Você está na página 1de 25

PRINCIPAIS TEMAS DA ATUALIDADE NA ÁREA DA SEGURANÇA PÚBLICA –

CONCURSO POLÍCIA CIVIL DE PERNAMBUCO.

TEMA 01 - A POLÍCIA CIVIL E O COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.

A violência doméstica possui origens relacionadas a questões sociais e


culturais que, apesar de ser cada vez menos aceita, ainda permanece nas formas
mais sutis. Nesse sentido, a polícia civil desempenha um papel fundamental no
combate a esses delitos e enfrenta desafios para aprimorar a sua eficácia na
atuação em crimes praticados contra as mulheres.

Em primeiro lugar, segundo Lei Maria da Penha, no seu art. 5º,


configura-se como violência domestica qualquer forma de violência baseada em
gênero que resulte em morte, lesão, sofrimento ou dano. Além disso, considera-se
também qualquer violência domestica aquela que ocorre entre membros que
habilitam um mesmo local, sejam unidos de forma civil, ou agressões contra
crianças e idosos. Diante disso, entre os fatores sociais que são facilitadores da
violência estão o abuso de bebidas alcoólicas ou drogas, que provoca conflitos no
lar e podem resultar em agressões físicas ou uso de armas de fogo. Outra questão
que impacta fortemente nos índices de violência, sobretudo contra a mulher, é o
desemprego e os problemas financeiros que geram, muitas vezes, desequilíbrios
emocionais e tornam os indivíduos mais propensos a praticarem delitos.

Nessa perspectiva, a Polícia Civil desempenha um papel fundamental no


combate aos crimes cometidos contra as mulheres. Existem em Pernambuco, por
exemplo, delegacias especializadas de defesa da mulher, que funcionam para
receber vítimas de violência domestica que desejam solicitar à justiça medidas
protetivas de urgência, como o afastamento do agressor do lar, a proibição de
aproximação, bem como encaminhar requisições para que a vitima seja submetida
ao Exame de corpo de delito, a fim de encontrar vestígios provocados pelo
agressor. Outrossim, durante o período de isolamento social, as mulheres que
sofreram agressão verbal ou ameaças puderam registrar um boletim de ocorrência
com maior segurança e sem sair de casa, através do serviço on-line conhecido
como delegacia interativa.

Por fim, diante do contexto de violência domestica, há a necessidade do


aperfeiçoamento dos serviços prestados pela polícia civil. Nesse viés, urge a
expansão de projetos voltados para a disseminação dos direitos da população
feminina, por meio de palestras e campanhas em mídias digitais e televisivas, em
parceria com a Secretaria da Mulher e Direitos humanos, com o intuito de informar
e encorajar vítimas em situação de vulnerabilidade, sobretudo aqueles que residem
longe das delegacias especializadas e que, consequentemente, encontre mais
dificuldades para formalizarem uma denúncia.
TEMA 02 - A IMPORTÂNCIA DO USO DA TECNOLOGIA NO COMBATE À
CRIMINALIDADE.

Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais


importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante
o direito à segurança. Entretanto, a subutilização da tecnologia no combate à
criminalidade impede que os brasileiros usufruam desse direito constitucional. Com
efeito, a desconstrução da involução digital, bem como do despreparo do Estado
são iniciativas capazes de fazer com que o problema seja tratado com a devida
importância.

Diante desse cenário, a desatualização da polícia dificulta o combate


aos delitos. Nesse sentido, em 1996, o sequestro e a morte da menina Amber
Hagerman motivaram os Estados Unidos a desenvolver um aviso sonoro capaz de
comunicar o rapto de crianças, em massa e de forma sincronizada com as mídias
sociais. Por sua vez, o Brasil ainda está distante da inteligência aplicada nos EUA,
já que não possui a tecnologia necessária para solucionar os crimes de forma
rápida e segura. Inclusive, como prova desse grave retrocesso, até 2019, não
havia um cadastro unificado de pessoas desaparecidas para agilizar a resolução dos
sequestros no Brasil. Assim, a falta de estratégias inovadoras evidencia o atraso
da nação verde-amarela, e, se a involução digital for a regra, o combate eficaz à
criminalidade será a exceção.

Ademais, a Quarta Revolução Industrial – marcada pelo surgimento da


robótica – representa o estágio mais avançado da evolução digital e pode cooperar
significativamente para as necessidades da atual geração. Ocorre que o Estado
brasileiro se mostra desatualizado, já que utiliza pouco – ou nada – a inteligência
artificial e a nanotecnologia proporcionada pela Revolução 4.0. Nesse sentido, as
inovações não recebem a devida importância, e as autoridades policiais
combatem os crimes de forma analógica e retrógrada. Dessa forma,
enquanto a polícia não for atualizada, o Brasil será obrigado a conviver com um dos
mais graves problemas para os cidadãos: a criminalidade.

É urgente, portanto, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em


parceria com os estados federativos ofereçam a atualização necessária à polícia,
por meio de projetos estratégicos, como a compra de ―drones‖ e de ―softwares‖
avançados que sejam capazes de auxiliar no cotidiano dos agentes de segurança.
Essa iniciativa teria a finalidade de mitigar o despreparo na resolução dos
conflitos e de garantir que o Brasil seja uma nação segura e, de fato, de livre de
qualquer forma de criminalidade.
TEMA 03 – ALTERNATIVAS PARA COMBATER OS CRIMES CIBERNÉTICOS NA
SOCIEDADE BRASILEIRA.

A Constituição Federal de 1988 – documento da liberdade, da dignidade


e da justiça social no Brasil – assegura a todos o direito à privacidade e à
integridade moral. Entretanto, a perpetuação de crimes cibernéticos no Brasil
evidencia que nem todos experimentam as garantias previstas na Carta Magna.
Diante de tal cenário, a solução do problema depende de estratégias que
desconstruam a omissão do Estado e a sensação de impunidade.

À vista disso, a inércia das autoridades públicas permite a manutenção de


infrações no ciberespaço. Nesse sentido, Norberto Bobbio – expoente filósofo
italiano – defendeu, em sua obra ―Dicionário de política‖, que as instituições
estatais modernas se mostram incapazes de solucionar as demandas decorrentes
de crimes cometidos na sociedade. A esse respeito, os delitos virtuais se
encaixam no problema denunciado pelo filósofo, na medida em que o Estado não
dispõe de políticas públicas eficazes para reprimir os infratores que atuam
virtualmente. Assim, enquanto a carência estatal for a regra, a segurança digital
será a exceção.

Ademais, a sensação de impunidade dá ensejo a novos crimes virtuais.


Nesse viés, Steve Jobs – criador da Apple e entusiasta da tecnologia – defendia
que a internet deve servir para o benefício das relações humanas e contribuir para
a coesão social. Ocorre que a atuação de ―hackers‖ corrompe o ideal proposto por
Jobs, na medida em que faz da internet um ambiente hostil, principalmente, em
razão da falta de punição para aqueles que cometem furto de dados, invasão de
privacidade e pedofilia digital. Desse modo, enquanto a impunidade se mantiver, o
Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas
contemporâneos: os cibercrimes.

Cabe, portanto, ao Ministério Público promover campanhas, em parceria


com as delegacias, com o intuito de intensificar ações educativas que visem
desconstruir os delitos virtuais. O ―Parquet‖ deve, ainda, ajudar no combate aos
crimes cibernéticos, por meio das ações judiciais pertinentes, a exemplo da ação
penal pública, a fim de garantir a punição dos infratores que atuam na rede
mundial de computadores. Assim, todos poderão, de fato, experimentar a
dignidade idealizada na Carta Política.
TEMA 04 - ALTERNATIVAS PARA PREVENIR A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
CONTRA CRIANÇAS NO BRASIL.

Em 2021, a sociedade ficou marcada por um triste episódio envolvendo


agressões a crianças: o assassinato de Henry Borel, que, embora seja cruel, não é
raro no Brasil. Nesse sentido, a violência doméstica contra meninos e meninas
representa grave problema e pode motivar outros casos como o de Henry. Com
efeito, para prevenir a hostilidade, há de se criar alternativas para valorizar a
dignidade humana infantil, bem como combater o assédio moral dentro dos lares.
Diante desse cenário, a violência doméstica contra as crianças fragiliza a
sua integridade. A esse respeito, no contexto do Iluminismo, a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão foi um dos primeiros tratados internacionais a
considerar meninos e meninas como hipossuficientes — indivíduos que dependem
de proteção dos pais e do Estado. Ocorre que o Poder Público e a família se
mostram incapazes de proteger a infância, tal como estabeleciam os iluministas no
século XVIII. Desse modo, a persistência do abandono parental, do assédio sexual
e das faces cruéis da violência contra as crianças representa grave retrocesso.
Assim, não é razoável que, em vez de ser um ambiente seguro, os lares
simbolizem lugares hostis e traumáticos.
Ademais, a manipulação emocional sobre a criança dá lugar a prejuízos
psicológicos. Sobre isso, o médico Peter Sifneos nomeou como ―Alexitimia‖ o
conceito clínico conhecido popularmente como ―cegueira emocional‖, segundo o
qual o relacionamento tóxico com os genitores pode provocar na criança a perda da
capacidade de demonstrar afeto. Nesse sentido, muitas famílias são imprudentes
com os filhos e, assim, são responsáveis por ocasionar consequências irreparáveis
como a síndrome definida por Sifneos. Desse modo, enquanto os maus-tratos não
forem evitados, a sociedade terá de conviver com um dos piores obstáculos para o
desenvolvimento: o caos familiar.
É urgente, portanto, que as escolas — responsáveis pela transformação
social — devem contribuir para a garantia da dignidade humana na infância, por
meio de projetos pedagógicos, como palestras e ações abertas à comunidade,
capazes de proteger a infância. Essa iniciativa teria a finalidade de repudiar os
casos cruéis de agressão doméstica, a exemplo do abandono parental e do assédio
sexual. Assim, será possível garantir que episódios tristes como o da morte do
menino Henry deixem de ser, em breve, realidade no Brasil.
TEMA 05 – ALTERNATIVAS PARA PREVENIR A VIOLÊNCIA NO AMBIENTE
ESCOLAR.

Em 2011, o Brasil ficou marcado por uma das mais graves tragédias da
história: o Massacre de Realengo, que ceifou a vida de 11 alunos da escola
carioca Tasso da Silveira. Nesse sentido, a violência no ambiente escolar se
mostra grave problema e permite a ocorrência de episódios cruéis como o de 2011.
Com efeito, as alternativas para prevenir a insegurança nas instituições do ensino
pressupõem que se desconstrua a maldade humana e a omissão do Estado.
Diante desse cenário, a filósofa Hannah Arendt desenvolveu o conceito
conhecido como Banalidade do Mal, segundo o qual as atitudes cruéis são parte do
cotidiano moderno e tornam as relações sociais cada vez mais caóticas. Nesse
viés, substancial parcela dos estudantes brasileiros manifesta na prática a cultura
de hostilidade definida por Arendt, o que se mostra grave problema e motiva os
casos de violência em suas faces mais perversas – ―bullying‖, ofensas a
professores, depredação de patrimônio. Dessa forma, não é razoável que o Brasil
ainda se mantenha incapaz de prevenir a violência nas escolas.
Ademais, John Locke – filósofo conhecido como pai do liberalismo –
construiu a tese de que os indivíduos cedem sua confiança ao Estado, que, em
contrapartida, deve garantir direitos aos cidadãos. Todavia, a ideia de Locke está
distante de ser a realidade nas escolas, haja vista a falta de iniciativa das
autoridades em evitar conflitos, garantir a segurança e a paz no ambiente escolar,
o que permite a ocorrência de histórias cruéis como a experimentada por alunos em
Realengo. Assim, enquanto a inércia do Estado se mantiver, os estudantes serão
obrigados a conviver com um dos mais graves problemas para a sociedade
contemporânea: a violência nas escolas.
Para mitigar, portanto, as diversas faces da hostilidade nas instituições de
ensino, as próprias escolas – responsáveis pela transformação social – devem
desconstruir a maldade presente no ambiente estudantil, por meio de
projetos pedagógicos, como gincanas e ações comunitárias capazes de promover
a harmonia. Essa iniciativa teria a finalidade de reafirmar o papel da escola na
mediação dos conflitos e de garantir que o Brasil seja uma nação solidária e, de
fato, livre da violência na escola.
TEMA 06 - O PROBLEMA DA PRÁTICA DE PERSEGUIÇÃO SISTEMÁTICA NA
INTERNET EM QUESTÃO NO BRASIL.

Em 1988, representantes do povo – reunidos em Assembleia Constituinte –


instituíram o Estado Democrático, a fim de garantir a privacidade e a segurança
como valores supremos de uma sociedade fraterna. Entretanto, a prática da
perseguição sistemática na internet impede que os brasileiros experimentem esse
direito constitucional na prática. Com efeito, a solução do problema pressupõe que
se combata não só a maldade humana, mas também a omissão estatal.
Diante desse cenário, a hostilidade dá ensejo à perseguição sistemática na
―web‖. A esse respeito, Hannah Arendt – expoente filósofa alemã – desenvolveu o
conceito conhecido como Banalidade do Mal, segundo o qual as atitudes cruéis se
mostram comuns entre os indivíduos e tornam as relações humanas cada vez mais
hostis. Nesse sentido, a vigilância permanente – denominada ―stalking‖ – simboliza
a crueldade repudiada por Arendt: os agressores perseguem suas vítimas dentro e
fora do ciberespaço e constroem um ambiente de opressão constante, o que
representa grave problema no Brasil. Assim, enquanto a maldade humana for a
regra, a dignidade e a privacidade serão a exceção.
Nesse sentido, assim como em ―1984‖, o Estado brasileiro se torna
responsável pela conduta criminosa do ―stalking‖, ainda que por omissão. Sobre
isso, o filósofo italiano Norberto Bobbio, em seu ―Dicionário de política‖, denuncia
que as autoridades públicas se mostram incapazes de suprir as demandas da
sociedade, a exemplo da segurança. Nesse viés, a polícia brasileira se enquadra
na crítica de Bobbio e, ainda que haja lei capaz de punir os ―stalkers‖, o Estado tem
sido ineficaz no combate à perseguição reiterada no ciberespaço, o que contribuiu
para a impunidade dos agressores e motiva novos casos. Logo, se a inércia estatal
se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas
contemporâneos: a opressão cibernética.
Portanto, o Ministério Público – responsável pela garantia dos direitos
constitucionais – deve combater a prática da vigilância sistemática na rede e
garantir a dignidade dos indivíduos, por meio de parcerias com as delegacias de
polícia especializadas em crimes virtuais. Essa iniciativa do MP faria o Estado deixar
a situação de omissão acerca do problema e teria a finalidade de construir um
ambiente cibernético saudável e respeitoso. Assim, o Brasil será conhecido como
nação justa, digna e, de fato, livre da perseguição sistemática.
TEMAS 07 – FORMAS PARA COMBATER O TRÁFICO DE PESSOAS NO BRASIL.

Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais


importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante o
direito à dignidade humana. Entretanto, o tráfico de pessoas impede que os
brasileiros usufruam desse benefício constitucional. Com efeito, as formas para
combater esse problema pressupõem que se repudie a histórica exploração e que
se valorize o tratamento digno.
Diante desse cenário, o Período Colonial foi marcado pela remoção forçada
de pessoas, com objetivo de explorá-las nos engenhos de cana. Esse fenômeno,
embora amplamente combatido, ainda se mostra presente na sociedade, que se
acostumou a explorar indivíduos. Nesse sentido, o tráfico de pessoas evidencia
grave retrocesso, já que, mesmo no século XXI, a mazela da Colônia se repete e
milhares de brasileiros vivem a cruel realidade do contrabando humano. Assim,
uma forma de combater o problema seria garantir o direito à proteção e à
segurança, que têm sido distribuídos como privilégios.
Ademais, a perpetuação do tráfico de pessoas fragiliza a dignidade humana
de forma irreparável. Sobre isso, em 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão foi um dos primeiros tratados internacionais a garantir o tratamento
adequado a todos os indivíduos, com especial proteção aos grupos vulneráveis.
Todavia, a prática deplorável da remoção forçada de brasileiros evidencia
que a sociedade contemporânea ainda tem sido incapaz de colocar em prática um
dos direitos mais básicos previstos desde o século XVIII – a dignidade. Logo,
enquanto a falta de segurança se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com
um dos mais graves problemas para as vítimas: o comércio humano.
É urgente, portanto, que o Ministério Público — responsável pela proteção
dos grupos vulneráveis — combata o tráfico de pessoas, por meio de políticas
públicas, como o envio de autoridades policiais a locais alvos de denúncias de
receptação de vítimas. Essa iniciativa teria a finalidade de desconstruir a cultura de
exploração de pessoas e de garantir que o Brasil seja uma nação justa, solidária e
que seja capaz de garantir, de fato, a dignidade humana.
TEMA 08 – O PROBLEMA DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA NO BRASIL
CONTEMPORÂNEO.

A República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de


Direito e tem como fundamento a proteção à saúde. Portanto, não é razoável que a
dependência química ainda represente um problema no país, o que vai de encontro
ao princípio republicano. Com efeito, a construção de uma sociedade que valoriza o
bem-estar social pressupõe que se combate o consumo de drogas.

Diante desse cenário, persiste a omissão das autoridades públicas acerca da


dependência química. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman desenvolveu o
conceito de Instituição Zumbi, segundo o qual o Estado perdeu a sua função social,
mas manteve — a qualquer custo — a sua forma. Nesse viés, o SUS se enquadra
na teoria das instituições zumbis, na medida em que não há campanhas efetivas de
combate ao uso de drogas — lícitas e ilícitas — e é ineficiente no acompanhamento
dos dependentes. Assim, enquanto o problema denunciado por Zygmunt Bauman
for a regra, o enfraquecimento do uso de drogas será a exceção.
Ademais, há de se desconstruir a cultura histórica de consumo de
entorpecentes, cuja consequência é a dependência química. Nesse sentido, o
Movimento de Contracultura — estabelecido em meados do século XX — utilizava
as drogas como estratégia de subversão social, herdada do Movimento Hippie
norte-americano. Essa prática imprudente se perpetua no Brasil contemporâneo e
pode ser recebida no comportamento de indivíduos de todas as faixas etárias que
usam substâncias capazes de acarretar vícios, o que pode ser irreversível. Dessa
forma, se a inconsequência experimentada no Movimento Hippie se mantiver, o
Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas de saúde
pública: a dependência química.
Impende, portanto, que o Brasil contemporâneo não seja um país de
dependentes químicos. Para isso, o Ministério da Saúde, responsável pela qualidade
de vida da população, deve realizar campanhas efetivas de combate ao uso de
drogas, por meio da divulgação dos riscos irreversíveis de algumas substâncias,
como a cocaína e a nicotina, para que haja estímulo a práticas saldáveis. Por sua
vez, os indivíduos podem realizar debates, por intermédio das mídias sociais,
capazes de desconstruir a imprudência cultural acerca do consumo de
entorpecentes, como havia no Movimento Hippie, a fim de que o combate à
dependência química deixe de ser, no país, apenas teoria.
TEMA 09 – A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO AO SUICÍDIO NO BRASIL.

Em 1994, Mike Emme — rapaz norte-americano de apenas 17 anos — tirou


a própria vida e motivou o início de uma das campanhas mais relevantes para a
sociedade: o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. Todavia, o combate ao
problema não se mostra efetivo no Brasil, o que faz surgir, a cada dia, outros
―mikes‖, seja pela inabilidade social em discutir acerca do suicídio, seja pela pouca
importância dada aos transtornos mentais daqueles que buscam a morte
voluntária.
Diante desse cenário, Johann Goethe — fundador do Ultrarromantismo
europeu — relacionou a ideação suicida aos sentimentos do eu-lírico, em sua obra
―Sofrimentos do Jovem Werther‖. Para o escritor, tirar a própria vida seria o
símbolo da fuga existencial: conceito reproduzido por outros autores. Ocorre que a
romantização do suicídio proposta por Goethe se converteu em indiferença no
imaginário da sociedade brasileira, de modo que a morte voluntária não recebe a
devida importância, o que se mostra grave problema social. Nesse viés, não é
razoável que os brasileiros menosprezem a ideação suicida e sejam omissos aos
comportamentos que a revelem.
Ademais, a omissão às doenças psiquiátricas dá lugar à busca pela morte
voluntária. Sobre isso, no século XVIII, o suicídio passou a ser tratado como uma
atitude derivada de distúrbios mentais, a exemplo da depressão. Nesse sentido, o
médico francês Philippe Pinel foi pioneiro em propor o tratamento medicalizado
daqueles que tentam subtrair a própria vida. Entretanto, substancial parcela dos
brasileiros é indiferente aos avanços da psiquiatria, promovidos no século XVIII.
Essa atitude omissa representa obstáculo para que a campanha do Setembro
Amarelo cumpra seus objetivos, e, enquanto o silêncio da sociedade se mantiver, o
mundo será obrigado a conviver com o mal do século: o suicídio.
O problema que ceifou a vida de Mike Emme precisa, pois, receber a devida
importância no Brasil. Para que isso ocorra, as escolas — no exercício do seu papel
social — devem desconstruir a visão reducionista do suicídio e dar mais visibilidade
aos distúrbios mentais, a exemplo da depressão. Essa iniciativa aconteceria por
meio de um projeto pedagógico, que poderia se chamar ―Cada vida conta‖, no qual
os indivíduos seriam estimulados a compartilhar suas angústias, a fim de receber o
devido tratamento e, dessa forma, fortalecer a saúde mental e retomar, portanto, a
vontade pela vida.
TEMA 10 – COMO COMBATER OS CRIMES DE PEDOFILIA NO BRASIL?

O romance "Lolita" — obra russa produzida em 1955 — narra a terrível


relação sexualizada entre uma criança e um homem, que coloca na menina o
apelido que dá nome ao livro. Todavia, narrativas repugnantes como a de "Lolita"
são comuns fora da ficção e representam na prática um dos mais graves problemas
da sociedade: a pedofilia. Assim, para mitigar essa mazela, há de se combater o
silêncio da família e do Estado.
Diante desse cenário, não há como mitigar a exploração sexual infantil
velada se os responsáveis se mantiverem omissos. Nesse viés, desde a Era Vargas,
as crianças são consideradas hipossuficientes — grupos vulneráveis dependentes de
cuidados integrais — e tiveram a proteção consolidada no artigo 6° da atual
Constituição. Ocorre que substancial parcela das famílias brasileiras é incapaz de
oferecer o cuidado historicamente consolidado por Vargas e pela Carta Magna
vigente. Inclusive, os agressores costumam ser justamente aqueles que deveriam
cuidar da integridade da criança. Com efeito, os abusos a meninos e a meninas se
mostram atitudes cruéis e, se não forem combatidos a tempo, terão consequências
irreparáveis à formação infantil.
Ademais, a OMS classificou a pedofilia como um transtorno mental, a fim de
evidenciar que a exploração sexual às crianças não deve ser vista apenas como um
crime, mas também como um desvio psiquiátrico do agressor. Todavia, a
ineficiência do combate à pedofilia pelo Estado brasileiro é incompatível com a
relevância proposta pela Organização Mundial da Saúde, de modo que campanhas
nas mídias sociais — a exemplo do Maio Laranja — são insuficientes para garantir a
proteção da infância e da dignidade humana. Desse modo, é incoerente que,
mesmo sendo Estado Democrático de Direito, o Brasil ainda permita que as
crianças protagonizem lolitas em suas próprias realidades.
A pedofilia, portanto, precisa ser repudiada pelas famílias e pelo Poder
Público. Nesse sentido, o Ministério Público, com o auxílio das autoridades
escolares, deve ensinar a população a combater esse crime, por meio de projetos
pedagógicos, como oficinas e palestras, capazes de orientar pais e responsáveis a
identificar os casos de pedofilia dentro dos seus próprios lares. Essa iniciativa teria
a finalidade de problematizar a omissão familiar e reafirmar a presença do Estado
na repressão a esse crime, de sorte que meninos e meninas vivam, de fato, em
uma sociedade livre, justa e responsável.
TEMA 11 - ALTERNATIVAS PARA COMBATER A PIRATARIA ENTRE OS
BRASILEIROS.

Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia Constituinte —


instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar os direitos autorais como
valor supremo de uma sociedade fraterna. Entretanto, a pirataria vai de encontro à
determinação constitucional e representa uma estratégia ilegal entre os brasileiros.
Com efeito, as alternativas para combater o problema passam pela valorização do
senso de coletividade e pela garantia do acesso à renda.
Sob uma primeira análise, persiste entre os cidadãos o desejo constante de
se beneficiar a qualquer custo. A esse respeito, Sérgio Buarque de Holanda
desenvolveu, em sua obra ―Raízes do Brasil‖, o conceito de Cordialidade, que
consiste na cultura enraizada de buscar situações que favoreçam os interesses
individuais, independentemente das consequências. Nesse viés, a pirataria é uma
das faces do jeitinho brasileiro, denunciado pelo sociólogo, na medida em que
muitos indivíduos se acostumaram a consumir produtos do comércio ilegal. Logo, é
incoerente que a infração às leis faça parte do comportamento cultural do
brasileiro.
Nesse sentido, desde o Período Colonial, parte considerável da população é
excluída do acesso a condições financeiras dignas, o que obrigou — e ainda obriga
— o indivíduo pobre a encontrar formas alternativas de acessar cultura e
entretenimento. Nesse sentido, os crimes de pirataria, embora sejam injustificáveis
sob o ponto de vista legal, representam opções para que homens e mulheres
carentes consigam assistir a um filme ou ouvir uma produção musical. Inclusive, os
altos impostos que incidem sobre bens e serviços colaboram para que a arte e o
lazer sejam consumidos apenas pela minoria, assim como ocorria no Brasil Colônia.
Assim, enquanto a concentração de renda for a regra, o brasileiro será obrigado a
conviver com este grave problema: a pirataria.
Há de se pensar, portanto, em alternativas para mitigar o consumo de
produtos e de serviços não originais. Dessa maneira, o Ministério da Mulher, Família
e Direitos Humanos, cuja função é realizar a defesa das minorias e formular
políticas de inclusão, deve estimular o senso de coletividade dos indivíduos, com o
apoio de assistentes sociais, por intermédio de debates realizados nas
comunidades, a fim de desconstruir a cultura de Cordialidade. Essa iniciativa
poderia se chamar ―Ética é legal‖ e teria a finalidade de discutir a desigualdade
social, de sorte que a sociedade não contribua com as ações antiéticas. Assim, o
problema denunciado por Sérgio Buarque de Holanda deixará de ser um costume
no Brasil.
TEMA 12 – O ADVENTO DAS INFORMAÇÕES FALSAS NO BRASIL
CONTEMPORÂNEO.

No século XV, Johannes Gutenberg deu início à imprensa e democratizou o


acesso à informação por meio de seu invento. Entretanto, na contemporaneidade, a
invenção de Gutenberg cedeu lugar à de Zuckerberg: o ―Facebook‖, que, junto às
outras mídias sociais, propaga notícias parciais. Com efeito, o advento das
informações falsas se mostra grave problema à sociedade democrática seja pela
sua influência imperceptível, seja pelos prejuízos ao interesse público.
Diante desse cenário, informações inverídicas funcionam como discurso de
controle simbólico. A esse respeito, o sociólogo francês Michel Foucault defendia
que as estruturas linguísticas são capazes de impor verdades aos interlocutores.
Assim, as fontes que veiculam informações infundadas reafirmam pontos de vista e
motivam as ações dos indivíduos, mesmo sem provas concretas. Nesse contexto,
as notícias falsas que circulam na mídia e internet brasileiras exercem poder sobre
os indivíduos, justamente porque toda linguagem é dotada de ideologia, segundo
Foucault. Ocorre que significativa parcela da sociedade brasileira ainda não
compreende o poder de controle do discurso.
De outra parte, a disseminação de notícias falsas pode prejudicar os
interesses nacionais. Nesse sentido, em 1995, chegaram a Nelson Mandela boatos
segundo os quais haveria atentados durante a Copa de Rúgbi. Essas informações
não se concretizaram, e a África do Sul sediou os jogos, cuja função foi unir
brancos e negros após a vigência do Apartheid. Porém, em oposição ao exemplo de
Mandela, muitos cidadãos brasileiros permanecem superestimando conteúdos
políticos e sociais infundados, de modo que, enquanto a cultura de indiferença à
veracidade de informações se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver
diariamente com um dos mais graves problemas para a pós-modernidade: as
notícias falsas.
Impende, pois, que a cultura da desinformação seja combatida na
contemporaneidade brasileira. Sob esse aspecto, as escolas e a Agência Lupa –
pioneira em ―fact-checking‖ no Brasil – devem ensinar os cidadãos a questionar a
veracidade de todos os conteúdos veiculados, por meio de oficinas práticas de
aferição de verossimilhança, a exemplo do tipo de fonte e linguagem utilizada no
conteúdo a ser checado. Essa iniciativa poderia se chamar ―Fato ou Fake‖ e teria a
finalidade de estimular o senso crítico dos indivíduos. Com isso, seriam preservados
os interesses nacionais, e o Brasil deixará de ter, na prática, a verdade fragilizada.
TEMA 13 – O HISTÓRICO DESAFIO DO RESPEITO ÀS LEIS PELA
POPULAÇÃO BRASILEIRA.

Em 1748, o filósofo Montesquieu desenvolveu a obra ―O Espírito das Leis‖,


segundo a qual as sociedades devem obedecer às normas instituídas, sob pena de
haver desequilíbrio social. Entretanto, parcela dos indivíduos contemporâneos é
incapaz de aplicar a ideia de Montesquieu, na medida em que a cultura de
transgressão às leis se mostra um problema cada vez mais comum, seja pelo
costume histórico de transgressão, seja pela indiferença ao Estado de Direito.
Diante desse cenário, a desobediência às normas fragiliza a democracia.
Sobre isso, Hans Kelsen — filósofo do século XX — desenvolveu a ideia de que há
hierarquia entre as leis, e a vontade do povo deve ser submissa às normas de um
Estado Democrático de Direito. Ocorre que a sociedade contemporânea subverte a
proposta de Kelsen: os cidadãos colocam suas vontades acima das normas legais
instituídas pelo Estado, o que fortalece a cultura de transgressão e motiva a
existência de um falso Estado de Direito. Nesse viés, não é razoável que a
hierarquia estabelecida Hans Kelsen seja tratada com indiferença em uma nação
que almeja tornar-se desenvolvida.
Nesse sentido, a ―Cordialidade‖ — fenômeno popularmente conhecido como
―jeitinho brasileiro‖ — é um conceito criado por Sérgio Buarque de Holanda e
caracteriza o cidadão que busca burlar as normas para benefício próprio. Nesse
viés, substancial parcela dos indivíduos pratica a ―Cordialidade‖ definida pelo
sociólogo, que nada tem a ver com educação, e, pelo contrário, diz respeito a
atitudes antiéticas. Com efeito, essa característica nociva do brasileiro representa
um grave comportamento histórico, e, enquanto se mantiver, o Brasil será obrigado
a conviver com um dos mais sérios problemas para a cidadania: o desrespeito às
leis.
A ideologia de Montesquieu, portanto, precisa ser colocada em prática no
Brasil. Nesse sentido, as autoridades municipais devem ensinar o respeito ao
Estado de Direito e à cidadania, por meio de uma campanha com palestras e
oficinas comunitárias de valorização às normas. Essa iniciativa ocorreria em locais
públicos, poderia se chamar ―Respeito é legal‖ e teria a finalidade de desconstruir o
histórico comportamento do ―jeitinho brasileiro‖, de sorte a estimular que o Brasil
experimente, de fato, o espírito das leis.
TEMA 14 – O PROBLEMA DO DISCURSO DE ÓDIO NAS REDES SOCIAIS EM
QUESTÃO NO BRASIL.

Em 2006, o mundo presenciava o surgimento do ―Twitter‖, um microblog


on-line, cujo objetivo era disseminar a maior quantidade de informações de forma
rápida a fim de potencializar a interação social. Entretanto, a mídia social norte-
americana possibilitou a ocorrência de um dos mais sérios fenômenos da
contemporaneidade: o discurso de ódio, que representa grave problema, seja por
fragilizar a dignidade humana das vítimas, seja por evidenciar a maldade humana.
Diante desse cenário, a ―hashtag‖ ―MeToo‖ foi criada para denunciar crimes
de assédio e de exploração sexual, mas foi subvertida, já que os usuários da rede
passaram a criticar outros usuários cujas opiniões divergiam das suas. Com efeito,
a cultura do cancelamento é, hoje, um novo nome para um velho problema: o
discurso de ódio, que condena aqueles com posicionamentos diferentes e fragiliza o
direito à liberdade de expressão. Inclusive, os agentes do discurso ofensivo se
apoiam na aparente impunidade das redes sociais para tecer os mais cruéis
comentários, o que prejudica a dignidade humana e vai de encontro ao Estado
Democrático de Direito.
Inclusive, George Orwell desenvolveu a obra ―1984‖ e ilustrou uma
sociedade hostil que, a cada dia, dedicava dois minutos diante da teletela para
xingar e agredir verbalmente os inimigos do Partido — movimento chamado de
―Dois minutos de ódio‖. Fora da ficção, os usuários da rede reproduzem esse
mesmo comportamento do livro ―1984‖ e se colocam diariamente diante das telas
dos ―smartphones‖ para hostilizar outros indivíduos. Ocorre que, em vez de criticar
por apenas dois minutos, como narrou Orwell, as agressões ocorrem por horas, por
dias ou, até mesmo, por semanas. Assim, a cultura do cancelamento evidencia uma
das mais graves mazelas sociais: a maldade humana.
As redes sociais precisam, portanto, valorizar a interação humana e não o
oposto. Nesse sentido, as escolas, cuja função é promover a cidadania, deve
contribuir para desestimular a agressão na internet, por meio de um projeto
pedagógico composto por palestras e oficinas, que receberiam o nome de
―Cancelamento mata‖. Essa iniciativa teria a finalidade de mostrar os prejuízos à
dignidade humana e combater a maldade entre indivíduos de todas as faixas
etárias, de sorte que seja possível viver, em breve, em uma sociedade solidária,
justa e livre de qualquer cultura de hostilidade.
TEMA 15 – O PROBLEMA DO "BULLYING" NAS ESCOLAS BRASILEIRAS.

Em 2011, o Brasil ficou marcado pelo triste episódio do Massacre de


Realengo, protagonizado por um ex-aluno da escola Tasso da Silveira que havia
sido vítima de intimidação sistemática. Todavia, ainda são comuns os casos de
―bullying” nas instituições de ensino, o que pode motivar histórias cruéis como a
dez anos atrás. Com efeito, para desestimular o problema, há de se combater a
cultura de hostilidade, bem como a omissão do Estado.
Diante desse cenário, a violência nas escolas evidencia a maldade humana.
A esse respeito, Hannah Arendt desenvolveu o conceito conhecido como Banalidade
do Mal, segundo o qual as atitudes cruéis são parte do cotidiano moderno e tornam
as relações sociais cada vez mais caóticas. Nesse viés, a prática do ―bullying‖
representa a maldade denunciada pela filósofa alemã e é capaz de prejudicar não
só a vítima, mas toda a comunidade escolar. Dessa forma, enquanto, nas escolas, a
Banalidade do Mal for a regra, a cultura de paz será exceção.
Ademais, John Locke — filósofo conhecido como Pai do Liberalismo —
construiu a tese de que os indivíduos cedem sua confiança ao Estado, que, em
contrapartida, deve garantir segurança aos cidadãos. Ocorre que a ideia de Locke
está distante de ser a realidade nas escolas brasileiras, já que muitas se omitem
acerca dos casos de intimidação sistemática. Dessa forma, o silêncio de diretores e
de professores permite a ocorrência de histórias como o Massacre de Realengo, e,
se a inércia das autoridades escolares se mantiver, os estudantes serão obrigados a
conviver com um dos mais graves problemas para alunos e alunas brasileiros: o
―bullying‖.
Portanto, para que as instituições de ensino sejam, de fato, um local seguro,
diretores e professores devem combater a cultura de hostilidade enraizada, por
meio de eventos pedagógicos, como aulas e oficinas capazes de promover a
interação entre os alunos. Essa iniciativa poderia se chamar ―Escola Presente‖ teria
a finalidade de mostrar que as autoridades escolares não se omitem ante a prática
do ―bullying‖, de sorte que os estudantes possam usufruir, em breve, de uma
comunidade justa, solidária e livre de qualquer violência.
TEMA 16 - A IMPORTÂNCIA DO COMBATE AOS MAUS-TRATOS AOS
ANIMAIS.

A Declaração Universal dos Direitos dos Animais – promulgada em 1978pela


ONU — assegura às espécies domésticas e silvestres o tratamento com dignidade e
respeito. Entretanto, os frequentes casos de exploração impedem que lhes sejam
assegurados esses direitos na prática. Com efeito, não é razoável que, mesmo a
sociedade civil brasileira persista em negar direitos civis aos animais.
Diante desse cenário, os maus tratos vão de encontro à legislação nacional e
internacional. A esse respeito, em 1961, o então presidente Jânio Quadros
promulgou a lei que proíbe expressamente o desenvolvimento de competições
baseadas na mutilação e na morte de galos, cachorros, pássaros— conhecidas
como rinhas. Entretanto, mesmo após a vigência da lei de Jânio, ainda existem no
país locais que utilizam animais para a diversão humana e os submetem a
condições degradantes, o que deve ser desconstruído sob pena de prejuízos para a
sociedade e a biodiversidade.
Demais, o desrespeito aos animais pode colocar em risco o equilíbrio
ambiental. Nesse contexto, a Arara Azul — conhecida espécie em extinção —
alimenta-se das sementes da árvore Manduvi e faz seus ninhos na cavidade do
tronco dessa planta, cuja existência é importante à biodiversidade do Pantanal.
Ocorre que a retirada da Arara Azul do habitat natural coloca em risco a
perpetuação da própria ave, bem como interfere na dispersão das sementes da
Manduvi, o que é capaz de modificar negativamente a dinâmica das espécies.
Todavia, enquanto a exploração a animais se mantiver, o Brasil estará
impossibilitado de experimentar um dos direitos mais importantes assegurados pelo
artigo 225 da Carta Magna: o equilíbrio ambiental.
Portanto, para que o respeito aos animais seja, de fato, assegurado na
prática, a ONG WWF-Brasil, por meio de campanhas na mídia televisiva e na
internet, deve veicular breves documentários capazes de mostrar aos indivíduos os
prejuízos advindos da exploração às espécies silvestres, bem como repudiar os
maus tratos aos animais domésticos, com a finalidade de orientar a sociedade civil
a colocar em prática os direitos propostos pela ONU. Essa iniciativa da WWF-Brasil
é importante, porque problematizaria a função de entretenimento dos animais,
aumentaria sua valorização e colaboraria para que o respeito às espécies deixasse
de ser, no Brasil, um direito fragilizado.
TEMA 17 – CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE RUA: COMO COMBATER ESSE
PROBLEMA NO BRASIL?

O poema ―O Bicho‖, de Manuel Bandeira, narra uma cena ao mesmo tempo


cruel e comum: pessoas que vivem nas ruas e reviram o lixo para sobreviver.
Entretanto, episódios como esse se tornam ainda mais dramáticos quando são
crianças as protagonistas dessa situação de rua, o que torna urgente que se
garanta a dignidade humana e que se combata o individualismo.
Diante desse cenário, a ONU promulgou em 1948 a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, segundo a qual todos os indivíduos fazem jus a condições de
humanidade. Todavia, a falta de moradia, de vestuário e de higiene, bem como a
carência de serviços básicos subtrai da infância a dignidade garantida pelas Nações
Unidas. Nesse viés, meninos e meninas que vivem em logradouros públicos são
marginalizados, o que colabora para a sua progressiva vulnerabilidade, ao contrário
do que prevê a legislação internacional. Dessa forma, é incoerente que, mesmo no
século XXI, as crianças sejam obrigadas a fazer das ruas o seu lar.
Ademais, a omissão da sociedade dá lugar a narrativas análogas ao poema
modernista. Nesse viés, Simone de Beauvoir — expoente filósofa francesa —
desenvolveu o conceito conhecido como invisibilidade social, que consiste na
estratégia racional de ignorar grupos em vulnerabilidade. O corre que o egoísmo
denunciado por Beauvoir aprofunda desigualdades sociais e é ainda mais cruel para
este grupo: as crianças em situação de rua, que, embora sejam obrigadas a
trabalhar, são incapazes de prover o próprio sustento. Assim, invisibilidade é
sinônimo de agressão e violenta diariamente meninos e meninas que foram
impedidos de ter um lar.
A moradia deve ser, portanto, uma garantia da infância, tal como defendem
as Nações Unidas. Nesse sentido, o Ministério da Mulher, Família e Direitos
Humanos deve combater a vulnerabilidade infantil, por meio da confecção de um
cadastro de crianças em situação de rua e da oferta de casas lares disponíveis para
receber meninos e meninas, com abrangência nacional e divulgação pela grande
mídia. Essa iniciativa teria a finalidade de garantir dignidade humana às crianças e
dar publicidade à carência sofrida por elas, de sorte que os indivíduos sejam
sensibilizados, deixem de ser omissos e, enfim, contribuam para que as crianças
deixem de protagonizar ―O Bicho‖, de Manuel Bandeira.
TEMA 18 – O PROBLEMA DA VIOLÊNCIA CONTRA OS IDOSOS NO BRASIL.

Em 1909, Filippo Tommas o Marinetti — fundador da vanguarda futurista –—


divulgou o ―Manifesto Futurista‖: documento cujo conteúdo estabelecia a destruição
da memória passada e defendia não haver qualquer beleza na velhice. Com efeito,
a ideologia de Marinetti manifesta-se no imaginário daqueles que praticam com
violência contra os idosos, o que representa grave problema social. Assim, para que
a agressão dê lugar ao respeito, há de se descontruir a indiferença da sociedade e a
omissão do Estado.
Diante desse cenário, a violência simbólica, embora não seja evidente, afeta
a dignidade humana da população senil. A esse respeito, na obra ―A Velhice‖,
Simone de Beauvoir — expoente escritora do século XX — desenvolveu o conceito
de invisibilidade social, que consiste na indiferença crônica sofrida pelos idosos.
Nesse viés, a Terceira Idade é agredida de forma cruel quando não é percebida ou
quando as suas necessidades não são tratadas com atenção, o que manifesta na
prática a invisibilidade denunciada por Beauvoir. Desse modo, não é razoável que
homens e mulheres ignorem a existência daqueles cuja idade depende de atenção.
Nesse sentido, o silêncio do Estado permite a manutenção de posturas cruéis
contra a população sênior. Sobre isso, em 2003, foi sancionado o Estatuto do
Idoso, que prevê tratamento digno e isonômico, como a garantia da integridade
física e a proteção à discriminação. Todavia, poucas aplicações práticas têm sido
estendidas de fato aos lares dos brasileiros mais velhos, na medida em que as
cidades carecem de delegacias especializadas para acolher denúncias de maus-
tratos e de desrespeito, o que torna o Estatuto uma utopia. Nesse sentido,
enquanto a omissão estatal se mantiver, a população senil será obrigada a conviver
com uma das mais graves mazelas sociais: a violência.
É incoerente, portanto, que o Estado Democrático de Direito ceda lugar à
cruel ideologia de Marinetti. Para mitigar esse problema, o Poder Legislativo deve
combater a invisibilidade social acerca do tratamento à Terceira Idade e garantir
que essa parcela marginalizada receba as garantias previstas em seu Estatuto. Isso
ocorreria por meio da criação um projeto que se chamaria ―Idoso Visível‖ e que
destinaria cuidados específicos, como atendimento psicológico e delegacias
especializadas no combate à violência contra os mais velhos. Essa iniciativa teria a
finalidade de garantir que o Brasil passe a ser, enfim, uma sociedade justa,
solidária e livre de toda forma de agressão aos idosos.
TEMA 19 - O PROBLEMA DA VIOLÊNCIA URBANA NO BRASIL.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos — promulgada em 1948 pela


ONU — assegura a todos os indivíduos o direito à paz e ao bem-estar social.
Entretanto, os frequentes casos de violência urbana no Brasil impedem que os
brasileiros experimentem esse direito internacional na prática. Com efeito, não é
razoável que a falta de segurança pública e a violência ainda sejam tão comuns no
país que pretende alcançar a posição de Estado desenvolvido.
Diante desse cenário, a Organização das Nações Unidas, em2015, comparou
o número de mortes violentas intencionais do Brasil com a Síria e chegou à
conclusão de que as aproximadas 250 mil mortes em 5 anos de guerra no Oriente
Médio foram superadas pelas 280 mil mortes de brasileiros, no mesmo período de 5
anos. Nesse sentido, o Brasil, mesmo em tempos de paz, é mais violento do que
uma nação em intenso conflito armado, o que deixa implícito que o Estado
Democrático experimenta uma guerra não oficial, cujos números são tão — ou mais
— cruéis do que os da Síria.
Ademais, em 1966, o então presidente Castelo Branco instituiu os autos de
resistência, que são documentos capazes de justificar as mortes cometidas pelos
policiais militares. A motivação desses autos era justificar execuções extra-judiciais
a indivíduos que se opunham à ditadura e evitar a punição às autoridades. Ocorre
que a impunidade iniciada em 66 ainda produz efeitos e reflete nos excessos
cometidos pela PM brasileira. Porém, enquanto a polícia permanecer amparada
pelos autos de resistência, a sociedade será obrigada a viver diariamente com um
dos mais graves problemas do Estado Democrático de Direito: a sensação de
insegurança.
Urge, portanto, que o direito à paz e ao bem-estar social sejam, de fato,
assegurados na prática, como prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Nesse sentido, o Ministério Público Federal deve propor o fim dos autos de
resistência e fiscalizar a atividade policial, por meio de ações judiciais contra
ilegalidade e abuso de poder da PM. Essa iniciativa teria a finalidade de reduzir a
sensação de insegurança nas cidades e minimizar os número de mortes violentas
intencionais. Inclusive, a fiscalização do MPF é importante porque esse órgão tem a
função constitucional de garantir o Estado Democrático de Direito e evitar que se
perpetue, no Brasil, a guerra não oficial.
TEMA 20 - A QUESTÃO DO PORTE DE ARMAS EM DISCUSSÃO NO BRASIL.

No século XVII a.C., o Código de Hamurabi determinava que a população


fizesse a justiça por si mesma, o que ficou conhecido como lei de talião. Todavia,
após a criação do Estado Democrático de Direito, a ideologia ―olho por olho, dente
por dente‖, criada antes de Cristo, tornou-se imprópria. Nesse sentido, não é
razoável promover autotutela na segurança, sob pena de fragilizar o equilíbrio
social e potencializar a maldade.
Diante desse cenário, o conceito de Contrato Social — criado pelo filósofo
John Locke — propõe que o Estado deveria substituir a vontade da população, de
modo a garantir direitos a todos. Nesse viés, caso os cidadãos assumam o porte de
armas e façam a própria segurança, haverá desequilíbrio do Contrato Social, o que
representa prejuízo irreversível e fragiliza a ordem social — escassa na
contemporaneidade. Dessa forma, a ordem pública deve ficar a cargo de agentes
preparados para a tarefa, o que, entretanto, tem sido exceção.
Ademais, o porte de armas evidenciaria a maldade humana. A esse respeito,
a filósofa Hannah Arendt disserta que as atitudes cruéis fazem parte do cotidiano
moderno de homens e de mulheres, o que define o conceito conhecido com
Banalidade do Mal. Ocorre que a liberação social de armas de fogo poderia
potencializar a hostilidade, tornar a crueldade denunciada por Arendt cada vez mais
presente e fragilizar de forma irreparável a harmonia coletiva que ainda resta.
Desse modo, é incoerente que a nação busque ser pacífica, mas insista em
distribuir armas indiscriminadamente.
Para que a lei de talião, portanto, permaneça no passado, os indivíduos
devem repudiar a flexibilização do porte de armas, por meio de discussões nas
mídias sociais que mostrem as possíveis consequências da autotutela, como a
quebra do Contrato Social, de Locke, e o aumento da Banalidade do Mal, de Arendt.
Essa iniciativa teria a finalidade de pressionar as autoridades a garantirem a
segurança e, assim, reafirmar o verdadeiro Estado de Direito.
TEMA 21 - A CONSTRUÇÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NO
BRASILEIRO.

Em 1992, a ONU promoveu a Conferência da Terra e lançou metas a serem


aplicadas pelos países, a fim de preservar o meio ambiente. Entretanto, a iniciativa
das Nações Unidas não foi efetiva, já que, em regra, a sociedade ainda carece de
responsabilidade ambiental. Com efeito, para desenvolvê-la, há de se combater não
só o interesse privado das autoridades, bem como ao missão dos indivíduos.
Diante desse cenário, o conceito conhecido como "Cordialidade" foi criado
em 1936 por Sérgio Buarque de Holanda e diz respeito à inabilidade de valorizar o
interesse coletivo. Ocorre que não há como desenvolver a responsabilidade
socioambiental com atitudes cordiais por parte do poder público, que se omite ante
os impactos ambientais promovido por grandes empresas — agronegócio,
construtoras, mineradoras. Nesse sentido, enquanto a coletividade não for
privilegiada pelo Estado, serão comuns episódios graves, tais como os de Mariana e
de Brumadinho.
Ademais, a indiferença dos indivíduos acerca da sustentabilidade mostra-se
obstáculo para a preservação ambiental. A esse respeito, o filósofo contratualista
Jean-Jacques Rousseau defendia a tese segundo a qual os cidadãos seriam os
responsáveis por todos os rumos da sociedade democrática. Todavia, os indivíduos
contemporâneos são incapazes de colocar em prática a responsabilidade descrita
por Rousseau, abandonando à própria sorte ecossistemas e biomas. Assim, não é
razoável que a inércia social dê lugar a um dos mais graves problemas para as
presentes — e futuras —gerações: o desequilíbrio ambiental.
A Conferência da Terra, portanto, precisa ser, de fato, efetivada pela
sociedade. Nesse sentido, na condição de fiscal da lei, o Ministério Público deve, por
meio da Ação Civil Pública, processar as autoridades que permitem que grandes
empresas explorem o meio ambiente com pouca — ou nenhuma—responsabilidade.
A iniciativa do MP teria a finalidade de problematizar, com veemência, as questões
ambientais, e, assim, mobilizar todos os indivíduos, desconstruindo-lhes a inércia e
colocando a responsabilidade sócio ambiental em prática.
TEMA 22 - A CRISE DO SISTEMA CARCERÁRIO EM QUESTÃO NO BRASIL
CONTEMPORÂNEO.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos — promulgada em 1948 pela


ONU— assegura a todos os indivíduos o direito à dignidade humana. Entretanto, a
crise do sistema carcerário impede que os presos experimentem esse direito
internacional na prática. Com efeito, não é razoável que a péssima condição dos
presídios seja comum no país que pretende alcançar a restauração dos detentos,
bem como a posição de Estado desenvolvido.

Diante desse cenário, o sistema carcerário ineficiente é um obstáculo à


ressocialização. A esse respeito o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em sua obra
―Modernidade Líquida‖, desenvolveu o conceito de ―Instituição Zumbi‖, segundo
qual o Estado mantém — a todo custo— a sua forma, porém perdeu sua função
social, estabelecida pela lei. Nesse contexto, a atual estrutura penitenciária
configura-se como ―Instituição Zumbi‖, na medida em que deveria ressocializar o
preso, mas se mostra incapaz de fazê-lo. Todavia, é contraditório que o poder
público seja indiferente à função social do sistema carcerário.

Ademais, os problemas das prisões fomentam a cultura de violência. Nesse


sentido, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, em 2013, teceu críticas
contundentes à gravidade estrutural dos cárceres brasileiros, em virtude da
superlotação das celas, da mutilação dos presos, e das condições insalubres do
ambiente prisional — condições enquadradas no conceito jurídico de Estado de
Coisas Inconstitucional. Ocorre que as circunstâncias caóticas apontadas pela Corte
Interamericana contribuem para manutenção da cultura de violência dentro e fora
dos presídios. Contudo, enquanto o caos do sistema carcerário brasileiro se
mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas
para a sociedade civil: a violência.

Impende, portanto, que o direito à dignidade humana seja, de fato,


assegurado na prática, como prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Sob essa ótica, o Ministério Público Federal, por meio de ações judiciais avaliadas
com prioridade pelo Poder Judiciário, deve assegurar as condições de salubridade e
segurança, além de incentivar o estudo e o trabalho do preso. A iniciativa do MPF
teria finalidade de promover a ressocialização de presidiários e mitigar a cultura de
violência. Com isso, a situação do sistema carcerário seria modificada e colaboraria
para que os detentos deixassem de ter, no Brasil, sua dignidade fragilizada.
TEMA 23 - A IMPORTÂNCIA DO RESPEITO À DIVERSIDADE DE GÊNERO NO
BRASIL.

Em 1789, o Iluminismo consolidou a Declaração dos Direitos do Homem e do


Cidadão, garantindo pela primeira vez a dignidade humana a todos. Entretanto, os
frequentes casos de homofobia mostram que a sociedade brasileira está distante de
experimentar os ideais iluministas na prática. Com efeito, o combate a essa forma
de preconceito pressupõe que se desconstrua a omissão do Estado e o sexismo
cultural.

Diante desse cenário, a homofobia fragiliza o direito à dignidade humana


daqueles que fogem à dicotomia de gênero – homem ou mulher. Nesse contexto,
há ineficiência do Código Penal brasileiro na classificação do crime de homofobia,
que, inclusive, até 2012, era categorizado como simples agressão. Aliás, quando
são vítimas de violência, travestis, transgêneros, ―dragqueens‖ sentem-se
oprimidas pelos próprios agentes policiais, o que impede o prosseguimento das
denúncias. Com efeito, a criação do Disque 100 (Disque Direitos Humanos) não tem
sido suficiente para assegurar às minorias de gênero a verdadeira garantia ao
direito à dignidade humana, previsto no artigo 5º da Carta Magna.

Nesse sentido, em 1916, foi promulgado o primeiro Código Civil brasileiro,


que colocava a figura masculina em posição de superioridade. Esse machismo
institucionalizado ainda persiste como uma das principais causas para a intolerância
de gênero no Brasil e motiva atos de homofobia, praticados sobretudo por homens,
segundo pesquisa do IBGE em 2015. Inclusive, a violência de gênero é mais
praticada por homens justamente porque há legitimação cultural – e estatal – para
a superioridade masculina e para o hetero centrismo. Entretanto, enquanto o
sexismo se mantiver, a sociedade brasileira será obrigada a conviver diariamente
com um dos piores problemas para a contemporaneidade: a homofobia.

Urge, portanto, que a construção de uma sociedade livre, justa e solidária


seja, de fato, assegurada na prática, como prevê a Constituição Federal de 1988.
Nesse sentido, o Ministério Público Federal, por meio de ações judiciais avaliadas
pelo Poder Judiciário com prioridade, deve denunciar os casos de agressões
motivadas por questões de gênero, visando a desestimular futuros casos de
preconceito, advindos inclusive dos próprios agentes de segurança. A iniciativa do
MPF é importante porque essa entidade tem a função constitucional de garantir o
Estado Democrático de Direito e evitar que se perpetue, no Brasil, a diversidade
fragilizada.
TEMA 24 - VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS BRASILEIROS.

Nos Jogos Olímpicos de 2004, um irlandês interrompeu a prova do


maratonista Vanderley Cordeiro, que, por sua vez, permaneceu na competição e
demonstrou substancial espírito esportivo. Entretanto, a postura amistosa do atleta
não é a realidade na maioria dos estádios brasileiros, o que exige desconstrução da
maldade humana e da competitividade hostil.

Nesse sentido, a filósofa Hannah Arendt desenvolveu, em sua obra


―Eichmann em Jerusalém‖, o conceito da Banalidade do Mal, segundo o qual as
atitudes cruéis se tornaram parte do convívio social e se banalizaram na sociedade.
Ocorre que, no Brasil, a agressividade denunciada por Arendt ainda se perpetua no
imaginário contemporâneo e fomenta os casos de violência esportiva em suas faces
mais desumanas. Esse problema fragiliza o bem-estar dos indivíduos e representa
grave mazela social. Logo, não é razoável que, mesmo sendo nação pós-moderna,
os conflitos humanos descritos pela escritora sejam tratados com indiferença.

Ademais, é preciso que o contexto esportivo deixe de ser sinônimo de


competitividade hostil. Nesse sentido, Nelson Mandela — ex-presidente da África do
Sul — decidiu sediar, em 1995, a Copa do Mundo de Rúgbi e promoveu a união
social dentro dos estádios, onde brancos e negros ficaram de um mesmo lado com
objetivo iguais. Entretanto, embora o Brasil busque ser Estado desenvolvido, ainda
é incapaz de reproduzir os ideais propostos por Mandela. Nesse viés, as histórias
degradantes nas competições e a extrema insegurança torna inviável o progresso
nacional. Assim, enquanto as atitudes imorais forem a regra, as arenas brasileiras
conviverão com este obstáculo: a violência.

Para superar, portanto, os conflitos nos estádios, os indivíduos devem


repudiar a maldade banalizada, presente nas arenas esportivas, como as injúrias
raciais e os insultos verbais, por meio de debates nos núcleos sociais, a fim de
construir relações de empatia e de respeito. Por sua vez, o Ministério da Justiça
precisa promover políticas públicas nas competições, por intermédio da distribuição
de agentes de segurança, para que desconstruir a competitividade hostil e, assim,
demonstrar, tal como Vanderley Cordeiro, o espírito esportivo.
TEMA 25 - OS LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO ENTRE OS
BRASILEIROS.

Em 1789, o Iluminismo consolidou a Declaração dos Direitos do Homem e do


Cidadão, garantindo que os indivíduos expressassem suas opiniões de forma livre.
Entretanto, os excessos da liberdade de expressão mostram que o Brasil é incapaz
de experimentar os ideais iluministas de forma adequada. Com efeito, para garantir
limites, há de se combater o discurso de ódio e as notícias falsas.

Diante desse cenário, a cultura de intolerância motiva o uso impróprio da


liberdade de expressão. A esse respeito, o sociólogo Gilberto Freyre ensina, em
"Casa-grande e Senzala", que a sociedade impõe diversos padrões sociais, e quem
lhes desobedece é alvo de preconceito. Ocorre que, no Brasil, a intolerância
denunciada por Freyre é banalizada sob justificativa da liberdade de expressão,
mesmo sendo ofensiva àqueles que são alvo de crítica, o que se mostra obstáculo à
convivência social. Assim, não é razoável que o discurso de ódio permaneça soba
sombra da liberdade de expressão.

Ademais, a falta de limites dá lugar às notícias fadas. Nesse viés, no século


XX, o Michael Foucault afirmava que toda linguagem é dotada de ideologia e pode
influenciar os indivíduos sem que eles percebam — fenômeno conhecido como
Controle Simbólico. Nesse sentido, os brasileiros são imprudentes e inconsequentes
no poder da linguagem descrito por Foucault e usam sua liberdade para expressar
informações falsas e manipularas, o que representa grave prejuízo à sociedade.
Desse modo, enquanto a população for indiferente às consequências das "Fake
News", o poder simbólico da linguagem continuará sendo utilizado com pouca — ou
nenhuma — responsabilidade.

Impende, portanto, que os indivíduos passem a respeitar limites acerca da


sua liberdade de expressão. Nesse sentido, os próprios cidadãos devem, com
urgência, desconstruir a cultura de preconceito, como as mensagens ofensivas e
xingamentos, por meio de discussões nas mídias sociais, para que ninguém seja
alvo de discurso de ódio. Por sua vez, o Ministério Público, responsável pela
manutenção do Estado de Direito, precisa combater com prioridade a divulgação de
notícias falsas, por intermédio das ações judiciais pertinentes contra aqueles que
veiculam "Fake News", de modo que deixe de ser comum, no Brasil, a liberdade
subvertida.

Você também pode gostar