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Apresentação

As discussões sobre violência e crime ocupam posição importante entre os principais problemas
enfrentados pela sociedade nos espaços urbanos. Segundo dados oficiais do Instituto de Segurança Pública do
estado do Rio de Janeiro, de 2014 a 2021, 1.261 pessoas foram vítimas de crimes violentos letais intencionais,
no município de Niterói. “Tal problema ganha contornos ainda mais dramáticos quando levamos em conta
que a violência letal acomete principalmente a população jovem.” (IPEA, 2010:6). Do total dos óbitos
ocorridos em Niterói no período em tela, 623 ou 49,40% foram de jovens de 15 a 29 anos de idade.
Para Cerqueira e Moura (2013. p. 3), “A violência perpetrada contra os jovens é, porém, um fenômeno
disseminado no país e que tem crescido substancialmente nas últimas décadas. A cada ano, uma maior
proporção de jovens, é assassinada”.
Objetivo

Este estudo tem como objeto os registros de ocorrência da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro
agregados no indicador estratégico de criminalidade denominado Letalidade Violenta. O objetivo deste
trabalho é descrever e analisar tais registros, sua distribuição pelo território e o perfil das vítimas que são
acometidas por estes tipos de crime.
Justificativa

O Brasil é um país de muitos jovens, muitos deles em situação de vulnerabilidade social, já há muito tempo,
como assinala Vignoli (2001).

Como já foi dito, a violência, tendo os jovens como vítimas ou agentes, está intimamente ligada a
condição de vulnerabilidade social destes indivíduos. Atualmente, esses atores sofrem um risco de exclusão
social sem precedentes devido a um conjunto de desequilíbrios provenientes do mercado, Estado e sociedade
que tendem a concentrar a pobreza entre os membros desse grupo e distanciá-los do "curso central" do
sistema social. (VIGNOLI apud ABRAMOVAY et. al. 2002:28.)

Além de questões relacionadas ao mercado de trabalho e educação, a população jovem enfrenta o fato de o
Brasil ser um dos países mais violentos do mundo. De 2009 a 2019, de acordo com os dados disponibilizados no
Atlas da Violência (IPEA,2021:27), 33.330 jovens de 15 a 29 anos de idade foram vítimas de violência letal no país.
Justificativa - Continuação

No estado do Rio de Janeiro, de 2014 a 2021, 18.340 jovens perderam suas vidas principalmente por
Homicídios Dolosos e Mortes Provocadas por agentes do Estado. No município de Niterói, situado na região
Metropolitana do estado do Rio de Janeiro, de 2014 a 2021 das 1.261 vítimas de violência letal, 623 ou 49,40%
eram jovens com idade entre 15 e 29 anos.
A gravidade do problema que atinge os jovens moradores de Niterói, pode ser verificada quando o indicador
é decomposto. Das 623 vítimas de violência letal, 348 mortes ou 55,86% foram provocadas por intervenções de
agentes do estado e outros 265 ou 42,54% foram Homicídios Dolosos, provocados principalmente por armas de
fogo.
Aspectos Metodológicos

A compreensão de fenômenos tão complexos quanto a violência e o crime, exige a adoção de uma
metodologia capaz de integrar diferentes discursos. Será realizado um estudo ecológico descritivo da série temporal
no Município de Niterói, compreendendo o período entre 2014 e 2021.
Estrutura dos Capítulos

I. INTRODUÇÃO
II. O que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente
III. As políticas públicas de prevenção a violência contra jovens no Brasil
IV. A elaboração do indicador estratégico de criminalidade no estado do Rio de Janeiro
V. Analise e decomposição do indicador para a faixa etária de 15 a 29 anos
VI. Quem são e onde vivem os jovens vítimas de violência em Niterói
VII. Conclusão
Cronograma

Etapas set/22 out/22 nov/22 dez/22 jan/23 fev/23 mar/23 abr/23 mai/23 jun/23 jul/23 ago/23 set/23 out/23 nov/23 dez/23
Revisão Bibliográfica
Identificação das fontes geradoras de informação
Solicitação de microdados
Solicitação de bases geográficas
Análise e interpretação
Redação
Revisão da redação
• Revisão Bibliográfica , Marco Conceitual, de Referência, Antecedentes ou Contextualização

O aumento da violência letal é um dos problemas mais graves que podem ser percebidos nos grandes centros
urbanos. Peres et al (2011), constataram o alarmante crescimento da taxa de homicídios no Brasil no final da
década de 1980, fato este que fez com que este tipo de crime fosse considerado inclusive como um problema de
saúde pública, ultrapassando as mortes por acidentes de trânsito e ocupando o primeiro lugar entre as causas de
morte na população jovem, no País e em algumas capitais.
O impacto da violência na vida dos jovens é bem mais grave do que lesões físicas, Muggah e Pelegrino (2020),
abordam questões como o medo, a ansiedade e o baixo desempenho escolar, como consequências desta violência.
O número expressivo de jovens que perdem suas vidas, que não tiveram a chance de concluir sua vida escolar,
de construir um caminho profissional, de formar sua própria família ou de serem reconhecidos pelas suas
conquistas no contexto social em que vivem (ATLAS).

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