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CITAÇÕES INDIRETAS

A violência urbana tem se constituído como um dos problemas mais graves e de difícil solução
na vida da população brasileira. Considerando-se apenas o seu extremo, os homicídios, entre os
anos de 2005 e 2015, esses passaram de 48.136 para 59.080 casos, um aumento de 22,7%.
Tamanha é a magnitude do problema que, ao se analisar os casos ocorridos em 2015, percebe-
se que eles são mais elevados do que a soma dos ataques terroristas ocorridos no mundo, nos
cinco primeiros meses de 2017, que foram 498 ataques com 3.314 vítimas fatais (ATLAS DA
VIOLÊNCIA, 2017).

Esse alto índice de violência registrado tem grande impacto no setor público, que passa a gastar
cada vez mais com a segurança da população, nomeadamente, com o policiamento,
aprisionamento e justiça. Tais gastos, segundo Minayo (2005), são três vezes mais do que se
gasta com ciência e tecnologia no país. Além da segurança, a violência tem sérias consequências
sobre as sociabilidades e uso dos espaços públicos, pois modifica as rotinas cotidianas dos
habitantes da cidade e a forma de eles interagirem uns com os outros (SILVA, 2004) e com o
espaço público. O qual, como aponta Bauman (2005), passa a ser evitado em decorrência do
medo e da insegurança gerados pela violência.

Essas questões, associadas à violência urbana, permeiam o debate que emerge em diferentes
setores da sociedade, quer seja, na mídia, na segurança pública, na saúde, nos movimentos
sociais e na academia, agregando pesquisadores de diferentes partes do país e campos do
conhecimento, resultando em uma vasta produção de artigos, dissertações e teses.

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