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Taxa de criminalidade nas cidades de Belo Horizonte, Contagem e São

Joaquim das Bicas entre 2001 a 2021.


Uma análise econométrica atualizada de variáveis que podem influenciar a
criminalidade (crimes violentos) na capital mineira.

Higor Souza Lara


Isabela Aparecida de Medeiros Pimenta
Isabelle Cristine Cursino Paulista
Luana Vitoria Tomaz da Silva Santos

RESUMO

Em síntese, as análises econométricas a seguir visam entender, a partir de um ponto de vista


social e econômico, as possíveis variáveis que influenciam na taxa de criminalidade na região
metropolitana de Belo Horizonte, em especial de três cidades que apresentam as maiores
taxas de crimes violentos da região. Em termos gerais a criminalidade abrange uma ampla
variedade de campos de estudos, porém nesse artigo em questão será realizado uma
mensuração socioeconômica a respeito do assunto. Este estudo visa quantificar por meio de
uma análise econométrica abrangente, explorando relações complexas entre variáveis
econômicas e sociais, em relação à incidência de crimes na região.
Palavras Chave: criminalidade, Belo Horizonte, análise, econometria, mensuração.

ABSTRACT

In summary, the following econometric analysis aims to understand, from a social and
economic point of view, the possible variables that influence the crime rate in the
metropolitan region of Belo Horizonte. In general terms, crime covers a wide variety of fields
of study, however in this article in question a socioeconomic measurement will be carried out
on the subject. This study aims to quantify it through a comprehensive econometric analysis,
exploring complex relationships between economic and social variables, in relation to the
incidence of crime in the region.
Keywords: crime, Belo Horizonte, analysis, econometrics, measurement.
1. INTRODUÇÃO

Com o crescimento demográfico acelerado de uma metrópole, Belo Horizonte,


acompanha uma série de desafios pertinentes no âmbito da criminalidade que causam grande
impacto na área social. Consequentemente, a criminalidade e seus indicadores estão
chamando a atenção tanto da população quanto do governo na tentativa de solucioná-la.
Contudo, existe uma percepção e um foco mais aguçado dos pesquisadores em relação ao
tema.
É de suma importância entender as causas e implicações da criminalidade em uma
região metropolitana como a de Belo Horizonte não apenas para a segurança pública, mas
também para um melhor desenvolvimento sustentável para a cidade. O aspecto econômico no
âmbito da criminalidade assume tanta importância a ponto de surgir a Economia do Crime,
uma área empírica de extrema relevância para órgãos públicos e tomadores de decisões
fiscais, auxiliando no processo de realização de políticas efetivas para o combate à
criminalidade.
Neste trabalho em questão examinaremos os dados econômicos e sociais do período
de 2001 a 2021 das cidades de Belo Horizonte, Contagem e São Joaquim das Bicas, com o
objetivo de identificar padrões, tendências ou relações que possam oferecer insights
relevantes sobre a criminalidade nessas cidades. Espera-se que os resultados deste estudo não
apenas contribuam para o entendimento da dinâmica da criminalidade dessas regiões, mas
também para fornecer informações úteis para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de
políticas cujos objetivos compreendam além de ampliar a segurança da população, mas
também em oferecer uma melhoria na qualidade de vida dos habitantes e trabalhadores locais,
auxiliando no crescimento econômico e sustentável da região metropolitana.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Segurança pública é uma das áreas da política que os brasileiros mais se preocupam.
Sendo um assunto comum nas campanhas eleitorais, já que existem diversos aspectos a serem
considerados ao se pensar sobre segurança pública e ao fazer um planejamento a nível federal
sobre essa área, segundo a revista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada:
Há uma série de aspectos a serem considerados, por exemplo: a redução da
proporção da população jovem nas próximas décadas; as altas taxas de
criminalidade violenta no Brasil; o contínuo crescimento da taxa de
encarceramento; o crescente mercado de segurança privada; a permanente
corrupção de agentes do Estado; as possíveis mudanças nas legislações
penais, processuais penais e de execução penal; o processo de integração das
políticas públicas de segurança pública com outras políticas; as principais
apostas dos governos federal, estaduais e municipais nas políticas públicas
de segurança; a cobertura da mídia sobre crime e justiça criminal; o dissenso
político sobre as reformas das legislações.(IPEA, 2015, p. 17-18).
Um dos aspectos que o instituto enfatiza é a questão sobre as altas taxas de
criminalidade violenta no Brasil, sendo um indicador que chama atenção tanto da população
quanto do governo. Em 2002, o Instituto Cidadania em parceria com a Fundação Djalma
publicaram o Projeto Segurança Pública para o Brasil, onde buscaram elaborar propostas de
política pública que tinham como meta “a redução daquelas modalidades da violência que se
manifestam sob a forma da criminalidade”.
No projeto publicado em 2002, fica claro que a criminalidade e violência são assuntos
de extrema complexidade e os estudos não apresentavam na época (o que se mantém para os
dias atuais) nenhum tipo de consenso sobre as causas e como reduzir ambas as taxas.
Buscando definir o termo criminalidade encontra-se no dicionário AURÉLIO (2008):
“1. Estado de criminoso; 2. O conjunto dos crimes”. Como já mencionado anteriormente
entre os pesquisadores não existe um consenso sobre quais as causas da criminalidade, porém
existem duas correntes de pensamento nesse campo de pesquisa. Segundo Frade (2007), cada
uma das teorias enfatiza um aspecto específico da cauda do problema. A primeira tem como
foco o indivíduo, ou seja, cabe ao indivíduo o motivo de cometer o crime é uma decisão
individual que pode ter relação biológica ou psicológica. A segunda teoria foca em aspectos
sociológicos, ou seja, o crime tem forte relação com o contexto cultural e social que o
indivíduo vive.
O Projeto de Segurança Pública (2002) segue um raciocínio mais parecido com a
segunda linha teórica ao apontar alguns fatores que estimulam a prática de violência, sendo
eles:

1) pobreza relativa e moradia inadequada; 2) apoio familiar inconsistente; 3)


deficiência de aprendizado; 4) exclusão da escola; 5) violência doméstica; 6)
poucas oportunidades de emprego e exclusão econômica; 7) cultura da
violência; 8) superlotação dos presídios; 9) inexistência de uma adequada
política de drogas. (INSTITUTO CIDADANIA; FUNDAÇÃO DJALMA
GUIMARÃES, 2002, p 10-11)

De acordo com Frade (2007) existem críticas para ambas as correntes teóricas, mas
nenhuma delas encontra uma resposta definitiva quanto a causa da criminalidade, o que se
sabe é que as análises e estudos sobre o tema têm trazido mais os aspectos sociológicos, do
que os individualistas.
No Brasil, de acordo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2023), no ano de
2022 foram registradas 47.398 mortes violentas intencionais (vítimas de homicídio doloso,
roubos seguidos de morte, lesão corporal seguida de morte e as mortes decorrentes de
intervenções policiais).
Quanto à região de Belo Horizonte, Contagem e São Joaquim das Bicas, foco deste
artigo, as três cidades apresentaram as maiores taxas de crimes violentos, por 100 mil
habitantes, da região metropolitana de Belo Horizonte, como é destacado pelo gráfico abaixo.
Por este motivo serão objeto de estudo neste trabalho.
Gráfico 1: Taxa de Crimes Violentos por 100 mil habitantes na região metropolitana
de Belo Horizonte.

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Fundação João Pinheiro, 2023

3. METODOLOGIA

Nesse segmento vamos expor um estudo sobre a criminalidade de Belo Horizonte,


Capital do Estado Minas Gerais, com isso, utilizamos variáveis que estão relacionadas com
um possível aumento ou diminuição na taxa de criminalidade na cidade, como, educação,
renda, densidade populacional, possibilidade de lazer ou esporte, durante os anos de 2000 até
2021.

Sendo assim, formulamos uma equação base para estimar os modelos econométricos:

log_tx_crimesv = – log_gasteduc + log_rmsformal + log_popjovem + log_denspop –


log_gastesporte - log_esforço_orc
Visto que:

● log_tx_crimev - é a porcentagem da taxa de crimes violentos ocorridos por ano;


● log_gasteduc - é a porcentagem do gasto per capita relacionada com a educação
definido como valor dos gastos orçamentários apresentados nas demonstrações
financeiras anuais realizados no Ensino Fundamental, Ensino Médio, Ensino Superior,
Ensino Profissional, Ensino Infantil e Educação de Jovens e Adultos dividido pela
população; ou seja, é toda a despesa que houve na cidade de Belo Horizonte
relacionada aos diversos ciclos da educação dividido pela população total dela.
● log_rmsformal - é a porcentagem do rendimento médio do setor formal seria o valor
da renda média gerada dos indivíduos empregados no setor formal no respectivo ano;
● log_popjovem - é a porcentagem do número de pessoas residentes na cidade entre 15
a 29 anos de idade;
● log_denspop - é a porcentagem da densidade populacional definida como sendo a
razão entre a população total e área do município;
● log_gastesporte - é a porcentagem do gasto per capita com esporte e lazer, definido
como sendo o valor dos gastos orçamentários apresentados nos relatórios financeiros
anuais das atividades de esporte e lazer dividido pela população total do município
nos respectivos anos; ou seja, é a despesa que a cidade de Belo Horizonte deve com
esporte e lazer dividido pela população total dela.
● log_esforço_orc - é a porcentagem do esforço orçamentário que o Estado faz em
relação a segurança pública, ou seja, é quanto ele gasta com a segurança pública na
cidade de Belo Horizonte.

Diante disso, na primeira variável ‘log_gasteduc’ é esperado uma relação negativa,


quanto maior a taxa de criminalidade, menores são os gastos em educação. Dado que, a
variável busca trazer as despesas da educação que foram obtidas em relação à população,
uma vez que, viemos do preceito que quanto maior o investimento na educação maior será os
benefícios para os indivíduos em aspectos sociais e econômicos, assim, resultando em um
emprego e remuneração adequada ao seu nível de educação, se contrapondo a possíveis
oportunidades na criminalidade.
Na segunda variável ‘log_rmsformal’ é esperado uma relação positiva, quanto maior a
taxa de criminalidade maior será o rendimento formal. Visto que, como parâmetro, a
criminalidade muitas vezes pode gerar vantagens mais lucrativas para os indivíduos que
obtêm êxito nesse meio do que um trabalho formal assalariado que pode ser arduamente
alcançado.
Na terceira variável ‘log_popjovem’ é esperado uma relação positiva, quanto maior a
taxa de criminalidade maior será a população jovem na cidade. Dado que, como os jovens
têm uma certa dificuldade para se inserirem no mercado de trabalho ou demoram para
conseguir o cargo e salário almejado preferem muitas vezes com sua impulsividade
embarcarem no mundo da criminalidade por verem mais ganhos imediatos na sua situação
financeira e ascensão social.
Na quarta variável ‘log_denspop’ é esperado uma relação positiva, quanto maior a
taxa de criminalidade maior será a densidade populacional na cidade. Em medida que, quanto
maior é uma cidade demograficamente e populacionalmente maior será a ocorrência e
oportunidades de crimes violentos.
Na quinta variável ‘log_gastesporte’ é esperado uma relação negativa, quanto maior a
taxa de criminalidade, menores serão os gastos com atividades relacionadas a lazer e esporte.
Sendo que, quando a população tem um entretenimento para se desenvolver e praticar pode
acabar se desviando da criminalidade por preferir se envolver em outras ocupações.
Na sexta variável ‘log_esforço_orc’ é esperado uma relação negativa, quanto maior a
taxa de criminalidade, menores serão os gastos relacionados com a segurança pública. Uma
vez que, um maior investimento na segurança pública reduz a oportunidade e índices de
criminalidade.

4. MÉTODOS E ANÁLISE

Como os dados das variáveis foram agrupados em painel utilizamos os modelos


econométricos Pooled, Efeitos Fixos e Efeitos Aleatórios, por meio do software Stata para
analisarmos os resultados obtidos.
O modelo Pooled aplica o método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) e, com
isso, conjectura basicamente que não existe diferença temporal entre as unidades amostrais,
assim, empilhando todos os dados como se não houvesse distinção significativas entre os
mesmos, desse modo, tanto o intercepto quanto as inclinações não variam.
reg y x2 x3

O modelo de Efeitos Fixos (FE) é uma forma de trazer mais individualidade para a
análise dos dados, visto que, o intercepto varia entre os valores das unidades amostrais mas
os coeficientes angulares são constantes, dessa maneira, por mais que intercepto varie de
acordo com as diferenças das unidades amostrais não varia de acordo com o tempo, por
exemplo, nesse modelo a densidade populacional pode alterar de acordo com a região/bairro
entretanto não com os anos.

xtreg y x2 x3, fe

𝑌𝑖𝑡 = 𝐵1𝑡 + 𝐵2𝑋𝑖𝑡 + 𝐵3𝑋3𝑖𝑡 + 𝑈𝑖𝑡

O modelo de Efeitos Aleatórios (RE) pressupõe que os efeitos individuais estejam


aleatoriamente distribuídos em torno de uma média constante, desse jeito, o valor do
intercepto para cada unidade amostral é individual, assim, trazendo uma variação nas
unidades amostrais e temporais.

xtreg y x2 x3, re

𝑌𝑖𝑡 = 𝐵1𝑡 + 𝐵2𝑋𝑖𝑡 + 𝐵3𝑋3𝑖𝑡 + 𝑈𝑖𝑡 + ε𝑖𝑡

Além disso, primeiramente fizemos o teste de Husman para saber qual dos Modelos
Efeito Fixo ou Efeito Aleatório foi melhor aplicado para os dados que extraímos e, em
seguida, o teste LM de Breusch-Pagan para induzir também entre o Efeito Aleatório e o
Pooled, assim, determinados pelo P-valor e o nível de significância, rejeitando ou não a
Hipótese Nula. Logo depois, também realizamos os testes para determinar se existe a
Autocorrelação e Heterocedasticidade nos modelos, por meio do Teste de Wooldridge e Teste
de Wald, e, realizando a correção se necessário.
5. RESULTADOS

5.1 POOLED

Figura 1: Modelo Pooled elaborado no software Stata

Fonte: Elaboração própria, 2023

No modelo acima (Pooled), as variáveis “log_gastesporte”, “log_denspop”,


“log_popjovem” e “log_rmsformal” não são significativas. O modelo mostra que uma
variação percentual no esforço orçamentário do governo com segurança pública
(“log_esforc_or”) gera uma diminuição na taxa de crimes violentos em em 0,11%. Além
disso, uma variação percentual nos gastos com educação (“log_gasteduc”) gera uma variação
negativa na taxa de crimes violentos em 0,25%.

5.2 EFEITO FIXO

Figura 2: Teste de Efeito Fixo elaborado no software Stata


Fonte: Elaboração própria, 2023

No modelo de Efeito Fixo, apenas a variável “log_gasteduc” foi significativa. É


possível interpretar que uma variação percentual nos gastos com educação gera uma
diminuição na taxa de crimes violentos em 0,23%. Ademais, realizando o Teste F, pode-se
aceitar a Hipótese Nula (que diz que o Efeito Pooled é o melhor), uma vez que 0,8069 é
maior que o nível de significância (0,05). Portanto, é possível concluir que o modelo Pooled é
preferido ao modelo de Efeito Fixo.

5.3 EFEITO ALEATÓRIO

Figura 3: Teste do Efeito Aleatório elaborado no software Stata


Fonte: Elaboração própria, 2023

Semelhante ao Pooled, no modelo aleatório apenas as variáveis do esforço


orçamentário do Estado com segurança pública “log_esforç_or” e o gasto com educação
(log_gasteduc) foram significativas. De acordo com o modelo, uma variação percentual em
“log_esforc_or” gera uma diminuição na taxa de crimes violentos em em 0,11%. Ademais,
uma variação percentual em “log_gasteduc” gera uma variação negativa na taxa de crimes
violentos em 0,25%.

5.4 TESTE BREUSCH-PAGAN

Figura 4: Teste Breusch-Pagan elaborado no software Stata


Fonte: Elaboração própria, 2023

O Teste Breusch e Pagan compara os teste de Efeitos Aleatórios com o Pooled e sua
Hipótese Nula (H0) é de que o modelo Pooled é o mais adequado. A probabilidade mostrada
no teste é de 1, portanto, maior que o nível de significância de 0,05, o que indica que não
deve-se rejeitar H0 e que o modelo Pooled é mais adequado para a análise do que o modelo
de Efeitos Aleatórios.

5.5 TESTE HAUSMAN

Figura 5: Teste de Hausman elaborado no software Stata


Fonte: Elaboração própria, 2023

Ao analisar o teste Hausman acima, como 0,9986 é maior que 0,05, não rejeita-se a
Hipótese Nula (H0), portanto o Efeito Aleatório é melhor do que o Efeito Fixo. Uma vez que
o Polled é considerado mais adequado do que o Efeito Aleatório, já é possível concluir que o
Pooled é o melhor efeito para a análise do modelo em questão.

5.6 TESTE DE WOOLDRIDGE

Figura 6: Teste de Wooldridge elaborado no software Stata


Fonte: Elaboração própria, 2023

Através do teste foi possível confirmar presença de autocorrelação, pois rejeita-se H0,
que admite ausência de autocorrelação.

5.7 TESTE DE WALD

Figura 7: Teste de Wald elaborado no software Stata

Fonte: Elaboração própria, 2023


No teste Wald, a probabilidade F é maior que 0,05, portanto, a Hipótese Nula não é
rejeitada e pode-se observar ausência de Heterocedasticidade.

5.8 CORREÇÃO DO MODELO

Por ter sido encontrada presença de autocorrelação, o teste a seguir mostra o modelo
de Efeito Aletório corrigido (pois é quase idêntico ao modelo Pooled):

Figura 8: Modelo corrigido, sem autocorrelação, elaborado no software Stata

Fonte: Elaboração própria, 2023

O teste de Efeito Fixo, considerado o menos adequado, apresentou resultados


diferentes dos outros testes em que apenas os gastos com educação são significativos e
possuem influência sobre a variação da taxa de criminalidade em questão.
Os testes de Efeito Aleatório e o Pooled (considerado o mais adequado entre os
modelos) têm as mesmas conclusões e mostram que apenas “log_esforç_or” e “log_gasteduc”
são significativas e implicam, no modelo, que a taxa de crimes violentos é afetada
(negativamente) pelo esforço orçamentário em segurança pública e gastos em educação.

6. CONCLUSÃO

Com base nos testes realizados, é evidente que, inicialmente, as variáveis que
apresentam significância e exercem influência sobre a taxa de crimes violentos são os
investimentos destinados à segurança pública e à educação. Os resultados obtidos
demonstram satisfação, em contraste com a abordagem adotada por Hamberger (2019). Ao
adotar a recomendação de aplicar o modelo log-log às variáveis do estudo e incluir a variável
de investimento em segurança pública, obtivemos melhorias substanciais nos resultados.
É importante ressaltar também que o tema criminalidade não tem suas causas
definidas dentro do âmbito acadêmico e como foi explicitado anteriormente existem duas
linhas de pensamento sobre suas causas e uma delas leva em conta variáveis intrínsecas ao
indivíduo.
Dessa forma podemos concluir que é necessário atribuir novas variáveis ao estudo
sobre criminalidade, e fazer uma abordagem de comparação de períodos antes e depois de
políticas públicas e até mesmo trazer recortes raciais sobre o tema.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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