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VIOLÊNCIA O CÂNCER DA SOCIEDADE E POPULAÇÃO JOVEM

Cleyton José da Silva

RESUMO

A violência nos principais centros urbanos do Brasil e um fator preocupante onde o


trabalhador sofre com a falta de segurança. Diante de relatos de diferentes indivíduos
ligados ao combate direta ou indiretamente da criminalidade, como funcionários e
representantes de setores públicos de várias áreas; pesquisadores e estudiosos do tema;
presidiários e pessoas ligadas ao narcotráfico, bem como líderes comunitários. Apresenta
um amplo diagnóstico dos principais fatores que possibilitam o crescimento da violência
criminal no Brasil, ou seja, fatores socioeconômicos, conjunturais e estruturais, a fraqueza
e descrédito das instituições e a carência do Estado para administrar a repressão e propiciar
a prevenção.
Os dados coletados permitiram uma análise do fenômeno na realidade brasileira
comparada com outros centros urbanos internacionais. As recomendações políticas,
baseadas na observação da evolução de outros países, são fortemente dirigidas ao
restabelecimento da credibilidade do Estado, a partir da redistribuição da renda; do grande
investimento nas áreas sociais, sobretudo de saúde e educação; e da reestruturação de suas
instituições fundamentais, como a polícia e a escola.

Palavras chave: segurança pública, crime, educação, saúde, prevenção

ABSTRACT

Violence in the main urban centers of Brazil is a worrying factor where the worker suffers from a
lack of security. Faced with reports from different individuals linked to the direct or indirect fight
against crime, such as employees and representatives of public sectors from various areas;
researchers and scholars on the subject; prisoners and people linked to drug trafficking, as well as
community leaders. It presents a broad diagnosis of the main factors that allow the growth of

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criminal violence in Brazil, that is, socioeconomic, conjunctural and structural factors, the
weakness and discredit of institutions and the lack of the State to manage repression and provide
prevention. The collected data allowed an analysis of the phenomenon in the Brazilian reality
compared to other international urban centers. The policy recommendations, based on the
observation of the evolution of other countries, are strongly aimed at restoring the credibility of the
State, based on the redistribution of income; the large investment in social areas, especially in
health and education; and the restructuring of its fundamental institutions, such as the police and
the school.

Keywords: public security, crime, education, health, prevention

1 INTRODUÇÃO

A violência, sobretudo urbana, está no centro do dia a dia e ocupa as manchetes dos
jornais , trazendo a população a sensação de insegurança, onde todos querem êxito no
direito de ir e vir. Ela é assunto especiais para a tv que possuem jornais exclusivos para
falar dos atos envolvendo homicídios, tráfico de drogas, roubos entre outros.
Essa divulgação assombra a mais ainda a população, trazendo a realidade e ao mesmo
tempo o medo. A população jovem vem em massa se mostrando contra a socialização ,
essa evolução negativa é sintoma de uma desintegração social, de um mal-estar coletivo e
de um desregramento das instituições publicas. A ausência dos pais na infância das
crianças gera uma série de transtornos posteriores , essa ausência se da por vários motivos
como emprego , estudos e lazer individual,

Com o passar dos tempos as crianças que crescem isoladas dos pais se educam com
familiares , amigos e principalmente nas ruas, hoje o mau desempenho nas escolas por
parte dos jovens se da pela falta de cobrança ou incentivo dos pais. Há um ditado antigo
onde relata que onde os pais não educa o mundo educa, com isso a marginalidade cresce
assustadamente . A legislação pode usar da força para fornecer aos cidadãos a segurança
necessária por meio da prevenção e repressão de comportamentos criminosos, mas com
toda convicção se acaso os pais tiverem a oportunidade de cuidar melhor dos filhos seria o

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maior investimento em segurança pública existente e os atos lesivos ao próprio Estado e à
integridade física, moral e patrimonial dos cidadãos seria respeitada por todos.
Todavia, as dificuldades que se apresentam aos Órgãos de Segurança Pública no
Brasil são inúmeras e acabam por causar a ineficácia no controle da criminalidade.
A segurança pública se tornou um grande problema e temos dificuldades nesta questão.
Para a sociologia o fenômeno do crime é algo normal da convivência humana, não revela,
de per si, um estado patológico. O ranking influencia não somente na demonstração da má
gestão da segurança pública, senão também com investimentos, com compra e venda,
desde o varejo até o atacado, com o interesse de empresários estrangeiros por aquisições no
território brasileiro etc.
A segurança pública como disposta na constituição federal tem como objetivo a
proteção de toda a incolumidade pública, dos bens, das pessoas, dos interesses públicos,
conforme redação do artigo 144. A ausência de perspectiva de formar melhor os jovens a
educação pública esta em decadência onde o mundo das drogas chegou nas escolas e está
atrapalhando o futuro dos estudantes.
Nota-se que a segurança não se resume à repressão da criminalidade. Mas na
proteção de bens jurídicos. Significa dizer que a proteção dos bens jurídicos não passa
exclusivamente pela repressão da criminalidade. É preciso preveni-la. Não se alcança a
redução da criminalidade sem a prevenção de base, tendo em vista que há necessidade de
alinhamento entre o poder público, polícia, justiça, educação e principalmente famílias
afim de proporcionar aos jovens uma melhor educação e orientação para que estes possam
alcançar os melhores níveis profissionais e os afastando do mundo das drogas. . As razões
desse extraordinário recrudescimento da violência no Brasil são difíceis de esclarecer. Na
realidade, há uma complexa constelação de fatores em jogo e propõe-se aqui um quadro
analítico.
A maior importância é sempre voltada para o futuro do país ou seja o futuro de
todos , e se cada um assumir sua responsabilidade como cidadão teremos uma próxima
década melhor.

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DESENVOLVIMENTO:

Não é possível afirmar que somente o crescimento populacional seja capaz de


gerar, consequentemente, o aumento dos índices de criminalidade. Todavia, como informa
o autor supramencionado, para que a elevação dos índices de criminalidade possam
apresentar correlação com o aumento da população, faz-se necessário que esse crescimento
seja não planejado ou desordenado, de modo que a nova população, deslocada de vários
fatores fundamentais para um bom convívio e desenvolvimento, restará propensa a
desenvolver conflitos e, por conseguinte, incorrer em atos indesejados no meio social.
Uma das justificativas, através do estudo da criminologia, para a relação “aumento
desordenado populacional x aumento criminalidade” jaz nos fatores de desemprego e
subemprego, culminando, finalmente, em moradias precárias nas quais a população
inflacionada está submetida, além de todas as consequências que posteriores advindas de
uma baixa qualidade de vida.. Sem diagnosticar corretamente as causas dessa ascendência
do crime, é muito difícil adotar mecanismos de prevenção e repressão dos delitos. Todo o
aparelhamento policial envolvendo a polícia científica (polícia civil e polícia federal) e a
polícia militar não tem sido suficiente para conter esse índice de criminalidade que
aumenta a cada dia.
Hoje, ninguém tem a indispensável segurança física, nem jurídica. São os assaltos
em plena luz do dia; os sequestros; os roubos de veículos e de objetos dos transeuntes; as
balas perdidas no tiroteio entre bandidos e policiais que matam as pessoas inocentes todos
os dias. Os problemas relacionados com o aumento das taxas de criminalidade, o aumento
da sensação de insegurança, sobretudo nos grandes centros urbanos, a degradação do
espaço público, as dificuldades relacionadas à reforma das instituições da administração da
justiça criminal, a violência policial, a ineficiência preventiva de nossas instituições, a
superpopulação nos presídios, rebeliões, fugas, degradação das condições de internação de
jovens em conflito com a lei, corrupção, aumento dos custos operacionais do sistema,
problema relacionados à eficiência da investigação criminal e das perícias policiais e

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morosidade judicial, entre tantos outros, representam desafios para o sucesso do processo
de consolidação política da democracia no Brasil.
A amplitude dos temas e problemas afetos à segurança pública alerta para a
necessidade de qualificação do debate sobre segurança e para a incorporação de novos
atores, cenários e paradigmas às políticas públicas. O problema da segurança, portanto, não
pode mais estar apenas adstrito ao repertório tradicional do direito e das instituições da
justiça, particularmente, da justiça criminal, presídios e polícia. Evidentemente, as soluções
devem passar pelo fortalecimento da capacidade do Estado em gerir a violência, pela
retomada da capacidade gerencial no âmbito das políticas públicas de segurança, mas
também devem passar pelo alongamento dos pontos de contato das instituições públicas
com a sociedade civil e com a produção acadêmica mais relevante à área. Em síntese, os
novos gestores da segurança pública (não apenas policiais, promotores, juízes e burocratas
da administração pública) devem enfrentar estes desafios além de fazer com que o amplo
debate nacional sobre o tema se transforme em real controle sobre as políticas de segurança
pública e, mais ainda, estimule a parceria entre órgãos do poder público e sociedade civil
na luta por segurança e qualidade de vida dos cidadãos brasileiros.
Trata-se na verdade de ampliar a sensibilidade de todo o complexo sistema da
segurança aos influxos de novas ideias e energias provenientes da sociedade e de criar um
novo referencial que veja na segurança espaço importante para a consolidação democrática
e para o exercício de um controle social da segurança.
A exclusão social, a dificuldade de acesso aos bens básicos e, sobretudo, o déficit na
educação, são fatores merecedores de atenção. A educação formal estimula a cidadania da
pessoa. Mostra-lhe o funcionamento normal da sociedade. Fornece subsídio para a
compreensão das diferenças sociais existentes, e dá esperança de alcance de melhor
condição de vida pelo estudo e pelo trabalho.
De acordo com a última avaliação do sistema de avaliação da educação básica
(Saeb) de cada 10 alunos, destes eficiência em matemática e português. Não é pouco. E
são disciplinas elementares. O português está relacionado a como o indivíduo compreende
a história do seu próprio país pela literatura, como se expressa e como compreende a
interlocução com o seu próximo em um nível de diálogo e não de discussão e conflito. A
matemática já é a ciência que nos acompanha desde a antiguidade e hoje reflete no modo
de cognição da inteligência artificial por meio de algoritmos. A matemática também está

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presente no modelo de banco de dados por blockchain e no uso corrente do comércio por
bitcoin.
A educação, portanto, precisa estar atrelada ao tratamento da segurança pública, o
ministro marco Aurélio mendes de farias Mello é condizente com o quadro de realidade
que tomou a política criminal no país com o novo ministro da justiça. Em entrevista
publicada, o ministro criticou o fato de que a política de endurecimento da pena e da
investigação não conduzirá à redução da criminalidade.
Pra reduzir a criminalidade é preciso agir na base. Onde o crime acontece. O aspecto
formal não se sobrepõe à realidade. O endurecimento das normas penais não deságua
necessariamente na ausência da prática criminosa. São ignorados a necessidade de aumento
de efetivo das forças policiais, de melhor servi-las de tecnologia, de estrutura para a
investigação frutífera das ações criminosas, bem como a necessidade de construção de
presídios que sirvam para que a ressocialização de fato funcione. Mas de pensar a
necessidade de que a educação das gerações atuais seja crítica, fundamentada e eficaz, a
fim de que as crianças e jovens possam planejar a sociedade futura galgada na disciplina,
no respeito ao próximo e nos valores morais e éticos que devem mover o mundo.
As primeiras notícias são extremamente preocupantes, por exemplo, comparando
os 20 países mais ricos, e estamos entre eles, de cada 3 desempregados em 2017 1 será
brasileiro, a economia não dá sinais de recuperação, os estados que compõe a federação
nunca estiveram tão endividados, os servidores públicos com salários atrasados e em
apenas 17 dias já morreram 133 presos nas penitenciárias brasileiras, e é justamente sobre
isso que escreverei as próximas linhas. Confesso que não sou especialista em segurança
pública, mas acredito que de educação eu entendo um pouco, e apesar de ser um clichê, o
país que não investe em educação terá que investir em presídios.
Ao investir em educação um país, indiretamente, está investindo em praticamente
todas as outras áreas, com educação, por exemplo, é possível prevenir algumas doenças, o
que geraria menores investimentos em saúde, com educação uma pessoa tem mais chances
de prosperar na vida e fica menos vulnerável a criminalidade. Como o investimento em
educação é alto e o retorno se dá em longo prazo, o que leva os estados a investirem
pesadamente em paliativos, não adianta construírem mais presídios, essa atitude não
levará a diminuição da criminalidade, e cada dia mais teremos que construir novos
presídios. O Brasil está na contra mão dos países que estão diminuindo seus índices de
criminalidade, nosso país gastou cerca de 3.000 dólares anuais por aluno da educação

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básica, enquanto, em média, os países da organização para cooperação e
desenvolvimento econômico investem cerca de 8.200 dólares por aluno dos anos iniciais,
9.600 por aluno dos anos finais e 9.800 por aluno do ensino médio, o brasil só investe mais
que a indonésia.
Levando em consideração a taxa média de 2016 para o dólar de R$ 3,23, o brasil
gastou R$ 9.690,00 por aluno o ano passado, enquanto gastamos 21 mil, em média, com
cada preso, na Europa também se gasta muito com presos, Portugal gasta em média 43
euros por dia com cada detento, mas a diferença está na qualidade do serviço prestado. No
brasil os presos ficam abandonados, sem fiscalização, criam células criminosas que
controlam os presídios, e os que querem se recuperar não conseguem, pois obrigados a
aderirem as facções devido ao risco de morte e a ilusão de proteção. Claro que cada país
tem sua cultura própria, mas é interessante olhar para os países de sucesso e adaptar suas
experiências, a Holanda fechou 19 presídios nos últimos anos por falta de presos, lá a
proporção é 163 presidiários para cada 100 mil cidadãos, no brasil, a taxa é de 299,7 por
100 mil, na Noruega a taxa de reincidência dos criminosos é de 20%, no brasil é de 70%,
nosso país é o 16º país mais violento do planeta, somos mais violentos que países com
histórico de guerras civis, como Ruanda e namíbia.
As questões relacionadas à falta de apoio ao desenvolvimento de suas ações
didático-pedagógicas, ao descuido do poder público com a estrutura física dos prédios, e à
saúde dos docentes que se deteriora, em parte como consequência dos problemas
mencionados, ainda se soma a dificuldade de convivência e de relacionamento entre os
docentes ou entre professores e discentes. Diante das dificuldades apontadas, e de tantas
outras, este estudo centrar-se-á nos problemas de convivência e de relacionamento que se
têm de violência escolar. A violência escolar é uma expressão comumente usada por
professores, pela mídia e pela população em geral para nominar um conjunto de
manifestações que ocorrem no cotidiano escolar, e que possuem natureza, atitudes e
soluções diversas.
Os governos eleitos em mato grosso, a partir do século xxi, definiram políticas de
redução e prevenção da violência e da criminalidade no estado, expressas em documentos
oficiais, a exemplo da rede cidadã de iniciativa da secretaria de estado e segurança pública
e dos militares, e também através de projetos desenvolvidos em parceria entre diferentes
secretarias. Os que tange às manifestações denominadas violência escolar, o resultado
tem sido o envolvimento cada vez maior de policiais militares no interior das escolas

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públicas, fruto de parcerias estabelecidas entre as secretarias de estado de educação e de
segurança pública do estado de mato grosso.
Tal desenho provocou o seguinte questionamento: os conflitos que ocorrem no
interior dos estabelecimentos de ensino público impõem a presença policial. A este
questionamento tomamos como hipótese a afirmação de um coronel da polícia militar do
mato grosso (PMMT) que, ao ser questionado sobre a existência de ocorrências de
violência nas unidades escolares do estado de mato grosso, disse: “a violência nas escolas é
uma exceção e não a regra” (Ferreira; Azevedo, 2006, s/p). Complementa-se com a
afirmação, fora a violência criminal, de que todas as outras manifestações que ocorrem no
cotidiano escolar são questões que devem estar sob a administração e o controle do
coletivo escolar (professores, pais, funcionários e os próprios alunos).
Assim, pretende-se, com este estudo, saber se os conflitos que ocorrem nos
estabelecimentos de ensino do município de Cáceres exigem a presença da polícia mili ex
ce PM) no seu cotidiano. Para o desenvolvimento da pesquisa constatou-se a necessidade
de informações e indicadores sobre a presença policial nos estabelecimentos de ensino e
sobre as diferentes dimensões do conflito nas escolas mato-grossenses. É possível se obter
informações sobre o envolvimento de crianças e adolescentes em conflitos e violência no
interior ou no entorno das escolas através da mídia, da própria escola e também de
diferentes instituições, como o conselho tutelar, a polícia judiciária civil (PJC) e a policia
militar (PM), embora tais instituições possuam objetivos, metodologias, informações e
resultados que, em sua maioria, apresentam dados díspares e divergentes entre si.
Acredita-se que o termo violência não expresse o que ocorre no ambiente escolar, mas o
termo conflito, sim.
Conflito diz respeito à vida coletiva, ao estar com os outros. É um fenômeno
inevitável, enquanto condição de o homem conviver com outros. A existência coletiva
condena o indivíduo a experimentar processos de aprendizagem de como administrar o
conflito entre uma variedade de opções que se estende da solução pacífica à solução
violenta. A vida coletiva, o estar com os outros, inevitavelmente é o que faz com que se
sofram e se exerçam ações sobre os demais. Estar com os outros incorpora todos os
embates que se tem de enfrentar cotidianamente, incluindo a violência, por se viver em
sociedade.
Assim, o conflito aponta possibilidades humanas, sem considerá-lo algo bom ou
ruim em si mesmo, mas apenas de que ele faz parte do processo natural do viver em

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sociedade, de ser o homem um ser de relações. Isso não significa que se deva aceitar a
violência, mas entendê-la como uma das dimensões humanas com a qual se deve lidar. O
conflito possibilita que se encontre solução através do uso da palavra, da persuasão, do
diálogo, enquanto que a violência impede a fala, impõe o silêncio e interrompe o diálogo.
Assim, sendo o homem um ser social, a política promove a vida, e a violência, por sua vez,
nega a vida em toda a sua complexidade.
A escola, na contemporaneidade, tem-se apresentado como mais um entre tantos
outros lugares em que se presencia e se vivencia o conflito. Cada vez mais, os jovens têm
se rebelado contra as imposições da escola, dos professores e até cometido práticas contra
seus pares passíveis de diferentes classificações, incluindo a violência criminal. Na escola,
integrando o processo de socialização e o pedagógico, o conflito está posto.
No ambiente escolar ocorrem embates entre alunos, alunos e profissionais da educação e
entre os próprios profissionais, cujos motivos, entre outros, podem ser a diferença de idade,
de gênero, valores, crenças, falta de recursos materiais e financeiros, diferenças de papéis,
jogos de poder e rixas pessoais que desenham ações como: conflitos interpessoais,
indisciplina e micro-violências, podendo, progressivamente, chegar à violência e ao
cometimento de crime.
Cada uma dessas ações delineia-se de modo diferente e tem-se a possibilidade de
criar soluções e apresentar medidas de prevenção a cada uma dessas práticas. Ao se traçar
o entendimento sobre indisciplina afirma-se que ela é uma ação corriqueira no meio
escolar, um ato passível de punição prevista em normas, regras de convivência ou no
regimento da escola. O que distingue a indisciplina de outras manifestações é o não uso da
força, a não violência, mas a perturbação da ordem. A indisciplina utiliza, segundo tiellet e
corsetti (2011), a zombaria, a desobediência, a indiferença, o riso, o sarcasmo, o desacato,
o deboche, os atos de comunicação não verbal, incluindo o gesto, o olhar, o não fazer nada,
o silêncio, a mímica e o ruído que causam aflição nos professores.
A indisciplina pode ser a resposta ou a reação ao desconforto sentido pelo(s)
discente(s) com a postura do professor, com a proposta didático-pedagógica, com o clima
geral da sala de aula ou da escola; pode indicar uma necessidade legítima de transformação
no interior das relações escolares e, em particular, na relação professor-aluno (Aquino,
1998), e também serve para o discente medir a resistência, a paciência, a tolerância, a
coerência do(a) professor(a). A indisciplina, por sua particularidade, não pode ser
caracterizada como violência, embora possa gerar atos de violência.

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No interior da escola, ao se associar o termo violência ao crime (homicídios, lesão
corporal e estupro) não foram encontrados índices alarmantes. Mas, no entorno dos
estabelecimentos de ensino, a violência tem se expressado em mortes e ferimentos, por
bala perdida, de crianças e adolescentes uniformizados ou não, em consequência de
confrontos entre agentes do estado e bandidos, vingança, acertos de contas e mesmo
criminosos que se posicionam frente às escolas ou em seu entorno , Magalhães (2009)
afirma que há uma série de práticas diferentes sob a denominação de violência.
O que, segundo a autora, oculta um processo social de homogeneização e
ressignificação provocadas pelas mídias. Muitas práticas podem ser positivas à medida que
se possa discutir o significado e as consequências de cada ato — a incivilidade, a micro
violência e a indisciplina, com o objetivo de qualificar as relações cotidianas. Mas nominar
todas as práticas sob um mesmo rótulo aumenta o sentimento de insegurança e de medo e
as descolam do dado empírico e objetivo quanto ao real índice de crescimento da violência
tipificada no código penal. Segundo adorno (1995), a percepção da violência é diferente da
concretização da mesma e não é dominada pela racionalidade. Soares (1996) afirma que a
cultura do medo se sustenta na homogeneização de diferentes práticas sociais à violência.
À violência no meio escolar, mais do que nunca, veem se tornando um problema de
extrema preocupação. Onde em várias situações é necessária a presença da polícia militar
pelo fato da gravidade dessas ocorrências que, neste contexto às ações a serem tomadas
saem do âmbito dos profissionais interdisciplinares escolar.
Segundo análise, 95% dos casos de violência ocorrem em escolas públicas, ainda, essas
ocorrências acontecem quase diariamente, deixando alunos, professores e funcionários
dessas escolas com medo. Muitas vezes, o medo de ir à escola faz com que alunos faltem
até mesmo deixam de estudar por causa desta triste situação.
Uma concepção alternativa de prevenção do crime e da violência está apoiada na ideia de
que as ações de prevenção se caracterizam principalmente pelo resultado ou conseqüência
da ação, ou seja, a redução da incidência e do impacto do crime e da violência na
sociedade.
Esta concepção alternativa permitiria a melhor compreensão do fato de que tanto
ações punitivas (especialmente, mas não apenas na área da segurança pública, justiça
criminal e administração penitenciária) quanto ações não-punitivas (especialmente, mas
não apenas nas áreas econômica, social e cultural) podem ser preventivas, na medida em
que contribuem para reduzir a incidência e o impacto de crimes e violência, ou,

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alternativamente, podem ser criminógenas, na medida em que contribuem para aumentar a
incidência e o impacto de crimes e violências.
Esta concepção da prevenção do crime e da violência, centrada nos resultados e não
na natureza das ações desenvolvidas, permitiria a melhor integração de programas e ações
em diversas esferas e áreas do governo e da sociedade civil, direcionando-os ao objetivo
comum de reduzir a incidência e o impacto de crimes e violências na sociedade. Além
disso, permitiria o desenvolvimento de políticas de prevenção do crime e da violência que
integrassem programas e ações de diversos tipos, em diversas áreas, ampliando assim o
alcance e o impacto destes programas e ações.
Permitiria, enfim, a superação de uma dicotomia ainda existente no país entre
políticas e programas de segurança pública e políticas e programas de prevenção, que
limita o alcance e o impacto de ambos os programas.4 Além disso, uma concepção da
prevenção do crime e da violência centrada nos resultados e não na natureza das ações
desenvolvidas chamaria a atenção para a necessidade de monitorar e avaliar o impacto
sobre o crime e violência de diversos tipos de políticas, programas e ações, a fim de que se
possa identificar, em todas as áreas, aqueles que efetivamente contribuem e aqueles que
não contribuem para a prevenção do crime e da violência e para a melhoria da segurança
pública. A violência escolar, acontece por fatores como tráfico de drogas dentro e fora da
escola, roubos, desrespeito aos professores, bullyingg outros.
Nessa perspectiva, fica evidente uma ação policial para combater esses crimes e
tornar a escola em um lugar seguro e agradável a fim de se adquirir uma boa educação.
Hoje, muitos estudiosos afirmam que a polícia deve interferir no cotidiano escolar de
maneira mais efetiva, ou seja, deve-se criar uma polícia especial para atuar dentro das
escolas, também, essa polícia deve permanecer integralmente nos domínios escolares e ao
redor. Assim, o os policiais militares desenvolvem um trabalho educativo de prevenção, de
forma voluntária, pois além de suas atividades de policiamento, contribuem semanalmente
com parte de seu tempo, na busca da construção de um futuro melhor, principalmente, para
nossas criança. Isso é motivo de orgulho para todos nós.
Esses policiais trabalhando diretamente com os alunos trazem paz e segurança. A
segurança pública é um dos pilares da organização social e a sua problemática está
associada à outras áreas, como educação, saúde, direitos, economia etc. Um dos desafios
necessários para a efetiva implementação da segurança no brasil é a parceria e melhor
articulação entre os órgãos envolvidos na segurança pública, como o setor

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judiciário, polícia militar, civil e federal, órgãos municipais e representantes civis, tendo
em vista que a educação deveria fazer parte do artigo 144 de forma auxiliadora na
formação do indivíduo.
Dessa forma, será mais fácil implementar ações e estratégias eficientes no combate
à criminalidade e difusão da segurança. O abuso de drogas constitui-se em ameaça à
sociedade porque representa, para o usuário, um comprometimento do futuro e da
qualidade de suas relações sociais, com maior propensão ao envolvimento em crimes,
violência e ingresso num ciclo de decadência de valores. O público mais vulnerável à
dependência é composto por crianças e adolescentes, pelo fato de se encontrarem menos
preparados para resistirem aos muitos apelos e incentivos ao uso de drogas, presentes nos
meios de comunicação em massa e na ideologia da sociedade contemporânea. A principal
estratégia contra esses males é a prevenção por meio do diálogo com as pessoas, ainda
durante sua infância e adolescência, fases de suas vidas em que se encontram mais
naturalmente aptas a receber orientações e assimilar valores. Investir com o Proerd é
interferir positivamente no processo desencadeador do fortalecimento individual dos
futuros condutores da sociedade contra as investidas de criminosos e de outras formas de
chamamento ao abuso de drogas e à prática de ações antissociais.
O programa educacional de resistência às drogas (Proerd) consiste num esforço
cooperativo da polícia militar, escola e família, visando preparar crianças e adolescentes
para fazerem escolhas seguras e responsáveis na auto condução de suas vidas, a partir de
um modelo de tomada de decisão. Por meio de atividades educacionais em sala de aula, o
policial militar devidamente capacitado, fornece aos jovens as estratégias adequadas para
tornarem-se bons cidadãos, resistir à oferta de drogas e ao apelo da violência. Com ações
direcionadas a toda a comunidade escolar e aos pais/responsáveis, o Proerd também
promove a inclusão da família no processo educacional e de prevenção.
No atual cenário brasileiro e notório que não podemos nos conformar com essa
realidade é temos que unir todos , governo, sociedade, segurança pública e educação para
abrir possibilidades de que os jovens se conscientizem dos problemas que são ocasionados
pelas drogas e bebidas , e que a violência que um destes podem cometer hoje podem sofrer
amanhã e esperamos que um dia possamos voltar a andar livremente pelas ruas sem medo
de ser assaltados , e fácil lembrar até o propósito dos muros e cercas onde as mesmas
trazem a proteção contra a violência nos trazem a sensação de estarmos em uma prisão. o
trabalho aborda a trajetória do indivíduo desde os problemas que podem ocorrer na

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infância e que podem gerar problemas comportamentais mais adiante, como
hiperatividade, agressividade, tendência ao isolamento, levando aqueles jovens à
delinquência e ao crime.
As boas práticas nacionais e internacionais que conseguiram reduzir o crime de forma
relativamente rápida sempre funcionam em dois pilares: ter um sistema de repressão
qualificado e inteligente, em que a polícia funcione como primeiro defensor dos direitos da
cidadania e não agindo com truculência; e, em paralelo, ter políticas integradas de
prevenção, com ênfase na educação infantil e para os jovens.
A mensagem que se coloca é que não adianta simplesmente encarcerar, adotar políticas de
aumentar e endurecer penas ou diminuir a maioridade penal. “a gente tem que investir na
criança e no jovem de hoje, para que eles não sejam os bandidos de amanhã”, disse. "nesse
quadro, é importantes a educação infantil, que abrange a faixa etária de até 6 anos, quando
a criança desenvolve habilidades cognitivas e socioemocionais. Quando essas habilidades
não são desenvolvidas na fase da primeira infância e, muitas vezes, a criança é criada em
um ambiente hostil, ela tem mais chances de desenvolver problemas comportamentais que,
mais à frente, levam na direção do crime organizado e desorganizado". Partindo da
premissa do que as escolas poderiam oferecer para se transformarem em um instrumento
mais potente que evite que as crianças enveredem na trajetória do crime. O pesquisador do
Ipea disse que o modelo educacional brasileiro pensa em colocar na cabeça das crianças
informações “enciclopédicas”, mas não reconhece que há diferenças entre os indivíduos e
diferenças sociais.
O Ipea propõe que as escolas reconheçam essas diferenças individuais e sociais e apliquem
para isso programas psicoterapêuticos e de diálogos, a partir de princípios de justiça
restaurativa. “nessas escolas, a criança não vai apenas para aprender, mas tem o
reconhecimento dos problemas por que está passando e tem um facilitador para mitigar
esses problemas socioemocionais”. Segundo Cerqueira, esse canal vai impactar não só no
menor nível de violência dentro da escola, mas, inclusive, na maior capacidade de
aprendizado da criança.
O segundo ponto destaca a escola como espaço primordial para se internalizar na
mente dessas crianças a ideia de cidadania, de que na sociedade ela tem obrigações e
direitos. O terceiro ponto é que a escola poderia ter mecanismos para trabalhar melhor o
elo com a família, com o objetivo de resolver problemas educacionais da criança.
O grupo de trabalho de gestão da prevenção em segurança púbica é um grupo

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multidisciplinar, formado por profissionais com especialização em Ciências Sociais,
Direito e Saúde Pública, atuando em centros de pesquisa e organizações da sociedade civil,
visando a orientar, integrar e fortalecer as ações do governo e da sociedade na área da
prevenção do crime e da violência e da melhoria da segurança pública. O principal
objetivo do grupo de trabalho de gestão da prevenção em segurança pública foi definir
princípios, diretrizes e prioridades para o desenvolvimento de políticas e programas de
prevenção do crime e da violência no âmbito do Sistema Único de Segurança Pública
(Susp), visando a orientar, integrar e fortalecer as ações federais, estaduais e municipais
nesta área crucial para a estruturação do Susp: a redução do crime e da violência e a
melhoria da segurança pública no país.
Não se trata de aprofundar o estudo dos diversos tipos de crime e violência, de
suas manifestações, causas e impactos, em diferentes regiões e estados do país. Os
membros da equipe de trabalho consideram que estudos e pesquisas deste tipo precisam ser
realizados regularmente, por acadêmicos e profissionais, atuando em organizações
governamentais e não governamentais, sempre que possível com o apoio da universidade e
do governo. Devem, no entanto, subsidiar e orientar o
desenvolvimento de políticas e programas de prevenção do crime e da violência, na esfera
federal, estadual e municipal. Entretanto, neste relatório, o grupo de trabalho procurou
focalizar as políticas e programas de prevenção do crime e da violência em
desenvolvimento no Brasil e no Exterior.
Para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de políticas e programas de prevenção
do crime e da violência e promoção da segurança pública, é indispensável também a
constituição de unidades gestoras, responsáveis pela coordenação do processo de
formulação, implementação, monitoramento e avaliação destas políticas e programas. Não
é desejável estabelecer um modelo único de unidade gestora, necessariamente adaptada às
condições e necessidades do governo federal e dos governos estaduais e municipais. Mas é
indispensável que as unidades gestoras disponham de condições institucionais e de
recursos humanos e materiais para realizar seu trabalho. É indispensável também que
sejam articuladas com conselhos consultivos, paritários, com representantes do governo e
da sociedade civil, responsáveis pela promoção da participação social e do controle externo
no desenvolvimento de políticas de prevenção.

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4 CONCLUSÃO :

O aumento da criminalidade entre os jovens brasileiros é um problema muito


presente. Assim, isso deve ser enfrentado, uma vez que, diariamente, jovens que poderiam
estudando estão morrendo ou assassinando pessoas. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se
relevantes: o fraco sistema educacional público do ensino fundamental e médio e a falta de
punições para menores infratores. Em primeiro lugar, é possível destacar que as escolas
públicas são péssimas em educação, porque há uma grande evasão escolar dos alunos em
decorrência ao baixo investimento do governo e aos baixos salários dos professores. De
acordo com uma pesquisa realizada pela revista Veja, dados revelam que 92,5% dos alunos
que param de estudar é por não se sentirem parte do meio acadêmico e por acharem que
estudar é desnecessário. Torna-se claro nesse sentido, que se a escola procurasse tornar seu
sistema interessante para o aluno, a evasão escolar seria bem menor.
Ademais, vários jovens pobres que abandonam a escola vão para no mundo do
crime por influência de outros bandido que argumentam que se eles praticarem crimes não

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serão punidos e terão muito dinheiro. Dessa forma, iludido com a proposta e sabendo que
não será preso, ele se entrega ao crime. Fica evidente, portanto, que há um aumento da
criminalidade dos jovens em decorrência da baixa educação e da falta de punições para
eles. Nesse sentido, o governo em parceria com o MEC (Ministério da Educação), devem
reformar o ensino médio, criando ensino integral para tirar os jovens da rua , junto a um
sistema de aprendizagem mas eficaz e com estímulos ao jovem. Além disso, o governo
deve criar um cadeia especificamente para menores de 12 a 17 anos, com escolas, trabalhos
comunitários e tratamentos psicológicos para punir e preparar esse jovem para quando
solto, viver em sociedade.

REFERÊNCIAS:

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ADORNO, Sérgio. “Consolidação Democrática e políticas de segurança pública no Brasil:
rupturas e continuidades.” In Zaverucha, Jorge (org.) Democracia e instituições políticas
Brasileiras no final do século XX. Recife. Bagaço. 1998. Pesquisa realizada no dia
02/09/2022.
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São Paulo. São Paulo. Edusp/Editora 34. 2001. Pesquisa realizada no dia 02/09/2022.
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New Press. 1995. Pesquisa realizada no dia 02/09/2022.
PAIXÃO, Antonio Luiz. “Crime, controle social e consolidação da Democracia” in REIS,
Fábio Wanderley & O’DONNEL, Guilhermo. A Democracia no Brasil. Dilemas e
perspectivas. São Paulo. Vértice/Revista dos Tribunais. 1988. Pesquisa realizada no dia
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PINHEIRO, Paulo S. “O passado não está morto: nem passado é ainda” In Dimenstein, G.
Democracia em pedaços – Direitos Humanos no Brasil, São Paulo, Companhia das Letras.
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PINHEIRO, Paulo Sérgio. “The rule of Law and the Underprivileged in Latin America:
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02/09/2022.
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Latin America. Indiana. University of Notre Dame Press. 1999. Pesquisa realizada no dia
02/09/2022.
SOARES, Luiz Eduardo. Meu casaco de general. Quinhentos dias no front da Segurança
Pública do Rio de Janeiro. São Paulo. Cia. Das Letras. 2000. Pesquisa realizada no dia
02/09/2022.

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