiça, Ministro de Estado dos menção à anterior constante de quaisquer leis ou regulamentos.
Transportes e Ministro de Estado do Exército. Art. 211. O Poder Executivo introduzirá, nas normas que disci-
Art. 205. Ficam criados os seguintes cargos: plinam a estruturação e funcionamento das entidades da Adminis-
I - Ministros de Estado do Interior, das Comunicações e do Pla- tração Indireta, as alterações que se fizerem necessárias à efetiva-
nejamento e Coordenação Geral. ção do disposto na presente Lei, considerando-se revogadas todas
II - Em comissão: as disposições legais colidentes com as diretrizes nela expressamen-
a) Em cada Ministério Civil, Secretário-Geral, e Inspetor-Geral te consignadas.
de Finanças. Art. 212. O atual Departamento Administrativo do Serviço Pú-
b) Consultor Jurídico, em cada um dos Ministérios seguintes: blico (DASP) é transformado em Departamento Administrativo do
Interior, Comunicações, Minas e Energia, e Planejamento e Coorde- Pessoal Civil (DASP), com as atribuições que, em matéria de admi-
nação Geral. nistração de pessoal, são atribuídas pela presente Lei ao novo ór-
gão. (Vide Lei nº 6.228, de 15.7.1975)
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Art. 213. Fica o Poder Executivo autorizado, dentro dos limites De forma geral, os agentes políticos exercem mandato eletivo,
dos respectivos créditos, a expedir decretos relativos às transferên- com exceção dos Ministros e Secretários que são ocupantes de
cias que se fizerem necessárias de dotações do orçamento ou de cargos comissionados, de livre nomeação e exoneração.
créditos adicionais requeridos pela execução da presente Lei. Autores como Hely Lopes Meirelles, acabaram por enfatizar
de forma ampla a categoria de agentes políticos, de forma a
TÍTULO XVII transparecer que os demais agentes que exercem, com alto grau de
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS autonomia, categorias da soberania do Estado em decorrência de
previsão constitucional, como é o caso dos membros do Ministério
Art. 214. Esta Lei entrará em vigor em 15 de março de 1967, Público, da Magistratura e dos Tribunais de Contas.
observado o disposto nos parágrafos do presente artigo e ressalva-
das as disposições cuja vigência, na data da publicação, seja por ela – Servidores Públicos Civis
expressamente determinada. De forma geral, servidor público são todas as pessoas físicas
§ 1º Até a instalação dos órgãos centrais incumbidos da admi- que prestadoras de serviços às entidades federativas ou as pessoas
nistração financeira, contabilidade e auditoria, em cada Ministério jurídicas da Administração Indireta em função da relação de
(art. 22), serão enviados ao Tribunal de Contas, para o exercício da trabalho que ocupam e com remuneração ou subsídio pagos pelos
auditoria financeira: cofres públicos, vindo a compor o quadro funcional dessas pessoas
a) pela Comissão de Programação Financeira do Ministério da jurídicas.
Fazenda, os atos relativos à programação financeira de desembol- Depreende-se que alguns autores dividem os servidores públicos
so; em civis e militares. Pelo fato de termos adotado a classificação
b) pela Contadoria Geral da República e pelas Contadorias Sec- aludida por Maria Sylvia Zanella Di Pietro, trataremos os servidores
cionais, os balancetes de receita e despesa; militares como sendo uma categoria à parte, designando-os apenas
c) pelas repartições competentes, o rol de responsáveis pela de militares, e, por conseguinte, usando a expressão servidores
guarda de bens, dinheiros e valores públicos e as respectivas toma- públicos para se referir somente aos servidores públicos civis.
das de conta, nos termos da legislação anterior à presente lei. De acordo com as regras e normas pelas quais são regidos,
§ 2º Nos Ministérios Militares, cabe aos órgãos que forem dis- os servidores públicos civis podem ser subdivididos da seguinte
criminados em decreto as atribuições indicadas neste artigo. maneira:
Art . 215 Revogam-se as disposições em contrário.
– Servidores estatutários: ocupam cargo público e são regidos
Brasília, em 25 de fevereiro de 1967; 146º da Independência e pelo regime estatutário.
79º da República. – Servidores ou empregados públicos: são os servidores
contratados sob o regime da CLT e ocupantes de empregos públicos.
– Servidores temporários: são os contratados por determinado
AGENTES PÚBLICOS: REGIME JURÍDICO ÚNICO (LEI Nº período de tempo com o objetivo de atender à necessidade
8.112/1990 E SUAS ALTERAÇÕES) temporária de excepcional interesse público. Exercem funções
públicas, mas não ocupam cargo ou emprego público. São regidos
por regime jurídico especial e disciplinado em lei de cada unidade
Conceito federativa.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 trouxe em seu bojo, – Servidores militares: antes do advento da EC 19/1998, os
várias regras de organização do Estado brasileiro, dentre elas, as militares eram tratados como “servidores militares”. Militares são
concernentes à Administração Pública e seus agentes como um aqueles que prestam serviços às Forças Armadas como a Marinha,
todo. o Exército e a Aeronáutica, às Polícias Militares ou aos Corpos de
A designação “agente público” tem sentido amplo e serve Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e dos territórios,
para conceituar qualquer pessoa física exercente de função que estão sob vínculo jurídico estatutário e são remunerados pelos
pública, de forma remunerada ou gratuita, de natureza política ou cofres públicos. Por estarem submetidos a um regime jurídico
administrativa, com investidura definitiva ou transitória. estatutário disciplinado em lei por lei, os militares estão submetidos
à regras jurídicas diferentes das aplicadas aos servidores civis
Espécies (classificação) estatutários, justificando, desta forma, o enquadramento em uma
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, entende que quatro são as categoria propícia de agentes públicos.
categorias de agentes públicos: agentes políticos, servidores Destaca-se que a Constituição Federal assegurou aos militares
públicos civis, militares e particulares em colaboração com o serviço alguns direitos sociais conferidos aos trabalhadores de forma geral,
público. são eles: o 13º salário; o salário-família, férias anuais remuneradas
Vejamos cada classificação detalhadamente: com acréscimo ao menos um terço da remuneração normal;
licença à gestante com a duração de 120 dias; licença paternidade
– Agentes políticos e assistência gratuita aos filhos e demais dependentes desde o
Exercem atividades típicas de governo e possuem a incumbência nascimento até cinco anos de idade em creches e pré-escolas.
de propor ou decidir as diretrizes políticas dos entes públicos. Ademais, os servidores militares estão submetidos por força
Nesse patamar estão inclusos os chefes do Poder Executivo federal, da Constituição Federal a determinadas regras próprias dos
estadual e municipal e de seus auxiliares diretos, quais sejam, servidores públicos civis, como por exemplo: teto remuneratório,
os Ministros e Secretários de Governo e os membros do Poder irredutibilidade de vencimentos, dentre outras peculiaridades.
Legislativo como Senadores, Deputados e Vereadores.
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Embora haja tais assimilações, aos militares são aplicadas Em relação às garantias e características especiais que lhe são
algumas vedações que constituem direito dos demais agentes conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos;
públicos, como por exemplo, os casos da sindicalização, bem como e comissionados. Vejamos:
da greve e, quando estiverem em serviço ativo, da filiação a partidos – Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de
políticos. permanência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação
para esses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso
— Cargo, Emprego e Função Pública público.
Para que haja melhor organização na Administração Pública, – Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o
os servidores públicos são amparados e organizados a partir de art. 37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às
quadros funcionais. Quadro funcional é o acoplado de cargos, atribuições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados
empregos e funções públicas de um mesmo ente federado, de uma de maneira temporária, em função da confiança depositada
pessoa jurídica da Administração Indireta de ou de seus órgãos pela autoridade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo
internos. não depende de aprovação em concurso público, podendo a
exoneração do seu ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a
Cargo critério da autoridade nomeante.
O art. 3º do Estatuto dos Servidores Civis da União da Lei
8.112/1990 conceitua cargo público como “o conjunto de atribuições Emprego
e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem Os empregos públicos são entidades de atribuições com o fito
ser cometidas a um servidor”. Via de regra, podemos considerar de serem ocupadas por servidores regidos sob o regime da CLT, que
o cargo como sendo uma posição na estrutura organizacional da também chamados de celetistas ou empregados públicos.
Administração Pública a ser preenchido por um servidor público. A diferença entre cargo e emprego público consiste no vínculo
Em geral, os cargos públicos somente podem ser criados, que liga o servidor ao Estado. Ressalta-se que o vínculo jurídico do
transformados e extinguidos por força de lei. empregado público é de natureza contratual, ao passo que o do
Ao Poder Legislativo, caberá, mediante sanção do chefe do servidor titular de cargo público é de natureza estatutária.
Poder Executivo, dispor sobre a criação, transformação e extinção No âmbito das pessoas de Direito Público como a União, os
de cargos, empregos e funções públicas. Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como em suas
Em se tratando de cargos do Poder Legislativo, a criação não autarquias e fundações públicas de direito público, levando em
depende de temos exatos de lei, mas, sim de uma norma que conta a restauração da redação originária do caput do art. 39 da
mesmo possuindo hierarquia de lei, não depende de sanção ou CF/1988 (ADIn 2135 MC/DF), afirma-se que o regime a ser adotado
veto do chefe do Executivo. É o que chamamos de Resoluções, que é o estatutário. Entretanto, é plenamente possível a convivência
são leis sem sanção. entre o regime estatutário e o celetista relativo aos entes que,
A despeito da criação de cargos, vejamos: anteriormente à concessão da medida cautelar mencionada,
a) Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe tenham realizado contratações e admissões no regime de emprego
desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”). público. No tocante às pessoas de Direito Privado da Administração
b) Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e Indireta como as empresas públicas, sociedades de economia mista
do Ministério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos e fundações públicas de direito privado, infere-se que somente é
respectivos Tribunais ou Procuradores-Gerais em se tratando da possível a existência de empregados públicos, nos termos legais.
criação de cargos para o Ministério Público.
c) Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou Função Pública
transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder Função pública também é uma espécie de ocupação de agente
(Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora. público. Denota-se que ao lado dos cargos e empregos públicos
existem determinadas atribuições que também são exercidas
Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se por servidores públicos, mas no entanto, essas funções não
estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por compõem a lista de atribuições de determinado cargo ou emprego
decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver público, como por exemplo, das funções exercidas por servidores
ocupado, só poderá ser extinto por lei. contratados temporariamente, em razão de excepcional interesse
Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados. público, com base no art. 37, IX, da CFB/88.
Vejamos: Esse tipo de servidor ocupa funções temporárias,
– Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes desempenhando suas funções sem titularizar cargo ou emprego
podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em público. Além disso, existem funções de chefia, direção e
razão do regime de progressão do servidor na carreira. assessoramento para as quais o legislador não cria o cargo
– Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de respectivo, já que serão exercidas com exclusividade por ocupantes
seus titulares. de cargos efetivos, nos termos do art. 37, V, da CFB/88.
– Observação importante: nos parâmetros do art. 37, V da
CFB/88, da mesma forma que previsto para os cargos em comissão,
as funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento.

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Regimente Jurídico de outros cargos na mesma carreira em que houve provimento


originário anterior. Não pode haver provimento derivado em outra
– Provimento carreira.
Provimento é a forma de ocupação do cargo público pelo Nesses casos, deverá haver a realização de concurso público
servidor. Além disso, é um ato administrativo por intermédio do de provas ou de provas e títulos, para que se faça novo provimento
qual ocorre o preenchimento de cargo, por conseguinte, atribuindo originário. A permissão para que o agente ingresse em nova carreira
as funções a ele específicas e inerentes a uma determinada pessoa. por meio de provimento derivado violaria os princípios da isonomia
Tanto a doutrina quanto a lei dividem as espécies de provimento de e da impessoalidade, mediante os benefícios oferecidos de forma
cargos públicos em dois grupos. São eles: defesa. Nesse diapasão, vejamos o que estabelece a súmula
– Provimento originário: é ato administrativo que designa um vinculante nº 43 do Supremo Tribunal Federal
cargo a servidor que antes não integrava o quadro de servidores
daquele órgão, ou seja, o agente está iniciando a carreira pública. – Súmula 43 do STF: É inconstitucional toda modalidade
O provimento originário é a única forma de nomeação de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
reconhecida pelo Ordenamento Jurídico Brasileiro, isso, é claro, aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em
ressalte-se, dependendo de prévia habilitação em concurso público cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
de provas ou de provas e títulos, obedecidos, nos termos da lei,
a ordem de classificação e o prazo de sua validade. Destaque- Assim sendo, analisaremos as espécies de provimento derivado
se que o momento da nomeação configura discricionariedade permitidas no ordenamento Jurídico Brasileiro e suas características
do administrador, na qual devem ser respeitados os prazos do específicas. Vejamos:
concurso público, nos moldes do art. 9° e seguintes da Lei 8112/90,
devendo, por conseguinte, ainda ser feita uma análise a respeito – Provimento derivado vertical: é a promoção na carreira
dos requisitos para a ocupação do cargo. ensejando a garantia de o servidor público ocupar cargos mais
Entretanto, uma vez realizada a nomeação do candidato, este altos, na carreira de ingresso, de forma alternada por antiguidade
ato não lhe atribui a qualidade de servidor público, mas apenas e merecimento. Para que isso ocorra, é necessário que ele tenha
a garantia de ocupação do referido cargo. Para que se torne ingressado, mediante aprovação em concurso público no serviço
servidor público, o particular deverá assinar o termo de posse, se público, bem como mediante assunção de cargo escalonado em
submetendo a todas as normas estatuárias da instituição. carreira.
O provimento do cargo ocorre com a nomeação, mas a Denota-se que a escolha do servidor a progredir na carreira
investidura no cargo acontece com a posse nos termos do art. 7°da deve ser realiza por critérios de antiguidade e merecimento e de
Lei 8.112/90. forma alternada por critérios de antiguidade e merecimento.
De acordo com a Lei Federal, o prazo máximo para a posse Destaque-se que, intermédio de promoção, não será possível
é de 30 (trinta) dias, contados a partir da publicação do ato de assumir um cargo em outra carreira mais elevada. Como por
provimento, nos termos do art. 13, §1°, sendo que, desde haja a exemplo, ao ser promovido do cargo de técnico do Tribunal para o
devida comprovação, a legislação admite que a posse ocorra por cargo de analista do mesmo órgão. Isso não é possível, uma vez que
meio de procuração específica, conforme disposto no art. 13, §3° tal situação significaria a possibilidade de mudança de carreira sem
da lei 8.112/90. a realização de concurso público, o que ensejaria a ascensão que foi
Havendo a efetivação da posse dentro do prazo legal, o servidor abolida pela Constituição Federal de 1988.
público federal terá o prazo máximo de 15 (dias) dias para iniciar a
exercer as funções do cargo, nos trâmites do art. 15, §1° do Estatuto – Provimento derivado horizontal: trata-se da readaptação
dos Servidores Públicos da União, das Autarquias e das Fundações disposta no art. 24 da Lei 8112/90. É o aproveitamento do servidor
Públicas Federais, Lei 8112/90, sendo que não sendo respeitado em um novo cargo, em decorrência de uma limitação sofrida por
este prazo, o agente poderá ser exonerado. Vejamos: este na capacidade física ou mental. Em ocorrendo esta hipótese,
Art. 15. § 2º - O servidor será exonerado do cargo ou será o agente deverá ser readaptado vindo a assumir um novo cargo,
tornado sem efeito o ato de sua designação para função de no qual as funções sejam compatíveis com as limitações que
confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste sofreu em sua capacidade laboral, dependendo a verificação desta
artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei n. limitação mediante a apresentação de laudo laboral expedido por
9.527, de 10.12.97). junta médica oficial, que ateste demonstrando detalhadamente
Ademais, se o candidato for nomeado e não se apresentar para a impossibilidade de o agente se manter no exercício de suas
posse, no prazo de determinado por lei, não ocorrerá exoneração, atividades de trabalho.
tendo em vista ainda não havia sido investido na qualidade de Na fase de readaptação ficará garantida o recebimento de
servidor. Assim sendo, o ato de nomeação se torna sem efeito, vindo vencimentos, não podendo haver alteração do subsídio recebido
a ficar vago o cargo que havia sido ocupado pelo ato de nomeação. pelo servidor em virtude da readaptação.

– Provimento Derivado: o cargo público deverá ser entregue a – Observação importante: esta modalidade de provimento
um servidor que já tenha uma relação anterior com a Administração derivado independe da existência de cargo vago na carreira,
Pública e que se encontra exercendo funções na carreira em que porque ainda que este não exista, o servidor sempre terá direito
pretende assumir o novo cargo. Denota-se que provimento derivado de ser readaptado e poderá exercer suas funções no novo cargo
somente será possível de ser concretizado, se o agente provier como excedente. Caso não haja nenhum cargo na carreira, com
funções compatíveis, o servidor poderá ser aposentado por
invalidez. Para que haja readaptação, não há necessidade de a
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limitação ter ocorrido por causa do exercício do labor ou da função. Destaque-se que não há prazo para o término da disponibilidade,
A princípio, independentemente de culpa, o servidor tem direito a porém, por lei, o servidor tem a garantia de que, surgindo novo
ser readaptado. cargo vago compatível com o que ocupava, seu aproveitamento
será obrigatório.
– Provimento derivado por reingresso: ocorre quando o
servidor de alguma forma, deixou de atuar no labor das funções – Observação importante: o aproveitamento é obrigatório
de cargo específico e retorna às suas atividades. Esse provimento tanto para o poder público quanto para o agente. Isso ocorre
pode ocorrer de quatro formas. São elas: porque a Administração Pública não pode deixar de executar o
a) Reversão: nos termos do art. 25 da Lei 8.112/90, é o retorno aproveitamento para nomear novos candidatos, da mesma forma
do servidor público aposentado ao exercício do cargo público. A que o servidor não poderá optar por ficar em disponibilidade, vindo
reversão pode ocorrer por meio da aposentadoria por invalidez, a recusar o aproveitamento.
quando cessarem os motivos da invalidez. Neste caso, por meio de
laudo médico oficial, o poder público toma conhecimento de que – Vacância
os motivos que ensejaram a aposentadoria do servidor se tornaram As situações de vacância são as hipóteses de desocupação do
insubsistentes, do que resulta a obrigatoriedade de retorno do cargo público. Vacância é o termo utilizado para designar cargo
servidor ao cargo. público vago. É um fato administrativo que informa que o cargo
Também pode ocorrer a reversão do servidor aposentado público não está provido e poderá preenchido por novo agente.
de forma voluntária. Dessa maneira, atendidos os requisitos A lei dispõe sete hipóteses de vacância. São elas:
dispostos em lei, a legislação ordena que havendo interesse da
Administração Pública, que o servidor tenha requerido a reversão, a) Aposentadoria: acontece quando mediante ato praticado
que a aposentadoria tenha sido de forma voluntária, que o agente pela Administração Pública, o servidor público passa para a
público já tivesse, antes, adquirido estabilidade quando no exercício inatividade. No Regime Próprio de Previdência do Servidor Público,
da atividade, que a aposentadoria tenha se dado nos cinco anos a aposentadoria pode-se dar voluntariamente, compulsoriamente
anteriores à solicitação e também que haja cargo vago, no momento ou por invalidez, devendo ser aprovada pelo Tribunal de Contas
da petição de reversão. para que tenha validade. A aposentadoria pode ocorrer pelas
seguintes maneiras:
b) Reintegração: trata-se de provimento derivado que requer
o retorno do servidor público estável ao cargo que ocupava – Falecimento
anteriormente, em decorrência da anulação do ato de demissão. Quando se tratar de fato administrativo alheio ao interesse
Ocorre a reintegração quando tornada sem validade a do servidor ou da Administração Pública, torna inevitavelmente
demissão do servidor estável por decisão judicial ou administrativa, inviável a ocupação do cargo.
ponderando que o reintegrado terá o direito de ser indenizado por
tudo que deixou de ganhar em consequência da demissão ilegal. – Exoneração
Acontece sempre que o desfazimento do vínculo com o poder
c) Recondução: conforme dispõe o art. 29, da lei 8.112/90, trata- público ocorre por situação prevista em lei, sem penalidades, dando
se a recondução do retorno do servidor ao cargo anteriormente fim à relação jurídica funcional que havia tido início com a posse.
ocupado por ele, podendo ocorrer em duas hipóteses:
– Inabilitação em estágio probatório relacionado a outro cargo: Ressalte-se que a exoneração pode ocorrer a pedido do
quando o servidor público retorna à carreira anterior na qual já servidor, situação na qual, por vontade do agente público, o vínculo
havia adquirido estabilidade, evitando assim, sua exoneração do se restará desfeito e o cargo vago.
serviço público. b) Demissão: será cabível todas as vezes em que o servidor
– Reintegração do anterior ocupante: cuida-se de situação cometer infração funcional, prevista em lei e será punível com a
exposta, na situação prática apresentada anteriormente, através perda do cargo público. A demissão está disposta na lei 8.112/90
da qual, o servidor público ocupa cargo de outro servidor que é em forma de sanção aplicada ao servidor que cometer.
posteriormente reintegrado. Quaisquer das infrações dispostas no art. 132 que
– Observação importante: A recondução não gera direito à são configuradas como condutas consideradas graves. Em
percepção de indenização, em nenhuma das duas hipóteses. Assim, determinados casos, definidos pelo legislador, a demissão proporá
o servidor público retornará ao cargo de origem, percebendo a de forma automática a indisponibilidade dos bens do servidor até
remuneração deste cargo. que esse faça os devidos ressarcimentos ao erário. Em se tratando
de situações mais extremas, o legislador vedará por completo a o
d) Aproveitamento: é retorno do servidor público que se retorno do servidor ao serviço público.
encontra em disponibilidade, para assumir cargo com funções A penalidade deverá ser por meio de processo administrativo
compatíveis com as que anteriormente exercia, antes de ter extinto disciplinar no qual se observe o direito ao contraditório e a ampla
o cargo que antes ocupava. defesa.
Isso ocorre, por que a Carta Magna prevê que havendo a extinção
ou declaração de desnecessidade de determinado cargo público, o c) Readaptação: é a de investidura do servidor em cargo de
servidor público estável ocupante do cargo não deverá ser demitido atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
ou exonerado, mas sim ser removido para a disponibilidade. Nesses tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, comprovada
casos, o servidor deixará de exercer as funções de forma temporária, em inspeção minuciosamente realizada por junta médica oficial do
mantendo o vínculo com a administração pública. órgão competente.
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O servidor que for readaptado, assumindo o novo cargo desde – Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe
que seja com funções compatíveis com sua nova situação, deverá desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”).
retornar ao cargo anteriormente ocupado. Assim, a readaptação – Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e
ensejará o provimento de um cargo e, por conseguinte, a vacância do Ministério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos
de outro, acopladas num só ato. respectivos Tribunais ou Procuradores-Gerais em se tratando da
criação de cargos para o Ministério Público.
d) Promoção: ocorre no momento em que o servidor público, – Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou
por antiguidade e merecimento, alternadamente, passa a assumir transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder
cargo mais elevado na carreira de ingresso. (Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora.
e) Posse em cargo inacumulável: todas as vezes que o servidor
tomar posse em cargo ou emprego público de carreira nova, Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se
mediante aprovação em concurso público de provas ou de provas estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por
e títulos, de forma que o novo cargo não seja acumulável com o decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver
primeiro. ocupado, só poderá ser extinto por lei.
Ocorrendo isso, em decorrência da vedação estabelecida Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados.
pela Carta Magna de acumulação de cargos e empregos públicos, Vejamos:
será necessária a vacância do cargo anteriormente ocupado. Não – Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes
fazendo o servidor a opção, após a concessão de prazo de dez dias, podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em
por conseguinte, o poder público poderá instaurar, nos termos da razão do regime de progressão do servidor na carreira.
lei, processo administrativo sumário, pugnando na aplicação da – Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de
penalidade de demissão do servidor. seus titulares.

– Efetividade Em relação às garantias e características especiais que lhe são


A efetividade não se confunde com a estabilidade. Ao passo conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos;
que a estabilidade é a garantia constitucional disposta no art.14, e comissionados. Vejamos:
que garante a permanência no serviço público outorgada ao – Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de
servidor que, no ato de nomeação por concurso público para cargo permanência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação
de provimento efetivo, tenha transposto o período de estágio para esses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso
probatório e aprovado numa avaliação específica e especial de público.
desempenho, a efetividade é a situação jurídica daquele servidor
que ocupa cargo de provimento efetivo. – Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o
Os cargos de provimento efetivo são aqueles que só podem ser art. 37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às
titularizados por servidores estatutários. Sua nomeação depende atribuições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados
explicitamente da aprovação em concurso público. de maneira temporária, em função da confiança depositada pela
Ao ingressar no serviço público, o servidor ao ocupar cargo autoridade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não
de provimento efetivo, já é considerado um servidor efetivo. depende de aprovação em concurso público, podendo a exoneração
Entretanto, o mencionado servidor efetivo só terá garantida sua do seu ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a critério da
permanência no serviço público, a estabilidade, depois de três anos autoridade nomeante.
de exercício, desde que seja aprovado no estágio probatório. Ressalte-se que antes da EC 32/2001, os cargos e as funções
públicas só podiam ser extintos por determinação de lei. Entretanto,
– Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e a mencionada emenda constitucional alterou a redação do art. 84,
funções VI, “b”, da CF, passando a legislar admitindo que o Presidente da
Via de regra, os cargos públicos apenas podem ser criados, República possa extinguir funções ou cargos públicos por meio de
transformados ou extintos por determinação de lei. Cabe ao Poder decreto, quando estes se encontrarem vagos.
Legislativo, com o sancionamento do chefe do Poder Executivo, O resultado disso, é que, ao aplicar o princípio da simetria,
dispor sobre a criação, transformação e extinção de cargos, a consequência é que os Governadores e Prefeitos, se houver
empregos e funções públicas.Em se tratando de cargos do Poder semelhante previsão nas respectivas Constituições Estaduais ou
Legislativo, o processo de criação não depende apenas de lei, Leis Orgânicas, também podem extinguir por decreto funções ou
mas sim de uma norma que mesmo apesar de possuir a mesma cargos públicos vagos nos Estados, Distrito Federal e Municípios.
hierarquia de lei, não está na dependência de deliberação executiva Assim sendo, em se restando vagos, os cargos ou funções
com sanção ou veto do chefe do Executivo. Referidas normas, em públicas, embora sejam criados por lei, poderão ser extintos por lei
geral, são chamadas de Resoluções. ou por decreto do chefe do Poder Executivo. Entretanto, se o cargo
Denota-se que é a norma criadora do cargo a responsável pela estiver ocupado, só poderá ser extinto através de lei, uma vez que
denominação, as atribuições e a remuneração correspondentes aos não se admite a edição de decreto com essa finalidade.
cargos públicos, nos termos da lei.
Uma questão de suma relevância, é a iniciativa da lei que cria, – Remuneração
extingue ou transforma cargos. A despeito da criação de cargos, A Constituição Federal Brasileira aduz no art. 37, inciso X do art.
vejamos: 37, a seguinte redação:

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X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que Compete de forma privativa ao Supremo Tribunal Federal, aos
trata o § 4.º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder
por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, Legislativo a respectiva remuneração dos seus serviços auxiliares e
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem dos juízos que lhes forem vinculados, e, ainda a fixação do subsídio
distinção de índices; de seus membros e dos Juízes, inclusive dos tribunais inferiores,
onde houver (CF, art. 48, XV, e art. 96, II, ‘b ).
Infere-se que a alteração mais importante trazida a esse Observe-se que a fixação do subsídio dos deputados federais,
dispositivo por meio da EC 19/1998, foi a exigência de lei específica dos senadores, do Presidente e do Vice-Presidente da República e
para que seja fixada ou que haja alteração na remuneração em dos Ministros de Estado é da competência exclusiva do Congresso
sentido amplo de todos os servidores públicos. Isso significa que Nacional e não se encontra sujeita à sanção ou veto do Presidente
cada alteração de remuneração de cargo público deverá ser feita da República. Nesse sentido específico, em virtude de previsão
através da edição de lei ordinária específica para tratar desse constitucional, a determinação dos aludidos subsídios não é
assunto. realizada por meio de lei, mas sim por intermédio de Decreto
O termo “subsídio”, o qual o texto do inciso X do art. 3 Legislativo do Congresso Nacional.
7 menciona, é um tipo de remuneração inserida em nosso Nesse sentido, em relação entendimento do Supremo Tribunal
ordenamento jurídico através da EC 19/1998, que é de medida Federal, esse órgão entende que a concessão da revisão geral
obrigatória para alguns cargos e facultativa para outros. anual” a que se refere o inciso X do art. 37 da Constituição deve
Nos parâmetros do § 4.º do art. 39 da Constituição Federal, o ser efetivada por intermédio de lei de iniciativa privativa do Poder
subsídio deverá ser “fixado em parcela única, vedado o acréscimo Executivo de cada Federação.
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de O inciso X do art. 37 da Constituição Federal em sua parte final,
representação ou outra espécie remuneratória”. No estudo desse garante a” revisão geral anual” da remuneração e do subsídio dos
paramento legal, depreende-se que o subsídio é uma espécie “servidores públicos” sempre na mesma data e sem distinção de índices.
remuneração em sentido amplo. A Constituição da República em seu texto original, usava os
Não obstante, a redação do inciso X do art. 3 7 não tenha termos “servidor público civil” e “servidor público militar”. No
usado o termo “vencimento”, convém anotar que este é usado com entanto, a partir da aprovação da EC 1811998, estas expressões
frequência para indicar a remuneração dos servidores estatutários deixaram de existir e o texto constitucional passou a se referir aos
que não percebem subsídio. servidores civis, apenas como “servidores públicos” e aos servidores
Nesse conceito, os “vencimentos”, também são considerados militares, apenas como “militares.
um tipo de remuneração em sentido amplo. São compostos pelo Também em seu texto original e primitivo, a Constituição
vencimento normal do cargo com o acréscimo das vantagens Federal de 1988 determinava a obrigatoriedade do uso de índices
pecuniárias estabelecidas em lei. de revisão de remuneração idênticos para servidores públicos civis
Portanto, o disposto no inciso X do art. 37 da CFB/88, ao e para servidores públicos militares (expressões usadas antes da EC
determinar “a remuneração dos servidores públicos e o subsídio”, 18/1998). Acontece que no atual inciso X do art. 37, que resultou
está, em síntese, acoplando as duas espécies remuneratórias, da EC 1911998, existe referência apenas a “servidores públicos”,
vencimentos e subsídios que os servidores públicos estatutários o que leva a entender que o preceito nele contido não pode ser
podem receber. aplicado aos militares, uma vez que estes não se englobam mais
Pondera-se que o termo “salário” não é alcançado pelo como espécie do gênero “servidores públicos”.
citado dispositivo, posto que este trata-se do nome usado para A remuneração dos servidores públicos passa anualmente por
o pagamento ou quitação de serviços profissionais prestados em período revisional. Esse ato também faz parte do contido na EC
uma relação de emprego quando a mesma é sujeita ao regime 19/1998.
trabalhista, que é controlado e direcionado pela Consolidação das O objetivo da revisão geral anual, ao menos, em tese, possui o
Leis do Trabalho. Assim sendo, entende-se que os empregados fulcro de recompor o poder de compra da remuneração do servidor,
públicos recebem salário. devido a inflação que normalmente está em alta. Por não se tratar
Dependerá do cargo conforme o dispositivo de lei que o rege, de aumento real da remuneração ou do subsídio, mas somente de
para que a iniciativa privativa das leis que fixem ou alterem as um aumento nominal, por esse motivo, é denominado, às vezes, de
remunerações e subsídios dos servidores públicos. De acordo com “aumento impróprio”.
a Constituição, atinente às principais hipóteses de iniciativa de leis Esclarece-se que a revisão geral de remuneração e subsídio que
que tratem a respeito da remuneração de cargos públicos, podemos o dispositivo constitucional em exame menciona, não é implantada
resumir das seguintes formas: mediante a reestruturação de algumas carreiras, posto que as
reestruturações de carreiras não são anuais, nem, tampouco gerais,
A iniciativa é privativa do pois se limitam a cargos específicos, além de não manterem ligação
Cargo do Poder Executivo com a perda de valor relativo da moeda nacional. Já a revisão geral,
Presidente da República
Federal de forma adversa das reestruturações de carreiras, tem o condão
(CFB, art. 61, § 1.º, II, “a”);
de alcançar todos os servidores públicos estatutários de todos os
Cargos da Câmara dos a iniciativa é privativa Poderes da Federação em que esteja efetuando e deve ocorrer a
Deputados dessa Casa (CFB, art. 51, IV); cada ano.
a iniciativa é privativa Registre-se que a remuneração do servidor público é submetida
Cargos do Senado Federal aos valores mínimo e máximo.
dessa Casa (CF, art. 52, XIII);

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Em relação ao valor mínimo, a Carta Magna predispõe aos pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (art.
servidores públicos a mesma garantia que é dada aos trabalhadores 37, § 9º, da CF).No entanto, se essas entidades não vierem a
em geral, qual seja, a de que a remuneração recebida não pode ser receber recursos públicos para a quitação de despesas de custeio
inferior ao salário mínimo. No entanto, tal garantia se refere ao total e de pessoal, seus empregados não estarão submetidos ao teto
da remuneração recebida, e não em relação ao vencimento-base. remuneratório previsto no art. 37, XI, da CF.
Sobre o assunto, o STF deixou regulamentado na Súmula Vinculante Nos trâmites desse dispositivo constitucional, resta-se
16. existente um teto geral remuneratório que deve ser aplicado a
Ressalta-se que a garantia da percepção do salário mínimo todos os Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
não foi assegurada pela Constituição Federal aos militares. Para o sendo este, o subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
STF, a obrigação do Estado quanto aos militares está limitada ao Além disso, referente a esse teto geral, existem tetos específicos
fornecimento das condições materiais para a correta prestação aplicáveis aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas. Para tanto, Em se tratando da esfera estadual e distrital, denota-se que
denota-se que os militares são enquadrados em um sistema que a remuneração dos servidores públicos não podem exceder o
não se confunde com o que se aplica aos servidores civis, uma vez subsídio mensal dos Ministros do STF, bem como, ainda, não pode
que estes têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos ultrapassar os limites a seguir:
próprios (RE 570177/MG). – Na alçada do Poder Executivo: o subsídio do Governador;
Consolidando o entendimento, enfatiza-se que a Suprema – Na alçada do Poder Legislativo: o subsídio dos Deputados
Corte editou a Súmula Vinculante 6, por meio da qual afirma que Estaduais e Distritais;
“não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração – Na alçada do Poder Judiciário: o subsídio dos
inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado este a 90,25% do
militar inicial”. subsídio dos Ministros do STF. Infere-se que esse limite também é
Referente ao limite máximo, foi estabelecido o teto nos termos da Lei, aplicável aos membros do Ministério Público,
remuneratório pelo art. 37, XI, da CF, com redação dada pela EC aos Procuradores e aos Defensores Públicos, mesmo que estes não
41/2003. Vejamos: integrem o Poder Judiciário.

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, Em relação aos Estados e ao Distrito Federal, a Carta Magna,
funções e empregos públicos da administração direta, autárquica no art. 37, § 12 com redação incluída pela EC 47/2005, facultou a
e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da cada um desses entes fixar, em sua alçada, um limite remuneratório
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos local único, sendo ele o subsídio mensal dos Desembargadores do
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os respectivo Tribunal de Justiça que é limitado a 90,25% do subsídio
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos dos Ministros do STF. Se os Estados ou Distrito Federal desejarem
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de adotar o subteto único, deverão realizar tal tarefa por meio de
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, emenda às respectivas Constituições estaduais ou, ainda, à Lei
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando- Orgânica do Distrito Federal. Entretanto, em consonância com a
se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados Constituição Federal, o limite local único não deve ser aplicado aos
e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais Finalizando, em relação à esfera municipal, a remuneração
no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores dos agentes públicos não poder exceder o teto geral e também
do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco não pode exceder o subsídio do Prefeito que cuida-se do subteto
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos municipal.
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Registre-se ainda, que a Constituição Federal carrega em
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, seu bojo a regra de que “os vencimentos dos cargos do Poder
aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003). pagos pelo Poder Executivo” (art. 37, XII, da CF). No entanto, esta
norma tem sido de pouca aplicação, pelo fato de possuir conteúdo
O art. 37, § 11, da CFB/88 também regulamenta o assunto genérico, ao contrário da previsão inserida no art. 37, XI, da CFB/88,
ao afirmar que estão submetidos ao teto a remuneração e o que explicitamente estabelece limites precisos para os tetos
subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da remuneratórios.
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e Direitos e deveres
dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais Adentrando ao tópico dos direitos e deveres dos agentes
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie públicos, com o amparo da Lei 8112/90, que dispõe sobre o regime
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as jurídico único dos servidores públicos civis da União, das autarquias
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza. Referente às e das fundações públicas federais, é importante explanar que além
parcelas de caráter indenizatório, estas não serão computadas para do vencimento-base, a lei prevê que o servidor federal poderá
efeito de cálculo do teto remuneratório. receber vantagens pecuniárias, sendo elas:
Perceba que a regra do teto remuneratório também e
plenamente aplicável às empresas públicas e às sociedades de
economia mista, e suas subsidiárias, que percebem recursos da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
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– Indenizações cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores


Têm como objetivo ressarcir aos servidores em razão de brasileiros consideram-se estendidas, salvo se houver pernoite fora
despesas que tenham tido por motivo do exercício de suas funções. da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas
São previstos por determinação legal, os seguintes tipos de para os afastamentos dentro do território nacional (art. 58, § 3º).
indenizações a serem pagas ao servidor federal: A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida
a) Ajuda de custo: é destinada a compensar as despesas de pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da
instalação do servidor que, a trabalho em prol do interesse do sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas
serviço público, passar a laborar em nova sede, isso com mudança extraordinárias cobertas por diárias (art. 58, § 1º).
de domicílio em caráter permanente. Além disso, o servidor que receber diárias e porventura, não
A ajuda de custo também será devida àquele agente que, não se afastar da sede, será obrigado a restituí-las em valor integral no
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, prazo de cinco dias.
com mudança de domicílio. Por outro ângulo, não será concedida Da mesma forma, retornando o servidor à sede antes do
ajuda de custo ao servidor que em virtude de mandato eletivo se previsto, também ficará obrigado a devolver as diárias percebidas
afastar do cargo, ou vier a reassumi-lo. em excesso no prazo de cinco dias.
O cálculo pecuniário da ajuda de custo é feito sobre a a) Indenização de transporte: é devida ao servidor que no
remuneração do servidor, e não pode exceder a importância exercício de serviço de interesse público realizar despesas com
correspondente a três meses de remuneração. a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de
Referente a cônjuge ou companheiro do servidor beneficiado serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo (art.
pela ajuda de custo que também seja servidor e, a qualquer tempo, 60 da Lei 8.112/90).
passe a ter exercício na mesma sede do seu cônjuge ou companheiro, b) Auxílio-moradia: é o ressarcimento das despesas
não é permitido pela legislação que ocorra o pagamento de uma devidamente comprovadas e realizadas pelo servidor público com
segunda ajuda de custo. aluguel de moradia ou, ainda com outro meio de hospedagem
Além de receber o valor pago pela ajuda de custo, todas as devidamente administrado por empresa hoteleira, no decurso do
despesas de transporte do servidor e de sua família, deverão ser prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor.
arcadas pela Administração Pública, compreendendo passagem, Para fazer jus ao recebimento do auxílio-moradia, o servidor
bagagem e bens pessoais. deverá atender a alguns requisitos cumulativos previstos na lei (art.
Falecendo o servidor estando lotado na nova sede, sua família, 60-B). Vejamos:
por conseguinte, fará jus à ajuda de custo bem como de transporte Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se
para retornar à localidade de origem, no prazo de um ano, contado atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de
do óbito. 2006).
Com o fito de evitar enriquecimento sem causa, a lei determina I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;
que o servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
sem se justificar, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel
dias. funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha
— Observação importante: O STJ entende que a ajuda de custo sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente
somente é devida aos servidores que, no interesse da Administração, cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo,
forem removidos ex officio, com fundamento no art. 36, parágrafo incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção,
único, I, da Lei 8.112/1990. No entanto, quando a remoção ocorrer nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela
em decorrência de interesse particular do servidor, a ajuda de custo Lei nº 11.355, de 2006).
não é devida. Assim, por exemplo, se o servidor público passar a IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba
ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
permanente, por meio de processo seletivo de remoção, não terá V - o servidor tenha se mudado do local de residência para
direito à percepção da verba de ajuda de custo (AgRg no REsp ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-
1.531.494/SC). Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de
Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; (Incluído
– Diárias pela Lei nº 11.355, de 2006).
São devidas ao servidor que a serviço, se afastar da sede em VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função
caráter eventual ou transitório para outro ponto do território de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em
nacional ou para o Exterior, que também fará jus a passagens relação ao local de residência ou domicílio do servidor; (Incluído
destinadas a indenizar as despesas extraordinárias com pousada, pela Lei nº 11.355, de 2006).
alimentação e locomoção urbana. VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido
As diárias são devidas apenas nas hipóteses de deslocamentos no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo
eventuais ou transitórios. Assim, o servidor não fará jus a diárias se em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo
o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo inferior a sessenta dias dentro desse período; e (Incluído pela Lei nº
(art. 58, § 2º). 11.355, de 2006).
Não terá direito a diárias o servidor que se deslocar dentro da VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração
mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº
constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, 11.355, de 2006).
ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes,
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IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise
(Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007). curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por
prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão candidatos; participar da logística de preparação e de realização
relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). de concurso público envolvendo atividades de planejamento,
coordenação, supervisão, incluídas entre as suas atribuições
– Gratificações permanentes e participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas
São vantagens pecuniárias que constituem acréscimos de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas
de estipêndio, que acopladas ao vencimento constituem a atividades.
remuneração do servidor público. Vale a pena registrar que, em tempos remotos, a lei contemplava
Em consonância com o art. 61 da Lei 8.112/1990 depreende-se o pagamento do adicional por tempo de serviço. Entretanto, o
que, além do vencimento e das indenizações, poderão ser deferidas dispositivo legal que previa o mencionado adicional foi revogado.
aos servidores as seguintes retribuições em forma de gratificações Contemporaneamente, esta vantagem é paga somente aos
e adicionais: servidores que à época da revogação restavam munidos de direito
a) Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia adquirido à sua percepção.
e assessoramento: “Ao servidor ocupante de cargo efetivo
investido em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo – Adicionais
de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida Adicionais são formas de remuneração do risco à vida e à
retribuição pelo seu exercício” (art. 62). O valor dessa retribuição saúde dos trabalhadores com caráter transitório, enquanto durar
será fixado por lei específica. a exposição aos riscos de trabalho do servidor. No serviço público,
b) Gratificação natalina: equivale ao 13º salário do trabalhador podemos resumi-los da seguinte forma:
da iniciativa privada, ou pública sendo calculada à razão de 1/12 a) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas
da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores
por mês de exercício no respectivo ano. Para efeito de pagamento que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que
da gratificação natalina, a fração igual ou superior a 15 dias de provocam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de
exercício será considerada como mês integral. periculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha
c) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas habitualmente colocam em risco a sua vida.
ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores b) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele
que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor.
provocam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será
periculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de
habitualmente colocam em risco a sua vida. trabalho.
d) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele No entanto, somente será permitido serviço extraordinário
exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor. para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o
Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será limite máximo de duas horas por jornada, nos ditames do art.74.
remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de c) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido
trabalho. entre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor
(art. 73). No entanto, somente será permitido serviço que exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional
extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias, noturno, cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre
respeitado o limite máximo de duas horas por jornada (art. 74). a hora trabalhada no turno diurno. Além disso, será considerado
e) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido como uma hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois
entre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor minutos e trinta segundos (art. 75).
que exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional d) Adicional de férias: é disposto na Constituição Federal e
noturno, cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre disciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente
a hora trabalhada no turno diurno. Além disso, será considerado de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias,
como uma hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois um adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período
minutos e trinta segundos (art. 75). das férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia
ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva
f) Adicional de férias: é garantido pela Constituição Federal e vantagem será considerada no cálculo do adicional de férias.
disciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente e) Adicional de atividade penosa: será devido aos servidores
de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias, que estejam em exercício de suas funções em zonas de fronteira ou
um adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos,
das férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia condições e limites fixados em regulamento (art. 71).
ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva
vantagem será considerada no cálculo do adicional de férias. – Observação importante: O direito ao adicional de
h) Gratificação por encargo de curso ou concurso: é direito insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das
assegurado ao servidor que, em caráter eventual, se encaixar nas condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão (art. 68,
hipóteses do art.76-A, tais como: atuar como instrutor em curso § 2º).
de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente
instituído no âmbito da administração pública federal; participar de
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O servidor que pelas circunstâncias fizer jus aos adicionais de c) convocação para júri, serviço militar ou eleitoral; ou
insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles, não d) por necessidade do serviço declarada pela autoridade
podendo perceber ditas vantagens cumulativamente (art. 68, § 1º). máxima do órgão ou entidade.

– Férias – Licenças
De modo geral, podemos afirmar que as férias correspondem São períodos por meio dos quais o servidor tem direito de se
ao direito do servidor a um período de descanso anual remunerado, afastar das suas atividades, com ou sem remuneração, de acordo
por meio do qual, para a maioria dos servidores é de trinta dias. com o tipo de licença.
Esse direito do servidor está garantido pela Constituição Federal, A Lei 8112/90 prevê várias espécies de licenças, são elas:
porém, a disciplina do seu exercício pelos servidores estatutários Art. 81.  Conceder-se-á ao servidor licença:
federais está inserida nos arts. 77 a 80 da Lei 8.112/1990. I - por motivo de doença em pessoa da família;
Normalmente, o servidor fará jus a trinta dias de férias a cada II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
ano, que por sua vez, podem ser acumuladas até o máximo de III - para o serviço militar;
dois períodos, em se tratando de caso de necessidade do serviço, IV - para atividade política;
com exceção das hipóteses em que haja legislação específica (art. V - para capacitação;             
77). Entretanto, o servidor que opera direta em permanência VI - para tratar de interesses particulares;
constante com equipamentos de raios X ou substâncias radioativas, VII - para desempenho de mandato classista;
terá direito ao gozo de 20 dias consecutivos de férias semestrais VIII - para tratamento de saúde;
de atividade profissional, sendo proibida em qualquer hipótese a IX - Licença por acidente em serviço (art. 211);
acumulação desses períodos (art. 79). X - Licença à Gestante (art. 207);
XI - Licença à Adotante (art. 210);
– Observação importante: A lei proíbe que seja levada à conta XII – Licença Paternidade (art. 208).
de férias qualquer falta ao serviço (art. 77, § 2º). Nos parâmetros do referido Estatuto, temos a seguinte expla-
É interessante salientar que no primeiro período aquisitivo de nação:
férias serão exigidos 12 meses de exercício (art. 77, § 1º); a partir Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de
daí os períodos aquisitivos de férias são contados por exercício. doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padras-
Infere-se que o gozo do período de férias é decisão to ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas
exclusivamente discricionária da administração, que só o fará se e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação
compreender que o pedido atende ao interesse público. por perícia médica oficial.
No condizente à remuneração das férias, depreende-se que § 1o  A licença somente será deferida se a assistência direta do
esta será acrescida do adicional que corresponda a 1/3 incidente servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente
sobre a remuneração original. Já o pagamento da remuneração de com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na
férias, com o acréscimo do adicional, poderá ser efetuado até dois forma do disposto no inciso II do art. 44.    
dias antes do início do respectivo período do gozo (art. 78). § 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações,
Havendo parcelamento de gozo do período de férias, o servidor poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes
receberá o adicional de férias somente após utilizado o primeiro condições:  
período (art. 78, § 5º). I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
Caso o servidor seja exonerado do cargo efetivo, ou em remuneração do servidor;
comissão, terá o direito de receber indenização relativa ao período II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem
das férias a que tiver direito, bem como ao incompleto, na exata remuneração.
proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou, ainda § 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a
de fração superior a quatorze dias (art. 78, § 3º). Ocorrendo isso, a partir da data do deferimento da primeira licença concedida.  
indenização poderá ser calculada com base na remuneração do mês § 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não
em que for publicado o ato exoneratório (art. 78, § 4º). remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas
em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto
– Observação importante: o STJ vem aplicando de forma no § 3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos
pacífica o entendimento de que, ocorrendo vacância, por posse I e II do § 2o.
em outro cargo inacumulável, sem solução de continuidade no § 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações,
tempo de serviço, o direito à fruição das férias não gozadas nem poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes
indenizadas transfere-se para o novo cargo, ainda que este último condições:
tenha remuneração maior (STJ, 5ª Turma, AgRg no Ag 1008567/ I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 18.09.2008, DJe remuneração do servidor;
20.10.2008). II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem
Via de regra, as férias dos servidores públicos devem ser remuneração.
gozadas sem quaisquer tipos de interrupção. Entretanto, como § 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a
exceção, a lei estabelece dispositivo que determina que as férias partir da data do deferimento da primeira licença concedida.        
somente poderão ser interrompidas nas seguintes hipóteses art. 80
da Lei 8112/90:
a) calamidade pública;
b) comoção interna;
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§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não Art. 202.  Será concedida ao servidor licença para tratamento
remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem
em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto prejuízo da remuneração a que fizer jus.
no § 3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos Art. 207.  Será concedida licença à servidora gestante por 120
I e II do § 2o. (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.              
§ 2o  No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companhei- § 1o . A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
ro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, § 2o  No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Adminis- partir do parto.
tração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o § 3o  No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even-
exercício de atividade compatível com o seu cargo. to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta,
Art. 85.  Ao servidor convocado para o serviço militar será con- reassumirá o exercício.
cedida licença, na forma e condições previstas na      legislação es- § 4o  No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora
pecífica. terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
Parágrafo único.   Concluído o serviço militar, o servidor terá Art. 208.  Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá
até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
cargo. Art. 209.  Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis
Art. 86.   O servidor terá direito a licença, sem remuneração, meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra-
durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro períodos de meia hora.
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. Art. 210.  À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de
§ 1o  O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, de licença remunerada.  
assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.     artigo será de 30 (trinta) dias.
§ 2o   A partir do registro da candidatura e até o décimo dia Art. 211.  Será licenciado, com remuneração integral, o servidor
seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os acidentado em serviço.
vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.
Art. 87.  Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor — Observação importante: a licença-prêmio não faz mais
poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do parte do rol dos direitos dos servidores federais e foi suprimida
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, pela Lei 9.527/1997. A licença-prêmio permitia que o servidor,
para participar de curso de capacitação profissional. encerrado cada quinquênio ininterrupto de serviço, pudesse
Art. 91.  A critério da Administração, poderão ser concedidas gozar, como prêmio pela assiduidade de três meses de licença,
ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em com a remuneração do cargo efetivo. A legislação vigente à época
estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares facultava ao servidor gozar a licença ou contar em dobro o período
pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.    da licença para efeito de aposentadoria (o que atualmente não é
Parágrafo único.  A licença poderá ser interrompida, a qualquer mais possível, já que a EC 20/1998 proibiu a contagem de tempo
tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. de contribuição fictício para aposentadoria). Entretanto, em
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem análise ao caso específico daqueles que adquiriram legitimamente
remuneração para o desempenho de mandato em confederação, o direito antes da supressão legal, o STJ entende pacificamente
federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato que “o servidor aposentado tem direito à conversão em pecúnia
representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão da licença-prêmio não gozada e contada em dobro, sob pena de
ou, ainda, para participar de gerência ou administração em enriquecimento sem causa da Administração Pública” (AgRg no
sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para AREsp 270.708/RN).
prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alínea c do
inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento – Concessões
e observados os seguintes limites: Três são as espécies de concessão:
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) a) Primeira espécie de concessão: permite ao servidor se
servidores; ausentar do serviço, sem qualquer prejuízo a sua remuneração, nas
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta seguintes condições (art. 97): por um dia, para doação de sangue;
mil) associados, 4 (quatro) servidores; por dois dias, para se alistar como eleitor; por oito dias consecutivos
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, em razão de: casamento; falecimento do cônjuge, companheiro,
8 (oito) servidores. pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou
§ 1o Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para tutela e irmãos.
cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, b) Segunda espécie de concessão: relacionada à concessão
desde que cadastradas no órgão competente.                de horário especial, nas seguintes situações (art. 98): ao servidor
§ 2o. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o
renovada, no caso de reeleição. horário escolar e o da repartição, sendo exigida a compensação de
horário; ao servidor portador de deficiência, quando comprovada
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a necessidade por junta médica oficial, independentemente de o prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato
compensação de horário;ao servidor que tenha cônjuge, filho ou impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato
dependente com deficiência, quando comprovada a necessidade não for publicado (art. 110, parágrafo único da Lei 8112/90).
por junta médica oficial, independentemente da compensação de
horário; ao servidor que atue como instrutor em curso instituído no Breve Introdução
âmbito da administração pública federal ou que participe de banca Originado do termo em latim “agens”, a palavra “agente”
examinadora de concursos, vinculado à compensação de horário a refere-se ao sujeito que realiza uma ação, ou seja, à pessoa que
ser efetivada no prazo de até um ano. executa, opera ou pratica algo. Quando empregado na expressão
c) Terceira espécie de concessão: cuida dos casos relacionados “agente público”, o conceito é utilizado de maneira específica
à matrícula em instituições de ensino. Por amparo legal, “ao servidor para designar qualquer indivíduo que atua em nome do Estado,
estudante que mudar de sede no interesse da administração é independentemente de vínculo jurídico, mesmo que desempenhe
assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, suas funções sem remuneração de forma transitória.
matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer Ressalta-se que os agentes públicos desempenham um papel
época, independentemente de vaga” (art. 99). Denota-se que esse crucial ao representar o Estado, expressando sua vontade nas
benefício se estende também “ao cônjuge ou companheiro, aos diversas esferas de governo - União, Estados, Distrito Federal e
filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem Municípios, bem como no âmbito dos Poderes Executivo, Legislativo
como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial” (art. e Judiciário.
99, parágrafo único). Desse modo, de maneira abrangente os agentes públicos
compreendem todas as pessoas que desempenham funções no
– Direito de petição âmbito da administração pública. Hely Lopes Meirelles, renomado
De acordo com o art. 104 da Lei 8.112/1990, é direito do autor de diversas obras jurídicas dedicadas ao Direito Administrativo,
servidor público, requerer junto aos Poderes Públicos, a defesa de amplia essa definição ao afirmar que agentes públicos são
direito ou interesse legítimo. indivíduos, de forma permanente ou transitória, encarregados do
O direito de petição pode ser manifestado por intermédio de exercício de alguma função estatal atribuída a órgão ou entidade da
requerimento, pedido de reconsideração ou de recurso. Administração Pública.
Nos termos da Lei, o requerimento deverá ser dirigido Além disso, infere-se que a Lei n.º 8.429/1991 – Lei de
à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por Improbidade Administrativa, com redação dada pela Lei n.º 14.230,
intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o de 2021, se trata de outra fonte relevante que aborda o conceito
requerente (art. 105). de agentes públicos. Em seu artigo 2º, esta Legislação estipula o
Além disso, nos trâmites do art. 106, caberá pedido de seguinte acerca do conceito de agente público:
reconsideração dirigido à autoridade que houver expedido o ato ou Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público
proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda
De acordo com o art. 107 do Estatuto em estudo, caberá que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
recurso nas seguintes hipóteses: do indeferimento do pedido de designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura
reconsideração e das decisões sobre os recursos sucessivamente ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
interpostos. referidas no art. 1º desta Lei.
Nos termos do art. 109, o recurso será dirigido à autoridade Ademais, o servidor público, durante o exercício de suas
imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido funções, caso sua atuação ocorra de maneira irregular, fica sujeito a
a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais três formas de responsabilidade, sendo estas as seguintes:
autoridades, sendo encaminhado por intermédio da autoridade a) Civil;
a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Dando b) Criminal; e
continuidade, o recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, c) Administrativa.
a juízo da autoridade competente e em caso de provimento do
pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão Nesse contexto, a jurista Odete Mendauar aborda conceitos
retroagirão à data do ato impugnado, nos parâmetros do art. 109, relacionados à possibilidade de o servidor ser responsabilizado
parágrafo único da Lei 8112/90. simultaneamente nas três esferas. Em outras palavras, uma
O prazo para interposição de recurso ou de pedido de punição em uma esfera não exclui a possibilidade de sanções nas
reconsideração é de 30 dias, a contar da publicação ou da ciência, outras, desde que haja previsão legal em todos esses domínios,
pelo interessado, da decisão recorrida (art. 108). esclarecendo que se a conduta inadequada afeta a ordem interna
Já o direito de requerer prescreve, nos termos do art. 110, dos serviços e é caracterizada apenas como infração ou ilícito
em cinco anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de administrativo, considerando-se, portanto, a responsabilidade
aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse administrativa, que pode resultar em sanção administrativa e que
patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; em 120 pode ser apurada no âmbito da Administração, por meio de um
dias, nos demais casos, exceto quando outro prazo for fixado em lei. processo administrativo, sendo que a possível sanção é aplicada
também nessa esfera.
Em relação à prescrição, merece também destaque: Dessa forma, conforme se deduz dessa explicação, se a ação
Art. 112: a prescrição é de ordem pública, não podendo ser praticada pelo servidor estiver prevista apenas no estatuto do
relevada pela administração; o pedido de reconsideração e o ente federado ao qual pertence ou em legislações administrativas
recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição (art. 111);

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específicas, como a Lei de Improbidade Administrativa, o servidor § 6º, da Constituição Federal. No entanto, a Administração terá
responderá exclusivamente administrativamente. Isso implica em posteriormente o direito de ação regressiva contra o servidor
ser punido pela própria Administração Pública. responsável pelo dano, caso este tenha agido com culpa ou dolo.
Por outro lado, a averiguação da responsabilidade civil pode Logo, quem responderá pelos danos que o agente público
ter início e conclusão no âmbito administrativo, ou iniciar-se nesse causar a terceiros, são as pessoas jurídicas de direito público e as de
contexto para, posteriormente, ser objeto de uma ação perante direito privado, conforme determinação inserta no §6º, art. 37 da
o Judiciário. Assim, percebe-se que as aplicações podem ocorrer Constituição Federal de 1988. Vejamos:
simultaneamente, desde que haja previsão da conduta no âmbito Art. 37 – [...]
cível. [...]
Todavia, se a conduta inadequada do agente afeta, de modo § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
imediato, a sociedade e é caracterizada pelo ordenamento como privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
crime funcional, o servidor será responsabilizado criminalmente, danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
podendo sofrer sanções penais, destacando-se que a assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
responsabilidade criminal do servidor é apurada mediante processo dolo ou culpa.
penal, nos respectivos juízos. Todavia, na ação regressiva, cabe ao poder judiciário
Portanto, caso, durante um eventual processo administrativo, determinar que o servidor repare a Administração, podendo
seja constatado que a conduta do servidor público civil corresponde adotar medidas como o sequestro de bens, a perda de bens obtidos
a outras infrações, como crimes estipulados na legislação pertinente, ilegalmente, ou outras formas, com o propósito de indenizar e
é necessário que os agentes responsáveis pela Administração Pública reparar adequadamente a Administração Pública.
encaminhem o caso para as esferas competentes, embasando-se na
indisponibilidade do interesse público. Responsabilidade Criminal
O conceito de servidor público, conforme utilizado no Código
Responsabilidade Civil Penal, é abordado de forma ampla, caracterizando-se como
A responsabilidade civil se refere à obrigação de reparar ou um conceito “iatu sensu”, ou seja, em sentido amplo, conforme
compensar os danos infligidos aos direitos e bens de terceiros. Esta estipulado no artigo 327:
norma é aplicável a todas as pessoas, significando que quem causa Art. 327 – [...]
dano por meio de um ato ilícito, em geral, tem o dever de indenizar. [...]
Entretanto, quando a lesão ocorre no exercício de função § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
pública, o processo para a vítima obter reparação difere do aplicável emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para
ao cidadão comum, uma vez que envolve a responsabilidade do empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
Estado. execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído
A responsabilidade civil está associada a questões pecuniárias, pela Lei nº 9.983, de 2000)
ou seja, envolve indenização e possui caráter patrimonial, não § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores
pessoal. Essa perspectiva está delineada nos artigos 186 e 927 do dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
Código Civil de 2002, os quais estabelecem que, caso alguém cause comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão
dano a outrem, essa pessoa estará obrigada a reparar os prejuízos. da administração direta, sociedade de economia mista, empresa
Analogamente ao âmbito penal, a responsabilidade pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei
civil é apurada pelo Poder Judiciário. Se a conclusão for pela nº 6.799, de 1980)
responsabilização do servidor, este deverá compensar o dano Portanto, para fins penais, basicamente, estar no ambiente
causado à administração pública, resultante de uma ação ou da Administração Pública e desempenhar funções para a mesma
omissão, dolosa ou culposa. já é suficiente para se enquadrar como servidor passível de
É importante destacar que, ao se comprovar algum dano responsabilização penal. Isso ocorre caso o servidor cometa crimes
causado pelo servidor, é necessário realizar uma distinção do considerados ilícitos penais no exercício de suas funções, geralmente
prejuízo, determinando se afetou terceiros ou exclusivamente a denominados pela doutrina como crimes funcionais.
Administração Pública. Isso se deve ao fato de que, se o prejuízo A responsabilização do servidor não se limita ao Código Penal,
afetar apenas a Administração Pública, esta detém a prerrogativa a norma geral, mas também se estende a legislações especiais e
da autoexecutoriedade. dispersas. A título de exemplo, esses crimes podem ser encontrados
Isso significa que a Administração pode, sem a necessidade no Código Penal, que trata de delitos contra a Administração Pública,
de autorização judicial, apurar a extensão desse dano por meio crimes praticados por funcionários públicos contra a Administração
de procedimentos administrativos. Além disso, ela pode impor em geral e crimes contra as finanças públicas.
sanções, como descontos em folha até o limite permitido, ou A apuração da responsabilidade criminal do servidor público
até mesmo ressarcir diretamente a administração, desde que é de competência do Poder Judiciário e se inicia por meio da
respeitados os princípios do devido processo legal, contraditório propositura de ação penal pelo Ministério Público. Em sua
e ampla defesa, conforme assegurados pela Constituição Federal. maioria, esses casos são identificados por meio de procedimentos
A não observância desses princípios pode acarretar em nulidade administrativos, ou seja, de infrações administrativas, que, após
posterior do processo. serem verificadas pela administração pública através do agente
Sob outra perspectiva, se o prejuízo afetar terceiros que competente, são encaminhadas ao Ministério Público. Este, por sua
não possuem vínculo com a Administração Pública, esta será vez, leva o fato ao conhecimento do Judiciário.
responsável de maneira objetiva, conforme previsto no artigo 37,

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Assim sendo, a sentença penal pode ser condenatória, Consequentemente, uma pessoa pode ser condenada
quando a autoria e a materialidade do delito são comprovadas, na esfera criminal e absolvida administrativa e civilmente, ou
ou absolutória, quando existem fundamentos diversos, como condenada no âmbito administrativo e também no criminal e civil,
ausência de materialidade, negativa de autoria ou falta de provas, entre outras combinações, tudo isso fundamentado no princípio da
dependendo do caso concreto. independência e autonomia entre as instâncias.
Alinhadas a esse princípio, estão as seguintes disposições
Responsabilidade Administrativa infraconstitucionais presentes no Código Civil de 2002:
A responsabilidade administrativa é investigada dentro da Art. 935 - A responsabilidade civil é independente da criminal,
própria estrutura da Administração Pública e é punida com sanções não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre
de natureza administrativa, conhecidas como sanções disciplinares, quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas
que são aplicadas pela autoridade administrativa. no juízo criminal.
Assim, quando ocorre uma transgressão no âmbito Logo, temos:
administrativo por parte do servidor público civil, a apuração deve
ser conduzida pelo respectivo ente federado, ou seja, pela própria
– A responsabilidade civil não depende da criminal, de
administração pública.
forma que não se pode questionar mais sobre a existência do
Nesse contexto, será instaurado um procedimento adequado,
fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões
geralmente por meio de sindicância ou processo administrativo
se acharem decididas no juízo criminal.
disciplinar, os quais devem obedecer aos princípios constitucionais.
A não observância desses princípios pode resultar em nulidade.
Portanto, destaca-se a validade da afirmativa sobre a existência
Dentre esses princípios, destacam-se o contraditório e a ampla
da independência das esferas de responsabilidades. Contudo,
defesa, que são garantidos pela Constituição Federal da seguinte
há exceções a essa regra, especialmente nas situações em que a
maneira:
decisão proferida na esfera criminal tem efeito de coisa julgada nas
Art. 5° - [..]
esferas cíveis e administrativas, caso haja previsão para a conduta
[...]
praticada, nas respectivas instâncias.
LV – Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
Nesse contexto, a doutrinadora Maria Sylvia Zanella Di Pietro
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
(2011, p. 615) destaca em relação à sentença condenatória na
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
instância penal que “Quando o funcionário for condenado na esfera
É importante destacar que as infrações administrativas,
criminal, o juízo cível e a autoridade administrativa não podem
quando comprovadas, acarretam sanções disciplinares aplicadas
decidir de forma contrária, uma vez que, nessa hipótese, houve
pela autoridade administrativa competente. Essas sanções
decisão definitiva quanto ao fato e à autoria, aplicando-se o artigo
variam de acordo com a gravidade e a natureza da infração,
935 do Código Civil de 2002”. No entanto, é importante notar que
assim como os danos causados. Exemplos de sanções incluem
há possibilidades de a sentença ser absolutória.
advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou
Nesse cenário, para avaliar a repercussão da decisão penal
disponibilidade, entre outras.
em outras esferas, torna-se essencial examinar a fundamentação
Além disso, as infrações no direito administrativo são
da absolvição. Se a absolvição for fundamentada na insuficiência
previstas de maneira distinta em comparação com o direito penal.
de provas, não há motivo para reflexos, pois o princípio da
Enquanto este último trata os ilícitos de maneira objetiva, o direito
independência das instâncias prevalece. Isso ocorre porque as
administrativo apresenta infrações de forma mais genérica, como
provas que não foram suficientes para comprovar um crime podem
o descumprimento de deveres, o que permite interpretações mais
ser adequadas para estabelecer ilícitos cíveis ou administrativos.
amplas.
Por outro lado, se a sentença se basear na ausência de
Dessa forma, surge uma certa margem de flexibilidade para a
materialidade ou autoria, essa decisão vinculará as demais esferas.
Administração Pública ao impor penalidades administrativas aos
Isso implica que não haverá responsabilidade nas esferas civil ou
servidores que agem de maneira prejudicial aos seus interesses.
administrativa, e questões relacionadas à materialidade e autoria
No entanto, é importante ressaltar que essa liberdade
do fato não serão discutidas nessas instâncias.
não se traduz em agir de maneira arbitrária, pois a atuação da
Por fim, para memorização, vejamos importantes considerações
administração é discricionária, sujeita a limitações legais. Essas
acerca do tema em estudo:
limitações requerem uma fundamentação detalhada e precisa para
– Agindo o servidor público de maneira contrária ao
garantir que as ações administrativas estejam em conformidade
ordenamento jurídico, estará sujeito a responsabilização pela
com as normas estabelecidas.
prática de seus atos;
– O agente público é passível de punição tanto no âmbito
Da Independência entre as Esferas Civil, Criminal e Adminis-
administrativo em que atua, quanto na esfera cível e criminal, a
trativa
depender do ilícito cometido;
De antemão, infere-se que um único ato praticado por um
– Em regra, as esferas civil, criminal e administrativa são
servidor público pode resultar não apenas em infração disciplinar,
independentes e autônomas entre si, não podendo haver
sujeita a responsabilidade administrativa, mas também pode
interferência de uma decisão na outra. Contudo, o ordenamento
acarretar responsabilização na esfera cível, além de ser tipificado
jurídico, excepciona esse regramento, dando possibilidade de a
como crime, levando à responsabilidade penal.
sentença penal produzir reflexos nas demais instâncias, devendo
Dessa forma, um único ato pode desencadear três possíveis
ser analisada a motivação da sentença para realizar a viabilidade
consequências, cada uma delas com naturezas distintas, evitando
dos reflexos;
qualquer duplicidade injusta de penalidades.
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a solução para o seu concurso!
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– Não há dispositivo legal que regulamente acerca da suspensão TÍTULO II


dos processos em outras esferas; DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO,
– Mesmo não existindo previsão legal referente à suspensão REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
dos demais processos, até que seja proferida sentença criminal, é
aconselhável que as instâncias administrativas e cíveis aguardem o CAPÍTULO I
resultado dessa sentença, com o objetivo de minimizar os efeitos DO PROVIMENTO
prejudiciais à Administração Pública.
SEÇÃO I
REFERÊNCIAS DISPOSIÇÕES GERAIS

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24ª Art. 5° São requisitos básicos para investidura em cargo pú-
edição. São Paulo, Editora Atlas. 2011. blico:
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 39. I - a nacionalidade brasileira;
ed. São Paulo: Editora Malheiros, 2013. II - o gozo dos direitos políticos;
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
Administrativo. 28 ed. São Paulo: Editora Malheiros: 2011. IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm > Acesso V - a idade mínima de dezoito anos;
em: 05/12/2023 VI - aptidão física e mental.
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/ § 1° As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf > Acesso em: 05/12/2023 outros requisitos estabelecidos em lei.
§ 2° Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o di-
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 reito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo
cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são
DISPÕE SOBRE O REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por
PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO, DAS AUTARQUIAS E DAS FUNDA- cento) das vagas oferecidas no concurso.
ÇÕES PÚBLICAS FEDERAIS. § 3° As universidades e instituições de pesquisa científica e
tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores,
PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI Nº 8.112, DE 11 DE técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os
DEZEMBRO DE 1990, DETERMINADA PELO ART. 13 DA LEI Nº procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515, de 20.11.97)
9.527, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1997. Art. 6° O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato
da autoridade competente de cada Poder.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA FAÇO SABER QUE O CON- Art. 7° A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
GRESSO NACIONAL DECRETA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI: Art. 8° São formas de provimento de cargo público:
I - nomeação;
TÍTULO I II - promoção;
III -(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
CAPÍTULO ÚNICO IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES V - readaptação;
VI - reversão;
Art. 1° Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públi- VII - aproveitamento;
cos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, VIII - reintegração;
e das fundações públicas federais. IX - recondução.
Art. 2° Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente
investida em cargo público. SEÇÃO II
Art. 3° Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabi- DA NOMEAÇÃO
lidades previstas na estrutura organizacional que devem ser come-
tidas a um servidor. Art. 9° A nomeação far-se-á:
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os bra- I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de pro-
sileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento vimento efetivo ou de carreira;
pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos
em comissão. de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 4° É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão
casos previstos em lei. ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, in-
terinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atri-
buições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar
pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

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Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado § 1° É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em
de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. (Re-
público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
classificação e o prazo de sua validade. § 2° O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o de- efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não
senvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o
estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
na Administração Pública Federal e seus regulamentos. (Redação § 3° À autoridade competente do órgão ou entidade para onde
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
SEÇÃO III § 4° O início do exercício de função de confiança coincidirá
DO CONCURSO PÚBLICO com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o
servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, po- legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do
dendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação.
regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscri- (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ção do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exer-
indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção cício serão registrados no assentamento individual do servidor.
nele expressamente previstas. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará
10.12.97) (Regulamento) ao órgão competente os elementos necessários ao seu assentamen-
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos, to individual.
podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que
§ 1° O prazo de validade do concurso e as condições de sua rea- é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de
lização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial publicação do ato que promover o servidor.(Redação dada pela Lei
da União e em jornal diário de grande circulação. nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2° Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expira- em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou
do. posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo,
SEÇÃO IV trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retoma-
DA POSSE E DO EXERCÍCIO da do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse
prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabi- § 1° Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afas-
lidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão tado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a
ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados partir do término do impedimento. (Parágrafo renumerado e altera-
os atos de ofício previstos em lei. do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1° A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da pu- § 2° É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos
blicação do ato de provimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, no caput. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
de 10.12.97) Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em
§ 2° Em se tratando de servidor, que esteja na data de publi- razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada
cação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e obser-
V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alí- vados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias,
neas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. 102, o prazo será contado respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
do término do impedimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de § 1° O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança
10.12.97) submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado
§ 3° A posse poderá dar-se mediante procuração específica. o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver
§ 4° Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por interesse da Administração. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
nomeação. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 10.12.97)
§ 5° No ato da posse, o servidor apresentará declaração de § 2° O disposto neste artigo não se aplica a duração de traba-
bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto lho estabelecida em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 8.270, de
ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. 17.12.91)
§ 6° Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo
não ocorrer no prazo previsto no § 1° deste artigo. de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por perí-
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção odo de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e
médica oficial. capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo,
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for jul- observados os seguinte fatores: (vide EMC nº 19)
gado apto física e mentalmente para o exercício do cargo. I - assiduidade;
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do II - disciplina;
cargo público ou da função de confiança. (Redação dada pela Lei nº III - capacidade de iniciativa;
9.527, de 10.12.97) IV - produtividade;
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V- responsabilidade. SEÇÃO VIII


§ 1° 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio pro- DA REVERSÃO
batório, será submetida à homologação da autoridade competen- (REGULAMENTO DEC. Nº 3.644, DE 30.11.2000)
te a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão
constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposenta-
ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da do: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsis-
do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008 tentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído pela Medida Pro-
§ 2° O servidor não aprovado no estágio probatório será exone- visória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
rado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, II - no interesse da administração, desde que: (Incluído pela Me-
observado o disposto no parágrafo único do art. 29. dida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 3° O servidor em estágio probatório poderá exercer quais- a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida Provisória
quer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, che- nº 2.225-45, de 4.9.2001)
fia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela Medida
poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo- c) estável quando na atividade;(Incluído pela Medida Provisória
-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou nº 2.225-45, de 4.9.2001)
equivalentes. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anterio-
§ 4° Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser res à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, 4.9.2001)
incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para 45, de 4.9.2001)
outro cargo na Administração Pública Federal.(Incluído pela Lei nº § 1° A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultan-
9.527, de 10.12.97) te de sua transformação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
§ 5° O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e 45, de 4.9.2001)
os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1° , 86 e 96, bem assim § 2° O tempo em que o servidor estiver em exercício será con-
na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado siderado para concessão da aposentadoria. (Incluído pela Medida
a partir do término do impedimento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
10.12.97) § 3° No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o
servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência
SEÇÃO V de vaga. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
DA ESTABILIDADE § 4° O servidor que retornar à atividade por interesse da ad-
ministração perceberá, em substituição aos proventos da aposen-
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossa- tadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive
do em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no servi- com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente
ço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. (prazo 3 à aposentadoria.(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
anos - vide EMC nº 19) 4.9.2001)
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de § 5° O servidor de que trata o inciso II somente terá os pro-
sentença judicial transitada em julgado ou de processo administra- ventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo
tivo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. menos cinco anos no cargo. (Incluído pela Medida Provisória nº
Seção VI 2.225-45, de 4.9.2001)
Da Transferência § 6° O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo.
Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Seção VII Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
Da Readaptação 4.9.2001)
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver comple-
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tado 70 (setenta) anos de idade.
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em ins-
peção médica. SEÇÃO IX
§ 1° Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando DA REINTEGRAÇÃO
será aposentado.
§ 2° A readaptação será efetivada em cargo de atribuições Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no
afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equi- cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua trans-
valência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo formação, quando invalidada a sua demissão por decisão adminis-
vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a trativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
ocorrência de vaga. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 1° Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará
em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.
§ 2° Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante
será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou
aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
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SEÇÃO X CAPÍTULO III


DA RECONDUÇÃO DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo SEÇÃO I


anteriormente ocupado e decorrerá de: DA REMOÇÃO
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante. Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se
30. por modalidades de remoção: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
SEÇÃO XI I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO 9.527, de 10.12.97)
II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Lei nº
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade 9.527, de 10.12.97)
far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribui- III - a pedido, para outra localidade, independentemente do in-
ções e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. teresse da Administração:(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determina- a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servi-
rá o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em dor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos
vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no
Pública Federal. interesse da Administração;(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3° do art. 37, o b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou
servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob respon- dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamen-
sabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Admi- to funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial;
nistração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
outro órgão ou entidade.(Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em
10.12.97) que o número de interessados for superior ao número de vagas,
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade
disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, em que aqueles estejam lotados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
salvo doença comprovada por junta médica oficial. 10.12.97)

CAPÍTULO II SEÇÃO II
DA VACÂNCIA DA REDISTRIBUIÇÃO

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimen-
I - exoneração; to efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal,
II - demissão; para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia aprecia-
III - promoção; ção do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos:
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
VI - readaptação; 10.12.97)
VII - aposentadoria; II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
VIII - posse em outro cargo inacumulável; 10.12.97)
IX - falecimento. III - manutenção da essência das atribuições do cargo; (Incluído
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do ser- pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
vidor, ou de ofício. IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexi-
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: dade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exer- profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cício no prazo estabelecido. VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalida-
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de des institucionais do órgão ou entidade.(Incluído pela Lei nº 9.527,
função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de de 10.12.97)
10.12.97) § 1° A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de
I - a juízo da autoridade competente; lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclu-
II - a pedido do próprio servidor. sive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2° A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante
ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades
da Administração Pública Federal envolvidos. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
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§ 3° Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou en- Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a tí-
tidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão tulo de remuneração, importância superior à soma dos valores per-
ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será co- cebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbi-
locado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos to dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros
arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal.
de 10.12.97) Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as vanta-
§ 4° O servidor que não for redistribuído ou colocado em dispo- gens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
nibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão cen- Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2.4.98) (Vide Lei nº
tral do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, 9.624, de 2.4.98)
até seu adequado aproveitamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de Art. 44. O servidor perderá:
10.12.97) I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo
Capítulo IV justificado;(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Da Substituição II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos,
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art.
ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão subs- 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de ho-
titutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, pre- rário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida
viamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. pela chefia imediata.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso
§ 1° O substituto assumirá automática e cumulativamente, fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da
sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.
de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne-
cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um de- nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. (Vide
les durante o respectivo período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, Decreto nº 1.502, de 1995)(Vide Decreto nº 1.903, de 1996) (Vide
de 10.12.97) Decreto nº 2.065, de 1996) (Regulamento) (Regulamento)
§ 2° O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo § 1° (Revogado pela Lei nº 14.509, de 2022)
ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, § 2° (Revogado pela Lei nº 14.509, de 2022)
nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, su- Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até
periores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor
efetiva substituição, que excederem o referido período. (Redação ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do inte-
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de ressado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
unidades administrativas organizadas em nível de assessoria. 4.9.2001)
§ 1° O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao cor-
TÍTULO III respondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão.
DOS DIREITOS E VANTAGENS (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 2° Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês
CAPÍTULO I anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita ime-
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO diatamente, em uma única parcela. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de § 3° Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cum-
cargo público, com valor fixado em lei. primento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que
Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória nº 431, de venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a
2008). (Revogado pela Lei nº 11.784, de 2008) data da reposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres- 45, de 4.9.2001)
cido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido,
§ 1° A remuneração do servidor investido em função ou cargo exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cas-
em comissão será paga na forma prevista no art. 62. sada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. (Redação
§ 2° O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto
acordo com o estabelecido no § 1° do art. 93. implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação dada pela Medi-
§ 3° O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens da Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
de caráter permanente, é irredutível. Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão
§ 4° É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de pres-
atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre ser- tação de alimentos resultante de decisão judicial.
vidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter indi-
vidual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
§ 5° Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário
mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

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CAPÍTULO II Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo


DAS VANTAGENS quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no pra-
zo de 30 (trinta) dias.
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as
seguintes vantagens: SUBSEÇÃO II
I - indenizações; DAS DIÁRIAS
II - gratificações;
III - adicionais. Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter
§ 1° As indenizações não se incorporam ao vencimento ou pro- eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou
vento para qualquer efeito. para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar
§ 2° As gratificações e os adicionais incorporam-se ao venci- as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação
mento ou provento, nos casos e condições indicados em lei. e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. (Redação
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acrésci- § 1° A diária será concedida por dia de afastamento, sendo de-
mos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico funda- vida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora
mento. da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despe-
sas extraordinárias cobertas por diárias. (Redação dada pela Lei nº
SEÇÃO I 9.527, de 10.12.97)
DAS INDENIZAÇÕES § 2° Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exi-
gência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor: § 3° Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar
I - ajuda de custo; dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou
II - diárias; microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente
III - transporte. instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países
IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver per-
I a III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão, noite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre
serão estabelecidos em regulamento. (Redação dada pela Lei nº as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional. (In-
11.355, de 2006) cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede,
SUBSEÇÃO I por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no
DA AJUDA DE CUSTO prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as
de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.
exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter per-
manente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer SUBSEÇÃO III
tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE
a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede. (Reda-
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor
§ 1° Correm por conta da administração as despesas de trans- que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomo-
porte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, ba- ção para a execução de serviços externos, por força das atribuições
gagem e bens pessoais. próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.
§ 2° À família do servidor que falecer na nova sede são asse-
gurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, SUBSEÇÃO IV
dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito. DO AUXÍLIO-MORADIA
§ 3° Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de re- (INCLUÍDO PELA LEI Nº 11.355, DE 2006)
moção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 36.
(Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das des-
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do pesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de
servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exce- moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa
der a importância correspondente a 3 (três) meses. hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se servidor. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo. Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se aten-
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo didos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mu- I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servi-
dança de domicílio. dor;(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. 93, II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel
a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando cabível. funcional;(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

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III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou te- III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
nha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promi- IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas
tente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, ou penosas;
incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela VI - adicional noturno;
Lei nº 11.355, de 2006) VII - adicional de férias;
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
auxílio-moradia;(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (Incluído
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocu- pela Lei nº 11.314 de 2006)
par cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção
e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Es- SUBSEÇÃO I
pecial, de Ministro de Estado ou equivalentes (Incluído pela Lei nº DA RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE DIRE-
11.355, de 2006) ÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9.527, DE 10.12.97)
de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3° , em
relação ao local de residência ou domicílio do servidor;(Incluído pela Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em
Lei nº 11.355, de 2006) função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu
no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo exercício.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo in- Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração dos
ferior a sessenta dias dentro desse período; e(Incluído pela Lei nº cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9° .(Redação
11.355, de 2006) dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nominal-
de lotação ou nomeação para cargo efetivo.(Incluído pela Lei nº mente Identificada - VPNI a incorporação da retribuição pelo exer-
11.355, de 2006) cício de função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de pro-
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. vimento em comissão ou de Natureza Especial a que se referem os
(Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007) arts. 3° e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3° da
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998. (Incluído pela Medida Provisória
prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão nº 2.225-45, de 4.9.2001)
relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo so-
Art. 60-C. (Revogado pela Lei nº 12.998, de 2014) mente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos servido-
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% res públicos federais. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45,
(vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, função co- de 4.9.2001)
missionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado. (Incluído pela
Lei nº 11.784, de 2008 SUBSEÇÃO II
§ 1° O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte DA GRATIFICAÇÃO NATALINA
e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado. (Incluído
pela Lei nº 11.784, de 2008 Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze
§ 2° Independentemente do valor do cargo em comissão ou avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezem-
função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem os bro, por mês de exercício no respectivo ano.
requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocen- Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias
tos reais). (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 será considerada como mês integral.
§ 3° (Incluído pela Medida Provisória nº 805, de 2017) (Vigên- Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de
cia encerrada) dezembro de cada ano.
§ 4° (Incluído pela Medida Provisória nº 805, de 2017) (Vigên- Parágrafo único. (VETADO).
cia encerrada) Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação nata-
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de lina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a
imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o remuneração do mês da exoneração.
auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês. (Incluído pela Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cál-
Lei nº 11.355, de 2006) culo de qualquer vantagem pecuniária.

SEÇÃO II SUBSEÇÃO III


DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO

Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, grati- 2001, respeitadas as situações constituídas até 8.3.1999)
ficações e adicionais:(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Subseção IV
I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as- Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Atividades
sessoramento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Penosas
II - gratificação natalina;
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Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em lo- SUBSEÇÃO VIII
cais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, DA GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO OU CON-
radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o CURSO
vencimento do cargo efetivo. (INCLUÍDO PELA LEI Nº 11.314 DE 2006)
§ 1° O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e
de periculosidade deverá optar por um deles. Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é
§ 2° O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade devida ao servidor que, em caráter eventual:(Incluído pela Lei nº
cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram cau- 11.314 de 2006) (Regulamento)(Vide Decreto nº 11.069, de 2022)
sa a sua concessão. Vigência
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servidores I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvol-
em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou peri- vimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da
gosos. administração pública federal;(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afasta- II - participar de banca examinadora ou de comissão para exa-
da, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais mes orais, para análise curricular, para correção de provas discur-
previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e sivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento
em serviço não penoso e não perigoso. de recursos intentados por candidatos; (Incluído pela Lei nº 11.314
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de de 2006)
insalubridade e de periculosidade, serão observadas as situações III - participar da logística de preparação e de realização de
estabelecidas em legislação específica. concurso público envolvendo atividades de planejamento, coorde-
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servi- nação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais
dores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições perma-
condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites fi- nentes;(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
xados em regulamento. IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exa-
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com me vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas ativida-
Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle per- des. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
manente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapas- § 1° Os critérios de concessão e os limites da gratificação de
sem o nível máximo previsto na legislação própria. que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses. I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas
a natureza e a complexidade da atividade exercida; (Incluído pela
SUBSEÇÃO V Lei nº 11.314 de 2006)
DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120
(cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de ex-
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acrés- cepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada
cimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora normal de pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autori-
trabalho. zar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais;
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos se-
máximo de 2 (duas) horas por jornada. guintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da
Subseção VI administração pública federal: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Do Adicional Noturno a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreendido de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;(Reda-
entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia se- ção dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
guinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando
computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo. (Re-
segundos. dação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o § 2° A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente
acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste ar-
prevista no art. 73. tigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que
o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga
SUBSEÇÃO VII horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na
DO ADICIONAL DE FÉRIAS forma do § 4° do art. 98 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.314 de
2006)
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servi- § 3° A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se
dor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efei-
terço) da remuneração do período das férias. to e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de di- outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da
reção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a aposentadoria e das pensões. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de
que trata este artigo.
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CAPÍTULO III § 1° A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem


DAS FÉRIAS como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame
por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de neces- § 2° (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
sidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação § 3° É vedado o exercício de atividade remunerada durante o
específica. (Redação dada pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) (Vide Lei período da licença prevista no inciso I deste artigo.
nº 9.525, de 1997) Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do
§ 1° Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos término de outra da mesma espécie será considerada como pror-
12 (doze) meses de exercício. rogação.
§ 2° É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
§ 3° As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde SEÇÃO II
que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA
pública.(Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) FAMÍLIA
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado
até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observan- Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de
do-se o disposto no § 1° deste artigo. (Vide Lei nº 9.525, de 1997) doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padras-
§ 1° e § 2° (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) to ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas
§ 3° O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação
perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver di- por perícia médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de
reito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de 2009)
efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias. (Incluído pela § 1° A licença somente será deferida se a assistência direta do
Lei nº 8.216, de 13.8.91) servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamen-
§ 4° A indenização será calculada com base na remuneração te com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário,
do mês em que for publicado o ato exoneratório.(Incluído pela Lei na forma do disposto no inciso II do art. 44. (Redação dada pela Lei
nº 8.216, de 13.8.91) nº 9.527, de 10.12.97)
§ 5° Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor § 2° A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações,
adicional previsto no inciso XVII do art. 7° da Constituição Fede- poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes
ral quando da utilização do primeiro período. (Incluído pela Lei nº condições: (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
9.525, de 10.12.97) I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecu- II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remune-
tivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em ração.(Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
qualquer hipótese a acumulação. § 3° O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) partir da data do deferimento da primeira licença concedida.(Inclu-
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por moti- ído pela Lei nº 12.269, de 2010)
vo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, § 4° A soma das licenças remuneradas e das licenças não remu-
serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada neradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um
pela autoridade máxima do órgão ou entidade. (Redação dada pela mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3° ,
Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Vide Lei nº 9.525, de 1997) não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do
Parágrafo único. O restante do período interrompido será go- § 2° . (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
zado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97) SEÇÃO III
DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNJU-
CAPÍTULO IV GE
DAS LICENÇAS
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompa-
SEÇÃO I nhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto
DISPOSIÇÕES GERAIS do território nacional, para o exterior ou para o exercício de manda-
to eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: § 1° A licença será por prazo indeterminado e sem remunera-
I - por motivo de doença em pessoa da família; ção.
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; § 2° No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companhei-
III - para o serviço militar; ro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos
IV - para atividade política; Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Admi-
10.12.97) nistração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para
VI - para tratar de interesses particulares; o exercício de atividade compatível com o seu cargo.(Redação dada
VII - para desempenho de mandato classista. pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

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SEÇÃO IV SEÇÃO VIII


DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO CLAS-
SISTA
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será con-
cedida licença, na forma e condições previstas na legislação espe- Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem re-
cífica. muneração para o desempenho de mandato em confederação, fe-
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até deração, associação de classe de âmbito nacional, sindicato repre-
30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do car- sentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
go. ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade
cooperativa constituída por servidores públicos para prestar servi-
SEÇÃO V ços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e obser-
vados os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, 2005) (Regulamento)(Regulamento)
durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois)
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta
§ 1° O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde mil) associados, 4 (quatro) servidores; (Redação dada pela Lei nº
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, 12.998, de 2014)
assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados,
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a 8 (oito) servidores. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.(Redação § 1° Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, des-
§ 2° A partir do registro da candidatura e até o décimo dia de que cadastradas no órgão competente.(Redação dada pela Lei
seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os nº 12.998, de 2014)
vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses. § 2° A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) renovada, no caso de reeleição. (Redação dada pela Lei nº 12.998,
de 2014)
SEÇÃO VI
DA LICENÇA PARA CAPACITAÇÃO CAPÍTULO V
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9.527, DE 10.12.97) DOS AFASTAMENTOS

Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor SEÇÃO I


poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓRGÃO OU
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, ENTIDADE
para participar de curso de capacitação profissional. (Redação dada
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)(Vide Decreto nº 5.707, de 2006) Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em ou-
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput tro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do
não são acumuláveis. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:(Redação
Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Regulamento) (Vide Decreto
Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) nº 4.493, de 3.12.2002) (Vide Decreto nº 5.213, de 2004) (Vide De-
Art. 90. (VETADO). creto nº 9.144, de 2017)
I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;
SEÇÃO VII (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES II - em casos previstos em leis específicas. (Redação dada pela
Lei nº 8.270, de 17.12.91)
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao § 1° Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou
servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em está- entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus
gio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o
prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. (Redação ônus para o cedente nos demais casos. (Redação dada pela Lei nº
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 8.270, de 17.12.91)
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer § 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou
tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. (Redação sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas,
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do
cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em
comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despe-
sas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. (Redação dada
pela Lei nº 11.355, de 2006)
§ 3° A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário
Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
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§ 4° Mediante autorização expressa do Presidente da Repúbli- § 3° O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da
ca, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em outro ór- carreira diplomática.
gão da Administração Federal direta que não tenha quadro próprio § 4° As hipóteses, condições e formas para a autorização de
de pessoal, para fim determinado e a prazo certo. (Incluído pela Lei que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do
nº 8.270, de 17.12.91) servidor, serão disciplinadas em regulamento.(Incluído pela Lei nº
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou ser- 9.527, de 10.12.97)
vidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo. Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo
(Redação dada pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de socie- -se-á com perda total da remuneração.(Vide Decreto nº 3.456, de
dade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Nacional 2000)
para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pesso-
al, independem das disposições contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º SEÇÃO IV
deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido condicionado (INCLUÍDO PELA LEI Nº 11.907, DE 2009)
a autorização específica do Ministério do Planejamento, Orçamento DO AFASTAMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMA
e Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo em comissão ou DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU NO PAÍS
função gratificada. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)
§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e
a finalidade de promover a composição da força de trabalho dos desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com
órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá de- o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-
terminar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, inde- -se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração,
pendentemente da observância do constante no inciso I e nos §§ 1º para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em
e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)(Vide instituição de ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907,
Decreto nº 5.375, de 2005) de 2009)
§ 1° Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá,
SEÇÃO II em conformidade com a legislação vigente, os programas de capa-
DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MANDATO ELETI- citação e os critérios para participação em programas de pós-gra-
VO duação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão
avaliados por um comitê constituído para este fim. (Incluído pela Lei
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se nº 11.907, de 2009)
as seguintes disposições: § 2° Os afastamentos para realização de programas de mestra-
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará do e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares
afastado do cargo; de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, in-
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; cluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado
III - investido no mandato de vereador: por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vanta- capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos an-
gens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; teriores à data da solicitação de afastamento.(Incluído pela Lei nº
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do 11.907, de 2009)
cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. § 3° Os afastamentos para realização de programas de pós-
§ 1° No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá -doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de
para a seguridade social como se em exercício estivesse. cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos qua-
§ 2° O servidor investido em mandato eletivo ou classista não tro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não te-
poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade di- nham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares
versa daquela onde exerce o mandato. ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data
da solicitação de afastamento.(Redação dada pela Lei nº 12.269,
SEÇÃO III de 2010)
DO AFASTAMENTO PARA ESTUDO OU MISSÃO NO EXTE- § 4° Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos
RIOR nos §§ 1° , 2° e 3° deste artigo terão que permanecer no exercício
de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afas-
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo tamento concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Pre- § 5° Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou
sidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência pre-
Tribunal Federal. (Vide Decreto nº 1.387, de 1995) visto no § 4° deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade,
§ 1° A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a mis- na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
são ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida dos gastos com seu aperfeiçoamento.(Incluído pela Lei nº 11.907,
nova ausência. de 2009)
§ 2° Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será
concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular
antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a
hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.
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§ 6° Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são
seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5° considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude
deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de de: (Vide Decreto nº 5.707, de 2006)
caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade. I - férias;
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou
§ 7° Aplica-se à participação em programa de pós-graduação entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito
no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto Federal;
nos §§ 1° a 6° deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) III - exercício de cargo ou função de governo ou administração,
em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presi-
CAPÍTULO VI dente da República;
DAS CONCESSÕES IV - participação em programa de treinamento regularmen-
te instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se País, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº
do serviço: 11.907, de 2009)(Vide Decreto nº 5.707, de 2006)
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, munici-
II - pelo período comprovadamente necessário para alistamen- pal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento;
to ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2 VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
(dois) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014) VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afasta-
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : mento, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei
a) casamento; nº 9.527, de 10.12.97)(Vide Decreto nº 5.707, de 2006)
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou pa- VIII - licença:
drasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. a) à gestante, à adotante e à paternidade;
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante, b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e
quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público
da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo. prestado à União, em cargo de provimento efetivo; (Redação dada
§ 1° Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a com- pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
pensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, res- c) para o desempenho de mandato classista ou participação de
peitada a duração semanal do trabalho. (Parágrafo renumerado e gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída
alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para
§ 2° Também será concedido horário especial ao servidor por- efeito de promoção por merecimento; (Redação dada pela Lei nº
tador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta 11.094, de 2005)
médica oficial, independentemente de compensação de horário.(In- d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; (Reda-
§ 3° As disposições constantes do § 2° são extensivas ao servi- ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
dor que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência. (Reda- f) por convocação para o serviço militar;
ção dada pela Lei nº 13.370, de 2016) IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
§ 4° Será igualmente concedido horário especial, vinculado à X - participação em competição desportiva nacional ou convo-
compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano, cação para integrar representação desportiva nacional, no País ou
ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do no exterior, conforme disposto em lei específica;
caput do art. 76-A desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de XI - afastamento para servir em organismo internacional de
2007) que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incluído pela Lei nº
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse 9.527, de 10.12.97)
da administração é assegurada, na localidade da nova residência Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e
ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, disponibilidade:
em qualquer época, independentemente de vaga. I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge e Distrito Federal;
ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família
sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com auto- do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em
rização judicial. período de 12 (doze) meses.(Redação dada pela Lei nº 12.269, de
2010)
CAPÍTULO VII III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2° ;
DO TEMPO DE SERVIÇO IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato eleti-
vo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço serviço público federal;
público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas. V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Pre-
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, vidência Social;
que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezen- VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
tos e sessenta e cinco dias. VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do art. 102.
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
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§ 1° O tempo em que o servidor esteve aposentado será conta- Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos
do apenas para nova aposentadoria. neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
§ 2° Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às
Forças Armadas em operações de guerra. TÍTULO IV
§ 3° É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço DO REGIME DISCIPLINAR
prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de
órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal CAPÍTULO I
e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia DOS DEVERES
mista e empresa pública.
Art. 116. São deveres do servidor:
CAPÍTULO VIII I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
DO DIREITO DE PETIÇÃO II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta-
Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. mente ilegais;
Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade competen- V - atender com presteza:
te para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que esti- a) ao público em geral, prestando as informações requeridas,
ver imediatamente subordinado o requerente. ressalvadas as protegidas por sigilo;
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que hou- b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito
ver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
renovado.(Vide Lei nº 12.300, de 2010) c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do
de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver
prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias. suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori-
Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de 2010) dade competente para apuração; (Redação dada pela Lei nº 12.527,
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; de 2011)
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. VII - zelar pela economia do material e a conservação do patri-
§ 1° O recurso será dirigido à autoridade imediatamente supe- mônio público;
rior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessiva- VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
mente, em escala ascendente, às demais autoridades. IX - manter conduta compatível com a moralidade administra-
§ 2° O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade tiva;
a que estiver imediatamente subordinado o requerente. X - ser assíduo e pontual ao serviço;
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsidera- XI - tratar com urbanidade as pessoas;
ção ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. (Vide Lei nº 12.300, Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será
de 2010) encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade su-
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, perior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao repre-
a juízo da autoridade competente. sentando ampla defesa.
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsi-
deração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do CAPÍTULO II
ato impugnado. DAS PROIBIÇÕES
Art. 110. O direito de requerer prescreve:
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassa- Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº
ção de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse 2.225-45, de 4.9.2001)
patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au-
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando torização do chefe imediato;
outro prazo for fixado em lei. II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente,
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da qualquer documento ou objeto da repartição;
publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessa- III - recusar fé a documentos públicos;
do, quando o ato não for publicado. IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabí- e processo ou execução de serviço;
veis, interrompem a prescrição. V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser re- da repartição;
levada pela administração. VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos pre-
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vistos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsa-
vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a bilidade ou de seu subordinado;
procurador por ele constituído. VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer associação profissional ou sindical, ou a partido político;
tempo, quando eivados de ilegalidade.

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VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remu-
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau neração devida pela participação em conselhos de administração e
civil; fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou- subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou enti-
trem, em detrimento da dignidade da função pública; dades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participa-
X - participar de gerência ou administração de sociedade priva- ção no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legisla-
da, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto ção específica. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45,
na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;(Redação dada de 4.9.2001)
pela Lei nº 11.784, de 2008 Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumu-
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a reparti- lar licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de
ções públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efe-
ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou tivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário
companheiro; e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual- máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. (Redação dada pela
quer espécie, em razão de suas atribuições; Lei nº 9.527, de 10.12.97)
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estran-
geiro; CAPÍTULO IV
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; DAS RESPONSABILIDADES
XV - proceder de forma desidiosa;
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamen-
serviços ou atividades particulares; te pelo exercício irregular de suas atribuições.
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis a terceiros.
com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; § 1° A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solici- somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de
tado.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput § 2° Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o
deste artigo não se aplica nos seguintes casos: (Incluído pela Lei nº servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
11.784, de 2008 § 3° A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de em- e contra eles será executada, até o limite do valor da herança rece-
presas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta- bida.
mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contra-
constituída para prestar serviços a seus membros; e(Incluído pela venções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
Lei nº 11.784, de 2008 Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou fun-
forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de ção.
interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão
cumular-se, sendo independentes entre si.
CAPÍTULO III Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será
DA ACUMULAÇÃO afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do
fato ou sua autoria.
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é ve- Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci-
dada a acumulação remunerada de cargos públicos. vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su-
§ 1° A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra
e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, autoridade competente para apuração de informação concernente
sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento,
Estados, dos Territórios e dos Municípios. ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função
§ 2° A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condiciona- pública.(Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011)
da à comprovação da compatibilidade de horários.
§ 3° Considera-se acumulação proibida a percepção de venci- CAPÍTULO V
mento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da ina- DAS PENALIDADES
tividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunera-
ções forem acumuláveis na atividade. (Incluído pela Lei nº 9.527, Art. 127. São penalidades disciplinares:
de 10.12.97) I - advertência;
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em II - suspensão;
comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9° , III - demissão;
nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação co- IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; (Vide ADPF
letiva.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) nº 418)
V - destituição de cargo em comissão;
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VI - destituição de função comissionada. I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comis-
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a são, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apu-
provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou ração;(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
atenuantes e os antecedentes funcionais. II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e re-
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade menciona- latório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
rá sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.(Inclu- III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 1° A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos
violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação
inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingres-
ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais so, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico. (Re-
grave. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência § 2° A comissão lavrará, até três dias após a publicação do
das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibi- ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas
ções que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como pro-
não podendo exceder de 90 (noventa) dias. moverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio
§ 1° Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servi- de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar
dor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição,
médica determinada pela autoridade competente, cessando os efei- observado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei nº
tos da penalidade uma vez cumprida a determinação. 9.527, de 10.12.97)
§ 2° Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade § 3° Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório con-
de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cin- clusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em
qüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude
o servidor obrigado a permanecer em serviço. da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento.
seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nes- § 4° No prazo de cinco dias, contados do recebimento do pro-
se período, praticado nova infração disciplinar. cesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se,
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá quando for o caso, o disposto no § 3° do art. 167. (Incluído pela Lei
efeitos retroativos. nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: § 5° A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defe-
I - crime contra a administração pública; sa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automati-
II - abandono de cargo; camente em pedido de exoneração do outro cargo.(Incluído pela Lei
III - inassiduidade habitual; nº 9.527, de 10.12.97)
IV - improbidade administrativa; § 6° Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé,
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de apo-
VI - insubordinação grave em serviço; sentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que
em legítima defesa própria ou de outrem; os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. (Incluído
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do § 7° O prazo para a conclusão do processo administrativo disci-
cargo; plinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio na- da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida
cional; a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o
XI - corrupção; exigirem.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi- § 8° O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste
cas; artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. disposições dos Títulos IV e V desta Lei.(Incluído pela Lei nº 9.527,
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de de 10.12.97)
cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do
o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia ime- inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a de-
diata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, missão. (Vide ADPF nº 418)
contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro- Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não
cedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujei-
cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguin- ta às penalidades de suspensão e de demissão.
tes fases: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este arti-
go, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será convertida em
destituição de cargo em comissão.

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Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, § 3° A abertura de sindicância ou a instauração de processo
nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponi- disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por
bilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação autoridade competente.
penal cabível. § 4° Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-ser-
vidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de TÍTULO V
5 (cinco) anos. (Vide ADIN 2975) DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público fede-
ral o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão CAPÍTULO I
por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional
do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos. Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao ser- serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata,
viço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, asse-
durante o período de doze meses. gurada ao acusado ampla defesa.
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade § 1° (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005)
habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se § 2° (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005)
refere o art. 133, observando-se especialmente que: (Redação dada § 3° A apuração de que trata o caput, por solicitação da au-
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) toridade a que se refere, poderá ser promovida por autoridade de
I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluído pela Lei nº órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irre-
9.527, de 10.12.97) gularidade, mediante competência específica para tal finalidade,
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa delegada em caráter permanente ou temporário pelo Presidente da
do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos
trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de do respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competên-
falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou superior cias para o julgamento que se seguir à apuração.(Incluído pela Lei
a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze me- nº 9.527, de 10.12.97)
ses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de
II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará relató- apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do
rio conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a auten-
em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o respectivo ticidade.
dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar eviden-
a intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta dias e te infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada,
remeterá o processo à autoridade instauradora para julgamento. por falta de objeto.
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: I - arquivamento do processo;
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até
Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral 30 (trinta) dias;
da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposen- III - instauração de processo disciplinar.
tadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Po- Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não ex-
der, órgão, ou entidade; cederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata- critério da autoridade superior.
mente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a
tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias,
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou des-
respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência tituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de
ou de suspensão de até 30 (trinta) dias; processo disciplinar.
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se
tratar de destituição de cargo em comissão. CAPÍTULO II
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demis-
são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não
cargo em comissão; venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instau-
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; radora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamen-
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. to do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem
§ 1° O prazo de prescrição começa a correr da data em que o prejuízo da remuneração.
fato se tornou conhecido. Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por
§ 2° Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não
às infrações disciplinares capituladas também como crime. concluído o processo.
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CAPÍTULO III Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o


DO PROCESSO DISCIPLINAR processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e
reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a quesitos, quando se tratar de prova pericial.
apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exer- § 1° O presidente da comissão poderá denegar pedidos con-
cício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum
do cargo em que se encontre investido. interesse para o esclarecimento dos fatos.
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão § 2° Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com-
composta de três servidores estáveis designados pela autoridade provação do fato independer de conhecimento especial de perito.
competente, observado o disposto no § 3° do art. 143, que indicará, Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante
dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efe- mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segun-
tivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual da via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.
ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expe-
10.12.97) dição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da re-
§ 1° A Comissão terá como secretário servidor designado pelo partição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para
seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus mem- inquirição.
bros. Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a
§ 2° Não poderá participar de comissão de sindicância ou de termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consangüí- § 1° As testemunhas serão inquiridas separadamente.
neo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. § 2° Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infir-
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com independên- mem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
cia e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão
fato ou exigido pelo interesse da administração. promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedimen-
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões te- tos previstos nos arts. 157 e 158.
rão caráter reservado. § 1° No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvi-
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fa- do separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações
ses: sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- eles.
missão; § 2° O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório,
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interfe-
e relatório; rir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-
III - julgamento. -las, por intermédio do presidente da comissão.
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do
excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja
que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo
prazo, quando as circunstâncias o exigirem. menos um médico psiquiatra.
§ 1° Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo in- Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será proces-
tegral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do sado em auto apartado e apenso ao processo principal, após a ex-
ponto, até a entrega do relatório final. pedição do laudo pericial.
§ 2° As reuniões da comissão serão registradas em atas que Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a in-
deverão detalhar as deliberações adotadas. diciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados
e das respectivas provas.
SEÇÃO I § 1° O indiciado será citado por mandado expedido pelo presi-
DO INQUÉRITO dente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10
(dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do § 2° Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e
contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utiliza- de 20 (vinte) dias.
ção dos meios e recursos admitidos em direito. § 3° O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo discipli- diligências reputadas indispensáveis.
nar, como peça informativa da instrução. § 4° No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância con- da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em
cluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a
competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, in- assinatura de (2) duas testemunhas.
dependentemente da imediata instauração do processo disciplinar. Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a
Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.
de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido,
objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a será citado por edital, publicado no Diário Oficial da União e em
técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos jornal de grande circulação na localidade do último domicílio co-
fatos. nhecido, para apresentar defesa.

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Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o
será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital. processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para ins-
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente tauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.
citado, não apresentar defesa no prazo legal. Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só po-
§ 1° A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo derá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após
e devolverá o prazo para a defesa. a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso
§ 2° Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora aplicada.
do processo designará um servidor como defensor dativo, que de- Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o pará-
verá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou grafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em demissão,
ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. (Redação se for o caso.
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede
minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e menciona- de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ou in-
rá as provas em que se baseou para formar a sua convicção. diciado;
§ 1° O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obriga-
à responsabilidade do servidor. dos a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de mis-
§ 2° Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão são essencial ao esclarecimento dos fatos.
indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem
como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. SEÇÃO III
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, DA REVISÃO DO PROCESSO
será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para
julgamento. Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer
tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou
SEÇÃO II circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
DO JULGAMENTO inadequação da penalidade aplicada.
§ 1° Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do
Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do
do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. processo.
§ 1° Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autori- § 2° No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será
dade instauradora do processo, este será encaminhado à autorida- requerida pelo respectivo curador.
de competente, que decidirá em igual prazo. Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re-
§ 2° Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, querente.
o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não
pena mais grave. constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos,
§ 3° Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de ainda não apreciados no processo originário.
aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às autori- Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido
dades de que trata o inciso I do art. 141. ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar
§ 4° Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a au- a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade
toridade instauradora do processo determinará o seu arquivamen- onde se originou o processo disciplinar.
to, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.(Incluído Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 149.
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.
quando contrário às provas dos autos. Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que
provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, arrolar.
agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a
responsabilidade. conclusão dos trabalhos.
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autorida- Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no
de que determinou a instauração do processo ou outra de hierar- que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do
quia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, processo disciplinar.
no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pe-
de novo processo. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) nalidade, nos termos do art. 141.
§ 1° O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte)
processo. dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a au-
§ 2° A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que toridade julgadora poderá determinar diligências.
trata o art. 142, § 2° , será responsabilizada na forma do Capítulo Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem
IV do Título IV. efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, que
julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos indivi- será convertida em exoneração.
duais do servidor.
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Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho
agravamento de penalidade. satisfatórias;
II - quanto ao dependente:
TÍTULO VI a) pensão vitalícia e temporária;
DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR b) auxílio-funeral;
c) auxílio-reclusão;
CAPÍTULO I d) assistência à saúde.
DISPOSIÇÕES GERAIS § 1° As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas
pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidores, observado o disposto nos arts. 189 e 224.
servidor e sua família. § 2° O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude,
§ 1° O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido, sem
simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na admi- prejuízo da ação penal cabível.
nistração pública direta, autárquica e fundacional não terá direito
aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da as- CAPÍTULO II
sistência à saúde.(Redação dada pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003) DOS BENEFÍCIOS
§ 2° O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem
direito à remuneração, inclusive para servir em organismo oficial SEÇÃO I
internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com o qual DA APOSENTADORIA
coopere, ainda que contribua para regime de previdência social no
exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de Se- Art. 186. O servidor será aposentado:(Vide art. 40 da Consti-
guridade Social do Servidor Público enquanto durar o afastamen- tuição)
to ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os benefícios do I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais
mencionado regime de previdência.(Incluído pela Lei nº 10.667, de quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
14.5.2003) doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e pro-
§ 3° Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem porcionais nos demais casos;
remuneração a manutenção da vinculação ao regime do Plano de II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven-
Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento tos proporcionais ao tempo de serviço;
mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido pe- III - voluntariamente:
los servidores em atividade, incidente sobre a remuneração total do a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30
cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, computando-se, (trinta) se mulher, com proventos integrais;
para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. (Incluído pela Lei b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de ma-
nº 10.667, de 14.5.2003) gistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com proven-
§ 4° O recolhimento de que trata o § 3° deve ser efetuado até o tos integrais;
segundo dia útil após a data do pagamento das remunerações dos c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e
servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos
vencimento.(Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003) 60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos serviço.
riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende § 1° Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis,
um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintes fina- a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação
lidades: mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior
I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, inva- ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, do-
lidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e reclu- ença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondi-
são; loartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do
II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade; mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência
III - assistência à saúde. Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina
Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos especializada.
e condições definidos em regulamento, observadas as disposições § 2° Nos casos de exercício de atividades consideradas insalu-
desta Lei. bres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no art. 71, a
Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servi- aposentadoria de que trata o inciso III, “a” e “c”, observará o dispos-
dor compreendem: to em lei específica.
I - quanto ao servidor: § 3° Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à junta
a) aposentadoria; médica oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a in-
b) auxílio-natalidade; capacidade para o desempenho das atribuições do cargo ou a im-
c) salário-família; possibilidade de se aplicar o disposto no art. 24. (Incluído pela Lei
d) licença para tratamento de saúde; nº 9.527, de 10.12.97)
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
f) licença por acidente em serviço;
g) assistência à saúde;
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Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e de- § 2° O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor
clarada por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em público, quando a parturiente não for servidora.
que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço ati-
vo. SEÇÃO III
Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a DO SALÁRIO-FAMÍLIA
partir da data da publicação do respectivo ato.
§ 1° A aposentadoria por invalidez será precedida de licença Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao ina-
para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e tivo, por dependente econômico.
quatro) meses. Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para
§ 2° Expirado o período de licença e não estando em condições efeito de percepção do salário-família:
de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será aposen- I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados
tado. até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e
§ 3° O lapso de tempo compreendido entre o término da licen- quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;
ça e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autoriza-
de prorrogação da licença. ção judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do
§ 4° Para os fins do disposto no § 1° deste artigo, serão con- inativo;
sideradas apenas as licenças motivadas pela enfermidade enseja- III - a mãe e o pai sem economia própria.
dora da invalidez ou doenças correlacionadas. (Incluído pela Lei nº Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando o
11.907, de 2009) beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou
§ 5° A critério da Administração, o servidor em licença para de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da aposenta-
tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser con- doria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.
vocado a qualquer momento, para avaliação das condições que Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e vi-
ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. (Incluído pela Lei nº verem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando
11.907, de 2009) separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição
Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com ob- dos dependentes.
servância do disposto no § 3° do art. 41, e revisto na mesma data e Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a
proporção, sempre que se modificar a remuneração dos servidores madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes.
em atividade. Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo,
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer bene- nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a
fícios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores em Previdência Social.
atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou re- Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração,
classificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria. não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família.
Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao
tempo de serviço se acometido de qualquer das moléstias especifi- SEÇÃO IV
cadas no § 1° do art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for conside- DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE
rado inválido por junta médica oficial passará a perceber provento
integral, calculado com base no fundamento legal de concessão da Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento
aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009) de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem
Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento prejuízo da remuneração a que fizer jus.
não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade. Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será conce-
Art. 192.(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) dida com base em perícia oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907,
Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) de 2009)
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação na- § 1° Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada
talina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se
respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido. encontrar internado.
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participa- § 2° Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se
do de operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, e
termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art.
aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de 230, será aceito atestado passado por médico particular. (Redação
serviço efetivo. dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3° No caso do § 2° deste artigo, o atestado somente produzirá
SEÇÃO II efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos
DO AUXÍLIO-NATALIDADE do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 4° A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias no
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afastamento
de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor venci- será concedida mediante avaliação por junta médica oficial. (Reda-
mento do serviço público, inclusive no caso de natimorto. ção dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 1° Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de
50% (cinqüenta por cento), por nascituro.

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§ 5° A perícia oficial para concessão da licença de que trata Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de
o caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia ofi- criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias
cial previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas de licença remunerada. (Vide Decreto nº 6.691, de 2008)
hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia. Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15 artigo será de 30 (trinta) dias.
(quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perí-
cia oficial, na forma definida em regulamento. (Redação dada pela SEÇÃO VI
Lei nº 11.907, de 2009) DA LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão
ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor
produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qual- acidentado em serviço.
quer das doenças especificadas no art. 186, § 1° . Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente,
ou funcionais será submetido a inspeção médica. com as atribuições do cargo exercido.
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos perió- Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
dicos, nos termos e condições definidos em regulamento. (Incluído I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servi-
pela Lei nº 11.907, de 2009) (Regulamento). dor no exercício do cargo;
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a União e II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-
suas entidades autárquicas e fundacionais poderão: (Incluído pela -versa.
Lei nº 12.998, de 2014) Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de tra-
I - prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo ór- tamento especializado poderá ser tratado em instituição privada, à
gão ou entidade à qual se encontra vinculado o servidor; (Incluído conta de recursos públicos.
pela Lei nº 12.998, de 2014) Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica
II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou parce- oficial constitui medida de exceção e somente será admissível quan-
ria com os órgãos e entidades da administração direta, suas autar- do inexistirem meios e recursos adequados em instituição pública.
quias e fundações; (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez)
III - celebrar convênios com operadoras de plano de assistência dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.
à saúde, organizadas na modalidade de autogestão, que possuam
autorização de funcionamento do órgão regulador, na forma do art. SEÇÃO VII
230; ou (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) DA PENSÃO
IV - prestar os exames médicos periódicos mediante contra-
to administrativo, observado o disposto na Lei no 8.666, de 21 de Art. 215. Por morte do servidor, os seus dependentes, nas hipó-
junho de 1993, e demais normas pertinentes.(Incluído pela Lei nº teses legais, fazem jus à pensão por morte, observados os limites
12.998, de 2014) estabelecidos no inciso XI do caput do art. 37 da Constituição Fede-
ral e no art. 2º da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004. (Redação
SEÇÃO V dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE E DA LICENÇA-PA- Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de 2014)
TERNIDADE (Vigência) (Revogado pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 217. São beneficiários das pensões:
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 I - o cônjuge;(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
(cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. a) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
(Vide Decreto nº 6.690, de 2008) b) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 1° A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de c) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
gestação, salvo antecipação por prescrição médica. d) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 2° No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a e) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
partir do parto. II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato,
§ 3° No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even- com percepção de pensão alimentícia estabelecida judicialmente;
to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta, (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
reassumirá o exercício. a) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 4° No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora b) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado. c) Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá d) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos. III - o companheiro ou companheira que comprove união es-
Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis tável como entidade familiar;(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra- IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes
balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois requisitos:(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
períodos de meia hora. a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (Incluído pela Lei nº
13.135, de 2015)
b) seja inválido;(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
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c)(Vide Lei nº 13.135, de 2015) (Vigência) § 4º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º ou § 3º deste
d) tenha deficiência intelectual ou mental; (Redação dada pela artigo, o valor retido será corrigido pelos índices legais de reajusta-
Lei nº 13.846, de 2019) mento e será pago de forma proporcional aos demais dependentes,
V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do de acordo com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefí-
servidor; e (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) cios.(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
VI - o irmão de qualquer condição que comprove dependência § 5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão concessor
econômica do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no da pensão por morte a cobrança dos valores indevidamente pagos
inciso IV.(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) em função de nova habilitação. (Incluído pela Lei nº 13.846, de
§ 1° A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam 2019)
os incisos I a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos incisos Art. 220. Perde o direito à pensão por morte:(Redação dada
V e VI. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 2° A concessão de pensão aos beneficiários de que trata o I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela
inciso V do caput exclui o beneficiário referido no inciso VI.(Redação prática de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do
dada pela Lei nº 13.135, de 2015) servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 3° O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho me- II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada,
diante declaração do servidor e desde que comprovada dependên- a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união
cia econômica, na forma estabelecida em regulamento.(Incluído estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir
pela Lei nº 13.135, de 2015) benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será
§ 4º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. (Incluído
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, pela Lei nº 13.135, de 2015)
o seu valor será distribuído em partes iguais entre os beneficiários Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presumi-
habilitados.(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) da do servidor, nos seguintes casos:
§ 1° (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária compe-
§ 2° (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) tente;
§ 3° (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou
Art. 219. A pensão por morte será devida ao conjunto dos de- acidente não caracterizado como em serviço;
pendentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo
data:(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) ou em missão de segurança.
I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta dias) Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em
após o óbito, para os filhos menores de 16 (dezesseis) anos, ou em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos
até 90 (noventa) dias após o óbito, para os demais dependentes; de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor,
(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado.
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
inciso I do caput deste artigo; ou (Redação dada pela Lei nº 13.846, I - o seu falecimento;
de 2019) II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a
III - da decisão judicial, na hipótese de morte presumida. (Reda- concessão da pensão ao cônjuge;
ção dada pela Lei nº 13.846, de 2019) III - a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário in-
§ 1º A concessão da pensão por morte não será protelada pela válido, ou o afastamento da deficiência, em se tratando de benefici-
falta de habilitação de outro possível dependente e a habilitação ário com deficiência, respeitados os períodos mínimos decorrentes
posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só da aplicação das alíneas a e b do inciso VII do caput deste artigo;
produzirá efeito a partir da data da publicação da portaria de con- (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
cessão da pensão ao dependente habilitado.(Redação dada pela Lei IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho
nº 13.846, de 2019) ou irmão; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
de dependente, este poderá requerer a sua habilitação provisória VI - a renúncia expressa; e(Redação dada pela Lei nº 13.135,
ao benefício de pensão por morte, exclusivamente para fins de ra- de 2015)
teio dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da VII - em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I a III
respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressal- do caput do art. 217: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
vada a existência de decisão judicial em contrário. (Redação dada a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que
pela Lei nº 13.846, de 2019) o servidor tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o
§ 3º Nas ações em que for parte o ente público responsável casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2
pela concessão da pensão por morte, este poderá proceder de ofício (dois) anos antes do óbito do servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135,
à habilitação excepcional da referida pensão, apenas para efeitos de 2015)
de rateio, descontando-se os valores referentes a esta habilitação b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo
das demais cotas, vedado o pagamento da respectiva cota até o com a idade do pensionista na data de óbito do servidor, depois de
trânsito em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois)
decisão judicial em contrário. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de anos após o início do casamento ou da união estável: (Incluído pela
2019) Lei nº 13.135, de 2015)
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade;
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
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2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na
idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos dos servidores, aplicando-se o disposto no parágrafo único do art.
de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) 189.
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção
idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge ou compa-
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e nheiro ou companheira e de mais de 2 (duas) pensões.(Redação
três) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) SEÇÃO VIII
§ 1° A critério da administração, o beneficiário de pensão cuja DO AUXÍLIO-FUNERAL
preservação seja motivada por invalidez, por incapacidade ou por
deficiência poderá ser convocado a qualquer momento para ava- Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor faleci-
liação das referidas condições.(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) do na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da
§ 2° Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida no inciso remuneração ou provento.
III ou os prazos previstos na alínea “b” do inciso VII, ambos do caput, § 1° No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será
se o óbito do servidor decorrer de acidente de qualquer natureza ou pago somente em razão do cargo de maior remuneração.
de doença profissional ou do trabalho, independentemente do reco- § 2° (VETADO).
lhimento de 18 (dezoito) contribuições mensais ou da comprovação § 3° O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. (Incluído pela por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que
Lei nº 13.135, de 2015) houver custeado o funeral.
§ 3° Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde que Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será inde-
nesse período se verifique o incremento mínimo de um ano inteiro nizado, observado o disposto no artigo anterior.
na média nacional única, para ambos os sexos, correspondente à Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do
expectativa de sobrevida da população brasileira ao nascer, pode- local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transporte
rão ser fixadas, em números inteiros, novas idades para os fins pre- do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou fun-
vistos na alínea “b” do inciso VII do caput, em ato do Ministro de dação pública.
Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, limitado o acréscimo
na comparação com as idades anteriores ao referido incremento. SEÇÃO IX
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) DO AUXÍLIO-RECLUSÃO
§ 4° O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência
Social (RPPS) ou ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) será Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão,
considerado na contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais nos seguintes valores:
referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII do caput.(Incluído pela I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de
Lei nº 13.135, de 2015) prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade
§ 5º Na hipótese de o servidor falecido estar, na data de seu competente, enquanto perdurar a prisão;
falecimento, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtu-
temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a de de condenação, por sentença definitiva, a pena que não determi-
pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do ne a perda de cargo.
óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do § 1° Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá
benefício. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) direito à integralização da remuneração, desde que absolvido.
§ 6º O beneficiário que não atender à convocação de que trata § 2° O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia
o § 1º deste artigo terá o benefício suspenso, observado o disposto imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda
nos incisos I e II do caput do art. 95 da Lei nº 13.146, de 6 de julho que condicional.
de 2015.(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) § 3° Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclusão será
§ 7º O exercício de atividade remunerada, inclusive na condi- devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependen-
ção de microempreendedor individual, não impede a concessão ou tes do segurado recolhido à prisão.(Incluído pela Lei nº 13.135, de
manutenção da cota da pensão de dependente com deficiência in- 2015)
telectual ou mental ou com deficiência grave. (Incluído pela Lei nº
13.846, de 2019) CAPÍTULO III
§ 8º No ato de requerimento de benefícios previdenciários, não DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
será exigida apresentação de termo de curatela de titular ou de be-
neficiário com deficiência, observados os procedimentos a serem es- Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e
tabelecidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) de sua família compreende assistência médica, hospitalar, odonto-
Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a lógica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica o im-
respectiva cota reverterá para os cobeneficiários. (Redação dada plemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde
pela Lei nº 13.135, de 2015) e será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente
I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou me-
II - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) diante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, median-
te ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou
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inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros TÍTULO VIII


privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regula-
mento. (Redação dada pela Lei nº 11.302 de 2006) CAPÍTULO ÚNICO
§ 1° Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perí- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
cia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico ou junta
médica oficial, para a sua realização o órgão ou entidade celebra- Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e
rá, preferencialmente, convênio com unidades de atendimento do oito de outubro.
sistema público de saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Exe-
de utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - cutivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos funcionais,
INSS. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira:
§ 2° Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos
do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou entidade promove- que favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos
rá a contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica, que operacionais;
constituirá junta médica especificamente para esses fins, indicando II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, con-
os nomes e especialidades dos seus integrantes, com a comprova- decoração e elogio.
ção de suas habilitações e de que não estejam respondendo a pro- Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias
cesso disciplinar junto à entidade fiscalizadora da profissão. (Inclu- corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do venci-
ído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) mento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o pra-
§ 3° Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a zo vencido em dia em que não haja expediente.
União e suas entidades autárquicas e fundacionais autorizadas a: Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filo-
(Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) sófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer
I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação de ser- dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem
viços de assistência à saúde para os seus servidores ou empregados eximir-se do cumprimento de seus deveres.
ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus respectivos Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da
grupos familiares definidos, com entidades de autogestão por elas Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os se-
patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente ce- guintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
lebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto
autorização de funcionamento do órgão regulador, sendo certo que processual;
os convênios celebrados depois dessa data somente poderão sê-lo b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o
na forma da regulamentação específica sobre patrocínio de auto- final do mandato, exceto se a pedido;
gestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo de c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a
180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas tam- que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas
bém aplicáveis aos convênios existentes até 12 de fevereiro de 2006; em assembleia geral da categoria.
(Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) d) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de e)(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do cônju-
assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento do ge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e cons-
órgão regulador; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) tem do seu assentamento individual.
III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou
§ 4° (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) companheiro, que comprove união estável como entidade familiar.
§ 5° O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendido Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o município
pelo servidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado de onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercício,
assistência à saúde. (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) em caráter permanente.

CAPÍTULO IV TÍTULO IX
DO CUSTEIO
CAPÍTULO ÚNICO
Art. 231. (Revogado pela Lei nº 9.783, de 28.01.99) DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

TÍTULO VII Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por
esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores dos Po-
CAPÍTULO ÚNICO deres da União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as em
DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTE- regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº 1.711,
RESSE PÚBLICO de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
Art. 232.(Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto os contratados
Art. 233.(Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) por prazo determinado, cujos contratos não poderão ser prorroga-
Art. 234.(Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) dos após o vencimento do prazo de prorrogação.
Art. 235.(Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)

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§ 1° Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no regi- Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outubro de
me instituído por esta Lei ficam transformados em cargos, na data 1952, e respectiva legislação complementar, bem como as demais
de sua publicação. disposições em contrário.
§ 2° As funções de confiança exercidas por pessoas não in- Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169° da Independência e
tegrantes de tabela permanente do órgão ou entidade onde têm 102° da República.
exercício ficam transformadas em cargos em comissão, e mantidas
enquanto não for implantado o plano de cargos dos órgãos ou enti- PARTES VETADAS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E
dades na forma da lei. MANTIDAS PELO CONGRESSO NACIONAL, DO PROJETO QUE
§ 3° As Funções de Assessoramento Superior - FAS, exercidas SE TRANSFORMOU NA LEI N.º 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE
por servidor integrante de quadro ou tabela de pessoal, ficam extin- 1990, QUE “DISPÕE SOBRE O REGIME JURÍDICO DOS SERVI-
tas na data da vigência desta Lei. DORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO, DAS AUTARQUIAS E DAS
§ 4° (VETADO). FUNDAÇÕES PÚBLICAS FEDERAIS”.
§ 5° O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários
da Justiça, remunerados com recursos da União, no que couber. O PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL:
§ 6° Os empregos dos servidores estrangeiros com estabilidade Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL manteve, e eu, MAU-
no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade bra- RO BENEVIDES, Presidente do Senado Federal, nos termos do § 7°
sileira, passarão a integrar tabela em extinção, do respectivo órgão do art. 66 da Constituição, promulgo as seguintes partes da Lei n°
ou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos planos de car- 8.112, de 11 de dezembro de 1990:
reira aos quais se encontrem vinculados os empregos.
§ 7° Os servidores públicos de que trata o caput deste artigo, “Art. 87 .......................................................................................
não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais ......................................
Transitórias, poderão, no interesse da Administração e conforme § 1° .............................................................................................
critérios estabelecidos em regulamento, ser exonerados mediante .....................................
indenização de um mês de remuneração por ano de efetivo exercício § 2° Os períodos de licença-prêmio já adquiridos e não gozados
no serviço público federal.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) pelo servidor que vier a falecer serão convertidos em pecúnia, em
§ 8° Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e na favor de seus beneficiários da pensão.
declaração de rendimentos, serão considerados como indenizações Art. 192. O servidor que contar tempo de serviço para aposen-
isentas os pagamentos efetuados a título de indenização prevista no tadoria com provento integral será aposentado:
parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - com a remuneração do padrão de classe imediatamente su-
§ 9° Os cargos vagos em decorrência da aplicação do disposto perior àquela em que se encontra posicionado;
no § 7° poderão ser extintos pelo Poder Executivo quando conside- II - quando ocupante da última classe da carreira, com a re-
rados desnecessários. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) muneração do padrão correspondente, acrescida da diferença entre
Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos aos esse e o padrão da classe imediatamente anterior.
servidores abrangidos por esta Lei, ficam transformados em anuê- Art. 193. O servidor que tiver exercido função de direção, che-
nio. fia, assessoramento, assistência ou cargo em comissão, por período
Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei nº de 5 (cinco) anos consecutivos, ou 10 (dez) anos interpolados, po-
1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada em derá aposentar-se com a gratificação da função ou remuneração
licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90. do cargo em comissão, de maior valor, desde que exercido por um
Art. 246. (VETADO). período mínimo de 2 (dois) anos.
Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, haverá § 1° Quando o exercício da função ou cargo em comissão de
ajuste de contas com a Previdência Social, correspondente ao perí- maior valor não corresponder ao período de 2 (dois) anos, será in-
odo de contribuição por parte dos servidores celetistas abrangidos corporada a gratificação ou remuneração da função ou cargo em
pelo art. 243. (Redação dada pela Lei nº 8.162, de 8.1.91) comissão imediatamente inferior dentre os exercidos.
Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência § 2° A aplicação do disposto neste artigo exclui as vantagens
desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de origem previstas no art. 192, bem como a incorporação de que trata o art.
do servidor. 62, ressalvado o direito de opção.
Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1° do art. 231, os Art. 231. .....................................................................................
servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e nos per- ......................................
centuais atualmente estabelecidos para o servidor civil da União § 1° .............................................................................................
conforme regulamento próprio. .....................................
Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer, § 2º O custeio da aposentadoria é de responsabilidade integral
dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a aposentado- do Tesouro Nacional.
ria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos Fun- Art. 240. .....................................................................................
cionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de outubro de ......................................
1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele dispositivo. a) ................................................................................................
(Mantido pelo Congresso Nacional) .....................................
Art. 251. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) b) ................................................................................................
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com .....................................
efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês subsequente. c) ................................................................................................
.....................................
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d) de negociação coletiva; 3-CESGRANRIO - 2018


e) de ajuizamento, individual e coletivamente, frente à Justiça Dispõe o art. 19 (ADCT): “Os servidores públicos civis da União,
do Trabalho, nos termos da Constituição Federal. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração
Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer, direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data
dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a aposentado- da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos conti-
ria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos Fun- nuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art.
cionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de outubro de 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.”
1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele dispositi- Conforme o disposto nesse art. 19, a estabilidade no serviço
vo.” público
Senado Federal, 18 de abril de 1991. 170° da Independência e (A) aplica-se aos servidores que a lei declare de livre exonera-
103° da República. ção.
(B) aplica-se aos ocupantes de cargos, funções e empregos de
confiança ou em comissão.
QUESTÕES (C) depende do tempo de serviço dos servidores, que será con-
tado como título, quando se submeterem a concurso para fins
de efetivação, na forma da lei.
1-CESGRANRIO - 2019
(D) não se aplica aos professores de nível superior, nos termos
Um médico ortopedista, exercendo suas atividades em deter-
da Constituição.
minado município, com horário livre, resolveu realizar concurso
(E) não se aplica às hipóteses que a lei declare de livre exonera-
para ocupar cargo no Estado. Após aprovação no certame, ele passa
ção, cujo tempo de serviço não será computado para os fins do
a exercer atividades nos dois órgãos, o municipal e o estadual, ocu-
caput desse artigo, inclusive por se tratar de servidor.
pando cargos de médico. Em determinado momento, o serviço de
medicina do Estado passa por uma troca de chefia. Esse novo che-
4-CESGRANRIO - 2018
fe exige que o ortopedista modifique os seus dias de plantão para
São princípios constitucionais que regem a administração pú-
melhor atender ao interesse público. Ocorre que os dias indicados
blica, EXCETO
coincidem com os realizados no município. O ortopedista, então,
(A) Legalidade
requer que seus dias de plantão sejam mantidos para poder exercer
(B) Impessoalidade
seu direito de acumulação de cargos.
(C) Moralidade
Nos termos da Constituição Federal, a cumulação, quando pre-
(D) Marketing
vista, é possível, desde que haja compatibilidade de
(E) Publicidade
(A) conhecimentos
(B) horários
5-CESGRANRIO - 2019
(C) gerentes
J é portador de necessidades especiais e pretende ingressar no
(D) locais
serviço público. Nos termos da Lei n° 8.112/1990, às pessoas por-
(E) órgãos
tadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em
concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam
2-CESGRANRIO - 2019
compatíveis com a deficiência de que são portadoras.
Um cidadão deseja comunicar que um certo servidor público
Para tais pessoas, serão reservadas, das vagas oferecidas no
está exercendo de forma negligente o cargo que ocupa.
concurso, até
Nos termos da Constituição Federal, a lei disciplinará as formas
(A) 5%
de participação do usuário na administração pública direta e indi-
(B) 10%
reta, regulando especialmente a disciplina contra o exercício negli-
(C) 15%
gente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração
(D) 20%
pública, através de uma
(E) 30%
(A) delação
(B) representação
6-CESGRANRIO - 2023
(C) notificação
A banca organizadora de um concurso para o cargo de agente
(D) acusação
de saúde em um determinado município decide estabelecer, como
(E) indicação
etapa necessária para o certame, a realização de avaliação psicoló-
gica.
Para sujeitar o candidato a cargo público a exame psicotécnico
antes mesmo da publicação do ato em que se organiza o certame, é
indispensável a previsão
(A) no edital
(B) em aviso
(C) em portaria
(D) em lei
(E) em resolução

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a solução para o seu concurso!
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

7-CESGRANRIO - 2019 10-CESGRANRIO - 2018


P obtém aprovação para ingressar no serviço público federal, Nos termos do Decreto Lei n° 200/1967, a Sociedade de Econo-
tendo tomado posse e entrado em exercício nos prazos legais. Sen- mia Mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
do profissional altamente qualificado na sua área de conhecimento, privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica,
logo após entrar em exercício, também logra aprovação para cur- sob a forma de sociedade
sar mestrado no exterior do país. Baseado na Lei n° 8.112/1990, (A) simples
P requer licença com vencimentos para manter seu vínculo com o (B) anônima
serviço público. (C) integral
O referido estatuto do servidor, no caso de período em que (D) por cotas
ocorre o estágio probatório, veda a concessão de licença para (E) por comandita
(A) capacitação
(B) acompanhar cônjuge 11-CESGRANRIO - 2018
(C) tratar doença Considerando as características dos entes que compõem a ad-
(D) serviço militar ministração pública indireta, uma das diferenças entre as empresas
(E) atividade política públicas e as sociedades de economia mista baseia-se na
(A) estrutura de propriedade
8-CESGRANRIO - 2023 (B) criação por meio de lei
Um funcionário de autarquia federal foi demitido após passar (C) regras de admissão de pessoal
por processo administrativo disciplinar, em que fora observada a (D) personalidade jurídica privada
ampla defesa e o direito ao contraditório, sob a acusação de que te- (E) possibilidade de falência
ria cometido infração funcional relativa ao recebimento indevido de
vantagem econômica. Em razão do ilícito penal, tal funcionário foi 12-FCC - 2022
processado criminalmente. Contudo, na esfera judicial, foi provado A reserva de contingência, de acordo com o Decreto-Lei nº
que o réu não concorreu para o suposto ato delituoso que motivou 200/1967,
a sua demissão. (A) tem o seu montante definido com base na receita corrente
Nesse caso, a repercussão da decisão penal absolutória total arrecadada.
(A) vincula a esfera administrativa e permite que esse funcioná- (B) tem a sua forma de utilização estabelecida na Lei Orçamen-
rio seja reintegrado ao cargo. tária Anual.
(B) vincula a esfera administrativa e permite que esse funcioná- (C) é destinada ao atendimento de despesas correntes resul-
rio seja revertido ao cargo. tantes de passivos contingentes e outros riscos estabelecidos
(C) vincula a esfera administrativa e permite que esse funcioná- no Anexo de Riscos Fiscais.
rio seja reconduzido ao cargo. (D) é constituída sob a forma de dotação global não especifica-
(D) não vincula a esfera administrativa, pois a responsabilidade mente destinada a determinado órgão, unidade orçamentária,
administrativa não se subordina à decisão judicial. programa ou categoria econômica.
(E) não vincula a esfera administrativa, mas viabiliza a indeniza- (E) é apresentada na Lei Orçamentária Anual e deve ser execu-
ção por danos morais. tada com despesas correntes.

9-CESGRANRIO - 2023 13- FCC - 2022


A Administração Pública indireta é composta por entes descen- A reserva de contingência de um ente público, de acordo com
tralizados, de competência do governo, criados para desempenha- o Decreto-Lei nº 200/1967,
rem variadas funções de serviços à população. Nesse sentido, existe (A) integra o seu Anexo de Riscos Fiscais e a sua forma de utili-
uma entidade que assume a forma de pessoa jurídica, cuja criação é zação e o seu montante devem ser definidos na Lei Orçamentá-
autorizada por lei, como um instrumento de ação do Estado, dotada ria Anual do referido ente.
de personalidade de Direito Privado, mas submetida a certas regras (B) corresponde a um crédito orçamentário destinado a aten-
especiais, decorrentes dessa sua natureza auxiliar da atuação go- der despesas correntes fixadas na sua Lei Orçamentária Anual
vernamental. Ela é constituída sob a forma de sociedade anônima, e resultantes de passivos contingentes.
cujas ações com direito a voto pertencem em sua maioria à União (C) registra o valor da dotação global, não especificamente des-
ou a uma entidade de sua administração indireta, sobre remanes- tinada a determinado programa, categoria econômica, órgão
cente acionário de propriedade particular. ou unidade orçamentária do referido ente.
Essa entidade é chamada de (D) tem o seu montante definido com base na receita orçamen-
(A) empresa pública tária total arrecadada pelo referido ente no mês em referência
(B) autarquia especial e nos onze anteriores.
(C) agência reguladora (E) tem o seu montante definido com base na receita corrente
(D) sociedade de economia mista prevista e a sua forma de utilização deve ser definida no Orça-
(E) agência executiva mento Fiscal do referido ente.

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a solução para o seu concurso!
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14-CESPE / CEBRASPE - 2022


A administração pública é regida por normas e por princípios
ANOTAÇÕES
constitucionais e legais. Entre os princípios que foram estabelecidos ______________________________________________________
por lei, mas que não se encontram na Constituição Federal de 1988,
inclui-se o princípio da ______________________________________________________
(A) eficiência.
(B) moralidade. ______________________________________________________
(C) impessoalidade.
(D) publicidade. ______________________________________________________
(E) razoabilidade.
______________________________________________________
15-FUNDATEC - 2021 ______________________________________________________
Em relação aos princípios constitucionais que regem a adminis-
tração pública(conforme artigo 37 da Constituição Federal vigente), ______________________________________________________
analise as assertivas a seguir:
• O Princípio da __________ exige que a atividade administrati- ______________________________________________________
va seja desenvolvida de modo leal e que assegure a toda a comuni-
dade a obtenção de vantagens justas. • As ações do administrador ______________________________________________________
público são plenamente vinculadas ao que estabelecem as normas
______________________________________________________
vigentes, ou seja, ele somente pode fazer o que a lei autoriza ou
determina. Diferente do gestor privado, que pode fazer tudo o que ______________________________________________________
a lei não proíbe. Esse é o Princípio da __________. • O Princípio da
__________ exige que os atos estatais sejam levados ao conheci- ______________________________________________________
mento de todos, ressalvadas hipóteses em que se justificar o sigilo.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen- ______________________________________________________
te, as lacunas dos trechos acima.
(A) Eficiência – Impessoalidade – Transparência ______________________________________________________
(B) Eficiência – Legalidade – Transparência
(C) Moralidade – Impessoalidade – Publicidade ______________________________________________________
(D) Moralidade – Impessoalidade – Transparência
______________________________________________________
(E) Moralidade – Legalidade – Publicidade
______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 B
______________________________________________________
2 B
3 C ______________________________________________________
4 D ______________________________________________________
5 D
______________________________________________________
6 D
_____________________________________________________
7 A
8 A _____________________________________________________
9 D ______________________________________________________
10 B
______________________________________________________
11 A
12 D ______________________________________________________

13 C ______________________________________________________
14 E
______________________________________________________
15 E
______________________________________________________

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FINANÇAS PÚBLICAS

Mercado
ATRIBUIÇÕES ECONÔMICAS DO ESTADO As relações entre Estado, mercado e sociedade civil organizada,
se constituem em uma problemática que vem sendo explorada por
diferentes esforços teóricos, na busca de se compreender como se
Estado dão tais interações. Entre estas perspectivas, duas correntes, a neo-
Define-se o Estado como pessoa jurídica territorial, ou seja, é a liberal e a neoestatal, são as mais comumente utilizadas.
unidade de pessoas reconhecida pela ordem jurídica como sujeito
de direitos e obrigações. A extensão de terra na qual o Estado exer- Atribuições Econômicas do Estado
ce sua soberania denomina-se território1. As grandes empresas, os monopólios, o protecionismo e os
O Estado refere-se à convivência humana, à sociedade política, sindicatos iniciaram a destruição inapelável do mercado como me-
e capta o significado de poder, força e direito. Trata-se de uma so- canismo regulador do sistema econômico. A Demanda Global mais
ciedade natural, no sentido de que decorre naturalmente do fato o Investimento Global, determinam a Renda Global (Tripé Macroe-
de que os homens vivem necessariamente e se organizam em so- conômico keynesiano), sob três funções:
ciedade, realizando o bem geral que lhes é próprio, ou seja, o bem • Função Alocativa
comum. Justifica-se a atividade estatal na alocação de recursos nos ca-
O Estado é formado pelo conjunto de instituições públicas que sos em que não houver a necessária eficiência por parte do sistema
representam, organizam e atendem os anseios da população que de mercado. Exemplos dessa alocação são os investimentos na in-
habita o seu território, dentre essas instituições, pode-se citar: o fraestrutura econômica e a provisão de bens meritórios.
governo, as escolas, as prisões, os hospitais públicos, o exército, Tanto pode ser produzido/ofertado diretamente pelo Poder
etc. Ele é organizado politicamente, socialmente e juridicamente, público quanto incentivada a sua produção ou oferta pela iniciativa
ocupando um território definido, onde normalmente a lei máxima privada. O principal instrumento utilizado pela função alocativa é o
é uma constituição escrita, e dirigida por um governo que possui orçamento público.
soberania reconhecida tanto interna como externamente.
A Administração Pública é a forma como o Estado governa, • Função Distributiva
ou seja, como executa as suas atividades para o bem-estar de seu O sistema de mercado é ineficiente para corrigir suas próprias
povo. A função da administração no setor público, é semelhante ao falhas. A ação do Estado é requerida para discussão de medidas
setor privado, que é planejar, organizar, dirigir e controlar recursos que solucionem os problemas graves de miséria e de melhoria da
humanos, materiais e financeiros, com a finalidade de atingir deter- qualidade de vida das camadas mais pobres da população, oriun-
minados objetivos. dos da concentração da riqueza em um determinado patamar da
O objetivo do Estado é o bem público e o agente público deverá sociedade, combinando tributos progressivos sobre as classes de
agir em conformidade com os ditames da Lei, em concordância com renda mais elevada com a transferência de renda para as camadas
o princípio da Legalidade, que se encontra entre os princípios da mais pobres da população, utilizando o orçamento público como
Administração Pública, inseridos no caput do artigo 37 da Constitui- instrumento dessa distribuição.
ção Federal: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade
e Eficiência. • Função Estabilizadora
Quanto aos recursos, os contribuintes são a fonte de receita do A política fiscal busca a manutenção do nível de emprego, esta-
Estado, que arrecada por meio de impostos, que não necessaria- bilidade nos níveis de preço, equilíbrio no balanço de pagamentos
mente, são convertidos em serviços públicos. e uma taxa de crescimento econômico compatível. Considerada a
mais moderna das três funções, adquiriu grande importância a par-
Sociedade tir da depressão dos anos 30.
A sociedade classifica-se como uma rede de relacionamento No caso do emprego e do preço, em função das características
entre pessoas, uma comunidade interdependente e organizada, ou do mercado, a ação estatal se dá sobre a demanda agregada, con-
seja, um grupo de indivíduos que formam um sistema semiaberto, forme a necessidade. Além dos instrumentos fiscais, pode-se utili-
no qual a maior parte das interações é feita com outros indivíduos zar instrumento monetários na busca da estabilização do mercado.
pertencentes ao mesmo grupo.
Na sociedade o conjunto de pessoas compartilham propósitos,
preocupações e costumes, e interagem entre si constituindo uma
comunidade.

1 MORAES, A.; Direito Constitucional, 23a ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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scos, a escolha de instrumentos de dívida apropriados e a garantia


FUNDAMENTOS DAS FINANÇAS PÚBLICAS, TRIBUTAÇÃO E de que os níveis de endividamento sejam mantidos dentro de limi-
ORÇAMENTO tes sustentáveis.

Política Fiscal
Os fundamentos das finanças públicas, tributação e orçam- A política fiscal, que inclui decisões sobre tributação e gastos
ento são pilares essenciais para a gestão eficiente dos recursos de públicos, é uma ferramenta poderosa para influenciar a economia.
um Estado, desempenhando um papel crucial na administração Ela pode ser usada para estimular o crescimento econômico, redu-
econômica e social de uma nação. As finanças públicas abrangem zir desigualdades, promover a estabilidade econômica e alcançar
todas as atividades relacionadas à obtenção e ao uso dos recursos objetivos sociais. A eficácia da política fiscal depende de um equilíb-
pelo governo, incluindo a coleta de receitas, a realização de despe- rio cuidadoso entre diferentes objetivos, tais como incentivar o in-
sas e a gestão da dívida pública. A compreensão desses fundamen- vestimento e consumo, mantendo ao mesmo tempo a sustentabili-
tos é vital para garantir que os recursos públicos sejam utilizados de dade das finanças públicas.
maneira eficaz, eficiente e equitativa, contribuindo para o desenvol-
vimento econômico e o bem-estar social. Desafios e Perspectivas
As finanças públicas enfrentam vários desafios, como a necessi-
Tributação dade de responder a crises econômicas, gerenciar a dívida pública,
A tributação é uma das principais fontes de receita para os combater a evasão fiscal e adaptar-se a mudanças demográficas e
governos. Ela envolve a coleta de impostos, taxas e contribuições econômicas. A globalização e a digitalização também trazem novos
dos cidadãos e empresas. O sistema tributário de um país deve ser desafios para a tributação e a gestão de recursos. Portanto, políticas
projetado de forma a garantir a justiça fiscal, eficiência econômica flexíveis e adaptáveis, juntamente com uma gestão eficiente e tran-
e conformidade com as normas e objetivos políticos. Os impostos sparente, são essenciais para enfrentar esses desafios.
podem ser diretos, como o imposto de renda, que incide sobre a Os fundamentos das finanças públicas, tributação e orçamento
renda das pessoas e das empresas, ou indiretos, como o imposto são cruciais para o funcionamento eficaz e responsável de um go-
sobre vendas, que incide sobre o consumo de bens e serviços. verno. Eles desempenham um papel vital na distribuição de recur-
Uma tributação eficaz deve ser equitativa, ou seja, justa em re- sos, no estímulo à economia e na promoção do bem-estar social.
lação à capacidade de pagamento dos contribuintes. O princípio da Uma gestão financeira pública eficiente requer um equilíbrio entre
progressividade, por exemplo, sugere que indivíduos com maior ca- a geração de receitas, por meio de um sistema tributário justo e efi-
pacidade de pagamento devem contribuir com uma parcela maior ciente, e a alocação de despesas, por meio de um orçamento bem
de seus rendimentos. Além disso, a simplicidade e a transparência planejado e executado. Além disso, a sustentabilidade da dívida
do sistema tributário são fundamentais para garantir a compreen- pública e uma política fiscal equilibrada são essenciais para manter
são e a conformidade dos contribuintes. a saúde econômica de longo prazo de um país. A transparência, a
prestação de contas e a participação pública são fundamentais para
Orçamento Público assegurar que as finanças públicas atendam efetivamente às neces-
O orçamento público é a ferramenta através da qual o governo sidades e expectativas da sociedade, promovendo a confiança e a
planeja suas receitas e despesas. Ele reflete as prioridades polític- estabilidade econômica
as e econômicas de um país, sendo fundamental para a alocação
eficiente de recursos, controle das finanças públicas e promoção
da responsabilidade fiscal. O orçamento deve ser elaborado le- FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS: ESTRUTURA
vando-se em conta as necessidades da sociedade e os recursos di- DE RECEITAS E DESPESAS DO ESTADO BRASILEIRO
sponíveis, buscando um equilíbrio entre os diversos setores, como
saúde, educação, infraestrutura e defesa.
A elaboração do orçamento envolve várias etapas, desde a pro- O financiamento das políticas públicas no Brasil é uma questão
posta inicial até a aprovação pelo legislativo e a execução pelo exe- complexa, envolvendo uma intrincada estrutura de receitas e
cutivo. A transparência e a participação pública são aspectos crític- despesas do Estado. Esta estrutura é fundamental para entender
os desse processo, pois permitem que os cidadãos acompanhem e como o país aloca seus recursos para atender às necessidades
influenciem como os recursos públicos são utilizados. Além disso, da população e promover o desenvolvimento socioeconômico.
o monitoramento e a avaliação contínua do orçamento são neces- O financiamento das políticas públicas no Brasil é sustentado
sários para garantir que os objetivos estabelecidos sejam atingidos principalmente por meio de receitas obtidas através da tributação
e para fazer ajustes conforme necessário. e, em menor medida, por outras fontes como empréstimos e
financiamentos internacionais.
Gestão da Dívida Pública
A gestão da dívida pública é outro componente fundamental Estrutura de Receitas
das finanças públicas. Os governos frequentemente recorrem ao A principal fonte de receita do Estado brasileiro vem dos
endividamento para financiar despesas que não podem ser co- impostos, taxas e contribuições. O sistema tributário brasileiro é
bertas pelas receitas correntes. Uma gestão prudente da dívida é complexo, com tributos federais, estaduais e municipais. Entre os
crucial para manter a sustentabilidade fiscal a longo prazo e a con- impostos federais, destacam-se o Imposto de Renda (IR), o Imposto
fiança dos investidores. Isso envolve a avaliação cuidadosa dos ri- sobre Produtos Industrializados (IPI) e a Contribuição Social sobre
o Lucro Líquido (CSLL). Já nos níveis estaduais e municipais, temos,

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FINANÇAS PÚBLICAS

respectivamente, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e nos federal, estadual e municipal, sendo desenvolvida anualmente
Serviços (ICMS) e o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial para cada mandato, tipicamente começando no segundo ano de
Urbana (IPTU). um mandato presidencial, legislativo ou municipal e terminando no
Além dos impostos, o Brasil conta com contribuições sociais, primeiro ano do próximo mandato.
como o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e o PIS/PASEP, que Portanto, o PPA 2024-2027 se refere ao planejamento que
são destinadas especificamente para financiar a segurança social, abrangerá o período de 2024 a 2027.
incluindo aposentadorias, pensões e outros benefícios sociais.
— Modelo De Planejamento
Estrutura de Despesas Embora o PPA siga diretrizes gerais de planejamento estratégi-
As despesas do Estado brasileiro são divididas em várias co, ele possui características específicas que o diferenciam de ou-
categorias, refletindo as diferentes áreas de políticas públicas. A tros modelos de planejamento. Aqui estão alguns aspectos chave
maior parte das despesas é destinada para a segurança social, que do modelo de planejamento do PPA 2024-2027:
inclui previdência, assistência e saúde. Os gastos com educação – Plurianual: o PPA cobre quatro anos, como o próprio nome
e segurança também representam uma parcela significativa do sugere, permitindo ao governo planejar ações de médio prazo.
orçamento. – Orientação estratégica: o PPA identifica áreas prioritárias,
objetivos e diretrizes gerais para estabelecer a visão estratégica do
As despesas públicas governo para o período.
no Brasil são ainda classificadas entre despesas correntes e – Programas e ações: o PPA descreve os programas e ações que
despesas de capital. As despesas correntes incluem gastos com o governo pretende implementar para atingir os objetivos defini-
a manutenção da máquina pública, como salários de servidores, dos. Cada programa contém metas e ações específicas para cada
benefícios sociais e custeio da administração. As despesas de capital, setor de atividade do governo.
por outro lado, referem-se a investimentos em infraestrutura, como – Alocação de recursos: o PPA inclui uma previsão de recursos
construção de estradas, escolas e hospitais, que são essenciais para para cada programa e ação, mostrando como os recursos públicos
o desenvolvimento a longo prazo. serão distribuídos ao longo do tempo.
– Participação e controle social: a participação da sociedade
Desafios e Perspectivas civil e dos órgãos de controle é necessária no processo de elabora-
Um dos grandes desafios na gestão das finanças públicas no ção do PPA. Isso aumenta a transparência e a responsabilidade do
Brasil é o equilíbrio entre receitas e despesas. O país enfrenta governo.
frequentemente questões relacionadas ao déficit público, onde
as despesas superam as receitas, levando ao aumento da dívida Portanto, o modelo de planejamento do PPA 2024-2027 é es-
pública. Isso impõe limitações ao financiamento de políticas públicas pecificamente adaptado para o contexto do governo federal bra-
e pode comprometer a sustentabilidade fiscal a longo prazo. sileiro e se concentra em diretrizes e ações de médio prazo, com
Outro ponto de atenção é a rigidez orçamentária, onde uma ênfase na responsabilidade, transparência e avaliação contínua do
grande parte das despesas é obrigatória, limitando a capacidade do desempenho.
governo de realocar recursos para áreas emergenciais ou de maior
necessidade. A reforma tributária e a reforma da previdência são — Mega Objetivos
frequentemente debatidas como meios de modernizar a estrutura Os Mega Objetivos no Plano Plurianual (PPA) são orientações
fiscal e previdenciária, respectivamente, visando uma maior estratégicas de alto nível que representam os principais desafios e
eficiência e justiça social. metas que o governo federal brasileiro pretende alcançar dentro
Além disso, a eficiência na aplicação dos recursos públicos é um de um determinado período de planejamento. Eles são uma parte
tema constante. O objetivo é garantir que os fundos sejam usados fundamental do PPA e servem como uma referência para orientar
de maneira a maximizar o impacto positivo nas áreas de educação, as políticas e ações do governo ao longo de um ciclo de quatro anos.
saúde, segurança e infraestrutura, beneficiando a população e Formulados com base nas prioridades governamentais e nas neces-
contribuindo para o desenvolvimento do país. sidades do país, eles são amplos, abrangendo áreas chave do gover-
O financiamento das políticas públicas no Brasil, através da sua no e refletindo os compromissos de campanha do governo eleito.
estrutura de receitas e despesas, é um aspecto fundamental para Este mega objetivo pode representar a determinação do go-
o funcionamento do Estado e o bem-estar da população. Enfrentar verno de reduzir a pobreza e melhorar as condições de vida dos
os desafios relacionados à gestão fiscal, ao equilíbrio orçamentário indivíduos vulneráveis. Também pode representar um compromis-
e à eficiência dos gastos públicos é essencial para assegurar o so com a preservação do ambiente, o uso sustentável dos recursos
desenvolvimento sustentável e a equidade social no país. naturais e o crescimento económico consciente. Pode igualmente
representar o objetivo de melhorar a educação, aumentar o acesso
à educação de alta qualidade e assegurar que a força de trabalho
NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO: PLANO PLURIANUAL seja dotada de competências.
(PPA), LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) E LEI OR- O compromisso com o acesso universal a cuidados de saúde de
ÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) qualidade e a melhoria dos indicadores de saúde da população se
reflete no desenvolvimento de infraestruturas, incluindo estradas,
ferrovias, portos e aeroportos, o que melhora a conectividade e a
O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento de planejamento de logística no país.
médio prazo para estabelecer objetivos, metas e orientações para
um período de quatro anos. É uma ferramenta crucial nos gover-
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A inclusão de Mega Objetivos no PPA ajuda a orientar as políti- Programa


cas públicas, programas e projetos desenvolvidos e implementados Um programa em Administração de Obras Públicas (PPA) é um
durante o período de planejamento. Cada Mega Objetivo é dividido conjunto estruturado de ações destinadas a atingir objetivos espe-
em programas específicos e ações para alcançar os objetivos esta- cíficos em uma área específica do governo. Exemplos de programas
belecidos. Esta estrutura hierárquica permite que o governo plane- incluem o Programa de Educação de Qualidade, Saúde para Todos
je de forma eficiente, atribuindo recursos e responsabilidades de e Programa de Desenvolvimento de Infraestruturas. Os programas
acordo com as prioridades estratégicas. Estes são os objetivos mais são tipicamente bem estruturados, envolvendo ações conexas des-
elevados que o governo federal brasileiro pretende alcançar ao lon- tinadas a atingir objetivos de médio prazo e tendo recursos finan-
go de quatro anos, orientando o planejamento e a implementação ceiros alocados para a sua execução. Cada programa é gerido por
de políticas públicas em áreas-chave. uma entidade responsável, responsável pela coordenação e super-
visão da execução das ações incluídas.
— Dimensões
O Plano Plurianual Brasileiro (PPA) usa dimensões para repre- Ação
sentar diferentes áreas governamentais e setores de política públi- Uma ação num programa é uma atividade específica, concreta
ca. Estas dimensões ajudam a organizar o planeamento estratégico e mensurável que faz parte do programa. Exemplos de ações in-
e a alocação de recursos ao longo do período de quatro anos abran- cluem a construção de 100 escolas, a distribuição de medicamentos
gido pelo PPA. Eles são usados para agrupar programas e ações a 1 milhão de pacientes e a reforma de 500 quilômetros de estra-
governamentais em categorias temáticas, tornando mais fácil iden- das. Estas ações visam atingir objetivos de curto a médio prazo e são
tificar e acompanhar as atividades. Embora as dimensões possam apoiadas por recursos financeiros, datas de execução e indicadores
variar de um ciclo de planejamento para outro, elas geralmente de desempenho. Cada ação é atribuída a uma entidade responsável
incluem áreas com trabalho extensivo do governo. para a execução e o acompanhamento dos progressos, que envolve
O desenvolvimento social engloba políticas e programas rela- a utilização eficiente dos recursos alocados e a garantia de que os
cionados à educação, saúde, assistência social, cultura, desporto e resultados são alcançados.
outros sectores que afetam o bem-estar e a qualidade de vida da Em suma, os programas representam a direção geral do gover-
população. no em áreas chave, enquanto as ações são atividades concretas e
As infraestruturas incluem programas e ações relacionadas mensuráveis que contribuem para a realização dos objetivos esta-
com transportes, energia, habitação, saneamento básico, desenvol- belecidos. A combinação de programas e ações fornece uma estru-
vimento urbano e desenvolvimento económico, incluindo políticas tura lógica para planejar, implementar e anunciar políticas públicas
de crescimento económico, criação de emprego, desenvolvimento ao longo do ciclo de quatro anos do PPA, permitindo ao governo
industrial, agricultura e comércio externo. alocar eficientemente recursos, definir responsabilidades e monito-
O desenvolvimento do crescimento económico, a geração de rar o progresso em direção aos objetivos estabelecidos.
emprego, o desenvolvimento industrial, a agricultura e o comércio
externo abrangem políticas e programas voltados para o crescimen- LEI Nº 14.791, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2023
to econômico, a conservação do ambiente, a proteção dos recursos
naturais e a promoção da sustentabilidade. Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e a execução da
A segurança pública e a defesa abrangem ações relacionadas à Lei Orçamentária de 2024 e dá outras providências.
segurança, justiça, defesa nacional e segurança pública, enquanto a
inovação e a tecnologia abrangem programas relacionados à inves- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
tigação, ciência e tecnologia. cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Gestão e Governança aborda programas eficazes e qualidade
da gestão pública, promovendo transparência, responsabilidade e CAPÍTULO I
integridade. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Outras dimensões específicas podem ser criadas para refletir
áreas adicionais, como cultura, esportes e turismo. Art. 1º São estabelecidas, em cumprimento ao disposto no §
O PPA é dividido em programas e ações específicos, cada um vi- 2º do art. 165 da Constituição e na Lei Complementar nº 101, de 4
sando alcançar objetivos comuns dentro de uma dimensão específi- de maio de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, as diretrizes orça-
ca. Estes programas são ações coordenadas, enquanto as ações são mentárias da União para 2024, compreendendo:
atividades específicas. As dimensões do PPA ajudam a estruturar o I - as metas e as prioridades da administração pública federal;
documento e facilitar a comunicação das prioridades governamen- II - a estrutura e a organização dos orçamentos;
tais, permitindo que as partes interessadas entendam as áreas de III - as diretrizes para a elaboração e a execução dos orçamen-
foco e os objetivos estratégicos. Isto é essencial para o planejamen- tos da União;
to, a implementação e o acompanhamento das políticas públicas ao IV - as disposições relativas às transferências;
longo do ciclo de planeamento do PPA. V - as disposições relativas à dívida pública federal;
VI - as disposições relativas às despesas com pessoal e encargos
— Programa e Ação sociais e aos benefícios aos servidores, aos empregados e aos seus
Os componentes principais do Plano Plurianual (PPA) do Brasil dependentes;
são programas e ações, que descrevem as atividades governamen- VII - a política de aplicação dos recursos das agências financei-
tais e as políticas públicas a serem implementadas durante o perío- ras oficiais de fomento;
do do plano. Uma descrição mais detalhada dos programas e ações VIII - as disposições relativas à adequação orçamentária decor-
incluídos no PPA pode ser encontradas como: rente das alterações na legislação;
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IX - as disposições relativas à fiscalização pelo Poder Legislativo CAPÍTULO III


e às obras e aos serviços com indícios de irregularidades graves; DA ESTRUTURA E DA ORGANIZAÇÃO DOS ORÇAMENTOS
X - as disposições relativas à transparência; e
XI - as disposições finais. Art. 5º Para fins do disposto nesta Lei e na Lei Orçamentária de
2024, entende-se por:
CAPÍTULO II I - subtítulo - o menor nível da categoria de programação, que
DAS METAS E DAS PRIORIDADES DA ADMINISTRAÇÃO delimita a localização geográfica da ação e que pode ser utilizado,
PÚBLICA FEDERAL adicionalmente, para restringir o seu objeto;
II - unidade orçamentária - o menor nível da classificação ins-
Art. 2º A elaboração e a aprovação do Projeto de Lei Orçamen- titucional;
tária de 2024 e a execução da respectiva Lei deverão ser compatí- III - órgão orçamentário - o maior nível da classificação institu-
veis com a meta de resultado primário de R$ 0,00 (zero real) para os cional, cuja finalidade é agrupar unidades orçamentárias;
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, conforme demonstrado IV - concedente - o órgão ou a entidade da administração pú-
no Anexo de Metas Fiscais constante do Anexo IV a esta Lei. blica federal direta ou indireta responsável pela transferência de re-
§ 1º Para fins da demonstração da compatibilidade referida no cursos financeiros oriundos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade
caput, admite-se intervalo de tolerância com: Social da União destinados à execução de ações orçamentárias;
I - limite superior equivalente a superavit primário de R$ V - convenente - o órgão ou a entidade da administração públi-
28.756.172.359,00 (vinte e oito bilhões setecentos e cinquenta e ca direta ou indireta, de qualquer esfera de Governo, e a organiza-
seis milhões cento e setenta e dois mil trezentos e cinquenta e nove ção da sociedade civil, com os quais a administração pública federal
reais); e pactue a execução de ações orçamentárias com transferência de
II - limite inferior equivalente a deficit primário de R$ recursos financeiros;
28.756.172.359,00 (vinte e oito bilhões setecentos e cinquenta e VI - unidade descentralizadora - o órgão da administração pú-
seis milhões cento e setenta e dois mil trezentos e cinquenta e nove blica federal direta, a autarquia, a fundação pública ou a empresa
reais). estatal dependente detentora e descentralizadora da dotação orça-
§ 2º A obtenção de resultado que exceda ao limite superior de mentária e dos recursos financeiros;
que trata o inciso I do § 1º não implica descumprimento da meta VII - unidade descentralizada - o órgão da administração pú-
estabelecida no caput. blica federal direta, a autarquia, a fundação pública ou a empresa
§ 3º A meta de resultado primário e o intervalo de tolerância estatal dependente recebedora da dotação orçamentária e dos re-
referidos neste artigo poderão ser adequados pela legislação de cursos financeiros;
que trata o art. 6º da Emenda à Constituição nº 126, de 21 de de- VIII - produto - o bem ou o serviço que resulta da ação orça-
zembro de 2022. mentária;
§ 4º A projeção de resultado primário dos Estados, do Distrito IX - unidade de medida - a unidade utilizada para quantificar e
Federal e dos Municípios será aquela indicada no Anexo de Metas expressar as características do produto; e
Fiscais constante do Anexo IV, a qual será referência para fins de X - meta física - a quantidade estimada para o produto no exer-
fixação dos limites para contratação de operações de crédito pelos cício financeiro;
entes federativos e concessão de garantias da União a essas ope- XI - atividade - o instrumento de programação para alcançar o
rações. objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações
Art. 3º A elaboração e a aprovação do Projeto de Lei Orçamen- que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta
tária de 2024 e a execução da respectiva Lei, para o Programa de um produto necessário à manutenção da ação de governo;
Dispêndios Globais de que trata o inciso XXII do Anexo II, deverão XII - projeto - o instrumento de programação para alcançar o
ser compatíveis com a obtenção da meta de deficit primário de R$ objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações li-
7.312.117.949,00 (sete bilhões trezentos e doze milhões cento e de- mitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para
zessete mil novecentos e quarenta e nove reais). a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo; e
§ 1º Não serão consideradas na meta de deficit primário, de XIII - operação especial - as despesas que não contribuem para
que trata o caput, relativa ao Programa de Dispêndios Globais: a manutenção, a expansão ou o aperfeiçoamento das ações de go-
I - as empresas do Grupo Petrobras; verno no âmbito da União, das quais não resulta um produto e não
II - as empresas do Grupo Empresa Brasileira de Participações é gerada contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
em Energia Nuclear e Binacional - ENBPar; e § 1º As categorias de programação de que trata esta Lei serão
III - as despesas do Orçamento de Investimento destinadas identificadas no Projeto de Lei Orçamentária de 2024, na respectiva
ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento, limitado a R$ Lei e nos créditos adicionais, por programas, projetos, atividades ou
5.000.000.000,00 (cinco bilhões de reais). operações especiais e respectivos subtítulos, com indicação, quan-
§ 2º Poderá haver, durante a execução da Lei Orçamentária de do for o caso, do produto, da unidade de medida e da meta física.
2024, com demonstração nos relatórios de que tratam o § 4º do art. § 2º Ficam vedados, na especificação dos subtítulos:
71 e o caput do art. 158, compensação entre as metas estabelecidas I - produto diferente daquele informado na ação;
para os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social e para o Programa II - denominação que evidencie finalidade divergente daquela
de Dispêndios Globais referido no caput. especificada na ação; e
Art. 4º (VETADO). III - referência a mais de um beneficiário, localidade ou área
geográfica no mesmo subtítulo.

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§ 3º A meta física deverá ser indicada em nível de subtítulo e § 3º Na hipótese de aprovação do plano de sustentabilidade
agregada segundo o projeto ou a atividade e estabelecida em fun- econômica e financeira de que trata o § 2º, a empresa pública ou
ção do custo de cada unidade do produto e do montante de recur- sociedade de economia mista continuará a integrar os Orçamentos
sos alocados. Fiscal e da Seguridade Social da União durante a sua vigência.
§ 4º No Projeto de Lei Orçamentária de 2024, um código se- Art. 7º Os Orçamentos Fiscal, da Seguridade Social e de Inves-
quencial, que não constará da respectiva Lei, deverá ser atribuído timento discriminarão a despesa por unidade orçamentária, com
a cada subtítulo, para fins de processamento, hipótese em que as suas categorias de programação detalhadas no menor nível e dota-
modificações propostas nos termos do disposto no § 5º do art. 166 ções respectivas, especificando a esfera orçamentária, o Grupo de
da Constituição deverão preservar os códigos sequenciais da pro- Natureza de Despesa - GND, o identificador de resultado primário
posta original. - RP, a modalidade de aplicação, o identificador de uso - IU e a fonte
§ 5º As ações que possuem a mesma finalidade, consubstancia- de recursos.
da em seu título, deverão ser classificadas sob apenas um código, § 1º A esfera orçamentária tem por finalidade identificar se o
independentemente da unidade orçamentária. orçamento é Fiscal - F, da Seguridade Social - S ou de Investimento
§ 6º O projeto deverá constar de apenas uma esfera orçamen- - I.
tária, sob apenas um programa. § 2º Os GNDs constituem agregação de elementos de despesa
§ 7º A subfunção, nível de agregação imediatamente inferior de mesmas características quanto ao objeto de gasto, conforme dis-
à função, deverá evidenciar cada área da atuação governamental. criminados a seguir:
§ 8º A ação orçamentária, entendida como atividade, projeto I - pessoal e encargos sociais (GND 1);
ou operação especial, deverá identificar a função e a subfunção às II - juros e encargos da dívida (GND 2);
quais se vincula e referir-se a apenas um produto. III - outras despesas correntes (GND 3);
§ 9º Nas referências ao Ministério Público da União constantes IV - investimentos (GND 4);
desta Lei, considera-se incluído o Conselho Nacional do Ministério V - inversões financeiras, incluídas as despesas referentes à
Público. constituição ou ao aumento de capital de empresas (GND 5); e
Art. 6º Os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social compreen- VI - amortização da dívida (GND 6).
derão o conjunto das receitas públicas e das despesas dos Poderes, § 3º A reserva de contingência prevista no art. 13 será classifi-
do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União, cada no GND 9 ou poderá ter outra classificação caso seja destinada
de seus fundos, órgãos, autarquias, inclusive especiais, e fundações especificamente às necessidades previstas no § 1º do art. 33 e no
instituídas e mantidas pelo Poder Público, das empresas públicas, art. 114.
sociedades de economia mista e demais entidades em que a União, § 4º O identificador de RP visa a auxiliar a apuração do resulta-
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com do primário previsto nos art. 2º e art. 3º, o qual deverá constar do
direito a voto e que dela recebam recursos do Tesouro Nacional, Projeto de Lei Orçamentária de 2024 e da respectiva Lei em todos
devendo a correspondente execução orçamentária e financeira, da os GNDs e identificar, de acordo com a metodologia de cálculo das
receita e da despesa, ser registrada na modalidade total no Sistema necessidades de financiamento do Governo Central, cujo demons-
Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - Siafi. trativo constará anexo à Lei Orçamentária de 2024, nos termos do
§ 1º Ressalvada a hipótese prevista no § 3º, ficam excluídos do disposto no inciso X do Anexo I, se a despesa é:
disposto no caput: I - financeira (RP 0);
I - os fundos de incentivos fiscais, que figurarão exclusivamente II - primária e considerada na apuração do resultado primário
como informações complementares ao Projeto de Lei Orçamentária para cumprimento da meta, sendo:
de 2024; a) obrigatória, cujo rol deve constar da Seção I do Anexo III (RP
II - os conselhos de fiscalização de profissão regulamentada; e 1);
III - as empresas públicas e as sociedades de economia mista b) discricionária não abrangida pelo disposto nas alíneas “c” e
que recebam recursos da União apenas em decorrência de: “d” (RP 2);
a) participação acionária; c) discricionária e abrangida pelo Programa de Aceleração do
b) fornecimento de bens ou prestação de serviços; Crescimento - Novo PAC (RP 3); ou
c) pagamento de empréstimos e financiamentos concedidos; e d) discricionária decorrente de dotações ou programações in-
d) transferência para aplicação em programas de financiamen- cluídas ou acrescidas por emendas:
to, nos termos do disposto na alínea “c” do inciso I do caput do art. 1. individuais, de execução obrigatória nos termos do disposto
159 e no § 1º do art. 239 da Constituição. nos § 9º e § 11 do art. 166 da Constituição (RP 6);
§ 2º A empresa pública ou sociedade de economia mista in- 2. de bancada estadual, de execução obrigatória nos termos do
tegrante dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social em que a disposto no § 12 do art. 166 da Constituição (RP 7);
União detenha a maioria do capital social com direito a voto poderá 3. de comissão permanente do Senado Federal, da Câmara dos
apresentar plano de sustentabilidade econômica e financeira, com Deputados e de comissão mista permanente do Congresso Nacional
vistas à revisão de sua classificação de dependência, na forma pre- (RP 8); ou
vista em ato do Poder Executivo federal, quando: III - primária constante do Orçamento de Investimento e não
I - não tiver recebido ou utilizado recursos do Tesouro Nacional considerada na apuração do resultado primário para cumprimento
para pagamento de despesas com pessoal e de custeio em geral; ou da meta, sendo:
II - as receitas próprias tenham apresentado crescimento con- a) discricionária e não abrangida pelo PAC (RP 4); ou
tínuo nos últimos três exercícios, tendo a arrecadação atingido, no b) discricionária e abrangida pelo PAC (RP 5).
último ano, valor igual ou superior a oitenta por cento da soma de
todas as suas despesas com pessoal e de custeio em geral.
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§ 5º Nenhuma ação conterá, simultaneamente, dotações des- Art. 8º Todo e qualquer crédito orçamentário deverá ser con-
tinadas a despesas financeiras e primárias, ressalvada a reserva de signado diretamente à unidade orçamentária à qual pertencerem
contingência. as ações correspondentes, vedada a consignação de crédito a título
§ 6º A Modalidade de Aplicação - MA indica se os recursos se- de transferência a outras unidades orçamentárias integrantes dos
rão aplicados: Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social.
I - diretamente, pela unidade detentora do crédito orçamentá- § 1º Não caracteriza infringência ao disposto no caput e à veda-
rio ou, em decorrência de descentralização de crédito orçamentá- ção a que se refere o inciso VI do caput do art. 167 da Constituição a
rio, por outro órgão ou entidade integrante do Orçamento Fiscal ou descentralização de créditos orçamentários para execução de ações
da Seguridade Social; pertencentes à unidade orçamentária descentralizadora.
II - indiretamente, mediante transferência, por outras esferas § 2º As operações entre órgãos, fundos e entidades integrantes
de Governo, seus órgãos, fundos ou entidades ou por entidades pri- dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, ressalvado o dispos-
vadas, exceto o caso previsto no inciso III; ou to no § 1º, serão executadas, obrigatoriamente, por meio de em-
III - indiretamente, mediante delegação, por outros entes fe- penho, liquidação e pagamento, nos termos do disposto na Lei nº
derativos ou consórcios públicos para a aplicação de recursos em 4.320, de 17 de março de 1964, hipótese em que será utilizada a
ações de responsabilidade exclusiva da União, especialmente nos modalidade de aplicação 91.
casos que impliquem preservação ou acréscimo no valor de bens Art. 9º O Projeto de Lei Orçamentária de 2024, o qual será en-
públicos federais. caminhado pelo Poder Executivo federal ao Congresso Nacional, e a
§ 7º A especificação da modalidade de que trata o § 6º obser- respectiva Lei serão constituídos de:
vará, no mínimo, o seguinte detalhamento: I - texto da lei e seus anexos;
I - Transferências a Estados e ao Distrito Federal (MA 30); II - quadros orçamentários consolidados relacionados no Anexo
II - Transferências a Municípios (MA 40); I;
III - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos III - anexo dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social com:
(MA 50); a) receitas, discriminadas por natureza, identificando as fontes
IV - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos de recursos correspondentes a cada cota-parte de natureza de re-
(MA 60); ceita, o orçamento a que pertencem e a sua natureza financeira (F)
V - Aplicações Diretas (MA 90); e ou primária (P), observado o disposto no art. 6º da Lei nº 4.320, de
VI - Aplicações Diretas Decorrentes de Operação entre Órgãos, 1964; e
Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguri- b) despesas, discriminadas na forma prevista no art. 7º e nos
dade Social (MA 91). demais dispositivos pertinentes desta Lei;
§ 8º O empenho da despesa não poderá ser realizado com mo- IV - discriminação da legislação da receita e da despesa, refe-
dalidade de aplicação “a definir” (MA 99). rente aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social; e
§ 9º É vedada a execução orçamentária de programação que V - anexo do Orçamento de Investimento a que se refere o inci-
utilize a designação “a definir” ou outra que não permita a sua iden- so II do § 5º do art. 165 da Constituição, na forma prevista nesta Lei.
tificação precisa. § 1º Os quadros orçamentários consolidados e as informações
§ 10. O IU tem por finalidade indicar se os recursos compõem complementares exigidos por esta Lei identificarão, logo abaixo do
contrapartida nacional de empréstimos ou de doações, ou se são título respectivo, o dispositivo legal a que se referem.
destinados a outras aplicações, e deverá constar da Lei Orçamen- § 2º O Projeto de Lei Orçamentária de 2024 e a respectiva Lei
tária de 2024 e dos créditos adicionais, no mínimo, pelos seguintes conterão anexo específico com a relação dos subtítulos relativos a
dígitos: obras e serviços com indícios de irregularidades graves, cujas exe-
I - recursos não destinados à contrapartida ou à identificação cuções observarão o disposto no Capítulo X.
de despesas com ações e serviços públicos de saúde, manutenção e § 3º Os anexos da despesa prevista na alínea “b” do inciso III do
desenvolvimento do ensino (IU 0); caput deverão conter, no Projeto de Lei Orçamentária de 2024, qua-
II - contrapartida de empréstimos do Banco Internacional para dros-síntese por órgão e unidade orçamentária, que discriminem os
Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD (IU 1); valores por função, subfunção, GNDs e fonte de recursos:
III - contrapartida de empréstimos do Banco Interamericano de I - constantes da Lei Orçamentária de 2022 e dos créditos adi-
Desenvolvimento - BID (IU 2); cionais;
IV - contrapartida de empréstimos por desempenho ou com II - empenhados no exercício de 2022;
enfoque setorial amplo (IU 3); III - constantes do Projeto de Lei Orçamentária de 2023;
V - contrapartida de outros empréstimos (IU 4); IV - constantes da Lei Orçamentária de 2023; e
VI - contrapartida de doações (IU 5); V - propostos para o exercício de 2024.
VII - recursos para identificação das despesas que podem ser § 4º Na Lei Orçamentária de 2024, serão excluídos os valores
consideradas para a aplicação mínima em ações e serviços públicos a que se refere o inciso I do § 3º e incluídos os valores aprovados
de saúde, de acordo com o disposto na Lei Complementar nº 141, para 2024.
de 13 de janeiro de 2012 (IU 6); e § 5º Os anexos ao Projeto de Lei Orçamentária de 2024, ao seu
VIII - recursos para identificação das despesas com manuten- autógrafo e à respectiva Lei:
ção e desenvolvimento do ensino, observado o disposto nos art. 70 I - de que tratam os incisos III e V do caput terão as mesmas for-
e art. 71 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no âmbito do matações dos anexos correspondentes à Lei Orçamentária de 2023,
Ministério da Educação (IU 8). exceto quanto às alterações previstas nesta Lei; e
§ 11. (VETADO).

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II - não referidos nos incisos III e V do caput poderão ser aper- VI - indenização devida a ocupantes de cargo efetivo das carrei-
feiçoados, conforme a necessidade, durante o processo de elabora- ras e planos especiais de cargos, em exercício nas unidades situa-
ção do Projeto de Lei Orçamentária de 2024. das em localidades estratégicas vinculadas à prevenção, ao contro-
§ 6º O Orçamento de Investimento deverá contemplar as in- le, à fiscalização e à repressão dos delitos transfronteiriços (Lei nº
formações previstas nos incisos I, III, IV e V do § 3º e no § 4º, por 12.855, de 2 de setembro de 2013);
função e subfunção. VII - subvenções econômicas e subsídios, que deverão identifi-
Art. 10. O Poder Executivo federal encaminhará ao Congresso car a legislação que autorizou o benefício;
Nacional, no prazo de quinze dias, contado da data de envio do Pro- VIII - participação na constituição ou no aumento do capital de
jeto de Lei Orçamentária de 2024, exclusivamente em meio eletrô- empresas;
nico, demonstrativos, elaborados a preços correntes, com as infor- IX - pagamento de precatórios judiciários e de sentenças ju-
mações complementares relacionadas no Anexo II. diciais de pequeno valor e cumprimento de sentenças judiciais de
Art. 11. A mensagem que encaminhar o Projeto de Lei Orça- empresas estatais dependentes;
mentária de 2024 conterá: X - assistência jurídica a pessoas carentes, nos termos do dis-
I - resumo da política econômica do País, análise da conjuntu- posto no § 1º do art. 12 da Lei nº 10.259, de 12 de julho de 2001, no
ra econômica e indicação do cenário macroeconômico para 2024 e art. 98 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015, e no inciso LXXIV
suas implicações sobre a proposta orçamentária de 2024; do caput do art. 5º da Constituição;
II - resumo das principais políticas setoriais do Governo; XI - publicidade institucional e publicidade de utilidade pública,
III - avaliação das necessidades de financiamento do Gover- inclusive quando for produzida ou veiculada por órgão ou entidade
no Central relativas aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, da administração pública federal;
explicitando as receitas e as despesas, e os resultados primário e XII - complementação da União ao Fundo de Manutenção e De-
nominal implícitos no Projeto de Lei Orçamentária de 2024, na Lei senvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissio-
Orçamentária de 2023 e na sua reprogramação, e aqueles realiza- nais da Educação - Fundeb, na forma prevista na legislação;
dos em 2022, de modo a evidenciar: XIII - despesas de pessoal e encargos sociais decorrentes da
a) a metodologia de cálculo de todos os itens computados na concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, in-
avaliação das necessidades de financiamento; e clusive resultante de alteração de estrutura de carreiras e de provi-
b) os parâmetros utilizados, informando, separadamente, as mento de cargos, empregos e funções;
variáveis macroeconômicas de que trata o Anexo de Metas Fiscais XIV - transferências temporárias aos Estados, ao Distrito Fede-
constante do Anexo IV a esta Lei, referidas no inciso II do § 2º do art. ral e aos Municípios de que trata a Lei Complementar nº 176, de 29
4º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade de dezembro de 2020;
Fiscal, verificadas em 2022 e suas projeções para 2023 e 2024; XV - anuidade ou participação regular em organismos de direi-
IV - indicação do órgão que apurará os resultados primário e to internacional público, da seguinte forma:
nominal e da sistemática adotada para avaliação do cumprimento a) para valores acima de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de re-
das metas; ais), ou o equivalente na moeda estrangeira em que o compromis-
V - demonstrativo sintético dos principais agregados da receita so tenha sido estipulado, conforme taxa de câmbio utilizada como
e da despesa; parâmetro na elaboração do Projeto de Lei Orçamentária, deverá
VI - demonstrativo do resultado primário das empresas estatais ser consignado em programação específica que identifique nomi-
federais com a metodologia de apuração do resultado; e nalmente cada beneficiário; e
VII - demonstrativo da compatibilidade dos valores máximos b) para valores iguais ou inferiores ao previsto na alínea “a”,
da programação constante do Projeto de Lei Orçamentária de 2024 deverá ser utilizada programação específica ou a ação “00UT - Con-
com os limites individualizados de despesas primárias calculados na tribuições Regulares a Organismos de Direito Internacional Público
forma prevista na Lei Complementar nº 200, de 30 de agosto de sem Exigência de Programação Específica”;
2023. XVI - anuidade ou participação regular em entidades nacionais
Art. 12. O Projeto de Lei Orçamentária de 2024, a respectiva Lei e organismos nacionais ou internacionais de direito privado, da se-
e os créditos adicionais discriminarão, em categorias de programa- guinte forma:
ção específicas, as dotações destinadas a: a) para valores acima de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de re-
I - ações descentralizadas de assistência social para cada Estado ais), ou o equivalente na moeda estrangeira em que o compromis-
e seus Municípios e para o Distrito Federal; so tenha sido estipulado, conforme taxa de câmbio utilizada como
II - ações de alimentação escolar; parâmetro na elaboração do Projeto de Lei Orçamentária, deverá
III - benefícios do Regime Geral de Previdência Social; ser consignado em programação específica que identifique nomi-
IV - benefícios assistenciais custeados pelo Fundo Nacional de nalmente cada beneficiário; e
Assistência Social; b) para valores iguais ou inferiores ao previsto na alínea “a”,
V - benefícios obrigatórios concedidos aos servidores civis, em- deverá ser utilizada programação específica, a ação “00PW - Con-
pregados e militares e aos seus dependentes, relativos às despesas tribuições Regulares a Entidades ou Organismos Nacionais sem Exi-
com auxílio-alimentação ou refeição, assistência pré-escolar, assis- gência de Programação Específica” ou a ação “00UU - Contribuições
tência médica e odontológica, auxílios-transporte, funeral, reclusão Regulares a Organismos Internacionais de Direito Privado sem Exi-
e natalidade e salário-família, inclusive decorrente de reserva para gência de Programação Específica”;
reajuste; XVII - realização de eleições, referendos e plebiscitos pela Jus-
tiça Eleitoral;

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XVIII - doação de recursos financeiros a países estrangeiros e II - caberá à Secretaria de Assuntos Internacionais e Desenvolvi-
contribuições voluntárias a organismos nacionais e internacionais e mento do Ministério do Planejamento e Orçamento, no âmbito do
entidades nacionais, nominalmente identificados; Poder Executivo federal, estabelecer os procedimentos necessários
XIX - pagamento de compromissos decorrentes de contrato de à realização dos pagamentos decorrentes dos atos internacionais a
gestão firmado entre órgãos ou entidades da administração pública que se refere o inciso XV do caput.
e organizações sociais, nos termos do disposto na Lei nº 9.637, de § 3º Para efeito do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 1º
15 de maio de 1998; da Lei nº 10.150, de 21 de dezembro de 2000, a Lei Orçamentária de
XX - capitalização do Fundo Garantidor de Parcerias Público- 2024 deverá prever no mínimo um terço do valor do passivo de dí-
-Privadas; vidas decorrentes do Fundo de Compensação de Variações Salariais
XXI - pensões indenizatórias de caráter especial ou reparações (FCVS) constante do Anexo de Riscos Fiscais.
econômicas decorrentes de legislações específicas ou de sentenças Art. 13. A reserva de contingência, observado o disposto no in-
judiciais, inclusive montepio e compensações financeiras por danos ciso III do caput do art. 5º da Lei Complementar nº 101, de 2000
provocados pela União a terceiros, em parcelas únicas ou mensais; - Lei de Responsabilidade Fiscal, será constituída de recursos do Or-
XXII - cada categoria de despesa com saúde relacionada nos çamento Fiscal, que equivalerão, no Projeto de Lei Orçamentária de
art. 3º e art. 4º da Lei Complementar nº 141, de 2012, com identifi- 2024 e na respectiva Lei, no mínimo, a dois décimos por cento da
cação do respectivo Estado ou do Distrito Federal, quando se referir receita corrente líquida constante do referido Projeto.
a ações descentralizadas; § 1º A reserva de que trata o caput poderá receber recursos
XXIII - seguro-desemprego; do Orçamento da Seguridade Social quando for observada a neces-
XXIV - ajuda de custo para moradia ou auxílio-moradia, no âm- sidade de redução do total de despesas sujeitas aos limites esta-
bito dos Poderes, do Ministério Público da União e da Defensoria belecidos na Lei Complementar nº 200, de 30 de agosto de 2023,
Pública da União; demonstrada no relatório de avaliação bimestral de que trata o art.
XXV - indenização devida a anistiados políticos, nos termos 9º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade
do disposto na Lei nº 6.683, de 28 de agosto de 1979, e na Lei nº Fiscal.
11.354, de 19 de outubro de 2006, inclusive derivados de sentença § 2º Para fins do disposto no caput, não serão consideradas as
judicial; eventuais reservas de contingência constituídas:
XXVI - despesas com centros especializados no atendimento de I - à conta de receitas próprias e vinculadas; e
pessoas com transtorno do espectro autista; II - para atender programação ou necessidade específica.
XXVII - (VETADO); § 3º Para fins de utilização das reservas de contingência referi-
XXVIII - (VETADO); e das neste artigo, considera-se como evento fiscal imprevisto, a que
XXIX - despesas com apoio e estruturação de políticas de au- se refere a alínea “b” do inciso III do caput do art. 5º da Lei Comple-
tonomia, segurança, treinamento, inovação, pesquisa, desenvolvi- mentar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, a abertura
mento e capacitação e defesa feminina, prevenção, conscientização de créditos adicionais para o atendimento de despesas não previs-
e combate à violência contra a mulher - Antes que Aconteça. tas ou insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária de 2024.
§ 1º As dotações destinadas à finalidade prevista nos incisos XV § 4º Com vistas ao cumprimento de dispositivos constitucionais
e XVI do caput: e legais que estabeleçam metas fiscais ou limites de despesas, as re-
I - deverão ser aplicadas diretamente pela unidade detentora servas de contingência referidas neste artigo poderão ser classifica-
do crédito orçamentário ou, em decorrência de descentralização de das como despesas financeiras ou primárias, e a sua utilização para
crédito orçamentário, por outro órgão ou entidade integrante dos abertura de créditos adicionais observará o disposto no art. 53.
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social; § 5º O Projeto de Lei Orçamentária de 2024 conterá reservas
II - deverão ser destinadas exclusivamente ao repasse de re- específicas para atender a:
cursos com a finalidade de cobertura dos orçamentos gerais dos I - emendas individuais, em montante correspondente ao pre-
organismos internacionais, admitindo-se ainda: visto na Constituição; e
a) pagamento de taxas bancárias relativas a esses repasses; II - emendas de bancada estadual de execução obrigatória, em
b) pagamentos eventuais a título de regularizações decorrentes montante correspondente ao previsto na Constituição.
de compromissos regulamentares; e § 6º No máximo a metade dos valores destinados à reserva pre-
c) situações extraordinárias devidamente justificadas; e vista no inciso II do § 5º poderá ser identificada com IU 6 e conside-
III - não se submetem à exigência de programação específica rada para a aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde
caso o valor referido nos incisos XV e XVI do caput seja ultrapassa- no âmbito do Projeto de Lei Orçamentária de 2024.
do, na execução orçamentária, em decorrência de variação cambial Art. 14. O Poder Executivo federal enviará ao Congresso Nacio-
ou aditamento do tratado, da convenção, do acordo ou de instru- nal o Projeto de Lei Orçamentária de 2024 com sua despesa regio-
mento congênere. nalizada e apresentará detalhamento das dotações por plano orça-
§ 2º Para fins do disposto no § 1º e nos incisos XV e XVI do mentário e elemento de despesa nas informações disponibilizadas
caput: em meio magnético de processamento eletrônico.
I - caberá ao órgão responsável pelo pagamento da despesa Parágrafo único. Para fins do atendimento ao disposto no inci-
realizar a conversão para moeda nacional do compromisso finan- so XXIV do Anexo II, os órgãos dos Poderes Legislativo, Executivo e
ceiro assumido em moeda estrangeira, a fim de definir o valor a ser Judiciário, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública
incluído no Projeto de Lei Orçamentária de 2024 ou nos créditos da União deverão informar, adicionalmente ao detalhamento a que
adicionais; e se refere o caput, os subelementos das despesas de tecnologia da

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informação e comunicação, inclusive hardware, software e serviços, operacionalizadas no Transferegov.br, inclusive com o georreferen-
conforme relação divulgada previamente pela Secretaria de Orça- ciamento das obras e a identificação das categorias de programação
mento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento. e fontes de recursos, observadas as normas estabelecidas pelo Po-
Art. 15. Até vinte e quatro horas após o encaminhamento à der Executivo federal.
sanção presidencial do autógrafo do Projeto de Lei Orçamentária § 1º Nos casos em que o instrumento de transferência ainda
de 2024, o Poder Legislativo enviará ao Poder Executivo federal, em não for operacionalizado no Transferegov.br, as normas deverão
meio magnético de processamento eletrônico, os dados e as infor- estabelecer condições e prazos para a transferência eletrônica dos
mações relativos ao autógrafo, no qual indicarão, de acordo com os respectivos dados para a referida plataforma.
detalhamentos estabelecidos no art. 7º: § 2º Os planos de trabalho aprovados que não tiverem sido ob-
I - em relação a cada categoria de programação do projeto ori- jeto de convênio até o final do exercício de 2023, constantes do
ginal, o total dos acréscimos e o total dos decréscimos realizados Transferegov.br, poderão ser disponibilizados para ser conveniados
pelo Congresso Nacional; e no exercício de 2024.
II - as novas categorias de programação com as respectivas de- § 3º Os órgãos e as entidades referidos no caput poderão dis-
nominações. ponibilizar, em seus sistemas, projetos básicos e de engenharia pré-
Parágrafo único. As categorias de programação modificadas ou -formatados e projetos para aquisição de equipamentos por ade-
incluídas pelo Congresso Nacional por meio de emendas deverão são.
ser detalhadas com as informações a que se refere a alínea “e” do Art. 18. Não poderão ser destinados recursos para atender a
inciso II do § 1º do art. 157. despesas com:
I - início de construção, ampliação, reforma voluptuária, aqui-
CAPÍTULO IV sição, novas locações ou arrendamentos de imóveis residenciais
DAS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO E A EXECUÇÃO funcionais ou oficiais;
DOS ORÇAMENTOS DA UNIÃO II - locação ou arrendamento de mobiliário e equipamento para
unidades residenciais funcionais ou oficiais;
SEÇÃO I III - aquisição de automóveis de representação;
DIRETRIZES GERAIS IV - ações de caráter sigiloso;
V - ações que não sejam de competência da União, nos termos
Art. 16. Além de observar as demais diretrizes estabelecidas do disposto na Constituição;
nesta Lei, a alocação dos recursos na Lei Orçamentária de 2024 e VI - clubes e associações de agentes públicos ou quaisquer ou-
nos créditos adicionais e a sua execução deverão: tras entidades congêneres;
I - atender ao disposto no art. 167 da Constituição e aos limites VII - pagamento, a qualquer título, a agente público da ativa
individualizados de despesas primárias de que trata a Lei Comple- por serviços prestados, inclusive consultoria, assistência técnica ou
mentar nº 200, de 30 de agosto de 2023; assemelhados, à conta de quaisquer fontes de recursos;
II - propiciar o controle dos valores transferidos conforme o dis- VIII - compra de títulos públicos pelas entidades da administra-
posto no Capítulo V e dos custos das ações; ção pública federal;
III - quando for o caso, considerar informações sobre a execu- IX - pagamento de diárias e passagens a agente público da ativa
ção física das ações orçamentárias e os resultados de avaliação e por intermédio de convênios ou instrumentos congêneres firmados
monitoramento de políticas públicas e programas de Governo, em com entidades de direito privado ou órgãos ou entidades de direito
observância ao disposto no § 16 do art. 165 da Constituição; e público;
IV - indicar a localização geográfica da despesa no nível mais X - concessão, ainda que indireta, de qualquer benefício, van-
detalhado possível, por meio do subtítulo, sem prejuízo de outras tagem ou parcela de natureza indenizatória a agentes públicos com
formas de regionalização do gasto, de que trata o § 2º. a finalidade de atender despesas relacionadas a moradia, hospeda-
§ 1º O controle de custos de que trata o inciso II do caput será gem, transporte, bens e serviços de uso residencial ou de interes-
orientado para o estabelecimento da relação entre a despesa públi- se pessoal, ou similares, sob a forma de auxílio, ajuda de custo ou
ca e o resultado obtido, de forma a priorizar a análise da eficiência qualquer outra denominação;
na alocação dos recursos e permitir o acompanhamento das ges- XI - pagamento, a qualquer título, a empresas privadas que
tões orçamentária, financeira e patrimonial. tenham em seu quadro societário servidor público da ativa, em-
§ 2º Os órgãos setoriais do Sistema de Planejamento e de Or- pregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista,
çamento Federal, ou equivalentes, e as respectivas unidades orça- do órgão que pretenda contratar, por serviços prestados, inclusive
mentárias são responsáveis pelas informações que comprovem a consultoria, assistência técnica ou assemelhados;
observância ao disposto nos incisos II, III e IV do caput na elabora- XII - pagamento de diária, para deslocamento a serviço no ter-
ção do Projeto de Lei Orçamentária de 2024 e pela regionalização ritório nacional, em valor superior ao limite estabelecido no inciso
da despesa, quando couber, nos sistemas de acompanhamento da XIV do art. 17 da Lei nº 13.242, de 30 de dezembro de 2015, atua-
execução orçamentária e financeira. lizado monetariamente pelo IPCA acumulado desde a entrada em
§ 3º (VETADO). vigor da referida lei, incluído nesse valor o montante pago a título
§ 4º (VETADO). de despesa de deslocamento ao local de trabalho ou de hospeda-
Art. 17. Os órgãos e as entidades integrantes dos Orçamentos gem e vice-versa;
Fiscal, da Seguridade Social e de Investimento deverão disponibili-
zar informações atualizadas referentes aos seus contratos no Portal
Nacional de Contratações Públicas, de que trata a Lei nº 14.133, de
1º de abril de 2021, e às diversas modalidades de transferências
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XIII - concessão de ajuda de custo para moradia ou de auxílio- IV - no inciso V do caput, as despesas que não sejam de compe-
-moradia e de auxílio-alimentação, ou de qualquer outra espécie tência da União, relativas:
de benefício ou auxílio, sem previsão em lei específica e com efei- a) ao processo de descentralização dos sistemas de transporte
tos financeiros retroativos ao mês anterior ao da protocolização do ferroviário de passageiros, urbanos e suburbanos, até o limite dos
pedido; recursos aprovados pelo Conselho Diretor do Processo de Transfe-
XIV - aquisição de passagens aéreas em desacordo com o dis- rência dos respectivos sistemas;
posto no § 6º; b) ao transporte metroviário de passageiros;
XV - pavimentação de vias urbanas sem a prévia ou concomi- c) à malha rodoviária federal, cujo domínio seja descentraliza-
tante implantação de sistemas ou soluções tecnicamente aceitas de do aos Estados e ao Distrito Federal;
abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana d) às ações de segurança pública;
ou manejo de águas pluviais, quando necessária; e e) à aplicação de recursos decorrentes de transferências espe-
XVI - pagamento a agente público de qualquer espécie remu- ciais, nos termos do disposto no art. 166-A da Constituição; e
neratória ou indenizatória com efeitos financeiros anteriores à en- f) (VETADO);
trada em vigor da respectiva lei que estabeleça a remuneração, a V - no inciso VI do caput:
indenização ou o reajuste ou que altere ou aumente seus valores. a) às creches; e
§ 1º Desde que o gasto seja discriminado em categoria de pro- b) às escolas, para o atendimento pré-escolar;
gramação específica ou comprovada a necessidade de execução da VI - no inciso VII do caput, o pagamento pela prestação de ser-
despesa, excluem-se das vedações previstas: viços técnicos profissionais especializados por tempo determinado,
I - nos incisos I e II do caput, à exceção da reforma voluptuária, quando os contratados estiverem submetidos a regime de trabalho
as destinações para: que comporte o exercício de outra atividade e haja declaração do
a) unidades equipadas, essenciais à ação das organizações mi- chefe imediato e do dirigente máximo do órgão de origem da ine-
litares; xistência de incompatibilidade de horários e de comprometimento
b) representações diplomáticas no exterior; das atividades atribuídas, desde que:
c) residências funcionais, em faixa de fronteira, no exercício de a) esteja previsto em legislação específica; ou
atividades diretamente relacionadas ao combate a delitos frontei- b) refira-se à realização de pesquisas e estudos de excelência:
riços, para: 1. com recursos repassados às organizações sociais, nos termos
1. magistrados da Justiça Federal; do disposto nos contratos de gestão; ou
2. membros do Ministério Público da União; 2. realizados por professores universitários na situação prevista
3. policiais federais; na alínea “b” do inciso XVI do caput do art. 37 da Constituição, des-
4. auditores-fiscais e analistas-tributários da Secretaria Especial de que os projetos de pesquisas e os estudos tenham sido devida-
da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda; e mente aprovados pelo dirigente máximo do órgão ou da entidade
5. policiais rodoviários federais; ao qual esteja vinculado o professor;
d) residências funcionais, em Brasília, Distrito Federal: VII - no inciso VIII do caput, a compra de títulos públicos para
1. dos Ministros de Estado; atividades que forem legalmente atribuídas às entidades da admi-
2. dos Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais nistração pública federal indireta;
Superiores; VIII - no inciso IX do caput, o pagamento a militares, servidores
3. do Procurador-Geral da República; e empregados:
4. do Defensor Público-Geral Federal; e a) pertencentes ao quadro de pessoal do convenente;
5. dos membros do Poder Legislativo; e b) pertencentes ao quadro de pessoal da administração pública
e) locação de equipamentos exclusivamente para uso em ma- federal, vinculado ao objeto de convênio, quando o órgão for desti-
nutenção predial; natário de repasse financeiro oriundo de outros entes federativos;
II - no inciso III do caput, as aquisições de automóveis de repre- ou
sentação para uso: c) em atividades de pesquisa científica e tecnológica; e
a) do Presidente, do Vice-Presidente e dos ex-Presidentes da IX - no inciso X do caput, quando:
República; a) houver lei que discrimine o valor ou o critério para sua apu-
b) dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Fe- ração;
deral; b) em estrita necessidade de serviço, devidamente justificada;
c) dos Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais e
Superiores e dos Presidentes dos Tribunais Regionais e do Tribunal c) de natureza temporária, caracterizada pelo exercício de
de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios; mandato ou pelo desempenho de ação específica.
d) dos Ministros de Estado; § 2º A contratação de serviços de consultoria, inclusive aquela
e) do Procurador-Geral da República; realizada no âmbito de acordos de cooperação técnica com orga-
f) do Defensor Público-Geral Federal; e nismos e entidades internacionais, somente será autorizada para
g) dos chefes de representações diplomáticas no exterior; execução de atividades que, comprovadamente, não possam ser
III - no inciso IV do caput, quando as ações forem realizadas por desempenhadas por servidores ou empregados da administração
órgãos ou entidades cuja legislação que as criou estabeleça, entre pública federal, no âmbito do órgão ou da entidade, hipótese em
suas competências, o desenvolvimento de atividades relativas à se- que serão publicadas, no Diário Oficial da União, além do extrato
gurança da sociedade e do Estado, e que tenham como precondição do contrato, a justificativa e a autorização da contratação, da qual
o sigilo; constarão, necessariamente, a identificação do responsável pela

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execução do contrato, a descrição completa do objeto do contrato, § 1º No detalhamento das propostas orçamentárias, os órgãos
o quantitativo médio de consultores, o custo total e a especificação setoriais do Poder Executivo federal deverão observar a proporção
dos serviços e o prazo de conclusão. mínima de recursos estabelecida pelo Ministério do Planejamento
§ 3º A restrição prevista no inciso VII do caput não se aplica ao e Orçamento para a continuidade de investimentos em andamento.
servidor que se encontre em licença sem remuneração para tratar § 2º Na execução dos recursos constantes da Lei Orçamentária
de interesse particular. de 2024, o poder Executivo deve dar prioridade às programações
§ 4º O disposto nos incisos VII e XI do caput aplica-se também relacionadas a obras ou serviços de engenharia cuja execução física
aos pagamentos à conta de recursos provenientes de convênios, esteja atrasada ou paralisada, especialmente as que se encontrem
acordos, ajustes ou instrumentos congêneres, firmados com órgãos sob a responsabilidade do Ministério da Educação.
ou entidades de direito público. Art. 20. Observado o disposto no art. 45 da Lei Complemen-
§ 5º O valor de que trata o inciso XII do caput aplica-se a qual- tar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, o Projeto e a
quer agente público, servidor ou membro dos Poderes Executivo, Lei Orçamentária de 2024 e os créditos especiais somente incluirão
Legislativo e Judiciário, do Ministério Público da União e da Defen- ações ou subtítulos novos se preenchidas as seguintes condições,
soria Pública da União, até que lei disponha sobre valores e critérios no âmbito de cada órgão dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju-
de concessão de diárias e auxílio-deslocamento. diciário, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da
§ 6º Somente serão concedidas diárias e adquiridas passagens União:
para servidores ou membros dos Poderes Executivo, Legislativo e I - tiverem sido adequada e suficientemente contemplados:
Judiciário, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública a) o disposto no art. 4º; e
da União no estrito interesse do serviço público, inclusive no caso b) os projetos e os seus subtítulos em andamento;
de colaborador eventual, compreendido o transporte entre Brasília II - no caso dos projetos, os recursos alocados viabilizarem a
e o local de residência de origem de membros do Poder Legislativo conclusão de, no mínimo, uma etapa ou a obtenção de, no mínimo,
e Ministros de Estado. uma unidade completa, consideradas as contrapartidas de que tra-
§ 7º Até que lei específica disponha sobre valores e critérios ta o § 4º do art. 92; e
de concessão, o pagamento de ajuda de custo para moradia ou au- III - a ação estiver compatível com o Projeto de Lei do Plano
xílio-moradia, a qualquer agente público, servidor ou membro dos Plurianual 2024-2027 e com a respectiva Lei.
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Ministério Público da § 1º Entende-se como projeto ou subtítulo de projeto em an-
União e da Defensoria Pública da União fica condicionado ao aten- damento aquele cuja execução financeira, até 31 de maio de 2023:
dimento cumulativo das seguintes condições, além de outras esta- I - tenha ultrapassado vinte por cento do seu custo total esti-
belecidas em lei: mado; ou
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo agente II - no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social,
público; seja igual ou superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais),
II - o cônjuge ou companheiro, ou qualquer outra pessoa que desde que tenha sido iniciada a execução física.
resida com o agente público, não ocupe imóvel funcional nem rece- § 2º Os órgãos setoriais do Sistema de Planejamento e de Or-
ba ajuda de custo para moradia ou auxílio-moradia; çamento Federal, ou equivalentes, e as respectivas unidades orça-
III - o agente público ou seu cônjuge ou companheiro não seja mentárias são responsáveis pelas informações que comprovem a
ou tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou observância ao disposto neste artigo.
promitente cessionário de imóvel no Município onde for exercer § 3º A exigência de que trata o inciso I do caput não se aplica
o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de na hipótese de inclusão de ações ou subtítulos necessários ao aten-
construção, nos doze meses que antecederem a sua mudança de dimento de despesas que constituam obrigações constitucionais ou
lotação; legais da União constantes das Seções I e II do Anexo III.
IV - o agente público encontre-se no exercício de suas atribui- Art. 21. Somente poderão ser incluídas no Projeto de Lei Or-
ções em localidade diversa de sua lotação original; e çamentária de 2024 as dotações relativas às operações de crédito
V - natureza temporária, caracterizada pelo exercício de man- externas contratadas ou cujas cartas-consulta tenham sido autori-
dato ou pelo desempenho de ação específica. zadas pela Comissão de Financiamentos Externos - Cofiex, no âm-
§ 8º Ficam vedados reajustes, no exercício de 2024, do valor do bito do Ministério do Planejamento e Orçamento, até 15 de julho
auxílio-moradia e do auxílio-moradia no exterior, exceto os financia- de 2023.
dos com recursos do fundo a que se refere o inciso XIV do art. 21 da Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à emis-
Constituição Federal. são de títulos da dívida pública federal.
§ 9º As vedações quanto à concessão ou ao reajuste de auxí- Art. 22. O Projeto de Lei Orçamentária de 2024 e a respectiva
lio-moradia referidas nos incisos X e XIII do caput e no § 8º não se Lei poderão conter receitas de operações de crédito e programa-
aplicam aos dirigentes estatutários das empresas estatais federais ções de despesas correntes primárias, cujas execuções ficam condi-
dependentes, desde que aprovado em Assembleia-Geral. cionadas à aprovação do Congresso Nacional, por maioria absoluta,
Art. 19. O Projeto de Lei Orçamentária de 2024 e a respectiva de acordo com o disposto no inciso III do caput do art. 167 da Cons-
Lei deverão, em observância ao disposto no § 12 do art. 165 da tituição, ressalvada a hipótese prevista no § 3º deste artigo.
Constituição, atender à proporção mínima de recursos estabelecida § 1º Os montantes das receitas e das despesas a que se refere
no Anexo de Metas Fiscais constante do Anexo IV a esta Lei para a o caput serão equivalentes à diferença positiva, no âmbito dos Or-
continuidade dos investimentos em andamento. çamentos Fiscal e da Seguridade Social, entre o total das receitas de
operações de crédito e o total das despesas de capital.

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§ 2º A mensagem de que trata o art. 11 apresentará as justifi- § 2º O disposto no § 1º não se aplica ao Supremo Tribunal Fe-
cativas para a escolha das programações referidas no caput, a me- deral e ao Conselho Nacional de Justiça.
todologia de apuração e a memória de cálculo da diferença de que Art. 28. Para fins de elaboração de suas propostas orçamentá-
trata o § 1º e das respectivas projeções para a execução financeira rias para 2024, os Poderes Legislativo e Judiciário, o Ministério Pú-
dos exercícios de 2024 a 2026. blico da União e a Defensoria Pública da União terão como limites
§ 3º Os montantes referidos no § 1º poderão ser reduzidos em orçamentários para as despesas primárias, excluídas as despesas
decorrência da substituição da fonte de recursos condicionada por não recorrentes da Justiça Eleitoral com a realização de eleições, os
outras fontes, observado o disposto na alínea “a” do inciso III do § valores calculados na forma prevista na Lei Complementar nº 200,
1º do art. 52, inclusive aquela relativa a operação de crédito já au- de 30 de agosto de 2023, sem prejuízo do disposto nos § 3º, § 4º e
torizada, disponibilizada por prévia alteração de fonte de recursos, § 5º deste artigo.
sem prejuízo do disposto no art. 64. § 1º Aos valores estabelecidos de acordo com o disposto no
Art. 23. O Projeto de Lei Orçamentária de 2024 e a respectiva caput serão acrescidas as dotações destinadas às despesas não re-
Lei poderão conter despesas condicionadas à abertura de crédito correntes da Justiça Eleitoral com a realização de eleições.
adicional em decorrência de diferença na base de cálculo do índice § 2º Os limites de que tratam o caput e o § 1º serão informa-
aplicável à correção do limite de despesas primárias do Poder Exe- dos aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
cutivo federal. Público da União e da Defensoria Pública da União até 18 de julho
§ 1º O montante de despesas condicionadas na forma prevista de 2023.
no caput será equivalente à estimativa de ampliação do limite de § 3º A utilização dos limites a que se refere este artigo para
despesas primárias referido no caput. o atendimento de despesas primárias discricionárias, classificadas
§ 2º As despesas referidas no caput deverão ser evidenciadas nos GNDs 3 - Outras Despesas Correntes, 4 - Investimentos e 5 - In-
no Projeto de Lei Orçamentária de 2024 e não serão consideradas versões Financeiras, somente poderá ocorrer após o atendimento
para fins de demonstração de compatibilidade do referido Projeto das despesas primárias obrigatórias relacionadas na Seção I do Ane-
com o limite individualizado de despesas primárias correspondente. xo III, observado, em especial, o disposto no Capítulo VII.
Art. 24. Na aprovação da Lei Orçamentária de 2024, deverão § 4º As dotações do Fundo Especial de Assistência Financeira
ser observados os valores máximos de limites individualizados de aos Partidos Políticos - Fundo Partidário constantes do Projeto de
despesas primárias constantes da mensagem que encaminhar o Lei Orçamentária de 2024 e aprovadas na respectiva Lei correspon-
respectivo Projeto de Lei, admitido o ajuste dos referidos valores, derão ao valor pago no exercício de 2016 corrigido na forma previs-
desde que respeitadas as projeções atualizadas do Índice de Preços ta no art. 4º da Lei Complementar nº 200, de 30 de agosto de 2023.
ao Consumidor Amplo - IPCA. § 5º O montante de que trata o § 4º integra os limites orçamen-
Art. 25. Observado o disposto no art. 16-C da Lei nº 9.504, de tários calculados na forma prevista no disposto no caput.
30 de setembro de 1997, as despesas relativas ao Fundo Especial Art. 29. No âmbito dos Poderes Judiciário e Legislativo e do
de Financiamento de Campanha observarão o limite máximo cor- Ministério Público da União, os órgãos poderão realizar a compen-
respondente ao valor autorizado para essas despesas no exercício sação entre os limites individualizados para as despesas primárias,
de 2022. para o exercício de 2024, respeitado o disposto no § 8º do art. 3º
Art. 26. Durante a apreciação do Projeto de Lei Orçamentária da Lei Complementar nº 200, de 30 de agosto de 2023, por meio da
de 2024 ou de crédito adicional, as receitas encaminhadas no refe- publicação de ato conjunto dos dirigentes dos órgãos envolvidos.
rido Projeto e as despesas de que trata a alínea “a” do inciso II do Parágrafo único. Na elaboração da proposta orçamentária para
§ 4º do art. 7º somente poderão ter a sua projeção alterada pelo 2024, o ato conjunto de que trata o caput deverá ser publicado até
Congresso Nacional se comprovado erro ou omissão de ordem téc- a data estabelecida no art. 27.
nica ou legal.
SEÇÃO III
SEÇÃO II DOS DÉBITOS JUDICIAIS
DIRETRIZES ESPECÍFICAS PARA OS PODERES LEGISLATIVO
E JUDICIÁRIO, O MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO E A DEFEN- Art. 30. A Lei Orçamentária de 2024 e os créditos adicionais
SORIA PÚBLICA DA UNIÃO somente incluirão dotações para o pagamento de precatórios cujos
processos contenham certidão de trânsito em julgado da decisão
Art. 27. Os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do exequenda e, no mínimo, um dos seguintes documentos:
Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União en- I - certidão de trânsito em julgado:
caminharão à Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do a) da decisão que determinou a expedição de valor incontro-
Planejamento e Orçamento, por meio do Sistema Integrado de Pla- verso;
nejamento e Orçamento - Siop, até 11 de agosto de 2023, suas pro- b) dos embargos à execução; ou
postas orçamentárias, para fins de consolidação do Projeto de Lei c) da impugnação ao cumprimento da sentença; e
Orçamentária de 2024, observadas as disposições desta Lei. II - certidão de que não tenham sido opostos embargos ou
§ 1º As propostas orçamentárias dos órgãos do Poder Judiciário qualquer impugnação ao cumprimento da sentença.
encaminhadas nos termos do disposto no caput deverão ser objeto Art. 31. O Poder Judiciário, inclusive o Conselho Nacional de
de parecer do Conselho Nacional de Justiça, de que trata o art. 103- Justiça e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios,
B da Constituição, a ser encaminhado à Comissão Mista a que se re- encaminhará à Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da
fere o § 1º do art. 166 da Constituição, até 28 de setembro de 2023, Constituição, à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional do Ministé-
com cópia para a Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do rio da Fazenda, à Advocacia-Geral da União, à Secretaria do Tesouro
Planejamento e Orçamento. Nacional do Ministério da Fazenda e aos órgãos e às entidades de-
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vedores a relação dos débitos constantes de precatórios judiciários § 3º As informações previstas neste artigo serão encaminhadas
apresentados até 2 de abril de 2023, conforme estabelecido no § 5º até 30 de abril de 2023, na forma de banco de dados, por intermé-
do art. 100 da Constituição, discriminada por órgão ou entidade da dio dos órgãos centrais de planejamento e orçamento, ou equiva-
administração pública federal e por GNDs, conforme detalhamento lentes.
constante do art. 7º, na qual especificará: § 4º Os órgãos centrais de planejamento e orçamento, ou equi-
I - numeração única do processo judicial, número originário, se valentes, do Poder Judiciário, do Conselho Nacional de Justiça e do
houver, e data do respectivo ajuizamento; Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios encaminha-
II - número do processo de execução ou cumprimento de sen- rão lista unificada à Secretaria de Orçamento Federal do Ministério
tença, no padrão estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça, do Planejamento e Orçamento, na forma e no prazo previstos no §
caso divirja do número da ação originária; 3º, com a relação de que trata o caput, a qual conterá as informa-
III - nome do beneficiário do crédito, e do seu procurador, se ções a que se referem os incisos IV, V, VI, VII, IX, X, XII, XIV e XVIII do
houver, com o respectivo número de inscrição no Cadastro de Pes- caput, sem qualquer dado que possibilite a identificação dos res-
soas Físicas - CPF, no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ ou pectivos beneficiários.
no Registro Nacional de Estrangeiros - RNE, conforme o caso; § 5º Caberá ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Ter-
IV - número do precatório; ritórios encaminhar à Comissão Mista a que se refere o § 1º do art.
V - data da autuação do precatório; 166 da Constituição, à Secretaria de Orçamento Federal do Ministé-
VI - indicação da natureza comum ou alimentícia do crédito; rio do Planejamento e Orçamento, à Procuradoria-Geral da Fazenda
VII - valor individualizado por beneficiário e valor total do pre- Nacional do Ministério da Fazenda, à Advocacia-Geral da União e
catório a ser pago, atualizados até 2 de abril de 2022; aos órgãos e às entidades devedores, na forma e no prazo previstos
VIII - data-base utilizada na definição do valor do crédito; no § 3º, a relação dos débitos constantes de precatórios judiciários
IX - data do trânsito em julgado; resultantes de causas processadas por aquele Tribunal apresenta-
X - natureza do valor do precatório, se referente ao objeto da dos até 2 de abril de 2023, discriminada por órgão da administração
causa julgada, aos honorários sucumbenciais estabelecidos pelo pública federal direta, autarquia e fundação e por GNDs, conforme
Juiz da Execução ou aos honorários contratuais; detalhamento constante do art. 7º e com as especificações a que se
XI - a indicação da data de nascimento do beneficiário, em se refere este artigo, observado o disposto no § 4º.
tratando de crédito de natureza alimentícia e, se for o caso, indica- § 6º Caberá ao Conselho Nacional de Justiça encaminhar à Co-
ção de que houve deferimento da superpreferência perante o juízo missão Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da Constituição, à
da execução; Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e
XII - a natureza da obrigação (assunto) a que se refere à requisi- Orçamento, à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional do Ministé-
ção, de acordo com a Tabela Única de Assuntos - TUA do CNJ; rio da Fazenda, à Advocacia-Geral da União e aos órgãos e às enti-
XIII - número de meses - NM a que se refere a conta de liquida- dades devedores, na forma e no prazo previstos no § 3º, a relação
ção e o valor das deduções da base de cálculo, caso o valor tenha dos débitos constantes de precatórios judiciários resultantes de
sido submetido à tributação na forma de rendimentos recebidos causas processadas pelos Tribunais de Justiça dos Estados, exceto
acumuladamente RRA, conforme o art. 12-A da Lei nº 7.713, de 22 as do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, apre-
de dezembro de 1988; sentados até 2 de abril de 2023, discriminada por órgão da admi-
XIV - classificação do precatório conforme critérios estabele- nistração pública federal direta, autarquia e fundação e por GNDs,
cidos no § 8º do art. 107-A do Ato das Disposições Constitucionais conforme detalhamento constante do art. 7º, com as especificações
Transitórias; a que se refere este artigo, observado o disposto no § 4º, e acres-
XV - no caso de sucessão ou cessão, o nome do beneficiário cida de campo que identifique o Tribunal que proferiu a decisão
originário, com o respectivo número de inscrição no CPF ou CNPJ, exequenda.
conforme o caso; § 7º Adicionalmente, os órgãos centrais de planejamento e or-
XVI - identificação do Juízo onde tramitou a fase de conheci- çamento, ou equivalentes, do Poder Judiciário, incluídos o Conselho
mento, caso divirja daquele de origem da requisição de pagamento; Nacional de Justiça e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
XVII - identificação do Juízo de origem da requisição de paga- Territórios, encaminharão à Secretaria de Orçamento Federal do
mento; e Ministério do Planejamento e Orçamento e à Comissão Mista a que
XVIII - o órgão a que estiver vinculado o agente público, civil ou se refere o § 1º do art. 166 da Constituição, até 31 de julho de 2023,
militar, da administração direta, quando se tratar de ação de natu- o montante dos precatórios expedidos em anos anteriores que não
reza salarial. tenham sido cancelados, suspensos ou utilizados em acordo direto
§ 1º É vedada a inclusão de herdeiro, sucessor, cessionário ou perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Pagamento de Conde-
terceiro nos campos destinados à identificação do beneficiário. nações Judiciais contra a Fazenda Pública federal, na forma prevista
§ 2º Os precatórios judiciários decorrentes de demandas relati- no § 20 do art. 100 da Constituição ou no § 3º do art. 107-A do Ato
vas à complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desen- das Disposições Constitucionais Transitórias, ou para as finalidades
volvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério previstas nos § 11 e § 21 do art. 100 da Constituição, e estejam pen-
- Fundef, que integrarem a relação de que trata o caput, deverão ser dentes de pagamento em razão do limite de que trata o § 1º do art.
destacados dos demais, para fins de aplicação da regra específica de 107-A do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, discrimi-
parcelamento prevista no art. 4º da Emenda à Constituição nº 114, nado por ano de apresentação e em montantes consolidados con-
de 16 de dezembro de 2021. forme a classificação adotada para os critérios estabelecidos no §
8º do art. 107-A do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

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§ 8º Os órgãos e as entidades devedores referidos no caput Art. 33. Para o pagamento dos precatórios devidos pela Fa-
comunicarão à Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do zenda Pública federal, comporão o Projeto de Lei Orçamentária de
Planejamento e Orçamento, no prazo máximo de dez dias, contado 2024, alocados em programações orçamentárias distintas, os valo-
da data de recebimento da relação dos débitos, eventuais divergên- res destinados ao adimplemento:
cias verificadas entre a relação e os processos que originaram os I - dos precatórios situados no limite previsto no § 1º do art.
precatórios recebidos. 107-A do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
§ 9º A falta da comunicação a que se refere o § 8º pressupõe II - das parcelas dos precatórios decorrentes de demandas rela-
a inexistência de divergências entre a relação recebida e os proces- tivas à complementação da União ao Fundef, na forma prevista no
sos que originaram os precatórios, sendo a omissão, quando existir art. 4º da Emenda à Constituição nº 114, de 2021, acompanhados
divergência, de responsabilidade solidária do órgão ou da entidade da respectiva atualização monetária; e
devedora e de seu titular ou dirigente. III - das parcelas ou dos acordos firmados com fundamento no
§ 10. Na hipótese de, após o encaminhamento da relação dos § 20 do art. 100 da Constituição e dos acordos firmados nos termos
débitos constantes de precatórios judiciários na forma e no prazo do disposto no § 3º do art. 107-A do Ato das Disposições Constitu-
previstos no § 3º, algum requisitório ser cancelado ou suspenso, cionais Transitórias, acompanhados da respectiva atualização mo-
ou ter alteração no seu valor atualizado até 2 de abril de 2023, o netária.
Tribunal competente, ou o Conselho Nacional de Justiça, se for o § 1º Será constituída reserva de contingência primária para
caso, por intermédio do seu órgão setorial de orçamento, deverá atendimento da atualização monetária dos precatórios de que trata
encaminhar lista unificada que contenha essas alterações, até 31 o inciso I do caput.
de janeiro de 2024, aos órgãos e às entidades referidos neste artigo. § 2º As dotações orçamentárias tratadas neste artigo deverão
Art. 32. O limite para alocação dos recursos destinados ao pa- ser alocadas nas unidades orçamentárias referentes aos Encargos
gamento de precatórios e requisições de pequeno valor no Proje- Financeiros da União, com exceção daquelas destinadas ao paga-
to de Lei Orçamentária de 2024 será calculado pela Secretaria de mento dos precatórios de responsabilidade do Fundo do Regime
Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento, Geral de Previdência Social, do Fundo Nacional de Assistência So-
observada a metodologia estabelecida no caput do art. 107-A do cial, do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, que pode-
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. rão ser alocadas nas respectivas unidades orçamentárias.
§ 1º Para fins de definição do limite para o pagamento de Art. 34. Caso seja celebrado acordo direto perante Juízos Auxi-
precatórios previsto no § 1º do art. 107-A do Ato das Disposições liares de Conciliação de Pagamento de Condenações Judiciais con-
Constitucionais Transitórias, a Secretaria de Orçamento Federal do tra a Fazenda Pública federal, na forma prevista no § 20 do art. 100
Ministério do Planejamento e Orçamento calculará a projeção para da Constituição ou no § 3º do art. 107-A do Ato das Disposições
o pagamento de requisições de pequeno valor a partir da estimativa Constitucionais Transitórias, para pagamento em 2024, o Tribunal
constante do relatório de avaliação de receitas e despesas primá- competente, ou o Conselho Nacional de Justiça, se for o caso, por
rias, de que trata o art. 71, referente ao segundo bimestre de 2023, intermédio do seu órgão setorial de orçamento, deverá comunicar
atualizada conforme os critérios estabelecidos no caput do art. 107- o fato à Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da Cons-
A do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. tituição, à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional do Ministério da
§ 2º Após a definição do montante previsto no caput e a dedu- Fazenda, à Advocacia-Geral da União e à Secretaria de Orçamento
ção da projeção a que se refere o § 1º, a Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento com as espe-
Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento promoverá a cificações a que se refere o art. 31 desta Lei acerca do precatório
distribuição do limite para o pagamento de precatórios entre os ór- envolvido.
gãos centrais de planejamento e orçamento, ou equivalentes, do § 1º A comunicação à Secretaria de Orçamento Federal do Mi-
Poder Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça e o Tribunal de Jus- nistério do Planejamento e Orçamento deverá conter a indicação
tiça do Distrito Federal e dos Territórios, segundo os critérios esta- do valor a ser pago, discriminado por órgão da administração pú-
belecidos no § 8º do art. 107-A do Ato das Disposições Constitucio- blica federal direta, autarquia e fundação e por GNDs, conforme
nais Transitórias, consideradas as informações prestadas na forma detalhamento constante do art. 7º e com as especificações a que se
prevista nos § 4º e § 7º do art. 31 desta Lei , excluídos os precatórios referem os incisos IV, V, VI, VII, IX, X, XII, XIV e XVIII do caput do art.
de que trata o art. 4º da Emenda à Constituição nº 114, de 2021, e 31, sem qualquer dado que possibilite a identificação dos respec-
aqueles que venham a ser parcelados, nos termos do disposto no § tivos beneficiários, acrescida de campo que identifique o Tribunal
20 do art. 100 da Constituição. que proferiu a decisão exequenda.
§ 3º Na distribuição de que trata o § 2º, o pagamento da par- § 2º Se houver disponibilidade orçamentária, os recursos ne-
cela superpreferencial prevista no inciso II do § 8º do art. 107-A cessários ao cumprimento do acordo serão descentralizados ao
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias independerá do Tribunal competente, ou ao Conselho Nacional de Justiça, se for o
ano de requisição e será realizado com prioridade, inclusive, sobre caso.
os precatórios pendentes de anos anteriores. Art. 35. Observado o respectivo limite para pagamento de pre-
§ 4º A Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Pla- catórios estabelecido nos § 2º e § 3º do art. 32, os órgãos centrais
nejamento e Orçamento dará conhecimento aos órgãos centrais de de planejamento e orçamento, ou equivalentes, do Poder Judiciá-
planejamento e orçamento, ou equivalentes, do Poder Judiciário, rio, o Conselho Nacional de Justiça e o Tribunal de Justiça do Distri-
ao Conselho Nacional de Justiça e ao Tribunal de Justiça do Distrito to Federal e dos Territórios encaminharão, na forma de banco de
Federal e dos Territórios dos respectivos limites, apurados na forma dados, até 8 de março de 2024, à Comissão Mista a que se refere o
prevista nos § 2º e § 3º, e dos respectivos valores previstos no Pro- § 1º do art. 166 da Constituição, à Secretaria de Orçamento Federal
jeto de Lei Orçamentária de 2024 para o pagamento de requisições do Ministério do Planejamento e Orçamento, à Procuradoria-Geral
de pequeno valor, até 30 de setembro de 2023.
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da Fazenda Nacional do Ministério da Fazenda, à Advocacia-Geral Orçamento e à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fa-
da União e aos órgãos e às entidades devedores, a relação dos pre- zenda, até 30 de novembro de 2024, exceto se houver necessidade
catórios a serem pagos em 2024, na forma prevista no art. 31. de abertura de créditos adicionais para o pagamento de precatórios
Parágrafo único. Para definição dos precatórios que integra- e requisições de pequeno valor.
rão a relação de que trata o caput, os órgãos do Poder Judiciário § 5º As liberações dos recursos financeiros correspondentes às
darão preferência, observado o disposto no § 3º do art. 32 desta dotações orçamentárias descentralizadas na forma prevista neste
Lei, àqueles que não tiverem sido pagos nos anos anteriores em artigo deverão ser realizadas diretamente para o órgão setorial de
razão do limite previsto no § 1º do art. 107-A do Ato das Disposi- programação financeira das unidades orçamentárias responsáveis
ções Constitucionais Transitórias, observada a ordem cronológica pelo pagamento do débito, de acordo com as regras de liberação
de apresentação, em atendimento ao disposto no § 2º do referido para os órgãos do Poder Judiciário previstas nesta Lei e a progra-
art. 107-A. mação financeira estabelecida na forma prevista no disposto no art.
Art. 36. Após a publicação da Lei Orçamentária de 2024 e o 8º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade
encaminhamento da relação de que trata o art. 35, as dotações or- Fiscal, e serão informadas aos beneficiários pela vara de execução
çamentárias destinadas ao pagamento dos precatórios serão ajus- responsável.
tadas, mediante a abertura de créditos adicionais, para que fiquem § 6º O pagamento da Contribuição para o Regime Próprio de
alinhadas com a referida relação e tenham as respectivas atuali- Previdência do Servidor Público, decorrente de precatórios e requi-
zações monetárias previstas incorporadas à mesma programação, sições de pequeno valor devidos pela União, ou por suas autarquias
com vistas à descentralização das dotações. e fundações, será efetuado por meio de programação específica no
Art. 37. As dotações orçamentárias destinadas ao pagamento âmbito de Encargos Financeiros da União.
de débitos relativos a precatórios e requisições de pequeno valor § 7º Caso as dotações orçamentárias destinadas ao pagamen-
aprovadas na Lei Orçamentária de 2024 e nos créditos adicionais, to de precatórios e requisições de pequeno valor integrem progra-
ressalvadas aquelas destinadas ao pagamento das requisições de mação de despesa corrente primária condicionada à aprovação de
pequeno valor expedidas pelos Tribunais de Justiça dos Estados, projeto de lei de crédito suplementar ou especial por maioria ab-
deverão ser integralmente descentralizadas pelo órgão central do soluta do Congresso Nacional, nos termos do disposto no art. 22,
Sistema de Administração Financeira Federal aos órgãos setoriais as descentralizações previstas neste artigo apenas serão realizadas
de planejamento e orçamento do Poder Judiciário, ou equivalentes, após a publicação da respectiva lei de abertura do referido crédito
inclusive ao Conselho Nacional de Justiça e ao Tribunal de Justiça ou após a substituição da fonte de receita de operações de crédito
do Distrito Federal e dos Territórios, que se incumbirão de dispo- condicionada por outras fontes de recursos que possam atender a
nibilizá-las aos Tribunais que proferirem as decisões exequendas, tais despesas, na forma prevista no § 3º do referido artigo.
conforme o caso. Art. 38. Até sessenta dias após a descentralização de que trata
§ 1º A descentralização de que trata o caput deverá ser feita de o art. 37, as unidades orçamentárias do Poder Judiciário discrimi-
forma automática pelo órgão central do Sistema de Administração narão no Siafi a relação dos precatórios relativos às dotações a elas
Financeira Federal, imediatamente após: descentralizadas de acordo com o disposto no referido artigo, na
I - a publicação da Lei Orçamentária de 2024 e dos créditos adi- qual especificarão a ordem cronológica dos pagamentos, os valores
cionais, quanto às dotações destinadas ao pagamento das requisi- a serem pagos e o órgão ou a entidade em que se originou o débito.
ções de pequeno valor; e § 1º As unidades orçamentárias do Poder Judiciário deverão
II - a abertura do crédito de que trata o art. 36 e dos demais discriminar no Siafi a relação das requisições relativas a sentenças
créditos adicionais, quanto às dotações destinadas ao pagamento de pequeno valor e o órgão ou a entidade em que se originou o
dos precatórios. débito, no prazo de até sessenta dias, contado da data de sua autu-
§ 2º A descentralização referente ao pagamento dos precató- ação no Tribunal.
rios judiciários resultantes de causas processadas pelos Tribunais de § 2º A discriminação das informações de que tratam o caput e
Justiça dos Estados, exceto pelo Tribunal de Justiça do Distrito Fe- o § 1º pelas unidades orçamentárias do Poder Judiciário poderá ser
deral e dos Territórios, será feita em favor do Conselho Nacional de realizada em sistema próprio dessas unidades orçamentárias, com
Justiça, que se incumbirá de disponibilizar os recursos aos Tribunais posterior registro no Siafi por interoperabilidade e integração.
de Justiça que proferiram as decisões exequendas. Art. 39. O Poder Judiciário disponibilizará mensalmente, de
§ 3º Caso a dotação descentralizada seja insuficiente para o forma consolidada por órgão orçamentário, à Advocacia-Geral da
pagamento integral do débito, o Tribunal competente, ou o Conse- União e à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional do Ministério da
lho Nacional de Justiça, se for o caso, por intermédio do seu órgão Fazenda, a relação dos precatórios e das requisições de pequeno
setorial de orçamento, deverá providenciar, junto à Secretaria de valor autuados e pagos, consideradas as especificações estabeleci-
Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento, a das no caput do art. 31, com as adaptações necessárias.
complementação necessária, da qual dará conhecimento ao órgão Art. 40. Nas discussões e condenações que envolvam a Fazenda
ou à entidade descentralizadora. Pública federal, para fins de atualização monetária, remuneração
§ 4º Se as dotações descentralizadas referentes a precatórios e do capital e compensação da mora, incidirá, no exercício financeiro
a requisições de pequeno valor forem superiores ao valor necessá- de 2024, apenas uma vez, até o efetivo pagamento, o índice da taxa
rio ao pagamento integral dos débitos, o Tribunal competente, ou o referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - taxa
Conselho Nacional de Justiça, conforme o caso, por intermédio do Selic, acumulado mensalmente.
seu órgão setorial de orçamento, deverá providenciar a devolução § 1º A atualização dos precatórios não tributários, no período
imediata da dotação e da disponibilidade financeira excedentes, do a que se refere o § 5º do art. 100 da Constituição, será efetuada
que dará conhecimento ao órgão ou à entidade descentralizadora, exclusivamente pela variação do Índice Nacional de Preços ao Con-
à Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e sumidor Amplo Especial - IPCA-E.
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§ 2º Na atualização monetária dos precatórios tributários, no Art. 44. Compete ao órgão setorial do Sistema de Planejamen-
período a que se refere o § 5º do art. 100 da Constituição, deverão to e de Orçamento Federal, ou à respectiva unidade orçamentária
ser observados os mesmos critérios pelos quais a Fazenda Pública diretamente responsável pela execução orçamentária e financeira
federal corrige os seus créditos tributários. da política pública pertinente ao objeto da decisão de sequestro de
§ 3º Após o prazo a que se refere o § 5º do art. 100 da Consti- verbas da Fazenda Pública, a viabilização dos recursos necessários
tuição, caso não haja adimplemento do requisitório, a atualização ao atendimento da ordem judicial.
dos precatórios tributários e não tributários será efetuada pelo ín-
dice da taxa Selic, acumulado mensalmente, vedada a sua aplicação SEÇÃO IV
sobre a parcela referente à correção realizada durante o referido DOS EMPRÉSTIMOS, DOS FINANCIAMENTOS E DOS REFI-
período. NANCIAMENTOS
§ 4º O disposto nos § 1º, § 2º e § 3º deste artigo aplica-se, no
que couber, aos precatórios parcelados nos termos do disposto no § Art. 45. Os empréstimos, financiamentos e refinanciamentos
20 do art. 100 da Constituição e no art. 4º da Emenda à Constituição realizados com recursos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade So-
nº 114, de 2021. cial observarão o disposto no art. 27 da Lei Complementar nº 101,
§ 5º Os precatórios e as requisições de pequeno valor cancela- de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal.
dos nos termos do disposto na Lei nº 13.463, de 6 de julho de 2017, § 1º Na hipótese de operações com custo de captação não
que venham a ser objeto de novo ofício requisitório, inclusive os identificado, os encargos financeiros não poderão ser inferiores à
tributários, conservarão a remuneração correspondente ao período Taxa Referencial e a apuração será pro rata temporis.
em que estiveram depositados na instituição financeira. § 2º Serão de responsabilidade do mutuário, além dos encar-
§ 6º Os precatórios e as requisições de pequeno valor expedi- gos financeiros, eventuais comissões, taxas e despesas congêneres
dos nos termos do disposto no § 5º serão atualizados desde a devo- cobradas pelo agente financeiro, exceto as despesas de remunera-
lução ao Tesouro Nacional de valores cancelados até o dia do novo ção previstas no contrato entre o agente e a União.
depósito, conforme o previsto nos § 1º, § 2º e § 3º. Art. 46. Nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, as ca-
Art. 41. Aplicam-se as mesmas regras constantes desta Seção tegorias de programação correspondentes a empréstimos, finan-
quando a execução de decisões judiciais contra empresas estatais ciamentos e refinanciamentos indicarão a lei que definiu encargo
dependentes ocorrer mediante a expedição de precatório ou de re- inferior ao custo de captação.
quisição de pequeno valor, nos termos do disposto no art. 100 da Art. 47. As prorrogações e as composições de dívidas decor-
Constituição. rentes de empréstimos, financiamentos e refinanciamentos conce-
Art. 42. Para fins de definição dos limites orçamentários para didos com recursos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social
atender ao pagamento de pensões indenizatórias decorrentes de ficarão condicionadas à autorização expressa em lei específica.
decisões judiciais e sentenças judiciais de empresas estatais depen-
dentes, os órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do SEÇÃO V
Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União, por DO ORÇAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
intermédio dos órgãos setoriais de planejamento e orçamento ou
equivalentes, encaminharão à Secretaria de Orçamento Federal do Art. 48. O Orçamento da Seguridade Social compreenderá as
Ministério de Planejamento e Orçamento, até 15 de junho de 2023, dotações destinadas a atender às ações de saúde, previdência e as-
informações quanto à necessidade de recursos orçamentários para sistência social, obedecerá ao disposto no inciso XI do caput do art.
2024, segregadas por tipo de sentença, unidade orçamentária, gru- 167, nos art. 194, art. 195, art. 196, art. 199, art. 200, art. 201, art.
po de despesa, identificação da Vara ou Comarca de trâmite da sen- 203 e art. 204 e no § 4º do art. 212 da Constituição e contará, entre
tença objeto da ação judicial, situação processual e valor. outros, com recursos provenientes:
§ 1º Para a elaboração das informações requeridas no caput, I - das contribuições sociais previstas na Constituição, exceto a
deverão ser consideradas exclusivamente: de que trata o § 5º do art. 212 e aquelas destinadas por lei às des-
I - as sentenças com trânsito em julgado e em fase de execução, pesas do Orçamento Fiscal;
com a apresentação dos documentos comprobatórios; e II - da contribuição para o plano de seguridade social do ser-
II - os depósitos recursais necessários à interposição de recur- vidor, que será utilizada para despesas com aposentadorias e pen-
sos. sões por morte;
§ 2º A apresentação de documentos comprobatórios para as III - do Orçamento Fiscal; e
pensões indenizatórias decorrentes de decisões judiciais somente IV - das demais receitas, inclusive próprias e vinculadas, de ór-
será necessária quando se tratar da concessão de indenizações ain- gãos, fundos e entidades, cujas despesas integrem, exclusivamente,
da não constantes de leis orçamentárias anteriores. o orçamento referido no caput, que deverão ser classificadas como
Art. 43. As dotações orçamentárias destinadas ao pagamento receitas da seguridade social.
de honorários periciais nas ações em que o Instituto Nacional do § 1º Os recursos provenientes das contribuições sociais de que
Seguro Social - INSS figure como parte, aprovadas na Lei Orçamen- tratam o art. 40 e a alínea “a” do inciso I e o inciso II do caput do
tária de 2024 e nos créditos adicionais, deverão ser integralmente art. 195, ambos da Constituição, no Projeto de Lei Orçamentária de
descentralizadas pelo órgão central do Sistema de Administração 2024 e na respectiva Lei, não se sujeitarão à desvinculação.
Financeira Federal ao Conselho da Justiça Federal, que se incumbirá § 2º Todas as receitas do Fundo de Amparo ao Trabalhador, in-
de disponibilizá-las aos Tribunais Regionais Federais. clusive as financeiras, deverão constar do Projeto e da Lei Orçamen-
Parágrafo único. As disposições constantes dos § 3º e § 4º do tária de 2024.
art. 37 aplicam-se às dotações descentralizadas na forma prevista
neste artigo.
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§ 3º As despesas relativas ao pagamento dos benefícios assis- Art. 49. As ações e os serviços de saúde direcionados à vigilân-
tenciais a que se refere o caput do art. 40 da Lei nº 8.742, de 7 cia, à prevenção e ao controle de zoonoses e de acidentes causados
de dezembro de 1993, mantidas as suas fontes de financiamento, por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde
serão realizadas à conta do Fundo Nacional de Assistência Social. pública, contemplarão recursos destinados ao desenvolvimento e
§ 4º Será divulgado, a partir do primeiro bimestre de 2024, com à execução de ações, atividades e estratégias de controle da po-
o relatório resumido da execução orçamentária a que se refere § pulação de animais, de modo a resultar em benefício à saúde da
3º do art. 165 da Constituição, demonstrativo das receitas e das população humana.
despesas da seguridade social, na forma prevista no disposto no art. Parágrafo único. (VETADO).
52 da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Art. 50. Em atendimento ao disposto no art. 239 da Constitui-
Fiscal, do qual constará nota explicativa com memória de cálculo ção, a arrecadação decorrente das contribuições para o Programa
das receitas desvinculadas por força de dispositivo constitucional. de Integração Social - PIS, instituído pela Lei Complementar nº 7,
§ 5º Independentemente da opção de custeio ou investimento, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Pa-
as emendas parlamentares que adicionarem recursos a transferên- trimônio do Servidor Público - Pasep, instituído pela Lei Comple-
cias automáticas e regulares a serem realizadas pela União a ente mentar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, poderá financiar, de forma
federativo serão executadas em conformidade com atos a serem indistinta, o programa do seguro-desemprego, as despesas com
editados pelos Ministros de Estado do Desenvolvimento e Assistên- benefícios previdenciários e o abono salarial, desde que respeitada
cia Social, Família e Combate à Fome e da Saúde e publicados no a destinação de, no mínimo, vinte e oito por cento para o financia-
Diário Oficial da União, como acréscimo ao valor financeiro: mento de programas de desenvolvimento econômico, por meio do
I - destinado à Rede do Sistema Único de Assistência Social - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES,
Suas, e constituirão valor a ser somado aos repasses para cumpri- com critérios de remuneração que preservem o seu valor.
mento de metas por integrantes da referida Rede; ou
II - transferido à rede do Sistema Único de Saúde - SUS, e cons- SEÇÃO VI
tituirão valor temporário a ser somado aos repasses regulares e au- DO ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO
tomáticos da referida Rede.
§ 6º Quando se destinarem ao atendimento de consórcios pú- Art. 51. O Orçamento de Investimento, previsto no inciso II do
blicos, os recursos oriundos de emendas parlamentares que adicio- § 5º do art. 165 da Constituição, abrangerá as empresas em que a
narem valores aos tetos transferidos à rede do SUS, nos termos do União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social
disposto no inciso II do § 5º: com direito a voto, ressalvado o disposto nos § 5º e § 6º, e dele
I - serão transferidos aos fundos de saúde, inclusive de gestão constarão todos os investimentos realizados, independentemente
estadual, caso o Estado integre a entidade nos termos do disposto da fonte de financiamento utilizada.
no inciso I do § 1º do art. 4º da Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, § 1º Para efeito de compatibilidade da programação orçamen-
e repassados aos respectivos consórcios; e tária a que se refere este artigo com a Lei nº 6.404, de 15 de dezem-
II - (VETADO). bro de 1976, e suas atualizações, serão consideradas investimento,
§ 7º Os recursos derivados de emendas parlamentares que, exclusivamente, as despesas com:
nos termos do disposto no inciso II do § 5º, adicionarem valores I - aquisição de bens classificáveis no ativo imobilizado, exce-
transferidos à Rede do SUS, ficarão sujeitos, quando o atendimento tuados aqueles que envolvam arrendamento mercantil para uso
final beneficiar entidades privadas sem fins lucrativos que comple- próprio da empresa ou de terceiros, valores do custo dos emprésti-
mentem o sistema de saúde na forma prevista nos art. 24 e art. 26 mos contabilizados no ativo imobilizado e transferências de ativos
da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, à demonstração de entre empresas pertencentes ao mesmo grupo, controladas direta
atendimento de metas: ou indiretamente pela União, cuja aquisição tenha constado do Or-
I - quantitativas, para ressarcimento até a integralidade dos çamento de Investimento;
serviços prestados pela entidade e previamente autorizados pelo II - benfeitorias realizadas em bens da União por empresas es-
gestor; ou tatais; e
II - qualitativas, cumpridas durante a vigência do contrato, III - benfeitorias necessárias à infraestrutura de serviços públi-
como aquelas derivadas do aperfeiçoamento de procedimentos ou cos concedidos pela União.
de condições de funcionamento das unidades. § 2º A despesa será discriminada nos termos do disposto no
§ 8º O fundo estadual, distrital ou municipal de saúde deverá art. 7º, considerada, para as fontes de recursos, a classificação 1495
efetuar o pagamento aos prestadores de assistência complementar - Recursos do Orçamento de Investimento.
ao SUS até o quinto dia útil após o recebimento do correspondente § 3º O detalhamento das fontes de financiamento do investi-
incentivo financeiro transferido pelo Ministério da Saúde. mento de cada entidade referida neste artigo será feito de forma a
§ 9º (VETADO). evidenciar os recursos:
§ 10. A exceção de que trata o § 1º do art. 8º aplica-se aos cré- I - gerados pela empresa;
ditos consignados junto ao Ministério da Saúde para atendimento II - de participação da União no capital social;
de despesas com ações e serviços públicos de saúde, desde que III - da empresa controladora sob a forma de:
sejam de responsabilidade específica do setor da saúde, como de- a) participação no capital; e
termina o inciso III do art. 2º da Lei Complementar nº 141, de 2012, b) empréstimos;
e a descentralização seja necessária para atender interesses do Sis- IV - de operações de crédito junto a instituições financeiras:
tema Único de Saúde - SUS. a) internas; e
b) externas; e
V - de outras operações de longo prazo.
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§ 4º A programação dos investimentos à conta de recursos a) GNDs “3 - Outras Despesas Correntes”, “4 - Investimentos” e
oriundos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, inclusive “5 - Inversões Financeiras”, no âmbito do mesmo subtítulo;
mediante participação acionária, observará o valor e a destinação b) GNDs “2 - Juros e Encargos da Dívida” e “6 - Amortização da
constantes do orçamento original. Dívida”, no âmbito do mesmo subtítulo; e
§ 5º As empresas cuja programação conste integralmente do c) GNDs “1 - Pessoal e Encargos Sociais”, “3 - Outras Despesas
Orçamento Fiscal ou do Orçamento da Seguridade Social, de acordo Correntes”, “4 - Investimentos” e “5 - Inversões Financeiras”, no âm-
com o disposto no art. 6º, não integrarão o Orçamento de Investi- bito do mesmo subtítulo:
mento. 1. no Programa “0901 - Operações Especiais: Cumprimento de
§ 6º Permanecerão no Orçamento de Investimento as empre- Sentenças Judiciais”;
sas públicas e as sociedades de economia mista que tenham rece- 2. das ações orçamentárias referidas nos incisos XXI e XXV do
bido do seu controlador ou utilizado recursos financeiros para pa- caput do art. 12; ou
gamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de 3. na Unidade Orçamentária “73901 - Fundo Constitucional do
capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumen- Distrito Federal - FCDF”; e
to de participação acionária, desde que atendidas, cumulativamen- d) GNDs de programações incluídas ou acrescidas por emen-
te, as seguintes condições e observado o disposto em ato do Poder das, de que trata a alínea “d” do inciso II do § 4º do art. 7º, median-
Executivo federal: te solicitação ou concordância dos autores das respectivas emen-
I - integrar o Orçamento de Investimento na Lei Orçamentária das, observado o disposto no caput do art. 79;
do exercício anterior; II - ato do Secretário de Coordenação e Governança das Em-
II - possuir plano de reequilíbrio econômico-financeiro aprova- presas Estatais do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços
do e vigente; e Públicos, quanto ao Orçamento de Investimento para:
III - observar o disposto no § 9º do art. 37 da Constituição. a) as fontes de financiamento;
§ 7º As normas gerais da Lei nº 4.320, de 1964, não se apli- b) os identificadores de uso;
cam às empresas integrantes do Orçamento de Investimento no c) os identificadores de resultado primário;
que concerne ao regime contábil, à execução do orçamento e às d) as esferas orçamentárias;
demonstrações contábeis. e) as denominações das classificações orçamentárias, desde
§ 8º O disposto no § 7º não se aplica às disposições dos art. que constatado erro de ordem técnica ou legal; e
109 e art. 110 da Lei nº 4.320, de 1964, para as finalidades a que f) ajustes na codificação orçamentária decorrentes da neces-
se destinam. sidade de adequação à classificação vigente, desde que não impli-
§ 9º As empresas de que trata o caput deverão manter atualiza- quem mudança de valores e de finalidade da programação; e
da a sua execução orçamentária no Siop, de forma online. III - ato do Secretário de Orçamento Federal do Ministério do
§ 10. Para o exercício de 2024, somente as empresas públicas Planejamento e Orçamento, quanto aos Orçamentos Fiscal e da Se-
não financeiras e as sociedades de economia mista não financeiras guridade Social para:
poderão receber aportes da União para futuro aumento de capital, a) as fontes de recursos, inclusive aquelas de que trata o § 3º
exceto se envolver empresas financeiras para enquadramento nas do art. 139, observadas as vinculações previstas na legislação;
regras do Acordo de Basileia. b) os IU;
§ 11. As empresas públicas e as sociedades de economia mista c) os identificadores de RP, para fins de correção de erro mate-
cujos investimentos sejam financiados com a participação da União rial que impeçam a execução da programação orçamentária;
para futuro aumento de capital serão mantidas no Orçamento de d) as esferas orçamentárias;
Investimento de forma a compatibilizar a programação orçamentá- e) as denominações das classificações orçamentárias, desde
ria e o disposto no inciso III do caput do art. 2º da Lei Complementar que constatado erro de ordem técnica ou legal; e
nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal. f) ajustes na codificação orçamentária:
1. necessários à correção de erro de ordem técnica ou legal; ou
SEÇÃO VII 2. decorrentes da necessidade de adequação à classificação
DAS ALTERAÇÕES NA LEI ORÇAMENTÁRIA E NOS CRÉDI- vigente, desde que não impliquem mudança de valores e de fina-
TOS ADICIONAIS lidade da programação.
§ 2º As modificações a que se refere este artigo também pode-
Art. 52. As classificações das dotações previstas no art. 7º, as rão ocorrer na abertura e na reabertura de créditos adicionais e na
fontes de financiamento do Orçamento de Investimento, as codifi- alteração de que trata o § 5º do art. 167 da Constituição.
cações orçamentárias e as suas denominações poderão ser altera- § 3º As alterações das modalidades de aplicação serão reali-
das de acordo com as necessidades de execução, desde que manti- zadas diretamente no Siafi ou no Siop pela unidade orçamentária,
do o valor total do subtítulo e observadas as demais condições de observados os procedimentos estabelecidos pela Secretaria de Or-
que trata este artigo. çamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento.
§ 1º As alterações de que trata o caput poderão ser realizadas, § 4º A alteração de que trata o § 3º poderá ser realizada pelas
justificadamente, em relação a subtítulos constantes da Lei Orça- unidades orçamentárias, pelos órgãos setoriais ou pela Secretaria
mentária de 2024 e de créditos especiais ou extraordinários, aber- de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamen-
tos e reabertos, se autorizadas por meio de: to, quando da indicação de beneficiários pelos autores de emendas
I - ato dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Minis- individuais, para manter compatibilidade entre o beneficiário indi-
tério Público da União e da Defensoria Pública da União, quanto à cado e a referida classificação, sem prejuízo de alterações poste-
alteração entre os: riores.

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§ 5º Para fins do disposto no § 3º do art. 43 da Lei nº 4.320, de § 1º Cada projeto de lei e a respectiva lei deverão restringir-se
1964, consideram-se como excesso de arrecadação os recursos do a apenas um tipo de crédito adicional, conforme estabelecido nos
exercício disponibilizados em razão das modificações efetivadas nas incisos I e II do caput do art. 41 da Lei nº 4.320, de 1964.
fontes de financiamento e de recursos, nos termos do disposto na § 2º O prazo final para o encaminhamento dos projetos refe-
alínea “a” do inciso II e na alínea “a” do inciso III do § 1º e no § 2º ridos no caput é 15 de outubro de 2024, exceto se destinados ao
deste artigo e no § 3º do art. 56, mantida a classificação original das atendimento de despesas que constituem obrigações constitucio-
referidas fontes. nais ou legais, de que tratam as Seções I e II do Anexo III, hipótese
§ 6º As alterações de que trata o inciso I do § 1º poderão: em que deve ser observado o prazo de 29 de novembro de 2024.
I - incluir GNDs, além daqueles aprovados no subtítulo, desde § 3º Acompanharão os projetos de lei concernentes a créditos
que compatíveis com a finalidade da ação orçamentária correspon- suplementares e especiais exposições de motivos circunstanciadas
dente; e que os justifiquem e indiquem as consequências dos cancelamen-
II - contemplar as demais alterações a que se refere este artigo. tos de dotações propostos sobre a execução de atividades, proje-
Art. 53. A abertura de créditos suplementares e especiais, a re- tos, operações especiais e seus subtítulos.
abertura de créditos especiais e a alteração de que trata o § 5º do § 4º As exposições de motivos às quais se refere o § 3º, relativas
art. 167 da Constituição serão compatíveis com: a projetos de lei de créditos suplementares e especiais destinados
I - a meta de resultado primário estabelecida nesta Lei, quando, ao atendimento de despesas primárias, deverão conter justificativa
observado o intervalo de tolerância de que trata o § 1º do art. 2º: de que a realização das despesas objeto desses créditos não afeta a
a) não aumentarem o montante das dotações de despesas con- obtenção da meta de resultado primário prevista nesta Lei e o aten-
sideradas na apuração da referida meta; ou dimento dos limites de despesa de que trata a Lei Complementar nº
b) na hipótese de aumento do referido montante, o acréscimo 200, de 30 de agosto de 2023.
estiver: § 5º Nas hipóteses de abertura de créditos adicionais que en-
1. amparado pelo relatório de avaliação de receitas e despesas volva a utilização de excesso de arrecadação, as exposições de mo-
primárias, elaborado em cumprimento ao disposto no art. 9º da Lei tivos conterão informações relativas a:
Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, e I - estimativas de receitas constantes da Lei Orçamentária de
no art. 71 desta Lei; 2024, de acordo com a classificação de que trata a alínea “a” do
2. relacionado à transferência aos Estados, ao Distrito Federal inciso III do caput do art. 9º;
e aos Municípios de recursos que tenham vinculação constitucional II - estimativas atualizadas para o exercício financeiro;
ou legal; ou III - parcelas do excesso de arrecadação utilizadas nos créditos
3. acompanhado de demonstrativo do espaço fiscal na exposi- adicionais, abertos ou em tramitação;
ção de motivos de projeto de lei de crédito suplementar ou espe- IV - valores utilizados em outras alterações orçamentárias; e
cial; e V - saldos do excesso de arrecadação, de acordo com a classifi-
II - os limites individualizados aplicáveis às despesas primárias, cação prevista no inciso I.
de que trata o art. 3º da Lei Complementar nº 200, de 30 de agosto § 6º Nas hipóteses de abertura de créditos adicionais que en-
de 2023, em observância ao disposto no § 5º do referido artigo, volva a utilização de superavit financeiro, as exposições de motivos
quando: conterão informações relativas a:
a) não aumentarem o montante das dotações de despesas pri- I - superavit financeiro do exercício de 2023, por fonte de re-
márias sujeitas aos referidos limites; ou cursos, de acordo com a classificação aplicável ao exercício de 2024;
b) na hipótese de aumento do referido montante: II - créditos reabertos no exercício de 2024;
1. os valores das dotações resultantes da alteração, inclusive os III - valores utilizados nos créditos adicionais, abertos ou em
créditos em tramitação, conforme relatório de avaliação de receitas tramitação;
e despesas primárias de que trata o art. 71 desta Lei, sejam iguais IV - valores utilizados em outras alterações orçamentárias; e
ou inferiores aos limites de que trata a Lei Complementar nº 200, de V - saldo do superavit financeiro do exercício de 2023, por fonte
30 de agosto de 2023; e de recursos.
2. a dotação resultante não ultrapasse os limites máximos de § 7º Para fins do disposto no § 6º, a Secretaria do Tesouro Na-
que trata a Lei Complementar nº 200, de 30 de agosto de 2023, cional do Ministério da Fazenda publicará, até 29 de fevereiro de
em observância ao disposto em seu § 5º, ou aqueles que venham 2024, demonstrativo do superavit financeiro de cada fonte de re-
a substituí-los. cursos, apurado no balanço patrimonial do exercício de 2023, se-
§ 1º As ampliações de que tratam a alínea “b” do inciso I e a gundo as classificações vigentes em 2023 e 2024 e observado tanto
alínea “b” do inciso II do caput serão destinadas prioritariamente o agrupamento por fonte de recursos quanto por órgão, entidade
ao atendimento de despesas obrigatórias, em conformidade com o ou fundo a que os recursos se vinculam, hipótese em que o supera-
relatório de avaliação bimestral de que trata o art. 71. vit financeiro de fontes de recursos vinculados deverá ser disponibi-
§ 2º As alterações orçamentárias referidas no caput conterão lizado em sítio eletrônico por fonte detalhada.
anexo específico com cancelamentos compensatórios de dotações § 8º As aberturas de créditos previstas nos § 5º e § 6º para o au-
destinadas a despesas primárias, como forma de garantir a compa- mento de dotações deverão ser compatíveis com o disposto no art.
tibilidade com a meta de resultado primário e com os limites indivi- 53 desta Lei e no parágrafo único do art. 8º da Lei Complementar nº
dualizados, conforme disposto nos incisos I e II. 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal.
Art. 54. Os projetos de lei relativos a créditos suplementares § 9º Na hipótese de receitas vinculadas, o demonstrativo a que
e especiais serão encaminhados pelo Poder Executivo federal ao se refere o § 7º deverá identificar as unidades orçamentárias.
Congresso Nacional, também em meio magnético, por Poder, sem
prejuízo do disposto no § 11 e no § 13.
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§ 10. Os créditos de que trata este artigo, aprovados pelo Con- § 18. Considerados os créditos abertos e em tramitação, caso
gresso Nacional, serão considerados automaticamente abertos com os valores resultantes das categorias de programação a serem can-
a sanção e a publicação da respectiva lei. celados ultrapassem vinte por cento do valor inicialmente estabele-
§ 11. Os projetos de lei de créditos suplementares ou especiais, cido na Lei Orçamentária de 2024 para as referidas categorias, de-
relativos aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministé- verá ser apresentada, além das justificativas mencionadas no § 3º, a
rio Público da União e da Defensoria Pública da União, poderão ser demonstração do desvio entre a dotação inicialmente estabelecida
apresentados de forma consolidada. na referida Lei e a dotação resultante.
§ 12. A exigência de encaminhamento de projetos de lei por Art. 55. As propostas de abertura de créditos suplementares
Poder, de que trata o caput, não se aplica quando o crédito for: autorizados na Lei Orçamentária de 2024, ressalvado o disposto
I - destinado a atender despesas com pessoal e encargos so- no § 1º deste artigo e nos art. 66 e art. 67, serão submetidas ao
ciais, benefícios aos servidores civis, empregados e militares e aos Presidente da República, acompanhadas de exposição de motivos
seus dependentes constantes da Seção I do Anexo III, indenizações, que inclua a justificativa e a indicação dos efeitos das anulações de
benefícios e pensões indenizatórias de caráter especial e auxílios- dotações, observado o disposto nos § 3º, § 5º, § 6º, § 15 e § 18 do
-funeral e natalidade; ou art. 54.
II - integrado exclusivamente por dotações orçamentárias clas- § 1º Os créditos a que se refere o caput, com indicação de re-
sificadas com RP 6 e RP 7. cursos compensatórios dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judi-
§ 13. Serão encaminhados projetos de lei específicos quando ciário, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da
os créditos se destinarem ao atendimento de despesas com pessoal União, nos termos do disposto no inciso III do § 1º do art. 43 da
e encargos sociais, benefícios aos servidores civis, empregados e Lei nº 4.320, de 1964, serão abertos, no âmbito desses Poderes e
militares e aos seus dependentes constantes da Seção I do Anexo órgãos, verificados os procedimentos estabelecidos pela Secretaria
III, indenizações, benefícios e pensões indenizatórias de caráter es- de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento
pecial e sentenças judiciais, inclusive aquelas relativas a precatórios e o disposto no § 2º, por atos:
ou consideradas de pequeno valor. I - dos Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Fede-
§ 14. Os projetos de lei a que se refere o § 13 poderão também ral e do Tribunal de Contas da União;
conter despesas que: II - dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Conselho
I - constituam obrigações constitucionais ou legais da União, Nacional de Justiça, do Conselho da Justiça Federal, do Conselho Su-
relacionadas nas Seções I e II do Anexo III; perior da Justiça do Trabalho, dos Tribunais Superiores e do Tribunal
II - decorram da criação de órgãos ou entidades; ou de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios; e
III - sejam necessárias à manutenção da compatibilidade da III - do Procurador-Geral da República, do Presidente do Con-
despesa autorizada com a meta de resultado primário constante do selho Nacional do Ministério Público e do Defensor Público-Geral
art. 2º desta Lei e com os limites individualizados de despesas pri- Federal.
márias a que se refere a Lei Complementar nº 200, de 30 de agosto § 2º Quando a aplicação do disposto no § 1º envolver mais de
de 2023. um órgão orçamentário, no âmbito dos Poderes Legislativo e Ju-
§ 15. Nas hipóteses de abertura de créditos adicionais à conta diciário e do Ministério Público da União, os créditos deverão ser
de recursos de excesso de arrecadação ou de superavit financeiro, abertos por ato conjunto dos dirigentes dos órgãos envolvidos, con-
ainda que envolvam concomitante troca de fontes de recursos, as forme indicado nos incisos I, II e III do § 1º, respectivamente, no
respectivas exposições de motivos deverão estar acompanhadas qual também deverá ser realizada a compensação de que trata o
dos demonstrativos exigidos pelos § 5º e § 6º. caput do art. 29.
§ 16. Os projetos de lei de créditos suplementares ou especiais § 3º A compensação realizada simultaneamente à abertura do
solicitados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Mi- crédito por ato conjunto deverá ser comunicada à Secretaria de Or-
nistério Público da União e da Defensoria Pública da União, com çamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento e à
indicação dos recursos compensatórios, serão encaminhados ao Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda pelo órgão
Congresso Nacional no prazo de até quarenta e cinco dias, contado cedente, para que o limite de que trata a Lei Complementar nº 200,
da data de recebimento do pedido de alteração orçamentária pela de 30 de agosto de 2023, dos órgãos envolvidos seja ajustado, com
Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e o objetivo de viabilizar a execução orçamentária e financeira por
Orçamento, exceto aqueles destinados às sentenças judiciais, ao parte do órgão recebedor.
serviço da dívida e às despesas relacionadas nos incisos V, VI, XIII, § 4º Na abertura dos créditos na forma prevista no § 1º, fica ve-
XXI e XXV do caput do art. 12. dado o cancelamento de despesas financeiras para suplementação
§ 17. Na elaboração dos projetos de lei relativos a créditos su- de despesas primárias.
plementares e especiais que envolvam mais de um órgão orçamen- § 5º Os créditos de que trata o § 1º serão incluídos no Siafi,
tário no âmbito dos Poderes Judiciário e Legislativo e do Ministério exclusivamente, por intermédio de transmissão de dados do Siop.
Público da União, deverá ser realizada a compensação entre os limi- Art. 56. Na abertura de crédito extraordinário, é vedada a cria-
tes individualizados para as despesas primárias, para o exercício de ção de novo código e de título para ação existente.
2024, respeitado o disposto no § 8º do art. 3º da Lei Complementar § 1º O crédito aberto por medida provisória deverá ser classi-
nº 200, de 30 de agosto de 2023, por meio da publicação de ato ficado, quanto ao identificador de RP, de acordo com o disposto no
conjunto dos dirigentes dos órgãos envolvidos em data anterior ao § 4º do art. 7º.
encaminhamento das propostas de abertura de créditos à Secre- § 2º As dotações de créditos extraordinários que perderam efi-
taria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Or- cácia ou foram rejeitados, conforme ato declaratório do Congresso
çamento, hipótese em que os efeitos da compensação ficarão sus- Nacional, deverão ser reduzidas no Siop e no Siafi no montante dos
pensos até a publicação de cada crédito, em valor correspondente.
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saldos não empenhados durante a vigência da respectiva medida conforme estabelecido no § 1º do art. 5º, inclusive os títulos, os
provisória, por ato do Secretário de Orçamento Federal do Ministé- descritores, as metas e os objetivos, assim como o detalhamento
rio do Planejamento e Orçamento. por esfera orçamentária, GNDs, fontes de recursos, modalidades de
§ 3º As fontes de recursos que, em razão do disposto no § 2º, aplicação e IU, e identificador de RP.
ficarem sem despesas correspondentes, serão disponibilizadas com Parágrafo único. A transposição, a transferência ou o remaneja-
a mesma classificação e poderão ser utilizadas para a realização de mento não poderá resultar em alteração dos valores das programa-
alterações orçamentárias. ções aprovadas na Lei Orçamentária de 2024 ou nos créditos adicio-
Art. 57. Os anexos dos créditos adicionais obedecerão à mesma nais, hipótese em que poderá haver, excepcionalmente, adequação
formatação dos Quadros dos Créditos Orçamentários constantes da da classificação funcional, da esfera orçamentária e do Programa de
Lei Orçamentária de 2024. Gestão e Manutenção ao novo órgão.
Art. 58. As dotações das categorias de programação anuladas Art. 63. A transposição, o remanejamento ou a transferência
em decorrência do disposto no § 1º do art. 55 não poderão ser su- de recursos autorizada no § 5º do art. 167 da Constituição deverá:
plementadas, exceto por remanejamento de dotações no âmbito I - ser realizada no âmbito das atividades de ciência, tecnologia
do próprio órgão ou em decorrência de legislação superveniente. e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às dotações restritos às programações classificadas na função “19 - Ciência e
das unidades orçamentárias do Poder Judiciário que exerçam a fun- Tecnologia” e subfunções “571 - Desenvolvimento Científico”, “572
ção de setorial de orçamento, quando anuladas para suplementa- - Desenvolvimento Tecnológico e Engenharia” ou “573 - Difusão do
ção das unidades do próprio órgão. Conhecimento Científico e Tecnológico”; e
Art. 59. A reabertura dos créditos especiais, conforme disposto II - ser destinada a categoria de programação existente.
no § 2º do art. 167 da Constituição, será efetivada, se necessária, Art. 64. As alterações orçamentárias de que trata este Capítulo
mediante ato dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Mi- deverão observar as restrições estabelecidas no inciso III do caput
nistério Público da União e da Defensoria Pública da União, após a do art. 167 da Constituição.
primeira avaliação de receitas e despesas a que se refere o art. 9º da § 1º Enquanto houver receitas e despesas condicionadas, nos
Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, termos do disposto no art. 22, as alterações orçamentárias realiza-
observado o disposto nos art. 53 e art. 57 desta Lei. das no âmbito dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do
§ 1º Os créditos reabertos na forma prevista neste artigo, rela- Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União não
tivos aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, serão incluídos poderão ampliar a diferença entre as receitas de operações de cré-
no Siafi, exclusivamente, por intermédio de transmissão de dados dito e as despesas de capital considerada na Lei Orçamentária de
do Siop. 2024.
§ 2º O prazo previsto no caput não se aplica ao Orçamento de § 2º Após a redução do total de despesas condicionadas na for-
Investimento. ma prevista no § 3º do art. 22, eventual diferença entre as receitas
§ 3º A programação objeto da reabertura dos créditos especiais de operações de crédito e as despesas de capital deverá ser ade-
poderá ser adequada à programação constante da Lei Orçamentá- quada até o encerramento do exercício.
ria de 2024, desde que não haja alteração da finalidade das ações § 3º Para fins do cálculo da diferença mencionada nos § 1º e §
orçamentárias. 2º, consideram-se:
§ 4º A reabertura dos créditos de que trata o caput, relativa I - as fontes de recursos de operações de crédito que financiem
aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, fica condicionada à despesas estabelecidas na Lei Orçamentária de 2024 e nos créditos
anulação de dotações orçamentárias relativas a despesas primárias adicionais; e
aprovadas na Lei Orçamentária de 2024, no montante que exceder II - as despesas de capital estabelecidas na Lei Orçamentária de
os limites a que se refere a Lei Complementar nº 200, de 30 de agos- 2024 e nos créditos adicionais.
to de 2023, ou que tornar a despesa autorizada incompatível com Art. 65. Fica a Secretaria de Coordenação das Estatais do Mi-
meta de resultado primário estabelecida nesta Lei. nistério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos autorizada
Art. 60. Fica o Poder Executivo federal autorizado a abrir crédi- a cancelar os saldos orçamentários do Orçamento de Investimento
tos especiais ao Orçamento de Investimento para o atendimento de eventualmente existentes, na data em que a empresa estatal fede-
despesas relativas a ações em execução no exercício de 2023, por ral vier a ser extinta ou tiver o seu controle acionário transferido
meio da utilização, em favor da correspondente empresa estatal e para o setor privado.
da respectiva programação, de saldo de recursos do Tesouro Na- Art. 66. O Presidente da República poderá delegar ao Ministro
cional repassados em exercícios anteriores ou inscritos em restos de Estado do Planejamento e Orçamento e ao Ministro de Estado
a pagar no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social. da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, no âmbito, respec-
Art. 61. A reabertura dos créditos extraordinários, conforme tivamente, dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social e do Or-
disposto no § 2º do art. 167 da Constituição, será efetivada, se ne- çamento de Investimento, as alterações orçamentárias que depen-
cessária, por meio de ato do Poder Executivo federal, observado o dam de ato do Poder Executivo federal referidas nesta Seção e no
disposto no art. 57 desta Lei. art. 179, exceto quanto ao encaminhamento de projetos de lei de
Art. 62. O Poder Executivo federal poderá transpor, remanejar, crédito suplementar ou especial ao Congresso Nacional e à abertu-
transferir ou utilizar, total ou parcialmente, as dotações orçamentá- ra de créditos extraordinários.
rias aprovadas na Lei Orçamentária de 2024 e nos créditos adicio- Art. 67. Os dirigentes indicados no § 1º do art. 55 desta Lei po-
nais, em decorrência da extinção, da transformação, da transferên- derão delegar, no âmbito de seus órgãos, vedada a subdelegação,
cia, da incorporação ou do desmembramento de órgãos e entidades a abertura de créditos suplementares autorizados na Lei Orçamen-
e de alterações de suas competências ou atribuições, mantida a tária de 2024 que contenham a indicação de recursos compensató-
estrutura programática, expressa por categoria de programação, rios, nos termos do disposto no inciso III do § 1º do art. 43 da Lei nº
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4.320, de 1964, desde que observadas as exigências e as restrições publicação da Lei Orçamentária de 2024, cronograma anual de de-
constantes do art. 55, especialmente aquelas a que se refere o seu sembolso mensal, por órgão, nos termos do disposto no art. 8º da
§ 4º, e do § 18 do art. 54 desta Lei. Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal,
Art. 68. As dotações destinadas à contrapartida nacional de com vistas ao cumprimento da meta de resultado primário estabe-
empréstimos internos e externos e ao pagamento de amortização, lecida nesta Lei.
juros e outros encargos, ressalvado o disposto no parágrafo único, § 1º No caso do Poder Executivo federal, o ato referido no
somente poderão ser remanejadas para outras categorias de pro- caput e os atos que o modificarem conterão, em milhões de reais:
gramação por meio da abertura de créditos adicionais, por projeto I - metas quadrimestrais para o resultado primário dos Orça-
de lei ou medida provisória. mentos Fiscal e da Seguridade Social, com demonstração de que a
Parágrafo único. Os recursos de que trata o caput poderão ser programação atende à meta estabelecida nesta Lei e a outras regras
remanejados para outras categorias de programação na abertu- fiscais vigentes aplicáveis;
ra de créditos suplementares autorizados na Lei Orçamentária de II - metas bimestrais de realização de receitas primárias, em
2024, por ato dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Mi- atendimento ao disposto no art. 13 da Lei Complementar nº 101,
nistério Público da União e da Defensoria Pública da União, obser- de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, discriminadas pelos prin-
vados os limites autorizados na referida Lei e o disposto no art. 55, cipais tributos administrados pela Secretaria Especial da Receita
desde que mantida a destinação, respectivamente, à contrapartida Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, as contribuições pre-
nacional e ao serviço da dívida. videnciárias para o Regime Geral de Previdência Social e o Regime
Art. 69. Para fins do disposto nos § 10 e § 11 do art. 165 da Próprio de Previdência do Servidor Público, a contribuição para o
Constituição, consideram-se compatíveis com o dever de execução salário-educação, as concessões e as permissões, as compensações
das programações as alterações orçamentárias referidas nesta Lei e financeiras, as receitas próprias e de convênios e demais receitas,
os créditos autorizados na Lei Orçamentária de 2024 e nas leis de identificadas separadamente, as resultantes de medidas de com-
créditos adicionais. bate à evasão e à sonegação fiscal, da cobrança da dívida ativa, e
§ 1º O dever de execução de que trata o § 10 do art. 165 da administrativa;
Constituição não vincula a abertura e a reabertura de créditos adi- III - cronogramas ou limites de pagamentos mensais de despe-
cionais e não obsta a escolha das programações que serão objeto sas primárias sujeitas ao controle de fluxo, abertos em fontes de
de cancelamento e aplicação, por meio das alterações de que trata recursos do Tesouro Nacional e fontes próprias;
o caput, desde que cumpridos os demais requisitos referidos nesta IV - demonstrativo do montante dos restos a pagar inscritos
Lei. das despesas primárias sujeitas ao controle de fluxo, por órgão, de
§ 2º Para fins do disposto no inciso I do § 11 do art. 165 da Cons- modo a separar os processados dos não processados;
tituição, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Ministério V - metas quadrimestrais para o resultado primário das empre-
Público da União e a Defensoria Pública da União ficam autorizados sas estatais federais, com as estimativas de receitas e despesas que
a realizar o bloqueio de dotações orçamentárias discricionárias, de o compõem, de modo a separar, nas despesas, os investimentos; e
que trata a alínea “b” do inciso II do § 4º do art. 7º, no montante ne- VI - quadro geral da programação financeira, detalhado em de-
cessário ao cumprimento dos limites individualizados estabelecidos monstrativos distintos segundo a classificação da despesa em finan-
na Lei Complementar nº 200, de 30 de agosto de 2023, com base ceira sujeita a controle de fluxo, primária discricionária e primária
nas informações constantes dos relatórios de avaliação de receitas obrigatória sujeita a controle de fluxo, evidenciados por órgão:
e despesas, referidos no art. 71. a) a dotação autorizada na Lei Orçamentária de 2024 e nos cré-
§ 3º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Ministério ditos adicionais, o limite ou valor estimado para empenho, o limite
Público da União e a Defensoria Pública da União deverão adotar ou valor estimado para pagamento e as diferenças entre montante
providências, em relação aos bloqueios efetuados na forma previs- autorizado e limites ou valores estimados; e
ta no § 2º, para garantir a adequação das despesas autorizadas na b) o estoque de restos a pagar ao final de 2023 líquido de can-
Lei Orçamentária de 2024 aos limites individualizados estabelecidos celamentos ocorridos em 2024, o limite ou valor estimado para pa-
na Lei Complementar nº 200, de 30 de agosto de 2023, até o fim do gamento, e a respectiva diferença.
exercício, ou quando se fizer necessário à observância dos referidos § 2º O Poder Executivo federal estabelecerá no ato de que trata
limites. o caput as despesas primárias obrigatórias constantes da Seção I do
§ 4º O bloqueio de que trata o § 2º poderá incidir sobre as pro- Anexo III que estarão sujeitas a controle de fluxo, com o respectivo
gramações referidas no art. 76, exceto quanto àquelas previstas nos cronograma de pagamento.
§ 11 e § 12 do art. 166 da Constituição, até a proporção aplicável § 3º Excetuadas as despesas com pessoal e encargos sociais,
ao conjunto das despesas primárias discricionárias no âmbito dos precatórios e sentenças judiciais, os cronogramas anuais de de-
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Ministério Público da sembolso mensal dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministé-
União e da Defensoria Pública da União, sem prejuízo da aplicação rio Público da União e da Defensoria Pública da União terão como
de medidas necessárias, conforme estabelecido em ato do Poder referencial o repasse previsto no art. 168 da Constituição, na forma
Executivo federal. de duodécimos.
§ 4º Os cronogramas ou limites de pagamento das despesas
SEÇÃO VIII primárias obrigatórias sujeitas a controle de fluxo e das despesas
DA LIMITAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA primárias discricionárias, incluídas as ressalvadas de limitação de
empenho e movimentação financeira, de que trata o § 2º do art.
Art. 70. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Mi- 9º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade
nistério Público da União e a Defensoria Pública da União deverão Fiscal, poderão ter como referência o valor da programação orça-
elaborar e publicar por ato próprio, até trinta dias após a data de mentária do exercício e dos restos a pagar inscritos, limitados ao
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montante global da previsão das Despesas com Controle de Fluxo Público da União e da Defensoria Pública da União, até o vigésimo
do Poder Executivo do exercício constante do Relatório de Avaliação segundo dia após o encerramento do bimestre, observado o dis-
das receitas e despesas primárias, ajustada pelo eventual esforço posto no § 4º.
ou espaço fiscal indicado no referido relatório. § 1º O montante da limitação a ser promovida pelo Poder Exe-
§ 5º Os valores constantes dos cronogramas ou limites de paga- cutivo federal e pelos órgãos referidos no caput será estabelecido
mento estabelecidos pelo Poder Executivo federal poderão ser dis- de forma proporcional à participação de cada um no conjunto das
tintos das dotações orçamentárias ou dos limites de movimentação dotações orçamentárias iniciais classificadas como despesas primá-
e empenho, inclusive quanto à distribuição por órgão, por fontes rias discricionárias, identificadas na Lei Orçamentária de 2024 na
de recursos e por classificação da despesa, desde que observado o forma prevista no disposto nas alíneas “b”, “c” e “d” do inciso II do
disposto no § 4º. § 4º do art. 7º, excluídas as atividades dos Poderes Legislativo e
§ 6º Os órgãos setoriais do Sistema de Administração Finan- Judiciário, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública
ceira Federal, os seus órgãos vinculados e as suas unidades execu- da União constantes da Lei Orçamentária de 2024 e as despesas
toras observarão a oportunidade, a conveniência e a necessidade ressalvadas de limitação de empenho e movimentação financeira,
de execução para garantir a efetiva entrega de bens e serviços à na forma prevista no § 2º do art. 9º da Lei Complementar nº 101, de
sociedade, quando da distribuição dos recursos financeiros às suas 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal.
unidades subordinadas. § 2º As alterações orçamentárias realizadas com fundamento
§ 7º Os cronogramas ou limites de pagamento do Poder Exe- na alínea “c” do inciso III do § 1º do art. 52 publicadas até a data de
cutivo federal aplicam-se tanto ao pagamento de restos a pagar divulgação do relatório de que trata o § 4º deste artigo que decor-
quanto ao pagamento de despesas do exercício, e caberá ao órgão ram de erro material na classificação da Lei Orçamentária de 2024
setorial, aos seus órgãos vinculados e às suas unidades executoras serão consideradas no cálculo do montante de limitação previsto no
definir a sua prioridade, observado o disposto no § 6º. § 1º deste artigo.
§ 8º Na hipótese de não existir programação orçamentária no § 3º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Ministé-
exercício corrente, as demandas para pagamento de restos a pagar rio Público da União e a Defensoria Pública da União, com base na
pelos órgãos setoriais poderão servir de base para a inclusão de va- informação a que se refere o caput, editarão ato que evidencie a
lores nos cronogramas ou limites de pagamento do Poder Executivo limitação de empenho e movimentação financeira até o trigésimo
federal, observado o disposto nos § 4º, § 5º e § 7º. dia subsequente ao encerramento do respectivo bimestre.
§ 9º Se houver indicação formal, justificada técnica ou judicial- § 4º Em atendimento ao disposto no caput, o Poder Executivo
mente, do órgão setorial de que o cronograma ou limite de paga- federal divulgará em sítio eletrônico e encaminhará ao Congresso
mento das despesas primárias obrigatórias sujeitas ao controle de Nacional e aos órgãos referidos no caput, no prazo nele previsto,
fluxo e das despesas primárias discricionárias ressalvadas de limita- relatório que será apreciado pela Comissão Mista a que se refere o
ção de empenho e movimentação financeira, de que trata o § 2º do § 1º do art. 166 da Constituição, que conterá:
art. 9º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabi- I - a memória de cálculo das novas estimativas de receitas e
lidade Fiscal, não será executado, os valores indicados poderão ser despesas primárias e a demonstração da necessidade da limitação
remanejados para outras despesas, a critério do Poder Executivo de empenho e movimentação financeira nos percentuais e montan-
federal. tes estabelecidos por órgão;
§ 10. Após o relatório de avaliação de receitas e despesas de II - a revisão dos parâmetros estimados pela Secretaria de Polí-
que trata o art. 71, relativo ao 5º bimestre, o Poder Executivo fede- tica Econômica do Ministério da Fazenda, que conterá, no mínimo,
ral, amparado em critérios técnicos apresentados pelo órgão cen- as estimativas anualizadas da variação real do Produto Interno Bru-
tral do Sistema de Administração Financeira Federal, poderá alterar to - PIB, da massa salarial dos empregados com carteira assinada,
os cronogramas ou limites de pagamento de que trata o § 9º, se do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna - IGP-DI, do IPCA
identificado que há ou haverá sobra de valores na execução finan- e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, o preço mé-
ceira, respeitadas as regras fiscais vigentes. dio do barril de petróleo, a média da taxa de câmbio do dólar dos
§ 11. O Poder Executivo federal poderá constituir reserva finan- Estados Unidos da América, a taxa Selic, o PIB nominal e o salário
ceira nos cronogramas ou limites de pagamento, até o valor corres- mínimo;
pondente aos créditos orçamentários em tramitação e ao montante III - a justificativa das alterações de despesas primárias obriga-
correspondente a eventual espaço fiscal demonstrado no relatório tórias, com explicitação das providências que serão adotadas quan-
de avaliação de receitas e despesas primárias, hipóteses em que os to à alteração da dotação orçamentária, e os efeitos dos créditos
recursos deverão ser totalmente liberados até o encerramento do extraordinários abertos;
exercício. IV - os cálculos relativos à frustração das receitas primárias, que
§ 12. A obrigatoriedade de liberação dos recursos de que trata terão por base os demonstrativos atualizados de que trata o inciso X
o § 11 poderá ser dispensada caso não exista demanda de alteração do Anexo II, e os demonstrativos equivalentes, no caso das demais
de cronograma ou limite de pagamento pendente de atendimento. receitas, justificados os desvios em relação à sazonalidade original-
§ 13. O disposto nos § 4º ao § 12 aplica-se exclusivamente ao mente prevista;
Poder Executivo federal. V - a estimativa atualizada do resultado primário das empresas
Art. 71. Se for necessário efetuar a limitação de empenho e estatais, acompanhada da memória dos cálculos referentes às em-
movimentação financeira de que trata o art. 9º da Lei Complemen- presas que responderem pela variação;
tar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, o Poder Execu- VI - a justificativa dos desvios ocorridos em relação às proje-
tivo federal apurará o montante necessário e informará a cada ór- ções realizadas nos relatórios anteriores; e
gão orçamentário dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério

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VII - detalhamento das dotações relativas às despesas primá- Fiscal, e sua distribuição entre os órgãos orçamentários observará
rias obrigatórias com controle de fluxo financeiro, a identificação a conveniência, a oportunidade e as necessidades de execução e o
das respectivas ações e dos valores envolvidos, exceto no caso de critério estabelecido no § 12 deste artigo.
contribuições a organismos internacionais, que poderão ser infor- § 14. Os limites de empenho de cada órgão orçamentário serão
madas de maneira agregada. distribuídos entre suas unidades e programações no prazo previsto
§ 5º O Poder Executivo federal poderá elaborar, em caráter no § 15 ou por remanejamento posterior, a qualquer tempo, e ob-
excepcional, relatório extemporâneo, observado, no que couber, o servarão os critérios estabelecidos no § 13.
disposto no § 4º, e, caso identifique necessidade de limitação de § 15. Os órgãos orçamentários, no âmbito dos Poderes Execu-
empenho e movimentação financeira, a limitação será aplicável so- tivo, Legislativo e Judiciário, do Ministério Público da União e da
mente ao Poder Executivo federal, que deverá editar o ato respecti- Defensoria Pública da União, detalharão no Siop, com transmissão
vo no prazo de sete dias úteis, contado da data do encaminhamento ao Siafi, até quinze dias após o prazo previsto no caput, as dotações
do relatório ao Congresso Nacional. indisponíveis para empenho por unidade orçamentária e programa-
§ 6º O restabelecimento dos limites de empenho e movimenta- ção, exceto quanto à limitação incidente sobre dotações ou progra-
ção financeira poderá ser efetuado a qualquer tempo, hipótese em mações incluídas ou acrescidas por emendas, que deverá observar
que o relatório de que tratam os § 4º e § 5º deverá ser divulgado em o disposto no ato de que trata o art. 80.
sítio eletrônico e encaminhado ao Congresso Nacional e aos órgãos § 16. Os limites de empenho das programações classificadas
referidos no caput. com identificador de RP constante da alínea “d” do inciso II do § 4º
§ 7º O decreto de limitação de empenho e movimentação fi- do art. 7º poderão ser reduzidos na mesma proporção aplicável ao
nanceira, ou de restabelecimento desses limites, editado nas hipó- conjunto das despesas primárias discricionárias do Poder Executivo
teses previstas no caput e no § 1º do art. 9º da Lei Complementar federal.
nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, e nos § 5º e § 6º § 17. Os órgãos setoriais do Sistema de Administração Financei-
deste artigo, conterá as informações de que trata o § 1º do art. 70 ra Federal, os seus órgãos vinculados e as suas unidades executoras
desta Lei. deverão dar publicidade, bimestralmente, até o décimo dia do mês
§ 8º O relatório a que se refere o § 4º será elaborado e divulga- subsequente ao fim do bimestre, às prioridades e aos pagamentos
do em sítio eletrônico também nos bimestres em que não houver realizados das despesas primárias discricionárias.
limitação ou restabelecimento dos limites de empenho e movimen- § 18. Não serão objeto de limitação orçamentária e financeira,
tação financeira, sem prejuízo do disposto no inciso II do § 19. na forma prevista no § 2º do art. 9º da Lei Complementar nº 101, de
§ 9º O Poder Executivo federal prestará as informações adicio- 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, as despesas:
nais para apreciação do relatório de que trata o § 4º deste artigo I - relativas às fontes vinculadas ao Fundo Nacional de Desen-
no prazo de cinco dias úteis, contado da data de recebimento do volvimento Científico e Tecnológico - FNDCT, observado o disposto
requerimento formulado pela Comissão Mista a que se refere o § no § 2º do art. 11 da Lei nº 11.540, de 12 de novembro de 2007;
1º do art. 166 da Constituição. II - necessárias para a execução de montante correspondente
§ 10. Os órgãos setoriais de planejamento e orçamento ou equi- às dotações orçamentárias, inclusive os créditos suplementares e
valentes manterão atualizado, em seu sítio eletrônico, demonstrati- especiais, a que se refere o inciso I do § 1º do art. 3º, multiplicadas
vo bimestral com os montantes aprovados e os valores da limitação pelo índice a que se refere o art. 4º, caput e § 1º, e pelo menor dos
de empenho e movimentação financeira por unidade orçamentária. índices a que se refere o § 1º do art. 5º, todos da Lei Complementar
§ 11. Para os órgãos que possuam mais de uma unidade orça- nº 200, de 30 de agosto de 2023; e
mentária, os prazos para publicação dos atos de restabelecimento III - não sujeitas ao limite de que trata o art. 3º da Lei Comple-
de limites de empenho e movimentação financeira, quando for o mentar nº 200, de 30 de agosto de 2023.
caso, serão de até: § 19. Durante a execução provisória do Projeto de Lei Orçamen-
I - trinta dias após o encerramento de cada bimestre, quando tária de 2024, de que trata o art. 72:
decorrer da avaliação bimestral de que trata o art. 9º da Lei Com- I - não se aplica a limitação de empenho e movimentação fi-
plementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal; ou nanceira a que se refere este artigo, hipótese em que deverá ser
II - sete dias úteis após o encaminhamento do relatório previs- observado, até a publicação da Lei Orçamentária de 2024, o dispos-
to no § 6º deste artigo, se não for resultante da referida avaliação to no art. 72; e
bimestral. II - são facultadas ao Poder Executivo federal a elaboração e a
§ 12. Observada a disponibilidade de limites de empenho e divulgação do relatório de avaliação de receitas e despesas a que
movimentação financeira, estabelecida na forma prevista neste se refere o § 4º.
artigo, os órgãos e as unidades executoras, ao assumirem os com- § 20. O disposto nos § 4º a § 13 do art. 70 também se aplica ao
promissos financeiros, não poderão deixar de atender às despesas contexto de limitação orçamentária e financeira de que trata este
essenciais e inadiáveis, além da observância ao disposto no art. 4º. artigo e de outras regras fiscais vigentes aplicáveis.
§ 13. Sem prejuízo da aplicação mínima em ações e serviços pú- § 21. (VETADO).
blicos de saúde e em manutenção e desenvolvimento do ensino, a
limitação de empenho do Poder Executivo federal, a que se referem
os § 2º e § 4º deste artigo, e o restabelecimento desses limites, a
que se refere o § 6º deste artigo, considerarão as dotações discricio-
nárias passíveis de limitação, nos termos do disposto no § 2º do art.
9º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade

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SEÇÃO IX I - às alterações realizadas na forma prevista no art. 179; e


DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA DO PROJETO DE LEI ORÇA- II - às obrigações constitucionais e legais que tenham sido cria-
MENTÁRIA das ou modificadas após o encaminhamento ao Congresso Nacional
do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2024 ou durante
Art. 72. Na hipótese de a Lei Orçamentária de 2024 não ser a execução provisória do Projeto de Lei Orçamentária de 2024, hi-
publicada até 31 de dezembro de 2023, a programação constante pótese em que o Poder Executivo federal deverá proceder com a
do Projeto de Lei Orçamentária de 2024 poderá ser executada para alteração de que trata o art. 179 antes da data de publicação da Lei
o atendimento de: Orçamentária de 2024.
I - despesas com obrigações constitucionais ou legais da União § 5º A autorização de que trata o inciso I do caput não abrange
relacionadas nas Seções I e II do Anexo III; as despesas a que se refere o inciso IV do caput do art. 120.
II - ações de prevenção a desastres ou resposta a eventos crí- § 6º O disposto no caput aplica-se às propostas de modificação
ticos em situação de emergência ou estado de calamidade pública, do Projeto de Lei Orçamentária de 2024 encaminhadas ao Congres-
classificadas na subfunção “Defesa Civil”, ações relativas a opera- so Nacional de acordo com o disposto no § 5º do art. 166 da Cons-
ções de garantia da lei e da ordem, ações de acolhimento humani- tituição.
tário e interiorização de migrantes em situação de vulnerabilidade, § 7º A programação de que trata o art. 22 poderá ser executada
ações de fortalecimento do controle de fronteiras e ações emer- na forma prevista no caput por meio da substituição das operações
genciais de recuperação de ativos de infraestrutura na subfunção de crédito por outras fontes de recursos, de acordo com o disposto
“Transporte Rodoviário” para garantia da segurança e trafegabilida- no § 3º do referido artigo.
de dos usuários nos eixos rodoviários; § 8º Sem prejuízo das demais disposições aplicáveis, até a pu-
III - concessão de financiamento ao estudante e integralização blicação do cronograma anual de desembolso mensal de que trata
de cotas nos fundos garantidores no âmbito do Fundo de Financia- o art. 70 desta Lei, o Poder Executivo federal poderá, com vistas ao
mento Estudantil - Fies; cumprimento da meta de resultado primário constante do art. 2º
IV - dotações destinadas à aplicação mínima em ações e servi- desta Lei e dos limites estabelecidos na Lei Complementar nº 200,
ços públicos de saúde classificadas com o IU 6; de 30 de agosto de 2023, estabelecer programação orçamentária e
V - realização de eleições e continuidade da implementação do financeira provisória que estabeleça limites mensais para:
sistema de automação de identificação biométrica de eleitores pela I - o empenho das despesas de que trata este artigo; e
Justiça Eleitoral; II - o pagamento das despesas de que trata este artigo e dos
VI - despesas custeadas com receitas próprias, de convênios e restos a pagar, inclusive os relativos a emendas individuais (RP 6) e
de doações; de bancada estadual (RP 7).
VII - formação de estoques públicos vinculados ao programa de § 9º Será considerada antecipação de cronograma de paga-
garantia de preços mínimos; mento a utilização dos recursos autorizada por este artigo, até que
VIII - outras despesas de capital de projetos em andamento, seja publicado o cronograma de execução mensal de desembolso
cuja paralisação possa causar prejuízo ou aumento de custos para a de que trata o art. 8º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de
administração pública, até o limite de um doze avos do valor previs- Responsabilidade Fiscal.
to para cada órgão no Projeto de Lei Orçamentária de 2024, multi-
plicado pelo número de meses total ou parcialmente decorridos até SEÇÃO X
a data de publicação da respectiva Lei; e DO REGIME DE EXECUÇÃO OBRIGATÓRIA DAS PROGRA-
IX - outras despesas correntes de caráter inadiável não auto- MAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS E DE EXECUÇÃO DAS EMENDAS
rizadas nos incisos I a VIII, até o limite de um doze avos do valor DE COMISSÃO
previsto para cada órgão no Projeto de Lei Orçamentária de 2024,
multiplicado pelo número de meses total ou parcialmente decorri- SUBSEÇÃO I
dos até a data de publicação da respectiva Lei. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1º Será considerada antecipação de crédito à conta da Lei
Orçamentária de 2024 a utilização dos recursos autorizada por este Art. 73. A administração pública federal tem o dever de exe-
artigo. cutar as programações orçamentárias, por intermédio dos meios
§ 2º Os saldos negativos eventualmente apurados entre o Pro- e das medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva
jeto de Lei Orçamentária de 2024 encaminhado ao Congresso Na- entrega de bens e serviços à sociedade.
cional e a respectiva Lei serão ajustados, considerada a execução § 1º O disposto no caput:
prevista neste artigo, por ato do Poder Executivo federal, após a pu- I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucio-
blicação da Lei Orçamentária de 2024, por intermédio da abertura nais e legais que estabeleçam metas fiscais ou limites de despesas
de créditos suplementares ou especiais, mediante o cancelamento e não impede o cancelamento necessário à abertura de créditos
de dotações constantes da Lei Orçamentária de 2024, até o limite adicionais;
de vinte por cento do valor do subtítulo, sem prejuízo da realização II - não se aplica às hipóteses de impedimentos de ordem téc-
do referido ajuste por meio de créditos suplementares autorizados nica devidamente justificados; e
na Lei Orçamentária de 2024 ou alterações orçamentárias autoriza- III - aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricioná-
das nesta Lei. rias, no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social.
§ 3º Ficam autorizadas as alterações orçamentárias previstas § 2º Para fins do disposto no caput, entende-se como progra-
no art. 52 e as alterações de GNDs dos recursos liberados na forma mação orçamentária o detalhamento da despesa por função, sub-
prevista neste artigo. função, unidade orçamentária, programa, ação e subtítulo.
§ 4º O disposto no inciso I do caput aplica-se:
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§ 3º O dever de execução a que se referem o caput deste artigo SUBSEÇÃO II


e o § 10 do art. 165 da Constituição corresponde à obrigação do DAS DOTAÇÕES OU DAS PROGRAMAÇÕES INCLUÍDAS OU
gestor de adotar, observados os princípios da legalidade, da efici- ACRESCIDAS POR EMENDAS
ência, da eficácia, da efetividade e da economicidade, as medidas
necessárias para executar as dotações orçamentárias disponíveis, Art. 76. Para fins do disposto nesta Lei e na Lei Orçamentária de
nos termos do disposto no § 2º, referentes a despesas primárias 2024, entendem-se como dotações ou programações incluídas ou
discricionárias, inclusive aquelas resultantes de alterações orça- acrescidas por emendas aquelas referentes às despesas primárias
mentárias, e compreende: discricionárias classificadas com identificador de RP constante da
I - a emissão do empenho até o término do exercício financeiro, alínea “d” do inciso II do § 4º do art. 7º.
sem prejuízo da reabertura de créditos especiais e extraordinários, Art. 77. É obrigatória a execução orçamentária e financeira, de
de que trata o § 2º do art. 167 da Constituição; e forma equitativa e observados os limites constitucionais, das pro-
II - a liquidação e o pagamento, admitida a inscrição em restos a gramações decorrentes de emendas individuais (RP 6) e de bancada
pagar regulamentada em ato do Poder Executivo federal. estadual (RP 7).
Art. 74. Para fins do disposto no inciso II do § 11 do art. 165 e § 1º Considera-se equitativa a execução das programações que
no § 13 do art. 166 da Constituição, entende-se como impedimento observe critérios objetivos e imparciais, independentemente de sua
de ordem técnica a situação ou o evento de ordem fática ou legal autoria.
que obste ou suspenda a execução da programação orçamentária. § 2º A obrigatoriedade de execução orçamentária e financeira
§ 1º O dever de execução das programações estabelecido no de que trata o caput deste artigo compreende, cumulativamente, o
§ 10 do art. 165 e no § 11 do art. 166 da Constituição não impõe a empenho e o pagamento, observado o disposto no § 18 do art. 166
execução de despesa na hipótese de impedimento de ordem téc- da Constituição.
nica. § 3º Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa
§ 2º São consideradas hipóteses de impedimentos de ordem poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado primá-
técnica, sem prejuízo de outras posteriormente identificadas em rio estabelecida nesta Lei, os montantes de execução obrigatória
ato do Poder Executivo federal: das programações de que tratam as Subseções III e IV poderão ser
I - a ausência de projeto de engenharia aprovado pelo órgão reduzidos até a mesma proporção da limitação incidente sobre o
setorial, ou pela unidade orçamentária, responsável pela programa- conjunto das despesas primárias discricionárias.
ção, nos casos em que for necessário; § 4º As programações orçamentárias previstas nos § 11 e § 12
II - a ausência de licença ambiental prévia, nos casos em que do art. 166 da Constituição não serão de execução obrigatória nos
for necessária; casos dos impedimentos de ordem técnica, hipótese em que se
III - a não comprovação, por parte dos Estados, do Distrito Fe- aplicará o disposto nos art. 74 e art. 75 desta Lei.
deral ou dos Municípios, quando a cargo do empreendimento após § 5º (VETADO).
a sua conclusão, da capacidade de aportar recursos para sua opera- Art. 78. As dotações classificadas com identificador de resulta-
ção e manutenção; do primário 3 - RP3 poderão ser objeto de emendas individuais, de
IV - a não comprovação de que os recursos orçamentários e bancada e de comissão, sendo os recursos acrescidos classificados
financeiros sejam suficientes para conclusão do projeto ou de etapa com os identificadores de resultado primário previstos na alínea “d”
útil, com funcionalidade que permita o imediato usufruto dos bene- do inciso II do § 4º do art. 7º
fícios pela sociedade; Art. 79. As emendas ao Projeto de Lei Orçamentária de 2024,
V - a incompatibilidade com a política pública aprovada no âm- exceto as emendas de relator-geral destinadas à correção de erros
bito do órgão setorial responsável pela programação; e omissões, somente poderão alocar recursos para programação de
VI - a incompatibilidade do objeto da despesa com os atributos natureza discricionária.
da ação orçamentária e do respectivo subtítulo; e Art. 80. O identificador da dotação ou programação incluída ou
VII - os impedimentos cujo prazo para superação inviabilize o acrescida por emendas, de que trata o art. 76, que constará dos sis-
empenho no exercício financeiro. temas de acompanhamento da execução financeira e orçamentária,
§ 3º (VETADO). tem por finalidade a identificação do proponente da inclusão ou do
Art. 75. As justificativas para a inexecução das programações acréscimo da programação.
orçamentárias primárias discricionárias serão elaboradas pelos ges- Art. 81. (VETADO).
tores responsáveis pela execução das respectivas programações,
nos órgãos setoriais e nas unidades orçamentárias, e comporão os SUBSEÇÃO III
relatórios de prestação de contas anual dos Poderes Executivo, Le- DAS DOTAÇÕES OU DAS PROGRAMAÇÕES INCLUÍDAS OU
gislativo e Judiciário, do Ministério Público da União e da Defensoria ACRESCIDAS POR EMENDAS INDIVIDUAIS NOS TERMOS DO
Pública da União. DISPOSTO NOS § 9º E § 11 DO ART. 166 DA CONSTITUIÇÃO
Parágrafo único. Faculta-se a apresentação da justificativa refe-
rida no caput para as programações cuja execução tenha sido igual Art. 82. Em atendimento ao disposto no § 14 do art. 166 da
ou superior a noventa e nove por cento da respectiva dotação, in- Constituição, para viabilizar a execução das dotações ou programa-
clusive as classificadas com identificador de RP constante da alínea ções incluídas por emendas identificadas de acordo com o item 1
“d” do inciso II do § 4º do art. 7º. da alínea “d” do inciso II do § 4º do art. 7º, serão observados os
seguintes procedimentos e prazos:
I - até cinco dias para abertura do Siop, contados da data de
publicação da Lei Orçamentária de 2024;

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II - até quinze dias para que os autores de emendas indiquem § 2º O Poder Executivo do ente beneficiado das transferências
beneficiários e ordem de prioridade, contados do término do pra- especiais, a que se refere o inciso I do caput do art. 166-A da Consti-
zo previsto no inciso I ou da data de início da sessão legislativa de tuição, deverá comunicar ao respectivo Poder Legislativo, ao TCU e
2024, prevalecendo a data que ocorrer por último; ao respectivo TCE ou TCM, no prazo de trinta dias, o valor do recur-
III - até cento e cinco dias para que os Ministérios, órgãos e so recebido e o respectivo plano de aplicação, do que dará ampla
unidades responsáveis pela execução das programações realizem publicidade.
a divulgação dos programas e das ações, análise e ajustes das pro- § 3º Para fins do disposto no § 16 do art. 37, no art. 163-A e no
postas e registro e divulgação de impedimento de ordem técnica no § 16 art. 165 da Constituição, os entes federativos beneficiários dos
Siop, e publicidade das propostas em sítio eletrônico, contados do recursos previstos neste artigo deverão utilizar o Portal Nacional de
término do prazo previsto no inciso II; Contratações Públicas, de que trata o art. 174 da Lei nº 14.133, de
IV - até dez dias para que os autores das emendas solicitem 2021, para o registro das contratações públicas realizadas.
no Siop o remanejamento para outras emendas de sua autoria, no § 4º O ente beneficiário de transferência especial deverá com-
caso de impedimento parcial ou total, ou para apenas uma progra- provar a utilização dos recursos na execução do objeto previamen-
mação constante da Lei Orçamentária de 2024, no caso de impe- te informado por meio do Transferegov.br até 31 de dezembro de
dimento total, contados do término do prazo previsto no inciso III; 2024, sob pena de vedação a novas transferências especiais en-
V - até trinta dias para que o Poder Executivo federal edite ato quanto perdurar o descumprimento, sem prejuízo da responsabili-
para promover os remanejamentos solicitados, contados do térmi- zação administrativa, cível e penal do gestor.
no do prazo previsto no inciso IV; e § 5º Para fins de controle da aplicação dos recursos da União
VI - até dez dias para que as programações remanejadas sejam repassados aos demais entes por meio de transferências especiais,
registradas no Siop, contados do término do prazo previsto no inci- poderão ser realizados acordos de cooperação entre o Tribunal de
so V, com a reabertura imediata do prazo para novas indicações e Contas da União e os respectivos TCE e TCM.
priorizações.
§ 1º Do prazo previsto no inciso III do caput deverão ser desti- SUBSEÇÃO IV
nados, no mínimo, dez dias para o cadastramento e envio das pro- DAS DOTAÇÕES OU DAS PROGRAMAÇÕES INCLUÍDAS OU
postas pelos beneficiários indicados pelos autores das emendas. ACRESCIDAS POR EMENDAS DE BANCADA ESTADUAL NOS
§ 2º As solicitações de que trata o inciso IV do caput deste arti- TERMOS DO DISPOSTO NO § 12 DO ART. 166 DA CONSTITUI-
go deverão observar os limites estabelecidos na alínea “d” do inciso ÇÃO
I e na alínea “a” do inciso II do caput do art. 12 da Lei nº 11.540, de
2007, referentes ao FNDCT. Art. 84. A garantia de execução referente a dotações ou progra-
§ 3º Caso haja necessidade de limitação de empenho e paga- mações incluídas ou acrescidas por emendas de bancada estadual
mento, em observância ao disposto no § 18 do art. 166 da Consti- aprovadas na Lei Orçamentária de 2024 com RP 7 compreenderá,
tuição, os valores incidirão na ordem de prioridade definida no Siop cumulativamente, o empenho e o pagamento, sem prejuízo da apli-
pelos autores das emendas. cação do disposto no § 3º do art. 77.
§ 4º Não constitui impedimento de ordem técnica a classifica- § 1º Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa
ção indevida de modalidade de aplicação ou de GNDs. poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal es-
§ 5º Na abertura de créditos adicionais, não poderá haver re- tabelecida no art. 2º, os montantes das programações de que trata
dução do montante de recursos orçamentários destinados na Lei este artigo poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da
Orçamentária de 2024 e nos créditos adicionais, por autor, relativos limitação incidente sobre o conjunto das despesas primárias discri-
a ações e serviços públicos de saúde. cionárias.
§ 6º Inexistindo impedimento de ordem técnica ou tão logo § 2º Para viabilizar a execução das dotações ou programações
o óbice seja superado, os órgãos e as unidades deverão adotar os incluídas por emendas de bancada estadual, serão observados os
meios e as medidas necessários à execução das programações, ob- seguintes procedimentos e prazos:
servados os limites da programação orçamentária e financeira vi- I - as indicações e a priorização pelos autores terão início após
gente. cinco dias contados da data de publicação da Lei Orçamentária de
§ 7º Na hipótese do parágrafo anterior, os órgãos e unidades 2024, sendo realizadas por meio de ofício encaminhado diretamen-
responsáveis pela execução deverão: te aos Ministérios, órgãos e unidades responsáveis pela execução
I - (VETADO); e das programações; e
II - (VETADO). II - até noventa dias para que os Ministérios, órgãos e unidades
§ 8º (VETADO). responsáveis pela execução das programações realizem a divulga-
Art. 83. O beneficiário das emendas individuais impositivas pre- ção dos programas e das ações, análise e ajustes das propostas e
vistas no art. 166-A da Constituição deverá indicar no Transferegov. registro e divulgação de impedimento de ordem técnica por ofício
br, para que seja realizado o depósito e permitida a movimentação encaminhado ao autor, e publicidade das propostas em sítio eletrô-
do conjunto dos recursos oriundos de transferências especiais de nico, contados da indicação.
que trata o inciso I do caput do referido artigo: § 3º Do prazo previsto no inciso II do § 2º deverão ser destina-
I - a agência bancária da instituição financeira oficial em que dos, no mínimo, dez dias para o cadastramento e envio das propos-
será aberta conta corrente específica; e tas pelos beneficiários indicados pelos autores das emendas.
II - a destinação dos recursos, definindo o objeto de gasto. § 4º Não constitui impedimento de ordem técnica a classifica-
§ 1º Outras regras necessárias à operacionalização das emen- ção indevida de modalidade de aplicação ou de GNDs.
das de que trata o caput poderão ser editadas em ato do Poder
Executivo federal.
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§ 5º Inexistindo impedimento de ordem técnica ou tão logo II - prestem atendimento direto ao público e tenham certifica-
o óbice seja superado, os órgãos e as unidades deverão adotar os ção de entidade beneficente, nos termos do disposto na Lei Com-
meios e as medidas necessários à execução das programações, ob- plementar nº 187, de 16 de dezembro de 2021.
servados os limites da programação orçamentária e financeira vi- Parágrafo único. A certificação de que trata o inciso II do caput
gente. poderá ser:
§ 6º Na hipótese do parágrafo anterior, os órgãos e unidades I - substituída pelo pedido de renovação da certificação devi-
responsáveis pela execução deverão: damente protocolizado e ainda pendente de análise junto ao órgão
I - (VETADO); e competente, nos termos do disposto na legislação; e
II - (VETADO). II - dispensada, em caráter excepcional e mediante decisão
§ 7º Aplica-se o disposto nos §§ 3º a 6º aos Ministérios, órgãos fundamentada, para execução de ações, programas ou serviços em
e unidades responsáveis pela execução das programações que utili- parceria com a administração pública federal, desde que garanti-
zem sistemas próprios para viabilizar a execução. do o atendimento contínuo e gratuito à população, nas seguintes
áreas:
SUBSEÇÃO V a) atenção à saúde dos povos indígenas;
DAS DOTAÇÕES OU DAS PROGRAMAÇÕES INCLUÍDAS OU b) atenção às pessoas com transtornos decorrentes do uso, do
ACRESCIDAS POR EMENDAS DE COMISSÃO abuso ou da dependência de substâncias psicoativas;
c) combate à pobreza extrema;
Art. 85. (VETADO). d) atendimento às pessoas idosas ou com deficiência;
§ 1º Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa e) prevenção de doenças, promoção da saúde e atenção às pes-
poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal es- soas com síndrome da imunodeficiência adquirida (aids), hepatites
tabelecida no art. 2º, os montantes das programações de que trata virais, tuberculose, hanseníase, malária, câncer e dengue; e
este artigo poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da f) atendimento de serviços de creches.
limitação incidente sobre o conjunto das despesas primárias discri-
cionárias. SUBSEÇÃO II
§ 2º Para viabilizar a execução das dotações ou programações DAS CONTRIBUIÇÕES CORRENTES E DE CAPITAL
incluídas por emendas de comissão, as indicações e a priorização
pelos autores serão realizadas por meio de ofício encaminhado Art. 87. A transferência de recursos a título de contribuição cor-
diretamente aos Ministérios, órgãos e unidades responsáveis pela rente somente será destinada a entidades sem fins lucrativos que
execução das programações. não atuem nas áreas de que trata o caput do art. 86, observado o
§ 3º Não constitui impedimento de ordem técnica a classifica- disposto na legislação.
ção indevida de modalidade de aplicação ou de GNDs. Parágrafo único. A transferência de recursos a título de con-
§ 4º Inexistindo impedimento de ordem técnica ou tão logo o tribuição corrente, não autorizada em lei específica, dependerá de
óbice seja superado, os órgãos e as unidades poderão adotar os publicação, para cada entidade beneficiada, de ato de autorização
meios e as medidas necessários à execução das programações, ob- da unidade orçamentária transferidora, o qual conterá o critério de
servados os limites da programação orçamentária e financeira vi- seleção, o objeto, o prazo do instrumento e a justificativa para a
gente. escolha da entidade.
Art. 88. A alocação de recursos para entidades privadas sem
CAPÍTULO V fins lucrativos, a título de contribuições de capital, fica condiciona-
DAS TRANSFERÊNCIAS da à autorização em lei especial anterior, conforme o § 6º do art. 12
da Lei nº 4.320, de 1964.
SEÇÃO I
DAS TRANSFERÊNCIAS PARA O SETOR PRIVADO SUBSEÇÃO III
DOS AUXÍLIOS
SUBSEÇÃO I
DAS SUBVENÇÕES SOCIAIS Art. 89. A transferência de recursos a título de auxílios, previs-
tos no § 6º do art. 12 da Lei nº 4.320, de 1964, somente poderá ser
Art. 86. A transferência de recursos a título de subvenções so- realizada para entidades privadas sem fins lucrativos e desde que
ciais, nos termos do disposto no art. 16 da Lei nº 4.320, de 1964, sejam:
atenderá as entidades privadas sem fins lucrativos que exerçam I - relacionadas ao atendimento direto e gratuito ao público na
atividades de natureza continuada nas áreas de assistência social, área de educação, atendam ao disposto no inciso II do caput do art.
saúde ou educação, observado o disposto na legislação, e desde 86 e sejam destinadas à:
que tais entidades: a) educação especial;
I - sejam constituídas sob a forma de fundações incumbidas b) educação básica; ou
regimental e estatutariamente para atuarem na produção de fár- c) educação bilíngue de surdos;
macos, medicamentos, produtos de terapia celular, produtos de II - registradas no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalis-
engenharia tecidual, produtos de terapia gênica, produtos médicos tas - CNEA do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e
estabelecidos em legislação específica e insumos estratégicos na qualificadas para desenvolver atividades de conservação, preserva-
área de saúde; ou ção ambiental, combate à desertificação e mitigação dos efeitos da
Seca, incluídas aquelas relacionadas à aquisição e instalação de sis-
temas de geração de energia elétrica solar fotovoltaica, desde que
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FINANÇAS PÚBLICAS

formalizado instrumento jurídico adequado que garanta a destina- XII - voltadas à realização de estudos, pesquisas e atividades
ção de recursos oriundos de programas governamentais a cargo do que possam subsidiar as políticas públicas de emprego, renda e
referido Ministério, e àquelas cadastradas junto ao Ministério para qualificação profissional.
recebimento de recursos de programas ambientais doados por or-
ganismos internacionais ou agências governamentais estrangeiras; SUBSEÇÃO IV
III - relativas ao atendimento direto e gratuito ao público na DISPOSIÇÕES GERAIS
área de saúde e:
a) obedeçam ao estabelecido no inciso II do caput do art. 86; Art. 90. Sem prejuízo das disposições contidas nos art. 86 a art.
ou 89, a transferência de recursos prevista na Lei nº 4.320, de 1964, à
b) sejam signatárias de contrato de gestão celebrado com a entidade privada sem fins lucrativos, nos termos do disposto no §
administração pública federal, não qualificadas como organizações 3º do art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, depende-
sociais, nos termos do disposto na Lei nº 9.637, de 1998; rá da justificação pelo órgão concedente de que a entidade comple-
IV - qualificadas ou registradas, e credenciadas como institui- menta de forma adequada os serviços prestados diretamente pelo
ções de apoio ao desenvolvimento da pesquisa científica e tecno- setor público e ainda de:
lógica e tenham contrato de gestão, observado o disposto no § 8º I - aplicação de recursos de capital exclusivamente para:
do art. 90, ou parceria por meio de instrumento jurídico específico a) aquisição e instalação de equipamentos e obras de adequa-
firmado com órgão público; ção física necessárias à instalação dos referidos equipamentos;
V - qualificadas para o desenvolvimento de atividades espor- b) aquisição de material permanente; e
tivas que contribuam para a capacitação de atletas de alto rendi- c) (VETADO);
mento nas modalidades olímpicas e paralímpicas, desde que seja II - identificação do beneficiário e do valor transferido no res-
formalizado instrumento jurídico que garanta a disponibilização do pectivo convênio ou instrumento congênere;
espaço esportivo implantado para o desenvolvimento de progra- III - execução na modalidade de aplicação “50 - Transferências
mas governamentais e seja demonstrada, pelo órgão concedente, a a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos”;
necessidade de tal destinação e sua imprescindibilidade, oportuni- IV - compromisso da entidade beneficiada de disponibilizar ao
dade e importância para o setor público; cidadão, em seu sítio eletrônico ou, na falta deste, em sua sede,
VI - relacionadas ao atendimento direto e gratuito ao público consulta ao extrato do convênio ou instrumento congênere, que
na área de assistência social, desde que cumpram o disposto no conterá, no mínimo, o objeto, a finalidade e o detalhamento da
inciso II do caput do art. 86 e as suas ações se destinem a: aplicação dos recursos;
a) pessoas idosas, jovens, crianças e adolescentes em situação V - apresentação da prestação de contas de recursos anterior-
de vulnerabilidade social ou risco pessoal e social; mente recebidos, nos prazos e nas condições estabelecidos na legis-
b) habilitação, reabilitação e integração de pessoa com defici- lação, e inexistência de prestação de contas rejeitada;
ência ou doença crônica; ou VI - publicação, pelo Poder respectivo, de normas a serem ob-
c) acolhimento a vítimas de crimes violentos e a seus familiares; servadas na concessão de subvenções sociais, auxílios e contribui-
VII - destinadas às atividades de coleta e processamento de ções correntes, que estabeleçam, entre outros aspectos, critérios
material reciclável, e constituídas sob a forma de associações ou objetivos de habilitação e seleção das entidades beneficiárias e de
cooperativas integradas por pessoas em situação de risco social, na alocação de recursos e prazo do benefício, com previsão de cláusula
forma prevista em regulamento do Poder Executivo federal, hipóte- de reversão no caso de desvio de finalidade;
se em que caberá ao órgão concedente aprovar as condições para VII - comprovação pela entidade da regularidade do mandato
aplicação dos recursos; de sua diretoria, inscrição no CNPJ e apresentação de declaração de
VIII - voltadas ao atendimento de pessoas em situação de vul- funcionamento regular nos últimos três anos, emitida no exercício
nerabilidade social, risco pessoal e social, violação de direitos ou de 2024;
diretamente alcançadas por programas e ações de combate à po- VIII - cláusula de reversão patrimonial, válida até a depreciação
breza e geração de trabalho e renda, nos casos em que ficar de- integral do bem ou a amortização do investimento, constituindo ga-
monstrado o interesse público; rantia real em favor do concedente em montante equivalente aos
IX - colaboradoras na execução dos programas de proteção a recursos de capital destinados à entidade, cuja execução ocorrerá
pessoas ameaçadas, com fundamento na Lei nº 9.807, de 13 de ju- caso se verifique desvio de finalidade ou aplicação irregular dos re-
lho de 1999; cursos;
X - direcionadas às atividades de extrativismo, manejo de flo- IX - manutenção de escrituração contábil regular;
restas de baixo impacto, sistemas agroecológicos, pesca, aquicultu- X - apresentação pela entidade de certidão negativa ou certi-
ra e agricultura de pequeno porte realizadas por povos indígenas, dão positiva com efeito de negativa de débitos relativos aos tributos
povos e comunidades tradicionais, beneficiários do Programa Na- administrados pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil
cional de Reforma Agrária e agricultores familiares, constituídas sob do Ministério da Fazenda e à Dívida Ativa da União, certificado de
a forma de associações e cooperativas integradas por pessoas em regularidade do FGTS e de regularidade do Cadastro Informativo de
situação de risco social, na forma prevista em regulamento do Po- Créditos não Quitados do Setor Público Federal - Cadin;
der Executivo federal, hipótese em que caberá ao órgão concedente XI - demonstração, por parte da entidade, de capacidade ge-
aprovar as condições para aplicação dos recursos; rencial, operacional e técnica para desenvolver as atividades, com
XI - canalizadas para atividades humanitárias desenvolvidas por informações acerca da quantidade e qualificação profissional de
entidade reconhecida por ato do Governo federal como de natureza seu pessoal;
auxiliar ao Poder Público; ou

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FINANÇAS PÚBLICAS

XII - manifestação prévia e expressa do setor técnico e da as- § 7º As entidades qualificadas como Organização da Sociedade
sessoria jurídica do órgão concedente sobre a adequação dos con- Civil de Interesse Público - Oscip poderão receber recursos oriundos
vênios e dos instrumentos congêneres às normas referentes à ma- de transferências previstas na Lei nº 4.320, de 1964, por meio dos
téria; e seguintes instrumentos:
XIII - comprovação pela entidade privada sem fins lucrativos de I - termo de parceria, observado o disposto na legislação es-
efetivo exercício, durante os últimos três anos, de atividades rela- pecífica pertinente a essas entidades, e processo seletivo de ampla
cionadas à matéria objeto da parceria. divulgação;
§ 1º A transferência de recursos públicos a instituições priva- II - termo de colaboração ou de fomento, observado o disposto
das de educação, nos termos do disposto no art. 213 da Constitui- na Lei nº 13.019, de 2014, na sua regulamentação e nas demais
ção, deverá ser obrigatoriamente vinculada ao plano de expansão legislações aplicáveis; e
da oferta pública no nível, na etapa e na modalidade de educação III - convênio ou outro instrumento congênere celebrado com
respectivos. entidade filantrópica ou sem fins lucrativos nos termos do disposto
§ 2º A determinação contida no inciso I do caput não se aplica no § 1º do art. 199 da Constituição, observado o conjunto das dis-
aos recursos alocados para programas habitacionais, conforme pre- posições legais aplicáveis à transferência de recursos para o setor
visão em legislação específica, em ações que viabilizem o acesso à privado.
moradia, e a elevação de padrões de habitabilidade e qualidade de § 8º As entidades qualificadas como Organizações Sociais - OS,
vida de famílias de baixa renda que vivam em localidades urbanas nos termos do disposto na Lei nº 9.637, de 1998, poderão receber
e rurais. recursos oriundos de transferências previstas na Lei nº 4.320, de
§ 3º A exigência constante do inciso III do caput não se apli- 1964, por meio dos seguintes instrumentos:
ca quando a transferência dos recursos ocorrer por intermédio de I - contratos de gestão, hipótese em que as despesas serão ex-
fundos estaduais, distrital e municipais, nos termos do disposto na clusivamente aquelas necessárias ao cumprimento do programa de
legislação pertinente. trabalho proposto e ao alcance das metas pactuadas, sendo assim
§ 4º A destinação de recursos a entidade privada não será classificadas no GND “3 - Outras Despesas Correntes”, observados
permitida nos casos em que agente político dos Poderes Executi- o disposto na legislação específica aplicável a essas entidades e o
vo, Legislativo e Judiciário ou do Ministério Público ou Defensores processo seletivo de ampla divulgação;
Públicos da União, tanto quanto dirigente de órgão ou entidade da II - termo de colaboração ou de fomento, observado o disposto
administração pública, de qualquer esfera governamental, ou seu na Lei nº 13.019, de 2014, na sua regulamentação e nas demais
cônjuge ou companheiro, e parente em linha reta, colateral ou por normas aplicáveis; e
afinidade, até o segundo grau, seja integrante de seu quadro diri- III - convênio ou outro instrumento congênere celebrado com
gente, ressalvados os casos em que a nomeação decorra de previ- entidade filantrópica ou sem fins lucrativos nos termos do dispos-
são legal ou que sejam beneficiados: to no § 1º do art. 199 da Constituição Federal, observadas as dis-
I - o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o Conselho posições legais aplicáveis à transferência de recursos para o setor
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, os Conselhos de Se- privado.
cretarias Municipais de Saúde, o Conselho Nacional de Secretários § 9º Para garantir a segurança dos beneficiários, os requisitos
de Educação, a União Nacional dos Dirigentes de Educação, o Co- de que tratam os incisos II, IV e V do caput considerarão, para o
legiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social e o seu cumprimento, as especificidades dos programas de proteção a
Fórum Nacional de Secretarias de Assistência Social; pessoas ameaçadas.
II - as associações de entes federativos, limitada à aplicação dos § 10. As disposições relativas a procedimentos previstos no art.
recursos de capacitação e assistência técnica; ou 93 aplicam-se, no que couber, às transferências para o setor priva-
III - os serviços sociais autônomos destinatários de contribui- do.
ções dos empregadores incidentes sobre a folha de salários. § 11. É vedada a destinação de recursos à entidade privada que
§ 5º O disposto nos incisos VII, VIII do caput deste artigo, no mantenha, em seus quadros, dirigente que incida em quaisquer das
que se refere à garantia real, X e XI do caput não se aplica às enti- hipóteses de inelegibilidade previstas no inciso I do caput do art. 1º
dades beneficiárias de que tratam os incisos VII, VIII e X do caput da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990.
do art. 89. § 12. A comprovação a que se refere o inciso XIII do caput:
§ 6º As organizações da sociedade civil, nos termos do disposto I - será regulada pelo Poder Executivo federal;
no inciso I do caput do art. 2º da Lei nº 13.019, de 31 de julho de II - alcançará, no mínimo, os três anos imediatamente anterio-
2014, poderão receber recursos oriundos de transferências previs- res à data prevista para a celebração do convênio, termo de parce-
tas na Lei nº 4.320, de 1964, por meio dos seguintes instrumentos: ria ou contrato de repasse, a qual deve ser previamente divulgada
I - termo de fomento ou de colaboração, hipótese em que de- por meio do edital de chamamento público ou de concurso de pro-
verá ser observado o disposto na Lei nº 13.019, de 2014, na sua jetos; e
regulamentação e nas demais legislações aplicáveis; e III - será dispensada para entidades sem fins lucrativos presta-
II - convênio ou outro instrumento congênere celebrado com doras de serviços ao SUS, habilitadas até o ano de 2014 no Cadastro
entidade filantrópica ou sem fins lucrativos nos termos do disposto Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES.
no § 1º do art. 199 da Constituição, hipótese em que deverá ser ob- § 13. A localização física de que trata o inciso I do caput do art.
servado o conjunto das disposições legais aplicáveis à transferência 5º independerá da localização geográfica da entidade privada signa-
de recursos para o setor privado. tária do instrumento administrativo.

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FINANÇAS PÚBLICAS

Art. 91. Não será exigida contrapartida financeira como requisi- do mar, ou por eventos meteorológicos extremos, incluídos na lista
to para as transferências previstas na forma dos art. 86, art. 87 e art. classificatória de vulnerabilidade fornecida pelo Ministério do Meio
89, facultada a contrapartida em bens e serviços economicamente Ambiente e Mudança do Clima;
mensuráveis, ressalvado o disposto em legislação específica. II - no caso dos Estados e do Distrito Federal:
a) um décimo por cento e dez por cento, se localizados nas
SEÇÃO II áreas prioritárias estabelecidas no âmbito da PNDR, nas áreas da
DAS TRANSFERÊNCIAS PARA O SETOR PÚBLICO Sudene, da Sudam e da Sudeco; e
b) dois por cento e vinte por cento, para os demais Estados; e
SUBSEÇÃO I III - no caso de consórcios públicos constituídos por Estados,
DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS Distrito Federal e Municípios, um décimo por cento e quatro por
cento.
Art. 92. A transferência voluntária é caracterizada como a en- § 5º Os limites mínimos e máximos de contrapartida estabele-
trega de recursos correntes ou de capital aos Estados, ao Distrito cidos no § 4º poderão ser reduzidos ou ampliados mediante crité-
Federal e aos Municípios, a título de cooperação, auxílio ou assis- rios previamente estabelecidos ou justificativa do titular do órgão
tência financeira, que não decorra de determinação constitucional, concedente, quando:
legal ou que seja destinada ao SUS, conforme o disposto no caput I - necessário para viabilizar a execução das ações a serem de-
do art. 25 da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsa- senvolvidas;
bilidade Fiscal. II - necessário para transferência de recursos, conforme dispos-
§ 1º Sem prejuízo dos requisitos previstos na Lei Complemen- to na Lei nº 10.835, de 8 de janeiro de 2004; ou
tar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, os entes bene- III - decorrer de condições estabelecidas em contratos de finan-
ficiados pelas transferências de que trata o caput deverão observar ciamento ou acordos internacionais.
as normas editadas pela União relativas à aquisição de bens e à § 6º As transferências voluntárias priorizarão os entes com os
contratação de serviços e obras, em especial em forma eletrônica, menores indicadores socioeconômicos.
exceto nas hipóteses em que a lei ou a regulamentação específica Art. 93. O ato de entrega dos recursos a outro ente federativo
que dispuser sobre a modalidade de transferência discipline forma a título de transferência voluntária é caracterizado no momento da
diversa para as contratações com os recursos do repasse. assinatura do convênio ou instrumento congênere e dos aditamen-
§ 2º Para a realização de despesas de capital, as transferências tos que impliquem aumento dos valores a serem transferidos e não
voluntárias dependerão de comprovação do Estado, do Distrito Fe- se confunde com as efetivas liberações financeiras, as quais devem
deral ou do Município convenente de que possui as condições orça- obedecer ao respectivo cronograma de desembolso.
mentárias para arcar com as despesas dela decorrentes e os meios § 1º (VETADO).
que garantam o pleno funcionamento do objeto. § 2º A comprovação de regularidade do ente federativo, para
§ 3º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão fins de celebração dos instrumentos de que trata o caput, será efe-
comprovar a existência de previsão na lei orçamentária da contra- tivada no momento da assinatura do concedente.
partida para recebimento de transferência voluntária da União. § 3º No caso de celebração de convênios ou contratos de re-
§ 4º A contrapartida de que trata o § 3º, exclusivamente finan- passe com cláusula suspensiva, é dispensado o detalhamento de
ceira, será estabelecida em termos percentuais do valor previsto no coordenadas geográficas, trechos, ruas, bairros e localidades, entre
instrumento de transferência voluntária, considerados a capacida- outros, na proposta, no objeto, na justificava e no plano de traba-
de financeira da unidade beneficiada e o seu Índice de Desenvolvi- lho, devendo essas informações constar do projeto de engenharia
mento Humano - IDH, que terão como limites mínimo e máximo, apresentado ao concedente ou à mandatária.
respectivamente: § 4º (VETADO).
I - no caso dos Municípios: Art. 94. As transferências voluntárias ou decorrentes de progra-
a) um décimo por cento e quatro por cento, para Municípios mação incluída na Lei Orçamentária de 2024 por emendas poderão
com até cinquenta mil habitantes; ser utilizadas para os pagamentos relativos à elaboração de estudos
b) dois décimos por cento e oito por cento, para Municípios com de viabilidade técnica, econômica e ambiental, anteprojetos, proje-
mais de cinquenta mil habitantes localizados nas áreas prioritárias tos básicos e executivos, além das despesas necessárias ao licencia-
estabelecidas no âmbito da Política Nacional de Desenvolvimento mento ambiental.
Regional - PNDR, nas áreas da Superintendência do Desenvolvimen- Art. 95. A execução orçamentária e financeira, no exercício de
to do Nordeste - Sudene, da Superintendência do Desenvolvimento 2024, das transferências voluntárias de recursos da União, cujos
da Amazônia - Sudam e da Superintendência do Desenvolvimento créditos orçamentários não identifiquem nominalmente a loca-
do Centro-Oeste - Sudeco; lidade beneficiada, inclusive aquelas destinadas genericamente a
c) um por cento e vinte por cento, para os demais Municípios; Estado, fica condicionada à prévia divulgação em sítio eletrônico,
d) um décimo por cento e cinco por cento, para Municípios pelo concedente, dos critérios de distribuição dos recursos, consi-
com até duzentos mil habitantes, situados em áreas vulneráveis a derando os indicadores socioeconômicos da população beneficiada
eventos extremos, tais como secas, deslizamentos e inundações, pela política pública, demonstrando o cumprimento do disposto no
incluídos na lista classificatória de vulnerabilidade e recorrência de § 6º do art. 92.
mortes por desastres naturais fornecida pelo Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação; e
e) um décimo por cento e cinco por cento, para Municípios
com até duzentos mil habitantes, situados em região costeira ou
de estuário, com áreas de risco provocado por elevações do nível
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a solução para o seu concurso!
FINANÇAS PÚBLICAS

SUBSEÇÃO II § 1º As despesas administrativas decorrentes das transferên-


DAS TRANSFERÊNCIAS AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE cias previstas no caput poderão constar de categoria de programa-
ção específica ou correr à conta das dotações destinadas às respec-
Art. 96. Para a transferência de recursos no âmbito do SUS, tivas transferências, podendo ser deduzidas do valor atribuído ao
inclusive aquela efetivada por meio de convênios ou instrumentos beneficiário.
congêneres, não será exigida a contrapartida dos Estados, do Distri- § 2º Os valores relativos à tarifa de serviços da mandatária,
to Federal e dos Municípios. correspondentes aos serviços à operacionalização da execução dos
Art. 97. As transferências no âmbito do SUS destinadas à aquisi- projetos e atividades estabelecidos nos instrumentos pactuados,
ção de veículo para transporte sanitário eletivo na rede de atenção para fins de cálculo e apropriações contábeis dos valores transferi-
à saúde serão regulamentadas pelo Ministério da Saúde. dos, compõem o valor da transferência da União.
§ 3º As despesas administrativas decorrentes das transferên-
SUBSEÇÃO III cias previstas no caput correrão à conta:
DAS DEMAIS TRANSFERÊNCIAS I - prioritariamente, de dotações destinadas às respectivas
transferências; ou
Art. 98. A entrega de recursos aos Estados, ao Distrito Federal, II - de categoria de programação específica.
aos Municípios e aos consórcios públicos em decorrência de dele- § 4º A prerrogativa estabelecida no § 3º, referente às despesas
gação para a execução de ações de responsabilidade exclusiva da administrativas relacionadas às ações de fiscalização, é extensiva a
União, especialmente quando resulte na preservação ou no acrés- outros órgãos ou entidades da administração pública federal com
cimo no valor de bens públicos federais, não se configura como os quais o concedente ou o contratante venha a firmar parceria
transferência voluntária e observará as modalidades de aplicação com esse objetivo.
específicas. § 5º Os valores relativos às despesas administrativas com tari-
§ 1º A destinação de recursos de que trata o caput observará o fas de serviços da mandatária:
disposto na Subseção I. I - compensarão os custos decorrentes da operacionalização
§ 2º É facultativa a exigência de contrapartida na delegação de da execução dos projetos e das atividades estabelecidos nos instru-
que trata o caput. mentos pactuados; e
II - serão deduzidos do valor total a ser transferido ao ente ou
SUBSEÇÃO IV entidade beneficiário, conforme cláusula prevista no instrumento
DISPOSIÇÕES GERAIS de celebração correspondente, quando se tratar de programação
de que tratam os § 9º, § 11 e § 12 do art. 166 da Constituição, até o
Art. 99. Na hipótese de igualdade de condições entre Estados, limite de quatro inteiros e cinco décimos por cento.
Distrito Federal, Municípios e consórcios públicos para o recebi- § 6º Eventual excedente da tarifa de serviços da mandatária em
mento de transferências de recursos nos termos estabelecidos nes- relação ao limite de que trata o inciso II do § 5º correrá à conta de
ta Seção, os órgãos e as entidades concedentes deverão dar prefe- dotação orçamentária do órgão concedente.
rência aos consórcios públicos. § 7º Na hipótese de os serviços para operacionalização da exe-
Art. 100. É vedada a transferência de recursos para obras e ser- cução dos projetos e das atividades e de fiscalização serem exerci-
viços de engenharia que não atendam ao disposto na Lei nº 13.146, dos diretamente, sem a utilização de mandatária, fica facultada a
de 6 de julho de 2015. dedução de até quatro inteiros e cinco décimos por cento do valor
total a ser transferido para custeio desses serviços.
SEÇÃO III § 8º (VETADO).
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 103. (VETADO).
Art. 104. (VETADO).
Art. 101. As entidades públicas e privadas beneficiadas com re- Art. 105. No Projeto de Lei Orçamentária de 2024 e na respec-
cursos públicos a qualquer título estarão submetidas à fiscalização tiva Lei, os recursos destinados aos investimentos programados no
do Poder Público com a finalidade de verificar o cumprimento de Plano de Ações Articuladas - PAR deverão priorizar a conclusão dos
metas e objetivos para os quais receberam os recursos. projetos em andamento com vistas a promover a funcionalidade e
§ 1º O Poder Executivo federal adotará providências com vistas a efetividade da infraestrutura instalada.
ao registro e à divulgação, inclusive por meio eletrônico, das infor- Art. 106. Os pagamentos à conta de recursos recebidos da
mações relativas às prestações de contas de instrumentos de parce- União abrangidos pela Seção I e pela Seção II estão sujeitos à identi-
ria, convênios ou congêneres. ficação, por CPF ou CNPJ, do beneficiário final da despesa.
§ 2º Na aceitação do projeto e execução da obra, o órgão con- § 1º Toda movimentação de recursos de que trata este artigo,
cedente ou a sua mandatária deverá considerar a observância dos por parte de convenentes ou executores, somente será realizada se
elementos técnicos de acessibilidade, conforme normas vigentes. atendidos os seguintes preceitos:
Art. 102. As transferências financeiras para órgãos públicos e I - movimentação mediante conta bancária específica para cada
entidades públicas e privadas serão feitas preferencialmente por instrumento de transferência; e
intermédio de instituições e agências financeiras oficiais que, na II - desembolsos por meio de documento bancário, por inter-
impossibilidade de atuação do órgão concedente, poderão atuar médio do qual se faça crédito na conta bancária de titularidade do
como mandatárias da União para execução e supervisão, e a nota fornecedor ou do prestador de serviços, ressalvado o disposto no
de empenho deve ser emitida até a data da assinatura do acordo, § 2º.
convênio, ajuste ou instrumento congênere.

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a solução para o seu concurso!
FINANÇAS PÚBLICAS

§ 2º Ato do dirigente máximo do órgão ou da entidade con- independentemente da finalidade e forma, incluindo emissões para
cedente poderá autorizar, mediante justificativa, o pagamento em fundos, autarquias, fundações, empresas públicas ou sociedades de
espécie a fornecedores e prestadores de serviços, considerada a re- economia mista.
gulamentação em vigor.
Art. 107. As transferências previstas neste Capítulo serão clas- CAPÍTULO VII
sificadas, obrigatoriamente, nos elementos de despesa “41 - Con- DAS DESPESAS COM PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS E
tribuições”, “42 - Auxílio” ou “43 - Subvenções Sociais”, conforme DOS BENEFÍCIOS OBRIGATÓRIOS AOS AGENTES PÚBLICOS E
o caso, e poderão ser feitas de acordo com o disposto no art. 102. AOS SEUS DEPENDENTES
Parágrafo único. A exigência constante do caput não se aplica à
execução das ações previstas no art. 98. Art. 114. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Minis-
Art. 108. Os valores mínimos para as transferências previstas tério Público da União e a Defensoria Pública da União terão como
neste Capítulo serão estabelecidos por ato do Poder Executivo fe- base de projeção do limite para elaboração de suas propostas orça-
deral. mentárias de 2024, relativas às despesas relacionadas nos incisos
V, VI, XIII, XXI e XXV do caput do art. 12, a despesa com a folha de
CAPÍTULO VI pagamento vigente em março de 2023, compatibilizada com as des-
DA DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL pesas apresentadas até esse mês, e os eventuais acréscimos legais,
inclusive o disposto nos art. 120 e art. 128, observados os limites
Art. 109. A atualização monetária do principal da dívida mobi- estabelecidos no art. 28.
liária refinanciada da União não poderá superar a variação acumu- § 1º Não constituem despesas com pessoal e encargos sociais,
lada: ainda que processadas em folha de pagamento, entre outras, as
I - do Índice Geral de Preços do Mercado - IGP-M, no período relacionadas ao pagamento de assistência pré-escolar de depen-
compreendido entre a data de emissão dos títulos que a compõem dentes de servidores civis, militares e empregados públicos, saúde
e o final do exercício de 2019; e suplementar de servidores civis, militares, empregados públicos e
II - do - IPCA, a partir do exercício de 2020. seus dependentes, diárias, fardamento, auxílios alimentação ou re-
Art. 110. As despesas com o refinanciamento da dívida pública feição, moradia, transporte de qualquer natureza, ajuda de custo
federal serão incluídas na Lei Orçamentária de 2024, nos seus ane- concernente a despesas de locomoção e instalação decorrentes de
xos e nos créditos adicionais separadamente das demais despesas mudança de sede e de movimentação de pessoal, de caráter inde-
com o serviço da dívida, constando o refinanciamento da dívida mo- nizatório no exterior e quaisquer outras indenizações, exceto as de
biliária em programação específica. caráter trabalhista previstas em lei.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, entende-se por refinan- § 2º As despesas oriundas da concessão de pensões especiais
ciamento o pagamento do principal, acrescido da atualização mo- previstas em leis específicas só serão classificadas como despesas
netária da dívida pública federal, realizado com a receita provenien- com pessoal se vinculadas a cargo público federal.
te da emissão de títulos. § 3º São consideradas despesas com pessoal e encargos sociais
Art. 111. Será consignada, na Lei Orçamentária de 2024 e nos as despesas com pagamento de serviços extraordinários prestados,
créditos adicionais, estimativa de receita decorrente da emissão de voluntariamente ou não, por servidores, militares e empregados,
títulos da dívida pública federal para atender, estritamente, a des- nos períodos de folga, repouso remunerado e nas férias e afasta-
pesas com: mentos, entre outros, no qual o agente público venha a desempe-
I - o refinanciamento, os juros e outros encargos da dívida, in- nhar as mesmas competências previstas para o seu cargo, indepen-
terna e externa, de responsabilidade direta ou indireta do Tesouro dente da denominação, nos termos do disposto no art. 18 da Lei
Nacional ou que venham a ser de responsabilidade da União nos Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal.
termos de resolução do Senado Federal; § 4º Para fins de elaboração da proposta orçamentária dos be-
II - o aumento do capital de empresas e sociedades em que a nefícios obrigatórios aos agentes públicos e aos seus dependentes,
União detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social a projeção deverá estar compatibilizada, quando aplicável, com os
com direito a voto e que não estejam incluídas no programa de de- totais de beneficiários e valores per capita divulgados nos sítios ele-
sestatização; e trônicos, nos termos do disposto no art. 115, e acrescida do número
III - outras despesas cuja cobertura com a receita prevista no previsto de ingresso de beneficiários oriundos de posses e contrata-
caput seja autorizada por lei ou medida provisória. ções ao longo dos anos de 2023 e 2024, que deverá ser informado
Art. 112. Os recursos de operações de crédito contratadas jun- nas respectivas metas.
to aos organismos multilaterais que, por sua natureza, estejam vin- § 5º Nos casos em que o benefício não tenha valor per capita
culados à execução de projetos com fontes orçamentárias internas fixo e universal, deverá ser utilizado o valor médio praticado no âm-
deverão ser destinados à cobertura de despesas com amortização bito da unidade orçamentária.
ou encargos da dívida pública federal ou à substituição de receitas § 6º O resultado da divisão entre os recursos alocados nas
de outras operações de crédito externas. ações orçamentárias relativas aos benefícios relacionados no caput
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se às operações na e o número previsto de beneficiários deverá corresponder ao va-
modalidade enfoque setorial amplo (sector wide approach) do BIRD lor per capita projetado no âmbito de cada órgão ou unidade orça-
e aos empréstimos por desempenho (performance driven loan) do mentária, nos casos em que este for fixo e idêntico para todos os
BID. beneficiários, ou ao valor médio praticado no âmbito da unidade
Art. 113. Serão mantidas atualizadas, em sítio eletrônico, in- orçamentária para os demais casos.
formações a respeito das emissões de títulos da dívida pública fe-
deral, compreendendo valores, objetivo e legislação autorizativa,
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Art. 115. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Minis- § 5º Caberá aos órgãos setoriais de orçamento das Justiças Fe-
tério Público da União e a Defensoria Pública da União disponibili- deral, do Trabalho e Eleitoral e do Ministério Público da União con-
zarão e manterão atualizada, em seus sítios eletrônicos, no Portal solidar e disponibilizar, em seus sítios eletrônicos, as informações
da Transparência ou em portal eletrônico similar, preferencialmen- divulgadas pelos Tribunais Regionais ou unidades do Ministério Pú-
te na seção destinada à divulgação de informações sobre recursos blico da União.
humanos e seus dependentes, quando for o caso, em formato de § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Ministério
dados abertos: Público da União e a Defensoria Pública da União informarão à Se-
I - tabela, por níveis e denominação, de: cretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Or-
a) quantitativo de cargos efetivos vagos e ocupados por mem- çamento e à Secretaria de Gestão de Pessoas e de Relações do Tra-
bros de Poder, servidores estáveis e não estáveis e postos militares, balho do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos,
segregado por pessoal ativo e inativo; até 31 de março de 2024, o endereço do sítio eletrônico no qual for
b) remuneração e subsídio de cargo efetivo, posto e graduação, disponibilizada a tabela com as informações a que se refere o caput.
segregado por pessoal ativo e inativo; § 7º As informações disponibilizadas nos termos do disposto
c) quantitativo de cargos em comissão e funções de confiança no § 6º comporão quadro informativo consolidado da administra-
vagos e ocupados por servidores com e sem vínculo com a adminis- ção pública federal a ser divulgado pelo Ministério da Gestão e da
tração pública federal; Inovação em Serviços Públicos, em seu sítio eletrônico, no Portal da
d) remuneração de cargo em comissão ou função de confiança; Transparência ou em portal eletrônico similar.
e § 8º Os quantitativos físicos relativos aos inativos, referidos no
e) quantitativo de pessoal contratado por tempo determinado, inciso I do caput, serão segregados em nível de aposentadoria, re-
observado o disposto nos § 2º e § 3º do art. 126; forma, reserva remunerada, instituidor de pensões e pensionista.
II - tabela com os totais de beneficiários e valores per capita, se- § 9º Nos casos em que as informações previstas nos incisos I
gundo cada benefício referido no inciso XXXIV da Seção I do Anexo a III do caput sejam enquadradas como sigilosas ou de acesso res-
III, por órgão e entidade, e os atos legais relativos aos seus valores trito, a tabela deverá ser disponibilizada nos sítios eletrônicos com
per capita; e nota de rodapé que contenha a indicação do dispositivo que legi-
III - os acordos coletivos, convenções coletivas e dissídios co- tima a restrição, conforme disposto na Lei nº 12.527, de 18 de no-
letivos de trabalho aprovados, no caso das empresas estatais de- vembro de 2011.
pendentes. Art. 116. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Minis-
§ 1º No caso do Poder Executivo federal, a responsabilidade tério Público da União e a Defensoria Pública da União disponibiliza-
por disponibilizar e atualizar as informações constantes do caput rão até o dia 30 de setembro de cada exercício, com a finalidade de
será: possibilitar a avaliação da situação financeira e atuarial do regime
I - do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, próprio de previdência social dos servidores públicos civis, na forma
no caso do pessoal pertencente aos órgãos da administração públi- prevista no disposto na alínea “a” do inciso IV do § 2º do art. 4º da
ca federal direta, autárquica e fundacional; Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal,
II - de cada empresa estatal dependente, no caso de seus em- base de dados relativa a todos os seus servidores ativos, inativos,
pregados; pensionistas e dependentes.
III - do Ministério da Defesa, no caso dos militares dos Coman- § 1º No caso do Poder Executivo federal, a responsabilidade
dos das Forças Armadas; por disponibilizar as bases de dados previstas no caput obedecerá
IV - da Agência Brasileira de Inteligência - Abin e do Banco Cen- ao disposto nos incisos I e IV, do § 1º, do art. 115 desta Lei.
tral do Brasil, no caso de seus servidores; e § 2º As bases de dados a que se refere o caput serão entregues
V - de cada Ministério, relativamente às empresas públicas e ao Congresso Nacional e à Secretaria de Regime Próprio e Comple-
sociedades de economia mista a ele vinculadas. mentar do Ministério da Previdência Social, com conteúdo idêntico,
§ 2º A tabela a que se refere o caput obedecerá a modelo de- conforme estabelecido em ato da referida Secretaria, que também
finido pela Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Pla- disciplinará a sua forma de envio.
nejamento e Orçamento e pela Secretaria de Gestão de Pessoas e Art. 117. No exercício de 2024, observado o disposto no art.
de Relações do Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação em 169 da Constituição e no art. 120 desta Lei, somente poderão ser
Serviços Públicos, em conjunto com os órgãos técnicos dos Poderes admitidos servidores e empregados se, cumulativamente:
Legislativo e Judiciário, do Ministério Público da União e da Defen- I - existirem cargos e empregos públicos vagos a preencher, de-
soria Pública da União. monstrados na tabela a que se refere o art. 115; e
§ 3º Para efeito deste artigo, não serão consideradas como car- II - houver prévia dotação orçamentária suficiente para o aten-
gos e funções vagos as autorizações legais para a criação de cargos dimento da despesa.
efetivos e em comissão e funções de confiança cuja efetividade es- Parágrafo único. Nas autorizações previstas no art. 120, deve-
teja sujeita à implementação das condições de que trata o § 1º do rão ser considerados os atos praticados em decorrência de decisões
art. 169 da Constituição. judiciais.
§ 4º Caberá ao Conselho Nacional de Justiça editar as normas Art. 118. No exercício de 2024, a realização de serviço extra-
complementares para a organização e a disponibilização dos dados ordinário, inclusive aqueles constantes no art. 114, § 3º, quando a
referidos neste artigo, no âmbito do Poder Judiciário, exceto o Su- despesa houver extrapolado noventa e cinco por cento dos limites
premo Tribunal Federal. referidos no art. 20 da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de
Responsabilidade Fiscal, exceto para a hipótese prevista no inciso II
do § 6º do art. 57 da Constituição, somente poderá ocorrer quando

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destinada ao atendimento de relevantes interesses públicos decor- III - a contratação de pessoal por tempo determinado, quando
rentes de situações emergenciais de risco ou prejuízo para a socie- caracterizar substituição de servidores e empregados públicos, des-
dade. de que comprovada a disponibilidade orçamentária;
Parágrafo único. A autorização para a realização de serviço ex- IV - a criação de cargos, funções e gratificações, o provimento
traordinário, no âmbito do Poder Executivo federal, nas condições de cargos efetivos civis ou militares, o aumento de despesas com
estabelecidas no caput, é de exclusiva competência do Ministro de pessoal relativas à concessão de quaisquer vantagens, aumentos de
Estado da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. remuneração e alterações de estrutura de carreiras, até o montante
Art. 119. As proposições relacionadas à criação ou ao aumento das quantidades e dos limites orçamentários para o exercício e para
de gastos com pessoal e encargos sociais, e com benefícios obriga- a despesa anualizada constantes de anexo específico da Lei Orça-
tórios, de que trata o caput do art. 114, deverão ser acompanhadas mentária de 2024, cujos valores deverão constar de programação
de: orçamentária específica e ser compatíveis com os limites estabele-
I - demonstrativo do impacto da despesa com a medida pro- cidos na Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabili-
posta, por Poder ou órgão referido no art. 20 da Lei Complementar dade Fiscal;
nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, destacando ativos, V - a reestruturação de carreiras que não implique aumento de
inativos e pensionistas e, quando for o caso, beneficiários, acompa- despesa;
nhado de premissas e metodologia de cálculo utilizadas, conforme VI - o provimento em cargos em comissão, funções e gratifica-
estabelece o art. 17 da mesma Lei Complementar; ções existentes, desde que comprovada disponibilidade orçamen-
II - comprovação de que a medida, em seu conjunto, não im- tária; e
pacta a meta de resultado primário estabelecida nesta Lei, nos ter- VII - a revisão geral anual de que trata o inciso X do caput do
mos do disposto no § 2º do art. 17 da Lei Complementar nº 101, de art. 37 da Constituição, observado o disposto no inciso VIII do caput
2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, os limites de despesas primá- do art. 73 da Lei nº 9.504, de 1997.
rias estabelecidos na Lei Complementar nº 200, de 30 de agosto de § 1º Para fins do disposto no caput, serão consideradas exclu-
2023, tampouco descumprirá os limites estabelecidos no art. 20 da sivamente as gratificações que atendam, cumulativamente, aos se-
citada Lei Complementar; guintes requisitos:
III - manifestação do Ministério do Planejamento e Orçamento I - cuja concessão, designação, nomeação, retirada, dispensa
e do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, no ou exoneração requeira ato discricionário da autoridade competen-
caso do Poder Executivo federal, e dos órgãos próprios dos Poderes te; e
Legislativo e Judiciário, do Ministério Público da União e da Defen- II - não componham a remuneração do cargo efetivo, do em-
soria Pública da União sobre o mérito e a adequação orçamentária prego ou do posto ou da graduação militar, para qualquer efeito.
e financeira; e § 2º O anexo a que se refere o inciso IV do caput terá os limi-
IV - parecer ou comprovação de solicitação de parecer do Con- tes orçamentários correspondentes discriminados por Poder, pelo
selho Nacional de Justiça, de que trata o art. 103-B da Constituição, Ministério Público da União e pela Defensoria Pública da União e,
sobre o cumprimento dos requisitos previstos neste artigo, quando quando for o caso, por órgão referido no art. 20 da Lei Complemen-
se tratar de projetos de lei de iniciativa do Poder Judiciário, exceto tar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, com:
aqueles referentes exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal e I - as quantificações para a criação de cargos, funções e grati-
ao Conselho Nacional de Justiça. ficações, além das especificações relativas a vantagens, aumentos
§ 1º As proposições previstas neste artigo e os atos publicados de remuneração e alterações de estruturas de carreira, com a indi-
delas decorrentes não poderão conter dispositivo que crie ou au- cação específica da proposição legislativa correspondente, quando
mente despesa com efeitos financeiros anteriores à sua entrada em for o caso;
vigor ou à plena eficácia da norma. II - as dotações orçamentárias para o exercício de 2024, cor-
§ 2º É incompatível com o disposto no § 1º do art. 169 da Cons- respondentes ao valor igual ou superior à metade do impacto or-
tituição e com o art. 120 desta Lei a edição de atos derivados das çamentário-financeiro anualizado, constantes de programação es-
proposições de que trata o caput deste artigo, sem a prévia autori- pecífica, nos termos do disposto no inciso XIII do caput do art. 12;
zação em anexo específico da Lei Orçamentária, quando for o caso, III - as quantificações para o provimento de cargos efetivos civis
e a demonstração de prévia dotação suficiente para atendimento e militares e empregos, exceto se destinados a empresas públicas e
do pleito. sociedades de economia mista, nos termos do disposto no inciso II
Art. 120. Para atendimento ao disposto no inciso II do § 1º do do § 1º do art. 169 da Constituição; e
art. 169 da Constituição, observados as disposições do inciso I do IV - os valores relativos à despesa anualizada, correspondente
referido parágrafo, os limites estabelecidos na Lei Complementar ao impacto orçamentário para um exercício, incluindo férias e déci-
nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, e as condições mo-terceiro salário, e demais acréscimos legis, quando for o caso.
estabelecidas nos art. 117 e art. 119 desta Lei, ficam autorizados: § 3º Fica facultada a atualização, pelo Ministério do Planeja-
I - a criação de cargos, funções e gratificações por meio de mento e Orçamento, dos valores previstos nos incisos III e IV do §
transformação de cargos, funções e gratificações que, justificada- 2º deste artigo durante a apreciação do Projeto de Lei Orçamentária
mente, não implique aumento de despesa; de 2024 no Congresso Nacional, no prazo estabelecido no § 5º do
II - o provimento em cargos efetivos e empregos, funções, gra- art. 166 da Constituição.
tificações ou cargos em comissão vagos, que estavam ocupados no § 4º Para fins de elaboração do anexo previsto no inciso IV do
mês de março de 2023 e cujas vacâncias não tenham resultado em caput, cada órgão dos Poderes Legislativo e Judiciário, o Ministério
pagamento de proventos de aposentadoria ou pensão por morte; Público da União e a Defensoria Pública da União, e no âmbito do
Poder Executivo, o Ministério da Defesa, no que tange aos militares,
e o Ministério da Fazenda, referente à forças de Segurança Pública
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do Distrito Federal custeadas com os recursos do FCDF, e o Ministé- Art. 126. Para apuração da despesa com pessoal prevista no art.
rio da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, para os demais 18 da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade
casos, enviarão as informações sobre suas pretensões à Secretaria Fiscal, deverão ser incluídas, quando caracterizarem substituição de
de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento militares, servidores ou empregados públicos, aquelas relativas à:
no prazo estabelecido no art. 27. I - contratação de pessoal por tempo determinado; e
§ 5º (VETADO). II - contratação de terceirização de mão de obra e serviços de
Art. 121. Os atos de provimentos e vacâncias de cargos efetivos terceiros, quando se enquadrar na hipótese prevista no art. 18 da
e comissionados e de funções de confiança, no âmbito dos Poderes Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal.
Executivo, Legislativo e Judiciário, do Ministério Público da União e § 1º Para fins do disposto neste artigo, e sem prejuízo da obser-
da Defensoria Pública da União, deverão ser, obrigatoriamente, pu- vância das regras específicas aplicáveis a cada modalidade de con-
blicados em órgão oficial de imprensa e disponibilizados nos sítios tratação, caracterizam-se como substituição de militares, servido-
eletrônicos dos órgãos. res ou empregados públicos aquelas contratações para atividades
Parágrafo único. Na execução orçamentária, deverá ser eviden- que sejam:
ciada a despesa com cargos em comissão e funções de confiança I - consideradas estratégicas ou envolvam a tomada de decisão
em subelemento específico. ou posicionamento institucional nas áreas de planejamento, coor-
Art. 122. O pagamento de quaisquer aumentos de despesa denação, supervisão e controle;
com pessoal decorrente de medidas administrativas ou judiciais II - relacionadas ao poder de polícia, de regulação, de outorga
que não se enquadrem nas exigências dos art. 114, art. 119 e art. de serviços públicos e de aplicação de sanção; ou
120 dependerá de abertura de créditos adicionais, mediante re- III - inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de
manejamento de dotações de despesas primárias, observados os cargos do órgão ou da entidade, exceto disposição legal em contrá-
limites estabelecidos na Lei Complementar nº 200, de 30 de agosto rio ou quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no
de 2023. âmbito do quadro geral de pessoal.
Art. 123. Para fins de incidência do limite de que trata o inci- § 2º As despesas relativas à contratação de pessoal por tempo
so XI do caput do art. 37 da Constituição, serão considerados os determinado:
pagamentos efetuados a título de honorários advocatícios de su- I - quando caracterizarem substituição de militares, servidores
cumbência. ou empregados públicos, na forma prevista no § 1º, deverão ser
Art. 124. As dotações orçamentárias destinadas ao pagamento classificadas no GND 1 e no elemento de despesa “04 - Contratação
da despesa com pessoal e encargos sociais, e com benefícios obri- por Tempo Determinado”; e
gatórios aos agentes públicos e seus dependentes, referentes aos II - quando não caracterizarem substituição de militares, ser-
inativos e pensionistas, deverão ser preferencialmente descentra- vidores ou empregados públicos, não se constituem em despesas
lizadas pelo órgão central do Sistema de Administração Financeira classificáveis no GND 1 e deverão ser classificadas no elemento de
Federal ao: despesa “04 - Contratação por Tempo Determinado”.
I - Departamento de Centralização de Serviços de Inativos, Pen- § 3º As despesas de contratação de terceirização de mão de
sionistas e Órgãos Extintos da Secretaria de Gestão de Pessoas e obra e serviços de terceiros, nos termos do disposto no § 1º do art.
Relações do Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação em 18 da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade
Serviços Públicos, quanto ao pessoal da administração pública fe- Fiscal, não se constituem em despesas classificáveis no GND 1 e de-
deral direta integrante do Sistema de Pessoal Civil da Administração vem ser classificadas no elemento de despesa “34 - Outras Despe-
Federal - Sipec; e sas de Pessoal decorrentes de Contratos de Terceirização”.
II - INSS, quanto ao pessoal das autarquias e fundações da ad- Art. 127. As eventuais disponibilidades de dotações orçamen-
ministração pública federal. tárias classificadas como despesas primárias obrigatórias, relati-
Art. 125. O relatório resumido da execução orçamentária de vas aos benefícios aos servidores civis, empregados e militares e
que trata o § 3º do art. 165 da Constituição conterá, em anexo, a aos seus dependentes, fardamento e movimentação de militares,
discriminação das despesas com pessoal e encargos sociais, inclusi- somente poderão ser remanejadas para o atendimento de outras
ve o quantitativo de pessoal, de modo a evidenciar os valores des- despesas após atendidas todas as necessidades de suplementação
pendidos com vencimentos e vantagens fixas, despesas variáveis, das mencionadas dotações no âmbito das unidades orçamentárias,
encargos com pensionistas e inativos, e encargos sociais para: respectivamente, do Poder Executivo federal ou de cada órgão or-
I - pessoal civil da administração pública direta; çamentário dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Públi-
II - pessoal militar; co da União e da Defensoria Pública da União.
III - servidores das autarquias; Art. 128. Os reajustes dos benefícios obrigatórios aos agentes
IV - servidores das fundações; públicos, quando houver, deverão ter previsão orçamentária em
V - empregados de empresas que integrem os Orçamentos Fis- programação específica, nos termos do inciso V do caput do art. 12.
cal e da Seguridade Social; Art. 129. O disposto neste Capítulo aplica-se, no que couber,
VI - despesas com cargos em comissão; e aos militares das Forças Armadas e às empresas estatais dependen-
VII - contratado por prazo determinado, quando couber. tes.
Parágrafo único. A Secretaria de Gestão de Pessoas e Relações
do Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Pú-
blicos unificará e consolidará as informações relativas a despesas
com pessoal e encargos sociais do Poder Executivo federal.

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CAPÍTULO VIII a) à inovação, à difusão tecnológica, às iniciativas destinadas ao


DA POLÍTICA DE APLICAÇÃO DOS RECURSOS DAS AGÊN- aumento da produtividade, ao empreendedorismo, às incubadoras
CIAS FINANCEIRAS OFICIAIS DE FOMENTO e aceleradoras de empreendimentos e às exportações de bens e
serviços;
Art. 130. As agências financeiras oficiais de fomento terão b) à ampliação e modernização da capacidade produtiva do se-
como diretriz geral a preservação e a geração do emprego e, respei- tor industrial;
tadas as suas especificidades, as seguintes prioridades para: c) às microempresas, pequenas e médias empresas;
I - a Caixa Econômica Federal, redução do deficit habitacional d) à infraestrutura nacional nos segmentos de energia, inclusi-
e melhoria das condições de vida das populações em situação de ve na geração e na transmissão de energia elétrica, no transporte
pobreza e de insegurança alimentar e nutricional, especialmente de gás por gasodutos, no uso de fontes alternativas e na eletrifica-
quando beneficiem pessoas idosas, pessoas com deficiência, povos ção rural, logística e navegação fluvial e de cabotagem, e mobilida-
indígenas, povos e comunidades tradicionais, vítimas de trabalho de urbana, dentre outros;
escravo, mulheres chefes de família ou em situação de vulnerabi- e) à modernização da gestão pública e ao desenvolvimento dos
lidade social, policiais federais, civis e militares, servidores da Se- Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e dos serviços sociais
cretaria Nacional de Políticas Penais e militares das Forças Armadas básicos, tais como saneamento básico, educação, cultura, saúde e
que morem em áreas consideradas de risco ou faixa de fronteira segurança alimentar e nutricional;
prioritárias estabelecidas no âmbito da PNDR, pessoas vítimas de f) aos investimentos socioambientais e à descarbonização das
violência institucional, por meio de financiamentos e projetos ha- atividades econômicas, à agricultura familiar, à agroecologia, às co-
bitacionais de interesse social, projetos de investimentos em sane- operativas e empresas de economia solidária, à inclusão produtiva
amento básico e desenvolvimento da infraestrutura urbana e rural, e ao microcrédito, à reciclagem de resíduos sólidos com tecnologias
inclusive mediante a prestação de serviços de assessoramento téc- sustentáveis, aos povos indígenas, e povos e comunidades tradicio-
nico, estruturação e desenvolvimento de projetos que propiciem a nais e aos projetos destinados ao turismo; e
celebração de contratos de parcerias com os entes públicos para g) à adoção das melhores práticas de governança corporativa
execução de empreendimentos de infraestrutura de interesse do e ao fortalecimento do mercado de capitais inclusive mediante a
país, e projetos de implementação de ações de políticas agroam- prestação de serviços de assessoramento que propiciem a celebra-
bientais; ção de contratos de parcerias com os entes públicos para execução
II - o Banco do Brasil S.A., aumento da oferta de alimentos para de empreendimentos de infraestrutura de interesse do país;
o mercado interno, especialmente integrantes da cesta básica e por V - a Financiadora de Estudos e Projetos - Finep, promoção do
meio de incentivos a programas de segurança alimentar e nutricio- desenvolvimento da infraestrutura e indústria, do turismo, agricul-
nal, de agricultura familiar, de agroecologia, de agroenergia, e de tura e agroindústria, com ênfase no fomento à pesquisa, ao softwa-
produção orgânica, a ações de implementação de políticas agroam- re público, software livre, à capacitação científica e tecnológica, me-
bientais, de fomento para povos indígenas, e povos e comunidades lhoria da competitividade da economia, estruturação de unidades e
tradicionais, de incremento da produtividade do setor agropecuá- sistemas produtivos orientados para o fortalecimento do Mercado
rio, da oferta de produtos agrícolas para exportação e intensificação Comum do Sul - Mercosul, geração de empregos e redução do im-
das trocas internacionais do país com seus parceiros com vistas a pacto ambiental;
incentivar a competitividade de empresas brasileiras no exterior e VI - o Banco da Amazônia S.A., o Banco do Nordeste do Brasil
de ações de desenvolvimento do turismo no País; S.A. e o Banco do Brasil S.A., redução das desigualdades nas Regiões
III - o Banco do Nordeste do Brasil S.A., o Banco da Amazônia Norte, Nordeste, com ênfase na região do semiárido, e Centro-Oes-
S.A., o Banco do Brasil S.A. e a Caixa Econômica Federal, estímulo à te do país, observadas as diretrizes estabelecidas na PNDR, median-
criação de empregos e à ampliação da oferta de produtos de con- te apoio a projetos para melhor aproveitamento das oportunidades
sumo popular por meio do apoio à expansão e ao desenvolvimento de desenvolvimento econômico-social sustentável, desenvolvimen-
das cooperativas de trabalhadores artesanais, do extrativismo sus- to da atividade turística e maior eficiência dos instrumentos geren-
tentável, do manejo de florestas de baixo impacto e da recupera- ciais do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte - FNO,
ção de áreas degradadas, das atividades desenvolvidas pelos povos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE e
indígenas, povos e comunidades tradicionais, do turismo de base do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste - FCO,
comunitária, da agricultura de pequeno porte, dos sistemas agroe- cujas aplicações em financiamentos rurais deverão ser destinadas
cológicos, da pesca, dos beneficiários do Programa Nacional de Re- preferencialmente ao financiamento da produção de alimentos bá-
forma Agrária e das microempresas, pequenas e médias empresas, sicos por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricul-
especialmente daquelas localizadas na faixa de fronteira prioritárias tura Familiar - Pronaf; e
estabelecidas na PNDR, e do fomento à cultura, ao turismo e a saú- VII - o Banco da Amazônia S.A., o Banco do Nordeste do Brasil
de complementar prestada por entidades filantrópicas; S.A., o Banco do Brasil S.A., o BNDES e a Caixa Econômica Federal, o
IV - o BNDES, estímulo à criação e à preservação de empregos financiamento de projetos que promovam:
com vistas à redução das desigualdades, à proteção e à conservação a) modelos produtivos rurais sustentáveis associados às metas
do meio ambiente com foco na redução dos efeitos das mudanças da Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida - INDC,
climáticas, ao aumento da capacidade produtiva e ao incremento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS e a outros
da competitividade da economia brasileira e ao incentivo ao turis- compromissos assumidos na política de clima, especialmente no
mo, especialmente, por meio do apoio: Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, destinados à
recuperação de áreas degradadas e à redução, de forma efetiva e
significativa, da utilização de produtos agrotóxicos, desde que haja
demanda habilitada; e
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b) ampliação da geração de energia elétrica a partir de fontes d) que empreguem pessoas com deficiência em proporção su-
renováveis, especialmente para produção de excedente visando ao perior àquela exigida no art. 93 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de
aproveitamento por meio de sistema de compensação de energia 1991;
elétrica; e e) privadas que adotem políticas de participação dos trabalha-
c) fomento de iniciativas para a adaptação do turismo às mu- dores nos lucros;
danças climáticas e para a redução das emissões de gases de efeito f) que atuem no setor de turismo, podendo ser destinado, in-
estufa nas atividades turísticas, sobretudo o carbono, em conso- clusive, ao financiamento voltado para a manutenção de emprego
nância com metodologias internacionais. e a capital de giro; ou
§ 1º A concessão ou renovação de quaisquer empréstimos ou g) que incentivem o empreendedorismo feminino ou que pre-
financiamentos pelas agências financeiras oficiais de fomento não encham mais de 50% de seus cargos com mulheres;
será permitida para: IV - adotar medidas que visem à simplificação dos procedimen-
I - pessoas jurídicas de direito público ou privado que estejam tos relativos à concessão de empréstimos e financiamentos para
inadimplentes com a União, os órgãos e as entidades da administra- micro e pequenas empresas e de cooperativas que tenham auferi-
ção pública federal ou o FGTS; do receita bruta anual até o limite de que trata o inciso II do caput
II - aquisição de ativos públicos incluídos no Plano Nacional de do art. 3º Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006;
Desestatização; V - priorizar o apoio financeiro a segmentos de micro e peque-
III - importação de bens ou serviços com similar nacional deten- nas empresas e a implementação de programas de crédito que fa-
tor de qualidade e preço equivalentes, exceto se constatada a im- voreçam a criação de postos de trabalho;
possibilidade do fornecimento do bem ou da prestação do serviço VI - publicar bimestralmente, em sítio eletrônico, demonstra-
por empresa nacional, a ser aferida de acordo com a metodologia tivo que discrimine os financiamentos a partir de R$ 1.000.000,00
definida pela agência financeira oficial de fomento; e (um milhão de reais) concedidos aos Estados, ao Distrito Federal,
IV - instituições cujos dirigentes sejam condenados por traba- aos Municípios e aos governos estrangeiros, com informações rela-
lho infantil, trabalho escravo, crime contra o meio ambiente, assé- tivas a ente beneficiário e execução financeira;
dio moral ou sexual, ou violência contra a mulher, racial e de etnia. VII - fazer constar dos contratos de financiamento de que trata
§ 2º Integrarão o relatório de que trata o § 3º do art. 165 da o inciso VI cláusulas que obriguem o favorecido a publicar e manter
Constituição demonstrativos consolidados relativos a empréstimos atualizadas, em sítio eletrônico, informações relativas à execução
e financiamentos, inclusive operações não reembolsáveis, dos quais física do objeto financiado; e
constarão, discriminados por região, unidade federativa, setor de VIII - publicar, até o dia 30 de abril de 2024, em seus portais de
atividade, porte do tomador e origem dos recursos aplicados, em transparência, nos sítios eletrônicos a que se refere o § 2º do art.
consonância com o disposto no inciso XIV do Anexo II: 8º da Lei nº 12.527, de 2011, relatório anual do impacto de suas
I - saldos anteriores; operações de crédito no combate às desigualdades mencionadas
II - concessões no período; no inciso II deste parágrafo.
III - recebimentos no período, com discriminação das amortiza- § 5º É vedado o impedimento ao financiamento de qualquer
ções e dos encargos; e atividade produtiva, comercial ou de serviços legalmente estabele-
IV - saldos atuais. cidas, exceto quando se destinarem a:
§ 3º O Poder Executivo federal demonstrará, em audiência pú- I - aquisição de terras e terrenos sem edificações concluídas;
blica perante a Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da II - aquisição ou reforma de imóveis destinados à locação;
Constituição, em maio e setembro, convocada com antecedência III - intermediação financeira;
mínima de trinta dias, a aderência das aplicações dos recursos das IV - jogos de azar de qualquer espécie;
agências financeiras oficiais de fomento, de que trata este artigo, V - saunas, termas e boates;
à política estipulada nesta Lei, e a execução do plano de aplicação VI - comercialização de bebidas alcoólicas no varejo ou fracio-
previsto no inciso XIV do Anexo II. nada; ou
§ 4º As agências financeiras oficiais de fomento deverão ainda: VII - comercialização de fumo.
I - observar os requisitos de sustentabilidade, transparência e § 6º Poderão ser impostas restrições a produtos ou serviços
controle previstos na Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, regula- mediante justificativa da agência financeira oficial de fomento, em
mentada pelo Decreto nº 8.945, de 27 de dezembro de 2016, e nas cada caso.
normas e orientações do Conselho Monetário Nacional e do Banco § 7º É vedada a imposição de critérios ou requisitos para con-
Central do Brasil; cessão de crédito pelos agentes financeiros habilitados que não
II - observar a diretriz de redução das desigualdades, quando sejam delineados e estabelecidos originalmente pelas agências fi-
da aplicação de seus recursos; nanceiras oficiais de fomento para as diversas linhas de crédito e
III - considerar como prioritárias, para a concessão de emprés- setores produtivos.
timos ou financiamentos, as empresas: § 8º Nas hipóteses de financiamento para redução do deficit
a) que desenvolvam projetos de responsabilidade socioam- habitacional e melhoria das condições de vida das pessoas com de-
biental ou de atendimento a mulheres, crianças e adolescentes víti- ficiência, deverá ser observado o disposto no inciso I do caput do
mas ou testemunhas de violência doméstica e familiar; art. 32 da Lei nº 13.146, de 2015.
b) que promovam a aquisição e a instalação, ou adquiram e ins- § 9º A vedação de que trata o inciso I do § 1º não se aplica às
talem sistemas de geração de energia elétrica solar fotovoltaica ou renegociações previstas no art. 2º da Lei Complementar nº 156, de
eólica, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste; 28 de dezembro de 2016.
c) que integrem as cadeias produtivas locais; § 10. O disposto na alínea “e” do inciso IV do caput aplica-se
preferencialmente a Municípios com até cinquenta mil habitantes.
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§ 11. O BNDES relacionará e publicará os financiamentos rea- proposição legislativa ou o ato infralegal, com indicação expressa no
lizados no exercício de 2024 com recursos derivados do Fundo de texto, na exposição de motivos ou no documento que os fundamen-
Amparo ao Trabalhador. tarem, hipótese em que será:
§ 12. As agências financeiras oficiais de fomento devem esta- I - vedada a referência a outras proposições legislativas em tra-
belecer linhas de crédito específicas com objetivo de redução de mitação; e
desigualdades de gênero e raça e mitigação de impactos ambien- II - permitida a referência à lei ou a ato infralegal publicados
tais, em especial voltadas para transição energética e mitigação dos no mesmo exercício financeiro, que registrem de forma expressa,
efeitos de mudanças climáticas. precisa e específica, ainda que na exposição de motivos ou no docu-
§ 13. As agências financeiras oficiais de fomento têm como mento que os tenham fundamentado, os casos em que seus efeitos
diretriz geral a inclusão, em seus critérios de análise de propostas poderão ser considerados para fins de compensar a redução de re-
de financiamento a empresas, a existência de políticas voltadas ceita ou o aumento de despesa.
para aumento da representação de populações sub representadas § 5º Ficam dispensadas das medidas de compensação as hi-
(como gênero, raça e etnia). póteses de aumento de despesas previstas no § 1º do art. 24 da
§ 14. As agências financeiras oficiais de fomento, ao concede- Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal.
rem financiamentos com valor superior a R$ 30 milhões, devem § 6º Quando solicitados por presidente de órgão colegiado do
exigir que os tomadores tenham políticas de integridade e confor- Poder Legislativo, os órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e
midade estabelecidas e devidamente estabelecidas. Judiciário, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública
§ 15. Os financiamentos do BNDES à exportação de bens e ser- da União fornecerão, no âmbito de suas competências, no prazo
viços de engenharia de empresas brasileiras somente poderão ser máximo de sessenta dias, os subsídios técnicos relacionados ao cál-
concedidos a países adimplentes com obrigações anteriores com o culo do impacto orçamentário e financeiro associado à proposição
banco e mediante seguro ou garantias mitigadoras de risco sobera- legislativa, para fins da elaboração do demonstrativo a que se refere
no do país devedor. o caput.
Art. 131. Os encargos dos empréstimos e financiamentos con- § 7º Para fins de cumprimento do disposto no inciso I do caput
cedidos pelas agências não poderão ser inferiores aos custos de do art. 14 da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Respon-
captação e de administração, ressalvado o disposto na Lei nº 7.827, sabilidade Fiscal, as proposições legislativas em tramitação que im-
de 27 de setembro de 1989. portem ou autorizem renúncia de receita poderão ter seus efeitos
considerados na estimativa de receita do Projeto da Lei Orçamentá-
CAPÍTULO IX ria e da respectiva Lei.
DA ADEQUAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DAS ALTERAÇÕES NA § 8º O disposto no caput aplica-se às proposições legislativas e
LEGISLAÇÃO aos atos infralegais que:
I - contenham remissão a futura legislação, parcelamento de
Art. 132. As proposições legislativas, de que tratam o art. 59 da despesa ou postergação do impacto orçamentário-financeiro;
Constituição, as suas emendas e os atos infralegais que importem II - estejam em tramitação no Congresso Nacional; ou
renúncia de receitas ou criação ou aumento de despesas obriga- III - estejam em fase de sanção.
tórias de caráter continuado, nos termos dos art. 14 e art. 17 da Art. 133. Com vistas à manifestação sobre a compatibilidade e
Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, a adequação orçamentária e financeira, deverão ser encaminhados
deverão ser instruídos com demonstrativo do impacto orçamentá- previamente à sua edição as proposições legislativas e os decretos
rio-financeiro no exercício em que devam entrar em vigor e nos dois relacionados ao disposto no art. 132, no âmbito do Poder Executivo
exercícios subsequentes e atender ao disposto neste artigo. federal, ao Ministério da Fazenda e ao Ministério do Planejamento
§ 1º O proponente é o responsável pela elaboração e apresen- e Orçamento.
tação do demonstrativo a que se refere o caput, o qual deverá con- Art. 134. Será considerada incompatível com as disposições
ter memória de cálculo com grau de detalhamento suficiente para desta Lei a proposição que:
evidenciar as premissas e a consistência das estimativas. I - aumente despesa em matéria de iniciativa privativa, na for-
§ 2º A estimativa do impacto orçamentário-financeiro, elabora- ma prevista nos art. 49, art. 51, art. 52, art. 61, art. 63, art. 96 e art.
da com fundamento no demonstrativo de que trata o caput, deverá 127 da Constituição;
constar da exposição de motivos ou de documento equivalente que II - altere gastos com pessoal, nos termos do disposto no § 1º
acompanhar a proposição legislativa. do art. 169 da Constituição, para conceder aumento que resulte em:
§ 3º O atendimento ao disposto nos incisos I e II do art. 14 da a) somatório das parcelas remuneratórias permanentes supe-
Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, rior ao limite estabelecido no inciso XI do caput do art. 37 da Cons-
dependerá, para proposições legislativas e atos infralegais prove- tituição;
nientes do Poder Executivo federal, de declaração formal: b) despesa, por Poder ou órgão, acima dos limites estabeleci-
I - da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, para as dos no art. 20 e no parágrafo único do art. 22 da Lei Complementar
receitas administradas por essa Secretaria; ou nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal; ou
II - do órgão responsável pela gestão da receita objeto da pro- c) descumprimento dos limites estabelecidos na Lei Comple-
posta, nos demais casos. mentar nº 200, de 30 de agosto de 2023;
§ 4º Para fins de atendimento ao disposto nos art. 14 e art. 17 III - crie ou autorize a criação de fundos contábeis ou institucio-
da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fis- nais com recursos da União e:
cal, as medidas para compensar a renúncia de receita ou o aumen- a) não contenham normas específicas sobre a gestão, o funcio-
to de despesa obrigatória de caráter continuado devem integrar a namento e controle do fundo; ou

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b) estabeleçam atribuições ao fundo que possam ser realizadas I - as proposições de alterações na legislação e a variação es-
pela estrutura departamental da administração pública federal; ou perada na receita, em decorrência de cada uma das propostas e de
IV - determine ou autorize a indexação ou atualização monetá- seus dispositivos; e
ria de despesas públicas, inclusive aquelas a que se refere o inciso V II - as despesas condicionadas à aprovação das alterações na
do caput do art. 7º da Constituição. legislação.
§ 1º Para fins da verificação de incompatibilidade de que trata a § 2º O disposto no caput e no § 1º aplica-se às propostas de
alínea “b” do inciso II do caput e do cálculo da estimativa do impac- modificação do Projeto de Lei Orçamentária de 2024 encaminhadas
to orçamentário-financeiro, será utilizada a receita corrente líquida ao Congresso Nacional na forma prevista no § 5º do art. 166 da
constante do Relatório de Gestão Fiscal do momento da avaliação. Constituição.
§ 2º O disposto no inciso III do caput não se aplica a proposi- § 3º A alteração de fontes de recursos condicionadas, constan-
ções que tenham por objeto a transformação ou a alteração da na- tes da Lei Orçamentária de 2024, pelas respectivas fontes defini-
tureza jurídica de fundo existente na data de publicação desta Lei. tivas, cujas alterações na legislação tenham sido aprovadas, será
Art. 135. As proposições legislativas, de que trata o art. 59 da efetuada no prazo de trinta dias após a data de publicação da Lei
Constituição, e os atos infralegais que impliquem redução de recei- Orçamentária de 2024 ou das referidas alterações legislativas, hipó-
tas, que não sejam renúncias previstas nos termos do disposto no tese em que prevalecerá a data que ocorrer por último.
art. 14 da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabi- Art. 140. As proposições legislativas que vinculem receitas a
lidade Fiscal, ou aumento de despesas, nos termos do disposto no despesas, órgãos ou fundos deverão conter cláusula de vigência de,
art. 16 da referida Lei Complementar, deverão estar acompanha- no máximo, cinco anos.
das das estimativas de impacto orçamentário e financeiro para o § 1º O disposto no caput não se aplica à vinculação de taxas
exercício em que entrarão em vigor, e os dois subsequentes, com pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços ou pelo exercício
as premissas e metodologias de cálculo em grau de detalhamento do poder de polícia.
suficiente para evidenciar a pertinência das estimativas elaboradas § 2º O disposto no caput não se aplica à alteração de vinculação
pelo órgão ou entidade proponente. de receitas existente quando a nova vinculação for menos restritiva.
Parágrafo único. As proposições legislativas de iniciativa do Po- § 3º Para fins do disposto no parágrafo único do art. 8º e no
der Executivo, as proposições submetidas à sanção, e os decretos, § 2º do art. 9º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Res-
relacionados ao disposto no caput, deverão ser encaminhados para ponsabilidade Fiscal, a mera vinculação de receitas não torna obri-
o Órgãos Centrais dos Sistemas de Planejamento e de Orçamento gatória a despesa custeada com as referidas receitas e não cria a
Federal, e de Administração Financeira Federal, para fins de verifi- obrigatoriedade de sua programação.
cação da adequação das estimativas e eventuais impactos sobre a Art. 141. A proposta de criação ou a alteração de tributos de
meta de resultado primário do exercício e de outras regras fiscais natureza vinculada será acompanhada de demonstração, devida-
vigentes aplicáveis. mente justificada, de sua necessidade para oferecimento dos ser-
Art. 136. Somente por meio de lei poderá ser concedido au- viços públicos ao contribuinte ou para exercício do poder de polícia
mento de parcelas, fixas ou variáveis, que não se incorporem a ven- sobre a atividade do sujeito passivo.
cimentos ou proventos, relativas a férias, abono de permanência, Art. 142. As proposições legislativas que concedam, renovem
exercício de função eleitoral e outras remuneratórias, de natureza ou ampliem benefícios tributários deverão:
eventual ou não, como retribuições, parcelas ou vantagens com I - conter cláusula de vigência de, no máximo, cinco anos;
previsão constitucional ou legal. II - estar acompanhadas de metas e objetivos, preferencialmen-
Art. 137. A proposição legislativa ou o ato normativo regula- te quantitativos; e
mentador de norma constitucional ou legal, para constituir transfe- III - designar órgão gestor responsável pelo acompanhamento
rência obrigatória, deverá conter: e pela avaliação do benefício tributário quanto à consecução das
I - critérios e condições para identificação e habilitação das par- metas e dos objetivos estabelecidos.
tes beneficiadas; § 1º O órgão gestor definirá indicadores para acompanhamen-
II - fonte e montante máximo dos recursos a serem transferi- to das metas e dos objetivos estabelecidos no programa e dará pu-
dos; blicidade a suas avaliações.
III - definição do objeto e da finalidade da realização da des- § 2º Ficam dispensadas do atendimento ao disposto neste arti-
pesa; e go as proposições legislativas que tratem de:
IV - forma e elementos pormenorizados para a prestação de I - alterações de normas de tributação de investimentos de não
contas. residentes no país ou de domiciliados no exterior;
Art. 138. As disposições deste Capítulo aplicam-se também às II - benefícios tributários associados a emissão de letras de cré-
proposições decorrentes do disposto nos incisos XIII e XIV do caput dito destinadas ao financiamento de longo prazo em programas de
do art. 21 da Constituição. desenvolvimento econômico; e
Art. 139. Na estimativa das receitas e na fixação das despesas III - benefícios tributários associados às debêntures incentiva-
do Projeto de Lei Orçamentária de 2024 e da respectiva Lei, pode- das e de infraestrutura.
rão ser considerados os efeitos de propostas de emenda à Cons-
tituição, projetos de lei e medidas provisórias em tramitação no
Congresso Nacional.
§ 1º Se estimada a receita na forma prevista neste artigo, no
Projeto de Lei Orçamentária de 2024 serão identificadas:

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CAPÍTULO X § 5º A inclusão no Projeto de Lei Orçamentária de 2024, na res-


DISPOSIÇÕES SOBRE A FISCALIZAÇÃO PELO PODER LEGIS- pectiva Lei e nos créditos adicionais de subtítulos relativos a obras e
LATIVO E SOBRE AS OBRAS E OS SERVIÇOS COM INDÍCIOS DE serviços com indícios de irregularidades graves obedecerá, sempre
IRREGULARIDADES GRAVES que possível, à mesma classificação orçamentária constante das leis
orçamentárias anteriores, ajustada ao Plano Plurianual, conforme
Art. 143. O Projeto de Lei Orçamentária de 2024 e a respecti- o caso.
va Lei poderão contemplar subtítulos relativos a obras e serviços § 6º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, às alte-
com indícios de irregularidades graves, hipótese em que a execução rações decorrentes de créditos adicionais e à execução física, orça-
física, orçamentária e financeira de empreendimentos, contratos, mentária e financeira de empreendimentos, contratos, convênios,
convênios, etapas, parcelas ou subtrechos constantes do anexo a etapas, parcelas ou subtrechos relativos aos subtítulos de que trata
que se refere o § 2º do art. 9º desta Lei permanecerá condicionada o caput cujas despesas tenham sido inscritas em restos a pagar.
à deliberação prévia da Comissão Mista a que se refere o § 1º do § 7º Os titulares dos órgãos e das entidades executoras e con-
art. 166 da Constituição, sem prejuízo do disposto nos § 1º e § 2º cedentes deverão suspender as autorizações para execução física,
do art. 71 da Constituição e observado o disposto nos § 6º e § 8º do orçamentária e financeira de empreendimentos, contratos, convê-
art. 148 desta Lei. nios, etapas, parcelas ou subtrechos relativos aos subtítulos de que
§ 1º Para fins do disposto nesta Lei, entende-se por: trata o caput, situação que deverá ser mantida até a deliberação em
I - execução física - a realização da obra, o fornecimento do contrário da Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da
bem ou a prestação do serviço; Constituição, sem prejuízo do disposto nos § 1º e 2º do art. 71 da
II - execução orçamentária - o empenho e a liquidação da des- Constituição e no art. 147 desta Lei.
pesa, inclusive a sua inscrição em restos a pagar; § 8º A suspensão de que trata o § 7º, sem prejuízo do disposto
III - execução financeira - o pagamento da despesa, inclusive nos § 1º e § 2º do art. 71 da Constituição, poderá ser evitada, a cri-
dos restos a pagar; tério da Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da Cons-
IV - indício de irregularidade grave com recomendação de pa- tituição, caso os órgãos e as entidades executores ou concedentes
ralisação - IGP - ato ou fato materialmente relevante em relação ao adotem medidas corretivas para o saneamento das possíveis falhas
valor total contratado que apresente potencialidade de ocasionar ou se forem oferecidas garantias suficientes à cobertura integral
prejuízos ao erário ou a terceiros e que: dos supostos prejuízos potenciais ao erário, nos termos do disposto
a) possa ensejar nulidade de procedimento licitatório ou de no § 3º deste artigo.
contrato; ou § 9º A classificação, pelo Tribunal de Contas da União, dos in-
b) configure graves desvios relativamente aos princípios cons- dícios de irregularidades nas modalidades previstas nos incisos IV e
titucionais a que está submetida a administração pública federal; V do § 1º ocorrerá por decisão monocrática ou colegiada, que deve
V - indício de irregularidade grave com recomendação de re- ser proferida no prazo máximo de quarenta dias corridos, contado
tenção parcial de valores - IGR - aquele que, embora atenda ao dis- da data de conclusão da auditoria pela unidade técnica, durante o
posto no inciso IV, permite a continuidade da obra desde que haja qual deverá ser assegurada a oportunidade de manifestação preli-
autorização do contratado para retenção de valores a serem pagos, minar, no prazo de quinze dias corridos, aos órgãos e às entidades
ou a apresentação de garantias suficientes para prevenir o possível aos quais forem atribuídas as supostas irregularidades.
dano ao erário até a decisão de mérito sobre o indício relatado; e § 10. O enquadramento na classificação a que se refere o § 9º
VI - indício de irregularidade grave que não prejudique a con- poderá ser revisto a qualquer tempo mediante decisão posterior,
tinuidade - IGC - aquele que, embora gere citação ou audiência do monocrática ou colegiada, do Tribunal de Contas da União, em ra-
responsável, não atenda ao disposto nos incisos IV ou V. zão de novos elementos de fato e de direito apresentados pelos
§ 2º Os ordenadores de despesa e os órgãos setoriais de or- interessados.
çamento deverão providenciar o bloqueio, nos sistemas próprios, Art. 144. O Congresso Nacional considerará, na sua deliberação
da execução física, orçamentária e financeira de empreendimentos, pelo bloqueio ou desbloqueio da execução física, orçamentária e
contratos, convênios, etapas, parcelas ou subtrechos constantes do financeira de empreendimentos, contratos, convênios, etapas, par-
anexo a que se refere o § 2º do art. 9º desta Lei, que perdurará até a celas ou subtrechos relativos aos subtítulos de obras e serviços com
deliberação em contrário da Comissão Mista a que se refere o § 1º indícios de irregularidades graves:
do art. 166 da Constituição. I - a classificação dos indícios de irregularidades, na forma pre-
§ 3º Não estão sujeitos ao bloqueio da execução a que se refere vista nos incisos IV, V e VI do § 1º do art. 143; e
o § 2º os casos para os quais tenham sido apresentadas garantias II - as razões apresentadas pelos órgãos e pelas entidades res-
suficientes à cobertura integral dos prejuízos potenciais ao erário, ponsáveis pela execução, que deverão abordar, em especial:
na forma prevista na legislação pertinente, sem prejuízo do dispos- a) os impactos sociais, econômicos e financeiros decorrentes
to nos § 1º e § 2º do art. 71 da Constituição, hipótese em que será do atraso na fruição dos benefícios do empreendimento pela po-
permitido apresentar as garantias à medida que sejam executados pulação;
os serviços sobre os quais recaia o apontamento de irregularidade b) os riscos sociais, ambientais e à segurança da população lo-
grave. cal, decorrentes do atraso na fruição dos benefícios do empreendi-
§ 4º Os pareceres da Comissão Mista a que se refere o § 1º mento;
do art. 166 da Constituição acerca de obras e serviços com indícios c) a motivação social e ambiental do empreendimento;
de irregularidades graves deverão ser fundamentados, de modo a d) o custo da deterioração ou da perda de materiais adquiridos
explicitar as razões da deliberação. ou serviços executados;
e) as despesas necessárias à preservação das instalações e dos
serviços executados;
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FINANÇAS PÚBLICAS

f) as despesas inerentes à desmobilização e ao retorno poste- II - à Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da Cons-
rior às atividades; tituição, até cinquenta e cinco dias após o encaminhamento do Pro-
g) as medidas efetivamente adotadas pelo titular do órgão ou jeto de Lei Orçamentária, a relação atualizada de empreendimen-
da entidade para o saneamento dos indícios de irregularidades tos, contratos, convênios, etapas, parcelas ou subtrechos relativos
apontados; aos subtítulos nos quais sejam identificados indícios de irregulari-
h) o custo total e o estágio de execução física e financeira de dades graves, classificados na forma prevista nos incisos IV, V e VI
empreendimentos, contratos, convênios, obras ou parcelas envol- do § 1º do art. 143, e a relação daqueles que, embora tenham tido
vidas; recomendação de paralisação da equipe de auditoria, não tenham
i) empregos diretos e indiretos perdidos em razão da paralisa- sido objeto de decisão monocrática ou colegiada no prazo previsto
ção; no § 9º do art. 143, acompanhadas de cópias em meio eletrônico
j) custos para realização de nova licitação ou celebração de das decisões monocráticas e colegiadas, dos relatórios e votos que
novo contrato; e as fundamentarem e dos relatórios de auditoria das obras e dos
k) custo de oportunidade do capital durante o período de pa- serviços fiscalizados.
ralisação. § 1º É obrigatória a especificação dos empreendimentos, con-
§ 1º A apresentação das razões a que se refere o inciso II do tratos, convênios ou editais relativos a etapas, parcelas ou subtre-
caput é de responsabilidade: chos nos quais tenham sido identificados indícios de irregularidades
I - do titular do órgão ou da entidade da administração pública graves e da decisão monocrática ou do acórdão a que se refere o §
federal, executor ou concedente, responsável pela obra ou serviço 9º do art. 143.
em que se tenha verificado indício de irregularidade, no âmbito do § 2º O Tribunal de Contas da União e a Comissão Mista a que se
Poder Executivo federal; ou refere o § 1º do art. 166 da Constituição manterão as informações
II - do titular do órgão dos Poderes Legislativo e Judiciário, do sobre obras e serviços com indícios de irregularidades graves de
Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União, para que trata este artigo atualizadas em seu sítio eletrônico.
as obras e os serviços executados em seu âmbito. § 3º Para fins de atendimento ao disposto no inciso I do § 1º
§ 2º As razões de que trata este artigo poderão ser encaminha- do art. 59 da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Respon-
das ao Congresso Nacional, por escrito, pelos responsáveis a que se sabilidade Fiscal, o Tribunal de Contas da União enviará subsídios à
refere o § 1º: Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da Constituição
I - para as obras e os serviços constantes da relação de que tra- acerca de fatos e situações que possam comprometer a gestão fis-
ta o inciso I do caput do art. 145, no prazo a que se refere o art. 10; cal e o atingimento das metas previstas nesta Lei, em especial a
II - para as obras e os serviços constantes da relação de que tra- necessidade de limitação de empenho e pagamento de que trata o
ta o inciso II do caput do art. 145, no prazo de quinze dias, contado art. 9º da referida Lei Complementar.
da data de publicação do acórdão do Tribunal de Contas da União Art. 146. A seleção das obras e dos serviços a serem fiscalizados
que aprove a forma final da referida relação; e pelo Tribunal de Contas da União considerará, entre outros fatores:
III - para as informações encaminhadas na forma prevista no I - o valor autorizado e empenhado nos exercícios anterior e
art. 148, no prazo de quinze dias, contado da data de recebimento atual;
da decisão monocrática ou da publicação do acórdão a que se refe- II - a regionalização do gasto;
re o § 9º do art. 143. III - o histórico de irregularidades pendentes obtido a partir de
§ 3º A omissão na prestação das informações, na forma e nos fiscalizações anteriores e a reincidência de irregularidades cometi-
prazos previstos no § 2º, não impedirá as decisões da Comissão Mis- das, tanto do órgão executor como do ente beneficiado; e
ta a que se refere o § 1º do art. 166 da Constituição e do Congresso IV - as obras contidas no Anexo VI à Lei Orçamentária em vigor
Nacional, nem retardará a contagem dos prazos de tramitação e que não tenham sido objeto de deliberação posterior do Tribunal
deliberação. de Contas da União pela regularidade.
§ 4º Para fins do disposto neste artigo, o Tribunal de Contas da § 1º O Tribunal de Contas da União deverá, adicionalmente,
União subsidiará a deliberação do Congresso Nacional, com o envio encaminhar informações sobre outras obras ou serviços nos quais
de informações e avaliações acerca de potenciais prejuízos econô- tenham sido constatados indícios de irregularidades graves em ou-
micos e sociais advindos da paralisação. tros procedimentos fiscalizatórios realizados nos últimos doze me-
Art. 145. Para fins do disposto no inciso V do § 1º do art. 59 ses, contados da data de publicação desta Lei, com o grau de deta-
da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade lhamento estabelecido no § 2º e observado o disposto nos incisos
Fiscal, e no § 2º do art. 9º desta Lei, o Tribunal de Contas da União IV, V e VI do § 1º e no § 9º do art. 143.
encaminhará: § 2º Da seleção referida no caput constarão, para cada obra
I - à Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Plane- fiscalizada, sem prejuízo de outros dados considerados relevantes
jamento e Orçamento e aos órgãos setoriais do Sistema de Planeja- pelo Tribunal de Contas da União:
mento e de Orçamento Federal, até 1º de agosto de 2023, a relação I - as classificações institucional, funcional e programática, atu-
das obras e dos serviços com indícios de irregularidades graves, alizadas de acordo com o disposto na Lei Orçamentária de 2023;
com o banco de dados correspondente, a especificação das classifi- II - a localização e a especificação, com as etapas, as parcelas
cações institucional, funcional e programática vigentes, os números ou os subtrechos e os seus contratos e convênios, conforme o caso;
dos contratos e convênios, na forma prevista no Anexo VI à Lei Orça- III - o número de inscrição no CNPJ e a razão social da empresa
mentária de 2023, acrescida do custo global estimado de cada obra responsável pela execução da obra ou do serviço nos quais tenham
ou serviço listado e do estágio da execução física, e a data a que se sido identificados indícios de irregularidades graves, na forma pre-
referem essas informações; e vista nos incisos IV, V e VI do § 1º do art. 143, e o nome do órgão ou
da entidade responsável pela contratação;
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IV - a natureza e a classificação dos indícios de irregularidades Art. 148. Durante o exercício de 2024, o Tribunal de Contas da
e o pronunciamento acerca da estimativa do valor potencial do pre- União remeterá ao Congresso Nacional e ao órgão ou à entidade
juízo ao erário e de elementos que recomendem a paralisação pre- fiscalizada, no prazo de quinze dias, contado da data da decisão ou
ventiva da obra; do acórdão a que se referem os § 9º e § 10 do art. 143, informa-
V - as providências adotadas pelo Tribunal de Contas da União ções relativas a novos indícios de irregularidades graves identifica-
quanto às irregularidades; dos em empreendimentos, contratos, convênios, etapas, parcelas
VI - o percentual de execução físico-financeira; ou subtrechos relativos a subtítulos constantes da Lei Orçamentária
VII - a estimativa do valor necessário à conclusão; de 2024, inclusive com as informações relativas às execuções física,
VIII - as manifestações prévias do órgão ou da entidade fiscali- orçamentária e financeira, acompanhadas das manifestações dos
zada aos quais tenham sido atribuídas as supostas irregularidades e órgãos e das entidades responsáveis pelas obras que permitam a
as decisões correspondentes, monocráticas ou colegiadas, com os análise da conveniência e oportunidade de bloqueio das execuções
relatórios e os votos que as fundamentarem, quando houver; física, orçamentária e financeira.
IX - o conteúdo das alegações de defesa apresentadas e a sua § 1º O Tribunal de Contas da União disponibilizará à Comissão
apreciação; e Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da Constituição acesso ao
X - as garantias de que trata o § 3º do art. 143, com a identifi- seu sistema eletrônico de fiscalização de obras e serviços.
cação do tipo e do valor. § 2º Os processos relativos a obras ou serviços que possam ser
§ 3º As unidades orçamentárias responsáveis por obras e servi- objeto de bloqueio na forma prevista nos art. 143 e art. 144 serão
ços que constem, em dois ou mais exercícios, do anexo a que se re- instruídos e apreciados prioritariamente pelo Tribunal de Contas da
fere o § 2º do art. 9º desta Lei, deverão informar à Comissão Mista União, hipótese em que a decisão deverá indicar, de forma expres-
a que se refere o § 1º do art. 166 da Constituição, no prazo de trinta sa, se as irregularidades inicialmente apontadas foram confirmadas
dias após o encaminhamento do Projeto de Lei Orçamentária de e se o empreendimento questionado poderá ter continuidade sem
2024, as medidas adotadas para sanar as irregularidades apontadas risco de prejuízos significativos ao erário, no prazo de quatro meses,
em decisão do Tribunal de Contas da União da qual não caiba mais contado da data da comunicação prevista no caput.
recurso perante aquela Corte. § 3º A decisão mencionada no § 2º deverá relacionar todas as
§ 4º Para fins do disposto no § 6º do art. 148, o Tribunal de medidas a serem adotadas pelos responsáveis, com vistas ao sane-
Contas da União encaminhará informações das quais constará pro- amento das irregularidades graves.
nunciamento conclusivo quanto a irregularidades graves que não se § 4º Após a manifestação do órgão ou da entidade responsável
confirmaram ou a seu saneamento. quanto à adoção das medidas corretivas, o Tribunal de Contas da
§ 5º Sempre que a informação encaminhada pelo Tribunal de União deverá se pronunciar sobre o cumprimento efetivo da deci-
Contas da União, na forma prevista no caput, implicar reforma de são de que trata o § 2º, no prazo de três meses, contado da data da
deliberação anterior, deverão ser evidenciadas a decisão reformada entrega da referida manifestação.
e a decisão reformadora correspondente. § 5º Na impossibilidade de cumprimento dos prazos previstos
Art. 147. A Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da nos § 2º e § 4º, o Tribunal de Contas da União deverá apresentar
Constituição poderá realizar audiências públicas com vistas a subsi- justificativas ao Congresso Nacional.
diar as deliberações acerca do bloqueio ou desbloqueio de empre- § 6º Após a publicação da Lei Orçamentária de 2024, o blo-
endimentos, contratos, convênios, etapas, parcelas ou subtrechos queio e o desbloqueio da execução física, orçamentária e financeira
relativos a subtítulos nos quais tenham sido identificados indícios na forma prevista neste Capítulo ocorrerão por meio de decreto le-
de irregularidades graves. gislativo baseado em deliberação da Comissão Mista a que se refere
§ 1º Serão convidados para as audiências os representantes do o § 1º do art. 166 da Constituição, à qual compete divulgar, em sítio
Tribunal de Contas da União, dos órgãos e das entidades envolvidos, eletrônico, a relação atualizada dos subtítulos de que trata o caput.
que poderão expor as medidas saneadoras adotadas e as razões § 7º O Tribunal de Contas da União encaminhará, até 15 de
pelas quais as obras sob a sua responsabilidade não devem ser pa- maio de 2024, à Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166
ralisadas, inclusive aquelas a que se refere o art. 144, acompanha- da Constituição o relatório com as medidas saneadoras adotadas e
das da justificativa por escrito do titular do órgão ou da entidade as pendências relativas a obras e serviços com indícios de irregula-
responsável pelas contratações e dos documentos comprobatórios. ridades graves.
§ 2º A deliberação da Comissão Mista a que se refere o § 1º do § 8º A decisão pela paralisação ou continuidade de obras ou
art. 166 da Constituição que resulte na continuidade da execução serviços com indícios de irregularidades graves, na forma prevista
de empreendimentos, contratos, convênios, etapas, parcelas ou no § 2º do art. 147 e no caput e no § 4º deste artigo, ocorrerá sem
subtrechos relativos a subtítulos nos quais tenham sido identifica- prejuízo da continuidade das ações de fiscalização e da apuração de
dos indícios de irregularidades graves com recomendação de para- responsabilidades dos gestores que lhes deram causa.
lisação ainda não sanados dependerá da avaliação das informações § 9º O disposto no § 2º do art. 147 aplica-se às deliberações de
recebidas na forma prevista no § 2º do art. 144 e de realização pré- que trata este artigo.
via da audiência pública a que se refere o caput, quando deverão § 10. O Tribunal de Contas da União remeterá ao Congresso
ser avaliados os prejuízos potenciais da paralisação para a adminis- Nacional, no prazo de trinta dias, contado da data do despacho ou
tração pública e a sociedade. do acórdão que adotar ou referendar medida cautelar fundamen-
§ 3º A Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da tada no art. 276 do Regimento Interno daquele Tribunal, cópia da
Constituição poderá realizar audiências públicas para subsidiar a decisão relativa à suspensão de execução de obra ou serviço de
apreciação do relatório de que trata o § 7º do art. 148. engenharia, acompanhada da oitiva do órgão ou da entidade res-
ponsável.

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Art. 149. O Tribunal de Contas da União enviará à Comissão XXVI - Cadastro Integrado de Projetos de Investimentos do Go-
Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da Constituição, no prazo de verno Federal - CIPI;
trinta dias após o encaminhamento do Projeto de Lei Orçamentária XXVII - Portal Nacional de Contratações Públicas - PNCP;
de 2024, quadro-resumo relativo à qualidade da implementação e XXVIII - Sistema de Monitoramento de Obras do Ministério da
ao alcance de metas e dos objetivos dos programas e das ações Saúde - SISMOB;
governamentais objeto de auditorias operacionais realizadas para XXIX - Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Con-
subsidiar a discussão do Projeto de Lei Orçamentária de 2024. trole do Ministério da Educação - SIMEC;
Art. 150. Com vistas à apreciação do Projeto de Lei Orçamen- XXX - Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, man-
tária de 2024 e ao acompanhamento e à fiscalização orçamentária tido pelo Ministério da Integração Nacional - S2iD;
a que se referem o art. 70 e o inciso II do § 1º do art. 166 da Cons- XXXI - Sistema de Gerenciamento de Tarefas, do Instituto Na-
tituição, será assegurado aos membros e aos órgãos competentes cional de Seguridade Social - GET;
dos Poderes da União, inclusive ao Tribunal de Contas da União, ao XXXII - Cadastro Único, inclusive microdados - CECAD; e
Ministério Público Federal e à Controladoria-Geral da União, o aces- XXXIII - Estudos Técnicos Preliminares - ETP Digital.
so irrestrito, para consulta, aos seguintes sistemas ou informações, § 1º Os cidadãos e as entidades sem fins lucrativos, credencia-
e o recebimento de seus dados, em meio digital: dos de acordo com os requisitos estabelecidos pelos órgãos gesto-
I - Sistema Integrado de Administração Financeira - Siafi; res dos sistemas, poderão ser habilitados para consulta aos siste-
II - Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento - Siop; mas e cadastros de que trata este artigo.
III - Sistema de Análise Gerencial da Arrecadação, inclusive às § 2º Para fins de elaboração de avaliação atuarial do Regi-
estatísticas de dados agregados relativos às informações constantes me Próprio de Previdência Social dos servidores civis da União, a
das declarações de imposto sobre a renda das pessoas físicas e jurí- Câmara dos Deputados, o Senado Federal e o Tribunal de Contas
dicas, respeitado o sigilo fiscal do contribuinte; da União, no exercício do controle externo, poderão solicitar aos
IV - Sistema de Informação das Estatais; demais órgãos e Poderes da União e às suas entidades vinculadas
V - Siasg, inclusive ao Portal de Compras do Governo Federal - informações cadastrais, funcionais e financeiras relativas a servido-
Compras.gov.br; res, inativos e pensionistas.
VI - Sistema de Informações Gerenciais de Arrecadação - Infor- Art. 151. Em cumprimento ao disposto no caput do art. 70 da
mar; Constituição, o acesso irrestrito e gratuito a que se refere o art. 150
VII - cadastro das entidades qualificadas como Oscip, mantido desta Lei será igualmente assegurado:
pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública; I - aos membros do Congresso Nacional, aos servidores indica-
VIII - Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; dos por membros do Congresso Nacional, bem como aos servido-
IX - Sistema de Informação e Apoio à Tomada de Decisão do res lotados nas Consultorias de Orçamentos e Legislativa da Câmara
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT; dos Deputados e do Senado Federal e na Instituição Fiscal Indepen-
X - Portal sobre transferências e parcerias da União - Transfe- dente, para consulta aos sistemas ou às informações a que se refe-
regov.br; rem os incisos II e IV do caput do art. 150 e ao Laboratório de Infor-
XI - Sistema de Acompanhamento de Contratos do DNIT; mações de Controle - LabContas nos maiores níveis de amplitude,
XII - CNEA do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Cli- abrangência e detalhamento existentes, e por iniciativa própria, a
ma; qualquer tempo, aos demais sistemas e cadastros; e
XIII - Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em II - aos órgãos de tecnologia da informação da Câmara dos De-
Saúde - Siops; putados e do Senado Federal, e a disponibilização, em meio eletrô-
XIV - Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em nico, das bases de dados dos sistemas a que se refere o art. 150,
Educação - Siope; ressalvados os dados e as informações protegidos por sigilo legal,
XV - Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Públi- em formato e periodicidade a serem estabelecidos em conjunto
co Brasileiro - Siconfi; com o órgão competente do Poder Executivo federal.
XVI - sistemas de informação e banco de dados utilizados pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Tei- CAPÍTULO XI
xeira - INEP; DA TRANSPARÊNCIA
XVII - sistema utilizado pela Secretaria de Regime Próprio e
Complementar do Ministério da Previdência Social para elaboração Art. 152. Os órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciá-
da avaliação atuarial do Regime Próprio de Previdência Social dos rio, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União
servidores civis; divulgarão e manterão atualizada, no sítio eletrônico do órgão con-
XVIII - Sistema Integrado de Administração de Recursos Huma- cedente, relação das entidades privadas beneficiadas na forma pre-
nos - Siape; vista nos art. 86 ao art. 91, com, no mínimo:
XIX - Sistema Único de Benefícios - Siube; I - nome e número de inscrição no CNPJ;
XX - Sistema Integrado de Tratamento Estatístico de Séries Es- II - nome, função e número de inscrição no CPF dos dirigentes;
tratégicas - Sintese; III - área de atuação;
XXI - Sistema de Informações dos Regimes Públicos de Previ- IV - endereço da sede;
dência - Cadprev; V - data, objeto, valor e número do convênio ou instrumento
XXII - Sistema Informatizado de Controle de Óbitos - Sisobi; congênere;
XXIII - Sistema Nacional de Informações de Registros Civis - Sirc; VI - órgão transferidor;
XXIV - Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS; VII - valores transferidos e datas de transferência;
XXV - Sistema Integrado de Gestão Patrimonial - Siads; VIII - edital do chamamento e instrumento firmado; e
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IX - forma de seleção da entidade. f) até o vigésimo quinto dia de cada mês, o relatório com a
Art. 153. Os órgãos orçamentários manterão atualizados em comparação da receita realizada, mensal e acumulada, com a pre-
seu sítio eletrônico a relação dos contratados, com os valores pagos vista na Lei Orçamentária de 2024 e no cronograma de arrecadação,
nos últimos três anos, e a íntegra dos contratos, convênios e termos e com a discriminação das parcelas primária e financeira;
ou instrumentos congêneres vigentes, exceto os sigilosos, na forma g) até o sexagésimo dia após a data de publicação da Lei Orça-
prevista na legislação pertinente. mentária de 2024, o cadastro de ações com, no mínimo, o código,
Parágrafo único. Serão também divulgadas as informações rela- o título e a descrição de cada uma das ações constantes dos Orça-
tivas às alterações contratuais e penalidades. mentos Fiscal e da Seguridade Social, que poderão ser atualizados,
Art. 154. Os instrumentos de contratação de serviços de tercei- quando necessário, observado o disposto nas alíneas “e” e “f” do
ros deverão prever o fornecimento pela empresa contratada de in- inciso III do § 1º do art. 52, desde que as alterações não ampliem
formações com nome completo, número de inscrição no CPF, cargo ou restrinjam a finalidade da ação, consubstanciada no seu título
ou atividade exercida, lotação e local de exercício dos empregados constante da referida Lei;
na contratante, para fins de divulgação em sítio eletrônico. h) até o trigésimo dia após o encerramento de cada bimestre,
Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração os demonstrativos relativos a empréstimos e financiamentos, inclu-
pública federal deverão divulgar e atualizar quadrimestralmente as sive a fundo perdido, consolidados por agência de fomento, elabo-
informações a que se refere o caput. rados de acordo com as informações e os critérios constantes do §
Art. 155. A divulgação das informações de que tratam os art. 2º do art. 130;
152 e art. 154 deverá ocultar os três primeiros dígitos e os dois dígi- i) até 30 de abril de cada exercício, o relatório anual, referen-
tos verificadores do número de inscrição no CPF. te ao exercício anterior, de impacto dos programas destinados ao
Art. 156. Os sítios eletrônicos de consulta a remuneração, sub- combate das desigualdades;
sídio, provento e pensão recebidos por membros de Poder e ocu- j) o demonstrativo, atualizado mensalmente, de contratos,
pantes de cargo, posto, graduação, função e emprego público, ati- convênios, contratos de repasse ou termos de parceria referentes
vos e inativos, e por pensionistas, disponibilizados pelos Poderes a projetos, com a discriminação das classificações funcional e por
Executivo, Legislativo e Judiciário, pelo Ministério Público da União programas, da unidade orçamentária, da contratada ou do conve-
e pela Defensoria Pública da União, possibilitarão a consulta direta nente, do objeto e dos prazos de execução, dos valores e das datas
da relação nominal dos beneficiários e dos valores recebidos, além das liberações de recursos efetuadas e a efetuar;
de permitir a gravação de relatórios de planilhas, em formatos aber- k) a posição, atualizada mensalmente, dos limites para empe-
tos e não proprietários, com a integralidade das informações dispo- nho e movimentação financeira por órgão do Poder Executivo fe-
nibilizadas na consulta. deral;
Parágrafo único. Deverão também ser disponibilizadas as in- l) o demonstrativo mensal com a indicação da arrecadação, no
formações relativas ao recebimento de vantagens, gratificações ou mês e acumulada no exercício, separadamente, relativa a depósitos
outras parcelas de natureza remuneratória, compensatória ou in- judiciais e a parcelamentos amparados por programas de recupera-
denizatória. ção fiscal da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Mi-
nistério da Fazenda, os montantes dessa arrecadação classificados
SEÇÃO I por tributo, os valores, por tributo partilhado, entregues aos Esta-
DA PUBLICIDADE NA ELABORAÇÃO, NA APROVAÇÃO E NA dos, ao Distrito Federal e aos Municípios, relativamente a parcelas
EXECUÇÃO DOS ORÇAMENTOS não classificadas, e os valores, por tributo partilhado, entregues aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios em caráter definitivo;
Art. 157. A elaboração e a aprovação dos Projetos de Lei Orça- m) o demonstrativo bimestral das transferências voluntárias
mentária de 2024 e dos créditos adicionais, e a execução das res- realizadas, por ente federativo beneficiado;
pectivas leis, deverão ser realizadas de acordo com os princípios n) o demonstrativo do fluxo financeiro do regime próprio de
da publicidade e da clareza, além de promover a transparência da previdência dos servidores públicos federais, com a discriminação
gestão fiscal e permitir o amplo acesso da sociedade a todas as in- das despesas por categoria de beneficiário e das receitas por na-
formações relativas a cada uma dessas etapas. tureza;
§ 1º Serão divulgados em sítios eletrônicos: o) até o vigésimo dia de cada mês, a arrecadação mensal, reali-
I - pelo Poder Executivo federal: zada até o mês anterior, das contribuições a que se refere o art. 149
a) as estimativas das receitas de que trata o § 3º do art. 12 da da Constituição, destinadas aos serviços sociais autônomos e a sua
Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal; destinação por entidade beneficiária;
b) o Projeto de Lei Orçamentária de 2024, inclusive em versão p) o demonstrativo dos investimentos públicos em educação,
simplificada, os seus anexos e as informações complementares; considerada a definição utilizada no Plano Nacional de Educação,
c) a Lei Orçamentária de 2024 e os seus anexos; com a sua proporção em relação ao PIB, detalhado por níveis de
d) os créditos adicionais e os seus anexos; ensino e com dados consolidados da União, dos Estados, do Distrito
e) até o vigésimo dia de cada mês, o relatório com a compa- Federal e dos Municípios;
ração da arrecadação mensal, realizada até o mês anterior, das q) as informações do Fundo Nacional de Saúde sobre repasses
receitas administradas ou acompanhadas pela Secretaria Especial efetuados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, com a
da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, líquida de discriminação das subfunções, dos programas, das ações orçamen-
restituições e incentivos fiscais, com as estimativas mensais cons- tárias e, quando houver, dos planos orçamentários;
tantes do demonstrativo de que trata o inciso X do Anexo II e com r) até 30 de abril, os relatórios anuais referentes ao exercício
as eventuais reestimativas realizadas por força de lei; anterior, relativos à participação no orçamento das Agendas Trans-
versais e Multissetoriais selecionadas, contemplando no mínimo
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a participação da mulher nas despesas do orçamento e a Agenda II - o estoque e serviço da dívida pública federal, comparando o
Transversal e Multissetorial da Igualdade Racial e da Primeira In- resultado do final de cada quadrimestre com o do início do exercício
fância; e o do final do quadrimestre anterior; e
s) até 30 de abril, o relatório anual de impacto dos programas III - o resultado primário obtido até o quadrimestre, comparan-
destinados à prevenção da violência contra crianças e adolescentes do com o programado e discriminando, em milhões de reais, recei-
referente ao exercício anterior; e tas e despesas, obrigatórias e discricionárias, no mesmo formato da
t) (VETADO); previsão atualizada para todo o exercício.
II - pela Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da § 2º O relatório referente ao terceiro quadrimestre de 2024
Constituição: conterá, adicionalmente, demonstrativo do montante das despesas
a) a relação atualizada dos contratos e convênios nos quais te- primárias pagas pelos órgãos naquele exercício, incluídos os restos
nham sido identificados indícios de irregularidades graves; a pagar pagos e demais operações que afetam o resultado primário,
b) o relatório e o parecer preliminar, os relatórios setoriais e com o comparativo entre esse demonstrativo e os limites estabele-
final e o parecer final da Comissão, as emendas de cada fase e os cidos na Lei Complementar nº 200, de 30 de agosto de 2023.
pareceres e o autógrafo respectivos, relativos ao Projeto de Lei Or- § 3º O demonstrativo a que se refere o § 2º será encaminhado,
çamentária de 2024; nos prazos previstos no caput, aos órgãos a que se referem os inci-
c) o relatório e o parecer preliminar, o relatório e o parecer final sos II a V do caput do art. 3º da Lei Complementar nº 200, de 30 de
da Comissão, as emendas de cada fase e os pareceres e o autógrafo agosto de 2023.
respectivos, relativos ao projeto desta Lei; § 4º A Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da
d) o relatório e o parecer da Comissão, as emendas e os pare- Constituição poderá, por solicitação do Poder Executivo federal ou
ceres e os autógrafos respectivos, relativos aos projetos de lei e às iniciativa própria, adiar as datas de realização da audiência prevista
medidas provisórias sobre créditos adicionais; no caput.
e) a relação das emendas aprovadas ao Projeto de Lei Orça-
mentária de 2024, com a identificação, em cada emenda, do tipo SEÇÃO II
de autor, do número e do ano da emenda, do autor e do respectivo DISPOSIÇÕES GERAIS
código, da classificação funcional e programática, do subtítulo e da
dotação aprovada pelo Congresso Nacional; e Art. 159. A empresa destinatária de recursos, na forma prevista
f) até o trigésimo dia após a data de publicação da Lei Orça- na alínea “a” do inciso III do § 1º do art. 6º desta Lei, deverá divul-
mentária de 2024, a relação dos precatórios constantes das progra- gar, mensalmente, em sítio eletrônico, as informações relativas à
mações da Lei Orçamentária; e execução das despesas do Orçamento de Investimento, com a dis-
III - pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, pelo Minis- criminação dos valores autorizados e executados, mensal e anual-
tério Público da União e pela Defensoria Pública da União, no sítio mente.
eletrônico de cada unidade jurisdicionada ao Tribunal de Contas da Art. 160. As entidades constituídas sob a forma de serviço social
União, o relatório de gestão, o relatório e o certificado de auditoria, autônomo e destinatárias de contribuições dos empregadores inci-
o parecer do órgão de controle interno e o pronunciamento do Mi- dentes sobre a folha de salários deverão divulgar, trimestralmente,
nistro de Estado supervisor, ou da autoridade de nível hierárquico nos respectivos sítios eletrônicos, em local de fácil visualização:
equivalente responsável pelas contas, integrantes das tomadas ou I - os valores arrecadados com as referidas contribuições, a es-
das prestações de contas, no prazo de trinta dias após a data de pecificação do montante transferido pela União e do arrecadado
encaminhamento ao referido Tribunal. diretamente pelas entidades;
§ 2º Para fins de atendimento ao disposto na alínea “g” do inci- II - as demonstrações contábeis;
so I do § 1º, a Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166 da III - a especificação de cada receita e de cada despesa cons-
Constituição deverá encaminhar planilha eletrônica ao Poder Exe- tantes dos orçamentos, discriminadas por natureza, finalidade e
cutivo federal, no prazo de quarenta e cinco dias após a data de pu- região, com destaque para a parcela destinada a serviços sociais e
blicação da Lei Orçamentária de 2024, com as informações relativas formação profissional; e
às ações que tenham sido incluídas no Congresso Nacional. IV - a estrutura remuneratória dos cargos e das funções e a
§ 3º O não encaminhamento das informações de que trata o § relação dos nomes de seus dirigentes e dos demais membros do
2º implicará a divulgação somente do cadastro das ações constan- corpo técnico.
tes do Projeto de Lei Orçamentária de 2024. § 1º As entidades a que se refere o caput divulgarão também
Art. 158. Para fins de realização da audiência pública prevista em seus sítios eletrônicos:
no § 4º do art. 9º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de I - seus orçamentos para o ano de 2024;
Responsabilidade Fiscal, o Poder Executivo federal encaminhará ao II - demonstrativos de alcance de seus objetivos legais e estatu-
Congresso Nacional, até três dias antes da referida audiência ou até tários e de cumprimento das respectivas metas;
o último dia dos meses de maio, setembro e fevereiro, o que ocor- III - resultados dos trabalhos de auditorias independentes so-
rer primeiro, relatórios de avaliação do cumprimento da meta de bre suas demonstrações contábeis; e
resultado primário e da trajetória da dívida pública federal, com as IV - demonstrativo consolidado dos resultados dos trabalhos de
justificativas de eventuais desvios e a indicação das medidas corre- suas unidades de auditoria interna e de ouvidoria.
tivas adotadas. § 2º Os sítios eletrônicos a que se refere o caput permitirão
§ 1º Os relatórios previstos no caput conterão também: a gravação de relatórios de planilhas, em formatos abertos e não
I - os parâmetros constantes do inciso XV do Anexo II, espera- proprietários, com a integralidade das informações disponibilizadas
dos e efetivamente observados, para o quadrimestre e para o ano; para consulta.

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§ 3º O disposto neste artigo aplica-se aos conselhos de fiscali- CAPÍTULO XII


zação de profissão regulamentada. DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 161. As instituições de que trata o caput do art. 102 deve-
rão disponibilizar, em seus sítios eletrônicos, informações relativas Art. 168. A execução da Lei Orçamentária de 2024 e dos crédi-
à execução física e financeira, inclusive a identificação dos benefici- tos adicionais obedecerá aos princípios constitucionais da legalida-
ários de pagamentos à conta de cada convênio ou instrumento con- de, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiên-
gênere, acompanhadas dos números de registro no Transferegov. cia na administração pública federal, e não poderá ser utilizada para
br e no Siafi, observadas as normas de padronização estabelecidas influenciar na apreciação de proposições legislativas em tramitação
pelo Poder Executivo federal. no Congresso Nacional.
Art. 162. Os órgãos da esfera federal a que se refere o art. 20 da Art. 169. Em atendimento ao disposto no inciso I do caput do
Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal art. 57 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e no art. 105 da
disponibilizarão, por meio do Siconfi, os relatórios de gestão fiscal, Lei nº 14.133, de 2021, para demonstrar a compatibilidade com as
no prazo de trinta dias após o encerramento de cada quadrimestre. metas estabelecidas no Plano Plurianual, poderá ser considerada a
Art. 163. O Poder Executivo federal informará ao Congresso Na- adequação dos objetos das contratações aos objetivos expressos no
cional sobre os empréstimos feitos pelo Tesouro Nacional a banco Projeto de Lei do Plano Plurianual 2024-2027 ou na respectiva Lei.
oficial federal na forma prevista na alínea “e” do inciso V do Anexo Art. 170. A despesa não poderá ser realizada se não houver
II. comprovada e suficiente disponibilidade de dotação orçamentária
Art. 164. O Poder Executivo federal adotará medidas com vistas para atendê-la, vedada a adoção de qualquer procedimento que
a: viabilize a sua realização sem observar a referida disponibilidade.
I - elaborar metodologia de acompanhamento e avaliação dos § 1º A contabilidade registrará todos os atos e fatos relativos à
benefícios tributários, financeiros e creditícios, além de cronogra- gestão orçamentária, financeira e patrimonial, independentemente
ma e periodicidade das avaliações, com base em indicadores de efi- de sua legalidade, sem prejuízo das responsabilidades e das demais
ciência, eficácia e efetividade; consequências advindas da inobservância ao disposto no caput.
II - designar os órgãos responsáveis pela supervisão, pelo § 2º A realização de atos de gestão orçamentária e financei-
acompanhamento e pela avaliação dos resultados alcançados pelos ra, no âmbito do Siafi, após 31 de dezembro de 2024, relativos ao
benefícios tributários, financeiros e creditícios; e exercício encerrado, não será permitida, exceto quanto aos proce-
III - elaborar metodologia de acompanhamento dos programas dimentos relacionados à inscrição dos restos a pagar, os quais deve-
e das ações destinados às mulheres com vistas à apuração e à di- rão ser efetuados até o trigésimo dia de seu encerramento, na for-
vulgação de relatório sobre a participação da mulher nas despesas ma prevista pelo órgão central do Sistema de Contabilidade Federal.
do orçamento. § 3º Com vistas a atender o prazo máximo estabelecido no § 2º,
Art. 165. O relatório resumido de execução orçamentária a que o órgão central do Sistema de Contabilidade Federal poderá definir
se refere o § 3º do art. 165 da Constituição conterá demonstrativo prazos menores para ajustes a serem efetuados por órgãos e enti-
da disponibilidade da União por fontes de recursos agregadas, com dades da administração pública federal.
indicação do saldo inicial de 2024, da arrecadação, da despesa exe- § 4º Para assegurar o conhecimento da composição patrimonial
cutada no objeto da vinculação, do cancelamento de restos a pagar a que se refere o art. 85 da Lei nº 4.320, de 1964, a contabilidade:
e do saldo atual. I - reconhecerá o ativo referente aos créditos tributários e não
Art. 166. O Congresso Nacional, na forma prevista no inciso IX tributários a receber; e
do caput do art. 49 da Constituição, julgará as contas de 2024 a II - segregará os restos a pagar não processados em exigíveis e
serem prestadas pelo Presidente da República e apreciará os relató- não exigíveis.
rios de 2024 sobre a execução dos planos de governo até o encerra- § 5º Integrarão as demonstrações contábeis consolidadas dos
mento da sessão legislativa de 2024. Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União somente os ór-
Art. 167. A União manterá cadastro informatizado para consul- gãos e as entidades cuja execução orçamentária e financeira, da
ta, com acesso público, das obras e dos serviços de engenharia no receita e da despesa, seja registrada na modalidade total no Siafi,
âmbito dos orçamentos de que tratam os incisos I e III do § 5º do conforme estabelecido no caput do art. 6º.
art. 165 da Constituição, que conterá, no mínimo: § 6º (VETADO).
I - identificação do objeto, acompanhado de seu programa de § 7º (VETADO).
trabalho e de seu georreferenciamento; § 8º Fica autorizado o aporte de recursos adicionais, inclusive
II - custo global estimado referido à sua data-base; e por meio de emendas, com a finalidade de viabilizar a conclusão de
III - data de início e execução física e financeira. obras ou serviços de engenharia paralisados há mais de um ano,
Parágrafo único. Ato do Poder Executivo federal poderá defi- que tiveram seus orçamentos defasados, ainda que os recursos ini-
nir outros atributos para compor o cadastro, a estrutura e o pra- cialmente acordados tenham sido totalmente transferidos.
zo de envio de dados por parte dos órgãos e das entidades com Art. 171. Ficam prorrogados, em caráter excepcional, até 31 de
sistemas próprios de gestão de obras e serviços, além de critérios dezembro de 2024, os convênios ou contratos de repasse celebra-
específicos, para fins de obrigatoriedade de inclusão no cadastro, dos pela Fundação Nacional de Saúde, vencidos ou a vencer no ano
que considerem, em especial, o custo global, a área de governo e a de 2023.
relevância da obra ou do serviço. Art. 172. Os restos a pagar não processados inscritos a partir
do exercício de 2019, vigentes no mês de novembro de 2023, e que
se refiram a transferências realizadas pelos órgãos e entidades da
administração pública federal aos Estados, Distrito Federal e Mu-

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FINANÇAS PÚBLICAS

nicípios ou a descentralizações de crédito realizadas entre órgãos e de inflação estimadas para o exercício de 2024, na forma prevista
entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social no § 4º do art. 4º daquela Lei Complementar, observado o disposto
da União poderão ser liquidados até 31 de dezembro de 2024. no inciso I do caput do art. 11 desta Lei.
Art. 173. Para fins do disposto no art. 16 da Lei Complementar Parágrafo único. A avaliação de que trata o caput incluirá a aná-
nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal: lise e a justificativa da evolução das operações compromissadas do
I - as exigências nele contidas integrarão: Banco Central do Brasil no período.
a) o processo licitatório, de que tratam o art. 38 da Lei nº 8.666, Art. 177. O Poder Executivo federal, por intermédio do seu ór-
de 1993, e o Capítulo I do Título II da Lei nº 14.133, de 2021; e gão central do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal,
b) os procedimentos de desapropriação de imóveis urbanos a deverá atender, no prazo máximo de dez dias úteis, contado da data
que se refere o § 3º do art. 182 da Constituição; de recebimento, às solicitações de informações encaminhadas pelo
II - no que se refere ao disposto no § 3º do art. 16 da Lei Com- Presidente da Comissão Mista a que se refere o § 1º do art. 166
plementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, enten- da Constituição, relativas a aspectos quantitativos e qualitativos de
dem-se como despesas irrelevantes aquelas cujo valor não ultra- qualquer categoria de programação ou item de receita, incluídos
passe, para bens e serviços, os limites previstos nos incisos I e II do eventuais desvios em relação aos valores da proposta que venham
caput do art. 75 da Lei nº 14.133, de 2021; a ser identificados após o encaminhamento do Projeto de Lei Orça-
III - no que se refere ao inciso I do § 1º do art. 16 da Lei Com- mentária de 2024.
plementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, na exe- Art. 178. Não serão considerados prorrogados os prazos previs-
cução das despesas na antevigência da Lei Orçamentária de 2024, o tos nesta Lei e na Lei Orçamentária de 2024 se o vencimento recair
ordenador de despesa poderá considerar os valores constantes do sobre dia em que não houver expediente ou este for encerrado an-
respectivo Projeto de Lei; e tes ou iniciado depois da hora normal.
IV - os valores e as metas constantes no Projeto de Lei Orça- Art. 179. Ato do Poder Executivo federal poderá alterar a rela-
mentária de 2024 e no Projeto de Lei do Plano Plurianual 2024- ção de que trata o Anexo III em razão de emenda à Constituição ou
2027 poderão ser utilizados, até a sanção da respectiva Lei, para lei que crie ou extinga obrigações para a União.
demonstrar a previsão orçamentária nos procedimentos referentes § 1º O Poder Executivo federal poderá incluir outras despesas
à fase interna da licitação. na relação de que trata o caput, desde que demonstre que consti-
Art. 174. Para fins do disposto no art. 42 da Lei Complementar tuem obrigação constitucional ou legal da União.
nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, considera-se con- § 2º As alterações referidas neste artigo serão publicadas no
traída a obrigação no momento da formalização do contrato admi- Diário Oficial da União e a relação de que trata o Anexo III atualizada
nistrativo ou do instrumento congênere. será incluída no relatório de que trata o § 4º do art. 71, relativo ao
Parágrafo único. Na hipótese de contratos administrativos ou bimestre em que ocorrer a publicação.
instrumentos congêneres de caráter plurianual, incluindo a pres- Art. 180. A retificação dos autógrafos dos Projetos da Lei Or-
tação de serviços existentes e destinados à manutenção da admi- çamentária de 2024 e dos créditos adicionais, na hipótese de ser
nistração pública federal, consideram-se compromissadas apenas comprovado erro no processamento das deliberações no âmbito do
as prestações cujos pagamentos devam ser realizados no exercício Congresso Nacional, somente poderá ocorrer, por meio de mensa-
financeiro, observado o cronograma pactuado. gem ao Presidente da República:
Art. 175. O impacto e o custo fiscal das operações realizadas I - até o dia 17 de julho de 2024, no caso da Lei Orçamentária
pelo Banco Central do Brasil na execução de suas políticas serão de 2024; ou
demonstrados nas notas explicativas dos balanços e dos balancetes II - até trinta dias após a data de sua publicação no Diário Ofi-
trimestrais, para fins do disposto no § 2º do art. 7º da Lei Comple- cial da União e dentro do exercício financeiro, no caso dos créditos
mentar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, divulgados adicionais.
em sítio eletrônico, e conterão: § 1º Encerrados os prazos de que trata o caput, ou após o dia 22
I - os custos da remuneração das disponibilidades do Tesouro de dezembro de 2024, o que ocorrer primeiro, a retificação poderá
Nacional; será feita, dentro do exercício financeiro, por meio da abertura de
II - os custos de manutenção das reservas cambiais, com de- créditos suplementares ou especiais, observado o disposto nos art.
monstração da composição das reservas internacionais com a me- 54 e art. 55, ou por intermédio das alterações admitidas no art. 52.
todologia de cálculo de sua rentabilidade e do custo de captação; e § 2º Caso as retificações previstas nos incisos I e II do caput dei-
III - a rentabilidade de sua carteira de títulos, com destaque xem as despesas executadas sem cobertura orçamentária ou com
para aqueles emitidos pela União. dotação atual insuficiente, poderão ser adotados os procedimentos
Parágrafo único. As informações de que trata o caput constarão previstos no § 2º do art. 72.
também de relatório a ser encaminhado ao Congresso Nacional, no Art. 181. Os projetos e os autógrafos das leis de que trata o art.
mínimo, até dez dias antes da reunião conjunta prevista no § 5º do 165 da Constituição, e de suas alterações, incluídas aquelas decor-
art. 9º da Lei Complementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabili- rentes do disposto no § 14 do art. 166 da Constituição, deverão ser,
dade Fiscal. reciprocamente, disponibilizados em meio eletrônico, inclusive em
Art. 176. A avaliação de que trata o § 5º do art. 9º da Lei Com- bancos de dados, quando for o caso, na forma prevista por grupo
plementar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, será técnico integrado por representantes dos Poderes Legislativo e Exe-
efetuada com fundamento no anexo específico sobre os objetivos cutivo.
das políticas monetária, creditícia e cambial, nos parâmetros e nas
projeções para os seus principais agregados e variáveis, e nas metas

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§ 1º A integridade entre os projetos de lei de que trata o caput, Se preferir, indicamos também acesso direto ao arquivo pelo
assim como aqueles decorrentes do disposto no § 14 do art. 166 link a seguir:
da Constituição, e os meios eletrônicos é de responsabilidade das
unidades correspondentes do Ministério do Planejamento e Orça- https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/
mento. lei/Anexo/LEI14791-Anexos.pdf
§ 2º A integridade entre os autógrafos referidos neste artigo,
assim como as informações decorrentes do disposto no § 14 do art. Bons estudos!
166 da Constituição, e os meios eletrônicos é de responsabilidade
do Congresso Nacional.
§ 3º O banco de dados com as indicações de remanejamen- FEDERALISMO FISCAL NO BRASIL; LEI DE RESPONSABILI-
to de emendas individuais enviado pelo Poder Legislativo ao Poder DADE FISCAL (LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000)
Executivo federal, em razão do disposto no § 14 do art. 166 da Cons-
tituição, deverá conter a mesma estrutura do banco de dados das
justificativas de impedimentos de ordem técnica. — Conceito
§ 4º O autógrafo de projetos de lei de créditos adicionais, in- As Finanças Públicas de um país estão orientadas para a gestão
cluídos os projetos de lei de conversão de medidas provisórias de das operações relacionadas com a receita, a despesa, o orçamento
abertura de créditos extraordinários, deverá ser encaminhado pelo e o crédito público. Dentre as suas preocupações principais estão a
Poder Legislativo em formato previamente acordado com o Poder obtenção, distribuição, utilização e o controle dos recursos finan-
Executivo federal ou, caso não haja formato acordado, em arquivo ceiros do Estado2.
do tipo planilha eletrônica, com os dados estruturados em colunas. A arrecadação dos tributos decorre de uma manifestação do
Art. 182. (VETADO). poder de império do Estado, impondo obrigações pecuniárias à
Art. 183. Os municípios e as regiões turísticas que fazem parte sociedade, retirando-lhes parte da riqueza produzida, com vista a
do Mapa do Turismo Brasileiro deverão ser, preferencialmente, os realizar a atividade financeira. A atividade financeira normalmente
beneficiários dos recursos públicos federais destinados ao desen- é realizada a partir da obtenção de receitas, pela gestão dos pro-
volvimento do turismo. dutos da arrecadação e pela efetivação dos dispêndios e despesas
Art. 184. (VETADO). estatais.
Art. 185. (VETADO). A atividade financeira consiste em obter, criar, gerir e despen-
*Art. 186. Integram esta Lei: der dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado
I - Anexo I - Relação dos quadros orçamentários consolidados; assumiu ou cometeu àqueloutras pessoas de direito público. Embo-
II - Anexo II - Relação das informações complementares ao Pro- ra expressa em algarismos em dinheiro, a atividade financeira, do
jeto de Lei Orçamentária de 2024; ponto de vista econômico, desloca, do setor privado para o setor
III - Anexo III - Despesas que não serão objeto de limitação de público, massa considerável de bens e serviços, retirando-os uns e
empenho, nos termos do disposto no § 2º do art. 9º da Lei Comple- outros ao consumo e ao investimento dos particulares.
mentar nº 101, de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal; Assim, a atividade financeira é aquela marcada pela realização
IV - Anexo IV - Metas fiscais, constituídas por: de uma receita ou pela administração do produto arrecadado ou
a) Anexo IV.1 - Metas fiscais anuais; e pela realização de um dispêndio ou investimento3.
b) Anexo IV.2 - Demonstrativo da margem de expansão das des-
pesas obrigatórias de caráter continuado; — Elementos centrais do escopo das Finanças Públicas
V - Anexo V - Riscos fiscais;
VI - Anexo VI - Objetivos das políticas monetária, creditícia e
cambial; e
VII - (VETADO).
Art. 187. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 29 de dezembro de 2023; 202º da Independência e


135º da República.

*Prezado(a),
A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, os anexos
relativos ao Art. 186 desta lei será disponibilizado na Área do Aluno
em nosso site. Essa área é reservada para a inclusão de materiais
que complementam a apostila, sejam esses, legislações, documen-
tos oficiais ou textos relacionados a este material, e que, devido a
seu formato ou tamanho, não cabem na estrutura de nossas apos- http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/1599/50.
tilas. Financas%20Publicas%20-%20SERVI%C3%87OS%20P%C3%9ABLI-
Visto a importância dos referidos anexos desta lei, lá você COS%20-%20IFMG.pdf
acompanha melhor quaisquer atualizações que surgirem depois da 2 http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/1599/50.Finan-
publicação da apostila. cas%20Publicas%20-%20SERVI%C3%87OS%20P%C3%9ABLICOS%20
-%20IFMG.pdf
3 https://juniorcampos2.wordpress.com/2018/03/01/10949/
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FINANÇAS PÚBLICAS

A atividade financeira do Estado envolve quatro fenômenos es- As despesas não podem ultrapassar a porcentagem da receita
tudados pelo direito financeiro: as receitas públicas, as despesas corrente líquida, sendo que a despesa total se dá com a soma do
públicas, o orçamento público e o crédito público. Em suma, po- mês, mais 11 meses anteriores dentro do regime de competência.
de-se dizer que a satisfação de certas necessidades coletivas pú- As porcentagens estão assim distribuídas: 50% da União, 60%
blicas, como a prestação de serviços públicos, implica a existência dos Estados e 60% dos municípios. Existem certas despesas que não
de gastos públicos, que só poderão ser satisfeitos a partir de uma fazem parte da receita corrente, que são as indenizações das demis-
adequada obtenção de receitas4. sões e os incentivos às demissões voluntárias.
As receitas e os gastos públicos serão geridos através da ela-
boração de um meticuloso orçamento público e, se for o caso, o LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000
Estado poderá obter empréstimos para custeio de suas atividades
ou para atingir o equilíbrio entre receitas e despesas. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a respon-
sabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
Assim, a atividade financeira do Estado é considerada como um
meio para a realização do próprio fim do Estado, a partir da obten- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
ção de receitas e da previsão ordenada de despesas. Diante disto, cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
conceitua-se o direito financeiro como o conjunto de regras e prin-
cípios que estuda a atividade financeira do Estado, compreendida CAPÍTULO I
esta como receita, despesa, orçamento e créditos públicos. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

— Características Art. 1° Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças


Consideram-se como características da atividade financeira do públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com am-
Estado: paro no Capítulo II do Título VI da Constituição.
§ 1°A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação pla-
• O sujeito ativo é sempre uma pessoa jurídica de direito pú- nejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem des-
blico vios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o
São pessoas jurídicas de direito público, a União, os Estados, os cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a
Municípios, o Distrito Federal e suas respectivas autarquias, excluí- obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita,
das as atividades desenvolvidas por pessoas de direito privado no geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dí-
exercício de função ou serviço. vidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por
antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos
• Trata-se de atividade de conteúdo econômico a Pagar.
No entanto, o conteúdo econômico refere-se somente à medi- § 2° As disposições desta Lei Complementar obrigam a União,
da em que se cuida do ingresso e da saída de recursos financeiros. os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
§ 3° Nas referências:
• Não se trata de atividade fim I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
Não refere-se à atividade fim porque a mesma representa um estão compreendidos:
meio de arrecadar recursos que serão aplicados para atender as ne- a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os
cessidades públicas e não para armazená-los. Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público;
b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias,
— Efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) fundações e empresas estatais dependentes;
A Lei de Responsabilidade Fiscal - Lei Complementar nº 101, II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;
de 4 de maio de 2000, tem como finalidade a regulamentação do III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da
art.163 da Constituição Federal de 1988. Este artigo dita as condi- União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de
ções das Finanças Públicas em relação à responsabilidade dos ges- Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.
tores públicos na aplicação fiscal, em que estão envolvidos a União, Art. 2° Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se
Estados, municípios e as entidades de administração indireta5. como:
O seu foco principal é a transferência dos processos, prevendo I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal
os riscos e os desvios dos recursos públicos nas contas governamen- e cada Município;
tais. O déficit é outra preocupação que deve ser combatida nas apli- II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital so-
cações das despesas de pessoal. cial com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da
A redução do nível da dívida pública eleva os superávits primá- Federação;
rios, diminuindo indevidamente de restos a pagar, conseguindo o III - empresa estatal dependente: empresa controlada que re-
máximo de dívida consolidada. A soma de gastos dos entes federa- ceba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de
tivos é usada para o custeio de pessoal ativo e inativo. despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluí-
dos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participa-
ção acionária; (Regulamento)
4 https://www.portalestudandodireito.com.br/wp-content/uplo- IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias,
ads/2018/04/PGE-SP-Direito-Financeiro-I-Material-Demonstrativo.pdf de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de servi-
5 https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/206380/2/CST%20 ços, transferências correntes e outras receitas também correntes,
GP%20-%20Financas%20p%C3%BAblicas%20-%20MIOLO.pdf deduzidos:
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FINANÇAS PÚBLICAS

a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e
por determinação constitucional ou legal, e as contribuições men- metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos,
cionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evi-
239 da Constituição; denciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por deter- política econômica nacional;
minação constitucional; III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos
servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistên- com a alienação de ativos;
cia social e as receitas provenientes da compensação financeira ci- IV - avaliação da situação financeira e atuarial:
tada no § 9º do art. 201 da Constituição. a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servi-
§ 1° Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os dores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;
valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar no b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natu-
87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do reza atuarial;
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia
§ 2° Não serão considerados na receita corrente líquida do de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de
Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Roraima os recursos caráter continuado.
recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o VI – quadro demonstrativo do cálculo da meta do resultado pri-
inciso V do § 1°do art. 19. mário de que trata o § 1º deste artigo, que evidencie os principais
§ 3° A receita corrente líquida será apurada somando-se as agregados de receitas e despesas, os resultados, comparando-os
receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, com os valores programados para o exercício em curso e os realiza-
excluídas as duplicidades. dos nos 2 (dois) exercícios anteriores, e as estimativas para o exercí-
cio a que se refere a lei de diretrizes orçamentárias e para os subse-
CAPÍTULO II quentes. (Incluído pela Lei Complementar nº 200, de 2023) Vigência
DO PLANEJAMENTO § 3° A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos
Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros ris-
SEÇÃO I cos capazes de afetar as contas públicas, informando as providên-
DO PLANO PLURIANUAL cias a serem tomadas, caso se concretizem.
§ 4° A mensagem que encaminhar o projeto da União apre-
Art. 3° (VETADO) sentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária,
creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para
SEÇÃO II seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação,
DA LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS para o exercício subsequente.
§ 5º No caso da União, o Anexo de Metas Fiscais do projeto de
Art. 4° A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no lei de diretrizes orçamentárias conterá também: (Incluído pela Lei
§ 2°do art. 165 da Constituição e: Complementar nº 200, de 2023) Vigência
I - disporá também sobre: I - as metas anuais para o exercício a que se referir e para os 3
a) equilíbrio entre receitas e despesas; (três) seguintes, com o objetivo de garantir sustentabilidade à tra-
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada jetória da dívida pública; (Incluído pela Lei Complementar nº 200,
nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. de 2023) Vigência
9° e no inciso II do § 1° do art. 31; II – o marco fiscal de médio prazo, com projeções para os prin-
c) (VETADO) cipais agregados fiscais que compõem os cenários de referência,
d) (VETADO) distinguindo-se as despesas primárias das financeiras e as obriga-
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos re- tórias daquelas discricionárias; (Incluído pela Lei Complementar nº
sultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; 200, de 2023) Vigência
f) demais condições e exigências para transferências de recur- III - o efeito esperado e a compatibilidade, no período de 10
sos a entidades públicas e privadas; (dez) anos, do cumprimento das metas de resultado primário sobre
II - (VETADO) a trajetória de convergência da dívida pública, evidenciando o nível
III - (VETADO) de resultados fiscais consistentes com a estabilização da Dívida Bru-
§ 1° Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Ane- ta do Governo Geral (DBGG) em relação ao Produto Interno Bruto
xo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em (PIB); (Incluído pela Lei Complementar nº 200, de 2023) Vigência
valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resul- IV - os intervalos de tolerância para verificação do cumprimen-
tados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exer- to das metas anuais de resultado primário, convertido em valores
cício a que se referirem e para os dois seguintes.(Vide ADI 7064) correntes, de menos 0,25 p.p. (vinte e cinco centésimos ponto per-
§ 2° O Anexo conterá, ainda: centual) e de mais 0,25 p.p. (vinte e cinco centésimos ponto per-
I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano ante- centual) do PIB previsto no respectivo projeto de lei de diretrizes
rior; orçamentárias; (Incluído pela Lei Complementar nº 200, de 2023)
Vigência
V - os limites e os parâmetros orçamentários dos Poderes e
órgãos autônomos compatíveis com as disposições estabelecidas
na lei complementar prevista no inciso VIII do caput do art. 163 da
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Constituição Federal e no art. 6º da Emenda Constitucional nº 126, § 1° O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro para
de 21 de dezembro de 2022; (Incluído pela Lei Complementar nº com o Banco Central do Brasil e será consignado em dotação espe-
200, de 2023) Vigência cífica no orçamento.
VI – a estimativa do impacto fiscal, quando couber, das reco- § 2° O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo
mendações resultantes da avaliação das políticas públicas previstas Banco Central do Brasil serão demonstrados trimestralmente, nos
no § 16 do art. 37 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei Com- termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União.
plementar nº 200, de 2023) Vigência § 3° Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil con-
§ 6º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão terão notas explicativas sobre os custos da remuneração das dis-
adotar, total ou parcialmente, no que couber, o disposto no § 5º ponibilidades do Tesouro Nacional e da manutenção das reservas
deste artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 200, de 2023) Vi- cambiais e a rentabilidade de sua carteira de títulos, destacando os
gência de emissão da União.
§ 7º A lei de diretrizes orçamentárias não poderá dispor sobre
a exclusão de quaisquer despesas primárias da apuração da meta SEÇÃO IV
de resultado primário dos orçamentos fiscal e da seguridade social. DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E DO CUMPRIMENTO
(Incluído pela Lei Complementar nº 200, de 2023) Vigência DAS METAS

SEÇÃO III Art. 8° Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos
DA LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observa-
do o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo es-
Art. 5° O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma tabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução
compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamen- mensal de desembolso. (Vide Decreto nº 4.959, de 2004) (Vide
tárias e com as normas desta Lei Complementar: Decreto nº 5.356, de 2005)
I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalida-
programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes de específica serão utilizados exclusivamente para atender ao ob-
do documento de que trata o § 1°do art. 4o; jeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em
II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6°do que ocorrer o ingresso.
art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação Art. 9° Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização
a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de re-
caráter continuado; sultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fis-
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização cais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio
e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limita-
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao: ção de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios
a) (VETADO) fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e § 1°No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que
eventos fiscais imprevistos. parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limita-
§ 1° Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou dos dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da lei orça- § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam
mentária anual. obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas desti-
§ 2° O refinanciamento da dívida pública constará separada- nadas ao pagamento do serviço da dívida, as relativas à inovação e
mente na lei orçamentária e nas de crédito adicional. ao desenvolvimento científico e tecnológico custeadas por fundo
§ 3° A atualização monetária do principal da dívida mobiliária criado para tal finalidade e as ressalvadas pela lei de diretrizes orça-
refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços pre- mentárias. (Redação dada pela Lei Complementar nº 177, de 2021)
visto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica. § 3°No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministé-
§ 4° É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finali- rio Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no
dade imprecisa ou com dotação ilimitada. caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financei-
§ 5° A lei orçamentária não consignará dotação para investi- ros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
mento com duração superior a um exercício financeiro que não es- (Vide ADI 2238)
teja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclu- § 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Mi-
são, conforme disposto no § 1°do art. 167 da Constituição. nistro ou Secretário de Estado da Fazenda demonstrará e avaliará o
§ 6° Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre e a trajetória
orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e da dívida, em audiência pública na comissão referida no § 1º do art.
encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a 166 da Constituição Federal ou conjunta com as comissões temá-
benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos. ticas do Congresso Nacional ou equivalente nas Casas Legislativas
§ 7° (VETADO) estaduais e municipais. (Redação dada pela Lei Complementar nº
Art. 6° (VETADO) 200, de 2023) Vigência
Art. 7° O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após § 5°No prazo de noventa dias após o encerramento de cada se-
a constituição ou reversão de reservas, constitui receita do Tesou- mestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em reunião conjunta
ro Nacional, e será transferido até o décimo dia útil subsequente à das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avalia-
aprovação dos balanços semestrais.

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ção do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi con-
creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas siderada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do
operações e os resultados demonstrados nos balanços. art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas
Art. 10. A execução orçamentária e financeira identificará os no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio de II - estar acompanhada de medidas de compensação, no perí-
sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de odo mencionado no caput, por meio do aumento de receita, pro-
observância da ordem cronológica determinada no art. 100 da veniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo,
Constituição. majoração ou criação de tributo ou contribuição.
§ 1° A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito
CAPÍTULO III presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração
DA RECEITA PÚBLICA de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redu-
ção discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios
SEÇÃO I que correspondam a tratamento diferenciado.
DA PREVISÃO E DA ARRECADAÇÃO § 2° Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou bene-
fício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas
na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de to- as medidas referidas no mencionado inciso.
dos os tributos da competência constitucional do ente da Federa- § 3° O disposto neste artigo não se aplica:
ção. I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos in-
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências volun- cisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1º;
tárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao
refere aos impostos. dos respectivos custos de cobrança.
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técni-
cas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, CAPÍTULO IV
da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de DA DESPESA PÚBLICA
qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demons-
trativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os SEÇÃO I
dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cál- DA GERAÇÃO DA DESPESA
culo e premissas utilizadas.
§ 1° Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e le-
será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica sivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de
ou legal. obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.
§ 2° O montante previsto para as receitas de operações de cré- Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação go-
dito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes vernamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado
do projeto de lei orçamentária. (Vide ADI 2238) de: (Vide ADI 6357)
§ 3° O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício
demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;
do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentá- II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem
rias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício sub- adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual
sequente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
de cálculo. orçamentárias.
Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas serão § 1°Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:
desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arre- I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto
cadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por cré-
medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valo- dito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma
res de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho,
evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobran- não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;
ça administrativa. II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orça-
mentárias, a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos,
SEÇÃO II prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja
DA RENÚNCIA DE RECEITA qualquer de suas disposições.
§ 2°A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompa-
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de nhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas.
natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar § 3°Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada
acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamen-
no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, tárias.
atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo me- § 4°As normas do caput constituem condição prévia para:
nos uma das seguintes condições: (Vide Medida Provisória nº I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou
2.159, de 2001) (Vide Lei nº 10.276, de 2001) (Vide ADI 6357) execução de obras;

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II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3°do § 2º A despesa total com pessoal será apurada somando-se a
art. 182 da Constituição. realizada no mês em referência com as dos 11 (onze) imediatamen-
te anteriores, adotando-se o regime de competência, independen-
Subseção I temente de empenho. (Redação dada pela Lei Complementar nº
Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado 178, de 2021)
§ 3º Para a apuração da despesa total com pessoal, será obser-
Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a des- vada a remuneração bruta do servidor, sem qualquer dedução ou
pesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administra- retenção, ressalvada a redução para atendimento ao disposto no
tivo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua exe- art. 37, inciso XI, da Constituição Federal. (Incluído pela Lei Com-
cução por um período superior a dois exercícios. (Vide ADI 6357) plementar nº 178, de 2021)
§ 1° Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Consti-
o caput deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inciso tuição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração
I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio. e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais
(Vide Lei Complementar nº 176, de 2020) da receita corrente líquida, a seguir discriminados:
§ 2° Para efeito do atendimento do § 1°, o ato será acompa- I - União: 50% (cinquenta por cento);
nhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não II - Estados: 60% (sessenta por cento);
afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido III - Municípios: 60% (sessenta por cento).
no § 1°do art. 4°, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos § 1°Na verificação do atendimento dos limites definidos neste
seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita artigo, não serão computadas as despesas:
ou pela redução permanente de despesa. (Vide Lei Complementar I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;
nº 176, de 2020) II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
§ 3° Para efeito do § 2°, considera-se aumento permanente de III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6°do art.
receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base 57 da Constituição;
de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. (Vide IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de perío-
Lei Complementar nº 176, de 2020) do anterior ao da apuração a que se refere o § 2°do art. 18;
§ 4° A comprovação referida no § 2°, apresentada pelo propo- V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e
nente, conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União na forma
sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as de- dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emen-
mais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentá- da Constitucional no 19;
rias. (Vide Lei Complementar nº 176, de 2020) VI - com inativos e pensionistas, ainda que pagas por inter-
§ 5° A despesa de que trata este artigo não será executada médio de unidade gestora única ou fundo previsto no art. 249 da
antes da implementação das medidas referidas no § 2°, as quais Constituição Federal, quanto à parcela custeada por recursos pro-
integrarão o instrumento que a criar ou aumentar. (Vide Lei Com- venientes: (Redação dada pela Lei Complementar nº 178, de 2021)
plementar nº 176, de 2020) a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
§ 6° O disposto no § 1° não se aplica às despesas destinadas ao b) da compensação financeira de que trata o § 9°do art. 201 da
serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pesso- Constituição;
al de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição. c) de transferências destinadas a promover o equilíbrio atuarial
§ 7° Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela do regime de previdência, na forma definida pelo órgão do Poder
criada por prazo determinado. Executivo federal responsável pela orientação, pela supervisão e
pelo acompanhamento dos regimes próprios de previdência social
SEÇÃO II dos servidores públicos. (Redação dada pela Lei Complementar nº
DAS DESPESAS COM PESSOAL 178, de 2021)
§ 2° Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas
SUBSEÇÃO I com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão incluídas no
DEFINIÇÕES E LIMITES limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
§ 3º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se artigo, é vedada a dedução da parcela custeada com recursos apor-
como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente tados para a cobertura do déficit financeiro dos regimes de previ-
da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos dência. (Incluído pela Lei Complementar nº 178, de 2021)
a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá
de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais exceder os seguintes percentuais:
como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proven- I - na esfera federal:
tos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gra- a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legisla-
tificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, tivo, incluído o Tribunal de Contas da União;
bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
entidades de previdência. c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para
§ 1° Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para as despesas
que se referem à substituição de servidores e empregados públicos com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do
serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”. art. 21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19,
repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas
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a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente SUBSEÇÃO II


líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente DO CONTROLE DA DESPESA TOTAL COM PESSOAL
anteriores ao da publicação desta Lei Complementar;(Vide Decreto
nº 3.917, de 2001) Art. 21. É nulo de pleno direito: (Redação dada pela Lei Com-
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da plementar nº 173, de 2020)
União; I - o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não
II - na esfera estadual: atenda:
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de a) às exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar e o
Contas do Estado; (Vide ADI 6533) disposto no inciso XIII do caput do art. 37 e no § 1º do art. 169 da
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; (Vide ADI 6533) Constituição Federal; e (Incluído pela Lei Complementar nº 173,
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo; (Vide de 2020)
ADI 6533) b) ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas
d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados; com pessoal inativo; (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de
(Vide ADI 6533) 2020)
III - na esfera municipal: II - o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal nos
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do mandato do titular
Contas do Município, quando houver; de Poder ou órgão referido no art. 20; (Redação dada pela Lei Com-
b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o Executivo. plementar nº 173, de 2020)
§ 1° Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os li- III - o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal que
mites serão repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à preveja parcelas a serem implementadas em períodos posteriores
média das despesas com pessoal, em percentual da receita corren- ao final do mandato do titular de Poder ou órgão referido no art. 20;
te líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
anteriores ao da publicação desta Lei Complementar. (Vide ADI IV - a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe do Poder Exe-
6533) cutivo, por Presidente e demais membros da Mesa ou órgão deci-
§ 2° Para efeito deste artigo entende-se como órgão: sório equivalente do Poder Legislativo, por Presidente de Tribunal
I - o Ministério Público; do Poder Judiciário e pelo Chefe do Ministério Público, da União e
II - no Poder Legislativo: dos Estados, de norma legal contendo plano de alteração, reajuste e
a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União; reestruturação de carreiras do setor público, ou a edição de ato, por
b) Estadual, a Assembleia Legislativa e os Tribunais de Contas; esses agentes, para nomeação de aprovados em concurso público,
c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Con- quando: (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
tas do Distrito Federal; a) resultar em aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento
d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas e oitenta) dias anteriores ao final do mandato do titular do Poder
do Município, quando houver; Executivo; ou (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
III - no Poder Judiciário: b) resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja
a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição; parcelas a serem implementadas em períodos posteriores ao final
b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver. do mandato do titular do Poder Executivo. (Incluído pela Lei Com-
§ 3° Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciá- plementar nº 173, de 2020)
rio, a cargo da União por força do inciso XIII do art. 21 da Constitui- § 1º As restrições de que tratam os incisos II, III e IV: (Incluído
ção, serão estabelecidos mediante aplicação da regra do § 1o. pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
§ 4° Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municí- I - devem ser aplicadas inclusive durante o período de recondu-
pios, os percentuais definidos nas alíneas a e c do inciso II do caput ção ou reeleição para o cargo de titular do Poder ou órgão autôno-
serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatro mo; e (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
décimos por cento). II - aplicam-se somente aos titulares ocupantes de cargo eletivo
§ 5° Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega dos Poderes referidos no art. 20. (Incluído pela Lei Complementar
dos recursos financeiros correspondentes à despesa total com pes- nº 173, de 2020)
soal por Poder e órgão será a resultante da aplicação dos percen- § 2º Para fins do disposto neste artigo, serão considerados atos
tuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de diretrizes de nomeação ou de provimento de cargo público aqueles referidos
orçamentárias. no § 1º do art. 169 da Constituição Federal ou aqueles que, de qual-
§ 6° (VETADO) quer modo, acarretem a criação ou o aumento de despesa obriga-
§ 7º Os Poderes e órgãos referidos neste artigo deverão apu- tória. (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
rar, de forma segregada para aplicação dos limites de que trata este Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabeleci-
artigo, a integralidade das despesas com pessoal dos respectivos dos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre.
servidores inativos e pensionistas, mesmo que o custeio dessas des- Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95%
pesas esteja a cargo de outro Poder ou órgão. (Incluído pela Lei (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou ór-
Complementar nº 178, de 2021) gão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:
I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de
remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença ju-
dicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão
prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;
II - criação de cargo, emprego ou função;
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III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento SEÇÃO III


de despesa; DAS DESPESAS COM A SEGURIDADE SOCIAL
IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação
de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade so-
aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, cial poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da
saúde e segurança; fonte de custeio total, nos termos do § 5°do art. 195 da Constitui-
V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no in- ção, atendidas ainda as exigências do art. 17. (Vide ADI 6357)
ciso II do § 6°do art. 57 da Constituição e as situações previstas na § 1°É dispensada da compensação referida no art. 17 o aumen-
lei de diretrizes orçamentárias. to de despesa decorrente de:
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão re- I - concessão de benefício a quem satisfaça as condições de ha-
ferido no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, bilitação prevista na legislação pertinente;
sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual exce- II - expansão quantitativa do atendimento e dos serviços pres-
dente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sen- tados;
do pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de
providências previstas nos §§ 3º e 4o do art. 169 da Constituição. preservar o seu valor real.
§ 1° No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constituição, o § 2°O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou serviço de
objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção de cargos e fun- saúde, previdência e assistência social, inclusive os destinados aos
ções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. (Vide servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.
ADI 2238)
§ 2° É facultada a redução temporária da jornada de trabalho CAPÍTULO V
com adequação dos vencimentos à nova carga horária.(Vide ADI DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS
2238)
§ 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido e enquan- Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por
to perdurar o excesso, o Poder ou órgão referido no art. 20 não transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de ca-
poderá: (Redação dada pela Lei Complementar nº 178, de 2021) pital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou
I - receber transferências voluntárias; assistência financeira, que não decorra de determinação constitu-
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; cional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas § 1°São exigências para a realização de transferência voluntá-
ao pagamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das ria, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:
despesas com pessoal. (Redação dada pela Lei Complementar nº I - existência de dotação específica;
178, de 2021) II - (VETADO)
§ 4° As restrições do § 3° aplicam-se imediatamente se a des- III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da Consti-
pesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre tuição;
do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:
no art. 20. a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, em-
§ 5º As restrições previstas no § 3º deste artigo não se aplicam préstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem
ao Município em caso de queda de receita real superior a 10% (dez como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele
por cento), em comparação ao correspondente quadrimestre do recebidos;
exercício financeiro anterior, devido a: (Incluído pela Lei Comple- b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educa-
mentar nº 164, de 2018) Produção de efeitos ção e à saúde;
I – diminuição das transferências recebidas do Fundo de Parti- c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária,
cipação dos Municípios decorrente de concessão de isenções tribu- de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de
tárias pela União; e (Incluído pela Lei Complementar nº 164, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal;
2018) Produção de efeitos d) previsão orçamentária de contrapartida.
II – diminuição das receitas recebidas de royalties e participa- § 2°É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade
ções especiais. (Incluído pela Lei Complementar nº 164, de 2018) diversa da pactuada.
Produção de efeitos § 3°Para fins da aplicação das sanções de suspensão de trans-
§ 6º O disposto no § 5º deste artigo só se aplica caso a des- ferências voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetu-
pesa total com pessoal do quadrimestre vigente não ultrapasse o am-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência
limite percentual previsto no art. 19 desta Lei Complementar, consi- social.
derada, para este cálculo, a receita corrente líquida do quadrimes-
tre correspondente do ano anterior atualizada monetariamente. CAPÍTULO VI
(Incluído pela Lei Complementar nº 164, de 2018) Produção de DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR
efeitos PRIVADO

Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente,


cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídi-
cas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no
orçamento ou em seus créditos adicionais.
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FINANÇAS PÚBLICAS

§ 1° O disposto no caput aplica-se a toda a administração indi- § 2°Será incluída na dívida pública consolidada da União a re-
reta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, exceto, no lativa à emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central do
exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e Brasil.
o Banco Central do Brasil. § 3°Também integram a dívida pública consolidada as opera-
§ 2°o Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, ções de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas te-
financiamentos e refinanciamentos, inclusive as respectivas prorro- nham constado do orçamento.
gações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a § 4°O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não
participação em constituição ou aumento de capital. excederá, ao término de cada exercício financeiro, o montante do
Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pes- final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito au-
soa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou in- torizadas no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas,
direto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres acrescido de atualização monetária.
não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.
Parágrafo único. Dependem de autorização em lei específica as SEÇÃO II
prorrogações e composições de dívidas decorrentes de operações DOS LIMITES DA DÍVIDA PÚBLICA E DAS OPERAÇÕES DE
de crédito, bem como a concessão de empréstimos ou financia- CRÉDITO
mentos em desacordo com o caput, sendo o subsídio correspon-
dente consignado na lei orçamentária. Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei
Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser uti- Complementar, o Presidente da República submeterá ao:
lizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante
socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que da dívida consolidada da União, Estados e Municípios, cumprindo
mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financia- o que estabelece o inciso VI do art. 52 da Constituição, bem como
mentos para mudança de controle acionário. de limites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo
§ 1°A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo artigo;
de fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites
Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei. para o montante da dívida mobiliária federal a que se refere o inci-
§ 2°O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil de so XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da demonstração
conceder às instituições financeiras operações de redesconto e de de sua adequação aos limites fixados para a dívida consolidada da
empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias. União, atendido o disposto no inciso I do § 1°deste artigo.
§ 1°As propostas referidas nos incisos I e II do caput e suas al-
CAPÍTULO VII terações conterão:
DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO I - demonstração de que os limites e condições guardam coe-
rência com as normas estabelecidas nesta Lei Complementar e com
SEÇÃO I os objetivos da política fiscal;
DEFINIÇÕES BÁSICAS II - estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada uma
das três esferas de governo;
Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas III - razões de eventual proposição de limites diferenciados por
as seguintes definições: esfera de governo;
I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apu- IV - metodologia de apuração dos resultados primário e nomi-
rado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Fede- nal.
ração, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou trata- § 2°As propostas mencionadas nos incisos I e II do caput tam-
dos e da realização de operações de crédito, para amortização em bém poderão ser apresentadas em termos de dívida líquida, evi-
prazo superior a doze meses; denciando a forma e a metodologia de sua apuração.
II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por § 3°Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão
títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, fixados em percentual da receita corrente líquida para cada esfera
Estados e Municípios; de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido que a integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos.
em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, § 4°Para fins de verificação do atendimento do limite, a apu-
aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores ração do montante da dívida consolidada será efetuada ao final de
provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento cada quadrimestre.
mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de § 5°No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da República
derivativos financeiros; enviará ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional, conforme o
IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de caso, proposta de manutenção ou alteração dos limites e condições
obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação previstos nos incisos I e II do caput.
ou entidade a ele vinculada; § 6°Sempre que alterados os fundamentos das propostas de
V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos que trata este artigo, em razão de instabilidade econômica ou alte-
para pagamento do principal acrescido da atualização monetária. rações nas políticas monetária ou cambial, o Presidente da Repúbli-
§ 1°Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconheci- ca poderá encaminhar ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional
mento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação, sem preju- solicitação de revisão dos limites.
ízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.

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§ 7°Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do VI - observância das demais restrições estabelecidas nesta Lei
orçamento em que houverem sido incluídos integram a dívida con- Complementar.
solidada, para fins de aplicação dos limites. § 2°As operações relativas à dívida mobiliária federal autoriza-
das, no texto da lei orçamentária ou de créditos adicionais, serão
SEÇÃO III objeto de processo simplificado que atenda às suas especificidades.
DA RECONDUÇÃO DA DÍVIDA AOS LIMITES § 3°Para fins do disposto no inciso V do § 1o, considerar-se-á,
em cada exercício financeiro, o total dos recursos de operações de
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultra- crédito nele ingressados e o das despesas de capital executadas,
passar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser observado o seguinte:
a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo I - não serão computadas nas despesas de capital as realizadas
o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no pri- sob a forma de empréstimo ou financiamento a contribuinte, com
meiro. o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de
§ 1°Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver in- competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta
corrido: ou indireta, do ônus deste;
I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I
externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvadas as para for concedido por instituição financeira controlada pelo ente da Fe-
pagamento de dívidas mobiliárias; (Redação dada pela Lei Comple- deração, o valor da operação será deduzido das despesas de capital;
mentar nº 178, de 2021) III - (VETADO)
II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívi- § 4°Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado Federal e
da ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de em- do Banco Central do Brasil, o Ministério da Fazenda efetuará o regis-
penho, na forma do art. 9o. tro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna
§ 2°Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquan- e externa, garantido o acesso público às informações, que incluirão:
to perdurar o excesso, o ente ficará também impedido de receber I - encargos e condições de contratação;
transferências voluntárias da União ou do Estado. II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada
§ 3°As restrições do § 1°aplicam-se imediatamente se o mon- e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.
tante da dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último § 5°Os contratos de operação de crédito externo não conte-
ano do mandato do Chefe do Poder Executivo. rão cláusula que importe na compensação automática de débitos
§ 4°O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação e créditos.
dos entes que tenham ultrapassado os limites das dívidas consoli- § 6° O prazo de validade da verificação dos limites e das condi-
dada e mobiliária. ções de que trata este artigo e da análise realizada para a concessão
§ 5°As normas deste artigo serão observadas nos casos de des- de garantia pela União será de, no mínimo, 90 (noventa) dias e, no
cumprimento dos limites da dívida mobiliária e das operações de máximo, 270 (duzentos e setenta) dias, a critério do Ministério da
crédito internas e externas. Fazenda. (Incluído pela Lei Complementar nº 159, de 2017)
§ 7º Poderá haver alteração da finalidade de operação de cré-
SEÇÃO IV dito de Estados, do Distrito Federal e de Municípios sem a necessi-
DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO dade de nova verificação pelo Ministério da Economia, desde que
haja prévia e expressa autorização para tanto, no texto da lei orça-
SUBSEÇÃO I mentária, em créditos adicionais ou em lei específica, que se de-
DA CONTRATAÇÃO monstre a relação custo-benefício e o interesse econômico e social
da operação e que não configure infração a dispositivo desta Lei
Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº 178, de 2021)
limites e condições relativos à realização de operações de crédito Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de cré-
de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles contro- dito com ente da Federação, exceto quando relativa à dívida mobi-
ladas, direta ou indiretamente. liária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação
§ 1°O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando- atende às condições e limites estabelecidos.
-o em parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando a § 1°A operação realizada com infração do disposto nesta Lei
relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação Complementar será considerada nula, procedendo-se ao seu cance-
e o atendimento das seguintes condições: lamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento
I - existência de prévia e expressa autorização para a contra- de juros e demais encargos financeiros.
tação, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei § 2°Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso
específica; dos recursos, será consignada reserva específica na lei orçamentá-
II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos re- ria para o exercício seguinte.
cursos provenientes da operação, exceto no caso de operações por § 3º Enquanto não for efetuado o cancelamento ou a amortiza-
antecipação de receita; ção ou constituída a reserva de que trata o § 2º, aplicam-se ao ente
III - observância dos limites e condições fixados pelo Senado as restrições previstas no § 3º do art. 23. (Redação dada pela Lei
Federal; Complementar nº 178, de 2021)
IV - autorização específica do Senado Federal, quando se tratar § 4°Também se constituirá reserva, no montante equivalente
de operação de crédito externo; ao excesso, se não atendido o disposto no inciso III do art. 167 da
V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Cons- Constituição, consideradas as disposições do § 3°do art. 32.
tituição;
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SUBSEÇÃO II a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não


DAS VEDAÇÕES integralmente resgatada;
b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou
Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida Prefeito Municipal.
pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei Comple- § 1°As operações de que trata este artigo não serão computa-
mentar. das para efeito do que dispõe o inciso III do art. 167 da Constituição,
Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um desde que liquidadas no prazo definido no inciso II do caput.
ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autar- § 2°As operações de crédito por antecipação de receita reali-
quia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive zadas por Estados ou Municípios serão efetuadas mediante abertu-
suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma ra de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo
de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil.
anteriormente. § 3°O Banco Central do Brasil manterá sistema de acompanha-
§ 1°Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as opera- mento e controle do saldo do crédito aberto e, no caso de inobser-
ções entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, vância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.
inclusive suas entidades da administração indireta, que não se des-
tinem a: SUBSEÇÃO IV
I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes; DAS OPERAÇÕES COM O BANCO CENTRAL DO BRASIL
II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição
concedente. Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o Banco Cen-
§ 2°O disposto no caput não impede Estados e Municípios de tral do Brasil está sujeito às vedações constantes do art. 35 e mais
comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas dispo- às seguintes:
nibilidades. I - compra de título da dívida, na data de sua colocação no mer-
Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição cado, ressalvado o disposto no § 2°deste artigo;
financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualida- II - permuta, ainda que temporária, por intermédio de institui-
de de beneficiário do empréstimo. ção financeira ou não, de título da dívida de ente da Federação por
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição fi- título da dívida pública federal, bem como a operação de compra e
nanceira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida públi- venda, a termo, daquele título, cujo efeito final seja semelhante à
ca para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida permuta;
de emissão da União para aplicação de recursos próprios. III - concessão de garantia.
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados: § 1°O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao estoque de
I - captação de recursos a título de antecipação de receita de Letras do Banco Central do Brasil, Série Especial, existente na cartei-
tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, ra das instituições financeiras, que pode ser refinanciado mediante
sem prejuízo do disposto no § 7°do art. 150 da Constituição; novas operações de venda a termo.
II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o § 2°O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente
Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do ca- títulos emitidos pela União para refinanciar a dívida mobiliária fede-
pital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma ral que estiver vencendo na sua carteira.
da legislação; § 3°A operação mencionada no § 2°deverá ser realizada à taxa
III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou média e condições alcançadas no dia, em leilão público.
operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou § 4°É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pú-
serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não blica federal existentes na carteira do Banco Central do Brasil, ainda
se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes; que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.
IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com
fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços. SEÇÃO V
DA GARANTIA E DA CONTRAGARANTIA
SUBSEÇÃO III
DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de
RECEITA ORÇAMENTÁRIA crédito internas ou externas, observados o disposto neste artigo,
as normas do art. 32 e, no caso da União, também os limites e as
Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita desti- condições estabelecidos pelo Senado Federal e as normas emitidas
na-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro pelo Ministério da Economia acerca da classificação de capacidade
e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguin- de pagamento dos mutuários. (Redação dada pela Lei Comple-
tes: mentar nº 178, de 2021)
I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do § 1°A garantia estará condicionada ao oferecimento de contra-
exercício; garantia, em valor igual ou superior ao da garantia a ser concedida,
II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos inciden- e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas
tes, até o dia dez de dezembro de cada ano; obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas,
III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que observado o seguinte:
não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou in- I - não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do
dexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir; próprio ente;
IV - estará proibida:
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FINANÇAS PÚBLICAS

II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, CAPÍTULO VIII


ou pelos Estados aos Municípios, poderá consistir na vinculação DA GESTÃO PATRIMONIAL
de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de
transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garan- SEÇÃO I
tidor para retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação da DAS DISPONIBILIDADES DE CAIXA
dívida vencida.
§ 2°No caso de operação de crédito junto a organismo financei- Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Federação
ro internacional, ou a instituição federal de crédito e fomento para serão depositadas conforme estabelece o § 3°do art. 164 da Cons-
o repasse de recursos externos, a União só prestará garantia a ente tituição.
que atenda, além do disposto no § 1o, as exigências legais para o § 1°As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência so-
recebimento de transferências voluntárias. cial, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que vinculadas
§ 3° (VETADO) a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da Cons-
§ 4° (VETADO) tituição, ficarão depositadas em conta separada das demais dispo-
§ 5°É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo nibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado,
Senado Federal. com observância dos limites e condições de proteção e prudência
§ 6°É vedado às entidades da administração indireta, inclusive financeira.
suas empresas controladas e subsidiárias, conceder garantia, ainda § 2°É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o §
que com recursos de fundos. 1°em:
§ 7°O disposto no § 6°não se aplica à concessão de garantia I - títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em
por: ações e outros papéis relativos às empresas controladas pelo res-
I - empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à pectivo ente da Federação;
prestação de contragarantia nas mesmas condições; II - empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Po-
II - instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei. der Público, inclusive a suas empresas controladas.
§ 8°Excetua-se do disposto neste artigo a garantia prestada:
I - por instituições financeiras estatais, que se submeterão às SEÇÃO II
normas aplicáveis às instituições financeiras privadas, de acordo DA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO
com a legislação pertinente;
II - pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da
financeira por ela controladas, direta e indiretamente, quanto às alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público
operações de seguro de crédito à exportação. para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por
§ 9°Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de garan- lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores
tia prestada, a União e os Estados poderão condicionar as transfe- públicos.
rências constitucionais ao ressarcimento daquele pagamento. Art. 45. Observado o disposto no § 5°do art. 5o, a lei orçamen-
§ 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela tária e as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após
União ou por Estado, em decorrência de garantia prestada em ope- adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as
ração de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou finan- despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em
ciamentos até a total liquidação da mencionada dívida. que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
§ 11. A alteração da metodologia utilizada para fins de classifi- Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente encaminhará
cação da capacidade de pagamento de Estados e Municípios deverá ao Legislativo, até a data do envio do projeto de lei de diretrizes
ser precedida de consulta pública, assegurada a manifestação dos orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cum-
entes. (Incluído pela Lei Complementar nº 178, de 2021) primento do disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divul-
gação.
SEÇÃO VI Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação de imóvel
DOS RESTOS A PAGAR urbano expedido sem o atendimento do disposto no § 3°do art. 182
da Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da indenização.
Art. 41. (VETADO)
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. SEÇÃO III
20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obri- DAS EMPRESAS CONTROLADAS PELO SETOR PÚBLICO
gação de despesa que não possa ser cumprida integralmente den-
tro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão
sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. em que se estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na for-
(Vide Lei Complementar nº 178, de 2021) (Vigência) ma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e finan-
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa ceira, sem prejuízo do disposto no inciso II do § 5°do art. 165 da
serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pa- Constituição.
gar até o final do exercício. Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em seus balan-
ços trimestrais nota explicativa em que informará:
I - fornecimento de bens e serviços ao controlador, com res-
pectivos preços e condições, comparando-os com os praticados no
mercado;

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II - recursos recebidos do controlador, a qualquer título, especi- Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo
ficando valor, fonte e destinação; único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer
III - venda de bens, prestação de serviços ou concessão de em- pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a:(Inclu-
préstimos e financiamentos com preços, taxas, prazos ou condições ído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
diferentes dos vigentes no mercado. I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades
gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua
CAPÍTULO IX realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao ser-
viço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento
SEÇÃO I e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; (In-
DA TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL cluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extra-
quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos ordinários. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orça- Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo
mentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder
o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para
Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
§ 1°A transparência será assegurada também mediante:(Reda- Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá de-
ção dada pela Lei Complementar nº 156, de 2016) monstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais
I – incentivo à participação popular e realização de audiências de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-
públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos pla- nômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos
nos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos;(Incluído pela Lei concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da segu-
Complementar nº 131, de 2009). ridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circuns-
II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da tanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício.
sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a
execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de aces- SEÇÃO II
so público; e (Redação dada pela Lei Complementar nº 156, de DA ESCRITURAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS
2016)
III – adoção de sistema integrado de administração financeira Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade
e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:
pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A.(Incluído I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de
pela Lei Complementar nº 131, de 2009) (Vide Decreto nº 7.185, modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obriga-
de 2010) tória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada;
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dis- II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas
ponibilizarão suas informações e dados contábeis, orçamentários segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter com-
e fiscais conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos plementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa;
pelo órgão central de contabilidade da União, os quais deverão ser III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e con-
divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público. (Incluí- juntamente, as transações e operações de cada órgão, fundo ou en-
do pela Lei Complementar nº 156, de 2016) tidade da administração direta, autárquica e fundacional, inclusive
§ 3° Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminha- empresa estatal dependente;
rão ao Ministério da Fazenda, nos termos e na periodicidade a se- IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas
rem definidos em instrução específica deste órgão, as informações em demonstrativos financeiros e orçamentários específicos;
necessárias para a constituição do registro eletrônico centralizado V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e
e atualizado das dívidas públicas interna e externa, de que trata o § as demais formas de financiamento ou assunção de compromissos
4°do art. 32.(Incluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016) junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o
§ 4° A inobservância do disposto nos §§ 2°e 3o ensejará as montante e a variação da dívida pública no período, detalhando,
penalidades previstas no § 2°do art. 51.(Incluído pela Lei Comple- pelo menos, a natureza e o tipo de credor;
mentar nº 156, de 2016) VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque
§ 5° Nos casos de envio conforme disposto no § 2o, para todos à origem e ao destino dos recursos provenientes da alienação de
os efeitos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ativos.
cumprem o dever de ampla divulgação a que se refere o caput. § 1°No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as
(Incluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016) operações intragovernamentais.
§ 6° Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos § 2° A edição de normas gerais para consolidação das contas
autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, en-
fundos, do ente da Federação devem utilizar sistemas únicos de quanto não implantado o conselho de que trata o art. 67.
execução orçamentária e financeira, mantidos e gerenciados pelo § 3°A Administração Pública manterá sistema de custos que
Poder Executivo, resguardada a autonomia. (Incluído pela Lei permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária,
Complementar nº 156, de 2016) financeira e patrimonial.

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FINANÇAS PÚBLICAS

Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Cons-
de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das con- tituição, conforme o § 3°do art. 32;
tas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social,
divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público. geral e próprio dos servidores públicos;
§ 1°Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos
Poder Executivo da União nos seguintes prazos: e a aplicação dos recursos dela decorrentes.
I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo § 2°Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:
Estado, até trinta de abril; I - da limitação de empenho;
II - Estados, até trinta e um de maio. II - da frustração de receitas, especificando as medidas de com-
§ 1º Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao bate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações
Poder Executivo da União até 30 de abril. (Redação dada pela Lei de fiscalização e cobrança.
Complementar nº 178, de 2021) (Vigência)
§ 2º O descumprimento dos prazos previstos neste artigo im- SEÇÃO IV
pedirá, até que a situação seja regularizada, que o Poder ou órgão DO RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL
referido no art. 20 receba transferências voluntárias e contrate
operações de crédito, exceto as destinadas ao pagamento da dívida Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titu-
mobiliária. (Redação dada pela Lei Complementar nº 178, de 2021) lares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão
(Vigência) Fiscal, assinado pelo:
I - Chefe do Poder Executivo;
SEÇÃO III II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão
DO RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁ- decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do
RIA Poder Legislativo;
III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de
Art. 52. O relatório a que se refere o § 3°do art. 165 da Cons- Administração ou órgão decisório equivalente, conforme regimen-
tituição abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público, será tos internos dos órgãos do Poder Judiciário;
publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.
composto de: Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas auto-
I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria eco- ridades responsáveis pela administração financeira e pelo controle
nômica, as: interno, bem como por outras definidas por ato próprio de cada
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem Poder ou órgão referido no art. 20.
como a previsão atualizada; Art. 55. O relatório conterá:
b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Comple-
para o exercício, a despesa liquidada e o saldo; mentar, dos seguintes montantes:
II - demonstrativos da execução das: a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e
a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a pensionistas;
previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita re- b) dívidas consolidada e mobiliária;
alizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar; c) concessão de garantias;
b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;
despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;
despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício; II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se
c) despesas, por função e subfunção. ultrapassado qualquer dos limites;
§ 1°Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliá- III - demonstrativos, no último quadrimestre:
ria constarão destacadamente nas receitas de operações de crédito a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um
e nas despesas com amortização da dívida. de dezembro;
§ 2°O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita o b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:
ente às sanções previstas no § 2°do art. 51. 1) liquidadas;
Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos 2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a
relativos a: uma das condições do inciso II do art. 41;
I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no 3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo
inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a previsão de seu da disponibilidade de caixa;
desempenho até o final do exercício; 4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos em-
II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso penhos foram cancelados;
IV do art. 50; c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do
III - resultados nominal e primário; inciso IV do art. 38.
IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o; § 1°O relatório dos titulares dos órgãos mencionados nos in-
V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no cisos II, III e IV do art. 54 conterá apenas as informações relativas
art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante à alínea a do inciso I, e os documentos referidos nos incisos II e III.
a pagar. § 2°O relatório será publicado até trinta dias após o encerra-
§ 1°O relatório referente ao último bimestre do exercício será mento do período a que corresponder, com amplo acesso ao públi-
acompanhado também de demonstrativos: co, inclusive por meio eletrônico.
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FINANÇAS PÚBLICAS

§ 3°O descumprimento do prazo a que se refere o § 2°sujeita o IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para
ente à sanção prevista no § 2°do art. 51. recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos
§ 4°Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão ser ela- respectivos limites;
borados de forma padronizada, segundo modelos que poderão ser V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos,
atualizados pelo conselho de que trata o art. 67. tendo em vista as restrições constitucionais e as desta Lei Comple-
mentar;
SEÇÃO V VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos mu-
DAS PRESTAÇÕES DE CONTAS nicipais, quando houver.
§ 1°Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos refe-
Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo ridos no art. 20 quando constatarem:
incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inci-
Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, so II do art. 4o e no art. 9o;
referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separada- II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou
mente, do respectivo Tribunal de Contas. (Vide ADI 2324) 90% (noventa por cento) do limite;
§ 1°As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âm- III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das
bito: operações de crédito e da concessão de garantia se encontram aci-
I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e ma de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites;
dos Tribunais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais; IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram
II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, con- acima do limite definido em lei;
solidando as dos demais tribunais. V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos pro-
§ 2°O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será pro- gramas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária.
ferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão mista permanente § 2°Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos
referida no § 1°do art. 166 da Constituição ou equivalente das Casas dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão
Legislativas estaduais e municipais. (Vide ADI 2324) referido no art. 20.
§ 3°Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação § 3°O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumprimen-
das contas, julgadas ou tomadas. to do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39.
Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclu-
sivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se CAPÍTULO X
outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
leis orgânicas municipais.
§ 1°No caso de Municípios que não sejam capitais e que te- Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites inferiores
nham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de cento e àqueles previstos nesta Lei Complementar para as dívidas consoli-
oitenta dias. dada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.
§ 2°Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que devidamente
existirem contas de Poder, ou órgão referido no art. 20, pendentes escriturados em sistema centralizado de liquidação e custódia, po-
de parecer prévio. derão ser oferecidos em caução para garantia de empréstimos, ou
Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da em outras transações previstas em lei, pelo seu valor econômico,
arrecadação em relação à previsão, destacando as providências conforme definido pelo Ministério da Fazenda.
adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sone- Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de despe-
gação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias adminis- sas de competência de outros entes da Federação se houver:
trativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orça-
das receitas tributárias e de contribuições. mentária anual;
II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legis-
SEÇÃO VI lação.
DA FISCALIZAÇÃO DA GESTÃO FISCAL Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a
cinquenta mil habitantes optar por:
Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4°do art. 30 ao final do
Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder semestre;
e do Ministério Público fiscalizarão o cumprimento desta Lei Com- II - divulgar semestralmente:
plementar, consideradas as normas de padronização metodológica a) (VETADO)
editadas pelo conselho de que trata o art. 67, com ênfase no que se b) o Relatório de Gestão Fiscal;
refere a: (Redação dada pela Lei Complementar nº 178, de 2021) c) os demonstrativos de que trata o art. 53;
I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes or- III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano plurianual, o
çamentárias; Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais da lei de dire-
II - limites e condições para realização de operações de crédito trizes orçamentárias e o anexo de que trata o inciso I do art. 5o a
e inscrição em Restos a Pagar; partir do quinto exercício seguinte ao da publicação desta Lei Com-
III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pes- plementar.
soal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23; § 1°A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá ser re-
alizada em até trinta dias após o encerramento do semestre.

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§ 2°Se ultrapassados os limites relativos à despesa total com b) aos atos de gestão orçamentária e financeira necessários ao
pessoal ou à dívida consolidada, enquanto perdurar esta situação, atendimento de despesas relacionadas ao cumprimento do decreto
o Município ficará sujeito aos mesmos prazos de verificação e de legislativo; (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
retorno ao limite definidos para os demais entes. II - não afasta as disposições relativas a transparência, controle
Art. 64. A União prestará assistência técnica e cooperação fi- e fiscalização. (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
nanceira aos Municípios para a modernização das respectivas admi- § 3º No caso de aditamento de operações de crédito garantidas
nistrações tributária, financeira, patrimonial e previdenciária, com pela União com amparo no disposto no § 1º deste artigo, a garantia
vistas ao cumprimento das normas desta Lei Complementar. será mantida, não sendo necessária a alteração dos contratos de
§ 1°A assistência técnica consistirá no treinamento e desen- garantia e de contragarantia vigentes. (Incluído pela Lei Comple-
volvimento de recursos humanos e na transferência de tecnologia, mentar nº 173, de 2020)
bem como no apoio à divulgação dos instrumentos de que trata o Art. 65-A. Não serão contabilizadas na meta de resultado pri-
art. 48 em meio eletrônico de amplo acesso público. mário, para efeito do disposto no art. 9º desta Lei Complementar,
§ 2°A cooperação financeira compreenderá a doação de bens e as transferências federais aos demais entes da Federação, devida-
valores, o financiamento por intermédio das instituições financeiras mente identificadas, para enfrentamento das consequências sociais
federais e o repasse de recursos oriundos de operações externas. e econômicas no setor cultural decorrentes de calamidades públi-
Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo cas ou pandemias, desde que sejam autorizadas em acréscimo aos
Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembleias Legis- valores inicialmente previstos pelo Congresso Nacional na lei orça-
lativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a mentária anual. (Incluído pela Lei Complementar nº 195, de 2022)
situação: Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão du-
I - serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições es- plicados no caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto
tabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70; Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igual
II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a ou superior a quatro trimestres.
limitação de empenho prevista no art. 9o. § 1°Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real
§ 1º Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo acumulada do Produto Interno Bruto inferior a 1% (um por cento),
Congresso Nacional, nos termos de decreto legislativo, em parte ou no período correspondente aos quatro últimos trimestres.
na integralidade do território nacional e enquanto perdurar a situ- § 2°A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação Ins-
ação, além do previsto nos inciso I e II do caput: (Incluído pela Lei tituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a
Complementar nº 173, de 2020) substituí-la, adotada a mesma metodologia para apuração dos PIB
I - serão dispensados os limites, condições e demais restrições nacional, estadual e regional.
aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí- § 3°Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas as medi-
pios, bem como sua verificação, para: (Incluído pela Lei Comple- das previstas no art. 22.
mentar nº 173, de 2020) § 4°Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na con-
a) contratação e aditamento de operações de crédito; (Incluí- dução das políticas monetária e cambial, reconhecidas pelo Senado
do pela Lei Complementar nº 173, de 2020) Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado
b) concessão de garantias; (Incluído pela Lei Complementar em até quatro quadrimestres.
nº 173, de 2020) Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma perma-
c) contratação entre entes da Federação; e (Incluído pela Lei nente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão reali-
Complementar nº 173, de 2020) zados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes
d) recebimento de transferências voluntárias; (Incluído pela de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e
Lei Complementar nº 173, de 2020) de entidades técnicas representativas da sociedade, visando a:
II - serão dispensados os limites e afastadas as vedações e san- I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação;
ções previstas e decorrentes dos arts. 35, 37 e 42, bem como será II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência
dispensado o cumprimento do disposto no parágrafo único do art. na alocação e execução do gasto público, na arrecadação de recei-
8º desta Lei Complementar, desde que os recursos arrecadados se- tas, no controle do endividamento e na transparência da gestão
jam destinados ao combate à calamidade pública; (Incluído pela fiscal;
Lei Complementar nº 173, de 2020) III - adoção de normas de consolidação das contas públicas, pa-
III - serão afastadas as condições e as vedações previstas nos dronização das prestações de contas e dos relatórios e demonstra-
arts. 14, 16 e 17 desta Lei Complementar, desde que o incentivo ou tivos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normas
benefício e a criação ou o aumento da despesa sejam destinados ao e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como
combate à calamidade pública. (Incluído pela Lei Complementar outros, necessários ao controle social;
nº 173, de 2020) IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
§ 2º O disposto no § 1º deste artigo, observados os termos es- § 1°O conselho a que se refere o caput instituirá formas de pre-
tabelecidos no decreto legislativo que reconhecer o estado de cala- miação e reconhecimento público aos titulares de Poder que alcan-
midade pública: (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020) çarem resultados meritórios em suas políticas de desenvolvimento
I - aplicar-se-á exclusivamente: (Incluído pela Lei Complemen- social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal pautada pelas
tar nº 173, de 2020) normas desta Lei Complementar.
a) às unidades da Federação atingidas e localizadas no territó- § 2°Lei disporá sobre a composição e a forma de funcionamen-
rio em que for reconhecido o estado de calamidade pública pelo to do conselho.
Congresso Nacional e enquanto perdurar o referido estado de cala-
midade; (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
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Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado o Fundo I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e
do Regime Geral de Previdência Social, vinculado ao Ministério da os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes;(Incluído
Previdência e Assistência Social, com a finalidade de prover recur- pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
sos para o pagamento dos benefícios do regime geral da previdên- II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000
cia social. (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; (Incluído pela Lei
§ 1°O Fundo será constituído de: Complementar nº 131, de 2009).
I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Instituto Nacio- III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000
nal do Seguro Social não utilizados na operacionalização deste; (cinquenta mil) habitantes. (Incluído pela Lei Complementar nº 131,
II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam adjudicados de 2009).
ou que lhe vierem a ser vinculados por força de lei; Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão
III - receita das contribuições sociais para a seguridade social, contados a partir da data de publicação da lei complementar que
previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195 da Consti- introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo. (Incluído
tuição; pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
IV - produto da liquidação de bens e ativos de pessoa física ou Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos prazos
jurídica em débito com a Previdência Social; previstos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III
V - resultado da aplicação financeira de seus ativos; do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção
VI - recursos provenientes do orçamento da União. prevista no inciso I do § 3°do art. 23. (Incluído pela Lei Complemen-
§ 2°O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do Seguro So- tar nº 131, de 2009).
cial, na forma da lei. Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua
Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a instituir publicação.
regime próprio de previdência social para seus servidores conferir- Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de 31 de maio
-lhe-á caráter contributivo e o organizará com base em normas de de 1999.
contabilidade e atuária que preservem seu equilíbrio financeiro e
atuarial. Brasília, 4 de maio de 2000; 179o da Independência e 112o da
Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja despesa total República.
com pessoal no exercício anterior ao da publicação desta Lei Com-
plementar estiver acima dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20
deverá enquadrar-se no respectivo limite em até dois exercícios, eli- QUESTÕES
minando o excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% a.a.
(cinquenta por cento ao ano), mediante a adoção, entre outras, das
1-CESGRANRIO - 2019
medidas previstas nos arts. 22 e 23.
O orçamento público no Brasil é regido pela Constituição e por
Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput, no pra-
Lei complementar e ordinária que definem conteúdos e caracterís-
zo fixado, sujeita o ente às sanções previstas no § 3°do art. 23.
ticas dos instrumentos básicos de planejamento, de forma a prover
Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da Cons-
a sociedade com informações prévias sobre os planos do governo.
tituição, até o término do terceiro exercício financeiro seguinte à
Se um cidadão desejar saber quais as medidas aprovadas pelo
entrada em vigor desta Lei Complementar, a despesa total com pes-
governo para controle de custos e avaliação dos resultados dos pro-
soal dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não ultrapassará, em
gramas financiados com recursos do orçamento de um dado perío-
percentual da receita corrente líquida, a despesa verificada no exer-
do, ele deve consultar o(a)
cício imediatamente anterior, acrescida de até 10% (dez por cento),
(A) Plano Plurianual
se esta for inferior ao limite definido na forma do art. 20.
(B) Anexo de Metas Fiscais
Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos Poderes e
(C) Relatório de Gestão Fiscal
órgãos referidos no art. 20 não poderá exceder, em percentual da
(D) Lei Orçamentária Anual
receita corrente líquida, a do exercício anterior à entrada em vigor
(E) Lei de Diretrizes Orçamentárias
desta Lei Complementar, até o término do terceiro exercício seguin-
te.
2-CESGRANRIO - 2018
Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar
Nos termos da Constituição Federal, a lei que compreenderá as
serão punidas segundo o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
metas e prioridades da administração pública federal é a de
de 1940 (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o
(A) orçamento anual
Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2
(B) análise bilateral
de junho de 1992; e demais normas da legislação pertinente.
(C) plano plurianual
Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político, associação ou
(D) relatório periódico
sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de
(E) diretrizes orçamentárias
Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumpri-
mento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar.(In-
cluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cum-
primento das determinações dispostas nos incisos II e III do pará-
grafo único do art. 48 e do art. 48-A: (Incluído pela Lei Complemen-
tar nº 131, de 2009).

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3-CESGRANRIO - 2018 7-CESGRANRIO - 2018


Nos termos da Constituição Federal, a lei que instituir o plano A lei orçamentária anual, nos termos da Constituição Federal,
plurianual estabelecerá as diretrizes, objetivos e metas da adminis- compreenderá o orçamento referente aos Poderes da União, seus
tração pública federal para as despesas de capital e outras delas fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, in-
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continu- clusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, que é
ada de forma intitulado de
(A) disjuntiva (A) fiscal
(B) regionalizada (B) creditício
(C) separada (C) investidor
(D) setorial (D) contábil
(E) unificada (E) matemático

4-CESGRANRIO - 2019 8-CESGRANRIO - 2019


Segundo a Constituição Federal e Leis Complementares, no Um servidor defende, no âmbito das receitas que compõem o
Brasil, a Lei do Plano Plurianual de Ação (PPA) deve dispor sobre orçamento, a necessidade de renúncia de receita para gerar desen-
as(os) volvimento em determinada região.
(A) limitações para a elaboração das propostas orçamentárias Nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, a renúncia pode
do Poder Judiciário e do Ministério Público. compreender crédito
(B) diretrizes, objetivos e metas da administração pública fede- (A) presumido
ral para as despesas de capital e programas de duração conti- (B) especial
nuada. (C) majorado
(C) autorizações para a concessão de vantagens ou de aumen- (D) provisório
tos de remuneração e criação de cargos. (E) extensivo
(D) avaliações de resultados dos programas financiados com
recursos do orçamento federal. 9-CESGRANRIO - 2023
(E) riscos fiscais, ou seja, situações que podem impactar as me- Um integrante da comissão de orçamento de órgão público
tas estabelecidas. busca analisar as despesas continuadas.
De acordo com a Lei Complementar nº 101/2000, considera-se
5-CESGRANRIO - 2019 obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de
Um cidadão participa da organização de audiências públicas lei que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução por um
durante os processos de elaboração e discussão dos planos, da lei período superior a
de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos. (A) dois exercícios
Nesse caso, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, está sen- (B) trinta dias
do assegurada a (C) quatro meses
(A) operação (D) vinte horas
(B) referência (E) três anos
(C) antecipação
(D) transparência 10-CESGRANRIO - 2019
(E) captação Para fins de controle das despesas públicas que promova uma
gestão equilibrada dos gastos, a LRF impôs limite quanto à despesa
6-CESGRANRIO - 2018 de pessoal, que consiste em um dos principais gastos públicos. Esse
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) exerce um papel im- limite foi definido por poderes pela Lei de Responsabilidade para
portante no sistema orçamentário federal brasileiro. maior responsabilização dos gestores.
Essa lei Considerando a composição da administração pública federal,
(A) estabelece um plano de quatro anos para a ação governa- um órgão que tem suas despesas com pessoal incluídas no limite
mental. atribuído ao Poder Executivo (40,9% da RCL) é a(o)
(B) orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA). (A) Controladoria Geral da União
(C) inclui o orçamento monetário relativo às políticas e às ações (B) Ministério Público Federal
do Banco Central do Brasil. (C) Supremo Tribunal Federal
(D) é aprovada anualmente, após a elaboração do projeto da (D) Tribunal Regional Federal
Lei Orçamentária Anual (LOA). (E) Tribunal de Contas da União
(E) é constituída por três orçamentos: fiscal, seguridade social
e investimentos das empresas. 11- O que define a política fiscal e qual é sua principal aplica-
ção?
(A) Decisões sobre emissão de moeda e controle de inflação.
(B) Regulação do mercado de capitais e controle de investimen-
tos.

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(C) Decisões sobre tributação e gastos públicos, influenciando


a economia.
ANOTAÇÕES
(D) Gestão de políticas externas e relações comerciais interna- ______________________________________________________
cionais
______________________________________________________
12-Qual das seguintes opções melhor descreve a importância
do orçamento público? ______________________________________________________
(A) Estabelecer padrões de comércio exterior.
(B) Planejar receitas e despesas, refletindo as prioridades eco- ______________________________________________________
nômicas e políticas.
______________________________________________________
(C) Definir taxas de juros bancários.
(D) Regular a cotação da moeda nacional ______________________________________________________
13-Quais são as principais características de um sistema tribu- ______________________________________________________
tário eficiente?
(A) Alta complexidade e taxas de tributação variáveis. ______________________________________________________
(B) Foco exclusivo em grandes corporações.
(C) Equidade, simplicidade e eficiência econômica. ______________________________________________________
(D) Tributação progressiva e incentivos fiscais para exportação.
______________________________________________________
14-Qual é a principal fonte de receita do Estado brasileiro? ______________________________________________________
(A) Impostos, taxas e contribuições.
(B) Empréstimos internacionais. ______________________________________________________
(C) Vendas de empresas estatais.
(D) Doações de organizações internacionais _____________________________________________________

15-Como são classificadas as despesas do governo brasileiro? _____________________________________________________


(A) Despesas primárias e secundárias.
(B) Despesas correntes e de capital. ______________________________________________________
(C) Despesas fixas e variáveis.
______________________________________________________
(D) Despesas internas e externas.
______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 E
______________________________________________________
2 E
3 B ______________________________________________________
4 B ______________________________________________________
5 D
______________________________________________________
6 B
______________________________________________________
7 A
8 A ______________________________________________________
9 A ______________________________________________________
10 A
______________________________________________________
11 C
12 B ______________________________________________________

13 C ______________________________________________________
14 A
______________________________________________________
15 B
______________________________________________________

______________________________________________________
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